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Apostila de

Emergências médicas
em odontologia
Emergências
As emergências médicas são divididas em: DIFICULDADE RESPIRATÓRIA

Para uma pessoa consciente, a dificuldade


• Complicações associadas a uma desordem
respiratória pode ser extremamente
já existente na saúde do paciente;
desconfortável. Uma vez que o indivíduo com
• Complicações independentes de doenças
dificuldade respiratória geralmente se
preexistentes.
mantém consciente durante a ocorrência.
ALTERAÇÃO OU PERDA DE CONSCIÊNCIA
• Síndrome de hiperventilação;
Criança
• Crise aguda de asma;
• Hipoglicemia; • Edema pulmonar agudo;
• Epilepsia; • Obstrução aguda das vias aéreas por
• Lesões cardíacas congênitas. corpos estranhos.

Da adolescência aos meados de 30 anos Anoxia: Ausência de oxigênio (O2 ).

• Reações psicogênicas; Apneia: Ausência de movimentos


respiratórios.
• Hipoglicemia;
Dispneia: Sensação subjetiva de
• Epilepsia. dificuldade respiratória;
Hiperpneia: Número de ventilações por
Acima de 40 anos
minuto maior do que o normal.
• Desordens cardiovasculares. Hiperventilação: Ventilação que excede as
demandas metabólicas.
Conduta Hipoventilação: Ventilação que não supre
as demandas respiratórias.
Interromper o procedimento odontológico;
Hipóxia: Deficiência de O2 no ar inspirado.
Posição supina com os pés ligeiramente
Ortopneia: Inabilidade de respirar, exceto
elevados; avaliar se o paciente respira e quando em posição vertical.
Taquipneia: Frequência respiratória acima
providenciar ventilações assistidas e
do normal.
controladas, se necessário.
DOR NO PEITO CRISES HIPERTENSIVAS ARTERIAL

Existem muitas causas específicas para o A crise hipertensiva é definida como Pressão

sintoma clínico de dor torácica que não sejam Arterial ≥180 x 120 mmHg, vulgarmente

de origem cardíaca. Embora a dor no peito conhecida como 18×12, acompanhada de

seja uma pista importante para a possível sintomas que podem ser brandos, cefaleia,

presença de doença cardíaca isquêmica. tontura, zumbido, ou graves, dispneia, dor

precordial, coma e morte, podendo haver ou


• Angina pectoris;
• Hiperventilação; não lesão aguda de órgãos-alvo.

• Infarto do miocárdio.
REAÇÕES ALÉRGICAS
Síndrome coronariana aguda: pacientes
Estado de hipersensibilidade, adquirida por
com angina instável ou infarto do
meio da exposição a um determinado
miocárdio.
alérgeno, cuja reexposição produz uma
IAM: Infarto agudo do miocárdio.
elevada capacidade para reagir.
Anoxia: Ausência de suprimento de
As reações alérgicas cobrem uma ampla
oxigênio a um determinado tecido apesar
gama de manifestações clínicas, que
da adequada perfusão.
abrangem desde reações leves, reações
Angina pectoris: dor espasmódica, em
tardias que se desenvolvem dentro de até 48
aperto, asfixiante, sufocante; pectoris =
horas após a exposição ao antígeno, até
tórax.
reações alérgicas imediatas e potencialmente
CAD: Doença arterial coronariana.
fatais que aparecem dentro de segundos

após a exposição ao antígeno.


ARRITIMIAS CARDÍCAS

• Batimentos ectópicos isolados; • Reações cutâneas;

• Bradicardias; • Reações respiratórias;

• Taquicardias. • Choque anafilático.


REAÇÕES A SUPERDOSAGEM infecciosas, doenças como a epilepsia e até

As reações de sobredose, dos medicamentos mesmo quadros de convulsão após anestesia.

têm sido previamente definidas como aqueles


Como proceder em casos de convulsão?
sinais e sintomas clínicos resultantes de níveis
• Manter o paciente deitado, de preferência
sanguíneos excessivamente altos de um
no chão de longe de objetos cortantes;
medicamento, em vários órgãos e tecidos
• Aspirar a saliva com o sugador, sempre
alvo.
com o paciente virado para o lado direito;
• Reações de sobredose aos anestésicos
• Manter as vias aéreas do paciente
locais;
desobstruídas;
• Reações de sobredose aos medicamentos
• Se possível, remover próteses totais ou
vasopressores;
parciais usadas pelo paciente;
• Reações de sobredose aos depressores do
• Levar o paciente, ao fim da crise, para o
SNC e analgésicos opioides;
hospital mais próximo.
• Reações sanguíneas (metemoglobinemia).

