Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LUANDA
2024
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
Integrantes do grupo:
49343 – Joaquina Panzo
44230 – Marica Correia
44062 – Melâni Diogo Gonçalves
LUANDA
2024
RESUMO
III
ÍNDICE
IV
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
O presente estudo apresenta a possibilidade de usar a musicoterapia em programas de
educação especial, através de uma boa preparação do profissional, que deve ser capaz de
planejar, adaptar e avaliar actividades e procedimentos de acordo com cada indivíduo. A
música quando bem trabalhada, desenvolve o raciocínio, criatividade e outros dons e aptidões,
por isso, deve-se aproveitar esta tão rica actividade educacional dentro das salas de aula.
No intuito de comprovar que com a musicoterapia, os indivíduos com necessidades
especiais, podem desenvolver suas aptidões cognitivas, como também, mostrar que o
profissional pode utilizar a musicoterapia, como instrumento que facilite a sua actuação, tal
como em crianças especiais, por exemplo, promovendo através da música uma aprendizagem
mais significativa.
A musicoterapia é uma técnica terapêutica que auxilia no desenvolvimento
comportamental e cognitivo da pessoa com necessidades especiais. Parafraseando Haidt
(2003) as didácticas de ensino apontam como meios metodológicos os recursos audiovisuais,
que devem ser de uso funcional, ou seja, devem subsidiar meios que possibilitam de forma
dinâmica o pensamento reflexivo da pessoa. Deve ser levado em conta também, o tipo de
aprendizagem que se deseja desenvolver seja ela cognitiva afectiva ou psicomotora.
As canções e ritmos auxiliam na harmonia entre o corpo e a mente, sem contar que a
música torna o ambiente de ensino, propício ao desenvolvimento de actividades estimulem e
despertem emoções, reacções, sensações e sentimentos. Durante este trabalho, faremos
abordagens práticas e teóricas em volta do tema.
5
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para elaborar a fundamentação teórica da presente pesquisa foi realizada uma revisão
teórica englobando conceitos nas áreas de musicoterapia, psicologia da saúde, fenomenologia
e promoção da saúde e bem-estar. Neste ponto são contextualizados e conceituados termos
relevantes presentes na pesquisa, tais como: musicoterapia, música e saúde e bem-estar.
Abre-se este capitulo com a visão de Costa (1989), que considera que o uso
terapêutico da música pode ser encontrado desde a antiga Grécia. Neste período as doenças
estavam envoltas às manifestações da natureza sem explicações científicas e possuíam um
carácter psicossomático. Desta forma a música através de sua estrutura dos sons parecia uma
fonte promissora para o restabelecimento da harmonia humana.
Através dos tempos a busca pela cura das enfermidades foram relacionadas às crenças
religiosas, mágicas, espirituais, astrológicas, etc. Com o desenvolvimento da medicina, as
doenças ganharam causalidades orgânicas, e aquilo que não podia ser explicado através da
razão era considerado doença da alma. A música, neste contexto, ganha muita importância
uma vez que ela acalmava a agitação dos enfermos e alegrava aqueles que eram considerados
melancólicos.
As actividades musicais cada vez mais eram observadas como uma acção que gerava
resultados positivos. E pouco a pouco alguns intelectuais viram a música como uma
possibilidade de tratamento para ajudar pessoas acometidas das mais variadas doenças a
enfrentar suas dificuldades de uma forma diferente sem o rigor médico e a cissura de um
ambiente hospitalar. A utilização da música no pós-guerra, em hospitais para tratamento e
recuperação de neuróticos de guerra aparece nos Estados Unidos em meados do século XIX.
Segundo Costa (1989) a musicoterapia de guerra dos EUA e sua difusão para o cone
Sul, principalmente na Argentina, para tratamento da depressão pós-poliomielite, obtiveram
resultados tão satisfatórios que impulsionaram o surgimento dos primeiros cursos de
formação de musicoterapeutas.
Chegas (2008) diz que embora a musicoterapia seja recente no meio da ciência, esta
área de conhecimento deve ser considerada “um híbrido transdisciplinar em torno de dois
principais campos: a Música e a Terapia”.
