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Ficha catalogada na Biblioteca CEUNI-Fametro

P645b Pinheiro, Francimeire Gomes.

Biologia tecidual e do desenvolvimento humano/ Frencimeire


Gomes Pinheiro. – Manaus: FAMETRO, 2022.

164p.

ISBN: 978-85-64293-26-7

1. Tecido. 2. Tecido-Ósseo. 3. Reprodução-humana. I. CEUNI-


FAMETRO. II. Título.
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Maria do Carmo Seffair
parecer um lugar
Reitora
de esperança e
transformação”.
(Mariana Moreno)
Sumário
UNIDADE I

Introdução à compreensão ao 13
Tecido Epitelial

Folhetos germinativos que formam os 15


tecidos

Classificação dos tecidos 17

Tecido epitelial 19

Epitélio de revestimento 23
UNIDADE II

Tecido Conjuntivo 43

Divisão do tecido conjuntivo 51

Tecido conjuntivo propriamente dito 52

Tecido conjuntivo especiais 56

Tecido mieloide e tecido 62


hematopoiético

Hemácias, glóbulos vermelhos 64


ou eritrócitos

Plaquetas 68

UNIDADE III

Tecido Ósseo 77

Osteoblastos 82

Osteócitos 82

Osteoclastos 83

Tecido muscular 87

Tecido nervoso 94
Neuroglia 99
UNIDADE IV
Reprodução Humana 107

Sistema reprodutor masculino 109

Sistema reprodutor feminino 115

Embriologia 125

Anexos embrionários 136

Referências 146
Unidade 1
Videoaula 1

Videoaula 2
13

INTRODUÇÃO À
COMPREENSÃO
AO TECIDO
EPITELIAL

Histologia é o ramo da bio-


logia que estuda os tecidos hu-
manos e de como eles se organi-
zam para constituir órgãos. Já nos
manuscritos de Weinmann (1942)
apontavam que essa divisão da
biologia tinha a capacidade de es-
tudar os elementos constituintes
da matéria viva tal qual existem
no organismo em pleno funciona-
mento. Assim, as mais variadas
funções, além de cooperar para a
integridade de um todo incluindo
entretendo fenômenos vitais.
14

Anotações:
Sabemos que há quatro tecidos fundamen-
tais, a saber: tecido epitelial, tecido conjuntivo, te-
cido muscular e nervoso. Por estabelecer o signifi-
cado de aspectos microscópicos característicos de
células e tecidos, os estudos histológicos elucidam
as relações entre estrutura e função (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2017).
De forma simples, podemos entender que a
célula é a unidade fundamental do corpo, e os teci-
dos são a associação de várias células semelhantes:
já os órgãos, são a junção de vários tecidos que re-
alizam uma determinada função. O sistemas são a
união de vários órgãos (sistema nervoso, linfático,
esquelético, respiratório, tegumentar, circulatório,
entre outros). A união de todos os sistemas formam
o organismo, essa constituição designamos de níveis
de organização. (ALBERTS et al. 2011) (figura 1)

Figura 1 – Esquema dos níveis de


organização humana
Organismo

Sistema

Órgão

tecido

Célula

Organelas

Moléculas

Átomos
15

Nos humanos, os tecidos são


divididos em quatro grandes
grupos de acordo com as
diferenças morfológicas e suas
especializações funcionais
(condutibilidade, contratilidade,
absorção, excreção,
reprodução, dentre outras).

FOLHETOS GERMINATIVOS QUE


FORMAM OS TECIDOS

Os folhetos germinativos que formam todos


os tecidos encontrados no corpo dos vertebra-
dos adultos se dividem em três tipos diferentes:
mesoderma, ectoderma e endoderma. Durante o
desenvolvimento do embrião, cada um deles fica
responsável pela origem de células especializadas
em relação a sua função e forma. Esses folhetos
germinativos têm como função formar os seguintes
tecidos e órgãos humanos (figura 2):
16

Figura 2 – Configuração dos folhetos germinativos

Ectoderma

Endoderma

Mesoderma

Ectoderma Mesoderma Endoderma

Epiderme Derme Sistema respiratório


Anexos epidérmicos Ossos e Músculos Órgãos so sistema
Sistema nervoso Sistema circulatório digestivo
Cavidades e reprodutor

Fonte: Adaptado de https://escolaeducacao.com.br

Figura 3 – Configuração dos folhetos

Ectoderma: epitélio que reveste


as cavidades anal, bucal, nasais,
Ectoderma

além de todas as estruturas


que formam o sistema nervoso
(medula espinhal, nervos, gânglios
nervosos e encéfalo), epiderme e
anexos cutâneos (pelos e glândulas
mucosas).
17

Mesoderma: sistemas reprodutor


excretor (órgãos genitais, gônadas,

Mesoderma
bexiga, uretra e rins), sistema
esquelético (cartilagem e ossos),
sistema circulatório (tecido
conjuntivo, tecido linfático, vasos
sanguíneos e coração), músculos
lisos, esqueléticos e a derme
(camada interna da pele).

Endoderma: fígado, pâncreas,


sistema respiratório (pulmões),
Endoderma

epitélio de revestimento e
glândulas do trato digestivo (exceto
das cavidades anal e oral).

Fonte: Prórpria autora (2019).

CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS

O organismo humano é formado por vários


tipos de tecidos, os quais podem ser reunidos em
quatro grandes grupos: tecido epitelial, tecido con-
juntivo, tecido muscular e tecido nervoso, (figura 4).
De acordo com Junqueira; Carneiro (2017), estes te-
cidos não existem como unidades isoladas, mas as-
sociadas uns aos outros em proporções variáveis, o
que forma, assim, os diferentes órgãos e sistemas
do corpo.
18

Figura 4 – Os tecidos básicos dos animais

Tecido Epitelial Tecido Muscular

Tecido Conjuntivo Tecido Nervoso


Fonte: Adaptado de https://escolaeducacao.com.br

a. Tecido epitelial: possui células justapos-


tas, com pouca substância intercelular
(avascular);
b. Tecido conjuntivo: tipo de tecido mais
abundante do corpo, de consistência gela-
tinosa formado por vários tipos de células;
c. Tecido muscular: formado por fibras mus-
culares, com células alongadas;
d. Tecido nervoso: formado por células
chamadas de neurônios, com longas rami-
ficações.

As características principais desses tecidos


são apresentas no quadro 01.
19

Quadro 01 - Características principais dos tecidos


Tecido Células Matriz Funções
Extracelular Principais

Nervoso Longos prolon- Nenhuma Transmissão de


gamentos impulso nervoso

Epitelial Células Pequena quantidade Revestimento da


poliédricas superfície ou de
justapostas cavidades do corpo e
secreção

Muscular Células alonga- Quantidade moderada Movimento


das contráteis

Conjuntivo Vários tipos de Abundante Apoio e proteção


células fixas e
migratórias

Fonte: Prórpria autora (2019).

TECIDO EPITELIAL

O tecido epitelial apresenta como característi-


cas: ausência de espaço entre as células, ausência
de vascularização e grande capacidade de renovação
celular. Sua função principal é proteger o corpo con-
tra a penetração de microrganismos, substâncias
químicas e agressões físicas. Ele possui a função de
recobrir o corpo externamente (epiderme e córnea)
e a superfície interna dos órgãos ocos como o es-
tômago, ouvido, nariz, pulmão, boca, útero, bexiga,
etc. Além disso, ele é o responsável pela formação
de glândulas (fígado, pâncreas, glândulas salivares,
entre outras). (ROSS; PAWLINA, 2016)
20

As células epiteliais são bastantes


dinâmicas e possuiem elevada
atividade mitótica que promove a
constante renovação epitelial. Essa
taxa de renovação, entretanto, é
variável de acordo com o tecido
avaliado.

As células epiteliais aderem


firmemente umas às outras por
meio de junções intercelulares
(figura 5). Esta característica per-
mite que essas células organizem
como folhetos que revestem a su-
perfície externa e as cavidades do
corpo, alé de permitir que se orga-
nizem em unidades secretoras. Os vários
tipos de junções servem não só como locais de adesão,
mas também, como vedantes, pois previnem o fluxo
de material pelo espaço intercelular e ainda podem
oferecer canais para a comunicação entre células
adjacentes. (MONTANARI, 2006) (Quadro 2)

Figura 5 – Junções celulares presentes no tecido


epitelial
Superfície apical

Zônula de oclusão
Zônula de adesão

Desmossomos
Espaço extracelular
Interdigitação

Junção comunicante

Hemidesmossomos

Fonte: Adaptado de https://medpri.me/medprime


21

Quadro 2 – Tipos de junções celulares e suas


características.

Tipo de junção Localização Características


celular

Zônula de Porção apical das Formada por proteínas integrais da


oclusão células epiteliais. membrana plasmática que se ligam
ao cinturão adesivo das células
vizinhas, impedido a passagem
de moléculas entre elas, havendo,
portanto, obliteração do espaço
intercelular.

Zônula de Abaixo da zônula de Função aumentar a adesividade


adesão oclusão. intercelular.

Desmossomos Localizada na mem- Podem ser comparados a um botão


brana de uma das de pressão, constituídos por duas
células e, a outra, na metades que se encaixam. São
célula vizinha. responsáveis por conferir maior
adesão celular e resistência.

Junções Alguns tecidos mus- Interconectam células epiteliais,


comunicantes culares. mas estão presentes também em,
permitindo a troca de moléculas por
meio dos poros que constituem.

Ressaltamos que as células que formam os


epitélios provêm dos três folhetos germinativos
(figura 6).

Figura 6 – Folhetos germinativos e a origem das


células epiteliais.

Revestimento
Revestimento
membranoso das
membranoso das Endoderma
cavidades pleurais,
cavidades pleurais,
peritoneal e pericárdica
peritoneal, pericárdica,
e vasos sanguíneos e
vasos sanguíneos e
células sanguíneas.
células sanguíneas.

Epiderme e anexos da
Mesoderma epiderme.
Ectoderma

Fonte: Adaptado de https://image.slidesharecdn.com


22

O tecido epitelial não possui vasos sanguí-


neos, mas participa da constituição deles, além dis-
so, é nutrido por meio da difusão dos nutrientes que
chegam por meio de vasos sanguíneos presentes
no tecido conjuntivo (este sim, rico em vasos san-
guíneos). Uma fina camada composta de colágeno
do tipo IV, e a proteína laminina e proteoglicanos
são responsáveis por selecionar e filtrar o que se
poderá passar do tecido conjuntivo para as células
epiteliais. Essa estrutura é a lâmina basal, que é to-
talmente sintetizada pelas células epiteliais, sendo
somente visível em microscopia eletrônica. A lâmi-
na basal desempenha importante função de nu-
trir as células epiteliais e além de sustentá-las,
promove sua adesão ao tecido conjuntivo.
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2 2017)

Você sabia?

A forma das células epiteliais varia


muito, desde células co-lunares
altas até células pavimentosas
(achatadas como ladrilhos), a forma
poliédrica deve-se ao fato das células serem
justapostas formando folhetos ou aglomera-
dos tridimensionais.

O núcleo dos vários tipos de células epiteliais


vária com o formato da célula, apresentando es-
férico até alongado.
23

EPITÉLIO DE REVESTIMENTO

O tecido epitelial de revestimento (figura 7) é


responsável por separar o tecido conjuntivo subja-
cente do meio externo ou das cavidades internas do
corpo: além disso, funciona como um protetor e um
controlador da passagem de substâncias do meio
externo para o tecido conjuntivo (TC). (GARTNER;
HIATT, 2007)

Figura 07 - Tipos de Epitélios de Revestimentos

Epitélio pseudo-estratificado
prismático (mucosa nasal) Epitélio pavimentoso
estratificado (esôfago)

Epitélio pavimentoso
simples (pulmão)
Epitélio cúbico simples
(túbulo do rim)

Epitélio prismático
Epitélio prismático simples (estômago)
estratificado (uretra)

Fonte: Adaptado de https://static.todamateria.com.br

Os epitélios podem ser classificados quanto à


forma das células em: pavimentosos (apresentam
24

células pavimentosas, achatadas); cúbico (apresen-


tam células cúbicas); prismático (com células mais
longas, comparando-se a uma coluna) e o epitélio
de transição ou especial (com células com grande
variações) (figura 8). Como já mencionado no tópi-
co anterior, o núcleo das células dos epitélios varia
com o tipo de célula. (GARTNER; HIATT, 2007)

Figura 8 – Tipos de epitélios de revestimento e as


características de suas células
EP
EP
TC
TC
MB
Pavimentosos - células mais largas do que MB
altas, achatadas como ladrilhos e com o Cúbicos - células com altura e largura
núcleo redondo ou alongado e central. equivalentes, com forma de cubo e
núcleo redondo central.

EP

TC

MB
Cilíndricas - também chamados de prismáti-
cos ou colunares, estes epitélios possuem
células cuja altura é maior do que a sua lar- Epitélio especial ou de transição:
gura. Suas células são alongadas, com um células epiteliais cuja forma varia
núcleo basal também alongado. constantemente, impedindo sua clas-
sificação nas categorias anteriores.

Vocês sabiam que os


epitélios podem ser
classificados quanto ao
número de células?
25

• Quando os epitélios são formados por


uma só camada de células, são chamados
de epitélios simples ou uniestratificados
(do latim uni, um, e tratum, camada). Na
(figura 9), podemos apresentar os tipos:
epitélio simples pavimentoso, epitélio
simples cúbico e epitélio simples colunar.
Além da posição dele, do conjuntivo e da
membrana basal. (JUNQUEIRA; CARNEI-
RO, 2017)

Figura 9 - Características dos epitélios simples


Um dos tipos mais simples de epitelio de
revestimento é formado por uma só camada de
células cúbicas ou cubóldes (semelhantes a um cubo).
Trata-se, portanto, de um epitélio simples cúbico (o
primeiro termo da classificação se refere ao número
Epitélio de camadas, o segundo item se refere à forma das
simples células). Como suas células são Isodiamétricas seus
pavimentoso núcleos são geralmente esféricos. Como qualquer
tecido epitelial, repousa sobre uma membrana basal a
Tecido
qual se prende ao tecido conjuntivo e também prende
conjuntivo
o epitélio ao conjuntivo.

Membrana
basal

Epitélio
simples
pavimentoso
Tecido
conjuntivo

Membrana
basal O epitelio denominado epitelio simples prismático ou
epitello colunar é formado por uma camada de células
É um epitélio formado por uma única camada de prismáticas, altas, apoiadas sobre uma membrana
células planas, semelhantes a ladrilhos, porém de basal. Seus núcleos são elípticos. Note como os
formas irregulares. núcleos alongados acompanham o maior eixo das
São células muito delgadas e por esta razão, em células. Note como os núcleos alongados acompanham
cortes transversais desse epitélio, frequentemente o maior elxo das células
não é possível observar bem seu citoplasma. É um tipo de epitélio bastante frequente no corpo
Seus núcleos, geralmente alongados ou elípticos, são constituindo, por exemplo, o revestimento interno do
mais espessos que o citoplasma e fazem saliência na estômago, intestinos e de vários outros órgãos.
superfície da célula.

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/10563475/
26

• Já os epitélios formados por mais de


uma camada de células são chamados
de estratificados (figura 10). No geral,
podem apresentar queratina ou não. Em
Junqueira; Carneiro (2017), o epitélio
de transição é o que reveste a bexiga
urinária, o ureter e a camada superior
da uretra. Nesse tipo de epitélio, suas
células mudam de acordo com o grau de
distensão da bexiga, ficando achatadas
quando a bexiga estiver cheia. (ROSS;
PAWLINA, 2016)

Figura 10 – Exemplos de epitélio estratificado


Epitélio Estratificado

Pavimentoso não Pavimentoso queratinizado de transição


queratinizado

Fonte: Adaptado de https://knoow.net/wp-content/uploads

O que é QUERATINA???

