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CURSO AVANÇADO DE COMBATE A INCÊNDIO

CACI

Autoria:
Equipe Sampling de Desenvolvimento

4ª edição – Junho / 2013

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Prezado aluno,

A Sampling considera a vida como o bem mais precioso. É por isso que escolhemos como
nossa missão valorizá-la!

No trabalho você desempenha suas tarefas e tem a oportunidade de transformar a sua vida e a
de outras pessoas, para isso, conhecimento é fundamental.

Este treinamento foi desenvolvido, com todo cuidado, para contribuir na construção do
conhecimento, habilidade e atitude necessários para que você adquira competências
essenciais para a preservação da vida.

Esperamos que você desfrute de todos os momentos deste treinamento: as aulas teóricas,
onde importantes informações serão apresentadas ou relembradas; as aulas práticas, que vão
colocá-lo, de forma controlada, em situações semelhantes as que você poderá encontrar em
situações de emergência e os intervalos das aulas, que devem ser aproveitados para
solucionar dúvidas e desenvolver os temas aprendidos.

Queremos melhorar sempre, pois assim exige a dinâmica da qualidade e para isso precisamos
que você registre na avaliação de reação, ao final do curso, qual a sua impressão sobre a
nossa atuação.

Valorize a vida!

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SUMÁRIO
1. CONTROLE DE OPERAÇÕES A BORDO .............................................................................. 5
1.1. Princípios de Segurança..................................................................................................... 5
1.2. Áreas de Perigo de Incêndio .............................................................................................. 6
1.3. Precauções Contra Incêndio .............................................................................................. 7
1.4. Processos e Cuidados ........................................................................................................ 9
1.5. Procedimento de Controle de Incêndios .......................................................................... 11
1.6. Estratégia e Tática para Controle de Incêndios ............................................................... 12
1.7. Agentes Extintores ............................................................................................................ 19
1.8. Efeito da Água como Agente Extintor a Bordo ................................................................. 21
1.9. Comunicação e Coordenação durante as Fainas de Combate a Incêndio ...................... 21
1.10. Procedimentos de Controle de Ventilação ..................................................................... 22
1.11. Perigos na Estivagem e Manuseio de Materiais Inflamáveis e/ou Reagentes .............. 23
1.12. Coordenação e Controle na Remoção de Feridos ......................................................... 27
1.13. Procedimentos Coordenados com Equipes de Controle de Avaria. .............................. 30

2. ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO DE EQUIPES DE COMBATE ...................................... 32


2.1. Preparação do Plano de Contingência contra Incêndios ................................................. 32
2.2. Composição e Alocação do Pessoal para Brigada de Combate a Incêndio .................... 36
2.3. Treinamento da tripulação em combate a incêndio. ........................................................ 40
2.4. Controle de Incêndio em várias partes da Unidade ......................................................... 45
2.5. Organização para Evacuação e Abandono da Unidade .................................................. 48
2.6. Centro de Comando de Emergência ................................................................................ 49

3. INSPEÇÃO EM SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO E EXTINÇÃO DE


INCÊNDIO ............................................................................................................................ 50
3.1. Alarmes de Incêndio e Sinais ........................................................................................... 50
3.2. Equipamentos de Detecção.............................................................................................. 51
3.3. Equipamentos de Extinção ............................................................................................... 53
Sistemas Automáticos de Combate a Incêndio ....................................................................... 58
Efeitos do Calor e Umidade ..................................................................................................... 70
3.4. Equipamento de Resgate ................................................................................................. 72
3.5. Equipamentos de Salvatagem .......................................................................................... 76
3.6. Equipamentos de Comunicação ....................................................................................... 77
3.7. Requisitos para Qualificação dos Vistoriadores de Bordo em Prevenção de Incêndio ... 78
3.8. Processos de Investigação de Incêndio ........................................................................... 78

4. NOÇÕES DE CONTROLE DE AVARIAS .............................................................................. 84


4.1. Estabilidade ...................................................................................................................... 84
4.2. Características da Embarcação ....................................................................................... 86
4.3. Componentes Estruturais e Compartimentos a Bordo ..................................................... 88

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4.3.1 Espaços para Carga e Peação do Material ................................................................... 89
4.4. Prevenção de Avarias ....................................................................................................... 89
4.5. Água Aberta ...................................................................................................................... 92
4.6. Estanqueidade .................................................................................................................. 94
4.7. Sistema de Lastro ............................................................................................................. 94
4.8. Aparelhos de Manobra de Carga ..................................................................................... 95
4.9. Equipe de Crash de Aeronaves ........................................................................................ 95

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1. CONTROLE DE OPERAÇÕES A BORDO

1.1. Princípios de Segurança


A segurança contra incêndio se faz por meio de atividades que tem por objetivo prevenir e
evitar o surgimento do fogo, proporcionar seu controle, se possível, sua extinção e a redução
dos seus efeitos até a chegada da equipe de combate a incêndio. Sendo assim, capaz de
diminuir os efeitos danosos que o fogo pode produzir em uma plataforma, navio ou
edificações, protegendo a vida humana, o patrimônio (estrutura e equipamentos) e o meio
ambiente.

Hoje os incêndios como frutos do desenvolvimento tecnológico caracterizam-se pela


produção de resíduos e fumaça cada vez mais tóxicos, havendo necessidade de melhores
técnicas e equipamentos que sejam capazes de oferecer melhores condições de trabalho ao
homem que combate o fogo.

Riscos atuais em relação ao passado são:


 aumento significativo de energia térmica
 maior liberação de produtos tóxicos
 aumento do potencial corrosivo de um incêndio
 aumento considerável de acidente em decorrência de fumaça e material em suspensão.

Situações em que aumentam o risco de incêndios nas unidades marítimas:


 Abertura de equipamentos para manutenção
 Serviços de docagem para manutenção
 Execução de trabalho a quente
 Aumento do efetivo para realização de obras de manutenção preventiva ou corretiva na
unidade
 Permanência no interior de equipamentos: mudança das condições ambientais.

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1.2. Áreas de Perigo de Incêndio
Em função da complexidade operacional da unidade marítima, existem inúmeras condições
de risco que podem trazer o fogo como conseqüência em várias partes da unidade. Por esse
motivo é preciso ter cuidado e preocupação em relação às atividades desenvolvidas
diariamente e treinamento de adestramento em combate a incêndio com todas as pessoas
que embarcam.
De acordo com as estatísticas, as áreas com maiores possibilidade de ocorrer um princípio
de incêndio, em função dos equipamentos que abrigam são: praça de máquinas, sala de
bombas, planta de processo, sala de geradores, cozinha, acomodações, torre da sonda,
cabeça dos poços, e outras áreas envolvendo serviços a quente (corte, solda,
esmerilhamento etc).

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1.3. Precauções Contra Incêndio
O projeto das unidades marítimas deve prever a mínima utilização de equipamentos e
acessórios compostos por materiais combustíveis, limitando a quantidade de materiais
inflamáveis ao mínimo necessário a operação em vista e devem ser armazenados em locais
apropriados.

Se possível não armazenar material combustível acima da linha d’água, inclusive no convés
principal. Quando não puder ser evitado o armazenamento de material combustível no
convés principal ou na superestrutura, o mesmo deverá ser acondicionado e posicionado de
forma que possa ser lançado facilmente ao mar. Deve, também, localizá-lo o mais para a
popa possível, a fim de que a fumaça e as chamas, não interfiram na manobra do navio.

É essencial que não seja deixado nenhum combustível volátil nas proximidades dos dutos de
ventilação dos compartimentos de máquinas. Os locais adequados para armazenar material
combustível são os compartimentos localizados junto ao casco e o material deverá ser
armazenado afastado das anteparas, para evitar risco de propagação por calor irradiado,
através das chaparias para os compartimentos adjacentes.

Todo o combustível líquido, particularmente aqueles que desprendem vapores altamente


inflamáveis, devem ser guardados em recipientes próprios com tampa hermética.

A armazenagem de líquidos inflamáveis, tais como tintas, vernizes, óleos e graxas, deve ser
feita em compartimento apropriado com ventilação forçada. Especial atenção deve ser dada
ao material dos invólucros de sobressalentes, geralmente feitos de material combustível.
Esses sobressalentes devem ser desempacotados para serem armazenados e os invólucros
descartados.

Independente da preocupação de todo residente com a parte operacional, a preocupação


com o combate ao incêndio deve ser constante. Cabe aos residentes, principalmente:
 manter equipamentos de combate a incêndio inspecionados frequentemente;
 realizar treinamentos periódicos com as equipes embarcadas
 manter os equipamentos essenciais sempre operacionais (geradores de emergência,
bombas de incêndio, detectores de incêndio, hidrantes,sistema de dilúvio, sprinkler etc).

Para evitar incêndios a bordo é importante:


 eliminar materiais desnecessários a bordo
 manter postura prevencionista
 planejar as tarefas a serem executadas
 fazer manutenção periódica nos equipamentos
 fazer inspeções frequentemente, tomando as medidas necessárias para a redução dos
riscos.
 Especial atenção às linhas com vazamentos.

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As principais causas de acidentes a bordo são:
 falha humana: pela não observância na utilização de equipamentos
 não obediência aos procedimentos de segurança
 inibição do sistema de detecção
 não atendimento às recomendações de análise de risco
 não confinamento das fagulhas durante serviços a quente
 resíduos de óleos, trapos etc.

Para prevenir incêndio deve-se:


 ter habilidade de reconhecer riscos de incêndio e agir para eliminá-los
 fumar apenas em áreas seguras
 não jogar cigarros e fósforos em locais impróprios
 fazer manutenção correta das instalações
 fechar bem e segregar os líquidos inflamáveis
 descartar adequadamente trapos e estopas embebidas em óleos ou graxas;
 ter cuidados no serviço com equipamento de solda elétrica ou oxi-acetileno
 evitar o acúmulo de óleo ou lixo no porão.

Trabalhos a quente
Toda vez que um trabalho com fogo for realizado a bordo de uma embarcação , alem da
obrigatoriedade da Permissão de Trabalho a Quente, uma pessoa qualificada, deve
acompanhar o trabalho para intervir imediatamente em caso de principio de incêndio ou
qualquer indicio com a possibilidade disto ocorrer.

Observador do fogo (Fire Watch) Pessoa ou pessoas nomeadas para o local do trabalho
com fogo para a tarefa exclusiva de verificar a existência de perigos de incêndio e
proporcionar proteção contra incêndios, rápida e eficaz, se necessário. O Fire Watch deve
ser qualificado e certificado para desempenhar as suas tarefas, de acordo com o
determinado pela pessoa responsável (PIC - Person in Charge)

O vigilante do fogo, deve ter as seguintes competências:


 Ter feito no mínimo o Curso Básico de Combate a Incêndios.
 Treino na Utilização do Equipamento de Detecção de Gases.
 .Treino nos procedimentos da Autorização.

1.3.1. Patrulha do fogo

Equipes formadas por tripulantes, normalmente membros da Brigada ou Equipe de CAV, que
percorrem a unidade (plataforma ou navio) com finalidade de identificar possíveis focos de
incêndio ou atividades que possam desencadear uma emergência; tomando medidas para
controle das emergências e informando ao setor responsável das anormalidades
encontradas.

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1.4. Processos e Cuidados

1.4.1. Destilação Seca

A destilação de um sólido feita sem solvente é chamada de destilação seca, quase todos os
sólidos que nos rodeiam, tais como madeira, rocha, vidro e outros, são misturas. Algumas
podem ter seus componentes separados através da destilação. Como exemplos desta temos a
produção do carvão, a destilação seca da hulha, o xisto betuminoso. Na produção do carvão, a
madeira é aquecida a uma temperatura na qual a partir desta inicia a destilação propriamente
dita.
Uma situação onde ocorre o processo de “destilação seca” é um incêndio em um ambiente
fechado, pobre em oxigênio. O material existente, no interior (madeira, etc), queima de forma
incompleta devido a alta temperatura e o baixo nível de oxigênio. Com a abertura da porta de
forma imprópria e a admissão de ar (oxigênio) provoca um rápido crescimento das chamas que
pode envolver e queimar o brigadista.
Formas de minimizar os perigos decorrentes de um processo de destilação seca:
 refrigerar o compartimento externamente com jatos e neblina de água.
 entrar no ambiente agachado e protegido pela neblina de água.
 atacar o foco do incêndio com jatos de água.
 a visibilidade pode ser muito afetada devido a fumaça.

1.4.2. Reação Química

Uma reação química é uma transformação da matéria, na qual ocorrem mudanças qualitativas
na composição química de uma ou mais substâncias reagentes, resultando em um ou mais
produtos.
Algumas substancias estivadas ou transportadas a bordo podem reagir com o uso de água e
provocar a produção de gases tóxicos ou inflamáveis
Reação química é resultado da adição de uma destas substancias com o material existente:
 óleo
 água  espuma
 calor  dióxido de carbono
 vapor  areia

Que pode resultar em:


 Combustão espontânea

 Produção de gás inflamável, seguida de explosão

 Geração de fumaça tóxica


Reações químicas ocorrem em combate a incêndios em porões de cargas e acomodações
Exemplos:
 produção de acetileno quando carbureto de cálcio entra em contato com a água.
 decomposição da água ( geração de vapor) oxidação de cargas, como alguns tipos de fertilizantes,
que sustenta o fogo mesmo se coberto por algum agente extintor.

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Geração de fumaça tóxica:
 fósforo, em contanto com o ar (em caso de dano na embalagem)
 auto-aquecimento da carga de grãos quando umedecida
 produção de elevado nível de metano em carga de carvão sob ventilação deficiente.

1.4.3. Incêndio em coletores de gases


Tubos coletores dos gases de motores a diesel danificados com furo, podem apresentar risco de
incêndio, pois deixam escapar uma mistura de gases de escape com combustível pulverizado com
grande risco de incêndio.
- prevenção: Inspeção, manter local limpo, isento de combustível.
- combater o incêndio com neblina, espuma, pó químico e CO2.

1.4.4. Caldeiras aquatubulares


As caldeiras aquatubulares são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor a uma pressão
maior do que a pressão da atmosfera.

Para produzir o vapor, uma fonte de calor, seja óleo combustível, gás natural, gases residuais e
outros, aquece a água sob condições controladas. Nestas unidades, os gases quentes da queima
aquecem os tubos e estes a água, que percorre no seu interior, transformando-a em vapor, tem
grande área de troca térmica, podendo trabalhar com pressão.

Incêndio em caldeiras ocorrem quando:

 o nível da água diminui causando super aquecimento dos tubos acima do nível desta devido a
demora em parar a caldeira.
 incêndio incontrolável na fornalha, depois da parada da caldeira, associado com o baixo nível da
água nas tubulações, causando um superaquecimento dos tubos acima do nível da mesma.

Se o fogo foi descoberto depois que a temperatura dos tubos alcançou 700ºC, o método apropriado
para combater ao incêndio é:

 Proceder o resfriamento do equipamento externo com jato de neblina

 Aplicar gás inerte CO2. pela boca de visita

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1.5. Procedimento de Controle de Incêndios
Antes de iniciar um combate a um incêndio, o oficial ou coordenador da equipe (técnico de
segurança) responsável deve certificar-se de que os equipamentos elétricos foram desligados e
feito o corte da alimentação de combustíveis.
Sempre que a equipe tiver que combater um incêndio em compartimento fechado, deve tomar
cuidado para não ser apanhado pela explosão de vapor inflamável. Durante o combate, o líder da
equipe deve portar o multigas para ordenar um possível recuo caso exista atmosfera inflamável que
possa colocar em risco a integridade da equipe. Os seguintes procedimentos devem ser adotados:

 Verifique a temperatura do compartimento,sinta a porta para ver se está quente


 cuidado com a maçaneta – ela conduz calor e poderá queimar a mão, cuidado para não
destravar quando o equipamento estiver pressurizado
 todos os membros da equipe devem estar abaixados
 Abrir pequena fresta da entrada e resfriar .
 (nota: Quando segurar a porta entreaberta, coloque seu peso sobre ela. Se houver uma
explosão a porta servirá como uma proteção até que ela possa ser fechada. Se a porta abrir
longe de você, use um anteparo para o lado).
 caso nada ocorra, a equipe poderá se levantar e entrar.

Pontos a Considerar

 Evite selecionar um ponto de entrada acima do local do incêndio. Se possível, obtenha acesso
no mesmo nível ou um nível abaixo.
 Apague o incêndio o máximo que puder do lado de fora através das portas e escotilhas
 o fogo surgirá em graus variáveis quando da aplicação de água sob forma de neblina ou
espuma.
 Vapores aquecidos representam um grande perigo para a equipe de combate a incêndio.
 Cuidado com calor irradiado ou explosões.
 Caso tenha que entrar em um ambiente com fogo, faça agachado e usando EPR e EPI
apropriado.
 Água, espuma não aspirada e em menor grau, espuma aspirada usada em ambientes de alta
temperatura, podem produzir repentinas nuvens de vapor superaquecido com aumento drástico
na umidade, sem reduzir a temperatura ambiente. Se a água for usada neste ambiente (sob a
forma de neblina) use-a em quantidades suficientes para reduzir as temperaturas internas.
Lembre-se, ainda haverá uma reação inicial.
 sempre mantenha um colchão de espuma entre os combatentes e o fogo/vazamentos de
combustível. Cuidado com a quebra do colchão devido ao calor, passagem através dele, etc.
 quando o fogo tiver sido extinto, a reignição tem que ser evitada assegurando que os colchões
de espuma sejam aplicados e mantidos em cima dos vazamentos de combustível. O
resfriamento também deve ser aplicado às superfícies afetadas pelo calor da radiação.
 nem todos os incêndios fora das acomodações serão de tal magnitude que ameaçassem a

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estrutura da instalação. Alguns incêndios serão limitados no tamanho, em parte devido à
quantidade de combustíveis envolvida, como um tanque com vazamento ou um derramamento
pequeno de combustível que foi contido. O incêndio pode ter se originado em um
compartimento relativamente pequeno, sala de bombas contêiner, oficina, almoxarifado, etc.
que restrinja o fogo. E o calor e a fumaça se limite à quantidade de oxigênio disponível para
suportar a combustão.

Quando o incêndio for de média proporção deve-se:


 conter o fogo mantendo as portas e outros acessos fechados (O líder pode abrir para uma
verificação rápida);
 operar manualmente sistemas fixos independente da operação automática;
 preparar o equipamento necessário, água, espuma, aparelho respiratório, antes de entrar;
 ao abrir uma porta ou escotilha, esteja preparado para um crescimento rápido do fogo, cuidado
com a bola de fogo (corrente invertida);
 antes de entrar, apague o máximo de fogo possível pelo lado de fora. Isso pode ser feito sem o
uso do aparelho respiratório que irá permitir que outro grupo use-o enquanto o combate a
incêndio estiver ocorrendo;
 após a extinção do fogo, assegure-se de que não há focos resistentes. Ventile a área para
melhorar a visibilidade e condições;
 durante o incêndio não esqueça de resfriar compartimentos e equipamentos próximos ao
incêndio, evitando novos focos de fogo.

1.6. Estratégia e Tática para Controle de Incêndios


O combate a um incêndio deve ser estruturado, de tal forma que a equipe possa combater o fogo
sem sofrer danos. O sucesso do combate depende fundamentalmente da organização e preparação
da equipe de combate.
O combate pode ser externo ou interno. Cada situação oferece riscos diferenciados, cabendo a
liderança da equipe de brigada, saber conduzir a equipe em segurança observando as
particularidades que poderão surgir durante a extinção.

Bleve
Esse tipo de acidente está associado a gases liquefeitos comprimidos ou líquidos inflamáveis leves
sob certas condições de armazenamento. Nesta condição o aumento de temperatura corresponde
ao aumento da fase vapor e da pressão. Dentro de limites, as alternativas operacionais e os
dispositivos de segurança garantem a integridade do sistema absorvendo as variações. Nos casos
em que o aporte de energia é grande o suficiente para sustentar uma elevação de temperatura, os
sistemas de segurança são ultrapassados, o que provoca a elevação da pressão até os limites de
ruptura do equipamento. Após o tanque ter sido envolvido pelo fogo, a presença de líquido em seu
interior provoca o fenômeno. A parte do tanque em contato com líquido é resfriado de forma
diferente da parte superior, que está em contato apenas com a fase vapor. Nesse conjunto de

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pontos, ao longo da linha de superfície do líquido, a tendência é de que se forme uma área de
fragilidade. A elevação da temperatura faz variar a tensão de ruptura do aço e esta ocorrerá sob a
ação da elevação da pressão do líquido em ebulição. É denominado bleve “a explosão que marca a
falha catastrófica do corpo do tanque sob a ação da expansão do vapor de líquido em ebulição e da
fragilização do aço, devido ao contraste térmico”.

Isso pode ocorrer tanto em vasos de processo, tanques pressurizados de armazenamento e trechos
entre bloqueios de linhas de transferência quanto em pequenos botijões GLP (2,5 Kg).