CONVULSÕES

Caracterizado por espasmos musculares

intensos, acompanhados da perda de

consciência por parte do paciente. Uma


INTOXICAÇÃO ACIDENTAL AGUDA PELA
convulsão tende a durar entre 3 e 5 minutos. INGESTÃO DE FLÚOR

Diversos motivos podem estar relacionados a Resulta da ingestão de muito flúor em um


curto período de tempo.
um quadro convulsivo, desde situações
DPT= Dose provavelmente tóxica
estressantes, traumas ou tumores na cabeça,
5mgF/Kg
abuso de drogas, febre alta, doenças
Recomendações básicas na

situação de emergência

• Manter a Calma

Acidentes e complicações são passiveis de

acontecer tanto em serviços públicos ou

clínica privadas. É necessário manter o

controle e mostrar segurança.

• Solicitar ajuda

Solicitar ajuda médica o quanto antes.

• Treinar para executar as manobras

básicas de Vida e de ressuscitação

Cardiopulmonar

Fazer cursos de emergência médica.


Anamnese

A anamnese é uma aliada para o profissional CLASSIFICAÇÃO ASA I

de saúde. Sendo a primeira etapa em Se trata do grupo de pessoas que estão

qualquer consulta odontológica. Consiste em saudáveis, não havendo nenhum distúrbio

uma entrevista prévia para ouvir o paciente e orgânico, fisiológico, bioquímico ou

entender suas queixas, avaliar sinais e psiquiátrico. Ou seja, pacientes 100%

sintomas. Assim, ela é considerada a base saudáveis, que não fumam e que não fazem

inicial de qualquer atendimento. uso de grandes quantidades de álcool.

É através dessa ficha, que se dará o CLASSIFICAÇÃO ASA I I

direcionamento para a solicitação de exames Essa classificação engloba pacientes com

de imagem e outros, quando preciso. Além doenças sistêmicas leves a moderados, que

de ser importante para as etapas sequentes normalmente não estão relacionados a

do tratamento. cirurgia. Essas doenças não prejudicam ou

É recomendável que o paciente seja afetam as funcionalidades do organismo e

nessa classificação está presente as seguintes


classificado de acordo com seu estado de
comorbidades:
saúde geral.

• Paciente ansioso, com história mal-estar ou


A classificação ASA (American Society of
desmaio.
Anesthesiologists) é a mais utilizada. É uma

classificação do estado físico para cálculo do • Paciente com ˃ 65 anos.

risco cirúrgico.
• Obesidade moderada.
ASA: I ASA: IV
Classificado em: ASA: II ASA: V • Primeiros dois trimestre da gestação.
ASA: III ASA: VI
• Hipertensão arterial controlada com • Diabéticos tipo I (uso de insulina), com

medicação. doença moderada.

• Diabético tipo II, controlado com dieta ou • Hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 95-

medicamento. 99 mmHg.

• Portador de distúrbios convulsivos. • História de episódios frequentes de angina

do peito.
• Asmático, que usa broncodilatador.

• Insuficiência cardíaca congestiva, com


• Tabagista, sem doença pulmonar obstrutiva
inchaço nos tornozelos.
crônica.

• Doença pulmonar obstrutiva crônica.


• Angina estável, assintomática, exceto em

extremas condições de estresse. • Episódios frequentes de convulsão ou crise

asmática.
• Paciente com história de infarto do

miocárdio, há mais de 6 meses – sem • Paciente sob quimioterapia.

sintomas.
• Hemofilia.

CLASSIFICAÇÃO ASA I I I
• História de infarto do miocárdio, há mais de
Essa classificação engloba pacientes com
6 meses, mas ainda com sintomas.
distúrbios sistêmicos mais graves, que podem
CLASSIFICAÇÃO ASA IV
estar relacionados a cirurgia ou não. Essas
Se trata de pacientes com distúrbios
doenças podem prejudicar ou limitar algumas
sistêmicos graves, que comprometem o risco
funcionalidades do organismo, como por
de vida constante, com ou sem cirurgia.
exemplo:

Exemplos de pacientes que encaixam nessa


• Obesidade mórbida.
classificação ASA:
• Último trimestre da gestação.
• Doença renal grave.
• Paciente com dor no peito ou falta de ar, • Pacientes com doença renal, hepática ou

enquanto sentado. infecciosa em estágio final.