Essa proteína forma uma camada


que envolve as células da epiderme
(camada mais externa da pele), de modo
a evitar perdas desnecessárias de água
e, também, proteger o organismo contra
agressões externas, tais como choques
mecânicos, radiação solar, ventos e
chuvas.
27

Existem ainda epitélios que, apesar de forma-


dos por uma única camada celular, têm células de
diferentes alturas. Nesse sentido, da impressão de
serem estratificados. Por isso, eles costumam ser
denominados pseudo-estratificadas, todas as suas
células estão apoiadas na lâmina basal. (figura 11)
(ROSS; PAWLINA, 2016).

Figura 11 – Características do epitélio pseudo


estratificado com presença de células
caliciformes e também de cílios

Epitélio
pseudoestratificado

Tecido
conjuntivo

Célula basal
Membrana
basal

Epitélio
pseudoestratificado
ciliado com células
caliciformes
Tecido
conjuntivo

Membrana Célula caliciforme


basal

Fonte: Adaptado de http://mol.icb.usp.br/wp-content/


uploads
28

Anotações:
• Epitélio estratificado pavimentoso não
queratinizado – reveste cavidades úmidas
(boca, esôfago e vagina);
• Epitélio estratificado pavimentoso quera-
tinizado – pele;
• Epitélio estratificado prismático – raro,
conjuntiva ocular ductos excretores de
glândulas salivares;
• Epitélio de transição – bexiga, ureter, par-
te superior da uretra;
• Epitélio pseudo-estratificado – passagens
respiratórias;
• Células neuroepiteliais – células com
função sensorial (papilas gustativas);
• Células mioepiteliais – contêm miosina e
actina, podem fazer contração (porção se-
cretora de glândulas mamárias, sudorípa-
ras e salivares).
• Na cavidade bucal, sua mucosa de reves-
timento modifica-se de acordo com a
função que desempenha;
• No lábio, por exemplo, o epitélio interno é
Epitélio Estratificado não queratinizado
(figura 11-A);
• A porção externa é Epitélio Estratificado
queratinizado (figura 11- B);
• A porção do vermelhão é Epitélio Estratifi-
cado paraqueratinizado (figura 12-C).
29

Figura 12 – A diversidade de epitélios na


cavidade bucal

Fonte: Adaptado de http://data:image/jpeg;base64

Epitélio Glandular
As células epiteliais glandulares são
originadas durante o processo de proliferação
das células do epitélio de revestimento no desen-
volvimento embrionário. Essas células de revesti-
mento invadem o tecido conjuntivo subjacente e
se diferenciam, especializando-se na elaboração
de produtos com secreção variados (figura 13). As
unidades secretoras com seus dutos, constituem o
PARÊNQUIMA da glândula. Já os elementos do te-
cido conjuntivo que invadem e sustentam o parên-
quima, constituem o ESTROMA. (YOUNG et al. 2007)

Figura 13 – Esquema da formação das glândulas

Fonte: Adaptado de https://static.planejativo.com


Legenda: EP: epitélio; MB: membrana basal; TC: tecido
conjuntivo
30

As células do tecido epitelial glandular pos-


suem as mesmas características do epitélio de
revestimento, no entanto, ao contrário delas, rara-
mente são encontradas em camadas. Por isso, suas
células são muito unidas e geralmente dispostas
em uma única camada. Já os epitélios glandulares
são tecidos com função secretora, com órgãos es-
pecializados chamados glândulas que se dividem
em duas: endócrinas e exócrinas (figura 14). Além
disso,esses órgãos são constituídos por células
que elaboram secreção, isto é, liquido que contém
moléculas sintetizadas pelas células. (YOUNG et al.
2007)

Figura 14 – Formação das glândulas exócrinas e


endócrinas
Lâmina basal
ção Glândula
ma
For ndula exócrinas -

de g Porção secretora

Proliferação
celular

Formação Glândula
de glândula endócrinas-
Porção secretora

Fonte: Adaptado de https://static.planejativo.com

Os epitélios glandulares podem ser classifica-


dos de acordo com diversos aspectos:
31

Anotações:
Glândulas Unicelulares e Multicelulares

As células que desempenham isoladamente


função de secreção são chamadas de glându-
las unicelulares. Entre elas, o melhor exemplo é a
célula caliciforme (figura 15) presente tanto na via
digestória, quanto na via respiratória, atuando na
produção de muco. (YOUNG et. al. 2007)

Figura 15 – Glândula unicelular como exemplo


a célula caliciforme especificada com a seta.
Intestino Grosso apresentando as células
caliciformes

Fonte: Adaptado de http://mol.icb.usp.br/wp-content/


uploads/16-23.jpg

O termo glândula é, entretanto, usado de for-


ma mais comum para se fazer referência às glându-
las multicelulares, que são compostas pelo agrupa-
mento de várias células secretoras. As glândulas
sudoríparas, salivares e adrenais são alguns exem-
plos de glândulas multicelulares (figura 16). (ROSS;
PAWLINA, 2016)
32

Figura 16 – Glândulas sudoríparas, Adrenal


e salivares como exemplos de glândulas
multicelulares

Fonte: Adaptado de https://i.pinimg.com

Glândulas Exócrinas

Durante o processo de diferenciação celular


e formação das glândulas ocorre a invasão do teci-
do conjuntivo pelo epitélio de revestimento embri-
onário durante esse processo, algumas glândulas
mantêm sua ligação às células de revestimento,
assim, essa ligação adquire a forma de um tubo ou
ducto celular pelo qual as secreções podem ser
eliminadas para a superfície do tecido, do órgão, ou
mesmo do organismo. Dessa forma, quando há um
ducto secretor, a glândula é considerada exócrina
(figura 17). (ROSS; PAWLINA, 2016)
33

Anotações:
Figura 17 – Esquema da glândula exócrina com
formação do ducto e liberação do produto

Ducto

Secreção Célula exócrinas

Glândulas Exócrinas

Fonte: Adaptado de https://static.escolakids.uol.com.br

Morfologia das Glândulas Exócrinas

Com base na morfologia da porção secreto-


ra as glândulas exócrinas podem ser divididas em:
Tubulosas ou Tubular, a porção secretora assume
a forma de tubo, Acinosas ou Alveolares, a porção
secretora assume a forma de um cacho de uvas,
Composta túbulo-acinosa, quando se encontram
na mesma glândula porções secretoras tubulosas e
acinosas (figura 18). (YOUNG et. al. 2007)
34

Figura 18 – Formas da parte secretora das


glândulas exócrinas

Fonte: Adaptado de http://4.bp.blogspot.com

As glândulas são classificadas também pelo


modo como as suas células secretam.

Glândulas merócrinas - Glândulas apócrinas - Glândulas holócrina - as


as células glandulares representam um meio- células glandulares
eliminam somente a termo entre estas e outras acumulam os seus
sua secreção, por meio formas de secretar. Nelas, produtos de secreção no
de exocitose mantendo as células glandulares, ao citoplasma, morrem em
intacto o seu citoplasma eliminarem sua secreção, seguida desfazendo-se e
(pâncreas, por exemplo). perdem certa quantidade passando a constituir, elas
do seu citoplasma apical próprias, a sua secreção
(glândulas mamárias, por (glândulas sebáceas, por
exemplo) exemplo).

Fonte: Prórpria autora (2019).


35

Anotações:
Glândulas Endócrinas

As glândulas endócrinas, durante este pro-


cesso de diferenciação celular, não mantêm nenhu-
ma ligação com o epitélio de revestimento, por isso,
se isolam no interior do tecido conjuntivo; nesse
caso, devido à ausência de um ducto secretor, es-
sas glândulas (figura 19), liberam suas secreções e
os hormônios diretamente na corrente sanguínea.
(ROSS; PAWLINA, 2016)

Figura 19 – Esquema da glândula endócrina

Glândula
Endócrina

HORMÔNIOS

Fonte: Adaptado de https://s5.static.brasilescola.uol.com.br


36

Glândulas Mistas

Glândula Mista (figura 20) ou glândula Anfícri-


na é um tipo de tecido epitelial glandular, que atua
simultaneamente como glândula endócrina e glân-
dula exócrina. Como glândula endócrina, secreta
substância na corrente sanguínea e como glândula
exócrina, produz secreção. (ROSS; PAWLINA, 2016)

Figura 20 – Exemplos de glândulas mistas

Pâncreas Fígado

Glândulas exócrinas: suco pancreático Glândulas exócrinas: bile


Glândulas endócrinas (ilhotas de Glândulas endócrinas: proteínas
Langerhans): insulina

Fonte: Adaptado de https://4.bp.blogspot.com

A função exócrina do fígado é representada


através da produção da bile, que é liberada na luz do
tubo digestório, mais especificamente no duodeno.
O fígado também é classificado como endócrino por
produzir proteínas, como a albumina, protrombina
e fibrinogênio, que são liberadas diretamente na
corrente sanguínea (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
A secreção exócrina do pâncreas é o suco pan-
creático, rico em enzimas digestivas e liberado no
duodeno. A porção endócrina do pâncreas produz e
libera os hormônios insulina e glucagon, ambos fun-
damentais no metabolismo da glicose no organismo.
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
37

Um grupo de células que desempenha uma


atividade de apoio à secreção glandular exócrina
são as células mioepiteliais, (figura 21). Essas célu-
las contém a presença de filamentos. Trata-se de
células epiteliais cujo citoplasma contém filamen-
tos de ACTINA e de MIOSINA, o que lhes confere a
capacidade de se contrair. Possuem uma forma
estrelada que se localizam entre a lâmina basal e
a célula secretora; Alem disso, ligam-se umas às
outras, envolvendo, assim, a porção secretora da
glândula. Elas atuam contraindo-se e ajudando a
glândula exócrina a expelir seu produto pelo ducto
excretor. (ROSS; PAWLINA, 2016)

Figura 21 – Características das células


mioepiteliais
Células
Acino
mioepiteliais
Ducto Ducto Ducto
excretor estriado intercalar

Células basais

Células mioepiteliais

Fonte: Adaptado de https://encrypted-tbn0.gstatic.com


38

Anotações:
Curiosidades

• Os tumores epiteliais podem ser benignos


ou malignos;
• Os malignos, que têm suas origens nos
epitélios de revestimento são conhecidos
por CARCINOMAS;
• Os que têm suas origens nos epitélios
glandulares são conhecidos por ADENO-
CARCINOMAS.

Pele

• Maior órgão do corpo;


• Tem continuidade com as mucosas que
revestem o aparelho digestório, urogeni-
tal, respiratório e outros;
• Anexos: glândulas sudoríparas, sebáceas,
pêlos e unhas;
• Constituído por duas porções: epiderme
(origem ectoderma) e derme (mesoder-
ma) repousa sobre hipoderme (conjunti-
vo frouxo ou adiposo). (figura 22) (ROSS;
PAWLINA, 2016; JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2017)
39

Figura 22 – Infográfico sobre a pele

Fonte: Adaptado de https://files.passeidireto.com

A pele apresenta diversas funções, entre


elas estão: a termorregulação, que consiste na
manutenção da temperatura corpórea constante.
Além disso, possui a função de eliminação, onde
libera excretas e a sensorial onde apresenta de
terminações nervosas. Além dessas, também pos-
sui funções de proteção, com a presença do manto
hidrolipídico, imunológica, com a presença de an-
ticorpos. Renovação e reparação - divisão celular.
(ROSS; PAWLINA, 2016)
40
Unidade 2
Videoaula 1

Videoaula 2
42
43

TECIDO
CONJUNTIVO

Ao contrário dos epitélios, os


tecidos conjuntivos apresentam
elevada quantidade de substância
intercelular. As células que cons-
tituem esse tecido possuem formas
e funções bastante variadas. Tra-
ta-se, portanto, de um tecido com
diversas especializações. O tecido
conjuntivo foi assim denominado
porque une tecidos, servindo para
conexão, sustentação e preenchi-
mento. De uma forma geral, todos os
tecidos conjuntivos são originários
de células alongadas no mesênqui-
ma embrionário, e são formados es-
sencialmente por células mesenqui-
44

mais e uma matriz extracelular abundante. (EYNARD,


VALENTICH, ROVASIO, 2011).
Serão variações tanto nas características
celulares, quanto nas peculiaridades da matriz ex-
tracelular, que determinarão nos diferentes tecidos
conjuntivos sua especialização no desempenho de
determinadas atividades e funções. Mesênquima,
formado por células mesenquimais, é o tecido em-
brionário que origina o tecido conjuntivo propria-
mente dito bem como os tecidos conjuntivos espe-
cializados. As células mesenquimais estão imersas
em matriz extracelular abundante e viscosa, têm
núcleo oval e muitos prolongamentos citoplasmáti-
cos. (figura 23) (EYNARD; VALENTICH; ROVASIO,
2011)

Figura 23 – Origem embrionária das células do


tecido conjuntivo

Fonte: Adaptado de https://slideplayer.com.br


45

A denominação tecido conjuntivo, entretanto,


é um título geral que designa um grupo de diversos
tecidos com várias funções. O tecido conjuntivo
compreende um tecido tradicionalmente conhe-
cido como TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE
DITO e um amplo grupo de tecidos chamados TECI-
DOS CONJUNTIVOS ESPECIAIS, com funções alta-
mente especializadas. Esse grupo de tecidos con-
juntivos especiais compreende os tecidos adiposo,
cartilaginoso, ósseo, sanguíneo e hematopoiético,
que serão tratados mais adiante. (EYNARD, VALEN-
TICH, ROVASIO, 2011)

Células do conjuntivo:
fibroblastos, macrófagos,
mastócitos e plasmócitos.
Fibroblasto (figura 24) – Produz o
colágeno e a substância intercelular. O
fibroblasto é a célula constituinte do te-
cido conjuntivo e sua função é formar a
substância fundamental amorfa. Tem um
citoplasma ramificado e rodeado de um
núcleo elíptico contendo 1-2 nucléolos. Os
fibroblastos ativos podem ser reconheci-
dos pela abundante ocorrência de retículo
endoplasmático. (MARISCOT, CARNEIRO,
ABRAHAMSOHN, 2004)
46

Anotações:
Figura 24 – Características do fibroblasto

Fonte: Adaptado de https://www.atlasdocorpohumano.com

Macrófago (figura 25) – Contém inúmeros lisos-


somos e é responsável pela fagocitose e pinocitose
de partículas estranhas. Remove restos celulares
promove, o primeiro combate aos microrganismos
invasores do nosso organismo e é ativo no processo
de involução fisiológica de alguns órgãos ou estru-
tura, é o caso do útero que, após o parto, sofre uma
redução de volume. Os macrófagos recebem nomes
especiais, dependo do local onde se localiza: célu-
las de Kupffer no fígado, microglia (SNC), células de
Langerhans na pele, e osteoclastos no tecido ósseo.
(MARISCOT; CARNEIRO; ABRAHAMSOHN, 2004)

Figura 25 – Características do macrófagos

Fonte: Adaptado de https://www.misistemainmune.es/wp


47

Anotações:
Mastócitos (figura 26) – Célula globosa, grande
e repleta de grânulos de heparina (substância an-
ticoagulante) e histamina (substância envolvida
nos processos de alergia). Esta última substância
é liberada em ocasiões de penetração de certos
antígenos nos organismos e seu contato com os
mastócitos, desencadeando a consequente reação
alérgica. (MARISCOT; CARNEIRO; ABRAHAMSOHN,
2004)

Figura 26 - Célula do conjuntivo, mastócitos

mastócito mastócito ativado

Fonte: Adaptado de https://www.unifal-mg.edu.br/


histologiainterativa/wp

O que é MASTOCITOSE?

