Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTRAINCÊNDIO
Aptl 92-00
PROCEDIMENTOS DE RESGATE,
SALVAMENTO E COMBATE A INCÊNDIO EM
AERONAVES
2020
OBJETIVOS
(Cp) - Explicar as táticas de combate a incêndio e salvamento em aeronaves, bem
como todos os procedimentos que as envolvem.
Aptl 92-00/2020
SUMÁRIO
1 TÁTICAS DE SALVAMENTO E COMBATE A INCÊNDIO .....................................6
1.1 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DO SESCINC ..................................................6
1.1.1 SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS AERONÁUTICAS .............................................6
1.1.2 FUNDAMENTOS OPERACIONAIS ..........................................................................10
1.1.3 OPERAÇÕES COM BAIXA VISIBILIDADE NO AERÓDROMO ........................20
1.1.4 ILUMINAÇÃO .............................................................................................................21
1.2 PROCEDIMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO EM AERONAVES ...................22
1.2.1 CARACTERÍSTICAS DO INCÊNDIO EM AERONAVES .....................................22
1.2.2 MATERIAIS COMPOSTOS EM AERONAVES ........................................................23
1.2.3 INCÊNDIO EM AERONAVE EM VÔO .....................................................................26
1.2.4 INCÊNDIO EM AERONAVE NO SOLO ...................................................................27
1.2.5 INCÊNDIO EM AERONAVES NAS FASES DE POUSO/ DECOLAGEM ...........28
1.2.6 INCÊNDIO EM AERONAVES EM OUTRAS SITUAÇÕES ...................................29
1.2.7 PREVENÇÃO DE INCÊNDIO EM ABASTECIMENTO DE AERONAVES ........29
1.2.8 EM SITUAÇÃO DE ACIDENTE ................................................................................30
1.2.9 INTERVENÇÃO COM EXTINTORES E MANGUEIRAS ......................................31
1.2.10 AÇÕES PREVENTIVAS ............................................................................................31
1.2.11 USO DE EXTINTORES ..............................................................................................31
1.2.12 USO DE LINHAS DE MANGUEIRAS ....................................................................31
1.2.13 SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA .............................................................................32
1.3 PROCEDIMENTOS DE APROXIMAÇÃO EM AERONAVES .................................40
1.3.1 COMO SE APROXIMAR DAS AERONAVES ..........................................................40
1.3.2 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA .....................................................................42
1.3.3 PROCEDIMENTOS DE ABORDAGEM EM AERONAVES ...................................42
1.3.4 PROCEDIMENTOS DE RESGATE E SALVAMENTO DE VÍTIMAS ..................47
1.3.5 PROCEDIMENTOS DE EVACUAÇÃO DE EMERGÊNCIA..................................51
1.3.6 EVACUAÇÃO EM AVIÕES BAIXOS ........................................................................52
1.3.7 EVACUAÇÃO EM HELICÓPTEROS ........................................................................52
1.3.8 EVACUAÇÃO EM AVIÕES DE MÉDIA ALTURA E ALTOS .................................53
O modo pelo qual uma aeronave se acidenta, conjugado com o seu tamanho,
reflete diretamente no índice de sobrevivência de seus ocupantes.
1.1.1.4.1 Acidente de baixo impacto
A aeronave sofre danos leves, sua fuselagem fica praticamente intacta, sendo
comum a sobrevivência de um grande número de pessoas, podendo ocorrer princípios de incên-
dio. Assim, caso o acidente ocorra dentro de um aeródromo, é necessária a rápida intervenção
dos Bombeiros.
1.1.1.4.2 Acidente de médio impacto
A aeronave sofre danos moderados e graves e, frequentemente, ocorre princípio
de incêndio ou incêndio de média proporção. O índice de sobrevivência é grande, porém a
maioria dos ocupantes sofre ferimentos.
1.1.1.4.3 Acidente de alto impacto
Quase sempre ocorre uma explosão e a destruição total da aeronave, o que im-
plica num índice de sobrevivência muito baixo, bem próximo do zero.
