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SÍNDROME DE CUSHING
Professora Fabíla Fernanda dos Passos Rosa
DEFINIÇÕES
● Estado clínico que resulta da exposição prolongada e inapropriada a quantidades excessivas de glicocorticóides.
● DOENÇA DE CUSHING: Síndrome de Cushing de etiologia hipofisária
● Uso de GC por uso prolongado causa diabetes, osteoporose e HAS (estou falando da suprarrenal e aldosterona,
interfiro na aldosterona).
○ Além de interferir na produção da suprarrenal, o corticoide interfere na túnica íntima do vaso, alterando
permeabilidade e elasticidade da parede vascular, com o tempo favorece aumento da resistência vascular
sistêmica, levando a HAS.
○ Cushing em 2010: era mais fácil de lidar por causa do estilo de vida que as pessoas levavam
○ Cushing em 2022: é mais difícil de controlar por causa do estilo de vida dos indivíduos, mais pessoas comendo
e dormindo mal, produzindo cortisol excedente por estresse e dificuldade em controlar o eixo hormonal.
○ Tumores adrenais por excesso de estímulo. Cushing provocados por tumores adrenais por excesso de
estímulo.
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL
● Imagem: Hipotálamo é o pai de todos. Hipófise é a mãe de
todos. Ambos produzem hormônios. A grande maioria dos
hormônios é liberada pelo hipotálamo.
● Hipófise anterior e posterior. Dois hormônios liberados por ela
sem autorização prévia do hipotálamo: ocitocina e ADH
(vasopressina).
● Produzidos pelo hipotálamo: Adrenocorticotrófico, GH,
tireotrófico (TSH), prolactina, LH e FSH.
● SNA motor: age visceral no controle metabólico. Libera o
hormônio para as suprarrenais, estimulando a produção de
hormônios presentes na suprarrenal. Há o córtex da supra e a
medula da supra. Há mineralocorticoides e glicocorticoides
produzidos na adrenal. Há o cortisol, aldosterona, adrenalina e no canto da medula, há produção de hormônios sexuais
como progesterona e testosterona.
● Em uma situação de atrofia ou disfunção adrenal, os hormônios sexuais não têm impacto no metabolismo. Mas
cortisol, aldosterona e adrenalina sofrem grande impacto.
● Esses desequilíbrios de forma prolongada em uma vida adulta jovem, o que se espera pelos próximos 10 anos
na questão fisiológica? Há um impacto adrenal importante, se usar altas doses de corticoide. É um adulto sem
predisposição para sd. metabólica. Na pandemia, na faixa etária de 22-32 anos (gap), idade que mais teve estatística
sem predisposição, hereditariedade virando DM tipo 1, porque tiveram COVID, tiveram uma reação no pâncreas, a
produção de insulina não chega a 1%. Em um indivíduo que passou infundindo glicocorticoide, você cria resistência
metabólica importante e mesmo sendo jovem, não tem retrocesso, não reduz os efeitos colaterais no indivíduo.
★ Alterações são causados por manter altos níveis de cortisol por meses
EPIDEMIOLOGIA
ETIOLOGIA
● SÍNDROME DE CUSHING ENDÓGENA (desordem por falha funcional do corpo, é um problema de produção,
liberação ou utilização de uma substância que produz devido víscera estar afuncional)
○ Síndrome de Cushing ACTH-dependente (precisa de elevação de adrenocorticotrófico e liberação para
aumentar a produção de cortisol e liberação elevada na corrente sanguínea):
■ Doença de Cushing;
■ Síndrome do ACTH ectópico (produção de hormônios em vísceras fora do corpo)
○ Síndrome de Cushing não-ACTH dependente (surge por qualquer situação que não seja elevação da
produção de ACTH na hipófise) (Todos são difíceis de lidar):
■ Adenoma de adrenal;
● Tumor que gera hiperestimulação de cortisol desordenada na suprarrenal
■ Carcinoma de adrenal;
● Tumor mais invasivo que altera a produção e liberação de cortisol
■ Hiperplasia bilateral micro/macronodular de adrenal.
● Aumento da glândula de forma incorreta por hiperestimulação
● Pode ser disfunção adrenal ou exógena por uso de medicamentos
● Altera a produção de cortisol devido aumento ou diminuição de ACTH
● Pode ser micro ou macronodular → pode ser pequenas ou grandes células dernais que se
elevadas, vai aumentar o tamanho da glândula e aumentar o estímulo da glândula
● Se o médico não conseguir lidar com a hiperplasia, pode evoluir com tumor.