Mastocitose é o termo usa-


do para um grupo de moléstias
caracterizadas pelo acúmulo de
mastócitos na pele, com ou sem
comprometimento de outros órgãos
(figura 27). Os sintomas podem ser ape-
nas cutâneos, associados aos decor-
rentes dos órgãos envolvidos ou também
sistêmicos, pela liberação de mediadores
químicos como por exemplo, a histamina.
(FERNANDES et al. 2002)
48

Anotações:
Figura 27 – Mastocitose, distúrbios alérgicos

Fonte: Adaptado de https://www.msdmanuals.com

Plasmócito (figura 28) – Pouco numeroso no


conjunto normal, mas abundante em locais sujeitos
à penetração de bactérias, como intestino, pele
e locais em que existem infecções crônicas. É o
produtor de todos os anticorpos no combate a mi-
crorganismos. (MARISCOT; CARNEIRO; ABRAHAM-
SOHN, 2004)

Figura 28 – Características do plasmócitos

Fonte: Adaptado de https://i0.wp.com/labpratica.com.br


49

Fibras do conjuntivo:
Colágenas, elásticas e reticulares
Figura 29 – Fibras do Conjuntivo

As fibras colágenas são grossas e resistentes,


distendendo-se pouco quando tensionadas.
As fibras colágenas presentes na derme con-
ferem resistência a nossa pele, evitando que
ela se rasgue, quando esticada. Formadas pela
proteína colágeno (mais abundante do corpo).
Fibras resistentes à tração. Formando feixes
espessos.

Fibras elásticas - formadas pela proteína elas-


tina. São mais delgadas do que as colágenas.
Apresentam boa elasticidade. Completando a
resistência das fibras colágenas.

Fibras reticulares - formada pela proteína


reticulina, semelhante ao colágeno. São as
mais finas. Disposição entrelaçada (reticu-
lada). Presente em órgãos glandulares. As fi-
bras reticulares são ramificadas e formam um
trançado firme que liga o tecido conjuntivo
aos tecidos vizinhos.

A perda da elasticidade da pele (figura 29), que ocorre com o


envelhecimento, deve-se ao fato de as fibras colágenas irem, com
a idade, se unindo umas às outras, o que torna o tecido conjuntivo
mais rígido. (ALBERTS et al. 2011)
50

Figura 30 – Características da pele jovem e


envelhecida

Pele Pele Pele


jovem madura envelhecida

Ácido Colágeno Elastina


hialurônico

Fonte: Adaptado de https://karengoulart.com.br

As estrias (figura 31) são lesões decorrentes


da degeneração das fibras elásticas da pele que
ocorrem por sua distensão exagerada ou devido a
alterações hormonais. É comum o surgimento du-
rante a puberdade em decorrência do crescimento
acelerado nesta fase da vida e também na obesi-
dade e na gravidez. Atinge os dois sexos, porém é
mais frequente no sexo feminino, sendo uma das
principais queixas de estética entre as mulheres.
(MARISCOT; CARNEIRO; ABRAHAMSOHN, 2004)
51

Figura 31 – Características das estrias

Fonte: Adaptado de https://encrypted-tbn0.gstatic.com/

DIVISÃO DO TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo compreende também um


amplo grupo de tecidos chamados tecidos con-
juntivos especiais, com funções altamente espe-
cializadas (quadro 03).

Quadro 03 – Quadro dos tecidos conjuntivos

Frouxo
Propriamente
dito Não Modelado
Denso
Modelado
TECIDOS
CONJUNTIVOS Cartilaginoso

Ósseo
Especiais Especiais
Adiposo

Mieloide e
Sanguíneo

Fonte: Prórpria autora (2019).


52

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE


DITO

Funções

O tecido conjuntivo propriamente dito (figura


32) preenche espaços não ocupados por outros te-
cidos. Sustenta e nutre as células do tecido epitelial,
envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos; trans-
porta substâncias; desempenha importante papel em
processos de defesa do organismo e cicatrização.
Além disso, apresenta fibras: elásticas, colágenas e
reticulares. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)

Figura 32 – Características do tecido conjuntivo


propriamente dito
Epiderme

Conjuntivo frouxo

Conjuntivo denso

Fonte: Adaptado de https://files.passeidireto.com

Esse tecido, como o nome indica, é o típico


tecido de ligação. Ele atua na sustentação e preen-
chimento dos tecidos e, dessa forma, contribui
para que fiquem juntos, estruturando os órgãos.
Sua matriz extracelular é abundante, composta de
53

Anotações:
uma parte gelatinosa (polissacarídeo hialuronato) e
três tipos de fibras proteicas: colágenas, elásticas
e reticulares. Existem dois subtipos de tecido con-
juntivo propriamente dito, classificados de acordo
com a quantidade de matriz presente, são eles: Te-
cido Conjuntivo Propriamente Dito Frouxo e Tecido
Conjuntivo Propriamente Dito Denso. (Junqueira e
Carneiro, 2017)
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Frouxo
(figura 33) - É o que mantém as características
mais elementares nos seus componentes. É rica-
mente vascularizado e se encontra sempre abaixo
do tecido epitelial, dando-lhe suporte e garantin-
do sua nutrição. Suas células terão funções na
manutenção da homeostase tecidual, mas não
terão características especializadas no sentido
de conferir especificidade funcional ao tecido. Da
mesma forma, a matriz extracelular se apresen-
tará em sua configuração mais básica. No quadro
4, podemos observar as estruturas presentes no
conjuntivo frouxo. (Junqueira; Carneiro, 2017)

Figura 33 – Características do Tecido conjuntivo


frouxo

Tecido Epitélio

Tecido Epitélio

Fonte: Adaptado de https://projetos.unioeste.br/projetos/


microscopio
54

Anotações:
Quadro 04 – Características e estruturas
presentes no tecido frouxo
CARACTERÍSTICAS DO TECIDO ESTRUTURAS PRESENTES

Tecido de maior distribuição Fibras encontram-se frouxa-


Preenchimento mente distribuídas na matriz

Apoio e nutrição do epitélio extracelular
Envolve nervos, músculos e Fibras elásticas, colágenas e
vasos sanguíneos reticulares distribuídas igual-
mente
Isolamento de infecções
Células fibroblastos
Células macrófagos (defesa)
Células adiposas
Fonte: Prórpria autora (2019).

Tecido Conjuntivo Propriamente Dito


Denso
O tecido conjuntivo denso (figura 34), em
contrapartida, caracteriza-se pela abundância de
elementos fibrosos preferencialmente fibras de
colágeno, o que lhe confere grande resistência não
deixando grandes espaços visíveis de substância
fundamental. De acordo com a disposição de suas
fibras, pode ser subclassificado ainda como teci-
do conjuntivo denso modelado ou não modelado.
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)

Figura 34 – Tecido conjuntivo denso


Epiderme

Conjuntivo frouxo

Conjuntivo denso

Fonte: Adaptado de http://2.bp.blogspot.com


55

Anotações:
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
Denso Modelado
Apresenta predomínio de fibras colágenas ori-
entadas em um mesmo sentido, paralelas e alinha-
das aos fibroblastos e às células que as produzem.
Essa orientação em um determinado sentido con-
fere ao tecido maior capacidade de resistência à
tração. Esse tecido denso e modelado (figura 35) é
o principal constituinte dos ligamentos, tendões e
aponeuroses. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)

Figura 35 – Tecido conjuntivo denso modelado

Fonte: Adaptado de https://www.unifal-mg.edu.br

Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Denso


não Modelado (figura 36) - Neste tecido, há grande
quantidade de fibras colágenas, que estão dispos-
tas de maneira irregular, orientadas em várias e dis-
tintas direções. No quadro 5, podemos observar as
56

estruturas presentes no conjuntivo denso modela-


do e não modelado. (ROSS; PAWLINA, 2016)

Figura 36 – Características do conjuntivo denso


não modelado
Tecido epitelial
Núcleos

Tecido conjuntivo
frouxo
Tecido conjuntivo
Tecido epitelial denso não
modelado

Fibras
colágenas

Fonte: Adaptado de https://histoembrio.saomateus.ufes.br

Quadro 05– Características dos tecidos


conjuntivos não modelado e modelado
NÃO MODELADO MODELADO

Fibras colágenas dispostas Fibras colágenas dispostas em


em feixes sem organização feixes paralelos e compactos
determinada Resistentes à tensão
Exemplo: derme Exemplo: Tendões
Ligação entre ossos e músculos

Fonte: Prórpria autora (2019).

TECIDO CONJUNTIVO ESPECIAIS


Tecido Adiposo
O tecido adiposo é um tecido conjuntivo es-
pecial caracterizado pela predominância de células
especializadas, os adipócitos, associados a uma
grande irrigação sanguínea. O tecido adiposo cor-
57

Anotações:
responde, em pessoas de peso normal, a 20-25%
do peso corporal na mulher e 15-20% no homem.
(ROSS; PAWLINA, 2016)
As células do tecido adiposo se caracteri-
zam pela presença de células especializadas em
armazenar lipídios (figura 37), que funcionam como
reservas energéticas e calóricas além de auxiliar na
manutenção da temperatura corpórea. Esse tecido
é considerado a maior reserva de energia do corpo,
apesar de não ser a única. Além da dimensão do de-
pósito energético que o tecido adiposo representa,
por meio dos triglicerídeos, esse lipídeo é ainda
mais eficiente na produção de energia do que o
glicogênio. Um grama de triglicerídeos fornece 9,3
Kcal, enquanto um grama de glicogênio fornece
apenas 4,1 Kcal de energia. (ROSS; PAWLINA, 2016)

Figura 37 – Estrutura de armazenamento de


gordura nos adipócitos
Mitocôndria
Reservatório
de gordura

Membrana

Núcleo
Citoplasma
Complexo
goldiense

Fonte: Prórpria autora (2019).


58

Esse tecido forma coxins absorventes de


choque (na palma das mãos e na planta dos pés);
preenche espaço entre outros tecidos e produz
atividade secretora, sintetizando outras substân-
cias. O tecido adiposo é subdivido em tecido adipo-
so unilocular e tecido adiposo multilocular. (ROSS;
PAWLINA, 2016)

Tecido Adiposo Unilocular


Nos seres humanos adultos, praticamente todo o
tecido adiposo é o unilocular. Os adipócitos unilocu-
lares são células arredondadas e volumosas, com um
núcleo achatado localizado na periferia da célula. Seu
citoplasma é escasso e aparece de forma delgada en-
volvendo a gota lipídica. Esse tipo de tecido adiposo
possui uma cor que varia do branco ao amarelo à fres-
co, de acordo com a dieta do indivíduo e a ingestão
de alimentos com caroteno, um corante natural que
escurece a cor da gordura.

Ao nascimento, o tecido adiposo do bebê


forma uma camada uniformemente distribuída
sob a pele, chamada panículo adiposo. Com o en-
velhecimento do indivíduo, aspectos genéticos e
a liberação de hormônios sexuais e hormônios do
córtex da glândula adrenal, essa gordura é redis-
tribuída por todo o corpo, remodelando o corpo
do jovem. (ROSS; PAWLINA, 2016)

Tecido Adiposo Multilocular


O tecido adiposo multilocular recebe esse nome
porque seus adipócitos apresentam várias pequenas
gotas lipídicas distribuídas em seu citoplasma, em
contraposição à grande e única gota do tecido uni-
locular. É também chamado de tecido adiposo pardo,
devido à vascularização abundante e à presença de
numerosas mitocôndrias (que têm cor avermelhada)
em suas células.
59

Esse tecido é também chamado, em animais


que hibernam, de glândula hibernante por ser abun-
dante e possuir células dispostas de forma epiteli-
oide. A principal função deste tecido é gerar energia
na forma de calor, auxiliando na termorregulação
do organismo. As principais diferenças entre teci-
do adiposo unilocular e multilocular encontram-se
na (figura 38). (ROSS; PAWLINA, 2016)

Figura 38 – Principais diferenças entre tecido


adiposo unilocular e multilocular

Fonte: Adaptado de https://activepharmaceutica.com.br/


images/1727647360.png

Mobilização dos lipídios

Os lipídios armazenados são os triglicerídeos


(ácidos graxos e glicerol), os quais tem origem na
alimentação (quilomícrons), no fígado, sob a forma
de lipoproteínas de baixo peso molecular (VLDL) e
da síntese nas próprias células adiposas, a partir da
glicose. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
60

Os Triglicerídeos são o principal tipo de gor-


dura transportada pelo organismo. Recebe o nome
da sua estrutura química. Depois de comer, o cor-
po digere as gorduras dos alimentos e libera tri-
glicerídeos no sangue. Estes são transportados
por todo o corpo para dar energia ou para serem
armazenados como gordura. (JUNQUEIRA; CAR-
NEIRO, 2017)

Característica da celulite e da esteatose


hepática
A celulite (figura 39) é resultado do acúmulo de
gordura nas células do tecido adiposo, que faz com
que elas inchem e prejudiquem a circulação local. O
fluxo sanguíneo e linfático deficiente dificulta a oxi-
genação das células e inflama o tecido subcutâneo,
composto pelas fibras de colágeno e elastina. (DE
ROBERTIS et al. 2012)

Figura 39 – Variação no grau de celulite

Fonte: Adaptado de https://recursos.fitmoda.com.br/i/blog/


graus-celulite-6.jpg
61

Como consequência, ocorre um compro-


metimento da eliminação de líquidos, toxinas e
da reabsorção de gorduras. Além disso, o endu-
recimento das fibras forma pontos salientes e
depressões resultando no aspecto característico
da celulite, o popular efeito "casca de laranja". (DE
ROBERTIS et al. 2012)
A Esteatose hepática, popularmente conhe-
cida como “Gordura no Fígado”, é um problema de
saúde que acontece quando as células do fígado
são infiltradas por células de gordura (figura 40).
É normal haver presença de gordura no fígado, no
entanto, quando este índice chega a 5% ou mais o
quadro deve ser tratado o mais brevemente pos-
sível.

Figura 40 – Representação de fígado normal e


com esteatose hepática

Fonte: Adaptado de https://www.clinicaromanholi.com.br/


images/noticias/
62

TECIDO MIELOIDE E TECIDO


HEMATOPOIÉTICO

Ocorrência e função:
É denominado tecido mieloide, por se localizar
na medula óssea (do grego mielos, medula) e teci-
do hematopoético, por realizar a hematopoese (do
grego hemato, sangue: poiein, produzir), ou seja,
produzir as células sanguíneas. A medula óssea é
encontrada no canal medular dos ossos longos e
nas cavidades dos ossos esponjosos. (figura 41) (DE
ROBERTIS et al. 2012)

Figura 41 – Local de produção das células Mieloide


e Sanguínea
MEDULA ÓSSEA VERMELHA E CÉLULAS-TRONCO
As células-tronco da medula óssea diferenciam-se em duas linhagens: as
células-tronco mieloides, que originam hemácias, plaquetas, neutrófilos,
basófilos, eosinófilos e monócitos B e T.