6
A Musicoterapia é uma prática que deve ser integrada às outras práticas em saúde,
compondo um tratamento multidisciplinar na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Tanto a Música como a Terapia são campos por si próprios difíceis de formular uma
definição única, abrangente e que contemplem todas as formas, estilos e práticas, o que
acontece igualmente com a Musicoterapia. Por esta fusão, de música e terapia, podemos
considerá-la “ao mesmo tempo uma arte, uma ciência, e um processo interpessoal” (Bruscia,
2000, p.07).
A terapia funciona como um processo de mudanças para o cliente/paciente, em que ora
a música, ora o terapeuta atuam como agentes de mudanças a caminho de seu bem-estar. Para
que estes processos aconteçam é necessária alguma intervenção por parte do terapeuta.
Geralmente falam em uma intervenção externa (no nosso caso através da música).
Idem (2000), a Musicoterapia é um processo terapêutico que acontece através de
experiências musicais e das relações que se dão através destas experiências musicais.
Envolvidos neste processo encontramos a música, o terapeuta e o paciente/cliente formando
um tripé fundamental para que ocorra o processo terapêutico.
Outra definição que chama a nossa atenção, preocupa-se com a integração da
Musicoterapia ao cenário global do desenvolvimento humano, envolvendo o privado, o social
e o biológico.
“Musicoterapia é uma modalidade terapêutica que utiliza a música, enquanto som e
movimento, com o objectivo de abrir canais de comunicação que permitam um melhor
relacionamento do paciente consigo mesmo e com o seu ambiente, desenvolvendo seus
aspectos bio-psíquicos-sociais de modo a possibilitar sua (re) integração na sociedade”
(Costa, 2009, p.3).
Qualquer que seja a técnica musicoterápica utilizada, o trabalho terapêutico através da
música possui um planeamento terapêutico que envolve uma avaliação inicial, anamnese, um
processo terapêutico, e uma nova avaliação que servirá como indicativo de continuidade ou
não continuidade do tratamento, isso baseado nos fundamentos de Redfield 1.
2.1.3 Conceito de Música
A música é considerada como meio de comunicação e expressão universal e seus
elementos apresentam muitas diversidades, a atracção pelos diferentes ritmos, instrumentos e
elementos derivados, variam e estão relacionadas à questão social e cultural do ser humano
(Cunha, 2003).
1
Redfield, define que a música utiliza oito factores: melodia, harmonia, ritmo, forma, tempo, dinâmica, timbre e
cor.
7
Também é uma linguagem universal, está presente em qualquer época e cultura, e é
aceita pelo ser humano conforme as reacções psicológicas que esta proporciona a um
indivíduo. Segundo a “Teoria Modal dos Gregos”, a música é dividida em três elementos
básicos, tais são: melodia, harmonia e ritmo, os quais podem provocar alterações fisiológicas
em um ser humano (Blasco, et al. 2003).
A terapia através da música, denominada musicoterapia, é considerada uma terapia
não-verbal, que possibilita o aumento da auto-estima de um indivíduo, além de propiciar
interacções em grupo, auxiliar no tratamento de doenças, proporcionando melhor qualidade de
vida. Estes benefícios ocorrem através da influência da música, dos sons, movimentos,
manuseio de instrumentos musicais, entre outros (Padilha, 2008).
Segundo Fonseca et al (2006), uma pesquisa realizada em Goiânia sobre a
credibilidade e aceitação da musicoterapia pelos pacientes concluiu que estes apresentaram
boa aceitação da música e ressaltaram que esta terapia deveria ser mais divulgada. Essa
pesquisa mostrou ser ideal o desenvolvimento de novas pesquisas sobre a maneira como a
música age no organismo, para que haja maior expansão do trabalho dos musicoterapeutas.
8
A capacidade da música de provocar estes estados alterados de consciência, propõe
que o paciente possa se livrar de comportamentos indesejáveis se conectando com sensações e
sentimentos mais profundos vividos por ele. A selecção das músicas fica a cargo do terapeuta,
procurando sempre seguir um objectivo terapêutico individual que faça sentido para cada
paciente.
