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Os organismos vivos são, de certa forma, máquinas químicas – suas estruturas e funções podem ser determinadas direta ou
indiretamente por reações químicas. O termo metabolismo denota toda a atividade química realizada pelo organismo. Estas
atividades são de dois tipos gerais: aquelas envolvidas na liberação de energia e aquelas envolvidas na utilização de energia. Energia
é traduzida como a capacidade de realizar trabalho, e uma célula viva deve realizar diferentes tipos de trabalho, tais como produzir
enzimas, sintetizar parede celular e membrana citoplasmática e reparar danos ocorridos na célula. Para realizar este trabalho, a
célula necessita de uma grande quantidade de energia. A fonte desta energia para alguns organismos são as moléculas químicas
(nutrientes) que são absorvidas pelas células. Quando as ligações químicas desses nutrientes são quebradas, a energia é liberada em
forma de energia química que a célula armazena e posteriormente utiliza para executar trabalho. Para outros organismos, a fonte de
energia é a luz; quando expostos à luz, eles convertem a energia luminosa em energia química utilizada no metabolismo. É
importante observar que muitos desses mecanismos metabólicos microbianos são também utilizados por organismos superiores
(incluindo o homem) para obter energia.
Energia Requerida pela Célula Microbiana
Uma célula viva requer energia para realizar diferentes tipos de trabalho, incluindo:
1- Biossíntese das partes estruturais da célula, tais como parede celular, membrana ou apêndices externos.
2- Síntese de enzimas, ácidos nucléicos, polissacarídeos, fosfolipídeos e outros componentes químicos da célula.
3- Reparo de danos e manutenção da célula em boas condições.
4- Crescimento e multiplicação.
5- Armazenamento de nutrientes e excreção de produtos de escória.
6- Mobilidade.
Embora alguns micro-organismos possam utilizar a luz como fonte de energia, a maioria dos organismos obtém energia
pela degradação, isto é, a quebra de nutrientes ou substâncias químicas. Durante o catabolismo a energia é liberada das moléculas
nutrientes e armazenada temporariamente em um sistema de armazenamento de energia até sua utilização. O sistema de
armazenamento de energia serve também como um sistema de transferência de energia, quando ela é necessária para a síntese dos
constituintes da célula. O catabolismo das moléculas nutrientes também fornece as unidades básicas a partir dos quais os
constituintes da célula podem ser sintetizados.
Ainda que o processo de degradação e síntese sejam opostos, eles são interativos e processados concomitantemente na
célula microbiana.
Principais Fontes Energéticas dos Micro-organismos
Micro-organismos quimiotrófico obtêm energia por degradação de nutrientes ou substratos químicos. Durante a
degradação, a energia é liberada e armazenada, e os produtos finais acumulados. Micro-organismos quimiorganotróficos (quimio-
heterotróficos) são organismos quimiotróficos que degradam compostos orgânicos para obter energia. Por exemplo:
Lactococcus lactis + glicose → energia + ácido láctico
(quimiorganotrófico) (substrato orgânico) (produto final)
Por outro lado, os micro-organismos quimiolitotróficos (quimioautotróficos) degradam compostos inorgânicos para obter
energia. Por exemplo: Nitrosomonas europaea + amônia → energia + nitrito
(quimiolitotrófico) (substrato inorgânico) (produto final)
Existem alguns micro-organismos que não obtêm energia por degradação química de substrato. Ao contrário, esses micro-
organismos utilizam a luz como fonte de energia e são chamados fototróficos. Os micro-organismos fototróficos possuem certos
pigmentos que absorvem a luz e armazenam sua energia. Por exemplo:
Anabaena cylindrica + luz → absorção de luz pelo pigmento da célula → energia
(Fototrófica)
Os compostos de transferência de energia mais utilizados pelas células são aqueles capazes de transferir grande quantidade
de energia (compostos de transferência de alto nível energético). Vários compostos de transferência de alto nível energético
ocorrem nas células, mas um é sem dúvida o mais importante: adenosina trifosfato (ATP). O ATP é constituído por uma molécula de
adenina (purina), uma molécula do açúcar ribose (pentose) e três grupos fosfato. O ATP é formado pela adição de um grupamento
fosfato a adenosina difosfato (ADP) que tem somente dois grupos fosfato.
ATP + fosfato Energia ATP + água
A ligação química do terceiro grupamento fosfato à molécula de ATP depende de grande quantidade de energia, por isso a
ligação é chamada de ligação de fosfato de alta energia. A energia armazenada na ligação de fosfato de alta energia do ATP pode
ser liberada se esta ligação for quebrada:
ATP + água ATP + fosfato
Energia
Assim como o dinheiro constitui um meio comum para comprar e vender materiais na sociedade, o ATP constitui uma
“moeda energética corrente” de uma célula durante a troca de energia química entre muitos diferentes tipos de reações
exergônicas e endergônicas.
O ATP pode ser produzido por três mecanismos: (a) fosforilação em nível de substrato, no qual o grupo fosfato é removido
de um substrato e é diretamente adicionado ao ADP; (b) fosforilação oxidativa, na qual elétrons de um doador são transferidos ao
longo de um sistema de transporte de elétrons para um aceptor final, liberando energia que bombeia prótons através da membrana
e, assim, gerando uma força proto-motiva utilizada para produzir ATP; e (c) fotofosforilação, na qual a luz é utilizada como fonte de
energia para a síntese de ATP, por meio da geração de uma força proto-motiva. NADPH2 é produzido por fixação de CO2.
-Questões-