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Luís Anes

EMERGÊNCIAS
MÉDICAS NO
CONSULTÓRIO
Como lidar com emergências
médicas em medicina dentária ?

LUÍS ANES
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Luís Anes

EMERGÊNCIAS MÉDICAS
NO CONSULTÓRIO
Como lidar com emergências médicas em
medicina dentária?

Luís Anes

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Luís Anes

Prefácio
Neste manual encontram-se as emergências médicas mais comuns
que podem ocorrer num consultório de medicina dentária e a forma
como o médico dentista deve atuar. Procurei simplificar ao máximo a
informação, referindo apenas os atos que o médico dentista é capaz de
realizar e os materiais que normalmente se encontram disponíveis nos
consultórios.

No início, após uma breve introdução, apresento uma série de


algoritmos que facilitam a procura e a obtenção da informação. Nestes
algoritmos existem referências às páginas onde se encontra a
informação necessária para gestão da vítima.

O objetivo deste manual é dar as linhas de orientação básicas para


que o médico dentista consiga atuar da melhor forma possível perante
uma emergência médica. É importante realçar que este manual não
substitui a necessidade de formação nesta área, nomeadamente o
suporte básico de vida e o suporte avançado de vida.

A informação que consta neste livro é baseada em artigos científicos


e em manuais, contudo é da responsabilidade do médico dentista a
escolha do procedimento a levar a cabo tendo em conta o seu
conhecimento e as limitações do consultório onde se encontra.

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Luís Anes

Índice

Introdução .......................................................................................................6

Algoritmos de Diagnóstico ...........................................................................8

Perda de Consciência ..................................................................................16

Síncope Vasodepressora ............................................................................18

Hipotensão Postural.....................................................................................20

Insuficiência Adrenal Aguda.......................................................................22

Desconforto Respiratório ............................................................................26

Obstrução da Via Aérea Causada por um Corpo Estranho ...................28

Hiperventilação ............................................................................................32

Asma ..............................................................................................................34

Insuficiência Cardíaca e Edema Pulmonar Agudo..................................36

Alteração da Consciência ...........................................................................38

Diabetes: Hiperglicemia e Hipoglicemia ..................................................40

Disfunção da Glândula Tiróide...................................................................44

Acidente Vascular Cerebral ........................................................................46

Crise Epilética ...............................................................................................48

Reações de Overdose .................................................................................50

Reações Alérgicas ........................................................................................54

Angina de Peito ............................................................................................58

Enfarte Agudo do Miocárdio ......................................................................60

Paragem Cardíaca ........................................................................................62

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Introdução

E
mergências médicas são eventos patológicos que podem ocorrer
no consultório de medicina dentária, não só ao paciente, mas a
qualquer pessoa que frequente este espaço.

Apesar de serem pouco frequentes, é necessário que toda a


equipa médica e não médica do consultório saiba como proceder caso
este tipo de situações ocorra.

Os fatores de risco, descritos na literatura, que estão


relacionados com uma maior incidência destes eventos são a idade
avançada, as consultas demoradas e a medicação.

Na primeira consulta deve ser preenchido um questionário clínico


exaustivo de modo a perceber se existem fatores de risco ou patologias
e assim prevenir ou antecipar possíveis emergências.

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Luís Anes

Ao longo deste manual serão apresentadas diversas situações


emergentes contudo é importante simplificar e ter em mente que:

- A administração de fármacos não é necessária para o tratamento


imediato de emergências médicas.
- O suporte básico de vida é sempre a primeira abordagem, quando
necessário.
- Quando em dúvida, não medicar (excepto no caso do choque
anafilático onde se deve fazer o suporte básico de vida seguido de
uma injeção de adrenalina).

É fulcral que o consultório esteja equipado com os utensílios e


fármacos necessários para gerir situações emergentes:

- Fármacos injetáveis:
- Adrenalina (1mg/mL).

- Fármacos não injetáveis:


- Vasodilatador: Nitroglicerina em comprimido sublingual.
- Broncodilatador: Salbutamol em pó para inalação.
- Antihipoglicémico: açúcar, sumo de laranja, refrigerante.
- Antiagregante plaquetar: Aspirina ou Clopidogrel.
- Oxigénio: 1 cilindro.

