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Enfermagem

Cirúrgica
Profª Enfª Janaina Maciel
Assistência de enfermagem nas
complicações e desconfortos
no pós - operatório
Complicações Imediatas
Náuseas e Vômitos:
Efeitos dos anestésicos
Deglutição de sangue e Não observação do
As principais causas principalmente os
secreções nas cirurgias jejum pré e pós-
são: utilizados em anestesia
de nariz e garganta; operatório.
geral;

Lateralizar a cabeça para Administrar antiemético


Cuidados de
escoamento do vômito, Suspender ingestão V.O; via parenteral conforme
enfermagem:
evitando aspiração; prescrição médica;

Anotar e comunicar o Manter o paciente e o


número de vezes e a
quantidade eliminada; ambiente higienizado.
Sede:

Causa: A medicação pré-anestésica (Atropina) diminui a produção de saliva, isso é


benéfico porque impede que o paciente degluta a saliva, mas produz o ressecamento da
boca e da garganta.

Cuidados de enfermagem:

Atenção para não oferecer água enquanto o peristaltismo não retornar (conforme
prescrição médica);

Umedecer os lábios do paciente com frequência utilizando uma gaze ou bola de algodão
embebida em água;
Soluço:
São espasmos diafragmáticos
Distensão gástrica pelo
intermitentes provocados pela
Causas: Irritação provocada pela SNG; acúmulo de líquido ou alimento
obstrução do nervo frênico, mas
no estômago;
de causa ainda obscura.

Eliminar a causa (se for a SNG


Paciente molhado ou com frio. Cuidados de enfermagem: não se deve retirá-la sem ordem Fazer aspiração pela SNG;
médica);

Respirar dentro de um saquinho


cheio de ar. O dióxido de
carbono diminui a irritação do
Nervo Frênico.
 Seu aparecimento deve ser esperado depois de
qualquer cirurgia, principalmente nas primeiras 48 h.
Dor:  Causas:
 Traumatismo cirúrgico
 Ansiedade/nervosismo
 Cuidados de enfermagem:
 Identificar o tipo, localização e intensidade da dor,
avaliando-se a dor se irradia para outras regiões e se
está relacionada com a movimentação, respiração,
tosse, etc.
 Observar sinais de palidez, sudorese, náuseas,
vômitos, frequência respiratória, etc;
 Administrar analgésicos conforme prescrição
médica.
 Caracteriza-se por uma perda anormal de sangue e seus
efeitos dependem do estado geral do paciente, da ocasião
Hemorragia: 
de sua ocorrência e da quantidade de sangue perdido.
Classificação:
 Hemorragia primária: é a que ocorre durante a
cirurgia;
 Hemorragia secundária: é a que ocorre no pós-
operatório. Deve-se tomar medidas imediatas.
 Hemorragia externa: quando o sangramento se
exterioriza pela ferida ou através de um orifício natural
(boca, nariz, vagina, etc);
 Hemorragia interna: quando o sangue escoa para
dentro de uma cavidade fechada (crânio, tórax,
abdômen). É a mais grave das hemorragias porque
quando se manifestam os sinais/sintomas o indivíduo já
perdeu grande quantidade de sangue;
Hemorragia:
 Causas:
 Defeitos na ligadura dos vasos pela falha técnica do
cirurgião;
 Tensão exagerada sobre a sutura;
 Distúrbios hemorrágicos, deficiência de vitamina K,
etc.
 Cuidados de enfermagem na Hemorragia
Interna:
 Deixar o paciente em repouso absoluto;
 Manter o paciente aquecido;
 Coloca-lo em Trendelemburg;
 Avisar o médico imediatamente;
 Controlar SSVV frequente e rigorosamente.
Hemorragia:

Fazer compressão direta


Fazer compressão nas artérias
Cuidados de Enfermagem Repouso no leito; evitando o sobre o local que está
próximas ao local que está
na Hemorragia Externa: aumento do sangramento; sangrando utilizando
sangrando;
compressas estéreis;

Proceder anotação no
Se o sangramento for VO ou
prontuário quanto ao tipo,
nasal (epistaxe) voltar a
Controlar SSVV; Comunicar o médico; localização e quantidade de
cabeça para o lado a fim de
sangue perdido (pequena,
evitar asfixia;
moderada ou grande).
Choque:

 O choque pode ser definido como uma depressão de todos os centros vitais, devido
deficiência de sangue e oxigênio. É uma complicação grave e frequentemente no pós-
operatório.
 Tipos de Choque:
 Choque Hipovolêmico: causado pela diminuição do volume circulante, pela perda do
plasma, sangue, etc.
 Choque Neurogênico: distúrbio no SNC provocado por anestésico, narcóticos, transtornos
emocionais. (dor intensa, ansiedade, medo).
 Choque Cardiogênico: é aquele que se instala devido a uma deficiência cardíaca, ou seja,
o coração não consegue bombear quantidade de sangue suficiente para o organismo. (causa
pode ser IAM e ICC).
Choque:

 Tipos de Choque:
 Choque Séptico: resultante de processos infecciosos;
 Choque Anafilático: resulta da reação antígeno-anticorpo, devido à hipersensibilidade
do organismo a determinadas substâncias como penicilina, etc. Os sintomas de um
choque anafilático são: sensação de calor, prurido, urticária, formigamento, dispnéia
(edema de glote), cefaléia, sensação de opressão no peito.
 Choque Pirogênico: reação febril devido à presença de pirogênio e contaminação de
soluções e material utilizado na administração IM ou EV.
Choque:

Cuidados de Controlar Manter paciente Colocar Manter vias Manter


enfermagem: rigorosamente calmo; paciente em respiratórias medicação de
SSVV (15/15’); trendelemburg; livres; emergência à
mão.
Complicações Tardias
Complicações Pulmonares:

Irritação das mucosas por Acúmulo de secreção


Paciente que permanece
anestésicos inalados que devido à posição
Causas: muito tempo acamado, Sinais/Sintomas:
provocam aumento de inadequada, medo de tosse,
imobilizado.
secreções respiração superficial,

Expectoração purulenta e
Febre Dispnéia; Mal estar geral; Tosse;
sanguinolenta;

Estimular movimentação
Administrar medicação Incentivar tosse
Cuidados de e ingestão de líquidos se
Dor torácica. prescrita: antibióticos, instruída e inspirações
enfermagem: não houver contra
nebulização; profundas.
indicação;
Complicações Urinárias
Retenção Urinária:
Cuidados de
Traumatismo Uso prolongado de
Causas: Posição inadequada; enfermagem na
cirúrgico; sonda vesical.
retenção urinária:

Estimular micção usando métodos


Proporcionar ambiente Levar ao banheiro, se
como: aplicação de bolsa quente, abrir Sondagem vesical,
tranquilo ao oferecer não houver contra
torneiras, banhos de assento com água como último recurso;
comadre ou papagaio; indicação;
morna;

Realizar exercícios vesicais


Anotar volume em Estimular
em pacientes que
cada micção e/ou Profilaxia: deambulação
permaneceram muito tempo
número de vezes. precoce;
com sonda vesical.
Incontinência:

Cuidados de
Longa permanência com Perda de controle
Causas: enfermagem em
Sonda de Foley; esfincteriano (vesical).
incontinência urinária:

Em pacientes do sexo masculino pode-se


Orientar o paciente a
colocar coletor tipo uripen a fim de evitar que
urinar mais vezes ou A sondagem vesical é o
ele fique sempre molhado favorecendo escaras.
solicitar a comadre ou último recurso.
Para mulheres o melhor recurso é a fralda
papagaio;
descartável.
Complicações GastroIntestinais:
Distensão Abdominal/Dilatação Gástrica:

É o acúmulo de gases e fezes no Diminuição do Manipulação dos


intestino, muito frequentes no pós- Causas: peristaltismo Deglutição de ar; intestinos durante
operatório de cirurgias abdominais. intestinal; a cirurgia;

Imobilidade do Falta de preparo


Sinais e Distensão Desconforto, dor
paciente no pós- intestinal adequado no
sintomas: abdominal; abdominal;
operatório; pré-operatório.

Estimular deambulação precoce Orientar para que o


Dificuldade Cuidados de
ou movimentação ativa/passiva paciente não converse
respiratória. enfermagem:
no leito; muito ao retornar do C.C.;

Administrar medicamentos para


ativar o peristaltismo intestinal
conforme a prescrição médica.
Obstipação Intestinal (Intestino preso)

Causas: Diminuição ou perda do


peristaltismo provocada por anestésico Cuidados de Iniciar deambulação
ou manipulação dos órgãos do trato enfermagem: precocemente;
G.I., ou pela falta de movimentação.

Incentivar Providenciar dieta


Aumentar ingestão de
movimentação no resíduosa, caso não
líquidos;
leito; haja contra indicação.

