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CURSO DE FORMAÇÃO NA ABORDAGEM PLURIMODAL DE


MUSICOTERAPIA NÍVEL 1

TERMO DE APROVAÇÃO

USO DAS IMPROVISÇÕES MUSICAIS TERAPEUTICAS-IMT COM GRUPOS


DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFATIL: UMA PROPOSTA PARA A
ESCUTA NO AMBIENTE EDUCACIONAL

DANIEL RODRIGO FÉLIX DA SILVA

(Portfólio/Artigo) apresentado como requisito parcial para obtenção do título de


Musicoterapeuta Plurimodal nível 1.

Banca Examinadora:
_________________________________________
Lic. Dr. Diego Schapira (Orientador)

FORTALEZA-CE
2019
2

USO DAS IMPROVISÇÕES MUSICAIS TERAPEUTICAS-IMT COM GRUPOS


DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFATIL: UMA PROPOSTA PARA A
ESCUTA NO AMBIENTE EDUCACIONAL

Daniel Rodrigo Félix da Silva1

Resumo: A formação continuada de profissionais da educação infantil é algo


que tem acontecido periodicamente dentro do ambiente educacional, contudo o
uso da música como elemento terapêutico precisa ser mais explorado além das
formações em educação musical visando capacitá-los para utilizar esse recurso
na sala de aula com seus alunos. O cuidado com o cuidador tem se tornado de
grande importância para o bem-estar intrapessoal e interpessoal, sendo assim
o musicoterapeuta dentro do ambiente educacional passa a ser mais um
agente facilitador para a promoção da qualidade de vida desses profissionais, e
que através das vivencias grupais e com o uso das improvisações musicais
terapêuticas-IMT, o seu local de trabalho possa se tornar mais suave e
prazeroso.

Palavras-chaves: Musicoterapia educacional. Musicoterapia Grupal com Professores.


Improvisação musical terapêutica. Musicoterapia e Psicologia.

INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade a música vem desempenhando um relevante e


poderoso papel em forma de linguagem para a expressão dos conteúdos
internos do homem. Tão bem pode representar nossos sentimentos através do
fenômeno sonoro, linguagem tão peculiar dentre as outras manifestações
artísticas conhecidas no mundo moderno, tais como a dança, as artes
plásticas, o teatro e as artes audiovisuais onde envolve o cinema a telenovela e
dentre outras.
Presente em diversas referencias arqueológicas de civilizações tão
remotas, a música desde então, já desempenhava funções de grande
importância para esses povos, sendo utilizada dentro de contextos indo do
entretenimento aos processos da cura. O antigo sábio chinês Confúcio tem
uma declaração que diz “ Se alguém deseja saber se um reino é bem ou mal
governado, se a sua moral é boa ou má, examine a qualidade de sua música,
que lhe fornecerá a resposta”. Com isso podemos perceber como a música já
tinha uma função “termométrica” para dimensionar e avaliar certos
comportamentos humanos por meio dela.

1
Graduado em licenciatura plena em música pela Universidade Estadual do Ceará – UECE
e Pós-graduado em Musicoterapia pela FACPED através do Instituto Graduale.
3

A necessidade da construção desse projeto de pesquisa se deu pela


percepção que o autor obteve quando ministrava um curso em educação
musical, e que por meio de uma atividade de improvisação realizada com o
grupo de professoras e auxiliares ele percebeu que haviam dificuldades na
interação de um fazer musical coletivo e harmônico e que refletia o ambiente
escolar no momento em que o mesmo estava na escola exercendo a função de
educador musical.
Nesse momento o olhar de musicoterapeuta é inevitável no que
tange aos aspectos não musicais do grupo. Mesmo trabalhando diretamente
com o público infantil em especial crianças na faixa etária dos 04 meses aos 08
anos de idade, o autor sentiu o desejo de realizar esse trabalho voltado ao
cuidador com o principal questionamento: Como que através das
improvisações musicais terapêuticas-IMT, a Musicoterapia pode contribuir para
uma melhor escuta entre esses profissionais e como isso pode refletir
positivamente para a saúde coletiva do grupo reverberando primeiramente na
pessoa, no ambiente de trabalho, e no manejo com as crianças que por eles
(as) são diariamente cuidadas?

