Você está na página 1de 36

IMUNOLOGIA

Expressão da ligação Ag-Ac

Há vários tipos de reacção Ag-Ac, segundo a natureza do


Ag, a classe do Ac e a forma de detecção da união

• Reacção de precipitação
• Reacção de aglutinação
• Reacção de neutralização
• Fixação do complemento
• Reacção com elementos marcados
• Provas cutâneas

As reacções de precipitação e aglutinação fora as primeiras


a ser descobertas
IMUNOLOGIA

Expressão da ligação Ag-Ac


• Reacção de precipitação
Baseia-se na capacidade que alguns Acs (precipitinas) têm
para formarem com Ags solúveis, macromoléculas sufi-
cientemente grandes para precipitarem
É mais eficaz para detectar Ags do que Acs
Permite determinar títulos de Acs quando se coloca uma
quantidade fixa de Ag em solução perante diluições
sucessivas da amostra
A precipitação só se observa quando se obtém um ponto
de equivalência de concentrações do Ag e do Ac
(Fenómeno de prozona)
IMUNOLOGIA

União Ag-Ac
IMUNOLOGIA

Modificações da reacção de precipitação

1. Imunodifusão passiva
– Difusão em gel

• Técnica de Ouchterlony (1948)

Realiza-se em poços perfurados num gel de agar onde se


colocam soluções de Ags e Acs

A difusão de ambos na espessura do agar levará ao seu


encontro produzindo bandas de precipitação
IMUNOLOGIA

Padrões de reacção em imunodifusão dupla


(Técnica de Ouchterlony)
IMUNOLOGIA

Modificações da reacção de precipitação


1. Imunodifusão passiva
– Imunodifusão radial (IDR)
• Técnica de Mancini (1965)
Utiliza um gel de agar em que se incorporou um Ac
Poços feitos no agar servem para acrescentar Ags ou
factores do complemento
A difusão do Ag provoca um halo de precipitação em volta
do poço
O diâmetro do halo é directamente proporcional à concen-
tração do Ag, que é calculada face aos diâmetros dos
halos produzidos por soros de concentração conhecida
IMUNOLOGIA

Imunodifusão radial (IDR)


IMUNOLOGIA

Modificações da reacção de precipitação


2. Imunoelectroforese

É um excelente método para detectar diversos sistemas


Ag-Ac sobre um gel de agar ou outro meio sólido, tendo
por base uma separação electroforética prévia das várias
proteínas de uma solução antigénica complexa que depois
se põe em contacto com os Acs para dar as linhas de
precipitação
IMUNOLOGIA

Técnica de
imunoelectroforese
IMUNOLOGIA

Modificações da reacção de precipitação


3. Imunodifusão activa
– Contraimunoelectroforese

Usa uma placa de gel de agar com 2 poços em oposição


onde se coloca Ag num e Ac no outro

Submetida, a placa, a uma corrente eléctrica Ag e Ac


migraram ao encontro um do outro para dar uma linha
de precipitação

Boa para detectar Ags bacterianos em líquidos orgânicos

Ex.º Ags de meningococo ou de pneumococo no LCR


quando não são visíveis na coloração de Gram
IMUNOLOGIA

Técnica de contraimunoelectroforese
IMUNOLOGIA

Modificações da reacção de precipitação


3. Imunodifusão activa
– Electroimunodifusão a duas dimensões

Tecnicamente consegue-se que o Ac permaneça fixo e é o


Ag que migra no gel
Com este método consegue-se que os precipitados tenham
uma forma de ponta de lança
A altura dos precipitados é proporcional à concentração do
Ag
Com um pH adequado pode fazer-se o contrário
IMUNOLOGIA
IMUNOLOGIA

Modificações da reacção de precipitação


3. Imunodifusão activa
– Electroforese cruzada de Laurell

Começa-se por realizar uma electroforese de proteínas

Uma vez concluída a separação, a placa de agar adere-se


a outra que tem os Ags e submete-se a uma electro-
forese cruzada

Também permite uma quantificação


IMUNOLOGIA

Técnica de Laurell
IMUNOLOGIA

Expressão da ligação Ag-Ac


• Reacção de aglutinação

Possibilidade de alguns Acs ( aglutininas) provocarem


aglutinação com Ags particulados (eritrócitos, bactérias,
partículas de látex, etc.)
Os Acs mais aglutinantes são os da classe IgM
Está também sujeita aos fenómenos de prozona e pode
utilizar-se como técnica qualitativa, semiquantitativa e
quantitativa, em que o título da reacção corresponderá
à maior diluição em que ainda se observa a aglutinação
Consoante a forma de se realizar, assim é:
– Directa
– Passiva
IMUNOLOGIA

