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ANATOMIA

FUNCIONAL
DOS ÓRGÃOS E
DAS VÍSCERAS

SISTEMAS
RESPIRATÓRIO,
CARDIOCIRCULATÓRIO,
LINFÁTICO, DIGESTIVO
E GENITURINÁRIO

AUTOR: Prof. Dr. Florentino


Francisco Fernández Cue
INTRODUÇÃO

Esta é uma versão aprimorada das matérias de anatomia humana que


temos vindo a ministrar em ciências da saúde, particularmente nos cursos de
medicina, visando facilitar o estudo aprofundado das estruturas e sistemas
que constituem o corpo humano, de maneira tanto descritiva quanto
funcional.
Embora objectivamos objectivando fundamentalmente reforçar as
bases convencionais da anatomia, neste projecto de pesquisa, procuramos
enfatizar a dimensão funcional dos diferentes órgãos do corpo, as às vezes
incompreendidos no que se refere a à sua forma e a à maneira como está
estão constituídos. Por essa via, acreditamos que quando as funções
principais e secundárias dos diferentes órgãos do corpo são correctamente
interpretadas, consegue-se compreender a natureza que estabelecem entre
si.
Por conseguinte, no quadro dos seus objectivos, enquanto ferramenta
didáctica, este trabalho também se propõe facilitar a transmissão do saber
técnico, de maneira concisa, por sua simplicidade descritiva. Por outro lado,
é o primeiro dos manuais de Anatomia Humana Funcional que nos propomos
trazer proximamente, visando responder ao plano curricular da disciplina,
nos cursos superiores de saúdeSaúde.
Assim, neste volume, abordamos de modo relativamente sucinto ,
sobre os sistemas cardiocirculatório, linfático, respiratório, digestivo,
nefrourinário e reprodutor. A Na continuação, vamos a concluir o sistema
nervoso como complemento a este volume e imediatamente nos
debruçaremos em tornosobre do sistema osteomioarticular. Para os
estudantes de odontologia, nesta colecção, traremos, de modo especial, um
volume voltado para o estudo da cabeça e do pescoço.
Por fim, depois de todo este trabalho, obviamente árduo, auguramos
que esta obra responda cabalmente aos objectivos que inicialmente nos
propusemos, que é ajudar na formação dos melhores técnicos de saúde que
este país pode vir a ter.
2
ÍNDICE
Automático paginação
Capítulo I
Visão geral do sistema respiratório – 8 - 9
Visão geral das vias respiratórias superiores -
10 Nariz e e suas estruturas -11-12 -13
Faringe - 14
Laringe – 15 – 16 – 17 – 18 - 19 - 20
A voz – 21
Traqueia -22

Visão geral das vias respiratórias inferiores -


23 Brônquios – 24 - 25
Pulmões - 26 – 27 – 28 - 29
Imagem radiológica do tórax –
30 Diafragma – 31

Mediastino – 32 – 33 - 34
Imagem radiológica do mediastino – 35
Mecanismo da respiração humana - 36

Capítulo II
Coração e sistema circulatório sanguíneo -37 - 38
Coração - 39
Estrutura externa do coração – 40 - 41 – 42 - 43
Paredes do coração - 41
Estrutura interna do coração 41 – 42 -43 – 44 - 45
Miocárdio – 46
Pericárdio - 47
Automatismo cardíaco - 48
Ciclo cardíaco -49

Grande e pequena circulação sanguínea -


50 Circulação portal hepática - 51
Circulação fetal - 52
Circulação coronária – 53
Artérias e veias do coração - 54 - 55

Sistema vascular sanguíneo -56


Sistema arterial - 57
Estrutura das artérias – 57
Capilares e leito capilar – 58
ÍNDICE
Artérias elásticas – 59
Artéria aorta - 59 - 60
Artérias pulmonares - 59

Arco aórtico e seus ramos - 60


Aorta descendente torácica -
61

Artérias carotídeas - 61
Artéria carótida primitiva – 62 - 63
Artéria carótida externa e seus ramos -
64 Artéria carótida interna - 65
Irrigação arterial cerebral – 66
Polígono de Willis – 67
Arteriografia vértebro-cerebral –
68

Aorta descendente abdominal – 69 – 70 - 71


Artérias abdominais pares e ímpares – 70 - 71
Artéria ilíaca comum - 71

Artéria subclávia e seus ramos - 72


Artéria torácica interna – 72
Artéria vertebral - 73
Artéria axilar – 74

Artérias das extremidades superiores -


75 Artérias das extremidades inferiores -
76 Artérias da perna e o pé -77
Irrigação arterial dos membros inferiores (resumo gráfico) - 78

Visão geral do sistema venoso -


79 Sistema venoso periférico -80
Sistema venoso profundo e superficial - 81
Válvulas venosas - 82
Veias cavas - 83
Trato venoso superior - 84
Veias principais da cabeça e pescoço - 85
Seios venosos e veias cerebrais – 86 - 87 – 88 – 89 - 90
Tronco braquiocefálico venoso – 91
Veias que se originam no tronco braquicefálico venoso - 92
Veias jugulares – 92 - 93
ÍNDICE
Veias do membro superior – 94 – 95
Importância clinica das veias do antebraço -
96 Veia cava inferior - 97
Sistema venoso dos membros inferiores –
98 Veias ilíacas - 99
Veias superficiais dos membros inferiores -100 - 101
Veias profundas dos membros inferiores - 102
Sistema venoso principal - 103
Sistema venoso muscular – 103
Veias comunicantes e perfurantes - 104
Drenagem do sistema venoso dos membros inferiores - 105
Sistema venoso portal abdominal - 106
Sistema venoso ázigos - 107

Capitulo III
Visão geral do sistema linfático – 108 - 109
Órgãos e estruturas do sistema linfático– 110 - 111
Plexos, gânglios e vasos linfáticos - 112
Cisterna do quilo – 113
Linfa - 113
Ductos linfáticos. Sistema de drenagem – 114 - 115
Sistema linfático digestivo -115
Baço – 116
Apêndice cecal - 118
Timo - 117
Anatomia funcional linfática - 118

Capitulo IV
Visão geral do sistema digestivo – 119 - 120
Dimensões comparativas do sistema digestivo - 121
Sistema digestivo superior - 122
Boca - 123
Dentes – 123 - 124
Língua - 125
Músculos da língua - 126
Órgãos do pescoço - 127
Esôfago – 128 - 129
União esófago gástrica – 128
Paredes do tubo digestivo -
128
ÍNDICE

Estômago – 130 – 131 - 132


Píloro – 132
Conformação arterial gástrica - 133
Visão geral do sistema digestivo inferior - 134 -
135 Localização anatómica dos intestinos - 136
Intestino delgado - 137
Duodeno - 138
Jejuno - 139
Íleo - 140
Pregas e vilosidades – 141
Intestino grosso – 142
Ceco - 143
Válvula ileocecal - 144
Colon – 145 – 146
Reto, canal anal e ânus -
147 Ânus – 148
Ténias, haustras, apêndices epiploicos -
149 Pregas semilunares - 149
Glândulas salivares – 150 – 151 - 152
Pâncreas - 153
Vias biliares e vesícula biliar - 154
Fígado – 155 -156 – 157 - 158
Baço - 159
Peritónio -160
Mesentério – 161 - 162
Mesentério jejuno-ileal - 163
Formas do peritónio na pélvis feminina -
164 Epiplons-165 – 166 - 167

Capitulo V
Visão geral do sistema urinário – 168 - 169
Rim – 170 – 171 – 172 – 173 – 174 -175
Sistema excretor urinário -
176 Ureter - 177
Bexiga - 178
Uretra feminina - 179
Uretra masculina – 180 – 181
ÍNDICE

Capitulo VI
Visão geral do sistema reprodutor humano – 182 -183

Visão geral do sistema reprodutor feminino - 184 – 185 – 186 – 187 - 188
Útero – 184
Endométrio - 186
Miométrio - 187
Colo de útero - 188
Ligamentos dos genitais femininos -
189 Ovários-190
Tubas uterinas-191
Vagina - 192
Órgãos genitais externos femininos - 193 -
194 Mamas – 195 - 196
Ciclo reprodutor feminino-197
Fertilização do óvulo e e implantação do blastocisto - 198
Ovogéneses - 199

Visão geral do sistema reprodutor masculino – 200 - 201


Visão geral dos órgãos genitais internos masculinos – 202 - 203
Testículos -203
Epidídimo – 204
Conduto deferente -
204 Vesiculas seminais -
205 Próstata - 205
Visão geral dos órgãos genitais masculinos externos -
206 Pênis – 207 - 208
Uretra masculina – 179 - 180
Espermatogênese - 209

Índice alfabético – 210 – 211 – 212 - 213

Bibliografia - 214
CAPÍTULO I: SISTEMA RESPIRATÓRIO

VIAS RESPIRATÓRIAS
ALTAS

VIAS RESPIRATÓRIAS
BAIXAS
SISTEMA RESPIRATÓRIO
A respiração humana é um processo no qual o organismo recebe oxigénio para permitir
suprir as necessidades energéticas funcionais das células e está constituído pela or a
respiração externa e pela respiração interna.
O sistema respiratório constitui a respiração externa, dada pela ventilação pulmonar e a
hematose, mecanismo encarregado de realizar a troca de gases entre o meio externo, ou
meio ambiente, e a circulação sanguínea, no aparelho respiratório. A respiração interna se
produz-se no leito capilar, e recebe o nome de respiração celular, sendo o processo pelo
qual se realiza a troca de gases no leito capilar, entre o sangue e a célula.
Nos pulmões, se produz-se o intercambio intercâmbio do oxigénio por anidrido
carbónico, o primeiro, adquirido pelas hemácias, ao mesmo tempo la vez que se faz-se
entrega aos alvéolos, do anidrido carbónico, para ser expulso para ado ao exterior, no
processo de inspiração e espiração expiração correspondente.
O sistema ou aparelho respiratório, na por sua vez, se divide-se em:
• Vias respiratórias altas: também chamadas de vias superiores, são o
nariz e seus componentes, a laringe, a faringe e a traqueia;
• Vias respiratórias baixas: ou vias inferiores, referem-se aos brônquios e aos
pulmões.
O sistema respiratório, cumpre também outras funções, como são:
• Manter o pH sanguíneo (homeostasia)
• A fonação
• O olfacto
• A protecção contra
antigénios e
outras substâncias
estranhas que
penetrem
pelas
vias
respiratórias.

Corrigir legenda: brônquios; fissuras; lobo médio direito.

9
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Figura 1. Visão geral do sistema respiratório..

1
0
APARELHO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
As vias respiratórias
altas, ou superiores, tem
têm a função de filtrar,
aquecer e
humidificar
o ar que se
utiliza para
o
intercambioi
ntercâmbio
dos gases nos
pulmões.

Corrigir legenda
fossas nasais; epiglote

Figura 2. Vias respiratórias superiores.


NARIZ
É a protuberância existente no centro da face. Encarregado de purificar, humidificar e
aquecer o ar atmosférico que penetra no seu interior até aos pulmões para realizar o
intercâmbio gasoso entre o oxigénio e o anidrido carbónico. Está É constituído pelo
nariz externo que o conforma e pela cavidade nasal, ou escavação interna, dividida em
duas fossas nasais. Está Delimitadelimita-sedo
pelas narinas anterior
e inferiormente, e
posteriormente
pelas coanas,;
o assoalho
se conforma-
se a partir do
palato e encima
em cimase
fecha-se com os
ossos frontal,
etmóides e
esfenóide. As
fossas nasais
estão
delimitadas
medialmente
pelo septo nasal, e aos lados
11

Um adulto em repouso, ventila uns 6 litros


APARELHO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
encontram-se os
cornetes, ou
conchas nasais. e
seus meatos
correspondentes.
Figura 3. Cavidade nasal.

12
NARIZ EXTERNO
O nariz externo tem forma de
pirâmide triangular de base inferior e a
porção posterior se insereta-se no
1/3terço médio da
face. Permite a entrada do ar nas
cavidades nasais. Está É constituída
constituído por:
 Dorso: região anterior.
 Raiz: inserção na face.
 Ápice: extremo proeminente da base.
 Narinas: saliências semilunares por aonde penetra
o ar nas cavidades nasais.
CAVIDADES NASAIS
São duas escavações, aos nos lados do tabique
nasal, começando a partir das narinas, que
permitem o a passagemo de ar para o seu Figura 4. Nariz externo
interior. Apresenta várias estruturas, órgãos e
tecidos. Elas são:
 Mucosa respiratória: serve para aquecer e humidificar o ar inalado.
 Mucosa amarela: ou olfactória, localizada na porção superior da mucosa.
 Pêlos e cílios: se observam-se a nível dnas narinas, e servem para filtrar as
partículas inaladas.
 Septo nasal: cartilagem que separa ambas cavidades nasais.
 Coanas: são duas aberturas nasais posteriores que comunicam com a faringe.
 Cornetoes: ou conchas nasais superior, médio e inferior. São os órgãos que servem
para humidificar e aquecer o ar e se localizam-se nas paredes laterais da cavidade
nasal.

13

Figura 5. Órgãos estruturas da cavidade nasal


14
CORNETOES E MEATOS
São três os cornetes cornetos ou conchas nasais, que se denominam superior, médio e
inferior. Os cornetes cornetos superior e médio formam parte do osso etmóide e o
cornete corneto inferior é um osso próprio. Os meatos se localizam-se em baixo e deatrás
dos cornetescornetos.
SEPTO NASAL
´Cartilagem que divide as cavidades nasais. ArSe articula-se por encima, com os ossos
nasais, em baixo com o vómer e o maxilar, e posteriormente tem a lâmina
perpendicular do etmóides, que ambas dão dando lugar as às coanas.

 Seio Frontal. Situa-se do osso esfenoide esfenóide ao centro


posteriormente aos arcos do crânio.
superciliaressupraciliares, entre as
duas tábuas do osso frontal e que
formam a parte dura da testa.
 Seio Maxilar. Ocupa grande parte
do osso maxilar, e sãosendo os
maiores seios aéreos nasais. Possui
uma forma piramidal e a sua base é
formada pela parede lateral da
cavidade nasal.
 Seios Etmoidais. Formados por
pequenas células situadas no corpo do
osso etmóoide.
 Seios Esfenoidais. Situam-se no corpo

15
javascript
COANAS
SEIOS PERINASAIS posteriores na direçãodirecção
da fFaringe.
São duas aberturas nasais
javascript
Figura 7. Localização das coanas.

16
CARTILAGENS NASAIS
O nariz externo está é constituído por várias cartilagens . Eles Elas se denominam-se:
• Cartilagem septal • Cartilagem nasal medial
• Cartilagem nasal lateral • Pequena cartilagem alar lateral
• Grande cartilagem alar lateral • Cartilagem sesamoóide
• Tecido fibroso alar

javascript

Figura 8. Cartilagens do nariz.

Meatos nasais: se
localizam em baixo
e detrás atrás dos
corneteos e
servem para a
drenagem dos
seios perinasais,
assim como do
conduto
javascript
lagrimallacrimal,
no meato inferior.

Figura 9. Seios perinasais.


17
FARINGE

A faringe é o órgão ou canal comum aos sistemas digestivo e respiratório. Comunica-se


com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Encontra-se constituído constituída de por músculos esqueléticos na sua porção
posterior, estando dividido dividida em três porções, a saber:
 Nasofaringe: primeira porção, superior, que serve de comunicação com as fossas nasais.
Apresenta os oóstíolosios das
trompasubas a auditivas.
 Orofaringe: segunda
porção, intermédia,
em relação direita com
a cavidade bucal.
 Laringofaringe:
também chamada
hipofaringe, é a
porção inferior, em
relação com a glotes,
da laringe e
continuando-se
com o esófago
inferiormente.

Figura 10. Porções da faringe

Nas obstruções nasais,


o ar inspirado pela
boca não recebe os
benefícios das
cavidades nasais, no
que se rereferente a
à purificação, e mesmo
ao aquecimento
adequado, provocando
transtornos funcionais
e de saúde, no
aparelho respiratório.
..

Figura 11. Vista posterior da faringe.


18
LARINGE
A laringe é um tubo de peças de cartilagens articuladas, músculos esqueléticos e
ligamentos, na continuação da faringe, localizada na parte superior do pescoço, ao nível
da saliência no pescoço, devida a à cartilagem tireóidea, e chamada “pomo-dode-Adão”.
A primeira porção da laringe recebe o nome de glote.

Figura 13. Vista anterior da laringe

Figura 12. A laringe, a traqueia e os brônquios

19
LARINGE

Acima da glote
esta a “lingueta” de cartilagem epiglote. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada

Figura 14. Componentes da laringe

20
CARTILAGENS LARÍNGEOSLARÍNGEAS
São as cartilagens, de tipo
hialino os as maiores, e
elásticos elásticas os as
quatro mais
pequenospequenas, que dão
lugar á à laringe. Recebem os
nomes seguintes::
 Cartilagem
epigloteepiglótica:
ele funciona em
concordância com a
deglutição.
 Cartilagem tireóidea:
conforma a porção
superior e anterior da
laringe.
 Cartilagem cricóide: se
articula-se com a
traqueia e suporta os
outros pares de
cartilagens.
 Cartilagens aritenóidea: em número
de dois, e em conjunto com as Figura 15. Vista anterior da laringe.
outras quatro mais pequenas,
permitem a movimentação das

cordas vocais.
 Cartilagens corniculadoscorniculadas: cada uma, em ncima dos das anteriores.
 Cartilagens piramidais:
localizadas em ncima
das cartilagens
corniculadoscorniculada
s.

MÚSCULOS LARÍNGEOS
São seis músculos
denominados de
Iintrínsecos, e
responsáveis dos
pelos
movimentos das
cordas vocais.
 Quatro músculos
adutores:
• Oblíquo aritenóideo
21
• Transverso aritenóideo
• Cricotiróideo
• Ariepiglótico
Os músculos cricotiróideomúsculos cricotiróideos
e ariepiglótico também são tensores.
 Um músculo abdutor:
 Músculo posterior cricaritenóideo.
 Músculo tireoaritenóideo:
também chamado de corda vocal Figura 16. Vista posterior da laringe.
falsa.

22
CARTILAGEM TIREÓIDEA
A tireoide tireóide é a maior das nove cartilagens que constituem o esqueleto laríngeo. Tem
como função principal a de proteger as cordas vocais e permitir a inserção de músculos e
ligamentos, estando localizado localizada encima por cima e as à voltas da traqueia, a
nível da quarta vertebra vértebra cervical.
Apresenta:
 Duas lâminas: as quais se unem anteriormente para formar a proeminência laríngea ou
“pomo-dode-Adão“, cujas margens superiores servem para se ligar ao osso hióide por
meio da membrana tireo-hióidea. É onde se articula a epiglotes, encimaem cima, e se
inserem as cordas vocais, em baixo.
 Dois cornos superiores: que se ligam-se ao osso hióide por meio dos ligamentos laterais.
 Dois cornos inferiores: que, junto com a cartilagem cricóide, dão lugar à articulação
cricotiróidea.

Figura 17. Cartilagem

CARTILAGEM CRICÓIDE
A cartilagem cricóide resulta
na parte inferior da laringe, se
liga-se à traqueia. Se Vista anterior
aApresenta-se em forma de
anel, ou anel de sinete, sendo
mais alto posteriormente,
onde se articulam as
cartilagens aritenóideos.

Figura 18. Cartilagem cricóoide. 17


EPIGLOTES
A epiglotes evita a comunicação entre os aparelhos respiratório e digestivo, funcionando
como válvula da laringe., localizaLocaliza-se imediatamente detrás da língua, e fixa-se
anteriormente nas lâminas da cartilagem tireóideotireóidea.
Durante a deglutição, a laringe se eleva-se e a epiglote abaixa, fechando ou vestíbulo ou
entrada da laringe, e permitindo a passagem do alimento para o esófago. (Ver na figura. No.
207).

Figura 19. Inserção da epiglote.s Figura 20. Cartilagem


cricoidecricóide.

Durante a respiração, a epiglote se eleva-se,


mantendo a laringe aberta e permitindo a
passagem do ar.

CARTILAGEM ARITENOIDEARITENÓIDEA
As cartilagens aritenóideas são as maiores
dos três pares de cartilagem cartilagens
que conformam a laringe. Tem Têm
forma piramidal e se articulam-se com a
lâmina da cartilagem cricoidecricóide, a
de cada lado, encimaem cima
e posteriormente.
Anatomicamente apresenta:
 Processo vocal: é anterior e onde se
enxerta posteriormente a corda vocal.
 Processo muscular: sendo lateral, é
a inserção posterior e lateral dos
músculos tirearitenóideo e

18
Figura 21. Cartilagem
aritenoidearitenóidea.
cricaritenóideo, os quais
influenciam nas posições e tensões
das pregas vocais ou cordas vocais
verdadeiras.

19
CARTILAGEM CORNICULADOCORNICULADA
Duas pequenas pirâmides de cartilagem elástica, situadas
encima por cima das aritenoidesaritenóideas.

CARTILAGEM CUNEIFORME
Não se liga a nenhuma outra cartilagem,
somente a músculos e ligamentos que unem as
cartilagem aritenoide aritenóidea e a epiglote.

LIGAMENTOS E MEMBRANAS
DA LARINGE
Os ligamentos da laringe são classificados em
extrínsecos o ou intrínsecos. (Ver na figura
14).
 Ligamentos extrínsecos: têem a função
de unir as cartilagem entre sí si e as
outras estructuras adjacentes,
contribuindo ao para o involucro
invólucro laríngeo.
• Ligamento ariepiglótico: conforma o
relieve do vestíbulo e une a base da língua
com a epiglote. Figura 22. Cartilagens duplos duplas da
• Ligamentos tireoepiglóticos: unem a laringe.
base da epiglotes ao à cartilagem
tireoideotireóidea.
• Ligamento cricotraqueal: fixa o bordo inferior do cricóides ao primeiro anel traqueal.
• Ligamento cricotireóideo mediano: estende-se entre as cartilagens cricóide e
tireoide, notireóidea, no centro da membrana tireo-hióideohióidea.
 Ligamentos intrínsecos. Unem as cartilagens laríngeos laríngeas entre sísi.
• Ligamento vestibular: também conhecida conhecido por membrana
cuadrangularquadrangular.
• Cono elástico: na porção inferior , entre o cricoides cricóide e as cordas
vocáisvocais, termina encima em cima como ligamento vocal.
• Ligamento vocal: ocupa o bordo da corda vocal, entre a mucosa e o músculo.
 Membrana tireoóhioidea: são duas membranas situadas lateralmente á à escotadura
tireoideatireóidea, que fecha o espaço existente entre a laringe e o osso hioideshióide.
 Membrana hioepiglótica: do da cartilagem tiroides tiróidea ao espacio espaço pré epiglótico.
 Membrana cricotireóidea: do bordo superior cricoideo cricóideo ao bordo
inferior da cartilagem tireoideatireóidea.

GLOTES
É a abertura delimitada pelas pregas vestibulares, encimaem cima, e pelas pregas vocais,
20
inferiormenteem baixo. Entre ambas pregas existe uma fenda denominada ventrículo da
laringe. Sua A sua função é a de permitir a entrada do ar na traqueia, ficando fechada
durante a deglutição.

21
CORDAS VOCAIS
Elas são quatro pregas ou processos, duas superiores e duas inferiores, que constituem a
porção superior e inferior da glotes, respectivamente. As superiores, também são
denominadas de processos musculares ou cordas falsas. As inferiores, são conhecidas
também por processos vocais ou cordas vocais verdadeiras. os Os processos musculares
se são constituem constituídos de por músculos esqueléticos. os Os processos vocais ou
cordas verdadeiras sãoe formados conformam depor ligamentos. Ambas, se distendem-
se ou relaxam pela ação dos músculos internos da laringe, sendo capazes de produzir
sons durante a passagem do ar, enquanto falamos ou cantamos.

Figura 23. Cordas vocais e glotes.

Figura 24. Cordas vocais e glotes. 20


A VOZ

A voz é produzida na laringe pelos mecanismos músculo-ligamentosos que nela se


localizam e que permitem, junto com ao passo passagem do ar entre elas, o som harmónico da
voz.
A saída do ar faz vibrar as cordas vocais produzindo o som. Quando relaxadas, o ar passa
entre elas sem vibrar. Quando falamos ou cantamos, o cérebro envia a mensagem aos
músculos que controlam as cordas vocais, permitindo-lhes se aproximarem-se e
estreitarem.
O diafragma e os músculos do tórax empurram o ar para fora dos pulmões, e o que se
produz a vibração das cordas vocais e consequentemente o som.
O controle controlo do volume do som se faz-se aumentando ou diminuindo a tensão das
cordas vocais.
Também participam da na fonação, a boca, em sentido geral, e seus componentes, os
lábios, a língua, os dentes e o véu palatino.

Figura 25. Cordas vocais e glote.s

21
TRAQUEIA
A traqueia conclui anatomicamente o canal respiratório das vias superiores. Tem entre
1,5 cm ae 2,5 centímetrosm. de
diâmetro e 10 a
20
centímetrosms.
de comprimento,
sendo formada
por uns vinte
anéis incompletos
de cartilagem
hialinohialina,
unidos por
ligamentos
e abertos
posteriormente;
sendo recubertos
recobertos por
músculo liso.
Localizada no
pescoço, anterior
ao esófago, na sua
porção superior.
Termina inferiormente
e bifurca-se, dando lugar Figura 26. Traqueia, constituição.
a à carina, originando os
brônquios.
Seu O seu epitélio de
revestimento muco-ciliar
capta por adere aderência
partículas de poeira e
bactérias presentes em
suspensão no ar inalado,
que são posteriormente varridas
para fora, graças aos cílios, e
engolidas ou expelidas.

Figura 28. Vista posterior da traqueia.

22
Figura 27. Traqueia, localização no pescoço.

23
APARELHO RESPIRATÓRIO INFERIOR
O aparelho ou vias respiratórias inferiores ou baixas, está é constituído pelos
brônquios, que se ocupam de levar ar aos pulmões, o outro órgão das vias inferiores.
Brônquios:
formado de por
anéis abertos
posteriormente,
a à semelhança
com da estrutura
anatómica da
traqueia. Estes
anéis se
unem-se entre si,
dando lugar ao à
arvore árvore
bronquial,
localizado
localizada no
interior do
parênquima
pulmonar e
encarregadoenca
rregada
de permitir a chegada do
ar até aos alvéolos. Figura 29. Vias respiratórias inferiores.
Pulmões: estruturas localizadas
a ambos os lados do tórax, em forma de
pirâmide, cuja base inferior está em
relação direita directa com o diafragma
e o vértice ou ápice na porção superior
da cavidade. Também se descrevem
duas faces, uma lateral e uma
medial, côncava é o local de
penetração do pedículo pulmonar,
através do hilo pulmonar.

Figura 30. Lobos e brônquios pulmonares.

Figura 31. Arteriografia pulmonar.


24
BRÔNQUIOS
Os brônquios são a continuação das vias respiratórias altas, e os que permitem a
realização do intercambio intercâmbio gasoso do ar, no
parênquima pulmonar. A partir
da traqueia, eles se conformam-
se nos brônquios direito e
esquerdo, sendo o direito mais
pequeno,
de 1,5 centímetrosm, e o
esquerdo, que tem 2
centímetrosm de longitude. Têm
a parede revestida internamente
por um epitélio ciliado e
externamente, é reforçada por
anéis de cartilagem
irregulares que nas ramificações, se
manifestam como pequenas placas Figura 32. Anel bronquial.
ou ilhas. Os brônquios e bronquíolos
são também reforçados de músculo
liso.
ARVORE ÁRVORE BRONQUIAL
O arvore bronquial se apresenta em quatro
tamanhos, segundo a sua localização:
 Brônquio principal ou de primeira ordem:
eles são dois, o direito e o esquerdo, a partir
da bifurcação da traqueia.
 Brônquios lobar ou de segunda ordem: são
aqueles que surcam os lobos pulmonares.
 Brônquios segmentares ou de terceira
ordem: se ramificam dos anteriores
cursando até os segmentos bronco Figura 33. Arvore bronquial.
pulmonares.
 Bronquíolos: última porção e mais pequena dos brônquios, (*) Surfactante.
os quais igualmente vão-se ramificar, até se unir aos Substância que reduz a
alvéolos pulmonares. Não apresentam cartilagens. resistência à expansão
alveolar.
ALVÉOLOS PULMONARES
Localizados nos extremos de cada bronquíolos, em
forma de cavidades diminutas ou sáculos aéreos.
Cada alvéolo recebe um bronquíolo, conformando
os pulmões, junto com as paredes dos capilares.
Ambos serão os encarregados de realizar a hematose.
Nos alvéolos realizam-se as trocas gasosas entre o
meio ambiente (o ar) e o organismo (através do Figura 34. Alvéolo.
sangue), graças aos capilares. As moléculas de oxigénio
e de
25
dióxido de carbono difundem-se com facilidade pelas células dos alvéolos para os
capilares e vice-versa. As paredes dos alvéolos são muito finas e estão constituídas por
dois tipos de células:
 Pneumócitos tipo I: camada única de células epiteliais planas.
 Pneumócitos tipo II: células cúbicas que secretam o surfactante (*).

26
OS ALVÉOLOS E O LEITO CAPILAR.
Os alvéolos se classificam-se em primeiroprimeira, segundo segunda e terceiro terceira
ordem. Estes últimos são os que fazem o intercambio intercâmbio gasoso com os
capilares sanguíneos.

Figura 35. Alvéolos e o leito capilar.

Os pulmões contêm quase 2400 Km.


de vias aéreas e mais de 300 milhões de alvéolos.

27
Figura 36. Rede capilar ao redor do alvéolo.

28
PULMÕES
Os pulmões tem têm uma consistência esponjosa devido a à abundante quantidade de
ar contido eúdo no seu interior. , eles eEstão subdivididos em lobos, que são unidades
anátomo-funcionais independentes. Os lobos pulmonares contem contêm aos
segmentos bronco pulmonares.
O pulmão direito
apresenta três lobos
denominados superior,
médio e inferior.
O lobo pulmão
esquerdo tem
somente tem
dois lobos, o
superior e o
inferior. Os lobos
estão separados
entre si, por meio
das fissuras. Existem
as fissuras
horizontal e oblíqua,
no lado direito; a
primeira delimita o
lobo superior do lobo
médio, e a segunda,
a este ultimoúltimo,
do lobo
inferior. No pulmão esquerdo
Figura 37. Lobos pulmonares.
a fissura oblíqua divide os dois lobos.
A porção inferior do lobo superior do
pulmão esquerdo corresponde ao lobo médio do pulmão direito e apresenta um
prolongamento chamado língula.
Existem outras estructuras pulmonares que complementam o seu funcionamento. Elas
são as seguintes:
• Pedículo pulmonar
• Hilo pulmonar
• Pleura pulmonar
• Artérias
brônquicas
• Veias
brônquicas
• Vasos e
nodos
linfáticos
• Nervos do plexo
pulmonar.

29
Figura 38. Estruturas anátomo-funcionais pulmonares.

30
SEGMENTOS BRONCO PULMONARES

Figura 39. Segmentos bronco pulmonares direitos.

Figura 40. Segmentos bronco pulmonares esquerdos.

31
HILOS E PEDÍCULOS PULMONARES
Os hilos pulmonares é são os espaços por aonde cursam os órgãos e estruturas do
pedículo pulmonar, a de cada lado. Se lLocalizam-se na face mediastinal, sendo parte dos
limites laterais do mediastino.
Os pedículos pulmonares são os órgãos e estruturas que atravessam o hilo pulmonar e
permitem o funcionamento deste. Em cada pedículo se observam-se os brônquios, as
veias pulmonares, a artéria pulmonar, os nervos e vasos linfáticos.
Em cada hilo pulmonar, os brônquios ocupam a posição caudal e posterior, as veias
pulmonares são inferiores e anteriores e a artéria pulmonar ocupa a posição superior e
mediana em relação as às veias e aos brônquios.
Ao redor da raiz pedicular, na face mediastinal pulmonar, vão-se observar as impressões
dos diferentes órgãos e estruturas que se localizam no mediastino. Dentre delas e a nível
da raiz pedicular do pulmão direito, dorsal mente cursa à a veia cava superior e os nervos
vago e frénico, póstero-lateralmente. No pulmão esquerdo, na raiz pedicular, observa-se
anteriormente, o nervo frénico, e detrás o nervo vago.

