Você está na página 1de 40

Mecanismos de Defesa e Agressão – MDA

Imunologia

Sistema complemento

Prof. Dr. Harleson Lopes de Mesquita

CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS


JUIZ DE FORA / CAMPUS GRANJAS BETHÂNIA
Sistema complemento:
É um conjunto formado por dezenas de proteínas plasmáticas ou séricas, sintetizadas por hepatócitos e
por macrófagos que podem ser ativadas através de 3 diferentes vias, com reações sequenciais ou em
cascata.
Biossíntese de proteínas do complemento:

Hepatócitos, células intestinais e fagócitos mononucleares podem sintetizar a maior


parte das proteínas do complemento presentes no soro.

O interferon  induz a síntese de inúmeras moléculas do complemento (via alternativa).


Sistema complemento:

Proteínas plasmáticas.

Constituinte termo – lábil do plasma.

Favorece opsonização de bactérias por anticorpos.

Possibilita que alguns anticorpos matem bactérias.

Tal atividade foi dita complementar dando origem ao termo complemento.


Vias de ativação:
Receptores para complemento em células:

Receptores Ligantes

C3b
CR1
C4b

CR2 C3b

CR3 iC3b

CR4 iC3b

C3aR C3a

C5aR C5a
Via clássica:

É um dos principais mecanismos efetores da imunidade humoral.

Ativação por ligação de C1 às porções Fc Complexos Ag – Ac.


Complexo C1:

C1q  6 sub-unidades.
C1r  2 sub-unidades.
C1s  2 sub-unidades.
Mecanismos de ativação – IgM:
Mecanismos de ativação – IgM:
Mecanismos de ativação – IgG:
Atividades biológicas dos produtos da via clássica:

A ligação de duas ou mais cabeças globulares de C1q


Componente Proteína ativa Função imune a moléculas de IgM ou IgG.

Liga a região Fc de IgM e
C1q 3
IgG muda conformação ativando C1r associada.
Serina protease: Ativa 
C1 C1r
enzimaticamente C1s C1 r cliva então molécula de C1s associada.
Serina protease: Ativa 
C1s
enzimaticamente C4 e C2
C1s atua sobre os dois componentes seguintes da via
clássica C4 e C2.
Cascata de ativação – via clássica:

C1 liga aos anticorpos (IgM ou IgG) que interagem


com determinantes antigênicos.

C4 ligação ao C1q associado.


Cascata de ativação – via clássica:

Clivagem de C4 pela enzima C1r2s2;


adesão covalente de C4b à superfície
antigênica e aos anticorpos.

Ligação de C2 a C4;
clivagem de C2 para formar o complexo
C4b2a (C3-convertase).
Cascata de ativação – via clássica:

Clivagem de C3 pela C3-convertase.



Ligação de C3b à superfície antigênica e ao complexo C4b2a
(C5-convertase).

Clivagem de C5; início das etapas finais da ativação do
complemento.
Via comum:
Produtos de ativação do complemento:

Opsonização:
C3b é uma importante opsonina.
Reveste o microrganismo e se liga aos receptores(CR1-4) nos macrófagos e neutrófilos e isso aumenta a
fagocitose.

Recrutamento celular e ativação:


C4a, C3a, C5a (anafilatoxinas - ativação de mastócitos).
C3a, C5a (fatores quimiotáticos)
Produtos de ativação do complemento:

Lise Celular:
Bactérias, vírus envelopados, células infectadas por vírus e células tumorais.

Remoção dos complexos imunológicos:


C3b-Ac-Ag liga-se aos receptores CR1 nos eritrócitos, passam pelo fígado, baço onde são capturados
pelos macrófagos e removidos por fagocitose.
Atividades biológicas dos produtos da via clássica:

COMPONENTE ATIVIDADE BIOLÓGICA

Procinina: clivada pela plasmina para liberar cinina que


C2b
resulta em edema.
Anafilotoxina: pode ativar basófilos e mastócitos
induzindo sua degranulação resultando no aumento da
C3a
permeabilidade vascular e contração das células da
musculatura lisa, levando à anafilaxia.

Opsonina: promove fagocitose pela ligação a receptores


C3b
do complemento. Ativação de células fagocitárias.

