Você está na página 1de 12

Instalações são espaços físicos ou estruturas fixas ou móveis, designadas pelo

comando do incidente para cumprir uma determinada função no Sistema de


Comando de Incidentes (SCI).

No Sistema de Comando de Incidentes a premissa básica é que as instalações


sejam localizadas de forma clara e precisa, com denominação comum e de
conhecimento dos envolvidos e devem estar bem sinalizadas e instaladas em
locais seguros (afastado da zona quente).

São aquelas que cumprem com as necessidades na maioria dos cenários e incidentes,
quais sejam:

Posto de Comando (PC);

Área de Espera (AE);

Área de Concentração de Vítimas (ACV).

São aquelas que podem ser utilizadas ou não, a depender das características do
evento, podendo ser:

base;

heliponto;

82
helibase;

acampamento.

incidente, após avaliar as ações prioritárias, as necessidades envolvidas, os riscos


inerentes ao evento e aos locais estabelecidos.

O Posto de Comando será o local inicial para onde o comando do incidente iniciará
sua execução. Poderá ser fixo ou móvel, devendo ser único no local e identificado
pelo símbolo.

Figura 10. Posto de Comando.

PC

Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011).

No Posto de Comando serão instalados o comando do incidente ou comando


de comando e os chefes de seção.

A escolha do local para instalação do Posto de Comando deve considerar


as características e particularidades relativas ao tipo de cenário acidental
(incêndio, resgate, atendimento a emergências químicas, vazamento e
derrame de produto tóxico, evento natural etc.) e magnitude do evento
(pequeno, médio ou grande porte), seu provável tempo de duração, se está
o evento em fase de crescimento ou retração e se o espaço geográfico é
suficientemente amplo e não oferece condições de risco para as pessoas
que nele se instalaram. Em incidentes de longa duração ou que possa haver
mudança das condicionantes atmosféricas ou da dinâmica do evento, é
desejável selecionar uma área que ofereça boa ventilação, boa iluminação e
que seja adequadamente protegida.

83
A Área de Espera é um local demarcado e identificado para onde se dirigirão
os recursos operacionais que se integrarem ao SCI. É onde se fará a recepção
(check-in) e o devido cadastramento dos recursos.

Se os recursos não forem necessários para uso imediato, devem ser acondicionados
e permanecerem em condições de pronto emprego, aguardando o acionamento.

Pode-se dizer que essa área é o local onde os recursos humanos e materiais deverão,
inicialmente, ser concentrados, até que sejam solicitados para desempenhar sua
função.

De acordo com a complexidade do evento e dos recursos envolvidos, pode-se fazer


necessário mais de uma área de espera para um mesmo evento/incidente.

No começo da emergência, pode ocorrer a designação direta dos recursos, sem


passar pela Área de Espera, sendo necessário fazer o check-in pelo rádio.
À proporção que o evento cresça, poderá ser necessário a mobilização de
recursos adicionais. Visando evitar a convergência de grande quantidade de
recursos diretamente na cena, muitas vezes desnecessária, bem como visando
para administrá-los de forma mais efetiva, o Comandante do Incidente (CI)
poderá definir e estabelecer tantas Áreas de Espera que julgar necessárias.
É notório que fica mais difícil controlar e cadastrar os recursos operacionais
que estão distribuídos pela área de operação (Teatro das Operações) do que
os que estão devidamente concentrados em pontos específicos para isso.

Quanto ao posicionamento da Área de Espera (AE), desde que não haja

posicionada o mais próximo possível do local do evento, de forma a evitar perda


desnecessária de tempo no uso de recursos operacionais e mobilização de outros
recursos disponíveis.

Também é importante que a Área de Espera (AE) seja instalada em local de


fácil acesso tanto para aqueles que chegam ao local da emergência como para
seu pronto emprego na operação. Por isso, é de suma importância que ela seja
corretamente sinalizada e de fácil identificação a quem chega ao local e que
garanta que nenhum recurso seja extraviado ou não cadastrado.

Em eventos (incidentes e/ou emergências) que possam se prolongar por mais


tempo, é recomendado que sejam estruturados na área de espera locais de apoio
para descanso, hidratação, alimentação, reuniões, registro de dados etc.

84
Podemos dizer que a designação, a denominação e a implementação de uma
área de espera podem variar em função das conformações da estrutura do SCI.
Por isso, ela é descrita em algumas bibliografias como área de estacionamento
(E). Ela também servirá de área de retenção ou estacionamento devendo ficar
próxima da cena, com os recursos materiais, que devem permanecer lá até que
sejam designados e distribuídos no teatro de operações.