(NÃO É ISTO QUE ESTÁ NA FIG


174, QUE É UMA IMAGEM DA
Figura 41. Face mediastínica pulmonar.
REDE LINFÁTICA)Na figura 174,
observam-se as Impressões dos
órgãos e estructuras que rodeiam
a raiz dos pedículos pulmonares,
na face mediastínica pulmonar. 32
PLEURA
A pleura é uma membrana
dupla que envolve o
pulmão, em forma de saco,
formada por dois folhetos,
ficando entre eles um
espaço ou cavidade
chamado cavidade pleural.
As duas membranas
ou folhetos pleurais
recebem o nome de pleuras
parietal e visceral,
respectivamente, e na cavidade
entre elas, se localiza-se um liquido
líquido seroso denominado de
líquido pleural, substância a
qualque evita o atrito entre ambos
folhetos.
 Pleura parietal. : Recobre Figura 42. Vista coronal das pleuras.
recobre internamente a parede
costal da cavidade torácica,
sendo subdividida em quatro
porções:
• Pleura costal: é aquela
que cobre as faces internas
da parede torácica.
• Pleura mediastinal:
cobre as faces laterais do
mediastino.
• Pleura diafragmática: cobre
a base pulmonar, na face
superior do diafragma.
• Cúpula pleural: recobre
o ápice pulmonar.
Figura 43. Parênquima pulmonar e a pleura.
 Pleura Visceralvisceral:. Éé a encarregada
de recobrir os pulmões e suas fissuras e
facilita a mecânica da ventilação
pulmonar.

LIGAMENTO
PULMONAR OU
TRIANGULAR
Se lLocaliza-se encima
em cima do diafragma,
entre as porções
inferiores da pleura
mediastinal, a raiz
pulmonar e o pericárdio,
e fixa o pulmão ao
diafragma.
Figura 44. Ligamentos pulmonares. 29
RECESSOS OU SEIOS PLEURAIS
Os espaços virtuais que se apresentam nos ângulos de união entre as pleuras parietais
costal, diafragmática e mediastínica a nível da base do pulmão recebem o nome de
recessos ou seios pleurais.

Figura 45. Seios pleurais.

RECESSOS COSTO
DIAFRAGMÁTICOS
OU COSTOFRÉNICOS
São conformados no ângulo de
encontro inferior na região anterior,
lateral e posterior das pleuras costal e
diafragmática, existindo assim os
recessos anterior, lateral e posterior.

RECESSOS COSTOMEDIASTINAL
E RETROESOFÁGICO
Se pProduzem-se a partir do ângulo A pericardiocentese se
de união entre as pleuras costal e realiza-se a nível do recesso
mediastínica. O primeiro, anterior, costo mediastinal esquerdo, o
detrás do esterno e a cada lado do qual é maior e permite aceder
pericárdio, onde se funde com o ao pericárdio sem interessar a
diafragma.
pleura.
O segundo, posterior, em relação com
30
o esófago, entre ambas as pleuras.

31
DIAFRAGMA
Músculo estriado esquelético membranoso em forma de cúpula, que separa o tórax do
abdomeabdómen, coberto pelo peritónio em na sua face inferior e pela pleura parietal na
face superior, servindo de apoio á à base de cada pulmão, e sendo mais baixo do lado
esquerdo, devido ao ápice do coração.
É o principal músculo que promove a respiração, sendo o nervo frénico o encarregado
pela sua inervação.
O diafragma se inserta-se, anteriormente, na porção esternal, com o processo xifóide;
lateralmente, na porção costal, o faz com as seis costelas inferiores (da sétima ao à
decima décima segunda); e posteriormente, da dá lugar aos pilares diafragmáticos, ao
fixar-se às três vértebras lombares superiores (L1, 2 e 3).

Figura 46. Diafragma.

No Na sua superfície, o diafragma apresenta três aberturas,. aA primeira, o forame da


veia cava, no centro tendíneo do diafragma, o qual é atravessado pela veia cava inferior. O
segundo espaço constitui o hiato aórtico, por aonde atravessa, rumo ao abdómen, a
artéria aorta, sem perfurar a membrana diafragmática, entre os dois pilares
diafragmáticos, Por último, o hiato esofágico, passagem do esófago através do pilar direito
do diafragma, na continuação do tubo digestivo, para unir-se com o estômago.

Na figura 187, se observa-se como durante a inspiração, a cúpula diafragmática se contrai e desce
até a à 10.ª costela, aumenta o diâmetro vertical do tórax, reduz a pressão intratorácica, comprime
as vísceras abdominais, auxilia a entrada do ar nos pulmões e também a circulação sanguínea na veia
cava inferior. Na espiraçãoexpiração, o diafragma relaxa e sobe até a à 6.ª costela, aumentando a
pressão intratorácica e expulsando o ar dos pulmões.

32
MEDIASTINO
O mediastino é um espaço localizado no centro do tórax, ocupado por diversas
estruturas, de diferentes órgãos de importância vital para o sustento da vida, muitas das
quais se movimentam constantemente e outras com bastante frequência. Ao longo da
vida, a laxitude do tecido conectivo, as gorduras e a elasticidade dos pulmões e a pleura,
permitem que o mediastino se acomode ao movimento e as às variações constantes
dos volumes na cavidade torácica. Exemplo disto, são os movimentos da traqueia e d os
brônquios durante a respiração, os movimentos pulsáteis dos grandes vasos, artéria
aorta, veias cavas superior e inferior, tronco arterial pulmonar e as suas duas
artérias a continuação e as variações do volumem do esófago durante a deglutição.

Figura 47. Mediastino, localização, órgãos e estruturas.


33
Os limites do mediastino estão são
constituídos, inferiormente, pelo diafragma
e pelos recessos pleurais anteriores e
laterais, emn cima delimita-sedos pelo
orifício superior torácico;
o esterno e as cartilagens costais o fazem-
no ventralmente, e as doce doze vértebras
dorsais, posteriormente.
O mediastino se divide-se em mediastino
superior e mediastino inferior.
 Mediastino superior: ocupa o
espaço dorsal ao manubrio
manúbrio esternal, entre o
orifício torácico superior por
encima, e o ângulo do esterno
esternal ou de Louis,
em baixo, a nível da 4.ª
vertebra vértebra torácica.
 Mediastino inferior: se
subdivide-se, na por sua vez,
em três porções: anterior,
médio e posterior.

Figura 48. Mediastino, suas divisões.

Os corpos vertebrais e os
pulmões
não formam parte
do mediastino. 34
Figura 49. Mediastino, localização e limites.
ÓRGÃOS E ESTRUTURAS DO MEDIASTINO
No mediastino superior se observa-se o esófago e a traqueia, posteriormente, o timo,
anteriormente, o arco aórtico, o tronco pulmonar, as veias braquiocefálicas, a veia cava
superior, n o nervo frénico direito, os ductos linfáticos e sua desembocadura, assim como
a desembocadura das veias ázigos. Já, no mediastino inferior, apresentam-se as
subdivisões anterior, média e posterior.
• Mediastino anterior: é o mais pequeno dos tres três espaços, e encontra-se
entre o pericárdio fibroso e o esterno. Durante os primeiros meses de vida,
resulta relativamente grande, devido a que contem contém parte do timo.
• Mediastino médio: resulta é a sub divisão mais importante, devido á à presença do
coração e do pericárdio.
• Mediastino posterior: Lhe corresponde-lhe a porção dorsal, detrás do pericárdio
fibroso, e anterior aos corpos vertebrais das oito vértebras dorsais inferiores, e o
diafragma, que o delimita inferiormente.

Figura 50. Mediastinos superior e inferior.

35
IMAGENS RADIOLÓGICAS DO TÓRAX E DO MEDIASTINO

Figura 51. Imagens radiológicas do tórax.

1 - Tronco braquiocefálico Figura 52. Imagens radiológicas do tórax.


venoso direito.
2 - Aorta ascendente +
veia cava superior. DESCRIÇÃO RADIOLÓGICA DO
3 - Aurícula direita. MEDIASTINO. Radiologicamente
4 - Veia cava inferior. descrevem-se três zonas:
5 - Artéria subclávia  Zona anterior: entre o bordo
anterior da traqueia ao bordo
esquerda. posterior do coração.
6 - Crossa da aorta =  Zona média: entre o fim da
botão aórtico. zona anterior e a zona posterior.
7 - Artéria pulmonar.  Zona posterior: entre a zona
8 - Apêndice auricular media e um cm. anterior aos
esquerdo. bordos dos corpos
9 - Ventrículo esquerdo. vertebrais.

Figura 53. Silhueta mediastínica / Radiografia de perfil.


MECANISMOS DA RESPIRAÇÃO HUMANA
É sabido que os seres vivos superiores precisam de oxigénio para a vida, o que se conhece
como respiração aeróbia, e que ela se produz por meio de dois mecanismos, conhecidos
como ventilação pulmonar e hematose.

MECANISMOS DA VENTILAÇÃO PULMONAR


A ventilação pulmonar são os movimentos respiratórios de inspiração e
espiraçãoexpiração, que produzem dão porcomo resultado a renovação do ar no espaço
alveolar dos pulmões. O ar é transportado através das vias respiratórias altas e baixas,
por meio dos mecanismos de inspiração e espiraçãoexpiração.
Este mecanismo e é controlado pelos centros nervosos do sistema nervoso autónomo, no
tronco cerebral e na medula espinal, produzindo impulsos a cada cinco segundos,
estimulando, assim, a musculatura torácica e sobre tudo o diafragma.
• Mecanismo da inspiração: . Éé produzido a partir dos músculos do tronco, encarregue
encarregado de permitir a entrada de ar e, com ele, do oxigénio, aos nos pulmões. Este
mecanismo se produz-se com a participação dos músculos diafragma,
esternocleidomastóideo, intercostais externos, escalenos e serratos serráteis
anteriores.
• Mecanismo da espiraçãoexpiração: . Éé o resultado da participação dos
músculos Intercostais intercostais internos, rectos abdominais e outros
músculos.

HEMATOSES
É uma consequência da
respiração aeróbia
onde se intercambiam
o oxigénio e o dióxido
de carbono nos
alvéolos pulmonares.
É o intercâmbio
ou difusão
indirecta de
oxigénio e dióxido
de carbono nas
paredes dos alvéolos
pulmonares, entre o ar
e o sangue, permitindo
a oxigenação do
sangue venoso e
que esta este se
tornar torne sangue
arterial. A eficiência
das trocas
gasosas são é devidas
á à grande área da
superfície alveolar,
de fina espessura, que
se encontra envolvida Figura 54. Mecanismo da ventilação pulmonar e a hematose.
por uma vasta rede
capilar
e que é se aacompanhada de
um elevado gasto de energia (calor).
36
CAPÍTULO II: CORAÇÃO
eE SISTEMA CIRCULATÓRIO SANGUÍNEO
SISTEMA CIRCULATÓRIO SANGUÍNEO
É também chamado de sistema cardiovascular.
Compreende principalmente o coração e os vasos sanguíneos.
• Coração. : Órgão órgão encarregue encarregado de receber e
enviar o sangue através dos vasos sanguinos sanguíneos a todo o
organismo, órgãos e células constituintes do corpo humano.
• Vasos sanguíneos. : São são as artérias, os capilares e as
veias. Estruturas tubulares que permitem a entrada e saída
do sangue no coração, excursionando por todo o organismo
para sua oxigenação, nutrição e manutenção da
homeostasia.
É responsável por :
 Conduzir os elementos essenciais para sustentar a vida:
• Oxigénio para as células.
• Hormônios Hormonas para os tecidos.
• Dióxido de carbono para eliminação nos pulmões.
• Excreções metabólicas e celulares para os órgãos excretórios.
 No Sistema Imunológico participa na defesa contra infecções.
 Controlo da termorregulação:
• Se calor, produz vasodilatação periférica.
• Se frio, haverá vasoconstrição periférica.
• Leva ou tTransporta os nutrientes dos locais de absorção
Figura 55. Coração e vasos
até às células dos órgãos. sanguíneos principais.
Nos animais superiores, entre eles o homem entre eles, resulta
verifica-se um sistema circulatório fechado, duplo e completo.
 Fechado:. O o sangue circula dentro dos vasos sanguíneos.
 Duplo:. No no sistema circulam o sangue arterial e o venoso, que chegam ao coração,
por diferentes sistemas, antes de fazerem o ciclo completo.
 Completo:. O o sangue venoso e o sangue arterial circulam separadamente.

TIPOS DE CIRCULAÇÃO
SANGUÍNEA
Existem dois (2) tipos principais
de circulação sanguínea.
• Circulação pulmonar ou
pequena circulação:. Conduz
conduz o sangue até aos
pulmões para o intercambio
intercâmbio entre o dióxido de
carbono e o oxigénio.
• Circulação sistémica ou
grande circulação:. Leva
leva o oxigénio, os
nutrientes e as restantes
substâncias aos tecidos
Figura 56. O coração, trajecto do sangue nas cavidades.
periféricos.
38
CORAÇÃO
O coração tem forma de cone ou pirâmide irregular com a base para encima e a à direita,
o vértice para baixo e a à esquerda, ao nível do quinto ou sexto espaço intercostal. Se
dDescreve-se anatomicamente três faces e quatro margens.

FACES DO CORAÇÃO
Face inferior ou diafragmática: apoia-se no diafragma.
Face medial ou pulmonar: localizada enfrente à frente ado hilo pulmonar esquerdo.
Face anterior ou esternocostal: detrás do esterno.
MARGENS DO CORAÇÃO (figuras 4 e 5).
FACES DO CORAÇÃO
A. Margem direita: no átrio direito entre as veias
cavas superior e inferior.
B. Margem Inferior: no ventrículo direito e parte
do ventrículo esquerdo.
C. Margem esquerda: no ventrículo
esquerdo e parte da aurícula.
[D.] Margem superior: também chamado
chamada base do coração, localiza-se
posteriormente a à aorta e ao
tronco pulmonar e anterior a à veia cava superior
(limite inferior do seio transverso do pericárdio).

Figura 57. Faces do coração

MARGENS DO CORAÇÃO

Figura 58. Base do coração

Figura 59. Margens do coração

39
ESTRUTURA EXTERNA DO CORAÇÃO

Figura 60. Vista anterior do coração.

Figura 61. Vista posterior do coração.


40
PAREDES DO
CORAÇÃO
O coração apresenta na sua estrutura, as paredes externas e outras formações internas
que são as que permitem o funcionamento. As paredes externas do coração se
constituem-se em (3) três camadas:
 Epicárdio ou camada externa. : Se
constituiído do pelo pericárdio seroso
visceral.
 Miocárdio ou camada mediamédia:. É
é o músculo estriado cardíaco, que na
por sua vez, se divide em:
• Músculo cardíaco atrial
• Músculo cardíaco ventricular
• Fibras musculares condutoras
e excitatórias
• Pilares musculares.
 Endocárdio ou camada
Interna:. Reviste reveste as válvulas
e os vasos que saem do coração.
 Na sua estrutura interna, o
coração apresenta os septos Figura 62. Paredes externas do coração.
vertical e horizontal, formados de
por tecido muscular e
membranoso, e que o
dividem em quatro camaras câmaras receptoras do sangue.

ESTRUTURA INTERNA DO CORAÇÃO


Apresenta:
 Septo vertical: atravessa o
coração da base até o
vértice e divide-o em
direito e esquerdo –
normalmente não
comunicáveis entre si.
 Septo horizontal: separa
as duas aurículas, dos dois
ventrículos. A parede
horizontal tem dois orifícios,
que permitem a
comunicação entre os
espaços das aurículas e os
ventrículos direito e

41
Figura 63. Estrutura interna do coração.
PAREDES DO
CORAÇÃO
esquerdo, respectivamente.

42
AURÍCULAS

As aurículas as são duas cavidades cardíacas localizadas por encima do septo horizontal do
coração, e tem têm como função receber sangue provenientes das veias. A aurícula
esquerda recebe o sangue dos pulmões, por meio das veias pulmonares, e a à aurícula
direita chega o sangue do resto do organismo por meio das veias cavas superior e inferior.
Ambas aurículas enviam o sangue para os ventrículos correspondentes.

AURÍCULA DIREITA
Apresenta:
• Dois orifícios: o óstio da
veia cava superior e o
óstio da veia cava
inferior.
• Válvula tricúspide:
permite a comunicação
com o ventrículo
direito.
• Seio coronário: pequeno
orifício, desembocadura
do tronco venoso das
coronárias a esquerda
Figura 64. Aurícula direita e suas estruturas.
da
entrada da veia cava inferior.

AURÍCULA ESQUERDA

Figura 66. Aurícula esquerda e suas estruturas.

A aurícula esquerda apresenta:


Quatro óstios das veias pulmonares:
trazem o sangue oxigenado dos
43
AURÍCULAS
Figura 65. Entrada das veias pulmonares dois pulmões.
na aurícula esquerda.  Válvula mitral: comunica com
o ventrículo esquerdo.

44
VENTRÍCULOS
Constituem grande parte do coração, e estão localizados na porção inferior do órgão.
Separados entre si pelo septo vertical, ou septo interventricular, recebem o sangue das
correspondentes aurículas e impulsionam-noá-lo para as artérias aorta e tronco pulmonar.
Tem Têm paredes muito grossas,
e a superfície não lisa, com muita
irregularidade, devido aos músculos.
Ambos estão separados da aurícula
do seu lado pelo septo horizontal.
 Ventrículo direito:
apresenta a válvula
tricúspide no orifício que
comunica
a aurícula com o
ventrículo.
 Tronco pulmonar: sai
do ventrículo e se
divide-se em duas
ramificações, que
transportarão o
sangue pobre em
oxigénio até ambos
pulmões.
 Ventrículo esquerdo:
maior e com paredes mais
musculosas, apresenta a
Figura 67. Ventrículo direito (vista anterior).
válvula mitral, orifício que
comunica com a aurícula,
na qual entra o sangue
previamente
oxigenado,
para ser
levado a todo
o organismo
pela aorta.
 Artéria aorta:
inicia-se no
ventrículo
esquerdo e
transporta
o sangue
oxigenado
as estruturas,
órgãos e
sistemas.

45
VENTRÍCULOS

Figura 68. Ventrículo esquerdo (vista posterior).

46
OUTRAS ESTRUTURAS CARDÍACAS
FOSSA OVALIS FORAME DE BOTELHO
A fossa oval é o orifício cego localizado no lado
Ou fossa oval, é uma depressão circular
direito do septo interatrial, que na vida fetal
rodeada por um engrossamento,
permite a passagem do sangue do átrio direito
localizada a ambos lados do tabique para o esquerdo. No embrião, o sangue que
interauricular, mais apreciável do lado chega no ao átrio esquerdo não retorna,
direito, que durante o desenvolvimento devido a que o septum primum –— no lado
fetal serve para se comunicar ambas direito do orifício – — funciona como válvula e
aurículas. fecha o forame quando se contrai. Após o
nascimento, quando os pulmões se tornam-se
funcionais, a pressão pulmonar diminui, e a
pressão atrial esquerda excede à direita. Isto
comprime o septum primum – — lado direito -
— contra o septum secundum – — lado
esquerdo -, —, fechando o forâmen forame
ovale, o qual fica hermético nos primeiros três
meses de vida.

Figura 69. Forame de


BotelloBotelho.
VÁLVULAS CARDÍACAS
São duas válvulas auriculoventriculares, a
válvula aórtica e a válvula pulmonar, que
impedem o refluxo do sangue, garantindo a
circulação unidireccional. As válvulas
auriculoventriculares Figura 70. Corte transversal no
-— válvula tricúspide, a à direita, e mitral, a à septum horizontal.
esquerda —- , impedem o retorno dos
ventrículos, ás às aurículas direita e esquerda. As
válvulas aórtica e pulmonar
impedem o retorno aos ventrículos respectivos. Estas válvulas estão são constituídas de
valvas, cujas bordas livres, se projectam-se para o centro do orifício e se sobrepõem
entre elas.
Válvulas semilunares ou sigmóides: encontram-se entre o ventrículo esquerdo e a
artéria aorta e o ventrículo direito e a artéria pulmonar, respectivamente. Formadas por
três pequenas valvas de forma semiesférica, convexas para o ventrículo, com a base
fixada à parede arterial e o bordo livre móvel. As válvulas aórticas são posteriores. Tem
Têm uma valva posterior e duas laterais. As válvulas pulmonares são anteriores. Tem
Têm uma valva anterior e duas laterais. Por cima da inserção das valvas estão os
respectivos seios aórtico e pulmonar. Nos seios aórticos se encontram-se os orifícios de
saída das artérias coronárias.

47
Válvulas auriculoventriculares: quando a aurícula se contrai, as valvas projectam-se para
o Ventrículoventrículo, desbloqueando o orifício e permitindo, assim, a passagem da
corrente sanguínea até à cavidade ventricular.

48
DUCTO ARTERIOSO
Conduto de comunicação entre a artéria aorta e o tronco arterioso pulmonar no embrião. Ele fecha-s

Fig. 71. Ligamento arterial

LIGAMENTO ARTERIAL
É o remanescente do ducto arterioso.

Figura 72. Ducto.

MÚSCULOS PAPILARES
Fibras musculares nas paredes dos ventrículos, que fixam as cordas tendinosas para
fechar e abrir as válvulas, e controlar o a passo passagem do sangue de um
compartimento ao outro.

CORDAS TENDINOSAS
São as que permitem fechar as
válvulas ao se inserirem-se no seu
bordo livre e nos pilares
musculares.

SULCO CORONARIANO
Forma uma espécie de coroa
Figura 73. Sulco coronariano,
músculos papilares e cordas
49
tendinosas.
externamente e marca o
septo auriculoventricular.

50
MIOCÁRDIO
O miocárdio é o músculo que forma as paredes do coração, apresentando aspecto
estriado, cujas fibras se dispõem juntas para formar uma rede contínua e ramificada,
permitindo-o lhe contrair-se em massa, e responder a o estímulo do tipo " tudo ou
nada", daí que se classifique como “músculo unitário simples”. Isto permite que o
coração se contraia-se ritmicamente, a à razão de 60 a 80 vezes por minuto.
O miocárdio não está sujeito ao controle controlo da vontade.
São três tipos de músculo cardíaco O músculo cardíaco apresenta filamentos de actina e
miosina. São Eles são de três os tipos de músculo cardíaco:
• Músculo cardíaco ventricular. Localizado nos ventrículos. Contrai-se de forma
parecida com o músculo estriado, mas a duração de da contracção é maior.
• Músculo cardíaco atrial. Localizado nas paredes atriais do coração. Funciona de
modo similar á à porção ventricular.
• Fibras miocárdias excitatórias e condutoras. Também chamadas fibras de Purkinje, as
quais se contraem de modo mais fraco, dado a o facto de conterem poucas fibrilas
contrácteis, e, ao contrário, apresentarem ritmicidade e velocidade de condução
variáveis, conformando o sistema excitatório do coração.

Figura 74. Miocárdio

Figura 75. Miocárdio na parede do coração

Figura 76. Fibras de Purkinje


51
PERICÁRDIO
O pericárdio é um saco ou bolsa fibrosa,
dupla, resistente, que envolve todo o
coração e que protege a saída dos
grandes vasos na base cardíaca.
Mantém o coração no seu sítio,
através de fixações que o unem
ao diafragma e à parede
anterior do tórax.
Ele encontra-seÉ formado por duas
camadas denominadas pericárdio
fibroso e seroso, respectivamente, as
quais dão lugar a uma cavidade interna.
• Pericárdio fibroso: é a camada externa
do saco pericárdico, estando
constituída por um tecido fibroso
duro.
• Pericárdio seroso: é uma membrana
delgada transparente e mole, que
reveste o interior do pericárdio
fibroso, Figura 77. Paredes do coração.
e logo se reflecte para recobrir o exterior
do coração, o epicárdio.
• Cavidade pericárdica: é um espaço virtual, situado entre as duas serosas.
• Líquido pericárdico: é um liquido líquido conteúdo contido na cavidade pericárdica e
segregado pelo pericárdio seroso, cuja função é de amortizar os movimentos cardíacos e
evitar os atritos e as fricções com o saco duro.

Figura 78.
Complementos do coração

52
AUTOMATISMO CARDÍACO
Os estímulos eléctricos do músculo cardíaco geram-se espontânea e ritmicamente na
musculatura auricular direita (nodo sinusal) de maneira a garantir a contracção
e a dilatação sequencial do resto dos compartimentos.
O sistema nervoso, pode acelerar ou reduzir a actividade cardíaca, mas, não assim
desencadeá-la.
A actividade nervosa será controlada pela
inervação simpática que acelera o ritmo
do coração e pela inervação
parassimpática, do nervo vago (X par
craneal), com o
objecto de diminuir o ritmo cardíaco.
Nodo sinusal: e é o centro que comanda
a actividade cardíaca, onde em
condições normais se produzem cerca
de
60 a 100 estímulos por
minuto. estes Estes
estímulos propagam-se
ao resto
das aurículas, provocando
a contracção de ambas
as câmaras, continuam
em direcção aos
ventrículos, pelos feixes
auriculares internodais,
que são três estruturas
de fibras de condução
especializada.
Nodo auriculoventricular:
também conhecido como
nodo de Aschoff-Tavara. Figura 79. Tecido de condução eléctrica pelas fibras condutoras.
Se lLocaliza-se junto ao
orifício
auriculoventricular, medialmente. Recebe os impulsos dos feixes auriculares internodais.
Aqui, o impulso eléctrico sofre um pequeno atraso ao aproximar-se dao feixe de His, que
por sua vez se dirige para o septo interventricular.
Feixe de His e rede de Purkinje: divide-se em dois ramos, o direito e o esquerdo, que se
subdividem em inúmeras ramificações pelas paredes de ambos os ventrículos, formando a
rede de Purkinje, que ao voltar o impulso ao nodo sinusal ou activa e se reinicia-se o
ciclo.

Caso o nodo sinusal não seja activado, o nodo auriculoventricular é encarregue


encarregado da função cardíaca, mas fá-lo com cerca de 40 a 60 estímulos por
minuto. Se este também permanecer inactivo, é igualmente possível que seja a rede
de Purkinje a coordenar este processo, embora seja numa frequência inferior. De 53
qualquer forma, pode acontecer que uma zona específica desencadeie impulsos
atípicos, irregulares ou mais frequentes do que o normal, provocando as
CICLO CARDÍACO
O ciclo cardíaco se caracteriza-se por sucessivas dilatações e contracções das câmaras
cardíacas, que permitem a passagem do sangue das aurículas aos para os ventrículos e
destes, para a artéria correspondente.
Este ciclo repete-se ao longo de toda a vida e sempre com o mesmo ritmo sincrónico.
Considera-se que um ciclo cardíaco começa no final de uma contracção e termina no
final da seguinte, abrangendo uma diástole e uma sístole.

Figura 80. A sístole e a diástole

DIÁSTOLE
Se dDenomina-se diástole á a fase de dilatação ou enchimento de sangue do coração.
Consiste no relaxamento das aurículas, as quais recebem o sangue proveniente das
veias, enchendo-se progressivamente. De imediato, as válvulas auriculoventriculares
abrem- se, e deixam passar o sangue de cada aurícula para o ventrículo correspondente.

SÍSTOLE
É a fase de contracção ou expulsão do conteúdo do coração, o sangue. Após os ventrículos se
encherem, as válvulas auriculoventriculares fecham-se, impedindo o refluxo de sangue para aàs
aurículas. As paredes dos ventrículos distendem-se, o que aumenta a pressão no seu interior,
sendo a força tal, que o sangue acaba por forçar a abertura das válvulas arteriais.
Então, as paredes ventriculares contraem-se e impulsionam o sangue para as artérias a partir do
ventrículo direito para a artéria pulmonar; e do ventrículo esquerdo para a aorta.

54
GRANDE E PEQUENA CIRCULAÇÃO SANGUINEA
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA MENOR
É a circulação sanguínea que permite a oxigenação do sangue nos pulmões, pelo que recebe o
nome de circulação pulmonar. Para o seu estudo anatómico e funcional ela inicia-se no
ventrículo direito, continua pelo tronco arterial pulmonar - — que se divide em artérias
pulmonares: direita e esquerda - — e termina nas quatro veias pulmonares: duas a à direita e
duas a à esquerda, no átrio esquerdo.
As duas artérias e as quatro veias pulmonares, respectivamente, penetram ou saem do
pulmão através do hilo, diante dos brônquios, no pedículo pulmonar. A artéria pulmonar
direita tem um percursorecorrido maior; vai-se por detrás do arco aórtico, ascende á à
esquerda e fica unida ao mesmo, pelo ligamento arterioso. Completam o sistema as
arteríolas, capilares, vénulas e veias que confluem no leito capilar, para terminarem no
átrio esquerdo.
Os capilares pulmonares envolvem os alvéolos, possibilitando, assim, a hematose.

Na circulação menor as veias transportam


sangue oxigenado e as artérias, sangue Ligamento arterioso. Na circulação fetal,
venoso, ; na circulação maior é o serve de comunicação da aorta com a
contrariocontrário. artéria pulmonar direita e no momento do
nascimento fecha-se e fica só como
ligamento.

CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA MAIOR


É o que leva o sangue aos tecidos e devolve comFigura
anidrido carbónico ao coração. Inicia-se no ventrículo
81. Circulação pulmonar ou pequena
circulação

55
SISTEMA CIRCULATÓRIO SANGUÍNEO PORTAL
Um sistema porta ou sistema
portal é um sistema venoso que
ocorre quando um leito capilar drena
para outro leito capilar, sem passar
pelo coração. Tanto os leitos capilares,
quanto os vasos sanguíneos que se
conectam a eles, são considerados
parte do sistema portal.
Existem três sistemas porta, dois
venosos e um arterial.
Os sistemas venosos portal são o
sistema portal hepático e o
sistema portal hipotálamo -
hipofisário.
• Sistema porta hepático: é o
sistema mais conhecido e se Figura 83. Sistema Portal Hepático.
refere-se àá parte da
circulação sistémica que supre
os órgãos do sistema
digestivo.
• Sistema porta hipotálamo-
hipofisário: formado por uma
rede de capilares venosos
que fazem a ligação entre o
hipotálamo e a hipófise,
para o transporte de
estimuladores da secreção
hormonal deste último.

Figura 84. Sistema portal hipotálamohipofisário.

• Sistema porta renal


É o sistema arterial
que se localiza na
cápsula renal,
constituindo o
glomérulo, e que serve
para filtrar, reabsorver
e excretar substâncias
do sangue na urina.

Figura 85. Sistema porta renal.


56
CIRCULAÇÃO FETAL

A circulação fetal foi engenhosamente planejada para às as necessidades pré-natais e


permitir, ao nascimento, as modificações do padrão circulatório pós-natal. Sabemos que
o feto não respira, e o sangue fetal não pode ser oxigenado nos pulmões, sendo a
placenta quem aporta o adequado suprimento de sangue oxigenado. Assim, o sangue
não oxigenado retorna da placenta pela veia umbilical.
Cerca da de metade do sangue proveniente da placenta passa através dos
sinusóides hepáticos, enquanto o
restante é
desviado do
fígado e segue
pelo ducto
venoso
para a
veia cava
inferior.

Figura 86. Circulação fetal.

57
CIRCULAÇÃO CORONARIANA
A circulação coronariana é a encarregadaue de subministrar o sangue
directamente as às estruturas do coração.
Se iInicia-se nos óstios coronarianos, junto das cúspides coronarianas da válvula aórtica e
termina no seio coronário.
As veias que drenam o sangue coronariano se denominam d-se veias cardíacas.
 As principais artérias coronarianas são:
• Artéria coronariana direita
• Artéria coronariana esquerda
• Artéria circunflexa
• Artéria descendente anterior esquerda
• Artéria marginal esquerda.
 As principais veias cardíacas são:
• A grande veia cardíaca
• A veia cardíaca média
• A pequena veia cardíaca
• A veia cardíaca anterior.
 O seio coronariano venoso é o receptáculo do sangue venoso coronariano, ele
drena directamente no átrio direito.

