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Escola de Ciências e Saúde de Patos – ECISA

Curso: Técnico em Enfermagem


Disciplina: Noções básicas de Microbiologia,
Parasitologia e Imunologia
Docente: Rayane Santos de Lucena Matias

IMUNOGLOBULINAS
IMUNOGLOBULINAS
• Os anticorpos são conceituados como glicoproteínas
globulares com função imunitária e pertencem à
superfamília das imunoglobulinas.
Em resposta ao estímulo imunogênico, Interagem,
especificamente, com os imunógenos, que estimulam sua
Secretadas pelos:
biossíntese; desencadeiam vários mecanismos na fase
efetora da resposta imune que, frequentemente, resultam
em anular a ação de biopatógenos, por meio da ativação
do sistema complemento, opsonização dos antígenos para
fagocitose, citotoxicidade celular dependente de anticorpo
(ADCC), em que os anticorpos marcam os microrganismos
para serem destruídos pelas células do sistema imune inato
e reações de hipersensibilidades, entre
outras ocorrem.
ESTRUTURA DAS
• A imunoglobulina é formada por
IMUNOGLOBULINAS
duas cadeias leves (L-light-leve),
idênticas, constituídas de
polipeptídeos de cerca de 25 mil
Daltons e de duas cadeias
pesadas (H- heavy- pesado),
também idênticas, com peso
molecular de 50 mil Daltons ou
mais. Cada cadeia leve está
Ambas as
ligada a uma cadeia pesada por
cadeias, leves
pontes dissulfídricas. e pesadas,
• Seu número difere as classes e possuem
uma região
subclasses; variável e outra
constante
ESTRUTURA DAS
• Região da dobradiça IMUNOGLOBULINAS
• Esta é a região com a qual os
braços da molécula de
anticorpo formam um Y. É
chamada de região da
dobradiça porque há uma
flexibilidade na molécula nesse
ponto.
• Oligosacarídeos
• Carboidratos são acoplados ao
domínio CH2 na maioria das
imunoglobulinas. Entretanto, em
alguns casos carboidratos
podem também serem
acoplados em outros locais.
FUNÇÕES GERAIS DAS
IMUNOGLOBULINAS
• Imunoglobulinas se ligam especificamente a um ou a alguns
Ligação a antígenos proximamente relacionados. Cada imunoglobulina
antígeno na verdade liga-se a um determinante antigênico específico.
Ligação a antígeno pelos anticorpos é a função primária dos
anticorpos e pode resultar em proteção do hospedeiro;

• Fixação ao complemento – Isso resulta na lise de células e


liberação de moléculas biologicamente ativas;
Funções • Ligação a vários tipos celulares – Células fagocitárias,
linfócitos, plaquetas, células master, e basófilos têm receptores
efetoras que se ligam a imunoglobulinas. Essa ligação pode ativar as
células que passam a realizar algumas funções.
MAS, O SERIA UM ANTÍGENO?
• O antígeno (do grego anti,contra e gen, gerar) é qualquer substância
solúvel, celular ou particulada que pode ser especificamente ligada por um
anticorpo ou por um receptor de antígeno de célula T.

Imunogenicidade: é a Antigenicidade: é a
capacidade capacidade de interagir com
de induzir uma resposta imune os linfócitos T ou linfócitos B já
específica sensibilizados.

• Assim, todas as substâncias imunogênicas são também antigênicas. As


moléculas que desencadeiam a resposta imune são chamadas de
imunógenos.
ESTRUTURA DA REGIÃO VARIÁVEL
• Regiões hipervariáveis (HVR) ou regiões determinadoras de
complementaridade (CDR)
• Anticorpos com especificidades diferentes (i.e. diferentes sítios de
combinação) têm diferentes regiões determinadoras de
complementariedade, enquanto que anticorpos de exatamente mesma
especificidade têm regiões determinadoras de complementariedade
idênticas (i.e. CDR é o sítio de combinação do anticorpo).
• Regiões framework
• As regiões entre as regiões determinadoras de complementariedade na
região variável são chamadas regiões framework. Com base nas
similaridades e diferenças nas regiões framework as regiões variáveis da
cadeia pesada e leve da imunoglobulina podem ser divididas em grupos
e subgrupos. Estes representam os produtos de diferentes genes de região
variável.
FRAGMENTOS DE IMUNOGLOBULINA:
RELAÇÕES ESTRUTURA/FUNÇÃO
• Produzidos por digestão proteolítica;
FAB: Digestão com papaína quebra a molécula de imunoglobulina na região da
dobradiça antes da ponte dissulfeto intercadeia. Isso resulta na formação de dois
fragmentos idênticos que contém a cadeia leve e os domínios VH e CH1 da cadeia pesada.
Ligação a antígeno – Esses fragmentos foram chamados de fragmentos Fab porque eles
continham o sítio de ligação a antígenos do anticorpo.