- Equipamento
- Sistema de oxigénio.
- Desfibrilador automático externo.
- Seringas e agulhas para administração de fármacos (2mL).
- Aspiração de alto volume.
- Torniquetes.
- Pinça Magill para intubação.

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Luís Anes

Algoritmos de Diagnóstico

A
lgoritmos são excelentes ferramentas que permitem simplificar
tanto o diagnóstico como a escolha do tratamento. Nas
próximas páginas encontram-se vários algoritmos sobre as
emergências médicas com referências às páginas onde se encontra a
informação necessária para gerir da melhor forma uma situação
emergente.

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Perda de Consciência

E
m vários artigos, a perda de consciência tem sido descrita como
a situação emergente mais comum que ocorre nos consultórios
de medicina dentária.

As causas mais frequentes são: síncope vasodepressora


(desmaio), administração ou injeção de fármacos, hipotensão
ortostática, epilepsia e hipoglicemia.

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1 - Reconhecer o estado inconsciente do paciente.


• Ausência de resposta a estímulos sensitivos.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Posição de supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Verificar a circulação sanguínea.


• Verificar o pulso carotídeo d urante 10 segundos.
• Se não tiver pulso:
• Iniciar suporte básico de vida (compressões torácicas).
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Se tiver pulso - passar para o passo 6.

6 - Verificar se respira.
• Inclinar a cabeça para trás, colocando uma mão na testa da vítima
e aplicando uma pressão firme.
• Elevar o queixo, colocando a ponta de dois dedos na sínfise
mentoniana e aplicando uma pressão firme para cima.
• Ouvir, ver e sentir a respiração:
• Se respira - manter a via aérea permeável e administrar O2, se
necessário.
• Se não - deve-se avaliar outros parâmetros:
• Remover qualquer tipo de obstrução. Se forem líquidos deve-
se inclinar ainda mais a vítima para trás e virá-la para um dos
lados para que o conteúdo seja eliminado.
• Iniciar ventilação artificial (ar atmosférico ou com O2).
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).

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Luís Anes

Síncope Vasodepressora

S
íncope vasodepressora ou sincope vasovagal é mais conhecida,
no senso comum, por desmaio. É muito frequente e, apesar de
ser benigna e auto-limitante, se não for corretamente gerida pode
ameaçar a vida do paciente.

Os procedimentos dentários mais frequentemente associados a


esta emergência médica são as extrações e as injeções.

Os fatores de risco são o medo, a ansiedade e o stress. Existe


uma série de sinais e sintomas que permitem ao médico dentista
antecipar e prever estas situações, por exemplo, quando o paciente
relata sensação de calor, palidez, náuseas e taquicardia.

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Luís Anes

1 - Avaliar o estado de consciência do paciente.


• Ausência de resposta a estímulos sensitivos.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Posição de supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.

6 - Tratamento definitivo.
• Administrar O2.
• Monitorizar os sinais vitais.

7 - Avaliar o estado da vítima:


• Recuperou - administrar açúcar e remarcar consulta.
• Não recuperou - Ligar para os serviços de emergência (112).

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Hipotensão Postural

H
ipotensão postural, também conhecida como hipotensão
ortostática consiste na perda de consciência causada por uma
queda de pelo menos 20mmHg na pressão arterial sistólica e
de pelo menos 10mmHg na pressão arterial diastólica quando o
paciente está na posição de pé.

Existe uma série de fatores que predispõem o paciente a este


tipo de situação: injeção de medicamentos, estados tardios de gravidez,
idade avançada, etc.

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Luís Anes

1 - Avaliar o estado de consciência do paciente.


• Ausência ou não de resposta a estímulos sensitivos.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Posição de supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.
• Na maioria dos casos os pacientes recuperam com este passo.
• Se não melhorou, passar para o passo 5.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso carotídeo durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.

6 - Tratamento definitivo.
• Administrar O2.
• Monitorizar os sinais vitais.

7 - Avaliar o estado da vítima:


• Recuperou - sentar o paciente muito lentamente.
• Não recuperou - Ligar para os serviços de emergência (112).