Deste modo, apresenta-se a seguir alguns métodos que representam os princípios
fundamentais da musicoterapia:
Método Nordoff-Robbins: Baseado nos trabalhos musicais de Paul Nordoff e Clive
Robbins, utiliza a improvisação musical como principal ferramenta clínica. Originalmente
este método foi criado para o tratamento de crianças com comprometimento neurológico e/ou
físico, sendo actualmente muito procurado para o tratamento do Transtorno do Espectro
Autista;
Método das Imagens Guiadas e Música (GIM): Criada por Hellen Bony, este método
utiliza-se da música erudita instrumental como possibilidade de alterar os estados de
consciência dos indivíduos. Chagas (2008) explica que a música é apresentada ao paciente
como audição musical num processo de relaxamento para eliciar imagens, símbolos ou
sentimentos, que são compartilhados verbalmente com a musicoterapia;
Experiências Musicais de Bruscia: Kenneth Bruscia (2000), separou os principais tipos
de experiências musicais e transformou o fazer musical em potencial terapêutico. Os quatro
tipos de experiências musicais são: a improvisação, a execução (ou recriação), a composição e
a audição;
Método da Identidade Sonora (ISO): Criado por Roland Benenzon, este método
propõe que todo indivíduo possui uma identidade sonora que se inicia desde a vida intra-
uterina e se modifica como um processo dinâmico e complexo.
Para Gainza (citada em Benenzon, 1988) ISO é o que o indivíduo produz desde o
início da fecundação e que significa o processo dinâmico e complexo, que passa a ser
atributo do ser humano. As expressões não-verbais, como a música, dança e os gestos,
surgem da necessidade de ivocar e reeditar vínculos materno-fetais, materno-infantis e
com a natureza, como desdobramento dos mesmos. (p.8)
Desta forma, a escuta terapêutica desta produção sonora vai além do limite musical.
“A escuta terapêutica exige escutar o dito e o não dito, observar o que há por traz do dito
(entonação da voz, o tónus, os movimentos corporais, as expressões faciais) ” (Costa, 2009,
p.6).
9
2.2 Abordagem Crítica: O papel da musicoterapia
Já Chagas (2001), na prática clínica, o cliente não apenas reproduz a canção, mas
apropria-se dela. A canção passa a ter um significado próprio quando ali recriada, “a canção
não é passível de ser repetida, é única. Não se confunde com a sua gravação oficial” (p.122).
Embora a musicoterapia tenha demonstrado benefícios em muitos contextos, é
importante adotar uma abordagem crítica ao avaliar sua eficácia. Alguns pontos de discussão
incluem:
1. Evidências científicas: A pesquisa científica é fundamental para validar a eficácia
da musicoterapia. É importante analisar criticamente os estudos disponíveis e considerar a
qualidade das evidências antes de tirar conclusões sobre seus benefícios terapêuticos.
2. Limitações e desafios: A musicoterapia pode enfrentar desafios em termos de
acesso, financiamento e aceitação em certos contextos. É crucial abordar essas limitações e
buscar soluções para promover uma maior integração e reconhecimento dessa prática
terapêutica.
3. Abordagem holística: Embora a musicoterapia seja muitas vezes considerada uma
abordagem terapêutica holística, é importante reconhecer que ela pode não ser apropriada para
todos os indivíduos ou condições. É necessário considerar as necessidades e preferências
individuais ao selecionar uma modalidade terapêutica.
Desta forma, é possível considerar a musicoterapia um campo da ciência, já que
Benenzon (1988, p.11) considerou a musicoterapia como sendo
o campo da medicina que estuda o complexo som-ser humano-som, para utilizar o
movimento, o som e a música, com o objectivo de abrir canais de comunicação no ser
humano, para produzir efeitos terapêuticos, psicoprofiláticos e de reabilitação no
mesmo e na sociedade.
Assim, a elevada eficácia e aparente ausência de efeitos adversos, tornam a música
uma alternativa credível ao midazolam, ou a outros fármacos habitualmente usados na pré
medicação. Também, após a cirurgia, há suficiente evidência prática da diminuição de stress
pós-operatório com música adequada, tendo sido ainda comprovada a diminuição de níveis de
cortisol no grupo de indivíduos submetidos a cirurgia de coração aberto, com música nos
cuidados intensivos pós-operatórios , quando comparados com o grupo de indivíduos sujeitos
à mesma cirurgia sem acompanhamento de música no seguimento pós cirúrgico.