A ocorrência de um bleve pode ou não ser seguida por uma bola de fogo (fire ball). A maior parte
dos exemplos encontrados na literatura, trata de bleves envolvendo hidrocarbonetos, sendo muito
comum a associação. Às explosões de tanques de GLP e outros gases combustíveis, segue-se, de
fato, uma bola de fogo, resultado da combustão da grande massa liberada instantaneamente. Nas
esferas de armazenamento de GLP, as bolas de fogo podem chegar a 1Km de diâmetro. No
entanto, os acidentes não estão necessariamente ligados. Pode-se supor um bleve de Nitrogênio ou
outro gás inerte, com as características físico-químicas adequadas. Nesses casos, a explosão, com
a falha catastrófica da contenção, não seria seguida de uma bola de fogo. Para as substâncias que,
mantidas líquidas e sob pressão, congelem-se instantaneamente, em virtude da despressurização
súbita, a onda de choque é de menor intensidade. Nos casos dos bleves, existem três efeitos
dominantes que devem ser considerados:

1º efeito: A onda de choque que acompanha a explosão

A onda de choque é representada em impulso isto é, uma elevação radical da pressão, seguida de
queda, em mesma intensidade, num intervalo de tempo da ordem de décimos de segundo. Essa
variação é acompanhada de um deslocamento de ar que movimenta fragmentos, podendo provocar
a perda de vidas e a destruição do patrimônio material. A onda de choque de qualquer explosão
propaga-se, radicalmente, em todas as direções. Estando os equipamentos ao nível do solo ou
muito próximo dele, o solo atua como um anteparo e redireciona parte da onda de choque. Assim, a
fração da onda de choque que se propaga na direção do solo é refletida para cima, o que explica as
formações de “cogumelos”, com as grandes cabeças flamejantes (bolas de fogo), após explosões
violentas próximas ao chão.

2º efeito: Após a onda de choque, segue-se a liberação de energia térmica, em fluxos elevados,
impulsionados pela expansão da explosão.

As bolas de fogo representam a forma de liberação de energia térmica, que é característica dos
bleves de substâncias inflamáveis.

3º efeito: projeção de fragmentos, independentemente do tipo de substância

Após a falha catastrófica da contenção, fragmentos de diversas


dimensões são projetados nas áreas vizinhas, seguindo sua posição em
relação ao centro de propagação da onda de choque. As dimensões dos
fragmentos dependem das formas originais das partes constituintes dos
equipamentos e das linhas de ruptura. Por exemplo: numa esfera de

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armazenamento, os rompimentos na explosão se farão, mais provavelmente, nas linhas de solda.
Isto faz supor que a calota superior da esfera ou parte de seus “gomos” possa ser tomada como
exemplo de fragmentos que podem ser projetados.
Para as explosões de esferas de GLP, existem registros de caso em que a calota superior foi
lançada a aproximadamente 1000 metros do ponto de explosão.

1.6.1. Combate a Incêndio Externo

Numa unidade marítima a incidência dos incêndios ocorre na maioria das


vezes em equipamentos instalados na planta de produção, bombas de
transferência de óleo, flanges e tubulações de tanques com materiais
combustíveis ou produtos químicos, os quais estão normalmente
interligados aos equipamentos pressurizados, o que exige, por parte da
equipe de combate a incêndio, conhecimento técnico e habilidade no combate e controle do
incêndio nestes equipamentos.

Pontos a Considerar
Antes de iniciar qualquer combate a um incêndio em equipamento pressurizado cabe ao
coordenador/líder de equipe de combate a incêndio manter contato com sala de controle e analisar
qual a melhor maneira de combater o fogo apagando ou fazendo resfriamento de equipamentos das
proximidades enquanto são providenciadas medidas operacionais apropriadas antes da sua
extinção. Mantendo a área isolada, utilizar equipamento fixo de combate a incêndio (dilúvio ou
canhão monitor) no apoio às ações da equipe de combate, enquanto a equipe se prepara e usa
equipamentos necessários no Ponto de Reunião para atuação no sinistro.

Após obter informações concretas sobre o sinistro, a equipe se dirige ao local sob a coordenação do
Líder da Brigada.

 Sempre que possível, faça o combate a favor do vento e use o detector multigas.

 Caso haja vítimas, faça a remoção para uma área segura.

 Durante o combate em área com presença de gases tóxicos ou muita fumaça é obrigatório
utilizar proteção respiratória.

 Em algumas situações, durante o combate, a equipe operacional trabalha em conjunto fazendo o


isolamento do processo, fechando válvulas ou equipamentos.

Classificação dos Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

Através do ponto de fulgor, distinguem-se os líquidos combustíveis e inflamáveis, de acordo com a


NR-20.

Líquido combustível é todo aquele que possui ponto de fulgor ≥ 70°C e < 93,3°C, sendo
considerado líquido combustível classe III.

Líquido inflamável é todo aquele que possua ponto de fulgor < 70 °C e pressão de vapor que não

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exceda 2,8 kg/cm² absoluta a 37,7ºC.

Quando o líquido inflamável definido acima possui ponto de fulgor superior 37,7ºC e inferior a 70ºC
ele é classificado como líquido combustível classe II.

Quando um líquido inflamável possui ponto de fulgor inferior a 37,7ºC ele é classificado como
líquido combustível classe I.

Ponto de fulgor ou flash point – é a menor temperatura na qual o combustível libera


vapores inflamáveis que, em mistura com o ar inflama na presença de uma fonte
externa de calor, sem manter a continuidade da combustão.

Existem outros gases que têm outras particularidades de armazenamento e transporte, os quais
passamos a tratar:

Gás natural
O gás natural é basicamente metano (entre 80 a 90%) etano (5 a 10%) e outros gases em menores
proporções como o propano, butano, pentano, hexano, e outros gases. O gás natural pode ou não
ocorrer associado com o petróleo. Quando essa associação ocorre, ele é produzido como
decorrência da produção de petróleo e pode ser reinjetado no campo petrolífero para manter a
pressão do reservatório e assim melhorar a recuperação primária de óleo do campo. Também
podendo ser usado no próprio campo de extração de petróleo, para a geração de vapor/eletricidade
através de máquinas e equipamentos.

GLP
É uma mistura de hidrocarbonetos compostos de três e quatro átomos de carbono. O GLP ocorre
naturalmente no petróleo, normalmente em pequenas proporções, da ordem de no máximo 2% em
volume. Este GLP é então recuperado no topo da torre de destilação atmosférica. Ocorre também
em associação com o gás natural, sendo dele separado nas unidades de processamento de gás
natural. O nome gás liquefeito deve-se ao fato de ser um gás que se liquefaz na temperatura
ambiente mediante a aplicação de pressões na faixa de 6 a 11 kgf/cm².
Ao sair da refinaria o GLP é odorizado, geralmente com mercaptan, para que possa ser detectado
com mais facilidade em eventuais vazamentos.

Gás Sulfídrico
É produzido pela decomposição de material orgânico. É um dos mais temidos agente de riscos
encontrado em alguns campos de petróleo. Pode-se dizer que o gás sulfídrico é quase tão
venenoso quanto o gás cianídrico. Já foram feitas várias vítimas, principalmente pelo uso incorreto
do EPR e também da falta de conhecimento do perigo. É um gás solúvel em água, queimando
facilmente produzindo uma chama azul que libera de dióxido de enxofre (SO2). É um gás irritante e
corrosivo.

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Oxigênio
É o gás mais importante para os seres vivos, pois sem ele não seria possível a vida animal ou
vegetal. Sua função no organismo é oxigenar o sangue que transporta a todas as partes do corpo
para as oxidações indispensáveis à manutenção da vida. Cerca de 50% de O2 produzido é
consumido em siderurgias, os outros 50% têm aplicações diversas.

Gás Acetileno
 composição Química: C2H2 (H-C-C-H)
 densidade: 0,908 (Ar=1)
 solubilidade em água: pouco solúvel
 solubilidade em solventes orgânicos: solúvel (acetona)
 pressão de trabalho pós regulador de pressão (na mangueira): 1,2 bar / 1,2 kg/cm / 1,2 ATM
(em valores aproximados)
 temperatura de Auto-Ignição: 300º C (no oxigênio puro)
 335ºC (no ar)
 LIE (Limite Inferior de Explosividade): 2%
 LSE (Limite Superior de Explosividade): 82%
 faixa de inflamabilidade: Entre 2 e 82%

O acetileno deve ser armazenado em local arejado, em ambiente onde não exceda temperatura de
52ºC; deve ficar a uma distância aproximada de 6 m do cilindro de oxigênio e outros oxidantes, isto
porque é um gás instável e que pode se decompor violentamente em seus elementos constituintes
(hidrogênio e carbono), gerando muito calor (reação química exotérmica). Os cilindros de acetileno
são totalmente preenchidos com uma massa porosa, composta de carvão de lenha, terra infusória
(material constituído essencialmente por sílica hidratada), asbesto e um cimento de ligação. Na sua
fabricação a massa é misturada com água até tomar uma consistência pastosa, é introduzida nos
cilindros, que são sacudidos continuamente e depois é mantida em estufa a uma temperatura
próxima a 250ºC. Isso ocasiona uma ligação do cimento, deixando os cilindros no final da operação
de secagem, completamente cheios de massa porosa.

Para poder receber o gás, além da massa porosa, o cilindro de acetileno devera conter a acetona,
na qual o acetileno irá se dissolver ( 01 volume de acetona dissolve 25 volumes de acetileno para
cada atmosfera de pressão). Assim, se a pressão no interior do cilindro for de 15 ATM, 1 litro de
acetona dissolve 375 litros de acetileno (15x25).

Estes cilindros de acetileno são equipados com bujões fusíveis, pequenos plugs atarraxados no
topo e/ou no fundo do cilindro, fundindo-se em temperaturas próximas a 80ºC, funcionando como
dispositivo de alívio de pressão em situações anormais de alta temperatura como num incêndio, por
exemplo, evitando a ruptura do cilindro.

De acordo com a NBR 11749 (Especificação de Válvulas de Cilindros para Gases Comprimidos), a
utilização ou não deste dispositivo de segurança fica a cargo do fabricante. A partir daí cada um
segue a legislação do país de origem. Por exemplo: a empresa White Martins possui plug de
segurança, atendendo a legislação americana, enquanto a AGA não possui plug de segurança, pois
obedece a legislação européia (DIN/ALEMÃ).
16
A pressão de trabalho da válvula reguladora de pressão na mangueira de acetileno é no máximo de
1,5 kg/cm, pois acima disso haveria arraste de acetona e risco de explosão da mangueira de
acetileno por motivo da decomposição do acetileno (a mangueira é um recipiente sem massa
porosa).

O cilindro de acetileno ao ser aquecido poderá iniciar um processo de decomposição química, na


qual é liberada grande quantidade de calor no interior do cilindro. Por este motivo o cilindro afetado
esquenta. Com o aumento da temperatura no interior do cilindro a pressão também aumenta, com o
agravante de que o cilindro também está sendo aquecido externamente devido às chamas
incidentes no cilindro. Em outras palavras, o cilindro está sendo aquecido duas vezes, provocando
rápido aumento da pressão interna.

Um cilindro exposto às chamas deve ser resfriado à distância. Ao extinguir as chamas deve-se
continuar o resfriamento, observando a sua superfície. Caso a água no costado do cilindro evapore
rapidamente é sinal de que está muito quente e o processo de decomposição do acetileno continua,
com liberação de calor internamente. Neste caso é preciso continuar a resfriá-lo intensamente com
água, de um local protegido, até o cilindro ficar frio, isto é, quando a água de sua superfície não
mais evaporar. É recomendável logo após, submergir o cilindro num recipiente com água para gerar
uma refrigeração por igual em torno do cilindro de acetileno. Fazendo isto, temos a certeza de que
não haverá mais a decomposição do acetileno internamente.

IMPORTANTE!
Numa condição de fogo nas proximidades destes equipamentos a equipe de
combate a incêndio:
 dê condições para efetuar fechamento e isolamento de válvulas;
 cuidado com produto que está sendo queimado e a área próxima;
 proteja da exposição: recipientes pressurizados, tubulações com material
inflamável dentro, passagens para as rotas de fuga, helipontos,
baleeiras;
 verifique a direção do vento se utilizar espuma;
 resfrie os locais onde há exposição;
 elimine quaisquer fontes de ignição;
 use ataque combinado com neblina total para fechar quaisquer válvulas;
 use espuma para combate fogo em qualquer líquido inflamável;
 no caso de vazamento de gás, não apague a chama a não ser que o
vazamento esteja controlado.

17
1.6.2. Combate a Incêndio Interno
Fenômenos que ocorrem durante o incêndio
O fogo pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite. Caso ocorra em uma área que esteja
protegida por sistema de detecção e supressão, é facilmente descoberto e iniciado o combate
imediatamente. Caso ocorra em área desprotegida de sistema de detecção, poderá ser detectado
após o aumento de suas proporções de destruição, neste caso, há necessidade de acionamento de
recursos automáticos para evitar propagação do incêndio enquanto equipes da brigada controlam o
fogo.

Rollover
No caso do fogo interno, o calor começa a aumentar, contribuindo para que o fogo se desenvolva
rapidamente. A fumaça acumula-se junto ao teto e os gases aquecem, havendo o pré rollover, que
ocorre onde existem gases combustíveis e quentes acumulados no teto. O rollover ocorre em
seguida, com as chamas se estendendo aos outros compartimentos, provocado pela elevação da
temperatura dos gases ao nível do teto. A ignição é dada igualmente a partir do local onde houve a
primeira deflagração. As chamas deslocam-se rapidamente por todo o teto. Caso a equipe esteja
combatendo o fogo, os membros desta devem se abaixar o mais próximo do piso evitando a
exposição à radiação.

O rollover é o sinal que o Flashover pode estar prestes a acontecer.

Flashover
É considerada a principal causa de morte dos bombeiros no combate a incêndio. Ocorre quando se
dá a ignição do combustível, e as chamas envolvem por completo a superfície do compartimento. A
ocorrência do flashover é atribuída ao aumento de calor do próprio fogo que depois de concentrado,
é refletido pelas paredes do compartimento e provoca a ignição generalizada. Essa ignição é quase
instantânea, e pode ser bastante dramática. O flashover pode ser evitado dirigindo a água para o
teto e para os locais onde exista bastante carga térmica, diminuindo o ponto de ignição dos
materiais; permitindo baixar a temperatura e evitando acúmulo de gases combustíveis. Para que
isto ocorra, o bombeiro tem que estar protegido com roupas especiais, pois a deflagração de novo
foco de incêndio pode ocorrer de forma generalizada a todo o momento. A chama pode deixar de
existir por ausência de oxigênio se o compartimento for totalmente fechado, permanecendo gases
quentes que ficam sob pressão e forçam a estrutura do mesmo. A combustão termina depois de
consumir todo o oxigênio. Muita atenção, pois existe a possibilidade de ocorrer o backdraft ao tentar
abrir o compartimento e introduzir ar no mesmo. Neste caso deve-se checar a temperatura evitando
atitudes precipitadas.

Backdraft
Explosão de fumos. Na fase anterior do fogo, o processo de combustão encontrava-se incompleto
pela insuficiência de oxigênio para manter a chama. Mas as partículas de carbono e os outros
produtos inflamáveis da combustão anterior estão ativos, faltando-lhes apenas o fornecimento de
oxigênio, daí o cuidado de evitar uma ventilação imprópria como abrir uma porta. Quando há queda
de uma parte da estrutura também podemos considerar uma ventilação, com isto, ocorre uma

18
explosão imediata e devastadora que atinge toda equipe localizada nas proximidades por ser o
principal alvo. Daí o cuidado de se evitar o backdraft por representar uma situação bastante
perigosa que podemos enfrentar principalmente num combate interno.

A diferença entre flashover e backdraft é basicamente que o flashover ocorre quando a parte
superior do ambiente atinge seu ponto de ignição, incendiando os vapores aquecidos do ambiente.
O backdraft é quando a combustão consome boa parte do oxigênio, com isso, a súbita entrada de
ar provoca uma explosão em fumaça em função da entrada de oxigênio, que é um comburente do
fogo.

Como impedir estes fenômenos:


• Usando ventilação natural ou forçada para permitir que os gases superaquecidos saiam e não se
acumulem no interior da área sinistrada;
• Aplicação de água na forma de neblina ou jatos na camada de gases existente no teto da
edificação;
• Fechando as portas dos cômodos em chamas para diminuir a oferta de oxigênio para a
combustão;
• Refrigerar as anteparas do módulo.

1.7. Agentes Extintores


Água
Principal agente extintor, encontrado com facilidade, age por resfriamento e abafamento;

Dióxido de Carbono (CO2)

É um gás inodoro, incolor, anti-corrosivo, não condutor de eletricidade e facilmente disponível no


mercado. O CO2 extingue o fogo pelo método de abafamento (redução do oxigênio existente no
ambiente), provocando secundariamente um resfriamento.

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Espuma Mecânica

É formada por pequenas bolhas aderentes entre si, constituindo um verdadeiro cobertor que se
estende sobre a superfície do líquido inflamável, impedindo o suprimento de oxigênio para continuar
a combustão, provocando o abafamento e secundariamente o resfriamento. Para formação de
espuma mecânica são necessários equipamentos portáteis tais como: esguicho lançador de
espuma, proporcionadores de linha com tubo pescante, e bombonas com LGE – Líquido Gerador
de Espuma. Existem sistemas fixos instalados nas plataformas e/ou navios formados por canhão
monitor e tanque com LGE.

Pó Químico

Pode ser bicarbonato de sódio ou potássio, ou monofosfato de amônia, age através da quebra da
reação em cadeia e por abafamento;

Halon

Extingue o fogo pela quebra da reação em cadeia e secundariamente na redução do oxigênio


existente no ambiente. Apesar de ser um agente extintor eficiente, não está mais sendo usado nos
novos projetos de sistemas de incêndio, em razão do efeito nocivo a camada de ozônio (Protocolo
de Montreal).

Water Mist

Essa tecnologia é baseada no uso de água atomizada para o controle, supressão ou extinção de
incêndio, utilizando volumes limitados de água e extingue o fogo por resfriamento e abafamento.

FM 200 (gás Heptafluoropropano)

É descrito como o mais eficiente substituto do Halon 1301. Ativo contra o fogo, mas inerte para o
meio ambiente e pessoas, o FM-200 é mantido sobre pressão como um líquido, o que minimiza o
espaço de armazenagem, e é liberado como um gás, de modo a cobrir todos os pontos da área
protegida.

FE 13 e FE 25

Trata-se dos gases fluorados da linha FE, em substituição aos halogenados Halon, estes últimos
abolidos em obediência ao Protocolo de Montreal. Os agentes químicos gasosos atuam na proteção
de salas de controle, equipamentos de laboratórios, aeronaves comerciais e militares embarcações
e carros blindados. Servem ainda à proteção de salas de museu em todo o mundo, onde estão
expostas obras de arte valiosas.

A principal vantagem apontada pelo fabricante é que os agentes extintores de incêndio da linha FE
não são corrosivos, não danificam as superfícies e podem ser pulverizados na presença de
pessoas, sem ocorrência de intoxicação, diferentemente do gás carbônico que embora não
danifique superfícies, é altamente tóxico. Os estudos mostraram que sob efeito do FE o
resfriamento das chamas ocorre pela retirada da energia de combustão, a partir do retardo da
chama pela substituição de radicais livres. Além disso, os gases se expandem ação tridimensional,
aumentado a eficiência da operação, sem degradar a camada de ozônio e nem os materiais

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plásticos, podendo ser usados, em alguns casos na presença de pessoas, inclusive em sistemas de
inundação total.

A família FE de agentes extintores limpos, juntamente com fabricantes de equipamentos de


supressão ao fogo, oferece uma solução total para aplicações de explosão e de inertização, sendo
reconhecidos e aprovados por entidades e agências internacionais reguladores, como agentes
extintores limpos para uso em sistemas de inundação total e extintores portáteis.

O FE 13 é considerado mais seguro em ambiente ocupado por pessoas, em salas de bombas,


plataformas petrolíferas, salas de equipamentos de telecomunicações. Por último, há o FE-25
desenvolvido como agente de inundação total para áreas normalmente não ocupadas, como
compartimento de motores e áreas subterrâneas, atuando como elemento supressor de explosões
em elevadores de grãos, interrompendo a propagação das chamas, se adequando bem para apagar
o fogo nos propulsores de aeronaves, escritórios em subsolos e na armazenagem de produtos
agrícolas. No Brasil o material já foi testado e aprovado pelo Inmetro, tendo como parâmetro as
normas ABNT F.C.

1.8. Efeito da Água como Agente Extintor a Bordo


.Durante um combate a um incêndio em uma unidade, cabe ao Oficial ou Técnico de Estabilidade
avaliar quais os recursos disponíveis para o combate ao
fogo e resfriamento de equipamentos em relação à
quantidade de água para não afetar a estabilidade da
unidade. Como opções disponíveis para combate ao
incêndio têm: CO2, pó químico, espuma, etc.

Embarcações firefighting:

São embarcações especiais guarnecidas com equipamentos de combate a incêndio, para atender
as unidades marítimas em caso de emergência ou incêndios de grandes proporções, que
necessitem de combate com recursos externos operacionais

As seguintes observações devem ser consideradas para manter a estabilidade do navio:


 as operações de combate a incêndio vão criar problemas de estabilidade?
3
 1 m de água pesa aproximadamente 1 tonelada

1.9. Comunicação e Coordenação durante as Fainas de Combate a


Incêndio
“Comunicação é o compartilhamento ou troca de informações, idéias e conhecimento”

Avaliando essa definição, todos os três aspectos se relacionam com o trabalho em equipe. Uma
pessoa da equipe pode ter conhecimento sobre o perigo envolvido dentro daquela área; outro pode
ter testemunhado alguma coisa importante. Estas informações devem ser compartilhadas com os
outros membros e especialmente com o líder para que ele possa constantemente reavaliar a
situação.

