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UNIVERSIDADE PAULISTA

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

PRINCIPAIS AÇÕES DA COMISSÃO DE


CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
(CCIH)

Prof. Dra. Thalyta C. A. Teixeira


Prof. MSc. Mágna Teixeira
Objetivo da Aula

 Discutir aspectos da atuação da


CCIH no processo de controle e
prevenção de IRAS;
Dimensões do Cuidar

 ADMINISTRATIVA - o enfermeiro realiza o planejamento, a


organização, a direção e o controle das atividades
desenvolvidas nesta unidade.
 ASSISTENCIAL - No papel assistencial, elabora um plano de
cuidados, utilizando metodologia científica para prestar
assistência individualizada.
 ENSINO - Papel de ensino é relevante porque estimula o
enfermeiro a buscar conhecimento para propiciar o
aperfeiçoamento da equipe de enfermagem.
 PESQUISA - Como pesquisador, seja individualmente ou em
equipe, poderá demonstrar a diferença que existe entre uma
assistência que deriva da utilização de conhecimento científico
comparada ao cuidado prestado, orientado para o cumprimento
de tarefas, normas e rotinas.
CONTROLE DE INFECÇÃO E AS
DIMENSÕES DO CUIDAR

ASSISTENCIA

CONTROLE E
ENSINO PREVENÇÃO ADMINISTRAÇÃO
INFECÇÃO

PESQUISA
A CCIH

Principais funções da CCIH


Introdução
 Surge na década de 1970;
 Regulamentada em 1983 – Portaria 196;
 Preocupação em se conhecer os índices de IRAS;
 Principal responsabilidade, a implantação de ações
de biossegurança, que corresponde à adoção de
normas e procedimentos seguros e adequados à
manutenção da saúde dos pacientes, dos
profissionais e dos visitantes;
 ENFERMEIRO é o profissional mais requisitado e
mais capacitado para atuar no controle da
infecção.
 A prevenção e o controle das Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) no Brasil
são regidos por uma série de leis e
regulamentações. Entre elas, destacam-se:
 a Lei nº 9.431/1997, que estabelece as normas
básicas de segurança do paciente em hospitais e
outras instituições de saúde.
 RDC nº 36/2013, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), que dispõe sobre as
Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços
de Saúde.
Introdução

 Adequação do Ambiente - As medidas de


saneamento básico e de organização e
administração do sistema constituem
procedimentos
 A Educação em Saúde às pessoas (sadias ou
doentes), família ou comunidade; o treinamento
em serviço (pessoal serviçal e de enfermagem) e
a educação continuada das ações protetoras do
meio ambiente hospitalar fazem parte da função
do enfermeiro.
Por quê ter uma CCIH é
importante?
Estudo SENIC, década de 70

Redução das IRAS:


 18% em hospitais sem CCIH

 32% em hospitais com CCIH

☺há necessidade do estabelecimento de


um programa
Assistência à Saúde (IRAS) é um
problema global
 No Brasil, estima-se que ocorram cerca de 14 infecções a
cada 1.000 pacientes internados
 No mundo todo, a taxa de prevalência de IRAS varia entre
5% e 15%, dependendo do país e da região.
 As principais causas de IRAS incluem a falta de higiene
adequada das mãos, o uso excessivo e inadequado de
antibióticos, a contaminação ambiental e a falta de medidas
preventivas adequadas nos hospitais e clínicas.
 As IRAS relacionadas à comunidade são infecções que podem ser
adquiridas fora do ambiente hospitalar, como em casa, na escola ou
no trabalho. Ao contrário das IRAS relacionadas à assistência à
saúde, que geralmente ocorrem em pacientes hospitalizados ou em
decorrência de procedimentos médicos invasivos, as IRAS
relacionadas à comunidade afetam pessoas saudáveis e podem ser
transmitidas por meio do contato direto com outras pessoas ou
superfícies contaminadas.
 Os principais riscos associados às IRAS relacionadas à comunidade
incluem a falta de higiene pessoal e ambiental, o compartilhamento
de objetos pessoais, o contato com animais infectados e a exposição
a ambientes insalubres. Para prevenir essas infecções, é importante
adotar medidas simples, como lavar as mãos regularmente, manter
os ambientes limpos e arejados, evitar o compartilhamento de
objetos pessoais e vacinar-se contra doenças infecciosas comuns.
Portaria 2.616, 12 de maio de
1998
• Considerando a determinação da lei
9.431/97.
• “...as infecções hospitalares constituem risco
significativo à saúde dos usuários dos
hospitais, e sua prevenção e controle
envolvem medidas de qualificação de
assistência hospitalar, de vigilância sanitária
e outras, tomadas no âmbito do Estado, do
Município e de cada hospital...”
Objetivos do Programa de
Controle Infecção Hospitalar (PCIH)
1. Proteger o paciente;
2. Proteger os profissionais de saúde,
visitantes e outras pessoas no
ambiente da instituição.
3. Cumprir os dois primeiros objetivos
com custo benefício, sempre que
possível.
Definições
 CCIH: grupo de • PCIH: conjunto de ações
profissionais da área da desenvolvidas, deliberada
saúde, nível superior, e sistematicamente, para a
formalmente designado máxima redução possível
para planejar, elaborar, de incidência e da
implementar, manter e gravidade das infecções
avaliar o PCIH, adequado hospitalares
às características e
necessidades da unidade
hospitalar, constituída de
membros consultores e
executores
Definições
 Membros consultores: • Membros executores:
profissional com nível Entende-se por membro
superior na área da executor o profissional,
preferencialmente de nível
saúde, participante da superior na área da saúde,
elaboração do PCIH e das que deve realizar todas as
reuniões, tendo a atribuições concernentes ao
responsabilidade de consultor e colaborar
pesquisar e contribuir com efetivamente para execução
de atividades relacionadas
dados informativos ao controle de infecção
embasados em referências hospitalar. Dois técnicos de
conceituadas. nível superior (enfermeiro e
médico)
Membros consultores da CCIH

 Membro do serviço médico;


 Membro do serviço de enfermagem;
 Membro do serviço de farmácia;
 Membro do laboratório de microbiologia;
 Membro da administração.
Quais são as funções da CCIH?
Funções da CCIH

 Boas práticas assistenciais decorrem da integração de


todos os setores e o controle de infecção vem
assumindo um papel relevante de assessoria.
 Interage com a saúde ocupacional, em medidas de
controle referentes a afastamentos de profissionais,
imunizações e prevenção de patologias de aquisição
hospitalar.
 Atua em conjunto com a comissão interna de prevenção
de acidentes, principalmente na ênfase às precauções
padrão; nas comissões de revisão de prontuários e
óbitos, pois fornecem subsídios para detecção de casos
de infecção hospitalar e seus fatores de risco.
Funções da CCIH

 Atua na padronização de materiais e insumos,


procurando racionalizar custo/ benefício das
medidas de controle das infecções em relação às
tecnologias oferecidas; farmácia e medicamentos
com padronização de antimicrobianos; auxilia
comissões de controle de qualidade, por meio de
seus indicadores epidemiológicos;
 A responsabilidade de prevenir e controlar as IRAS
é individual e coletiva. É resultado de um trabalho
de equipe.
Funções da CCIH

 Todas as formas
possíveis para mudar
comportamento dentro
de qualquer
organização requerem
a escolha de estratégia
educacional conjugada
a um programa com
objetivos bem
definidos.
Funções da CCIH

 O controle de IRAS constitui


um dos parâmetros para
garantir a qualidade do
cuidado prestado. Na
elaboração de programas
com este objetivo, além da
organização hospitalar,
devemos examinar as
características e finalidades
do hospital, tipo de
gerenciamento, assistência e
clientela, bem como, os
aspectos relacionados à
infra-estrutura.
Funções da CCIH