10
2.2.1 Funcionamento do cérebro vs o poder da Música
11
procura, em sessões de relaxamento, de efeitos positivos. Como forma terapêutica, a música
procura promover no paciente uma melhoria de ordem física, psicológica, cognitiva, espiritual
ou outra.
Problemas como a ansiedade ou depressão criam uma baixa eficiência cerebral, com
origem na diminuição de serotonina, um neurotransmissor envolvido na comunicação entre
neurónios. O efeito da música consiste em estimular as células cerebrais, aumentando o nível
de serotonina e, dessa forma, melhorar o humor ou a disposição.
O efeito, tendo em comum o prazer, pode ser diferente, provocando excitação ou
acalmia, conforme o tipo de música e o ambiente criado. A música é também conhecida como
facilitadora do processo de aprendizagem, sobretudo nas crianças, utilizando a informação e a
memória.
Nos idosos, muitas canções estão ligadas a memórias alegres ou tristes, ajudando a
uma melhor interação em situações de insónia, depressão, ou mesmo em doentes com
demência ou Alzheimer.
A música diminui significativamente o nível de ansiedade nos doentes em cuidados
pré-operatórios, por vezes com uma eficácia superior à utilização de certos fármacos, como o
midazolam, uma benzodiazepina com efeitos na ansiedade e relaxamento muscular. Em
experiências recentes, a música de Mozart revelou possuir maior efeito sedativo do que alguns
fármacos normalmente usados. A música, estimulando a libertação de endorfinas, neuro
hormonas produzidas na hipófise, tem uma potente acção analgésica estimulando a sensação
de bem estar, conforto e melhoria de humor.
Estudos recentes mostram que a endorfina pode ter um efeito sobre áreas cerebrais
responsáveis pela modulação da dor, do humor, depressão ou ansiedade, e, ainda, sobre o
sistema nervoso simpático, responsável pela modulação de diversos órgãos, como o coração
ou o intestino.
Hans-Joachim Trappe, um cardiologista alemão, estudou o efeito da música numa
unidade de cuidados intensivos, publicando, em 2010, na revista Heart, os seus sur-
preendentes resultados. Os maiores benefícios constatados nos doentes foram conseguidos
com música clássica, sobretudo com Bach, Mozart e compositores italianos. O fluxo cerebral
avaliado por ecografia na artéria cerebral média, diminuía significativamente nos doentes que
ouviam o “Va pensiero” da ópera “Nabucco” de Verdi, quando comparado com outros tipos
de música. A música dita de meditação mostrou efeitos sedativos, enquanto “Heavy Metal” e
“Techno” mostraram ser perigosas numa unidade de cuidados intensivos, aumentando o stress
e o comportamento agressivo. Curiosamente, o jazz aumentou a concentração nos doentes,
12
sendo o “Hip Hop” e o “Rap” benéficos, não pela melodia, mas pelo ritmo e pelo efeito das
palavras.
Contudo, alguma dita música concreta, muito em voga em meados do século vinte,
conhecida pela sua atonalidade, não acrescentou qualquer vantagem como experiência de
sentidos, sabendo-se da agressão que provocava no bem estar e inteligência de cada um. É um
exemplo John Cage que, em 1952, apresentou uma obra intitulada 4´e 33”, que constava da
chegada do executante ao piano, da abertura deste, e da permanência, em silêncio, do tempo
correspondente ao título da obra, dando assim por concluída a sua atuação.
Segundo Sacks (2007) a música obtém grande potencial terapêutico para serem
utilizadas em pessoas com doenças neurológicas que acometem a terceira idade, tais como:
Parkinson e Alzheimer. A musicoterapia tem sido reconhecida como uma abordagem eficaz
para promover a saúde mental em várias áreas. Aqui estão alguns benefícios específicos da
musicoterapia em termos de saúde mental:
1. Redução do estresse e da ansiedade: A música tem o poder de acalmar e relaxar.
Através da musicoterapia, os indivíduos podem encontrar alívio do estresse e da ansiedade,
promovendo um estado de relaxamento e bem-estar emocional;
2. Melhoria do humor: A música pode ter um impacto direto no humor das pessoas. A
musicoterapia utiliza a seleção de músicas e atividades musicais adequadas para melhorar o
humor, estimular emoções positivas e promover uma sensação de felicidade e contentamento;
3. Estimulação cognitiva: A música pode estimular várias áreas do cérebro, incluindo
memória, atenção e processamento cognitivo. Através de atividades musicais específicas, a
musicoterapia pode ajudar a melhorar a função cognitiva e a estimular a mente;
4. Expressão emocional: A música é uma forma de expressão não verbal poderosa. A
musicoterapia oferece um meio seguro e criativo para que os indivíduos expressem e
processem suas emoções, mesmo quando as palavras são difíceis de encontrar;
5. Fortalecimento da autoestima e da autoexpressão: Através da musicoterapia, os
indivíduos podem experimentar uma sensação de realização e autoconfiança ao aprender a
tocar um instrumento, cantar ou compor músicas. Isso pode fortalecer a autoestima e a
habilidade de se expressar de forma autêntica;
6. Promoção da interação social: A musicoterapia frequentemente ocorre em
configurações grupais, o que permite que os participantes se conectem e interajam uns com os
13
outros por meio da música. Isso pode ajudar a combater o isolamento social, promover a
conexão emocional e melhorar as habilidades sociais;
7. Gerenciamento do trauma: A musicoterapia tem sido eficaz no tratamento de
indivíduos que sofreram traumas. A música pode ajudar na expressão e processamento de
emoções relacionadas ao trauma, facilitando a cura emocional e ajudando os indivíduos a
lidarem com suas experiências de forma saudável;
8. Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento: Através da musicoterapia, os
indivíduos podem aprender estratégias de enfrentamento saudáveis para lidar com desafios
emocionais. A música pode fornecer um recurso de suporte e uma forma de expressão para
lidar com o estresse, a tristeza ou outras dificuldades emocionais;
9. Melhoria da comunicação e habilidades sociais: A música é uma linguagem
universal que pode facilitar a comunicação em contextos terapêuticos. A musicoterapia pode
ajudar pessoas com dificuldades de comunicação a se expressarem de maneira não verbal,
melhorando a interação social e as habilidades de comunicação;
10. Estimulação da criatividade: A música é uma forma de arte que estimula a
criatividade. Através da musicoterapia, os indivíduos são encorajados a explorar sua
expressão criativa, seja através de improvisação musical, composição ou participação em
grupos musicais. Isso pode promover a autoexpressão e o crescimento pessoal;
11. Promoção do bem-estar geral: A musicoterapia pode contribuir para o bem-estar
geral das pessoas. Ao proporcionar uma experiência prazerosa e significativa, a música pode
melhorar o humor, reduzir a sensação de isolamento, aumentar a motivação e promover uma
sensação de propósito e significado na vida;
12. Integração mente-corpo: A música tem o poder de conectar a mente e o corpo.
Através da musicoterapia, os indivíduos podem experimentar uma sensação de equilíbrio e
harmonia, aproveitando os benefícios físicos, emocionais e mentais da prática musical;
13. Apoio ao desenvolvimento infantil: A musicoterapia tem sido amplamente
utilizada no contexto do desenvolvimento infantil. Ela pode ajudar no estímulo sensorial,
coordenação motora, linguagem, interação social e expressão emocional de crianças. A
música é uma forma atraente e envolvente de terapia para crianças, tornando o processo
terapêutico mais acessível e eficaz;
14. Melhoria da qualidade de vida em idosos: A musicoterapia pode ter um impacto
significativo na qualidade de vida dos idosos. Ela pode ajudar a melhorar o humor, reduzir a
solidão, promover a socialização, estimular a memória e a cognição, além de fornecer uma
atividade prazerosa e significativa para os idosos;
14
15. Tratamento de distúrbios neurológicos: A musicoterapia tem mostrado benefícios
para pessoas com distúrbios neurológicos, como doença de Alzheimer, Parkinson, autismo e
lesões cerebrais traumáticas. A música pode estimular áreas do cérebro afetadas por essas
condições, melhorar a função cognitiva, a coordenação motora e a comunicação;
16. Apoio em transtornos mentais: A musicoterapia pode ser um componente valioso
no tratamento de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, transtorno do espectro
autista (TEA) e transtornos de personalidade. Ela pode auxiliar no gerenciamento de
sintomas, na expressão emocional, na melhoria da autoestima e na promoção de habilidades
sociais;
17. Promoção da resiliência e do empoderamento: A musicoterapia pode ajudar os
indivíduos a desenvolverem habilidades de enfrentamento e resiliência diante de desafios
emocionais e traumas. Ela pode capacitar as pessoas a encontrarem sua voz, explorarem sua
identidade e se fortalecerem emocionalmente por meio da música;
18. Integração cultural e terapia transcultural: A música é uma forma de expressão
profundamente enraizada em diversas culturas ao redor do mundo. A musicoterapia pode ser
adaptada para abordar as necessidades e valores culturais específicos de diferentes grupos,
promovendo a inclusão, a compreensão intercultural e a cura em contextos transculturais.
