Você está na página 1de 7

CENTRO DE ADESTRAMENTO ALMIRANTE MARQUES DE LEÃO

FASE A DISTÂNCIA DOS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO DE


OPERADOR RADAR E OPERADOR SONAR
DISCIPLINA: PRIMEIROS SOCORROS I
UE1 – PRIMEIROS SOCORROS I
Aula 1 – CONCEITUAÇÃO.

UE1 – CONCEITUAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS - Aula 1

Olá, aluno (a)! Tudo bem?

Vamos iniciar o nosso conteúdo do Curso Expedito de Primeiros Socorros, onde


nessa unidade vamos aprender o conceito de Primeiros Socorros e de Emergência e
Urgência, aprender sobre o papel do socorrista, o EPI (Equipamento de Proteção
Individual) necessário para a prestação de socorro à vítima e, noções básicas de Anatomia
e Fisiologia Humana indispensáveis na formação de um socorrista. Vamos lá?!

Objetivos da Aprendizagem:

- Conceituar Primeiros socorros;


- Citar Urgência e Emergência;
- Descrever o papel dos responsáveis pela segurança (socorristas) a bordo; e
- Citar os recursos disponíveis necessários para o desempenho da função de
socorrista (EPI).

INTRODUÇÃO

Todos abordo devem estar capacitados a


prestar atendimento de Primeiros Socorros.
Nas diversas estações deve-se ter militares
treinados e qualificados a prestar os primeiros
socorros, os chamados ´´socorristas`` profissio-
nais não-médicos, habilitados para prestar aten-
dimento de urgência emergência, em nível pré-
hospitalar, sob supervisão e coordenação
médica.
Para que o socorro especializado seja
sem demora, recomenda-se que 1/5 (um quin-
to) da guarnição e oficialidade possua habilita- ção
em primeiros socorros.
.
UE1 - Aula 1.1 – Conceituação de Primeiros Socorros.

1.1 - CONCEITUAÇÃO

Primeiros Socorros ou Atendimento Pré-Hospitalar (APH) consistem em condutas ou


protocolos de orientações do atendimento a vítimas de trauma ou não no intuito de reduzir
ao máximo o não reconhecimento, em tempo hábil, de lesões de potencial risco à vida as-
sim como o seu rápido manejo.

1.2 - EMERGÊNCIA E URGÊNCIA

A emergência acontece quando há uma situação que não pode ser adiada, que
deve ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo da
morte.
Já a urgência é quando há uma situação crítica, com a ocorrência de grande perigo
e que, pode se tornar uma emergência caso não seja devidamente atendida.

1.3 - PAPEL DOS PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA (SOCOR-


RISTAS)

Quem é o Socorrista?
“Indivíduo leigo ou não habilitado para prestar atendimento pré-hospitalar e creden-
ciado para integrar a guarnição de atendimento pré-hospitalar. Faz intervenção conserva -
dora (não-invasiva) no atendimento pré-hospitalar, sob supervisão médica direta ou à dis-
tância, fazendo uso de materiais e equipamentos especializados”, que é identificado (boné,
escudo, ou plaqueta) de forma a se destacar dos demais membros.
Sendo a primeira pessoa a se deparar com um acidentado, você é uma peça impor-
tantíssima no sucesso do tratamento. O prognóstico do paciente dependerá da velocidade,
conhecimento e habilidades de suas ações. O momento crítico, para a vítima, começa no
momento em que está se lesionar e não no momento em que chegamos ao local.

PERFIL DO SOCORRISTA:
- Maior de dezoito anos;
- Disposição pessoal para a atividade;
- Equilíbrio emocional e autocontrole;
- Disposição para cumprir ações orientadas;
- Disponibilidade para recredenciamento periódico (Bienal);
- Capacidade de trabalhar em equipe.

COMPETÊNCIAS
- Avaliação da cena com identificação de mecanismo do trauma;
- Conhecer os equipamentos de bio-proteção individual e sua necessidade de utili-
zação;
- Realizar manobras de extricação manual e com equipamentos próprios;
- Garantir sua segurança pessoal e das vítimas no local do atendimento e realizar o
exame primário, avaliando condições de vias aéreas, circulação e estado neurológico;
- Ser capaz de transmitir, via rádio, ao coordenador médico, a correta descrição da
vítima e da cena;
- Conhecer as técnicas de transporte do politraumatizado;
UE1 - Aula 1.1 – Conceituação de Primeiros Socorros.

