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MÓDULO

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CAPÍTULO 1

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MÓDULO 1

1.1 A ÉTICA E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

ÉTICA PROFISSIONAL

Toda pessoa é dotada de uma consciência moral que a faz distinguir entre
o certo e o errado, entre o bem e o mal, capacitando-a a avaliar suas ações no
contexto a que é solicitado, ou seja, é capaz de nortear suas atitudes pela ética,
a qual pode-se dizer é um conjunto de valores, que se tornam deveres em
determinadas culturas ou grupos, sendo expressos em ações.

A ética é, normalmente, uma norma de cunho moral que obriga a conduta


de uma determinada pessoa, sob pena de sanção específica, mas pode também
regulamentar o comportamento de um grupo particular de pessoas.

Ao longo do Curso de Socorristas, são ensinadas normas técnicas que


indicam fórmulas do fazer, que são apenas meios de capacitação, levando o
homem a atingir resultados. Todavia a técnica não deve perder sua correlação
natural com as normas éticas, que atenuam o sofrimento da vítima e humanizam
o atendimento.

O socorrista deve saber equilibrar os dois pratos da balança que formam


seu caráter profissional: o lado técnico e o lado emocional. Caso haja uma
prevalência de qualquer um dos lados, o atendimento pode ser comprometido
tanto pelo lado humano, quanto pelo lado científico.

O mesmo se aplica àquele que possua um equilíbrio emocional e não


saiba as técnicas pré-hospitalares. Para um atendimento pré-hospitalar
satisfatório o socorrista deve possuir, além do equilíbrio emocional e da
competência técnico-científica, uma competência ética, fundamental para a
humanização do serviço.

A competência ética no atendimento pré-hospitalar é formada por quatro


vertentes de relacionamento, sendo elas:

✓ Socorrista e profissionais de saúde;

✓ Socorrista e vítima;

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✓ Socorrista e parentes/conhecidos/outros envolvidos.

Estes dois tipos de relacionamentos estão baseados em três princípios


fundamentais:

✓ Respeito à pessoa;

✓ Solidariedade;

✓ Sentimento do dever cumprido.

Tendo por base estas três premissas, o socorrista saberá pautar suas
atitudes e considerar as alterações emocionais decorrentes do trauma. Não se
deixará influenciar pela conduta social da vítima incorrendo num julgamento
errôneo (fará um atendimento imparcial), atentará para os cuidados com a
exposição da vítima, terá atenção especial com crianças, e terá a seriedade
como base para uma postura profissional que se espera.

Humanizar o atendimento não é apenas chamar a vítima pelo nome, nem


ter um sorriso nos lábios constantemente, mas também compreender seus
medos, angústias e incertezas, dando-lhe apoio e atenção permanente. O
profissional humanizado deve apresentar algumas características que tornam o
atendimento a um traumatizado mais digno:

✓ Focalizar não somente o objeto traumático, mas também os aspectos


globais que envolvem o paciente, não se limitando apenas às questões físicas,
mas também aos aspectos emocionais;

✓ Manter sempre contato com a vítima, buscando uma empatia por parte
da mesma;

✓ Prestar atenção nas queixas do paciente, tentando sempre que possível


aliviar a dor do paciente;

✓ Manter a vítima, sempre que possível, informada quanto aos


procedimentos a serem adotados;

✓ Respeitar o modo e a qualidade de vida do traumatizado;

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✓ Respeitar a privacidade e dignidade do paciente, evitando expor o
mesmo sem necessidade.

Um atendimento perfeito ocorre quando, mesmo com o sucesso do


emprego de todas as técnicas dominadas pelo socorrista, atende-se a dignidade
da pessoa humana em todo seu alcance, angariando o respeito e a admiração
da vítima e outras pessoas envolvidas.

1.2 SOCORRISTA

✓ Para salvar uma vida é preciso ter uma pessoa designada para tal
função, e esse papel cabe ao socorrista.

✓ Ele deve ser um profissional treinado para prestar o primeiro socorro e


auxiliar os profissionais do atendimento pré-hospitalar, no local da emergência.

