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Curso de Estomatologia para

CIRURGIÕES-DENTISTAS DA REDE
PÚBLICA DE ATENÇÃO À SAÚDE

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Módulo 6

LESÕES PROLIFERATIVAS
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LESÕES PROLIFERATIVAS
Neste módulo, abordaremos as principais lesões proliferativas em mucosa bucal. Serão consideradas
lesões que apresentam-se como pápulas ou nódulos, exofíticos1 ou submucosos. Além disso, serão incluídos
alguns casos de bolhas/vesículas (mucocele e rânula) e lesões vasculares (hemangioma e linfangioma),
porque, às vezes, o seu aspecto clínico pode sugerir lesão sólida e, portanto, uma pápula ou nódulo.
Com relativa frequência, essas lesões são muito semelhantes entre si na sua aparência clínica. Por isso,
nestes casos, a definição do diagnóstico final só é possível a partir da biópsia e do exame histopatológico.
Entretanto, o conhecimento das principais características clínicas, localização preferencial, entre outros
fatores importantes, pode nos auxiliar no estabelecimento do diagnóstico diferencial. Além disso, como
veremos no decorrer do módulo, algumas lesões não apresentam indicação de biópsia, sendo esta,
inclusive, contraindicada (como no caso do hemangioma).
O primeiro passo importante para o diagnóstico das lesões proliferativas, assim como no diagnóstico
de qualquer outra alteração em mucosa bucal, é certificar-se que o quadro observado não corresponde
apenas a uma estrutura anatômica ou alteração da normalidade. No caso das lesões proliferativas, podemos
confundi-las com o tórus palatino, tórus mandibular, carúnculas sublinguais,papila parotídea e
papilas circunvaladas (Figura 1). Os tórus representam exostoses, ou seja, área onde houve formação
excessiva de tecido ósseo. Estes crescimentos exofíticos de tecido ósseo maduro se localizam no palato
duro ou na cortical lingual da mandíbula na região de pré-molares, bilateralmente e com morfologia
variável. Outro exemplo são os grânulos de Fordyce, pápulas amareladas em mucosa jugal ou labial, que
representam glândulas sebáceas em mucosa bucal, sendo uma variação anatômica normal por estarem
aparecendo fora da sua localização habitual (pele).
Carúnculas sublinguais, papila parotídea e papilas circunvaladas são estruturas anatômicas que
eventualmente são confundidas com lesões.

Tem crescimento para o lado externo


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A B FIGURA 1. Algumas estruturas anatômicas


ou variações do padrão da normalidade
devem ser consideradas antes de definirmos
que o crescimento observado representa
de fato uma lesão. Dentre estras situações
podemos citar o tórus palatino (A), o tórus
C D mandibular (B), carúnculas sublinguais (C),
papilas circunvaladas (D), papila parotídea
(E) e grânulos de Fordyce (F).

E F

Fonte: : A, B e F - NEVILLE et al. (2009); C, D, E – FO/UFRGS.

Outro ponto importante é saber que tanto lesões de origem reacional (associadas a fatores
irritativos/trauma) ou tumoral podem apresentar-se clinicamente como uma lesão proliferativa, ou
seja, como nódulo ou pápula. Equivale dizermos que lesões de natureza diferente são clinicamente
semelhantes, sendo possível restringirmos a lista de hipóteses em alguns casos. Contudo, na maioria das
vezes, a natureza da lesão e o diagnóstico definitivo só serão estabelecidos através da biópsia e exame
histopatológico. As lesões proliferativas mais frequentes em mucosa bucal e que serão abordadas neste
módulo estão descritas na tabela 1.

Natureza Diagnóstico
Benigna (reacional) Mucocele
Rânula
Hiperplasia inflamatória
Fibroma ossificante periférico
Granuloma piogênico
Lesão de células gigantes
Benigna (tumoral) Fibroma
Lipoma
Hemangioma
Linfangioma
Papiloma
Tumor benigno de glândula salivar
Maligna Carcinoma espinocelular (CEC)
Tumor maligno de glândula salivar

