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MÉTODOS DE ANÁLISE

E AMOSTRAGEM

Profa. Beatriz A. Ferreira


UFSJ/CCO
Curso de Farmácia
MÉTODOS DE ANÁLISE

Análise de Alimentos
Determinar um componente específico do alimento, ou
vários componentes, como no caso da composição
centesimal do alimento

AMOSTRAGEM
Atualmente - métodos instrumentais.

Utilização de métodos convencionais:

Alto custo dos equipamentos;


Não existe equipamento disponível para
determinada análise;
Requer-se um método convencional, sob o aspecto
da lei, por se tratar de um método oficial;
Métodos convencionais apresentam resultados
melhores do que os instrumentais (poucos casos).
ESCOLHA DO MÉTODO ANALÍTICO

Alimentos: amostra muito complexa, em que os


vários componentes da matriz podem estar
interferindo entre si.

Determinado método pode ser apropriado para um tipo


de alimento e não fornecer bons resultados para outro.

ESCOLHA DO MÉTODO

depende do produto a ser analisado


1. Quantidade Relativa do Componente Analisado

Classificação dos Componentes

 Maiores: mais de 1%
 Menores: 0,01%-1%
 Micros: menos de 0,01%
 Traços: ppm e ppb

em relação ao peso
total da amostra
COMPONENTES MAIORES

Métodos Analíticos Clássicos


ou Convencionais:
Gravimétricos e Volumétricos

COMPONENTES MENORES E
MICROS

Técnicas mais sofisticadas e


altamente sensíveis: Métodos
Instrumentais
2. Exatidão Requerida

Métodos Clássicos: Exatidão de até 99,9%

Quando o composto se encontra em mais de


10% da amostra.

Quantidades menores que 10% - Métodos mais


sofisticados e exatos.
3. Composição Química da Amostra

Escolha do método: depende da composição


química do alimento, isto é, dos possíveis interferentes.

Determinação de um componente predominante:


não oferece grandes dificuldades.

Material de composição complexa: necessidade de


efetuar a separação dos interferentes potenciais antes
da medida final.

Extração ou separação prévia do


componente a ser analisado.
4. Recursos Disponíveis

método de análise:
Alto custo
Tipo de reagente
Pessoal especializado
Esquema geral para análise quantitativa

Análise quantitativa

Deve estar relacionada à massa do


componente de interesse presente na amostra
tomada para análise.

Essa medida é a última de uma série de etapas


operacionais que compreende toda a análise.
AMOSTRAGEM

“É o conjunto de operações com as quais se obtém, do


material em estudo, uma porção relativamente
pequena, de tamanho apropriado, mas que ao mesmo
tempo represente corretamente todo o conjunto da
amostra.

Homogeneidade da amostra:
Amostra heterogênea: caminhão de laranjas.
Amostra homogênea: lote de suco de
laranja processado
Amostragem - processo de coleta de amostra

International Union of Pure and Applied Chemistry


(IUPAC) define plano de amostragem:

“Procedimento pré-determinado para a seleção,


retirada (coleta), preservação, transporte e
preparação das porções a serem removidas de um
lote como amostras”
Medida de uma Quantidade de Amostra

Resultados da Análise Quantitativa: expressos em


termos relativos

Quantidades dos componentes por unidades de peso


ou volume da amostra.

Necessidade de conhecer a quantidade de amostra


(peso ou volume).
Fatores que interferem na amostragem

Finalidade da inspeção:aceitação/rejeição,avaliação
da qualidade média,determinação da uniformidade;

Natureza do lote:tamanho,divisão em sublotes,granel


ou embalado;

Natureza do material em teste: homogeneidade,


tamanho unitário,história prévia e custo;

Procedimentos de teste: procedimento destrutivo ou


não,tempo e custo da análise.
Etapas da amostragem

Coleta da amostra bruta


Redução da amostra bruta
Preparo da amostra para análise
Coleta de amostra bruta

Amostragem:
1 -Identificação do lote onde será retirada a “amostra
bruta”:
-procedência,
-quantidade (tamanho) do lote
-estado físico
-temperatura
-homogeneidade

2 -Seleção e obtenção de sub-amostras para


preparação da amostra bruta.

3-Redução da “amostra bruta” para “amostra de


laboratório”.
Amostras sólidas

Diferem em textura, densidade e tamanho de partículas,


por isso devem ser moídas e misturadas

Embalagens únicas ou pequenos lote –todo o


material pode ser recolhido.

