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Como usar um capotraste – Bruno Grunig 2

Introdução

Usar um capotraste, a princípio pode parecer um tanto complicado. Mas na verdade não é.
Basta compreender a função do capotraste e explorar suas possibilidades.

É o que vou fazer neste manual. Explicar o que é e para que serve o capotraste, bem como
explorar algumas de suas possibilidades.

O importante para você é não ir direto ao uso prático do capotraste. Procure compreender -
é bastante fácil - o que exatamente o capotraste pode fazer. Assim poderá você mesmo
encontrar as soluções e explorar suas possibilidades.

Importante saber que o capotraste não é um acessório para se usar o tempo todo ao tocar
violão ou guitarra. Usa-se o capotraste em situações especiais, como você verá mais
adiante.

Entretanto, para um iniciante em violão, pode ser usado até mesmo para substituir a
pestana, em alguns casos.

Mas é importante que você saiba – repetindo – que não deverá simplesmente “incorporar o
capotraste ao seu instrumento para usar sempre as mesmas posições de acordes. Isto seria
estagnar seus estudos.

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Aprenda mais teoria de violão

O primeiro passo para tirar músicas por si mesmo, sem depender de ler cifras, é aprender
teoria.

E não é preciso estudar anos. Em alguns dias você pode assimilar o necessário para
compreender campo harmônico e escalas, abrindo caminho para descobrir os acordes de
uma música.

Saiba mais clicando no link abaixo:

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O que é um capotraste

Capotraste é um acessório para violão e guitarra, como mostrado na foto abaixo. Em geral é
apresentado num formato parecido com “pegador” de roupas (que se usa para pendurar
roupas no varal). Geralmente é de metal, com borracha nas partes que fazem contato com o
violão (ou guitarra).

Nota: daqui por diante, vou mencionar apenas “violão”. Mas fica implícito que se
pode usar o capotraste tanto no violão como na guitarra.

Funciona como um “clamp” que se prende ao braço do violão, com a parte arredondada na
parte traseira do braço e a parte reta na escala.

Uma vez colocado no violão, o capotraste aumenta em meio tom para cada casa, todas as
cordas.

Ou seja, na prática, se você colocar o capotraste na primeira casa do violão, o braço do


violão já não começa na primeira casa e sim, na segunda. E ao invés de ter as notas E, A,
D, G, B e E nas cordas soltas, você terá: F, A#, D#, G#, C e F. É claro: uma casa = meio
tom acima.

E assim por diante.

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Escala cromática

Uma escala cromática, nada mais é do que aquela que contém todas as notas, incluindo os
meio-tons. Começando da nota C (dó), teremos então:

C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B

Lembrando que poderíamos fazer a mesma escala com bemóis. O sustenido (#) aumenta a
nota em meio tom. O bemol (b) diminui a nota em meio tom.

Porém, na prática, utilizamos somente o sustenido, porque teríamos as mesmas notas na


escala cromática, apenas mudando de nome. Veja abaixo:

C, Db, D, Eb, E, F, Gb, G, Ab, A, Bb, B

O que significa que na prática, estas notas são iguais, têm o mesmo som:

C# = Db

D# = Eb

F# = Gb

G# = Ab

A# = Bb

Esta explicação vale para ilustrar a ação do capotraste. Ele aumenta as notas. De meio em
meio tom, seguindo a escala cromática, para cada casa do violão.

Vejamos por exemplo o que acontece com a corda 6 (mais grossa = E).

A escala cromática da sexta corda, começa na nota E (corda solta). E segue de meio em
meio tom para cada casa (E, F, F#, etc.).

Colocando o capotraste na primeira casa, o braço do violão começaria na segunda casa, e a


sexta corda solta seria F (meio tom acima de E).

A mesma coisa ocorre nas demais cordas.

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Fazendo acordes com o capotraste

Após a colocação do capotraste, o que acontece com os acordes? Simples. Basta você
imaginar que o braço do violão começa não mais na primeira casa, e sim na casa seguinte à
que recebeu o capotraste.

A partir daí, você faz os acordes com os mesmos desenhos já conhecidos. Eles estarão,
entretanto, soando outros acordes, dependendo da casa em que se encontra o capotraste.