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A comunicação é um aspecto muito importante do trabalho da equipe porque dela depende o
controle da situação. Se ocorrerem falhas durante a transmissão de instruções e informações, os
resultados esperados podem ser comprometidos.

Os meios de comunicação que podem ser usados em uma situação de emergência incluem:
sistema de auto falante, rádio, telefone, interfone, sistema de intercomunicação.

Cada sistema listado com exceção do sistema de alto-falantes permite a confirmação da


mensagem.

A maioria das instalações marítimas tem um canal de emergência no sistema de rádio ou algum tipo
de comunicação definida para uso em um incidente.

Durante a comunicação quem informa deve:

 ser disciplinado (especialmente no rádio) em todas as comunicações de emergência;


 dizer o que tiver que ser dito e nada mais;
 pedir que a mensagem seja repetida para confirmar.

Coordenação da faina:
 Ao soar o alarme, a brigada rapidamente reúne-se no ponto determinado (ponto de encontro da
brigada.)
 Aguarda orientações do coordenador da emergência ( que indica o local e o tipo de emergência,
natureza do fogo, o que esta queimando etc).
 O coordenador da Brigada decide qual o método de ataque do fogo e orienta o líder da brigada.
 Se for um navio, pode ser necessário a mudança de rota para facilitar o controle e combate do
fogo e a ventilação.
 Se a unidade ( plataforma ou navio) estiver atracada , chamar a brigada portuária.
 Informar se a brigada da unidade vai auxiliar a brigada portuária
 Evacuar as pessoas não necessárias a bordo.
 Preparar para desatracar se for necessário e conveniente.

1.10. Procedimentos de Controle de Ventilação


Durante a ocorrência de um incêndio em compartimentos fechados ou com deficiência de ventilação
natural cabe ao oficial responsável checar, antes de iniciar o combate, se os sistemas de insuflação
ou exaustão foram desligados. É de sua responsabilidade autorizar que os mesmos sejam religados
após o controle do incêndio.
Em determinadas situações a ventilação irá melhorar a temperatura local, visibilidade e níveis de
toxidade internamente, auxiliando a busca e resgate de acidentados.
Nem sempre e fácil determinar exatamente o momento correto para iniciar a ventilação. A
ventilação imediata não deve ser iniciada se isto levar a propagação do fogo, ou se ameaçar a
segurança das pessoas envolvidas na faina. A ventilação incorreta e imprudente pode ajudar na
propagação do fogo. Tomando isto em conta, qualquer ação que contribua para a dispersão da
fumaça e facilite a movimentação na instalação, deve ser iniciada assim que possível. Ventilar pode

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evitar a propagação do fogo de uma parte da unidade para a outra através da convecção. A
ventilação não deve ser iniciada sem que as linhas de mangueiras (ramais) estejam a postos para
evitar a propagação do fogo devido a admissão do ar.

Métodos de ventilação:
Insuflação
Utiliza-se ventiladores que insuflam ar no ambiente (ventilação positiva)
para facilitar a expulsão da fumaça de um ambiente e facilitar a busca
ou resgate de uma vitima.

Exaustão
Utilizam–se ventiladores, agora com a ventilação negativa, que retiram a fumaça de um ambiente
para facilitar buscas ou mesmo identificar danos, focos remanescente de incêndio etc.

Dampers
Dentro do sistema de ventilação do navio ou plataforma, os dampers corta fogo DCF, não tem
nenhuma função tecnica na distribuição do ar, mas tao somente uma funçâo de segurança.

Em caso de incêndio, os dampers impedem fogo e fumaça se propaguem atraves dos dutos de
ventilação para outros compartimentos .

Por razôes de segurança,somente devem ser instalados dampers que tenham sido aprovados e
certificados por um instituto oficial.

Para evitar que durante um incendio sem chamas, as


fumaças frias (de temperatura inferior a 72ºC) possar ser
transportadas a outros compartimentos, são instalados
detetores de fumaça no sistema de ventilação. Pelo fato
do fusivel termico dos dampers corta fogo não romperem
com temperaturas menores que 72ºC, os dampers corta
fogo, são equipados com acionamentos eletricos ou
pneumatico. O fechamento se dá quando o elemento
térmico de ruptura instalado internamento no damper atinge uma temperatura maior que 72ºC.

1.11. Perigos na Estivagem e Manuseio de Materiais Inflamáveis


e/ou Reagentes
O manuseio, acondicionamento, transporte e armazenagem de cargas perigosas devem ser
realizados pelo modo mais seguro e com o maior cuidado para evitar incidentes. Alguns produtos
químicos, quando expostos ao calor, reagem violentamente potencializando os riscos aos quais
estão expostos os brigadistas.

Para evitar a exposição aos riscos durante o combate, alguns procedimentos preventivos devem ser
adotados.

23
1.11.1. Identificação de Produtos

Os produtos devem ser identificados com rótulo de risco de acordo com a Norma NBR-7500.

Os rótulos de risco são etiquetas afixadas nas embalagens que apresentam, através de símbolos
e/ou expressões, informações claras e objetivas referentes à natureza do produto perigoso e forma
de manuseá-lo. Exemplos de rótulos de risco:

1.11.2. Fichas de Informação de Segurança e Fichas de Emergência dos


Produtos Químicos

As Fichas de Informação de Segurança e Fichas de Emergência dos Produtos Químicos (FISPQ)


são as mais importantes fontes de informação com relação às propriedades dos materiais
perigosos. Elas incluem informações detalhando os agentes extintores de incêndio apropriados,
ações no caso de um derramamento, informações de perigo, medidas de primeiros socorros e
muitas outras informações técnicas.

No entanto, as folhas de informação de perigo também contêm suas falhas e limitações. Os pontos
a seguir devem ser considerados pelo usuário:
 são produzidas e escritas detalhando as informações gerais com relação ao material quando
usado em terra – não contém informação específica de atividade offshore.
 as informações contidas nas fichas raramente são uniformes na sua apresentação. Algumas
fichas podem ter 10 páginas, outras somente uma.
 os conselhos dados podem estar fora da realidade para o ambiente offshore. Por exemplo, para
derramamentos, pode-se ler: “contenha derramamentos como terra, argila ou areia e evite que o
material entre nos drenos ou passagens de água”. Ou a medida de primeiros socorros no caso
de um produto químico ser ingerido: “procure atendimento médico – administrar sopa de aveia”.
 as fichas de emergência se referem a um produto químico específico. No entanto é comum em
uma emergência haver envolvimento de vários produtos simultaneamente.

24
1.11.3. Armazenamento de Produtos Químicos

Em todos os locais onde substâncias perigosas são armazenadas, o responsável pela área deve
considerar os riscos criados e os meios adotados para controlá-los. A armazenagem de cargas com
produtos incompatíveis juntos é uma atividade de alto risco que exige cuidados especiais.

Recomenda-se que as políticas de gerenciamento de riscos individuais sejam desenvolvidas para


todos os almoxarifados ou outros locais usados para armazenar substâncias perigosas embaladas.
O grau de detalhe nestas políticas depende claramente de vários fatores, por exemplo:
 manter fichas de emergência e de segurança de todos os produtos armazenados na unidade
offshore;
 quantidades armazenadas;
 perigos específicos para os materiais;
 localização do (s) almoxarifado (s);
 considerar qualquer potencial para a ocorrência de incêndio, explosão, reação química
referente aos produtos estocados;
 permanecer na unidade somente o produto que será consumido, evitando estocagem;
 ser periodicamente vistoriado.

Embalagens de materiais devem estar localizadas dentro do almoxarifado ou área pré-estabelecida


de modo a minimizar a possibilidade de interação perigosa.

 onde as substâncias guardadas são incompatíveis:


- elas devem ser mantidas em locais separados; ou
- elas devem ser separadas por uma distância de pelo menos 3 m, exceto se ambas as
substâncias forem sólidas, então a distância pode ser reduzida a 1 m.

 onde as substâncias guardadas podem reagir perigosamente:


- elas devem ser separadas por pelo menos 5 m;
- elas não devem ser mantidas no mesmo local, ou em locais que dividam o mesmo sistema de
drenagem.

Geralmente a separação dos ácidos de outras substâncias deve ser feita de modo que assegure
que os produtos incompatíveis não sejam armazenados juntos.

Precauções de Manuseio
As precauções a seguir devem ser observadas quando se está manuseando embalagens de cargas
perigosas:
 embalagens só devem ser manuseadas de maneira a reduzir a possibilidade de derramamentos
e vazamentos;
 o equipamento de proteção individual apropriado, conforme especificado na folha de dados de
segurança de material (MSDS), deve estar disponível para uso;
 onde embalagens forem paletizadas, elas devem ser protegidas da possibilidade de furos ou
rasgos causados por pregos;

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 todos os movimentos das cargas perigosas embaladas estão sujeitos aos controles de risco de
manuseio manual para as embalagens envolvidas.

As embalagens primárias ou internas não podem ser abertas dentro de qualquer almoxarifado a não
ser com o objetivo de amostragem, coloração, teste ou inspeção. Qualquer pacote que tenha sido
aberto não deve ser devolvido para a área de armazenagem, pois o conteúdo provavelmente será
prejudicial ou reagirá perigosamente.

1.11.4. Perigos de Incêndio Envolvendo Produtos Químicos

Combater um incêndio numa unidade offshore envolvendo produtos químicos requer, por parte do
coordenador/líder da brigada, atenção, técnica, habilidade, conhecimento do produto que está em
chama e recursos seguros para apagar ou controlar o fogo.

Os brigadistas correm o risco de serem contaminados durante o combate envolvendo produtos


químicos. Estes contaminantes podem causar irritação e problemas respiratórios, podem ser
minimizados com utilização de equipamentos apropriados.

Procedimento inicial na emergência

 estabelecer comunicação com a sala de controle

 determinar a área restrita para estocagem

 considerar medidas para descontaminação

 manter ficha de segurança na unidade

 considerar potencial de ocorrência de incêndio/explosão

 evitar estoque na unidade

 fazer inspeções periódicas

1.11.5. Recipientes sob Pressão

A maioria dos produtos químicos ou inflamáveis existentes nas


unidades offshore e navios, normalmente é transportada ou
armazenada em tambores ou tanques.
A mistura da água com produtos químicos podem resultar (por
reação química) na liberação de fumaça tóxica e colocar em risco a
vida do brigadista, que deve obrigatoriamente utilizar o EPI apropriado para este tipo de combate.
Em caso de acidente envolvendo vazamento ou fogo nas proximidades do local do armazenamento,
tornam-se perigosos devido ao risco de incêndio e/ou explosão. Neste caso são necessárias
medidas urgentes para sanar a anormalidade, tais como:

 isolamento do tanque ( fechar válvulas de alimentação)

 refrigeração (cooling)

26
 conter vazamento

 uso do EPR

1.12. Coordenação e Controle na Remoção de Feridos


Durante o combate ao incêndio, ao chegar ao local do sinistro, caso exista acidentado, deve ser
dado prioridade a remoção do mesmo, sendo encaminhado ao setor médico da unidade.

No caso de ambiente com fumaça ou presença de substâncias tóxicas, o resgate da vitima deve ser
realizado por duas pessoas usando equipamento de proteção respiratória. A busca metódica e as
técnicas de resgate são necessárias tanto para localizar como para resgatar pessoas feridas em
caso de incêndio, explosão, desmoronamento, falta de oxigênio, presença de substancias tóxicas..

O procedimento a seguir, são técnicas de busca de vítimas adotadas pelos bombeiros com curso de
resgate em ambientes com fumaça tóxica:
 utilizar cabo guia
 adentrar ao local no mínimo duas pessoas equipadas com EPR, lanterna, multgas e rádio
 utilizar código, caso os meios de comunicação não sejam satisfatórios
 calcular autonomia do EPR
 seguir seqüência de busca sentido horário, mantendo o ombro junto a parede.

A seguir algumas técnicas utilizadas para a remoção de acidentados:

Procedimento de entrada pela Porta


Siga as recomendações para Combate Interno
 procure pelos sinais de advertência antes de abrir qualquer porta onde você suspeita que haja
um incêndio;
 toque na porta para sentir se ela está quente;

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 todos os membros da equipe devem estar abaixados;
 coloque o peso contra a porta e abra devagar;
 permita que o calor e a fumaça saiam antes de abrir completamente.

Técnicas de Busca de vítimas em compartimentos com fumaça ou gases tóxicos


 perceba qualquer objeto perto da entrada para indicar o caminho para fora;
 faça uma busca do lado esquerdo ou direito de acordo com instruções do líder da equipe.

Saída
 na saída, assegure que as informações vitais sejam passadas para o líder da equipe: áreas
buscadas, localização do fogo e outros perigos, localização dos corpos/feridos encontrados, etc.
 depois de entrar em uma sala ou local de trabalho, a primeira ação deve ser a de sentir a porta já
que as pessoas que foram atingidas pela fumaça às vezes conseguem chegar à porta, mas não
têm força suficiente para abri-la.
 espalhem-se, mantenham contato e façam um circuito completo, procurando embaixo de bancos,
etc., abrindo e tateando dentro de armários, salas e outros itens.
 devido às condições que podem tornar difícil encontrar o caminho correto, memorize por onde
passar usando o tato com as costas da sua mão.
 seja metódico e isso assegurará que você cobriu todas as áreas.

Leitura do Medidor
 verifique regularmente o seu medidor para garantir que tem ar o suficiente para realizar as suas
tarefas;
 deixe ar o suficiente para retornar a saída antes do apito.

Movimentando-se na fumaça
Quando estiver trabalhando em local onde a visibilidade é escassa, é necessário ter mais cuidado.
Atenção a alguns procedimentos simples:
 primeiro lembre-se de arrastar os pés e não caminhar. O peso do corpo deverá ser colocado no
pé de trás até que o pé que está avançando tenha pisado e verificado que é seguro mover-se
adiante, o pé deve deslizar de lado, pois isso ajudará a detectar as obstruções e perigos de
tropeções,
 quando se movimentar para frente, a mão livre deve ser levantada à sua
frente com o dorso para cima para sentir as obstruções. Se você tocar em
um fio elétrico ligado, o choque a afastará.
Em ambiente com fumaça, caso não esteja com EPR, é melhor mover-se
agachado, pois perto do chão é mais frio e existe maior oferta de oxigênio.
 esta posição é possível detectar o fogo ou algum ferido que não tenha sido visto quando se está
de pé.

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Descendo escadas
 ao descer escadas, procure descer de costas.
 quando estiver descendo uma escada vertical, o procedimento de
segurança é segurar nos degraus da escada e não nas cordas. À
medida que você desce, teste cada degrau antes de prosseguir. A
escada deve estar sem obstruções. Por motivos de segurança, só
deve haver uma pessoa de cada vez na escada.

Precauções para evitar ficar perdido na fumaça


A possibilidade de se perder em uma área com fumaça deve sempre considerada e uma rota deve
ser feita com quaisquer características que irão ajudar a traçar novamente o caminho para onde se
pode estar seguro. Um caminho para local seguro pode sempre ser encontrado seguindo-se a linha
de mangueira que foi levada para dentro da área mantendo-a entre os pés, checando os
acoplamentos da mangueira para ver a direção e considerar que a mangueira pode passar pela
borda de uma escotilha aberta. As diretrizes irão fornecer a você um guia mais confiável.
 se uma pessoa estiver perdida em uma sala, ela deve ir para uma parede e continuar andando
em círculos na mesma direção até encontrar uma porta ou abertura. Os sons externos
geralmente podem fornecer uma indicação do local da saída.

Comunicações

Devido ao uso de equipamentos respiratórios, as equipes podem achar difícil se comunicarem


claramente. Como a comunicação é uma parte vital da busca e salvamento, o pessoal deverá estar
ciente das limitações com relação aos diferentes métodos.
 a comunicação verbal entre os membros da equipe pode ser obtida pelos diafragmas
encontrados dentro da máscara
 o contato entre o líder da equipe e o controle da emergência, deve ser feito ou por rádios de mão
ou sistemas especificamente construídos.
Toda a comunicação deve ser usada eficientemente para tentar obter o máximo de transferência de
informação no mais curto espaço de tempo. Por este motivo, somente mensagens importantes
devem ser passadas. O objetivo pode ser alcançado falando devagar, claramente e num tom que
não cause distorção.

Resgate de Feridos
Quando os feridos forem localizados pelas equipes de resgate, é essencial que eles sejam
removidos o mais rápido possível e da maneira segura sem causar mais ferimentos. A retirada dos
feridos pode exigir que as equipes se desloquem por alguma distância que inclua corredores
estreitos, escadas, escotilhas e escadas verticais. Isso deve ser considerado quando os tamanhos
das equipes e métodos de retirada forem planejados.

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Procedimentos de Aprisionamento
Se numa circunstância inesperada o usuário ficar aprisionado sem poder sair da área de perigo,
então o seguinte procedimento deverá ser adotado:
 se estiver instalado, acione o dispositivo de alarme;
 use os equipamentos de comunicação (se houver) para dar a sua localização correta e o
conteúdo de ar;
 cheque os conteúdos;
 preserve o ar respirando levemente e limite seus movimentos;
 qualquer equipe nas proximidades deverá responder a emergência.
 verificar autonomia do Equipamento de Proteção Respiratória.
 usar lanterna portátil preferencialmente com suporte no capacete ficando com as mãos livres.
 utilizar multigás.
 seguir seqüência de busca sentido horário, mantendo o ombro junto a parede.
 manter atenção à audição.
 levar fitas tubulares para o auxílio ao resgate, caso um dos brigadistas seja acidentado estando
com EPR e não consiga se movimentar, prenda o EPR e arraste o brigadista de lado,
prendendo a fita no seu ombro e arraste agachado.

1.13. Procedimentos Coordenados com Equipes de Controle de


Avaria.

1.13.1. Centro de Comando de Emergência

O passadiço do navio, se for praticável, deve ser utilizado como base do Centro de Controle. Na
plataforma, normalmente a sala de controle é o centro das operações em caso de emergência.
Deve ser guarnecido sob a direção do comandante ou do oficial mais antigo no controle da ação de
emergência, apoiado por um outro Oficial e um mensageiro designado pelo comando.
Na plataforma o Geplat/OIM é quem assume a coordenação em uma emergência.
Durante a emergência os residentes serão informados através de alarmes sonoros e avisos
internos sobre a emergência. As pessoas que não têm função definida na faina de controle da
emergência permanecem no ponto de reunião aguardando instruções do gerente da unidade. Em
função da gravidade da emergência, os tripulantes poderão ser convocados para ajudar as equipes
no controle. Pode ser, também que em face da situação o Geplat/OIM ou Comandante da
embarcação pode optar pela evacuação ou abandono dos tripulantes, após contato e
determinações junto ao gestor central do plano de contingência em terra..
A comunicação será mantida
permanentemente com os outros
elementos da estrutura organizacional
e, caso o navio esteja atracado,
também com o Centro de Controle de
Emergência do Terminal.

30
Em Unidades Offshore, o centro de controle é exercido através do Gerente da Unidade
(Geplat/OIM/Master) em conjunto com supervisores responsáveis pelos grupos de ação, predefinido
no plano de contingência da Unidade Offshore.
As operações combinadas que envolvem ações coordenadas entre unidades marítimas (FPSO com
navio aliviador, flotel adjacente, rebocadores) ou fainas operacionais que não pertencem ao regime
normal de operação da unidade marítima (construção e reparo a bordo, operações de mergulho
etc). Estas operações devem ser planejadas de forma que suas ações não interfiram nas atividades
da unidade.

Se ocorrer uma emergência, a unidade atingida


comunica imediatamente aquela que lhe tiver ligada
em operação, desencadeando entre ambas,
procedimentos para diminuir ou eliminar seus efeitos.
Os contatos podem ser efetuados por telefones de
Sampling

emergência-ramais ou mesmo via rádio.

1.13.2. Equipe de Controle de Avaria

Em uma emergência, onde a atuação da equipe de controle de avarias se faz necessária para evitar
água aberta, alagamento etc, o Coordenador da Emergência (Comandante ou OIM) imediatamente
entra em contato com a equipe de controle de avarias, que deve reunir-se em local previamente
combinado. De posse das informações sobre a avaria, a equipe decide qual a ação tomar,
tamponamento, bujonamento etc.
Procedimentos coordenados envolvem:
 Coordenação Local da Emergência
 Equipe de Parada de Emergência
 Equipe de Controle de Lastro
 Brigada de Incêndio
 Equipe de CAV
 Equipe de Resgate

Após o alarme e identificação da localização e natureza da avaria:

Rasgo no casco com alagamento:

 Equipe de avaria procura conter o vazamento (bujonamento, tamponamento).


 Controle de Lastro – mantém estabilidade da unidade.
 Parada de emergência – segue procedimentos estabelecidos.
 Brigada e Equipe de resgate: prontas para intervenção.

