Controle Hormonal Do Metabolismo

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Controle Hormonal do Metabolismo

Prof.a Dr.a Tatiana Moreira Domingues


Controle Hormonal do Metabolismo

Plano de Aula
• Hormônios – Estrutura e Função
• Metabolismo Específico
• Regulação do Metabolismo Energético
• Regulação da Massa Corporal
• Obesidade
• Síndrome Metabólica
• Diabetes Tipo 2
Controle Hormonal do Metabolismo

Visão Geral
• Uma característica essencial dos organismos multicelulares é a
diferenciação celular e a organização de trabalho

• Sinais hormonais integram e coordenam as atividades metabólicas


de diferentes tecidos e otimizam a alocação de combustíveis e
precursores para cada órgão
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Hormônios são pequenas moléculas ou proteínas produzidas em
um tecido, liberadas na circulação e transportadas a outros
tecidos, nos quais agem por meio de receptores para produzir
mudanças nas atividades celulares
• Eles servem para coordenar as atividades metabólicas de vários
tecidos ou órgãos
• Manutenção da pressão sanguínea
• Diferenciação sexual, desenvolvimento e reprodução
• Fome, comportamento alimentar...
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• A coordenação do metabolismo nos mamíferos é realizada pelo
sistema neuroendócrino

As células de um determinado tecido


sentem uma mudança nas condições do
organismo e respondem secretando um
mensageiro químico

NEUROTRANSMISSOR ou HORMÔNIOS
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Detecção e purificação de hormônios
• Processo fisiológico em um tecido que depende de um sinal que tem
origem em outro tecido – ex.: insulina (produzida no pâncreas, afeta a
concentração de glicose no sangue e na urina)
• Injeção de extratos de pâncreas (fonte bruta de insulina) em animais
experimentais deficientes em insulina
• Purificação → cromatografia, eletroforese...
• Caracterização → composição e estrutura
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Detecção e purificação de hormônios
• Hormônios são potentes e produzidos em pequenas quantidades
• Andrew Schally – purificação e caracterização do TRH (hormônio
liberador de tirotropina) do hipotálamo
• O grupo utilizou cerca de 20 toneladas de hipotálamos de ~2 milhões de
ovelhas
ELISA – DOSAGEM DE HORMÔNIO
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Os hormônios atuam por meio de receptores de alta afinidade
• Cada tipo celular tem sua própria combinação de receptores hormonais,
os quais definem o espectro de capacidade de resposta das células aos
hormônios
• Além disso, duas células, com o mesmo tipo de receptor, podem ter
diferentes alvos intracelulares de ação hormonal – respostas distintas
• A especificidade da ação hormonal resulta da complementariedade
estrutural entre o hormônio e seu receptor
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Os hormônios atuam por meio de receptores de alta afinidade
• Consequências intracelulares das interações ligante-receptor:
• Um segundo mensageiro (como o AMPc) atua como regulador alostérico de uma ou mais enzimas
• Um receptor do tipo tirosina-quinase é ativado pelo hormônio extracelular
• Abertura ou fechamento de canais iônicos – mudança no potencial de membrana
• Um receptor na superfície celular envia informação da MEC para o citoesqueleto
• Um esteroide, ou molécula semelhante, causa mudança no nível de expressão
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Os hormônios atuam por meio de receptores de alta afinidade
• Efeito de amplificação!!!
• Uma única molécula de hormônio ativa um catalizador que produz muitas
moléculas do segundo mensageiro – CASCATA DE SINALIZAÇÃO
• Ex.: regulação da síntese e degradação do glicogênio pela ação da adrenalina
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Os hormônios atuam por meio de receptores de alta afinidade
• Hormônios hidrossolúveis, que atuam por meio de receptores de membrana
plasmática, geralmente provocam respostas rápidas
• Mudança na atividade de uma ou mais enzimas pré-existentes na célula
• Hormônios esteroides (lipossolúveis) promovem respostas máximas em seus tecidos-
alvos após horas ou dias
• Alteram expressão gênica, aumentando (regulação positiva) ou diminuindo (regulação negativa) a
quantidade de uma proteína na célula
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• Os hormônios são quimicamente diferentes
• Os mamíferos têm várias classes de hormônios – diferenças na estrutura
química e no mecanismo de ação
• Hormônios peptídicos, catecolaminas e eicosanoides agem via receptores de
superfície
• Hormônios esteroides, retinoides e da tireoide agem via receptores nucleares
• Os hormônios também podem ser classificados pelo trajeto que fazem
• Hormônios endócrinos: são liberados no sangue e transportados para as células-
alvo por todo o corpo (ex., insulina e glucagon)
• Hormônios parácrinos: são liberados no espaço extracelular e difundem-se para
as células-alvo vizinhas (ex., eicosanoides)
• Hormônios autócrinos: afetam a mesma célula que os libera, ligando-se a
receptores na superfície celular (ex., fator de crescimento epidérmico)
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