Por exemplo:

Suponhamos que o capotraste esteja colocado na segunda casa. A partir daí, a nova
“primeira casa” do violão é a terceira casa. Se você fizer um acorde D (ré maior), na verdade
ele será aumentado de um tom (meio tom para cada casa, lembra?), porque o capotraste
está na segunda casa, aumentando todas as cordas em um tom. Portanto, utilizando a
mesma posição de D, teríamos um acorde E (mi maior), que é um tom acima de D.

Exatamente a mesma coisa ocorre com os demais acordes. Se você faz a posição de C (dó
maior), terá um D (ré maior). Se fizer um E (mi maior), terá um F# (fá sustenido maior). E
assim por diante.

Seguindo este mesmo exemplo, traga o capotraste para a terceira casa. As posições acima
exemplificadas ficariam assim:

Posição D = F

Posição C = D#

Posição E = G

Porquê? Porque você aumentou uma casa, aumentou portanto meio tom. Lembrando
novamente: cada casa adiante, mais meio tom. Basta seguir a escala cromática.

Mais adiante você terá uma tabela com as posições e acordes resultantes em cada casa.
Mas creio que você já entendeu a coisa. Basta andar de meio em meio tom para cada casa.

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Exemplos de acordes com o capotraste

Veja a figura à esquerda. O capotraste


está na segunda casa do violão,
aumentando todas as cordas em um tom.

O formato do acorde aí é D (ré maior),


mas como o capotraste aumentou em um
tom, o som é de um E (mi maior).

Este outro exemplo, também com o


capotraste na segunda casa, mostra um
acorde com o formato de C (dó maior).
Novamente, como o capotraste
aumentou um tom (duas casas), teremos,
ao invés de um C, um D (ré maior).

Mais um exemplo: trouxemos o


capotraste uma casa adiante, na terceira
casa. Um acorde com o formato de D (ré
maior), fica sendo um F (fá maior),
porque o capotraste na terceira casa
aumentou tudo em três semitons.

O capotraste e a pestana

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Uma das coisas que mais apavora iniciantes em violão é fazer a famigerada pestana. Que
nada mais é do que atravessar o dedo indicador em uma determinada casa do violão,
apertando todas as cordas.

Soou familiar, não é? Isso é exatamente o que o capotraste faz.

Entretanto, tenha em mente o seguinte:

O capotraste não substitui a pestana

Má notícia, não é mesmo? Como você verá mais adiante, haverá situações em que a
pestana, mesmo com o uso do capotraste, será exigida. Tudo depende da tonalidade em
que se vai tocar e o tipo de som que se deseja obter.

A boa notícia é que em alguns casos o capotraste elimina o uso da pestana. Só em alguns
casos.

Na verdade, fazendo um pouco de esforço, usando um raciocício lógico e alguns truques,


seria possível eliminar, na maioria dos casos, a pestana. O problema é que você pode
acabar desistindo, pela demora em decifrar o que deve fazer. E também pode acabar com
um som indesejável.

Isso porque o capotraste usado muito para a frente no braço do violão, faz com que o som
fique mais agudo. E nem sempre isso funciona bem.

Por outro lado, seria necessário um estudo acurado do uso do capotraste para se utilizar
diversas possibilidades sem pensar muito.

Vamos examinar um exemplo mais adiante, que lhe mostrará um truque de uso do
capotraste.

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Capotraste – Dica de utilização número um

Suponhamos que você queira transportar uma música que tem os seguintes acordes: C, F e
G. Antes de usar o capotraste, veja o que você precisa fazer.

Se você precisa aumentar a música um tom, seria besteira usar o capotraste. Pois seus
novos acordes seriam: D, G e A. Ou seja, sem o uso do capotraste, a pestana do acorde F
sumiu, pois no lugar de F veio G.

Mas indo mais adiante, suponhamos que você precise aumentar mais ainda o tom, para E,
ou seja, a tonalidade era C e você vai aumentar 4 semitons. O primeiro pensamento que lhe
viria, para usar o capotraste, seria colocar o mesmo na casa 4 e tocar os acordes no formato
C, F e G, que então seriam E, A e B.

