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Estrutura Química e Metabolismo de Carboidratos

Via das Pentoses-Fosfato

o Carboidratos: importância, estrutura química, classificação e metabolismo.


o Corpos Cetônicos; Diabetes de Mellitus; Intolerância à lactose.
o Metabolismo de carboidratos: Via das Pentoses-fosfato.
Prof. Edmir Vicente
edmir.lamarca@ibirapuera.edu.br
INTRODUÇÃO
CARBOIDRATOS

 Os carboidratos são as mais abundantes moléculas orgânicas na natureza e são


primariamente moléculas que reservam energia na maioria dos organismos vivos. Além
disso, formam uma variedade de componentes estruturais nas células.

 Abrangem um dos grandes grupos de biomoléculas (macromoléculas) na natureza, além de


serem a mais abundante fonte de energia.

 São constituídos principalmente por Carbono (C), Hidrogênio (H) e Oxigênio (O), podendo
alguns apresentar também Nitrogênio (N), Fósforo (P) ou Enxofre (S). Os carboidratos são
chamados também de glicídios, açúcar ou hidratos de carbono.

 Exemplos de alimentos ricos em carboidratos: cereais; grãos, pães, farinhas, doces, frutas e
tubérculos (mandioca, batata, inhame, entre outros).

Hidrato – indica que uma substância contém água. O oposto de um hidrato é um anidro.
INTRODUÇÃO

 Alimentos são materiais que ingerimos, tais como: frutas, verduras, carnes,
legumes, cereais, leite, ovos etc.. Fornecem nutrientes e energia, além de
transmitirem satisfação emocional, estímulos hormonais, convívio social que
contribuem para a saúde e o bem-estar pessoal.

 Nutrientes são substâncias presentes nos alimentos que nosso corpo precisa para
obter energia e material necessário para a manutenção e síntese dos novos
tecidos, ou ainda, apresentar propriedades funcionais, oferecendo um impacto
sobre a saúde, performance física ou mental.

 Esses nutrientes são: proteínas, carboidratos, lipídeos (esses três são os únicos
capazes de fornecer energia). Vitaminas, sais minerais, água, fibras, substâncias
com pigmentos, antioxidantes etc..

(PHILIPPI, 1999; PALERMO, 2014)


INTRODUÇÃO Pirâmide alimentar: guia que demonstra como deve ser
a alimentação diária para uma população saudável
 Dieta - conjunto de alimentos e bebidas
ingeridos usualmente por uma pessoa.
Para ser considerada nutritiva uma dieta
deve possuir cinco características:
 Adequação: deve fornecer o suficiente
de cada nutriente essencial, fibra e
energia.
 Equilíbrio: deve respeitar o balanço
entre todos os nutrientes.
 Controle calórico: deve fornecer energia
suficiente para manter o peso
apropriado.
 Moderação: dever ser composta de
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n1/v12n1a06.pdf
alimentos que não sejam fonte em
excesso de gordura, sal e açúcar. (PHILIPPI, 1999; PALERMO, 2014)
 Variedade: deve conter alimentos Segurança alimentar: direito de todos ao acesso regular e
permanente a alimentos de qualidade, em quantidade
diferentes a cada dia. suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades
essenciais. Isso significa poder acessar fisicamente a comida e
ter recursos suficientes para comprá-la.
Representação Esquemática: Introdução ao Metabolismo Energético

Alimentação Absorção

Fígado Músculo Células


Tecidos
Órgãos

Glicose
Glicose

Glicogênio
Respiração
ATP – Adenosina Trifosfato; transportador universal de energia Celular – gera
Glicogênio – Polissacarídeo ATP
Glicose – Monossacarídeo; principal fonte de energia para as células
Funções dos Carboidratos

 Fonte de energia: os carboidratos servem como combustível energético para o corpo, sendo
utilizados para acionar a contração muscular, assim como todas as outras formas de trabalho
biológico. São armazenados no organismo humano sob a forma de glicogênio e nos vegetais
como amido. Essa energia é usada para manter nosso organismo em funcionamento, como
coração, pulmões e os demais órgãos internos, e também para fornecer alguma capacidade
de trabalho externo que é feito durante praticamente todo o dia.

