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REF: TRATADO, tabela atualizada da OPAS, manual diagnostico da associação americana de psiquiatria

O delirium é uma síndrome adquirida, com redução do estado de alerta, de percepção, da habilidade de
manter e de desviar a atenção de forma apropriada. Como as demências, o delirium é caracterizado por
comprometimento cognitivo global. Seu início, entretanto, é súbito, e seu curso apresenta flutuações
marcantes do déficit cognitivo ao longo do dia, com alternância do estado de consciência, da cognição, da
atenção e de alterações do ciclo do sono

Alucinações visuais e ideias delirantes são comuns. Condições médicas, como infecções, condições tóxicas e
metabólicas, são causas típicas do delirium. A demência e o delirium frequentemente
coexistemparticularmente em pacientes hospitalizados, e a demência é um fator de risco para o delirium. A
presença do delirium no idoso impõe a necessidade de uma reavaliação rigorosa das funções cognitivas,
após o término de um episódio dessa doença.

Além das manifestações supracitadas, o delirium geralmente está associado a perturbações no ciclo sono-
vigília, seja com sonolência diurna (excessiva ou não), insônia ou agitação noturna, chegando, em alguns
casos, a uma inversão completa dos comportamentos diurnos e noturnos.

Perturbações emocionais como ansiedade, depressão, irritabilidade, euforia ou apatia também são comuns,
podendo haver rápida oscilação entre estados do humor distintos. A expressão dessas alterações torna-se
evidente quando o idoso grita, amaldiçoa, se queixa ou murmura, principalmente a noite ou em ambientes
com privação de estímulos.

Os idosos, já comprometidos por déficits energéticos e neurológicos típicos do envelhecimento, se tornam


muito mais vulneráveis ao desenvolvimento de delirium, manifestado de forma hiperativa, hipoativa ou
misto.

AS PRINCIPAIS ETIOLOGIAS DE BASE PARA A INSTALAÇÃO DO DELIRIUM SÃO quadros infecciosos,


hospitalizações, uso excessivo de medicamentos e intercorrências clínicas de quadros prévios, destacando-se
a demência.

Concluíram, após estudos clínicos e experimentais, que o delirium era consequente à redução da taxa de
metabolismo cerebral, documentado pelo alentecimento difuso no padrão do eletroencefalograma.

a incidência de delirium pode servir como barômetro para a qualidade de atendimento hospitalar, visto
que em grande parte dos casos a síndrome é decorrente de uma complicação iatrogênica

Característica marcante do delirium é a flutuação dos sintomas, que dificulta muitas vezes o seu diagnóstico.
Disfunção global da cognição é manifestação essencial: o prejuízo do pensamento encontra-se
invariavelmente presente, tornando-se vago e fragmentado

DELIRIUM - Instalaçãoaguda, implicadéficit acentuadode atençãoe cognição,cursoflutuante; frequente em


pacientes com demência,mas nãoé exclusivodessa condição;deve serafastado
ETIOLOGIA

Entre as causas clínicas de delirium em idosos, destacam-se os processos infecciosos, particularmente


pneumonia e infecção do trato urinário, afecções cardiovasculares, cerebrovasculares e pulmonares que
causam hipoxia, e distúrbios metabólicos. Os fármacos também constituem uma causa importante de
delirium, podendo corresponder como fator etiológico isolado em 12 a 39% dos casos (Britton, 2011).
Medicamentos como antidepressivos tricíclicos, antiparkinsonianos, neurolépticos e o uso ou abstinência de
hipnóticos e sedativos estão entre os fármacos mais frequentemente associados ao delirium. Vários grupos
de fármacos largamente utilizados, como digitálicos, diuréticos, hipotensores, analgésicos narcóticos, anti-
inflamatórios não hormonais, antimicrobianos, antifúngicos, anti-histamínicos, bloqueadores H2, entre
outros, podem contribuir para o delirium. Isto ocorre especialmente quando outros fatores de risco estão
presentes e na vigência da polifarmácia

Entre as condições cirúrgicas, os fatores etiológicos podem estar presentes no pré-operatório, como idade
avançada e comorbidades; no intraoperatório, pelo tipo de anestesia, duração e tipo de cirurgia, hipotensão
e hipoxia; e no pós-operatório, incluindo fatores como dor, infecção, analgesia, sedação, imobilização, entre
outros. Alguns biomarcadores têm sido identificados para explicar os mecanismos do delirium no pós-
operatório (