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Luís Anes

Insuficiência Adrenal Aguda

I
nsuficiência adrenal aguda é uma verdadeira emergência médica
na qual a vítima fica em perigo de vida imediato. Os níveis de
cortisol baixam, a vasculatura periférica colapsa e a assístolia
ventricular é a principal causa de morte.

A insuficiência adrenal pode ocorrer em pacientes com doença


de Addison ou em pacientes medicados com glicocorticoides exógenos
que vêem inibida a secreção endógena destas hormonas.

Deve-se suspeitar de uma supressão das glândulas supra-renais


quando o paciente toma doses elevadas e prolongadas de
glicocorticoides. Estes pacientes devem consultar o seu médico de
família antes da consulta com o médico dentista para prevenir este tipo
de emergências médicas.

A vítima pode estar consciente ou inconsciente.

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Paciente consciente

1 - Avaliar o estado do paciente.


• Confusão mental, náuseas, dor abdominal num paciente medicado
com glicocorticoides ou que cessou a terapêutica recentemente.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Se a vítima tiver sinais e sintomas de hipotensão:
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.
• Se a vítima não tiver sinais e sintomas de hipotensão:
• Colocá-la na posição mais confortável para o paciente.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.

6 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Monitorizar os sinais vitais a cada 5 minutos.
• Administrar O2.
• Administrar glicocorticoides se o paciente tiver consigo a “dose de
stress”, se necessário.

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Paciente inconsciente

1 - Avaliar o estado de consciência do paciente.


• Ausência de resposta a estímulos sensitivos.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.

6 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência (112).
• Administrar O2.
• Monitorizar sinais vitais a cada 5 minutos.
• Avaliar a história médica.
• Administrar glicocorticoides se o paciente tiver consigo a “dose de
stress”, se necessário.

7 - Transferir a vítima para o hospital.

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Desconforto Respiratório

A
dificuldade respiratória é um sintoma muitas vezes presente
em várias emergências médicas. As causas mais comuns são a
hiperventilação, a síncope vasodepressora, a asma, a
insuficiência cardíaca e a hipoglicemia.

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1 - Reconhecer a presença de desconforto respiratório.


• Pieira, tosse e alteração na frequência respiratória.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Não consciente:
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.
• Consciente:
• Colocá-la na posição mais confortável.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.

6 - Tratamento definitivo.
• Monitorizar os sinais vitais.
• Gerir o stress da vítima.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112), se necessário.

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Obstrução da Via Aérea Causada por


um Corpo Estranho

D
evido às possíveis complicações, a obstrução da via aérea
causada por um corpo estranho deve ser detetada e gerida o
mais rapidamente possível.

Durante os tratamentos dentários há o risco de pequenos


objetos caírem para a faringe e, por isso, todos os métodos preventivos
devem ser aplicados como, por exemplo, a utilização de isolamento
absoluto.

A obstrução pode ser total ou parcial, sendo possível distingui-


las pelos sintomas. Na obstrução completa, a vítima é incapaz de falar,
respirar, tossir e está em pânico. Na obstrução parcial, a vítima
apresenta tosse forçada, pieira, mas é capaz de respirar.

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Paciente Consciente

1 - Reconhecer a presença da obstrução da via aérea.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Incentivar a pessoa a tossir.


• Se não resolver passar para o passo seguinte.

4 - Efetuar até 5 pancadas firmes com a base da mão entre as


omoplatas da vítima num movimento de baixo para cima.
• Entre cada pancada verificar se a obstrução desapareceu.
• Se não resolver passar para o passo seguinte.

5 - Realizar até 5 vezes a manobra de Heilmlich.


• Entre cada manobra verificar se a obstrução desapareceu.
• Se não resolver passar para o passo seguinte.

6 - Alternar entre 5 pancadas firmes e 5 manobras de Heilmlich.


• Se não resolver passar para o passo seguinte.

7 - Ligar para os serviços de emergência médica (112).

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Paciente Inconsciente

1 - Reconhecer a presença da obstrução da via aérea.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Verificar a circulação sanguínea.


• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Se não tiver pulso:
• Iniciar suporte básico de vida (compressões torácicas).
• Ligar para os serviços de emergência médica (112)
• Se tiver pulso:
• Passar para o passo seguinte.

6 - Permeabilizar a via aérea.


• Inclinar a cabeça para trás, colocando uma mão na testa da vítima
e aplicando uma pressão firme.
• Elevar o queixo, colocando a ponta de dois dedos na sínfise
mentoniana e aplicando uma pressão firme para cima.
• Ouvir, ver e sentir a respiração:
• Se respira - manter a via aérea permeável.
• Se não - realizar manobra de Heimlich.

7 - Tratamento definitivo.
• Se todos os passos anteriores não permitirem a remoção da
obstrução nem a recuperação da vítima, deve-se ligar para os
serviços de emergência médica (112).

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Hiperventilação

H
iperventilação é definida como um excesso de ventilação para
além do necessário para que haja uma adequada concentração
de O2 e CO2 no sangue.

A causa principal desta emergência médica é o stress


relacionado com a consulta no médico dentista.

Os pacientes relatam sensação de desmaio eminente, alteração


no estado de consciência e tonturas.

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1 - Reconhecer o problema.
• Respiração rápida, profunda e descontrolada.

2 - Interromper o tratamento dentário.


• O estímulo que causou a situação (seringa, turbina, boticão) deve
sair do campo de visão do paciente.

3 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la sentada.

4 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• O suporte básico de vida raramente é necessário.

4 - Tratamento definitivo.
• Remover materiais que possam estar na cavidade oral do paciente.
• Acalmar o paciente.
• Corrigir a alcalose respiratória:
• Instruir a vítima para colocar as suas mãos em frente da boca e
nariz respirando o mesmo ar expirado.
• Não é recomendado respirar para dentro de um saco.
• Administrar diazepam (10mg) via oral, caso os passos anteriores
não tenham resultado.
• Tratamento dentário só é retomado se o paciente se acalmar e se
estiver disposto para tal.

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Asma

A
tualmente, a asma é definida como uma doença inflamatória
crónica caracterizada por uma obstrução reversível das vias
aéreas. A maioria dos paciente portadores desta doença são
assintomáticos, apresentando crises agudas esporadicamente.

A doença pode ser classificada em ligeira, moderada e severa.

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Luís Anes

1 - Reconhecer o problema.
• Desconforto respiratório e pieira.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la sentada.

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Acalmar o paciente.

7 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

8 - Tratamento definitivo.
• Administrar O2.
• Administrar broncodilatador que o paciente deve trazer sempre
consigo. É o paciente que deve administrar a si próprio a dose
habitual.
• Tratamento dentário só é retomado se o paciente se acalmar e se
estiver disposto para tal.
• O médico dentista só deve deixar sair o paciente quando este
estiver estável e recuperado.

9 - Se não resolveu:
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar adrenalina (0,3mL) IM na face lateral da coxa.
• A decisão de hospitalizar ou não a vítima está a cargo da equipa de
emergência médica.

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Insuficiência Cardíaca e Edema


Pulmonar Agudo

I
nsuficiência cardíaca é a incapacidade do coração bombear sangue
oxigenado em quantidade suficiente para assegurar as
necessidades metabólicas do organismo. Os sintomas principais
são a dispneia, o cansaço e a retenção de líquidos.

O edema pulmonar agudo é a consequência mais dramática de


uma insuficiência cardíaca. Trata-se de uma emergência médica em
que há acumulação e extravasamento de sangue para os alvéolos
pulmonares. Os sintomas são a dificuldade respiratória, a pressão no
peito, o aumento da frequência cardíaca, etc.

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1 - Reconhecer o problema.
• Paciente consciente com extrema dificuldade em respirar.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Posição mais confortável para a vítima, normalmente é sentada.

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Acalmar o paciente.

7 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

8 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar O2.
• Monitorizar sinais vitais a cada 5 minutos.
• Administrar vasodilatadores (nitroglicerina).
• Acalmar a vítima.

9 - Hospitalização.