 Combustível para o sistema nervoso central: carboidratos são os combustíveis do sistema


nervoso central, sendo essenciais para o funcionamento do cérebro, cuja única fonte
energética é a glicose. Primariamente o combustível, glicose, vai para o cérebro, medula,
nervos periféricos e células vermelhas do sangue. Assim, uma ingestão insuficiente pode
trazer prejuízos não só ao sistema nervoso central, mas ao organismo em geral. Em condições
de repouso, cerca de 30% da energia é consumida pelos músculos esqueléticos, 30% é
consumida pelos órgãos abdominais. Em repouso o cérebro consome cerca de 20% e o
coração 10% da energia total consumida pelo corpo.
Funções dos Carboidratos

 Preservação das proteínas: as proteínas desempenham papel na manutenção, no reparo e


no crescimento dos tecidos corporais, podendo inclusive ser fonte de energia alimentar.
Quando as reservas de glicogênio estão reduzidas, a produção de energia começa a ser
realizada a partir da proteína (aminoácidos). Isto acontece muito no exercício prolongado e
de resistência.

 Proteção contra corpos cetônicos: se a quantidade de carboidratos é insuficiente devido a


uma dieta inadequada ou pelo excesso de exercícios, o corpo mobiliza mais gorduras, que
também atuam na produção de energia, para o consumo. Isso pode resultar no acúmulo de
substâncias ácidas, como os corpos cetônicos, que em excesso podem ser prejudiciais ao
organismo.
Produção de Energia

 Carboidratos

 Lipídios

 Proteínas
Insulina e Glucagon
 Responsáveis pelo balanço de
açúcares no sangue.

 Insulina e Glucagon hormônios que


atuam no metabolismo de açúcares.

 Pâncreas - produz os dois hormônios


insulina e glucagon.

o Hormônio insulina – facilita a entrada de glicose nas células e o armazenamento no fígado


(na forma de glicogênio). Quando a pessoa se alimenta (refeições ricas em carboidratos) a
taxa de açúcar no sangue aumenta (medido pela Glicemia); Insulina – tida como a chave de
entrada da glicose na célula; diminui o excesso de açúcar do sangue.
o Hormônio glucagon – funciona de forma oposta à insulina. Quando o organismo fica muitas
horas sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa pode ter
hipoglicemia; Pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando-o a liberar o
glicogênio em moléculas de glicose para o sangue.
Hipoglicemia - fraqueza, tontura, podendo até desmaiar. A falta ou a baixa produção de insulina provoca o
diabetes, doença caracterizada pelo excesso de glicose no sangue (hiperglicemia).
o Corpos cetônicos – são moléculas de energia produzidas pelo fígado a partir da quebra de gordura
(ácidos graxos). São substâncias ácidas, solúveis em água e oriundas da quebra dos ácidos graxos.
Usados como fonte de energia no coração, no cérebro e no tecido muscular. Por exemplo, no
cérebro são fonte vital de energia durante um jejum de aproximadamente 24 horas. A produção
pode ocorrer em dieta com restrição de carboidratos, exercícios intensos prolongados, alcoolismo
ou em diabetes Mellitus tipo 1 não tratada.
o Quando os níveis de insulina estão baixos e do glucagon estão altos (decorrentes, por exemplo, do
jejum ou da restrição de carboidratos). Tal situação proporciona a aceleração da Lipólise (liberação
dos ácidos graxos do tecido adiposo, chamado também de queima de gordura) e no transporte
destes ácidos graxos pela corrente sanguínea até o fígado. No fígado, os corpos cetônicos são
produzidos (a partir dos ácidos graxos) em um processo denominado de Cetogênese. A liberação
dos corpos cetônicos na circulação resulta em um estado metabólico chamado Cetose. Uma
produção exagerada de corpos cetônicos podem levar a uma intoxicação no indivíduo levado a
sintomas indesejáveis como dores de cabeça, mau hálito, tremores e até desmaios. Quando o
organismo possui as quantidades corretas de carboidratos, não é necessário utilizar essa fonte
energia. Fonte: https://revolucaoketo.com/o-que-sao-corpos-cetonicos-o-que-e-
cetogenese/

