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10 doenças que os médicos não vêem

Por Josiane Nogueira

Regina augusta ferreira, 57 anos, trabalha há 14 anos na Secretaria


Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Quatro anos atrás, ela se
viu tomada de constante exaustão. "Sempre fui ágil, ativa e, de
repente, comecei a sentir um grande desânimo e depressão", lembra
ela. Mas exames regulares indicavam que Regina estava bem de
saúde. "Achei que estava sentindo tudo aquilo por causa da
menopausa, que era uma coisa da idade."
Ela continuou indo para o trabalho, mas sentia-se cada vez mais
cansada. Sair da cama e chegar à Secretaria tornou-se uma
maratona exaustiva. Subir as escadas do Centro Administrativo era
cada vez mais difícil, tanto que ela passou a usar o elevador para ir
até sua sala, no primeiro andar. "O desânimo tomou conta de mim.
Tinha até medo de sair de casa sozinha."
Depois de ir a vários especialistas e continuar sem diagnóstico, no
fim de 2001 Regina mostrou seus exames a um médico - já
aposentado - amigo da família. Ele finalmente desconfiou de hepatite
C. Só então Regina se lembrou de que havia feito uma transfusão de
sangue em 1978, durante uma cirurgia de emergência por causa de
uma úlcera perfurada. "Ninguém desconfiara dessa doença, pois ela não tem sintomas", diz ela.
Quando Regina enfim descobriu que tinha hepatite C, seu fígado já apresentava uma grande lesão.
Durante 23 anos, Regina havia sofrido de uma doença potencialmente fatal, e nenhum médico notara. Histórias
como esta, infelizmente, são comuns. As doenças às vezes se desenvolvem na surdina, sem apresentar
qualquer sinal. Ou exibem sintomas tão vagos que os médicos ficam de mãos atadas ao verem teste após teste
dar em nada.

Hepatite C
É causada por um vírus transmitido pelo contato com sangue infectado, provocando inflamação e lesão
hepática.
Quem corre risco Qualquer pessoa que tenha recebido transfusão de sangue ou transplante de órgãos antes
de 1993, ano em que se implementou um sistema mais eficaz de testes para doadores.
Também correm risco Profissionais da saúde que podem ter se espetado com agulhas ou se respingado de
sangue. Quem mais corre risco são os usuários de drogas injetáveis, pessoas com tatuagem e antigos pacientes
de hemodiálise.
Sintomas Nas fases iniciais, não há sintomas, exceto num pequeno grupo de pacientes, que podem apresentar
olhos amarelos e urina escura. "A hepatite C pode ser fatal", adverte o Dr. Mário Kondo, professor de
gastroenterologia da Escola Paulista de Medicina. "Cerca de 2% da população brasileira está infectada com o
vírus e, provavelmente, metade dessas pessoas não sabe que tem a doença." Os sintomas avançados incluem
cirrose e câncer de fígado, além de dor articular, doença renal e doença de pele em alguns casos.
Diagnóstico Um simples exame de sangue detecta o vírus.
Tratamento A combinação de remédios antivirais pode curar até 80% dos pacientes, e o processo chega a
durar um ano. Regina tomou o medicamento, fornecido pelo governo estadual, durante seis meses sob o
acompanhamento de especialistas do Hospital Gaffrée e Guinle. "Precisei acionar a Justiça para receber os
remédios gratuitamente. Eu não tinha condições de pagar, pois cada dose custa cerca de R$ 1.000, e é preciso
tomar uma por semana", lamenta. Em janeiro de 2004, Regina recomeçou o tratamento no Hospital
Universitário da UFRJ, e seu nome consta da lista de transplantes de fígado. "Em alguns dias estou bem-
disposta. Em outros, não me sinto bem. Mas não perco a esperança."

