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MANUAL MSD
Versão para Profissionais de Saúde
Delirium
Por Juebin Huang , MD, PhD, Department of Neurology, University of Mississippi Medical Center
Avaliado clinicamente fev 2023
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26/08/2023, 23:03 Delirium - Distúrbios neurológicos - Manuais MSD edição para profissionais
Delirium é um distúrbio agudo, transitório e geralmente reversível, flutuante da atenção, da cognição e do nível de consciência. As
causas incluem quase todos os distúrbios ou drogas. O diagnóstico é clínico, com testes laboratoriais e imagens para identificar a
causa. O tratamento consiste em correção da causa e medidas de suporte.
O delírio pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum entre idosos. Pelo menos 10% dos pacientes idosos internados
em hospital têm delirium; 15 a 50% apresentam delirium em algum período durante a hospitalização. O delírio também é
comum depois de cirurgia e em residentes de clínicas de repouso e pacientes de unidade de terapia intensiva. Quando ocorre
delirium em pessoas mais jovens, geralmente é decorrente do uso de um fármaco (medicação ou droga recreativa) ou doença
sistêmica potencialmente fatal.
O delírio, algumas vezes, é denominado estado confusional agudo ou encefalopatia tóxica ou metabólica.
O delírio e a demência são distúrbios distintos, às vezes difíceis de serem diferenciados. A cognição é afetada em ambos os
distúrbios, mas o seguinte ajuda a diferenciá-los:
O delirium afeta principalmente a atenção, costuma ser causado por enfermidade aguda ou toxicidade por fármacos (às
vezes com risco de morte) e, geralmente, é reversível.
Demência afeta principalmente a memória, costuma ser causada por alterações anatômicas no encéfalo, tem início
mais lento e, geralmente, é irreversível.
Outras características específicas também ajudam a distinguir esses 2 distúrbios (ver tabela Diferenças entre delírio e
demência ). Muitas vezes ocorre delírio em pacientes com demência; chama-se delirium sobreposto à demência (DSD). O DSD
pode ocorrer em até 49% dos pacientes com demência durante hospitalizações. Além disso, os pacientes com delirium têm
um risco aumentado de desenvolver demência (1).
Referência geral
1. Fong TG, Inouye SK:The inter-relationship between delirium and dementia: The importance of delirium prevention. Nat Rev
Neurol 18 (10):579–596, 2022. doi: 10.1038/s41582-022-00698-7
Etiologia do delirium
As causas mais comuns do delirium são:
Desidratação
Infecção
Várias outras condições podem causar delirium (ver tabela Causas do delírio ). Em cerca de 10 a 20% dos pacientes a causa
não é identificada.
Os fatores predisponentes incluem distúrbios encefálicos (p. ex., demência, acidente vascular encefálico, doença de
Parkinson), idade avançada, deficit sensorial (p. ex., visão ou audição prejudicada), intoxicação alcoólica e múltiplos distúrbios
coexistentes.
Os fatores precipitantes incluem o uso de drogas (particularmente ≥ 3 medicamentos novos), infecção, desidratação, choque,
hipóxia, anemia, imobilidade, desnutrição, uso de catetéres vesicais (se retenção urinária estiver ou não presente),
hospitalização, dor, falta de sono e estresse emocional. Insuficiência hepática ou renal não reconhecida pode causar delirium e
toxicidade por fármacos prejudicando o metabolismo e reduzindo a depuração de um fármaco previamente bem tolerada.
O delirium comumente pode ser o sintoma de manifestação inicial em pacientes idosos com doença viral. Por exemplo, a
doença do coronavírus 2019 (COVID-19) muitas vezes pode causar delirium sem outros sinais ou sintomas típicos da COVID-
19. É mais provável que o delirium resulte em desfechos hospitalares ruins (p. ex., necessidade de cuidados na UTI) e morte
em pacientes com COVID-19 (1).
A exposição recente à anestesia também aumenta o risco, em especial se a exposição for prolongada e ocorrer administração
de anticolinérgicos durante a cirurgia. Após cirurgia, dor e uso de analgésicos opioides também podem contribuir para o
delirium. A diminuição de estímulos sensitivos à noite pode deflagrar o delirium em pacientes de risco.