1.1.1.5 Tipo de operação em que ocorre a emergência
As diferentes situações de emergência podem ocorrer nas mais diversas fases de
operação de uma aeronave, desde a sua manutenção até durante a fase de vôo.
das no item anterior, bem como ultrapassar a pista e se acidentar com a quebra
dos trens de pouso. Caso ocorra rompimento das asas ou os motores sejam
arrancados, ocorrerá vazamento de combustível e poderá ocorrer incêndio de
grande intensidade;
• O piloto pode perder o controle da aeronave após a decolagem e ocorrer o
acidente fora do aeródromo. Geralmente envolve danos a terceiros.
1.1.1.5.7 Emergência com aeronave no pouso
Nesta operação, geralmente a aeronave está com os tanques de combustíveis
quase vazios e com passageiros a bordo.
Dependendo do tipo de pane que a aeronave possui, os seguintes fatos podem
ocorrer:
• A aeronave se acidenta na área da aproximação final, antes de chegar no ae-
ródromo. Geralmente envolve danos a terceiros;
• A aeronave se acidenta no momento do pouso, na área da pista;
• A aeronave ultrapassa a pista ou sai lateralmente e se acidenta. Se os freios
foram utilizados, poderá ocorrer o superaquecimento dos freios, estouro de
pneus e até princípio de incêndio nos freios. Ao sair da pista, pode ocorrer
a quebra dos trens de pouso, com possibilidades de rompimento das asas ou
arrancamento dos motores, provocando vazamento de combustível e possível
incêndio de grande intensidade.
ATENÇÃO
Sempre que houver pessoas dentro de uma aeronave em emergência, os bombeiros devem
estar preparados para uma possível evacuação de emergência.
1.1.1.5.8 Emergência com aeronave em vôo
As tripulações são treinadas para resolver algumas situações de emergência du-
rante o vôo, como por exemplo:
• Combate a princípio de incêndio com extintores portáteis na cabina de co-
mando ou de passageiros;
• Utilização dos sistemas fixos de combate a incêndio nos motores e comparti-
mento de cargas.
• Os acidentes ocorridos nesta etapa do vôo são de alto impacto e em quase
todos não há sobreviventes.
• Colisão de aeronaves em vôo;
• Colisão com montanhas; e
• Queda com colisão em superfície terrestre ou aquática.
1.1.1.5.9 Emergências extraordinárias
Chamaremos de situações de emergência extraordinárias aquelas que ocorrem
em operações de alto risco e aquelas que extrapolam o poder de planejamento.
• Acidentes em shows aéreos – São atividades de risco onde existe o potencial
muito alto de ocorreram acidentes que atingem o público;
• Acidentes em navios porta-aviões – São atividades de risco, pois o espaço é
limitado, a pista de pouso se movimenta e fatores climáticos interferem muito
para a ocorrência de acidentes;
• Situações de emergência não abrangidas nos itens anteriores - Envolvem ae-
ronaves de pequeno porte que, devido às baixas velocidades que desenvolvem
e possuírem pouco peso, acabam se envolvendo em situações embaraçosas,
exigindo muita habilidade e experiência dos bombeiros que atenderão estas
situações. (colisões com edifícios, queda em cima de árvores, enroscamento
em cabos elétricos, etc).
10/59 Aptl 92-00/2020
ÁREA DE SEGURANÇA
PELO MENOS 4 VEZES O COMPRIMENTO TOTAL DO HELICÓPTERO.
Figura - 1
Figura - 2
Aptl 92-00/2020 13/59
Figura - 3
Figura - 4
ATENÇÃO
➢ Não dispondo de espuma, é aconselhável aplicar água sob a forma de chuveiro.
➢ Nos casos de acidente com incêndio, o resfriamento da fuselagem deve ser mantido mesmo
após a extinção do fogo.
➢ A aplicação de água onde tenha sido aplicado espuma, acarretará na diluição e remoção da
camada de espuma.
➢ Caso seja utilizada água, atentar para que os combustíveis líquidos derivados de petróleo,
tais como gasolina, querosene e diesel, não se misturam e nem se diluem na água. Eles fi-
cam na sua superfície, podendo criar situações perigosas nos locais para onde essa mistura
(água e combustível) for escoada.