A MUSICOTERAPIA NO AMBIENTE EDUCACIONAL

A música já era aplicada como processo terapêutico desde os


tempos antigos, porém a partir da primeira guerra mundial quando músicos
foram contratados para atuar em hospitais, visando aliviar as dores dos feridos
com a “ajuda musical” e durante a segunda guerra mundial tendo em vista o
maior número de feridos e traumas já mais visto, é que a música passou a ser
utilizada de forma mais efetiva e com maior embasamento cientifico, dando
origem a Musicoterapia (FERREIRA, 2011).
Segundo Bruscia (2000, p.7), existem várias definições para a
musicoterapia. Por ser uma disciplina e profissão transdisciplinar isto é, não ser
isolada nela mesma e por ter dupla personalidade (música e terapia), e por ela
ainda estar em processo de formação tendo em vista que muitos
musicoterapeutas e associações criaram suas próprias definições. A Federação
Mundial de Musicoterapia (World Federation of Music Therapy), define da
seguinte maneira.
A Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som,
ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com
um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a
comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão,
organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de
alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e
cognitivas.
A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer
funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor
integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor
qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento.
(REVISTA BRASILEIRA DE MUSICOTERAPIA, p. 4, 1996).
4

Segundo a União Brasileira de Musicoterapia-UBAM, definimos musicoterapia


como;
Musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da
música e da utilização de experiências musicais, resultantes do
encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas. A prática
da Musicoterapia objetiva favorecer o aumento das possibilidades de
existir e agir, seja no trabalho individual, com grupos, nas
comunidades, organizações, instituições de saúde e sociedade, nos
âmbitos da promoção, prevenção, reabilitação da saúde e de
transformação de contextos sociais e comunitários; evitando dessa
forma, que haja danos ou diminuição dos processos de
desenvolvimento do potencial das pessoas e/ ou comunidades. O
musicoterapeuta é o profissional de nível superior ou especialização,
com formação reconhecida pelo MEC e com registro em seu órgão de
representação de categoria. Ele/a é habilitado/a a exercer a profissão
no Brasil. Ele/a facilita um processo musicoterápico a partir de
avaliações específicas, com base na musicalidade e na necessidade
de cada pessoa e/ou grupo. Estabelece um plano de cuidado e um
processo musicoterápico a partir do vínculo e de avaliações
específicas atendendo às premissas de promoção da saúde, da
aprendizagem, da habilitação, da reabilitação, do empoderamento, da
mudança de contextos sociais e da qualidade de vida das pessoas,
grupos e comunidades atendidas. O musicoterapeuta pode atuar em
áreas como: Saúde, Educação, Social / Comunitária, Organizacional,
entre outras. (UNIÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE
MUSICOTERAPIA. Definição Brasileira de Musicoterapia. 2018).

Pode-se assim compreender que o musicoterapeuta é um


profissional qualificado para que através da música, dos sons e seus elementos
possa trabalhar com um cliente, ou grupo de clientes com a finalidade de tratar
e proporcionar resoluções para os seus problemas ou até mesmo atuar na
prevenção. E como isso se dá dentro dos espaços educativos em especial a
escola? Craveiro de Sá2 diz que os objetivos da musicoterapia no contexto da
educação são proporcionar abertura de canais de comunicação, fortalecer a
identidade do aluno e do educador, propiciar o desenvolvimento da consciência
afetiva e reflexiva, auxiliar nos processos da inclusão, tendo como base uma
escuta sensível, como também atuar na capacitação de educadores e atuar na
redução da agressividade por meio da canalização das emoções e
sentimentos.
Como profissional da área da educação infantil percebo no dia-a-dia
das escolas, que as professoras e auxiliares passam por uma rotina bastante
corrida e muitas vezes sobrecarregada de tarefas e cuidados com seus alunos
em especial crianças menores de 6 anos, na qual essa rotina gera desgaste
físico, mental e emocional significante ao ponto de interferir na qualidade de
vida dessas profissionais e na forma que as mesmas desenvolvem suas
funções.