Reacção de aglutinação
1. Reacção de aglutinação directa

Consoante o tipo de Ag que se empregue assim o resul-


tado da união Ag-Ac se pode observar de maneira
diferente

No caso de bactérias, observa-se a formação de pequenos


depósitos finamente granulares que se ressuspendem
sem se desmancharem. Podem ser de tipo somáticos ou
flagelares

Nos casos em que o Ag está representado por células


inteiras como as hemáceas, produz-se o fenómeno de
hemaglutinação, com a formação de grumos
IMUNOLOGIA

Reacção de aglutinação
2. Reacção de aglutinação passiva

Por adsorção de Ags solúveis sobre a superfície de uma


célula (GV) ou de uma partícula sintética (Látex),
consegue-se converter uma prova de precipitação
em reacção de aglutinação, melhorando a sua sensi-
bilidade

Uma vez sensibilizadas põem-se em presença do soro


problema e observa-se se há ou não aglutinação

É possível uma semiquantificação da taxa de Acs


IMUNOLOGIA

Reacção de aglutinação passiva


IMUNOLOGIA

Expressão da ligação Ag-Ac


• Reacção de neutralização

Neste tipo de reacção vai observar-se o fenómeno


fisiológico de inactivação de um processo biológico

A união do Ag-Ac revela-se pelo desaparecimento de


determinadas propriedades biológicas como sejam:

– Neutralização de vírus
– Neutralização de toxinas in vitro
– Neutralização da mobilidade
IMUNOLOGIA

Imunoensaios
(Ensaios de ligação)

1. Ensaios heterogéneos
Existe separação entre a fase ligada e a fase livre
Doseia-se a fase ligada
2a. Competitivos (Ag*)
2b. Imunométricos (Ac*)
2. Ensaios homogéneos
Não há separação e ocorre uma modulação da actividade
da substância marcada
Só doseiam Ag
EMIT -Enzyme multiplied immuno assay technic
FPIA -Fluorescente polarization assay
IMUNOLOGIA

Imunoensaios
(Ensaios de ligação)

1. Ensaios heterogéneos

• Tipo de marcadores (*)

– Radioisótopos
– Enzimas
– Compostos fluorescentes
– Compostos luminescentes
IMUNOLOGIA

• Ensaios heterogéneos Competitivos

RIA -Radio immuno assay


EIA -Enzyme immuno assay
FIA -Fluoro immuno assay
LIA -Luminescente immuno assay

[Ac fixo em fase sólida + Amostra (Ag a dosear) + Ag*]

A probabilidade que o Ag* tem de se ligar ao Ac é inversa-


mente proporcional à concentração do Ag não marcado
que interessa dosear
IMUNOLOGIA

• Ensaios heterogéneos imunométricos


(Ensaio tipo Sandwich)

IRMA -Immuno radio metric assay


IEMA -Immuno enzymo metric assay
IFMA -Immuno fluoro metric assay
ILMA -Immuno luminescente metric assay

[Ac fixo em fase sólida + Amostra (Ag a dosear) + Ac* ]

A fracção ligada é directamente proporcional à concentra-


ção na amostra

ELISA -Enzyme linked Immuno Sorbent Assay (IEMA)


IMUNOLOGIA
Sífilis (Lues)
Testes inespecíficos:
• Reacção de VDRL
• RPR (rapid plasma reagin) - VDRL clássico, mod.
Servem para pesquisar a reaginas sifilíticas e usam como Ag a
cardiolipina-lecitina
Títulos sugestivos se > 1/16
Útil para monitorização da terapêutica
Testes específicos:
• FTA-Abs – (Fluorescent Treponema Antibody-Absorption) Usa
uma técnica de imunoflorescência
• TPHA – É uma reacção de hemaglutinação passiva, visto que
usa GVs de galinha revestidos com Ag treponémico
• TPI – É um teste de imobilização treponémica
• EIA e Western-Blot
IMUNOLOGIA
Transição materno-fetal
IMUNOLOGIA
Brucelose (Febre de Malta)

• Hemocultura (Método de Castañeda)


• Reacção de Huddlesson – reacção de aglutinação rápida
em lâmina para detecção de Acs anti-Brucella abortus
• Reacção de Wright - reacção de aglutinação lenta em
tubo para detecção de Acs anti-Brucella abortus
Títulos de 1:80 a 1:160 são indicativos e os de 1:320 são conclusivos a
partir da 2ª semana