• Pacientes com angina que estão piorando, • Pacientes com câncer terminal.

mesmo com medicação.


CLASSIFICAÇÃO ASA VI

• História de infarto do miocárdio Se trata de pacientes com morte cerebral

declarada, em que os órgãos irão ser


• Pressão arterial ˃200-100.
retirados para a doação. Nessa classificação, a
• Pacientes que necessitam da administração
mortalidade perioperatória é de 100%.
suplementar de oxigênio.
Avaliar os sinais vitais
• Pacientes com acidente vascular cerebral

(AVC); Modo eficiente e rápido para monitorar a

condição do paciente. Avaliar os sinais vitais


• Isquemia cerebral;
faz parte do exame físico. Os dados relativos
• Isquemia miocárdica;
ao pulso carotídeo ou radial, a frequência

• Insuficiência respiratória aguda; respiratória, a pressão arterial sanguínea e a

• Insuficiência cardíaca crônica (ICC). temperatura.

CLASSIFICAÇÃO ASA V Pulso

Classificação que indica que o paciente não


Delimitação palpável da corrente sanguínea
terá esperança de sobrevida caso não passe
na artéria cada vez que o ventrículo esquerdo
por uma cirurgia urgentemente. Ou seja, a
se contrai.
cirurgia é seu último recurso. Nessa
A frequência cardíaca normal em repouso,
classificação, a mortalidade perioperatória é
varia entre 60 e 100 batimentos por minuto,
de 9,4% a 51%. Exemplos de pacientes que
acima ou abaixo disso deve ser avaliado.
encaixam nessa classificação ASA:
1º Coloque a extremidade de dois dedos 1º Contar o número de batimentos cardíacos,

(médio e indicador) sobre o local; conte o número de incursões respiratórias;

2º Avalie o volume do pulso (forte ou fraco); 2º Após 1 min ou 30s – multiplique por 2;

3º Avaliar o ritmo cardíaco (regular ou 3º Compare com os valores normais.

irregular).
Idade FR/minuto

4º Avaliar a frequência cardíaca (números de Recém-nascido 35-45

batimentos) – por 1 min. 6 meses 30-50

2 anos 25-35
Idade Batimentos/minuto
Criança 20-30
Bebês 100-170
Adolescente 16-20
2 a 10 anos 70-120
Adulto 12-20
>10 anos e adultos 60-100

Pressão arterial sanguínea

Força exercida sob a artéria pelo sangue

pulsante sob a pressão do coração.

Pressão arterial sistólica - Contração do

coração - dilatação das artérias.


Frequência respiratória
Pressão arterial diastólica - Relaxamento do

Número de respiração por minuto, coração - contração das artérias.

observado através da elevação e depressão


1º Coloque o paciente na posição sentada;
do tórax (mínimo 1 minuto). A frequência
2º Coloque o manguito firmemente de 2 a 3
respiratória normal adulta fica entre 16 e 20
cm acima da fossa antecubital;
rpm.
3º Palpe o pulso radial e infle o manguito; localização se é cutânea, somática, visceral,

referida, irradiada ou relacionada ao câncer.


4º Coloque o estetoscópio nos ouvidos;

Diversos fatores estão envolvidos na


5º Faça a deflação com uma velocidade
percepção da pessoa no que se refere a dor,
constante.
existem várias escalas para classificar,

exemplo: escala numérica, visual e de faces.

Classificação PAS PAD

Normal ≤ 120 ≥ 80

Pré hipertensão 121-139 81-89


Hipertenso 1 140-159 90-99

Hipertenso 2 160-179 100-109

Hipertenso 3 ≤ 180 ≤ 110

Dor

É uma experiencia sensorial e emocional

desagradável, associada ou relacionada à

lesão real ou potencial aos tecidos.