OBS.: Caso essas medidas não


surtam efeito comunicar ao
médico para prescrição de um
laxante, supositório ou clister.
Complicações
Vasculares/Circulatórias:
Flebite e/ou Tromboflebite:

 FLEBITE – Inflamação de uma veia


 TROMBOFLEBITE - Inflamação de uma veia com formação de um coágulo trombo.
 TROMBO - Coágulo fixo
 ÊMBOLO - Coágulo móvel ou qualquer outro corpo estranho
 Causas:
 Longa permanência no leito, sobretudo em idosos;
 Faixas de restrição muito apertadas
 Posição cirúrgica, principalmente as que exigem MMII flexionados (ginecológicas, retais);
 Pacientes que já possuem problemas circulatórios (varizes) em MMII;
 Pacientes idosos, obesos.
 Sinais e Sintomas:
 Extremidades quentes, vermelhas, edemaciadas, doloridas;
 Febre discreta, mal estar;
Flebite e/ou Tromboflebite:

Incentivar ingestão de líquidos Incentivar movimentação


Cuidados de Afrouxar restrições e
para diminuir no leito e deambulação
enfermagem: curativos;
hemoconcentração; precoce;

Observação do paciente OBS.: Na tromboflebite existe o risco de ocorrer o


predisposto (idosos, obesos que desprendimento de um coágulo que pode alojarse no
Profilaxia:
já sejam portadores de problemas pulmão ou cérebro, ocorrendo, nesse caso, embolia
circulatórios). pulmonar ou cerebral, respectivamente.

Mudar posição do paciente Fazer movimentos de flexão e extensão dos


no leito frequentemente se dedos do pé, pernas (exercícios
não houver contra indicação; ativos/passivos).
Embolia Pulmonar
É uma complicação muito comum em cirurgias cardíacas e vasculares. O coágulo
móvel (êmbolo, cai na corrente sanguínea, vai ao coração e ao pulmão. Ocorre Sinais e
diminuição no suprimento de oxigênio ao organismo. Se o êmbolo obstrui uma artéria Sintomas
pulmonar principal, o paciente vai a óbito.

A principal Pele fria, pálida e


característica é a dor cianótica (diminuição Cuidados de
Dispnéia
aguda no tórax, da circulação enfermagem:
subitamente; sanguínea);

OBS.: A conduta de enfermagem é


Administrar medicação
Avisar imediatamente o essencialmente preventiva evitando
prescrita
médico; todos os fatores que favorecem a
(anticoagulante).
formação de coágulos.
Complicações com a
Incisão Cirúrgica:
Sangramento pela incisão ou através dela.

Cuidados de enfermagem:

Hemorragia Detecção precoce pela observação atenta do curativo,


(interna/externa): sobretudo na primeira hora do pós-operatório;

Se o paciente estiver com drenos, sondas, observar o aspecto


do líquido drenado;

Observar sinais de palidez, sudorese, ansiedade


Infecção:
A principal causa é a falta de assepsia antes, durante e após a cirurgia.
É a principal e a mais
Exceto em alguns casos em que a própria cirurgia já é contaminada ou
comum complicação Causas:
infectada. A enfermagem tem grande responsabilidade na contaminação de
da incisão cirúrgica.
um curativo cirúrgico.

Febre, Cefaléia e mal Hiperemia


Sinais/Sintomas: Anorexia; Dor;
calafrios; estar. (vermelhidão);

Presença de Fazer curativos com


Cuidados de
Edema; secreção rigorosa técnica
enfermagem:
purulenta asséptica;

Observar atentamente tipo, Administrar medicação e


quantidade, cheiro da secreção, executar cuidados conforme a
anotar e comunicar; prescrição e o tipo de infecção.
Deiscência de Sutura/Rotura:

Consiste na separação parcial ou total dos bordos da


incisão operatória. É uma complicação grave, que Exagerada tensão na
Causas: Infecção;
pode ocorrer devido à presença de infecção ou até sutura;
de grande distensão abdominal.

Materiais e métodos de Doenças como diabetes,


Rejeição ao fio; Obesidade; Desnutrição;
sutura defeituosos; anemia.

Deixar o paciente em Curativos compressivos,


Cuidados de posição que diminua a aproximando as bordas. Na
enfermagem tensão das bordas maioria das vezes cicatrização é
(Fowler); por segunda intenção.
Evisceração:

Quando acontece a
deiscência com saída das
Deiscência de parede,
vísceras (órgãos Causa: Cuidados de enfermagem:
infecções.
abdominais). É uma
complicação bastante grave.

Proteger os órgãos eviscerados


Não tentar recolocar os
com compressa estéril embebida Comunicar imediatamente
órgãos eviscerados para
em soro fisiológico, enfaixando ao médico.
dentro da cavidade;
suavemente sem comprimir;
Dúvidas??

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