- Saber observar sinais diagnósticos, cor da pele, tamanho das pupilas, reação das
pupilas à luz, nível de consciência, habilidade de movimentação e reação à dor;
- Medir e avaliar sinais vitais, pulso e respiração e situar o estado da vítima na esca -
la de trauma e de coma, se for o caso;
- Identificar situações de gravidade em que a tentativa de estabilização do paciente
no local deve ser evitada em face da urgência da intervenção hospitalar (exemplo: ferida
perfurante de tórax);
- Colher informações do paciente e da cena do acidente, procurando evidências de
mecanismos de lesão;
- Manter vias aéreas permeáveis com manobras manuais e com equipamentos dis-
poníveis (cânulas orofaríngeas);
- Administrar oxigênio e realizar ventilação artificial utilizando meios naturais e equi-
pamentos disponíveis no veículo de emergência (cânulas, máscaras, ambú, cilindro de oxi-
gênio);
- Realizar circulação artificial pela massagem cardíaca externa;
- Controlar sangramento externo evidente, por pressão direta, elevação do membro
e ponto de pressão, utilizando curativos e bandagens;
- Mobilizar e remover pacientes com proteção da coluna cervical, utilizando tábuas e
outros equipamentos de imobilização e transporte;
- Reavaliar os sinais vitais e completar o exame do paciente;
- Aplicar curativos e bandagens, incluindo-se queimaduras e ferimentos nos olhos;
- Imobilizar coluna e membros fraturados, utilizando os equipamentos disponíveis no
veículo de emergência;
- Oferecer o primeiro atendimento a traumatismos específicos (curativos em três
pontos, curativo abdominal, olhos e orelhas, queimaduras, etc.);
- Realizar abordagem inicial (conforme itens anteriores) e oferecer atendimento a
pacientes especiais, doentes mentais, alcoólatras e suicidas;
- Estabelecer contato com a Central, a fim de repassar dados e seguir obrigatoria-
mente suas determinações;
- Ser capaz de repassar as informações pertinentes ao atendimento à equipe médi -
ca do hospital ou instituição de saúde que receberá o paciente.
Veremos a seguir os principais aspectos a serem considerados para função de um
socorrista.

1.4 - COMPOSIÇÃO DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Bioproteção: como parte das exigências das medidas de segurança do socorrista na


avaliação da cena, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é obrigatório. Es-
ses equipamentos incluem como itens básicos: os óculos de proteção, luvas e máscara ou
protetores faciais, esses objetos tentam isolar o socorrista de contato direto com os fluídos
corporais da vítima que podem está contaminado por agentes biológicos (como hepatite B
ou C, HIV, herpes, tuberculose) ou substâncias tóxicas. Também fazem parte desta etapa
na abordagem inicial do trauma a constante atualização da imunização do socorrista (ca-
derneta de vacinação) e medidas pós-exposição (como uso de profilaxia pós-exposição –
PEP – para o HIV).
UE1 - Aula 1.1 – Conceituação de Primeiros Socorros.

Figura 1 – Equipamentos de proteção individual

1.5 - NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Introdução
Para o entendimento e reconhecimento de lesões que possam comprometer a vida
do politraumatizado durante seu atendimento é fundamental os conhecimentos básicos de
anatomia e fisiologia na formação do socorrista. Eles são necessários para compor a base
do aprendizado que o socorrista necessitará ter para executar com eficiência e eficácia as
condutas pertinentes ao atendimento pré-hospitalar às vítimas de trauma e/ou emergên-
cias clínicas.

Generalidades
A anatomia humana, a partir de uma perspectiva médica, consiste no conhecimento
de todas as estruturas do corpo humano, em relação às suas condições de saúde. E, con-
comitantemente, estuda-se a fisiologia, que analisa o funcionamento desses sistemas.
O corpo é revestido totalmente pela pele. Abaixo dela há uma camada de tecido
subcutâneo, com quantidade variável de gordura, e mais abaixo a camada muscular. En-
tremeados às camadas musculares encontram-se os vasos sanguíneos e os nervos. E,
ainda, no plano abaixo, as estruturas ósseas e articulares.

Anatomia Humana Regional


Classicamente, o corpo humano é dividido em cabeça, tronco e membros. A cabeça
se divide em face (figura 3A) e crânio (figura 3B). O tronco em pescoço, tórax e abdome,
os membros, em superiores e inferiores.

Cabeça
O crânio possui a função de armazenar e proteger o encéfalo - cérebro, tronco ence-
fálico e cerebelo (figura 4), além de proporcionar fixação aos músculos do rosto e da boca.
O crânio é composto por oito ossos: parietal (2), occipital, frontal, temporal (2), estmoide,
esfenoide (figura 3B).
UE1 - Aula 1.1 – Conceituação de Primeiros Socorros.

Figura 3 – Ossos da cabeça, divididos em face (A) e crânio (B).

Figura 4 – Encéfalo, formado pelo cérebro, tronco encefálico e cerebelo.

Tronco
O tronco é formado pelo pescoço, tórax (coração e os pulmões), abdômen (fígado,
pâncreas, estômago, intestinos grosso e delgado) e pelve. A maior parte dos órgãos que
compõem o corpo humano situa-se no tronco.