Figura 87. Circulação coronariana.


58
ARTÉRIAS E VEIAS DO CORAÇÃO
ARTÉRIAS CORONÁRIAS
Vista anterior

Figura 88. Vistas anteriores da


vascularização
coronariana.

59
ARTÉRIAS CORONARIANAS
Vista posterior

Figura 89. Artérias e veias do coração (vistas poste


SISTEMA VASCULAR SANGUÍNEO
O sistema vascular sanguíneos forma parte do sistema circulatório, e se constituié
constituído pelos vasos sanguíneos, sendo eles os responsáveis pelas trocas de gases e
nutrientes entre o sangue e o meio interno. Os vasos sanguíneos são as artérias, as veias e
os capilares, os quais permitem ao sangue chegar até ao leito capilar, onde se produz o
intercâmbio.

Figura 90. Direcção do sangue no sistema vascular.

Figura 91. Estrutura dos vasos sanguíneos.


56
SISTEMA VASCULAR SANGUÍNEO

57
ARTÉRIAS

ESTRUTURA DAS ARTÉRIAS


As artérias são formadas por três túnicas:
• Túnica íntima: é a mais interna,
também chamada de endotélio.
Se É constituídai de por células
epiteliais planas, suportadas
por uma membrana basal,
rodeada por fibras musculares
longitudinais. Figura 92. Estrutura das artérias.
• Túnica media: tem três camadas,
uma fina e elástica, mais interna,
seguida de fibras musculares e
elásticas transversais, e outra
camada elástica, mais externa.
• Túnica adventícia: cobre externamente o vaso e o protege-o por com uma membrana
de tecido conjuntivo resistente, que permite o a passagemo dos vasos sanguíneos e
nervos que o nutrem. O diâmetro das artérias oscila entre os três 3 centímetros, no caso
da aorta, e menos de um 1 milímetro, que será a dimensão das ramificações capilares.
As artérias se classificam-se pela sua função e sua anatomia. Elas podem ser:
• Artérias elásticas: são as de maior diâmetro. Têem grande capacidade para se
expandirem em cada batimento cardíaco, e de recuperarem de imediato o seu
diâmetro original. Impulsionam o sangre sangue que sai do coração com grande
turbulência e a transformam-na num fluxo continuocontínuo. Assim, temos, a artéria
aorta que sai do ventrículo esquerdo até ao abdómen; o tronco pulmonar, que se inicia
no ventrículo direito, e as artérias pulmonares direita e esquerda, que irrigam o
pulmão respectivo.
• Artérias musculares: continuação das anteriores, tem têm um diâmetro mediano, e
estão distribuídas por todo o organismo. Constituídas principalmente de por fibras
musculares concêntricas, que se contraem e relaxam alternativamente.
• Arteríolas: são artérias de menor diâmetro ou calibre. Consideradas as
ramificações finais da rede arterial, levam o sangue aos capilares.

Figura 93. A arteríola leva o sangue aos capilares

Arteríolas. Proporcionalmente, as paredes são muito mais espessas, a expensas da túnica méedia
muito desenvolvida, produto do incremento proporcional das fibras musculares, o que permite
modular o volume de sangue que chega aos capilares, função que é controlada pelo sistema
nervoso autónomo. 58
CAPILARES
Os capilares são pequenos vasos sanguíneos, encarregados de fazer o intercâmbio no leito
capilar, entre o sangue e o tecido que irriga. Eles têm um diâmetro muito reduzido, entre 5
e 10 μm, tão finos como os cabelos, e as paredes estão formadas por uma única camada
endotelial. Através dos
capilares se
consegue-se
oxigenar, e aportar
as substâncias
nutritivas aos
tecidos, assim como
recolher os resíduos
metabólicos, e levar
anidrido carbónico
aos pulmões.

LEITO CAPILAR
Figura 94. Células sanguíneas no capilar.
O leito capilar é a rede de vasos
sanguíneos, localizados no espaço
onde os capilares permitem o intercambio gasoso e de nutrientes. Ele se inicia na
metarteríola, aonde as células vermelhas dobrar-se-iam parcialmente, conformando uma
fileira simples, para produzir o intercambio e continuarem o fluxo. As metarteríolas são
vasos de comunicação direita entre arteríolas
e vénulas, sem que as células
vermelhas
atravessem
o leito
capilar,
impedindo
o fluxo
através
dos
capilares. A
partir das
metarteríolas
se
ramificam-se
os capilares,
encontrando-se
na sua origem,
os esfíncteres Figura 95. Leito capilar.
pré-capilares, O leito capilar é se constituídoi de
os quais são anéis de por três espaços. A saber, o
músculo liso, que regulam o espaço vascular, o espaço celular
fluxo de sangue nos vasos, e controlam o e, entre ambos, o espaço
intersticial, onde se produz o 59
intercambiointercâmbio.
CAPILARES
movimento de intercâambio com os
tecidos.

60
ARTÉRIAS ELÁSTICAS
ARTÉRIAS PULMONARES
As artérias pulmonares diferem das outras artérias , por devido a que transportarem
sangue venoso, rico em anidrido carbónico. O fluido sanguíneo começa no tronco
pulmonar, que tem a sua origem no
ventrículo direito,
e imediatamente
divide-se em
duas artérias,
pulmonar
esquerda e
pulmonar direita,
levando o sangue
venoso do coração, até
aos alvéolos, para ser
oxigenado. Os capilares
envolvem os alvéolos,
no leito capilar,
permitindo o intercambio Figura 96. Artérias pulmonares.
intercâmbio gasoso.

ARTÉRIA AORTA

A aorta é a maior
artéria do
organismo. Ela tem
a sua origem no
ventrículo esquerdo,
detrás da artéria
pulmonar, ascende e
dirige-se á para a
direita.
No seu
percursorecorrid
o, divide-se em
quatro porções,
a saber : aorta
ascendente, arco
aórtico e aorta
descendente, que
na sua vez, dá lugar
às porções torácica
e abdominal
Figura 97. da artéria aorta.
AORTA
AORTA NO TÓRAX
AORTA ASCENDENTE.
Porção inicial da aorta, a partir do
ventrículo esquerdo e o bolbo aórtico,
onde surgem as artérias coronárias
direita e esquerda, as quais vão a
irrigar o coração. O arco aórtico
vai de direita a esquerda,
dorsal mente, dando lugar ao
tronco braquiocefálico, á à
direita, a carótida primitiva, no
médio
e á a subclávia a à esquerda, mais
lateral. Já a aorta descendente
atravessa o tórax, pelo mediastino
posterior, à esquerda, até ao
diafragma.

ARCO AÓRTICO
Segunda porção da aorta, que cursa de da
direita a à esquerda e de anterior a posterior,
Figura 98. Aorta torácica.
dando lugar ao tronco
braquiocefálico e
àas artérias direitas
carotídea e
subclávia.

Gráficoa 1. Ramos do arco Figura 99. Rx arco aórtico 60


AORTA DESCENDENTE TORÁCICA

A aorta descendente torácica dá ramos


parietais e viscerais. e Os ramos parietais
irrigam os músculos e o resto do sistema
somático que protege os órgãos do tórax. Os
ramos viscerais ocupam-se dos órgãos internos.

Figura 100. Ramos da aorta


descendente torácica.

1) Artérias Intercostais
2) Artérias frénicas superiores
3) Artérias esofágicas
4) Artérias bronqueais

Figura 101. Arco aórtico e aorta descendente torácica.

61
ARTÉRIA CAROTÍDEA PRIMITIVA
São duas artérias que ascendem na
bainha carotídea do pescoço, no
VAN, a cada lado da traqueia,
no trígono carotídeo, para
se dividir, ao nível da
cartilagem tireóidea.
• Artéria carotídea
primitiva direita. Sai
do tronco arterial
braquiocefálico,
detrás da
articulação
esternoclavicular
direita.
• Artéria carotídea
primitiva esquerda.
Sai da parte mais alta
do arco aórtico.
Ambas as artérias se bifurcam
no bordo inferior da Figura 102. Artéria carótida primitiva,
mandíbula, a nível da 3.ª
vertebra cervical e
dão lugar as às arterias artérias carotíideas externa e interna. A arteria artéria carotidea
carotídea externa irriga a cabeça, o crânio, o pescoço, a faringe e a glândula tireóideia. A
artéria carotidea carotídea interna atravessa o conduto carotideo carotídeo para o
interior do crânio.

BIFURCAÇÃO DA ARTÉRIA CAROTÍDEA PRIMITIVA


A bifurcação da artéria carotídea primitiva é uma estrutura que tem grande importância
anátomoclinicaanátomo-clínica, devido á à facilidade que apresenta na tomada da
frequência cardiacacardíaca. Aquí Aqui se localiza o corpo carotideo carotídeo que é um
quimiorreceptor e o seio carotideo carotídeo, o qual actua como barorreceptor na
temperatura do sangue ao cérebro.
• Corpo carotídeo. Pequeno
agrupamento de
quimiorrecetoresquimiorreceptores e
células de
suporte localizado na bifurcação da
artéria carótida. É ricamente
suprido com capilares fenestrados,
sendo sensível ao pH e às
concentrações de dióxido de
62
carbono e oxigénio no sangue, e
desempenha um papel crucial no
controle homeostático destas
substâncias.

Figura 103. Corpo carotídeo.

63
Figura 104.

Bifurcação
da artéria
carotídea

• Seio carotídeo.
Dilatação na capa
média ou subendotelial
da artéria carotídea
interna. Localiza-seSe
localiza imediatamente
a
seguir da à
bifurcação de ambas
as carotídeas.
Funciona como um
barorreceptor, Figura 105. Corpo e seio carotídeos.
ou seja, é sensível
as às mudanças da
pressão sanguínea
arterial.

Figura 106. Localização anatómica do corpo e seio carotídeos.


64
ARTÉRIA CAROTÍDEA EXTERNA

Figura 107. Artéria carótida externa.

A artéria carotíidea externa inicia o seu percursorecorrido na altura da cartilagem


tireoideatireóidea, e inmediatamente, dá três ramos anteriores, três posteriores e dois ramos
termináisterminais.

Os ramos anteriores, pela sua ordem, são denominados:


Artéria tireóidea
superior. Artéria lingual
Artéria facial. Sendo os ramos terminais:
Os ramos posteriores chamam-se de: Artéria maxilar
Artéria faríngea ascendente Artéria temporal superficial
Artéria auricular posterior
Artéria occipital

65
ARTÉRIA CAROTÍDEA INTERNA

A artéria
carotídea
interna
irrigação
sanguinea
sanguínea
a porção
anterior do
cérebro. Tem a
sua origem ao
nível do ângulo
mandibular, a
partir da
bifurcação
carotideacarotí
dea,
a em ambos
lados da
laringe, e em
frente dos
transversos das
três primeiras
vértebras
cervicais. A artéria Figura 108. Angiografia da artéria carotídea interna.
não tem colaterais
no pescoço,
apresentando somente
o seio carotídeo, no
seu origem. Penetra
pelo canal carotídeo,
na base do crânio, e
perfura a dura-máter
lateralmente à sela
túrcica, até ficar no
seio cavernoso, onde
aporta dois primeiros
ramos. Imediatamente,
na porção
intracraniana, emite Figura 109. Angiografia da artéria carotídea interna.
três artérias principais:
• Artéria oftálmica: que penetra na cavidade orbitária junto com o nervo óptico,
para suprir o globo ocular e os músculos extrínsecos oculares.

66
• Artéria cerebral anterior: acorre ao longo do corpo caloso e irriga a metade superior
da face medial do hemisfério cerebral, o corpo caloso e o sulco parietoccipital.
• Artéria cerebral media: continuação directa da carotídea interna, na fissura de
Sílvius, irrigando os hemisférios cerebrais, ao dividir-se num leque , de dez ramos.

67
IRRIGAÇÃO ARTÉRIAL CEREBRAL

Figura 110. Vascularização arterial cerebral. Figura 111. Artérias cerebrais.

Gráficoa 2 . Vascularização arterial cerebral


68
POLÍGONO DE WILLIS
O círculo arterial cerebral ou polígono de Willis, nome recebido em homenagem a Thomas
Willis (1621-1673), médico inglês, se localiza-se medial, anterior e ligeiramente
ascendente, a nível do quiasma óptico, na base do encéfalo. Tem forma hexagonal, e
nele participam seis artérias, três a em cada lado, sendo as artérias cerebrais
posteriores as às que o fecham por detrás, laterais, encontram-se duas artérias
comunicantes posteriores, ramos da carótida interna, que servem de união com as
cerebrais posteriores e duas cerebrais anteriores, originarias originárias também da
carotídea interna, e que se continuam anteriormente, para unirem-se ambas, pela
artéria comunicante anterior, emn frente e em ncima do quiasma óptico.

Polígono de Willis
• Artéria cerebral
posterior: ramo da
arteéria basilar.
• Artéria comunicante
Posterior: ramo da artéria
cerebral posterior.
• Artéria comunicante
Anterior: une as dúas duas
arterias artérias cerebráis
cerebrais anteriores.
• Artéria cerebral anterior:

Figura 112. Polígono de Willis.

A Artéria cerebral média não faz parte do círculo de

Figura 113. Localização do polígono de Willis.

69
ARTERIOGRAFIA VERTEBRO-BASILAR

A- Artéria cerebral posterior C- Artéria vertebral direita


B- Artéria basilar D- Artéria comunicante posterior

Figura 114. Angiografia vértebro-basilar.

Figura 115. Esquema de localização das artérias do polígono de Willis.

70
AORTA ABDOMINAL
A aorta abdominal atravessa
o diafragma entre T12 / L1 e
os seus pilares, desce diante
dos corpos vertebrais, no lado
esquerdo. Mede entre 15 e 18
cm de cumprimento
comprimento e 15 e 18 mm
de calibre.
Na sua extensão apresenta
ramos ímpares e ramos pares,
ramos parietais e ramos
viscerais.
Se bBifurca-se inferiormente,
para dar lugar as às artérias
ilíacas comuns e, entre elas,
posterior e medialmente, se
origina-se a artéria sacral
media.
ARTÉRIAS ILÍACAS
COMUNS (Figura 117)
Ambas as artérias permitem a
formação da artéria ilíaca
externa que se continua com
a artéria femoral, e a artéria
ilíaca interna, também
chamada de epigástrica, que
nutre os órgãos da bacia. Figura 116. Aorta abdominal.

Figura 117. Localização anatómica da aorta abdo

71
RAMOS ÍMPARES DA AORTA ABDOMINAL
Os ramos ímpares que emite a artéria aorta emite são três anteriores,
viscerais e a artéria sacral. As Os que drenam ás as vísceras, chamam-se
tronco celíaco e artérias mesentéricas superior e inferior.
 Tronco celíaco: nasce mesmo em baixo do diafragma, e imediatamente dá
três ramos: artéria hepática, artéria esplénica e artéria coronário-
estomáquica.
• Artéria hepática comum: drena ao fígado, a vesícula biliar (artéria
cística), o estômago, o duodeno, o pâncreas e o epíploon.
• Artéria esplénica: no seu curso para ao baço, emite ramos ao para o
estômago e o pâncreas.
• Artéria gástrica esquerda: Também chamada artéria
coronário- estomáquica, ela irriga principalmente o estômago.

 Artéria mesentérica superior: nasce anterior e em baixo do tronco


celíaco. Ela irriga o pâncreas, o duodeno, o intestino delgado, o lado
direito do intestino grosso, o apêndice vermiforme, e metade direita do
transverso.
 Artéria mesentérica inferior: é anterior, e surge pouco antes de se dividir
a aorta, nos ramos terminais. Irriga a metade esquerda do intestino
grosso, o sigmoide sigmóide e o recto (artéria rectal superior).
 Artéria sacral media: é uma artéria muito pequena, fina e imparímpar, que
aparece posterior, na bifurcação da aorta,.

RAMOS PARES DA AORTA ABDOMINAL


As artérias pares que emite a aorta emite são viscerais e parietais.
 Artérias viscerais: as suas origens na aorta são naos lados e posterior mente.
Elas pPor sua ordem descendente, elas se denominam-se artérias capsulares
médias, renais e gonadais.
• Artérias capsulares médias: irrigam as glândulas suprarrenaissupra-renais.
• Artérias renais: se originam-se na altura da vértebra L2, em direcção a
cada um dos rins.
• Artérias gonadais: (testicular ou ovárica). Começam inferiores ás às
artérias renais e descem as gónadas correspondentes..
 Artérias parietais: emitem-se dorsal mente, e irrigam o diafragma e as
paredes lombares.
• Artérias frénicas inferiores: são os primeiros ramos abdominais
emitidos pela aorta.
• Artérias lombares: em número de quatro, são as encarregadas de irrigar a
região lombar.

72
Figura 118. Ramos da aorta descendente abdominal.

Figura 119. Irrigação do estômago.


ARTÉRIA SUBCLÁVIA
As artérias subcláavias são as encarregadas de proporcionar o fluxo sanguíneo á à cabeça,
pescoço, tórax, diafragma e membros superiores. No seu trajecto, o músculo escaleno
anterior divide-a nas porções proximal, posterior e distal, terminando no bordo lateral da
primeira costela, para se continuar com a artéria axilar (ver figura 52) . Da porção
proximal surgem as artérias vertebral e torácica interna e igualmente o tronco arterial
tireocervical.
• Artéria vertebral:
irriga o encéfalo
posterior.

• Artéria
torácica
interna:
encarrega-se
da nutrição
das glândulas
mamariamamári
as, das paredes
torácicas e do
Tronco tireocervical: aporta ramos cervicais
e a artéria tireoidea inferior.

Figura 120. Artéria subclávia e seus r

Figura 51. Artéria


subclávia

Figura 121. Porções da artéria subclávia.


diafragma.
Na figura no. 121, no círculo, observa-se o fim da artéria
subclavia subclávia e o começo da axilar, no bordo lateral da 1ª 72
costela.
73
ARTÉRIA VERTEBRAL

Figura 122. Origem da artéria vertebral direita.

74
ARTÉRIA AXILAR
A artéria axilar recebe o nome na continuidade da artéria subclávia, quando esta deixar a
margem externa da primeira costela.. Ela vai continuar para terminar na margem
inferior do músculo redondo maior, passando a denominar-se artéria braquial. No seu
trajecto, a artéria axilar subministra sangue oxigenado ao membro superior, ombro e
região lateral do tórax.
.

Divide-se em três porções.


 Primeira porção: dá lugar à Figura 123. Artéria axilar
artéria torácica superior.
 Segunda porção: aqui se
localizam-se duas
artérias :
• Artéria tóraco-acromial
também chamada de
acromiotorácica.
• Artéria torácica lateral,
conhecida como mamaria
mamária externa ou
torácica inferior.
 Terceira porção: aqui originam-
se três artérias:
• Artéria subescapular, que é o
maior ramo da artéria axilar.
• Artéria umeral
circunflexa anterior. Figura 124. Artérias umerais circunflexas.
75
• Artéria umeral
circunflexa posterior.

76
ARTÉRIAS DAS EXTREMIDADES SUPERIORES
As artérias que irrigam os membros superiores são: artéria braquial, radial e ulnar. A
artéria braquial também recebe o nome de artéria umeral. As artérias radial e ulnar se
produzem-se a partir da bifurcação
da artéria umeral, ao
nível do cotovelo. No
carpo, as artérias radial
e
ulnar irrigam a mão e os
dedos, por meio de dois
arcos: o arco palmar
superficial, a partir da
artéria ulnar, e
o arco
palmar
profundo,
a partir
da artéria
radial.

Figura 125. Artérias das extremidades superiores.

Gráficoa 3 . Artérias das extremidades superiores.

77
ARTÉRIAS DAS EXTREMIDADES INFERIORES
As artérias que
irrigam as
extremidades
inferiores começam
com a artéria
femoral, ramo
principal da
artéria ilíaca externa,
(ver página 70) a
qual se inicia a
nível do
ligamento
inguinal, para
nutrir a coxa; se
continúua com a
artéria poplítea,
que recebe o nome a
partir do limite superior
da fossa poplítea.
A perna será irrigada pelas artérias
tibiais anterior e
posterior, ramos principais
da artéria poplítea. A
artéria tibial posterior dará
lugar a à artéria fibular, a Figura 126. Origem da artéria femoral.
qual cursará, paralela e
lateralmente à aquela,
nutrindo a porção
lateral e posterior da
perna, até ao
calcâneo, onde
termina, ramificando-
se.
No pé, a nível do
tornozelo, aparece
a artéria dorsal
do pé,
continuação da
artéria tibial
anterior. Da artéria tibial
posterior, surgem as
artérias plantar medial e
lateral do pé.

78
As artérias tibiais
anterior e posterior se
anastomosam-se no
pé.

Figura 127. Artérias poplítea, tibiais anterior e posterior e fibular.

79
ARTÉRIAS DA PERNA

Figura 128. Artérias da perna


ARTÉRIAS DO PÉ
No pé temos a artéria dorsal do pé, que, na por sua vez, dará lugar as às artérias tarsal
lateral, arqueada e plantar profunda; a artéria plantar medial, que vasculariza
principalmente os músculos do hálux;
a artéria plantar
lateral, que se une
com a artéria
plantar profunda
para formar o arco
plantar profundo, e
irrigar a porção
plantar do pé e
dedos. Por último,
a artéria
arqueada aporta
o sangue as às
artérias
metatarsais
dorsais.
Figura 129. Artérias do pé.
77
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DOS MEMBROS INFERIORES

78
Gráficas Gráficos 4 e 5. Artérias das extremidades
inferiores.
SISTEMA VENOSO
As veias constituem a denominada
«“circulação de retorno»”, já que são as que
trazem o sangue pobre em oxigénio até ao
coração; mas, também permitem que o
sangue oxigenado nos pulmões, chegue áà
aurícula esquerda, através das veias
pulmonares. As veias estão são
formadas por tubos de paredes
finas, as os quais, quando tem têm
sangue, são cilíndricos, e vazios, se
achatamplastam. Originam-se da na
fusão das vénulas – — a continuação
dos capilares – —, que vão ficando
cada vez mais grossas.
O sistema venoso é dividido em
dois sistemas principais:
 sistema venoso periférico
 sistema venoso abdominal.

ESTRUTURA DAS VEIAS


As veias apresentam um diâmetro
que variafluctua de menos de 1 mm,
até mais de 10 mm, sendo as suas
paredes, formadas por três (3)
camadas:
 Túnica intima: é a mais interna,
formada por um único estrato de
células planas, sobre uma fina Figura 130. Visão geral do sistema venoso.
membrana basal de tecido
conjuntivo. Ela dá lugar as às
válvulas venosas.
 Túnica média: camada
resistente, Intermédiaintermédia,
formada de por tecido elástico e
muscular.
 Túnica adventícia: constitui a
envoltura externa da veia, sendo
uma fina camada de tecido
conjuntivo laxo e flexível, através
da qual são nutridas o resto das Figura 131. Estrutura de uma veia.
camadas. A túnica adventicia
adventícia permite fixar a veia aos • FLUXO VENOSO
tecidos que a rodeiam.
A circulação de retorno se produz-se a
• VÁLVULAS VENOSAS baixa pressão; não obstante, o fluxo
Estão localizadas no endotélio, venoso mantemmantém-se em ambos os
principalmente nas veías veias sistemas. O principal motor do fluxo
profundas e tem têm como função, venoso será a contracção dos músculos
permitir ao passagemo do sangue num que rodeiam as veias, os quais as vão a 79
único sentido, e da periferia em excomprimi-lasr e permitir o movimento
do sangue na direçãodirecção do
SISTEMA VENOSO PERIFÉRICO
O sistema venoso periférico é constituído pela constitui-se da maioria das veias do
organismo. Se eEncarrega-se da recolha do sangue constituída por um elevado valor de
dióxido de carbono e outros resíduos do metabolismo celular. Assim, na por sua vez, está
dividido em dois outros sistemas:
• sistema venoso superficial
• sistema venoso profundo.
O sistema venoso superficial entrega o sangue ao sistema venoso profundo, o qual se
produz por meio das veias comunicantes.

Figura 132. Sistema venoso periférico.


80
SISTEMA VENOSO PROFUNDO
O sistema venoso profundo descreve as veias profundas, quase sempre acompanhantes,
no seu trajecto, às das artérias que recebem o mesmo nome. Elas são as encarregadas
directamente de levar a maioria do sangue venoso do corpo para o coração.
Regularmente, na parte distal dos membros, encontramos verificamos que, para uma
artéeria existem duas veias.
Como eExemplo de veia profunda, temos a femoral, acompanhante da artéria femoral.

SISTEMA VENOSO SUPERFICIAL


O sistema venoso superficial é se constituídoi de por um numero maior de veias do que
no sistema venoso profundo. Pelo regular são veias subcutâneas, mais volumosas nos
membros e no pescoço, servindo para o drenaro do sangue cutâneo; são
frequentemente visíveis através da pele, sobre tudo em naqueles indivíduos musculosos,
sendo menos nítidas no sexo feminino. O sistema contribui como via de descarga
auxiliar, através das veias comunicantes, e perfurantes, no retorno venoso, a expensas
somente apenas da circulação profunda, permitindo também, o esvaziamento rápido das
veias dos músculos, durante a sua contracção, por meio das veias perfurantes.
As veias superficiais têm grande importância na clínica, pois são utilizadas em medicina,
na aplicação da maioria das puncturas venosas.

Figura 133. Veia


comunicante.

.
.
• Veias .
comunicantes.
São as veias que .
estabelecem
comunicação
entre m o
sistema venoso
superficial com e Figura 134. Veias superficiais e profundas dos membros. 81
o profundo.
VÁLVULAS VENOSAS
As válvulas venosas servem para evitar o movimento retrógrado do sangue, principalmente
devido a à força da gravidade, para permitir a passagem o paso dao sangue num único
sentido, das veias superficiais ás às profundas e da periferia em direcção ao coração.
Se lLocalizam-se principalmente nas veias profundas, sendo que no tronco e no pescoço são
escassas apenas existen, e os membros inferiores tem têm muitas muito mais válvulas d,o que
os membros superiores.
As artérias contribuem para ao retorno venoso em cada pulsaro que realizam, pela
compressão da veia que a acompanha.
As válvulas adquirem um aspecto nudoso nodoso quando as veias, no seu interior, estão muito
cheias de sangue.

Figura 136. Mecanismo das varizes

Figura 135. Veias perfurantes.

Veas perfurantes. São as veias que atravessam a muscular para se comunicar com o sistema venoso superficial

Na figura 136, observa o mecanismo da formação das varizes. A incompetência valvular provoca a estagnação d

Figura 137. Veias varicosas.


82
VEIAS CAVAS
As veias cavas são as principais veias que drenam o sangue pobre em oxigénio, no
coração, a nível do átrio direito.
A veia cava superior é uma das duas principais veias que desaguam no átrio direito
do coração. Se fForma-se ao nível do bordo inferior da primeira cartilagem costal direita,
pela união das veias braquiocefálicas direita e esquerda. É a encarregada da drenagem do
sangue que vem da cabeça e dos membros superiores e recebe como tributária, ao nível
da terceira cartilagem costal direita, a
veia ázigos.
A veia cava inferior é a principal
veia que transporta o sangue
venoso do abdómen e dos
membros inferiores para o coração.
Forma-se a nível da quinta vértebra
lombar, através da junção das veias
ilíacas comuns, e termina no átrio
direito.
No caminho entre a cavidade
abdominal e a cavidade torácica,
passa pelo forame da veia cava,
no centro tendíneo do diafragma,
num percurso intratorácico de 2
a 3 cm, até penetrar ao no
coração, no átrio direito.

Figura 138. Veias cavas. Vista tridimensional

Figura 139. Veias cavas. 83


TRACTO VENOSO SUPERIOR
O tracto venoso superior drena o sangue na veia cava superior, e se é constitui constituído
peldas veias principais seguintes:
 Seios venosos cerebrais: são
osestão encarregados da
drenagem do sangue do
encéfalo à pela veia jugular
interna.
 Veia jugular interna: recolhe
o sangue venoso do encéfalo.
 Veias jugulares externa e
anterior: são veias
superficiais do pescoço.
 Tronco braquiocefálico
direito e esquerdo: formada formado a partir
da fusão das veias jugular interna
e externa e subclávia
Figura 140. Drenagem
de cada lado. venoso do membro
 Veia subclávia: superior.
recolhe sangue
dos membros
superiores.
 Veia axilar: drena na
veia subclávia.
 Veia umeral
(braquial): drena
na veia axilar.
 Veias superficiais
cefálica, basílica e
mediana: (ver Figura 154)
recolhem o sangue da pele e
tecido subcutâneo dos
membros superiores.
 Veia ulnar: é a veia profunda
e medial do antebraço.
 Veia radial: é a
veia profunda e
lateral, também no
antebraço.

Figura 141. Principais


seios venosos cerebrais.

84
DRENAGEM VENOSAO DA CABEÇA E DO PESCOÇO

Figura 142. Vista lateral da cabeça e o pescoço. Drenagem venos da região.

Figura 143. Pescoço, vista anterior. Veias que o sulcam.


85
SEIOS VENOSOS E VEIAS CEREBRAIS
Os seios venosos cerebrais, também chamados seios durais ou seios da dura-máter, são
canais venosos localizados no espaço epidural encefálico, revestido por endotélio. Têm
forma triangular ou cilíndrica irregular, e as suas paredes são inextensíveis, que
ressistem ao colapso.
As veias cerebrais não tem têm capa muscular, nem possuem válvulas, e recolhem o
sangue das estructuras do encéfalo para ser enviadas enviado aos seios venosos
cerebrais, estando sendo estes os encarregados de drenar o fluxo sanguíneo venoso nas
veias jugulares, as quais deixam o cráneo crânio a través do orificio oríficio jugular, ema
cada lado do pescoço.
Uma parte do sangue venoso cerebral flui entre os seios duráis durais e as veias do coro
cabeludo, por meio da anastomose entre ambas. A anastomose se produz-se a expensas
das veias diploicas diplóicas e das veias emissárias.
As veias cerebrais não acompanham as artérias e são formadas por dois grupos,
denominados de:
 Grupo externo, cortical ou superficial
 Grupo interno, central ou profundo.

Figura 144. Veias encefálicas e seios venosos da dura-máter.

86
SEIOS VENOSOS DURAIS
Nos seios venosos, o sangue circula de um a outro seio por diferencias diferenças de
pressõespressão. Habitualmente, o seio sagital superior desemboca no seio transverso
direito e o seio recto converge no para o seio transverso esquerdo. Pode-se ver-se
também que o sangue venoso das partes superficiais drenem na jugular interna direita
principalmente, a jugular interna esquerda receba as partes profundas.
Os seios venosos cerebrais podem ser centráis ou ímpares e pares, a cada lado. Podem
ser divididos em seis(6) ímpares e sete(7) pares.
SEIS SEIOS VENOSOS ÍIMPARES:
Seio recto SETE SEIOS VENOSOS PARES:
Seio occipital Seios transversos
Seio sagital superior Seios sigmoides
Seio sagital inferior sigmóides Seios
Seios Intracavernosos intracavernosos cavernosos
anterior e posterior. Seios petrosos superiores
Seios petrosos inferiores
Seios esfeno parietal superior e inferior.

DIRECÇÃO DO FLUXO VENOSO CEREBRAL


Nome Drena para
Seio sagital inferior Seio recto
Seio sagital superior Confluência dos seios
Seio recto Confluência dos seios
Seio Confluência dos seios
occipital
Confluência dos seios Seio transverso
Seio cavernoso Seios petrosos superior e inferior
Seio transverso Seio sigmóide
Seio petroso superior Seio sigmóide
Seio petroso inferior Veia jugular interna
Seio sigmóide Veia jugular interna

Gráfica Gráfico 6. Direcção do fluxo venoso


cerebral.
 Seio petroso superior: tem pouca importância funcional. Localiza-se na borda
interna, súpero-medial, da região petrosa do temporal. Drena no seio sigmóide.