• A liberação de hormônios é regulada
• Os níveis de hormônios regulam processos celulares, mas o que regula o
nível de cada hormônio???
• O sistema nervoso central recebe informações de sensores externos e internos –
perigo, fome, alimento ingerido, composição e pressão sanguínea → coordena a
produção de sinais hormonais adequados pelos tecidos endócrinos
• Hipotálamo: pequena região do cérebro, é o centro de coordenação do
sistema endócrino (integra as mensagens do sistema nervoso central)
• Produz hormônios reguladores (fatores de liberação) que passam diretamente
para a glândula hipófise próxima a ele
• Neuro-hipófise: terminais axonais – ocitocina e vasopressina
• Adeno-hipófise: responde aos hormônios hipotalâmicos – tropinas
Controle Hormonal do Metabolismo

Hormônios – Estrutura e Função


Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• Cada tecido do corpo humano tem uma função especializada, que
se reflete na sua anatomia e atividade metabólica

• Exemplos:
• O músculo esquelético permite o movimento direcionado
• O tecido adiposo armazena e distribui energia na forma de gordura
• No cérebro, as células bombeiam íons através das membranas para
produzir sinais elétricos
• O fígado tem papel central de processamento e distribuição no
metabolismo, e abastece todos os outros órgãos e tecidos com a mistura
apropriada de nutrientes via corrente sanguínea
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O fígado processa e distribui os nutrientes
• Durante a digestão, os principais nutrientes (carboidratos, proteínas e
gorduras) sofrem hidrólise enzimática → constituintes mais simples →
absorção pelas células epiteliais → capilares sanguíneos → fígado
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O fígado processa e distribui os nutrientes
• O fígado tem dois tipos celulares principais: células de Kupffer (fagócitos
– imunologia) e hepatócitos (transformam os nutrientes da dieta em
combustíveis e precursores para tecidos extra-hepáticos)
• Flexibilidade metabólica: altas taxas de proteínas → enzimas para o
catabolismo de aminoácidos e gliconeogênese; altas taxas de
carboidratos → enzimas para o metabolismo de carboidratos e síntese de
gorduras
• Alta taxa de renovação enzimática: 5 a 10 vezes maior que a de outros
tecidos
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O tecido adiposo armazena e provê ácidos graxos
• Existem dois tipos de tecido adiposo: branco e marrom → diferentes!
• O tecido adiposo branco (TAB) é amorfo e amplamente distribuído pelo
corpo → sob a pele, ao redor dos vasos sanguíneos e na cavidade
abdominal (15% da massa de um indivíduo jovem)
• Os adipócitos são metabolicamente ativos, respondendo rapidamente a
estímulos hormonais em interação metabólica com o fígado, o músculo
esquelético e o coração
• Carboidratos → TAB pode converter glicose em TAG (além de armazenar o TAG
que recebe do fígado e do trato intestinal)
• Carboidratos → lipases dos adipócitos hidrolisam o TAG, liberando ácidos graxos
para a corrente sanguínea → músculo esquelético e coração (adrenalina/insulina)
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O tecido adiposo armazena e provê ácidos graxos
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O tecido adiposo marrom é termogênico
• TAM: possui adipócitos menores (várias gotículas de lipídios menores por
célula) – rico em mitocôndrias, capilares e inervação (cor do tecido)
• Enzima termogenina → termogênese
• Os adipócitos do TAM produzem calor pela oxidação dos seus próprios
ácidos graxos