Tabela 1. Lesōes proliferativas da cavidade bucal

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Mucocele (figuras 9 e 12) é uma lesão extremamente comum causada pela ruptura de um ducto
de uma glândula salivar, levando ao acúmulo de mucina/muco no interior dos tecidos moles. Isso gera
uma resposta inflamatória nos tecidos adjacentes e esse aumento de volume pode dar a falsa impressão
de tratar-se de uma lesão proliferativa ou nodular, o que justifica a inclusão da lesão neste módulo.
Outra situação que favorece essa falsa impressão é a consistência da lesão, que pode ser mais firme,
sugerindo uma lesão sólida. Outras vezes, a consistência flutuante revela a natureza bolhosa da lesão e
o diagnóstico se torna mais fácil.
Esta lesão é vista com mais frequência em pacientes jovens, mas não é exclusiva desta faixa
etária. Clinicamente, vemos uma tumefação com tamanho que varia de poucos milímetros a vários
centímetros. A coloração depende da profundidade da lesão, sendo as mais superficiais translúcidas/
azuladas e as mais profundas de coloração semelhante à observada na mucosa normal adjacente. A
localização preferencial é o lábio inferior. Com menor frequência, podemos ver lesões em mucosa
jugal, ventre de língua e palato mole. Em diversos casos, o paciente relata que a lesão é recorrente,
ou seja, desaparece e ressurge. Alguns pacientes referem rompimento da lesão com liberação de
material viscoso (muco) e reaparecimento após dias ou semanas. Isto ocorre porque a glândula
salivar menor afetada continua produzindo muco, que novamente acumula-se no local. Há outras
lesões que podem assemelhar-se ao mucocele, como o fibroma, lesão que também será abordada neste
módulo. A característica de lesão com mais ou menos 1 cm de diâmetro, e com limites bem definidos
é compartilhada por outras lesões benignas. Portanto, o diagnóstico diferencial inclui outras entidades
patológicas. A conduta é a biópsia excisional (total) seguida de exame histopatológico, exames
complementares que possibilitarão alcançar o diagnóstico definitivo. Tendo como hipótese mucocele,
recomenda-se, na biópsia excisional, a remoção das glândulas salivares menores localizadas em torno
da lesão, minimizando o risco de recorrências.
Rânula é o termo utilizado para um mucocele localizado em assoalho bucal. O extravasamento
de muco tem origem na glândula sublingual, no ducto da glândula sublingual ou em glândulas
salivares menores presentes no assoalho de boca. Clinicamente,observa-se uma tumefação azulada,
flutuante, que usualmente tende a atingir vários centímetros, podendo causar a elevação da língua.
O tratamento consiste na remoção ou marsupialização2 da glândula sublingual. Outras lesões
devem ser consideradas como diagnósticos diferenciais nesta região anatômica, especialmente cisto
dermóide e cisto epidérmico.
A hiperplasia inflamatória (figuras 5 e 6)representa uma lesão reacional causada por
um trauma de baixa intensidade. Próteses desadaptadas, próteses com câmara de sucção, dentes
fraturadose hábitos nocivos (trauma crônico/de repetição) são alguns exemplos de fatores que
podem levar a uma hiperplasia inflamatória. Esta lesão apresenta crescimento lento, a localização
é variável e depende diretamente do trauma. Por exemplo, percebemos com frequência lesões
proliferativas em rebordo associadas com prótese total desadaptada. A hiperplasia inflamatória
pode apresentar superfície tanto lisa quanto irregular/lobulada. O tamanho é variável e pode ir de
poucos milímetros até vários centímetros. Para certas lesões é difícil identificar com clareza que há
participação de agente irritativo, e apenas após o exame histopatológico o diagnóstico é confirmado.
Por se tratar de uma lesão limitada e com crescimento lento, as demais hipóteses incluem apenas
lesões benignas (reacionais ou tumorais). A conduta é a remoção total do tecido hiperplásico,
que deve ser encaminhado à análise histológica para confirmar o diagnóstico, e remoção do fator
irritante que gerou a lesão, a fim de evitar recorrência.
As lesões a seguir ocorrem com mais frequência em gengiva e por esta razão fazem
diagnóstico diferencial entre si. São elas: fibroma ossificante periférico, granuloma piogênico e lesão
periférica de células gigantes. Assim, quando identificamos uma lesão proliferativa de crescimento
expansivo em gengiva devemos iniciar nosso raciocínio diagnóstico pensando nestas três lesões. As
2
Estabelecer cirurgicamente uma comunicação entre a cavidade patológica e o meio bucal, eliminando a pressão hidrostática no interior
da lesão, o que invariavelmente leva à redução progressiva da lesão e que facilita sua remoção posteriormente.