FATORES DE RISCO

Inúmeros fatores de risco para delirium têm sido identificados. No paciente hospitalizado, é importante a
distinção entre fatores predisponentes (fatores já presentes à admissão) e fatores precipitantes (fatores
diversos que contribuem para o desenvolvimento de delirium)
Considerando-se a idade como fator de risco, sabe-se que os pacientes idosos são mais suscetíveis a
apresentar delirium, com envolvimento de múltiplas causas. Entre as principais, incluem-se: menor reserva
funcional hepática e renal, com comprometimento da farmacocinética e farmacodinâmica dos fármacos;
maior suscetibilidade a doenças sistêmicas, com uso comum de mais de um fármaco; menor capacidade de
resposta ao estresse; decréscimo de células do córtex cerebral, da produção de acetilcolina e menor
plasticidade de receptores muscarínicos, com aumento da toxicidade, principalmente com o uso de
fármacos com ação anticolinérgica.

Um modelo preditivo para fatores precipitantes também foi desenvolvido para pacientes idosos
internados. Foram identificados 5 fatores precipitantes independentes: restrição física, má nutrição
(albumina menor do que 3 g/dℓ), uso simultâneo de mais de três medicamentos (principalmente substâncias
psicoativas), uso de sonda vesical e iatrogenia. Fatores psicossociais como estresse psicológico e perda do
suporte social podem contribuir para o desenvolvimento de delirium em pacientes hospitalizados

FISIOPATOLOGIA DESCONHECIDA, No entanto, alguns fatores têm sido rotulados como responsáveis para o
desenvolvimento da síndrome, especialmente toxicidade a fármacos e resposta a inflamação e estresse

Caracteristicamente, delirium é considerado como uma manifestação neuropsiquiátrica não específica de


um distúrbio do metabolismo cerebral e da neurotransmissão. A disfunção generalizada dos neurônios
corticais pode ser devida a alterações metabólicas nas próprias células, secundárias, por exemplo, a
condições como hipoglicemia, hipoxia ou deficiência de tiamina ou na transmissão de sinais a partir de
estruturas não corticais.

Anormalidades da transmissão colinérgica podem levar, principalmente, à diminuição do nível de


consciência e de excitabilidade bem como a prejuízo da memória. Essa noção é reforçada por observações
clínicas de que fármacos anticolinérgicos que atravessam a barreira hematencefálica podemprecipitar o
delirium. Da mesma forma, condições clínicas que reduzem a síntese de acetilcolina, como hipoxia,
hipoglicemia e deficiência de tiamina, estão relacionadas com delirium

DIAGNOSTICO: Para avaliação inicial de delirium por profissionais de saúde, não treinados na área
psiquiátrica, destaca-se o CAM (Quadro 27.3), que abrange 9 itens derivados de critérios do DSM III-R, e
formulados em linguagem de simples compreensão (Wei et al., 2008). É um dos instrumentos mais utilizados
na prática médica, sendo traduzido para 14 idiomas. O estudo de validação e confiabilidade da versão em
língua portuguesa do CAM mostrou que esse instrumento é útil em nosso meio na investigação inicial de
delirium (Fabbri et al., 2001). A partir desses 9 critérios, foi composto um algoritmo no qual os critérios (1) e
(2) associados aos critérios (3) ou (4) já estabelece o diagnóstico de deliriuM

O principal diagnóstico diferencial é a demência.

A depressão pode lembrar mais sintomas de delirium hipoativo.

PREVENÇÃO

Conhecer os fatores de risco

Por meio de estudo sobre prevenção, com a identificação e intervenção em fatores de risco como prejuízo
cognitivo, imobilidade, privação do sono, déficit sensorial (visual e auditivo) e desidratação, observou-se
redução de 40% dos casos de delirium em pacientes idosos hospitalizados; além disso, também houve
redução na duração dos episódios de delirium nos pacientes que foram acometidos pela síndrome
TRATAMENTO- Os antipsicóticos constituem-se como primeira linha na terapêutica, sendo o haloperidol
considerado o fármaco de escolha