Caso existam mais de um CCI em operação, é recomendado que eles sejam divi-
didos para Combate a Incêndio e Proteção da Operação.
18/59 Aptl 92-00/2020
ATENÇÃO
➢ A espuma deve ser aplicada a partir da fuselagem de modo a empurrar o incêndio para
longe dela (varredura) ou, se possível, apagá-lo.
➢ Deve ser mantida uma camada visível de espuma sobre o combustível derramado e renová-
-la quantas vezes for necessário, até que termine toda a operação de emergência.
➢ Evitar aplicar o jato compacto de espuma com alta pressão diretamente sob o combustível,
pois ele poderá ser espalhado ainda mais. Utilizar jato em forma de chuveiro e à baixa
pressão.
➢ Tomar cuidado para não deslocar o incêndio ou o combustível para as áreas onde estão
localizadas as vítimas.
d) Resfriar as partes aquecidas (motores, partes da fuselagem que atritaram com
a pista durante pouso sem trem de pouso, partes expostas ao calor do incêndio
que foi extinto, etc) utilizando espuma, para evitar que o incêndio seja inicia-
do ou reiniciado.
e) Não havendo incêndio ou após a sua extinção, manter os CCI Posicionados,
com seus motoristas operadores a postos, monitorando todas as operações
que se desenvolverem em função da situação de emergência e pronto para
fazer a Intervenção caso a situação necessite.
ATENÇÃO
Os Motoristas Operadores de CCI não devem se ausentar de sua viatura em
nenhuma hipótese, pois mesmo que não haja incêndio no momento do acidente, ele pode se
iniciar a qualquer instante.
OBS: Nos helipontos elevados, que são aeródromos desprovidos de CCI, esta
operação deve ser realizada por um Bombeiro posicionado para intervir, quando necessário,
provido de, pelo menos, uma linha de mangueira provida de dispositivo para formar espuma e
esguicho de vazão regulável, se houver hidrante, ou aparelhos extintores.
1.1.2.7.3 Combate a incêndio
Cada situação de emergência deve ser analisada e avaliada separadamente pelo
Chefe de Equipe, que indicará qual agente extintor deverá ser empregado. De um modo geral, a
espuma (6%) é empregada sempre que houver perigo de incêndio ou explosão, juntamente com
a existência de vítimas na área do acidente.
Em nosso estudo sobre um acidente aeronáutico, apresentamos como primeiro
passo de Intervenção com CCI a Proteção Imediata da Fuselagem e, em seguida, a Proteção
das Operações. Porém, quando o incêndio compromete as condições mínimas de sobrevivência
dos ocupantes, ou das operações de salvamento, o controle do incêndio deve ser empreendido
prioritariamente.
O Chefe de Equipe e os Motoristas Operadores de CCI devem trabalhar em
coordenação objetivando o controle dos agentes extintores, para providenciarem o reabasteci-
mento em tempo hábil a fim de manter uma solução de continuidade na operação de combate
ao incêndio.
O uso de canhões para combater é indicado nas seguintes situações:
• Incêndio generalizado envolvendo a aeronave externamente; e
• Incêndio localizado na parte externa da aeronave que se iniciou antes da che-
gada dos bombeiros (no motor, no trem de pouso).
1.1.2.8 Encerramento da emergência
É prudente que o Chefe de Equipe encerre a emergência tão logo seja possível,
para que todos os recursos que foram acionados possam ser desativados e retornando aos seus
afazeres normais. Para isto, é necessário constatar:
Aptl 92-00/2020 19/59
1.1.4 ILUMINAÇÃO
A maioria dos aeródromos funciona 24 horas e existe a possibilidade
de ocorrem acidentes no período noturno. Em função disso, é imprescindível que o SESCINC
disponha meios de iluminação das áreas externa e interna da aeronave, a fim de
auxiliar o desenvolvimento de todos os trabalhos operacionais.
Para a área externa, é recomendado um gerador portátil com capacidade de ali-
mentar dois ou mais dispositivos aéreos de iluminação (torres de iluminação). Holofotes manu-
ais providos de extensão também é uma boa opção.
