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Analgesia, Anestesia e

Sedação
1-História da Anestesia Geral
A perda total da sensibilidade durante um ato cirúrgico, era
considerada impossível e utópica.
A descoberta da anestesia geral é atribuída a três americanos: o médico
Crawford W. Long e os dentistas Horace Wells e William Morton.
Em 1842, Long removeu um cisto do pescoço de um paciente,
enquanto inalava éter, um gás anestésico.
Em 1844, Wells extraiu muitos dentes usando óxido nitroso, conhecido
como gás hilariante, por provocar relaxamento e felicidade naqueles
que o inalavam.
Historicamente, a data de 16/10/1846 é considerada como a data em
que se realizou a primeira intervenção cirúrgica oficial com anestesia
geral.
Isso ocorreu no anfiteatro cirúrgico do Massachusetts General Hospital,
em Boston.
O procedimento realizado foi a retirada de um tumor no pescoço de um
jovem de 16 anos. O paciente foi anestesiado com éter pelo dentista
William T. G. Morton, utilizando um aparelho inalador.
Na ocasião Warrren proferiu as seguintes palavras: ”Daqui a muitos
séculos, os estudantes virão a este Hospital para conhecer o local onde
se demonstrou pela primeira vez, a mais gloriosa descoberta da
ciência”.
O episódio foi
imortalizado através
de um quadro do
pintor Robert
Hinckley, em 1882.
2- Anestesia
É o estado de total ausência de dor ou outras sensações durante uma
cirurgia, exame diagnóstico ou curativo.
Tipos:
a) Anestesia local: muito comum em cirurgias mais superficiais como
remoção de sinais da pele e suturas. Age somente na região aplicada.
Única que não possui ação no sistema nervoso central. Duração de 1-2
horas. Paciente mantem total nível de consciência. Anestésicos locais
disponíveis no mercado: lidocaína, bupivacaína, ropivacaína e
levobupivacaína.
b) Anestesia plexural:
realizada nos plexos
nervosos e serve para
realização de cirurgia nos
membros superiores e
inferiores, pois
anestesiam somente essas
partes. Duração de 3 a 6
horas. Os anestésicos
utilizados são os mesmos
da anestesia local.
Geralmente a bupivacaina
c) Anestesia geral:
utilizada em cirurgias
onde há necessidade de
manter-se o paciente em
estado de inconsciência,
relaxamento muscular e
analgesia. Pode ser
venosa, inalatória ou
combinada. Anestésicos
mais utilizados: propofol,
fentanil, cetamina e
tiopental.
-sempre vai ter apneia
d) Anestesias espinhais: são divididas em raquidiana e peridural. Em ambos os
casos é realizada a injeção de soluções anestésicas combinadas ou não com
opioides no neuro-eixo, produzindo anestesia em apenas alguns segmentos
do corpo.
Os anestésicos são idênticos àqueles utilizados na anestesia local e plexular. –
geralmente associado com morfina
Indicações de raquianestesia (anestésico injetado entre os espaços aracnoide
e pia máter): cirurgias urológicas e ginecológicas infra umbilicais, ortopédica
dos membros inferiores, obstétricas e parede abdominal abaixo do umbigo.
Atenção: como a anestesia é aplicada no espaço liquórico, não deve ser
aplicada acima de L1-L2 por risco de lesão medular. Comumente é aplicada
nos espaços L4-L5.
Indicações de anestesia peridural (espaço ente o ligamento amarelo e
a duramáter): cirurgias abdominais e torácicas com grande potencial
álgico, como as cirurgias de pulmão e mama, analgesia do parto (uma
vez que realiza o bloqueio sensitivo sem realizar o bloqueio motor),
colocação de cateter de longa permanência para injetar anestésicos e
analgésicos e combinada com anestesia geral.
O espaço peridural estende-se desde o forame magno até S1-S2 e
contém raízes nervosas, tecido conjuntivo e plexo venoso.
A classificação ASA
(American Society of
Anesthesiologist) é
realizada desde 1941 e
determina o risco
cirúrgico relacionado ao
estado físico pré
operatório do paciente.
3- Sedação
A palavra deriva do latim, sedatio. Ação de acalmar, calma,
tranquilidade.
A sedação é uma técnica anestésica que diminui o nível de consciência
de um indivíduo para reduzir a ansiedade e melhorar o conforto do
paciente em procedimentos desagradáveis. A sedação não tem o
objetivo principal de promover analgesia, por isso é comumente
associada a outras técnicas anestésicas como anestesia local,
raquianestesia, peridural e bloqueio de nervos periféricos.
De acordo com o CFM, a sedação somente pode ser feita por médico
qualificado, uma vez que a resposta ao sedativo é individual, bem como
sua dosagem.
Em sedação de intensidade moderada ou profunda/anestesia geral,
conforme o CFM, é comum a necessidade de auxílio respiratório e
obrigatório o monitoramento dos sinais vitais do paciente.
As vias de administração podem ser oral (comprimido ou líquido),
intramuscular, endovenoso ou inalatória (pouco utilizada).
Indicações: em conjunto com anestesia local para procedimentos como
biópsias, exérese de pequenos tumores de pele, vasectomia, implante
de marca-passo. Associado à técnica de raquianestesia, peridural e
bloqueio de nervos periféricos. Realização de exames endoscópicos.
Procedimentos clínicos como colocação de DIU.
Durante exames de tomografia em pacientes que não toleram ficar
imóveis, seja pela idade, dor, alteração do nível de consciência ou
claustrofobia. Pacientes com crises psiquiátricas. Cardioversão.
Redução de fratura ou luxação.
A sedação pode resultar em náuseas, vômitos, labilidade emocional e
reações paradoxais como inquietação, agitação e delírio.
As sedações moderadas e profundas podem levar à depressão
respiratória. Para evitar esse risco, devem ser feitas em ambiente
adequado e por profissional adequado. Há uma linha muito tênue
entre os vários níveis de sedação e a anestesia geral.
A sedação pode levar à amnésia peri anestésica.
Quando associada à anestesias peridural ou raquianestesia,
habitualmente o anestesista conversa com o paciente para definir a
preferência: relaxar durante todo o procedimento ou permanecer
desperto.
Medicamentos mais utilizados: propofol, midazolam, fentanil ou
cetamina.
4 - Analgesia
Perda ou ausência de sensibilidade à dor, que pode ser induzida por
substâncias químicas, lesões neurológicas, vasculares ou problemas
psicológicos.
A dor apresenta duas características fundamentais: subjetividade e
pessoalidade.
Níveis de dor: leve, moderada ou severa, segundo a Escala da Dor, OMS.
Medicamentos mais utilizados:
Dor leve: acetominofen, dipirona e ainh.
Dor moderada:codeína e tramadol.
Dor severa: morfina, metadona, fentanil e oxicodona.
Analgésicos não opioides
Efeitos colaterais mais graves: doença péptica, falências renal e
hepática, disfunção plaquetária.
Drogas e doses mais utilizadas:
Acetominofen 500 mg de 4/4 horas (dose teto)
Ibuprofeno 600 mg de 8/8 horas
Aspirina 500 mg de 6/6 horas
Dipirona 500 mg de 4/4 horas

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