b-OXIDAÇÃO:
Na mitocôndria, os ácidos graxos
sofrem conversão completa em CO2
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O tecido adiposo marrom é termogênico
• Ao nascimento, o TAM representa de 1-5% da massa corporal total
• Adultos jovens: 0,1% da massa corporal
• TAM ativado por exposição ao frio e inibido pelo aumento da temperatura
• Vertebrados pequenos e animais hibernantes – proporção  de TAM
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• Os músculos usam ATP para trabalho mecânico
• O metabolismo dos miócitos é especializado na geração de ATP para
contração da musculatura esquelética
• Duas classes gerais de tecido muscular:
• Músculo de contração lenta → músculo vermelho, proporciona tensão relativamente baixa, mas é
altamente resistente à fadiga – produz ATP pelo processo de fosforilação oxidativa (maratona)
• Músculo de contração rápida → músculo branco, pode desenvolver grande tensão mas entra em
fadiga com mais rapidez – usa ATP mais rapidamente do que pode repor (tiro de 100 metros)
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• Os músculos usam ATP para trabalho mecânico
• O músculo esquelético pode usar ácidos graxos livres (tecido adiposo),
corpos cetônicos (fígado) ou glicose como combustíveis
• Músculos em repouso: ácidos graxos livres e corpos cetônicos → acetil-CoA →
ciclo do ácido cítrico

• Músculos moderadamente ativos: glicose sanguínea (além dos ácidos graxos livres
e corpos cetônicos) → piruvato → acetil-CoA → ciclo do ácido cítrico

• Músculos de contração rápida: o fluxo sanguíneo não consegue fornecer O2 e


combustíveis com a rapidez necessária → glicogênio armazenado no músculo é
degradado a lactato por fermentação (adrenalina)
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O cérebro usa energia para transmissão de impulsos elétricos
• Usa somente glicose como combustível (exceto pelos astrócitos)
• Metabolismo muito ativo → ~20% de O2 de um corpo em repouso
• Pouco glicogênio → queda na glicose sanguínea pode resultar em efeito
irreversível à função cerebral
• Corpos cetônicos → os neurônios conseguem utilizar o b-hidroxibutirato
formado no fígado a partir dos ácidos graxos – jejum prolongado
• Inanição grave: proteínas musculares via gliconeogênese no fígado
Controle Hormonal do Metabolismo

