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BMV Protocolo Samu 192

Incidentes de Múltiplas Vítimas


3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA

BMV3 – Triagem de múltiplas vítimas

Quando suspeitar ou critérios de inclusão


Incidente de múltiplas vítimas (IMV) em andamento.

Conduta
1. Avaliar a segurança da cena (Protocolo PE1);

2. Na cena segura, realizar a triagem das vítimas de acordo com o método START (Simple Triage and Rapid
Treatment);

Sim
Consegue andar Verde
Método Não
START
Respira?

Não Sim
Abrir vias aéreas FR > 30?

EC > 2 seg ou Não Sim


Respira? Pulso radial ausente Vermelho

Não Sim Sim Não


Cinza Vermelho Cumpre ordens simples?

Não
Sim
Amarelo

3. Classificar e identificar de forma visível todas as vítimas conforme prioridade de tratamento e transporte,
utilizando identificadores de cores:

Imediato/Urgente Vermelho

Pode aguardar Amarelo

Leve Verde

Morto/Inviável Cinza

BMV3 – Triagem de múltiplas vítimas


Elaboração: Janeiro/2016 Este protocolo foi pautado nas mais recentes evidências científicas disponíveis. 1/2
Adaptações são permitidas de acordo com as particularidades dos serviços.

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BMV Protocolo Samu 192
Incidentes de Múltiplas Vítimas
3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA

BMV3 – Triagem de múltiplas vítimas

Observações
• Considerar os 3 “S” (Protocolo PE1, PE2, PE3).
• À medida que a triagem se encerrar, o(s) profissional(ais) envolvido(s) pode(m) ser empregado(s) em outras
funções.
• Na cena insegura, somente profissionais treinados e com equipamento de segurança devem entrar na
zona quente para a triagem e retirada das vítimas. Nesses casos, equipes de saúde devem ser designadas
prioritariamente para o atendimento.
• A aplicação do método START consiste basicamente em:
1. Orientar verbalmente todas as vítimas que estejam andando pela cena do IMV (ou que consigam
andar) para que saiam da cena e:
• Identificá-los com a cor VERDE;
• Direcioná-los para área mais apropriada.
2. Mover-se pela área onde estão as vítimas que restaram, avaliando rapidamente cada uma delas
para classificar e identificar segundo cores. Durante a avaliação, são permitidos procedimentos
breves, como abertura de vias aéreas ou controle de sangramento intenso. A cada vítima encontrada:
• Avaliar a respiração:
• Se a vítima não respira, realizar manobra manual de abertura de vias aéreas, verificar se há corpo
estranho visível na boca e desobstruir se possível. Remover próteses dentárias se estiverem soltas.
• Se não respira mesmo após abertura das vias aéreas, classificar e identificar como “CINZA”;
• Se respira após abertura das vias aéreas, classificar e identificar como “VERMELHO”;
• Se a vítima respira, verificar a frequência respiratória:
• Frequência respiratória > 30, classificar e identificar como “VERMELHO”;
• Frequência respiratória < 30, seguir para avaliação do reenchimento capilar.
• Avaliar o reenchimento capilar ou a presença de pulso radial:
• Enchimento capilar > 2 segundos ou pulso radial ausente, classificar e identificar como
“VERMELHO”;
• Enchimento capilar ≤ 2 segundos ou pulso radial presente, seguir para avaliação da capacidade
de cumprir ordens simples.
• Avaliar a capacidade de cumprir ordens simples: solicitar que a vítima realize um comando simples,
por exemplo, “abrir e fechar os olhos” ou “apertar a mão”:
• Não cumpre ordens simples (inconsciente), classificar e identificar como “VERMELHO”;
• Obedece a comandos simples, classificar e identificar como “AMARELO”;
• Considerar o atendimento das vítimas no local da triagem, se seguro, ou sua distribuição pelas
cores em uma Área de Concentração de Vítimas (ACV), organizada em área segura;
• As vítimas classificadas como cinza, inicialmente não devem ser removidas ou receber abordagem;
• Diante da disponibilidade de equipes e desde que as intervenções críticas das vítimas classificadas
como vermelha e amarela tenham sido completadas, as vítimas classificadas como cinza deverão ser
reavaliadas;
• O processo de classificação da vítima é dinâmico e pode ocorrer a reclassificação de prioridade conforme
evolução clínica;
• Para identificação, recomenda-se a utilização de cartão de triagem ou outro recurso, como pulseiras e fitas,
entre outros. O registro do atendimento das vítimas com as demais informações do cartão (nome, idade,
sexo, prioridade, número, etc.) deve ser realizado assim que possível;
• As falhas de triagem podem ser decorrentes de: visibilidade comprometida; utilização de equipamento
de proteção individual (EPI) obrigatório (devido à alteração da percepção tátil e visual do profissional);
estresse emocional do triador; estresse emocional da vítima (levando a hiperventilação); tempo decorrido
entre a triagem e o transporte para a ACV.
BMV3 – Triagem de múltiplas vítimas
Elaboração: Janeiro/2016 Este protocolo foi pautado nas mais recentes evidências científicas disponíveis. 2/2
Adaptações são permitidas de acordo com as particularidades dos serviços.