Tecido adiposo - é caracterizado por células adiposas (adipócitos) - armazenam muita gordura. Estas células possuem um
vacúolo central - pode aumentar ou diminuir de acordo com o metabolismo do indivíduo.
Corpos cetônicos

o São três os corpos cetônicos:

• acetoacetato
• acetona
• β-hidroxibutirato

Fonte: https://abioquimicacomoelae.com.br/jejum-intermitente-o-que-e-e-
quais-as-consequencias/

o Cetogênese - processo de produção de corpos cetônicos pelo fígado, durante um jejum


prolongado ou quadro diabético. São produzidos principalmente na matriz mitocondrial das
células do fígado (células hepáticas) quando os carboidratos estão escassos. Nessa situação,
o organismo intensifica a lipólise visando aumentar a concentração de acetil-CoA dentro da
mitocôndria (para gerar energia via ciclo de krebs ou corpo cetônico). Contudo, o ciclo de
Krebs é inibido e o Acetil-CoA é direcionado à produção de corpos cetônicos.
Corpos cetônicos

o Quando a quantidade de glicose disponível está


insuficiente (por exemplo, durante o jejum), o
cérebro receberá a sua energia a partir de
corpos cetônicos. Já os outros tecidos tem
fontes adicionais de energia além dos corpos
cetônicos, todavia, o cérebro não.

o Após a sua formação no fígado, os corpos


cetônicos são exportados para outras partes do Corpos cetônicos → Acetil-CoA →Ciclo de Krebs
corpo, por exemplo, músculo, cérebro e córtex
renal.

o Os Corpos cetônicos são formados


principalmente através da oxidação de ácido
graxo. Outra via para a formação de corpos
cetônicos é a quebra (catabolismo) de certos
aminoácidos – fenilalanina, isoleucina, leucina,
lisina, tirosina, triptofano e treonina.
Diabetes de Mellitus

O Diabetes Mellitus é uma doença crônica,

metabólica de origem múltipla, decorrente da falta

de insulina e/ou da incapacidade de a insulina

exercer adequadamente seus efeitos, causando um

aumento da glicose (açúcar) no sangue.


Diabetes Tipo I
o No Diabetes Tipo I, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de
um problema no sistema imunológico, fazendo com que os anticorpos ataquem as células
que produzem esse hormônio. Ocorre destruição da células beta do pâncreas.
o Insulinodependente, necessitam do uso de insulina exógena, com deficiência total ou
quase total da insulina produzida pelo pâncreas.
o Aparece na maioria das vezes em crianças e adolescentes.
o Ocorre em cerca de 5% a 10% dos pacientes com diabetes.
Diabetes Tipo II

o No Diabetes Tipo II, existe uma combinação de dois fatores - a diminuição da secreção de

insulina e um defeito na sua ação, ou seja, resistência à insulina.

o O pâncreas produz certa quantidade de insulina, mas não suficiente para manter um nível

de glicose normal.

o O diabetes tipo II pode ser tratado com medicamentos orais ou injetáveis, contudo, com

o passar do tempo, pode ocorrer o agravamento da doença.

o Ocorre mais frequentemente em pessoas maiores de 40 anos, habitualmente obesas ou

com excesso de peso.

o Ocorre em cerca de 90% dos pacientes com diabetes.


Diabetes: Tipos I e II

Fonte: http://clubeda-saude.blogspot.com/2012/07/entenda-o-diabetes.html
Estruturas com Carboidratos
 Estão presente nas paredes celulares de células vegetais, fungos e exoesqueleto de
artrópodes (insetos, aranhas e camarão).
 Parede celular das células vegetais encontra-se externamente à membrana plasmática e é
composta principalmente por celulose e pectina. Função: sustentação, resistência, proteção
contra patógenos externos, absorção, transporte e secreção de substâncias. Celulose e
Pectina são carboidratos polissacarídeos contidos na parede celular.
 Exoesqueleto é uma cutícula resistente, contudo, flexível, que cobre o corpo. Por exemplo, de
Artrópodes (que têm pés articulados) e alguns moluscos e corais. Função: proteção aos
órgãos internos, suporte para os músculos, evita também à dessecação. As asas e outros
apêndices dos artrópodes são formadas por expansões do exoesqueleto.

