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SISTEMA VISUAL

ESTRUTURA DA RETINA
Os receptores visuais, assim como os neurônios I, II e III da via óptica localizam-se na retina,
neuroepitélio formado a partir do diencéfalo.

Na parte posterior da retina, em linha com o centro da pupila, existe uma área amarelada
denominada mácula lútea, em cujo centro há uma depressão, a fóvea central

A mácula corresponde à área da retina onde a visão é mais distinta

A retina possui 10 camadas, dentre elas a camada pigmentar, mais externa.

A retina é dividida em parte nasal e temporal pela fóvea

As células fotossensíveis fazem sinapse com as células bipolares, que, por sua vez, fazem
sinapse com as células ganglionares, cujos axônios constituem o nervo óptico. Os
prolongamentos periféricos das células fotossensíveis são os receptores da visão (cones ou
bastonetes)

Os bastonetes são adaptados para visão com pouca luz, enquanto os cones são adaptados para
visão com luz de maior intensidade e para a visão com cores

A papila óptica é o ponto cego, pois não apresenta fotorreceptores. O edema da papila é um
importante sinal indicador de hipertensão intracraniana

TRAJETO DAS FIBRAS NAS VIAS ÓPTICAS


O campo nasal se projeta para a retina temporal, e o campo temporal se projeta para a retina
nasal. A luz originada na região central do campo visual vai para os dois olhos.
No quiasma óptico, as fibras nasais cruzam para o outro lado, enquanto as fibras temporais
seguem ipsilateralmente, sem cruzamento. O hemisfério cerebral de um lado relaciona-se com
as atividades sensitivas visuais do lado oposto, ou seja, o hemisfério esquerdo é responsável
pela visão direita de ambos os olhos

Conforme seu destino, pode-se distinguir quatro tipos de fibras nas vias ópticas:

a) Fibras retino-hipotalâmicas: destacam-se do quiasma óptico e ganham o núcleo


supraquiasmático do hipotálamo. São importantes para a regulação dos ritmos
circadianos com o ciclo dia-noite
b) Fibras retinotetais: ganham o colículo superior através do braço do colículo superior e
estão relacionadas com reflexos de movimentos dos olhos ou das pálpebras
desencadeados pelo campo visual
c) Fibras retino-pré-tetais: ganham a área pré-tetal, situada na parte rostral do colículo
superior, através do braço do colículo superior, estando relacionadas com os reflexos
fotomotor direto e consensual
d) Fibras retinogeniculadas: são as mais importantes, pois somente elas se relacionam
diretamente com a visão. Terminam fazendo sinapse com os neurônios IV da via óptica,
localizados no corpo geniculado lateral, que possui a mesma representação
retinotópica da metade contralateral do campo visual

CÓRTEX VISUAL PRIMÁRIO


Os axônios do corpo geniculado lateral (neurônios IV) constituem a radiação óptica e terminam
na área visual, área 17, nos lábios do sulco calcarino. A porção da radiação óptica que veicula a
visão do campo superior cursa rostralmente pela Alça de Meyer até chegar caudalmente à área
visual primária (sulco calcarino). Ou seja, o campo VISUAL superior (parte inferior da retina)
chega inferiormente no sulco calcarino, enquanto o campo VISUAL inferior (parte superior da
retina), chega superiormente

O córtex visual primário possui seis estratos principais, com quatro destes subdividindo-se em
sublâminas. Uma sublâmina da camada 4 contém a estria de Gennari.

Há dois canais de comunicação até o córtex visual primário: o sistema magnocelular e o


sistema parvocelular:

 As células M da retina estão relacionadas com a percepção de movimentos no espaço,


integrando maior área da retina
 As células P estão relacionadas com a percepção de cor e forma

O córtex visual primário dá origem a 3 vias:

 Para a área cortical secundária – diferenciação dos aspectos da visão


 Para decussar no corpo caloso e seguir ao córtex visual primário contralateral – garante
a percepção de um campo visual único
 Para centros oculomotores mesencefálicos – garante o foco da imagem da retina
LESÕES DA VIA ÓPTICA

O distúrbio básico é o escotoma, que consiste em uma falha dentro do campo visual. Quando o
escotoma atinge metade do campo visual, passa a ser denominado hemianopsia. A
hemianopsia pode ser heterônima (são cometidos lados diferentes dos campos visuais) ou
homônima (o mesmo lado é acometido do campo visual de cada olho)

a) Lesão do nervo óptico: Cegueira completa ipsilateral


b) Lesão da parte mediana do quiasma óptico: hemianopsia heterônima bitemporal
c) Lesão da parte lateral do quiasma óptico: hemianopsia nasal do olho correspondente
d) Lesão do trato óptico: hemianopsia homônima direita esquerda
e) Lesões da radiação óptica: hemianopsia homônima, assim como lesões no trato óptico.
Contudo o reflexo fotomotor está presente em lesões da radiação óptica
f) Lesões do córtex visual primário: as lesões complestas do córtex visual de um
hemisfério dão alterações de campo iguais às observadas em lesões completas da
radiação óptica

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