 Especialmente no momento
em que as políticas
públicas de implantação
do SUS e a mudança do
modelo assistencial estão
ocorrendo, a formação e a
educação continuada
representam os esforços
que alavancarão o
controle de infecção, na
sua interdisciplinaridade e
intersetorialidade
Principais atribuições do enfermeiro
da CCIH
 Atualizar-se teoricamente sobre as IH, sendo
o respaldo científico-legal de toda a
comunidade hospitalar
 Avaliar todos os cuidados prestados direta
ou indiretamente ao paciente a fim de se
identificar problemas e apontar soluções
 Medir o risco de aquisição de infecção
relacionada à assistência a saúde,
avaliando prioridades para seu controle
Principais atribuições do enfermeiro
da CCIH
 Auxiliar a comunidade hospitalar na
aplicação de recursos técnicos e
financeiros
 Verificar a necessidade de programas
educativos e colaborar na sua
execução
 Intermediar as relações do hospital com
as autoridades sanitárias
Padronização e uso de
antimicrobianos

Aspectos da atuação da
CCIH.
Padronização e uso de antimicrobianos
 A resistência microbiana aos antimicrobianos
atualmente é uma das maiores
preocupações globais em saúde pública.

 Aumento da morbidade e mortalidade, o


aumento do período de internação dos
pacientes.
Programa de Gerenciamento do Uso de
Antimicrobianos em Serviços de Saúde

 Envolve um conjunto de ações destinadas ao controle do


uso desses medicamentos nos serviços de saúde,
englobando: o diagnóstico, a seleção, a prescrição e a
dispensação adequadas, as boas práticas de diluição,
conservação e administração, além da auditoria e do
monitoramento das prescrições, da educação de
profissionais e pacientes, do monitoramento do programa
até a adoção de medidas intervencionistas, assegurando
resultados terapêuticos ótimos com mínimo risco potencial.
Programa de Gerenciamento do Uso de
Antimicrobianos em Serviços de Saúde
As ações voltadas para a melhoria do uso de
antimicrobianos vão desde abordagens educativas até
medidas restritivas, entre as quais podemos citar:

Utilização de protocolos clínicos para as principais


síndromes clínicas;

Adoção das boas práticas de prescrição, como


documentação de dose, duração e indicação do
antimicrobiano;
Programa de Gerenciamento do Uso de
Antimicrobianos em Serviços de Saúde

Auditoria prospectiva de prescrição ( com toda equipe


médica no setor) com intervenção e divulgação dos dados;

Readequação da terapia, conforme resultados


microbiológicos;

Análise técnica das prescrições pela farmácia;

Restrição com uso de formulário terapêutico e pré-


autorização de antimicrobianos.
Modelo de padronização de antimicrobianos
Padronização e uso de
desinfetantes e antissépticos
Padronização e uso de desinfetantes e
antissepticos
 Biocidas: são agentes capazes de destruir
microorganismos como: desinfetantes,
antissépticos e antimicrobianos.

 Antissépticos: utilizado para tecido vivo.

 Desinfetantes: utilizados em objetos e


superfícies inanimados (não- vivos)
Padronização e uso de desinfetantes e
antissepticos
 Cabe, portanto, à C.C.I.H.:
- a Seleção dos produtos químicos -
germicidas, desinfetantes, antissépticos,
agentes de limpeza;
- o controle da sua aquisição e emprego;
- o teste bacteriológico periódico;
- a elaboração de normas e rotinas quanto ao
uso dos mesmos.
Padronização e uso de desinfetantes e
antissepticos
 Para selecionar e comprar desinfetantes e
antissépticos, deve se seguir as portarias:

 Anvisa. RDC no. 35 de 16 de agosto de


2010
 Anvisa. RDC no. 31 de 04 de julho de 2011

 Anvisa. RDC no. 107 de 05 de setembro de


2016
Padronização e uso de desinfetantes e
antissepticos
 Produtos autorizados para uso como
antissépticos:
Padronização e uso de desinfetantes
e antissepticos
Padronização e uso de desinfetantes
e antissepticos
 Indicação de uso de antissépticos
Padronização e uso de desinfetantes
e antissepticos
Caso seja necessário manipulação dos produtos para
frascos menores (almotolias):