Fonte: http://pesquisa-na- Fonte: https://www.estudokids.com.br/exoesqueleto-


Fonte: https://www.todamateria.com.br/parede-celular/ escola.blogspot.com/2011/08/parede-celular.html o-que-e-como-e-formado-e-animais-que-tem/
Estruturas com Carboidratos

 Glicoproteína (união entre carboidratos e proteínas de membrana). Glicolipídios (união entre


carboidratos e lipídios de membrana). Marcadores responsáveis pela determinação de
grupos sanguíneos. Estrutural, lubrificante e proteção.
 Glicocálice também chamado de glicocálix (união entre glicoproteínas e glicolipídios). Por
meio do glicocálice as células se reconhecem e se unem umas às outras, formando os
tecidos.
Estruturas com Carboidratos ATP – Adenosina Trifosfato

 Fazem parte da composição dos ácidos


nucléicos (DNA e RNA) e do ATP. DNA -
ácido desoxirribonucleico; RNA - ácido
ribonucleico.
 Via das Pentoses-fosfato – produção de
Fonte: https://emsinapse.wordpress.com/2018/06/24/atp-energia-que-move-a-nossa-vida/
pentoses (açúcares de cinco átomos de
carbono).

DNA – Desoxirribose; RNA – Ribose

Fonte: https://thinkbio.wordpress.com/2012/02/12/o-dna/ Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/dna.htm


Classificação dos Carboidratos

 Classificados em três grupos, de acordo com o tamanho e


a organização de sua molécula: monossacarídeos,
dissacarídeos (oligossacarídeos) e polissacarídeos.

 Monossacarídeos – São solúveis em água e não sofrem hidrólise. São os mais simples,
apresentam entre 3 e 7 átomos de carbono na molécula (fórmula geral CnH2nOn, grupos de
carbono e água; n = varia de 3 a 7). Os nomes dados aos monossacarídeos são referentes ao
número de átomos de carbono da molécula:

o Trioses: com três átomos de carbono (C3H6O3). Exemplos: gliceroaldeído, di-


hidroxiacetona e piruvato.

o Tetroses: com quatro átomos de carbono (C4H8O4). Exemplos: eritrose e eritrulose.

o Pentoses: com cinco átomos de carbono (C5H10O5). Exemplos: desoxirribose, ribose e


ribulose.

o Hexoses: com seis átomos de carbono (C6H12O6). Exemplos: glicose, frutose e galactose.

o Heptoses: com sete átomos de carbono (C7H14O7). Exemplo: sedo-heptulose.


Exemplos de Carboidratos
fórmula molecular
C6H12O6

Glicólise

ou fórmula cíclica

ou
fórmula linear
o 1 Glicose (6 átomos de carbono) → 2 Piruvato (3
átomos de carbono).
o Glicólise: ocorre no citosol; sem oxigênio (O2);
Respiração aeróbica: 38 moléculas de ATP (por
molécula de glicose utilizada).
o Produto final: água (H2O).
o Respiração anaeróbica: 2 moléculas de ATP (por
molécula de glicose utilizada).
o Produto final da respiração anaeróbica: ácido lático
ou álcool etílico (etanol).
Classificação dos Carboidratos
 Dissacarídeos – São solúveis em água e sofrem hidrólise. São constituídos por dois
monossacarídeos quimicamente unidos. Exemplos: Sacarose (açúcar da cana), formado pela
união de uma glicose e uma frutose; Lactose (açúcar do leite), formado pela união de uma
glicose e uma galactose; Maltose (açúcar do malte), formado por duas moléculas de glicose.
 Na união de duas moléculas de monossacarídeos há liberação de uma molécula de água; A
separação de duas moléculas de monossacarídeos ocorre por hidrólise. Para o uso dos
dissacarídeos como fonte de energia há a necessidade de hidrólise, pois eles não são
imediatamente aproveitáveis.