Para pacientes idosos em unidade de terapia intensiva o risco de delirium (psicose de unidade de terapia intensiva) é
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Para pacientes idosos em unidade de terapia intensiva, o risco de delirium (psicose de unidade de terapia intensiva) é
particularmente alto. Estado epiléptico não convulsivo é uma causa sub-reconhecida do estado mental alterado em pacientes
em UTI que deve ser considerada.
Fisiopatologia do delirium
Os mecanismos não são completamente compreendidos, mas podem envolver
Geração de marcadores inflamatórios, incluindo proteína C-reativa, interleucina-1 beta e 6 e fator de necrose tumoral
(FNT)-alfa
O estresse de qualquer tipo regula positivamente o tônus simpático e negativamente o parassimpático, prejudicando a função
colinérgica e, portanto, contribuindo para o delirium. Os idosos são particularmente vulneráveis à transmissão colinérgica
reduzida, aumentando o risco de apresentarem delirium.
Independentemente da causa, os hemisférios cerebrais ou os mecanismos de alerta do tálamo e do SAR do tronco encefálico
se tornam deficientes.
O nível de consciência flutua; os pacientes são desorientados em relação a tempo, e às vezes espaço ou pessoas. Podem ter
alucinações, delírios e paranoia. A confusão relacionada a eventos cotidianos e rotinas diárias é comum, assim como
alterações de personalidade e afeto. O pensamento torna-se desorganizado e, geralmente, a fala é desordenada com
evidência de pronúncia indistinta, rapidez, neologismos, erros afásicos ou padrões totalmente caóticos.
Os sintomas do delirium oscilam por minutos a horas; podem diminuir durante o dia e piorar à noite.
Outros sintomas podem incluir comportamento inadequado, medo e paranoia. Os pacientes podem se tornar irritados,
agitados, hiperativos e hiperalertas ou, inversamente, podem se tornar quietos, introvertidos e letárgicos. Pacientes muito
idosos com delirium tendem a se tornar quietos e isolados — as alterações podem ser confundidas com depressão. Alguns
pacientes alternam entre as duas possibilidades.
Diagnóstico do delirium
História completa
O delírio, particularmente em idosos, geralmente é negligenciado pelos médicos. Os médicos devem considerar delirium (e
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demência) em paciente idoso que apresenta comprometimento da memória ou atenção.
A atenção é avaliada primeiro. Os testes simples incluem repetição imediata do nome de 3 objetos, amplitude de dígitos
(capacidade de repetir 7 dígitos em ordem direta e 5 em ordem inversa) e nomear os dias da semana nas ordens certa e
inversa. Falta de atenção (paciente não registra instruções ou outras informações) deve ser diferenciado da memória de curto
prazo reduzida (em que os pacientes registram as informações, mas as esquecem rapidamente). Os testes cognitivos
adicionais são inúteis em pacientes que não conseguem registrar informação.
Após a avaliação inicial, pode-se usar um critério padrão de diagnóstico, como Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, 5th Edition (DSM-5) ou Confusion Assessment Method (CAM).
As seguintes características são necessárias para o diagnóstico do delirium usando os critérios DSM-5:
Perturbação da atenção (p. ex., dificuldade de concentração ou de acompanhar o que é dito) e consciência (isto é,
orientação reduzida em relação ao ambiente)
A perturbação se desenvolve ao longo de um curto período de tempo (ao longo de horas a dias) e tende a oscilar
durante o dia.
Alteração aguda na cognição (p. ex., deficits de memória, linguagem, percepção, pensamento)
Além disso, deve haver evidências a partir da história, exame físico e/ou testes laboratoriais sugerindo que a perturbação é
causada por uma doença médica, uma substância (incluindo fármacos ou toxinas), ou interrupção de substâncias.