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três são consideradas lesões reacionais restritas aos tecidos moles, e são desencadeadas por fatores
irritativos crônicos como cálculo, restaurações rugosas, dentes fraturados. A radiografia periapical
pode mostrar algum grau de erosão superficial do osso causada pelo crescimento da lesão. Também
podemos observar a origem da lesão, que não é em tecido ósseo. Esta informação é importante para
diferenciar estas três lesões da lesão central de células gigantes ou outras lesões com origem intra-
óssea. A radiografia periapical também pode mostrar que a lesão contém material mineralizado,
o que favorece o diagnóstico de fibroma ossificante periférico. Para as três lesões o diagnóstico
final só será estabelecido de forma definitiva após exame histopatológico. A conduta frente à lesões
proliferativas em gengiva é a remoção total do tecido (que deve obrigatoriamente ser encaminhado
para exame histopatológico) associada com a raspagem e alisamento dos dentes envolvidos com a
lesão, e também do periósteo3. Adotando esta conduta, a recorrência de qualquer uma destas lesões
é rara. A seguir serão abordados os principais aspectos de cada uma dalas, guiando o raciocínio
diagnóstico para se estabelecer qual a principal hipótese clínica.
O fibroma ossificante periférico (figuras 2 e 3) representa um crescimento de tecido
mole com focos de tecido mineralizado no interior. Esta lesão apresenta coloração semelhante
a da mucosa normal adjacente ou pálida (mais esbranquiçada). A superfície se apresenta lisa ou
lobulada e a lesão pode ser tanto séssil quanto pediculada. A consistência pode variar de acordo
com a proporção de material calcificado no interior da lesão. Em alguns casos é possível perceber o
endurecimento à palpação. A radiografia periapical pode sugerir a presença de material calcificado
no interior. Entretanto, em casos com pouco material mineralizado, essa alteração não é percebida.
O crescimento da lesão é lento e pode causar deslocamento dos dentes próximos.
O granuloma piogênico (figuras 2, 3 e 4) representa um crescimento de tecido mole
ricamente vascularizado. A lesão apresenta coloração avermelhada, sendo a sua superfície friável4 e,
em muitos casos, ulcerada. Lesões mais antigas podem apresentar um grau de fibrose maior e assim
perder a sua coloração vermelha intensa. A base da lesão pode ser tanto séssil quanto pediculada. Na
radiografia periapical usualmente não observam-se alterações e não há o deslocamento dos dentes.
Embora mais comum em gengiva, o granuloma piogênico pode ocorrer em outras localizações
como mucosa labial, jugal e língua.
A lesão periférica de células gigantes (figuras 2, 3 e 12) é idêntica à lesão central de células
gigantes do ponto de vista microscópico. Por isso, é importante definir através da avaliação clínica
(exames clínico e radiográfico) se a lesão tem origem intra-óssea ou se cresceu a partir dos tecidos
moles. A lesão periférica de células gigantes é uma lesão restrita à gengiva ou rebordo alveolar.
Radiograficamente, pode haver uma erosão do tecido ósseo, causada pelo crescimento da lesão. A
coloração varia do vermelho ao vermelho azulado. A base pode ser séssil ou pediculada. A superfície
pode ser lisa, lobulada e até mesmo ulcerada, geralmente em decorrência de algum trauma. Mesmo
um pequeno trauma ou sondagem leva ao sangramento. O diagnóstico diferencial para o granuloma
piogênico é extremamente difícil apenas com base nos achados clínicos.
A seguir iremos abordar as lesões proliferativas de origem tumoral (neoplasias). Os tumores se
dividem em benignos (crescimento lento e expansivo) e malignos (crescimento rápido e infiltrativo).
Os tumores benignos de origem mesenquimal (que surgem a partir do tecido conjuntivo) apresentam
características muito similares entre si. Sendo assim, o diagnóstico definitivo destas lesões é obtido apenas
através de exame histopatológico. Neste módulo, abordaremos apenas dois tumores mesenquimais mais
frequentes: fibroma e lipoma. Outros tumores com origem no tecido conjuntivo incluem o schwannoma
(figura 9), neurofibroma, miofibroma, leiomioma, tumor de células granulares (entre outros). Para todas
estas lesões, incluindo o fibroma e o lipoma, a conduta é realizar a biópsia excisional da lesão e enviar a
peça cirúrgica para exame histopatológico. Confirmando o diagnóstico de uma neoplasia mesenquimal
benigna, considera-se que o paciente está tratado. As recidivas são raras.

Membrana de tecido conjuntivo denso, vascularizada, fibrosa e resistente que envolve o tecido ósseo
3

Que se fragmenta facilmente.