Acontece que sobrou aí uma pestana, não foi? Você teria que fazer o acorde com o formato
de F (que teria o som de A). Você então olha para o capotraste e diz: “ô, coisinha inútil”, não
é? Não cometa esta injustiça.

Veja o que você pode fazer. Transportando a música para D, G e A, como acima
mencionado ficou fácil de tocar, certo? Mas você queria um tom mais alto. Você quer tocar
em E.

Coloque o capotraste na casa 2 e toque os acordes D, G e A, completamente livres e


desprovidos da pestana que você odeia. Com o capotraste na casa 2, tocando os formatos
D, G e A, você obtém então o som de E, A e B, conforme você queria.

Além do mais, este truquezinho também ajuda a evitar o uso do capotraste muito para frente
no braço do violão, para não acabar com aquele som muito agudo, esganiçado.

Aposto que a esta altura você já está gostando daquele pedaço de ferro que parece um
pegador de roupa, é ou não é?

Veja a seguir, as ilustrações do exemplo acima

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A tonalidade original da música

A primeira idéia: capotraste na quarta casa e mesmo formato. Sobrou a pestana...

A idéia melhor: capotraste na segunda casa e acordes no formato D, G e A

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Resultado: a música foi devidamente transportada em 4 semitons, usamos o capotraste e


eliminamos a pestana. Iuhuuuu!!!!

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Formatos e sequencias de acordes sem pestana

Aposto que você está pensando em como utilizar todos os acordes sem pestana com o
capotraste, para fugir da pestana. Não?

Tudo bem, não há problema nisso, contanto que você me prometa que vai estudar a
formação correta de todos os acordes, tenham eles pestana ou não. Prometido? Então tá
legal. Afinal, você não quer ser um “violeiro burro”, que só sabe meia dúzia de acordes e
carrega uma capotraste no bolso.

O que quero dizer com isso é o seguinte: se você leva violão a sério, pode usar o
capotraste. Mas não para suprir deficiências que você quer tornar eternas. Você precisa
evoluir, aprender e treinar, certo?

Muito bem. Quais são os acordes que conhecemos que não usam pestana? Que
sequencias formam estes acordes? E como podemos utilizá-los com a pestana? Vamos lá.

Sequencia 1 – A, D e E

Sequencia 2 – D, G e A (poderemos ter aí também o Em que não tem pestana)

Sequencia 3 – G, C e D (poderemos ter Em e Am que não têm pestana)

Parece pouco, não é? Mas lembre-se do nosso truque. Utilizando aquela dica, de
transportar primeiro para uma tonalidade fácil e depois usar o capotraste, você pode fazer
muita coisa.

No caso da sequencia 1, não foi possível colocar nenhum acorde relativo pertencente ao
campo harmônico, porque todos teriam pestana (F#m, Bm e C#m).

Formato A, D e E

Agora vejamos o que você pode fazer com estas posições. É muito simples. Utilizando este
formato, basta acrescentar meio tom para cada casa do violão.

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Capo casa 0 A D E

Capo casa 1 A# D# F

Capo casa 2 B E F#

Capo casa 3 C F G

Capo casa 4 C# F# G#

Capo casa 5 D G A

Capo casa 6 D# G# A#

Capo casa 7 E A B

Repare nas colunas como os acordes crescem de meio em meio tom. O exemplo mostra até
a casa 7. Para continuar, basta acrescentar meio tom a cada acorde.

Lembre-se da regra:

Em qualquer casa que você colocar o capotraste, sua nova “casa 1” fica sendo
aquela imediatamente após o capotraste. Exemplo: Capotraste na casa quatro, a
nova casa 1 fica sendo a casa cinco.

Seguindo esta regra, suponhamos que você coloque o capotraste na casa 4. Com os
acordes no formato A, D e E, você teria o som de C#, F# e G#, conforme a tabela.

E os acordes seriam feitos normalmente, considerando a regra. O formato A na casa 6 e


assim por diante.

Portanto, neste exemplo, você faria as posições:

A, D e E

Mas obteria o som de:

C#, F# e G#

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Veja as imagens:

Capotraste na casa 4, posição A

Som = C#

Capotraste na casa 4, posição D

Som = F#

Capotraste na casa 4, posição E

Som = G#

Suponhamos que então você queira tocar numa tonalidade:

• Mais alta - Basta passar o capotraste para a casa 5 (ou seis ou sete...) e fazer
as mesmas posições. Lembre-se para cada casa adiante, mais meio tom.