87
 Seio petroso inferior: nasce na extremidade posterior do seio cavernoso e termina
no bulbo bolbo superior da veia jugular interna.
 Seio marginal: rodeia o forame magno: se comunica com o plexo basilar anterior
e detrás atrás com o seio occipital. Termina no seio sigmoideo sigmóideo ou no
bulbo bolbo da veia jugular interna.
 Seio occipital: É impar e vai iniciar-se no bordo posterior do orificio orifício magno,
continuação do seio marginal. Termina na confluência dos seios, juntamente com os
seios transversos e o seio sagital superior.
 Seio sagital superior: percorre o sulco sagital superior, terminando na confluência
com os seios transversos.
 Seio sagital inferior: correursa ao longo da borda inferior da foice do cérebro, superior
ao corpo caloso. Recebe sangue das porções medial e profunda dos hemisférios
cerebrais e drena para o seio recto.

88
 Seio recto: resulta
da união do seio
sagital inferior com
a veia cerebral
magna (de Galeno).
Drena na
confluenciaconfluê
ncia
dos seios, sendo
mais
frecuente
frequente
no seio
transverso
esquerdo.
 Confluência
dos seios:
local da união dos
seios sagital superior,
recto, occipital e
transverso, à enfrente Figura 145. Vista lateral. Seios venosos.
da
protuberancia protuberância occipital interna.
 Seios transversos: porção que cursa corre da confluencia confluência dos seios, até ao
extremo posterior petroso temporal. Percorre a tenda do cerebelo e excava escava um
sulco no osso occipital. Recebe os seios sagital superior, inferior e occipital, as veias
cerebrais inferiores e outras. Se cContinúua com o seio sigmoidessigmóide.
Geralmente, o seio transverso direito é maior.
 Seios sigmóideos: são considerados os colectores dos seios da dura-máteradre,
continuação dos seios transversos, até a à veia jugular interna. Recebe também os
seios petrosos superior e inferior e os seios intercavernosos anterior e
posterior, e termina no forame jugular, no
bulbo bolbo superior da veia jugular.

89
Gráfica Gráfico 7. Seios venosos e veias principais da cabeça e
pescoço.

90
VENOGRAFIA. Vista frontal
Seio Sagital Superior (1)
Seios Transversos (2)
Seios Sigmóideos (3)
Veia Jugular Interna
(4).

VENOGRAFIA. Vista
lateral Seio Sagital
Superior (1), Seio Recto
(2),
Seios Transversos (3),
Seios Sigmóideos (4)
Veia Jugular Interna
(5).

Figura 146. Venografia. Seios venosos cerebrais.

SEIOS VENOSOS CEREBRAIS


Mediais
Seio Sagital Superior (1)
Seio Sagital Inferior (2)
Seio Recto (4)
Confluença Confluência
dos Seios (8)
Veia Cerebral Magna (7)
Ântero-inferiores
Seio Cavernoso (6)
Seio Intercavernoso Anterior (10)
Seio Intercavernoso Posterior
(15) Seio Esfenoparietal (12)
Póstero-inferiores
Seio Transverso (3)
Seio Sigmóideo (9)
Seio Occipital (5)
Figura 147. Dissecação dos seios venosos cerebrais.
89
VEIAS CEREBRAIS Agrupações venosas superficiais:
Como referido anteriormente, as veias  Superior: formada pelas veias prefrontais,
cerebrais se constituem-se no grupo frontais, parietais e occipitais. Drenam no
venoso superficial e no grupo venoso seio sagital superior.
profundo. O grupo venoso interno,  Medio ou horizontal : ou veia cerebral
central ou profundo drena a substância media superficial. Drena no seio
branca dos hemisférios cerebrais, os esfenoparietal e no seio cavernoso.
núcleos de base e o tálamo e se unem-se  Inferior: dada pela veia cerebral media
para formar a veia cerebral magna ou de profunda. Drena no seio cavernoso e
Galeno, que se continua directa com o seio transverso.
seio recto. O grupo venoso externo,
também chamado cortical ou superficial,
é tributário do seio longitudinal superior
e transpõem
o espaço subdural, agrupando-
se, porna sua vez, em três
subgrupos: superior, medio
médio e inferior.

Os grupos venosos
superficial e profundo
se anastomosam.se
amplamente entre si.

Figura 148. Principais veias cerebrais.

VEIAS SUPERFICIAIS VEIAS PROFUNDAS


Veias cerebrales cerebrais Veia cerebral magna
superiores Veias Veia basal
perfurantes Veias cerebrais anteriores
Veias frontais Veia cerebral media média
Veias parietais profunda Veias insulares
Veias temporais Veias tálamo-estriadas inferiores
Veias occipitais Veia do giro olfactorio
Veia cerebral media superficial olfactório Veia
Veias cerebrais inferiores ventricular inferior Veia
Veia do uncus coroideia inferior Veias
Veias pedunculares
orbitáarias Veias internas do cérebro
Veias temporais Veia coroideia superior
Veias anastomóticas Veia tálamo-estriada superior
Veia anastomótica superior Veias do septum pellucidum
Veia anastomótica inferior Veias do ventrículo lateral
Veia posterior do corpo
90
caloso

Gráfica Gráfico 8. Veias


cerebrais.

91
TRONCO BRAQUIOCEFÁLICO VENOSO
O tronco venoso braquiocefálico se forma-se a partir da anastomose das veias ilíacas
internas e subclávias, direitas e esquerdas respectivamente. Ambos o s troncos, se
unem para dar lugar à veia cava superior.
As veias vertebral, cervical profunda, tireoideia profunda e torácica interna são tributarias
tributárias de cada tronco venoso braquiocefálico,. O tronco esquerdo, na por sua vez,
recebe o conducto torácico e do lado direito termina o conducto linfático direito.

Figura 149. Formação dos troncos venosos braquiocefálicos.

A veia braquiocefálica esquerda


segue, vai posterior e superior ao osso
esterno, a nivel nível da articulação
esternoclavicular.
A veia braquiocefálica direita, desce
quasi quase vertical, enfrente à frente do
tronco arterial braquiocefálico.

Figura 150. Localização cardiotorácica


da fusão dos troncos
braquiocefálicos e formação da veia
cava superior. 92
VEIA JUGULAR INTERNA
VEIA SUBCLÁVIA
A veia jugular interna é a maior veia do
A veia subclávia recebe o fluido pescoço, e a sua principal veia
venoso a partir da veia axilar, profunda. Tem origem na base do
continuando-se na formação do crânio, na fossa jugular, sendo a
tronco braquiocefálico, continuação do seio
conjuntamente com a veia jugular sigmoidesigmóide.
interna. É anterior e inferior aà Encontra-se ánteroântero-
artéria subclávia. lateralmente à artéria carotídea
A veia subclávia direita interna, na metade proximal,
acompanha os nervos vago e abaixo do músculo
frénico, na ansa subclávia; e a veia esternocleidomastóideo, no feixe
subclávia esquerda, o faz o mesmo vásculo-nervoso do pescoço,
apenas somente com o nervo conjuntamente com o nervo vago.
frénico, também na ansa Distal mente situa-se no triângulo
subclávia. formado pelas porções clavicular
Ambas recebem as veias jugular e esternal do músculo
externa, jugular anterior, pectoral esternocleidomastóideo, e pela
e outras. clavícula.
Anastomosa-se com a veia subclávia no
terço proximal da clavícula,
conformando o tronco braquiocefálico
de cada lado. Recebe sangue do
OUTRAS VEIAS JUGULARES crániocrânio, do encéfalo, da face, do
pescoço, e da glândula tireoidetireóide,
 Veia jugular externa: principal veia por meio das veias seguintes:
superficial. Inicia-se no interior da  Veia facial: cruza o bordo inferior
glândula parotídea, próximo do da mandíbula. Termina a nível da
ângulo mandibular. Termina na bifurcação carotídea.
veia subclávia ou, raramente, na  Veia lingual: termina na veia
veia jugular interna. facial ou na veia jugular interna.
 Veia jugular anterior: a mais  Veia tireoidea tireóidea superior:
pequena das jugulares. As duas frequentemente forma um tronco
veias anastomosam-se para formar comum com as veias lingual e
o arco jugular supra-esternal, no facial
 , que drena na veia jugular interna
pescoço. Terminam acima da
ao nível do grande corno do osso
clavícula, na veia jugular externa. hioidehióide.
 Veia jugular posterior: tem  Veia tireoideatireóidea media:
origem na região occipital. Drena drena na veia jugular interna.
a nuca e termina na veia jugular  Veia tireoideatireóidea inferior:
externa. tem origem no bordo lateral da
glândula tireoideatireóidea e
drena para o tronco
braquiocefálico venoso.
93
Figura 151. Veias jugulares anterior e externa.

Veia jugular anterior Com frequência pode desembocar na veia subclávia.

Veia jugular posterior


É profunda, e une sua oposta, para continuar a descer no pescoço até terminar na veia jugula externa ou me

Figura 152. Veia jugular posterior

Gráfica Gráfico 9. Principais veias colecitoras da cabeça e do


pescoço. 94
VEIAS DO MEMBRO SUPERIOR
REDE VENOSA PROFUNDA
As veias profundas dos membros superiores acompanham as arterias artérias no seu
trajecto. Vejamos as suas trajectórias.
 Veia radial: se inicia-se dorsalmente na mão e se continua lateral e
profunda no antebraço, ate até se unir a à veia braquial. rede venosa
profunda.
 Veia ulnar: continuação dos arcos
palmares, medial no antebraço e termina
na veia braquial ou umeral.
 Veia umeral: continuação das veias
Profundas profundas acorre no lado
interno do braço.
 Veia axilar:. a partir da união das
veías veias cefálica e umeral,
acorre no
ombro, interna e anteriormente.
Essa veia passa entre os músculos
deltoide deltóide e peitoral maior no
braço e muitas vezes é visível na
pele.

REDE VENOSA SUPERFICIAL


As veias superficiais são muito irregulares
Figura 153. Veias do membro superior.
na sua conformação e trajectória, sendo
mais frequentemente observadas como se descreve na continuação.
 Veia basílica: medial no antebraço: cruza anterior ao cotovelo e faz-se profunda
a mitade meio do braço, ate até se unir com a veia umeral.
 Veia cefálica: lateral no antebraço. Se cContinua lateral e termina superiormente na
veia subclaviasubclávia.
 Veia mediana ou intermediaintermédia. ventral no antebraço: Termina comunicando, em
conjunto
ou com a veia intermedia intermédia cubital, as veias cefálica e basílica.
 Veia medio médio-cefálica: faz comunicar a veia intermedia intermédia com a veia cefálica.
 Veia medio médio-basílica: faz comunicar a veia intermedia intermédia com a veia basílica.
 Veia mediana cubital: principal veia superficial na fossa cubital, anterior ao cotovelo.

VEIAS DO MEMBRO SUPERIOR


SITUAÇÃO VEIA REGIÃO DRENADA
cefálica Face lateral do membro superior
SUPERFICIAIS basílica Face medial do membro superior
mediana Palma da mão e antebraço
radial Face medial do antebraço
ulnar Face lateral do antebraço
PROFUNDAS braquial Antebraço, cotovelo, braço e úmero
axilar Braço, axila e parede torácica súpero-lateral
subclávia Braço, pescoço, e parede torácica

Gráfica Gráfico 10. Localização das veias do 94


antebraço.
SISTEMA VENOSO DO MEMBRO SUPERIOR

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Gráficoa 11. Sistema venoso do membro superior.

95
Figura 154. Variantes das veias superficiais do antebraço.

IMPORTÂNCIA CLÍNICA DAS VEIAS SUPERFICIAIS DO ANTEBRAÇO


A veia mediana cubital, ao fazer comunicar a veia basílica com a veia cefálica, conforma
um “V” na flexão do antebraço, resultando aí a via de abordagem venosa mais
frequente em aplicações clínicas. Completam esta característica clínica as veias médio-
cefálica e médio- basílica, continuação da veia mediana antebraquial ou intermédia, que
em conjunto definem as denominadas “V” ou “M” venosas, na flexão do antebraço.

Figura 155. Punção venosa no antebraço.

96
VEIA CAVA INFERIOR
A veia cava inferior ,também denominada caudal, começa na união das veias
ilíacas comuns, ou ilíacas primitivas, à altura da 5.ª vértebra lombar. Ascende pela
cavidade abdominal à direita dos corpos
vertebrais. Penetra na aurícula
direita ao atravessar o
diafragma.
Tem uma longitude entre 20-25 cm
no adulto e uns 20-22 mm de diâmetro.
No abdómen, faz recolha do sangue
venoso das paredes, órgãos abdominais
e gónadas, através das diferentes veias.
As veias afluentes da cava
inferior são as seguintes:
 Veias lombares
 Veias renais
 Veias das
glândulas supra-
renais
 Veias espermáticas
ou ováricas Figura 156. Perfuração do diafragma pela veia cava inferior.
 Veias supra hepáticas
 Veias frénicas inferiores.

Figura 157. Trajectória da veia cava inferior.


97
98
SISTEMA VENOSO DOS MEMBROS INFERIORES
Tal como Ao igual que nos membros superiores, a circulação venosa dos membros
inferiores se realiza-se por meio de dois sistemas:
 Sistema venoso superficial
 Sistema venoso profundo.
Nos membros inferiores, ambos os sistemas venosos se anastomosam entre si por meio
das veias comunicantes e das veias perfurantes.
É importante ressaltar que, normalmente, por cada artéria abaixo do joelho, existem
duas veias, e acima dele, as artérias fazem-se acompanhar de por uma veia. Como
exemplo, na perna existem duas veias tibiais anteriores, duas posteriores e duas
fibulares, e todas elas enviam o sangue àpara a veia poplítea.
Nos pés se inicia-se o retorno venoso, e a circulação vai-se constituir a partir dos arcos
venosos dorsal e plantar. A partir do arco dorsal, o sangue ascende pelas veias superficiais
e tibiais anteriores. Já o arco plantar profundo faz entrega as às veias tibiais posteriores, a
partir das veias plantares mediais e laterais.

Figura 158. Sistema venoso dos membros inferiores.

99
VEIAS ILÍACAS
As veias ilíacas localizam-se à esquerda e à direita do corpo. Elas recolhem o sangue
venoso da bacia abdominal e dos membros inferiores. As veias ilíacas externas continuam
a partir da veia femoral, em cada lado, na raiz do membro inferior, em baixo do ligamento
inguinal. A veia ilíaca
interna recolhe o sangue
venoso dos órgãos pélvicos.
Ambas as ilíacas se
anastomosam no caminho da
fusão que dá
lugar à veia ilíaca comum,
do lado direito e do lado
esquerdo, as quais, por
sua vez, se unem, a nível
da 5.ª vértebra lombar,
para formar a veia cava
inferior.

Figura 159. Sistema venoso dos membros inferiores.

(b) Veia safena magna (p) Veia epigástrica superficial


(c) Veia safena acessória (q) Veia circunflexa ilíaca superficial
medial (r) Veia femoral.
(o) Veia pudenda externa

10
0
Figura 160. Sistema venoso dos membros inferiores.

10
1
VEIAS SUPERFICIAIS DOS MEMBROS INFERIORES
 Veia safena magna ou interna: é a veia mais cumprida comprida do organismo. Inicia-
se anterior ao maléolo interno, continuando dorsal e internamente,
faz-se retrocondílea, até ao triângulo de Scarpa,
onde descreve o cajado da veia femoral.
 Veia safena parva ou externa: inicia-se detrás
atrás do maléolo externo, a partir das veias
dorsais do pé,
ascende póstero-externa na perna e desemboca A veia safena
na veia poplítea, (ou na veia safena magna ou magna se
na veia ilíaca interna.) utiliza-se
frequentemente
Ambos os sistemas se comunicam ao longo do na cirurgia
membro inferior, sobre toudo na perna, do que cardiovascular
(pontes de
resulta a formação de uma complexa rede venosa. safena).

Figura 161. Veia safena magna.


VARIZES

102
varizes é
uma doença muito frequente no ser humano, e adevido à insuficiência das válvulas venosas no mem

Figura 162. Formação das varizes nos membros inferiores

Assim que as válvulas venosas insuficientes, ambos os tipos de veias d

Figura 163. Varizes dos membros inferiores.

103
O sangue venoso nos membros inferiores drena da superfície à para a profundidade,
através das veias comunicantes. Ele se localiza-se acima da fáscia profunda da perna e da
coxa, a partir do dorso do pé, continuando-se a través de duas veias principais,
denominadas veia safena magna e veia safena parva.
Este sistema se caracteriza-se por apresentar um número inferior de veias
valvuladas, no que diz , respeito às veias profundas.

Figura 164. Veias superficiais do membro inferior.

104
SISTEMA VENOSO PROFUNDO DO MEMBRO INFERIOR
As veias do sistema venoso profundo nos membros inferiores seguem o trajecto das
artérias homónimas, transcorrem entre as massas musculares e são muito valvuladas.
As veias profundas da perna drenam na veia poplítea, na face posterior da articulação
do joelho no escavado poplíteo e se continuam para a à veia femoral, que recebe
também a veia femoral profunda e a safena magna. Igualmente, o sistema se divide-se
em dois, a saber:
 Sistema principal: chamado de sistema conductor ou sistema eixo. É o encarregado
de receber o sangue do sistema muscular.
 Sistema muscular: recolhe o sangue dos grupos musculares do membro
inferior através das veias comunicantes e das perfurantes e fazem entrega no
sistema condutor.

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. 2000.

Figura 165. Sistema venoso profundo dos membros inferiores.


105
SISTEMA VENOSO PRINCIPAL.
É um dos sistemas observados no membro inferior, também chamado sistema conductor,
ou sistema eixo. Está É constituído por três grupos venosos, encarregados de receber o
sangue do sistema muscular.
Primeiro grupo: veias da perna.
• veias tibiais anteriores
• veias tibiais posteriores
• veias fibulares.
Segundo grupo:
• tronco tibiotíbio-fibular: formado na fossa poplítea pelas tres três veias anteriores
Terceiro grupo: veias da coxa
• veia femoral comum: se conforma-se das veias femorais profunda e superficial,
das circunflexas lateral e medial, e das veias safena magna e safena anterior.
Fecha o sistema venoso principal.
• veia poplítea: drena na veia femoral superficial.
• veia femoral profunda: recolhe o sangue da coxa posterior, profunda.

SISTEMA VENOSO MUSCULAR


São as veias que se encarregam de drenar o sangue venoso dos grupos musculares da
perna e da coxa. Elas são:
• veias do sóleo, as quais drenam nas veias tibiais posteriores e nas veias fibulares.
• veias gastrocnémias, ou gemelares, drenam na veia poplítea ou na veia safena externa.
• veia femoral superficial, que desemboca na veia femoral profunda ou nas veias
pélvicas.
Na figura 166 se
observa-se a
fotografia da região
posterior de duas
pernas direitas.
[A.] Músculo sóleo
(MS) e 12 veias
soleares terminando
nas veias tibiais
posteriores (VTP).;
A.[B.] Músculo sóleo
(MS) desinserido da
tíbia, com o anel
solear aberto,
visibilizando-as veias
soleares (VS),
terminando sete
delas, nas veias
fibulares (VF) , cinco,
nas veias tibiais
posteriores (VTP), Rev. Assoc. Med. Bras. vol.53 no.4 São Paulo July /Aug. 2007
duas na veia poplítea
(VP) e duas na veia
gastrocnémia lateral Figura 166. Sistema venoso principal dos membros inferiores.
(VGL).
(NT) Nervo tibial.
106
VEIAS COMUNICANTES E PERFURANTES DO MEMBRO INFERIOR

As veias comunicantes e as perfurantes


drenam o sangue do sistema venoso
superficial para o sistema
venoso profundo.
As veias comunicantes
entregam sangue venosa
das veias superficiais às
profundas, exteriormente
às fáscias aponeuróticas.
As veias perfurantes
atravessam a aponeurose
que envolve os músculos,
assim como a fáscia lata,
e são classificadas em
directas, as que
se relacionam com os
troncos venosos
profundos principais e
indirectas, aquelas
que recebem o
sangue venoso,
das veias
musculares.

Figura 167. Veias perfurantes e


comunicantes no membro
inferior.

Na figura 168, observam-se as


veias perfurantes do membro
inferior: a) veias perfurantes,
b) veia safena magna, c) veia
safena acessória.
Figura 168. Veias perfurantes do membro inferior.

107
DRENAGEM DO SISTEMA VENOSO DOS MEMBROS INFERIORES

Gráfica Gráfico 11. Sistema venoso do membro


superior.

Gráfica Gráfico 12. Drenagem venosa dos membros


inferiores.
108
SISTEMA VENOSO PORTAL ABDOMINAL
O sistema venoso abdominal, também chamado sistema portal hepático, é o sistema
responsável pela colheita das substâncias nutritivas absorvidas no tubo digestivo,
desde o esófago até ao recto. As veias que o formam confluem a partir dos capilares
do tracto intestinal e dirigem-se à veia porta abdominal. A veia porta se origina-se a
partir das veias mesentérica superior e esplénica, as quais se fusionam detrás atrás do
páncreaspâncreas, retroperitonealmente, para penetrar finalmente no fígado. A veia
mesentérica inferior, ou menor, se fusiona-se com a veia esplénica e faz entregue
entrega do sangue venoso que procede do intestino delgado e mitade metade
esquerda do intestino grosso.
O sangue que chega ao fígado, do sistema portal abdominal, sofre uma série de
transformações e posteriormente continua até a à veia cava inferior através das
veias supra-hepáticas que entregam o sangue filtrado á à veia cava inferior,
imediatamente antes de penetrar no tórax e terminar no coração.

Não existe
nenhnum
ramo venoso Figura 169. Sistema venoso portal abdominal.
do tubo
digestivo que
termine na
veia cava
inferior.

Figura 170. Fluido do sistema portal hepático. Figura 171. Vista posterior do sistema portal.109
SISTEMA VENOSO ÁZIGOS
O sistema venoso ázigos resulta é uma importante via de circulação colateral entre o
sistema venoso superior e o sistema venoso inferior. Serve de entrelazamento união de
entre ambos os sistemas venosos que drenam nas veias cavas superior e Inferior inferior,
respeitivamenterespectivamente.
Constitue Constitui o sistema venoso encarregado da recolha da maior parte do sangue do
dorso,
assim como das paredes torácica e abdominal.
Pode-se ser observada no tórax posteriormente, ao longo dos corpos vertebrais.
O sistema está formado
por tres três veias
principais:
• a veia ázigos,
• a veia hemi-ázigos
• e a veia hemi-ázigos acessória.
O termo «“ázigos»”
significa ímpar, sendo
que a veia ázigos, que é
a maior, se localiza a à
direita, a
hemi-ázigos, a à
esquerda, e a hemi-
ázigos acessória,
encimaem cima, também a à esquerda.
As possibilidades de variação destas
veias são inúmeras.
Figura 172. Sistema venoso ázigos.
VEIA ÁZIGOS
Começa em frente à primeira ou segunda vértebra lombar, como um ramo da veia
lombar ascendente e às vezes por um ramo da veia renal direita ou da veia cava inferior.
Entra no tórax através do hiato aórtico no diafragma, e passa colada a à coluna vertebral
até a à quarta vértebra torácica, onde forma um arco para a frente e desemboca na veia
cava superior.
São tributarias tributárias dela a veia subcostal e as veias intercostais direitas. Recebe,
também, as veias hemi-ázigos, as veias esofágicas, mediastinais e pericárdicas e, próximo
à da sua terminação, a veia brônquica direita.
VEIA HEMI-ÁZIGOS
A veia hemi-ázigos drena a parte inferior do hemitórax esquerdo. Começa na veia
lombar ou renal ascendente esquerda. Entra no tórax, através do pilar esquerdo do
diafragma e, ascendendo pelo lado esquerdo da coluna vertebral, até a à 8.ª ou 9.ª
vértebra torácica, cruza a face anterior da coluna vertebral, atrás da aorta, do esôfago
esófago e do ducto torácico, para desembocar na veia ázigo. Recebe as últimas quatro
ou cinco veias intercostais, a veia subcostal do lado esquerdo e algumas veias esofágicas
e mediastinais.

110
VEIA HEMI-ÁZIGOS ACESSÓRIA
A veia hemi-ázigos acessória drena a parte superior do hemi-tórax esquerdo. Ela desce
pelo lado esquerdo da coluna vertebral e recebe as veias dos três ou quatro espaços
intercostais superiores. Pode atravessar a face anterior do corpo, da 8.ª vértebra torácica
para unir-se à veia ázigo, ou bem drenar para a hemi-ázigos como se fosse uma
continuação dela.

111
CAPITULO CAPÍTULO III. SISTEMA LINFÁTICO
SISTEMA LINFÁTICO
O sistema linfático e é o sistema encarregado da produção e transportação transporte do
fluido linfático (linfa) dos tecidos, para o sistema circulatório e fazorma parte do sistema
imunológico.
Possui três (3) funções , as quais estão inter-relacionadas entre si, sendo elas as seguintes:
• Remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais.
• Absorção e transportação transporte para a circulação sanguínea, dos ácidos
gordurosos presentes durante o processo da digestão.
• Produção de células imunes (linfócitos, monócitos e plasmócitos).
O sistema está conformado por
um grupo de órgãos denominados
órgãos do sistema linfático, que
são os seguintes:
• Capilares linfáticos
• Plexos linfáticos
• Vasos linfáticos
• Linfonodos
• Tonsilas
• Ductos linfáticos
• Tecidos linfáticos
• Baço
• Timo (tecido reticular linfoidelinfóide)
• Medula óssea
• Apêndice cecal.

Figura 173. O sistema linfático no leito capilar.

Figura 174. Localização dos nódulos linfáticos.


109
ÓRGÃOS DO SISTEMA LINFÁTICO
 Linfonodos. Tambem Também chamados de nódulos ou gânglios linfáticos. São
pequenos órgãos que existem em diversos pontos da rede circulatória linfática,
maiormente agrupados em forma de plexos, estando encarregadas encarregados de
filtrar a linfa, com o objectivo de eliminar vírus, bactérias, ou outros antigénios,
assim como as células mortas, ou os seus resíduos e produzir anticorpos a partir dos
linfócitos e macrófagos, localizados no seu interior.
 BacoBaço. Órgão excluído da
 Fígado. O sistema portal recolhe circulação linfática, interposto
o sangue dos intestinos que leva na circulação sanguínea. O A
os nutrientes absorvidos, suaeu drenagem venosa
e do baço que envia as passa, obrigatoriamente, pelo
substâncias fígado.
não
metabolizadas
, ou que se
degeneram
nele, tais e
como as
células
sanguíneas.

 Timo. Órgão linfático


mais desenvolvido no período
pré-natal e que involui desde
o nascimento até a à
puberdade.

 Medula óssea ou tuútano.


Órgão
hematopoiético, que
produz os elementos figurados do
sangue, tais como as hemácias,
os leucócitos e as plaquetas. Figura 175. Órgãos e estruturas do sistema linfático.

110
 As Tonsilas. Não ficam no trajecto dos
vasos linfáticos. Produzem linfócitos,
direccionados a para a boca e a faringe. Ao
O conjunto das tonsilas se denomina-se de
anel de Waldeyer.
Elas se observam-se em três localizações:
 Tonsilas palatinas ou amígdalas.
Localizadas posteriormente na boca.
Participam do sistema linfático e
imunológico, evitando a entrada de vírus
e bactérias do nariz ou da boca, no
processo da deglutição e da respiração.
 Tonsilas faríngeas ou
adenoidesadenóides. Se lLocalizam-se
posteriormente nas cavidades nasais e no
palato mole.
 Tonsilas linguais. Na base da
língua, a partir do V lingual até a à
epiglote.

 Apêndice cecal. produz Produz


glóbulosobos brancos na
infância, semelhante ao timo.

Figura 176 Órgãos do sistema linfático.


111
Figura 177. estructura Estrutura da circulação
linfática.
112
PLEXOS, VASOS E GÂNGLIOS LINFÁTICOS
Os plexos linfáticos são ramificações de capilares linfáticos dispostos em redes no leito
capilar, que permitem as às bactérias, linfócitos, proteínas plasmáticas e resíduos
celulares e o líquido tecidual em excesso, entrarem em no seu endotélio com maior
facilidade, dando lugar a à linfa e permitindo o seuua transportação transporte
imediata imediato através dos vasos linfáticos, que são tubos muito finos e
transparentes, difíceis de observar e que apresentam válvulas no seu interior, sendo
os encarregados de conduzir essas substancias residuais aos gânglios linfáticos e
demais estruturas do sistema. PorNa sua vez, os gânglios linfáticos, também chamados
de nódulos linfáticos, tem têm em seu interior numerosos linfócitos e outras células
brancas, anticorpos que tem têm como função funções a defesa permanente, a
destruição de bactérias e de células mortas e ainda de combater os corpos estranhos e
alérgenos.

Figura 178. Estructura dos gânglios linfáticos.

Figura 179. A linfa e o leito capilar

113
CISTERNA DO QUILO
Também chamado de cisterna de Pecquet.
É um saco alongado, no inicio
início do ducto torácico,
situado na
região lombar, entre a 12.ª vértebra
dorsal e a 4.ª lombar, a nível da
região umbilical profunda, atrás e aà
direita da artéria aorta. E É
receptora da linfa de três vasos
linfáticos maiores: lombar direito,
lombar esquerdo e os troncos
abdominais (intestinal).

LINFA
A linfa é um liquido líquido que circula
através dos vasos linfáticos. Contendo
Contém macromoléculas e elementos
patogénicos destruídos no sistema
imunológico, assim como substâncias
gordurosas produzidas
no processo digestivo intestinal,
Figura 180. Cisterna do quilo.
que não foram absorvidas pelo
sistema
circulatório sanguíneo. Também elimina o
excesso de líquido que sai dos capilares sanguíneos para ao espaço intersticial. E É
conduzida pelos vasos linfáticos a partir do leito capilar para os linfonodos regionais,
continuando nos ductos torácico e linfático direito, e desembocar no sistema
circulatório venoso nas veias subclávia esquerda e direita, respecitivamente, continuar
na veia cava superior e a partir de aqui continuar segue na direcção do abdómen, no do
baço, para finalmente ser eliminada pelas fezes e pela a urina depois de filtrada no
fígado.
A linfa tem a mesma composição que o
fluido intersticial. Ela move-se lentamente Ao caminhar-mos, os músculos dos
a baixa pressão, impulsionada pelos membros, comprimem os vasos
movimentos dos músculos e pelas linfáticos, deslocando a linfa no seu
contracções rítmicas das artérias. Ela éÉ interior. Ocorre também a deslocação
transportada do leito capilar aos capilares da linfa, durante os movimentos
linfáticos e, aos vasos linfáticos, que vão respiratórios, e na actividade
sendo cada vez maiores, até chegar ao peristáltica intestinal. Por outro lado,
ducto linfático direito e ao ducto torácico. as massagem na pele do corpo e
qualquer outro tipo de compressão
Ambos condutos desembocam no sistema
externa, irão melhorar o a drenagem
circulatório venoso, nas veias subclávia da linfa para encima, até chegar aos
direita e esquerda, respectivamente, e vasos sanguíneos venosos superiores. .
por tanto O facto de se permanecer longo tempo
parado, em numa só posição, faz a 114
linfa acumular-se-á nos membros
inferiores, 'devido a à influência da
na veia cava superior.
.

A linfa continuará na direcção do


abdómen, onde será filtrada na
urina e nas fezes, para eliminar
definitivamente as toxinas.

115
DUCTOS LINFÁTICOS
Os ductos linfáticos são os dois conductos terminais do sistema circulatório linfático.
Ambos terminam nas veias subclávias, antes de se anastomosar-seem com a veia
jugular intermainterna, para formar os troncos braquiocefálicos correspondentes,
drenando a linfa, no sistema circulatório sanguíneo. O ducto torácico faz a drenagem no
lado esquerdo, e o ducto linfático direito, na veia subclávia correspondente..

DUCTO TORÁCICO
É a principal via de drenagem linfática. Inicia-se no abdómen superior até àa base do
pescoço, onde termina, na veia subclávia esquerda.
Começa na cisterna do quilo, penetra no tórax através do hiato aórtico no diafragma, no
lado direito da aorta. Se cContinua medial a à veia hemi-ázigos, cruza posteriormente o
coração e o tronco venoso braquiocefálico esquerdo, arqueia-se lateralmente ao nível da
7.ª vértebra cervical, até a à veia subclávia esquerda.
Recolhe a linfa que vem dos membros inferiores, péelveis, metade esquerda do tórax,
membro superior esquerdo, lado esquerdo da cabeça, do pescoço e do abdómen.

