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de pressão
Úlceras por pressão – 1562
Imobilidade e Síndrome da imobilização – 1549
Tontura – 1515
Distúrbios da postura, marcha e queda – 1499
Tontura
A palavra tontura é usada para descrever várias sensações anormais que se referem à posição
do corpo em relação ao espaço. As descrições de tontura frequentemente são vagas,
inconsistentes, não confiáveis, deixando dúvidas e se acompanhando de outras sensações ou
tipos de tontura. Quatro categorias de sintomas são definidos: a vertigem, o desequilíbrio, a
pré-síncope e a tontura inespecífica. Muitas vezes, os pacientes não se incluem em uma
categoria ou então descrevem dois ou mais tipos de tontura. Isso porque o desequilíbrio
geralmente se acompanha de outros tipos de tontura
Causas: Informações sensoriais conflitantes, alentecimento, alterações na integridade central e
função motora, lesões ou disfunções levam o aparecimento de tontura. Aproximadamente 90%
das causas identificadas da tontura estão nas sete etiologias seguintes: doença vestibular
periférica, doenças cardiovasculares, tontura multissensorial, doenças cerebrovasculares do
tronco cerebral, doenças neurológicas centrais e primárias, doenças psiquiátricas e síndrome
da hiperventilação.
Vertigem
Refere-se a um sintoma vestibular e envolve a sensação de girar ou outros tipos de movimentos
ilusórios sobre si mesmo ou no ambiente. A ilusão visual rotatória do ambiente é
particularmente característica e geralmente é acompanhada da sensação de queda, náuseas,
vômitos, palidez, sudorese e desequilíbrio, agravados pelo movimento e pela mudança de
posição da cabeça. Não há perda de consciência e geralmente é episódica, de início abrupto
podendo ser grave.
Causas: sugere doença do sistema vestibular . É causada por distúrbio na aquisição de
informação no aparelho vestibular ou seu processamento central. A cinetose seria uma forma
fisiológica de vertigem relacionada com movimentos da cabeça e tronco, embarcações e aviões
Síncope
Refere-se à perda súbita da consciência e do tônus postural seguida de recuperação imediata e
espontânea. Benditt1 classificou a síncope em cinco grandes grupos: a) cardiogênica: aórtica,
miocardiopatia hipertrófica; b) Arritimias: taqui ou bradiarritimias; c) Neurocardiogênicas:
vaso-vagal; d) Posturais: disautonomias pressórica e secundária (medicamentos); e) Miscelânea:
hipóxia, crises convulsivas.
Causas: Entre as causas mais frequentes de síncope no idoso estão a hipotensão ortostática, a
estenose aórtica e a hipersensibilidade do seio carotídeo.
Lipotímia
É a sensação de desmaio ou perda de consciência, podendo ser acompanhada de fraqueza,
zumbido, vista escura, palidez, sudorese e desmaio. Geralmente é episódica. A gravidade dos
sintomas está ligada à magnitude da redução da perfusão cerebral.
Causas: Pode ser causada por isquemia cerebral difusa secundária a causas cardiológicas
(arritmias, estenose aórtica), e/ou causas não cardiológicas como hipotensão pós-prandial,
hipotensão postural e medicações.
Crise convulsiva
Condições para quedas - Para que uma queda ocorra, duas condições precisam estar
presentes: deve haver uma perturbação do equilíbrio e também uma falência, por parte do
sistema de controle postural, em compensar essa perturbação.
Definição
A queda pode ser definida como um evento descrito pela vítima ou uma testemunha, em que a
pessoa inadvertidamente vai ter ao solo ou outro local em nível mais baixo que o anteriormente
ocupado, com ou sem perda de consciência ou lesão.
Tipos de quedas
Tipos diferentes de quedas têm fatores de risco específicos, tornando necessária uma
determinação cuidadosa de suas circunstâncias, tanto para a avaliação clínica quanto para a
pesquisa epidemiológica.
Segundo Campbell (1996), os diferentes tipos de quedas podem ser distinguidos pelos seguintes
métodos:
Os que caem
Os que não caem - aqueles que caem menos que duas vezes ao ano.
As quedas são, em geral, divididas em tipos interno e externo, se a perda do equilíbrio é
devida a uma tendência interna ou a um evento externo, como um escorregão ou tropeço.
Fatores de risco adicionais
Parece mais provável que combinações de fatores sejam mais importantes que causas únicas.
Idade e função cognitiva, são interdependentes. Estudos indicam um aumento do risco de
quedas com o aumento da idade, e a maior parte um risco maior em mulheres. As chances de
queda recorrente aumentaram entre mulheres, viúvos, solteiros ou desquitados, nos indivíduos
com história prévia de fratura, com grau de comprometimento nas atividades de vida
diária e entre os que não referiam a leitura como atividade de lazer. Presença de patologias
múltiplas também aumenta o risco de quedas. Fatores psicológicos podem aumentar o risco
individual, como comprometimento cognitivo, depressão e/ou ansiedade.