Para a área interna da aeronave, é recomendada a instalação de lanternas nos
capacetes dos Bombeiros ou o fornecimento das tradicionais lanternas manuais.
É importante destacar que todos os dispositivos de iluminação e o gerador de-
vem ser capazes de operar de forma segura na presença de vapores inflamáveis (anti-explosão).
Figura - 5
22/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 6
longarina.
24/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 7
gem, em geral, somente áreas pré-determinadas,, em que haja maior risco de incêndio.
Além destes sistemas fixos de extinção, todas as aeronaves são equipadas com
um ou mais extintores portáteis (também de C02 ou Halon), destinados, nos demais casos (le-
tras b e c), a combater princípios de incêndios.
As quantidades de agente extintor variam de uma aeronave para outra, sendo
limitadas ao mínimo necessário para a proteção das áreas mais perigosas e para o combate a
princípios de incêndio.
Como a ocorrência destes incêndios é durante o vôo, a responsabilidade pelas
ações de combate e utilização destes sistemas (fixos e portáteis) é da tripulação; para tanto, elas
são treinadas para lidar com incêndios a bordo e em vôo.
1.2.4 INCÊNDIO EM AERONAVE NO SOLO
Estes incêndios são aqueles que podem ocorrer nas aeronaves quando estão esta-
cionadas, aguardando embarque/desembarque de passageiros e/ou cargas, realizando manuten-
ção, serviços de comissaria, etc.
Independente da causa da ignição, os incêndios a bordo de aeronave no solo en-
volvem, normalmente, materiais comuns como: forrações da cabine, painéis, refugos, toalhas
de papel, isolantes elétricos, etc.
Normalmente, são encontrados em diversas partes que compõem os sistemas de
uma aeronave, tais como, por exemplo:
• Debaixo dos assoalhos da cabine;
• Nas paredes da cabine; e
• Nas cavidades do teto, entre o forro do interior da aeronave e o revestimento
externo da fuselagem.
A intensidade de incêndios dessa natureza depende de inúmeras variáveis:
• Hora da descoberta;
• Quantidade e forma dos materiais inflamados;
• Quantidade de ar presente; etc.
Duas situações podem ocorrer, quando do incêndio em aeronaves no solo, as
aeronaves estarem ocupadas ou não:
a) Aeronave Ocupada - Os tipos de incêndios que ocorrem na cabine do
piloto, no interior da cabine de passageiros ou no interior do comparti-
mento de carga, quando as aeronaves estão no solo, embarcando ou de-
sembarcando passageiros e carrregando ou descarregando bagagens,
são mais facilmente detectados na sua fase inicial, possibilitando um
pronto atendimento dos Bombeiros do Aeródromo, tanto para a com-
bate ao incêndio, como para a evacuação dos passageiros e tripulação.
Para atender a essas emergências as tripulações de vôo e o pessoal de serviço
das linhas aéreas devem ser periodicamente treinados na utilização de todos
os equipamentos disponíveis de extinção de incêndio.
b) Aeronave Desocupada - Quando o incêndio ocorre em aeronave deso-
cupada, há um problema adicional que é o atraso na detecção do mesmo.
A aeronave desocupada, com as portas fechadas, poderá conter ma-
terial combustível em combustão incompleta, que poderá perma-
necer desconhecida durante um grande período de tempo, com to-
dos os riscos em potencial, inerentes a este tipo de combustão.
Tal situação se agrava pelo fato da configuração de uma aeronave não diferir
de um corredor estreito e comprido de uma edificação comum e comportar
grande quantidade e variedade de material combustível no seu interior (flui-
dos hidráulicos, sistemas de oxigênio, combustível, peças em liga de magné-
sio ou titânio, espumas, tecidos de forração, borrachas, etc.).
28/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 13
Se a ae- ronave puder ser retira-
do de cima do combustível derramado sem provocar riscos de ignição, o perigo para a aeronave
será eliminado.
Aptl 92-00/2020 31/59
Figura - 14
1.2.13 SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
Veremos alguns casos de situações de emergência onde é necessário intervir com
extintores ou linhas de mangueiras.