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Alteração da Consciência

A
alteração de consciência é uma manifestação clínica que pode
estar associada a várias condições sistémicas. Se forem
aplicadas as medidas corretas e se a situação foi detetada
precocemente consegue-se prevenir a perda de consciência por parte
da vítima. As causas principais são overdose, hiperventilação,
hipoglicémia, hiperglicémia, etc.

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Luís Anes

1 - Reconhecer o problema.
• Alteração do estado de consciência.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Depende de qual foi a causa, mas na maioria das situações é
indicado posicionar a vítima na posição que lhe for mais confortável.
• Se perder a consciência é que deve ser colocada em supino.

5 - Verificar sinais vitais a cada 5 minutos.


• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

8 - Tratamento definitivo.
• Monitorizar sinais vitais a cada 5 minutos.
• Gerir os sinais e sintomas.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112), se necessário.

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Luís Anes

Diabetes: Hiperglicemia e
Hipoglicemia

A
diabetes é a doença endócrina mais comum. Os indivíduos
diabéticos apresentam níveis elevados de glicose no sangue
devido a defeitos na produção de insulina.

As complicações agudas que podem surgir são a hiperglicemia


e a hipoglicemia (<50mg nos adultos e <40mg nas crianças).

Como os sintomas são semelhantes e como os efeitos a curto


prazo da hipoglicemia são mais graves, perante um situação de
emergência em que o paciente está consciente deve-se atuar supondo
que se trata de uma hipoglicemia. Para além disso, a hiperglicemia
ocorre com muito menos frequência.

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Luís Anes

Hiperglicemia - Paciente Inconsciente

1 - Reconhecer o problema.
• Diminuição da resposta a estímulos sensitivos.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

7 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112), se necessário.
• Administrar O2.
• Transportar o paciente para o hospital.

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Hipoglicemia - Paciente Consciente

1 - Reconhecer o problema.
• Alteração do estado de consciência (incapaz de responder a
perguntas de forma coerente).
• Ausência de hálito alcoólico.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la na posição mais confortável.

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Verificar sinais vitais.


• Monitorizar a pressão arterial.

7 - Tratamento definitivo.
• Administrar hidratos de carbono (açúcar) por via oral.
• Permitir a completa recuperação (1h) e só depois permitir que o
paciente deixe o consultório.

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Luís Anes

Hipoglicemia - Paciente Inconsciente

1 - Reconhecer o problema.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

7 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar adrenalina IM e repetir com intervalos de 15 minutos
se necessário.
• Não administrar hidratos de carbono por via oral.
• Monitorizar o paciente.

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Luís Anes

Disfunção da Glândula Tiróide

A
glândula tiroide produz 3 hormonas que são vitais para a
regulação da atividade bioquímica a nível dos tecidos do
organismo. A sua disfunção pode levar à produção em
excesso ou em défice destas hormonas. O sintomas desta
emergência médica são muito variados.

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Luís Anes

1 - Reconhecer o problema.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

7 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar O2.

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Luís Anes

Acidente Vascular Cerebral

O
acidente vascular cerebral é causado por uma lesão vascular
que reduz o aporte sanguíneo ao cérebro causando dano e
morte celular na região que seria irrigada pelo vaso obstruído.

Existem dois tipos: o isquémico e o hemorrágico.

Os fatores predisponentes são a diabetes, as arritmias


cardíacas, a existência de história familiar, o tabaco e a inatividade
física.

Os sintomas são parésia facial, fala arrastada, falta de força nos


membros superiores, confusão mental, tonturas e forte dor de cabeça.

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Luís Anes

1 - Reconhecer o problema.
• Pedir ao paciente para sorrir (uma das comissuras não se eleva).
• Pedir ao paciente para elevar os membros superiores (um deles
começa a descer lentamente).
• Pedir ao paciente para repetir frases simples (fala arrastada).

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la na posição mais confortável, normalmente sentada.

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

7 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Monitorizar os sinais vitais.
• Administrar O2.
• Se a vítima perder a consciência deve colocá-la em supino, iniciar
suporte básico de vida se necessário e transportá-la para o hospital.

