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NUTRIÇÃO

Prof.ª Me Evelyn Feitosa


Por dentro da
disciplina !

OBJETIVO
Estudar os princípios básicos da ciência da Nutrição;
Desenvolver os conhecimentos nutricionais pertinentes e compatíveis com
a área de Educação Física
O que vamos estudar:

 Conceito de Nutrição;  Níveis e principais grupos alimentares;


 Os alimentos e suas funções;
 Alimentação dos brasileiros;
 A pirâmide alimentar;
 Alimentação e Atividade Física
 Classificação dos nutrientes;
 Metabolismo;
CONTEÚDOS
 Como funciona uma nutrição
adequada;
 Aspectos da nutrição para as atividades físicas

 Nutrição e parâmetros da saúde


NUTRIÇÃO

Ciência que estuda todos os mecanismos pelos quais os seres vivos recebem e utilizam os nutrientes
desde sua ingestão, digestão, até a excreção a fim de suprir as funções energéticas, reguladoras e
construtoras do organismo. O principal objetivo da ciência da Nutrição é promover a saúde por meio de
uma alimentação saudável.

(WENDLING, 2018)
DIETÉTICA

 Estuda as diversas maneiras de se utilizar os alimentos, permitindo planejar, preparar e avaliar dietas
adequadas do ponto de vista biológico, socioeconômico, cultural e psicológico para os indivíduos de
uma população.

 Também envolve os processos culinários, os tipos de corte, de higienização, seleção, preparação e


armazenamento dos alimentos.

 A partir do interesse das pessoas em buscar um corpo saudável e prevenir doenças através da educação
nutricional e reeducação alimentar.

 Atualmente também está voltada para a estética corporal, uma vez que muitas pesquisas têm
relacionado a nutrição como fator fundamental na busca por um corpo bonito e saudável.

PHILIPPI, 2014;
HÁBITOS ALIMENTARES

 Podem ser definidos como a maneira pela qual uma pessoa seleciona, utiliza e consome os alimentos
disponíveis em seu ambiente. Isto engloba o modo de produção, armazenamento, distribuição e
consumo dos alimentos.

Os hábitos alimentares não são universais ou estáticos, o que significa que


mudanças ou substituições podem ocorrer. Apesar do Brasil abranger
regiões distintas e ricas em diversidade de alimentos, os brasileiros de
modo geral ainda possuem padrões alimentares deficientes e por isso o
conhecimento da importância dos nutrientes deve ser promovido em toda
a população.

PANSANI, 2016
SOBRE A NUTRIÇÃO

CALORIAS ALIMENTOS E NECESSIDADES NUTRIÇÃO PARA


NUTRIENTES NUTRICIONAIS SAÚDE, EXERCÍCIO,
ESTÉTICA
Caloria

Para a Física: é a quantidade de calor suficiente para aumentar a temperatura de um grama de água em 1ºC;

Para a Nutrição: é a quantidade de energia que cada alimento pode fornecer ao nosso organismo. Refere-se
assim a quantidade de calor que é trocada, liberada ou absorvida pelas nossas
atividades metabólicas.

É uma unidade muito pequena, a ciência da nutrição utiliza quilocaloria (kcal), uma unidade maior para
expressá-la, e por isso é comum utilizar a unidade que corresponde a 1000 calorias (cal).

Ao gastarmos” cerca de 500 calorias em uma hora de corrida leve a moderada, na


verdade significa que foram queimadas 500.000 cal ou 500 kcal.
Alimentos
Materiais que ingerimos e que são capazes de fornecer nutrientes e energia para que possamos
realizar nossas funções vitais. Também nos proporcionam estímulos hormonais, satisfação
emocional, convívio social, saúde e bem estar.

A energia fornecida pelos alimentos é obtida através de processos bioquímicos que


transformam os nutrientes ( que são unidades maiores como os carboidratos, proteínas e lipídeos)
em partículas menores e mais simples para serem utilizadas (glicose, aminoácidos e ácidos
graxos), provendo a matéria-prima necessária para a construção de células, tecidos, e órgãos.

Podem ser classificados em três grandes grupos, a depender da função que desempenham em
nosso organismo:

 alimentos construtores
 alimentos energéticos
 alimentos reguladores
METABOLISMO

É um conjunto de reações químicas do


organismo que resultam na síntese ou
degradação de moléculas.

Síntese de moléculas = ANABOLISMO

Degradação de moléculas = CATABOLISMO


BIOENERGÉTI
CA

CORPO HUMANO
Existem 04 elementos básicos que compõem o
organismo:
 Oxigênio (65%) - O
 Carbono (18%) - C
 Hidrogênio (10%) - H
 Nitrogênio (3%) - N

Elementos adicionais:
 Sódio – Ferro
 Zinco – Potássio
 Cálcio
BIOENERGÉTI
CA

MOLÉCULAS
 São compostos formados pelos elementos. Podem ser:

Orgânico: são compostos (moléculas) que contêm carbono.