Quilo. Linfa dos


vasos linfáticos do
tubo digestivo,
principalmente no
intestino delgado.

Figura 181. Drenagem dos ductos linfáticos nas veias subclávias.

Controlo imunológico do sistema nervoso autónomo no aparelho digestivo. Existe um


circuito neuronal que forma parte do sistema nervoso autónomo que rige rege a função
digestiva, capaz de modular as respostas imunitariasimunitárias. Estes Estas se manifestam-se
por reflexos
inflamatorios inflamatórios que se encarregam de manter a homeostasia imunológica na
resposta imune, pois o excesso ou a falta dessa actividade poderla poderia acarretar uma

116
DUCTO LINFÁTICO DIREITO
Desemboca no ângulo entre as veias jugular interna e subclávia direitas ou em numa
destas veias. Se oOcupa-se da drenagem do membro superior direito, da metade direita do
tórax, do tronco jugular direito, que é formado pelos vasos eferentes dos linfonodos
cervicais profundos, e do resto dos vasos linfáticos cervicais e cranianos direitos.

Figura 182. Regiões de drenagem dos ductos torácicos.

SISTEMA LINFÁTICO DIGESTIVO


Os vasos linfáticos do tracto gastrointestinal se localizam-se no revestimento das suas
paredes, e serão estão também encarregados de transportar os ácidos gordurosos do
processo digestivo, os quais não foram absorvidos pelo sistema venoso portal. Estas
gorduras serãoam levadas na circulação sanguínea, por via do conduto torácico, depois de
se acumular na cisterna do quilo, no abdómen.

Figura 183. Sistema linfático digestivo. 115


BAÇO
O baço é um órgão abdominal, localizado no hipocóndriohipocôndrio esquerdo,
imediatamente inferior ao diafragma, anterior ao rim esquerdo. Possui grande
quantidade de macrófagos que, através da fagocitose,
destroem micróbios,
restos de tecido,
substâncias estranhas,
células do sangue já
desgastadas, tais como
eritrócitos, leucócitos e
plaquetas. O baço é
considerado um Grande
Nódulo Linfático. É dessa
forma que ele actua como
filtro, «“limpando” » o
sangue e também participa Figura 184. Baço.
na resposta imune, reagindo ante os agentes infecciosos.

APÊNDICE CECAL
O apêndice cecal forma parte
do ceco, que é a porção inicial
do intestino grosso. Sendo que,
em tempos anteriores, o
apêndice era retirado
frequentemente de modo
profiláctico, no momento de
cirurgias abdominais por causas
diferentes, e para assim evitar uma Figura 185. Localização abdominal do baço
outra cirúrgica cirurgia devida a à sua
inflamação, por demais frequente.
Segundo estudos realizados pelo Dr. Bill
Parker, na Duke Medical School, e pelo
Dr. Howard A. Kelly, na University,
Universidade John Hopkins, hoje sabe-
sese conhece que o apêndice cecal faz
parte do sistema imunológico,
produzindo globos glóbulos brancos, e
armazenando bactérias saprófitas,
principalmente no período da infância,
tendo um funcionamento semelhante ao
timo. Também aumenta a
extensão da superfície do muco intestinal
para a secreção e absorção.
Figura 186. Apêndice cecal.
116
TIMO
E um órgão linfático e na por sua vez endócrino, do quale só restam vestígios
adiposos no iniício da adolescência. Assim que involui, diminui a produção de
linfócitos T, não obstante, manter-se durante toda a vida, mas com a consequente
diminuição da defesa imunológica. No período da infância tem um peso entre 10 e35
gs., e já nos idosos somente atinge os 5 a 15 gs.
Se eEncontra-se localizado na porção ântero-superior da cavidade torácica, no
mediastino superior e anterior, é limitado superiormente pela traqueia, a veia jugular
interna e a artéria carotídea comum, lateralmente, pelos pulmões e inferior e
posteriormente, pelo coração.
Está É formado por dois lobos alongados, de diferentes tamanhos, envolvidos por uma
cápsula de tecido conjuntivo, Cada lobo possui uma série de lóbulos, dispostos em volta
de um eixo ou cordão central. Cada lóbulo é dividido por tabiques de tecido conjuntivo
que partem da cápsula ou envoltura externa, formando folículos que tem têm uma
substancia cortical, mais escura, e outra medular, mais clara, envolvida pela anterior,
ambas contendo, linfócitos T, também chamados de timócitos, provenientes da medula
óssea, e que se encontram em diferentes períodos de maturação. Também tem-seêm os
corpúsculos de Hassal, cuja função ainda não está totalmente esclarecida.

TIMO “No meio do peito, bem atrás do osso, onde a gente toca
quando diz «“eu»", fica uma pequena glândula chamada Timo, FUNÇÕES DASOS
ilustre desconhecido desconhecida que cresce quando HORMONASÔNIOS
estamos contentes, se encolhe pela metade quando QUE PRODUZ O
estressamos e mais ainda quando adoecemos. TIMO PRODUZ. O
timo produz vários
várias
hormônioshormonas.
. Entre eles elas, o a
mais importante é a
timosina, encarregada
directamente da
maturação dos
linfócitos T. Outros
Outras hormoônioas
produzidos pelo timo,
como a timulina e a
timopoietina, além da
acção sobre a
maturação dos
timócitos, o a primeiro
primeira tem funções
específicas
relacionadas com o
eixo hipotálamo-
hipofisário na
Figura 187. Localização do timo.
actividade
imunológica, e a
É frequente observar miastenia gravis na presencia timopoietina actua na
presença de crescimentos hiperplásticos ou tumores do regeneração dos
timo (timoma).
nervos.
117
ANATOMIA FUNCIONAL LINFÁTICA
Quando os microrganismos invadem o corpo, ou se entra em contacto com qualquer
antigénio, estes elementos são transportados imediatamente para a linfa, que os
transporta até ao linfonodo, onde os macrófagos e as células dendríticas se
encarregam-se de fagocitarem os germesérmens ou de neutralizarem os antigénios,
processando-os, por meio dos linfócitos, os quais produzem os anticorpos e, na por
sua vez, servem como células de memória para reconhecerem o antigénio no futuro.
Pode também conter microrganismos que, ao passarem pelo filtro dos linfonodos (gânglios
linfáticos) e baço, são eliminados.
Devido a este processo, e durante cestas certas infecções, se produz-se uma inflamação
dos linfonodos que, se manifestando-se clinicamente como dor na localização delstes nos
plexos linfáticos do pescoço, axila, virilha e outros, e que popularmente é conhecido
como “«Ínguaíngua".».

Mecanismo funcional do sistema nervoso autônomo autónomo imunológico.


• Ou sistema nervoso autónomo imunológico, ; são circuitos do sistema nervoso autónomo
que modulam o sistema imunológico,
a partir do hipotálamo como
regulador das funções
neurovegetativas, incluindo a
resposta inflamatória.
• O sistema nervoso simpático
modula a proliferação celular, a
sua diferenciação e
mobilização na medula óssea e
no timo. No baço e nos
linfonodos, modula a reacção
imunológica e o tempo das
respostas imunológicas
adquiridas, sobre totudo a
resposta imune celular (th1)
e a resposta imune humoral
(th2).
• Os nervos simpáticos pós
Figura 188. Curso da linfa no leito capilar.
-ganglionares suprem
hepatócitos e adipócitos.
• Ambos os sistemas autónomos, simpático e parassimpático, regulam a resposta
inflamatória no tecido linfoide linfóide da mucosa do intestino (Galt – — placas de
Peyer), dos brônquios (Balt) e da pele.

ORIGEM DOS LINFÓCITOS. Os linfócitos sãoe produzidosem maioritariamente


na medula óssea e no timo. Os linfócitos T maturam-se no timo, e os linfócitos B
saem da medula, já maduros.
Os linfócitos chegam aos órgãos linfáticos periféricos através do sangue e da
linfa.
O sistema linfático colheita a linfa por difusão para os capilares linfáticos e a
retorna-a para dentro do sistema circulatório. Se um vaso linfático sofre uma
obstrução, o líquido se acumula-se na zona afectada, produzindo-se um inchaço
denominado edema.
118
CAPITULO CAPÍTULO IV: SISTEMA DIGESTIVO

TRATO
GASTROINTESTINAL
SUPERIOR

GLÂNDULAS
ACESSÓRIAS

TRATO
GASTROINTESTINAL
INFERIOR

119
SISTEMA DIGESTIVO
Chamado também aparelho digestório, digestivo, digesto ou ainda sistema digestivo, é o
responsável por obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes
funções do organismo, tais como crescimento, energia, reprodução locomoção, etc.
Conjunto de órgãos localizados no tubo digestivo e ao redor dele, que começa na
boca, continuando-se com a faringe, o esófago, estômago, intestino delgado e grosso,
assim como pelas glândulas acessórias.
Têm como função realizar a digestão, processo que consiste no seguinte:
 Mastigação ou desintegração parcial dos alimentos, de maneira mecânica e químicoquímica.
 Deglutição: condução dos alimentos através da faringe para o esôfagoesófago.
 Ingestão: Introdução do alimento no estômago.
 Digestão: desdobramento do alimento em moléculas mais simples.
 Absorção: processo realizado pelos Intestinosintestinos.
 Defecação: eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinal.

Anatomicamente o sistema digestivo consta de sistema digestivo superior e inferior, assim


como das glândulas acessórias.
ÓRGÃOS E GLÂNDULAS
SISTEMA DIGESTIVO SUPERIOR ACESSÓRIAS
É a porção inicial do tubo digestivo, Consiste em num grupo de órgãos e
onde se realiza a mastigação, a outras glândulas que secretam para
deglutição, a ingestão e a digestão. O dentro do tubo digestivo com o objectivo
mesmo esta está constituído por:. de permitir o processo digestivo. Eles são:
 Boca.  Dentes,
 Faringe  Língua
 EsôfagoEsófago  Glândulas salivares maiores
 Estômago. • Glândulas parotídeas
• Glândulas submaxilares
SISTEMA DIGESTIVO INFERIOR • Glândulas sublinguais
 Glândulas salivares menores
São os órgãos que dão continuação ao  Fígado
conducto digestivo, e realiza as funções  Vesícula biliar
de absorção e defecação, no intestino  Pâncreas.
delgado e intestino, respectivamente.
 Intestino delgado consta de :
• Duodeno
• Jejuno
• Íleo
 Intestino grosso é dividido em:
• Ceco (com seu apêndice)
• Colo ascendente
• Colo transverso
• Colo descendente Figura 189. Algumas glândulas acessórias.
• Colo sigmoidesigmóide
• Recto O controlo nervoso do sistema digestivo tem independência do
• Canal anal e ânus S.N.C., é autónomo, não obstante estar em coordinação
coordenação com ele.
120
DIMENSÕES COMPARATIVAS DO SISTEMA DIGESTIVO
Os intestinos têm duas características marcantes. A sSua superfície interna é
aproximadamente cem vezes superior à superfície externa do corpo. Esta é da ordem
de 1,.5 m2. num homem adulto. Consequentemente, a superfície interna dos intestinos é
de aproximadamente 150 m2. Como a absorção dos elementos vitais é feita através da
mucosa das paredes intestinais, esta precisa de ter uma superfície muito grande para
permitir uma absorção perfeita.

Na figura 190, observam-se as diferentes estructuras do tubo digestivo


1- língua 2- esófago 3- estômago 4- duodeno 5- pâncreas 6- jejuno 7- íleo
8- cécum e apêndice 9- colo 10- recto 11- ânus.

Figura 190. Dimensões comparativas do sistema digestivo.


121
SISTEMA DIGESTIVO SUPERIOR
Os sSeus componentes são a
boca, faringe, esôfago esófago
e o estômago.
 Boca: primeira porção do canal
alimentar. cavidade Cavidade
onde se inicia O o processo da
digestão, com a mastigação e
insalivação do alimento, e se dar
dá forma ao bolo alimentar.
Constituída pelos dentes, a
língua e as glândulas salivares.
 Faringe: funil de músculos
esqueléticos que leva o bolo
alimentar até a o esófago, por
meio da deglutição (Ver
estrutura em respiratório).
 Esóôfago: canal muscular, para
a passagem do bolo alimentar Figura 191.Trato digestivo superior.
até ao estômago, por meio dos
movimentos peristálticos.
 Estômago: é um órgão em
formato de bolsa, que da dá
continuidade ao processo da
quimificação dos alimentos. Na
sua função produz líquidos com
um muito ácido
(pH 2 aproximadamente).

Figura 192. Faringe.

Figura 193. Boca e suas estruturas.

122
Figura 194. Estômago, porções.
SISTEMA DIGESTIVO SUPERIOR

123
A BOCA
A boca é o espaço que inicia o tubo
digestivo. Encontra-se localizado
na porção visceral da cabeça,
na fáscia, limitada anteriormente
pelos lábios e detrásatrás, pelo
istmo das fauces, os pilares
e a úvula.
Lateralmente,
observam-se as
bochechas,; a
abóboda palatina,
superiormente e o
pavimentoiso,
formado pelo
assoalho da boca.
No seu interior,
apresenta a
porção vestibular
externa ou fenda, porção delimitada
entre os lábios, as gengivas, as bochechas Figura 195. A boca.
e os dentes. Detrás Atrás dos dentes,
continua-se a parte interna ou cavidade bucal.

DENTES
São estruturas duras,
salientes e esbranquiçadas,
que se observam emn cima
e inferiormente na
boca, a arcada dentária
e desenvolvem-se a
partir das células do
epitélio bucal e do
mesênquima.
O dente éEstá constituída
constituído pela polpa,
medial mente, a dentina,
e o esmalte como
revestimento.
A arcada dentária, localiza-se
implantada na gengiva do
maxilar e a mandíbula, e tem a
função primaria primária de
triturar os
alimentos, preparando-os para
serem deglutidasdeglutidos.
A dentição começa a ser formar-seda
entre a sexta e a oitava semana no Fig. 196. Os dentes e sua função.
124
A BOCA
útero, e dará lugar aos dentes
decíduos
ou temporários. Os dentes permanentes se Os dentes, de se não começarem a
começam a formar-se dentro da gengiva, a aparecer no período estabelecido,
partir da vigésima semana. não irão -sê- a desenvolver-se ao
no seu todo.

125
Á A dentição decídua também é chamada de dentição de leite, dentição temporária,
dentição infantil, primeira dentição ou dentes-de-leite. São os primeiros dentes do
desenvolvimento ontogénico humano. A dentição, ou erupção dentária, inicia-se no
período embrionário, e os dentes tornam-se visíveis entre os 3 e 6 meses, ou ainda pode-se
prolongar até aos 12 meses, terminando o processo aos 30 meses, aproximadamente, para
depois se começar-se-á a perder entre os 8 ou 9 anos de idade, para esses dentes e serem
substituídos pela dentição permanente ou segunda dentição.

1- Esmalte 5- Cimento 8- Nervo


2- Dentina 6- Osso A- Coroa
3- Polpa alveolar B- Raiz
4- Gengiva 7- Vaso
sanguíneo

Fig. 198. Esquema de um dente.


Fig. 197. Cronologia dos dentes decíduos.

6 a 9 meses: incisivos centrais inferiores


9 a 10 meses: incisivos centrais superiores 10 a 11 meses: incisivos laterais superiores 11 a 12 meses: incisivos
12 a 14 meses: caninos inferiores e superiores 14 a 24 meses: primeiros e segundos molares superiores e infe

Fig.200. Dentes permanentes.

Fig. 199. Anatomia funcional dos tipos de dentes.


126
LÍNGUA
A língua é o órgão muscular relacionado ao com o sentido do paladar e a fonação, sendo
estando localizada na parte ventral da boca. É e formada essencialmente de por
músculos esqueléticos, responsáveis pelos movimentos durante a mastigação, a
conformação do bolo alimentar, a sua deglutição e ainda pela fala. Os músculos da língua
se dividem-se nos grupos musculares extrínseco e intrínseco. Os músculos extrínsecos
tem têm como função posicionar ou fixar a língua ao crânio, e os intrínsecos conformam
a própria língua.
Os músculos extrínsecos ligam a língua aos às cartilagens da laringe, ao osso
hioidehióide, a à mandíbula e aos processos estiloides estilóides do osso temporal.
Anatomicamente, a língua é dividida em três terços ou porções. Os dois terços2/3
anteriores correspondem á à região bucal ou oral, e contem contêm as papilas gustativas
dorsal mente. O terço1/3 posterior é a porção faríngea ou raiz, parte inferior da face
anterior da orofaringe.
A língua é o único músculo voluntário do corpo humano que não fadiga.
Na região bucal, a língua apresenta a porção dorsal, onde se localizam as papilas.
gustativas, e a porção ventral ou sublingual, propriamente muscular, revestida de
mucosa macia, e apresentando o frénulo da língua no centro, o qual tem comocuja
função é a de travar os movimento que esta realiza..

Figura 201. Dorso da língua.

Figura 202. Porção ventral da língua.

127
MÚSCULOS DA LÍNGUA
MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA LÍNGUA
 Genioglosso: é um músculo triangular quando visto lateralmente, sendo o mais forte e
o que mais massa muscular aporta á à língua, formando uma placa a cada lado, ambas
separados separadas por um septo fibroso. Se iInsere-se na espinha mentoniana
superior, indo até ao osso hioidehióide, sendoe é
inervado pelo nervo
hipoglosso.
 Palatoglosso: inicia-se
na superfície inferior
da aponeuroses
palatina e separa a
cavidade oral da
faríngea na deglutição
e na fala,
respectivamente. É inervado
pelo nervo vago.
 Estiloglosso: se insere-se na
apófise estiloide estilóide do
temporal e funciona como
músculo retractor e elevador da
língua. É
inervado pelo nervo hipoglosso.
 Hioglosso: músculo depressor
da língua. : tTem o origem no
osso
 hioóide, sendo inervado pelo Figura 203. Músculos extrínsecos da língua
nervo hipoglosso.
 Condroglosso: se considera-se parte do músculo. hioglosso, do qual é separado pelo
músculo. genioglosso. Tem a mesma inervação e vascularização que o músculo.
hioglosso.

MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA LÍNGUA


São feixes longitudinais transversos e verticais.
 As fibras longitudinais
acorrem para a
ponta da língua
e se localizam-se na sua
porção superior e
inferior.
• O músculo longitudinal
inferior enrola a língua
e é lateral ao músculo
genioglosso.
• O músculo
longitudinal superior é ímpar,
recobre os outros músculos e levanta Figura 204. Músculos intrínsecos da língua.
a ponta da língua para trás.
MÚSCULOS DA LÍNGUA
 As fibras transversas partem do septo lingual, em na sua maior parte
acorrem lateralmente entre os músculos intrínsecos.
 As fibras verticais estendem-se entre as superfícies superior e inferior, através da
língua, principalmente perto da sua borda lateral. 126
ÓRGÃOS DO PESCOÇO
Localização e relações anatómicas no pescoço, das vias respiratórias e digestivas, ou
seja, a faringe, a laringe, o esófago e a traqueia.

Figura 205. Órgãos do pescoço.

Fig. 206. Corte transversal do pescoço.

127
ESÓFAGO
O esófago consiste num tubo ou canal muscular de uns 25 cm de longitude, entre a faringe
e o estômago, o qual conduz o bolo alimentar até ao estômago por meio dos movimentos
peristálticos. Localiza-se entre a 6.ª ou 7.ª vértebra cervical até à 11.ª torácica, começando
no pescoço para continuar pelo mediastino posterior, atravessar o diafragma
anteriormente, e encontrar-se com o estômago.
Apresenta dois esfíncteres um proximal e outro distal. O primeiro é também o constritor da
faringe e o cárdeas do estomago, será o esfíncter esofágico distal.
Anatomicamente, divide-se em três porções: proximal, media e distal.
A porção proximal relaciona-se posteriormente com a traqueia, estreitamente, com o arco
da aorta, e fica anterior à 6.ª vértebra cervical, até à 1.ª torácica, sendo medial às fáscias dos
grandes vasos, à carotídea comum e sua divisão, à veia jugular interna e aos nervos vago e
hipoglosso. Na parte torácica ou porção média atravessa o mediastino superior e posterior,
passa entre os grandes vasos e nervos do tórax, bem próximo e à direita da aorta torácica, e
da veia ázigos, à esquerda. Relaciona-se com a carina e continua entre os dois pulmões, por
detrás do coração; desce e faz-se anterior e à esquerda, para penetrar no abdómen através
do hiato esofágico, dando lugar à porção distal ou abdominal, de apenas 2 cm de
comprimento. Ao atravessar o hiato esofágico, alcança o estômago no cárdias, próximo do
lobo esquerdo do fígado.

O movimento peristáltico, controlado pelo sistema nervoso autónomo, permite ao bolo alimentar
avançar até ao estômago (em 2 segundos, aproximadamente) e daí, continuar pelas diferentes
porções até terminar no recto.

Figura 207. O esófago e o mecanismo da deglutição.


128
UNIÃO GASTROESOFÁGICA
A união gastroesofágica é a «fronteira» entre duas cavidades do tubo digestivo com
características extremamente diferentes, onde se destacam-se as variações do pH
generadas pela secreção gástrica e pelas diferenças de pressões: positivas no
estómagoestômago, negativas no esófago.
Nos estudos endoscópicos tem-se reconhecido uma linhaea bem delimitada de formação
triangular, que se observa retrógradamente retrogradamente a partir do
estómagoestômago, chamada línea em zigue-zague, Zig – Zag a qual não é visível durante
as dissecações anatómicas, não obstante ser o limite endoscópico entre ambas as
mucosas e a zona do mecanismo esfincteriano esófago- gástrico. Esta linhaínea tem um
evidente valor anátomo-clinico clínico para definir frequentes alterações patológicas em
nessa região.

Figura 208. Localização da linha ínea em Zigzigue-zZague da união esófago-gástrica.

PAREDES DO TUBO DIGESTIVO


Na figura 209, se observa-
se a estructura das
paredes do tubo digestivo,
a partir do esófago, que se
continúa continua com o
estômago e
termina nos intestinos
delgado e grosso, a
mucosa internamente, a
muscular intermedia
intermédia e a camada
externa ou serosa e entre
as capas se localizam os
plexos nervosos
Figura 209. Estrutura, em geral, das paredes no tubo digestivo.
submucoso e mientérico .
ESTÔMAGO
O estômago é a parte do tubo digestivo em forma de bolsa, que se localiza entre o
esóôfago e o duodeno, no lado esquerdo do abdómen, em baixo do diafragma, no
epigástrio e hipocôndrio
esquerdo, cuja função
é a de receber o bolo
alimentar, com o
objectivo de tornar-se
mais líquido e ácido,
o quimo, e
encaminhar-se-á o
duodeno.
Apresenta duas
comunicações,
uma superior, o
cárdias, em relação
com o esóôfago, outra
inferior,
o píloropiloro, final do
canal que transporta o
quimo ao para o intestino
delgado. Tem Figura 210. Localização anatómica do
Estômagoestômago.
um volumo volume próximo erto ados 50 ml
quando vazio, permitindo um volumovolume
entre 1000 ml e 4000 ml de alimentos depois de uma refeição.

DESCRIÇÃO ANATÓMICA E ESTRUTURAL FUNCIONAL


O estômago é um órgão cuja descripção estructural anatómica se define no que se
referente tanto as às actividades fisiológicas,
como a à sua importância
anátomo-clinica clínica e
cirúrgica, já que cada uma
destas porções apresenta
diferentes células
e funções, pelo
qual que existe a
anatomia descriptiva
e a anatomia
cirúrgica, segundo as
necessidades. No
referente á à
descrição anatómica
estrutural, apresenta
a porção
trituradora, à qual pertencem o cárdia,
na porção superior, como área de
transição entre o esófago e o Figura 212. Localização anatómica do
Estômagoestômago. 130
estômago, o fundo, em cima da
curvatura maior, em contacto directo
com o diafragma, o corpo, entre o
fundo e o antro pilórico; e a região
evacuadora, horizontal ou parte
pilórica, inferiormente, formada pelo
antro pilórico, o canal pilórico e o piloro
ou esfíncter pilórico.

131
Superiormente e à direita, entre o cárdias e a incisura angular, no inicio da parte pilórica,
observa-se a curvatura menor e em baixo e à esquerda, do fundo ao piloro, a curvatura
maior. Finalmente, tem uma face anterior
em relação com a parede abdominal, o
lobo esquerdo hepático e o
diafragma, e uma face
posterior a olhar para o
pâncreas, rim esquerdo,
baço e o saco
omental menor,
entre outros órgãos.
A porção
trituradora
encarrega-se de
formar o quimo,
e a porção
evacuadora
transportá-lo-á
para o intestino
delgado. A
anatomia
cirúrgica utiliza-
se nas técnicas
que permitam a função do estômago,
Figura 212. Localização anatómica do estômago.
mesmo parcial, mas eficiente, na sua
primordial actividade digestiva. Assim,
descrevem-se o cárdias, fundo, corpo, curvatura maior, curvatura menor, piloro, esfíncter
pilórico, face anterior e face posterior.
Tal como o resto do tubo digestivo, o estômago apresenta a mucosa internamente, a
muscular intermedia intermédia e a camada externa ou serosa. Não obstante, existem
diferencias diferenças anátomo-funcionais, no que diz respeito as às outras partes do conducto
alimentar. Na mucosa existem inúmeras glândulas, com variadas conformações celulares,
diferençadas diferenciadas segundo a porção do
estômago onde se localizem. A capa muscular
apresenta no corpo, a camada interna
obliquaoblíqua, que vai até a à parte pilórica, a
camada circular faz-se intermédia e a longitudinal,
externa.

132
Figura 213. Visão geral do estômago.

133
Nas glândulas estomacais existem
diferentes tipos de células, umas no
fundo, as células principais,
productoras da proenzima
pepsinógeno, as interméedias ou
parietais, que produzem o acido
ácido clorídrico para activar o
pepsinógeno, transformando-o em
pepsina e também manter os níveis
de acidemia do suco gástrico; e as
mais superficiais encarregadas de
produzir o moco muco suficiente
para proteger e neutralizar a acidez
criada na luz do saco estomacal.

Figura 214. Localização das células glandulares no estômago.


PÍLOROPILORO
O píloro piloro é a porção terminal da parte evacuadora. Formado pela musculatura
esfincteriana, que regula a passagem do quimo semi-digerido para o duodeno.

Figura 215. Mecanismo funcional da passagem do quimo ao duodeno através do


píloropiloro. 134
135
O TRONCO CELÍACO E O SISTEMA ARTERIAL GÁSTRICO

Figura 216. Conformação arterial gástrica a partir do tronco celíaco.

ESTRUTURAS DO SISTEMA DIGESTIVO NO ABDÔMEN ABDÓMEN


SUPERIOR
Vías Vias biliares: [17.] PáncreasPâncreas:
14.[18.]
2. Conducto biliar intrahepático
Figura 217.e Estruturas do sistema digestivo no abdômen abdómen
superior Co
3. Conductos hepáticos direito
superior. n
esquerdo
d
[4.] Conducto hepático comúmcomum
u
4.[5.] Conducto cístico
c
5.[6.] Colédoco ou conduto biliar comum
t
[7.] Ampola de Váter ou
o
hepato- pancreática
6.[8.] Carúncula maior ou
d
papila de Váter
e
7.[9.] Vesícula biliar
Fígado S
8.[10.] Lóbulo direito do fígado a
9.[11.] Lóbulo esquerdo do fígado n
10.[12.] Baço t
11.[13.] Esófago o
[14.] Estómago r
Estômago i
Intestino delgado n
12.[15.] Duodeno i
13.[16.] Jejuno
ou pancreático acessório
15.[19.] Conducto de Wirsung ou
pancreático.

133
SISTEMA DIGESTIVO INFERIOR
Como foi dito anteriormente, ao sistema digestivo inferior pertencem os órgãos que dão
continuação ao conducto digestivo, que realiza as funções de absorção dos nutrientes e
eliminação das substâancias não digeridas, por meio da defecação, no intestino delgado e
no intestino grosso, respectivamente. Apresenta a serosa externamente, duas camadas
musculares, a circular ou helicoidal de passo corto, e a longitudinal ou helicoidal de passo
longo, (ver figura 218). Igualmente, a mucosa tem as suas peculiaridades que passamos a
descrever.
Na mucosa intestinal, existem diferenças no que diz respeito á à conformação nas
diferentes partes do seus as válvulas conniventes, as vilosidades, as glândulas de
Lieberkuhn e de Brunner e as placas de Peyer.
 Válvulas conniventes: ou pregas de Kerckring. São as pregas do intestino delgado que
aumentam a capacidade de absorção e digestão. Elas contem contêm as vilosidades
intestinais.
 Vilosidades intestinais: elas aumentam a capacidade de absorção no intestino
delgado, no jejuno principalmente, estando ausentes no intestino grosso. Sua A sua
superfície está coberta pelas microvilosidades.
 Glândulas de Lieberkuhn: recebem também o nome de criptas de Lieberkuhn. São
invaginações tubulares, presentes no intestino delgado, cólon e recto na luz do tubo
digestivo, no fundo das vilosidades, até a à muscularis mucosae. Aquí Aqui se
produzem-se enzimas digestivas, substancias substâncias bactericidas e péptidos
que são segregados no suco intestinal.
 Glândulas de Brunner: se localizam-se somente no duodeno. Excretam
substâncias alcalinas nas criptas de Lieberkuhn.
 Placas de Peyer: organelos que pertencem ao sistema imunológico,
estando localizadas em ambos os Intestinosintestinos.

Figura 218. Paredes do tubo intestinal. 134


Figura 219. Paredes do tubo intestinal

Figura 220. Irrigação sanguinea sanguínea e inervação nas paredes do tubo


intestinal.
135
LOCALIZAÇÃO ANATÓMICA DOS INTESTINOS

Figura 221. Os intestinos no abdómen.

Figura 222. Localização anatômica anatómica dos


intestinos.
136
INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo cilíndrico de uns 4 cm de diâmetro na porção proximal,
que progressivamente se vai-se reduzindo até 2,5 cm de diâmetro distal mente, e 6 a 7
ms de longitude. Consta de três porções, sendo a primeira o duodeno; a continuação o
jejuno, no mesogástrio no centro do abdomenabdómen; e p. Por último, o Íleoíleo, que
descansa sobre o osso ilíaco, no hipogastriohipogástrio, na cavidade pélvica. Dada a sua
função de absorção dos nutrientes, apresentam-se as vilosidades e microvilosidades na
mucosa, as quais aumentam a área de contacto da luz intestinal e, por tanto, a
velocidade de absorção dadas as suas estructuras. Tanto na anatomia descriptiva, como
durante a actividade cirúrgica, resulta muito difícil diferenciar onde termina o jejuno e
começa o íleo. Por outro lado, o íleo é a maior das três partes.

A
Vitamina
B12 é
absorvida
no
intestino
delgado.

Figura 223. Camadas do intestino delgado.

Figura 224 Estructura das válvulas conniventes.


137
DUODENO
O duodeno é um tubo de 2 a 3 centímetros cm de diâmetro e 25 centímetros cm de
comprimento, continuação do estômago, e primeira porção do intestino delgado. Seu O
seu nome procede do latim “duodenum digitorum”, na crença de que esta região mede
12 dedos, em latim "duodecim“.
Se lLocaliza-se a à direita do abdómen superior, na continuação do piloro; rodeia a
cabeça do pâncreas por meio decom as suas quatro porções e termina na flexura
duodeno jejunal, o ângulo de Treitz, para se continuar com o jejuno. Possui numerosas
vilosidades que tem têm como função a absorção e transformação do quimo, através
das substâncias do ducto colédoco e do ducto pancreático.

Figura 225. Duodeno.