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O fibroma (figura 5) representa o tumor de tecido mole que tem origem nos fibroblastos. Ele
ocorre com maior frequência na mucosa jugal, mas pode se desenvolver em qualquer localização da
boca. Clinicamente vemos um nódulo liso, bem delimitado, de coloração semelhante a da mucosa
adjacente, base séssil ou pediculada. Em alguns casos, a lesão pode apresentar coloração mais branca,
decorrente de trauma crônico na superfície da lesão. Pacientes negros podem apresentar fibromas
com a superfície pigmentada, decorrente da pigmentação racial (melanose). Usualmente as lesões
não excedem 1,5 cm.
O lipoma (figuras 5, 7, 8 e 9) representa o tumor de tecido mole que tem origem nos adipócitos
(células de gordura). Do ponto de vista clínico, a lesão se apresenta como um nódulo séssil ou
pediculado, bem delimitado, de superfície lisa, mais comum na mucosa jugal e vestíbulo. Uma
característica importante do lipoma que pode auxiliar a diferenciá-lo dos outros tumores é a sua
coloração. As lesões mais superficiais são amareladas, mas os tumores localizados profundamente
podem apresentar coloração idêntica à da mucosa normal. A maioria das lesões apresentam menos
de 3 cm de diâmetro, mas algumas podem ser maiores. Lesões observadas em assoalho bucal, por
exemplo, podem dificultar o fechamento da boca. Uma característica que ajuda a diferenciar o
lipoma de outras neoplasias benignas de tecido mole é o fato de a lesão boiar quando colocada no
frasco com formol. Embora nem sempre seja observado, esse aspecto coloca essa hipótese como
mais provável na nossa lista de diagnósticos diferenciais.
O linfangioma e o hemangioma são lesões que têm origem, respectivamente, nos vasos
linfáticos e vasos sanguíneos. Não há consenso sobre a origem destas lesões: neoplasias verdadeiras
ou malformações do desenvolvimento. O linfangioma (figura 11) possui características clínicas
peculiares e, em muitos casos, é possível realizar o diagnóstico somente pelo exame clínico.
Aproximadamente 50% dos linfangiomas já estão presentes no momento do nascimento e o
restante se desenvolve nos primeiros anos de vida. Qualquer local da mucosa pode ser afetado.
Entretanto, as lesões são vistas com mais frequência nos dois terços anteriores da língua, podendo
causar macroglossia5. A lesão usualmente é mal delimitada e superficial, com superfície pedregosa
lembrando “vesículas” transparentes agrupadas, podendo mostrar coloração semelhante à da
mucosa normal ou arroxeada. Nos casos em que não for possível fechar o diagnóstico clinicamente,
uma biópsia incisional poderá ser necessária para que o diagnóstico seja estabelecido. As lesões
podem ser extensas, impedindo a remoção cirúrgica completa.
O hemangioma (figuras 11, 12 e 13), assim como o linfangioma, pode apresentar limites
mal definidos. Isso é importante porque em alguns casos pensamos que a lesão é menor do que
ela realmente é, pois clinicamente observa-se apenas “a ponta do iceberg”. Estas lesões apresentam
coloração arroxeada em decorrência da extensa vascularização na área. A sua superfície é irregular,
porém não apresenta o padrão pedregoso visto no linfangioma. Uma manobra muito importante que
auxilia no diagnóstico do hemangioma é a diascopia/vitropressão, na qual realizamos uma pressão
sobre a lesão com uma lâmina de vidro. Neste momento, se a lesão for de origem vascular, como o
hemangioma, a pressão irá causar a diminuição do aporte sanguíneo e como consequência a lesão
fica esbranquiçada. Não é recomendado que seja feita a biópsia ou remoção cirúrgica de lesões com
hipótese diagnóstica de hemangioma, uma vez que não sabemos a extensão da lesão: se a incisão for
feita sobre a lesão, haverá hemorragia intens. A conduta para estes casos é a escleroterapia6, injeção
de agentes esclerosantes como o oleato de monoetanolamina (Ethamolin®) ou a solução hipertônica
de glicose (50% ou 75%). A esclerose é feita gradualmente ao longo de sessões espaçadas, e leva à
regressão e, em alguns casos, até a remissão completa da lesão. O intervalo entre as sessões é 14
dias, a fim de aguardar pelo efeito máximo de cada aplicação. Em outras situações, a decisão pode
ser pelo acompanhamento, sem nenhum tipo de intervenção, especialmente se não há queixa de
hemorragia frequente ou queixa estética.
5
Aumento ou hipertrofia da língua
6
Tratamento que se baseia na injeção de medicamentos em lesões vasculares, com o objetivo de induzir o fechamento dos vaso, efeito
popularmente chamado de “secar os veias”, da mesma forma que se faz com varizes localizadas nos membros inferiores.