Além disso, é importante mencionar que a musicoterapia pode ser aplicada em
diferentes modalidades, como musicoterapia receptiva (ouvir música), musicoterapia ativa
(participar ativamente da criação musical) e musicoterapia improvisacional (criação
espontânea de música). A modalidade utilizada dependerá das necessidades e objetivos
terapêuticos de cada indivíduo.
A pesquisa em musicoterapia continua a crescer, fornecendo mais insights sobre seus
benefícios e aplicações. Se você deseja explorar ainda mais o assunto, recomendo consultar
publicações acadêmicas, livros e artigos científicos sobre musicoterapia, que podem fornecer
informações mais detalhadas e embasadas em evidências.
É importante ressaltar que a musicoterapia é uma abordagem terapêutica
individualizada, e os benefícios específicos podem variar dependendo das necessidades e
objetivos de cada pessoa. É recomendado buscar um musicoterapeuta qualificado para obter
uma avaliação e um plano de tratamento adequados.
A musicoterapia é aplicada em uma variedade de configurações, incluindo hospitais,
clínicas de saúde mental, escolas, centros de reabilitação e comunidades. Se você estiver
interessado em saber mais sobre a musicoterapia, pode ser útil pesquisar organizações e
15
associações de musicoterapia em seu país, que podem fornecer informações adicionais e
recursos.
É importante ressaltar que os benefícios da musicoterapia podem variar de pessoa para
pessoa, e cada indivíduo pode responder de maneira diferente. Além disso, a musicoterapia é
frequentemente usada como um complemento a outros tratamentos e abordagens terapêuticas
para a saúde mental.
16
1. Bem-estar do hóspede: Muitos hotéis e resorts têm reconhecido o valor do bem-
estar e do relaxamento para a experiência dos hóspedes. A musicoterapia pode ser
incorporada como parte dos serviços e atividades oferecidos aos hóspedes, proporcionando-
lhes oportunidades de relaxamento, alívio do estresse e melhoria do bem-estar emocional. Isso
pode incluir sessões de música ao vivo, playlists selecionadas para ambientes tranquilos,
meditação guiada com música, entre outros recursos terapêuticos.
2. Programas de entretenimento: Muitos hotéis e resorts oferecem programas de
entretenimento para seus hóspedes. A música desempenha um papel importante nesses
programas, e a musicoterapia pode ser incorporada como uma forma de entretenimento
terapêutico. Isso pode incluir apresentações musicais ao vivo, sessões interativas de música
em grupo, workshops de percussão ou canto, entre outros eventos que envolvem os hóspedes
em atividades musicais divertidas e terapêuticas.
3. Spa e bem-estar: Muitos hotéis e resorts possuem instalações de spa e bem-estar,
onde os hóspedes podem desfrutar de tratamentos terapêuticos para o corpo e a mente. A
musicoterapia pode ser integrada nesses espaços para criar uma atmosfera relaxante e
promover a cura. Por exemplo, a música suave e relaxante pode ser reproduzida durante as
terapias de massagem, sessões de ioga ou outras experiências terapêuticas, contribuindo para
a criação de um ambiente tranquilo e revitalizante.
4. Eventos e conferências: Hotéis e resorts frequentemente sediam eventos,
conferências e reuniões de negócios. A musicoterapia pode ser incluída como uma opção de
atividade para esses eventos, oferecendo aos participantes uma pausa relaxante e revigorante.
Isso pode incluir sessões de música ao vivo, atividades de percussão em grupo para construir
o espírito de equipe, ou até mesmo sessões de relaxamento musical para ajudar os
participantes a aliviar o estresse e se concentrar.