31
2. ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO DE EQUIPES DE COMBATE
2.1. Preparação do Plano de Contingência contra Incêndios
Toda empresa com potencial de gerar uma ocorrência anormal, cujas conseqüências possam
provocar sérios danos às pessoas, ao meio ambiente aos bens patrimoniais, inclusive de terceiros,
devem ter, como atitude preventiva, um Plano de Contingência (ou Emergência).

Este é um documento onde estão definidas as responsabilidades, estabelecidas uma organização


para atender uma emergência e contém informações detalhadas sobre as características da área
envolvida. é um documento desenvolvido com o intuito de treinar, organizar, orientar, facilitar,
agilizar e uniformizar as ações necessárias às respostas de controle e combate às ocorrências
anormais.

Confecção de um Plano de Contingência

O plano de contingência deve ser desenvolvido envolvendo todas as áreas sujeitas a catástrofes.
Seus itens deverão estar documentados e a atualização desta documentação deve ser feita sempre
que necessário. Testes periódicos no plano também são necessário s para verificar se o processo
continua válido. O detalhamento das medidas deve ser apenas o necessário para sua rápida
execução, sem excesso de informações que podem ser prejudiciais numa situação crítica.

Normalmente as grandes empresas utilizam as regras abaixo descritas para a construção de um


plano de contingência eficaz:

 Identificar todos os processos de negócio da organização;


 Avaliar os impactos no negócio, ou seja, para cada processo identificado, avaliar o impacto que
a sua falha representa para a organização, levando em consideração também as
interdependências entre processos. Como resultado deste trabalho será possível identificar todos
os processos críticos para a sobrevivência da organização;
 Identificar riscos e definir cenários possíveis de falha para cada um dos processos críticos,
levando em conta a probabilidade de ocorrência de cada falha, provável duração dos efeitos,
conseqüências resultantes, custos inerente e os limites máximos aceitáveis de permanência da
falha sem a ativação da respectiva medida de contingência;
 Definir ações necessárias para operacionalização das medidas cuja implantação dependa
da aquisição de recursos físicos e/ou humanos (por exemplo, aquisição de gerador e combustível
para um sistema de contingência de energia elétrica);
 Estimar custos de cada medida, comparando-os aos custos incorridos na caso da contingência
não existir;
 Definir forma de monitoramento após a falha;
 Definir critérios de ativação do plano, como tempo máximo aceitável de permanência da falha;

 Identificar o responsável pela ativação do plano, normalmente situado em um alto nível


hierárquico da companhia;

32
 Identificar o responsável por colocar em prática as medidas de contingência definidas,
tendo cada elemento responsabilidades formalmente definidas e nominalmente atribuídas. Deve
também existir um substituto nominalmente definido para cada elemento. Todos devem estar
familiarizados com o plano visando evitar hesitações ou perdas de tempo que possam causar
maiores problemas em situação de crise. A equipe responsável deverá ter a possibilidade de
decidir perante situações imprevistas ou inesperadas, devendo estar previamente definido o limite
desta possibilidade de decisão;

 Definir a forma de reposição do negócio aos moldes habituais, ou seja, quando e como sair
do estado de contingência e retornar ao seu estado normal de operação assim como quem são os
responsáveis por estas ações e como este processo será monitorado.

2.1.1. Estrutura de Resposta à Emergência

33
Coordenação Local

34
Hierarquia Funcional

35
2.2. Composição e Alocação do Pessoal para Brigada de Combate a
Incêndio
A brigada de combate a incêndio é um grupo de pessoas treinadas e capacitadas para atuar no
combate a qualquer tipo de ocorrência anormal, seja vazamento de combustível, incêndio; resgate
de acidentados em locais de difícil acesso e prestação de primeiros socorros básicos dentro da sua
unidade operacional.

No Brasil, várias são as diretrizes que orientam o programa de Brigada de Incêndio:


 Plano de Emergência contra incêndios

 As NBRs 15219/05 (Plano de Emergência Contra Incêndio) e 14276/07 (Brigada de Incêndio) ,


cujo objetivo é estabelecer condições mínimas para a elaboração de um programa de brigada
de incêndio visando proteger a vida e o patrimônio, bem como reduzir as conseqüências sociais
do sinistro e dos danos ao meio ambiente, com respaldo técnico da Norma Regulamentadora
23 - Proteção Contra Incêndio e Norma Regulamentadora 30 - Segurança e Saúde no Trabalho
Aquaviário,

 02 grupos de três a seis pessoas devidamente treinadas, sendo uma a líder de equipe cujo
perfil é ter bom relacionamento com o grupo e ser conhecedor das particularidades do loca de
trabalho.

 Um Coordenador da equipe de combate a incêndio, função exercida pelo Técnico de Segurança


ou Oficial de Segurança, e de duas a quatro pessoas com funções diversas da unidade.

Equipes treinadas para combater os diversos tipos de emergências na unidade marítimas.

 A NORMAM 1 capítulo 11, que versa o seguinte: “As embarcações deverão estar providas de
pessoal adequadamente capacitado para agir prontamente nas situações de emergência. Deverá
haver uma perfeita familiarização entre o homem e todos os meios, equipamentos, dispositivos e
instalações que possam ser empregados nas situações de emergência.”

36
 NORMAM 24 objetiva proporcionar ao aluno conhecimentos sobre organização, comando e
táticas avançadas de prevenção e combate a incêndio a bordo.

 A NR-30 – Segurança e Saúde do Trabalhador Aquaviário preconiza que:


Cabe ao Grupo de Segurança e Saúde do Trabalho a Bordo (GSSTB):
a) zelar pelo cumprimento a bordo das normas vigentes de segurança, saúde no trabalho e
preservação do meio ambiente;
c) sugerir procedimentos que contemplem medidas de segurança do trabalho, especialmente
quando se tratar de atividades que envolvam risco;
d) verificar o correto funcionamento dos sistemas e equipamentos de segurança e de
salvatagem;
g) participar do planejamento para a execução dos exercícios regulamentares de segurança,
tais como abandono, combate a incêndio, resgate em ambientes confinados, prevenção a
poluição e emergências em geral, avaliando os resultados e propondo medidas corretivas;
30.13.1 Na limpeza de tanques de carga, óleo, lastro ou de espaços confinados é obrigatório:
a) vistoria prévia do local por tripulante habilitado, com atenção especial ao monitoramento dos
percentuais de oxigênio, contaminantes e de explosividade da mistura no ambiente, em
conformidade com as normas vigentes;
b) uso de ventilador, exaustor ou de ambos para a eliminação de gases e vapores, antes de
permitir a entrada de pessoas, a fim de manter uma atmosfera segura durante a realização
dos trabalhos;
c) trabalho realizado em dupla, portando o executante um cabo guia que possibilite o seu
resgate, pelo observador;
d) uso de aparelhos de iluminação e acessórios cujas especificações sejam adequadas à
área classificada;
e) proibição de fumar ou portar objetos que produzam chamas, centelhas ou faíscas;
f) uso de equipamentos de ar mandado ou autônomo de pressão positiva, em ambientes com
deficiência de oxigênio ou impregnados por gases e vapores tóxicos;
g) depositar em recipientes apropriados, estopas e trapos usados, com óleo, graxa, solventes
ou similares para terem destinação adequada.”

37
 A NR-30 – Anexo II – Plataformas e Instalações de Apoio, preconiza que:

15. DA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS


15.1.2 A proteção contra incêndios nas plataformas deve ser desenvolvida por meio de uma
abordagem estruturada,
considerando os riscos existentes para os trabalhadores e com objetivo de:
I. reduzir a possibilidade de ocorrência de incêndio;
II. limitar a possibilidade de propagação de incêndio;
III. proteger a atuação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de resposta a
emergências ;
IV. proteger as operações de abandono da plataforma; e
V. controlar e, quando for seguro, extinguir focos de incêndio
15.5 Exercícios de Combate a Incêndio
15.5.1 Devem ser realizados exercícios de combate a incêndio na periodicidade determinada
pela Autoridade Marítima, a fim de verificar:
I. se os trabalhadores reconheçam o sinal de alarme;
II. se a evacuação do local se faz em boa ordem, evitando qualquer pânico;
III. se foram compreendidas as atribuições e responsabilidades conferidas aos trabalhadores
no plano de controle de emergências; e
IV. se o alarme é audível em todas as áreas da plataforma.
15.5.3 Os exercícios de combate a incêndio devem ser, tanto quanto possível, realizados sem
aviso prévio e conduzidos como se fosse um incêndio real.
15.6 Brigadas de Incêndio
15.6.1 Os trabalhadores que fazem parte das brigadas de incêndio devem ser treinados em
instalação de treinamento conforme critérios fixados pela Autoridade Marítima.

38
Tabela Mestra

39
2.3. Treinamento da tripulação em combate a incêndio.
Toda resposta eficaz a uma emergência depende de equipes treinadas, equipadas e habilitadas. O
treinamento contínuo praticado nas hipóteses acidentais previstas no Plano de Contingência de
cada unidade proporciona um melhor desempenho das equipes de combate a incêndio.
Os navios especiais são projetados para atender uma grande variedade de carga, variando de tipos
e tamanhos de navios, cabendo a sua tripulação estarem familiarizados com seus equipamentos de
combate a incêndio, de tal forma que possa atuar prontamente durante um incêndio. Os
equipamentos de combate a incêndio devem ser mantidos em boas condições de funcionamento e
disponíveis durante todo o tempo para uso imediato.
Regulamente as equipes devem ser treinadas nos procedimentos de emergências estabelecidos
pela unidade. Bem como todos os tripulantes mesmo os não envolvidos nas emergências, que não
fazem parte das equipes dever participar dos treinamentos, onde os principais assuntos são
abordados, como:
 tipos de alarmes
 localização dos pontos de reunião
 rotas de fugas
 procedimentos em evacuação e abandono.
 combate a diversos tipos de incêndios.
 resgate de homem ao mar.

As equipes de emergências (brigadas, resgate, CAV) simulam as situações mais realísticas possível
de serem executadas a bordo da unidade.

2.3.1. Plano de controle do Incêndio.

Centro de Comando de Emergência


O passadiço do navio deve ser utilizado como base do centro se for praticável. Deve ser guarnecido
sob a direção do comandante ou do oficial mais antigo no controle da ação de emergência, apoiado
por um outro Oficial e um mensageiro designado pelo comando.

A comunicação será mantida permanentemente com os outros elementos da estrutura


organizacional e, caso o navio esteja atracado, também com o Centro de Controle de Emergência
do Terminal.

Em unidades offshore o centro de controle é exercido pelo gerente da unidade em conjunto com
supervisores responsáveis pelos grupos de ação, normalmente na Sala de Controle, ou predefinido
no plano de contingência da unidade.

Elementos da Estrutura Organizacional da Brigada de Incêndio

Coordenada pelo Oficial de Segurança ou Técnico de segurança, é formada por profissionais de


áreas diversas e atuam preferencialmente no seu local de trabalho ou em outras partes da unidade
quando convocados.

40
Composto pelo pessoal selecionado para entrar em ação,
informará ao Centro de Comando de Emergência a extensão
do incidente, recomendando as medidas que devem ser
Grupo de Emergência tomadas e a assistência que será necessária. O grupo estará
sob o controle de um Coordenador e será composto do Líder
e Brigadista treinados em número suficiente para ocupar-se
do resgate inicial ou da ação de combate a um incêndio.
Este grupo deve estar de prontidão para dar apoio ao Grupo
de Emergência. Deve ser dirigido por um Coordenador e
Grupo Auxiliar de Emergência Brigadistas e incluirá outros Brigadistas selecionados,
conforme procedimentos da unidade. O grupo entra em ação
quando solicitado pelo Centro de Comando de Emergência.
Embora o pessoal deste grupo possa fazer parte do grupo de
emergência de forma satisfatória, esta equipe tem a
responsabilidade principal de atuar na praça de máquinas
Grupo de Máquinas durante qualquer tipo de emergência. Deve estar sob o
comando do chefe de Máquinas e atuará como apoio
técnico, de acordo com instruções recebidas do Centro de
Comando de Emergência.

A estrutura de organização deve dispor de uma tabela de fainas e instruções de emergência


especificando detalhes como:
 ponto de reunião;
 ações básicas para cada grupo;
 localização dos equipamentos existentes na unidade.

Todas as pessoas embarcadas devem conhecer seus postos na organização de emergência e estar
familiarizados com suas atribuições, para que possam atuar satisfatoriamente no caso de ser
iniciado um procedimento de emergência.

O objetivo de um plano deve ser a utilização máxima dos recursos a bordo e na hipótese do navio
encontrar-se atracado, a utilização dos recursos do terminal e de outros serviços disponíveis em
terra.

41
Treinamento da Tripulação em Combate

reunir-se no Ponto de Reunião quando soar o alarme;


usar equipamentos apropriados;
aguardar instruções do coordenador;
Atribuições da equipe realizar os deveres no combate a incêndio, em conformidade
de combate com os requisitos do coordenador;
garantir a própria segurança e a dos outros.

Fases do Incêndio
Durante incêndios ocorridos em Unidades marítimas, é possível observar algumas fases que se não
iniciado o combate, podem tornar-se verdadeiras catástrofes. Normalmente, durante um sinistro
envolvendo incêndio, as principais fases observadas são:

Quando o fogo começa, normalmente por falta de prevenção e adoção de


Fase Inicial medidas de controle, falhas de manutenção, sobrecargas de
equipamentos e falhas na análise de risco

Fogo está se desenvolvimento em determinado equipamento, local ou


sistema restrito. Nesta fase indica que houve falha no combate inicial que
poderia ser local ou à distância. Dependendo do tipo e da quantidade de
2ª fase
combustíveis disponíveis, o incêndio poderá desenvolver-se muito rápido,
dificultando o controle, desencadeando a necessidade de envolver muitos
recursos e equipamentos especiais para o combate.

Fase total do incêndio. Neste momento, a prevenção falhou totalmente,


tanto pelas pessoas presentes no local, como pelos equipamentos de
detecção, alarme e combate. Dependendo dos tipos de combustíveis
presentes no local ou proximidades, começa a reação simultânea,
liberando vapores e inflamando-se em seguida, alterando em alguns casos
3ª fase
a classificação inicial do fogo, transformando-se em um grande incêndio,
com grande poder de destruição, tanto do património, como de vidas
humanas. Daí a importância de pessoas capacitadas e treinadas, e da
existência de bons equipamentos de detecção e combate eficientes que
possam neutralizar estes tipos de incêndio.

Fase de Combate. Após ser detectado o fogo, através de observação local


ou sistema fixo de alarmes, entra em ação o conhecimento e habilidade do
4ª fase
observador ou equipe (grupo de ação), pronta para agir e controlar o
sinistro. É importante que, ao iniciar o combate, seja acionado o sistema

42
de alarme e que seja informada a ocorrência aos órgãos competentes,
como Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, para que outras medidas de
controle paralelo ao combate sejam seguidas, evitando sua propagação e
prestando assistência aos envolvidos

a
Fase de diminuição da intensidade do fogo independente da ação da 4
fase. A extinção do fogo ocorre após o consumo de material combustível,
5ª fase
deficiência de 02 no local ou através de ação de bloqueio do próprio
equipamento.

2.3.2. Organização Tática e Comando

Na unidade offshore a ação é comandada pelo Gerente da Unidade (GEPLAT), enquanto que em
navios o responsável é o Comandante ou OIM. Suas atribuições são:
 centralizar as informações, decidir e orientar as ações a serem tomadas para o controle da
emergência;
 comunicar as ações do controle de emergência para a estrutura organizacional de resposta em
terra.
 certificar-se das providências adotadas para a parada operacional de emergência de forma
segura;
 decidir sobre a evacuação ou abandono da unidade marítima;
 solicitar os recursos necessários ao coordenador geral do Plano de Contingência, que é o
responsável maior pela coordenação da emergência.
 coordenar a elaboração dos relatórios que buscam investigar as causas básicas que deram
origem à emergência, para que se tome medidas corretivas e preventivas.
 aplicar o Plano de Contingência da unidade para controle do incêndio;
 solicitar apoio externo, conforme Plano de Contingência Central, sempre que as proporções de
emergência indicar em a necessidade de sua adoção ou abandono da unidade.

2.3.3. Operações de Emergências


Uma emergência pode ocorrer a qualquer tempo. É impossível prever a natureza de cada
emergência, porém uma ação eficaz só será possível se for desenvolvido, para cada unidade
marítima, um planejamento antecipado dos procedimentos práticos que devam ser usados nas
operações de emergência. Para que essas operações tenham sucesso, torna-se indispensável que
o pessoal de bordo esteja adequadamente treinado, visando à proteção da vida e propriedades.

Os responsáveis pelas operações de controle de emergência devem ter como preocupação


constante não só a unidade marítima, mas principalmente com a segurança do pessoal, tanto dos
envolvidos nas fainas como dos residentes.

Trabalho em Equipe

Uma equipe eficaz é uma combinação bem sucedida dos esforços de um grupo de indivíduos para

43
alcançar um objetivo comum.

O objetivo de qualquer equipe de trabalho de combate a incêndio é o de alcançar o seguinte:


 salvar vidas;
 evitar qualquer ferimento e recuperar os feridos;
 combater incêndio;
 prevenir ou minimizar a perda ou dano à área;
 preservar o Meio Ambiente.
As equipes são feitas de pessoas com habilidades variadas. Há um número de fatores a serem
considerados quando se tenta construir uma equipe eficaz. Estes fatores podem ser divididos em
duas áreas:

Necessidades Individuais Necessidades da Equipe

 estrutura
 habilidade
 treinamento
 confiança
 liderança
 flexibilidade
 motivação
 disciplina
 comunicação

São numerosos os fatores presentes em uma equipe eficaz. Alguns se sobressaem e podem ser
considerados os principais envolvidos para um trabalho eficaz:

Habilidades usar com eficiência o equipamento, técnicas etc.

Controle autocontrole demonstrado por todos os membros.

entendimento eficaz e uso de vários métodos de comunicação.


Comunicação Conscientização da importância da boa comunicação entre todos
os membros da equipe.

Motivação a necessidade do espírito de equipe, encorajamento, etc.

aplicação das práticas e técnicas seguras e conhecimento dos


Segurança
perigos envolvidos.

Liderança a habilidade de controlar uma equipe de maneira segura e eficiente

melhorar a eficiência e habilidades no uso do equipamento e criar


Treinamento
confiança dentro da equipe.

Disciplina própria e da equipe para realizar a tarefa de maneira segura.

44
Flexibilidade habilidade de mudar com o plano.

Confiança em si mesmos, outros membros da equipe e equipamentos.

Disponibilidade de Pessoas e Equipamentos


Todo unidade marítima dispõe de recursos próprios (material e humano) para atender as
necessidades em caso de emergência. Estes recursos encontram-se descritos e alocados no Plano
de Emergência da unidade.

No momento da emergência, o oficial responsável passa informações sobre a localização e ação


que está sendo adotada para a contenção do sinistro.

2.4. Controle de Incêndio em várias partes da Unidade


Considerando-se que a eclosão de um incêndio a bordo não pode ser definitivamente impedida,
especialmente quando em reparo, é necessário que sejam adotadas providências de prevenção e
controle. Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de construção naval,
enquanto outras se fazem intimamente ligadas à doutrina do controle de avaria – CAV, cabendo ao
pessoal de bordo zelar pelo seu cumprimento por meio de patrulhas, detecção e correção de
irregularidades observadas que possam a apresentar risco de incêndio a bordo.

Podemos afirmar com segurança, que o mais eficiente método de combater incêndios, é evitar que
eles tenham início, visto que a maioria das ocorrências de fogo a bordo é derivada de falhas
humanas pela não observância dos cuidados na utilização do material, pela manutenção deficiente
dos equipamentos e pelo desconhecimento das precauções de segurança.

Fogo e explosão podem ser os grandes riscos potenciais em navios, estrutura ou plataforma, que
podem destruir alojamentos, armazéns, equipamentos e em casos extremos causar a perda da
instalação e de vidas. O combate a incêndio na área offshore é difícil e pode ser um desafio de alto
risco para as brigadas de incêndio, considerando que seus componentes não são bombeiros em
tempo integral. Com bons sistemas de prevenção de incêndios, treinamento e exercícios, esses
riscos e dificuldades podem ser enormemente reduzidos e quase eliminados. Se você quiser se
manter intacto em seu trabalho, então gerencie os riscos de incêndio pela adoção do sistema
correto de prevenção de fogo nas áreas, colocando em prática o plano/controle do fogo através de
treinamentos e exercícios regulares. A teoria da combustão e a propagação do fogo devem ser
entendidas. A prevenção de incêndio em uma instalação deriva de um entendimento destes
conceitos, bem como da questão de cuidado, bom senso e boa manutenção das instalações.

A eclosão de um incêndio a bordo não pode ser definitivamente impedida, cumpre adotar

45
providencias não só de prevenção de incêndios, mas também aquelas que venham atenuá-lo
quando inevitável. Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de construção
naval. Enquanto outras estão ligadas à doutrina do controle de avarias, cabendo ao pessoal de
bordo zelar pelo seu cumprimento. É responsabilidade de todos e em especial da equipe de
controle de avarias a correção de irregularidades observadas que venham a apresentar risco de
incêndio a bordo. Uma adequada prevenção de incêndio deve incluir a limitação da presença de
materiais combustíveis a bordo, bem como o controle daqueles que podem ser introduzidos para
atendimento de determinadas conveniências ou serviços de bordo.