Medula fêmur
óssea

Célula
linfóide
Célula
mieloide
Célula-mãe

Neutróficos linfócitos
hemácias Plaquetas

Fonte: Adaptado de https://i0.wp.com/sechat.blog/wp-


63

Anotações:
O sangue é um tecido conjuntivo especializado
que circula em um sistema fechado de canais, repre-
sentado pelo coração, artérias, capilares e veias. Além
de transportar nutrientes a todas as células e retirar
os produtos tóxicos resultantes do metabolismo, o
sangue conduz, de um órgão para o outro, hormônios
e outras substâncias reguladoras da atividade celu-
lar. O sangue atua também nos processos de defesa,
carregando anticorpos e células que destroem agen-
tes invasores e ajudam na cicatrização e recuperação
de tecidos lesionados. O sangue ainda distribui calor,
mantendo constante a temperatura do corpo, e auxilia
na manutenção do equilíbrio ácido/básico e osmótico
dos fluidos corporais. (KIERSZENBAUM, 2004)
No homem, o sangue consiste de um fluido vis-
coso, de cor vermelha e tonalidade variável. Possui
um pH levemente alcalino (7,4) e é responsável por
aproximadamente 7% do peso corporal (+/- 5,5 L num
indivíduo adulto). Os componentes do sangue podem
ser separados por centrifugação, desde que seja
coletado com uso de anticoagulantes (KIERSZEN-
BAUM, 2004). Dessa forma, podem-se obter:

Figura 42 – Mastocitose, distúrbios alérgicos

Fonte: Prórpria autora (2019).


64

Anotações:
Glóbulos vermelhos (hemácias): represen-
tam de 42% a 47% do volume total de sangue (he-
matócrito); glóbulos brancos (leucócitos) e plaque-
tas: vão formar a papa leucocitária.
PAPA LEUCOCITÁRIA - Designação conferida
à camada delgada e translúcida, que representa
apenas 1% do volume total de sangue; plasma san-
guíneo: componente líquido do sangue, no qual os
outros componentes estão diluídos e que represen-
ta aproximadamente 55% do volume do sangue. (Ki-
erszenbaum, 2004)

HEMÁCIAS, GLÓBULOS VERMELHOS OU


ERITRÓCITOS

Os glóbulos vermelhos (figura 43) são as células


mais numerosas do sangue (cerca de 4,5 a 6 milhões
por mm3 de sangue).

Figura 43 – Representação dos glóbulos


vermelhos

Fonte: adaptado de https://revista.abrale.org.br/wp


65

Anotações:
Nos mamíferos são células anucleadas e têm a
forma de disco bicôncavo, para facilitar a entrada e a
saída do oxigênio, mas em todos os vertebrados con-
têm um pigmento vermelho, rico em ferro, a hemo-
globina, cuja função é o transporte, principalmente
do gás oxigênio, para o processo respiratório. No ser
humano, os glóbulos vermelhos duram cerca de 120
dias, sendo destruídos no fígado e no baço e substi-
tuídos por novos glóbulos vermelhos produzidos na
medula óssea vermelha. (KIERSZENBAUM, 2004)
As hemácias são células anucleadas somente
em mamíferos. Aves, peixes e répteis, por exemplo,
possuem hemácias nucleadas. (KIERSZENBAUM,
2004)
Um indivíduo pode apresentar os sintomas
de anemia quando no seu sangue ocorre baixa
concentração de hemoglobina pela diminuição
no número de glóbulos vermelhos ou pela
concentração baixa de hemoglobina em cada célula
quando o número de glóbulos vermelhos é normal.
(figura 44) (KIERSZENBAUM, 2004)

Figura 44 – Sintomas da anemia

Fonte: Adaptado de https://static.wixstatic.com


66

Anotações:
As causas da anemia podem ser falta de fer-
ro na alimentação, perdas crônicas de sangue ou
carência de vitamina B.

Glóbulos brancos

Essas células, também chamadas de leucóci-


tos, são incolores e esféricas quando no sangue.
São originadas na medula óssea e só permanecem
na circulação sanguínea enquanto são transporta-
das até os locais onde atuam. Ao chegar nesses lo-
cais, orientadas pela liberação de substâncias qui-
miotáticas, os leucócitos atravessam a parede dos
vasos, por um processo chamado diapedese, e, só
então, ao atingirem os tecidos, é que vão desem-
penhar suas funções específicas. Em um indivíduo
adulto normal há entre 6.500 e 10 mil leucócitos por
mm3. Quando esse número está alterado, pode ser
classificado como leucocitose (número aumenta-
do) e leucopenia (número reduzido). (KIERSZEN-
BAUM, 2004)
De acordo com a presença de grânulos cito-
plasmáticos, os leucócitos são classificados em
dois grupos: GRANULOCITOS E AGRANULOCITOS,
apresentados na figura 45.
67

Figura 45 – Desenho esquemático das células


brancas com e sem grânulos

AGRANULÓCITOS (não
GRANULÓCITOS (apresentam
apresentam
grânulos no citoplasma)
grânulos no citoplasma)

Denso
esquemático

Núcleo Núcleo Grânulos Núcleo muito Núcleo em


geralmente bilobulado. citoplasmáticos condensado, forma de
Características trilobulado. muito grandes, ocupando rim.
geral chegando a quase toda a
mascarar o célula.
núcleo.

Fagocitar Fagocitar Liberar heparina Produção de Fagocitar


elementos apenas (anticoagulante) anticorpos. bactérias,
Função estranhos ao determinados e histamina Os linfócitos vírus e
organismo. elementos. (substância estão fungos.
Em doenças vasodilatadora relacionados
alérgicas, ou em processos aos
provocadas alérgicos). processos de
por parasitas rejeição de
intestinais, há enxertos.
aumento no
número dessas
células.
Número
aproximado
em cada mm3 4 800 240 80 2 400 480

Fonte: Adaptado de https://files.passeidireto.com


68

Anotações:
PLAQUETAS

As plaquetas são pequenos corpúsculos que


resultam da fragmentação de células gigantes da
medula óssea denominadas megacariócitos (figura
46). Seu número, por mm3 de sangue, varia entre
150 mil e 400 mil. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)

Figura 46– Fragmentação do megacariócito para


transformação em plaquetas.

Fonte: Adaptado de https://d3043uog1ad1l6.cloudfront.net/


uploads

Elas detêm as hemorragias, pois desen-


cadeiam o processo de coagulação do sangue, com
a participação de fatores proteicos e íons cálcio.
Vida média 10 a 14 dias.

Processo de Coagulação sanguínea

A coagulação do sangue é um processo ex-


tremamente importante para nossa saúde, uma vez
que evita a perda excessiva de sangue por hemorra-
gias. Quando ocorre qualquer tipo de lesão que gera
69

extravasamento de sangue logo se inicia a coagu-


lação, que se baseia em mudanças físicas e quími-
cas do sangue, com envolvimento de vários fatores.
(figura 47) (KIERSZENBAUM, 2004)

Figura 47 – Processo de coagulação sanguínea via


intrínseca e extrínseca

Fonte: Adaptado de https://58b04f5940c1474e557e363a.


static-01.com

Esquema da cascata da coagulação, propos-


to na década de 1960, com a divisão do sistema de
coagulação em duas vias. CAPM: cininogênio de alto
peso molecular; PK: pré-calicreína. A coagulação
ocorre graças a uma série de reações que acontece
entre proteínas chamadas de fatores de coagulação.
Normalmente esses fatores são representados por
algarismos romanos, e a forma ativada é indicada
por uma letra “a” que aparece logo após o algarismo.
(EYNARD, VALENTICH, ROVASIO, 2011).
70

Anotações:
Tecido Cartilaginoso

A cartilagem é um tipo tecido conjuntivo


formado de dois tipos celulares, CONDRÓCITOS e
CONDROBLASTOS (figura 48), e de uma matriz ex-
tracelular abundante, altamente especializada e
vascular. O tecido cartilaginoso existe no corpo sob
forma de peças cartilaginosas de tamanhos muito
variados. Os grupos isógenos são grupos de até 32
células, que são originadas de um único condróci-
to. Encontra-se mais profundamente, em relação
ao pericôndrio (é uma camada de tecido conjuntivo
do tipo denso não modelado que envolve as cartila-
gens). Na cartilagem do adulto, os condrócitos fre-
quentemente estão situados em grupos compac-
tos ou podem estar alinhados em fileiras. (EYNARD,
VALENTICH, ROVASIO, 2011)

Figura 48 – Características dos condroblastos e


condrócitos e formação do grupo isógeno.

Fonte: Adaptado de https://www.unifal-mg.edu.br/


histologiainterativa/wp-c
71

Anotações:
A função do tecido cartilaginoso é de con-
ferir suporte a tecidos moles (anéis da traqueia,
por exemplo), revestir as superfícies articulares
dos ossos, e propiciar a formação e o crescimen-
to dos ossos longos. (figura 49) (EYNARD, VALEN-
TICH, ROVASIO, 2011)

Figura 49– Localização do tecido cartilaginoso

Fonte: Adaptado de http://3.bp.blogspot.com

Formação da cartilagem - Durante sua for-


mação embrionária, as células do mesênquima
retraem seus prolongamentos e adquirem uma
forma arredondada multiplicando-se rapidamente
e formando um aglomerado celular. Essas células
jovens são chamadas condroblastos e iniciam a sín-
72

tese da matriz extracelular, distanciando-se umas


das outras. Quando a matriz começa a adquirir uma
consistência mais rígida, os condroblastos ficam
presos em espaços ligeiramente maiores do que
eles denominados cápsulas ou condroplastos. Os
condroblastos multiplicam-se por mitose, dando
origem a grupos de até 8 condrócitos chamados
grupos de isógenos. (figura 50) (ALBERTS et al.
2011).

Figura 50 – Formação das cartilagens

Pericôndrio

Fibroblasto Matriz
cartilaginosa

Condroblasto

Cápsula

Grupo isógeno

Fonte: Adaptado de https://encrypted-tbn0.gstatic.com

Pericôndrio – tecido conjuntivo responsável


pela nutrição, oxigenação e eliminação de resídu-
os metabólicos da cartilagem. Suas células são
semelhantes aos fibroblastos, mas as localizadas
mais próximas da cartilagem podem se multipli-
car, dando origem a novos condroblastos. Nas car-
tilagens presentes em articulações sinoviais, a nu-
trição deste tecido é feita por difusão pelo líquido
sinovial. Existem três tipos de cartilagens: elástica,
hialina, fibrosa. (figura 51) (ALBERTS et al. 2011)
73

Figura 51 – Infográfico sobre tecido cartilaginoso

Fonte: Adaptado de https://files.passeidireto.com

O crescimento das cartilagens acontece de


duas formas. O primeiro, consiste no crescimen-
to intersticial: que só acontece nos primeiros mo-
mentos da vida da cartilagem, referindo-se à divisão
mitótica dos condroblastos, dando origem aos gru-
pos isogênicos e à expansão da cartilagem daí re-
sultante. Já o segundo, consiste no crescimento
aposicional. Esse tipo de crescimento se dá a partir
das células condrogênicas do pericôndrio, que se
diferenciam em condroblastos, se multiplicam e pro-
duzem uma nova matriz cartilaginosa, promovendo
o crescimento da cartilagem. (ALBERTS et al. 2011)
Unidade 3
Videoaula 1

Videoaula 2
76
77

TECIDO ÓSSEO

Os ossos são os principais


componentes do esqueleto (figura
52), tendo diversas funções. En-
tre elas, podemos citar: proteção
para órgãos como coração, pul-
mões e o sistema nervoso central.
A sustentação e conformação do
corpo. Funciona também como
local de armazenamento de íons
de cálcio e fósforo, além da res-
tituição desses elementos à cor-
rente sanguínea de acordo com
as necessidades do organismo,
ou seja, participam da regulação
da calcemia, cuja estabilidade é
indispensável ao bom equilíbrio
78

Anotações:
de várias funções orgânicas (ação de enzimas, per-
meabilidade de membranas, coagulação do sangue,
transmissão do impulso nervoso, contração mus-
cular etc.). Constituem também um sistema de ala-
vancas que, juntamente com os músculos, permite
a locomoção de partes do corpo e a ampliação da
força muscular. Por fim, alojam e protegem a medu-
la óssea. (ALBERTS et al. 2011)

Figura 52 – Tecido ósseo como principal


componente do esqueleto

Fonte: Adaptado de https://1.bp.blogspot.com

De uma forma geral, nos indivíduos adultos,


os ossos são constituídos de uma parte externa
de osso compacto, sem cavidades aparentes, e de
uma parte interna, trabecular, com múltiplas cavi-
dades intercomunicantes, constituindo o osso es-
ponjoso. (figura 53) (ALBERTS et al. 2011)
79

Anotações:
Figura 53 – Característica do osso no adulto
cartilagem articular
osso esponjoso
epífese com medula óssea vermelha

osso compacto
cavidade medular

medula amarela

perióstio

Fonte: Adaptado de https://static.biologianet.com

As cavidades intertrabeculares do osso es-


ponjoso e o canal medular da diáfise dos ossos lon-
gos correspondem a um espaço designado medula
óssea, a qual possui duas variedades de tecido rela-
cionadas com a produção dos elementos figurados
do sangue: medula óssea vermelha ou hematogêni-
ca (encontrada nos ossos longos, nos ossos chatos,
no esterno e nas costelas), na qual se desenvolvem
os elementos figurados do sangue, e medula óssea
amarela, preenchida por tecido adiposo e encon-
trada na cavidade medular dos ossos longos. (figura
54) (ALBERTS et al. 2011)
80

Anotações:
Figura 54 - Esquema de um osso longo,
evidenciando suas porções:
epífise, metáfise e diáfise

Fonte: Adaptado de https://files.passeidireto.com

Matriz Óssea

A matriz extracelular (figura 55) do tecido ós-


seo pode ser dividida em dois tipos de constitu-
intes: uma matriz orgânica e uma matriz inorgâni-
ca. Matriz orgânica: formada principalmente por
colágeno I, cujas fibras estão imersas em um meio
gelatinoso de mucopolissacarídeos, água e eletróli-
tos, além de glicoproteínas específicas com grande
afinidade pelo cálcio (osteocalcina, por exemplo).
Matriz inorgânica: representa cerca de 50% da ma-
triz óssea, e é composta de íons, principalmente de
cálcio e fosfato, além de bicarbonato, magnésio,
potássio, sódio e citrato em pequenas quantidades.
(ALBERTS et al. 2011)
81

Figura 55 – Corte histológico da matriz óssea

Fonte: Adaptado de http://mol.icb.usp.br/wp-content/


uploads/7-5-A.jpg

Assim que é produzida, a matriz óssea ainda


não está classificada e possui uma consistência
delicada, sendo chamada osteoide. Íons de cálcio
e fosfatos provenientes da circulação sanguínea
se ligam, formando cristais de hidroxiapatita
(Ca10(PO4)6(OH)2). Esses cristais de hidroxiapatita,
por sua vez, ligam-se às fibras de colágeno I do os-
teoide, promovendo o endurecimento característi-
co do osso. (ALBERTS et al. 2011)

Células do tecido ósseo

No tecido ósseo temos alguns tipos de célu-


las muito peculiar que são: osteoblasto, osteócitos,
osteoclasto. (figura 56) (ALBERTS et al. 2011)
82

Figura 56 – Células do tecido ósseo

Fonte: Adaptado de https://www.unifal-mg.edu.br

OSTEOBLASTOS

São as células do tecido ósseo encarregadas


de produzir a osteoide, a parte orgânica da matriz
óssea. São células grandes e cuboides com várias ex-
pansões citoplasmáticas que se ligam às expansões
citoplasmáticas dos osteoblastos vizinhos. Mantêm
essas características descritas até o enrijecimento
da matriz óssea decorrente da ligação da hidroxiapa-
tita à osteoide. (ALBERTS et al. 2011)

OSTEÓCITOS

Quando ocorre o enrijecimento da matriz ós-


sea, os osteoblastos ficam aprisionados em es-
paços chamados lacunas (ou osteoplastos), que
circunscrevem a estrutura principal das células.
A partir desse momento, suas características se
83