Fatores intrínsecos: os fatores intrínsecos estáveis que aumentam o risco de quedas estão
relacionados com doenças crônicas ou a mudanças associadas à idade. Um modo de
categorizar os fatores intrínsecos envolvidos na perda do equilíbrio é se encontrar o contribuinte
principal pela perda do controle postural, como:
Síncope? O indivíduo que caiu deve ser questionado sobre perda de consciência, que
sugere síncope. Em 30% a 50% dos casos de síncope não há etiologia definida após
investigação clinicolaboratorial Em outros episódios de síncope, a etiologia pode ser
hipotensão ortostática ou pós-prandial, efeito de medicações, fatores situacionais como
micção ou resposta vasovagal.
Hipotensão postural? Arritmia? Respostas positivas a indagações sobre tonturas,
palpitações ou sensação de desmaio no momento da queda sugerem hipotensão postural
ou arritmia.
Hipotensão pós-prandial? Quedas ocorridas após as refeições são sugestivas de
hipotensão pós-prandial.
AVC? Fraqueza súbita sugere um AVC.
Doenças agudas? Doenças agudas, como pneumonia ou recrudescência de uma doença
crônica como ICC ou artrites, podem contribuir para quedas.
Medicamentos? Prescrições de novos medicamentos ou mudança recente de doses
podem aumentar os riscos. Pessoas mais velhas que estiveram recentemente acamadas
por vários dias ou hospitalizadas são mais propensas. Substâncias psicotrópicas,
particularmente os benzodiazepínicos (meia-vida curta ou longa) e neurolépticos
(típicos e atípicos), têm sido mais constantemente implicadas nos riscos de quedas
Deve-se indagar ao paciente seu estado geral antes da queda. Quedas com causas
definidas como as relacionadas com a síncope e risco ambiental importante não
necessitam de uma avaliação completa.
ANAMNESE
A história de instabilidade é normalmente descrita pelos pacientes por meio de queixas de
fraqueza, tonturas, cabeça leve, desequilíbrio, intolerância ao movimento, escorregões, “pernas
bambas”.
EXAME FÍSICO
Deve-se ter especial atenção com os sistemas cardiovascular, neurológico e
musculoesquelético.
A pressão arterial (PA) deve ser aferida nas posições deitada, sentada e de pé. Aguarda-se de 5
a 10 minutos com o paciente em repouso para aferir a PA na posição supina. Em seguida, afere-
se em posição sentada, 1 minuto e 5 minutos após o paciente ter assumido a postura ereta, pois
alguns pacientes mais velhos têm sintomas lentos de hipotensão postural, que é definida como
uma queda de 20 mmHg ou mais na PA sistólica ou de 10 mmHg ou mais na PA diastólica na
transferência da posição supina para ereta.
Sintomas de tonturas ou vertigens e alteração no pulso sem alteração da PA ortostática podem
ser suficientes para o diagnóstico de hipotensão ortostática em pacientes mais velhos.
O exame neurológico deve incluir uma avaliação do estado mental e presença de sintomas
depressivos. Não se deve menosprezar o teste de Romberg. Para avaliar a função vestibular,
solicite ao paciente que marche no mesmo lugar, sem se mover, com os olhos fechados
CONSEQUÊNCIAS
Verificar fraturas, medo, redução nas atividades e independência...
2. Avaliação do ambiente e fatores predisponentes
LOCALIZAÇÃO
Indagar sobre referência ao domicílio ou fora dele, a presença de algum fator ambiental claro;
uma força de deslocamento grande, como um escorregão ou empurrão, ou apenas um giro de
cabeça ou virada no corpo ao dobrar uma esquina.
Como prevenir quedas
Resultados recentes indicam que o uso de vitamina D em altas doses (700 a 100 UI por dia)
diminui em 19% o risco de queda. A prática de exercícios físicos regulares e de exercícios de
equilíbrio também parece ser efetivas. O uso de protetores de quadris, instrumentos parecidos
com esponjas colocados nas regiões trocanterianas e desenhados anatomicamente para diminuir
o impacto da queda, parece diminuir o risco de fraturas de colo femoral em casas de repouso.
Síndrome da imobilização
A expressão síndrome de imobilização (SI) é, na realidade, pouco conhecido e entendido por
médicos de outras especialidades. Trabalhos científicos publicados também não adotam essa
terminologia, sendo encontradas referencias tais como imobilidade, repouso prolongado no
leito (bed rest) e síndrome do desuso – definida como deterioração dos sistemas corporais
secundarios à inatividade musculoesquelética.