A dor pode ser classificada de acordo com o

tempo, em aguda ou crônica, quanto a

origem nociceptiva e neuropática e quanto a


Suporte básico de vida

Parada cardiorrespiratória CHAME O SOCORRO NO LOCAL

Libere as vias aéreas;


Parada cardiorrespiratória (PCR) é a

interrupção inesperada e abrupta do trabalho Desobstrução das vias aéreas é obtida coma
hiperextensão do pescoço;
cardíaco e da respiração, com consequente

perda da consciência. O que se observa na Avaliar rapidamente a respiratória;

maioria desses casos é que o evento não


Deve ser ouvida, sentida e observada.
acontece por acaso, ele é o resultado da
Respiração agônica
evolução de doenças de base. De todas as

vítimas de parada cardiorrespiratória, 25% A respiração agônica, também chamada de


não apresentam sinais ou sintomas clínicos “Gasping”, como o nome indica, são quando
antes do início da PCR. uma última medida que o corpo adota para

se salvar, apresentando movimentos


Para ser caracterizado como parada cardíaca
respiratórios assincrônicos, não efetivos,
ou cardiorrespiratória o evento deve
caracterizado por altas amplitudes de curta
apresentar os seguintes fatores:
duração com período de apneias
• Parada repentina dos batimentos subsequentes, indicando mau prognóstico.
cardíacos;
Deve-se providenciar socorro de urgência.
• Parada repentina da respiração;

• Ausência de pulso; • Iniciar as compressões 30 seguidas

• Inconsciência; e de duas ventilações.

• Cianose (coloração azul das mucosas e

da pele).
Compressões torácicas 2º Com outra mão faça hiperextensão do

pescoço;
1º Posicione-se ao lado da vítima, o mais

próximo possível; 3º Aplique uma ventilação soprando por 1

segundo;
2º Trace uma linha imaginária entre os

mamilos e coloque a eminência calcanhar de 4º Inspire novamente e aplique a segunda

uma das mão no centro dos peitos; ventilação.

3º Coloque a outra mão por cima da primeira,

entrelaçando todos os dedos.

Assistência ventilatória

Respiração boca a boca (Diretrizes atuais


excluem).

1º Comprima firmemente as narinas com o

polegar e o indicador;
Alteração ou perda da consciência

Lipotimia SÍNCOPE VASOVAGAL – mais comum das

síncopes, causada por fatores emocionais


A lipotimia é uma condição médica muito
(ansiedade, dor, visão de sangue, agulha) ou
confundida com a síncope (desmaios). Isso
não emocionais (fome, ambiente quente e
porque ambas causam alterações na
úmido).
percepção do corpo. Na lipotimia, o paciente
SÍNCOPE VASODEPRESSORA – ocorre em
se sente prestes a desmaiar, mas não chega
indivíduo por pavor a cadeira do dentista.
à perda de consciência.
Quando a vasodilatação periférica é

Além da sensação de que um desmaio é acompanhada de uma diminuição da

iminente, a lipotimia também pode vir frequência cardíaca.

acompanhada de outros sinais e sintomas, SÍNCOPE DO SEIO CAROTÍDEO – O seio

como: carotídeo situa-se em cada artéria carótida.

Uma pressão pode causar queda brusca da


• Palidez;
pressão arterial e desmaio.
• Tontura;

• Suor; Hipoglicemia

• Vista que “escurece”; A hipoglicemia é uma queda vertiginosa das

• Enjoo; taxas de açúcar no sangue. Quando isso

• Zumbido nos ouvidos. ocorre, surgem sintomas como tontura,

palidez e confusão mental.


Síncope
É o problema, mais comum em paciente
Perda brusca e instantânea da consciência,
com diabetes. Ocorre quando os níveis de
causada pela súbita diminuição do fluxo
glicose no sangue encontram-se abaixo dos
sanguíneo e da oxigenação cerebral.
valores mínimos normais (60mg/100ml ou Alguns pacientes sofrem quedas, sincope e

60mg/Dl). mesmo convulsões generalizadas.

Conduta: A causa mais comum de hipotensão

1º Na consulta inicial investigue se o paciente ortostática sintomática é a hipovolemia

já teve algum episódio ou se é diabético; secundária devida o uso de diuréticos. É mais

2º Orientar não vá a consulta em jejum; comum em idosos e rara em crianças.

3º Preferencialmente agente as consultas Conduta:

para o início da manhã, com curta duração. 1º Finaliza a sessão de atendimento, levante o

encosto da cadeira;

2º Aguarde 2 min;

3º Levante mais o encosto;

4º Espere mais 2 min.

Acidente Vascular Encefálico

Hipotensão Ortostática O Acidente Vascular Encefálico (AVE)

A hipotensão ortostática (postural) é a queda acontece quando vasos que levam sangue ao

excessiva da pressão arterial (PA) quando se cérebro entopem ou se rompem,

assume a posição ortostática. A definição provocando a paralisia da área cerebral que

consensual envolve queda de pressão sistólica ficou sem circulação sanguínea.