Anotações:
modificam e eles passam a ser chamados osteóci-
tos. (ALBERTS et al. 2011)
A interrupção da produção de matriz faz com
que toda a célula se retraia, tornando-se achatada e
com pouca basofilia. Os prolongamentos celulares
percorrem canais, os canalículos ósseos que vão se
ligar às lacunas e canalículos vizinhos, constituindo
uma rede que vai permitir a intercomunicação entre
os prolongamentos dos osteócitos, permitindo a sua
nutrição a partir de vasos sanguíneos que atraves-
sam a estrutura óssea. (ALBERTS et al. 2011)
A interrupção da produção de matriz faz com
que toda a célula se retraia, tornando-se achatada e
com pouca basofilia. Os prolongamentos celulares
percorrem canais, os canalículos ósseos que vão se
ligar às lacunas e canalículos vizinhos, constituindo
uma rede que vai permitir a intercomunicação entre
os prolongamentos dos osteócitos, permitindo a sua
nutrição a partir de vasos sanguíneos que atraves-
sam a estrutura óssea. Embora não produzam mais
matriz, a presença dos osteócitos é essencial para
a homeostase do tecido e a manutenção da matriz
óssea. A morte de uma dessas células é seguida pela
reabsorção da matriz que a envolve. (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2017)

OSTEOCLASTOS

Localizadas na superfície do tecido ósseo que


vai ser reabsorvido, essas células são caracteriza-
das por sua grande dimensão, sua multiplicidade
de núcleos, sua mobilidade e por possuir várias
projeções celulares na face voltada para o tecido
ósseo. A superfície dos osteoclastos, que está em
84

Anotações:
contato com a região onde ocorrerá a reabsorção
da matriz óssea, é rica em microprojeções celu-
lares irregulares, chamadas também borda em es-
cova. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
O citoplasma, principalmente nessas áreas,
contém abundantes vesículas e vacúolos, cujo ma-
terial vai realizar a hidrólise enzimática da osteoide,
liberando o cálcio para ser reutilizado pelo organis-
mo. Todo tipo de osso vai possuir dois elementos es-
senciais que revestem suas superfícies internas e
externas. Essas estruturas são, respectivamente,
o endósteo e o periósteo, e são responsáveis,
principalmente, pela nutrição, crescimento e
recuperação de danos nos ossos. (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2017)
Tecido ósseo primário - O tecido ósseo
primário (ou imaturo) se estrutura durante a vida
embrionária ao ocorrer a primeira ossificação, ou
durante a reparação de uma fratura. Nesse tipo de
osso, as fibras colagenosas estão dispostas alea-
toriamente, sem orientação definida, havendo uma
menor quantidade de minerais, o que confere a
esse tecido ósseo resistência menor que o tecido
ósseo secundário. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
Tecido ósseo secundário - O tecido ósseo se-
cundário (ou lamelar) surge em substituição ao te-
cido ósseo primário. No tecido ósseo secundário,
as fibras colagenosas se organizam de modo a
formar lamelas concêntricas ao redor de canais
onde transitam vasos sanguíneos. Esse conjunto é
chamado sistema de Havers, e confere ao osso se-
cundário maior resistência do que o osso primário.
O canal no centro das lamelas ósseas que contém
um vaso sanguíneo é chamado canal de Havers.
85

Anotações:
Acompanhando a arquitetura ramificada dos vasos
sanguíneos, há canais transversais chamados ca-
nais de Volkmann. Os canais de Volkmann ligam os
canais de Havers entre si e os canais de Havers com
a cavidade medular e com a superfície externa do
osso. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
Tipos de ossificação - No embrião, a formação
do osso ocorre por meio de dois mecanismos: a os-
sificação intramembranosa e a ossificação endo-
condral.
Ossificação intramembranosa ou endocon-
juntiva - A designação intramembranosa é conferi-
da a esse processo por ele ocorrer em uma área de
densificação de elementos fibrosos do tecido con-
juntivo embrionário, erroneamente denominado
membrana conjuntiva. Atualmente, há autores que
utilizam a designação endoconjutiva para ressaltar
que esse processo de ossificação ocorre no tecido
conjuntivo. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
Ossificação endocondral é o processo de for-
mação dos ossos longos e curtos, a partir de um
molde de tecido cartilaginoso (figura 57).

Figura 57 – Ossificação endocondral

Fonte: Adaptado de http://1.bp.blogspot.com


86

Anotações:
Pode-se dizer que este processo segue os se-
guintes passos: (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
1. Ao redor da peça cartilaginosa, o pericôn-
drio começa a se ossificar, formando, as-
sim, um cilindro ósseo ao redor da peça de
cartilagem.
2. Os condrócitos, situados no interior deste
modelo cartilaginoso, se hipertrofiam,
dilatando as suas cápsulas. Eles também,
quando hipertrofiados, produzem fatores
angiogênicos (fator de crescimento en-
dotelial vascular. VEGF) que induzirão à
formação de vasos sanguíneos a partir do
pericôndrio.
3. Com o surgimento desses vasos sanguí-
neos, as células condrogênicas se trans-
formam em osteogênicas, dando origem a
osteoblastos. Estes osteoblastos iniciam
a produção de osteoide, que enrijece for-
mando centros de ossificação primária,
colaborando na formação de um colar sub-
perióstico ao redor da diáfise cartilagino-
sa.
4. Esse colar ósseo impede a difusão dos nu-
trientes para o interior da cartilagem, le-
vando à morte dos condrócitos hipertrofi-
ados, formando grandes concavidades no
interior do molde cartilaginoso.
5. Osteoclastos, ao reabsorver o tecido ósseo,
formam orifícios no colar ósseo, permitido
que um broto vascular perióstico (compos-
to de células osteogênicas, células hema-
togênicas e vasos sanguíneos) penetre nas
cavidades do molde cartilaginoso.
87

Figura 58 – Tecido Conjuntivo Ósseo

Fonte: Adaptado de https://i.pinimg.com/originals

TECIDO MUSCULAR

O tecido muscular é formado por células


especializadas cuja função é a contração. Essas
células são também chamadas de fibras muscu-
lares ou miócitos (figura 59); Elas são capazes de
se contrair e gerar movimentos do corpo e são
encontradas agrupadas em massas macroscópi-
cas denominadas músculos, que são as estruturas
ativas do aparelho locomotor, enquanto os ossos
são as estruturas passivas. (MORISCOT; CARNEIRO;
ABRAHAMSOHN, 2004)
88

Anotações:
Figura 59 – Fibras musculares ou miócitos

Fonte: Adaptado de https://encrypted-tbn0.gstatic.com

Os tecidos musculares podem ser classi-


ficados em: tecidos musculares estriados, que
podem ser esqueléticos ou cardíacos, e tecidos
musculares lisos. (MORISCOT, CARNEIRO, ABRA-
HAMSOHN, 2004)

Tecido Muscular Estriado esquelético

Esse tecido apresenta contração voluntária,


e células multinucleadas com estrias longitudinais
e transversais (figura 60). Entre as suas funções,
podemos citar a formação dos músculos, órgãos
ligados à estrutura óssea, que permite a movimen-
tação do corpo e além disso, constitui a maior parte
da musculatura do corpo (CARNE).

Figura 60 – Esquema do músculo esquelético

Fonte: Adaptado de http://s3-sa-east-1.amazonaws.com


89

Anotações:
O citoplasma das fibras musculares esqueléti-
cas encontra-se repleto por miofibrilas com a pre-
sença de retículo sarcoplasmático, mitocôndrias e
outras organelas. As miofibrilas são estruturas cilín-
dricas que se estruturam e formam sarcômeros, que
são as unidades funcionais (contráteis) do músculo
esquelético. O alinhamento dos sarcômeros é re-
sponsável pelas estriações transversais presentes
nos músculos estriados (figura 61). (MORISCOT,
CARNEIRO, ABRAHAMSOHN, 2004). Nesse sentido
os sarcômeros das miofibrilas são compostos de
miofilamentos que vão gerar a contração muscular,
esses filamentos são contráteis e formados por um
conjunto de proteínas.

Figura 61 – Esquema apresentando o músculo


esquelético com o alinhamento dos sarcômeros

Fonte: Adaptado de https://www.sistemanovi.com.br/


90

Anotações:
Miofilamentos finos de actina

São compostos por actina, tropomiosina e


tropomina. A actina que constitui filamentos é
chamada actina F (filamentosa) e é constituída por
monômeros de actina G (globosa). A actina globo-
sa possui duas polaridades, que vão orientar a for-
mação do filamento proteico. A tropomiosina é for-
mada por duas cadeias polipeptídicas enroladas em
alfa-hélice, que vão ocupar o sulco formado pelos
filamentos de actina F; cada molécula de tropomio-
sina se estende por 7 monômeros de actina e se liga a
um complexo troponina. A troponina é um complexo
formado por três proteínas: TnI, TnC e TnT, a troponi-
na T se liga à molécula de tropomiosina e a troponina
I é responsável por inibir a ligação da miosina com
a actina. Já a troponina C se liga aos íons de cálcio.
(MORISCOT, CARNEIRO, ABRAHAMSOHN, 2004)

Miofilamentos grossos de miosina

Esses filamentos são espessos e podem


ser subdivididos em duas estruturas essenciais.
A porção mais alongada, que compõe a cauda da
molécula de miosina dá estruturação ao miofila-
mento de miosina de uma forma geral e é chamada
meromiosina leve. Na extremidade dessa porção
alongada, encontra-se uma cabeça semelhante
à extremidade de um taco de golfe, que recebe o
nome de meromiosina pesada, juntamente com um
discreto. A meromiosina pesada possui atividade
ATPásica e é responsável pela interação com os
filamentos de actina. Nos sarcômeros, esses mio-
filamentos estão organizados de forma apropriada,
91

que compõe áreas claras e escuras que se inter-


calam formando todo um conjunto de bandas (I, A,
H) e de linhas (Z e M) que, ao se repetirem por toda
a extensão da fibra muscular, são responsáveis
pela imagem das estriações transversais visualiza-
das ao microscópio de luz. (MORISCOT, CARNEIRO,
ABRAHAMSOHN, 2004)

Tecido muscular estriado cardíaco

O músculo cardíaco é um músculo de con-


tração involuntária (figura 58) e, assim como o es-
quelético, é constituído por fibras que apresentam
estrias transversais, denotando a organização dos
seus miofilamentos em sarcômeros. As células
cardíacas são envoltas por uma delicada camada
de tecido conjuntivo e suas células são alongadas,
mas não tanto quanto as esqueléticas e, ramifica-
das, com um ou dois núcleos centrais. (figura 62)
(Moriscot, Carneiro, Abrahamsohn, 2004)

Figura 62 – Características do músculo cardíaco

Fonte: Adaptado de http://s3-sa-east-1.amazonaws.com

Unindo duas células cardíacas, há complexos


juncionais especializados chamados discos inter-
calares. (MORISCOT, CARNEIRO, ABRAHAMSOHN,
2004)
92

Figura 63 – Esquema do músculo cardíaco – corte


longitudinal e transversal

Fonte: Adaptado de https://www.sobiologia.com.br

Os discos intercalares são visualizados ao


microscópio de luz como uma linha mais escura na
forma de uma reta ou em degraus e são compos-
tos por junções de adesão, desmossomos e junções
comunicantes. São estruturas características do
tecido muscular cardíaco. (MORISCOT, CARNEIRO,
ABRAHAMSOHN, 2004)

Músculo liso

As células do músculo liso são alongadas e


fusiformes com um único núcleo oval e central
(figura 65). São células de contração involuntária
presentes na parede de vários órgãos, como, por
exemplo, a via digestória, na qual são responsáveis
pelos movimentos peristálticos. (MORISCOT, CAR-
NEIRO, ABRAHAMSOHN, 2004)
93

Figura 64 – Características do tecido muscular


liso

Fonte: Adaptado de http://s3-sa-east-1.amazonaws.com

As células musculares lisas são envoltas


por uma lâmina basal e uma fina rede de fibras
reticulares, que recebe a denominação lâmina
externa. Como nos outros tipos de tecido mus-
cular, os seus elementos contráteis são os mio-
filamentos de actina e miosina. A diferença re-
side no fato de esses miofilamentos não estarem
dispostos na forma de sarcômeros, mas de forma
aleatória. Assim, não há estriações transversais em
sua estrutura, além disso, os filamentos de actina
são formados somente de moléculas de actina e
tropomiosina.
O cálcio utilizado na contração muscular
desse tecido é armazenado no interior da célula,
em vesículas denominadas cavéolas. Esse tipo de
músculo recebe inervações simpáticas e paras-
simpáticas (que são antagônicas), mas não há es-
truturas parecidas com a placa motora. As fibras
nervosas liberam neurotransmissores (acetilcolina
e noradrenalina) no espaço intercelular que se di-
fundem, alcançando e despolarizando as células
musculares. Quando despolarizadas, as cavéolas
liberam o cálcio e se inicia a contração dos miofila-
mentos. (figura 65) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
94

Figura 65 – Esquema do músculo liso

Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro, 2017

TECIDO NERVOSO

O tecido nervoso tem sua origem do ecto-


derma, mais especificamente no neuroectoder-
ma, e forma o sistema nervoso. Esse sistema é
responsável pelo bom funcionamento interno do
organismo (sistema neurovegetativo) e por mediar
sua relação com o meio ambiente (sistema nervo-
so cerebroespinhal). O tecido nervoso é constituí-
do por células especializadas chamadas neurônios
responsáveis por definir a característica funda-
mental desse sistema e por outras células que dão
suporte ao neurônio, as células da neuroglia ou
neuroglia ou glia (figura 66). A especialização celu-
lar consiste na capacidade de receber informações
externas ou internas e convertê-las em impulsos
elétricos que serão transmitidos por redes de co-
municação integradas e complexas. (MORISCOT,
CARNEIRO, ABRAHAMSOHN, 2004)
95

Anotações:
Figura 66 – Estruturas constituintes do tecido
nervoso

Fonte: Adaptado de https://www.infoescola.com

O sistema nervoso pode ser dividido anatomi-


camente em sistema nervoso central (SNC) e siste-
ma nervoso periférico (SNP).

