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Segurança do Trabalho

Conceitos e tipos de urgência e emergência


No contexto da saúde e da segurança do trabalhador, entende-se que os locais de
trabalho, pela natureza e pelas características do processo das organizações, podem
comprometer a saúde dos trabalhadores em curto, médio e longo prazo, provocando
lesões imediatas, doenças ou até a morte. Essas situações requerem o atendimento da
brigada de emergência e o atendimento de primeiros socorros.

Para tanto, conceituaremos tipos de situações de urgência e emergência,


diferenciando e indicando a aplicabilidade de cada um destes termos no dia a dia do
técnico em segurança do trabalho (TST).

Essa diferenciação só se aplica neste caso porque as áreas de saúde e segurança


utilizam-se de diferentes termos para se referirem a essas situações. A área da saúde,
por uma questão de triagem e classificação de risco, utiliza os termos urgência e
emergência. Já na área da segurança todas as intercorrências são consideradas como
uma situação de emergência, e aqui vamos focar no limite de atuação do profissional
técnico em segurança do trabalho.

Assim, entendemos que:

Urgência é a ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco


potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. Urgência
refere-se a situações que correspondem a não gravidade, quando acredita-se que a
vítima não tem risco de perder a vida e que não existe um comprometimento de sua
saúde ou integridade.

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Emergência é a constatação médica de condições de agravo à saúde que


impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto,
tratamento médico imediato. Emprega-se este termo quando há risco de morte
iminente e não se pode esperar, pois a vítima está com graves problemas e precisa
receber o atendimento pré-hospitalar e ser encaminhada ao atendimento
especializado para passar por uma avaliação da equipe de saúde.

Assim, podemos melhor exemplificar esses conceitos utilizando alguns exemplos,


como quando a vítima sofre uma escoriação, apresenta um corte no dedo ou até mesmo
uma fratura, situação que caracteriza-se como urgente. Observe que a vítima encontra-
se em bom estado e não há risco de morte, por isso ela deve ser encaminhada ao
hospital para uma avaliação, embora nesse caso não haja risco de morte (GIGLIO-
JACQUEMOT, 2005).

O atendimento em que há a necessidade de uma assistência imediata, havendo


também necessidade de encaminhamento ao hospital para avaliação e intervenção do
profissional médico e demais profissionais da área da saúde, como, por exemplo, o
caso de uma pessoa em parada cardiorrespiratória ou com uma lesão com uma grande
extensão hemorrágica, é considerado emergência, uma vez que é preciso remover a
pessoa para o hospital para receber o atendimento especializado (GIGLIO-
JACQUEMOT, 2005).

Agora que já conceituamos, é possível percebe que as diferença de aplicabilidade


com relação ao conceito são mínimas, por isso muitas vezes as semelhanças
superficiais favorecem a classificação de forma incorreta.

Diferenciar urgência e emergência é responsabilidade do serviço de saúde, que


realiza a triagem avaliando e identificando os pacientes que necessitam de atendimento
prioritário de acordo com a gravidade clínica, com o potencial de risco e com os agravos
à saúde. Assim, considerando a atuação do profissional, não cabe ao técnico em
segurança do trabalho distinguir entre urgência e emergência, mas é importante
conhecer os conceitos e empregá-los adequadamente.

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Nesse sentido, sempre que o caso for de precisar prestar o atendimento a vítimas,
estamos falando de emergência. Conhecer as nomenclaturas e sua aplicabilidade é
fundamental para que possamos elaborar um bom plano de urgência e emergência.

As emergências podem ser:

Emergências médicas: quando alguém precisa imediatamente de auxílio em


relação à sua saúde, para que sua vida não esteja em perigo no futuro próximo. Exemplo
dessas são acidente com feridos, hemorragia, paradas cardíaca e respiratória, choque
elétrico, infarto, mal súbito – possíveis cenários de primeiros socorros nas empresas
(GIGLIO-JACQUEMOT, 2005).

Emergências que envolvem patrimônio: quando a propriedade/empresa está


em perigo, como, por exemplo, incêndio, explosão, inundação.

Emergências que envolvem danos ao meio ambiente: como exemplos os


incêndios florestais e os vazamentos de óleo (PEREZ, 2016).

É importante saber que, nas rotinas de uma empresa, diversas atividades e


processos são desenvolvidos e podem ser realizados por trabalhadores, por máquinas e
por processos controlados e automatizados. Essas rotinas podem expor um ou um

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conjunto de trabalhadores a danos oriundos de suas próprias atividades ou dos


processos que são desenvolvidos no ambiente de trabalho. Inclusive a extensão dos
danos resultantes pode ser estendida às instalações e ao meio ambiente.