1.3 COMO SE TORNAR UM SOCORRISTA RESGATISTA

Como o atendimento emergencial desempenha um papel fundamental na


preservação de vidas, a atividade foi regulamentada em 2002 pela Portaria 2048,
do Ministério da Saúde, que estabelece as normas técnicas ligadas à prática nos
Estados brasileiros, além de delimitar a grade curricular dos cursos da área.
Dessa forma, para se tornar um socorrista resgatista é necessário estar
devidamente treinado e capacitado para a função através de um curso de
especialização que atenda a todas as exigências previstas em lei.

No final do curso e após a aprovação, os profissionais passam a ser


habilitados a darem suporte de urgência e emergência em situações como
acidentes de trânsito, mal súbito, inundações, incêndios, etc.

1.4 MERCADO DE TRABALHO

O mercado de trabalho para o profissional de socorro e resgate é bastante


amplo, indo desde setores da saúde pública e privada, até a prestação de
serviços, como hospitais, centros de saúde, SAMU, ambulâncias e afins. A média
salarial, assim como as horas trabalhadas, varia de acordo com a formação
profissional.

1.5 HABILIDADES OBRIGATÓRIAS PARA A PROFISSÃO

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✓ Ter 18 anos de idade ou mais;

✓ Ensino médio completo, no mínimo;

✓ Facilidade de comunicação;

✓ Senso de urgência;

✓ Preparo físico;

✓ Controle emocional;

1.6 CARACTERISTICAS E PERFIL SOCORRISTA:

✓ Ter conhecimento básico sobre primeiros socorros;

✓ Ter iniciativa, autocontrole, calmo, autoconfiança, senso de


observação;

✓ Ter habilidade manual, saber o que deve ser feito, como fazer e o que
deve ser feito;

✓ Conhecer as próprias limitações e ter bom senso.

Para desempenhar a função com eficiência, antes de tudo é preciso ter


vocação, consciência da carga de responsabilidade que a profissão exige e perfil
emocional adequado para ser capaz de tomar decisões equilibradas, mesmo sob
pressão. Lembrando que o curso de socorrista e resgatista habilita o profissional
apenas a prestar os primeiros cuidados à vítima. Procedimentos invasivos e
tratamentos medicamentosos só podem ser realizados por médicos ou sob sua
orientação, em qualquer circunstância.

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1.7 DEVERES DO SOCORRISTA

✓ Atender rapidamente, com segurança.

✓ Ouvir a vítima e as testemunhas com atenção.

✓ Identificar o que está errado e providenciar assistência de emergência


necessária.

✓ Observar as prioridades: consciência, respiração, pulso em grandes


artérias, grande sangramento.

✓ Elevar ou mobilizar a vítima apenas quando for necessário.

✓ Transportar a vítima com segurança para o recurso hospitalar, quando


necessário.

✓ Assumir a Situação

✓ Evitar o pânico, obter a colaboração de outras pessoas, dar ordens


claras e objetivas.

✓ Solicitar ajuda qualificada, manter curiosos afastados, isolar, sinalizar e


proteger o local.

✓ As responsabilidades e atuação do socorrista vão desde tarefas


anteriores ao chamado, até a entrega da vítima às equipes médicas das
Unidades de Atendimento Hospitalar de Emergência.

1.8 RESPONSABILIDADE LEGAL SOCORRISTA

✓ A responsabilidade profissional e uma obrigação atribuída a toda


pessoa que exerce uma arte ou profissão, ou seja, a de responder perante a
justiça pela omissão e pelos atos prejudiciais resultantes de suas atividades:

• IMPERICÍA
• IMPRUDÊNCIA
• NEGLIÊNCIA

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1.9 QUANDO OCORRE O CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO?

O delito de omissão de socorro encontra-se no art. 135 do Código


Penal e consiste em:
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

1.10 10 MANDAMENTOS SOCORRISTAS

✓ Mantenha a calma;

✓ Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver


prestando socorro: o PRIMEIRO EU (o socorrista) o DEPOIS MINHA EQUIPE
(Incluindo os transeuntes) o E POR ÚLTIMO A VÍTIMA

✓ Ao prestar socorro, é fundamental ligar ao atendimento pré-hospitalar, de


imediato ao chegar no local do acidente. Podemos por exemplo discar 3
números: 193 (número do corpo de bombeiros);

✓ Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir
no acidente;

✓ Mantenha sempre o bom senso;

✓ Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos;

✓ Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão


e se sentirão mais úteis;

✓ Evite manobras intempestivas (realizadas de forma imprudente, com pressa);

✓ Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior risco


de vida como, por exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que
estejam sangrando muito;

✓ Seja socorrista e não herói (lembre-se do segundo mandamento).