A tripulação do navio deve ter conhecimento dos riscos existentes decorrentes da existência de
materiais a bordo, sua localização e as medidas especiais a serem tomadas caso ocorra alguma
avaria. Confeccionado para tal, uma lista de produtos inflamáveis que possam trazer riscos à
unidade. Todo material introduzido a bordo deve ser relacionado e a sua localização informada ao
encarregado de controle de avarias. A preparação do navio deve prever a utilização dessa lista de
inflamáveis, para que sejam removidos de bordo, ou reduzidos, caso necessário.

Essa limitação será planejada de acordo com a duração da missão. E deve ser estimada com rigor.

Hipóteses Acidentais
São hipóteses de ocorrências em potencial inerentes às atividades, produtos, serviços,
equipamentos ou instalações industriais. Quando ocorrem, caracterizam uma emergência. Devem
estar descritas no Plano de Emergência da unidade marítima na forma de matriz, causa e efeito, os
eventos acidentais possíveis de ocorrerem e suas respectivas conseqüências. Essas informações
estão baseadas em estudos de análise de risco.

Exemplos de Hipóteses nas Unidades


Explosão em tanque de combustível
Causa Imediata: descarga elétrica atmosférica durante transferência de produto entre dois tanques
aumentando a fase vapor nas imediações de suspiro do tanque. Outras causas como solda, corte,
calor nas anteparas, etc.

Causa Básica: falha do sistema de aterramento contra descarga atmosférica, falha do programa de
inspeção do sistema de aterramento e/ou projeto do mesmo, falha na prevenção e avaliação
incorreta do perigo/risco.

Efeitos: Ações de emergência e controle:


projeção do teto do tanque por ação da solda verificar a capacidade instalada para
fragilizada, podendo provocar danos nas resfriamento dos tanques e suas condições
tubulações de transferência; de operação;
formação de chama longa (10 a 20 m ) e de planejar e treinar a execução das manobras
alta temperatura; de resfriamento dos tanques;
aumento de temperatura na superfície dos planejar e treinar as manobras de
tanques adjacentes com risco de propagação transferências de produtos entre os tanques;

46
do acidente; manter contato com gestor do controle de
formação de pluma de fumaça negra de longo emergência central sobre recursos externos
alcance, com precipitação de partículas que podem estar disponíveis à unidade para
pesadas e leves nas áreas próximas. apoio ao controle da emergência;
verificar quantidade de líquido gerador de
espuma necessário para extinção;
avaliar comportamento da liderança e
controle da equipe durante a manobra de
combate.

Vazamento de GLP líquido na plataforma de transferência

Causa imediata: desgaste no sistema de engate rápido de falha no procedimento de conexão.


Causa básica: falha da inspeção local em relação às condições dos equipamentos do caminhão
antes das operações de transferência do produto.

Efeitos: Ações de emergência e controle:


acionar sistema de dilúvio da área, canhões
monitores;
concentração de GLP líquido; sinalizar e controlar acesso ao local;
contaminação da área por nuvem de GLP em Demarcar área afetada pela nuvem asfixiante;
concentração asfixiante e explosiva numa utilizar equipamentos de proteção
área de aproximadamente 50 m; respiratória;
verificar indicador da posição do vento para
risco de explosão da nuvem não confinada; orientação de aproximação da equipe de
controle da emergência;
contaminação da área em concentração verificar rotas de fuga segura para o caso de
perceptível pelo olfato, sem perigo de necessidade de abandono;
asfixia,com potencial de geração de pânico Informar ao gestor central do Plano de
numa distância de aproximadamente 200 m. segurança a situação de emergência e
recursos necessários;
evacuar pessoas não envolvidas na
emergência, evitando pânico.

Rompimento de flange ou tubulações com gás natural ou outros produtos inflamáveis


Causa imediata: rompimento de flange por fadiga do material
Causa básica: falha no sistema de inspeção do gasoduto

47
Efeitos: Ações de emergência e controle :
paralisar a produção
acionar sistema de dilúvio da área
paralisar todos os serviços a quente e desligar
máquinas de solda, lixadeira, esmeril, etc
risco de incêndio e explosão Isolar área
usar equipamento de proteção respiratória
verificar indicador de vento para orientação de
aproximação da equipe de controle de
emergência

Cabe ao gestor do Plano de Contingência local certificar-se de que todas as hipóteses acidentais
possíveis de ocorrência em sua unidade operacional constem do Plano e garantir que todos os
tripulantes sejam treinados.

2.5. Organização para Evacuação e Abandono da Unidade


Para o deslocamento na unidade em uma emergência deve-se seguir pelas rotas de fuga. São
faixas pintadas no piso nas áreas abertas da plataforma, com setas brancas que indicam o caminho
mais rápido e seguro para se chegar aos Postos de Abandono.

Tais indicações podem ser complementadas por setas e placas indicativas, algumas com figuras
ilustradas e auto-refletivas, distribuídas pela área e podem variar de forma de acordo com cada
unidade.

Essas rotas devem estar sempre desobstruídas e limpas a fim de evitar acidentes no momento de
sua utilização.
RGB

48
Ponto de reunião

Ao soar o alarme, todos os tripulantes e residentes que não fazem parte de nenhuma equipe de
emergência e que não estão envolvidos na emergência, devem dirigir-se ao ponto de reunião e sob
a coordenação do responsável . Devem vestir o colete e aguardar informações que virão através do
micro prioritário, UHF portátil, informando a natureza e a localização da emergência.

Evacuação

O Coordenador da Emergência Local (OIM, Comandante) se achar conveniente, para garantir a


segurança das pessoas embarcadas, pode optar para inicio de uma evacuação para uma unidade
próxima, ou mesmo para terra quando for possível.

Para esta tarefa os meios utilizados são os disponíveis no momento, aeronave, embarcações de
apoio, ou até mesmo as baleeiras.

Os residentes deixam a unidade de forma coordenada, sem pânico, dirigem-se ao local determinado
e em ordem, sob coordenação do responsável pelo ponto de reunião, entram na embarcação
determinada e deixam a plataforma para um local seguro até o fim da emergência.

Abandono

O Coordenador Geral da Emergência pode optar pelo abandono da unidade, caso a emergência
não possa ser controlada pelas equipes de bordo (brigada, CAV etc) visto ter tomado proporções
incontroladas.

Neste caso, se houve anteriormente a evacuação, as equipes remanescentes abandonam a


unidade utilizando os meios disponíveis, baleeiras, bote de resgate, helicóptero (se ainda for
possível o pouso), embarcações de apoio.

2.6. Centro de Comando de Emergência


O passadiço do navio, se for praticável, deve ser utilizado como base do centro. Deve ser
guarnecido sob a direção do comandante ou do oficial mais antigo no controle da ação de
emergência, apoiado por um outro Oficial e um mensageiro designado pelo comando.

A comunicação será mantida permanentemente com os outros elementos da estrutura


organizacional e, caso o navio esteja atracado, também com o Centro de Controle de Emergência
do Terminal.

Em unidades offshore o centro de controle é exercido pelo gerente da unidade em conjunto com
supervisores responsáveis pelos grupos de ação, normalmente na Sala de Controle, ou predefinido
no plano de contingência da unidade.

49
3. INSPEÇÃO EM SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE
DETECÇÃO E EXTINÇÃO DE INCÊNDIO
3.1. Alarmes de Incêndio e Sinais
Tem como finalidade alertar todos os residentes e visitantes, quanto
às anormalidades existentes na unidade marítima. Com a finalidade
de facilitar a fixação dos alarmes de emergência a bordo das
unidades marítimas são realizados exercícios de adestramento
periodicamente.

A divulgação das mensagens de emergência pode ser feita também


pelo sistema intercom (público) instalados nas acomodações, postos
de abandono, etc.

Em áreas ruidosas, tais como oficinas, compartimentos de bombas


ou compressores, salas de máquinas, usam-se protetores
auriculares, os quais podem impedir que se ouça o alarme sonoro.
Nesses locais, portanto devem ser utilizadas lâmpadas de fachos fortes e oscilantes em
complemento ao alarme sonoro.

O toque de abandono é privativo do Comandante ou Gerente da Unidade. Sua finalidade é a de


preparação para o abandono como medida preventiva. No entanto, o abandono só será efetuado
mediante ordem do Comandante/Gerente e (ou) substituto.

Em função do ruído intenso durante a faina de combate, o líder das equipes de combate a incêndio
utiliza sinais manuais como recursos, cujo objetivo é fazer com que todo o pessoal envolvido na
equipe de brigada, conheça seus significados, auxiliando para uma melhor eficiência no combate a
um incêndio.

50
3.2. Equipamentos de Detecção

Os equipamentos de controle de incêndio em unidades offshore devem estar de acordo com os


requisitos estabelecidos em regulamentos do país de registro da embarcação e as legislações e
normas do país em que a unidade irá operar. Os regulamentos internacionais são, de um modo
geral, baseados nos princípios do SOLAS 74 - Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida
Humana no Mar – e suas emendas.

Por que instalar detectores de fogo nas unidades operacionais?

Quanto mais rápido o fogo for detectado, melhor será o seu


controle e sua extinção, reduzindo os prejuízos.

Os sistemas de detecção e alarme podem estar interligados a


sistemas de supressão, utilizando metodologia de distribuição
adequada e diversos agentes de extinção, como CO2, dilúvio,
espuma, etc.

Esses sistemas são geralmente ligados às seqüências de parada de emergência, os quais atendem
aos seguintes critérios de operação:
 atender a filosofia de segurança através do Plano de Segurança;
 aumentar a segurança das pessoas e equipamentos;
 detecção rápida;
 ser do tipo apropriado para o ambiente;
 fornecer velocidade máxima de resposta ao fogo;
 acionar o alarme automaticamente no painel central e identificar a área envolvida;
 ser confiável e não ter defeitos que propiciem falsos alarmes;
 estar localizado adequadamente;
 ser adequado para instalação em áreas perigosas;
 ser capaz de operar em condições ambientais adversas;

3.2.1. Detectores de Fumaça

Os detectores de fumaça são normalmente instalados nos módulos de


acomodações, camarotes, corredores, dentro de tetos falsos, etc. Este tipo de
detector não é instalado em áreas onde a fumaça e vapores podem
ocasionalmente estar presentes, tais como em cozinhas e salas de geradores.

Os detectores de fumaça geralmente operam em um dos seguintes princípios:


 ionização;
 ótico (foto elétrico);
 amostragem de ar.

51
3.2.2. Detector de Chama

Os sistemas e detectores de chama proporcionam uma detecção


rápida e segura do fogo, através da sensibilidade à radiação
emitida pela chama em numerosas bandas das faixas do
espectro de ultravioleta e infravermelho.

Estes equipamentos são utilizados especialmente na detecção de incêndios em áreas de líquidos e


gases inflamáveis de combustão pura, como petróleo, querosene, solvente, dentro de casulo de
turbo geradores e turbo compressores, onde existe um rápido crescimento de fogo intenso.

3.2.3. Detectores de Calor

Os detectores de calor são designados para deter o fogo em estágios


mais avançados quando a temperatura na área protegida começa a aumentar.

Os efeitos do calor que fornecem os princípios de operação básicos para os detectores de calor
são:
 fusível plug: derretimento (ou fusão) de metais ;
 expansão de sólidos, gases e líquidos;
 efeito elétrico;
 sprinkler: bulbo quartezóide (o vidro rompe quando aquecido,
atingindo a temperatura pré-determinada ao ambiente, liberando água
sobre forma de spray em cima da área protegida).

3.2.4. Detectores de Gás

Do tipo point watcher, que operam segundo o princípio de absorção de raios


infravermelhos. Estão localizados em áreas de processo onde há fontes potenciais
de vazamento de produtos inflamáveis e combustíveis e onde há anteparas,
estruturas e equipamentos que dificultam e obstruem a ventilação natural,
favorecendo o acúmulo de nuvens inflamáveis. Para monitorar as áreas onde possa ocorrer
concentração de gases, o sistema mede continuamente a concentração de gás.

52
3.3. Equipamentos de Extinção
Equipamentos de extinção são empregados no combate ao incêndio e podem ser fixos,
moveis,manuais e automáticos. Estão disponíveis ou são instalados em uma unidade marítima de
acordo com a legislação pertinente.

3.3.1. Equipamentos Fixos de Extinção de Incêndio

Há duas grandes vantagens em um sistema de proteção de incêndio fixo. Primeiramente, ele é


normalmente ligado a um sistema de detecção de fogo e será ativado automaticamente. Isso
assegura uma resposta mais rápida possível ao incêndio, mesmo em áreas onde geralmente não
há ninguém. Em segundo lugar, o incêndio pode ser apagado sem o pessoal ter que entrar na área
envolvida.
Os tipos de sistemas mais comumente encontrados offshore são:
 bombas de combate a incêndio
 anel de incêndio e hidrantes;
 canhões monitores de água ou espuma;
 dilúvio;
 sprinklers;
 espuma.
 inundação total – CO2/Halon/FM200/ Water Mist.;

Estes sistemas irão operar automaticamente ou, se isso falhar, manualmente (com a exceção

53
dos sprinklers, que há necessidade do rompimento do bulbo quartezóide para liberar o spray).

Sistemas de Bombas de Combate a Incêndio, Anel de Incêndio e Hidrantes

Todas as unidades offshore são providas de um sistema de combate a incêndios com água, que
consiste de bombas, rede de incêndio com hidrantes, mangueiras de incêndio com uniões e
esguichos de jato pleno/neblina. A rede de incêndio dispõe de um certo número de hidrantes,
localizados de modo a assegurar que qualquer local a bordo seja atingido por dois jatos d’água.

Uma “Conexão Internacional” deverá ser suprida aos petroleiros/plataformas de petróleo de


modo que um fornecimento externo de água possa ser ligado a qualquer hidrante da rede de
incêndio. Tal conexão deverá estar disponível para uso imediato.

Um sistema de incêndio deve ser de tamanho e capacidade suficientes para serem capazes de,
quando abastecidos por qualquer bomba, manter um suprimento de água para qualquer parte da
instalação a uma pressão suficiente para fins de combate a incêndio. As válvulas de isolamento
devem ser fornecidas e posicionadas em local seguro para que as seções danificadas do
sistema possam ser isoladas sem prejudicar o restante do sistema.

Tipos de Bombas, Mangueiras, Hidrantes e Aplicadores


São equipamentos portáteis normalmente utilizados no combate a incêndio com utilização de
água através do anel de incêndio.

Bombas de Combate a Incêndio


Instaladas na unidade marítima como equipamento
exclusivo para combate a incêndio. são acionadas por
motor diesel ou elétrico com capacidade de acordo com
o plano de segurança da unidade.

Hidrantes

Os hidrantes são instalados para permitir que a mangueira de combate a incêndio seja
conectada a um sistema principal e ser normalmente posicionada de tal modo que duas
mangueiras presas a hidrantes separados possam ser prontamente usadas para combater um
incêndio em qualquer parte da instalação.

É requisito estabelecido por lei que toda instalação guarnecida de pessoal seja provida de um
circuito principal de suprimento de água para incêndio. Esse circuito é permanentemente
alimentado pelas bombas de incêndio.

Os bocais de saída dos hidrantes são estrategicamente posicionados nesse circuito


especificamente para combate a incêndios.

Canhões Monitores
Um monitor de água é simplesmente um “canhão de água” que pode
liberar grandes quantidades de água a uma pressão maior do que as
mangueiras comuns. Eles têm a vantagem de, uma vez montados, não

54
precisarem ser constantemente gerenciados (no entanto precisam ser checados
freqüentemente) e podem ser projetados para ativação por controle remoto.

Os monitores são mais comumente instalados em heliportos, onde são usados para
fornecimento rápido de espuma em helicópteros acidentados e para garantir a segurança do
helicóptero em si, mas também podem ser encontrados protegendo riscos específicos tais como:
torres de perfuração, conveses, separadores, etc.

Todo o pessoal deverá tomar cuidado quando caminhar na passarela de um monitor em uso,
pois a pressão do jato poderá facilmente causar ferimento.

Carretel de Mangueira
Esses carretéis são instalados para dar um ataque inicial ao
incêndio. Quando houver instalação do carretel de mangueira, fica
eliminada a necessidade de extintores portáteis tipo água.

Mangueira de Incêndio
A mangueira de incêndio é normalmente de 1 ½" ou 2 ½'" de
diâmetro, com aproximadamente 15 metros de comprimento e conexões de engates rápidos nas
extremidades.

Classificação das Mangueiras


Segundo a ABNT 11861 são classificadas segundo suas características de construção e
pressão máxima de trabalho, a saber:

2
 construída com reforço têxtil, pressão de trabalho 10 Kgf/cm .
tipo 1
 destina-se a guarnecer edifícios de ocupação residencial.


Construída com um reforço têxtil mais resistente, pressão de trabalho 14
2
Kgf/cm
tipo 2
 destina-se a guarnecer edifícios comerciais, industriais e Corpo de
Bombeiros.


construída com dois reforços têxteis sobrepostos, pressão de trabalho de
2
15 Kgf/cm
tipo 3
 destina-se a guarnecer área de construção naval e indústrias onde é
desejável maio resistência a abrasão e Corpo de Bombeiros.


construída com um reforço têxtil, acrescida de uma película externa de
2
plástico, pressão de trabalho de 14 Kgf/cm
tipo 4
 destina-se a guarnecer área industrial, onde é desejável maior
resistência a abrasão.

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 construída com um reforço têxtil, acrescida de um revestimento externo
2
de borracha, pressão de trabalho 14 Kgf/cm
tipo 5
 destina-se a guarnecer área industrial, onde é desejável alta resistência
a abrasão e a superfícies quentes.

Diferentes arranjos das mangueiras


As mangueiras devem ser aduchadas ou enroladas, em condição de uso imediato, nos
seguintes métodos:
 enrolados a partir do centro - método marinha (americano);
 enroladas a partir da extremidade (Dutch rolled) - método alemão;
 em gomos (flaked) (zig/zag).

Cuidados básicos com as mangueiras:


 a mangueira nunca deve ser "pressionada" por equipamento pesado;
 deve ser limpa após o uso;
 guardada corretamente;
 armazenada em local seco e limpo;
 inspecionada regularmente quanto a mofo ou deterioração;
 não devem ser arrastadas pelo chão desnecessariamente;
 as conexões não devem ser atiradas ou jogadas ao chão.

As causas de danos nas mangueiras são:


Abrasão - causada pelo arrastamento;
Movimentos bruscos - pressurização ou fechamento rápido;
Mofo - causado pelo não-secamento da mangueira antes do seu recolhimento;
Corrosivos (álcalis e ácidos) - é a deteriorização química da mangueira;
Impactos das Conexões - Metal macio.

Sistemas de Inundação Total por CO2 / Halon / FM200 / Water Mist


Os meios de extinção usados nos sistemas de inundação total normalmente são:

 dióxido de carbono (CO2)


 hidrocarbono Halogenado (Halon)

Os gases inertes, tais como o Nitrogênio, podem ser usados em espaços de cargas em navios,

56
etc.
Equipamento de Geração de Espuma
A extinção de incêndio é normalmente obtida pelo uso de água devido as suas características de
resfriamento. No entanto, com óleo, que tem uma gravidade específica menor, a extinção eficaz
pode ser alcançada abafando o combustível queimando com espuma, cortando desse modo o
oxigênio que alimenta o fogo.

A eficácia dos líquidos geradores de espuma no combate a incêndio pode se perder sem o uso
de equipamentos adequados tais como proporcionadores de linha, esguicho, canhões
monitores, tubo pescante e esguichos lançadores, que permitem ao usuário uma rápida
montagem, tornando o combate mais ágil e eficiente. Existem sistemas fixos de espuma que
utilizam canhões monitores fixos, alto-oscilantes e de controle remoto, válvulas de controle,
tanques com diafragma e sistema de pressão balanceada para a proteção de todos os tipos de
complexos industriais, instalações offshore, navios, etc.

LGE – Líquido Gerador de Espuma do tipo sintético, AFFF, durante a formação da espuma
sobre o líquido inflamável, forma uma película aquosa a partir da decomposição da espuma, a
qual flutua sobre o combustível, sendo responsável pela extinção do fogo e selagem dos
vapores inflamáveis. Este LGE destina-se ao combate a incêndio de classe B, envolvendo
derivados de petróleo como gasolina, querosene, diesel, naftas (nas proporções de 3% e 6%).

Já o AFFF (Aqueaus Filme Forming Foam) – ARC deve ser utilizado para álcool, solventes
polares, cetonas, ésteres etc. Ao ser aplicado em combustíveis polares, a espuma flui
espalhando-se pela superfície e formando uma camada polimérica que, em conjunto com a
própria espuma e o filme aquoso, potencializam a melhor ação de combate ao fogo e selagem
dos vapores inflamáveis usado na proporção de 6%.

Líquido Gerador de Espuma Sintex AFFF 6%


 é um produto não tóxico e biodegradável, composto de tensoativos fluorados, hidrocarbonos e
solventes. Os mecanismos de extinção de incêndios empregados pelo AFFF 6% são:
 um filme aquoso é formado para prevenir a liberação de vapores dos derivados de petróleo;
 um colchão de espuma exclui efetivamente o oxigênio da superfície do combustível;

57
 o líquido drenado da espuma atua resfriando as superfícies metálicas.