Nível alterado de consciência (p. ex., hiperalerta, letárgico, estuporoso, comatoso) ou o pensamento desorganizado (p.
ex., divagação, conversação irrelevante, fluxo ilógico de ideias)
História
A história é obtida por entrevista com familiares, cuidadores e amigos. Pode determinar se a alteração do estado mental é
recente e distinta de qualquer demência basal (ver tabela Diferenças entre delírio e demência ). A história ajuda a distinguir
distúrbio mental de delirium. Ao contrário do delirium, os distúrbios mentais raramente causam desatenção ou consciência
flutuante e o seu início quase sempre é subagudo.
A deterioração comportamental ao entardecer, que é comum em pacientes institucionalizados com demência, pode ser
difícil de diferenciar; novas deteriorações sintomáticas devem ser interpretadas como delirium, até que se prove o contrário.
A história também deve incluir o uso de álcool, todas as drogas recreativas e fármacos comercializados com e sem prescrição,
concentrando-se principalmente nos fármacos com efeitos anticolinérgicos e/ou sobre o sistema nervoso central (SNC) e em
novas adições, interrupções ou alterações na dose, incluindo superdosagem. Suplementos nutricionais (p. ex., produtos
fitoterápicos) também devem ser incluídos.
Exame físico
O exame, particularmente em pacientes que não cooperam completamente, deve enfocar o seguinte:
Sinais vitais
Estado de hidratação
Exame neurológico
Febre, meningismo, sinais de Kernig e Brudzinski sugerem infecção no sistema nervoso central.
Tremor e mioclonia sugerem uremia, insuficiência hepática, intoxicação medicamentosa, toxicidade de medicação, ou
certos distúrbios eletrolíticos (p. ex., hipocalcemia, hipomagnesemia).
A lid d ló i f i li i d i d fi i ii il d
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Anormalidades neurológicas focais (p. ex., paralisias de pares cranianos, deficits motores ou sensitivos) ou papiledema
sugerem doença estrutural do sistema nervoso central.
Lacerações na face ou no couro cabeludo, hematomas, edemas e outros sinais de traumatismo craniano sugerem lesão
encefálica traumática.
Exames
Os testes geralmente incluem
TC ou RM
Testes para infecções suspeitas (p. ex., hemograma completo, hemoculturas, radiografia de tórax, exame de urina)
Medição de eletrólitos, ureia, creatinina, glicemia e níveis séricos de qualquer droga suspeita de ter efeitos tóxicos
Se o diagnóstico ainda permanecer não esclarecido, os exames podem incluir análise do líquido cefalorraquidiano
(particularmente para excluir meningite, encefalite ou hemorragia subaracnoidea), medida de amônio sérico e teste para
verificar a presença de metais pesados.
Se houver suspeita de atividade epilética não convulsiva (sugerida por alterações motoras sutis, automatismos e padrão
oscilante de perplexidade e torpor), deve ser realizado o monitoramento do eletroencefalograma (EEG).
Tratamento do delirium
Cuidados de suporte
Tratamento da agitação
O tratamento consiste na correção da causa (p. ex., tratar infecção, administrar líquidos e eletrólitos para desidratação) e na
remoção de fatores agravantes (p. ex., interrupção do uso de medicamentos ou drogas), que podem levar à resolução do
delirium. As deficiências nutricionais (p. ex., carência de tiamina ou vitamina B12) devem ser corrigidas e devem ser fornecidas
nutrição e hidratação adequadas.
Medidas gerais
O meio ambiente deve ser estável, tranquilo e bem iluminado e incluir sinais visuais para orientar o paciente (p. ex.,
calendário, relógios, fotografias da família). A frequente reorientação e tranquilização, pela equipe médica do hospital ou pelos
membros da família, também pode ajudar. Os deficits sensitivos do paciente devem ser minimizados (p. ex., substituindo-se a
bateria de aparelhos auditivos, encorajando os pacientes que necessitam de óculos ou aparelhos auditivos a usá-los).
A abordagem deve ser multidisciplinar (com um médico, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, enfermeiros e assistentes
sociais); deve envolver estratégias para aumentar a mobilidade e a amplitude de movimento, tratar a dor e o desconforto,
prevenir lesões na pele, melhorar a incontinência e minimizar o risco de aspiração.