■ Todas são facilmente diagnosticadas por imagem, como USG ou RMN (dá o compartimento celular).
Na dúvida, solicitar biópsia ao ver alteração de tamanho e forma (para ver alterações histopatológicas)
● Carcinoma: a glândula fica disfórmica, abraça e fica como cacho de uva
■ A grande maioria dos pacientes segue com ressecção, mas há outras formas de tratamento, que
depende da clínica e do profissional que buscou.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
● Efeitos sobre pele e músculos;
○ Alteração da funcionalidade tegumentar
○ O edema promovido pelo Cushing é uma desordem relacionada com o compartimento de água (intracelular,
extracelular, intersticial e 3º espaço) → AULA 3
○ O que tem no Cushing nos edemas, há aumento de concentração de 3% da água intercelular no 3º espaço
○ Como tem alteração do cortisol entre o colágeno, causa aumento de espaçamento e espaço para acúmulo de
água fora da célula. Quanto maior o espaço, maior a produção de espaço e quanto maior a produção de
espaço, maior o acúmulo intercelular.
○ Edema intracelular: dá para usar diurético
○ Edema intercelular (Cushing): é difícil de trabalhar. Tem indivíduos edemaciados com diuréticos e rim
funcionante. Mas precisa trabalhar com o sistema linfático (drenagem linfática) e estimuladores do linfático
para que o sistema trabalhe de forma efetiva. O edema de Cushing não responde ao diurético.
● Efeitos sobre metabolismo glicêmico;
○ Presença de hiperglicemia, resistência insulina, irritabilidade
○ Sinais de hiperglicemia: poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia, confusão mental, rebaixamento,
anisocoria, alteração mental.
● Efeitos sobre osso;
○ Desmineralização
○ Metabolização de cálcio reduzida, principalmente em ossos longos
○ Indivíduos com fratura em tíbia, fíbula, crista ilíaca.
● Efeitos sobre controle da pressão arterial;
● Efeitos sobre o humor;
○ Depressão, apáticos, tristes
○ Não tem liberação de dopamina e serotonina
● Efeitos endócrinos.
○ Quando a curva fica alta com o eixo desequilibrado, há alteração de outros hormônios de forma ruim. Como
TSH (tireotrófico), de forma secundário, vai ter alterações tireoidianas e paratireoidianas (PTH) e causa
cascata de desordens.
○ Pode causar SOP e esterilidade. Altera a produção e liberação gonadal ao longo dos anos que se persiste e as
alterações se elevam.
○ Se não corrigir o eixo, vai alterar no desenvolvimento e crescimento, porque a adeno hipófise libera a GH
(growth hormone/ hormônio do crescimento) e o paciente não desenvolve pele, estrutura e altura.
● Fácie de lua cheia: é clássica. Nem todo paciente com face arredondada é moon face. Pode ter um indivíduo que já
tenha a face arredondada anatomicamente e ao engordar, a face fica proeminente, mas não é moon face. Precisa de
ter característica endócrina ou uso de corticóide.
● Face pletora: É uma face pletora, vermelha e congesta, com cianose peri labial, é uma face de esforço, sempre está
com essa face e tem uma característica de desconforto associado
● Rubicundez é a asa de borboleta no arco zigomático, como se tivesse fazendo exercício físico, por aumento de
vasodilatação por aumento de cortisol
● Hirsutismo: aumento de pelos na região mentoniana, há um crescimento de pelos de forma desordenada, na parte do
buço escurecido, aumento de pelo na sobrancelha e o que chama a atenção é o aumento de pelo na região
mentoniana.
● Fossa supraclavicular cheias: inchado, edemaciado, porque tem espaço para acúmulo de líquidos ali, é como se
usasse a creatinina de forma incorreta, por aumentar o aporte hídrico, o músculo é jogado para fora, dando espaço
entre uma célula e outra
● Fragilidade cutânea: adelgaçamento da pele no pirâmide, gera estrias violáceas que ficam feias e não somem. Onde
tem estria, a pele fica dobro de elasticidade
● Obesidade centrípeta: é a obesidade concentrada no abdome e pelve
● Equimose:
○ Por que um indivíduo com Cushing tem facilidade de apresentar equimose? Fragilidade capilar.
○ Por quê fragilidade capilar? Aumento da glicose e alteração da cascata de coagulação (um pouquinho) na
produção de fibrinogênio, favorecendo a equimose. Sem controle de índice hiperglicêmico, toda vez que
traumatizar ou puncionar um vaso, tem facilidade em formar equimose.