1. Conteúdo retirado dos slides do curso realizado pela musicoterapeuta Leomara


Craveiro de Sá intitulado de “A música nos espaços terapêuticos e educativos” no ano
de 2015 em Fortaleza-CE.
5

USO DAS IMPROVISAÇÕES MUSICAIS TERAPEUTICAS COMO FORMA


DE ANALISAR E INTERVENVIR EM PROCESSOS GRUPAIS

A Abordagem Plurimodal de Musicoterapia-APM, deu início na sua


construção durante a década de 90. Esse modelo traz em seu corpo teórico o
pensamento de diversas correntes não se limitando a nenhum modelo teórico
musicoterapêutico antes existente, como cita o autor do modelo, o
musicoterapeuta argentino Dr. Diego Schapira.
La denominación “Plurimodal” alude a dos dimensiones, uma teórica
y outra prática. Com respecto a la dimensión teórica, es Plurimodal
por no estar incripto de manera indisolubre dentro de ninguno de los
denomindados como modelo teóricos musicoterapêuticos, tomando
conceptos de pensadores de distintas corrientes de pensamentos
teórico que nos resultan valiosos y útiles.(SHAPIRA, 2007, p. 29)

A APM tem como base fundamental o modelo de Musicoterapia


Analítica (MMA) desenvolvido pela musicoterapeuta Britânica Mary Priestley,
assim como outros que contribuíram para a construção desse modelo. Dentro
da visão da APM passamos a compreender o indivíduo como uma unidade
“biopsicosocioespiritual”, levando em consideração o mundo interno de cada
pessoa (Schapira, 2007).
Todo o ser humano tem um ser musical que leva dentro de si, isso é
inato, com tudo não estar relacionado ao que conhecemos como “talento
musical”, mas sim o que Mary Priestley chama de “Música interna”, núcleo da
psique onde reside o inconsciente, onde dentro de uma produção
sonoro/musical numa perspectiva musicoterapêutica, o resultado do que
cantamos ou tocamos ressona aquilo que na realidade somos como pessoa
(Schapira, 2007).
Dentro da APM temos o conhecimento dos Modos Expressivos-
Receptivos (ME-R), que está ligado diretamente ao modo ou forma que o
indivíduo se expressa na música, sobre esse assunto Schapira afirma.
Los Modos Expressivos-Receptivos de uma persona está diretamente
vinculados con su consideración como unidad biopsicosocioespiritual,
y está constituídos por todas aquellas pautas culturales y códigos de
comunicación que caracterizan a un grupo sociolinguístico
determinado. Contienen los ingredientes cualitativos de nuestros
actos cotidianos, como forma abstractas, expressadas a través de
nuestros actos cotidianos, y constituyen el modelo de la
personalidade expressiva de cada ser humano, em su dimensión
verbal, gestual, sonora y corporal. Esta configuración particular nos
obliga a los musicoterapeutas, en el rescate de la singularidade de las
personas con las que trabajamos, a indagar minuciosamente la
manera en que cada una de ellas se expresa. (SCHAPIRA, 2007, p.
52)

A forma como nos colocamos dentro do fazer musical muitas das


vezes se apresenta através dos ME-R aquilo que está dentro de nós em
especial no inconsciente, na qual, o musicoterapeuta com experiência na área
analítica é capaz de “ler” levando em consideração as quatro dimensões dos
ME-R, que são 1. Geral, 2. Do musicoterapeuta, 3. Da comunidade
6