Patogênese: na posição supina prolongada, a força da gravidade sobre nosso corpo é menor e
daí surgem a perda óssea, muscular etc.
A Síndrome de imobilização consiste em sinais e sintomas resultantes da supressão de todos
os movimentos articulares, que, por conseguinte, prejudica a mudança postural, compromete
a independência, leva à incapacidade, à fragilidade e à morte.
Critérios:
Existe uma classificação temporal que denomina de:
Descondicionamento global
Agravo de sua condição física, cognitiva e emocional.
Síndrome de desadaptação psicomotora (PDS) a qual se caracteriza por desequilíbrio
para trás (backward), seja na posição sentada ou de pé, hipertonia reacional, alterações
na reação postural, modificação na marcha e medo de cair. A PDS pode ser resultado da
perda de mecanismo de reserva postural, atingindo um limiar que impede o indivíduo
de manter um nível funcional adequado; sabe-se que a PDS pode ser desencadeada por
vários fatores, tais como demências, quedas e imobilidade prolongada no leito.
Deterioração funcional progressiva dos vários sistemas.
o Tegumentar: Atrofia da pele, Úlcera de decúbito, Escoriações, Esquimose
Dermatite, Micoses.
o Esquelético: Osteoporose, Artrose e anquilose, Fraturas
o Muscular: Atrofia, Encurtamento de tendões, Hipertonia, Contraturas
o Cardiovascular: TVP, Embolia pulmonar, Isquemia arterial, Hipotensão
postural, Edema linfático
o Urinário: Incontinência, ITU, Retenção urinária
o Digestório: Desnutrição, Fecaloma, Disfagia, Gastroparesia
o Nervoso: Depressão, Piora do déficit cognitivo (demência), Inversão do ritmo
do sono Delirium
o Respiratório: Pneumonia, Insuficiência respiratória
o Sistema endócrino e metabólico: Resposta diminuída à insulina, Resposta
diminuída da suprarrenal, Diminuição da excreção de Na+, K+ e fosfato,
Retenção hídrica, Capacidade aeróbica diminuída, Eritropoiese diminuída,
VO2máx diminuído, Síntese de vitamina D diminuída.
Imobilidade
É o ato ou efeito resultante da supressão de todos os movimentos de uma ou mais articulações
em decorrência da diminuição das funções motoras, impedindo a mudança de posição ou
translocação corporal.
5. O que são úlceras de pressão? Quais seus fatores de risco e fisiopatologia? Qual
sua classificação? Quais as consequências? Como tratar e prevenir?
O que são?
Define-se úlcera por pressão (ou de pressão) como uma área de lesão de pele, tecidos
subjacentes – ou ambos – decorrente de pressão extrínseca aplicada sobre a superfície corpórea
(e que persiste mesmo depois de removida a pressão sobre o local). Fricção, forças de
cisalhamento e umidade também contribuem para a formação das lesões.
Escara: escara relaciona-se exclusivamente à presença de crosta necrótica, o que nem
sempre ocorre, termo inapropriado para descrever.
Úlcera de decúbito: decúbito se relaciona à posição horizontal, e as úlceras podem se
formar em pacientes assumindo outras posições, termo inapropriado.
Locais: Habitualmente, esse dano localizado de tecido ocorre em regiões de proeminências
ósseas e áreas com quantidade reduzida de adiposidade subcutânea.
• Região sacral
• Tuberosidade isquiática
• Grande trocanter
• Calcanhares
• Maléolos
• Hálux
• Joelhos
• Cotovelos
• Região escapular
• Região occipital
• Coluna torácica (processos espinhosos)
• Pavilhão auditivo.
Fisiopatologia
As UP correspondem à evidência clínica de modificações patológicas no fluxo sanguíneo da
pele e tecidos subjacentes, causadas por pressão. O principal fator para a formação das
úlceras é a pressão extrínseca sobre determinada área da pele, que se concentra em regiões de
proeminências ósseas. Ocorre privação circulatória nos tecidos (pele, subcutâneo, tecido
muscular), até a proximidade do osso. Determinados pontos do corpo, principalmente as
proeminências ósseas, concentram mais pressão
A pressão aplicada sobre a epiderme é propagada para as camadas mais profundas, com
espraiamento da área de ação, de modo que, nas proximidades do osso, áreas maiores sofrem
compressão. Forma-se o chamado “cone de pressão”
É por causa dessa distribuição da pressão em forma de cone que, muitas vezes, não
visualizamos externamente a real dimensão de uma lesão. Há lesões que aparentemente são
superficiais, mas que, após um desbridamento de crosta necrótica, por exemplo, revelam-se
mais extensas.
