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ACESSO CIRÚRGICO EM PERIODONTIA

OBJETIVOS

Apresentar o acesso cirúrgico como uma alternativa para a raspagem do biofilme subgengival
“raspagem a campo aberto”;
Definir as possibilidades técnicas e os resultados esperados da terapia cirúrgica;

REVISÃO

Fases da Terapia Periodontal


1. Controle do biofilme supragengival
2. Controle do biofilme subgengival
3. Tratamento de áreas que não responderam adequadamente a fase 2 (terapia adicional)

Sucesso da Terapia
SS em menos de 10% dos sítios;
Ausência de PS > 4mm com SS positivo;
Ausência de PS profundas (maior ou igual a 6mm);

Fase 3 da Terapia Periodontal


Instrumentação subgengival repetida com ou sem terapias adjuntas;
Cirurgia periodontal de retalho para acesso;
Cirurgia periodontal de retalho ressectiva;
Cirurgia periodontal regenerativa;

ACESSO CIRÚRGICO EM PERIODONTIA

Objetivos
A cirurgia periodontal que objetiva obter adicional acesso à instrumentação subgengival e reduzir a
profundidade de bolsa de regiões em que a instrumentação subgengival convencional não foi adequada.
Acesso para uma adequada raspagem e alisamento radicular;
Reparo dos tecidos periodontais;
Redução da PS (ausência de PS maior ou igual a 6mm) e ausência de SS;
Estabilidade dos níveis clínicos de inserção;
Preservação dos dentes a longo prazo;

Quando realizar?
Quando na reavaliação periodontal encontramos sítios com doença persistente, como por exemplo: dentes
com lesão de furca e defeitos intraósseos associados à parâmetros inflamatórios persistentes.
Fase 3 (terapia adicional): PS aumentada + SS positivo
Acesso cirúrgico ao biofilme subgengival por si só não garante melhor visualização e, por isso, deve
ser pensado e realizado para permitir o acesso em áreas de difícil instrumentação.

Acesso Cirúrgico em Periodontia – Profa. Camila Sfreddo Amanda Figueiredo


INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

Indicações
Áreas de provável necessidade de acesso:
Dentes com PS profundas;
Presença de fissuras radiculares, concavidades radiculares, furcas e defeitos em margens de
restaurações dentárias na região subgengival;

Contraindicações
Autocontrole do biofilme supragengival inadequado;
Condições sistêmicas;
Tabagismo;

CIRURGIA PERIODONTAL DE RETALHO PARA ACESSO + RASUB – “RASUB A CAMPO ABERTO”

Retalho de Widman modificado (1974);


Excisional New Attachment Procedure – ENAP (1976);
ENAP modificado (1977);
Intervenções cirúrgicas para preservação da papila: Minimally Invasive Surgical Technique (MIST)
(2007);
Single Flap Approach (SFA) (2009);
M-MIST (2009);

ENAP (1976)
Incisão sulcular em bisel interno (direcionada para apical) até o fundo da bolsa
periodontal;
Remoção do epitélio excisado e do tecido de granulação + RASUB;
Reposicionamento do retalho e sutura;

Tipos de bisel: o bisel externo é direcionado para coronal, já o bisel interno é direcionado
para apical, colocado na crista da margem gengival ou recuada 0,5 a 2mm da margem.

Retirado de Manual Prático de Cirurgia Periodontal e Periimplantar – Ed. Napoleão.

Acesso Cirúrgico em Periodontia – Profa. Camila Sfreddo Amanda Figueiredo


ENAP Modificado (1977)
Freddi e Rosenfeld, em 1977, modificaram a incisão proposta por Yukna;
Modificação da técnica ENAP, nessa a incisão é direcionada para a crista
óssea do processo alveolar devido à dificuldade de atingir a porção apical da
bolsa;

PASSO A PASSO:
Diagnóstico: PS aumentada + SS positivo;
Etapa Inicial: assepsia e antissepsia, anestesia local e sondagem periodontal;
Técnica Cirúrgica: há necessidade de remover tecido mole? Há defeito ósseo?
Sutura: diferentes técnicas | cicatrização por primeira intenção;
Prescrições: analgésico e controle químico;
Cuidados pós-operatórios: reavaliar em 7 e 90 dias;

RESULTADOS ESPERADOS

Cicatrização histológica
Formação de epitélio juncional longo;
Recessão da margem gengival;
Reabsorção da crista óssea;

Sobrevivência dentária
Retenção dos dentes com defeitos intraósseos após cirurgia é alta se o tratamento de suporte
(manutenção periódica preventiva) apropriado é fornecido;

Biofilme e inflamação gengival


Não há diferença entre a terapia com acesso cirúrgico e a convencional ou entre as técnicas
cirúrgicas;

Redução da PS
Redução da PS, principalmente, em bolsas mais profundas;
Curto prazo: maior redução da PS do que a terapia convencional;
Longo prazo: resultados semelhantes entre terapia cirúrgica e convencional;

Ganho de inserção clínica


Curto e longo prazo: sítios com bolsas profundas (maior ou igual a 7mm) tendem a ganhar inserção
clínica e, em sítios com profundidades rasas, há uma perda de inserção;
Resultados semelhantes entre terapia cirúrgica e convencional;

Acesso Cirúrgico em Periodontia – Profa. Camila Sfreddo Amanda Figueiredo


Repetir RASUB convencional ou partir para a RASUB com acesso?
Na presença de bolsas residuais profundas (maior ou igual a 6mm)
em pacientes com periodontite estágio III após a primeira e
segunda etapas da terapia periodontal, sugerimos a realização de
cirurgia de acesso. Na presença de bolsas residuais
moderadamente profundas (4-5 mm), sugerimos repetir a
instrumentação subgengival.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A terapia periodontal é um componente adicional no tratamento da periodontite. No entanto, ela é uma das
etapas sequenciais (fase 3) no tratamento e não é uma ferramenta única para a resolução de doenças. Na
verdade, a cirurgia pode nem sempre ser necessária.

Acesso Cirúrgico em Periodontia – Profa. Camila Sfreddo Amanda Figueiredo

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