sociolinguística ou subgrupo social dos usuários e 4. Específicos de cada


usuário ou grupo de usuários.
A improvisação musical é um recurso bastante utilizado na área
musical, constituída de uma forma peculiar de criação espontânea e
momentânea onde o improvisador cria uma música no “aqui e agora” munido
com técnicas e ferramentas inerentes para essa criação. Dentro da
Musicoterapia podemos encontrar quatro métodos específicos da profissão
descritos por Bruscia (2000.pg 121) como a Improvisação, a composição, a
recriação e a audição. Esses métodos são estratégias de intervenção onde o
musicoterapeuta elegerá o mais adequado para o seu paciente ou grupo. Com
isso Kenneth Bruscia afirma que;
Cada um desses tipos de experiência musical possui suas próprias
características particulares e cada uma delas é definida por seus
processos específicos de engajamento. Cada tipo envolve um
conjunto de comportamentos sensório-motor distinto, requer
diferentes tipos de habilidades perceptivas e cognitivas, evoca
diferentes tipos de emoções e engaja em um processo interpessoal
diferente. Em função disso, cada tipo também tem seus próprios
potenciais e aplicações terapêuticas (BRUSCIA, 2000, p.121).

Schapira (2007) citando Bruscia, explica que;


La improvisación fue introducida em la fábrica de la musicoterapia
hace unos cuarenta años, no mucho después de que la preofesión
naciera em los Estados Unidos y en el reino Unido. En los ’60, Paul
Nordoff (un compositor americano) y Clives Robbins (un educador
especial inglés) comenzaron a desarrollar su forma de trabajo con
diversos niños discapacitados, con Nordoff improvisando en el piano y
Robbins trabajando diretamente con el niño (...). (SCHAPIRA apud
BRUSCIA 2007.pg 115)

Com isso, passamos a entender que a improvisação é uma prática


de suma importância para a área da Musicoterapia, pois através dessa técnica
3, o indivíduo consegue expressar-se além dos conteúdos musicais e

paralelamente deixando externar também seus conteúdos internos não


musicais. Sobre a improvisação no contexto terapêutico, a musicoterapeuta Lia
Rejane de Barcellos diz que;
A improvisação se aplica a todo processo de desenvolvimento e pode
promover a expressão e “descarga pessoal”. Assim, a
desinternalização de materiais e estruturas utilizadas permite que se
conheça melhor e mais rapidamente a pessoa que improvisa, ao
mesmo tempo que lhe traz um efeito benéfico, resultando da ação
expressiva e comunicativa. (BARCELLOS, 1994.pg 14)

Na APM existem quatro eixos de ação; 1. A improvisação musical


terapêutica, 2. O trabalho com canções, 3. A técnica de estimulação de
imagens e sensações através do som (EISS) e 4. O uso seletivo da música
editada4 Sendo as duas últimas técnicas, pertencentes ao eixo de técnicas

3
Termo utilizado pela Drª. Lia Rejane de Barcelos, musicoterapeuta e teórica brasileira de
notoriedade nacional e internacional.
4 Tradução realizada do espanhol para o português pelo autor através do Google tradutor.
7

receptivas. Dentre os quatro eixos mencionados, o referente trabalho focará na


Improvisação Musical Terapêutica-IMP por trabalhar a forma espontânea de
fazer música, ou de “brincar musical” termo definido por Barcellos (1994.
Pg13).
Diego Schapira define a Improvisação Musical Terapêutica-IMT
como um recurso na qual está centrado no usuário5 com base na produção
sonora/musical e não na estética como é considerado dentro do âmbito
artístico. Sobre esse tema o autor diz que;
Em la musicoterapia, cuando nuestros usuários improvisan, están y
son en la música. El produto es tan irrelevante desde una perspectiva
estética artística, como importante desde la construccion de una
estética personal (o grupal) que nos revela la forma de estar em la
vida de quienes improvisan. (SCHAPIRA, 2007. Pg 118).