Os tecidos normalmente toleram hipoperfusão apenas por determinados períodos. Se
prolongada, a hipoperfusão resulta em uma cascata de hipoxia, acidose, hemorragia para o
interstício (que se traduz em eritema cutâneo) e acúmulo de produtos tóxicos que levam à morte
celular e necrose tecidual. A atividade fibrinolítica diminui, havendo depósito de fibrina e
obstrução intravascular, o que compromete mais a circulação, mesmo que a pressão externa seja
reduzida.
A pressão externa aumentada gera oclusão da circulação linfática local e formação de edema.
Somando-se à pressão, os mecanismos de fricção e cisalhamento são também responsáveis por
lesão tecidual. Exposição prolongada à umidade (como suor, urina ou fezes) fragiliza a camada
córnea, exacerbando os efeitos da fricção e expondo a pele a macerações. Há também, nas fezes
e urina, irritantes químicos que podem injuriar as células diretamente.
O comprometimento circulatório causado por pressão extrínseca é multiplicado na presença de
patologias que por si só já se relacionam com alterações de fluxo sanguíneo – insuficiência
vascular, diabetes, choque, sepse etc. Patologias relacionadas com a diminuição de albumina
plasmática tornam também mais provável o aparecimento de UP.
Classificação
A classificação habitualmente adotada para as UP baseia-se na profundidade do acometimento
e nos limites entre tecidos lesados. Classicamente, definem-se quatro estágios possíveis para
uma lesão:
Estágio I: eritema com pele íntegra, persistente mesmo após o alívio da pressão sobre o
local. É um eritema não branqueável, localizado em uma área específica, geralmente de
proeminência óssea
Estágio II: perda tecidual envolvendo epiderme, derme ou ambas. Portanto, há
interrupção da continuidade da pele. Formam-se exulceração, úlcera e às vezes bolha.
Pode haver crosta.
Estágio III: comprometimento de tecido subcutâneo, podendo-se estender mais
profundamente, até a fáscia muscular subjacente, mas não através da mesma.
Estágio IV: comprometimento mais profundo, com destruição extensa de tecidos, ou
dano muscular, ósseo ou em estruturas adjacentes. A lesão atravessa a fáscia muscular.
Nos últimos anos, o sistema de classificação de UP foi revisado pelo National Pressure Ulcer
Advisory Panel (NPUAP) dos EUA, tendo sido proposta a adoção de duas categorias adicionais
à classificação:
UP inclassificável: lesão cuja profundidade de comprometimento não se pode
identificar, devido à presença de crosta necrótica ou tecido desvitalizado cobrindo seu
leito.
Suspeita de lesão tecidual profunda: é sugerida por alterações da coloração e aspecto
da área afetada quando comparada aos tecidos adjacentes. A área tem coloração
castanha ou arroxeada, e pode apresentar-se endurada, intumescida ou apresentar
amolecimento. Pode haver flictena com conteúdo sanguíneo.
Como prevenir
Identificar e avaliar indivíduos de risco que necessitam de intervenções para prevenção (e
identificar os fatores que os expõem a risco)
A avaliação de risco para UP deve ser feita em cada paciente, na ocasião da admissão a
um serviço de saúde (internação hospitalar, admissão em instituição de longa permanência,
admissão em unidade de terapia intensiva, início de programa de internação domiciliária etc.).
Proteger os tecidos contra os efeitos das forças mecânicas externas (pressão, fricção e
cisalhamento)
Aplicação de técnicas adequadas de posicionamento, transferência e mudança de
decúbito, além de minimizar os efeitos da pressão, reduz lesões por fricção e
cisalhamento.
Não posicionar o paciente diretamente sobre proeminências ósseas.
Travesseiros, coxins de espuma ou outros materiais para conforto e posicionamento
devem ser usados entre proeminências ósseas e em áreas de sobrecarga.
As roupas de cama (lençóis) devem ser mantidas lisas e sem vincos, o que evita lesões
por fricção e também por compressão local.
Botões, costuras espessas e pregas não são aconselháveis nas vestimentas do paciente.
Deve-se evitar interposição de sondas e equipos entre a pele e o colchão.
O bom alinhamento postural facilita a distribuição de peso e leva a maior estabilidade
do corpo e maior alívio da pressão
Reduzir a incidência de úlceras por meio de programas educacionais.
Como tratar
O acompanhamento deve ser multidisciplinar, envolvendo cuidados clínicos da equipe médica e
de enfermagem, cirúrgicos (quando indicados), fisioterápicos, além de suporte nutricional e
psicológico. De máxima importância é o controle de afecções concomitantes e doenças de
base.
A abordagem terapêutica das UP pode ser sistematicamente subdividida nos seguintes itens:
• Avaliação global do paciente
• Avaliação da úlcera
o Localização
o Dimensões (três eixos)
o Presença e quantidade de secreções
o Presença de cavidades ou fístulas
o Presença de tecido necrótico
o Sinais de infecção local
o Odor
o Condições da pele adjacente
o Presença de dor