PORÇÕES DO DUODENO Apresenta a papila duodenal maior
onde desembocam juntos os ductos
O duodeno é dividido em quatro (4)
porções:
1.ª: Porção superior: ântero-posterior e
a à direita desde o piloro até ao colo
da vesícula biliar, na altura da 2.ª
vértebra lombar. É a região típica da
úlcera péptica no duodeno.
2ª: Porção descendente: rodeia o
bordo direito da cabeça do
pâncreas.
138
DUODENO

colédoco e pancreático; e a papila


menor (inconstante) do conduto
pancreático acessório.
3ª: Porção horizontal: a à esquerda, em
baixo e detrás dos vasos mesentéricos
superiores, anterior a à aorta.
4ª: Porção ascendente: pelo bordo
esquerdo da coluna vertebral, da 4.ª
a à 2.ª vértebra lombar, termina na
flexura duodeno-jejunal.

139
JEJUNO

O jejuno é a segunda porção do intestino delgado, assim chamado por estar quase
sempre vazio na realização das necropsiasnecrópsias. A sua Se llocalização é
intraperitoneal, entre a flexura duodenojejunal e o íleo e, junto com este último, forma
um tubo que se estende por 6 a -7 m., sendo que os 2/5 correspondem ao Jejunojejuno.
Tem um diámetro diâmetro de uns 4 cms,. apresenta as vilosidades mucosas maiores e
mais densamente distribuidas distribuídas do que no duodeno e no íleo, as quais são de
fácil apreciação
ao se segurar o órgão entre os dedos indicador
e polegar, o que não acontece com as outras
duas porções.
O mesenterio mesentério que o conecta
contem contém menos tecido adiposo do
que a porção ileal. A artéria
mesentérica superior o irriga-o por meio
das jejunais, cujas cujos arcos arteriais são
bem apreciados. A drenagem venosa é feita
pela veia mesentérica superior, que junto
com a veia esplênica esplénica, darão
ambas lugar a à veia porta do sistema portal
hepático. As paredes são mais espessas,
mais vascularizadases e de cor mais forte,
em comparação com respeito ao íleo. A
inervação simpática e parassimpática será a
partir do plexo celíaco e do sistema nervoso
entérico. Os nódulos linfáticos estão
ausentes na sua porção proximal
e geralmente são menos frequentes e
mais pequenos do que no íleo.

Os arcos arteriais do mesentério jejunal são fáceis de apreciar ao toque, pel s gross, o que não acontece no lad

Figura 226. Microscopia electrónica das vilosidades.

140
ÍLEO
O íleo, ou íleon, constitui a terceira parte terceira do intestino delgado, sendo os 3/5
distais das duas porções móveis. continuação do jejuno, termina no intestino grosso, na
válvula ileocecal, no ceco, na região pélvica. Embora não exista uma clara demarcação
jejuno- ileal, as paredes do íleo são mais delgadas e as vilosidades não se apreciam com
facilidade.
A artéria mesentérica superior daá lugar aos ramos ileais, que anastomosados formam os
arcos arteriais no mesentéerio ileal, menos volumosos e de maior dificuldade na sua
visualização, com respeito aos jejunais. Eles se continúuam com os vasos rectos até
penetrarem no íleo pelas paredes anteriores e posteriores. A veia mesentérica superior
se ocupa-se da drenagem venosa. É muito rica Tem uma grande riqueza em vasos e
gânglios linfáticos.
Tal como Ao igual que no jejuno, a inervação será é a partir do plexo nervoso mesentérico
superior.
Realiza a continuação da digestão química, após ésta esta passar pelo duodeno e jejuno,
reabsorvendo proteínas, carboidratos, gorduras, e, na porção final, a vitamina B-12.

Figura 228. O íleo e seu mesentério.

Na figura 229 , observa-se o


divertículo de Meckel, estrutura que
aparece com frequência no
mesentério do íleo, próxima daà
válvula ileocecal, e local de
eventuais infecções agudas.

141
Figura 229. Divertículo de Meckel.
PREGAS E VILOSIDADES

As válvulas conniventes, ou também, pregas de Kerckring, são rugas ou dobras da mucosa


do intestino delgado que servem para incrementar a superfície da luz, sendo mais
proeminentes no duodeno e no jejuno e estando ausentes no íleo terminal.
Tem Têm como função o soporte suporte anatómico das vilosidades intestinais, as quais
incrementam por três a superfície de absorção intestinal dos nutrientes e o
consequente enabrandalentecimento no movimento do quimo.
As vilosidades são enrugadas na sua superfície, produto da presença das microvilosidades,
que são células igualmente com a superfície «enrugada».

Figura 230. Vascularização das vilosidades. Figura 231. Criptas e vilosidades do duodeno.

141
Figura 232. Estructuras que permitem a absorção intestinal
INTESTINO GROSSO
Chamado erroneamente de cólon em toda a sua extensão, o intestino grosso
corresponde á à parte final do tubo digestivo, que tem o seu começo início onde termina
o Íleo íleo e estende-se até o ao ânus, entre 120 e 200 cm de longitude, encontrando-se
dividido didacticamente em:
 Ceco
 Cólon No intestino grosso são acumulados os resíduos da
digestão, as fezes, sendo-lhes absorvida a água e outros
 Recto elementos residuais não absorvidos no intestino
 Canal anal delgado para, imediatamente se passarem à ampola
 Ânus. rectal.
O ceco é a parte o mais largo larga e nas porções do cólon vãáo diminuindo
progressivamente de calibre. Já no recto, volta-se a dilatar-se e no canal anal, se
estreita-se, em forma de funil, até ao esfíncter do ânus.

Figura 233. Intestino grosso.

142
CECO
O ceco é a primeira porção do intestino grosso e se localiza-se fixado na parede posterior do
abdomenabdómen, quasi quase sempre intraperitoneal no
princípio, passando a
retroperitoneal ao se unir-se ao colo
ascendente .
Apresenta a válvula ileocecal na
desembocadura do íleo terminal no
ceco. Localizado no fundo do ceco,
encontra-se o apêndice vermiforme,
pequena extensão tubular, movível
e intraperitoneal.

APÊNDICE VERMIFORME
Também chamado apêndice cecal,
ileocecal ou vermicular, localiza-sedo no
ceco, próximo da válvula ileocecal. Tem uns
5 cmcinco centímetros, variando de 1um a Figura 234. Ceco e apêndice cecal.
20 cmvinte
centímetros e terminando em fundo cego.
Se localizaEncontra-se
ao nível do quadrante ilíaco direito, não sendo infrequente outras localizações no
hemiabdomen hemiabdómen direito.

Figura 235. Meso apêndice cecal.

A partir das ténias, no


apêndice se produz-se
o revestimento
completo
circunferencial de
musculatura lisa
longitudinal. Seguir a
ténia anti mesentérica
anterior até à seu sua
origem resulta uma
manobra para
identificar a base do
apêndice.
Figura 236. Varias localizações no abdómen, do apêndice cecal. 143
VÁLVULA ILEOCECAL
A válvula íleocecal ileocecal é a estrutura anatômica anatómica situada na transição entre
a porção final do íleo e o ceco. Tem como função a de evitar o refluxo do conteúdo do
intestino grosso para o intestino delgado.

Figura 237. Válvula ileocecal.

DIFERENÇAS ENTRE INTESTINO GROSSO E


INTESTINO DELGADO
Intestino grosso: Intestino delgado:
Maior calibre Menor largura
Aspecto sacular Maior longitude
Presença dos apêndices Liso em toda a
epiploicosepiplói sua
cos
extensão
Figura 238. Óstio íileocecal. No Não se
Inserção nele do omento
insere o
omento
OAs hormoônasios Fixado ao
gastrointestinais se distribuem-se á Fixação parietal do colo mesentério do
a toda a longitude do tubo ascendente e descendente intestino
digestivo, principalmente no
intestino delgado, considerado o Maior
órgão endócrino mais amplo do Menor movimentação movimentação
organismo. Eles Elas se
descarregam-se e funcionam de Gráfica Gráfico 13. Diferenças entre os
forma parácrina e autócrina intestinos.
localmente, mas que a distancia.
OBS: QUE A DISTANCIA… DE QUÊ?

144
CÓLON
O cólon é a porção intermédia do intestino
grosso, situada entre o ceco e o recto
e divide-se em:
 Cólon ascendente
 Cólon transverso
 Cólon descendente
 Cólon sigmoidesigmóide
Possui 1,5 m de comprimento
e 6,5 cm de diâmetro. A
mucosa não apresenta
vilosidades como as que estão
presentes no intestino
delgado, existindo
numerosas células
caliciformes, Figura 239. Cólon.
entero-endócrinas e
absortivas, as quais apresentam microvilosidades curtas No cólon, grande parte da
e irregulares. A musculatura se apresenta-se água e sais minerais é são
longitudinal, externa e circular interna. Externamente, absorvidaabsorvidos,
apresenta as haustras, que são evaginações ou alguns produtos são
saculações separadas entre si por estreitamentos fermentados e é produzido
musculares circulares e de profundidade variável, e as o muco que tem por
ténias, formadas por bandas musculares longitudinais, função compactar a massa
fecal e contribuir para o
presentes a partir do ceco até
seu deslizamento.
ao recto. O cólon ascendente e o cólon descendente, são
fixos ou se movimentam-se muito pouco, somente o cólon
transverso
e o cólon sigmoideo sigmóideo têm maior movilidade mobilidade dado o mesenterio
mesentério intraperitonial.

CÓLON ASCENDENTE
Segmento do intestino grosso entre o ceco e o
colo cólon transverso. Trajecto ascendente desde
o ceco à superfície caudal do lóbulo direito do
fígado, onde
se dobra à esquerda, formando a flexura cólica
direita.

CÓLON TRANSVERSO
Segmento maior do intestino grosso, sendo intraperitoneal
e totalmente móvel, localizado entre o cóolon ascendente
e
o cólon descendente. Começa no hipocôndrio direito, na
flexura cólica direita, até mais lã ??? do epigastro, no
hipocôndrio contra lateral, o esquerdo. Completamente
145
coberto
por peritónio, se conecta-se com o bordo inferior do
Figura 240. Cólon ascendente
pâncreas por uma grande e longa plica de
membrana,
o mesocólon transverso. Á À direita, se relaciona-se com o fígado e a vesícula biliar; á à
esquerda, com a curvatura maior do estômago e a porção inferior do baço.
Inferiormente, tem relação com o intestino delgado; detrás, do omento maior e o
peritónio parietal anterior. Dorsal mente e de da direita a à esquerda, com a porção
descendente do duodeno, a cabeça do pâncreas, o jejuno e o íleo.

146
Figura 241. Cólon transverso.

CÓLON DESCENDENTE
Segmento do intestino grosso que
desce através do hipocôndrio
esquerdo e região lombar, ao
longo da borda lateral do rim
esquerdo, entre o cólon transverso
e o cólon sigmóoide.

CÓLON SIGMOIDESIGMÓIDE
É a porção do intestino Figura 242. Cólon descendente.
grosso que continua após o
cólon descendente, na altura
da pélvis e é seguido pelo
recto. O cólon sigmóide
acumula os gases que
posteriormente vão ser
expulsados sem
interferir com as fezes.

Figura 243. Junção


rectosigmoídearecto-sigmóide.
147
RECTO, CANAL ANAL E ÂNUS
Recto
Porção final do
Intestino grosso.
Segue-se segue ao
cólon
sigmoidesigmóide e
termina no canal
anal. Tem um
comprimento
aproximado de
15 cm., continua-se
dorsal e vertical até
ao ânus, a partir do
ângulo agudo da
flexura
rectosigmoídearect
o-sigmóide.
Tem a função de
acumular as fezes,
antes de serem
eliminadas pelo
organismo, através do
ânus. Apresenta três
flexuras e duas pregas
que dão a sua
conformação (ver corte
transversal na figura 245 ). Figura 244. O recto.

CANAL ANAL
Constitui a
parte terminal
do recto. Mede
aproximadamente
de2,5 a 4 cm de
comprimento. O
canal direcciona-
se para trás e
para baixo. É
cercado pelo
músculo esfíncter
interno
do ânus (involuntário)
e pelo músculo
esfíncter externo do ânus
(voluntário), que
mantêm a luz fechada.
148
Figura 245. Pregas e flexuras do canal anal.

149
ÂNUS
Orifício no final do intestino grosso, entre as nádegas. Abertura reguladora da saída das
fezes, empurradas pela musculatura lisa do intestino. A musculatura de suporte do
ânus pertence ao períneo, juntamente
com as musculaturas dos
esfíncteres externo e
interno que
permitem seu
funcionamento.

Figura 246. Estructura do canal anal.

Figura 247. Estructuras da união ano- rectal.


150
TÉNIAS CÓLICAS
As ténias cólicas, ou
bandas colónicas, resultam
da formação de três
bandas de músculo
longitudinal
liso. Cada banda tem 1 cm
de largura,
aproximadamente,
e as três
cursamseguem o
intestino grosso, do
extremo do
ceco, (figura 247), onde começa o
apêndice cecal, até ao recto. As
ténias unem-se ao alcançarem o
recto,
formando uma camada muscular
longitudinal completa, que o Figura 248. Confluência das
ténias cólicas no ceco.
revistereveste, tal e como
acontece no apêndice cecal (figura 243). Se
denominam de mesentérica e anti Entre as ténias, a
mesentéricas. parede do colo é fina,
conformando as
 Ténia mesentérica: local onde se insertae o peritónio, haustras, o que explica
sendo no bordo de inserção, o local aonde penetram os a extrema capacidade
vasos rectos do colon. de distensão do colo,
em casos de obstrução
 Ténias anti antimesentéricas: são duas, uma anterior, intestinal.
chamada ténia livre e outra posterior, a ténia mesocólica,
sendo ambas intraperitoniais.

HAUSTRAS
São evaginações ou saculações no exterior
do colo, entre as ténias, que tem têm forma
de bolsas más mais ou menos proeminentes,
separadas entre si por estreitamentos
circulares de profundidade variável. Ao serem
mais cortas curtas, as fibras musculares do
colo, formam uma série de pregas, ou
sacolas, como se se puxassera um
fio de um tecido sintético qualquer para que conseguir e- Figura 249.Tenias e haustras.
o encurtá-loacurtar. O estado de contracção das capas
musculares circular e longitudinal determina o seu
tamanho e forma.

APÊNDICES EPIPLOICOS
haustras, na sua superficie externa. 151
TÉNIAS CÓLICAS
EPIPLÓICOS E PREGAS
SEMILUNARES
 Apêndices epiploicosepiplóicos: são
estruturas adiposas a partir do
peritoneu que cobrem a superfície
serosa do colo.
 Pregas semilunares ou valvas
semilunares: pregas irregulares e
transversas. São contracções
internas das capas musculares
adjacentes. Se Figura 250. Haustras
correspondem Correspondem-se com os sulcos formados entre as

haustras, na sua superficie externa. 152


GLÂNDULAS SALIVARES

As glândulas salivares se classificam-se dentro das exócrinas, ou de secreção externa, do


tipo túbulo-acinosas devido á à presença de numerosos ácinos em forma tubular e de
um ducto excretor central.
Elas localizam-se no interior e em torno da cavidade bucal com a função de produzir e
secretar segregar saliva. Se cClassificam-se em glândulas salivares maiores e menores.

 Glândulas salivares maiores


• Glândulas parotídeasparótidas
• Glândulas submandibulares
• Glândulas sublinguais.
 Glândulas salivares menores

[1.] Glândula paróotíidea


1.[2.] Glândula
submandibular
2.[3.] Glândula sublingual

Figura 251. Glândulas salivares maiores.

GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES


Glândulas parotídeasparótídas: são as maiores das glândulas salivares. Localizada
anteriormente à em cada lado da face, a nível da orelha e atrás do ramo da mandíbula.
Pesa de 14 a 28 g.
Esta glândula está intimamente associada aos ramos periféricos do nervo facial (VII).
A excreção da saliva se produz-se através do conduto de Santorini, o qual seguecursa
anteriormente sobre o músculo masséter, atravessa a bochecha, se internaliza-se e abre
na cavidade bucal, na papila, palpável no interior da boca, oposta ao segundo molar
superior.
Glândulas submandibulares: são as segundas em tamanho, situadas na porção
posterior do assoalho pavimento da boca;, dobram-se contra a face medial da
mandíbula, pesa entre 10 e 15 g. e apresenta um ducto excretor pequeno, que abre
lateral ao frénulo lingual, abaixo da língua.
Glândulas sublinguais: são é as menores dos três pares de glândulas salivares
maiores. Pesa cerca de 2 g. Tem Têm forma de amêndoa, e assentam no assoalho
pavimento da boca, entre a porção lateral da língua e os dentes. A secreção se
153
produz-se mediante pequenos ductos que se abrem numa elevação da prega
sublingual.

154
1. Ducto

de Santorini
2. Ductos sublinguais
3. Carúncula do
ducto mandibular
[4.] Glândula
Sublingualsublingual
[5.] Glândula
Submandibularsubmandib
ular

Figura 252. Ductos das glândulas salivares maiores.

Figura 253. O VII n.c. e a glândula parótida.

O VII n.c. Facial facial atravessa a glândula parotídea parótida e no seu


interior emite as divisões temporofacial e cérvico-facial. A divisão
temporofacial da dá os ramos temporal e zigomático, e a divisão cérvico-
facial, os ramos bucal, que inerva as papilas, e o ramo marginal
mandibular.

155
Frequentemente, porções das
glândulas sublinguais e
submandibulares misturam-se
para formar um complexo Figura 254. Glândulas submandibular e sublingual.
sublingual- submandibular.

GLÂNDULAS SALIVARES MENORES


São pequenas e numerosas massas glandulares distribuídas em toda a submucosa da
cavidade oral, existindo
entre 600 a e 1000.
Elas não se
observam na gengiva
aderente á à face
dorsal do
terço anterior
da língua e na
porção do terço
anterior do palato
duro. São glândulas
mucosas,
maioritariamente,
excepto as glândulas
serosas de Von Ebner,
abaixo
dos sulcos das papilas
circunvaladas e das papilas
foliáceas da língua. Figura 255. Glândulas salivares menores.
156
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula
mista, com funções secretoras
no sistema endócrino e
excretoras, relacionadas com
o tubo digestivo, mais
especificapropriamente ,
levando levar substancias
substâncias bicarbonatadas ao
duodeno.
Tem forma de folha, mede de
15 a 25 cm de extensão, e
divide-se em cabeça, corpo e
cauda. E É retroperitoneal,
posterior ao estômago, entre o
duodeno, que rodeia a cabeça
do pâncreas, a à direita, e o
baço, com o qual se relaciona a
cauda, a à esquerda. Figura 256. Pâncreas.

1. Cabeça do pâncreas
2: Processo uncinado do pâncreas
3: Notch pancreático
4. : Corpo do pâncreas
5: Superfície anterior do pâncreas
6: Superfície inferior do pâncreas
7: Margem superior do pâncreas
8: Margem anterior do pâncreas
9: Margem inferior do pâncreas
10: Tubérculo omental
11: Cauda do pâncreas
12: Duodeno

FUNÇÃO DIGESTIVA DO possuem.


O ducto pancreático geralmente se
PANCREASPÂNCREAS une-se ao colédoco,
O pâncreas relaciona-se com o duodeno imediatamente antes
e as vias biliares na função digestiva; de penetrar na papila maior do
para Issoisso, apresenta os ductos duodeno.
pancreático, ou de Wirsung, e o de
Santorini. O primeiro, percorre o
pâncreas e termina na segunda porção
do duodeno, na
ampola épato
hepatopancreática, também
chamada ampola de Vater ou
papila maior. (*). O segundo é
um pequeno ducto acessório
que muitas pessoas não
157
Figura 257. Anatomia do pâncreas.
Figura 258. Ampola de Vater.
(*) Também chamada ampola de Vater ou papila maior.

158
VESÍCULA BILIAR E VIAS BILIARES
A vesícula biliar e as vias biliares em geral, são as encarregadas de armazenar, libertar e
transportar a bílis. Estão São constituídas pelas vias biliares intra e extra-hepáticas.
 Vias biliares intra-hepáticas: são os ductos hepáticos direito e esquerdo,
localizados dentro do fígado.
 Vias biliares extra-hepáticas: se dividem-se em vias biliares principal e acessória.
• Vias biliares principais: são os ductos hepático comum, colédoco e pancreático.
* Ducto hepático comum é a união dos ductos hepáticos direito e esquerdo.
* Ducto colédoco ou ducto biliar comum é a união do ducto hepático comum e
do ducto cístico. Se uUne-se ao ducto pancreático distal mente e penetram
juntos na papila maior do duodeno.
• Via biliar acessória é o ducto cístico, que sai da vesícula biliar e se une ao
ducto hepático comum para formar o ducto colédoco.

Bílis. Substância alcalina produzida no fígado que permite a degradação dos alimentos e estimula o peristaltis

Figura 259. Vesícula biliar.

VESÍCULA BILIAR
A vesícula biliar é uma bolsa de músculo liso, revestida de mucosa, que mede entre 7 a e
10 cm de comprimento. Situa-se em por baixo do lobo hepático direito. Tem uma
aparência verde-escuro devido a à bile. Sua A sua função é a de armazenar a bílis
produzida no fígado e enviar-á-lha ao duodeno, via conducto cístico e colédoco, sendo
vascularizada pela artéria cística.

159
FÍGADO
O fígado localiza-se no hipocôndrio direito, epigástrio e, em pequena porção, no
hipocôndrio esquerdo, sob o diafragma, repousando sobre o estômago e a massa
intestinal. É revestido pela cápsula hepática, ou de Glisson, e pelo peritónio mais
superficial. Tem um peso aproximado de 1,500 a 2,500 g no adulto. Seu O seu diâmetro
máximo tem de 24 a 28 centímetros. A cor do fígado é avermelhada, cinzenta-parda
cinzenta e a superfície parece granitada. A face superior, ou diafragmática, do órgão é
convexa, e amolda-se à cúpula diafragmática. A face inferior, ou visceral, é côncava e
acidentada; apresenta dois sulcos ântero-posteriores, que a dividem em três zonas: zona
lateral direita, zona lateral esquerda e zona média. Esta última se acha-se naturalmente
limitada pelos dois sulcos ântero-posteriores. Um terceiro sulco, transversal, conforma
um «H» com os anteriores e divide a zona média em anterior, dando lugar ao lobo
quadrado, e ao lobo posterior, detrásatrás. O sulco transverso conforma o hilo do
fígado, por aonde passam a veia porta, a artéria hepática e os canais biliares. Na face
visceral, entre os lobos direito e caudado, se localiza-se a vesicula biliar, envolvida pela
cápsula de Glisson.
Na primeira infância, é proporcionalmente maior, constituindo 1/20 do peso total
do recém recém-nascido, e pode ser palpado abaixo da margem inferior das
costelas, no hipocôndrio direito.

Figura 260. Face visceral do fígado.

O fígado divide-se em lobos direito, esquerdo, caudal e quadrado. Cada lobo é


constituído por lóbulos, uns 50 .000 a 150 .000, onde se dispõem os mais de 300
bilhões mil milhões de hepatócitos em forma de ácinos. Está fixo fixado anteriormente
á à parede abdominal, pelo ligamento falciforme, que separa os lobos direito e
160
FÍGADO
esquerdo.
Clinicamente , existe a divisão anátomo-cirúrgica que divide o fígado em oito segmentos.

161
O fígado realiza ao redor de 220 funções, tais como metabólicas, de secreção e, excreção
de bílis, e vasculares, de armazenamento e filtração sanguínea. A Na função hepática,
como glândula exócrina, serve para excretar a bílis no duodeno, e na função endócrina,
secreta glicogênioglicogénio, ureia e outros, nos vasos sanguíneos,. Filtra cerca de 1,5 lL
de sangue por minuto/min., do qual eles, cerca do 70 % vem da veia porta e o restante é
recebido da artéria hepática.

LIGAMENTOS DO FÍGADO
Os ligamentos hepáticos fixam este órgão nas diferentes regiões do abdomen abdómen superior,
assim como se ocupam de outras funções de protecção.
 Ligamento Redondo redondo Hepáticohepático: e é o remanente da obliteração da
veia umbilical. Fixa o fígado á à região umbilical.
 Ligamento Coronáriocoronário: são duas folhas que fixam a porção posterior da face
superior hepática ao diafragma, até se unirem-se e conformarem os ligamentos
triangulares direito e esquerdo, respeitivamenterespectivamente.
 Ligamento falciforme: serve para fixar o fígado ao diafragma e á à parede
abdominal anterior. Assim mesmo,Também separa o lobo direito do esquerdo.
 Ligamento gastro-hepático: liga a curvatura menor do estómago estômago á à
face visceral do fígado.
 Ligamento do ducto venoso: resultado do remanente fibrosado da comunicação da veia
umbilical no feto, com a veia cava inferior.
 Ligamento hepato-duodenal: tem como funções fixar o duodeno ao hilo hepático, além
de conter a veia porta, a artéria hepática principal e o conducto colédoco.

Figura 261. Face diafragmática e ligamentos do fígado.


162
LÓBULOS E ÁCINOS HEPÁTICOS
Os lóbulos hepáticos são as unidades estructurais mais pequenas do fígado e estão
constituídos pelos hepatócitos, organizados em colunas concêntricas, perpendiculares a
uma veia central, cujo aspecto final é um hexágono, que emno
seu conjunto constituem o parênquima
hepático. Em cada ângulo do
poliedro se observa-se a
presença da triada tríade
portal, constituída pela veia, á
a artéria e o ducto
bilíferobiliar, assim como uma
terminação nervosa. Entre
os hepatócitos circulam
as os sinusoides
sinusóides venosos,
por um lado, e os
canalículos biliares,
pelo outro.
O ácino hepático é a
unidade funcional mais
pequena do parênquima
hepático. Tem forma romboidal
e se constitui-se entre dois duas
veias centrais e as triadas
tríades portais mais próximas.
(Ver figura 263). Figura 262. Estructura do Llóbulo hepático.
Lóbulo portal é um termo antigo no
conceito funcional, é triangular e cada FUNÇÕES HEPÁTICAS
um dos seus ângulos inclui uma veia
central. O fígado nNas suas principais
funções dofígado, encontramos as
seguintes:
 Hematopoiese. Juntamente
com a medula óssea e o baço.
 Hemocatereserotese.
Mecanismo da apoptose das
hemácias.
 Produção de bílis. Liquido
Líquido emulsificador das
gorduras na integração dos
mecanismos energéticos.
 Armazena e metaboliza
vitaminas e glicose.
 Sintetiza proteínas plasmáticas
precursores precursoras das

163
plaquetas.
 Filtragem de impurezas e
realiza desintoxicação de
toxinas internas e
externas.
Figura 263. Lóbulos e ácinos hepáticos.  Convertesão de amônia amoníaco em
ureia.

164
DIVISÃO ANÁTOMO-CIRÚRGICA DO FÍGADO
Cirurgicamente, a divisão
é feita ao nível dno local
onde a artéria hepática e
a veia porta se dividem
nos ramos direito e
esquerdo.
Os lobos direito e
esquerdo podem
ser subdivididos
cirurgicamente
em 8 segmentos,
os quais são usados
para orientar as
ressecções. No
lobo direito, se
conformam-se os sectores
anterior e posterior. No
sector anterior ou medial,
se localizam-se os
segmento V e VII. No
sector lateral,
os segmentos VI e VII.
Figura 264. Divisão anátomo-cirúrgica do fígado.
No lobo esquerdo também se
conformam um sector anterior e
outro lateral ou posterior. No sector
anterior, dividido pela fissura
umbilical, localizam-se
os segmentos
medial IV e lateral
III.
No sector
posterior,
apresenta-se
o segmento
II. O
segmento I
conforma-se
pelo lobo caudado,
funciona
autonomamente e é
vascularizado tanto pelos vasos
Figura 265. Pedículo hepático e outras relações vasculares.
direito, como esquerdo.

O fígado tem a peculiaridade de que as suas Os nutrientes absorvidos pelo


células se regenerarem rapidamente, pelo intestino chegam ao fígado pelas
que um pedaço pequeno de fígado vias venosa e linfática e são ,
transplantado é suficiente para a bemou metabolizados, ou
subsistência e capaz de suprir as funções armazenados.
BAÇO
O baço está situado no hipocôndrio esquerdo, à esquerda e detrás atrás do estômago, por
cima do polo superior do rim esquerdo, é de cor vermelho-escura e peso pesa entre 150 e
200 g.
Possui uma face diafragmática em relação com o diafragma e uma face visceral dorsal ao
estômago, cólon transverso e rim esquerdo). É o maior dos órgãos linfáticos e faz parte do
sistema reticuloendotelial. Apresenta uma estrutura extremamente mole, friável, muito
susceptível à ruptura, ou ao crescimento denominado esplenomegalia, em doenças de
depósito e na hipertensão
portal.

ESTRUCTURA FUNCIONAL DO BAÇO


É uma rede de tecido conjuntivo e fibras Figura 266. Estruturas do baço.
musculares lisas, circunscrevendo lacunas
preenchidas pela polpa esplênica
esplénica ou polpa branca, submersa na
polpa vermelha. A polpa branca está
formada pelos corpúsculos de Malpighi,
que são nódulos esbranquiçados de
tecido linfoidelinfóide, semelhante aos
gânglios linfáticos e
cuja função consiste na produção de
anticorpos e proliferação de linfócitos
activados como parte do sistema
imunológico. A polpa vermelha tem essa cor
a partir dos glóbulos vermelhos e brancos
que nela se encontrados encontram nela
pelo processo de hematopoiese, Figura 267. Estructura funcional do
bacobaço. 159
principalmente nas crianças, e
hematocatéresehematocaterese, ou
destruição das células sanguíneas velhas, de
mais de 120 dias.

160
PERITÓNIO
O peritónio é considerado considera-se a mais extensa membrana do corpo humano,
sendo ela ininterrupta. Constituída É constituído de por tecido conjuntivo, seroso, que
reveste o interior das paredes da cavidade abdominal e cobre a maior parte dos órgãos
que contém. De ele se derivam os mesentérios, os omentos
e os ligamentos. Os
mesentérios e os ligamentos
servem para fixar os órgãos
as às paredes do abdómen e
os epiplões epíploos ou
omentos tem abundante
vascularização
e tecido gorduroso. O
peritónio está é
constituído pelas camadas
parietal e visceral, e ambos
os folhetos dão lugar a à
cavidade peritoneal. O
peritónio parietal se ocupa
de cobrire as paredes do
abdómen. O peritónio
visceral revestecobre a
superfície externa das
vísceras intraperitoniais e
a superfície de contacto
com o peritónio dos
órgãos
retroperitoneais. A cavidade
ou saco peritoneal, contem
Figura 268. Peritónio, omentos e bolsas omentais.
contém no seu
interior o liquido líquido peritoneal,
substancia substância líquida-serosa,
contida dentro do saco
peritoneal, que evita os atritos entre ambas as folhas e entre os órgãos. São uns 200 ml
de água, com conteúdo celular e numerosas outras substâncias minerais.
Mesentério. Prolongação peritoneal,
delgada e fina, em forma de prega revestida
por uma serosa, que contem contém os
vasos sanguíneos
de um grupo de vísceras intraperitoniais.
O mesentério se encarrega-se de envolver
estas vísceras e as suspprenderê-las á
à parede abdominal.
Epíploon ou omento.
Estructuras de continuação do
peritónio com abundante
vascularização e numeroso tecido
161
gorduroso.

Espaço retroperitoneal. Espaço


posterior e fora do peritónio,
onde ficam situados, entre
outros
órgãos, o pâncreas, o duodeno, os rins
e os grandes vasos aorta e cava
inferior. Figura 269. Corte transversal do peritónio.