Aplicação:

O sintex AFFF 6% é uma espuma formadora de filme acuoso completamente sintética


desenvolvida para prevenir e extinguir incêndios de classe B envolvendo derivados de petróleo
(gasolina, querosene, óleo diesel, QAV, etc).

Suas excelentes características de umectação também o fazem útil no combate a incêndios de


classe A (madeira, papel, plásticos, etc.) Além disso, os micro-geradores de espuma sintex
AFFF 6% são totalmente compatíveis com pó químico seco, podendo ser utilizados em conjunto
para ataque combinado aumentando a capacidade extintora.

Vantagens do LGE sobre agentes extintores:


 flutua sobre os combustíveis inflamáveis;
 mesmo em ambientes abertos permanece isolando o combustível, por períodos prolongados;
 é utilizado para extinguir incêndios em grandes áreas.

Sistemas Automáticos de Combate a Incêndio


Estes sistemas de combate a incêndio, normalmente são os equipamentos fixos existentes nas
unidades marítimas, já descritos no item 3.3.1 (sprinkler, dilúvio, canhão monitor, sistema de
CO2, sistema de Halon, water mist)

Destinam-se, genericamente, a proteger áreas contra o fogo e, quando operando


automaticamente, têm a vantagem de atuar logo no início do incêndio, impedindo assim que o
fogo alcance maiores proporções.

Sistemas de Dilúvio

Os sistemas de dilúvio utilizam basicamente


projetores instalados em tubulações secas, em que o
fluxo de água é controlado manual ou
automaticamente por uma válvula de controle,
disparada pela ativação de um detector de calor. Os
projetores que descarregam jatos cônicos de água
nebulizada em média velocidade e em densidade
uniforme extinguem o incêndio pelo processo de resfriamento e são denominados projetores
(MV); já os projetores que utilizam o princípio de emulsificação, resfriamento e abafamento para
a extinção do incêndio são denominados projetores de alta velocidade (HV).

Estes sistemas são utilizados na proteção de equipamentos e áreas classificadas tais como:
 cabeças de poços;
 equipamento de separação óleo/gás;
 compressores de gás;

58
 recipientes pressurizados;
 bombas de transferência de óleo;
 manifolds de óleo e gás/tubulação incluindo tubulação que passa por pontes entre
plataformas;
 unidade de regeneração de glicol;
 lançadores/recolhedores de pig e esferas;
 unidade de gás combustível.

A eficiência dos sistemas de dilúvio pode ser aumentada pela adição de LGE do tipo AFF

Sprinklers

O sistema de sprinkler é composto por tubulações pressurizadas e


interligadas ao sistema fixo de combate a incêndio localizado em
áreas especificas. Estes aspersores (bulbo quartezoide) rompe na
area especifica onde esta localizado o calor, rompendo o aspersor.
Este sistema geralmente é comandado por uma válvula de governo e
alarme, que em situação normal funciona como uma válvula de retenção. A partir do
acionamento de um ou mais bicos de sprinklers essa válvula libera água para o abastecimento
da rede e, ao mesmo tempo uma chave de fluxo acusa baixa
pressão na rede de incêndio acionando alarme.

Os sprinklers são hermeticamente vedados através de um


bulbo de vidro chamado quartezóide (tipo lâmpada) que
contém a quantidade de líquido e uma pequena bolha. À
medida que a temperatura aumenta, o líquido se expande e o
tamanho da bolha diminui até que ele desapareça. Um
aumento maior estoura a lâmpada e permite que a água flua.

Ajustando a composição do líquido (que não congela) e o


tamanho da lâmpada, as cabeças de tipo lâmpada podem ser ajustadas para operar a qualquer
temperatura. Como resultado, o líquido recebe um código de cores que significam a temperatura
de operação.

Variação Sprinkler Cor do bulbo quartezóide


57ºC Laranja
68ºC Vermelho

79ºC Amarelo
93ºC Verde
141ºC Azul
182ºC Malva
204ºC a 260ºC Preto

59
Para situações de ocupação normal, a proporção recomendada é 68ºC (bulbo vermelho).

Sistema de CO2

O dióxido de carbono (CO2) é um gás inodoro, incolor, anti-corrosivo, não condutor de


eletricidade e facilmente disponível no mercado. Extingue o fogo pela redução do oxigênio
existente no ambiente.

Normalmente é recomendado para a proteção de áreas


desabitadas, devido ao risco potencial de asfixia, entretanto,
podem ser utilizados em áreas ocupadas, desde que haja
sistema de bloqueio adequado para evitar descargas na
presença de seres humanos. O armazenamento geralmente é
feito em cilindros de 45Kg. As áreas protegidas por este sistema são providas de alarmes
sonoros que são disparados normalmente entre 20 a 40 segundos antes do acionamento do
sistema de CO2.

É importante que depois da descarga de CO2, mantenham-se as portas fechadas pelo máximo
de tempo possível (mínimo de uma hora). O pessoal que entrar na área deve estar usando
aparelhos respiratórios e estar ciente que um dispositivo de contagem de tempo é geralmente
acoplado ao sistema que é projetado para liberar o agente de extinção durante um período de
tempo e não todo de uma vez. Isso permite um nível mínimo de concentração de gás a ser
sustentado.

Uma vantagem do sistema de inundação total é que não há necessidade de direcionar o gás, já
que ele naturalmente permeia a área.

60
Halon
Apesar de ser um agente extintor eficiente, não está mais sendo usado nos novos projetos de
sistemas de incêndio, conforme citado anteriormente.

FM 200
O gás FM-200 (gás Heptafluoropropano) é descrito como o mais eficiente substituto do Halon
1301 é ativo contra o fogo, mas inerte para o meio ambiente e pessoas, o FM-200 é mantido
sobre pressão como um líquido que minimiza o espaço de armazenagem e é liberado como um
gás, de modo a cobrir todos os pontos da área protegida. O FM-200 suprime o fogo em até 10
segundos, impedindo a reação química que nele ocorre. Nas concentrações aprovadas pela
NFPA-2001, o FM-200 é adequado para aplicações em áreas ocupadas por seres humanos
(sala de controle).

Water Mist
É um sistema que utiliza de micropartículas de água atomizada para o controle eficiente de
supressão ou extinção de incêndio, como, por exemplo, incêndio em recintos fechados contendo
hidrocarbonetos.
Esse sistema de água micropulverizada (Ar + Água) em que 99% do total de volume de água
são gotículas com diâmetro menor do que 1000 microns (DV. 0,99) compila para o menor
esforço de pressão operacional do aspersor de água.

Vantagens:
- Extinção Rápida do Fogo;
- Menor consumo de água;
- Mínimo impacto ambiental após a descarga;
- Manutenção rápida e fácil;
- Maior abrangência de utilização com relação a outros sistemas de extinção de fogo.

3.3.2. Equipamentos Móveis e Portáteis de Combate a Incêndio

A não ser em condições de grandes incêndios ou explosões, a maioria dos incêndios começa
relativamente pequeno e pode ser controlado pelo uso de extintor manual. È importante,
entretanto, que todo empregado esteja familiarizado com os extintores distribuídos pela
plataforma, instalação ou lugar similar de trabalho e dos princípios aplicados aos seus
conteúdos, operação e uso.

Para serem válidos, os extintores devem ser:

 prontamente disponíveis e visíveis;


 apropriados ao risco que cobrem;
 fáceis de operar;

61
 mantidos em perfeito estado de funcionamento.

Esguichos e Difusores
Esguicho é o termo aplicado ao componente montado na saída da mangueira. É projetado para
aumentar a velocidade, lançar e direcionar o jato d'água para o fogo.
O difusor é a parte do esguicho que modifica o perfil do fluxo d'água.

Dois pontos importantes associados aos problemas no manuseio do esguicho são:

Reação do Jato: Quando a água é projetada pelo esguicho, uma reação igual e oposta ao jato
se faz sentir, causando o recuo do esguicho em direção oposta ao fluxo. Portanto, a pessoa ou
pessoas que estiverem segurando o esguicho, devem exercer esforço suficiente para anular
este efeito.

Golpe de Aríete: Quando o fluxo de água é estancado subitamente pelo fechamento rápido do
esguicho, ondas de choque são transmitidas ao longo da extensão da mangueira ou tubo. Isso
pode resultar no enfraquecimento ou ruptura das mangueiras. Abertura rápida do hidrante para
pressurização em uma mangueira provoca chicoteamento.

Regulagem do Esguicho
Jato d'água é o nome dado ao fluxo de água lançado de um esguicho. O esguicho pode ser
regulado para lançar água dos seguintes modos:
 Jato Pleno - jato sólido de água;
 Neblina - fluxo d'água consistindo de pequenas gotas d'água nas formas de 30º, 60º e 90º.

62
Extintores de Incêndio
São equipamentos portáteis cujo objetivo é combater princípios de incêndio, de acordo com o
combustível que está sendo queimado, portanto não serve para incêndio já caracterizado.

Extintor de Água Pressurizada

Conteúdo Água pressurizada com nitrogênio


Extingue o fogo por Resfriamento
Usado em incêndios Classe A

Operação  verificar manômetro;


 conduzir o extintor pela alça de
transporte;
 retirar o pino de segurança;
 testar a operação apertando o gatilho;
 dirigir o jato para a base do fogo;
 pode ser usado intermitentemente.

63
Extintor de Água a Pressurizar

Conteúdo Água pressurizada com CO2


Extingue o fogo por Resfriamento
Usado em incêndios Classe A

Operação  conduzir o extintor pela alça de


 transporte até as proximidades do foco
de fogo;
 retirar o lacre de segurança;
 abrir a ampola de gás propelente (co2)
 segurar o mangote direcionando o jato
 de água para a base do fogo;
 não pode ser usado intermitentemente.

Extintor de Espuma Mecânica

Conteúdo Água e Líquido Gerador de Espuma (LGE)


Extingue o fogo por Abafamento e Resfriamento
Usado em incêndios Classe B
Operação  verificar o manômetro;
 conduzir o extintor pela alça de
 transporte até o foco de fogo;
 retirar o pino de segurança;
 testar a operação apertando o gatilho;
 dirigir o jato para uma antepara;
 pode ser usado intermitentemente.

Extintor de Pó Químico Seco Pressurizado

Bicarbonato de Sódio e Estearato


Conteúdo
pressurizado com Nitrogênio
Quebra da Reação em Cadeia e
Extingue o fogo por
secundariamente, Abafamento.
Usado em incêndios Classe B e C
Operação  verificar o manômetro;
 conduzir o extintor pela alça de
transporte próximo do foco de fogo;
 retirar o pino de segurança;
 testar o extintor apertando o gatilho;
 dirigir o jato para a base do fogo em
movimento de varredura;

64
Extintor de Pó Químico Seco a Pressurizar

bicarbonato de sódio e estearato


Conteúdo
pressurizado com co2
quebra da reação em cadeia e
Extingue o fogo por
secundariamente, abafamento.
Usado em incêndios classe b e c

Operação  abrir o gás propelente (co2) tendo o


cuidado de prender o mangote na
cavidade da alça de transporte,
inclinando o cilindro de modo a se
proteger do tampão;
 testar o extintor apertando o gatilho;
 dirigir o jato para a base do fogo em
movimento de varredura.

Extintor ABC

Pó ABC multiuso, contendo


Conteúdo
monofosfato de amônia

classe A: isolamento proporcionado


pelo derretimento do agente sobre o
combustível;
Extingue o fogo por classe B: resfriamento e interrupção
da reação em cadeia;
classe C: abafamento e resfriamento
rígido.

Usado em incêndios A, B, C.

retirar o pino de segurança para


romper o lacre
testar o extintor apertando o gatilho.
Operação aproximar-se do foco a favor do
vento
atacar a base do fogo movimentando
o jato em forma de leque.

65
Extintor de Dióxido de Carbono (CO2)

Conteúdo CO2 Líquido


Extingue o fogo por Abafamento
Usado em incêndios Classe B e C

Operação  conduzir o extintor pela alça de


transporte até o foco do fogo;
 retirar o pino de segurança;
 testar o extintor apertando o gatilho;
 dirigir o jato à base do fogo sem
movimento de varredura

P-50

 retirar a pistola e desenrolar


mangote;
 abrir a válvula do cilindro de
nitrogênio;
 no caso de extintor pressurizado,
retirar o lacre;
 acionar o gatilho da pistola em
direção à base do fogo, fazendo
movimentos rápidos de varredura;
 É recomendável que a utilização seja
por 2 pessoas.

Vantagens dos Extintores Desvantagens dos Extintores

− Ação rápida − Curta duração

− São portáteis − Curto alcance


− Manuseio individual − Não serve para todas as classes de incêndio, exceto
− Localização próxima aos locais de o extintor ABC
possíveis riscos − Não protege o usuário do calor irradiado.

66
Equipamentos de Proteção Individual
O EPI deve ser do tipo e padrão aprovados pela autoridade
competente. Uma grande variedade de equipamentos está disponível e
é essencial que nenhum item seja pedido ou recebido sem que seja
apropriado para o trabalho especifico.

As instruções dos fabricantes devem ser mantidas junto com o


equipamento e consultadas para fins de uso ou manutenção. A
eficiência do EPI não depende apenas do seu projeto, mas também de
sua manutenção e bom estado. Todos devem ser treinados sobre como usar e serem e
alertados sobre suas limitações.

Roupas Especiais para Combate a Incêndio


Durante atividade de combate a incêndio, os tripulantes devem utilizar roupa de proteção
composta de:

Balaclava
composição características
capuz em malha simples ou dupla  proteção total da cabeça, pescoço,
ombros, contra chama direta e calor
irradiado;
 abertura total (olhos , nariz, boca), para
permitir acoplagem de equipamento
autônomo de ar;
 tamanho único.

Conjunto de aproximação e combate a incêndio


composição características
capa e jaqueta  impermeabilidade;
Camada externa fixa, em tecido composto por
 barreira antivapor: tem como função
93% de meta-aramida, 5% para-aramida, 2%
básica não permitir que os vapores de
fibra anti-estática, resistente a chama e
água entrem em contato com a pele
abrasão, com tratamento de hidro-repelente.
ocasionando queimaduras;
Possui fechamento frontal duplo, gola forrada
 barreira térmica: isola termicamente o
e fecho em velcro, composta de
usuário mantendo a temperatura corporal
multicamadas de tecido, com faixas refletivas
estável;
aplicadas.
 design: permite alta flexibilidade de
movimentos;
 conforto térmico;
 tecido antichama;

67
Calça  faixas refletivas: proporcionam maior
composta de multicamadas, sem braguilha, e
segurança e visualização do profissional.
com elástico na parte traseira
da cintura, com faixas
refletivas aplicadas.
Tanto para capa/jaqueta
quanto para calça as
camadas de proteção se
apresentam da seguinte
forma:
1ª camada externa – 100%
fibra com acabamento de
teflon repelente a água;
2ª camada intermediária – lâmina de
poliuretano impermeável;
3ª camada interna – mescla de fibras (anti-
chamas) e viscose.

Roupa aluminizada para aproximação


composição características
Roupa Aluminizada
Conjunto Jaqueta e Calça,
100% Para Aramida
Aluminizado, fechamento
frontal com velcro e zíper,  não permite a passagem calor

barreira de umidade selada  mantêm a integridade física sem provocar

com fita termo transferível, excesso de transpiração;

barreira térmica destacável da  resistente à alta temperatura.

barreira externa através de


botões de pressão, abertura
para inspeção

Luvas
composição características
Em couro térmico possui dorso sem
 não permite a passagem de vapor, dando
emendas, tira de reforço do mesmo material
maior conforto do usuário;
entre os dedos polegar
 mantêm a integridade física sem provocar
e indicador, punho de
excesso de transpiração;
10 cm em malha com
 resistente à alta temperatura;
protetor de artérias em
 tamanho único.
couro térmico e

68
forração interna.

Capacete
composição características
casco externo moldado em material ignífugo
reforçado em para-aramida, seu acabamento
 proteger a cabeça e a face do brigadista;
superficial deve ser liso e brilhante. Ter
 permitir escoamento da água;
viseira, esta constituída em policarbonato de
 permitir a manutenção de todos os
3 mm de espessura.
movimentos naturais;
Casco interno: deverá ser constituído em
 possibilitar o uso de viseiras e EPR;
espuma de alta densidade, resistente a
 permitir substituição de seus componentes
impacto, encapsulado em plástico, com
de ajuste por serem de fácil manuseio;
tratamento retardante
 propiciar o ajuste sem a necessidade de
a chama.
remoção do capacete da cabeça, por meio
Carneira constituída do sistema de catraca;
de forma que permita  proteger a nuca.
o ajuste do perímetro
da cabeça pelo sistema de catraca.

Botas
composição características
constituída em borracha natural vulcanizada,  suporte lateral não permitindo
de cor preta com uma faixa amarela também deformações;
em borracha natural de aproximadamente 15  apresenta uma proteção de tíbia na parte
mm envolvendo toda borda da frontal do cano;
bota com o solado.  resistente a choque elétrico;
Deve seguir as  dotada de duas alças laterais para facilitar
recomendações: altura do o calçamento;
cano 350mm contados da  forro laminado com tratamento anti-fungo;
palmilha na região do tornozelo até a borda  desenho antiderrapante;
do cano, revestido internamente em tecido.  padrão de conforto, seguido o contorno
anatômico da perna.

3.3.3. Efeitos no Organismo durante um Combate a Incêndio em Ambientes


Quentes e Úmidos

Desde que adequadamente protegido, o homem consegue tolerar bem variações de - 50°C até
100°C. No entanto apesar dessa faixa de tolerância, assusta-nos saber que esse mesmo
homem não tem condições de tolerar variações de 4°C na sua temperatura interna sem que
ocorram comprometimentos da capacidade física e mental.
Torna-se claro que o organismo tem que lançar mão de uma série de recursos, quando exposto
à temperatura ambiente de 10°C a 60°C para que sua temperatura interna não se altere

69
significativamente (permaneça aproximadamente a 37° C).
No trabalho em ambientes quentes, este sistema de controle é muito exigido. O ambiente tende
a aumentar a temperatura do organismo e este tem que manter a temperatura interna, pois caso
contrário podem advir complicações e morte.
É sabido que o homem que trabalha em ambientes de altas temperaturas sofre de fadiga, seu
rendimento diminui, ocorrem erros de percepção e raciocínio e aparecem sérias perturbações
psicológicas que podem conduzir a esgotamentos e prostrações.
Há seis fatores principais que determinam como sentimos calor e frio, são eles:
 Temperatura do Ar: Em situações de temperatura elevada, os objetos sólidos absorvem o
calor mais rápido do que o ar em volta. Nestas situações, a temperatura do ar é uma boa
indicação de calor.
 Umidade: Em ambientes quentes, um alto teor de umidade aumenta a sensação de calor. O
suor produzido pelo corpo para propiciar seu resfriamento não evapora, dificultando a troca
de calor desejada.
 Calor de Irradiação: é emitido de qualquer coisa que esteja quente. O calor de irradiação irá,
com o tempo, aquecer o ar, mas irá aquecer superfícies sólidas tais como mobília, máquinas
ou pessoas mais rapidamente. O calor de irradiação irá afetar as pessoas em qualquer local
onde haja luz solar direta ou quando estiver perto de um local de trabalho que emita calor
 O vento ou velocidade do ar sempre irá resfriar uma pessoa. Isso irá fornecer algum alívio
para as pessoas que estiverem com calor, podendo causar mais frio para as pessoas no frio.
 Quando o nosso nível de atividade física aumenta, nosso corpo gera calor. Em uma situação
fria, a atividade física poderá ajudar a aquecer a pessoa. Em uma situação quente, a
atividade física poderá aumentar o efeito do calor em uma pessoa.
 Roupas: isola-nos do ambiente a um grau maior ou menor. Pode nos proteger do calor, evitar
que o calor saia, evita que o suor evapore ou ajuda na transferência de calor. Isso fará com
que a pessoa se sinta com frio ou com calor, dependendo da situação e da roupa. A
preocupação é quando um trabalhador precisa usar roupa de proteção e a roupa não é
apropriada para as condições térmicas.

Efeitos do Calor e Umidade


O superaquecimento acontece quando o corpo produz calor mais rápido do que ele é capaz de
eliminar. Isso é normalmente uma combinação de um ou mais fatores. Exemplos: exercício
cansativo, doença, infecção ou ambiente quente e úmido.
Há dois estágios envolvidos quando o corpo super aquece:
 Fadiga por calor;
 Quando o corpo está tentando perder calor
 Insolação;
 Quando o sistema de resfriamento do corpo falha.
O corpo reage tentando esfriar através de:
 Suor;
 Respiração aumentada;

70
 Capilares da pele aumentam (pele avermelhada).

Fadiga por Calor


Causada por perda de sal e água, geralmente por trabalhar em ambiente quente e úmido e o
corpo não estar acostumado.