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O papiloma (figura 10) representa o tumor benigno com origem nas células do epitélio
de revestimento da mucosa. O seu desenvolvimento está diretamente ligado com a infecção pelo
papiloma vírus humano (HPV). Ao exame físico, a lesão se caracteriza como um nódulo exofítico,
séssil ou pediculado, com projeções superficiais que podem ser pontudas ou rombas7. A coloração
da lesão pode variar de branca a semelhante à da mucosa. A conduta frente a hipótese de papiloma
é a biópsia excisional seguida de exame histopatológico para confirmar o diagnóstico. O papiloma
costuma ser uma lesão pequena (em torno de 5 mm) e solitária. Esta informação é importante
porque clinicamente o papiloma é muito semelhante ao condiloma acuminado, lesão menos comum
mas também associada ao HPV. O condiloma acuminado é considerado uma doença sexualmente
transmissível, e usualmente vemos lesões maiores e múltiplas que tendem a coalescer8.
Lesões proliferativas em boca podem representar tumores de glândula salivar benignos ou
malignos (Figuras 9 e 12). As localizações mais frequentes para estes tumores na cavidade bucal são
o palato e a mucosa labial superior. Entretanto, qualquer local com presença de glândulas salivares
menores pode ser acometido.
As lesões benignas são significativamente mais frequentes, sendo o adenoma pleomórfico a
principal delas. Essa lesão apresenta crescimento lento, expansivo e a mucosa que recobre a lesão
não apresenta alterações. Entre os tumores malignos os mais comuns podemos citar o carcinoma
adenóide cístico e o carcinoma mucoepidermóide. Ambos podem se apresentar clinicamente como
lesões proliferativas, ou seja, lesões nodulares. Quando o aumento de volume apresenta coloração
mais azulada, podemos suspeitar que a lesão produz muco, e que favorece a hipótese de carcinoma
mucoepidermóide. Contudo, o carcinoma adenóide cístico também pode produzir áreas que contém
muco e ter essa característica.
Em geral, os tumores malignos são lesões de comportamento agressivo, crescimento rápido,
infiltrativo, destrutivo, levando ao aparecimento de áreas de ulceração, mobilidade dentária,
reabsorção óssea. Entretanto, é possível que tumores malignos de glândula salivar não sigam essa
regra. Quando observa-se um nódulo no palato, uma tomografia pode auxiliar a definir o limite
da lesão, e se seu crescimento é mais expansivo (indicando tratar-se de um tumor benigno) ou
infiltrativo (sugerindo comportamento maligno). Usualmente, frente a uma hipótese de tumores de
glândula salivar, devemos planejar uma biópsia incisional.
Durante o transoperatório, caso a lesão se apresente bem circunscrita, o raciocínio favorece
tumor benigno, e a remoção total da lesão pode ser realizada. É mandatório que a peça seja enviada
à análise histopatológica para confirmar o diagnóstico. Se o resultado apontar um tumor maligno,
o paciente deverá ser encaminhado para um médico cirurgião de cabeça e pescoço para realizar o
tratamento.
A neoplasia maligna mais comum da cavidade bucal é sem dúvida o carcinoma espinocelular.
Como já vimos anteriormente no módulo de lesões ulceradas, a manifestação clínica mais comum
desta neoplasia é uma úlcera em cavidade bucal. Contudo, nem sempre, o carcinoma espinocelular
se apresentará como uma úlcera, podendo também ter a manifestação clínica de um nódulo. Por
esta razão, ele será abordado novamente neste módulo. Essa hipótese deve ser considerada em
pacientes que estão expostos aos fatores de risco (fumo e álcool para o câncer intra-bucal e exposição
a raios UV para o câncer de lábio). O nódulo exofítico pode ter superfície fungiforme9, papilar
ou verrucosa, e a sua coloração pode variar entre semelhante à mucosa, avermelhada (associada a
erosão) ou ainda esbranquiçada. Uma característica importante é que a massa se apresenta firme
a palpação, em decorrência da infiltração das células malignas. Histórico de crescimento rápido
também aumenta a suspeita de uma neoplasia maligna. A conduta deve ser a realização de uma
biópsia incisional seguida de exame histopatológico. Caso confirmado o diagnóstico, o paciente
7
Projeções mais curtas e largas.
8
Juntar-se, fundir-se.
9
Formato de cogumelo.

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deve ser encaminhado para o cirurgião de cabeça e pescoço.