>20mmHg, queda de pressão diastólica acima É uma doença que acomete mais os homens

de 10mmHg ou ambas. e é uma das principais causas de morte,

Os sintomas de turvamento, sensação de incapacitação e internações em todo o

desfalecimento, tontura, confusão ou mundo.

escurecimento da visão surgem dentro de Existem dois tipos de AVC, que ocorrem
• AVE hemorrágico.
segundos a poucos minutos após levantar-se por motivos diferentes:
• AVE isquêmico.
e regridem rapidamente após se deitar.
ISQUÊMICO – quando há insuficiência

vascular cerebral, trombose e embolia.

HEMORRÁGICO – decorrentes de

malformação de vasos sanguíneos,

arteriosclerose e hipertensão arterial.

Insuficiência Adrenal

Aguda

A insuficiência adrenal é um distúrbio

caracterizado por alteração da função

adrenocortical normal, causando deficiência

de glicocorticoides, podendo ou não estar

associada à deficiência da secreção de

mineralocorticoides e de andrógenos

adrenais, fatores como a interrupção do

tratamento com os corticosteroides e

também em situações de estresse.


Dificuldade respiratória
As situações de emergência mais completamente avaliada antes do início do

comumente encontradas na odontologia – tratamento odontológico. A ausência de

são quase que exclusivamente manifestações ventilação espontânea é sempre anormal e

do estresse psicológico exagerado. O uma indicação para ventilação artificial

estresse psicológico associado ao tratamento (ventilação de resgate).

odontológico é o fator primário da Sinais e sintomas observados:

exacerbação de problemas médicos 1º Palpitação, taquicardia e desconforto

preexistentes. epigástrico;

Síndrome da 2º Aumento da frequência respiratória;

3º Aumento da profundidade dos


hiperventilação
movimentos respiratórios;
A mudança mais comumente notada em
4ª Sensação de sufocamento;
relação à respiração, na odontologia, é a
5º Distúrbios visuais, tontura.
hiperventilação, um aumento anormal tanto
Crise aguda de asma
na frequência como na profundidade da

respiração, a qual quase sempre é uma Asma é uma doença


manifestação da ansiedade. A hiperventilação inflamatória pulmonar comum e crônica que
também é vista em pacientes com acidose acomete as vias respiratórias inferiores. Essas
diabética. O estresse psicológico extremo é a vias aéreas (brônquios), são aqueles tubos
razão mais comum para a ocorrência de
que levam o ar para os pulmões. A asma faz
hiperventilação em ambientes odontológicos.
com que as vias aéreas inchem, se tornem
Qualquer variação significativa na frequência
estreitas e produzam muco extra, dificultando
ou profundidade da respiração deve ser
a respiração. Isso pode causar dificuldade para Principais sintomas:

respirar, tosse e falta de ar. • Tosse leve e seca;

Os sintomas da asma são: falta de ar ou • Dispneia (dificuldade respiratória);

dificuldade para respirar, sensação de aperto • Sudorese.

no peito ou peito pesado, chiado no peito e Obstrução Aguda das Vias


tosse. Esses sintomas variam durante o dia,
Aéreas por Corpos Estranhos
podendo piorar à noite ou de madrugada e
Devido sua natureza inesperada e grave, a
com as atividades físicas.
obstrução das vias aéreas por corpo estranho
Broncodilatadores adrenérgicos
(OVACE) deve ser reconhecida e tratada
• Salbutamol;
rapidamente.
• Fenoterol;
Durante o tratamento odontológico, é grande
• Terbutalina.
o potencial de objetos caírem na parte
Corticosteroides
posterior da cavidade oral e,
• Hidrocortisona;
subsequentemente, dentro da faringe.
• Prednisona;
O Uso de lençol de borracha nos
• Metilprednisolona.
procedimentos endodônticos e
Edema pulmonar agudo restauradores, uso de fio dental no grampo,

além do uso de sugador para o excesso de


O edema agudo de pulmão é uma
saliva. São artifícios que podem evitar
emergência médica, de início súbito, causada
acidentes dessa natureza.
pelo excesso de líquido proveniente dos
Em casos de acidentes realizar:
vasos sanguíneos, que se deposita nos
• Golpe nas costas;
pulmões. Em geral, afeta pessoas com
• Inspeção com os dedos;
histórico anterior de distúrbios
• Compressões manuais.
cardiovasculares.
GOLPE NAS COSTAS 2) Fechar uma das mãos, com o punho bem
Recomendado para bebês, posição com
fechado e o polegar por cima;
cabeça para baixo.
3) Posicioná-la na região superior do

abdômen, entre o umbigo e o a caixa

torácica; colocar a outra mão sobre o

punho fechado, agarrando-o firmemente;

puxar com força ambas as mãos para

dentro e para cima.