Sinais e Sintomas Tratamento

 câimbras nos músculos podem ocorrer  retirar do ambiente


no abdômen e membros inferiores  deitar com os pés para cima (aprox. 20 cm)
 respiração rápida e leve, pulso forte  retirar o excesso de roupa dar líquidos para
 pele pálida re-hidratação

 muito suor
 fraqueza, tonteira e dores de cabeça
poderá desmaia

Insolação
A insolação é uma emergência que pode levar rapidamente a morte. Ela é causada por
exercícios em temperaturas altas, úmidas ou por febres.
A temperatura do núcleo do corpo aumenta fazendo com que o centro de controle da
temperatura (termostato) no cérebro falhe. Os mecanismos de resfriamento do corpo param de
funcionar, causando um aumento rápido da temperatura interna que leva à morte.

Sinais e Sintomas Tratamento

 desorientação, agitação e confusão  manter e monitorar o ABC

 pele quente e avermelhada  chamar ambulância / enfermeiro

 pulso rápido e fraco  resfriar a vítima com grande quantidade de

 inconsciência água sobre ela

 coma e morte são possíveis  Nota: continue resfriando a vítima até que
o socorro especializado chegue, enquanto
isso deve-se tentar todas as formas de
baixar a temperatura da vítima.

71
câimbra nível de
respiração pulso fraqueza pele suor
muscular consciência
sim. desempenho
pode ser úmida, diminui.
primeiros sério; quente, Algumas
varia varia sim muito
sintomas geralmente nenhuma vezes
nas pernas mudança tonturas e
e abdome desmaios
sim.
dor de
pode ser sim
cabeça,
fadiga por sério; rápida rápido pode ser
pálida muito tontura
calor geralmente leve forte do corpo
levando a
nas pernas todo
desmaio.
e abdome
sim. profunda
pode ter inicialmente,
rápido sim seco e pouco ou confusão;
insolação convulsões mas depois
fraco (grave) quente nenhum
ou torções passa a ser
musculares leve

3.4. Equipamento de Resgate

3.4.1. Equipamento de Proteção Respiratória

São equipamentos portáteis cuja finalidade é dar


condições ao usuário de entrar em ambientes IPVS
(imediatamente prejudicial à vida e à saúde).

Os equipamentos de proteção respiratória podem ser:


autônomos ou com ar mandado. Caso utilize proteção
respiratória através de sistema de ar mandado deve ser
previsto um cilindro de emergência acoplado ao
equipamento. Se houver deficiência no suprimento de ar, utilizar o cilindro de emergência para sair
do ambiente.

Finalidade do EPR
Assegurar que o usuário sobreviva em uma atmosfera (IPVS) na qual a vida normalmente não
seria possível, seja através de fumaça, deficiência de O2 ou gases tóxicos.
Para vermos como o EPR atinge este nível de segurança, vamos rever como o sistema
respiratório trabalha.
Relembrando o que vimos no capítulo 3, sobre a composição da atmosfera:

72
Os valores acima representam o ar inalado. No ar exalado a taxa de CO2 sobre de 1% para 4%.

Se o conteúdo de oxigênio for abaixo de 16% isso irá causar deterioração das funções do corpo.
O EPR deve, portanto, fornecer ar limpo, não contaminado com um conteúdo de oxigênio de
aproximadamente 21%.

Os aparelhos portáteis de respiração de ar comprimido são projetados no sistema de circuito


aberto. Isto é, o usuário inala de um cilindro de ar comprimido e ao exalar, a respiração
descarrega para a atmosfera, através de uma saída de exalação sem retorno.

Características Gerais do EPR

Os itens principais que fazem parte de um aparelho de ar comprimido são:

Os princípios de operação são os mesmos para todos os tipos de EPR. A diferença entre um
conjunto e outro está no projeto das válvulas redutoras e máscara facial específico de cada
fabricante.

73
Sistema de Redução de Pressão

O objetivo do sistema de redução de pressão é fornecer ao usuário ar respirável a uma pressão


que o permita respirar normalmente através de uma máscara facial. Alguns fabricantes fornecem
sistema de acoplamento alternativo ao qual pode ser adicionado mais uma máscara, que deverá
ser utilizada por outro usuário em caso de emergência.

Pressão Positiva

Para evitar vazamento de gás ou fumaça para dentro da máscara facial, o aparelho portátil
respiratório de pressão positiva foi desenvolvido. Isso é conseguido através de vários
componentes que dão uma pressão na máscara maior do que a pressão da atmosfera em volta.

Máscara Facial

As máscaras faciais variam ligeiramente entre os fabricantes, mas todas as máscaras modernas
têm visores de visão panorâmica total, são equipadas com válvula de exalação, um dispositivo
para um diafragma de voz ou equipamento de comunicação e um meio através do qual a válvula
de respiração pode ser conectada à máscara.

Máscara Orinasal

Nas máscaras faciais mais modernas uma máscara orinasal interna é montada. Ela serve a dois
propósitos:
 Ela se encaixa perfeitamente em volta do nariz e da boca e
permite que o usuário exale mais diretamente para a atmosfera
conseqüentemente reduzindo o espaço morto onde poderá estar
havendo um aumento de dióxido de carbono proveniente da
exalação.
 O ar inalado libera a face interior do visor antes de ser absorvido
pela máscara orinasal. Isso reduz o nível de névoa devido a umidade na exalação.

Dispositivo de advertência de baixa pressão

Os aparelhos respiratórios de ar comprimido são equipados com um dispositivo de advertência


de baixa pressão que avisa quando atinge aproximadamente 10 minutos de ar. Isso deverá ser
considerado como um suprimento de emergência que permite que o usuário saia do ambiente
agressivo para um local seguro.

Passagem de ar (kit de dois estágios)

 Alta pressão

Ar de alta pressão do cilindro é alimentado para a válvula de redução do primeiro estágio. Do


lado de alta pressão da válvula redutora, o ar é alimentado através de um tubo de alta pressão
através do apito de advertência de baixa pressão para o medidor de pressão. O medidor

74
possui uma válvula de alívio que permite que qualquer excesso de pressão saia. Além disso
um parafuso é montado na linha de suprimento do medidor de pressão o que restringe o fluxo
de ar no caso de um vazamento no medidor.

 Baixa Pressão

O tubo de suprimento principal para a máscara facial é tirado do lado de baixa pressão da
válvula redutora e termina em uma conexão na válvula de respiração.

 Passagem de ar (Kit de um estágio)

A pressão alta é fornecida do cilindro para um manifold onde há conexões para o apito de
advertência, medidor de pressão e mangueira de suprimento para a válvula de respiração na
máscara facial. A redução de pressão neste kit acontece na válvula de respiração.

 Uso do EPR

Vestir o EPR é relativamente simples e o método é comum para todos os


tipos.

Quando os braços tiverem sido colocados através das tiras dos ombros,
todas as tiras devem ser ajustadas para se adequar ao usuário. Depois de
abrir a válvula do cilindro e checar a leitura do medidor de pressão, a máscara facial é colocada.

Quando o aparelho tiver sido colocado e estiver preso, um teste de baixa pressão deve ser
realizado para assegurar que a máscara facial, válvula de exalação, diafragma e outros itens na
máscara são a prova de vazamento. Isso é conseguido através do fechamento da válvula
principal e lentamente retirar o ar do sistema, checar se o mecanismo de advertência de baixa
pressão opera a 55 bar. A prova de uma vedação perfeita é a máscara ser retirada do rosto e
não haver nenhuma evidência de entrada de ar da atmosfera. A válvula principal deve ser aberta
imediatamente.

O Equipamento de Proteção Respiratória de ar comprimido deve sempre ser vestido e testado


de acordo com as instruções do fabricante.

Por causa da inabilidade com o EPR, muitos trabalhadores podem estar sujeitos a incidentes,
pois tarefas corriqueiras que são facilmente executadas em condições normais, ficam sujeitas a
um maior grau de dificuldade em função do uso do equipamento. Portanto, é necessária atenção
redobrada na execução do trabalho para fazê-lo com segurança.

Os procedimentos de controle de aparelhos respiratórios e equipamentos de segurança tais


como o apito de advertência e equipamentos de comunicação nos kits de EPR, contribuem para
a segurança geral das tripulações. Os líderes das equipes devem assegurar que os
procedimentos de segurança sejam cumpridos em todas as ocasiões.

Princípios
 trabalhar em conjunto de pelo menos dois homens;
 usar os procedimentos de início corretos;
 operar os procedimentos de controle;

75
 memorizar o trajeto para assegurar o caminho de volta;
 perceber um objeto perto da entrada para reconhecer o trajeto;
 ser metódico;
 deixar bastante ar para o retorno e observar a leitura do medidor;
 linhas-guia, carretéis de mangueira ou um cabo de mangueira podem ser usados com guias
de volta.

Tamanho da equipe

O tamanho da equipe dependerá das tarefas necessárias e a área a ser coberta. Por razões de
segurança, o tamanho mínimo da equipe deve ser de duas pessoas.

Checagem do EPR antes de entrar

As equipes devem assegurar que os aparelhos de proteção respiratória que estão sendo usados
estejam totalmente operacionais antes de prosseguir para o local do incidente.

Procedimentos de Manutenção e Controle do EPR

Os cilindros devem ser periodicamente inspecionados para verificar danos ou corrosão. A cada
5 anos realizar teste hidrostático para cilindros de aço e a cada 3 anos, para cilindros de
composite.

Deve-se tomar cuidado para não danificar o aparelho. Não aperte demais as válvulas e
manuseie com cuidado os tirantes de borracha, visores e outras partes móveis.

Os cilindros devem ser armazenados em prateleiras ou racks bem longe de fontes de calor ou
chamas e ser protegido de ferrugem ou condições de corrosão. Os cilindros não devem ser
completamente esvaziados, pois a pressão positiva no cilindro evita a entrada de umidade ou
impurezas da atmosfera.

Os cilindros cheios e vazios devem ser identificados e mantidos separados.

3.5. Equipamentos de Salvatagem


A bordo das unidades marítimas, estão instalados e prontos para uso, os equipamentos de
salvatagem que podem ser uso individual (coletes) ou coletivos como balsas e baleeiras.
Baleeiras (TEMPSC) são equipamentos motorizados, rígidos, com sistema de sprinkles para
motor e cilindros de ar respirável para os passageiros. Estas embarcações estão preparadas
para em caso de necessidade navegar em um mar em chamas, por alguns minutos até um
ponto seguro nas proximidades da unidade.
Este equipamento fica estivado em um aparelho de arriar e içar chamado “turco” que pode ser
operado remotamente de dentro da baleeira por ocasião do lançamento. É pilotada por uma
pessoa treinada chamada piloto e em muitos casos, por um co-piloto quando a baleeira tem um
segundo comando. O modelo chamado “freefall” (queda livre) não utiliza o turco e é lançada
em queda livre por uma rampa de lançamento.

76
Balsa inflável fica acondicionada em um casulo de fibra de vidro, e pode ser lançada manual ou
automaticamente. Infla com auxilio de um cilindro contendo uma mistura de gases para evitar o
congelamento da mangueira. A bordo fica estivada em um berço, preso por uma cinta e pronta
para ser lançada , bastando apenas soltar a cinta e empurrá-la para água. As baleeiras e balsas
trazem no seu interior um conjunto de equipamentos menores, chamado de palamenta,
composto de água potável, ração solida, lanterna, kit de pesca e de primeiros socorros, cabos,
facas etc.

Coletes salva-vidas são de uso individual, feito de material flutuante, dotado de lâmpada
sinalizadora noturna e fitas refletivas.
Bóias salva-vidas estão dispostas ao longo da varanda da unidade , são dotadas de um cabo
“retinida” com comprimentos três vezes a altura em relação ao mar da posição em que a bóia
esta disponível. As bóias podem trazer um fumígeno e um dispositivo luminoso para facilitar a
localização do naufrago no mar.

3.6. Equipamentos de Comunicação


Alem da estação de radio, HF, VHF e aeronáutico e sistema
GMDSS da sala de radio, as unidades dispõem de
transceptores walk talk portáteis nas freqüências de VHF (para
contato com navios e aeronaves) e UHF para uso nas
comunicações internas das unidades. Quando ocorre a
emergência ou a avaria as diversas equipes do controle da
emergência e do controle de avaria utilizam estes
equipamentos para manter o coordenador informado das
operações, ou comunicam-se com barcos ou aeronaves para pedidos de auxilio.

77
3.7. Requisitos para Qualificação dos Vistoriadores de Bordo
em Prevenção de Incêndio

Profissionais com experiência na área naval, prevenção da poluição, riscos ambientais,


conhecimento de legislação nacional e internacional.

A vistoria deve identificar possíveis itens que, se não solucionados podem colocar em risco a
unidade e as pessoas. Deve atender as normas nacionais (NORMAM, IBAMA, CONAMA, etc) e
internacionais (Resolução da IMO).

Os equipamentos salva-vidas, de navegação de bordo, as instalações e sistema de proteção


contra incêndio devem ser submetidos às vistoria iniciais e subseqüente de acordo com a
Convenção SOLAS.

A inspeção e vistoria de navios, no que diz respeito a aplicação das prescrições da Convenção
SOLAS, devem ser efetuadas por funcionários da Administração, que também pode conferir a
inspeção e a vistoria de seus navios a inspetores designados para esse fim ou a organizações
por ela reconhecidas.

Toda Administração que designe inspetores ou que reconheça organizações para efetuar
inspeções e vistorias como prescritas deverá pelo menos dar poderes a todo inspetor designado
ou organização reconhecida para:
 exigir a realização de reparos
 efetuar inspeções e vistorias se solicitadas pelas autoridades competentes do Estado a que
pertence o porto.

A administração deverá notificar à organização quais as responsabilidades especificas confiadas


aos inspetores designados ou às organizações reconhecidas e as condições de delegação e
competência a eles atribuídas.

3.8. Processos de Investigação de Incêndio

3.8.1. Investigação e Relatório de Incêndio a Bordo


Após a ocorrência de um incêndio em uma unidade marítima, dependendo da situação, é
formada uma comissão composta pelo Gerente da unidade marítima com seus Supervisores ou
Comandante junto com seus Oficiais, Supervisores ou Auxiliares. Após analisar as possíveis
causas que levaram à ocorrência do incêndio, emitem relatórios com as medidas de controle
necessárias para evitar ou atenuar a gravidade de possíveis futuros incêndios a bordo. Em
incêndio de grandes proporções que causaram avarias em equipamentos essenciais, perdas de
equipamentos ou de pessoas acidentadas, além da investigação do local, são designados
peritos em incêndios para encontrar as possíveis causas e medidas de controle.

O extrato de um relatório é confeccionado com base no relato das pessoas que estiveram
envolvidas no combate que iniciou o atendimento ao sinistro, no desenvolvimento das operações

78
durante o incêndio ocorrido no dia e local, tendo como objetivo o esclarecimento das
providências tomadas por quem estava na coordenação do combate.
Toda ocorrência de incêndio por mais traumática que seja, deixa sempre experiência e
ensinamento à equipe que participou do controle do sinistro, servindo para o aprimoramento
técnico de todos que estiveram envolvidos. Esse conhecimento pode e deve ser usado para
evitar futuros sinistros.

3.8.2. Relatório

O extrato de um relatório é confeccionado com base no relato das pessoas que estiveram
envolvidas no combate que iniciou o atendimento ao sinistro, no desenvolvimento das operações
durante o incêndio ocorrido no dia e local, tendo como objetivo o esclarecimento das
providências tomadas por quem estava na coordenação do combate.

Piper Alpha era uma plataforma de produção de petróleo do Mar do Norte operada pela
Occidental Petroleum Ltd. e Texaco, proprietária de 22% das ações. Uma explosão e o incêndio
resultante a destruiu em 6 de julho de 1988, matando 167 pessoas. Somente 62 membros da
tripulação sobreviveram.

A instalação

Piper Alpha, uma plataforma de grande porte, estava situada no campo de óleo Piper,
aproximadamente 220 quilômetros ao nordeste de Aberdeen (Escócia) a 144 metros acima da
água. Nos primeiros tempos, produzia também gás de dois poços e ultimamente produzia óleo
de vinte e quatro poços. Era conectada por um oleoduto e um gasoduto ao terminal Flotta, em
Orkney e com gasodutos a outras duas instalações.

A instalação consistia em uma torre de perfuração em um lado, uma área de processamento e


refino no centro, e alojamentos para sua tripulação no outro lado. Uma vez que Piper Alpha
estava mais perto da costa que outras plataformas na área, tinha duas tubulações provenientes
destas plataformas conduzindo à sua área de processamento. Esta instalação processava o gás
proveniente das outras plataformas mais o petróleo extraído por ela mesma e então bombeava
os produtos para a costa.

O acidente

Dia 6 de julho de 1988, um vazamento de condensado de gás natural que se formou sobre a
plataforma incendiou-se, causando uma explosão enorme. A explosão iniciou incêndios
secundários no óleo, derretendo a tubulação de chegada de gás. O fornecimento de gás causou
uma segunda grande explosão que engolfou toda a plataforma. Afirma-se que o desastre foi tão
repentino e extremo que uma evacuação tradicional foi impossível, mas há controvérsia a
respeito. As pessoas ainda estavam saindo da plataforma após o incêndio e explosão iniciais. O
maior problema foi que a maioria do pessoal que tinha autoridade para ordenar a evacuação
morreu quando a primeira explosão destruiu a sala de controle.

79
Um fator importante foi que a plataforma próxima Tartan continuou a bombear gás ao núcleo do
fogo até que a tubulação interligando ambas plataformas rompeu-se devido ao calor. Os
operadores de Tartan não tinham autoridade para parar a produção, mesmo vendo ao horizonte
que Piper Alpha estava queimando.

Processos de Investigação de Incêndio (exemplo)


O grupo de investigação coordenado por Lord Cullen foi estabelecido em novembro de 1988
para descobrir as causas do desastre. Em novembro de 1990, ele concluiu que o vazamento
inicial de condensado era resultante de trabalho de manutenção sendo realizado
simultaneamente numa bomba e sua válvula de segurança. A Occidental Petroleum foi
declarada culpada de ter procedimentos de manutenção inapropriados.

Os restos da Piper estão a aproximadamente a 120 metros a sudoeste da plataforma Bravo, que
a substituiu. Um último efeito do desastre da Piper Alpha foi o estabelecimento do primeiro
sindicato pós-Margaret Thatcher, o Comitê de Indústria de Plataformas (Offshore Industry
Liaison Committee).

Seqüência de Eventos

O desastre começou com um procedimento de manutenção rotineiro. Uma certa bomba


condensadora de propano na área de processo necessitava ter sua válvula de segurança de
pressão verificada a cada 18 meses, e a época tinha chegado. A válvula fora removida,
deixando um buraco na linha onde ela era instalada. Devido aos os trabalhadores não terem
conseguido todo o equipamento que eles precisavam até às 18 horas para terminar o trabalho.
Eles pediram e receberam permissão para deixar o restante do trabalho para o dia seguinte.

Mais tarde, à noite, durante o turno de trabalho seguinte, um pouco antes das 22 horas, falhou a
bomba condensadora primária. As pessoas na sala de controle, que estavam encarregadas de
operar a plataforma, decidiram dar partida na bomba reserva, sem saber que ela estava em
manutenção. Produtos gasosos escaparam do flange de onde foi tirado válvula com tal força que
os trabalhadores descreveram o ruído como similar a um grito de uma fada. Aproximadamente
às 22 horas, o gás acendeu e explodiu.

A força da explosão derrubou a parede corta-fogo que separa partes diferentes da instalação de
processamento, e em breve grandes quantidades de óleo armazenado estavam queimando sem
controle. O sistema de dilúvio automático, projetado para borrifar água em tais incêndios para
contê-los ou apagá-los, não chegou a ser ativado porque a bomba de incêndio estava em modo
manual, devido a operações com mergulho.

A tripulação começou a agrupar-se na área de alojamentos, a parte da plataforma que era o


mais distante da chama e parecia ser a menos perigosa, esperando helicópteros para os levar à
segurança. Infelizmente, os alojamentos não eram à prova de fumaça. As chamas e a falta de

80
treinamento fizeram as pessoas abrirem e fecharem repetidamente as portas, o que só piorou o
problema.

As condições ficaram tão ruins na área de alojamentos que algumas pessoas perceberam que o
único modo de sobreviver seria escapar da estação imediatamente. Eles viram que todas as
rotas para os barcos salva-vidas foram bloqueadas por fumaça e chamas, e na falta de qualquer
outra instrução, saltaram ao mar à espera de serem salvos por barco. Foram salvos sessenta e
dois homens desta forma; a maioria dos outros 167 morreram sufocados em monóxido de
carbono e fumaça na área de alojamentos.

O que deu errado?

Uma análise dos eventos revela muitos pontos que deram errado, uma seqüência de erros que
contribuíram para a magnitude do desastre. Na seqüência, analisam-se os principais:

Sistema de ordem de O evento que iniciou a catástrofe foi a tentativa do turno da noite de
serviço arcaico e não ligar a bomba reserva, que estava inoperante por estar em
seguido à risca manutenção. O pessoal do turno da noite desconhecia que esta bomba
estava em manutenção, por não haver encontrado a ordem de serviço
correspondente. Numa instalação industrial, o conhecimento das
ordens de serviço em andamento é crucial para o andamento do
processo produtivo e para a segurança.