Figura 11. Área de Espera.

Fonte: Autoria própria.

O estabelecimento do Posto de Comando (PC) e da Área de Espera (AE) deve


obedecer ainda a alguns requisitos para suas instalações e delimitações.

Possuir visibilidade e segurança adequadas.

Facilitar o acesso e a circulação.

Possuir rotas diferentes para entrada e saída dos recursos.

Ter dimensões que possam acomodar os recursos humanos e materiais.

Manter a área segura, fora da zona quente ou de área de risco.

Garantir condições de segurança tanto para o pessoal quanto para os


equipamentos.

Ter disponibilidade de comunicação.

Manter-se afastado da cena (distante da zona quente), do ruído, dos


agentes químicos e da confusão.

Possuir capacidade de mobilização e expansão física.


85
Quando numa emergência ou num evento houver um número elevado de
vítimas ou pessoas necessitando de atendimento na cena, torna-se difícil
dedicar atenção adequada para todos ao mesmo tempo. Dessa forma, a triagem
de vítimas/pacientes deve ser usada como forma de auxiliar na identificação da
gravidade das vítimas que podem necessitar de atendimento imediato ou com
menor urgência.

A Área de Concentração de Vítimas (ACV) deve ser instalada logo após a


identificação de qualquer emergência que envolva muitas vítimas que venham a
sobrecarregar as unidades de socorro de urgência (BERGERON et al, 2007).

estabelecido onde será efetuado a triagem, a classificação, a estabilização inicial


e a destinação das vítimas de um incidente. Para definir sua instalação, devem
ser levados em consideração alguns aspectos relacionados abaixo:

Quanto às condicionantes de segurança, é importante salientar que


a área de concentração de vítimas deve ser instalada em um local
seguro na zona de fria (área fria).

Quanto à proximidade ou posicionamento na cena, desde que não

mais próximo do local da ocorrência, visando facilitar a triagem, o


atendimento inicial e o início do transporte das vítimas para unidades
hospitalares adequadas.

Acessibilidade aos veículos de evacuação.

Capacidade de expansão.

Isolamento do acesso ao público.

acelerado, mas seguro para as equipes de atendimento e viaturas


(VTR) de emergência responsáveis pela triagem, pela estabilização
e pelo transporte dos feridos até as unidades hospitalares, devendo,
preferencialmente, possuir acessos e rotas diferenciadas de entrada e
saída na área.

No que diz respeito à capacidade de ampliação da ACV, é importante que ela possa
se expandir e ocupar espaços maiores quando houver necessidade .
86
Vale ressaltar que outro item importante é a atenção à segurança física das
instalações através de vigilância, com o devido isolamento do local a fim de
garantir proteção patrimonial aos equipamentos, materiais e bens pessoais dos
envolvidos, bem como prevenção de barreiras para controle de acesso, evitando
presença de pessoas que pode atrapalhar o atendimento (parentes das vítimas,
curiosos etc.).

A simbologia usada para designar e/ou indicar a ACV é representada por um


círculo de cor amarela com as letras ACV em cor preta no centro:

Figura 12. Área de Concentração de Vítimas.

Fonte: Autoria própria.

Recurso é todo equipamento e/ou pessoal disponíveis ou potencialmente disponíveis


para sua aplicação tática em um incidente. Como exemplos, podemos citar:
viaturas, medicamentos, bombeiros, médicos, ambulâncias, ferramentas etc.

Todos são inicialmente alocados na Área de Espera e devidamente registrados


pelo encarregado da área, sendo passada a informação ao comando do incidente.
A depender da necessidade e disponibilidade, esses recursos serão designados
pelo comando do incidente para atuação em diferentes áreas no cenário.

As equipes de atendimento devem começar o atendimento das vítimas triadas


conduzindo-as de maneira ordenada, levando em conta a triagem realizada
bem como a sua gravidade, para a ACV. Na ACV as vítimas devem receber
monitoramento constante e serem reclassificadas pela equipe de atendimento
pré-hospitalar. Sempre que possível, a equipe deve atuar em quatro divisões:

1. transporte;

2. estabilização e monitoramento;

3. triagem;

4. manejo/remoção de mortos (da ACV).

87
Figura 13. Disposição final das instalações.

Fonte: Manual SCI, CBMDF (2011).

Podemos dizer que as principais instalações cumprem com as necessidades da


maioria das ocorrências, mas, em alguns eventos específicos, o Comando de
Incidente poderá determinar a necessidade de outras instalações, tais como
base, acampamento e heliponto.