● Sintoma: Fraqueza muscular
○ Porque mexe no metabolismo de cálcio, e mexo na contração muscular. Lembrar do sarcoplasma, liberação de
magnésio na placa motora, actina e miosina. Se altera a concentração de cálcio, você reduz a contração
muscular. E se reduz contração muscular, dá fraqueza porque usa menos músculos
● Atrofia muscular proximal
○ É um indivíduo da imagem. Você precisa fazer um teste nele. A cintura escapular e a pélvica vão ficar
enfraquecidos. Então você pede para se agachar, e o paciente não tem força nem estabilidade pélvica e vai
tender para o lado.
○ Pede para o paciente elevar os braços, e não vai ter estabilidade escapular e vai tender para um dos lados
também
○ Indica uma elevada preocupação ao Cushing, porque se afeta o músculo/contratilidade muscular, você tem que
pensar em cálcio.
○ Onde o cálcio interfere de forma agressiva? Coração, cérebro nos canais de cálcio iônico,
■ Coração: pensar em alteração de contratilidade cardíaca → solicitar ecocardiograma para saber como
está funcionando a câmara cardíaca. Tenho que pensar em outras regiões do corpo que usam cálcio.
■ Cérebro: Não precisa pedir TC imediatamente, tem que fazer exames neurológicos antes, como Mini
Mental, avaliação pupilar, tem que rastrear rápido de memória, cognitivo, funcionalidade motora, sinais
e sintomas focais como cefaleia, mal súbito, dores, alterações nos padrões de vigilância, algo que
indica alteração do padrão vascular e sináptica do indivíduo, porque trabalha com canal de Ca+2 na
sinapse.
● Inabilidade de agachar e levantar sem apoio
● Inabilidade para subir escadas
● Inabilidade de estender roupas no varal
○ E ficar vigilante em relação a fraqueza aparente no primeiro exame físico, se já tiver atrofia, ex.: paciente não
consegue estender roupa no varal.
★ Quanto mais tempo um indivíduo maior a chance de fratura de acetábulo, como acima de 70 anos e fica critério
negativo cirúrgico.
DIAGNÓSTICO
● Confirmação do hipercortisolismo;
○ Resultado de cortisol será expressivo
● Definição da dependência do ACTH;
● Definição da etiologia.
○ A etiologia da SP é por excesso de Dexametasona (exógena). É ACTH dependente ou não? É dependente,
pois não é de tumor, dependendo do estímulo, tem aceleração.
IN DEPTH
● 1. CONFIRMAÇÃO DO HIPERCORTISOLISMO (Administrado glicocorticoide, estimulado o hipotálamo para
saber se tem elevação sérica do Cortisol, pois se tiver controle do eixo, a elevação do cortisol não será
elevado)
○ Teste de supressão do cortisol com dexametasona 1 mg overnight;
■ Para saber se tem dependência ou não.
■ Administrado 1 mg à noite
○ Cortisol salivar ou sérico da meia noite;
■ Depende da leitura que o endócrino quer e o laboratório
○ Cortisol livre urinário de 24h (mínimo 2 amostras);
■ Precisa de 2 amostras para confirmar elevação do cortisol
○ Determinação do ritmo do cortisol.
■ Para saber a curva e os momentos que tem picos de liberação de cortisol
● 2. DEFINIÇÃO DA DEPENDÊNCIA DO ACTH
○ Coleta do ACTH (tubos congelados)
■ Se não estiver congelado, vai ter alteração na leitura.
○ ACTH normal / normal alto / elevado:
■ - Síndrome de Cushing ACTH-dependente
○ ACTH supresso (não produz ACTH por tumor de hipófise em > 90% dos casos):
■ - Síndrome de Cushing não-ACTH dependente
ACTH DEPENDENTE - DEFINIÇÃO DA ETIOLOGIA
● Doença de Cushing X Síndrome do ACTH ectópico
○ Teste de estímulo do ACTH e cortisol com DDAVP (hormônio antidiurético por absorção nasal para ter reação
da vasopressina) ou CRH;
○ Teste de supressão do cortisol com 8 mg dexametasona;
○ RMN de sela turca;
■ Principalmente quando desconfiar de tumores
○ Exames de localização tumoral (ACTH ectópico);
■ Pode ter tumor suprimindo a hipófise e originar um ponto ectópico que não é a hipófise, em que vai
produzir ACTH
● Doença de Cushing X Síndrome do ACTH ectópico
○ Se teste de estímulo em discordância com imagem:
■ ACTH e cortisol respondem ao estímulo com DDAVP (direto no momento da RMN para ver se a sela
turca reage) ou CRH, porém ressonância de sela turca sem tumor;
● Isso é o Microadenoma na ressonância, porém ACTH e cortisol não respondem ao estímulo;
● Para que se pense em Microadenoma, a glândula não pode reagir ao hormônio, porque tem
paralisação ou disfunção, não reage ao estímulo externo de ACTH ou cortisol.