Sistema dilúvio O sistema dilúvio coletava a água do mar para o sistema abaixo da
antiincêndio não plataforma, próxima do local onde os mergulhadores tinham que
funcionou trabalhar em algumas etapas de perfuração. Para segurança dos
mergulhadores, o sistema de coleta de água era colocado em manual
cada vez que havia trabalho com mergulho nas proximidades, para
evitar que os mergulhadores fossem sugados pelas bombas. Com o
tempo, os procedimentos foram relaxados e o sistema passou a ser
deixado em manual sempre, independente de haver ou não trabalho de
mergulho nas proximidades. Máxima segurança para os
mergulhadores, fatal para a plataforma e para outras 167 pessoas pois,
quando o sistema foi necessário, estava inoperante.

Rotas de fuga Não eram perfeitamente conhecidas e as pessoas não encontraram o


caminho até os barcos salva-vidas e saltaram no mar.

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Áreas seguras Ao contrário do que pensavam as pessoas, os alojamentos não eram à
prova de fumaça e chamas. A maior parte dos 167 vítimas morreu
sufocada na área dos alojamentos.

Treinamento Embora houvesse um plano de abandono, três anos haviam se


passado sem que as pessoas recebessem treinamento nestes
procedimentos. Planos de Ação de Emergência são inúteis se existem
apenas no papel e as pessoas não tomam conhecimento dele.

Paredes corta-fogo As paredes corta-fogo em Piper poderiam ter parado a expansão de


um fogo comum. Elas não foram construídas para resistir a explosão.
A explosão inicial as derrubou, e o fogo subseqüente se espalhou
desimpedido, quando poderia ter sido contido se as paredes corta-fogo
tivessem também resistido à explosão. Estações mais novas têm
paredes de explosão que evitariam uma repetição das fases iniciais do
desastre de Piper.

Auditorias A Occidental Petroleum tinha auditorias de segurança regulares em


suas instalações. Estas auditorias foram executadas, mas não foram
bem executadas. Poucos ou mesmo nenhum problema eram
levantados, embora houvesse assuntos sérios como corrosão de tubos
e cabeças de sistema dilúvio e muitos outros problemas. Quando um
problema sério era encontrado, às vezes era simplesmente ignorado.
Por exemplo, cerca de um ano antes, quando os dutos de gás
queimaram e desligaram a estação, uma auditoria independente, cujo
propósito era identificar os principais perigos de incêndio, corretamente
identificou o perigo e declarou que se eles explodissem, nada poderia
salvar a estação. A auditoria recomendou instalar sistemas de
segurança específicos para os proteger. Na reunião de diretoria que
revisou o relatório, nunca foram mencionados os dutos de gás.

As lições aprendidas

Foram muitas as mudanças ocorridas após este acidente. Incluíram:

 Melhoria nos sistemas de gestão de ordens de serviço.

 Relocação de algumas válvulas de desligamento de emergência de oleodutos e gasodutos.

 Instalação de sistemas de isolamento de oleodutos e gasodutos submarinos.

 Mitigação de riscos de fumaça.

 Melhorias nos sistemas de evacuação e escape.

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 Início de análises formais de segurança.

A indústria investiu aproximadamente um bilhão de libras nestes e em outros itens de


segurança, antes que o relatório oficial conduzido por Lord Cullem fosse emitido.

Análises de Riscos passaram a ser obrigatórias para todas as atividades. O processo de


elaboração de análise de riscos é, em si, um forte fator de segurança, pois obriga a todos a
pensarem em tudo o que poderia dar errado e a buscar formas seguras de fazer o trabalho.

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4. NOÇÕES DE CONTROLE DE AVARIAS

Tem como propósito identificar a importância que o controle de avarias tem para uma plataforma,
visando a tomada de medidas preventivas antes de ocorrer a avaria ou, como saná-las após a
ocorrência.
Plataformas são instalações complexas e algumas podem incluir a perfuração de poços,
produção e armazenagem de petróleo e gás à alta pressão, obras de manutenção e
ampliação.
abalroamento

Navios ou plataformas estão sujeitos ao


risco de inundação ou emborcamento
falha estrutural

distribuição irregular da carga

4.1. Estabilidade
Estabilidade é a tendência que a embarcação tem de voltar à sua posição inicial e de equilíbrio
quando cessa a força que a fez mudar de posição.
Durante o combate na unidade um oficial ou técnico de estabilidade avaliará os recursos
disponíveis para não afetar a estabilidade.

estanqueidade é a capacidade de não permitir a entrada de


água nos compartimentos.

compartimentos toda embarcação é dividida em


compartimentos estanques situados acima e
abaixo da linha de flutuação.

portas estanques Possuem sistema de vedação que impedem


a passagem de fluídos.

Mantém a estabilidade da embarcação,


sistema de lastro define o calado e manipula a distribuição do
peso a bordo.

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Gravidade: a embarcação em repouso está submetida a duas forças que o mantém equilibrado:
gravida e empuxo.
O Centro de Gravidade (G) é o ponto de aplicação da resultante de todos os pesos de bordo;
sua posição se altera de acordo com a distribuição de carga nos tanques, porões, conveses etc.

O centro de carena (C) é o centro de gravidade do volume de


água deslocada pela embarcação: é o ponto de aplicação da
força de empuxo.

Empuxo: é a resultante da soma de todas as componentes


verticais das pressões exercidas pelo líquido na superfície imersa da embarcação. Assim, a
embarcação em repouso é submetida à ação de duas forças iguais e verticais: o peso do navio
agindo em G para baixo e o empuxo em C para cima.

O convés suporta as
facilidades da função da
plataforma.

Responsáveis pela maior parte do empuxo


que garante a flutuabilidade da unidade.

As colunas garantem que a unidade não emborque.

Metacentro é o ponto determinado pelo encontro dos raios de um arco infinitamente pequeno
da curva gerada pelas sucessivas mudanças do centro de carena.

85
4.2. Características da Embarcação

Comprimento: é a extensão do ponto mais extremo de vante até o ponto mais extremo de ré.
Boca – é a largura do casco da embarcação
Borda livre – distância vertical entre o convés principal e a linha de flutuação em plena carga.
Obras vivas – parte do casco que fica dentro da água em plena carga.
Obras mortas – parte do casco que fica fora da água em plena carga.

Pontal – distância vertical entre a quilha e o convés principal.


Calado distância vertical entre a quilha e a superfície da água.
Linha d’água – é uma faixa pintada nos cascos do navios, de proa a popa;seu limite inferior é a
linha de flutuação leve e o superior é a linha de flutuação em plena carga.
Trim – diferença entre os calados a vante e a ré. Quando o calado a vante é maior do que o
calado a ré, o navio está abicado ou embicado.

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Navio embicado

Quando o calado a ré é maior do que o calado a vante o navio está derrabado.

Navio derrabado

Se os calados forem iguais, diz-se que ele está compassado ou em águas parelhas.

Navio Trimado

Banda – é a inclinação para um dos bordos; o navio pode estar adernado, ou ter uma banda
para boreste ou para bombordo. O ponto “G” na figura representa o Centro de Gravidade da
embarcação, em torno do qual ela se inclina.

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4.3. Componentes Estruturais e Compartimentos a Bordo
Anteparas - separações verticais que subdividem o espaço interno do casco.
Caverna - peças curvas que são fixadas na quilha perpendicularmente e servem para dar forma
ao casco e sustentar o chapeamento exterior.
Forro exterior – revestimento externo, estanque a água, que contribui para aumentar a
resistência do casco aos esforços estruturais. É feito com chapas de aço soldadas, compondo a
estrutura do casco.
Hastilhas – chapas colocadas verticalmente no navio, em cada caverna, aumentando a altura
na parte que se estende da quilha ao bojo.
Longarinas – peças colocadas de proa a popa, na parte interna das cavernas, ligando-as entre
si.
Pés de carneiro – colunas que suportam os vaus, para aumentar a resistência da estrutura.
Quilha – peça disposta na parte mais baixa do navio, longitudinalmente, da proa até a popa.
Sicordas – peças colocadas de proa a popa num convés ou numa coberta, ligando os vaus e as
cavernas entre si.
Vaus – vigas colocadas de boreste a bombordo em cada caverna, servem para sustentar o
chapeamento dos conveses e das cobertas.

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4.3.1 Espaços para Carga e Peação do Material

Todo convés principal ou convés superior deve ter


toda a carga distribuída para não comprometer a
estabilidade e flutuabilidade. Um imediato ou
COEMB é responsável, pela estabilidade (lastro)
da plataforma em relação à distribuição de carga.

4.4. Prevenção de Avarias

Dano ou prejuízo causado à embarcação ou às


Avaria
mercadorias, decorrente de um fato indesejado,
podendo até colocar em risco as vidas a bordo.

A prevenção de avarias é fundamental para a preservação de navegabilidade da embarcação e


a segurança de sua tripulação, bem como a manutenção da estabilidade e preservação de
flutuabilidade das plataformas.

Durante uma emergência são aplicadas técnicas por profissionais qualificados que se utilizam
de recursos para normalizar ou minimizar a gravidade do sinistro, esta atividade esta
subordinada ao oficial de segurança.
O controle de avarias em uma plataforma ou navio norteia-se em três fundamentos básicos:

 prevenção por meio da rotina diária de manutenção e a vigilância contínua;


 rapidez de ação por meio do Grupo de Salvamento da Unidade Marítima, e
 adestramento por meio de exercícios e aulas para todos os tripulantes de bordo.

Composição da equipe de controle de avarias:

 Encarregado da equipe – (líder da cena de ação)


 Turma de ataque (eletrecista e “homens de área”)
 Brigada de incêndio

As estatísticas mostram que aproximadamente 90% das emergências em plataformas são extintas
nos primeiros dois minutos, 5% nos primeiros dez minutos e os 5% restantes após um período de
tempo que varia entre cinco e dez horas.

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O controle de avarias é uma faina de equipe, cujo desenvolvimento se faz sob tensões físicas e
emocionais.
Qualquer trabalho assim executado para ser bem-sucedido necessita que determinados requisitos
básicos sejam satisfeitos.
A equipe de CAV dever fazer Patrulhas de Segurança em itinerários e freqüências regulares a fim
de: evitar início de sinistro e, secundariamente, detectar anormalidade nos compartimentos,
intervir ou informar ao setor responsável, para não tomar grandes proporções.

Comunicação Interna

 Telefones de anteparas
 Rádios Portáteis (UHF)
 Botoeira de Emergência
 Intercom (boca de ferro)

Intercom Botoeira Rádio Portátil

4.4.1. Tanques

Os cuidados com as cargas nos porões e tanques devem ser constantes, com relação a
estivagem (estocagem) correta, longe dos produtos que possam produzir reações químicas.
Algumas cargas podem desprender vapores quando molhadas, chegando à combustão
espontânea, como é o caso do algodão, sisal, etc.

4.4.2. Gases

Esse tipo de emergência está relacionado ao vazamento de válvulas,


flanges ou tubulações, que contenham gás inflamável ou tóxico, com
possibilidade de provocar explosões, incêndio ou intoxicação de
pessoas expostas.

4.4.3. Soldagem
Processo para união localizada de materiais similares ou não.
Baseia-se no uso de calor, aquecimento e e fusão parcial das partes
a serem unidas. São serviços a quente: corte oxi-acetileno, solda
elétrica, agulheiro, jateamento outros trabalhos também são
considerados quentes, tais como esmerilhamento, perfuração,
soldagem com uso de fogo, uso de equipamentos elétricos não
seguros.

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4.4.4. Eletricidade
Dependendo da atividade da unidade marítima os equipamentos elétricos devem possuir
certificação de acordo com a classificação da área.

Cuidados em instalações elétricas:

 sobrecarga em equipamentos e instalações

 equipamentos certificados em áreas classificadas

 dimensionamento de acordo com a demanda

 curto-circuitos

 isolamentos

4.4.5. Detectores
Quanto mais rápido o fogo for detectado, melhor será o seu controle e sua extinção, reduzindo
os prejuízos.

 auxiliam na detecção inicial do sinistro

 bloqueiam partes da área envolvida

 acionam equipamentos fixos de combate a incêndio.

detector de chama detector de fumaça detector de calor

4.4.6. Alarmes
Podem ser sonoros ou visuais. Sua finalidade é informar ao pessoal embarcado que a unidade
esta em emergência e que algo de anormal esta ocorrendo.

informar sobre o perigo


sonoros
visuais finalidade
dar a localização da emergência

ESTADO ALARME

emergência sonoro intermitente


preparar para o abandono sonoro contínuo
locais ruidosos visual

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4.4.7. Fornos
Fornos normalmente são elétricos e trabalham em alta temperatura e apresentam os seguintes
ricos:

 geração de alta temperatura


 óleo aquecido
 incêndio

4.4.8. Cozinha
Deve-se ter um cronograma de manutenção preventiva nas coifas
e equipamentos elétricos, revisar as tubulações de vapor
mantendo o isolamento térmico, funcionamento dos
equipamentos de combate a incêndio.

4.5. Água Aberta


Expressão usada para descrever uma situação em que o compartimento estanque da unidade
sofreu avaria que provoca alagamento.
A situação de água aberta é muito séria em uma embarcação. O volume de água embarcada
por uma pequena abertura pode leva a embarcação a perder sua reserva de flutuabilidade e,
dependendo da posição do furo, levá-la a uma banda e em seguida, perdendo estabilidade
poderá emborcar.

 negligência
 tempestade
A integridade dos compartimentos  colisão
estanques pode ser afetada, por
 abalroamento
 encalhe
 outros fatos da navegação

4.5.1. Tamponamento

É a utilização de diversos tipos de materiais para evitar a entrada de água nos compartimentos
estanques.

A embarcação pode fazer água através de muitos tipos de furos. Podem acontecer perfurações
no casco provocadas por colisões com pedras, cais, outras embarcações, objetos flutuantes etc.
Pode haver água aberta através de válvulas de fundo, eixos que tenham contato com o meio
externo etc. Deve-se ter cuidado com a manutenção dos equipamentos que possam causar
esses tipos de vazamento, fazendo manutenções periódicas e inspeções freqüentes.

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Como prevenção, durante as viagens são feitas sondagens para verificação de possíveis
vazamentos em porões, tanques de óleo, tanques de lastro e outros compartimentos do navio
que possam fazer água. Nas ocasiões de mau tempo, as portas estanques devem estar
fechadas.

Os furos devem ser tamponados imediatamente o que se pode fazer utilizando bujões de vários
formatos e cunhas, que em caso de emergência, podem conter ou pelo menos reduzir a entrada
de água.

Em algumas situações de emergência têm-se a necessidade de reforçar conveses avariados,


fortalecer antepara enfraquecidas ou sustentar portas estanque contra embarque de mar. Tudo
isso é feito através de escoramento, utilizando-se escoras que são feitas de madeira macia, sem
nós, para possibilitar o corte, de acordo com as características do local da avaria.

As escoras devem ser cortadas e montadas de maneira adequada, para que possam atuar
sustentando a pressão exercida pela água.

• Tamponar – fora do furo – parar/diminuir a entrada ou saida de água ou outro fluido


qualquer.

• Bujonar – dentro do furo – parar/diminuir avazão

Tamponamento Bujonamento

4.5.2. Escoramento

Os procedimentos para reparos de emergência devem levar em consideração a necessidade de


se manter a flutuabilidade e a estabilidade da embarcação. Portanto, no caso de água seguir os
passos:
 isolar o compartimento;
 reduzir a entrada de água;
 fazer o tamponamento da abertura;
 providenciar o esgoto do compartimento, evitando perda da flutuabilidade e estabilidade.
No caso de avaria causada por incêndio:
 informar o local do incêndio e que tipo de material está queimando;
 isolar o local do incêndio para evitar a entrada de ar;
 combater o fogo com os meios disponíveis no momento;
 acionar o alarme de incêndio para que a brigada entre em ação.

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4.6. Estanqueidade
É a capacidade da embarcação não permitir a entrada de água em seus compartimentos.

4.6.1. Porta estanque


No âmbito da proteção contra incêndio em unidades marítimas é o conjunto de medidas
construtivas tomadas para se oporem à propagação de um incêndio.

4.6.2. Compartimentação
É conjunto de medidas tomadas na construção das unidades marítimas para se oporem a
propagação de incêndio ou alagamento.
A plataforma/navio tem compartimentos divididos por porta estanque e corta chamas a fim de
preservar o seu conteúdo de eventual incêndio ou alagamento.

4.7. Sistema de Lastro


Bombas: têm finalidade manter a estabilidade da unidade marítima entre os compartimentos.
Em caso de avarias é possível controlar a
estabilidade através do sistema de lastro, até o
controle da situação.
 controle dos alagamentos
 preservação da estabilidade

Redes: são tubulações utilizadas para conduzirem fluidos (água, óleo, petróleo, gases, etc.)
entre os equipamentos da embarcação.
Tanques: são equipamentos destinados a armazenamentos de produtos e cargas diversas

Válvulas: são sistemas de bloqueio utilizados em tubulações ou


tanques para facilitar a operação de diversos produtos

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4.8. Aparelhos de Manobra de Carga
São equipamentos utilizados para facilitar a manobra de movimentação de cargas , tais como
paus de carga, guindaste e turcos .
Acessórios de movimentação de cargas são manilhas, eslingas, cintas,
e estropos,
Em uma emergência estes aparelhos são utilizados para movimentar
cargas como mangueiras, mangotes, containers, cestas e outros. Os
turcos arriam baleeiras e balsas infláveis turcadas.
Estes equipamentos devem sofrer inspeção de acordo com programa
estabelecido, substituídos quando danificados e controlados de acordo
com plaqueta apropriada. Os guindastes devem ser operados por
profissional qualificado e experiente.

4.9. Equipe de Crash de Aeronaves

4.9.1. Composição da equipe


As operações aéreas no heliponto das plataformas marítimas habitadas e dos navios mercantes,
no momento de pouso ou decolagem de aeronave, deverão estar guarnecidos por uma Equipe
de Manobra e Combate a Incêndio de Aviação (EMCIA) com seguinte efetivo:

 um Agente de Lançamento e Pouso de Helicóptero (ALPH - o líder da EMCIA) e estar


habilitado a operar o rádio transceptor VHF portátil.
 dois ou três Bombeiros de Aviação (BOMBAV), conforme a categoria de helipontos H1 ou H2
respectivamente, visando o guarnecimento dos canhões geradores de espuma.
 um rádio-operador na estação de rádio das unidades marítimas.
 uma embarcação de resgate e a respectiva tripulação.

Atribuições da equipe ALPH:


 Supervisionar todas as atividades durante as operações (embarque e desembarque,
abastecimento).
 Assegurar condições de segurança para pouso e decolagem (parada da lança do guindaste,
controlar pessoal)
 Orientar aeronaves (rádio)
 Em situação de “crash”:
 Combate ao fogo, presta primeiros socorros, auxilia o transporte de feridos.

4.9.2. Fases de uma Faina de Crash


A faina de crash é de responsabilidade da equipe de manobra e combate a incêndio em
aeronave (EMCIA) ou guarnição da embarcação ou bote de resgate no socorro aos tripulantes e
passageiros durante a colisão da aeronave com o piso do helideck ou na água.

Quando ocorrer colisão da aeronave na superfície do heliponto se a tripulação estiver

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consciente, seguir os seguintes passos:
 aguardar parada da aeronave;
 aguardar instruções da tripulação;
 orientar saída dos passageiros e tripulantes de forma ordenada para uma área segura através
da rota de fuga;
 caso a tripulação esteja inconsciente acionar parada de emergência.

4.9.3. Procedimentos para Escape de uma Aeronave


Em caso de pouso forçado no mar

 vestir coletes (não inflar colete dentro da aeronave);


 aguardar instruções da tripulação;
 liberar porta de emergência;
 lançar balsas;
 no mar, inflar colete e subir na balsa;
 iniciar as ações primárias na balsa inflável.

Se houver pouso de emergência ou queda de aeronave


no mar, o resgate dos tripulantes pode ser realizado por
embarcações ou aeronaves conforme a disponibilidade e
o estado do mar, avaliado pela coordenação da
emergência:

Embarcações: bote de resgate, embarcação de apoio,


baleeira.

Aeronaves: helicópteros com a utilização de cinta de resgate (sling), cesta de resgate, rede de
salvamento ou maca offshore.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUARTE, Moacyr. Riscos Industriais, etapas para investigação e a prevenção de acidentes.
Funenseg, 2002

FALCÃO, Roberto José. Tecnologia de Proteção contra Incêndio

JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas,


Petroquímicas e de Petróleo. Qualitymark.

CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. Uma abordagem


holística. Editora Atlas.

BRASIL MARINHA DO BRASIL. Diretoria de Portos e Costas. Manual do curso Especial Básico
de Combate a Incêndio. Rio de Janeiro, 2002.

BRASIL MARINHA DO BRASIL. Diretoria de Portos e Costas. Convenção Internacional para


Salvaguarda da Vida Humana no Mar. Rio de Janeiro. 1998

BRASIL MARINHA DO BRASIL. Diretoria de Portos e Costas. Convenção Internacional SOBRE


Normas de Treinamento de Marítimos, Expedição de Certificados e Serviço de quarto –
STCW-78/95. Rio de Janeiro, 1998.

BRASIL, MARINHA DO BRASIL Diretoria de Ensino da Marinha. Manual de Liderança. 1996

ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL (IMO) – Advanced Training in Fire Fighting


(Model Course 2.03). London, 2000.

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