• Mais baixa – Basta passar o capotraste para a casa 3 ( ou 2 ou 1). Para cada
casa atrás, menos meio tom.

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Usando o capotraste para aumentar a tonalidade

Isso óbvio, mas vamos relembrar. Suponhamos que você está tocando uma música, com
qualquer tipo de acorde e qualquer tonalidade. Para aumentar a tonalidade da música sem
modificar o formato dos acordes, basta colocar o capotraste na casa desejada, dependendo
de quantos semitons você quer aumentar.

Exemplo: uma música em D (ré maior), com os acordes: D, Bm, G e A :

• Capotraste na casa 1 = Nova tonalidade = D# Acordes: D#, Cm, G# e A#

• Capotraste na casa 2 = Nova tonalidade = E Acordes: E, C#m, A e B

• Capotraste na casa 3 = Nova tonalidade = F Acordes: F, Dm, A# e C

E assim por diante, seguindo a escala cromática.

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Exemplos Práticos

Vamos “dissecar” alguns exemplos, para que a utilização do capotraste fique mais clara.

Exemplo 1 – Música em A# (lá maior sustenido), com acordes: A#, D#, Cm, F7

Opção 1 – Capotraste na casa 1, posições A, D, Bm, E7 – Esta é a opção mais


óbvia, num exemplo simples.

Opção 2 – Capotraste na casa 3, posições G, C, Am, D7

Opção 3 – Capotraste na casa 8, posições D, G, Em, A7 – Esta opção cria um som


bastante agudo no violão, por estar numa casa bastante adiante no braço. Ideal para
tocar com dois violões, por exemplo, um com a opção um e outro com esta opção.
Cria um “ambiente” diferente.

O exemplo acima serviria também para uma situação em você tivesse uma música na
tonalidade de C (dó maior) e tivesse que transportar dois semitons abaixo. Suponhamos que
a música tivesse os acordes C, Am, F e G. Transportando dois semintons abaixo, teríamos:
A#, Gm, D# e F. Bastaria então aplicar as opções mencionadas:

Opção 1 – Capotraste na casa 1, posições A, Gm (pestana), D e E – Neste caso,


sobrou uma pestana (Gm).

Opção 2 – Capotraste na casa 3, posições G, Em, C e D

- A opção 3 fica prejudicada neste caso, devido ao segundo acorde, que seria uma
posição de Bm na casa 10.

Exemplo dois – Música em G# (sol maior sustenido), com acordes G#, Fm, C# e D#

Opção 1 – Capotraste na casa 1, posições G, Em, C e D – óbvio.

Opção 2 – Capotraste na casa 8, posições C, Am, D e G – Esta opção resulta num


som bastante agudo, como no exemplo anterior.

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Dica para transporte de tonalidade

A primeira coisa que pensamos ao fazer transporte de tonalidade no violão, é: “mais para a
frente no braço, mais alta a tonalidade” e vice-versa.

Mas há um pequeno truque para utilizar em algumas situações.

Alguns cantores e cantoras cantam numa tonalidade tão alta, que você precisa abaixar
muitos semitons para conseguir cantar.

Muito bem, o que aconteceria se você aumentasse a tonalidade ao invés de abaixar. Aposto
que você pensou: “aí é que eu não aguento mesmo!!!”. Eu digo: não necessariamente.

O que acontece é que, em alguns casos, a tonalidade estaria tão alta, que bastaria você (ou
quem fosse cantar), abaixar a voz uma oitava!!! Calma que já explico melhor.

Pegue por exemplo uma música de Zezé di Camargo e Luciano. Zezé canta numa
tonalidade muito alta. Muito mesmo. Em algumas músicas de Zezé, para adequar a
tonalidade à minha voz, preciso abaixar seis semitons. Vejamos o que acontece:

Veja abaixo a escala cromática repetida duas vezes, para facilitar a compreensão:

C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B, C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B
D - Tonalidade original
G# - Seis semitons abaixo
G# - Seis semitons acima

O que aconteceu aí? Resulta que as doze notas da escala cromática acabam repetindo-se
em qualquer sentido que você ande. Portanto, se você tiver que andar seis semitons ou
mais, tanto faz ir para frente ou para trás.