NÃO ACTH-DEPENDENTE (também chamado de ACTH SUPRESSO ou SUPRIMIDO). Pensar em tumor ou hiperplasia. Para
fechar DX é melhor por biópsia e exame de imagem.
● Adenoma X carcinoma X hiperplasia bilateral das adrenais
○ CT de adrenais: detecta ≈ 100% dos tumores produtores de cortisol;
■ Resolveria o problema, mas seria mais assertivo, se tiver RMN pois mostraria alteração de forma. As
adrenais quando tem hiperplasia, dá para diagnosticar 100% dos tumores pois é claro e amplo
○ Lesão < 4cm.: sugere adenoma;
○ Lesão > 6cm.: sugere carcinoma
■ Indica que pode ter invasão de tecido colateral. Se tiver invasão de tecido, qual tecido adjacente seria
invadido? Rim seria o primeiro a dar sintomas.
■ Qual tumor pode ser gerado de metástase? Intestinos pela proximidade da região. E nas mulheres,
tem o risco dos ovários serem atingidos.
Hiperplasia de adrenal
● Parte disforme, tem uma parte escura (setas) que é a medula adrenal
funcionante, apesar de funcionante. E quanto maior a medula, maior a produção
de glicocorticóides e mineralocorticóides
● Aparência é diferente do adenoma e do carcinoma
TRATAMENTO
● DOENÇA DE CUSHING (ADENOMA HIPOFISÁRIO)
○ Se possível: cirurgia transesfenoidal endoscópica;
■ É a primeira opção
■ É horrível e boa ao mesmo tempo
■ Cirurgia ocorre com o paciente sentado em uma cadeira especial que deixa o paciente ondulato. Eleva
o omento e a câmera entra pelo nariz. Se você estiver acordado, ao passar pela membrana do
esfenóide, faz um barulho de “ploc” que rompe a membrana. O paciente fica com cefaleia ao acordar.
Ao passar a esfenóide, chega na sela túrcica. É uma cirurgia rápida de 40 min
■ Cura de 60 a 70% quando feito cirurgião experiente
○ Radioterapia convencional / radiocirurgia;
■ Usado se necessário
○ Bloqueio bioquímico da síntese / secreção / ação do cortisol (cetoconazol, mitotano, metirapona);
■ Quando se fala de hormônio, se tem problema na utilização, produção ou secreção
■ Para que serve cetoconazol? Antifúngico. É um excelente supressor de ACTH
■ Mitotano e Metirapona trabalham na supressão da síntese e utilização da cortisol
○ Em casos muito graves: adrenalectomia bilateral.
■ Retirado a suprarrenal bilateral.
■ O paciente vai ter que tomar hormônio sintético para o resto da vida.
● SÍNDROME DO ACTH ECTÓPICO
○ Se possível: ressecção / tratamento do tumor primário;
■ Geralmente no ponto ectópico
○ Bloqueio bioquímico da síntese / secreção / ação do cortisol (cetoconazol, mitotano, metirapona);
○ Em casos muito graves: adrenalectomia bilateral.
■ Se não resolver à nível central, se retira as glândulas adrenais.
● ADENOMA ADRENAL
○ Adrenalectomia unilateral: Retirado a suprarrenal que está com adenoma
● CARCINOMA ADRENAL
○ Se possível: adrenalectomia;
○ Quimioterapia adjuvante: mitotano.
INSUFICIÊNCIA ADRENAL
● Deficiência dos hormônios da córtex adrenal e suas consequentes
manifestações clínicas.
○ SP: desenvolveu insuficiência adrenal por excesso de ACTH
dependente
○ A própria hipófise fica disfuncional por desequilíbrio do eixo HHA e não
tem estímulo para produção dos hormônios adrenais. E por ter
deficiência, o indivíduo tem as manifestações da Insuficiência adrenal
secundário a Síndrome de Cushing (quando não é tratado a tempo)
HORMÔNIOS ADRENAIS
● Saber diferenciar glicocorticóide (cortisol), mineralocorticóide (aldosterona),
androgênios e catecolaminas (adrenalina)
QUADRO CLÍNICO
● Sinais / sintomas dependentes de deficiência:
○ GLICOCORTICÓIDE (por deficiência da produção de cortisol)
■ Astenia, fraqueza, indisposição severa relacionada ao músculo;
■ Anorexia, emagrecimento;
■ Hipotensão;
■ Hipoglicemia.