Metabolismo Específico
• O sangue transporta oxigênio, metabólitos e hormônios
• O sangue medeia as interações metabólicas entre todos os tecidos
• Transporta nutrientes do intestino delgado para o fígado, e do fígado e
do tecido adiposo para outros órgãos
• Transporta produtos de excreção dos tecidos extra-hepáticos para o
fígado para processamento, e para os rins para eliminação
• O oxigênio desloca-se na corrente sanguínea dos pulmões para os
tecidos, e o CO2 gerado retorna pela corrente sanguínea para os pulmões
• O sangue também carrega sinais hormonais de um tecido para outro
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• Os ajustes hormonais mantêm a glicose a 4,5 mM no sangue
• Ação combinada de insulina, glucagon, adrenalina e cortisol
• A insulina sinaliza que a glicose está alta → captação do excesso
de glicose do sangue → conversão a glicogênio e triacilgliceróis
• O glucagon sinaliza que a glicose está baixa → produção de glicose
pela degradação do glicogênio, gliconeogênese (fígado) e oxidação
de gorduras
• A adrenalina é liberada no sangue para preparar músculos,
pulmões e coração para aumento de atividade
• O cortisol responde a estressores de longa duração
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• Os ajustes hormonais mantêm a glicose a 4,5 mM no sangue
• Ação combinada de insulina, glucagon, adrenalina e cortisol
• A insulina sinalizaTrês
que estados
a glicose metabólicos:
está alta → captação do excesso
de glicose do sangue → conversão
- Alimentado
a glicogênio e triacilgliceróis
• O glucagon sinaliza que a glicose está baixa → produção de glicose
- Em jejum
pela degradação do glicogênio, gliconeogênese (fígado) e oxidação
- Em inanição
de gorduras
• A adrenalina é liberada no sangue para preparar músculos,
pulmões e coração para aumento de atividade
• O cortisol responde a estressores de longa duração
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• A insulina opõe-se a níveis altos de glicose sanguínea
• Por meio de receptores, a insulina estimula a captação da glicose
pelos músculos e tecido adiposo
• No fígado, a insulina ativa a glicólise → excesso de acetil-CoA é
utilizado para síntese de ácidos graxos
• Duas formas de armazenamento:
• Glicogênio no fígado e músculos
• Triacilgliceróis no tecido adiposo
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• As células b-pancreáticas secretam insulina
• A quantidade aumentada de glicose no sangue provoca aumento
da produção de insulina (células b pancreáticas) e redução da
secreção de glucagon (células a pancreáticas)
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• O glucagon opõe-se a níveis baixos de glicose sanguínea
• Várias horas após alimentação, os níveis de glicose  devido à
oxidação da glicose pelo cérebro e outros tecidos
• A diminuição da glicose sanguínea desencadeia a secreção de
glucagon e reduz a liberação de insulina
• Ele estimula a degradação do glicogênio hepático, inibe a
degradação da glicose no fígado (glicólise) e estimula a
gliconeogênese → permite que o fígado exporte glicose,
restaurando seu nível sanguíneo normal
• Mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• O metabolismo é alterado durante o jejum e a inanição
• As reservas de combustível de um adulto saudável são: glicogênio
no fígado e no músculo (em menor quantidade), triacilgliceróis no
tecido adiposo e proteínas teciduais
• Duas horas após uma refeição → glicose sanguínea diminuída,
mobilização de glicogênio hepático e pouca síntese de
triacilgliceróis
• Quatro horas após uma refeição → secreção de insulina diminui e
a de glucagon aumenta, mobilização de triacilgliceróis do tecido
adiposo para o músculo e fígado (principal combustível)
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• A adrenalina sinaliza atividade iminente
• Em situação estressante, que requer atividade aumentada (“lutar
ou fugir”), sinais do cérebro provocam a liberação de adrenalina e
noradrenalina pela medula suprarrenal
• A adrenalina age principalmente nos tecidos muscular, adiposo e
hepático
• Estimula a conversão do glicogênio hepático em glicose sanguínea
• Estimula a degradação anaeróbia do glicogênio muscular (fermentação)
• Estimula a mobilização da gordura no tecido adiposo
• Estimula a secreção de glucagon e inibe a de insulina
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• O cortisol sinaliza estresse
• Uma variedade de agentes estressantes (ansiedade, medo, dor,
hemorragia, infecção, glicose sanguínea baixa, jejum, etc.) estimula
a liberação de cortisol pelo córtex suprarrenal
• O cortisol (de ação lenta) age no músculo, fígado e tecido adiposo
para suprir o organismo com combustível
• No tecido adiposo, provoca aumento na liberação de ácidos graxos
• Estimula a degradação de proteínas musculares não essenciais e
exportação de aminoácidos para o fígado (gliconeogênese)
• No fígado, promove a gliconeogênese → glicose armazenada como
glicogênio ou exportada para os tecidos
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação do Metabolismo Energético