1.2.13.1 Superaquecimento de Trem de Pouso
Em qualquer situação envolvendo trem de pouso, os Bombeiros devem sempre
se posicionar protegidos pela banda de rodagem.
Aptl 92-00/2020 33/59
Figura - 15
Figura - 16
Figura - 17
1.2.13.2 Combate A Princípio De Incêndio Em Trem De Pouso
Primeiramente ocorre o superaquecimento do trem de pouso. Caso não seja in-
terrompido, pode ocasionar incêndio nos freios e nos pneus que, caso não seja extinto, poderá,
em último caso, ocasionar incêndio da roda de liga de magnésio (metal especial / metal pirofó-
rico).
Aptl 92-00/2020 35/59
Figura - 18
Figura - 19 Figura - 20
Caso o incêndio fuja ao controle dos aparelhos extintores, utilizar linha de man-
gueira aplicando jatos intermitentes em forma de chuveiro ou canhão do CCI. O importante é
não deixar o incêndio evoluir a ponto de ameaçar a integridade da aeronave.
Figura - 21
36/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 23
OBSERVAÇÃO
- Alguns motores possuem partes de magnésio ou titânio (metais pirofóricos).
- Não é recomendado se posicionar embaixo dos motores, pois existe o risco de
derramamento de combustível em chamas e metal derretido.
Durante e após a extinção do incêndio, pode-se realizar o resfriamento externo
do motor aplicando-se água em forma de chuveiro.
- Quando os motores estão localizados nas partes altas das aeronaves, os Bom-
beiros necessitarão de escadas ou plataformas para realizar a extinção.
Figura - 24
38/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 25
Figura - 26
Aptl 92-00/2020 39/59
b) Não permitir que o porão de carga seja aberto antes da saída de todas as pes-
soas que estejam a bordo da aeronave;
c) Providenciar a saída de todos os ocupantes da aeronave;
d) Caso a tripulação realize a evacuação de emergência, os Bombeiros devem
auxiliar;
e) Após a saída de todas as pessoas, deve ser destacado um Bombeiro trajando
EPI completo e com a viseira do capacete abaixada, para realizar a abertura da porta do porão
de carga (protegido pelo Bombeiro que está com a linha de mangueira);
f) Qualquer indício de fogo deve ser imediatamente combatido;
g) Caso não seja visualizado o fogo, os bombeiros devem retirar toda a carga
cuidadosamente, procurando sinais e indícios de fogo (protegido pelo Bombeiro que está com
a linha de mangueira);
h) Após a retirada de toda carga, os Bombeiros devem entrar no porão de carga
para verificar a existência de sinais e indícios de fogo.
i) Qualquer indício de fogo deve ser imediatamente combatido.
OBS: Nos casos de situações de emergência envolvendo cargas perigosas, os
Bombeiros devem procurar a ficha de emergência do referido produto perigoso e realizar os
procedimentos nela contidos. Para maiores informações é necessário realizar os cursos especí-
ficos de atendimento a emergências envolvendo produtos perigosos.
1.2.13.5 Combate A Incêndio No Interior Da Fuselagem
Figura - 27
40/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 28
1.3 PROCEDIMENTOS DE APROXIMAÇÃO EM AERONAVES
1.3.1 COMO SE APROXIMAR DAS AERONAVES
Para que o Bombeiro possa atuar numa aeronave para realizar alguma atividade
operacional, é necessário o conhecimento de alguns fatores que permitirão que ele execute a
aproximação com segurança.
1.3.1.1 Em Situações Que Não Se Configuram Como Acidentes
Mesmo nas situações de emergência com aeronaves em que não se configurem
como acidente, será necessária a aproximação dos membros da equipe de bombeiros para reali-
zar alguma atividade operacional, seja para inspecionar a aeronave a cerca de algum risco (va-
zamentos, superaquecimentos, etc.) ou para auxiliar numa atividade (evacuação de emergência,
remoção de bagagem, posicionamento de linha de mangueira preventiva, etc.).