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Incidentes de Múltiplas Vítimas
4 SUPORTE BÁSICO DE VIDA

BMV4 – Triagem de múltiplas vítimas envolvendo crianças

Quando suspeitar ou critérios de inclusão


Incidente de múltiplas vítimas (IMV) envolvendo crianças de até 8 anos de idade ou com características dessa
faixa etária.

Conduta
1. Avaliar a segurança da cena;

2. Na cena segura, realizar a triagem das vítimas de acordo com o método JumpSTART (Simple Triage and
Rapid Treatment for Children):

Consegue Sim Triagem


Verde
andar? secundária

Não

Respira? Não Abrir vias aéreas Respira


Vermelho

Apneia

Pulso Não Cinza


palpável

Sim Sim

Cinco ventilações Apneia


Cinza
resgate

Respira

Frequência < 15 ou > 45


Vermelho
respiratória

15 - 45

JumpSTART
Pulso Não
palpável?

Sim
Triagem pediátrica
Inconsciente ou reação
AVDI inespecífica a dor

Amarelo
A, V ou
localiza a dor
Adaptado de ©Lou Romig MD, 2002

BMV4 – Triagem de múltiplas vítimas envolvendo crianças


Elaboração: Janeiro/2016 Este protocolo foi pautado nas mais recentes evidências científicas disponíveis. 1/3
Adaptações são permitidas de acordo com as particularidades dos serviços.

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Incidentes de Múltiplas Vítimas
4 SUPORTE BÁSICO DE VIDA

BMV4 – Triagem de múltiplas vítimas envolvendo crianças

3. Classificar e identificar as vítimas conforme prioridade de tratamento e transporte, utilizando


identificadores de cores:

Imediato/Urgente Vermelho

Pode aguardar Amarelo

Leve Verde

Morto/Inviável Cinza

Observações:
• Considerar os 3 “S” (Protocolo PE1, PE2, PE3).
• A triagem em IMV permite uma avalição rápida para classificar as vítimas e determinar as prioridades de
retirada da zona quente (se necessário) e posicionamento na área de concentração de vítimas (ACV) com
vistas ao atendimento ou transporte imediato segundo prioridades.
• Se uma vítima parece ser criança, use o método JumpSTART, se a vítima parece ser um adolescente ou
adulto, utilize o método START.
• A utilização de uma ferramenta objetiva de triagem pediátrica pode auxiliar o profissional, reduzindo o
impacto emocional normalmente presente no atendimento à criança.
• A ferramenta foi construída de maneira semelhante e paralela à estrutura do START, fazendo com que ele
possa ser usado de forma simultânea ao START em uma cena de IMV que reúna adultos e crianças.
• A aplicação do método JumpSTART consiste basicamente em:
1. Orientar verbalmente todas as vítimas que estejam andando pela cena do IMV (ou que consigam
andar), para que saiam da cena e:
• Identificá-los com a cor “VERDE”;
• Direcioná-los para área mais apropriada, onde devem receber nova triagem (triagem secundária);
• Crianças que saiam no colo de adultos capazes de deambular devem seguir assim para a área
verde designada para o adulto, onde devem receber nova triagem (triagem secundária);
• Crianças que ainda não deambulam ou que apresentam condição clínica pré-existente que não
lhes permite deambular podem ser classificadas como verde, caso não preencham os critérios
para uma vítima vermelha ou amarela.
2. Mover-se pela área onde estão as vítimas que restaram, avaliando rapidamente cada uma delas
para classificar e identificar segundo cores. Durante a avaliação são permitidos procedimentos
breves, como abertura de vias aéreas ou controle de sangramento intenso.
3. Nas crianças que permanecerem na cena, avaliar a respiração:
• Se a vítima não respira, realizar manobra manual de abertura de vias aéreas, verificar se há
corpo estranho visível na boca e desobstruir se possível.
• Se respira, após abertura das vias aéreas, classificar e identificar como “VERMELHO”;
• Se não respira, após a abertura de vias aéreas, deve-se avaliar a presença de pulso palpável
(janela de salvação). O pulso avaliado pode ser o de maior domínio para o socorrista;
• Se o pulso for ausente, consideramos a classificação como “CINZA”;
• Se o pulso for palpável, deve-se oferecer cinco ventilações de resgate, com dispositivo de
barreira, na tentativa de restabelecer a respiração. Se a criança respirar após as ventilações,
ela é considerada “VERMELHO”. Caso contrário, ela é considerada “CINZA”.
Obs.: Após as cinco ventilações, se a criança retomar a ventilação, não devemos prosseguir
com as ventilações e apenas classificar e prosseguir com a triagem.

BMV4 – Triagem de múltiplas vítimas envolvendo crianças


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Adaptações são permitidas de acordo com as particularidades dos serviços.

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Incidentes de Múltiplas Vítimas
4 SUPORTE BÁSICO DE VIDA

BMV4 – Triagem de múltiplas vítimas envolvendo crianças

• Quanto às vítimas “CINZA” ou inviáveis, é preciso analisar também que, a menos que apresentem
lesões características de morte óbvia, devem ser reavaliadas assim que as intervenções mais
críticas nas vítimas “VERMELHO” e “AMARELO” estiverem finalizadas e/ou quando houver
equipes de atendimento disponíveis.
• Se a vítima respira, verificar a frequência respiratória:
• Se a criança respira com uma frequência abaixo de 15 ou acima de 45 mvm, é considerada
“VERMELHO”; se está dentro da faixa entre 15 e 45 mvm, a presença de pulso é avaliada;
• Na ausência de pulso, a criança é considerada “VERMELHO”;
• Na presença de pulso, avalia-se o estado mental por meio do método AVDI (alerta, verbal,
dor, irresponsivo).
• Avaliar usando o método AVDI:
• No método AVDI, se a criança estiver alerta ou responder a um chamado verbal ou a um estímulo
doloroso com localização do estímulo e retirada proposital do estímulo, ela é considerada uma
vítima “AMARELO”;
• Se não responder a nenhum estímulo ou responder com postura de descerebração ou
decorticação, é considerada “VERMELHO”;
• Aspectos especiais:
• Se a criança não andar por ausência de desenvolvimento para a função ou mesmo por
deficiências e necessidades especiais, aplicar o JumpSTART como apresentado:
• Se houver critérios para classificá-la como “VERMELHO”, fazê-lo;
• Se houver critérios para classificá-la como “AMARELO”, analise rapidamente:
• Se houver sinais de lesão significativa, como ferimentos penetrantes ou com perda de
tecido, queimaduras importantes, sangramento incontrolável ou distensão abdominal,
classificar como “AMARELO”;
• Na ausência desses sinais, será considerada “VERDE”, mesmo sem andar. Nesse caso,
a vítima deve permanecer na cena até ser transportada.
• No Posto Médico Avançado (PMA) ou mesmo na zona quente, os acompanhantes podem não
querer se separar das crianças que estão carregando. Nesses casos, ambos devem seguir para a
zona correspondente ao mais grave.

BMV4 – Triagem de múltiplas vítimas envolvendo crianças


Elaboração: Janeiro/2016 Este protocolo foi pautado nas mais recentes evidências científicas disponíveis. 3/3
Adaptações são permitidas de acordo com as particularidades dos serviços.

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