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Tabela de acordes usando capotraste

Segue abaixo uma tabela de acordes usando o capotraste até a casa 5. Na coluna “Acorde”
você tem a posição executada. Nas colunas à direita, o acorde resultante com o capotraste
na casa correspondente.

Por exemplo: Você faz o acorde A, com o capotraste na casa 4. Estará obtendo o som de
C#. Este exemplo está marcado na tabela.

Capo Capo Capo Capo


Acorde
Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4
A A# B C C#
Am A#m Bm Cm C#m
B C C# D D#
Bm Cm C#m Dm D#m
C C# D D# E
D D# E F F#
Dm D#m Em Fm F#m
E F F# G G#
Em Fm F#m Gm G#m
F F# G G# A
G G# A A# B

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Um pouco de teoria – formação dos acordes

Acordes naturais (sem alterações, como “7”, “9”...), são formados por três graus da escala
de cada tonalidade. Os graus 1, 3 e 5. Por exemplo:

Escala de F# (Fá sustenido maior) = 1)F#, 2)G#, 3)A#, 4)B, 5)C#, 6)D#, 7)F

Então, o acorde F# (Fá sustenido maior), será formado pelas notas:

1)F# 3) A# 5) C#

O exemplo abaixo já foi mencionado anteriormente. Colocamos o capotraste na casa 4 e


fizemos a posição de D (ré maior), obtendo um F# (Fá sustenido).

Para que você veja como não há mágica nem truque algum no uso do capotraste, vamos
nos basear na teoria de formação dos acordes para ver como foi que este “D” virou F#.

O capotraste está apertando todas as cordas na casa 4. Os meus dedos estão apertando as
três cordas mais agudas. Vejamos que notas há em cada casa:

Corda 6, casa 4 = G# = não pertence ao acorde

Corda 5, casa 4 = C# = pertence ao acorde F#, mas não deve ser tocada, porque o acorde
ficaria com baixo em C#.

Corda 4, casa 4 = F# = pertence ao acorde F# (grau 1) e é o baixo do mesmo.

Corda 3, casa 6 = C# = pertence ao acorde F# (grau 5)

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Corda 2, casa 7 = F# = pertence ao acorde F# (grau 1)

Corda 1, casa 6 = A# = pertence ao acorde F# (grau 3) e completa os três graus


necessários à formação do acorde.

Percebeu? Assim como na formação de acordes sem o capotraste, com este a teoria é a
mesma. Temos que obter os graus necessários à formação do acorde. Apenas facilitamos
as coisas utilizando posições já conhecidas.

Procure observar outros acordes e verá que a mesma situação se repete. Se isto não
acontecer, algo está errado. Música não é uma coisa abstrata, aleatória. É, em teoria,
matemática. Na prática a coisa fica diferente, mas isto é outro assunto.

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Falando mais um pouco de pestana

Conforme já foi dito, nem sempre é possível eliminar completamente a pestana usando o
capotraste. Vamos examinar alguns casos em que isso é possível, para que você já tenha
uma boa idéia quando pensar em usar o capotraste em alguma música.

Sequencia: D, Bm, G e A – Neste caso, temos uma pestana (Bm). Para eliminá-la,
colocamos o capotraste na casa 7 e fazemos as posições: G, Em, C e D (que soarão
D, Bm, G e A).

Sequencia: E, A, B – Capotraste na casa 2 e posições D, G e A (que soarão E, A e


B).

Sequencia: C, F, G – Capotraste na casa 3 e posições A, D e G (que soarão C, F e


G).

Sequencia B, E e F# - Capotraste na casa 2 e posições A, D e G (que soarão B, E e


F#).

Sequencia F, A# e C – Capotraste na casa 3 e posições D, G e A (que soarão F, A#


e C).

A esta altura, você já deve ter “pegado” a essência da coisa. Faça suas próprias
experiencias, baseando-se na teoria e nos exemplos dados aqui. Você – com certeza – irá
surpreender-se com uma infinidade de possibilidades disponibilizadas por um simples
capotraste.

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