Neurônios

Os neurônios também são chamados de células


nervosas (figura 67), e representam as unidades fun-
cionais do tecido nervoso. Seu número no sistema
nervoso humano aproxima-se da ordem de grandeza
de 1010. Funcionalmente, os neurônios são classifi-
cados em três tipos principais. O primeiro, consiste
nos neurônios sensoriais, responsáveis por trans-
portar os impulsos das terminações nervosas para
o SNC. O segundo, são os neurônios motores, que
transportam o impulso do SNC em direção às células
efetoras; e os neurônios que formam uma extensa
rede intermediária que liga os neurônios sensoriais
aos neurônios motores, chamados interneurônios,
96

Anotações:
grande parte dos neurônios existente no corpo faz
parte desta rede intermediária. (MORISCOT, CAR-
NEIRO, ABRAHAMSOHN, 2004)

Figura 67 – Neurônios células nervosas

Fonte: Adaptado de https://ccb.med.br

Algumas características estruturais são co-


muns a todos os neurônios, sendo possível identi-
ficar três regiões morfológicas com funções espe-
cíficas. Entre elas podemos citar os dendritos, o
pericário e o axônio. Os detritos partem do corpo
celular e possuem prolongamentos. Já o pericário,
contém o núcleo e grande parte das organelas da
célula, apresentando regiões basófilas denomina-
das corpúsculos de Nissil. já o axônio, assim como
os dendritos, também partem do corpo celular e
possuem prolongamentos. (figura 68) (EYNARD,
VALENTICH, ROVASIO, 2011)
97

Anotações:
Figura 68– Regiões morfológicas dos neurônios

Fonte: Adaptado de https://static.wixstatic.com

De acordo com o número desses prolon-


gamentos, poderemos classificar os neurônios
como multipolares (apresentam um axônio e dois
ou mais dendritos), bipolares (um axônio e um den-
drito), ou unipolares (um axônio que se divide em
dois ramos em uma região próxima ao corpo celu-
lar). (EYNARD, VALENTICH, ROVASIO, 2011)

Sinapse

Representa o local de comunicação entre


dois neurônios (figura 69). Na sinapse química, há
uma proximidade entre o botão terminal do axônio
de um neurônio (chamado de botão pré-sináptico)
e o dendrito de outro neurônio (chamado botão
pós-sináptico), sem que haja contato físico en-
tre esses dois elementos. O espaço entre os dois
neurônios é chamado fenda sináptica. O botão
pré-sináptico contém mediadores químicos (neu-
rotransmissores) em seu interior armazenados em
vesículas sinápticas, que serão liberados na fen-
da sináptica provocando o estímulo do neurônio
seguinte. O impulso nervoso, ao chegar ao botão
98

Anotações:
sináptico, provoca a entrada de cálcio fazendo com
que as vesículas sinápticas se fundam à membra-
na pré-sináptica, liberando os transmissores para o
espaço extracelular. (EYNARD, VALENTICH, ROVA-
SIO, 2011)

Figura 69 – Sinapse – local de comunicação entre


dois neurônios

Fonte: Adaptado de https://encrypted-tbn0.gstatic.com

Alguns transmissores, como a acetilcolina


(ACh), noradrenalina (NA), dopamina (DA) e sero-
tonina são identificados. A acetilcolina, por exem-
plo, é o transmissor que funciona entre o neurônio
e o músculo estriado esquelético, tendo o efeito
do transmissor rapidamente interrompido após ter
sido liberado na fenda sináptica. (EYNARD, VALEN-
TICH, ROVASIO, 2011).
99

NEUROGLIA

A neuroglia atua na estruturação do SNC e é


conhecida como células da glia ou neuroglia (figura
70).

Figura 70 - Tipos celulares da neuroglia

Fonte: Adaptado de https://static.biologianet.com

São identificados três principais tipos celu-


lares: astrócitos, oligodendrócitos e micróglia.

MICRÓGLIA - São os macrófagos do SNC,


responsáveis pela remoção de restos celulares
durante o desenvolvimento normal do sistema
nervoso e pela fagocitose de outras substâncias
estranhas que possam aparecer no SNC. São
células ricas em lisossomos e apresentam retículo
endoplasmático rugoso bem desenvolvido.

Fonte: Adaptado de https://media.istockphoto.com


100

ASTRÓCITOS- São as maiores células da neuroglia.


Dividem-se em dois tipos: protoplasmáticos
(predominantes na substância cinzenta) e
fibrosos (predominantes na substância branca).
Essas células apresentam numerosas projeções
citoplasmáticas que envolvem grande parte dos
vasos sanguíneos (chamadas pés-vasculares)
e se expandem em direção aos neurônios (pés-
terminais). Participam do processo de regulação
do transporte de substâncias para os neurônios
do SNC, contribuindo para a formação da barreira
hematoencefálica.

OLIGODENDRÓCITOS - Esse tipo celular é o


responsável pela formação da fibra nervosa do
SNC. Seus prolongamentos são capazes de
envolver os prolongamentos dos neurônios,
podendo formar a bainha de mielina de vários
neurônios ao mesmo tempo.

Fonte: Adaptado de https://media.istockphoto.com

CÉLULAS DE SCHWANN - São as células


responsáveis pela formação da fibra nervosa no
SNP (figura 71). As células de Schwann podem
se enrolar em volta do axônio seguidas vezes,
formando a bainha de mielina. São necessárias
várias células de Schwann para envolver um axô-
nio. (EYNARD, VALENTICH, ROVASIO, 2011)
101

Anotações:
Figura 7 1 – Esquema ampliado mostrando as
células de Schwann

Fonte: Adaptado de https://s3-eu-west-1.amazonaws.com

Condução do impulso nervoso - As células do


nosso corpo, principalmente as células do tecido
nervoso, apresentam um potencial elétrico na sua
membrana plasmática. Esse potencial elétrico con-
fere uma carga positiva na face externa da membra-
na plasmática e uma carga negativa na face interna.
Essa polarização da membrana se deve às variações
de concentrações de íons entre o meio intra e ex-
tracelular. Essa diferença é mantida pelo funciona-
mento da bomba de Na+ e K+, graças à presença de
ATPases na membrana que liberam energia para o
transporte dos íons. Em uma condição de repouso,
a concentração externa de Na+ é maior do que a in-
terna e a concentração interna de K+ é maior do que
a externa. (figura 72) (YOUNG et al. 2007)
Quando um neurônio é estimulado com de-
terminada intensidade, há uma modificação do
funcionamento da bomba iônica. O estímulo provo-
ca um aumento da permeabilidade da membrana
plasmática do neurônio ao íon sódio levando à en-
102

trada deste íon no citoplasma. Essa entrada de íons


sódio provoca uma inversão local da polaridade da
membrana; a face interna da membrana passa a
ter carga positiva, e a face externa, carga negativa.
Essa inversão de polaridade se propaga pela mem-
brana da célula nervosa normalmente dos dendri-
tos ao axônio, sendo que as regiões iniciais tendem
a voltar a seu estado inicial de polarização pela ação
da bomba de Na+ e K+. (YOUNG et al. 2007)

Figura 72 - Condução do impulso nervoso

Fonte: Adaptado de https://static.mundoeducacao.


uol.com.br
103
Unidade 4
Videoaula 1 Videoaula 2

Videoaula 3 Videoaula 4
106
107

REPRODUÇÃO
HUMANA

A reprodução humana en-


volve a união de um ovócito de
uma mulher e um espermato-
zoide de um homem (figura 73).
Cada célula traz a metade da in-
formação genética para a união
de tal maneira que a nova célula,
um zigoto, recebe a informação
genética necessária para dire-
cionar o desenvolvimento de
um novo ser humano. O sistema
reprodutor em ambos os sexos
que consiste em garantir a união
bem sucedida do espermato-
zoide e do ovócito, um processo
denominado fertilização.
(ARLSON, 2014)
108

Figura 73 - União de um ovócito e um


espermatozoide

Fonte: Adaptado de https://s1.static.brasilescola.uol.com.br

A puberdade se inicia quando as carac-


terísticas sexuais secundárias surgem.
Corresponde ao período entre os 12 e 15
anos nas meninas e 13 e 16 anos nos meni-
nos, no qual o indivíduo torna-se capaz de
reproduzir-se. Embora as mudanças mais
notáveis aconteçam no sistema reprodutor,
a puberdade afeta o corpo como um todo.

Você sabia?
A menarca (primeira menstruação) pode ocor-
rer em meninas com 8 a 11 anos. A puberdade
termina aos 16 anos. Nos homens, a puberdade
inicia-se mais tarde (13 a 16); entretanto, os
sinais da maturidade sexual podem aparecer
nos meninos aos 12 anos. A puberdade termina
quando são formados Voespermatozoides
maduros.
109

Anotações:
O sistema reprodutor masculino; em conjunto
com o sistema reprodutor feminino; é responsável
pela perpetuação da espécie humana por meio da
reprodução. A reprodução é possível devido à pro-
dução de gametas ou células germinativas por es-
ses órgãos. O gameta masculino é o esperma e o
feminino é o óvulo. (ARLSON, 2014)

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reprodutor masculino é forma-


do pelos testículos, vias espermáticas, glândulas
anexas e o pênis (figura 74).

Figura 74 – Estrutura dos testículos

Fonte: Adaptado de https://www.coladaweb.com


110

Anotações:
TESTÍCULOS: são duas glândulas mistas,
ovóides, localizados na bolsa escrotal. As suas
funções consistem em produzir espermatozoides
(túbulos seminíferos) e secretar o hormônio testos-
terona (células Leyding). (ARLSON, 2014)
CRIPTORQUIDIA: ocorre quando os testículos
não migram para a bolsa escrotal, ficando na região
abdominal.
VIAS ESPERMÁTICAS: correspondem ao tra-
jeto percorrido pelos espermatozoides desde a sua
produção até o seu armazenamento e sua elimi-
nação.
TÚBULOS SEMINÍFEROS: são canais finíssi-
mos que produzem os espermatozoides. Nas suas
paredes estão presentes as células de Leydig (figu-
ra 75). (ARLSON, 2014)

Figura 75 – Esquema dos túbulos seminíferos

Fonte: adaptado de https://www.atlasdocorpohumano.com


111

Anotações:
EPIDÍDIMO: ainda imaturos os espermato-
zoides ficam armazenados no epidídimo sendo
necessários muitos dias para amadurecerem. É no
epidídimo que os espermatozoides desenvolvem o
seu flagelo, adquirindo mobilidade. (ARLSON, 2014)
CANAL DEFERENTE: são canais que con-
duzem os espermatozoides do epidídimo desde o
canal ejaculador até a uretra (figura 76).

Figura 76 – Apresentação do canal deferente

Fonte: Adaptado de https://www.auladeanatomia.com

Uretra: canal que percorre toda extensão do


pênis e se abre ao meio externo (figura 77).

Figura 77 – Característica do canal uretral

Fonte: Adaptado de https://www.kenhub.com


112

Anotações:
GLÂNDULAS ANEXAS: são responsáveis pela
produção dos líquidos que veiculam, protegem os
espermatozoides e entram na composição do es-
perma ou sêmen.
VESÍCULAS SEMINAIS: são duas glândulas lo-
calizadas ao lado da próstata. Produzem um líqui-
do de cor amarelada, consistência viscosa com pH
alcalino e representam a maior parte do volume do
sêmen. (ARLSON, 2014).
PRÓSTATA: é uma glândula com tamanho
aproximado de uma castanha. Localiza-se na saí-
da da bexiga e produz um líquido de aspecto leito-
so, e ligeiramente ácido e além disso, fornece odor
característico do sêmen. (ARLSON, 2014).
GLÂNDULAS DE COWPER (bulbouretrais): são
duas glândulas localizadas na extremidade do bulbo
e da uretra, secretam uma substância mucosa para
lubrificar a uretra.
PÊNIS: órgão copulador e inoculador do sêmen
(figura 78). É formado por tecidos elásticos que per-
mitem a ereção. Apresenta corpos cavernosos e
esponjosos formado por novelos de vasos sanguí-
neos dilatáveis. Em sua extremidade, localiza-se a
glande, região extremamente sensível, recoberta
por uma pele (prepúcio), que é onde em seu inte-
rior localizam-se as glândulas produtoras de uma
secreção o esperma.

Figura 78 – Característica do Pênis

Fonte: Adaptado de https://portaldrauziovarella.nyc


113

ESPERMATOGÊNESE - é o processo de
produção de espermatozoides, onde as esper-
matogônias são transformadas em células germi-
nativas maduras ou espermatozóides. Este proces-
so de maturação inicia-se na puberdade e continua
até a velhice assim, antes da maturação, as esper-
matogônias permanecem quiescentes nos túbulos
seminíferos dos testículos desde o período fetal até
a puberdade, época na qual começam a crescer em
número. (figura 79) (ARLSON, 2014)

Figura 79 – Organograma das etapas da


Espermatogênese
Célula Germinativa

Período de
multiplicação
Espermatogónias mitose

Crescimento Período de
Espermatócito I sem divisão
celular crescimento

Espermatócito II
meiose Período de
maturação
Espermatidios

Período de
Espermatozóides diferenciação

Fonte: Adaptado de https://s1.static.brasilescola.uol.com.br

A espermatogênese dura aproximadamente


48 dias e pode ser dividida em três fases. Na fase
de multiplicação; que ocorre a partir dos 6 anos de
idade, as espermatogônias diplóides se dividem
por mitoses sucessivas. A primeira divisão mitótica
origina duas espermatogônias, uma delas fica para
substituir a espermatogônia que iniciou o processo
114

Anotações:
e ter continuidade, e a outra irá continuar. (MOORE,
PERSAUD, TORCHIA, 2012)
Na fase de crescimento celular; que se inicia
na puberdade, as espermatogônias aumentam de
volume e não fazem divisões celulares. As esper-
matogônias passam a se chamar espermatócitos
primários e continuam diplóide. Na fase de matu-
ração; o espermatócito primário sofrerá uma divisão
meiótica reducional (meiose I), originando dois es-
permatócitos secundários (n). Os espermatócitos
secundários sofrerão meiose equacional (meiose
2), originando quatro espermátides (n), além de
sofrerem modificações morfológicas e estruturais
(espermiogênese), originando os espermatozóides.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)
Espermatozoide - Os espermatozoides são
gametas masculinos produzidos durante a esper-
matogênese que ocorre nos testículos. Células leves
e móveis, os espermatozoides se desenvolvem a par-
tir das espermátides e se movimentam em direção
ao óvulo com uma velocidade de 1mm/min a 4mm/
min em média. Os espermatozoides são dotados de
cabeça, colo ou peça intermediária, e cauda ou fla-
gelo. (figura 80) (MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)

Figura 80 – Parte do gameta masculino -


espermatozoide

Fonte: Adaptado de https://static.mundoeducacao.uol.com.br


115

Anotações:
A cauda do espermatozoide é formada por
três segmentos: a peça intermediária, a peça prin-
cipal e a peça terminal. Na peça intermediária da
cauda encontra-se o aparato produtor de energia
mitocondrial e citoplasmático, que produzem os
movimentos rápidos da cauda. (MOORE, PERSAUD,
TORCHIA, 2012)

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino é responsável


pela produção de ovócitos e hormônios. Além dis-
so, a sua função também se encontra na criação
de condições propícias à fecundação e, quando
esta ocorrer, pela proteção ao desenvolvimento do
embrião. É constituído basicamente pelos ovári-
os, trompas de Falópio, útero, vagina e pela vulva.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)
OVÁRIOS: São gônadas femininas que apre-
sentam duas glândulas mistas com um formato
semelhante ao das amêndoas, medem aproxima-
damente 4 cm de comprimento por 2 cm de largura
(figura 81). E localizam-se no interior da cavidade
abdominal, nos lados direito e esquerdo do útero.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)

Figura 81 – Esquema demonstrando o ovário

Fonte: Adaptado de https://s1.static.brasilescola.uol.com.br


116

Anotações:
Tem como função a produção de óvulos e
hormônios (estrógeno e progesterona). A sua
região externa é coberta pelo epitélio germinativo,
nas crianças, ele apresenta uma cor esbranquiça-
da e de aspecto liso e na mulher adulta, assume
um tom cinza com cicatrizes que correspondem
às ovulações já ocorridas. Após a menopausa, os
ovários apresentam a superfície enrugada, devido
às inúmeras ovulações ocorridas ao longo da vida
reprodutiva da mulher. (ARLSON, 2014)
No córtex, estão presentes pequenas for-
mações; que consistem nos folículos ovarianos:
Eles sofrem a ação de hormônios hipofisiários,
originando os óvulos. Quando uma menina nasce
apresenta no córtex cerca de 200.000 folículos,
totalizando aproximadamente 400.000 folículos
ovarianos, este número cai para 10.000 na puber-
dade e nenhumna menopausa. (ARLSON, 2014)
Trompas de Falópio: São formadas por dois
condutos com aproximadamente 12 cm de compri-
mento, localizados na cavidade abdominal (figura
82). A sua função é encaminhar o óvulo em direção
ao útero. Possui três regiões, intramural, a ístimica
e a ínfudibular. A intramural localiza-se no interi-
or da parede uterina, atravessando-a e abrindo-se
no interior do útero, através de pequeníssimo ori-
fício. A região ístimca possuí porção intermediária
e apresenta a maior parte da trompa e também a
mais estreita. Por fim, a ínfundibular localiza-se na
extremidade oposta à intramural. (ARLSON, 2014)
117

Figura 82– Trompas de Falópio

Fonte: Adaptado de https://fertilidade.org

Como se pode observar, a Trompa de Falópio


possui as bordas franjeadas (fímbrias) que ficam
em contato com os ovários e são responsáveis pela
captura do óvulo quando ele eclode na superfície
dos ovários. É no interior desta região que ocorre
a fecundação e a formação do zigoto, o qual é con-
duzido ao útero para a nidação. Ao longo das trom-
pas de Falópio (internamente), encontra-se o epi-
télio ciliado que auxilia no deslocamento do óvulo
em direção ao útero.
118

Dores locais: parte inferior das costas,


parte inferior do abdômen, pélvis, reto ou
vagina
Dores circunstanciais: ao defecar ou
durante a relação sexual
Na menstruação: menstruação anormal,
menstruação dolorosa, menstruação
intensa, menstruação irregular ou san-
gramento pela vagina
No aparelho gastrointestinal: consti-
pação, incapacidade de esvaziar o intesti-
no, náusea ou quantidades excessivas de
gases
Na região genital: sangramento vaginal ou
sangramento vaginal anormal
Também é comum: infertilidade, pleni-
tude abdominal ou sensibilidade à dor

Fonte: Adaptado de https://www.dradrianobrandao.com.br

ÚTERO: é o mais volumoso órgão do sistema


reprodutor feminino. Localiza-se na linha mediana
da bacia, atrás da bexiga urinária (figura 83).