É importante destacar que a implementação da musicoterapia no setor do turismo e
hotelaria requer a colaboração de profissionais qualificados, como musicoterapeutas, para
garantir que as atividades sejam seguras, eficazes e adequadas às necessidades dos hóspedes.
Em resumo, a musicoterapia pode ser uma adição valiosa ao setor do turismo e
hotelaria, contribuindo para o bem-estar geral dos hóspedes, oferecendo experiências
terapêuticas e promovendo um ambiente acolhedor e relaxante.
17
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Actualmente a Musicoterapia já encontra-se como ciência apoiada no campo da
música e das áreas médicas apresentando um corpo teórico próprio que constituem o seu
saber, com métodos e técnicas específicas e profissionais habilitados e capacitados para
exercê-la.
Seja utilizando a “música como terapia ou utilizando a música na terapia” (Bruscia,
2000, p. 23), esta ferramenta que é de domínio de todos, apresenta-se para estes profissionais
com a possibilidade de transpor seu papel estético e actuar de forma a atingir canais de
comunicação não alcançados pela comunicação formal, potencializando aspectos positivos e
melhorando a qualidade de vida das pessoas.
A música é a estrela principal utilizada e trabalhada com objectivos específicos que
vão além daqueles desejados pelo seu intérprete/terapeuta estando sempre em função do
tratamento ou da pessoa que desejamos comunicar. Utilizando-se de todos os elementos que a
música nos oferece, timbres, ritmos, melodias, ruídos, e muitos outros em conjunto com a
relação terapêutica estabelecida entre pessoa e o musicoterapeuta, observamos a
musicoterapia acontecer.
É fato que a medida que a Musicoterapia se torna um campo de conhecimento cada
vez mais difundido e apreciado por leigos ou profissionais afins, torna-se preciso que suas
especificações sejam esclarecidas para que não haja uma confusão entre música de
entretenimento e a música com objectivos terapêuticos.
A música alimenta nossa vida, nos traz lembranças, evoca emoções e sentimentos por
si só, mas a musicoterapia vai além disso, ela se ocupa em recuperar a qualidade de vida para
seus pacientes com objectivos bem definidos e actuações planejadas e trabalhadas para esta
finalidade.
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Angola, P. D. (2011). Plano Director do Turismo de Angola. Luanda, Angola. Obtido
em 27 de Janeiro de 2024, Disponível em: https://fdocumentos.tips/reader/full/plano-director-
do-turismo-de-angola.
Bergold, Leila Brito. (2009). Encontros musicais: uma estratégia de cuidado de
enfermagem junto a sistemas familiares no contexto da quimioterapia / Musical encounters:
care strategy amongst clients in chemotherapy. 256 p Apresentada a Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Escola de Enfermagem Anna Nery para obtenção do grau de Doutor. Rio de
Janeiro; s.n; dez.
Bruscia, K. (2000). Definindo Musicoterapia. Rio de Janeiro: Enelivros.
Chagas, M. (2001). Cantar É Mover o Som. In: II Fórum Paranaense de
Musicoterapia, Encontro Paranaense de Musicoterapia, II Encontro Nacional de Pesquisa em
Musicoterapia, anais, Curitiba: AMT-PR.
Chagas, M. (2008). Musicoterapia-desafios entre a modernidade e a
contemporaneidade. Rio de Janeiro: MauadX e Bapera.
Costa, C. M. (1989). O Despertar para o Outro. São Paulo: Summus.
Costa, C. M. (2009). O Saber da Musicoterapia e o Musicoterapeuta. In: XI Fórum
Paranaense de Musicoterapia e IX Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia, anais,
Curitiba: Griffing.
Costa, J., Rita, P., & Águas, P. (2004). Tendências Internacionais em Turismo (2 ed.)
Cunha, Rosemyriam. (2003). Musicoterapia na abordagem do portador de doença de
alzheimer. Revista Científica/FAP, v.2, janeiro/dezembro.
Estevão, C e Ferreira, J. (2015). A competitividade no sector do turismo: contributos,
desafios e implicações. Editora Idiotique. Portugal.
Fonseca KC, Barbosa MA, Silva DG, Fonseca KV, Siqueira KM, Souza MA. (2006).
Credibilidade e efeitos da música como modalidade terapêutica em 23 saúde. Rev. Disponível
em: http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a10.htm.
19