162
MESENTÉRIO
É oO mesentério é constituído por duas folhas ou
reflexões do peritónio parietal, humedecidas pela O mesentério foi descrito na
primeira vez por Leonardo da
serosidade que produz. , Está encarregado de fixar os
Vinci no principio do século
órgãos abdominais XVI, mas, até ao seculo XIX não
àás paredes posteriores do abdomen abdómen e de foram desenvolvidas as suas
permitir o movimiento das vísceras dentro do peritónio. estruturas anatómicas, facto
No seu interior cursam passam os vasos sanguíneos e realizado pelo cirurgião
linfáticos e os nervos, que vão aos órgãos que interessa, Treves. Dois séculos depois,
mais não envolve os pedículos, terminando nos bordos entre 2012 e 2016, um grupo
dos hilos. Os mesenterios mesentérios que fixam os de irlandeses encabeçado por
órgãos do tubo digestivo, contem contêm tanto as veias J. Calvin Coffey, da University
do sistema venoso portal, para enviar os nutrientes ao Hospital Limerick, na Irlanda,
fígado, como também as estructuras e vasos da completam e publicam um
circulação linfática, encarregadaue de levar á à cisterna estudo, no qualonde se
do quilo as gorduras esterificadas —– quilo. confirma que o mesentério não
Ele recebe diferentes nomes segundo sua localização:. é somente uma estructura
abdominal fragmentada, mas e
• Mesentério propriamente dito. : em forma de lleque sim um órgão, simples,
eque, que fixa o Jejuno jejuno e o Íleo íleo a à parede contínuo e único.
abdominal dorsal, permitindo a sua movimentação
intraperitoneal.
• Mesocólon:. fixam fixa as porções do colo cólon
ao abdómen posterior.
• Mesocólon ascendente e descendente: fixamsustêm o colo cólon ascendente a à
parede posterior correspondente. Ambos permitem a movilidade mobilidade parcial
ou total destas porções do cóolon.
• Mesocólon transverso: ligado á à parede posterior, permite a
movimentação intraperitoneal do colo transverso.
• Mesocólon sigmoidesigmóide:
permite a movimentação
intraperitoneal do colo sigmoide
sigmóide a partir de se ligar
também ao peritónio parietal
dorsal.
• Meso apêndice: fixa o
apêndice cecal a à
parede pélvica,
permitindo sua
movimentação na
região do
hemiabdomen
hemiabdómen direito.
• Meso-rrecto: fixa o
recto a à parede posterior.

O ligamento largo, é uma porção J CALVIN COFFEY/D PETER O’LEARY/HENRY VANDYKE CART
inferior do peritónio, de dupla 163
camada, que cobre a parte
superior da pélvis na mulher e
Figura 270. Mesentério como órgão intestinal.

164
MESENTÉRIOS

Figura 271. Mesentérios intestinais.

Figura 272. Raízes dos mesentérios intestinais.


MESENTÉRIO PROPRIAMENTE DITO
Ou mesentério jejuno-ileal, é o messo que fixa o jejuno e o íleo. Tem forma de leque
para os fixarem e permitir -lhes a ambos, um amplo movimento dentro do peritónio.
Entre as suas folhas decorrem passam os vasos sanguíneos jejunais e ileais, derivados
dos vasos mesentéricos; a veia porta, em particular, também se localizaos órgãos
linfáticos como os vasos que transportam o quilo e os ganglios gânglios linfáticos
correspondentes; e por último, cursam passam os nervos do sistema autónomo e o
moderado tecido adiposo que da dá à sua constituição própria.
Fixa-Se se fixa proximal mente ao peritónio posterior, na base ou raiz do mesentério, e
distal mente, se fixa ao jejuno e ao íleo. A raízraiz do mesenterio mesentério se estende-
se por 15 cm a partir da flexura duodeno-jejunal do lado esquerdo, a nível da vértebra
L2, obliquamente, até á à junção ileocecal no lado direito, na fossa ilíaca, lateral á à
articulação sacroilíaca. Atravessa a aorta abdominal, a veia cava inferior e o ureter e à a
artéria gonadal direitas. O segmento livre ou distal tem 6 metros de
cumprimentocomprimento, o que permite o livre movimento dos anéis intestinais e
evita o seu estrangulamento.
A porção do mesenterio mesentério em conexão com o Jejuno jejuno contem contém menos
tecido adiposo do que o correspondente ao íleo. As
arcadas arteriais, no íleo,
se visualizam-se com
maior dificuldade do que
no jejuno.

Na fig. 281, se
aprecia-se a
localização
anatómica da raiz
do mesentério
jejuno ileal co
respeito á à coluna
vertebral
e àa pélvis óssea.

163
MESENTÉRIO PROPRIAMENTE DITO

Figura 273. Localização da raiz do mesentério propriamente dito.

164
O PERITÓNIO E SUA ESTRUTURA NOS ÓRGÃOS FEMININOS
O ligamento largo é a porção inferior do peritónio que cobre a parte superior da pélvis,
ou bacia, na mulher. Uma dDupla lâmina que se estende das laterais do útero até as às
paredes laterais e ao pavimento assoalho da pelvepélvis. As duas lâminas do ligamento
largo são contínuas entre si em numa margem livre que circunda a tuba uterina. Tem a
função de envolver o útero e de uni-lo r-lho aos ovários e as às trompas, por medio de
três estructuras chamadas de mesométrio, mesosalpinge e mesovário.
Mesométrio: é a envoltura anterior e posterior do útero.
Mesosalpinge: Porção que fixa a tuba uterina ao peritónio pélvico posteriormente.
Mesovário. Fixa o ovário na borda anterior
e contem contém no seu
Interior, o pedículo..

Figura 274. O peritónio na pélvis feminina.

As figuras 274
e 275 mostram
a conformação
dos mesos que
fixam entre si
os órgãos
reprodutores
femininos.

Figura 275. Mesos na pélvis feminina.

165
OMENTOS
Os omentos ou epíploonsepíploos são duas membranas na continuação do peritónio.
Tem Têm uma textura de tecido frouxo, gorduroso, que liga varios vários órgãos
intraperitoniais. É uma estructura que pendura do estómago estômago e do
figadofígado, envolvendo os Intestinos intestinos e apresenta a abundante
vascularização sanguinea sanguínea e de tecido linfático.
Se dDiferenciam-se dos mesos, já que estes fixam as vísceras à parede posterior
abdominal; e os omentos as enlaçam-nas uma com a outra.
Esta Está constituido constituído por duas estruturas:
 Omento maior. Existe também o epíploon pancreático-
pancreático ––
 Omento menor. esplénico, que resulta um pequeño pequeno
ligamento
ligamentoque
omental omental
une o páncreas
que une oao
páncreas
baço.
pâncreas ao baço.
FUNÇÃO OMENTAL IMUNOLOGICAIMUNOLÓGICA
Ambos os omentos, o maior e o menor, apresentam aglomerações de globos glóbulos
brancos, denominados «pontos leitosos», que servem como resposta imune de defesa dos
órgãos digestivos, e cuja função ainda não estátem-se bem definida.

BOLSA OMENTAL E FORAME OMENTAL.


A bolsa omental (figura 268) ou saco menor é constituída pelo omento maior na sua flexura entre a curvatura m
Ela encontra posterior ao estômago e ao fígado e anterior ao pâncreas e ao duodeno. A função do saco menor é
Pelo diafragma e pelo ligamento coronário do fígado, enquanto o recesso inferior fica entre as dobras do oment
O forame omental (figura 279) delimita por bordas bem definidas. Assim, anteriormente apresenta o ligamento
Figura 276. Origens no estômago, dos omentos maior e meno.r 165
EPÍPLOON OU OMENTO MAIOR
O omento maior começa na curvatura maior do estómago estômago e o liga-o ao
diafragma, ao baço e ao colo transverso. É longo, e chega a atingir a péelveis. Vai do
estômago e da parte proximal do duodeno até aos órgãos adjacentes na cavidade
abdominal.
Fica pendurado na
curvatura maior do
estômago e se
dobra-se sobre si
mesmo, onde se
liga ao cólon
transverso, na
ténia
antimessentérica
livre, dando lugar ao
saco omental ou menor.
(Ver figura 277). Ele
contém muitos linfonodos
e pode-se aderir a
áreas inflamadas,
desempenhando,
por tanto, um papel
fundamental na
Figura 277. Inserção do ligamento gastrocólico na ténia
imunidade gastrointestinal e antimessentérica do colon transverso.
minimizando a disseminação
intraperitoneal de infecções e
outras.
O omento maior divide-se em três porções:
 Ligamento gastrocólico: vai da grande curvatura do estômago ao colo transverso.
 Ligamento gastrosplénico: conecta a grande curvatura do estômago ao hilo esplêénico.
 Ligamento gastro frénico: se encarrega-se de fixar o estômago ao diafragma.

166
Figura 278. Fixação do omento maior no cólon transverso.

167
EPÍPLOON OU OMENTO MENOR
O epíploon ou omento menor une a curvatura menor do estómago estômago e primeira porção
do duodeno com o fígado.
Ele dDivide-se em dois ligamentos:
 Ligamento hepatogástrico: ele vai do fígado à pequena curvatura do estômago.
 Ligamento hepatoduodenal: localiza-se entre o fígado à e a região proximal do
duodeno. No ligamento se localizam-se o conduto biliar comum, a artéria hepática
própria e a veia porta. Por último, forma parte do forame omental ou hiato de
Winslow, que da dá entrada a à bolsa omental menor. (ver também na figura 279).

Ambos os omentos, o maior e o menor, apresentam aglomerações de globos


glóbulos brancos, denominados «pontos leitosos», que servem como resposta
imune de defesa dos órgãos digestivos, e cuja função ainda não estátem-se bem
definida.

Figura 279. Omento menor e forame omental.

168
CAPITULO CAPÍTULO V: SISTEMA

169
NEFROURINÁRIO

170
SISTEMA NEFROURINÁARIO
O sistema nefrourinario nefrourinário está é constituído pelos órgãos que elaboram,
armazenam temporariamente e eliminam a urina, os quais podem-se ser classificadosr
em secretores e excretores. Os órgãos secretores se encarregam-se da produção da urina
e os secretores permitem o seu transporte, armazenamento e expulsão definitiva.
Pertencem ao sistema secretor urinário as os nefróniosonas, que constituem a principal
unidade funcional dos rins. O sistema excretor está é formado pelos cálices e pélvis
renais, os ureteres, a bexiga e a uretra.

Fig. 280. Sistema secretor urinário.

Figura 281. Sistema excretor urinário.


RIM
Os rins são um par de órgãos em forma de feijão, que apresentam aproximadamente o
tamanho do punho. Se lLocalizam-se a em ambos os lados da coluna vertebral, na fossa
lombar, junto a à parede abdominal e retroperitoniais.
Contem Contêm no seu interior os órgãos secretores da urina, que recebem um
aproximadamente o de 20 % do sangue que sai do coração através da aorta e flui nas
artérias renais. Os nefrónios são a unidade funcional secretora dos rins e se
apresentaem-se num número aproximado ao milhão em cada um.
O rim direito é 2 cm m. Mais baixo do que o
esquerdo. Assim, o hilo esquerdo se localiza-se
ao nível do processo espinhoso da 1.ª vértebra
lombar
e o direito mais 2 cm. mais em abaixo. no
pedículo renal;, a pélvis renal se localiza-se
detrásatrás, a artéria
renal encimapor cima,
e ventral mente sai a
veia. internamente
Internamente, o rim
Ele se é constituído i
depor:
 Cápsula renal: túnica
de envoltura ou
revestimento externo
que penetra no hilo
renal e cobre o seio
renal, a base das papilas
e as paredes dos cálices
menores.
 Zona cortical: área
periférica ou externa
que
contem contém os corpúsculos renais e parte
dos tubos secretórios de urina: os tubos
contorcidos e os tubos colectores de
urina.
 Zona medular: área interna, cónica, que se
Figura 282. Rim e suas estruturas.
constituídai depor:
• Pirâmides: elas conteêm principalmente
os tubos secretórios da urina.
• Colunas renais (ou de Bertini): continuação do córtex renal que envolve as
pirâmides para ás as separar uma da outra. Através das colunas cruzam os vasos
sanguíneos interlobares.
 Lobo renal: formado por cada uma das pirâmides e a coluna renal que a envolve.
 Seio renal: é o espaço medial ou a cavidade existente entre o hilo e as papilas, a porção
superior da pélvis, os cálices renais maiores e menores e os vasos e nervos renais do
pedículo renal e que atravessam o hilo renal.
170
 Papilas renais: extremo medial ou vértice das pirâmides, onde convergem os tubos
colectores.
 Hilo renal: espaço na concavidade renal que delimita o seio renal.
 Pedículo renal: artéria e veia renais, pélvis renal, vãos linfáticos e nervos.

171
Os rins são fixados por três fáscias, sendo de tipo fibrosa a mais externa, denominada
fáscia renal ou de Gerota; a
mais interna envolve
directamente o rim, a
cápsula renal; e entre
ambas, outra,
coberta que amortiça
amortece o órgão,
constituída de por um
tecido areolar e
gorduroso,
chamada gordura pararrenalpara-renal.
Cada rim apresenta:
 Duas faces: ventral e
dorsal, ambas de
forma
plana ou ligeiramente convexas ligeiramente.
 Duas bordas: uma lateral,
convexa e outra medial, Figura 283. Envolturas dos rins.
côncava.
 Dois polos: superior e inferior.
Ambos os rins apresentam um Na figura 283, observa-se um corte
cumprimento entre 10 e 12 cm, uma transversal encima em cima do
espessura aproximada de 3 cm, cada polo superior do rim esquerdo
mostrando as envolturas dos rins.
um pesa uns 150 gs, e tem entre 5 e 6 cm de largura.

Funcionalmente, tem quatro a cinco lobos, que são formados por doze a quinze lóbulos,
cada um dos quais localizados entre duas pirâmides renais.
Os rins cumprem, entre outras, as funções de garantizar a excreção dos produtos fináis
finais do catabolismo proteico, regular o volume dos líquidos e a concentração
electrolítica que permite o equilibrio equilíbrio ácido-base no organismo. Eles controlam
a pressão arterial e contribuem na para a eritropoiese.

1. Cápsula renal 13. Veia arqueada e


[2.] Córtex renal Artéria artéria arqueada
2.[3.] Coluna de Bertini 14. Veia interlobar e
[4.] Medula renal Artéria artéria interlobar
3.[5.] Pirâmide renal 15. Artéria renal
4.[6.] Papila renal 16. Veia renal
[7.] Péelveis renal 17. Hilo renal
5.[8.] Cálice maior 18. Seio renal
6.[9.] Cálice menor 19. Veia segmentar e
[10.] UreterUréter Artéria artéria
segmentar
7.[11.] Corpúsculo renal 20. Arteríola
aferente
[12.] Veia interlobular e 21. Arteríola
eferente Artéria artéria interlobular 22. 172
Artéria radial
Figura 284. Estructuras dos rins.
173
CÓRTEX RENAL
Na anatomia funcional renal, o córtex renal constitui a porção externa daos vasos
arqueados, assim como dos pilares renais, também chamados de colunas de Bertini, os
quais penetram na medula e definem as pirâmides e os lóbulos renais. Formam parte do
córtex os corpúsculos renais ou de Malpighi e os tubos contorcidos do nefrónio, e também
a porção juxtaglomerularjustaglomerular, entre outros órgãos. Recebe aproximadamente
90 % da circulação sanguinea sanguínea renal a través das artérias interlobulares, as quais
darão lugar as às arteríolas aferentes dos glomérulos.

Figura 285. Córtex renal.


MEDULA RENAL

A medula renal seé constitui constituída das pelas pirâmides renais ou de Malpighi,
delimitadas pelos pilares renais, onde se localizam principalmente as alçasssas de Henle e
os túbulos colectores, que convergem no vértice das
papilas renais, localizadas
encima por cima dos
cálices menores., Os
túbulos colectores dão-lhe
a forma estriada que esta
estrutura apresenta esta
estructura. Também se
encontram-se os
capilares que
colectam as
substancias
substâncias que
retornam á à
circulação
174
sanguineasanguínea.

Figura 286. Medula renal.

175
CONFORMAÇÃO VASCULAR DO CÓRTEX E MEDULA RENAIS
A artéria renal divide-se, antes do hilo renal, nos ramos ventral e dorsal. A partir do hilo se
conformam-se as artérias interlobares, que ascendem pelas colunas renais, dando lugar as
às artérias arciformes entre a base das pirâmides renais e o córtex. Estas darão lugar as às
artérias interlobulares nos raios medulares do córtex, que na por sua vez conformam as
arteríolas aferentes dos glomérulos que são como «racimos» da artéria interlobular. As
veias mantêm o mesmo percurso que as artérias.

Figura 287. Conformação geral da circulação sanguínea renal.

176
NEFRONA
A nefrona, néfron ou nefrónio constitui a unidade secretória e funcional renal, produtora da
urina, existindo cerca de um milhão de nefrónios em cada rim.

Os nefrónios não se regeneram. Com o envelhecimento, doença ou lesão renal, há um


declínio gradual do seu número. São formados pelos corpúsculos renais, que contêm os
capilares glomerulares para permitirem a filtragem de grandes quantidades do sangue, e por
um longo tubo que começa na cápsula de Bowman no corpúsculo renal, no qual o líquido
filtrado é convertido em urina, no trajecto para a pélvis renal.

MECANISMO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR NO NEFRÓNIO

A filtração glomerular é o processo pelo qual se forma a urina. O sangue percorre o glomérulo
e deixa passar o filtrado pelas paredes dos capilares, ocupando o espaço interno da cápsula de
Bowman. O filtrado penetra no túbulo proximal, onde imediatamente se reabsorvem a
glucose, os bicarbonatos e os aminoácidos, além de mais de 65 % de água. Continua na alça de
Henle, na medula renal, e ascende novamente ao córtex, onde é reabsorvida água e parte do
cloreto de sódio, sendo eliminada a ureia. Avança através do túbulo distal para desembocar
nos tubos colectores, já praticamente concluído o processo de reabsorção de água e filtração
de potássio, hidrogeniões e outros resíduos, no qual participam as hormonas ADH e
Aldosterona. Termina drenando o restante do processo — a urina, no cálice menor.
No total, o nefrónio filtra uns 180 l diariamente, dos quais chegam à pelvis menor — função
excretora — 1,5 l em forma de urina, que continuará até a bexiga.

Figura 288. Mecanismo da filtração glomerular.


177
APARELHO JUSTAGLOMERULAR
O aparelho justaglomerular localiza-se no pólo vascular glomerular, entre as arteríolas
aferentes e eferentes e o túbulo contorcido distal na sua passagem entre elas. Apresenta
um aspecto piramidal.

É constituído por três tipos de células as quais são encarregadas da secreção de renina, em
função das variações da urina e da pressão arteriolar, das variações na pressão sanguínea
na arteríola aferente do glomérulo, de define a composição do filtrado glomerular final,
antes de se verter no túbulo colector e, por último, participa na regulação da homeostasia
corporal.

Em seguida sintetizam-se as funções de cada uma destas células:

 Células justaglomerulares: localizadas no fim da arteríola aferente, secretoras de 90 %


da renina.
 Células da mácula densa: cujas funções permitem controlar a secreção de renina e a
velocidade de filtração glomerular.
 Células mesangiais ou extra glomerulares: têm a faculdade de se contraírem entre os
capilares do glomérulo com o objectivo de regular o fluxo sanguíneo e,
consequentemente, a filtração glomerular.

Figura 289. Aparelho justaglomerular.

178
SISTEMA EXCRETOR URINÁRIO
O sistema excretor urinário está é constituído pelos órgãos excretores, estructuras que
armazenam a urina temporariamente sem sofrerem modificação alguma.
Eles compreendem:
 Rins: órgãos que principalmente produzem a urina.
 Cálices renais menores e maiores: inicio início da fase excretora urinariaurinária. Recebem a
urina
através das papilas renais.
 Pélvis renal: recebe a urina dos cálices renais maiores.
 Ureteres: são dois ductos que transportam a urina dos rins á até à bexiga.
 Bexiga: receptáculo que recebe a urina e onde esta fica retida temporariamente.
 Uretra: conduto final, através do qual a urina é expelida do corpo.

Urina: modificação do líqu

Figura 290. Órgãos excretores da urina.

FUNÇÃO EXCRETORA RENAL


A função excretora do rim , se produz-se na
região do seio renal.
Os tubos colectores desembocam em vias de
calibre maior e se dispõem-se lado a lado
com os vasos rectos sanguíneos, para
formarem as pirâmides que apresentam o
vértice
voltada para o interior do rim.
O vértice estará é constituído por 10 a 25
aberturas de ductos que esvaziam a
urina na papila, minúsculo chuveiro que
se projecta para o cálice renal menor.
Cada três ou quatro cálices menores se
unem num cálice maior, que se comunica
com a pelve pélvis renal onde é recolhida a
urina.
179
SISTEMA EXCRETOR URINÁRIO
Afunilando-se em no seu fundo, a pelve pélvis
renal forma um tubo —- ó o ureteruréter, Figura 291. Excreção urinaria urinária
através do qual a urina no rim.
passa à para a bexiga.

180
URETER
Os ureteres levam a urina dos rins á para a bexiga.
Eles têm de 25 a 30 cm de comprimento e 3 a 7 mms
de diâmetro.
Têm Se ooriginaem a partir dna pelve pélvis
renal e descem retroperitonealmente.
Na sua passagem até à bexiga, tem
têm tres três estreitamentos: (Ver
figura 293)
 Na saida saída da pelve pélvis renal.
 Ao cavalgarem as artérias ilíacas.
 Na entrada da parede vesical.
Ambos penetram posterior e obliquos
obliquamente na bexiga, estanendo envolvidos
pelas camadas musculares vesicais as quais evitam o
refluxo da urina.
O ureter uréter está é formado por três camadas:
 Mucosa: epitélio de transição de várias
Figura 292. Paredes do tubo ureteral.
camadas, apoiada na membrana basal,
e em baixo a lâmina
própria ou
córion.
 Camada
muscular:
são duas
camadas
musculares, a
longitudinal externa
e a circular interna.
 Camada adventícia:
é a mais externa,
constituida
constituída de por Figura 293. Estreitamentos ureterais.
vasos sanguíneos e
fibras nervosas.
URETER
Figura 294. Entrada do ureter uréter na 8177
bexiga.
BEXIGA

A bexiga é órgão em forma de


sáculo, e tem a função de armazenar a u

Figura 295. Bexiga e parede vesical

CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA DA
BEXIGA
Na sua constituição interna da bexiga, Externamente, a bexiga urinaria urinária,
pode-se observar: quando cheia, tem forma esférica, e
 Ápice: porção anterior. quando vazíavazia, asemelha-
 Cúpula vesical: parte superior e seassemelha-se a um tetraedro, cujos
maior do receptáculo vesical.. vértices definem:
 Fundo: ou parede posterior. • A fixação do uracoúraco: no vértice
 Trígono vesical: porção póstero póstero- antero- superior
inferior da bexiga, de forma triangular, • O orificio uretral: no vértice antero-
delimitado nos ângulos superiores pelos • inferior
meatos ureterais e sendo • A desembocadura dos
continuadoidade com pelo colo vesical uréteresureteres: nos vértices
no angulo ângulo inferior. superioreso externos.
 Colo vesical: extensão do corpo em Igualmente, tem quatro faces: uma
forma de funil, dirigida para em superior, duas látero- inferiores e
baixo, fixada no púbis e conectada uma posterior, o fundo vesical.
com a uretra.
As paredes da bexiga tem têm três camadas :
 Mucosa: epitélio de transição que reveste internamente a bexiga. E É rugosa no
fundo e nas paredes e lisa e aderida ao detrussor, no trígono.
 Detrussor. Capa muscular lisa, constituída por três folhas musculares, sendo
duas longitudinais, uma interna e outra externa, e uma transversa entre as
178
BEXIGA
anteriores.
 Túnica adventícia e serosa. Revestimento externo vesical. A parede superior é serosa,
recoberta pelo peritónio visceral.

179
URETRA FEMININA
A uretra feminina é um tubo estruturado semelhante àa uretra masculina, mas muito mais
curto, medindo uns 3,.5 a 4 cms. de longitude.

Começa no colo vesical até ao meato uretral, no vestíbulo vaginal, encima em cima
do introito intróito da vagina.

É constituída por Se constitui de três porções: (Ver ver Figura figura 296)
 uretra proximal: até ao esfíncter voluntariovoluntário.
 uretra mediamédia: ao nível do esfíncter voluntariovoluntário.
 uretra distal: até ao meato uretral.

Figura 296. Porções da uretra feminina.

Figura 297. Uretra feminina na vulva. Figura 298. A uretra feminina e a vagina.

180
URETRA MASCULINA
A uretra masculina é a estructura terminal
do sistema excretor urinário masculino. Órgão de
forma tubular, com uma longitude entre 15 e
20 cms, a partir do colo vesical, que
atravessa a próstata e o corpo esponjoso no
pénis, até ao meato uretral ou orifício
terminal, no na glande, e na qual se definem
três
porções anatómicas:
 Uretra prostática, proximal.
 Uretra membranosa, mediamédia.
 Uretra esponjosa, distal.
A uretra esponjosa, na por sua vez, se divide-se em :
 Uretra bulbar
 Uretra peniana
 Uretra balánicabalânica.
A uretra está recoberta, no seu interior, por
epitélio mucoso, que contem contém as
glândulas mucosas de Cooper, numerosas e Figura 299. Uretra masculina.
pequenas glândulas localizadas ao longo da
uretra,
principalmente na zona bulbar, mantendo assim a humidade do epitélio.
Alem da urina, o sémen também será expulso pela uretra, no clímax do acto sexual.

A saída da urina através


da uretra está
condicionada pela
presença de dois
esfíncteres que
controlam a sua
excreção.
O primeiro esfíncter é
está localizado no colo
vesical, na uretra
intramural, sendo
constituído de músculo
liso – — involuntário.
O segundo esfíncter,
formado do músculo
esquelético do diafragma
pélvico – — voluntário -
— cuja função é a de
manter fechada a uretra
Figura 300. Uretra masculina.
membranosa e permitir a
expulsão do jacto de
urina definitivamente.
181
URETRA PROSTÁTICA
URETRA MEMBRANOSA
Considerada a primeira porção da uretra
Se lLocaliza-se ao nível do esfíncter
e a mais distensível. No assoalho
externo uretral. Tem estrutura
pavimento, ou parede posterior,
membranácea, e no aspecto
apresenta uma serie série de estructuras
anátomoclinico anátomo-clínico
que formam parte do sistema
sabe-se
reproductor, as quais podem ser
que é muito frágil o seu manuseamento.
observadas na figura 301.
Elas são:
Crista uretral: elevação longitudinal e URETRA ESPONJOSA
central, formado de tecido muscular e Porção distal que cursa dentro do
eréctil, de 15 a 17 mm de comprimento corpo esponjoso, sendo continuação
e cerca de 3 mm de altura. do esfíncter uretral externo e da uretra
Seios prostáticos: ambos aos lados membranosa. Divide-se em duas
da crista uretral. Contem Contêm os porções:
meatos das glândulas prostáticas que  Uretra bulbar
drenam o licor prostático..  Uretra peniana ou pendular
Veru montanum: ou colículo seminal,
localizado em ncima da crista, onde URETRA BULBAR: porção que
desembocam os condutos ejaculatórios transcorre a través do bulbo bolbo
e o orifício do utrículo prostático. esponjoso intrapélvico.
Utrículo prostático: pequeno fundo
de saco, de uns 6 mm de diâmetro, URETRA PENIANA: continuação da
remanente embriológico do útero. uretra bulbar. Continua dentro do bulbo
bolbo esponjoso, no pénis.

Figura 302. Divisões da uretra.

Figura 301. Uretra prostática.

182
CAPÍITULO VI: SISTEMA REPRODUCTOR
HUMANO

Imagem ampliada aproximadamente 2000 mil vezes onde se observa um


espermatozóide a tentar penetrar o ovócito II para fertilizá-lo.
As cores da imagem não são reais.

183
SISTEMA REPRODUCTOR HUMANO

Fig.303. Sistema reproductor masculino.

Figura 304. Sistema reproductor feminino

184
CAPITULO V: SISTEMA REPRODUTOR
FEMININO
Ao sistema reprodutor feminino, ao igual quetal como ao masculino, se lhes chama-
se de órgãos genitais, sendo que estes se distinguem les se constituem em genitais
externos e internos.
Os órgãos genitais externos estão localizados na vulva, sendo eles o monte de VenusVénus,
os labios lábios maiores, os labios lábios menores, glándulas as glândulas de Bartolino e o
clítoris. A função destes órgãos é a de permitir a cópula e a perpetuação da
especieespécie, proteger os órgãos genitais internos das agressões externas, e
proporcionar o prazer sexual.
Aos genitais internos pertencem os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina.

Figura 305. Corte coronal dos órgãos reprodutores femininos

1. trompa uterina (de Falópio)


2. ovário
3. corpo do útero
4. fundo do útero
[5.] bexiga urinariaurinária
5.[6.] sínfises do púbis
6.[7.] uretra
7.[8.] clítoris
8.[9.] vagina
9.[10.] lábio menor
10.[11.] lábio maior
11.[12.] recto
12.[13.] colo do útero (cérvix)

185
CAPITULO V: SISTEMA REPRODUTOR
FEMININO
13.[14.] uréter
Na figura306, observa-se a localização dos
genitais femininos internos no interior da
Figura 306. Sistema reproductor feminino. cavidade pélvica, e externos, no períneo.

186
ÚTERO
O útero é o principal órgão principal reprodutor feminino. É o responsável pela expulsão
do feto, através de contracções dos músculos no momento do parto, e a sua cuja
elasticidade permite o aumento de volume durante a gravidez.
Tem o tamanho do punho e forma de pirâmide ou cone, com a base superior e anterior,
que é o fundo, os cornos uterinos nos extremos e o ápice formando o colo do útero. Visto
de perfil, apresenta-se achatado.
Se cComunica com os órgãos adjacentes por meio de três cavidades:
 Cérvix: que se abre-se na vagina.
 Cornos laterais: que o conectam às tubas uterinas.
Anatomicamente, descreve-se situado na cavidade pélvica na sua parte medial,
frequentemente direccionado em posição ante-verso-flexão, projectando o corpo
sobre o colo para a frente da cavidade pélvica, em forma de ângulo, posição clássica
que só se é verificada quando, tanto a ampola rectal, como a bexiga, se encontram
praticamente esvaziadas. Caso contrário, o seu enchimento destas provoca uma
diminuição da anteversão. Alem Além do descrito, apresenta o istmo,
duas bordas, face
superior, corpo e face
inferior.
As paredes apresentam:
 Endométrio: camada interna
vascularizada.
 Miométrio: formada por
três camadas de músculo
liso:.
 Perimétrio: camada
externa, serosa, peritoneal,
que envolve o útero.
Figura 307. Útero

LIGAMENTOS DO ÚTERO
O Útero é mantido no seu lugar por diversos ligamentos peritoneais (a em cada
lado), dos quais os seguintes são os mais importantes:

LIGAMENTOS DO ÚTERO
Nome Origem Inserção
ligamento largo do útero
laterais do útero paredes e assoalho
(mesométrio)
pavimento da pelvepélvis
ângulo lateral do
ligamento redondo do útero lábios maiores
útero (corno
uterino)
ligamento ovariano
superfície lateral do útero ovários
(ou «ligamento próprio do
ovário»)
187
ÚTERO
Ligamento transverso do colo colo do útero e fórnice da
paredes laterais da
(ligadura cardinal) vagina
pelvepélvis

Gráfica 14. Ligamentos do útero.

188
ENDOMÉETRIO
O endométrio é a camada interna do útero, muito vascularizada e com numerosas
glândulas especializadas. Local onde se implanta o blastocisto, ou embrião, até a à
formação da placenta e o
desenvolvimento fetal.
Tem duas camadas:
(Ver figura 308)
 Camada funcional: capa
adjacente à cavidade
uterina, é a camada
expelida e reconstruída
periodicamente.
 Camada basal: capa
adosada encostada ao
miometrio miométrio e
responsável pela
construção da camada
funcional.
O ciclo reprodutor da
camada funcional
promediaronda os
28 dias, o qual dependendorá de varios
vários factores, entre outros, o stress, a
estação do ano e o ganho ou a perda de
peso.

Figura 308. Camadas do endométrio.


Gráficoa 15. Funcionalidade do endométrio. Ciclo reprodutor.
186
MIOMÉTRIO
O miométrio é a camada intermédia e mais espessa, formada de por músculo
liso. As fibras musculares estão conformadas em três camadas que não estão
bem delimitadas.
 Fibras longitudinais: a mais externa.
 Fibras transversas: ou camada interna
 Fibras obliquasoblíquas: formam a camada intermédia, à qual aonde acorrem os vasos
sanguíneos.
As fibras longitudinais podem ser observadas tanto externa, como internamente, e as
obliquas oblíquas faz-se transversais e paralelas na região do colo. No corpo e no fundo
formam uma rede tridimensional.
Durante a gestação, há hipertrofia e hiperplasia das fibras musculares, além do aumento
do calibre vascular artérial arterial e venoso.