A agitação pode ameaçar o bem-estar do paciente, de um cuidador ou um membro da equipe médica. Simplificar o regime de
fármacos e evitar o máximo possível o uso de acessos IV catéteres de Foley e métodos de contenção física (em particular no
ambiente do tratamento prolongado) pode ajudar a prevenir a exacerbação da agitação e reduzir o risco de lesão. No entanto,
em certas circunstâncias, pode ser necessária a contenção física para impedir que os pacientes causem danos a si mesmos ou
a outros. A contenção deve ser realizada por um membro da equipe médica treinado para tal, devendo ser interrompida pelo
menos a cada 2 h para prevenir lesão e descontinuada o mais breve possível. O uso de assistentes hospitalares (cuidadores)
como observadores constantes pode ajudar a evitar a necessidade de contenção.
Explicar a natureza do delirium para os membros da família pode auxiliar a enfrentar a situação. Eles devem ser informados
de que habitualmente o delirium é reversível, porém os deficits cognitivos geralmente levam semanas ou meses para
desaparecerem após a resolução da doença aguda.
Medicamentos
di h l id l d b i 0 0 i l d i id d 2h
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Medicamentos, como haloperidol em dose baixa (0,5 a 1,0 mg por via oral, IV ou IM 1 dose e a seguir repetida a cada 1 a 2 h, se
necessário), pode diminuir a agitação ou os sinais e sintomas psicóticos; ocasionalmente são necessárias doses muito mais
altas. Entretanto, os fármacos não corrigem o problema de base e podem prolongar ou exacerbar o delirium.
Antipsicóticos de segunda geração ou atípicos (p. ex., risperidona 0,5 a 3 mg por via oral a cada 12 h, olanzapina 2,5 a 15 mg
por via oral uma vez ao dia, quetiapina 25 a 200 mg por via oral a cada 12 h) podem ser preferíveis porque têm menos efeitos
adversos extrapiramidais; no entanto, o uso a longo prazo pode causar ganho de peso e hiperlipidemia e aumentar o risco de
diabetes tipo 2. Em pacientes idosos com psicose relacionada à demência, esses fármacos aumentam o risco de acidente
vascular encefálico e morte. Esses medicamentos são tipicamente administrados por via oral, não por via parenteral.
Benzodiazepinas (p. ex., lorazepam 0,5 a 1,0 mg por via oral ou IV 1 vez, então repetido a cada 1 a 2 h, conforme necessário)
são os fármacos de escolha para delirium causado pela interrupção de álcool ou benzodiazepínicos. Seu início de ação é mais
rápido (5 minutos após a administração parenteral) do que os antipsicóticos. Benzodiazepínicos deve ser evitadas se o
delirium resulta de outras condições porque esses fármacos agravam a confusão e sedação.
Prognóstico do delirium
As taxas de morbidade e mortalidade são altas em pacientes com delirium e que são hospitalizados ou naqueles que
desenvolvem delirium durante a hospitalização; 35 a 40% dos pacientes hospitalizados com delirium morrem em 1 ano. As
taxas podem ser parcialmente altas porque esses pacientes tendem a ser mais velhos e ter outras doenças graves.
O delirium devido a certas condições (p. ex., hipoglicemia, intoxicação por droga ou álcool, infecção, fatores iatrogênicos,
toxicidade por fármacos, desequilíbrio eletrolítico) geralmente é rapidamente corrigido com o tratamento. No entanto, a
recuperação pode ser lenta (dias e até mesmo semanas ou meses), em especial em idosos, resultando em períodos mais
longos de internação, mais complicações, custos mais altos e incapacidade prolongada. Alguns pacientes nunca se recuperam
totalmente do delirium. Há maior risco de deficit cognitivo e declínio funcional, institucionalização e morte em até 2 anos após
o delirium. Em uma metanálise o delirium em pacientes cirúrgicos e não cirúrgicos estava significativamente associado a
comprometimento cognitivo que durou ≥ 3 meses após o episódio de delirium (1).