A principal conclusão que podemos tirar deste módulo é que, para a maioria das lesões
proliferativas ou nodulares, a biópsia será mandatória para obtermos um diagnóstico final. As
características clínicas da lesão ajudam a nos guiar no raciocínio diagnóstico, mas na maioria dos
casos não são suficientes. As duas lesões que se diferenciam das demais são o hemangioma e o
linfangioma. O linfangioma é, na maioria dos casos, de diagnóstico clínico, e por ser muito extenso,
usualmente não recomenda-se a remoção completa. Quanto ao hemangioma, podemos utilizar-se
da diascopia/vitropressão para auxiliar no diagnóstico. Com relação ao manejo do paciente com
hemangioma, evita-se a cirurgia pelo elevado risco de hemorragia, sendo mais utilizada a esclerose
da lesão. O papiloma também apresenta um aspecto clínico bem típico, mas isso não é o suficiente
para dispensar a realização de uma biópsia que confirme o diagnóstico. Abaixo, apresentamos
algumas imagens clínicas das lesões abordadas para ilustrar a dificuldade de estabelecer o diagnóstico
baseado exclusivamente na apresentação clínica das lesões, mas reforçando as características que
podem nos auxiliar no diagnóstico diferencial. Além disso, incluímos uma tabela comparativa com
as principais características de cada lesão e a conduta recomendada para cada uma delas.

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Tabela 2 – Principais lesões nodulares/proliferativas da boca.

Diagnóstico Localização Características Clínicas Conduta


preferencial
Mucocele* Lábio Histórico de recorrência Remoção da lesão e das glândulas
inferior Tumefação com coloração translúcida/ salivares menores associadas
azulada ou semelhante à mucosa e com
consistência fibrosa ou flutuante
Rânula* Assoalho Tumefação com coloração translúcida/ Remoção ou marsupialização da
bucal azulada ou semelhante à mucosa. Sua glândula sublingual
consistência é fibrosa ou flutuante
Hiperplasia Palato, Associado à trauma ou fator irritativo, Biópsia excisional seguida de exame
Inflamatória rebordo, crescimento lento, coloração semelhante histopatológico
mucosa jugal à mucosa, superfície lisa ou irregular,
tamanho variável
Fibroma Gengiva Coloração semelhante à mucosa ou Biópsia excisional seguida de exame
ossificante esbranquiçada, superfície lisa ou lobulada, histopatológico
periférico – séssil ou pediculada, consistência fibrosa
FOP ou endurecida. Pode causar deslocamento
dos dentes
Granuloma Gengiva, Coloração avermelhada, superfície friável, Biópsia excisional seguida de exame
piogênico outras base séssil ou pediculada histopatológico
localizações
Lesão Gengiva Coloração avermelheda ou vermelho- Biópsia excisional seguida de exame
periféricas de azulada, sangrante ao toque, superfície histopatológico
células gigantes lisa ou irregular, base séssil ou pediculada
- LCG
Fibroma Mucosa Lesão nodular, bem delimitada, Biópsia excisional seguida de exame
jugal crescimento lento, séssil ou pediculada, histopatológico
superfície lisa, coloração semelhante à
mucosa ou esbranquiçada
Lipoma Mucosa Lesão nodular, bem delimitada, Biópsia excisional seguida de exame
jugal, crescimento lento, séssil ou pediculada, histopatológico
vestíbulo superfície lisa, coloração amarelada ou
semelhante à mucosa
Hemangioma - Limites mal definidos, superfície Escleroterapia, se necessário, ou
irregular, coloração arroxeada, mostra-se acompanhamento
isquemiada à diascopia
Linfangioma Língua Limites mal definidos, superfície Biópsia incisional se necessário
pedregosa, coloração semelhante à Acompanhamento
mucosa ou avermelhada
Carcinoma Língua, Crescimento rápido, massa exofítica de Biópsia incisional seguida de exame
espinocelular assoalho consistência firme, superfície fungiforme, histopatológico
papilar ou verrucosa, coloração
semelhante à mucosa, avermelhada ou
esbranquiçada
Tumor de Palato, Crescimento pode ser rápido ou lento, Biópsia incisional seguida de exame
glândulas mucosa coloração semelhante à da mucosa histopatológico
salivares labial normal adjacente ou azulada, mucosa
íntegra ou ulcerada, assintomática ou com
dor espontânea
* lesões que podem ser classificadas erroneamente como nódulos. Na verdade são bolhas.

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LESÕES EM GENGIVA : Diagnóstico diferencial entre granuloma piogênico, fibroma


ossificante periférico ou lesão periférica de células gigantes só é possível com biópsia e exame
histopatológico.

FIGURA 2. O granuloma
piogênico tende a ser mais
vermelho que as outras
lesões, mas no exemplo ao
lado vemos que este caso de
A B fibroma ossificante periférico
apresenta superfície erosiva
e, portanto, coloração bem
avermelhada. Como todas
estas lesões são aumentos de
volume em boca, elas estão
sujeitas a traumas que podem
levar a erosão ou até mesmo
ulceração da superfície. Por
C D isso, essa característica de
coloração pode nos auxiliar
no raciocínio diagnóstico,
mas não deve ser tomada
como obrigatória para uma
Fonte: : A, B – FO/UFRGS; C – NEVILLE et al (2009); D - REGEZI, SCIUBBA,
lesão ou outra.
JORDAN (2013).