C4a Anafilotoxina: Mais fraca que C3a.

Opsonina:
Título: Hipersensibilidade promove fagocitose pela ligação a receptores
do tipo 3
C4b
do complemento.
Regulação da via clássica:

COMPONENTE REGULAÇÃO

C1 C1 – INH: dissocia C1r e C1s de C1q.

C3a – INA: inativa C3a.


C3a
Carboxipeptidase B: inativa C3a.

Fatores H e I: fator H facilita a degradação de C3b pelo


C3b
fator I.

C4a C3 – INA

Proteína ligadora de C4 (C4 – BP) e fator I: C4 – BP


facilita a degradação de C4b pelo fator I. C4 – BP
C4b
também
Título: Hipersensibilidade do tipo 3 previne a associação de C2a com C4b
bloqueando assim a formação da C3 convertase.
Via lectinas:

É a via clássica onde a ativação não é feita por anticorpos.


Unidade de ligação à bactéria: MBP (Proteína de ligação a manose).
Cascata de ativação – via das lecitinas:

MASP 1 e MASP 2 agem de forma semelhante a C1r e C1s .


Via alternativa:

Ativada na avia alternativa começa com a ativação de C3 e requer Fatores B e D e Mg++,


todos presentes no soro normal.

Convertase de C3 na superfície de micróbios.

Não formada nas superfícies de células autólogas ou de células da mesma espécie.


Via alternativa:

C3 é também ativado continuamente em pouca


intensidade na fase fluída.

Isto ocorre através de proteases séricas,


moléculas nucleofílicas ou água.
Via alternativa:

A presença de certos agentes como


determinados fungos e bactérias, alguns tipos
de vírus e helmintos com determinadas
características, especialmente a ausência de
ácido siálico na membrana, são suficientes
para ativar a via alternativa, através da ligação
de uma ou mais moléculas de C3b na sua
superfície.
Via alternativa:

Na presença de íons Mg++ , C3b pode também se ligar ao fator B


para formar C3bB.

O fator D que circula como enzima ativa, atua então na porção B da
molécula para formar C3bBb.

C3bBb  molécula lábil.



Estabilizada pela agregação de uma molécula de properdina (P).
Via alternativa:
Na presença de íons Mg++ , C3b pode também se ligar ao fator B para formar C3bB.

O fator D que circula como enzima ativa, atua então na porção B da molécula para formar C3bBb.

C3bBb  molécula lábil.



Estabilizada pela agregação de uma molécula de properdina (P).
Via alternativa:

C3Bb (complexo chamado de C3-convertase de


iniciação).

Esta enzima, por sua vez, cliva novas moléculas de
C3 em C3a e C3b.
Via alternativa:

C3b pode se ligar ao complexo molecular C3bBb para formar


C3bBb(C3b)

C5-convertase.
Via alternativa:
Atividades biológicas dos produtos da via alternativa:

Componente Proteína ativa Função imune

C3a Peptide mediador de inflamação (anafilatoxina)


C3 Liga no fator B, formando o complexo que é quebrado pelo fator D
C3b
para gerar C3bBb.
3
Ba Função desconhecida.
Fator B Serina protease: C3bBb age como C3 convertase, gerando C3bBb3b
Bb
(convertase de C5).

Fator D Serina protease: cliva fator B ligado a C3bpara formar a convertase de C3.

Properdina Liga para estabilizar C3bBb.


Vias do complemento:
Vias do complemento:
Vias do complemento:
Ações do complemento - lise:
Ações do complemento - opsonização:
Ações do complemento - inflamação:
Referências bibliográficas:

38
Referências bibliográficas:

ABBAS, ABUL K. et al. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2015.

LEVINSON,W.; JAWETS, E. Microbiologia médica e imunologia. 13ª ed. Porto


Alegre: Artmed, 2015.

JANEWAY C.A. et al. Imunobiologia de Janeway. 8ª ed. Editora Artmed, 2014.

PEAKMAN, M.; VERGANI, D. Imunologia Básica e Clínica. 2ªed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2011.

39
TRADIÇÃO E QUALIDADE EM EDUCAÇÃO

Você também pode gostar