A base de apoio é uma instalação utilizada em grandes eventos. É o lugar onde se


desenvolvem as funções logísticas primárias e ordinárias. Geralmente há apenas
uma base em cada evento. No entanto, em alguns eventos como incêndio
florestal, é necessário haver bases auxiliares, que muitas vezes atuam em
mais de uma frente de combate. A base, pela sua característica, regularmente
é um bom local para se instalar o Posto de Comando (PC).

preta em seu interior, com 90 cm de diâmetro.

Figura 14. Simbologia Base.

Fonte: Adaptado pelo autor.

O acampamento é um local estabelecido dentro da área geral do incidente. Ele


deve ser equipado e adequadamente preparado para dar suporte no que tange a

88
alojamento, alimentação, hidratação e instalações sanitárias. Ele pode localizar-se

Em um evento, pode ser necessário o estabelecimento de mais de um Acampamento


(A). É importante salientar que, para cada um desses acampamentos, deverá

O sinal padronizado para a correta identificação e sinalização da área do


Acampamento é um círculo com fundo amarelo e um “A” de cor preta em seu
interior, com 90 cm de diâmetro.

Figura 15. Simbologia Acampamento.

A
Fonte: Adaptado pelo autor.

Os centros de informação pública não são comuns em emergências e ocorrência


convencionais, mas em eventos de grande porte, de alta complexidade ou
repercussão. A instalação desses centros tem sua importância, já que eles
representam os locais onde serão desenvolvidas as atividades de atendimento à
impressa.

Geralmente, esse Centro de Informação ao Público (CIP) é estabelecido quando

imprensa ou quando há necessidade de geração e disseminação de informações


sobre as operações e situação do incidente.

Figura 16. Simbologia do Centro de Informação ao Público.

Fonte: Adaptado pelo autor.

89
É importante que o CIP seja instalado a uma distância equilibrada (nem muito
perto, nem muito longe do PC), de forma que o comando e seu de comando
tenham garantida sua privacidade, mas também as equipes de mídia possam ter
acesso facilitado às informações sem atrapalhar as ações realizadas no Teatro
de Operações. Por isso, é importante que a sistemática de vigilância continuada
tenha sido prevista visando a segurança dos equipamentos e dos materiais
presentes no local.

O sinal padronizado para a correta identificação e sinalização da helibase é um

diâmetro.

Figura 17. Simbologia Helibase.

Fonte: Adaptado pelo autor.

É o local devidamente selecionado e preparado para que os helicópteros possam


realizar operações de aterrissagem, decolagem, carregamento e descarregamento
de pessoas, equipamentos e materiais diversos.

O sinal padronizado para a correta identificação e sinalização do heliponto é

preta em seu interior, com 90cm de diâmetro.

Figura 18. Simbologia Heliponto.

Fonte: Adaptado pelo autor.

90
Abaixo, listaremos algumas informações relevantes que devem ser consideradas na
instalação de helibases e helipontos:

aéreas.

Deve ser previsto para as helibases vigilância continuada visando


a proteção e a segurança patrimonial das aeronaves envolvidas nas
operações, dos equipamentos, dos acessórios e dos demais materiais
distribuídos na área, bem como para os bens pessoais das equipes de
pilotos e demais envolvidos nas operações.

Quanto ao atendimento a incidentes, eventos críticos e/ou emergências,


recomenda-se organizar e delimitar as áreas de atuação em diferentes zonas de
trabalho. Deve-se dimensionar levando em consideração o tipo de ocorrência,
magnitude, natureza e particularidades das ações e das tarefas que serão
executadas, bem como os riscos inerentes ao cenário envolvido.

A delimitação da área de atuação das equipes em zonas de trabalho visa facilitar


a coordenação das operações específicas e o controle dos recursos empregados,
além de realizar o controle de acesso efetivo ao ponto zero (área com maior
risco), contribuindo, dessa forma, para ampliar as condicionantes de segurança
relativas às operações desenvolvidas.

federais), o adequado controle de acesso ao local da ocorrência tem por objetivo


principal restringir o acesso ou a permanência de pessoas que não estejam
envolvidas com as ações de resposta; ou que não estejam protegidas nas áreas
sujeitas à possível exposição de produtos vazados e/ou derramados, ou outro
local onde a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) seja
obrigatória.