FIGURA 3. Apresentação
clínica usual das lesões
nodulares em gengiva.
Note como o fibroma
ossificante periférico é mais
pálido comparado com
as outras lesões. Se fosse
A B possível palpar essa lesão,
provavelmente você sentiria
que ela também é mais
endurecida que as demais.
O granuloma piogênico e
a lesão de células gigantes
têm uma tendência a
sangramento ao menor
toque. Observe também
C D como a superfície destas
lesões é mais avermelhada
em decorrência das áreas de
Fonte: Fonte: A, B, C, D – FO/UFRGS. erosão.

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GRANULOMA PIOGÊNICO : Não ocorre apenas na gengiva!

A B

C D

FIGURA 4. Imagens de variações clínicas de granulomas piogênicos. Diferente do fibroma ossificante


periférico e da lesão central de células gigantes, que são lesões restritas à gengiva/rebordo alveolar, o
granuloma piogênico pode ocorrer em outras localizações da boca. As características clínicas seguem as
mesmas: nódulo exofítico séssil ou pediculado, usualmente apresentando superfície irregular e erosiva.

Fonte: : A – FO/UFRGS; C - REGEZI, SCIUBBA, JORDAN (2013); B, D – NEVILLE et al (2009).

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LESÕES PROLIFERATIVAS/NÓDULOS : Origem tumoral ou reacional?


Como mencionado anteriormente, muitas vezes será difícil distinguir clinicamente uma lesão
reacional de uma lesão tumoral. A hiperplasia inflamatória pode apresentar características clínicas
muito semelhantes às de tumores de tecido mole em cavidade bucal. Além disso, distinguir qual o
tumor de tecido mole também não é possível apenas com base nas características clínicas.

A B

C D

FIGURA 5. Imagens clínicas mostrando lesões com diferentes diagnósticos, mas com características
clínicas que se sobrepõem: nódulos exofíticos em mucosa jugal com coloracão semelhante à mucosa.
Note que em pacientes negros, a coloração é semelhante à coloração da mucosa, inclusive pigmentações
fisiológicas que o paciente possa ter em função da sua cor da pele (melanose).

Fonte: A; B e C – FO/UFRGS C – NEVILLE et al (2009)

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HIPERPLASIA INFLAMATÓRIA : Associação com fator irritativo

FIGURA 6. Imagens clínicas ilustrando relação da hiperplasia inflamatória com fator irritativo.
Dentes fraturados, mordida em mucosa jugal e braquete ortodôntico estão entre os principais agentes
desencadeadores. As hiperplasias inflamatórias de rebordo alveolar ou fundo de sulco vestibular são
extremamente comuns e podem atingir uma extensão grande. Notar que a lesão se desenvolve bem na
região da prótese.

Fonte: FO/UFRGS

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LIPOMA: coloração amarelada pode sugerir o diagnóstico, mas essa característica nem
sempre está presente

B
A

D
C

FIGURA 7. Imagens de lesões nodulares com diagnóstico confirmado de lipoma. Esta lesão tem origem
nas células de gordura, por isso, quando apresenta localização superficial, podemos ver uma coloração
amarelada através da mucosa (adipócitos). O lipoma pode atingir vários centímetros, como podemos ver
nestes exemplos de lesões localizadas em assoalho.

Fonte: A; B e C – FO/UFRGS; D- NEVILLE et al (2009).

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FIGURA 8. Imagem mostrando lesão exofítica pediculada em mucosa jugal com coloração amarelada, o
que já pode aumentar a suspeita do clínico de que seja um lipoma. Após a biópsia excisional, observou-se
que a peça cirúrgica boiou no formol, reforçando a suspeita. Contudo, estas características não excluem
a necessidade de enviar a peça para exame histopatológico, pois apenas a análise microscópica (exame
histopatológico) poderá confirmar o diagnóstico.

Fonte: FO/UFRGS

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LESÕES EM LÁBIO: mais um desafio diagnóstico.

A B

C D

FIGURA 9. O lábio representa a localização preferencial do mucocele, uma lesão reacional, com
coloração azulada e histórico de recorrências. Na maioria das vezes esta lesão acomete o lábio inferior,
já que este está mais sujeito a traumas. Entretanto, outras lesões também podem se desenvolver na
mucosa labial. Nas imagens acima, observam-se outras três lesões de origem tumoral: um lipoma, um
schwanoma e um adenoma pleomórfico. O schwanomma é um tumor de origem mesenquimal mais
raro e, por isso, não foi abordado diretamente durante o módulo. Entretanto, a inclusão desta imagem
neste painel reforça a importância do exame histopatológico. O adenoma pleomórfico representa o
tumor benigno de glândula mais comum. Embora seja mais frequente em palato, vemos que esta lesão
também pode ser observada no lábio superior.