REF: TRATADO, BVS ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE. Qual é a orientação atualizada do Ministério da Saúde
para rastreamento e prevenção do câncer da próstata?, Análise descritiva do rastreamento do câncer de
próstata no contexto assistencial de atuação das Unidades Básicas de Saúde do Distrito Federal

‌ADENOCARCINOMA DE PRÓSTATA:

Patologia

Acima de 95% das neoplasias da próstata correspondem ao adenocarcinoma, e o restante divide-se entre
sarcomas, carcinomas epidermoides e carcinoma de células transicionais. Os adenocarcinomas estão
localizados principalmente na zona periférica (75%), a postergar o surgimento de sintomas, ficando a zona
de transição com 25% e a zona central com 5% dos casos. É de fundamental importância, para tratamentos
adequados, o estudo histológico dos adenocarcinomas da próstata, consistindo, inclusive, emfatores
prognósticos, influenciando o comportamento biológico do tumor e a sobrevida do paciente. A graduação
histológica mais utilizada mundialmente é a de Gleason, que valoriza o padrão glandular e sua relação com o
estroma prostático.

Os tumores são assim classificados: grau 1 – tumor que consiste em glândulas pequenas, uniformes, com
alterações nucleares discretas; grau 2 – tumor com ácinos de tamanho médio, separados por estroma,
arranjados mais proximamente; grau 3 – tumor com grande variação no tamanho e organização glandular,
infiltrando o estroma e os tecidos vizinhos; grau 4 – tumor que mostra grande atipia celular e extensa
infiltração; grau 5 – tumor caracterizado por camadas de células indiferenciadas.

Como os adenocarcinomas de próstata apresentam mais de um padrão histológico, o diagnóstico final na


escala de Gleason é dado pela soma dos graus do padrão primário (predominante) e do padrão secundário
(segunda menor área representada). Assim, os tumores mais diferenciados receberão classificação final 2, e
os mais indiferenciados, de maior potencial metastático, relacionados com maior mortalidade, receberão
classificação final 10.

Quadro clínico

Antes dos programas populacionais de rastreamento para o câncer da próstata e do surgimento de


marcadores tumorais como o PSA, grande parte dos pacientes se apresentava ao diagnóstico em fases
avançadas da doença, com neoplasia disseminada. Atualmente, a maior parte dos pacientes se apresenta
com câncer localizado, melhorando muito o prognóstico e as opções de tratamentos curativos (Polascik et
al., 1999). Em estatísticas norte-americanas, essa proporção é de 64% de casos com neoplasia localizada,
para 13% de doença regional e 20% com doença metastática. Na maioria dos pacientes, portanto, a doença
é assintomática. Na neoplasia regional ou localmente avançada, 90% dos pacientes apresentam queixas
miccionais relacionadas com a obstrução vesical, bem como hematúria relacionada com a invasão do trígono
vesical. Nas fases mais avançadas, dependendo dos órgãos acometidos, os pacientes poderão apresentar
sinais e sintomas, tais como: ostealgia, emagrecimento, anemia, linfedema, trombose venosa de membros
inferiores, hidronefrose e uremia, hemospermia, linfadenopatias, dispneia por metástases pulmonares e
síndromes colestáticas por metástases hepáticas.

PERGUNTAS

NICTURIA:  alterações teciduais da senilidade que comprometem o trato urinário inferior e o


assoalho pélvico, do sistema nervoso central e periférico, alterações hormonais como a
menopausa, poliúria noturna, alterações psicológicas, hiperplasia prostática benigna, doenças
concomitantes
Ex próstata: 40 anos/ A Sociedade Brasileira de Urologia mantém sua recomendação de que
homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado, para avaliação
individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de
próstata devem começar aos 45 anos

O excesso de peso corporal está associado ao maior risco de câncer de próstata


avançado. Alguns mecanismos biológicos têm sido propostos para explicar essa
associação, como o metabolismo esteroide sexual desregulado, a hiperinsulinemia e níveis
elevados de citocinas pró-inflamatórias. No entanto, as evidências que ligam essas vias
especificamente ao câncer de próstata são limitadas. 

Fatores genéticos como alteração nos genes BRCA 1 e 2 e ATM estão associados ao
aparecimento da doença em fases mais precoces da vida e com casos de pior evolução
prognóstica.

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