As zonas de trabalho devem ser delimitadas e sinalizadas com fitas coloridas,


cones de sinalização ou outro recurso visual e, sempre que possível, mapeadas.
Essas áreas farão parte do teatro de operações e serão delimitadas por
acessos e corredores que servem para controlar a situação como um todo.
A dimensão das zonas e os pontos de controle de acesso devem ser do
conhecimento de todos os envolvidos na operação de resposta.

91
É importante comentar que o adequado delineamento das zonas de trabalho
deve, sempre que possível, ser estabelecido com base em resultados de
avaliações atmosféricas ambientais, associado ao conhecimento técnico do
comando do incidente ou especialista presente no teatro de operações.

considerando o grau de risco e os perigos inerentes ao avento. O procedimento


deve ser iniciado a partir da zona mais perigosa (zona quente), que é a de maior
risco, já que é a área diretamente impactada pelo produto. Sua delimitação
se inicia no entorno dessa área diretamente afetada. Por isso, por questões
de segurança, a aproximação, o acesso e a permanência nessa essa área são
restritas a pessoas “autorizadas”, uma vez que podem ser necessários recursos
adequados. É nessa área onde serão realizadas as operações de maior risco e
complexidade. Portanto, o limite geográfico da parte externa da zona quente
deve ser claramente demarcado com barreiras físicas que facilitem sua
identificação à distância. Assim, será garantido que apenas pessoas equipadas
e devidamente autorizadas adentrem ou permaneçam nela.

Podemos dizer que a zona morna é o espaço de transição entre a área


imediatamente impactada (zona quente) e as zonas livres de contaminação
(zonas fria e de exclusão).

A zona morna foi concebida para evitar que a movimentação de pessoas,


veículos e equipamentos entre as diferentes zonas permita a contaminação
c r u z a d a , q u e o c o r r e q u a n d o se u l t r a p a ss a a z o n a i m p a c t a d a . N e ss a z o n a
( m o r n a ) é q u e d e v e s e r i n st a l a d o o c o r r e d o r d e r e du ç ã o d e c o nt a m in a ç ã o
o u , c o n f o r m e a l g u m a s b i b l i o g r a f i a s , c o r r e d o r d e de s c o n t a mi n a ç ão .
N e s sa á r e a , o a c e s so e a c i r c u l a ç ã o ai n d a s ã o r e st r i t o s a pe s so a s
a u t o r i z ad a s , po i s a s c o n d i ç õ e s d e r is c o n ão s ã o t ã o a l t a s. A s si m , es s a
á r e a t o r n a - s e o l o c al o nd e o s e n v o l v i d o s no i n c i de n t e p o d e m r e ce b e r e
r ep a s sa r o r i en t a ç õ e s , o p e ss o a l a u t o r iz a d o po d e f a z er t r o c a e r e po si ç ã o
d e e q u ip a m e n t o s e m at e r i a is , e x e c u t ar v e r i f i c aç õ e s d e s e g u r a n ç a e
p a ss a r po r pr o c e d i me n t o s d e d e s co nt a m i na ç ã o , a o s a ir o u a n t es de
e n t r a r p r o pr i a me n t e n a á r e a q u en t e . P o r t a nt o , a p r e m is s a bá s i ca é q u e
q u al q u e r e n t r a d a o u s a í d a d a z o n a q u e nt e se j a r e a l i z a da p o r e s se p o n t o .

92
A partir dos limites externos da zona morna, inicia-se o perímetro das áreas isentas
de exposição e/ou contaminação, que chamamos de zona fria. Nessa zona, o Posto
de Comando (PC) será instalado e os recursos humanos e materiais serão
armazenados para possibilitar atendimento às necessidades das equipes de
intervenção, reserva (backup) e de redução de contaminação (descontaminação).

Essa zona deve ser localizada imediatamente após a faixa limítrofe da zona morna.
Nesse espaço não pode haver qualquer concentração de produto perigoso, pois
é o local onde estão posicionados o apoio da operação, o posto de comando, o
comando do incidente, as equipes de apoio, os materiais, os equipamentos, os
maquinários, as viaturas e as demais pessoas não paramentadas que estejam, de
alguma forma, envolvidas com o atendimento do incidente.

É delimitada a partir dos limites externos da zona fria. Nessa zona, devem
permanecer as pessoas e as instituições que não possuem envolvimento direto
com o evento, tais como, membros da comunidade, órgãos de imprensa, dentre

edições mais antigas, apenas as zonas quente, morna e fria eram relatadas.

Figura 19. Delimitação das zonas de atendimento.

Fonte: CETESB/SP (2015).

93

Você também pode gostar