Fc: Digestão com papaína também produz um fragmento que contém o


restante das duas cadeias pesadas; Esse fragmento foi chamado Fc porque é
facilmente cristalizado. Funções efetoras – As funções efetoras das
imunoglobulinas são mediadas por esta parte da molécula.

F(ab’)2: Tratamento de imunoglobulinas com pepsina resulta na clivagem da


cadeia pesada depois das pontes dissulfeto H-H intercadeia, resultando em um
fagmento que contém ambos os sítios de ligação a antígenos, não media as
funções efetoras dos anticorpos.
IGG
• Todas IgG's são monômeros (pequena molécula). As subclasses diferem no
número de pontes dissulfeto e comprimento da região da dobradiça.
• É a principal no soro e espaços extra vasculares;

Transferência placentária - IgG é a única classe de Ig que


atravessa a placenta. A transferência é mediada pelo
receptor da região Fc do IgG nas células placentárias. Nem
todas as subclasses atravessam com a mesma eficiência;
IgG2 não atravessa bem.
• Fixação do complemento – Nem todas as subclasses fixam
com a mesma eficiência; IgG4 não fixa complemento.
IGG
Ligação a células – Macrófagos, monócitos, PMN's e alguns linfócitos
têm receptores para a região Fc da IgG. Nem todas as subclasses se
ligam com a mesma eficiência; IgG2 e IgG4 não se ligam a
receptores de Fc. Uma consequência da ligação a receptores de
Fc em PMN's, monócitos e macrófagos é que a célula pode então
internalizar o antígeno melhor. O anticorpo preparou o antígeno
para ser comido pelas células fagocitárias. O termo opsonina é
usado para descrever substâncias que aumentam a fagocitose. IgG
é uma boa opsonina. Ligação de IgG a receptores de Fc em outros
tipos de células resulta na ativação de outras funções.
IGM
• IgM normalmente existe como um pentâmero (imunoglobulina 19S) mas ela
pode também existir como um monômero.
• IgM é a terceira Ig mais comum no soro, e a primeira Ig a ser feita pelo feto
e pela célula B virgem quando é estimulada pelo antígeno.
• São muito eficientes em levar à lise de microrganismos e muito boas em
agregar microrganismos para eliminação eventual para fora do corpo.
• IgM de superfície celular funcionam como um receptor para antígeno ou
células B. O contato entre o antígeno e a superfície da imunoglobulina é
suficiente para ativar as células B a se diferenciarem em plasmócitos
secretores de anticorpos.
IGG X IGM: NA PRÁTICA
• O IgM é produzido na fase aguda da infecção, enquanto que o IgG, que também
surge na fase aguda, é mais específico e serve para proteger a pessoa de futuras
infecções, permanecendo por toda a vida.
O exame sorológico de IgG e IgM serve para detectar o estágio de diversas
doenças, entre elas a toxoplasmose, rubéola e a infecção pelo citomegalovírus:
• IgG negativo (não reagente) e IgM negativo (não reagente): nunca entrou em
contato com o patógeno (nunca teve a doença ou nunca tomou vacina) e está
susceptível a ter a doença;
• IgG negativo e IgM positivo: infecção aguda (dias, semanas);
• IgG positivo (reagente) e IgM positivo (reagente): infecção recente (semanas ou
meses);
• IgG positivo e IgM negativo: infecção antiga (meses ou anos) ou sucesso da
vacina; a pessoa está protegida para essa doença.
IGA
• É feito no plasmócito, a peça
secretora é feita nas células
epiteliais e é adicionada à IgA à
medida que esta passa através das
secreções;
• É a 2a Ig mais comum;
• IgA é a principal classe de Ig em
secreções – lágrimas, saliva,
colostro, muco. IgA secretora é
importante na imunidade local (de
mucosa) protegendo o organismo
da invasão viral ou bacteriana
através das mucosas.
IGD
• IgD é encontrada em baixos níveis no
soro; seu papel no soro é duvidoso;
• IgD primariamente encontrada em
superfícies de célula B onde funciona
como um receptor para antígeno. IgD
na superfície de células B tem
aminoácidos extras na região C-