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1.11 SABE QUAL SIGNIFICADO DA ESTRALA DA VIDA?

Símbolo que identifica o Pré-Hospitalar;

✓ Símbolo internacional da Paramedicina e dos Técnicos em


Emergências Médicas;

✓ Patenteada em 1977; - Criado pelo Serviço de Emergência Medica


Americana;

✓ 6 faixas que formam a estrela;

- Detecção;

- Alerta; o Pré-Socorro;

- Socorro no local;

- Cuidados durante

- Transporte;

- Transferência e Tratamento Definitivo

1.12 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR

O atendimento as urgências/emergências ocorre desde o período das


grandes guerras;

Neste período, os soldados feridos eram transportados em carroças com


tração animal.

Em 1899, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, colocou a primeira


ambulância movida a tração animal para realizar os atendimentos;

Em 1950, instala-se o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de


Urgência (SAMDU), na cidade de São Paulo, órgão da então Secretaria
Municipal de Higiene.

A partir da década de 80, o atendimento pré-hospitalar passou a ser


aplicado de forma mais sistematizada pelo Corpo de Bombeiros, os quais deram
início à estruturação dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar (SvAPH).

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1.13 DEFINIÇÕES

Considerando que é necessário contar com Boas Práticas para


Organização e Funcionamento dos Serviços de Urgência e Emergência e que
os Serviços de Urgência e Emergência são de importância para o funcionamento
dos sistemas de saúde, o ministério da saúde através da PORTARIA Nº 354, DE
10 DE MARÇO DE 2014.

Define Urgência e emergência como:

Emergência:

• Constatação médica de condições de agravo a saúde que impliquem


sofrimento intenso ou risco iminente de morte, exigindo, portanto, tratamento
médico imediato.

Urgência:

• Ocorrência imprevista de agravo a saúde como ou sem risco potencial a vida,


cujo portador necessita de assistência médica imediata.

1.14 PORTARIA Nº 2048, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2002

Considerando o crescimento da demanda por serviços nesta área nos


últimos anos, devido ao aumento do número de acidentes e da violência urbana
e a insuficiente estruturação da rede assistencial, que têm contribuído
decisivamente para a sobrecarga dos serviços de Urgência e Emergência
disponibilizados para o atendimento da população; a necessidade de aprofundar
o processo de consolidação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência,
aperfeiçoar as normas já existentes e ampliar o seu escopo e ainda a
necessidade de melhor definir uma ampla política nacional para esta área, com
a organização de sistemas regionalizados.

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Considerando a expansão de serviços públicos e privados de atendimento
Pré-hospitalar móvel e de transporte intra-hospitalar e a necessidade de integrar
estes serviços à lógica dos sistemas de urgência.

Esta portaria estabelece os princípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais


de Urgência e Emergência, as normas e critérios de funcionamento,
classificação e cadastramento de serviços e envolve temas como a elaboração
dos Planos Estaduais de Atendimento às Urgências e Emergências, Regulação
Médica das Urgências e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento
pré-hospitalar móvel, atendimento hospitalar, transporte intra-hospitalar.

1.15 DEFINIÇÃO DE VEICULOS PRÉ-HOSPITALARES MOVEIS;

AMBULÂNCIAS

Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário)


que se destine exclusivamente ao transporte de enfermos. As dimensões e
outras especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT
– NBR 14561/2000, de julho de 2000.

As Ambulâncias são classificadas em:

TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em


decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para
remoções simples e de caráter eletivo.

TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte intra-


hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-
hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com
potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte
até o serviço de destino.

TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-


hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil
acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas).

TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento


e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de
transporte intra-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve
contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.

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TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa
utilizada para transporte intra-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa
para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo
Departamento de Aviação Civil - DAC.

TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário,


destinado ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os
equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua
gravidade.

VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA: Estes veículos, também chamados de


veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica são utilizados
para transporte de médicos com equipamentos que possibilitam oferecer suporte
avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F.

ANOTAÇÕES

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