O objetivo da IMT, é que por meio dos modos expressivos


receptivos se realize análise e interpretações dos fenômenos internos dos
participantes do grupo e como também da sonoridade geral das pessoas que
ali estão presentes na interação musical. Dentro da improvisação musical
terapêutica encontramos duas classificações que são as seguintes;

 Improvisação não referencial, voltada a uma improvisação livre e de


caráter exploratório.
 Improvisação referencial, caracterizada por um direcionamento e
sugestões de alguns temas na qual acontecerá a improvisação.
Na improvisação referencial ainda podemos encontrar quatro variantes,
que são elas;

 Descritiva: O paciente descreve os acontecimentos durante a sessão,


podendo ser uma situação, um lugar, uma relação, podendo ser de
maneira explicita ou implícita.
 Associativa: O paciente realizará associações onde a capacidade de
abstrair é preponderante e o paciente não poderá estar em estado
alterado de consciência ou sob o uso de drogas.
 Orientadas ao material: O paciente é orientado a seguir uma determinada
forma musical ou escolher uma determinada classe de instrumentos
para a realização da sessão.
 Técnica de sustentação: O paciente tem a liberdade de se expressar
vocalmente na sua maneira e sem restrição, onde o terapeuta vai
oferecendo diversos acordes com base na improvisação e o paciente
pode escolher entre dois e três acordes para “sustentar” a sua
improvisação.
Segundo Schapira (2007), através dos resultados das improvisações
musicais terapêuticas, realiza-se a leitura e a análise dos materiais
apresentados durante a sessão afim de entender e compreender os conteúdos
internos e oferecer a melhor resolução para as questões trazidas pelo paciente
ou grupo. Para isso o autor aconselha o uso de equipamentos de gravação
para a coleta e a posterior analise da IMT.

5
Termo utilizado por Shapira para designar cliente ou paciente.
8

Para a realização das avaliações, a abordagem Plurimodal se utiliza


de algumas considerações teóricas da Musicoterapia Morfológica6, na
Classificação de Interações Musicais (CIM)7 e no uso das IAPs 8(Improvisation
Assessment Profiles) para realizar as analises musicoterapêuticas.
Segundo Schapira (2007) esse instrumento de avaliação desenhado
especialmente para a improvisação musical possui seis perfis e cada perfil
contem partes de variações musicais. Vejamos a seguir no quadro apresentado
pelo autor.

Perfil Variações

Saliência Submisso
Concordante
Contribuinte
Controlador
Opressivo

Tensão Hipotenso
Calmo
Cíclico
Tenso
Hipertenso

Autonomia Dependente
Subordinado
Companheiro
Líder
Independente

Integração Indiferenciados
Fusionados
Integrados
Diferenciados
Sobre diferenciados

Variabilidade Rígido
Estável
Variável
Contrastante
Aleatório

Congruência Não comprometido


Congruente
Centrado
Incongruente
Polarizado

6
Abordagem musicoterapêutica desenvolvida na Alemanha e que tem suas bases
na Psicologia Morfológica.
7
Classificação desenhada por Pavlicevic.
8
Escala de avaliação criada por Dr. Kennet Bruscia
9

Não se faz necessário descrever cada perfil de maneira detalhada


pelo objetivo do presente trabalho aqui apresentado, contudo fica claro a
importância desse instrumento como um recurso para a captação de
informações durante as intervenções terapêuticas sendo na forma individual ou
grupal.
Para a interpretação dos materiais apresentados pelo grupo e
coletados através das avaliações do musicoterapeuta Plurimodal, a leitura
psicanalítica será um fator preponderante para que isso ocorra de forma eficaz,
tendo em vista que através das improvisações se busque interpretações não
musicais dos conteúdos internos das pessoas envolvidas.
Schapira (2007) afirma que “Para el Abordaje Plurimodal la música
es más que uma proyección simbólica de contenidos inconscientes. Lá música
que suena es la forma de estar em el mundo de quien improvisa, e en
consecuencia eso que suena es la persona”. Sendo assim e de acordo com
Smeijsters (1999) entendendo que os processos musicais em Musicoterapia
são análogos aos processos psicológicos, sendo assim totalmente possível a
realização das interpretações das IMTs em um processo individual ou até
mesmo grupal.