Na gravidez as células musculares crescem até 20 vezes. Imediatamente após a dequitação (saída da placenta)

Figura 309. Camadas musculares do miométrio.

Durante a gravidez vai-se acentuar-se


o adelgaçamento do segmento inferior
do útero dos feixes musculares paralelos:
local de escolha para a histerotomia
durante o parto ou cesáreacesariana.

Marca-passo uterino. A contracção do útero é formada produzida por ele mesmo, a partir das
fibras musculares próximas das trompas uterinas. As células musculares perto das trompas,
tem têm a capacidade de funcionar como marca marca-passo, e dar inicio início ao trabalho de 187
parto, que se produz a partir de um lado e depois se continua, alternadativamente, com o
outro lado, de forma rítmica.
COLO DO ÚTERO
Também chamado cérvix uterino, é a região inferior do útero, estreita, que se apresenta
separadao do corpo pelo istmo. Tem forma cilíndrica, tanto externa como internamente,
e entre 2,5 e 3 cm de comprimento. É constituída por Se constitui em duas porções:
supravaginal ou endocérvix, e intravaginal ou exocérvix, delimitadas pela denominada
zona de transição. A extremidade superior continua com o corpo do útero e a
extremidade inferior, cônicacónica, termina fazendo protrusão na porção superior da
vagina.
A través do canal cervical, a porção intravaginal do colo resulta a comunicação externa
com a cavidade uterina, que se continua com as tubas uterinas e estas com a cavidade
peritoneal, pelo qual que o colo uterino tem como uma das suas funções assegurar a
protecção dos restantes órgãos internos. Para isso, ele produz um muco fluido durante a
fase proliferativa do ciclo menstrual, que depois da ovulação se torna-se viscoso, devido a
à acção hormonal estrogénica, ou da progesterona, respectivamente. (Ver figura 310).

A zona de transição, é onde a maioria dos caâncroseres de do colo de útero se originamtêm origem.

Figura 310. Comunicação do cérvix com a cavidade peritoneal e o meio externo.

188
LIGAMENTOS DOS GENITAIS FEMININOS
Os ligamentos dos genitais pélvicos femininos são aquelas estruturas peritoneais e
mesentéricas que fixam os órgãos reprodutores a à pélvis verdadeira.
 O útero se fixaé fixado por vários ligamentos, sendo os principais o ligamento largo do
útero explicado na janela em baixo; o ligamento útero-ovárico que entrelaça o ovário
póstero inferiormente à junção útero-tubária (corno uterino); o ligamento redondo, o
qual se liga ântero-inferiormente ao corno, cursando seguindo ao longo do ligamento
largo, atravessando o canal inguinal e chegando ao lábio maior a em cada lado; e os
ligamentos transverso e útero-sacral, que fixam o colo a à parede posterior da pélvis e
ao sacro, respectivamente. Por último, a partir do colo e na direcção do púbis se
observa-se o ligamento pubo-cervical.
 Os ovários são sustentados pelo ligamento útero-ovárico, também chamado ligamento
próprio do ovário; o ligamento suspensório ovárico, onde cursam passam os vasos e
nervos ovarianos; e o meso-ovário, descrito em baixo.
 As tubas uterinas são revestidas completamente pelo ligamento largo, formando o
meso-salpinge.
 Por último, existe a fíimbria ovárica, que fixa o pavilhão ao ovário.

Figura 311. Ligamento largo e suas porções.

LIGAMENTO LARGO DO ÚTERO


Como se descreve na pagina 162, o ligamento largo observa-se na porção inferior do
peritónio, cobrindo a parte superior da pélvis na mulher, envolvendo o útero, e permitindo-
o unir-se aos ovários e as trompas.
Ele conecta as faces uterinas posterior e anterior com as paredes e o perineoperíneo,
dando lugar ao paramétrio entre ambas as camadas, e ao mesométrio, que envolve o
útero ântero- posterior mente, ligando-o ao peritónio. Também liga posteriormente a tuba
uterina ao peritónio pélvico, por meio do meso-salpinge; e a borda anterior do ovário, ao
meso-ovário, anteriormente; assim como o pedículo, localizado dentro do ligamento
suspensório ovárico.
189
190
OVÁRIOS
Os ovários, também denominados gónadas femininas, são órgãos que pertencem aos
sistemas endócrino e reprodutor, pois neles ocorre a oogénese e produzem estrogénios e
progesterona.
Apresentam a forma e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa e estão alojados na
cavidade abdominal, na pélvis, a nível dos cornos e dos bordos lateraias do útero, cada
um com um peso entre 15 e 20 gs. São móveis, sendo sustentados pelo peritónio por
meio dos três ligamentos descritos na pagina anterior. (Ver figura 312):

O ovário apresenta:
 duas faces (lateral e medial).
 dois bordos (meso ovárico ou anterior e o posterior, que é livre).
 duas extremidades (ou polos pólos tubário e uterino).
• Tem duas camadas:
 Córtexcórtex. É onde se alojam e amadurecem as ovogónias - — folículo de Graaf.
 Medulamedula. Local de produção dos estrogénios.
No final do período embrionário, o ovário terá todas as ovogónias – — 400 000 em cada
ovário.
Durante o período fértil, perto as de 400 ou 500 ovogónias desenvolverão a sua maturação.
O ligamento mesovário é o que permite a mobilidade intraperitoneal do ovário, assim como a expulsão do óvulo c
O ovário não está recoberto de p

Ligamento suspensório ovárico


Ligamento útero ovárico
Ligamento meso ovárico
Figura 312. Ligamentos ovarianos, vista posterior
191
TUBAS UTERINAS
As tTubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio, são dois ductos
contracteiscontrácteis, cada um de com 10 cm de longitude, localizados medial, superior
e lateralmente aos ovários. Distal mente, terminam no infundíbulo da tuba, nas
fimbriasfímbrias,
estandosendo a suaeu origem nos cornos uterinos, na porção
intramural. Estendem-se, na margem
superior do ligamento largo, a 8 ou 10
mm abaixo da abertura superior da
pelve e estão suspensas pelo meso
meso-salpinge.
Está A tuba uterina é constituída
de por três túnicas e quatro
porções.
As túnicas são:
 Túnica serosa: é externa e peritoneal.
 Túnica muscular: formada de por
duas camadas de fibras musculares
lisas que se continuam prolongam
com nas do útero:
circular, interna e,
longitudinal, externa.
 Túnica mucosa: formada por
células ciliadas vibráteis,
para a condução do
ovócito pelo interior do
oviduto.
Figura 313. Tuba uterina
Porções da tuba uterina:
 Porção uterina: o intramural, de 1 cm de longitude e o seu óstio mede 1mm de
diâmetro.
 Ampola: porção mais cumpridacomprida, entre o infundíbulo e o istmo, de uns 7
a 8 cm de longitude. É o local onde se produz a fecundação.
 Istmo: parte medial, estreita,
que se continua prolonga com
na ampola, enlaçnzando-–a
com a porção intrauterina.
Mede uns 3 a 4 cm de
comprimento, é rectilínea,
de parede espessa e pouco móvel.
 Infundíbulo ou pavilhão: tem
forma de funil, é móvel e
circundado pelas fímbrias. Uma
delas, o ligamento tubo tubo-
ovárico, é a mais desenvolvida,
e fixa
Ambas ambas as estruturas posteriormente.
192
Nas fímbrias,
fímbrias ou
oupróximo
próximoao
ao
ligamento largo, se apresentam
TUBAS UTERINAS
Figura 314. Porção intramural

O infundíbulo comunica a cavidade peritoneal com


a cavidade uterina, a vagina e a vulva. (Ver ver
figura 310).

193
VAGINA
O nome vagina procede do latim vagĭna, em português, «bainha», sendo um canal
musculo músculo membranáceo, virtual em repouso, que se estende do colo do útero à
vulva, de cima á a baixo e de trás para a frente, cujo comprimento flutua, em média, de 8
e a 10 cms; mas, no acto sexual pode-se alongar-se a 15 cm,s ou mais.
Se oOcupa-se de em realizar varias funções, entre elas, sustentar os órgãos
adjacentes, como a bexiga e o recto, escoar o fluxo menstrual, abrigar o pênis pénis
durante a cópula e permitir a passagem do feto, conformando o canal de parto.

A Em cada lado do intróito vaginal, na mucosa, estão as glândulas de Bartholin, de uns


0,.5 cms, secretoras de um muco lubrificante durante a copulação.
As paredes do conducto tem têm três camadas:
 Mucosa: formada por epitélio conjuntivo
plano, estratificado, frouxo, rico em
fibras elásticas, não queratinizado.
Tem aspecto rugoso
e apresenta
numerosos
neutrófilos e linfócitos. l.
Também é possível
observar células de
Langherham, que
liberam glicogénio e
mantem mantêm a
humidade da vulva.
 Muscular: formada por
fibras musculares lisas,
longitudinais, que já, na
parte mais interna e
próxima da mucosa,
são circulares.
 Adventícia: tecido de fibras
grossas e elásticas, suportando
um plexo venoso e vários feixes
nervosos, em toda a sua
longitude.

O muco do lúmen
vaginal também
tem origemina-se
das nas glândulas
da cérvix uterina.

Figura 315. Vagina. 194


GENITAIS EXTERNOS FEMININOS
VULVA
Os genitais externos femininos são os órgãos da vulva, que intervêm directamente no
acto sexual;, é constituída pelos grandes e pequenos lábios, clítoris e orifício genital. Na
região anterior a à vulva, no púbis, apresenta-se o monte de Vénus, região de numerosos
pelospêlos.
Grandes lábios: formados por duas pregas cutâneo- mucosas muito irrigadas e
inervadas que revestem um tecido adiposo e cobrem os pequenos lábios. Prolongam-se
do monte de Vénus até ao períneo. Protegem e delimitam os órgãos da vulva.
Pequenos lábios: localizados interiormente aos grandes lábios. Não possuem tecido
adiposo e são altamente vascularizados. Delimitam a região do vestíbulo e suas
estruturas.
Clitóris ou clitóride: observa-se na união anterior dos pequenos lábios. Possui muitos
receptores sensitivos e tecido eréctil. Tem um corpo e uma glande, assim como duas
ramas que o fixam no púbis.
Vestíbulo vaginal: região na vulva delimitada pelos pequenos lábios, e que apresenta:
• Dois dois orifícios: vaginal e uretral.
• Óstios óstios dos ductos das glândulas vestibulares maiores (de Bartholin),das
glândulas para-uretrais (de Skeene), e das glândulas vestibulares menores.
• Hímen: membrana circular no introito intróito vaginal, furado no centro, cuja função
não está bem estabelecida.

Figura 316. Vulva feminina. 193


Figura 317. Genitais externos femininos

Na figura 319,
Observam-se os do vestíbulo que são masas de

Figura 318. Clítoris.

Figura 319. Boulbos do vestíbulo.

194
MAMAS
As mamas são os órgãos responsáveisl pela produção de leite para a lactação nos
primeiros meses da vida. O leite que produzem é conduzido através de ductos para aos
mamilos.
Elas são constituídas por :
 Tecido adiposo
 Tecido conectivo
 Glândulas mamárias
 Ligamentos de Cooper
O tecido adiposo se distribui-se em numa proporção com respeito as às glândulas de 1 a 1, em
Mulheres não-lactantes, e 2 a 1 em mulheres lactantes.
As glândulas mamárias se distribuem-se por todo a mama, mas os 2/3 das destas estão
nos 30 mm mais próximos do mamilo.
Os ligamento de Cooper constituem a aponeuroses de sustentaçãom da mama que
permite manter a estrutura proeminente que a caracteriza.
As mamas, e sobre tudo os mamilos, são altamente erógenos devido aos numerosos
vasos e nervos que apresentam.
As mamas evoluíram de
essa forma — –
volumosoas —- para
prevenir que os bebés
não se sufoquem
enquanto mamam.
Os homens também
possuem glândulas
mamárias e
mamilos, mas não há
produção de leite, devido
à falta ou escassez dos
das hormonasônios Figura 320. Mamas e glândulas
femininos femininas mamariasmamárias.
Requeridosrequeridas.

Ver figura 321.


1. Caixa torácica
2. Músculo
peitoral
3. Lóbulos
4. Mamilo
5. Aréola
6. Ductos
7. Tecido adiposo
8. Pele

195
Figura 321. Estrutura da mama feminina.

196
LIGAMENTOS DE COOPER

Os ligamentos de Cooper são os responsáveis pela suspensão da


mama. Também respondem pela sua flexibilidade e
elasticidade.
.

Encontram-se distribuídos tanto na pele, como no interior do órgão, e o


centro de cada ligamento é atravessado por um nervo.
Alem Além de se fazer exercícios para dos músculos peitorais, - — de
sustentaçãom dos ligamentos – —, o uso de um suporte adequado —– o
soutien - — evitará também que eles se estendam–se para além dos
limites da flexibilidade, que exista dor causada porpelos movimentos
extremos e também evitará que o órgão descaiar.

Figura 322. Ligamentos de Cooper.

197
CICLO REPRODUTOR FEMININO
CICLO DA FASE MENSTRUAL
Dias de duração de cada fase doe ciclo

Dia médio
Fase Dia do término
ciclo de 28 dias

Menstruação 1 4
Fase proliferativa
1 13
(inclui os dias da menstruação)
Ovulação 14 16
Fase secretora proliferativa 17 28
Fase secretora isquémica 27 28

Gráfica Gráfico 15. Ciclo da fase


menstrual.
CICLO COMPARATIVO DAS FASES OVULATÓRIA E MENSTRUAL
Nível de hormônios hormonas e temperatura corporal
durante o ciclo

Gráficoa 16. Ciclo comparativo das fases ovulatória e menstrual.

198
199
FERTILIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO ÓVULO

Figura 323. Desenvolvimento do folículo.

Figura 324. Oviducto. Percurso do Ovário ovário até ao


endométrio.
200
OVOGÉNESIS
No momento daÀ nascença, a criança possui perto as de 400 000 ovogónias, a partir das
quais se inicía inicia o processo da ovogéneseis durante todo o período fértil.
Chama-se ovogénesis ovogénese ao processo de multiplicação, crescimento e maturação
do óvulo para a fecundação, produzido a partir das células diploides diplóides que, uma
vez divididas varias várias vezes, terminam em numa funcional que da dá lugar ao
folículo de Graaf com o ovulo óvulo no seu interior.
O Folículo folículo de Graaf é rico em substâncias nutritivas que permitiram permitem o
desenvolvimento de óvulo até à sua maturação e expulsão do ovário.

A ovogénesis ovogénese
divide-se em três fases ou
períodos:

I) Fase germinativa: também


chamada proliferativa ou
de multiplicação. Ocorre
na etapa embrionária
desde a
octava oitava semana de
gestaçãoción, até aos hasta os
6 meses depoisespués do
nascimento.

[II)] Fase de crescimiento ou


secretora, que é a de
formação dos ovócitos de
primeira orden ordem
(ovócito I).Esta fase
perdura até a à puberdade,
quando se inicia a
maturidade sexual.

[III)] Fase de maturação. Fase


das meioses I e II. A partir
das ovogónias, se produz-
se a primeira meiose, e
imediatamente uma
segunda divisão da meiose,
dando origem ao
ovuloóvulo, o qual, e ao se
desenvolver-se, produz o
Gráfica Gráfico 17. Ciclos da
folículo de Graaf.
ovogénesisovogénese.

Ao contrário dos homens, que produzem


espermatozoides espermatozóides durante toda a vida,
os óvulos estarão presentes nos ovários, desde a 201
formação destes.
OVOGÉNESIS

MeiosisMeiose. Redução do número de cromossomas nas células germináis germinais – —


de uma diploide diplóide (cromossomas duplos) surgen surgem quatro haploóides
(cromossomas únicos ou pseudogametospseudogâmetos).

202
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reproductor masculino é o encarregado de perpetuar a espécie


humana, em conjunto com o feminino, assim como brindar prazer:
ambos, através do acto sexual. Ele se é constitui constituído em por
órgãos genitais externos e internos. Os órgãos externos são o pénisene e
o saco escrotal, e aos internos pertencem os testículos, o epidídimo, o
conduto deferente, o conduto ejaculador, a uretra e as glândulas
acessórias denominadas vesículas seminais, próstata, e glândulas
bulbouretrais.

Figura 325. Órgãos sexuais masculinos.

1- Bexiga 7- Abertura uretral Próstata;


2- Osso púbico 8-Cólon sigmóide
3- Pénis 9-Recto
4- Corpo cavernoso 10- Vesícula seminal
5-Glande 11- Conduto
6- Prepúcio ejaculador 12-
203
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
13- Glândula de
Cowper
(glândula
bulbouretral)
14- Ânus
15-
Va
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de
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204
ESTRUTURAS DOS GENITAIS MASCULINOS
Camadas (pPele, Dartosdartos, Fáscia fáscia espermática
Escroto externa / Cremástercremáster / Fáscia fáscia cremastérica,
Fáscia fáscia espermática interna) • Rafe perineal • Funículo
espermático.
Camadas (Túnica túnica vaginal, Túnica túnica albugínea) •
Testículos Appendix • Mediastinum • Lóbulos • Septos • Células de
Leydig • Células de Sertoli • Barreira hematotesticular.
Espermatogénese e Espermatogónio • Espermatocitogênese Espermatocitogénese
Espermatidogênese •Espermatócito
Espermatidogénese • Espermátide • Espermiogénese •
EspermatozoideEspermatozóide.

Túbulos seminíferos • Epidídimo • Ducto deferente


Trato seminal
(Ampola) • Ducto ejaculatório.

Orifício interno da uretra • Uretra (Prostáticaprostática,


Trato urinário
Membranosamembranosa,
Esponjosaesponjosa, Fossa fossa navicular) • Orifício externo
da uretra
Vesículas seminais (Ducto ducto excretor da glândula
Glândulas seminal) • Próstata (Crista crista uretral / Colículo colículo
acessórias seminal / Utrículo utrículo prostático / Ducto ducto
ejaculatório, Seio seio prostático / Ductos ductos prostáticos)
• Glândulas bulbouretrais.
Raiz (cCrus, Bolbobolbo, Ligamento ligamento fungiforme,
Ligamento ligamento suspensório) • Corpo (Corpo corpo
PênisPénis cavernoso, Corpo corpo esponjoso) • Glande
(Prepúcioprepúcio, Frénulofrénulo, Coroacoroa) • Fáscias
(superficial / subcutânea, profunda / de Buck) • Túnica
albugínea —- Septo do pénis.

Gráficoa 18. Estruturas dos genitais masculinos.

205

Figura 326. Genitais masculinos.


206
GENITAIS INTERNOS MASCULINOS
Os genitais masculinos internos estão constituídos
pelas seguintes estruturas:
 Testículos: duas glândulas ovoides ovóides
envolvidas pela bolsa escrotal.
 Epidídimo: estrutura no bordo posterior
e superior do testículo que serve para o
armazenamento e maturação dos
espermatozoidesespermatozóides.
 Conduto ou ducto deferente: conduto que
ascende a partir do epidídimo até formar
uma ampola e unir-se ao conduto
ejaculatório.
 Conduto ejaculatório: a continuação do
ducto deferente, forma uma ampola na
vesicula vesícula seminal e termina no
utrículo, na uretra prostática. Figura 327. Estructura do testículo.
 Próstata: glândula exócrina, na bacia pélvica,
na encruzilhada do aparelho urinário baixo
com a via seminal. Figura 327.
 Vesículas seminais: situadas detrás atrás da próstata 1. Tabique interlobar
e atravessadas pelo conduto ejaculatório. 2. Túbulo seminífero contorcido
3. Lobo testicular
4. Túbulo seminífero aferente
5. Ductus eferente
6. Rete testis

Figura 328. Próstata e uretra prostática.

Figura 330. Genitais masculinos.


Figura 329. Condutos ejaculatórios.
207
TESTÍCULOS
São glândulas mistas que
produzem espermatozoides
espermatozóides (secreção
externa) e testosterona
(secreção interna). Constituídos
por até 900 túbulos enovelados
(os túbulos seminíferos).
Localizados no saco escrotal,
fora do abdómen, com o
objectivo de os manter sujeitos
a uma temperatura
2 a 3ºº C mais baixa do
que o resto do corpo, o
qual será fundamental
para que os
espermatozoides
espermatozóides sejam
formados com a qualidade requerida.
Os testículos apresentam:
 Duas faces: lateral e medial Figura 331. Órgãos genitais internos.
 Dois bordos: anterior e posterior (ocupado
pelo mediastino e o epidídimo.)
 Dois póolos (ou extremidades): superior e inferior.
No feto masculino, pouco antes do nascimento, os testículos descem pelo canal inguinal
até à bolsa escrotal, com o objectivo antes descrito. .

TÚBULOS SEMINÍFEROS
Aqui ocorre a espermatogéneses, que o qual é o processo de formação dos
espermatozoides espermatozóides por meio da meiosismeiose. Os túbulos seminíferos
estão localizados dentro de varios vários lóbulos.
Cada lóbulo é composto
por 1 a 4 túbulos em forma de
novelos e abundantes vasos
sanguíneos e linfáticos. Cada
testículo possui de 250 a 1000
túbulos de uns 150 a 250 µm
de diâmetro e 30 a 70 cms de
comprimento, uma média de 0,5 m,
uns 250 ms de túbulos em cada
testículo. As paredes contem contêm,
em seuno interior, dois tipos de
células especiais: Figura 332. Tubos seminíferos.
 Células de Leydig: ou intersticiais, que
208
TESTÍCULOS
etsão localizadas entre os túbulos seminíferos
(no espaço intersticial) e que produzem
testosterona . (Ver ver livro do sistema
endócrino).
 Células de Sertoli: encarregadas da
maturação dos
espermatozoidesespermatozóides.

209
EPIDÍDIMO
Se lLocaliza-se no bordo interno 1Extremidade cranial do
e superior testicular. É epidídimo
cConstituído de por um 2Extremidade caudal do
enovelado tubular de uns 15 epidídimo.
ms. de longitude. LigadoEstá 3 Adesão do epidídimo ao
ligado testículo
pela cauda (extremidade [4] Bordo livre
testicular, 5
inferior) ao canal deferente.
Mesorchium,
Armazena e amadurece os
[6] Epidídimo,
espermatozoidesespermatoz 6[7] Artéria e veia
óides e m. Manteém os testicular 8 Ductus
espermatozoides
espermatozóides vivos no
seu interior até um mês e
medio.

Figura 333. Estruturas do epidídimo.

Os espermatozoides espermatozóides são lançados ao para o epidídimo a partir dos túbulos seminíferos.

CONDUCTO DEFERENTE
Ou ductos deferens, e é um canal muscular com uma longitude que varia entre 30 e 40
cm, encarregado da condução dos espermatozoides espermatozóides a partir da cauda
do epidídimo, e se continúua com o ducto excretor da vesícula
seminal e terminar
no ducto ejaculatório.

Se dDivide-se em
quatro partes:
 Parte testicular
 Parte funicular
 Parte inguinal
 Parte pélvica

DUCTO EJACULATÓRIO
Por ele passam os espermatozoides Figura 334. Ductos deferentes e ducto ejaculatório.

210
EPIDÍDIMO
espermatozóides que recebem o
líiquido seminal das
vesículas seminais, o licour prostático ao atravessar o corpo da próstata e imediatamente
se esvaziar-se na uretra, detrás atrás do veru montanum, no utriculoutrículo.

211
VESÍCULAS SEMINAIS
São as primeiras glândulas a agir sobre
os espermatozoidesespermatozóides,
liberando no conduto Ejaculatório
ejaculatório o fluido seminal, que tem
propriedades alcalinas e é rico em
açúcares, principalmente frutose,
com o objectivo também de neutralizar
a acidez da uretra e do canal vaginal,
para evitando evitar a morte dos
espermatozoidesespermatozóides. As
vesículas seminais estão situadas detrás
atrás e ema cada lado da próstata,
sendo
atravessadas pelos condutos
ejaculatórios respectivos, os quais
terminam na uretra prostática, onde
esvaziam o sémen.

PRÓSTATA Figura 335. Vesículas seminais e próstata.

Glândula de secreção externa que


incorpora uma substância viscosa e alcalina
ao no sémen (30 %), a qual conferindo
confere mobilidade aos espermatozoides
espermatozóides no meio exterior, além de
combater o pH ácido da vagina. Se
lLocaliza-se na bacia pélvica, na
encruzilhada do aparelho urinário baixo
com a via seminal, em baixo da bexiga e,
em frente do recto. Tem
um peso de 25gs , mede 2,.5 cm de
longitude e largura. Tem forma de castanha
e assenta na musculatura do pavimento
pélvico. É atravessada pela uretra prostática,
que se inicia a partir do esfíncter uretral
interno. Figura 336. Estructura funcional da próstata.
No extremo distal da próstata se
localiza-se o esfíncter externo uretral,
no assoalho pavimento pélvico.

212
Figura 337. Períneo, vesículas seminais e próstata.
Figura
338. Zonas da próstata e a uretra.

213
GENITAIS EXTERNOS
Os genitais externos são as estruturas do sistema reprodutor e genital masculino
observáveis na região externa do períneo. A eles pertencem os escrotos e o pénis.

ESCROTOS
Órgão em forma de bolsa, que se observa em baixo do períneo masculino, detrás atrás do
pénis. Apresenta o corpo, ou bolsa, e a raiz que o fixa ao períneo superiormente -,sendo
dividido por um rafe médio entre a pele e a raiz, que permite hospedar ambos os
testículos, um a em cada lado.
Eles se relaxam-se (sobem), ou se contraemi-se (descem), permitindo assim manter os
testículos a temperaturas inferiores ao resto do corpo. Esta função é realizadafeita pelo
musculo músculo cremáster.
A envoltura do saco ou bolsa tem varias várias camadas, algumas próprias de extensões da
parede abdominal que lhe permitem-lhe a movilidade mobilidade de ascensão ou descenso,
De fora para dentro, são:
 Pele: e é muito fina e elástica, com alguns pêlos, numerosas glândulas sudoríparas e
sebáceas, rica em enervação inervação sensitiva (estímulos mecânicos e térmicos) e
abundante vascularização.
 Túnica de dartos: é a fáscia superficial, fibromuscular, continuação da fáscia superficial
do períneo anterior e do pénis.
 Camada membranácea de Scarpa.
 Camada gordurosa de Campbell: continuação da camada gordurosa perineal.
 Fáscia espermática externa: formada a partir da aponeurose do músculo oblíquo externo.
 Fáscia cremasteriana: prolongação da aponeuroses do músculo oblíquo Internointerno.
 Músculo cremáster: a partir do ligamento inguinal e das fibras inferiores do músculo
oblíquo interno.
 Fáscia espermática interna: projecção da aponeurose do músculo transverso.
 Túnica vaginal (parietal e visceral): envolve o testículo e o epidídimo.
 Fáscia albugínea: reveste o testículo.

Figura 339: O músculo


cremasteriano, por meio do
reflexo cremasteriano, permite
que quando há calor (1), desçam
os escrotos, e quando há frio (2),
ascendam.

1. Testículos
6. Abertura da uretra
2. Epidídimo 7. Glande
3. Corpo cavernoso 8. Corpo esponjoso
4. Prepúcio 9. Pénis
5. Frénulo prepucial 10. Escroto

Figura Figura 340: Estruturas genitais no períneo masculino.


339. Escrotos.
214
PÉNIS
O pénis, também conhecido por falus ou falo, é um órgão de tecido eréctil, constituído por
3 cilindros, muito vascularizado e coberto por pele, continuação dos escrotos. Tem como
funções a cópula e a micção. A primeira é o mecanismo que permite a
reprodução e se produz-se por meio da erecção, e a segunda permite a expulsão da urina
a partir da bexiga.
As estruturas internas do pênis pénis são
as que permitem a sua erecção,
produto do abundante tecido
cavernoso, constituído por volumosos
sinusoides sinusóides sanguíneos,
separados por folhas de tecido
trabecular, que se incham do com
sangue para aumentar o volume do
pénis e permitir a cópula.
As estructuras cilíndricas dão-lhe
a forma triangular ao pénis,
quando erecto.
Os corpos cavernosos são as duas
porções dorsais ao pénis e o
corpo esponjoso apresenta-se
no sulco ventral, entre os
corpos cavernosos, sendo a
suaeu
origem no bulbo bolbo
esponjoso, para terminar distal
mente, na formação do da
glande, que, napor
sua vez, e é a parte mais
volumosa De daquele.
O A glande contem contém numerosas
terminações nervosas, estando
recoberto coberta pelo prepúcio, que o Figura 341. Estrutura interna do pênis
a protege.
Já, nNo extremo distal do da glande, aparece
o meato uretral, orifício terminal da uretra.

215
Figura 342. Corte transversal do corpo do
ESTRUTURAS QUE CONSTITUEM O PÊNISPÉNIS
As coberturas ou fáscias que envolvem o pênis pénis de por fora á e dentro.
 Pele.
 Fáscia superficial do pênispénis: ou  Septo intracavernoso.
fascia fáscia de Dartos.  Fáscia do Corpo corpo
 Fáscia profunda do pêénis: ou fascia Esponjosoesponjoso.
fáscia de Buck.  Fáscia dos cCorpos
Cavernososcavernosos

Figura 343. Estruturas que constituem o


pênispénis.

Figura 344. Pênis Pénis de


adulto.

Figura 345. Artérias do


pênispénis. 216
ESPERMATOGÉNESEIS
A espermatogénesis espermatogénese consiste na produção e maturação dos
espermatozoides, iniciando-se na puberdade.
As células germinais dos túbulos seminíferos se multiplicam por mitosis mitose e formam as
espermatogónias, que creszcem e se tranformamtransformam-se em espermatócitos
primários, os quais começam a multiplicar-se por meioses, dando lugar aos espermatócitos
secundários e imediatamente aos espermátides. Estes vão-se transformar-se até adquirirem
a cabeça e a cauda, continuando através dos túbulos seminíferos até chegarem ao
epidídimo, onde permanecem ate até 48 dias para sua maturação total. Em No total, o
processo da espermatogénesis espermatogénese tem uma duração entre 64 e 75 díasdias.
Os testículos produzem entre 200 e 300 milhões de espermatozoides espermatozóides
diariamente. Todavia, apenas metade se tornaram espermatozoides espermatozóides viáveis.

LÍQUIDO SEMINAL. Ou sémen, se


deriva do esperma e do plasma
seminal. O plasma seminal é o
produto viável dos
espermatozoidesespermatozóides,
produzido pela vesícula seminal, a
próstata e as glândulas bulbouretrais.
O testículo: aporta 5-10 % do volume
pelos 200 a 500 milhões de
espermatozoidesespermatozóides.
A vesícula seminal: produz o fluido
seminal e aporta 65-75% do volume
da principal fonte de energia para as
células espermáticas.
A próstata: produz o liíquido
prostático e aporta 25-30% do
volume.
As glândulas bulbouretrais: aportam Figura 346.
o 1 % restante com a excreção do
EspermatogêneseEspermatogéne
muco glandular ao longo da uretra.

COMPARAÇÕES ENTRE ESPERMATOGÉNESES E


OVOGÉNESES
SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
ESPERMATOGÉNESES OVOGÉNESISOVOGÉNE
SE
 Ambos os processos  Desenvolve milhões  Se pProduz-se uma célula por
se iniciam com a de células ciclo.
mitoses. diariamente.  O processo começa durante
 Inicia.-se o processo o desenvolvimento fetal.
na puberdade.  A fertilidade está delimitada
 Ambos os processos  A fertilidade pode-se observar até a menopausa.
desenvolvem a meioses. na senectude.  Se pProduz-se uma
 Na meioses se produzem- célula por divisão
se 4 células a partir de meiótica.
uma.
Gráfica 19. Tabela comparativa da gametogéneses humana.
209
BIBILIOGRAFIA

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Humana. Mcminn & Abrahams. - 7.ª
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210

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