Membros
Os membros são responsáveis por toda a mobilidade do nosso corpo e dividem-se
em superiores e inferiores. Os membros superiores são formados pelos ombros, braços,
cotovelos, antebraços, pulso e mãos. E os inferiores pelas coxas, joelhos, pernas, tornoze-
los e pés.
UE1 - Aula 1.1 – Conceituação de Primeiros Socorros.

Anatomia Humana Sistêmica


Consiste no estudo da anatomia dividida em sistemas orgânicos, nessa abordagem
iremos destacar os sistemas circulatório, respiratório, musculoesquelético e tegumentar,
além de destacar seus respectivos aspectos fisiológicos mais relevantes.

Sistema Circulatório

O sistema circulatório humano é um sistema fechado constituído pelo coração, os


pulmões (órgão que oxigena todo o sangue e eliminar gás carbônico) e os vasos sanguí-
neos (artérias e veias).
O coração é um órgão muscular, que funciona como uma bomba levando o sangue
para todo o organismo. A ejeção e entrada do sangue no coração e no organismo ocorrem
por meio da força de propulsão exercida pela contração (sístoles) e relaxamento (diástole)
do músculo cardíaco chamado de miocárdio.
As artérias transportam o sangue de coloração vermelho vivo, em alta pressão (se-
guindo ritmo cardíaco), rico em oxigênio do coração para todo o organismo; já as veias
transportam o sangue de aspecto vermelho escuro, em fluxo contínuo e rico em gás car-
bônico. O sistema circulatório é dividido em dois grandes circuitos: a pequena circulação
que ocorre entre o coração e o pulmão e a grande circulação que é a circulação
do sangue do coração para o restante do corpo, e suas principais artérias e veias
estão ilustradas na figura 8.
Um homem jovem de 70 kg tem, em média, 5 litros de sangue em seu organismo.
Esse volume é todo bombeado pelo coração a cada 1 minuto. A variação da frequência
cardíaca é considerada normal entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm), a pressão sis-
tólica normal a qual o sangue circula no organismo varia entre 110 e 130 mmHg e a pres-
são diastólica entre 70 e 80 mmHg (pressão normal média 120x80 mmHg).

Figura 8 – Pequena e grande circulação do organismo. A pequena circulação ocorre


entre o pulmão e o coração, por veio das artérias e veias pulmonares. A grande circulação
ocorre entre o coração e o corpo, por veio da artéria aorta e a veia cava; em vermelho,
sangue arterial; em azul, sangue venoso.
UE1 - Aula 1.1 – Conceituação de Primeiros Socorros.

Sistema Respiratório
O sistema respiratório é o conjunto dos órgãos responsáveis, basicamente, pela ab-
sorção do oxigênio do ar pelo organismo e da eliminação do gás carbônico retirado das cé-
lulas. Esse sistema é constituído pelas vias aéreas (ou trato respiratório) superior (cavida-
des nasais, a faringe, a laringe) e inferior (traqueia, os brônquios e os pulmões). Ele é res -
ponsável por uma operação vital e ininterrupta, a ventilação pulmonar que supre todo o or-
ganismo de oxigênio e elimina o gás carbônico.

Sistema Musculoesquelético
Formado por 206 ossos, o esqueleto humano permite a sustentação do organismo,
abriga a medula óssea que produz células sanguíneas, protege órgãos vitais, atua como
fonte de armazenamento de íons como o cálcio, e fornece base mecânica para a movimen-
tação corporal. Ele é constituído por um conjunto de ossos, tendões e cartilagens que junto
às articulações (sistema articular) e os músculos (sistema muscular), constitui o aparelho
locomotor. Os ossos são estruturas parcialmente rígidas, possuem moderada flexibilidade,
que além de proteger órgãos internos vitais, como o encéfalo, coração e os pulmões, atu -
am como uma alavanca para os músculos durante o movimento/deambulação.

Sistema Tegumentar
O tegumento humano, mais conhecido como pele, é o maior órgão do nosso corpo.
Dentre suas funções, podemos destacar: proteção do corpo contra o meio ambiente, regu-
lação do calor, e sensibilidade pelos nervos e suas terminações sensitivas.
A pele é formada basicamente por duas camadas distintas, firmemente unidas entre
si: a epiderme e a derme. A epiderme é a camada mais superficial da pele, constituída pelo
epitélio de revestimento. A derme está abaixo da epiderme e é constituída por uma rede de
fibras colágenas e elastinas ricas em vasos sanguíneos, terminações nervosas e glându-
las.
Também fazem parte do sistema tegumentar às estruturas anexas da pele que com-
preende as unhas, pelos e as glândulas sebáceas e sudoríparas (contidas na derme).

RESUMO DA AULA

Excelente aluno, você concluiu a aula com êxito!!!

Agora você já consegue identificar o Conceito Primeiros socorros, Citar Urgência e


Emergência, escrever o papel dos responsáveis pela segurança (socorristas) a bordo; e Ci-
tar os recursos disponíveis necessários para o desempenho da função de socorrista (EPI).

Você também pode gostar