METODOLOGIA

O presente trabalho tem como objetivo, apresentar propostas de


vivencias grupais com docentes que atuem dentro da educação infantil, com o
objetivo de proporcionar experiências musicais com base nas improvisações
musicais terapêuticas com o olhar da Abordagem Plurimodal de Musicoterapia,
que tem como autor desta abordagem o musicoterapeuta argentino Dr. Diego
Schapira.
Os encontros acontecerão periodicamente dentro da jornada de
trabalho dos docentes onde o momento para tal, será acordado com os
gestores e as sessões terão duração de no máximo 02 horas.
Como mediadores do processo terapêutico grupal, além do
musicoterapeuta também pode ser solicitado a presença do psicólogo escolar
para contribuir dentro do processo e atuando como um co-terapeuta. Esse
trabalho se constituirá como um momento de liberdade de expressão por meio
da música e que através desses momentos, vínculos possam ser construídos,
fortalecidos e pessoas possam ser acolhidas e cuidadas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A música acompanha o homem desde os tempos remotos e


desempenha para com ele diferentes funções, dentre estas funções o papel
terapêutico é algo muito presente nos efeitos que ela proporciona. A cada dia a
Musicoterapia tem conquistado diversos espaços em Fortaleza, capital do
Estado do Ceará iniciando esse caminho em 2016 junto com a formação da
primeira turma de musicoterapeutas através do curso de especialização
promovido pela Faculdade Padre Dourado-FACPED por meio do Instituto
Graduale. Atualmente estamos finalizando com a primeira turma de
musicoterapeutas Plurimodal, abordagem de grande importância para a prática
da Musicoterapia clínica e grupal.
A improvisação musical é uma das técnicas da musicoterapia
(Bruscia, 2000) mais utilizada entre os profissionais, pois através do potencial
expressivo e criativo conseguimos externalizar o que sentimos por meio da voz,
do instrumento musical e do corpo, conteúdos conscientes e inconscientes,
cabendo ao musicoterapeuta realizar as devidas intervenções.
O autor desse trabalho objetiva realizar grupos periódicos formado
por professoras e auxiliares da educação infantil para que por meio do uso das
improvisações musicais terapêuticas-IMT, possam acontecer momentos de
investimento na saúde pessoal e grupal melhorando o ambiente de trabalho e
no manejo com o público alvo que são as crianças diariamente atendidas por
elas.
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REFERENCIAS

BARCELLOS, L R M. Caderno de musicoterapia, 3. Aspectos do


Desenvolvimento de um Quadro de Epilepsia com Expressão Deficitária-Uma
Abordagem Musicoterápica/Lia Rejane Mendes Barcellos. Rio de Janeiro:
Enelivros, 1994.
BRUSCIA, K E. Definindo musicoterapia. Tradução: Mariza Velloso
Fernandez Conde. 2. ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000.
CRAVEIRO DE SÁ, L. A música nos espaços terapêuticos e educativos.
2015. Slides.
GATTINO, G. FERRAI, K. AZEVEDO, G. SOUZA, F. PIZZOL, F. SANTANA, D.
Tradução, adaptação transcultural e evidências de validade da escala
Improvisation Assessment Profiles (IAPs) para o uso no Brasil: Parte 1.
Revista Brasileira de Musicoterapia-Ano XVIII, p. 92-116, nº 20 ano, 2016.
SCHAPIRA, D. et al. Musicoterapia Abordaje Plurimodal. Argentina: ADIM,
2007.
SILVA, D. A MUSICOTERAPIA NA ESCOLA: O papel do musicoterapeuta
na intervenção escolar de alunos com dificuldades de aprendizagem. 11f.
Artigo (conclusão do curso de especialização em Musicoterapia) - Instituto
Graduale, Faculdade Padre Dourado, Fortaleza, 2016.
UNIÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE MUSICOTERAPIA. Definição
Brasileira de Musicoterapia. 2018. Disponível
em: http://ubammusicoterapia.com.br/definicao-brasileira-de-musicoterapia/.
_________________________________. Definição de Musicoterapia. 2018.
Disponível em: http://ubammusicoterapia.com.br/institucional/o-que-e-
musicoterapia/.

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