○ MINERALOCORTICÓIDE (por deficiência de aldosterona)
■ “Salt craving”, hiponatremia;
● Salt craving = desejo por ingestão de sal
● Hiponatremia = causa desejo de sal, por perda do controle da alça de Henle e perda da
aldosterona
■ Hipovolemia / desidratação
● Por perda do controle do sistema RAA;
■ hipercalemia, acidose metabólica.
● Se perde sal e aldosterona, causa a hipercalemia e hipoperfusão dos rins (AULA 1)
○ ANDROGÊNIOS ADRENAIS (por deficiência de androgênios)
■ Perda de pêlos axilares e redução de libido ♀
IA PRIMÁRIA X IA SECUNDÁRIA
● IA primária: ACTH alto = hiperpigmentação
● IA secundária: deficiência de ACTH / CRH = sem hiperpigmentação!
● IA secundária: camada glomerulosa preservada (dependente de aldosterona) = sem hipovolemia, sem hipercalemia!
● IA SECUNDÁRIA
○ Congênita
■ Deficiência congênita de ACTH;
● Já nasce com inibição e secreta pouco
■ Pan-hipopituitarismo congênito.
● Nasce com a glândula pituitária pequena
○ Adquirida
■ Uso crônico de glicocorticóide exógeno;
■ Hipopituitarismo.
● Diminuição do tamanho e função da glândula pituitária
DIAGNÓSTICO
● Dosagem de cortisol às 8h:
○ Valores < 3 mg/dL confirmam;
○ Valores >18 mg/dL excluem;
○ Entre 3 e 18 mg/dL = teste confirmatório.
● Teste confirmatório:
○ Estímulo com cortrosina (é o ACTH sintético);
■ A suprarrenal precisa reagir, caso contrário, vai confirmar
○ Hipoglicemia insulínica (usando insulina)
■ Infunde insulina, se não reagir, indica insuficiência renal
● Teste confirmatório (IA primária):
○ Estímulo com cortrosina (ACTH sintético) (250mcg de cortrosina EV; coleta cortisol tempos 0, 30 e 60 minutos)
■ É feito níveis de cortisol. Precisa ter elevação de cortisol. Se não tiver elevação, confirma insuficiência
adrenal.
○ Valores de pico inferiores a 18 mg/dl confirmam diagnóstico.
● Obs: para IA secundária, teste mais adequado com 1mcg!
○ Mas a grande maioria, utiliza 250 mcg.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
● Dosagem de ACTH:
○ Invariavelmente aumentado na IA primária!
● Outros exames:
○ TC adrenais;
○ Radiologia de tórax;
○ RMN de sela turca.
TRATAMENTO
● CRISE ADDISONIANA (se suspeita, não aguardar resultado dos exames!)
1. Acesso venoso calibroso
2. Coleta de glicose, eletrólitos, cortisol e ACTH
3. Solução fisiológica ou glicofisiológica 1-3L EV (monitorização para sinais de congestão pulmonar)
4. Hidrocortisona 100mg EV
● Após estabilização:
1. Manter fluidos EV conforme necessário
2. Hidrocortisona 50-100 mg 6/6h
3. Busca por fator precipitante / diagnóstico diferencial
4. Transição para glicocorticóide e mineralocorticóide VO
MANUTENÇÃO IA PRIMÁRIA
● Reposição glicocorticóide (em insuficiência adrenal completa):
○ Prednisona 2,5-5mg/dia OU;
○ Hidrocortisona 15-20 mg manhã e 5-10 mg à tarde.
○ Monitorar: sintomas e glicemia
■ Porque vai elevar conforme infunde glicocorticóide
● Reposição mineralocorticóide:
○ Fludrocortisona 0,1 (0,05 a 0,2) mg/d;
○ Livre ingestão salina.
■ Porque preciso manter níveis de sódio elevados para manter níveis pressóricos estáveis
○ Monitorar: hipotensão postural, edema, eletrólitos, renina plasmática (para saber se tem produção de renina
para saber se está tendo conversão da Angiotensina I em Angiotensina II)