 Carboidratos
 Gordura
 Proteína

Inorgânico: são compostos (moléculas) que NÃO contêm carbono.


 Água – H2O
 Ferro – Fe
 Cálcio - Ca
BIEONERGÉTI
CA

Ligações químicas
 É o meio de interligações dos elementos para
formarem as moléculas.
BIOENERGÉTICA

CÉLULA

 É a unidade básica do corpo.

 Características: sintetiza ou degrada compostos; Tem formas e funções


diferentes.
Exemplo dos tipos de células que compõe o corpo humano
BIOENERGÉTI
CA

CITOPLASMA
 É a porção líquida da célula e que contém numerosas
organelas.

FUNÇÃO PRINCIPAL:
Regular a degradação da glicose (glicólise).

ORGANELAS
Mitocôndrias
Retículos endoplasmáticos
Aparelho de Golgi
lisossomos
BIOENERGÉTI
CA

MITOCÔNDRIA
 É a organela responsável pela conversão oxidativa de
nutrientes alimentares em energia.

FUNÇÃO PRINCIPAL:
Produzir energia para a célula.

CARACTERÍSTICAS:
É conhecida como usina de energia
da célula.
Trabalha com a presença do oxigênio.
BIOENERGÉTI
CA

TRANSFORMAÇÃO DA ENERGIA
 A energia existe sob várias formas e elas são intercambiáveis:
Elétrica
Química
Mecânica, etc.

PROCESSO BIOENERGÉTICO:
É a conversão da energia química em energia mecânica.
Ex.: fibras musculares.
BIOENERGÉTI
CA

REAÇÕES QUÍMICAS

1. Reações endergônicas
 são reações que necessitam de energia para ocorrerem.

2. Reações exergônicas
São reações que liberam energia.

3. Reações acopladas
É quando as reações que liberam energia estão acopladas as
reações que exigem energia.
BIOENERGÉTI
CA
BIOENERGÉTI
CA

ENZIMAS

São catalisadores que regulam a velocidade das reações


químicas.

ENERGIA DE ATIVAÇÃO:
É a energia necessária para iniciar as reações químicas.

Resumo:
As enzimas reduzem a energia de ativação.
Aumentam a velocidade das reações químicas.
BIOENERGÉTICA

ENZIMAS
 Quase todas as enzimas possuem o nome da reação + o
sufixo ase.
Ex.: ATPase.

 Fatores que alteram a atividade enzimática:


PH dos fluidos corporais
Temperatura
Nutrientes

NUTRIENTES

Macronutrientes:

 Carboidratos
 Gorduras
 Proteínas
Nutrientes

CARBOIDRATOS
 São compostos por átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio.

 Energia: 1g de carboidrato = 4kcal de energia

Tipos de carboidratos:
Monossacarídeos
Dissacarídeos
Polissacarídeos
BIOENERGÉTICA

CARBOIDRATOS
 Monossacarídeos:
 Glicose
 Frutose

Dissacarídeos
 Maltose = glicose + glicose
 Sacarose = glicose + frutose

Polissacarídeos
 Celulose e amido (vegetais)
 Glicogênio (animais)
BIOENERGÉTICA

GLICOGÊNIO
 Polissacarídeo estocado no tecido animal.
 Glicogênio muscular = Fibra muscular
 Glicogênio hepático = Fígado

Glicogenólise
 Degradação de glicogênio em glicose
Nutrientes

GORDURAS
 São compostos por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio,
mas em maiores quantidades que os carboidratos.

 Energia: 1g de gordura = 9kcal de energia

Tipos de gorduras:
Ácidos graxos
Triglicerídeos
Fosfolipídeos
Esteróides
BIOENERGÉTI
CA

GORDURAS
 Ácidos graxos (AG):
 Principal forma de gordura utilizada como fonte de energia.
 São armazenados na forma de Triglicerídeos.

Triglicerídeos
 São 03 moléculas de AG + glicerol
 São armazenados no tecido adiposo
BIOENERGÉTI
CA
GORDURAS
 Fosfolipídeos
 Não são utilizados como fonte de energia.
 Função 1: compor as membranas celulares.
 Função 2: formar a bainha de isolamento das fibras nervosas.

 Esteróides
 Colesterol: é o esteróide mais comum.
 Função 1: compor as membranas celulares.
 Função 2: síntese dos hormônios sexuais.
BIOENERGÉTI
CA

PROTEÍNAS
 São compostos formados por aminoácidos.
Energia: 1g de proteína = 4kcal de energia
BIOENERGÉTICA
BIOENERGÉTICA
AMINOÁCIDOS:
20 aminoácidos: essenciais e não essenciais.
09 aminoácidos essenciais: histidina, isoleucina, leucina, lisina,
metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina.
BIOENERGÉTICA

PROTEÍNAS
 Funções:
 Formar os tecidos
 Enzimas
 proteínas plasmáticas
 Compor as membranas celulares
Conteúdo energético dos macronutrientes e a estimativa de gasto de energia de um
homem de 70kg com atividades leves de trabalho
Liberação de energia de nutrientes: carboidratos e gordura (utilização de
1g)

 Calorimetria
 Consumo de oxigênio

Fonte: WILMORE; COSTILL 2001.