Acromegalia
Em 1996, Elton Caldas, 56 anos, professor universitário no Rio de
Janeiro, começou a notar que seu queixo estava se projetando
para a frente. Procurou um dentista e, depois de exames de raios
X, foi informado de que estava com o maxilar deslocado. Após
tentar, em vão, tratar o deslocamento do maxilar, Elton consultou
vários dentistas e teve quatro de seis blocos dentários trocados.
Como não conseguiu descobrir o problema, iniciou uma
peregrinação por vários consultórios médicos.
"Durante dois anos, fiz diversos exames e fui a quase 30
especialistas, incluindo cardiologista, urologista e nutricionista,
mas nenhum deles conseguiu detectar o problema", lembra Elton.
Por fim, em 1998, um clínico geral localizou um tumor na hipófise, e
deu o diagnóstico: acromegalia, doença causada pela produção
excessiva de hormônio do crescimento (GH), por um tumor
hipofisário.
Quem corre risco A doença se manifesta em qualquer etapa da vida, sendo mais comum entre os 30 e 50
anos, e acomete homens e mulheres com a mesma freqüência. Quando ocorre em crianças e adolescentes,
causa gigantismo.
Sintomas Crescimento das extremidades (mãos e pés), alterações faciais - como protusão da fronte, aumento
do tamanho da língua e do nariz -, alterações cardiovasculares (hipertensão arterial, aumento do coração),
respiratórias, articulares (artrose), metabólicas (diabete melito) e neoplásicas (tumores benignos do intestino).
O crescimento do tumor da hipófise pode, em alguns casos, ocasionar perda visual e hipertensão intracraniana.
Diagnóstico É feito por meio de exames de sangue, que detectam os níveis elevados do hormônio GH, e por
métodos de imagem (ressonância magnética ou tomografia computadorizada para visualização do tumor).
Segundo a Dra. Mônica Gadelha, responsável pelo Ambulatório de Acromegalia do HUCFF/UFRJ, estima-se que
existam no Brasil cerca de 12 mil acromegálicos e que, a cada ano, surjam cerca de mil novos casos. "Como a
doença progride de forma lenta, o paciente e os familiares não conseguem perceber as mudanças fisionômicas
e das extremidades. Além disso, a doença não é conhecida pela população", explica ela.
Tratamento Inicialmente, é cirúrgico, para a retirada do tumor. Em alguns casos, é necessária uma medicação
que inibe a secreção do hormônio GH e o crescimento tumoral. Dois anos após a cirurgia, Elton teve de se
submeter a sessões de radioterapia. Agora, ele controla a doença tomando uma injeção mensal de um
medicamento que inibe a produção de GH.

Lúpus
Alívio. Foi isso que Iberê Justino Leite sentiu quando recebeu o diagnóstico de lúpus. Há dez anos, Iberê
começou a sentir dores nas articulações, nas pernas, no joelho e no pescoço. Depois, cansaço, dores no peito e
dificuldade de respirar se somaram ao martírio. Durante um ano e meio visitou médicos de várias
especialidades, mas nenhum deles soube dizer a razão. Chegaram a diagnosticar uma costela quebrada e até
mesmo um problema incurável nos rins. Por fim, depois de perder 40% da capacidade renal, um reumatologista
descobriu a doença.
"Era angustiante não saber o que eu tinha", diz Iberê, 41 anos, microempresário em Crucilândia (MG). Ele
também descobriu que a doença inflamatória crônica, de origem auto-imune, havia levado as defesas do
organismo a atacar seus próprios órgãos e tecidos.
Quem corre risco O lúpus tem base genética e geralmente ataca mulheres jovens, numa proporção de nove
mulheres para um homem, motivo pelo qual os médicos não conseguiam detectar o problema de Iberê.
Sintomas É difícil dizer a forma inicial como a doença se manifestará. "O lúpus pode afetar praticamente
qualquer órgão do corpo", explica o Dr. Caio Moreira, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Uma
pessoa pode ter inchaço nos pés e dor quando respira; outra pode ter feridas na boca e no nariz ou lesões
cutâneas.
Diagnóstico Os médicos avaliam o quadro clínico e a função imunológica do paciente, por meio de exames
laboratoriais, biópsias, entre outros. Segundo o Dr. Caio, por causa da dificuldade de diagnóstico, a maioria dos
pacientes visita três ou mais médicos antes de descobrir a doença.
Tratamento Varia de acordo com o grau da doença e de como o lúpus se manifesta. O tratamento é feito com
corticóides, imunossupressores e antiinflamatórios, além de protetor solar. Em casos graves, recorre-se a
antibióticos, diálise sanguínea e até ao transplante renal. Iberê às vezes ainda sente dores, faz
acompanhamento médico a cada cinco meses, mas encontra-se bem o bastante para trabalhar e levar uma
vida plena.
http://www.selecoes.com.br/revista-10doencas.htm 19/12/05

10 doenças que os
médicos não vêem
(continuação)