1.3.1.2 Aproximação Em Aeronaves De Asas Fixas
A equipe de Bombeiros deve tomar cuidado com:
a) A área de rotação das hélices, pois quando em movimento (girando), elas se
tornam quase imperceptíveis à visão humana;
b) O deslocamento de ar das hélices arremessa detritos a altas velocidades, po-
dendo causar acidentes;
c) O deslocamento de ar das hélices pode provocar o desequilíbrio dos bombei-
ros, podendo causar acidentes;
d) Com a área de escapamento e sucção dos motores a turbina.
e) Cuidado com vazamentos de fluidos. Muitas aeronaves possuem um fluido
denominado SKYDROW, que é corrosivo para a pele.
f) Evitar a área lateral dos trens de pouso principais, pois é a área onde ocorre
o lançamento de estilhaços em caso de explosão das rodas. É recomendado
se aproximar pela frente ou por trás deles, protegidos pela banda de rodagem
dos pneus.
g) Em aeronaves de médio e grande porte, cuidado com a área de acionamento
das escorregadeiras.
h) Em casos de aeronaves de guerra, evitar a linha de tiro.
Aptl 92-00/2020 41/59
Figura - 34
Figura - 35
Figura - 36
44/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 37
h) Quando ocorre a quebra dos trens de pouso das aeronaves de médio e grande
porte, os acessos existentes na aeronave poderão ser mais facilmente alcançados pelos Bom-
beiros;
Figura - 38
Aptl 92-00/2020 45/59
Figura - 39
Quando não for possível realizar a abordagem pelas maneiras acima descritas,
deve ser tentada abertura forçada da fuselagem nos pontos pré-determinados para este fim (Áre-
as de Corte). Para isto, é necessário utilizar equipamentos para este fim.
A abordagem em helicópteros pode ser feita da seguinte maneira:
a) Preferencialmente, através da abertura das portas e janelas de emergência.
Caso estejam emperradas, podemos remover seus vidros efetuando-se pequena pressão em suas
borrachas de fixação, ou fazer uma abertura forçada das portas;
b) Remoção dos visores efetuando-se pequena pressão em suas borrachas de
fixação; e
c) Através dos vidros dianteiros, quando quebrados no acidente. Atentar para as
bordas cortantes.
A abordagem em aeronaves de guerra deve ser realizada com cuidado:
a) Executar o procedimento de abertura normal do canopi;
b) Caso o sistema de abertura normal não funcione, é necessário realizar o siste-
ma de procedimento de emergência;
Figura - 40
46/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 41
Figura - 42
Figura - 43
Aptl 92-00/2020 47/59
Figura - 44
48/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 45
Ao localizar uma vítima num assento, os Bombeiros devem atentar para a soltu-
ra do cinto de segurança. Geralmente o cinto dos passageiros é abdominal de 2 pontas (alguns
aviões executivos possuem de 3 pontas). Os da cabina de comando são de 5 pontas.
As manobras de retirada da vítima de dentro de uma aeronave irão depender de
uma série de fatores, tais como:
• Local do acidente;
• Situação da vítima;
• Estado dos destroços da aeronave;
• Recursos materiais disponíveis;
• Treinamento dos Bombeiros;
• Tempo disponível; e
• Quantidade de Bombeiros.
ATENÇÃO
Os Bombeiros devem tomar cuidado para não ser atingido por
fluidos, tinta e metal derretido por ação do calor.
Aptl 92-00/2020 49/59
Figura - 46
d) A vítima pode ser amarrada ou imobilizada numa maca e ser descida contro-
ladamente pela escorregadeira;
e) A vítima pode ser imobilizada numa maca rígida e, utilizando um sistema
composto de escada prolongável e cabos, ser retirada com eficiência;
Figura - 47
50/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 48
ATENÇÃO
A Equipe de Salvamento deve retirar somente os feridos de dentro da aeronave e os entre-
gar à Equipe de Apoio ou, levá-los até a Área de Triagem.
Os mortos, dentro ou fora da aeronave, só poderão ser retirados após a liberação da
equipe de investigação.