Mensuração da energia

Podemos considerar o calor produzido pelas reações metabólicas


como a taxa de metabolismo energético, que, em repouso na posição
supina, será denominada taxa metabólica basal (TMB).

Calor: transferência ou troca de energia


KCal: valor calorífero do alimento (energia potencial)

Ganho ou perda de calor = dinâmica energética


ENERGIA & EXERCÍCIO
Equilíbrio entre a ingesta (armazenamento de energia) e o gasto
(dispêndio de energia) é uma meta primária para a pessoa
fisicamente ativo

Massa magra
Balanço energético Responsividade ao treinamento

além de desempenho físico Função imune e reprodutiva

A intensidade das atividades em grande parte pode


determinar as necessidades energéticas.
Taxa metabólica basal (TMB) :

É a quantidade mínima de energia gasta que é


compatível com a vida, reflete a quantidade de energia
utilizada em 24 horas enquanto está fisicamente e
mentalmente em repouso.
GASTO CALÓRICO, TMB & ATIVIDADE FÍSICA

+
SEDENTÁRIO Aumento ATIVOS
(RISCO DE s 15% no (favorável a saúde)
gasto de
VIDA) 30 min. de AF
calorias
diários

É o componente mais variável do GET, podendo ser aumentada


em dez vezes em relação à TMB;

A atividade física é capaz de promover modificações agudas e


crônicas no GET, a longo prazo aumenta a TMB.

(TURÍBIO, 1999).
O EXERCÍCIO AUMENTA AS DEMANDAS DOS ESTOQUES ENERGÉTICOS

CARBOIDRATOS
Atividades Anaeróbias:
alta intensidade
(duração de 30
segundos a 2 min) corrida de 100 metros

Atividades Aeróbias:
(a partir de 2
minutos) uso
proporcional ao nível
de intensidade natação

LIPÍDEOS PROTEÍNAS
Atividades prolongadas, Utilizadas em baixa quantidade
uso de grandes durante todos os tipos de atividades;
quantidades de lipídeos em quantidade moderada em exercícios
de resistência, principalmente na falta
baixas intensidades de pedalagem/ciclismo
de carboidratos.
exercício
Predição da TMB
Atividade 01
- Qual é a sua TMB segundo a formula preditiva?
Dispêndio de energia durante a AF

Classificação das atividades: Sistema RAF ( Relação de Atividade Física) =


energia necessária para realizar a tarefa e a demanda de energia em
repouso.
Trabalho leve = 3x o consumo de O2 em repouso;
Trabalho pesado = 6 a 8x o consumo de O2 em repouso;
Trabalho máximo = 9x ou + acima do consumo de O2 em repouso;
MET
Múltiplos de Taxa Metabólica
1 MET é igual ao consumo de O2 relativo de repouso por massa corporal na
ordem de 3,5 (mL/Kg/min), que resulta em aproximadamente 1 kCal/min.
Atividades por METs
Estimativa de gasto energético na AF

A exemplo do gasto energético (kcal/min) de um indivíduo de 70 Kg ao correr


a 8 km/h, que é igual a 8 METs;
Atividade 02
- Se você pratica algumas das atividades do quadro,
qual o seu gasto energético?
REFERÊNCIAS

ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Manifesto Obesidade: Cuidar de Todas as Formas.
11 de março de 2021. São Paulo/SP. Disponível em: https://abeso.org.br.

ANS - Agência Nacional De Saúde Suplementar. Manual De Diretrizes Para O Enfrentamento Da Obesidade Na Saúde Suplementar
Brasileira. Rio de Janeiro/RJ, 2017.

BOAVENTURA, M.F.C. Nutrição na atividade física. In: PITHON-CURI, T.C. Fisiologia do exercício. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.

CARUSO, L.; MENEZES, E. W. Índice glicêmico dos alimentos. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.=J. Brazilian Soc. Food Nutr.,São
Paulo. v.19/20, p.49-64, 2000. Disponível em: http://sban.cloudpainel.com.br/files/revistas_publicacoes/6.pdf

DA SILVA. A importância da alimentação no envelhecimento saudável e na longevidade. Artigo de revisão, 2013.

MCARDLE, D.W; KATCH, L.F; KATCH, L. V. Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e desempenho humano. 8ª. Ed. Rio Janeiro,
Guanabara Koogan, 2016.

MUTONI, S. Nutrição na prática esportiva. Porto Alegre: SAGAH, 2017.

POWERS, S.K.; HOWLEY, E.T. Fisiologia do Exercício - Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho - 8ª Ed. 2014.

SANTOS, E. C. dos; GOMES, C. E. T. Nutrição e dietética . 2. ed. São Paulo : Érica, 2014.

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