Doença celíaca
Desde garota, Marlene B. Albertoni, hoje com 49 anos,
apresentava lesões cutâneas nas mãos, bolhas que coçavam muito, estouravam e depois tornavam a aparecer.
Em 1998, os sintomas pioraram e Marlene passou a sentir também dores abdominais e enjôos freqüentes. "Fui
a vários médicos, fiz várias dietas, mas nunca descobriram o que eu tinha", lembra ela. No ano seguinte,
tornou-se vegetariana e passou a ingerir cereais integrais. "Piorei muito. Sentia enjôo até dormindo", conta.
Finalmente, em março de 2000, um médico diagnosticou a doença, depois de uma biópsia do intestino delgado,
que revelou uma lesão grave no órgão.
Difícil imaginar o que é ser sensível a cereais como o trigo, a cevada, o centeio e a aveia. Todos possuem a
proteína glúten. E, quando Marlene ingere esses cereais, as vilosidades do intestino delgado - que absorvem os
nutrientes do alimento - sofrem um achatamento e um processo inflamatório, impossibilitando-a de absorver os
nutrientes da maneira adequada. A doença celíaca pode provocar osteoporose, anemia por deficiência de ferro
e sérias insuficiências vitamínicas.
Quem corre risco Uma pesquisa realizada na Universidade de Brasília, pela Dra. Lenora Gandolfi e pelo Dr.
Riccardo Pratesi, revela que, para cada 681 adultos sadios, um é celíaco. Quando a pessoa é geneticamente
suscetível, o mal pode ser acionado pela simples ingestão de glúten.
Sintomas Em geral, incluem dor e inchaço na barriga, gases, diarréia, prisão de ventre, anemia injustificada e
misteriosa perda de peso. Os pacientes também podem sentir dor articular, fadiga ou depressão e irritabilidade.
Alguns desenvolvem lesões cutâneas e, às vezes, apresentam baixa estatura e infertilidade.
Diagnóstico Os médicos analisam os sintomas e se baseiam em exames de sangue para detectar a
suscetibilidade, seguidos de biópsia do intestino delgado, afirma o Dr. Francisco Penna, da Faculdade de
Medicina da UFMG.
Tratamento Abstenção. Marlene passou a fazer uma dieta sem glúten, ficando atenta aos alimentos
industrializados, que podem conter essa substância e cujo rótulo nem sempre adverte o consumidor. Depois de
seis meses, os sintomas da doença haviam desaparecido e uma nova biópsia do intestino delgado revelou que o
órgão já estava recuperado. "Hoje", afirma ela, "eu me sinto muito bem."

Aneurisma
Os especialistas comparam o aneurisma à bomba-relógio por uma boa razão: podemos não mostrar sintoma
algum até o vaso sanguíneo deficiente se romper. As principais artérias do peito e da cabeça são os locais mais
notórios - e fatais - para um aneurisma: entre 25% e 50% das vítimas morrem logo nas primeiras horas após a
ruptura. No entanto, o prognóstico é melhor quando o tratamento é feito antes da ruptura, diz o neurologista
Cesar N. Raffin, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares.
Quem corre risco De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, cerca de 5% da
população brasileira têm aneurismas. O aneurisma da aorta - artéria do tamanho de uma mangueira de jardim
que vai da pelve ao peito - figurou em quase 5 mil mortes em 2002, segundo dados do Ministério da Saúde.
Doença arterial, pressão sanguínea alta, cigarro e parentes próximos com histórico de aneurisma aumentam o
risco.
Sintomas Quando o aneurisma cerebral se rompe, provoca uma dor de cabeça severa, diz Raffin. Outros
sintomas incluem náusea, vômitos, visão embaçada, dor acima e atrás do olho e rigidez da nuca. Os
aneurismas da aorta denunciam sua presença por meio de dores lancinantes no peito e na barriga.
Diagnóstico Quem suspeitar de aneurisma rompido deve procurar o neurologista ou o neurocirurgião. Quem
corre risco de ter aneurisma deve pedir ao médico que se faça uma ressonância magnética ou uma tomografia
computadorizada. Após esses exames, pode ser necessário fazer uma angiografia.
Tratamento Cirurgia rápida pode salvar a vida da pessoa. Outra opção para alguns casos é a embolização por
vias endovasculares, em que é feita uma punção da artéria femoral, por onde é introduzido um cateter. Por
este cateter, que é colocado junto do aneurisma, são depositadas pequenas molas ou um líquido especial que
irá fechar o aneurisma.