INSPERÇÃO COM OS DEDOS


Quando o corpo estranho está localizado na

epiglote e em vítimas inconscientes.

MANOBRA DE HEIMLICH
A manobra de Heimlich é uma técnica de

primeiros socorros utilizada em casos de


Caso essa região seja de difícil acesso, como
emergência por asfixia, provocada por um
pode acontecer em obesos ou gestantes nas
pedaço de comida ou qualquer tipo de corpo
últimas semanas, uma opção é localizar as
estranho que fique entalado nas vias
mãos sobre o tórax.
respiratórias, impedindo a pessoa de respirar.

Nesta manobra, utilizam-se as mãos para

fazer pressão sobre o diafragma da pessoa

engasgada, o que provoca uma tosse forçada

e que faz com que o objeto seja expulso dos

pulmões.

1) Posicionar-se por detrás da vítima,

envolvendo-a com os braços;


COMPRESSÕES TORÁCICAS
Quando a pessoa está inconsciente ou

desmaiada, e com as vias aéreas obstruídas,

a manobra de Heimlich deve ser abandonada

e chamar a ajuda médica imediatamente,

iniciando-se de seguida a massagem cardíaca

do suporte básico de vida. Normalmente, a

pressão causada pela massagem cardíaca

também pode levar à saída do objeto que

está causando a obstrução, ao mesmo

tempo que mantém o sangue circulando pelo

corpo, aumentando as chances de

sobrevivência.
Dor no peito
Angina de peito Infarto agudo do miocárdio

A angina é um sintoma de cardiopatia O IAM ocorre quando a isquemia (resultante

isquêmica produzida quando o abastecimento de um descompasso entre a demanda de

de sangue do miocárdio não é oxigênio e seu abastecimento) causa

suficientemente aumentado para alcançar as disfunção celular miocárdica e morte. O

altas exigências de oxigênio que resultam de infarto agudo do miocárdio normalmente

uma doença arterial coronária. acontece quando uma área estreita de uma

O miocárdio se torna isquêmico, produzindo artéria coronária possui um coágulo que

pressão alta e sensação de aperto na região bloqueia todo ou a maior parte do fluxo

subesternal que pode se propagar ao ombro sanguíneo. A área infartada do miocárdio para

e braço esquerdo e até à região mandibular. de funcionar e, por fim, se torna necrótica e

O paciente pode reclamar de uma intensa cercada, geralmente, por uma área de

sensação de dificuldade de respirar isquemia miocárdica reversível que é

adequadamente. propensa a servir como um nicho para

A crise é dolorosa, aliviada quando repousa ou disritmias.

administra remédios vasodilatadores. Sinais e sintomas:

Conduta: • Dor aguda de instalação repentina;

1º Interrompa o atendimento; • Paciente extremamente ansioso com

2º Coloque o paciente na posição em que se sudorese aumentada;

sinta confortável; • Irradia com frequência para o ombro;

3º Administre um comprimido vasodilatador: • Dispneia, náusea e vômito;

mononitrato de isossorbida 5 mg. • Dor não alivia com o repouso nem com
medicamentos.
Conduta: Taquicardia Sinusal
1º Interrompa o atendimento; Ocorre quando a frequência cardíaca no
2º Chame o socorro médico; adulto está acima de 100 bpm, em repouso.
3º Administre 2 a 3 comprimidos de Aspirina A taquicardia sinusal ocorre mais comumente
100mg. como resposta fisiológica a exercício,

Arritmias cárdicas ansiedade, estresse, emoção.

