Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Não há motivos para se fazer associação entre AINEs e AIEs, uma vez que os
AINEs agem na COX diminuído a formação de prostaglandinas e o AIEs agem na
enzima que converte fosfolipídeos da membrana em ácido araquidônico.
Os AIEs têm grande ação no eixo que comanda a adrenal, na produção de alguns
hormônios importantes
• A adrenal é responsável pela produção de diversas substâncias de acordo com
cada região
Zona glomerulosa – responsável por secretar
substâncias consideradas mineralocorticoides:
aldosterona, hormônio responsável por
promover equilíbrio hídrico e eletrolítico
Zona fasciculada – responsável por secretar
substâncias consideradas glicocorticoides:
cortisol, hormônio responsável pelo
metabolismo de carboidratos e proteínas,
possui ação anti-inflamatória e
imunossupressora
Zona reticulada – responsável por secretar
substâncias consideradas andrógenos:
esteroides sexuais
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
• Fraqueza e atrofia muscular, devido ao catabolismo de proteínas
• Aumento da reabsorção óssea
• Reduzem a formação de matriz óssea (maior ação dos osteoclastos e menor ação
dos osteoblastos)
PELE
• Inibem a síntese de colágeno e ácido hialurônico
• Dificulta cicatrização e induz hiperqueratose
• Atrofia de glândulas sebáceas e folículo piloso
• Hiperpigmentação
• Alopecia/rarefação pilosa
SISTEMA ENDÓCRINO
• Atrofia da adrenal
• Diminuição da secreção de diversos hormônios: THS, T4 abaixo do limite de
normalidade, GH, FSH, LH, prolactina e ADH
LINFÓCITOS
• Linfopenia (redução de linfócitos circulantes)
• Redistribuição dos linfócitos para os órgão linfoides é afetada
• Linfócito T é o mais afetado
• Reduz ativação de linfócitos B pelos linfócitos T
Os gatos costumam ser mais tolerantes com relação aos efeitos adversos, pois
possuem menores quantidades de receptores de glicocorticoides – administração
de AIE é 2x maior do que a dose em cães (nº de receptores: 3000 a 1000)
• A administração desse fármaco deve ser feita pela manhã, pois é nesse período
que a adrenal libera maior quantidade de cortisol (nos cães, pois o ciclo é similar
ao do humano)
• No gato percebeu-se que eles possuem 2 picos de liberação do cortisol, um pela
manhã e um pela tarde (a administração em gatos deve ser feita pela manhã)
• 70% da biotransformação é hepática – mas pode ser exercida por outros órgão,
por exemplo: rim
• A biotransformação no fígado, é decorrente da via de administração oral que
ocorre em 2 fases. Essas fases são responsáveis pela inativação de compostos,
para que o metabolito seja eliminado de forma inativa
• Alguns compostos são inativos, precisando da biotransformação hepática para
serem ativados
➢ Prednisona/cortisona: requer biotransformação em
prednisolona/hidrocortisona (metabolitos ativos), respectivamente
➢ No gato geralmente é receitado o metabolito ativo, pois se administrar o
composto com metabolito inativo, haverá uma baixa conversão em
metabolitos ativos e uma menor ação dos anti-inflamatórios esteroidais
• A excreção predominante é renal e uma pequena parte é biliar
AÇÃO RÁPIDA – 8 a 12h – exige que o paciente tome mais vezes a medicação ao longo das
24h
Hidrocortisona
✓ Afinidade por receptor glicocorticoide: 1
✓ Potência glicocorticoide (anti-inflamatória): 1
✓ Potência mineralocorticoide: 1
✓ Anti-inflamatório efeito em situações de emergências e de reposição de
glicocorticoide de forma mais rápida – ex: animal com não funcionamento da
adrenal (hipoadrenocorticismo)
Cortisona
✓ Afinidade por receptor glicocorticoide: 0,01
✓ Potência glicocorticoide: 0,08
✓ Potência mineralocorticoide: 0,08
✓ Precisa ser ativada em hidrocortisona (no fígado); possui fraca atuação como
anti-inflamatório, por isso não é o medicamento de eleição
Prednisolona
✓ Afinidade por receptor glicocorticoide: 2,2
✓ Potência glicocorticoide: 4
✓ Potência mineralocorticoide: 0,8
✓ Medicamento de escolha para terapias sistêmicas anti-inflamatórias e/ou
imunossupressivas de caráter crônico
Metilprednisolona
✓ Afinidade por receptor glicocorticoide: 11,9
✓ Potência glicocorticoide: 5
✓ Potência mineralocorticoide: mínima
✓ Anti-inflamatório e imunossupressivas, eficiente sob a forma de acetato; meia
vida prolongada consequentemente maior tempo de ação
Triancinolona
✓ Afinidade por receptor glicocorticoide: 1,9
✓ Potência glicocorticoide: 5
✓ Potência mineralocorticoide: 0
✓ Usados como anti-inflamatórios e imunossupressores, usados quando o paciente
apresenta efeitos adversos importantes com anti-inflamatórios dessa classe
Dexametasona
✓ Afinidade por receptor glicocorticoide: 7,1
✓ Potência glicocorticoide: 3
✓ Potência mineralocorticoide: mínima
✓ Usado em processos inflamatórios, crise aguda de doenças autoimune; indicada
para testes de supressão
Betametasona
✓ Afinidade por receptor glicocorticoide: 5,4
✓ Potência glicocorticoide: 30
✓ Potência mineralocorticoide: negligível
✓ Alternativa terapêutica à dexametasona
Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
• Pacientes com hipoadrenocorticismo, tem uma deficiência muito grande na
liberação de glicocorticoides e na liberação de mineralocorticoide (de forma
menor). Nessas condições é feita a suplementação dessa deficiência com o uso de
anti-inflamatório esteroidal
Doenças autoimunes
• Anemia hemolítica autoimune – paciente com doenças autoimunes possui
atividade muito grande do sistema imunológico em combater a um tipo celular,
dessa maneira é indicada medicação que diminua a atividade do sistema imune. O
objetivo do uso dos AIEs nesses casos, é de diminuir o metabolismo e a liberação de
mediadores pró-inflamatórios (diminuir a atividade de linfócitos T e B, cascata
inflamatória, citocinas
• Isso ocorre em diversos tipos de doenças, como: trombocitopenias autoimune,
pênfigos, lúpus eritematoso, artrose reumatoide = uso crônico
• Numa situação menos grave pode-se iniciar o tratamento com:
prednisona/prednisolona (via oral)
• Numa situação mais grave inicia-se o tratamento com: dexametasona; depois que
o paciente está estável pode fazer a manutenção com prednisona/prednisolona
Câncer
• Nessa situação é utilizado muito como anti-inflamatório e como imunossupressor
• Associada a protocolos de quimioterapia de alguns tipos de câncer: linfomas,
mastocitoma – utilização de prednisona/prednisolona para diminuir a resposta
inflamatória em decorrência da grande quantidade de mastócitos existentes na
região onde se localiza o tumor
• Inibe a proliferação de linfócitos e do crescimento tumoral, diminuí a inflamação e
dor (os AIEs são medicamentos de primeira linha para o controle de dor)
• Reduz edema cerebral em pacientes com tumores primários ou metastáticos
• Controle do vômito na quimioterapia
• Estimulador de apetite (máximo 7 dias)
Alergias
• Dermatopatias alérgicas (atopia, DAAP, dermatite alérgica de contato,
hipersensibilidade alimentar
• Para aliviar de forma mais rápida as reações alérgicas intensas pode fazer o uso
do AIE (prednisona/prednisolona, corticoide tópico), mas com cautela é necessário
eliminar a causa base da alergia
• Picada de animais – dexametasona via intravenosa
• Doenças broncopulmonares (asma, bronquite crônica) – glicocorticoides estabiliza
a ação dos mastócitos, diminuindo a inflamação/muco – fluticasona é um AIE eleito
para usar nesse tipo de tratamento
• Doenças digestórias autoimunes: budesonida
Doenças osteoarticulares
• Muito comum em equinos, em situações de inflamações articulares que não possui
componente infeccioso – aplicação do AIE por via intra-articular = menor efeito
sistêmico (USO: triancinolona, Betametasona)
✓ Contra indicação: risco de infecção, dano estrutural e instabilidade
articular
✓ Poliúria, polidipsia e a
polifagia (comum com a diabete)
✓ Aumento de volume
abdominal, perda de peso
✓ Dificuldade respiratória
✓ Alterações cutâneas
✓ Alterações no sistema
reprodutivo
SÍNDROME DA RETIRADA BRUSCA OU PRIVAÇÃO DO GLICOCORTICOIDE
• Retirada brusca: atrofia das adrenais (insuficiência da adrenal secundária, devido
á supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal)
➢ Animal pode apresentar anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza, fadiga,
prostração, mialgia, artralgia, descamação da pele, febre, perda de peso,
alteração comportamental (irritabilidade, depressão e insônia)
➢ Se preconiza que pacientes tratados com AIE por mais de 10 dias, tenha a
retirada do medicamento de forma gradativa, a fim de fazer a adrenal
comece a funcionar
1. Diminuição em 50% - 75% - 25% até que ao final de 1-2 semanas seja
possível a retirada completa
➢ Outra forma de minimizar a atrofia da adrenal, é a administração de AIE
em dias alternados
• Animal imunossuprimido
• Distúrbios digestórios (vômitos e diarreias com presença de sangue)
• Diabete Melitus (principalmente aqueles que não tem controle adequado da
glicemia)
• Pancreatite (pode piorar a condição, devido o aumento da viscosidade das
secreções pancreáticas levando a hiperplasia de dutos e lipemia)
• Doenças renais (devido ao catabolismo proteico com produção de nitrogenados e
piora da azotemia)
• Cardiopatas (devido a retenção de sódio pela atividade mineralocorticoide =
retenção de água)
1. Utilizar menor dose terapêutica, durante menor tempo possível (dose x potência x
dias)
2. Única dose provavelmente é isenta de efeitos adversos tradicionais
3. Devem ser aplicados somente quando os AINEs não são eficazes
4. Dose imunossupressora é 2x maior que a anti-inflamatória, que é 10x maior que a
fisiológica
5. Após longos períodos de administração a retirada devem ser gradativa
6. A interrupção abrupta da medicação causa manifestações relacionadas a
privação de glicocorticoides
7. Terapia longa deve-se tomar cuidado com hiperadrenocorticismo iatrogênico
8. Uso: reposição em pacientes com hipoadrenocorticismo (insuficiência da adrenal),
onde há necessidade de potência grande de anti-inflamatórios e em casos de
doenças autoimunes onde há necessidade de controlar o sistema imunológico