• O diabetes melito resulta de defeitos na produção/ação da
insulina
• O diabetes melito é uma doença relativamente comum →
anormalidade no metabolismo da glicose
• Duas classes clínicas
• Diabetes tipo 1, insulina-dependente (DMID) → destruição autoimune
das células b pancreáticas, com incapacidade de produzir insulina
suficiente (requer insulinoterapia) → sintoma característico é a sede
excessiva e micção frequente (poliúria), com excreção de grande
quantidade de insulina na urina (glicosúria)
• Diabetes tipo 2, resistente à insulina, em que a insulina é produzida, mas
a atividade reguladora desta está perturbada
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação da Massa Corporal


• IMC = massa / altura2 (kg/m2)
• IMC <25, normal; 25-30, sobrepeso; >30, obesidade
• A obesidade é uma ameaça à vida → diabetes tipo 2, ataque
cardíaco, AVC e câncer de colo, mama, próstata e endométrio
• Obesidade: ingestão de mais calorias do que as gastas
• Excesso de calorias:
• 1) converte em gordura → tecido adiposo
• 2) queima o excesso de combustível em exercício extra
• 3) desperdiça combustível na produção de calor (termogênese)
• Equilíbrio: conjunto complexo de sinais hormonais e neuronais
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação da Massa Corporal


• O tecido adiposo tem funções endócrinas importantes
• Retroalimentação negativa da adiposidade → inibe o
comportamento alimentar e aumenta o gasto de energia quando o
peso corporal excede um determinado valor (ponto de ajuste)
• Sinal que se origina no TA e influencia o encéfalo (r. metabólica e motora)
• O TA (órgão endócrino) produz hormônios peptídicos: adipocinas
• Ações autócrina, parácrina e endócrina
• Produzem mudanças no comportamento alimentar e no metabolismo
energético → restauram as reservas e mantêm a massa corporal
• Leptina: alcança o cérebro, age nos receptores hipotalâmicos e reduz o
apetite (descoberta em 1994)
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação da Massa Corporal


• A leptina
• Controle do influxo de combustível e seu metabolismo:
• Neurônios orexigênicos (estimuladores de apetite) → produção e
liberação do neuropeptídeo Y (NPY, jejum) → COMA!!!
• Neurônios anorexigênicos (inibidores de apetite) → produção de
hormônio estimulante de melanócito a (a-MSH) → PARE DE COMER!!!
• Liberação de leptina pelo TA depende do número e tamanho dos
adipócitos:
• Perda de peso → TA, leptina e NPY → redução da termogênese e da
mobilização de gordura
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação da Massa Corporal


• A leptina
• Ajuste da atividade e do metabolismo animal durante períodos de
jejum e inanição (e não como restrição no ganho de peso!)
• No hipotálamo, a leptina:
• Hormônio da tireoide (reduzindo metabolismo basal)
• Hormônios sexuais (prevenindo a reprodução)
• Glicocorticoides (mobilização de recursos corporais)
• Permite a sobrevivência em períodos de grave privação nutricional
• No fígado e no músculo → inibe lipogênese e estimula lipólise
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação da Massa Corporal


• A insulina
• A secreção de insulina reflete os níveis de glicose no sangue (fluxo
de energia) e o tamanho da reserva de gordura (adiposidade)
• Age no SNC para inibir a ingestão de alimento → receptores de
insulina nos neurônios anorexigênicos (a-MSH) e orexigênicos
(NPY) → influxo de combustível e termogênese
• Envia sinais ao músculo, fígado e TA para conversão de glicose em
acetil-CoA, síntese de gordura

• A leptina torna o fígado e o músculo mais sensíveis à insulina


Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação da Massa Corporal


• A dieta regula genes essências à manutenção da massa corporal
• Uma família de fatores de transcrição ativados por ligantes
(receptores PPAR) responde a mudanças nos lipídeos da dieta com
a alteração da expressão de genes envolvidos no metabolismo de
gorduras e carboidratos