 Transferência tem que ser asséptica;


 Devem ser identificadas com rótulos com nome da
solução, tipo, data e hora e o nome do profissional
 Validade de 7 dias.
 Pequenos volumes.
Padronização e uso de desinfetantes
e antissepticos

Desinfetantes são substancias capazes de destruir


os microorganismos na forma vegetativa de uma
superfície ou material, sem necessariamente eliminar
as formas esporuladas.
Padronização e uso de desinfetantes
e antissepticos
Padronização e uso de desinfetantes
e antissepticos
Reuso e reprocessamento de artigos
hospitalares
Reuso e reprocessamento de artigos
de saúde
Existem materiais de uso único e materiais que podem
ser reprocessados e reusáveis.

 Food and Drug Administration dos EUA especifica


que a instituição ou profissionais que reusam
produtos de uso único devem demonstrar que o
artigo pode ser adequadamente limpo e
esterilizado e que as características físicas ou a
qualidade do artigo não foram afetadas,
permanecendo seguras e efetivas para o uso clínico
pretendido.
Reuso e reprocessamento de artigos
de saúde

É importante seguir protocolos distintos


para o processamento de produtos de
saúde (PPS).
Reuso e reprocessamento de artigos
de saúde
Diretrizes gerais:
Reuso e reprocessamento de artigos
de saúde
 Diretrizes gerais:
Reuso e reprocessamento de
artigos de saúde
Reuso e reprocessamento de artigos
de saúde
 Diretrizes gerais:
Reuso e reprocessamento de artigos
de saúde
Etapas no reprocessamento de artigos:

 Limpeza
 Enxague
 Secagem
 Desinfecção
 Esterilização
 Armazenamento
Reuso e reprocessamento de artigos
de saúde
Padronização de materiais médico
hospitalares
Padronização de Materiais Médico
Hospitalares
A CCIH atua na padronização de Materiais Médico
Hospitalares das instituições de saúde.

 Realiza a padronização de materiais para


admissão de novos itens;
 Realiza a Especificação (detalha as principais
propriedades físicas, funcionais e legais);
 Realiza relatórios de produtos em teste na
instituição.
Hospitais Sentinelas
Projeto Hospital Sentinela

 É um projeto desenvolvido pela Agência Nacional


de Vigilância Sanitária (ANVISA), com o objetivo
de ampliar e sistematizar a vigilância sobre
produtos de saúde e assim promover melhores
serviços e condições de trabalho.
Projeto Hospital Sentinela

Hemovigilância
Eventos adversos
com
hemoderivados

Tecnovigilância
Evento
adversos
materiais/equi
pamentos/san
eantes
Farmacovigilância
Efeitos adversos a
medicamentos
REFERÊNCIAS
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Florence, v. 6, n. 3, p. 152-5, 1987.
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 09. HALEY, R. W.; CULVER, D. H.; MORGAN, W. M.; WHIT, J. W.; EMORI, T. G.; HOOTON, T. M. The efficacy of infection
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 10. ORTONA, F; FEDERICO, G.; FANTONI, M.; ARDITO, F.; BRANCA, G.; CAPONERA, S.; SPAGNOLO, N. A study on the
incidence of nosocomial infections in a large university hospital. Eur. J. Epidemiol., Rome, v. 1, n. 2, p. 94-9, 1985.
 11. PEREIRA, M. S. Infecção hospitalar no Brasil: um enfoque sobre o seu controle. Ribeirão Preto, p. 127. Dissertação
(Mestrado) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 1987.
 12. PEREIRA, M. S.; MORIYA, T. M.; GIR, E. Infecções hospitalares e seu controle: problemática e o papel do enfermeiro. Rev.
Latino-am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 2, n. 2, 1994.
 13. WHITE, F. M. M. Nosocomial infection control: scope and implications for health care. Am. J. Infect. Control., v. 9, n. 3, p.
61-9, 1981.

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