Lotes maiores –10 a 20% do no de embalagens ou


5 a 10% do peso total do alimento.
Lotes muito grandes

n = população ( número de sacos, caixas, latas, etc.);


c = fator ligado ao grau de precisão e homogeneidade da amostra (c < 1
para população homogênea, e c> 1 para população heterogênea);
N = número de unidades (sacos, caixas, latas, etc.) coletadas como
amostra bruta.
Amostras fluídas (líquidas e pastosas) homogêneas

Coletadas em frascos com o mesmo volume (alto,


meio e fundo do recipiente), após agitação e
homogeneização.
Adequação da amostra às quantidades necessárias
à rotina do laboratório:

pós ou grãos secos


Líquidos
semi-sólidos (queijos duros, chocolates)
úmidos (carnes, peixes, vegetais)
semiviscoso, pastoso ou sólidos em suspensão
Emulsões
frutos
Alimentos secos (em pó ou granulares)

Manual: quarteamento
Equipamentos:

Boerner

Jones Riffle Sampler


Alimentos líquidos

misturar bem o líquido no recipiente


por agitação, por inversão e por
repetida troca de recipientes.

Retirar porções de líquido de


diferentes partes do recipiente
misturando as porções ao final

Alimentos semi-sólidos

Queijos duros e chocolate

As amostras devem ser raladas


Carnes, peixes e vegetais

a amostra deve ser picada ou


moída e misturada. A estocagem
deve ser sob refrigeração.

Alimentos em emulsão -
Manteiga e margarina

As amostras devem ser


aquecidas a 35ºC num frasco
com tampa, que depois é
agitado para homogeneização
Alimentos semiviscosos e pastosos
e alimentos líquidos contendo sólidos

Pudins, molhos, etc..


Compotas de frutas, vegetais em salmoura e
produtos enlatados em geral)

As amostras devem ser picadas em


liquidificador,misturadas e as alíquotas retiradas
para análise.
Frutas

Frutas grandes:devem ser cortadas ao meio no


sentido longitudinal e transversal, de modo a reparti-
las em quatro partes. Duas partes opostas devem ser
descartadas,e as outras duas devem ser juntadas e
homogeneizadas em liquidificador.

Frutas pequenas podem ser simplesmente


homogeneizadas inteiras no liquidificador.
Preparação da amostra

Redução da amostra bruta


Mudança na composição da amostra durante o
preparo
Contaminações
SISTEMA DE PROCESSAMENTO DA AMOSTRA

A preparação da amostra está relacionada com o


tratamento que ela necessita antes de ser analisada.

Moagem dos sólidos;


Filtração de partículas sólidas em líquidos;
Eliminação de gases.
REAÇÕES QUÍMICAS OU MUDANÇAS FÍSICAS

Preparação do extrato para análise

Obtenção de uma solução apropriada para a realização


da análise.

Tipo de tratamento: depende da natureza do material e


do método analítico escolhido.

Extração com água ou solvente orgânico, ataque com


ácido.
SEPARAÇÕES

Eliminação de substâncias interferentes.

Transformação em uma espécie inócua: por oxidação,


redução ou complexação.
Isolamento físico: como uma fase separada (extração
com solventes e cromatografia).
MEDIDAS

Processo Analítico

Desenvolvido para resultar na medida de uma


certa quantidade, a partir da qual se avalia a
quantidade relativa do componente da amostra.
PROCESSAMENTO DE DADOS E AVALIAÇÃO
ESTATÍSTICA

Resultado da Análise

Expresso em forma apropriada e, na medida


do possível, com alguma indicação referente
ao seu grau de incerteza (médias, desvios,
coeficiente de variação).
TIPOS DE PREPARO DE AMOSTRA

Extração ou tratamento químico.

Desintegração mecânica: a moagem de alimentos


secos - é feita principalmente num moinho do tipo de
Wiley. Para amostras úmidas, a desintegração pode
ser feita em moedores do tipo para carnes, em
liquidificadores ou processadores.
Desintegração enzimática: é útil em amostras vegetais
com o uso de celulases. Proteases e carboidrases são
úteis para solubilizar componentes de alto peso
molecular (proteínas e polissacarídeos) em vários
alimentos.

Desintegração química: vários agentes químicos


podem ser usados na dispersão ou solubilização dos
componentes dos alimentos
PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA

Inativação enzimática: serve pra preservar o estado


original dos componentes de um material vivo.

Diminuição das mudanças lípidicas: os métodos


tradicionais de preparo de amostras podem afetar a
composição dos extratos lipídicos. Resfriar a amostra
rapidamente antes da extração e congelá-la se for
estocar.
Controle do ataque oxidativo: preservação à baixa
temperatura (N líquido) para a maioria dos alimentos.

Controle do ataque microbiológico: congelamento,


secagem e uso de conservadores, ou a combinação de
quaisquer dos três.
FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA
AMOSTRAGEM

Alimentos de origem vegetal:

Constituição genética: variedade;


Condições de crescimento;
Estado de maturação;
Estocagem: tempo e condições;
Parte do alimento: casca ou polpa
Alterações pós-colheita

Perda ou absorção de umidade;


Perda dos constituintes voláteis;
Decomposição química e enzimática(vitaminas e
pigmentos);
Oxidação causada pela aeração durante a
homogeneização;
Ataque de microrganismos deteriorantes;
Contaminações(traços de metais pesados).
Alimentos de origem animal:

Conteúdo de gordura;
Parte do animal;
Alimentação do animal;
Idade do animal;
Raça.

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