A arritmia cardíaca é uma condição 1º Encaminhe o paciente para avaliação

caracterizada pela falta de ritmo nos médica.

batimentos do coração. Ela pode ser sintoma Valores de referência:

de algum problema (físico ou psicológico) Bradicardia < 60 bpm

para o organismo ou fruto de um Normocardia 60 - 100 bpm

desequilíbrio do próprio órgão. Taquicardia > 100 bpm

Grande espectro de condições, desde os

batimentos ectópicos isolados até a fibrilação

ventricular, que podem incluir os batimentos

atriais ou ventriculares prematuros.

Bradicardia Sinusal

Ritmo sinusal lento, frequência cardíaca

menor que 60 bpm comumente em jovens,

adultos e atletas.

1º Serviço médico de urgência;

2º Mantenha o paciente deitado, com os pés

elevados em relação a cabeça.


Crise hipertensiva arterial
A pressão sanguínea que é cronicamente ser monitorado com cuidado durante o

elevada por causa desconhecida é chamada procedimento e o controle da pressão

de hipertensão essencial. A hipertensão leve sanguínea aguda possa ser controlado.

ou moderada não é normalmente um Crise Hipertensiva Arterial


problema na realização de um tratamento Hipertensão severa: quando a PA excede
cirúrgico bucal ambulatorial. 180/110 mmHg, sem sintomas ou apresenta dor
O cuidado com pacientes com hipertensão de cabeça leve a moderada. Pacientes com
pouco controlada inclui o uso de um história de hipertensão arterial, deve-se aferir
protocolo de redução de ansiedade e a pressão arterial e pulso antes de cada
monitoramento de sinais vitais. Anestésicos sessão do atendimento.
locais contendo epinefrina devem ser usados
Pacientes com hipertensão
com cautela; após a cirurgia, os pacientes
controlada ou no estágio 1
devem ser aconselhados a procurar
160/100 mmHg.
tratamento médico para hipertensão.
Procedimentos eletivos e de urgência.
A cirurgia bucal programada para pacientes
Sessões curtas, atendimentos entre as (10h e
com hipertensão severa (por exemplo,
12h).
pressão sistólica de ≥ 200 mmHg ou pressão
Preferencialmente prilocaína 3% com
diastólica de ≥ 110 mm Hg) deve ser adiada até
felipressina.
a pressão estar mais bem controlada.
Hipertensão Leve a Moderada
Cirurgias bucais de emergência em pacientes
(Sistólica > 140 mmHg; Diastólica > 90 mmHg)
severamente hipertensos devem ser
1. Recomendar que o paciente procure
realizadas em um ambiente bem controlado
orientação de seu médico de cuidados
ou em um hospital para que o paciente possa
primários para terapia médica da hipertensão. Contraindicado qualquer procedimento

Não é necessário adiar o tratamento odontológico. Apenas em ambiente hospitalar.

odontológico requerido.
Pacientes com hipertensão severa
2. Monitorar a pressão arterial do paciente em
sintomática.
cada visita e em qualquer momento em que
Mais alto que 180/110 mmHg , dor de cabeça,
administração do anestésico local contendo
alterações visuais Serviço móvel de urgência.
epinefrina passar de 0,04 mg durante uma

única visita.

3. Usar um protocolo de redução de

ansiedade.

4. Evitar mudanças de postura repentinas em

pacientes que tomam drogas que causam

vasodilatação.

5. Evitar administração de soluções

intravenosas contendo sódio.

Hipertensão Severa

(Sistólica > 200 mmHg; Diastólica > 110 mmHg)

1. Evitar tratamento odontológico programado

até a hipertensão estar mais bem controlada.

2. Considerar indicar o paciente a um

cirurgião bucomaxilofacial, se o problema for

de emergência.

Paciente com hipertensão severa

“assintomática” – mais alto que 180/110 mmHg.


Reações alérgicas
Muitos medicamentos administrados a Apresenta alterações ou reações cutâneas,

pacientes submetidos à cirurgia oral podem alterações respiratórias e alterações

atuar como estímulos antigênicos, circulatórias.

provocando reações alérgicas. Dos quatro REAÇÕES CUTÂNEAS – não são

tipos básicos de reações de hipersensibilidade, consideradas situações de emergências, pois

apenas o tipo I (hipersensibilidade imediata) se manifestam geralmente após 60 minutos.

pode causar uma condição grave,

potencialmente fatal. As reações alérgicas tipo BRONCOESPASMO – é observada em

I são mediadas principalmente por anticorpos pacientes asmáticos com história de

imunoglobulina E (IgE). Tal como acontece sensibilidade ao bissulfito de sódio ou alérgicos

com todas as alergias, a iniciação de uma a aspirina.

resposta de tipo I exige a exposição a um

antígeno encontrado previamente pelo EDEMA DE LARINGE – apresenta risco de

sistema imunitário. A nova exposição ao morte, é uma alteração respiratória mais

antígeno desencadeia uma série de eventos associada as reações alérgicas.

que são, então, expostas localmente,

sistemicamente, ou de ambas as formas, em CHOQUE ANAFILÁTICO - é uma reação

diferentes graus de severidade. sistêmica aguda torna-se ameaçador de vida .