Figura 83 – Aspecto do útero

Possui a forma e as dimensões semelhante


às de uma pêra, apesar de ser um órgão oco. As
suas camadas são divididas em três: o epimétrio,
o endométrrio e o miométrico. O epimétrio é uma
119

Anotações:
delicada serosa que reveste o útero externamente.
O endométrio é uma mucosa que reveste interna-
mente o útero, cresce durante o ciclo ovulatório
e desprende-se ao final do ciclo (caso não ocorra
gravidez), sendo eliminado com o fluído mestral.
Por fim, o miométrio é uma porção intermediária da
parede uterina, está representada por um conjunto
de músculos lisos; graças a estes músculos, o úte-
ro pode aumentar de tamanho durante a gravidez
e sofrer as contrações durante o parto. (ARLSON,
2014)
VAGINA: é o órgão destinado à cópula, ao
parto e à eliminação dos resíduos menstruais. É
constituído por um canal muscular e elástico, com
aproximadamente 10 cm de profundidade por 3 cm
de diâmetro. Este canal tem início anteriormente
na vulva, orientando-se para o interior em direção
ao colo uterino. Ele termina em um fundo em for-
ma de saco, onde os espermatozoides ficam tem-
porariamente depositados para iniciar sua viagem
em direção ao útero e às trompas. (ARLSON, 2014)
A VULVA: é a parte externa dos órgãos geni-
tais femininos (figura 84).

Figura 84 – Estruturas que constituem a vulva

Fonte: Adaptado de https://www.mayoclinic.org


120

Anotações:
A vulva inclui a abertura da vagina, os lábios
maiores, os lábios menores e o clitóris. Externa-
mente é revestida por pêlos pubianos.

Regulação Hormonal Feminina e a


Formação Folicular
O folículo é uma unidade formada por muitas
células, presentes nos ovários. É dentro dos folícu-
los que se desenvolve o óvulo e ocorre a produção
de hormônios sexuais femininos. A mulher nasce
com aproximadamente 200.000 folículos primários
em cada ovário, os quais amadurecem, formando os
folículos secundários. A partir da puberdade, uma
vez por mês, um folículo secundário amadurece
mais ainda, por estímulo do hormônio FSH (hormô-
nio folículo estimulante), e forma o folículo maduro
ou folículo de Graaf, que contém o óvulo e produz
grande quantidade de estrógeno, que prepara o
útero para a gravidez. (figura 85) (ARLSON, 2014)

Figura 85 – Organograma da regulação hormona


feminina

Fonte: Adaptado de https://slideplayer.com.br


121

Anotações:
Cerca de dois milhões de ovócitos primários
normalmente estão presentes nos ovários de uma
menina neonata. A maioria desses ovócitos regride
durante a infância de modo que na adolescência
não mais que 40 mil permanecem. Destes, somente
cerca de 400 amadurecem e são expelidos na ovu-
lação durante o período reprodutivo. (MOORE, PER-
SAUD, TORCHIA, 2012)
Por volta do 14º dia após o primeiro dia da
menstruação, o folículo está totalmente madu-
ro. Recebe então a influência de outro hormô-
nio hipofisiário, o LH (hormônio luteinizante),
que estimula a ovulação. A ovulação é aciona-
da por uma onda de produção de LH. A ovulação
normalmente se segue ao pico de LH de 12 à 24
horas. Após a ovulação, o folículo transforma-se
no corpo-lúteo ou amarelo, que inicia a produção
do hormônio progesterona, que age sobre o úte-
ro mantendo-o propício para a gravidez. (MOORE,
PERSAUD, TORCHIA, 2012)
Caso ocorra a fecundação, o corpo-lúteo por
estímulo da gonodotrofina cariônica, produzida
pela placenta, permanece produzindo a progester-
ona, o que mantém o endométrio proliferado capaz
de nutrir o embrião em desenvolvimento. Caso não
ocorra a gravidez, o corpo-lúteo regride e se trans-
forma no corpo albicans. Após 14 dias da ovulação,
pela falta de progesterona, o endométrio descama e
se inicia a menstruação quando tem início um novo
ciclo hormonal. Nas mulheres, a ovulação se encer-
ra entre 45 e 50 anos de idade, fenômeno denomi-
nado menopausa. Num ciclo de 28 dias, o período
de maior fertilidade fica entre o 10º e o 18º dia do
ciclo. A suspensão da menstruação é um dos sinto-
122

mas da gravidez, por isso, durante a gestação não


ocorrerão novas ovulações e nem menstruações.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)
OVULOGÊNESE - É a gametogênese feminina
que visa a formação do óvulo e realiza-se a partir do
epitélio germinativo do ovário com células diploides
denominadas ovogônias ou ovulogônias. Na fase de
multiplicação, a ovogônia se divide por mitoses su-
cessivas e dá origem a numerosas células, ao con-
trário da espermatogênese, na ovogênese, todas
as células seguem o processo sem conservação da
ovogônia. As células resultantes da multiplicação
sofrem o processo de crescimento (fase de cresci-
mento) e se transformam nos ovócitos I (primários);
estas ovogônias crescem para formar os ovócitos
primários antes do nascimento (figura 86). (MOORE,
PERSAUD, TORCHIA, 2012)

Figura 86 – Organograma da ovulogênese

Fonte: Adaptado de https://s1.static.brasilescola.uol.com.br


123

Na época do nascimento, todos os ovócitos Na espécie humana,


primários completaram a prófase da primeira di- a ovulogênese
inicia-se nos
visão meiótica e permanecem em prófase até a
primeiros meses
puberdade; um pouco antes da ovulação, o ovóci- de vida intrauterina
to primário completa a primeira divisão meiótica. do feto, sendo
Na fase de maturação, cada ovócito I (diplóide) dá, paralisada quando
por meiose I (reducional), duas células haplóides: o ovócito I inicia a
o ovócito II (secundário), relativamente grande, e maturação, estágio
que é chamado
o 1º glóbulo polar, de tamanho reduzido. Logo a se-
dictióteno. Desta
guir, o ovócito II se divide por meiose II (equacional), forma, ao nascer, a
dando duas células também diferentes em tamanho menina apresenta
que são: a ovótide, bem desenvolvida, e o 2º glóbu- um “estoque”
lo polar, muito menor. Algumas vezes, o 1º glóbulo de folículos
polar também se divide por meiose II e a ovótide se contendo ovócitos
transforma em óvulo. Portanto, cada ovócito I dará I em dictióteno. À
medida que ela vai
origem a um óvulo e a três glóbulos polares, geral-
crescendo, muitos
mente estéreis. (MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012) folículos sofrem
degeneração,
transformando-
se em folículos
atrésicos. Todos
os ovócitos
permanecerão
em dictióteno
até a época da
ovulação, que terá
início por volta dos
12 ou 13 anos de
idade, encerrando-
se a partir da
menopausa, por
volta dos 45 aos 50
anos.
124

O ÓCITO HUMANO - Apresenta uma estrutu-


ra simples, é esférico e constituído por membra-
na plasmática, citoplasma e núcleo. A membrana
primária ou vitelínica é a membrana plasmática,
que é sempre a mais interna. Há também a mem-
brana secundária, que é formada pelas secreções
das células foliculares (membrana pelúcida no
óvulo humano). E as membranas terciárias, que se
depositam ao redor do óvulo, após ele ter saído do
ovário; podem ser bainhas quitinosas, calcárias
ou de outra natureza (coroa radiata formada pelas
células foliculares, nos mamíferos).

Figura 87 - Ovócito humano

Fonte: Adaptado de https://www.infoescola.com

Já o citoplasma é dividido em duas partes;


o citoplasma formativo ou bioplasma, que fica ao
redor do núcleo, e citoplasma nutritivo ou deuto-
plasma, que armazena substâncias nutritivas, o vi-
telo ou lécito. E o núcleo, por sua vez é chamado de
vesícula germinativa, às vezes central, outras vezes
polarizado, além de possuir forma oval e grande. As
regiões onde estão o núcleo com o bioplasma e o
125

Anotações:
citoplasma nutritivo são polarizadas. O pólo onde
se encontra o núcleo com o bioplasma é chama-
do de pólo animal, uma vez que dará origem a um
novo indivíduo; e o pólo onde se encontra o deuto-
plasma é chamado de pólo vegetativo, uma vez que
tem função nutritiva. (figura 87) (MOORE, PERSAUD,
TORCHIA, 2012)

EMBRIOLOGIA

É o estudo das etapas e dos mecanismos de


formação do embrião; que abrange o período que
vai desde a segmentação da célula-ovo até o nasci-
mento do novo indivíduo. Já o zigoto é uma célula
altamente especializada totipotente resultante da
união de um espermatozoide e um ovócito. O zigoto
contém os cromossomos e genes derivados do pai
e da mãe; divide-se muitas vezes e transforma-se,
progressivamente em um ser humano multicelular
através de divisão, migração, crescimento e diferen-
ciação das células. (ARLSON, 2014)

Fonte: Adaptado de https://files.passeidireto.com


126

Os estágios e a duração da gestação, descri-


tos na clínica médica, são calculados do início do
último período menstrual normal da mãe (UPMN),
cerca de 14 dias antes que ocorra a concepção. O
UPMN indica a idade gestacional, que superestima
em duas semanas a idade gestacional ou embri-
onária real. (ARLSON, 2014)
Fertilização - As etapas da fertilização são
apresentadas na figura 88.

Figura 88 – Etapas da fertilização humana

Fonte: Adaptado de https://lh5.googleusercontent.com


127

A passagem do espermatozoide através da


corona radiata do ovócito acontece através da dis-
persão das células foliculares da corona radiata que
resulta principalmente da ação da enzima hialuro-
nidase, liberada do acrossoma do espermatozoide.
As enzimas da mucosa tubária e os movimentos da
cauda dos espermatozoides também são impor-
tantes para a sua penetração na corna radiata. A
formação de uma via para o espermatozoide, acon-
tece através da zona pelúcida e resulta da ação de
enzimas liberadas pelo acrossoma. (ARLSON, 2014)
As enzimas que são as esterases, acrosina e
neuromidase causam a lise da zona pelúcida, o que
permite a formação de uma via para que o esperma-
tozoide siga até o ovócito. Entre as enzimas cita-
das, a mais importante é acrosina, que possui ação
proteolítica. Quando ocorre a fusão das membranas
plasmáticas do ovócito e do espermatozoide, as
membranas plasmáticas dos gametas se fundem e
se rompem na área da fusão. A cabeça e a cauda o
espermatozoide entram no citoplasma do ovócito,
mas a membrana plasmática não penetra. Já quan-
do ocorre o término da segunda divisão meiótica do
ovócito e formação do pró-núcleo feminino após a
entrada do espermatozoide, a metáfase da segun-
da divisão meiótica do ovócito se completa forman-
do um ovócito maduro e um segundo corpo polar.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)
Após esse processo, os cromossomos ma-
ternos, em seguida, se descondensam e o núcleo
do ovócito maduro torna-se o pronúcleo feminino.
A formação do pronúcleo masculino ocorre dentro
do citoplasma do ovócito, assim, o núcleo do es-
permatozoide aumenta para formar o pronúcleo
128

masculino e a cauda do espermatozoide degenera;


durante o crescimento, os pronúcleos replicam seu
DNA – 1n (haploide), 2c (duas cromátides) quebra
das membranas pronucleares, a condensação dos
cromossomos e o arranjo dos cromossomas para
a divisão celular mitótica, que consiste na primei-
ra divisão de clivagem. Com a combinação de 23
cromossomas de cada pronúcleo, resulta em um
zigoto com 46 cromossomos. (MOORE, PERSAUD,
TORCHIA, 2012)
A fertilização se completa 24 horas após a
ovulação. Milhares de espermatozoides são libera-
dos em uma ejaculação, mas somente algu-
mas centenas atingem as proximidades do
ovócito. Apenas um espermatozoide será
fecundante mas, os muitos que atingem
a corona radiata auxiliam o processo de
fecundação, desde que liberem o con-
teúdo de seus acrossomos ricos em en-
zimas, principalmente hialuronidase.
Imediatamente após o contato do
primeiro espermatozoide com a mem-
brana plasmática do ovócito, outros
espermatozoides não conseguem atin-
gir essa célula. Este fato está relacio-
nado com a despolarização da membrana
plasmática do ovócito e devido a reação
cortical, isto é, a liberação do conteúdo dos
grânulos corticais que ocasionam, em últi-
ma análise, o afastamento da membrana
plasmática da membrana pelúcida.
129

Anotações:
O plasma envolve todo o espermatozoide, sendo
o pescoço e a sua cauda destacados da cabeça,
desintegrando-se (MOORE, PERSAUD, TORCHIA,
2012)
O núcleo do espermatozoide permanece inativo
até que a divisão meiótica do ovócito II se complete.
Se não ocorrer a fecundação, essa divisão jamais se
completará. A liberação do segundo corpúsculo po-
lar nao deixa dúvidas que a fecundação se realizou
(pró-núcleo feminino). O núcleo do espermatozoide
se descondensa e seus filamentos nucleoprotéi-
cos tornam-se visíveis e, assim, forma-se o pró-nú-
cleo masculino. A aproximação e a junção dos dois
pró-núcleos (cariogamia) restabelecem o número
diploide da espécie e o zigoto é constituído. (MOORE,
PERSAUD, TORCHIA, 2012)
CLIVAGEM - É uma série de divisões mitóticas
repetidas do zigoto, que resultam em rápido
aumento do número de células. Essas células,
denominadas blastômeros, tornam-se menores
a cada divisão de clivagem. Inicialmente, o zigoto
se divide em dois blastômeros, que se dividem
em quatro, oito e assim sucessivamente (figura
89). A clivagem ocorre quando o zigoto passa pela
tuba uterina em direção ao útero. Durante esse
processo, o zigoto situa-se dentro da zona pelúcida
onde ocorre a divisão do zigoto em blastômeros
que se inicia cerca de 30 horas após a fertilização.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)
130