Naturalmente, medidas preventivas são adotadas para reduzir o nível de risco


associado às atividades, nos diversos níveis, como, por exemplo:

1. Medidas para proteção dos trabalhadores durante as suas atividades:


Medidas e proteções coletivas

Medidas administrativas e medidas de organização do trabalho

Medidas de proteção individual

2. Medidas para garantir a integridade de equipamentos, de máquinas e


de outros sistemas:
Manutenções preditivas e preventivas

Inspeções técnicas em equipamentos ou sistemas críticos

Testes em sistemas destinados ao controle de eventos

3. Medidas ligadas à engenharia de processo:


Análise de risco voltada aos processos

Sistemas de supressão

Sistemas de alívio

Sistemas autônomos de segurança

Sistemas de controle de parâmetros de processo

Sistemas supervisórios

Durante suas atividades, o técnico de segurança atuará diretamente nas medidas


que envolvem a segurança dos trabalhadores e prestará apoio, quando pertinente, nas
demais medidas, pois elas estão relacionadas a outros campos do conhecimento.
Embora a atuação do técnico em segurança não seja tão contundente nas demais

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medidas, os resultados de um sinistro, como um vazamento de produto químico em larga


escala, impactará os trabalhadores, o meio ambiente e a vizinhança da empresa.
Assim, é necessário que esse profissional conheça os procedimentos de forma geral a
serem adotados nessas situações.

Essas situações são conhecidas como os cenários de emergência, com


potencial para danos imediatos, relacionados às atividades ou aos processos, e que
podem impactar trabalhadores, meio ambiente, instalações e/ou vizinhança.

O termo risco não deve ser empregado ao analisar um cenário, pois, ao avaliá-lo, o
evento já teve início e então trabalhamos com meios de conter ou reduzir seus impactos.
Por exemplo, o risco de incêndio é algo que deve ser controlado por meios de ações
preventivas, mas, quando analisado sob a ótica desse assunto, trata-se o cenário
apenas por “incêndio”.

Cenários de emergência, de uma forma geral, exigem uma:

Resposta rápida:

Tem o objetivo de evitar que os danos a pessoas/ambiente/empresa sejam os


menores possíveis.

Resposta especializada:

As pessoas que irão controlar a emergência precisam ser capacitadas para


que executem as ações emergenciais de forma correta.

Resposta coordenada:

Deve haver uma coordenação entre os responsáveis para que a resposta à


emergência seja realizada de forma organizada preservando vidas, instalações e
meio ambiente.

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A preparação para cenários de emergências não substitui o gerenciamento de


riscos, tão pouco a falta dela deve ser motivo para determinação de cenários. Por
exemplo, se uma empresa de construção civil não adota os meios adequados para
proteger os trabalhadores contra quedas de níveis, não se pode assumir um cenário
envolvendo a queda e os primeiros socorros, pois isso seria atuar apenas no resultado
ou na consequência. Agora, se a empresa adota, por exemplo, um sistema de proteção
baseado em EPIs para essa atividade, de acordo com a NR-35, o risco de queda ainda
existe, então é razoável se pensar em uma preparação para resgate ou salvamento em
altura oriunda de um cenário de queda. O cenário pode ser proposto e justificado
conforme os exemplos a seguir.

Exemplo 1 – Queda de altura com trabalhador


suspenso pelo sistema de proteção

Durante as atividades em altura, algum trabalhador poderá sofrer queda e ficar


suspenso pelo cinto de segurança, o que também pode causar neste trabalhador
alguma lesão grave (durante a queda), impossibilitando-o de sair do local da queda
e sujeitando-o, eventualmente, à síndrome da suspensão inerte. Nesse caso, um
resgate técnico deve ser conduzido.

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Exemplo 2

Imagine uma empresa que produz pesticidas líquidos para uso na agricultura.
Diversos cenários poderiam ser considerados, associados às suas atividades,
como, por exemplo:

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Incêndio: por força da legislação estadual de incêndio e pelas


características dos processos envolvidos.

Vazamento de produto tóxico: na forma gasosa, com potencial para


se espalhar na atmosfera, ou na forma líquida, com potencial para
contaminar o solo, os rios etc.

Vazamento de fluido inflamável: na forma gasosa ou líquida, com


potencial para gerar explosões.

Queda de altura com trabalhador suspenso pelo sistema de


proteção: resultante de algum acidente durante uma atividade em
altura.

Acidente em espaço confinado: resultante de algum acidente durante


uma atividade de manutenção ou inspeção em espaço confinado.

Explosão de caldeira: devido a algum desvio de processo e falha dos


sistemas de controle.

Acidente com caminhão de transporte: cenário em via pública com


veículo da empresa, transportando pesticida, com potencial para
contaminação do solo.

Cenário de primeiros socorros: envolvendo eventos não específicos


como quedas de mesmo nível, cortes, prensamento em máquinas,
quando isso representar a necessidade de um atendimento desse tipo.

Encerramento

Com a conceituação dessas nomenclaturas, compreendemos que a diferença entre


elas é pequena, mas é importante serem compreendidas: para o caso de uma
emergência, o risco de vida é “iminente”; no caso de uma urgência, o risco existe, mas
não é “iminente”.

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Com isso, quando se trata de conhecimentos necessários para a atuação do


técnico de segurança do trabalho, todas as situações são tratadas como situações de
emergência, já que, nesse caso, uma situação de emergência tem um aparecimento
súbito e imprevisto, como é o caso de um trabalhador em parada cardiorrespiratória,
exigindo uma ação imediata da brigada de emergência para prestar os primeiros
socorros.

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