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Luís Anes

Crise Epilética

U
ma crise epiléptica resulta de uma alteração transitória na
função do cérebro caracterizada pelo início abrupto de
sintomas motores, sensoriais e psicológicos.

A principal função das pessoas que assistem a uma crise


epiléptica é assegurar que a vítima não se magoa e aguardar para que a
crise passe.

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Luís Anes

1 - Reconhecer o problema.
• Falta de resposta a estímulos sensitivos.
• Convulsões.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Não há necessidade de alterar a sua posição (pequeno mal).
• Colocá-la em supino (grande mal).

5 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

6 - Tratamento definitivo.
• Nunca contrariar as convulsões, apenas proteger a vítima para não
se magoar.
• Desviar objetos da vítima.
• Não colocar nada na boca da vítima.
• Desapertar roupas na região do pescoço.
• Esperar até que a crise epiléptica termine.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Se demorar mais de 5 minutos é importante a presença de uma
equipa de emergência médica.

6 - Quando a crise passar:


• Colocar a vítima em posição lateral de segurança.
• Não dar água para beber.
• Não tentar levantar a vítima.
• Aguardar perto da vítima até ela recuperar completamente.

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Luís Anes

Reações de Overdose

A
s reações de overdose são uma série de sinais e sintomas
clínicos que resultam de níveis elevados de um determinado
fármaco na corrente sanguínea e nos tecidos e orgãos alvo.

Os sintomas variam se se trata de uma reação de overdose de


início lento ou de início rápido.

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Luís Anes

Reação de overdose com início lento ou intermédio

1 - Reconhecer o problema.
• 5 a 10 minutos (ou mais) depois da administração da anestesia
local: aumento da ansiedade, palpitação muscular, aumento da
frequência cardíaca e da frequência respiratória, aumento da pressão
arterial.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la na posição mais confortável.

5 - Acalmar o paciente.

6 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

7 - Tratamento definitivo.
• Administrar O2.
• Monitorizar os sinais vitais.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112), se necessário.
• Aguardar pela completa recuperação do paciente antes de este
abandonar o consultório.

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Luís Anes

Reação de overdose com início rápido

1 - Reconhecer o problema.
• Os sintomas iniciam-se até 1 minuto após a administração da
anestesia local: convulsões generalizadas e perda de consciência.

2 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.

3 - Ligar para os serviços de emergência médica (112)

4 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

5 - Tratamento definitivo.
• Administrar O2.
• Proteger a vítima para não se magoar.
• Monitorizar sinais vitais.

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Luís Anes

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Luís Anes

Reações Alérgicas

A
s reações alérgicas são definidas como uma hipersensibilidade
adquirida quando a vítima é exposta a um alergénio particular.

As manifestações clínicas podem ser imediatas ou tardias,


estendendo-se até 48h após a exposição.

A situação mais complicada e que pode comprometer a vida da


vítima é o choque anafilático.

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Luís Anes

Reação alérgica na pele

1 - Reconhecer o problema.
• Comichão, urticária, edema e pele avermelhada.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la na posição mais confortável.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

6 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112), se a
recuperação não ocorrer rapidamente.
• Observar o paciente.
• Administrar anti-histamínico oral, se necessário.
• Agendar consulta com médico de família antes da próxima ida ao
médico dentista.

7 - Se houver envolvimento respiratório e/ou circulatório:


• Colocar a vítima em supino.
• Administrar O2.
• Administrar adrenalina IM.

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Luís Anes

Reação alérgica respiratória

1 - Reconhecer o problema.
• Pieira, utilização de músculos acessórios durante a respiração.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la na posição mais confortável.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

6 - Remover materiais que possam estar na cavidade oral do


paciente.

7 - Acalmar o paciente.

8 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Monitorizar os sinais vitais.

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Luís Anes

Choque anafilático

1 - Reconhecer o problema.
• Sinais e sintomas: urticária (erupção cutânea, muito pruriginosa,
caracterizada por placas avermelhadas pelo corpo), angioedema
(inchaço na pele, nas mucosas, à volta dos olhos, nos lábios, na
língua, etc), dificuldade respiratória.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la em supino com os pés ligeiramente mais elevados.
• Em grávidas não se deve elevar os pés, principalmente no 3º
trimestre de gravidez.
• A grávida deve ser colocada em supino esquerdo.