Figura 89 – Esquema apresentando as etapas da


clivagem

Fonte: Adaptado de https://encrypted-tbn0.gstatic.com

Após o estágio de oito células, os blastômeros


mudam sua forma e alinham-se uns com os outros
para formar uma bola compacta de células. Este
fenômeno é chamado compactação. Ela é mediada
por glicoproteínas de adesão de superfície celular
e sua compactação permite uma maior interação
célula-célula, sendo um pré-requisito para a
segregação de células internas que forma uma massa
celular interna ou embrioblasto do blastocisto.
131

Anotações:
Cerca de três dias após a fertilização, o zigo-
to atinge o estágio de 12 a 16 blastômeros chamado
mórula, que consiste em uma massa compacta de
células (do latim morus: amora). As células internas
da mórula, a massa celular interna ou embrioblas-
to, estão circundadas por uma camada de células
achatadas que formam a massa celular externa, ou
trofoblasto.
BLASTOCISTO - Quando a mórula já atingiu o
útero; por volta de quatro dias; começa a receber
fluídos uterinos e, no interior da massa compacta
de células, começam a aparecer pequenos espaços
cheios de líquidos (figura 90). As células migram
para a periferia e o interior forma uma ampla cavi-
dade preenchida por líquido (blastocele).
Um pequeno grupo de células permanece
em um dos pólos, então, há a formação de um
aglomerado em forma de botão, que caracteriza a
fase de blastocisto. As células periféricas formam
o trofoblasto (do grego throfe = nutrição), o botão
polar forma o embrioblasto, enquanto a cavidade
interna cheia de líquido forma a blastocele. Nesse
sentido, o trofoblasto contribuirá para a formação
de parte da placenta e o embrioblasto (massa celu-
lar interna) originará o embrião; O blastocisto per-
manece livre nas secreções uterinas por cerca de
dois dias. (ARLSON, 2014)
132

Anotações:
Figura 90 – Esquema do blastocisto

Fonte: Adaptado de https://materprime.com.br

Entre o quinto e o sexto dia, o blastocisto es-


tabelece contato com o epitélio endometrial, e ime-
diatamente o trofoblasto começa a mostrar modifi-
cações. Inicia-se, então, a invasão e a penetração no
endométrio uterino. No final da primeira semana, já
se nota uma implantação superficial no endométrio
uterino; é quando o blastocisto nutre-se dos te-
cidos maternos. Na segunda semana, completa a
implantação do blastocisto e inicia a formação da
cavidade aminiótica, âmnio e do saco vitelínico.
(ARLSON, 2014)
GASTRULAÇÃO - Esse processo inicia na ter-
ceira semana e consiste na formação da gástru-
la a partir do recurvamento do disco embrionário,
situado dentro do blastocisto. O disco embrionário
bilaminar é convertido em um disco embrionário
trilaminar. Assim, a gastrulação é o início da mor-
fogênese. (figura 91) (ARLSON, 2014)
133

Figura 91 – Gastrulação apresentando a formação


dos folhetos embrionários

Fonte: Adaptado de http://www.sobiologia.com.br

Cada uma das três camadas germinativas (ec-


toderma, mesoderma e endoderma) dá origem a
tecidos específicos e órgãos. A ectoderma origina
o cérebro, medula, retina, neuro-hipófise, gânglios,
nervos cranianos, sensitivos, medula da supra-re-
nal, células pigmentares, epiderme pêlos, unhas,
esmalte dentário, glândulas cutâneas, mamárias,
lobo anterior da hipófise, ouvido interno e cristali-
no. A mesoderma origina o tecido cartilaginoso,
ósseo, tecido muscular, tecido conjuntivo, sistema
urogenital, tecido hematopoiético, sistema cardio-
vascular, linfático, baço, córtex da adrenal e a den-
tina. A endoderme origina o trato digestivo, que,
consiste no revestimento epitelial, fígado, pâncre-
134

as, bexiga urinária, sistema respiratório, o revesti-


mento epitelial, derivados epiteliais da faringe, cavi-
dade timpânica, amígdalas, timo, paratireoides e os
derivados epiteliais da tireoide. (ARLSON, 2014)
NEURULAÇÃO - Os processos envolvidos na
formação da placa neural das pregas neurais e no
fechamento das pregas para formar o tubo neural
constituem a neurulação (figura 92)

Figura 92 – Esquema apresentando a formação do


tubo neural na neurulação

Fonte: Adaptado de https://files.passeidireto.com


135

Anotações:
A formação da placa neural é induzida pela
notocorda em desenvolvimento. O ectoderma da
placa neural dá origem ao SNC (encéfalo e medu-
la espinhal) e enquanto a notocorda se alonga, a
placa neural se alarga e estende, cefalicamente,
até a membrana bucofaríngea. A placa neural ultra-
passa a notocorda por volta do 18º dia, a placa neu-
ral se invagina, ao longo do seu eixo central, o que
forma um sulco neural com pregas em ambos os
lados. As pregas neurais constituem os primeiros
sinais do desenvolvimento do encéfalo; no fim da
terceira semana, as pregas neurais se aproximam
e fundem-se, convertendo a placa neural em tubo
neural. A formação do tubo neural é um processo
celular complexo e multifatorial que envolve genes
e fatores extrínsecos, por isso, a neurulação é com-
pletada apenas durante a quarta semana. (ARLSON,
2014)

Períodos do desenvolvimento

• Período pré-embrionário
(Fertilização – até o final da segunda semana)
• Período embrionário
(Terceira semana – até o final da oitava semana)
• Período fetal
(Nona semana – até o nascimento)

Fase embrionária

• Duração: do 15º dia (início da 3a semana)


até o final da 12º semana
• Característica principal: diferenciação
celular e continuação da hiperplasia.
136

Fase Fetal
• Duração: da 13º semana até a 40ª semana;
• Característica: Crescimento fetal.

ANEXOS EMBRIONÁRIOS

São estruturas anexas do embrião com ori-


gem materna e embrionária, com a função de pro-
teger e alimentar o embrião (figura 93).

Figura 93 – Estruturas que constituem os anexos


embrionários

Fonte: Adaptado de https://www.sobiologia.com.br


137

Saco vitelino ou vesícula vitelínica

Com 20 semanas, o saco vitelino é muito


pequeno e, por isso, não é visível, sendo possível ob-
servá-lo no ultrasson com apenas no início da quin-
ta semana. Ele pode ser observado no ultrassom no
início da quinta semana. A sua origem está na en-
doderme. É definido como uma estrutura na forma
de um saco ligada à região ventral do embrião, ten-
do como função armazenar substâncias nutritivas,
pouco desenvolvida nos mamíferos, pois, os mes-
mos são alimentados pela placenta. Nos mamíferos
é responsável pela produção das primeiras hemá-
cias do sangue. (figura 94) (ARLSON, 2014)

Figura 94 – Esquema apresentando o saco


vitelino, o qual dará origem as primeiras hemácias
nos mamíferos

Fonte: Adaptado de https://s3-sa-east-1.amazonaws.com


138

Anotações:
ÂMNIO E FLUIDO AMNIÓTICO: o âmnio forma
um saco amniótico membranoso cheio de fluído,
que envolve o embrião e o feto. A sua origem en-
contra-se na camada ectodérmica e mesodérmica.
É uma mebrana fina que aparece no final da 1ª se-
mana de desenvolvimento. É uma membrana fina
que delimita uma bolsa repleta de líquido amnióti-
co, provavelmente de origem materna (figura 95). O
fluido amniótico desempenha um papel importante
no crescimento e desenvolvimento do embrião. Ini-
cialmente, um pouco de fluido amniótico pode ser
secretado pelas células amnióticas; entretanto, a
maior parte provém da membrana amniocoriônica
da decídua parietal. (ARLSON, 2014)
O fluido também é secretado pelo trato respi-
ratório fetal e vai para a cavidade amniótica. A partir
da 11a semana, o feto contribui para o fluido amnióti-
co expelindo urina na cavidade amniótica. Normal-
mente, o fluido amniótico aumenta aos poucos, che-
gando a 1.000 ml com 37 semanas. O conteúdo de
água do fluido amniótico é trocado a cada três horas.
Grande quantidade de água passa pela membrana
amniocoriônica para o fluido tecidual materno e daí
para os capilares uterinos. Também há troca de flu-
ido com o sangue fetal através do cordão umbilical
e no local onde o âmnio adere à placa coriônica na
superfície fetal da placenta. (ARLSON, 2014)
O fluido amniótico é deglutido pelo feto e
absorvido pelos tratos respiratório e digestivo.
Foi calculado que, durante os estágios finais da
gravidez, o feto deglute mais de 400 ml de fluido
amniótico por dia. O fluido passa para o sangue fetal
e os produtos de excreção nele contidos atraves-
sam a membrana placentária e vão para o sangue
139

materno presente no espaço interviloso. O excesso


de água do sangue fetal é excretado pelos rins do
feto e retorna para o saco amniótico através do tra-
to urinário fetal. (ARLSON, 2014)

Figura 95 – Âmnio

Âmnio

Fonte: Adaptado de https://www.agravidez.com/amnio.html

Entre suas principais funções, é possível


citar a proteção contra choques mecânicos, de-
sidratação, infecções de agentes externos como
vírus e bactérias e a estabilização da temperatura
interna. Além disso, é o principal responsável pela
independência à água na reprodução dos répteis
sendo nessa espécie, nas aves e mamíferos É ape-
nas ausente em peixes e anfíbios. (ARLSON, 2014)
Alantoide a sua origem é endodérmica e me-
sodérmica. Apesar de a alantoide não ser funcional
nos embriões humanos, ela é importante por quatro
razões. (figura 96):
140

Figura 96 – Características do Alantoide

É uma evaginação
em forma de vesícula
que ocorre na parte
posterior do intestino
do embrião

Fonte: Adaptado de http://4.bp.blogspot.com

A primeira consiste na formação de sangue


ocorre em sua parede, da terceira à quinta semana
do desenvolvimento. A segunda se deve pelo fato
de que seus vasos sanguíneos tornam-se veias e
artérias umbilicais. Além disso, o fluido da cavi-
dade amniótica se difunde para a veia umbilical e
vai para a circulação fetal, de onde é transferido
para o sangue materno através da membrana pla-
centária. Por fim, com o crescimento da bexiga, a
alantoide involui, tornando-se um tubo espesso,
o úraco; depois do nascimento, o úraco transfor-
ma-se num cordão fibroso, o ligamento umbilical
mediano, que se estende do ápice da bexiga até o
umbigo. (MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)
A sua origem encontra-se no trofobasto. Con-
siste em uma fina camada que envolve os demais
anexos. Origem cuja função é constituir as vilosi-
dades cariônicas que, junto com a mucosa uterina,
entra na formação da placenta (figura 97).
141

Anotações:
Figura 97 – Esquema apresentando o Córion

Fonte: Adaptado de https://www.coladaweb.com

Divide-se, nesse sentido, em dois tipos: o cório


liso e frondoso. O liso apresenta uma camada fina que
envolve os anexos e permanece até o fim da gestação.
Já o frondoso forma a placenta identificando-se nele
o sincicio trofoblasto e o citotrofoblasto e, depois, as
vilosidades coriais, que penetram no endométrio e
proliferam até constituírem a estrutura placentária.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012)
PLACENTA: a sua origem encontra-se no tro-
foblasto, no blastocisto. Ela é mista, pois é prove-
niente da parte materna e parte fetal. Consiste em
uma estrutura implantada na parede do útero, que
se comunica com o feto através do cordão umbili-
cal. A sua função é realizar, nos primeiros meses
de gestação, funções semelhantes às do fígado
do adulto, fonte de nutrientes e de energia para o
embrião (sintetiza vários compostos: glicogênio,
glicerol e ácidos graxos; até o 3º mês). Além disso,
permite a troca de substâncias entre o organismo
materno e fetal (oxigênio, dióxido de carbono, gli-
142

Anotações:
cose, aminoácidos, vitaminas, hormônio, anticor-
pos, uréia, etc), sendo ligada à produção de hormô-
nios, à defesa imunitária, à nutrição, à respiração e
à excreção. Durante o parto é eliminada (decidual) e
é hemocorial, pois o sangue materno irriga as vilo-
sidades coriônicas fetais. (figura 98) (MOORE, PER-
SAUD, TORCHIA, 2012)

Figura 98 – Características da Placenta

Fonte: Adaptado de https://static.wixstatic.com

A placenta juntamente com o cordão umbili-


cal funcionam como um sistema de transporte das
substâncias que passam entre a mãe e o feto. Nutri-
entes e oxigênio passam do sangue materno, através
da placenta, para o sangue fetal enquanto as excre-
tas e o dióxido de carbono passam do sangue fetal
para o sangue materno, também através da placenta.
São três as funções principais da placen-
ta: metabolismo, transporte de gases e secreção
endócrina. O seu metabolismo sintetiza glicogênio,
colesterol e ácidos graxos, que servem de fonte de
nutrientes e energia para o embrião/feto. Grande
parte dos materiais transportados através desta
membrana placentária por um dos quatro mecanis-
mos principais de transporte: difusão simples,
143

Anotações:
difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose.
(MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012).
Através destes transportes ocorrem a trans-
ferência de gases, passagem de substâncias nutriti-
vas, transferência de hormônios e trocas de eletróli-
tos. Além disso, apresenta também transferência
de anticorpos maternos, retirada de produtos de
excreção, passagem de drogas, seus metabólitos e
passagem de agentes infecciosos. Por fim, realiza a
secreção endócrina através de precursores prove-
nientes do feto e/ou da mãe, e sintetiza hormônios
proteicos e esteroides.
CORDÃO UMBILICAL: a sua origem é con-
juntiva. Possui duas artérias que irrigam as vilosi-
dades cariônicas; o retorno do sangue materno é
feito através de uma única veia (figura 99).
A sua função é estabelecer comunicação di-
reta entre o corpo da mãe e do feto através da pla-
centa.

Figura 99 – Cordão umbilical

Fonte: Adaptado de https://static.mundoeducacao.uol.com.br


144

Anotações:
GESTAÇÃO GEMELAR: apresenta simultânea-
mente dois ou mais conceptos e corresponde a 3%
a 5% das gestações gemelar 10:1000 Trigemelar
1:8000 (figura 100).

Monozigóticos:

• 1 oócito + 1 espermatozoide;
• Divisão de um só zigoto em fase de ovulação
precoce;
• Geneticamente idênticos ou univitelinos/
mesmo sexo;
• Mono ou dicoriônicos/ mono ou diamnióti-
cos;
• Não relacionados a paridade, idade, etnia e
história familiar.
Os gêmeos monocoriónicos, ao partilharem a
mesma placenta, trocam sangue entre si através de
anastomoses. Nesse sentido, esse fenômeno fisi-
ológico acontece enquanto essa troca for equilibra-
da. O desequilíbrio na transfusão de sangue entre
ambos pode, portanto, explicar várias das compli-
cações a que este tipo de gestação se encontra su-
jeita. (MOORE, PERSAUD, TORCHIA, 2012).

Dizigóticos

É composto por dois oócitos mais dois


espermatozoides, sendo esse o mais comum. Não
possui semelhança genética, pois são bivitelinos;
são sempre dicorônicos e possuem o mesmo
diamnióticos: se ou diferente.
145

Figura 100 – Tipos de gravidez gemelar

Fonte: Adaptado de https://static.wixstatic.com


146

REFERÊNCIAS

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