• A grelina é um hormônio peptídico produzido pelo estômago que


age como um potente estimulante do apetite
• A [grelina] no sangue varia entre as refeições, com pico antes da refeição
• Síndrome de Prader-Willi → níveis de grelina no sangue, apetite
incontrolável e extrema obesidade (morte antes dos 30 anos)
Controle Hormonal do Metabolismo

Regulação da Massa Corporal


• Os simbiontes microbianos
• Os indivíduos magros e obesos têm diferentes combinações de
simbiontes microbianos no intestino
• Determinados micro-organismos do intestino liberam produtos de
fermentação → ácidos graxos de cadeia curta → entram na
corrente sanguínea e causam mudanças metabólicas no TA
• Propionato conduz à expansão do TAB → diferenciação de células
precursoras em adipócitos e inibição da lipólise em adipócitos já
existentes → aumento na massa TAB-obesidade
• Alteração na comunidade microbiana: probióticos e prebióticos
Controle Hormonal do Metabolismo

Obesidade
• Diabetes tipo 2 x Obesidade:
• 300 milhões de pessoas em todo o mundo afetadas pela diabetes tipo 2
• Epidemia mundial de obesidade
• A patologia da diabetes inclui: doença cardiovascular, insuficiência renal,
cegueira, restabelecimento insatisfatório das extremidades (amputações)
e neuropatia
Controle Hormonal do Metabolismo

Diabetes Tipo 2
• Desenvolvimento de resistência à insulina
• Estado no qual é necessária mais insulina para realizar os mesmos efeitos
biológicos produzidos no estado sadio
• No início da doença, as células b pancreáticas secretam insulina
suficiente para suprir a sensibilização reduzida ao hormônio
• As células b, porém, falham, e a falta de insulina conduz à incapacidade
de regulação da glicose sanguínea
Controle Hormonal do Metabolismo

Síndrome Metabólica
• Ou síndrome X, é o estágio intermediário que precede o diabetes
tipo 2

• Essa síndrome é caracterizada por:


• Obesidade, hipertensão, lipídios sanguíneos anormais (TAG, LDL e
HDL) e glicose sanguínea levemente elevada
• Alterações nas proteínas sanguíneas (fibrinogênio) ou inflamação
Controle Hormonal do Metabolismo

Obesidade e Diabetes Tipo 2


• O excesso de ingestão calórica em pessoas obesas faz os adipócitos
ficarem repletos de TAG, tornando o TA incapaz de receber + TAG
• O TA repleto de lipídios libera fatores proteicos → atraem
macrófagos → resposta inflamatória → prejudica a deposição de
ácidos graxos (AG), que são liberados para o sangue
• O excesso de AG entra nas células hepáticas e musculares →
convertido em TAG → deposição de gotículas lipídicas leva à
insensibilidade à insulina → diabetes mellitus tipo 2

• Excesso de AG e TAG é tóxico para o fígado e músculo


Controle Hormonal do Metabolismo

Obesidade e Diabetes Tipo 2


• Tiazolidinedionas (fármaco) ativam um conjunto de genes
específicos de adipócitos → promove a diferenciação de pré-
adipócitos em adipócitos → aumento da capacidade corporal em
absorver AG da dieta (armazenamento como TAG)

• 80% dos diabéticos tipo 2 são obesos – mas a maioria dos obesos
não desenvolvem a doença

• Fatores genéticos complexos


Controle Hormonal do Metabolismo

Roteiro de Estudo
1) O que são hormônios? Quais suas principais características?
2) Diferencie TAB de TAM.
3) Diferencie musculatura vermelha de branca.
4) Explique a ação endócrina do tecido adiposo e o papel da leptina
na redução do apetite.
5) Explique a relação entre diabetes tipo 2, obesidade e síndrome
metabólica.

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