5 - Verificar sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

6 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar adrenalina IM na face lateral da coxa.
• Administrar O2.
• Monitorizar os sinais vitais.

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Luís Anes

Angina de Peito

A
angina de peito é caracterizada por uma dor torácica, de
duração inferior a 20 minutos, normalmente subesternal, de
início gradual, precipitada pela atividade física, emoção ou por
uma refeição pesada.

Resulta de uma inadequada circulação coronária sendo os


sintomas aliviados com fármacos vasodilatadores em poucos minutos.

A palpação da parede torácica não é dolorosa.

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Luís Anes

1 - Reconhecer o problema.
• Dor no peito, o paciente normalmente reconhece e diz que está a
ter um ataque de angina de peito.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la numa posição confortável.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

6 - Tratamento definitivo.

• Se a vítima tem história de angina de peito:


• Administrar vasodilatador e O2.
• Se não resolver :
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar aspirina.
• Monitorizar e registar sinais vitais.

• Se vítima não tem história de angina de peito:


• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar O2.
• Monitorizar e registar sinais vitais.

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Luís Anes

Enfarte Agudo do Miocárdio

O
enfarte agudo do miocárdio resulta de um défice de
suprimento sanguíneo na região do miocárdio que leva à morte
celular e à necrose.

O sintoma principal é uma dor subestrenal prolongada mais


intensa do que a dor provocada pela angina de peito, que irradia para o
braço esquerdo, mão, ombros, pescoço e mandíbula.

Os tratamentos dentários devem ser evitados no período de 6


meses após um enfarte agudo do miocárdio.

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Luís Anes

1 - Reconhecer o problema.
• Dor no peito, sem história médica de angina.

2 - Interromper o tratamento dentário.

3 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

4 - Posicionar a vítima.
• Colocá-la numa posição confortável.

5 - Verificar os sinais vitais.


• Ver, ouvir e sentir a respiração durante 10 segundos.
• Verificar o pulso durante 10 segundos.
• Monitorizar a pressão arterial.
• Iniciar suporte básico de vida, se necessário.

6 - Tratamento definitivo.
• Ligar para os serviços de emergência médica (112).
• Administrar O2.
• Administrar aspirina.
• Controlar a dor.
• Monitorizar e registar os sinais vitais.
• Preparar para lidar com possíveis complicações (paragem
cardíaca).

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Luís Anes

Paragem Cardíaca

A
s emergências médicas anteriormente referidas, no extremo,
podem culminar numa paragem cardíaca. Esta emergência
médica ocorre quando o coração cessa a sua principal função:
bombear sangue.

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1 - Reconhecer o problema.
• Paciente inconsciente, não responde a estímulos e não respira.

2 - Ativar o protocolo de emergência do consultório.

3 - Verificar se respira durante 10 segundos.


• Ver, ouvir e sentir a respiração.
• Se sim, colocar em posição lateral de segurança.
• Se não, passar para o passo seguinte.

4 - Verificar o pulso durante 10 segundos.


• Verificar a cada 2 minutos.

5 - Ligar para os serviços de emergência médica (112).


• Se estiver sozinho - ligar em alta voz ao mesmo tempo que faz o
passo seguinte.
• Se estiver com outra pessoa - pedir a essa pessoa para ligar
enquanto faz o passo seguinte.

6 - Iniciar ciclos de 30 compressões e 2 insuflações (só fazer


insuflações se estiver à vontade para tal e se nenhuma das pessoas tiver
doenças contagiosas).
• Ritmo de 100 compressões por minuto.
• Comprimir o tórax 5cm.
• Permitir a retoma à posição inicial do tórax antes de fazer nova
compressão.
• Minimizar interrupções.
• Evitar excessiva ventilação.
• Manter as manobras de reanimação até:
• Chegar ajuda diferenciada.
• Ficar exausto.
• A vítima recuperar.

7 - Se estiver disponível e tiver formação, utilize o desfibrilador


automático externo, se necessário.

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