1. Goldberg TE, Chen C, Wang Y, et al: Association of delirium with long-term cognitive decline: A meta-analysis. JAMA Neurol 77
(11):1373–1381, 2020. doi:10.1001/jamaneurol.2020.2273. Online ahead of print.
Prevenção do delirium
Como o delirium agrava muito o prognóstico de pacientes hospitalizados, a prevenção deve ser enfatizada. Os membros da
equipe devem ser treinados para adotar medidas para manter a orientação, mobilidade e cognição, bem como assegurar um
sono de qualidade, boa nutrição, hidratação e alívio suficiente da dor, particularmente em pacientes idosos. Os membros da
família devem ser estimulados a ajudar nessas estratégias.
O estresse de qualquer tipo prejudica a função colinérgica, contribuindo assim para o delirium. Os idosos são particularmente
vulneráveis à transmissão colinérgica reduzida, aumentando o risco de apresentarem delirium. Fármacos anticolinérgicos
podem contribuir.
Delirium muitas vezes é o primeiro sinal de outro distúrbio, às vezes grave em idosos.
Desidratação
Um distúrbio não neurológico (p. ex., infecção do trato urinário, influenza, deficiência de tiamina, deficiência de vitamina
B12)
Dor
Privação sensorial
Privação de sono
A presença de condições que aumentam o risco de delirium (p. ex., acidente vascular encefálico, demência, doença de
Parkinson, outras doenças neurodegenerativas, polifarmácia, desidratação, desnutrição, imobilidade)
O sintoma mais óbvio do delirium, a confusão mental, pode ser mais difícil de reconhecer em idosos. Pessoas mais jovens
com delirium podem ser agitadas, mas pessoas idosas tendem a se tornar quietas e isoladas — alterações que podem ser
confundidas com depressão. Nesses casos, reconhecer o delirium é ainda mais difícil.
Em caso de desenvolvimento de psicose em um idoso, isso geralmente indica delirium ou demência. Psicose decorrente de
transtorno psiquiátrico raramente começa na velhice.
Delirium pode ser um sintoma de apresentação comum em pacientes idosos com doenças virais. Por exemplo, a COVID-19
pode se manifestar como delirium sem outros sintomas ou sinais típicos da COVID-19. O delirium também está associado a
desfechos hospitalares ruins (p. ex., necessidade de internação em UTI) e morte em pacientes com COVID-19 (1).
Comprometimento da memória e desatenção também podem ser os sintomas iniciais de delirium em pessoas idosas.
Em idosos, o delirium tende a durar mais tempo e a recuperação pode ser lenta (dias a semanas ou meses), resultando em
períodos mais longos de internação, maior risco e gravidade das complicações, custos mais altos e incapacidade a longo
prazo. Alguns pacientes nunca se recuperam totalmente do delirium.
Como pacientes idosos têm maior probabilidade de ter demência, o delirium geralmente passa despercebido pelos médicos.
Os médicos devem considerar delirium em paciente idoso que apresenta comprometimento da memória ou atenção.
1. Kennedy M, Helfand BKI, Gou RY, et al: Delirium in older patients with COVID-19
presenting to the emergency department. JAMA Netw Open 3 (11):e2029540, 2020. doi:10.1001/jamanetworkopen.2020.29540
Pontos-chave
Delirium, que é muito comum em idosos hospitalizados, é frequentemente causado por fármacos, desidratação
e infecções (p. ex., infecções do trato urinário), mas pode ter muitas outras causas.
A história é feito de familiares, cuidadores e amigos e o exame do estado mental são fundamentais para
reconhecer delirium.
Avaliar cuidadosamente em pacientes com delirium possíveis causas neurológicas e sistêmicas e gatilhos.
Tratar a causa do delirium e fornecer tratamento de suporte, incluindo sedação quando necessário.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-neurológicos/delirium-e-demência/delirium# 7/8
26/08/2023, 23:03 Delirium - Distúrbios neurológicos - Manuais MSD edição para profissionais
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