Doença de Lyme
A bactéria da doença de Lyme causa sintomas tão vagos que, se a pessoa não nota que foi picada por um
carrapato, os médicos podem passar meses sem saber por que o paciente está sempre cansado, ou como de
repente desenvolveu artrite.
Quem corre risco Pessoas expostas ao carrapato. Pode acometer adultos e crianças que brincam ao ar livre.
No Brasil, segundo a Dra. Elba Lemos, pesquisadora do Departamento de Virologia da Fundação Oswaldo Cruz,
ainda não se conhece a situação epidemiológica da doença.
Sintomas Dor articular e muscular, perda de apetite, febre, calafrios, cansaço e outros sintomas que vítimas -
e médicos - podem relevar, tomando por gripe ou "virose".
Diagnóstico A lesão avermelhada que geralmente se desenvolve de três dias a um mês depois da picada do
carrapato transmissor da bactéria Borrelia burgdorferi é o melhor sinal. Mas a lesão nunca aparece em algumas
pessoas infectadas, e exames de sangue não são muito confiáveis. Os sintomas são o indício mais confiável.
Tratamento Devemos começar pela prevenção: depois do passeio pelo campo, conferir se temos carrapatos.
Para quem está infectado, um antibiótico resolve os sintomas. Mas, se a doença estava escondida havia muitos
anos, o paciente talvez precise de várias séries de antibióticos.
http://www.selecoes.com.br/revista-10doencas2.htm
10 doenças que os médicos não vêem
(continuação)

Hipotireoidismo
A tireóide é uma glândula em forma de borboleta situada logo abaixo do pomo-de-adão. Quando ela não produz
hormônio suficiente para manter o metabolismo do corpo, o organismo começa a desacelerar. As vítimas
sentem-se cansadas e sofrem lapsos de memória.
Quem corre risco Segundo a Dra. Denise Pires de Carvalho, vice-presidente do Departamento de Tireóide da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a mulher é de 4 a 10 vezes mais propensa a desenvolver
o hipotireoidismo. O risco aumenta com a gravidez e com a idade. No Brasil, segundo o Dr. Eduardo Tomimori,
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, 12% da população adulta apresenta hipotireoidismo.
No entanto, mais da metade desses milhões de brasileiros com a doença não sabe que a tem.
Sintomas Intolerância ao frio, cansaço, cãimbras, irregularidades menstruais, rouquidão, pele e cabelo secos,
lapsos de memória, falta de energia, depressão, alteração de humor, dificuldade de sono e queda de cabelo,
além de constipação intestinal e unhas fracas e quebradiças.
Diagnóstico Um exame de sangue pode revelar a diminuição da função da tireóide.
Tratamento Os pacientes recebem doses diárias de repositores do hormônio da tireóide.

Hemocromatose
Há cinco anos, Ângelo de Paoli, 52 anos, motorista de caminhão aposentado de São José do Erval, RS, começou
a sentir dores articulares e a notar que as mãos estavam inchadas e a pele da barriga, avermelhada. Procurou
um médico, que não mostrou preocupação e tampouco conseguiu descobrir o problema. Então, procurou outro
médico, que também não encontrou nada. Ângelo se submeteu a uma série de exames e consultou mais três
médicos, mas nenhum deles conseguiu fazer o diagnóstico.
Por fim, o Dr. Fernando Fornari desconfiou de hemocromatose, doença na qual o organismo absorve excesso de
ferro da dieta comum. A moléstia é hereditária. Incapaz de processar o excesso da substância, o organismo o
deposita em órgãos como o fígado e o coração. Se passa despercebido, o excesso de ferro pode destruir órgãos
e provocar a morte. Isso deixou Ângelo alarmado: "Fiquei muito preocupado, porque fui a vários médicos, cada
um receitava um remédio diferente, mas não adiantava." Depois de saber da existência da doença, a família de
Ângelo se submeteu ao teste genético e um de seus irmãos descobriu que também possui o gene.
Quem corre risco A hemocromatose predomina em pessoas de origem celta, britânica e nórdica, embora não
se restrinja a esses grupos étnicos.
Sintomas Dor articular e abdominal, fadiga, lesão hepática e problemas cardíacos. No entanto, muitas muitas
pessoas podem se mostrar assintomáticas.
Diagnóstico Um exame de sangue detecta o excesso de ferro e o teste de DNA pode revelar a suscetibilidade
genética. A biópsia do fígado é a maneira mais eficaz de confirmar o diagnóstico, por meio da concentração
hepática de ferro.
Tratamento A sangria - ou flebotomia - é o melhor remédio e, no início do tratamento, pode ser semanal ou
quinzenal, conforme a tolerância do paciente. Atualmente Ângelo faz uma a cada dois meses. Se continuar
fazendo flebotomias periódicas o resto da vida, ele vai conseguir controlar a doença.