Fonte: A - Dra. Etiene Munhoz; C – NEVILLE et al (2009); B e D – FO/UFRGS

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PAPILOMA: presença de projeções digitiformes é a dica para o diagnóstico.

A B

C D

FIGURA 10. O papiloma apresenta características clínicas bem típicas: projeções exofíticas afiladas
ou rombas que se assemelham a dedos. Isto facilita o diagnóstico diferencial com outras lesões, como
o fibroma e o lipoma. Entretanto, clinicamente essa lesão assemelha-se ao condiloma. Para fazer o
diagnóstico diferencial com essa lesão, observamos o número e o tamanho das lesões. O papiloma é
uma lesão única que usualmente não atinge grande dimensão, diferente do condiloma em que as lesões
são múltiplas e tendem a coalescer, formando lesões maiores.

Fonte: B, D – NEVILLE et al (2009); A e C - HCPA

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BIÓPSIA : exemplos de situações em que a biópsia é indicada.

A B

C D

FIGURA 11. Nas imagens acima vemos lesões muito características de linfangioma e hemangioma.
Estes casos não tem indicação de se realizar uma biópsia, pois a apresentação clínica confere segurança
ao diagnóstico. Observe como é difícil delimitar os limites das lesões.

Fonte: A, B – NEVILLE et al (2009); C e D - HCPA

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LESÕES AZULADAS/ARROXEADAS : dicas para o diagnóstico diferencial.

A B

C D

FIGURA 12. Nas imagens acima, observa-se exemplos de lesões que podem apresentar uma coloração
mais azulada/arroxeada. O hemangioma e a lesão periférica de células gigantes apresentam esta
coloração em decorrência do componente vascular, que é abundante. Já o mucocele e o carcinoma
mucoepidermóide, apresentam essa coloração por causa do muco presente no interior da lesão. Algumas
características favorecem algumas hipóteses, mas não fecham o diagnóstico: (1) a lesão periférica de
células gigantes ocorre apenas em gengiva/rebordo alveolar; (2) o mucocele ocorre com mais frequência
em lábio inferior e possui histórico de recorrências; (3) o carcinoma mucoepidermóide é mais comum
no palato e lábio superior e pode apresentar crescimento rápido e mais infiltrativo/destrutivo; (4) o
hemangioma costuma ocorrer em qualquer localização e pode ficar esbranquiçada, entretanto esta
lesão responde ao teste de diascopia/vitropressão.

Fonte: A - REGEZI, SCIUBBA, JORDAN (2013); B, C - NEVILLE et al (2009); D – FO/UFRGS

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Leitura LESÕES PROLIFERATIVAS

A B

FIGURA 13. Imagens ilustrando a manobra semiotécnica da diascopia em um hemangioma em lábio


inferior. Note que quando a lâmina de vidro é pressionada contra a lesão, essa sofre um empalidecimento
confirmando a origem vascular.

Fonte: HCPA

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LESÕES PROLIFERATIVAS TUMORAIS

A B

C D

FIGURA 14. Nestas imagens são apresentados alguns casos de neoplasias com manifestação clínica
de lesão nodular. Dentre elas, pode-se observar um adenoma pleomórfico, uma lesão benigna, e um
carcinoma adenoide cístico, uma lesão maligna no palato. Ambas lesões têm origem em glândula salivar
e sua manifestação clínica pode ser muito similar. Nas imagens C e D, pode-se observar um carcinoma
espinocelular em ventre de língua e um em borda de língua, ambos sendo nódulos exofíticos. Note
a diferença na coloração das lesões, enquanto a lesão em ventre de língua apresenta recobrimento
esbranquiçado (leucoplásico), a lesão em borda de língua é avermelhada (eritroplásico).

Fonte: A e B – FO/UFRGS; C - REGEZI, SCIUBBA, JORDAN (2013); D - NEVILLE et al (2009).

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REFERÊNCIAS

COLEMAN, C. C.; NELSON, J. F. Princípios de diagnóstico bucal. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koo-
gan, 1996.

NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

REGEZI, J. A. et al. Patologia oral: correlações clínicopatológicas. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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Equipe Responsável:
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do Núcleo de
Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS) e do Programa Nacional de Telessaúde Brasil Redes.

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Coordenação do curso Luiz Felipe Telles
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