Pacientes podem apresentar alergia ao látex

das luvas ou ao lençol de borracha, ao metil

metacrilato da resina composta, aos

conservantes dos anestésicos locais, dentre

outros.
Superdosagem de anestésico

local
A superdosagem pode ser classificada como: hipotensão; isso é causado pela ação

absoluta ou relativa. relaxante direta sobre o músculo liso vascular.

ABSOLUTA – se dá pelo volume excessivo


3. Em níveis de superdosagem, há acentuada
de solução anestésica local injetada.
hipotensão, causada pela diminuição da
RELATIVA – injeção intravascular acidental
contratilidade do miocárdio e redução do
ou injeção muito rápida da solução.
débito cardíaco e da resistência periférica.
A sequência habitual das ações induzidas

pelos anestésicos locais no sistema 4. Em níveis letais, é observado colapso

cardiovascular é a seguinte: cardiovascular. Isso é causado pela

1. Em níveis abaixo da superdosagem, há um vasodilatação periférica maciça e diminuição

pequeno aumento ou nenhuma alteração na da contratilidade do miocárdio e da frequência

pressão arterial em razão do aumento do cardíaca (bradicardia sinusal).

débito cardíaco e da frequência cardíaca,


5. Alguns anestésicos locais, como
como consequência do estímulo da atividade
Bupivacaína (e em menor grau Ropivacaína e
simpática; há também vasoconstrição direta
etidocaína) podem precipitar fibrilação
de alguns leitos vasculares periféricos.
ventricular potencialmente fatal.

2. Em níveis próximos, porém ainda abaixo da

superdosagem, observa-se grau leve de


Superdosagem do Sal

Anestésico

Pode causar, ansiedade, inquietação,

nervosismo, fala descontrolada, tremores,

confusão mental, gosto metálico.

Superdosagem do

Vasoconstritor

Ansiedade, medo, agitação, dor de cabeça

pulsátil, tremor, sudorese, elevação da

frequência cardíaca e arritmias cardíacas.

Metemoglobinemia

Estado semelhante á cianose, na ausência de

problemas cardíacos ou respiratórios.

Em um estado normal nosso corpo apresenta

cerca de 97/99% de hemoglobina de 1/3% de

metemoglobina.

Os sinais e sintomas variam de acordo com

os níveis de metemoglobinemia como

aparência letárgica, dificuldade respiratória,

mucosas cianóticas e pele em tom cinza-

pálido.
Convulsões
Convulsão é a contratura involuntária da Como agir:

musculatura, que provoca movimentos Caso a pessoa esteja babando, mantenha-a

desordenados. Geralmente é acompanhada deitada com a cabeça voltada para o lado,

pela perda da consciência. As convulsões evitando que ela se sufoque com a própria

acontecem quando há a excitação da camada saliva;

externa do cérebro. Introduza um pedaço de pano ou um lenço

Sintomas: entre os dentes para evitar mordidas na

• Espasmos incontroláveis; língua;

• Lábios azulados; Quando a crise passar, deixe a pessoa

• Olhos virados para cima; descansar.

• Inconsciência; Orientações

• Salivação abundante. 1º Orientar o paciente a evitar o jejum

alimentar antes das consultas;


FASE CONVULSIVA - Tem início com
2º Ver se tomou corretamente a medicação;
extensão rígida da musculatura das
3ª Sedação mínima – Diazepam ou
extremidades e do tronco.
Lorazepam.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FASE CLÔNICA – movimentos alternados de
MALAMED, Stanley L. Manual de anestesia local.
relaxamento muscular e contrações violentas, 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

acompanhadas por respiração ruidosa. HUPP, James R.; TUCKER, Myron R.; ELLIS,

Edward .Cirurgia oral e maxilofacial

FASE PÓS-CONVULSIVA – o paciente contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

recupera lentamente a consciência. 2015. 692

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