• Reacção de Rosa Bengala – reacção de aglutinação


rápida em lâmina que usa uma suspensão tamponada
de Brucella abortus corada com Rosa Bengala
Dá resultados qualitativos e é útil em estudos epidemiológicos em larga
escala
Revela a brucelose aguda 4 a 6 dias depois da R. de Wright, mas perma-
nece um pouco mais tempo positiva nos casos de brucelose antiga
IMUNOLOGIA
Febre tifóide
• Hemocultura (Kayser)
• Coprocultura (meio de Wilson–Blair com verde brilhante)
• Reacção de Widal – em lâmina ou em tubo é uma prova de
aglutinação para detecção de Acs contra:
Salmonella typhi - O (somático) e H (flagelar)
Salmonella paratyphi A – AH (flagelar)
Salmonella paratyphi B – BH (flagelar)
Esperar grandes aumentos entre o 8º e 15º dia da doença
Os Ags O são os primeiros a subir e declinam rapidamente com o
tratamento
Os Ags H sobem mais lentamente e persistem denunciando uma
infecção antiga ou vacinação
Títulos de 1:160 em O e de 1:80 em H são indicativos
Nos casos positivos, a demonstração do Ag Vi (superficial ou de
virulência) interessa para o despiste de portadores. Títulos
≥20 já são suspeitos
IMUNOLOGIA

Mononucleose infecciosa

• Reacção de Paul-Bunnell-Davidsohn – reacção de hema-


glutinação para detecção de Acs heterófilos ou de Acs
inespecíficos de tipo Forssman

• Monoteste – teste de aglutinação em lâmina em que


antes da adição de Ag EBV, se adiciona a uma parte da
amostra Gvs de boi para adsorverem os Acs heterófilos
e, a outra parte, rim de cobaia para adsorver os Acs
inespecíficos
IMUNOLOGIA
Febre escaro-nodular (Febre da carraça)

• Reacção de Weil-Félix – em lâmina ou em tubo é uma


prova de aglutinação para detecção de Acs anti-Proteus
usando suspensões bacterianas coradas e inactivadas
de:

– Ag Proteus OX2
– Ag Proteus OXK
– Ag Proteus OX19

Prova obsoleta por inespecífica

A doença é causada pela Rickettsia conorii e o vector é a


carraça do cão
IMUNOLOGIA

Hidatidose (Quisto hidático)

É uma Equinococose (Echinococcus granulosus) em que o


cão é o hospedeiro definitivo albergando o parasita
adulto

• Reacção de Wienberg – que é uma reacção de fixação


do complemento

• Reacção de Casoni – intradermoreacção


IMUNOLOGIA

Artrite reumatóide
• RA Teste (Factores reumatóides)

O termo Factor reumatóide (FR) engloba um grupo hetero-


géneo de auto-Acs (na sua maioria IgM), que são capa-
zes de reagir com diferentes epítopos da região Fc da
IgG humana

A pesquisa pode fazer-se por:


• Reacção de aglutinação em lâmina
• Imuno-turbidimetria
• Nefelometria
IMUNOLOGIA

Artrite reumatóide
• Reacção de Waller-Rose
É uma técnica de hemaglutinação que utiliza glóbulos de
carneiro sensibilizados por imunoglobulinas de coelho
anti-eritrócitos de carneiro
Em presença de FR, observa-se a hemaglutinação

Accoelho
anti-GV

GV carneiro
Outras técnicas:
• Imuno-turbidimetria
• Nefelometria
• ELISA e RIA
IMUNOLOGIA

Lúpus eritematoso disseminado (LED)

• LE teste (fenómeno LE)


O teste é uma reacção de aglutinação em lâmina em que
partículas de látex revestidas com (DNP) desoxiribo-
nucleoproteínas, aglutinam se o soro do doente tiver
Acs anti-DNP

• Pesquisa de células LE
Em 1948 descobriu-se que o fenómeno da célula LE era
devido à fagocitose, por neutrófilos, de núcleos celu-
lares opsonizados por auto-Acs
IMUNOLOGIA

Infecção estreptocócica
No homem, os estreptococos dos grupos A, C e G de Lan-
cefield podem causar faringite, mas praticamente só os
do grupo A ocasionam febre reumática e glomerulone-
frite
Estes estreptococos elaboram um grande número de pro-
dutos extracelulares como:
• Estreptolisinas O e S (ASO/TASO)
• Desoxiribonuclease B (DNAse)
• Hialuronidase

A pesquisa pode fazer-se por:


• Reacção de aglutinação em lâmina
• Imuno-turbidimetria
• Nefelometria
IMUNOLOGIA

Gravidez

• DIG (Diagnóstico Imunológico de gravidez)

Teste presuntivo de gravidez que faz a detecção de hCG,


se esta estiver acima de determinado nível de sensibi-
lidade do teste (25 mUI/mL)

A pesquisa pode fazer-se por:


• Teste de aglutinação em lâmina
• Teste imunocromatográfico

• Doseamento de β-hCG

Você também pode gostar