terminal para ancoramento à
membrana, e liga-se ao sistema
complemento;
• IgD é capaz de ligar-se
a basófilos e mastócitos, ativando essas
células e estimulando a produção de
fatores antimicrobianos que participam
na defesa imune do sistema
respiratório.
• IgE é a Ig sérica menos comum uma vez
IGE
que se liga fortemente com receptores de
Fc em basófilos e mastócitos mesmo antes
da interação com o antígeno.
• Como consequência da sua ligação a
basófilos e mastócitos, IgE é envolvida em
reações alérgicas. Ligação do alergeno à
IGe nas células resulta na liberação de
vários mediadores farmacológicos que
resulta em sintomas alérgicos.
• IgE também participa em doenças
parasitárias por helmintos. Uma vez que os
níveis sorológicos de IgE aumentam em
doenças parasitárias, a quantificação dos
níveis de IgE auxilia no diagnóstico de
infecções parasitárias.
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
IgM
IgG Aumenta (em adultos) em:
Aumenta em: a) Macroglobulinemia de Waldenström
a) Infecções granulomatosas crônicas b) Tripanosomíase
b) Infecções de todos os tipos c) Actinomicose
c) Hiperimunização d) Doença de Carrión (bartonelose)
d) Doenças hepáticas e) Malária
e) Desnutrição (severa) f) Mononucleose infecciosa
f) Disproteinemia g) Lúpus eritematoso
g) Doenças associadas com hipersensibilidade h) Artrite reumatóide
granulomas, desordens dermatológicas, e mieloma de I) Disgamaglobulinemia (certos casos)
IgG. Nota: No recém nascido, um nível de IgM superior a 20
h) Artrite reumatóide ng./dl é uma indicação de estimulação do sistema
Diminui em: imune in utero e estimulação pelo vírus da rubéola,
a) Agamaglobulinemia citomegalovírus, sífilis, ou toxoplasmose.
b) Aplasia linfóide Diminui em:
c) Deficiência seletiva IgG, IgA a) Agamaglobulinemia
d) Mieloma de IgA b) Desordens linfoproliferativas (certos casos)
e) Proteinemia de Bence Jones c) Aplasia linfóide
f) Leucemia linfoblástica crônica d) Mieloma de IgG e IgA
e) Disgamaglobulinemia
f) Leucemia linfoblástica crônica
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
IgA f) Leucemia linfoblástica aguda
Aumenta em: g) Leucemia linfoblástica crônica
a) Síndrome de Wiskott-Aldrich IgD
b) Cirrose hepática (na maioria dos casos) Aumenta em:
c) Certos estágios de desordens autoimunes do a) Infecções crônicas
colágeno e outras, tais como artrite reumatóide e b) Mielomas de IgD
lúpus eritematoso IgE
d) Infecções crônicas não baseadas em Aumenta em:
deficiências imunológicas a) Doenças de pele atópicas tais como eczema
e) Mieloma de IgA b) Febre do feno
Diminui em: c) Asthma
a) Ataxia telangiectasia hereditária d) Choque anafilático
b) Estados de deficiência imunológica e) Mieloma de IgE
(ex. disgamaglobulinemia, agamaglobulinemia Diminui em:
congênita e adquirida, e hipogamaglobulinemia) a) Agamaglobulinemia congênita
c) Síndromes de mal absorção b) Hipogamaglobulinemia por defeito no
d) Aplasia linfóide metabolismo ou na síntese de imunoglobulinas
e) Mieloma de IgG
SISTEMA
COMPLEMENTO
SISTEMA COMPLEMENTO
• É um complexo proteico existente no plasma, sob a forma inativa,
constituído por substâncias termolábeis e/ou termoestáveis; e que
tem como função a eliminação de um agente estranho pela
ativação de mecanismos inespecíficos, que se constitui de:
Reação inflamatória - Lise - quando uma vez
Fagocitose - quando quando os pequenos desencadeada a
algumas proteínas fragmentos de cascata, os
ativadas do componentes terminais
proteínas
complemento unem-se do complemento lesam
a bactérias, opsonizando-
promovem eventos certas bactérias, vírus e
as para ingestão pelos vasculares e recrutam células com a formação
fagócitos portadores de fagócitos ao local da de
receptores do atividade poros na membrana
complemento; inflamatória. celular.
VIAS DE ATIVAÇÃO DO SISTEMA
COMPLEMENTO
• Também é
responsável pela
depuração imune,
que consiste na