Clamidíase
Esta infecção bacteriana escapa aos médicos porque as pessoas não se dão conta de que estão infectadas. De
80% a 90% das mulheres e de 70% a 80% dos homens não apresentam sintomas. "Se a doença não for
detectada numa consulta de rotina, o paciente não fica sabendo", adverte o Dr. Décio Luis Alves, do Serviço de
Ginecologia do Hospital Universitário da UFRJ.
Isso talvez explique por que os índices da infecção estão subindo. Segundo o Ministério da Saúde, a estimativa
é de que existam cerca de
2 milhões de pessoas infectadas por ano no Brasil, sendo 1,5 milhão de mulheres e 500 mil homens.
Se não for tratado, nas mulheres o mal pode causar doença inflamatória pélvica, lesão das trompas de Falópio,
gravidez ectópica e, em alguns casos, infertilidade, que também é problema para os homens.
Quem corre risco Qualquer homem ou mulher com vida sexual ativa, principalmente os que trocam com
freqüência de parceiros e que não usam preservativos ou os usam de forma inadequada. O Dr. Décio
recomenda que as pessoas que se enquadram nessas categorias sejam examinadas a cada seis meses. A
clamidíase é a mais comum das doenças sexualmente transmissíveis.
Sintomas No começo, consistem em corrimento ou coceira leve. Com o tempo, as mulheres podem ter dor no
ventre ou nas costas, dor durante a relação sexual, sangramento entre menstruações e náusea ou febre. Nos
homens, secreção do pênis, dor ou ardência na hora de urinar, ou dor e inchaço dos testículos.
Diagnóstico O exame de urina - no homem - e o preventivo em conjunto com o exame pélvico - na mulher -
revelam a doença.
Tratamento A clamidíase é tratada com dose única de antibiótico específico. É importante que o parceiro
também seja medicado.

Apnéia do sono
Há muito tempo, os desenhos animados fazem graça do ronco, mas especialistas já perceberam que o barulho
é sério. O ronco pode indicar apnéia do sono, que pode causar pressão arterial alta, doença cardíaca e acidente
vascular cerebral.
As vias aéreas superiores parcialmente fechadas provocam o ronco. Quando o fechamento é total, causa parada
respiratória, que pode durar até um minuto. As vítimas acordam - quase sempre sem perceber - para recuperar
a respiração, o que interfere na qualidade do sono, diz Geraldo Lorenzi Filho, diretor do Laboratório do Sono do
Instituto do Coração, de São Paulo. No entanto, muitos médicos e pacientes ainda não percebem como isso
pode ser perigoso.
Quem corre risco O risco aumenta com a idade, mas até crianças podem sofrer do mal. Estima-se que 4% da
população brasileira acima de 20 anos apresenta a doença. Ela é duas vezes mais comum nos homens e tem
relação com excesso de peso e estreitamento da faringe.
Sintomas Ronco, sono durante o dia e pressão alta.
Diagnóstico Sono diurno sem explicação é sinal de apnéia ou outros transtornos do sono, diz Geraldo Lorenzi
Filho. Quando os médicos desconfiam da doença, recomendam que o paciente faça um exame de
polissonografia, quando o sono e a respiração são monitorizados durante uma noite inteira.
Tratamento Os pacientes encontram alívio com uma máscara no nariz, que mantém as vias aéreas abertas
durante o sono - a Continuous Positive Airway Pressure (CPAP). Outras opções são a perda de peso, o uso de
uma prótese dentária que avança a mandíbula, puxando o queixo para a frente e segurando a língua, e as
cirurgias - que, no entanto, nem sempre dão bons resultados.

ADAPTADO DE ARTIGO DE ALICE LESCH KELLY

http://www.selecoes.com.br/revista-10doencas3.htm

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