Figura - 52
Evacuação de emergência é a retirada rápida e ordenada das pessoas de dentro
de um local, mas essas pessoas não estão incapacitadas, ou seja, elas podem sair por meios
próprios.
Elas necessitam apenas de um auxílio para saírem do local de perigo, de forma
ordenada e segura, e serem conduzidas ao local apropriado.
A tripulação é responsável pela aeronave e seus ocupantes. Cabe aos tripulantes
a decisão definitiva para realizar a evacuação e a maneira pela qual ela deve ser executada, des-
de que estejam em condições de atuar normalmente na hora do acidente ou emergência.
Pelo fato da tripulação ter uma visão restrita do lado externo da aeronave, os
Bombeiros podem orientar os tripulantes.
A experiência nos mostra que quando as pessoas que estão na aeronave não
sofrem lesões no momento do acidente, elas acabam por se lesionarem na operação de evacu-
ação de emergência. É fundamental, portanto, que os Bombeiros auxiliem a tripulação nesta
atividade.
É muito importante o auxílio dos Bombeiros, pois por melhor e mais bem trei-
nada que seja a tripulação, num acidente o pânico sempre se generaliza, podendo agravar a
situação.
A assistência prestada à evacuação da aeronave deve ser executada através de
suas portas regulares e de emergência, bem como através das janelas e escotilhas de emergência
que estejam sendo utilizadas.
O auxílio que o Bombeiro deve fornecer na evacuação de emergência consiste
basicamente em:
a) Auxiliar as pessoas a saírem da aeronave;
b) Não permitir que as pessoas se dirijam para uma área de risco (motores em
funcionamento ou superaquecidos, áreas com combustível no solo sem cober-
tura de espuma, etc.);
c) Indicar a rota segura a ser seguida até o local para reunião e conferência de
todas as pessoas que estavam a bordo da aeronave;
d) Conferência do número de pessoas evacuadas, confrontando-o com o número
de pessoas a bordo fornecido pelo Órgão de Controle de Tráfego Aéreo.
52/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 53
1.3.7 EVACUAÇÃO EM HELICÓPTEROS
Em helicópteros, os Bombeiros devem:
a) Se posicionar de costas para o rotor de cauda, com uma das mãos apoiada na
fuselagem, mantendo o braço esticado, de modo a evitar que as pessoas saiam em direção ao
rotor de cauda;
b) Auxiliar os passageiros a saírem e indicar a rota segura.
Figura - 54
Aptl 92-00/2020 53/59
Figura - 55
Figura - 56 Figura - 57
54/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 58 Figura - 59
Figura - 60
Figura - 61 Figura - 62
Figura - 63
c) Elevação do nariz ou da cauda da aeronave devido a quebra do trem de pouso
interfere ou impede o emprego da escorregadeira;
Figura - 64
56/59 Aptl 92-00/2020
Figura - 65
d) A posição da aeronave.
Figura - 66
Aptl 92-00/2020 57/59
e) O local do acidente.
Figura - 67
58/59 Aptl 92-00/2020
Aptl 92-00/2020 59/59
REFERÊNCIAS
BASE AÉREA DE SÃO PAULO – Companhia Contra-Incêndio. Manual de Fundamentos dos
Bombeiros da BASP Táticas de Combate a Incêndio e Salvamento em Aeronaves - 1998.
DIRETORIA DE ENGENHARIA DA AERONÁUTICA – DIVISÃO CONTRAINCÊNDIO
ICA 92-1 Níveis de Proteção Contraincêndio em Aeródromo, 2005.
DIRETORIA DE ENGENHARIA DA AERONÁUTICA – DIVISÃO CONTRAINCÊNDIO
Apostila de Táticas de Combate a Incêndio e Salvamento - 2005
DIRETORIA DE ENGENHARIA DA AERONÁUTICA – DIVISÃO CONTRAINCÊNDIO
Segurança de Aeródromo 2 – 1992
INSTITUTO DE LOGÍSTICA DA AERONÁUTICA. CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM
CONTRAINCÊNDIO E SALVAMENTO. Apostila de Táticas de Combate a Incêndio e Salva-
mento - 1987