remoção de
complexos imunes
da circulação no
baço e no fígado.
VIA CLÁSSICA
- É um complexo formado por três proteínas C1q, C1r e C1s.
- Formado o complexo Ag-Ac, o componente C1q se liga na região Fc
do Ac, dando início a uma reação em cascata, onde C1q ativa duas
moléculas de C1r capazes de se ligar a outras duas de C1s, resultando
no complexo C1q-C1s-C1r-C1r-C1s, que é uma serina Protease;
- C1s atua em C4 e C2, dissociando-as em C4a e C4b, C2a e C2b. Nesta
etapa, a união de C4b a C2b (em alguns livros, C2a) forma a C3
convertase.
- C3 convertase, esta cliva C3 em C3a e C3b;
- C3b se ligam a receptores da membrana e atuam como opsoninas,
facilitando a fagocitose, outros fragmentos de C3b se ligam a C3
convertase, originando a C5 convertase, dissociando-o em C5a e C5b;
- C5b interage com C6, que abre um sítio de ligação para C7, o
complexo C5bC6C7 deposita-se na superfície da membrana e abre o sítio
de ligação para C8, que penetra na membrana da célula. O C8, então,
abre um sítio para C9, que, após a ligação de vários C9, forma um canal
transmembrânico ou poro hidrofílico, chamado de complexo de ataque à
membrana (MAC), ocasionando lise celular e desequilíbrio osmótico.
VIA DAS LECTINAS
• É semelhante a via clássica;
• As lectinas são proteínas, ou glicoproteínas, que se ligam a
carboidratos e podem ativar a via clássica do
complemento na ausência do complexo antígeno-
anticorpo. A principal lectina é a proteína ligadora de
manose (MBL), que faz o papel de C1q ao se ligar à
resíduos de carboidratos da superfície de uma bactéria
ativadora ou outras substâncias. A MBL está associada
com duas pró-enzimas MASP-1 e MASP-2 (Serina Protease
Associada a MBL). Quando a MBL se liga aos grupamentos
manose terminais nos carboidratos bacterianos, MASP-1 e
MASP-2 são ativadas e continuam a ativar a via clássica.
VIA ALTERNATIVA
• É ativada pela ligação do C3b ou de uma forma hidrolizada
espontaneamente, conhecida como iC3b, à superfície do
patógeno.
• Este se liga ao fator B, formando C3bB, componente suscestível ao
fator D, uma protease do plasma.
• O fator D cliva o componente B em Ba e Bb, onde Bb permanece
ligado ao C3b, formando a molécula C3bBb que é a C3
convertase da via alternada.
• Uma proteína plasmática denominada properdina se liga a esta
convertase e a estabiliza, diminuindo sua degradação e
permitindo a continuação da cascata.
• Alguns C3b se ligam ao C3bBb e formam a C5 convertase da via
alternada C3b2Bb ou C3bBbC3b. Este complexo cliva C5 em C5a
e C5b, dando início a sequência comum, onde C5b inicia o
complexo de ataque à membrana, ligando-se a C6, C7, C8 e C9
COMPLEXO PRINCIPAL DE
HISTOCOMPATIBILIDADE
• Cujos produtos desempenham um papel no reconhecimento intercelular e
na discriminação entre o próprio e não próprio. A identificação das
moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC)
aconteceu pela investigação da sua função na resposta imunológica aos
tumores, na rejeição de transplantes de pele e no controle da resposta
imune.
• Estão localizados no cromossomo 6 humano;
• O MHC pode ser dividido em quatro subconjuntos de genes ou classes:
classes I, II, III e IV, sendo os de classe I e II ligados ao processamento e
apresentação de antígenos, enquanto os genes que compõem as classes
III e IV codificam para outras proteínas, estando algumas relacionadas com
a resposta imune, tais como componentes do sistema complemento,
algumas citocinas, etc.
SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO E
EXERCÍCIOS DE REPOSIÇÃO
• Seminário de avaliação:
1- Lúpus;
2- Doença Celíaca;
3 – Esclerose múltipla;
4 – Psoríase;
• Dia 25/05 – Manhã: (Apresentação e entrega da parte
escrita);
• Dia 25/05 – Tarde: (reposição para alunos com pendências
ou recuperação de notas conforme necessidade)

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