Glicose
Sacarose

C12H22O11 *

Frutose
Se não tivesse a perda de água
Seria: C12H24O12
Menos H2O = C12H22O11
*Carbonila = carbono e oxigênio unidos por dupla ligação. Carboxila = -COOH = CO2
Classificação dos Carboidratos

 Oligossacarídeos – os mais importantes são os dissacarídeos. São açúcares formados pela


união de dois a seis monossacarídeos, geralmente as hexoses. Exemplo: Raffinose é um
trissacarídeo, formado de galactose, frutose e glicose pode ser encontrado no feijão, repolho,
brócolis, aspargo.
Classificação dos Carboidratos
 Polissacarídeos – Não são solúveis em água e sofrem hidrólise. São formados por várias
moléculas de monossacarídeos, principalmente glicose. São moléculas grandes quando
comparadas às outras, sendo consideradas como macromoléculas.
 A insolubilidade dos polissacarídeos é vantajosa para os seres vivos. São componentes
estruturais das células e funcionam como armazenadores de energia, ou seja, são
carboidratos de reserva. Exemplos: Amido (vegetais); Celulose - polissacarídeos (parede
vegetal); Glicogênio (células do fígado e músculos).

o Glicogênese – processo de síntese do glicogênio no


fígado e músculos, no qual moléculas de glicose são
adicionadas à cadeia do glicogênio. Este processo é
ativado pela insulina em resposta aos altos níveis de
glicose sanguínea. Enzima: Glicogênio sintetase.

o Glicogenólise – processo de degradação do glicogênio


por meio da retirada sucessiva de moléculas de glicose,
a fim de atender as necessidades metabólicas do
organismo. Este processo é ativado pelo glucagon em
resposta aos baixos níveis de glicose no sangue.
Enzima: Glicogênio fosforilase. Fonte: https://www.biologianet.com/biologia-celular/glicogenio.htm
Glicogênio - Polissacarídeo
o Glicogênio – encontrado principalmente nas células do fígado e músculos, estando presente
também em todas as células, todavia, mais abundante no fígado e músculo. Atua como uma
forma de armazenamento de açúcares. São polissacarídeos, carboidratos de reserva.
o Fígado – a quantidade de glicogênio após uma refeição rica em carboidrato chega a 6% do
peso do órgão. Já nos músculos, essa reserva pode apresentar 0,7% do peso do tecido. A
produção e a degradação do glicogênio são fundamentais para suprir as necessidades do
organismo, garantindo a manutenção da glicemia entre as refeições. O glicogênio no fígado
funciona como uma reserva de glicose, sempre que necessário esta reserva será utilizada no
fígado e também levada e utilizada por outros órgãos. Fígado - pode pesar até 1,5 kg.
o Músculo – o glicogênio presente nos músculos – os processos de síntese e degradação são
realizados apenas para suprir as necessidades desse tecido. O músculo utiliza essa reserva
quando é muito utilizado, como durante uma corrida.
o Síntese – depois da refeição, a taxa de glicose (glicemia) no sangue aumenta. Na sequência,
o pâncreas libera insulina, ativando a enzima Glicogênio sintetase. Essa é uma enzima que
permite que a glicose excedente seja transformada em glicogênio.
o Degradação – em períodos de jejum, a taxa de glicose fica baixa, aumenta a secreção do
glucagon, indicando a necessidade de usufruir da reserva de energia estocada no organismo
- glicogênio. Esse processo é possível com a participação da enzima Glicogênio fosforilase.
Jejum - privação parcial ou total de alimentos, durante um certo tempo.
o Fígado – produz a bile, que é armazenada
na vesícula biliar. O fígado é a maior glândula do
corpo humano e pode executar mais de 500 funções
(ex: reciclagem de hormônios, síntese do colesterol,
armazenamento de vitaminas e filtragem de
impurezas). Encontra-se na região abdominal, do
lado direito, logo abaixo do diafragma e é um órgão
bastante vascularizado, recebendo cerca de 70% do
sangue do corpo proveniente da veia porta e o
restante pela artéria hepática. Os nutrientes
absorvidos pelo intestino chegam ao fígado pela via Fonte: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/sistema-digestorio/

linfática, onde são metabolizados e acumulados.


o Pâncreas – produz e fornece ao intestino delgado,
suco pancreático, constituído de íons de
bicarbonato, neutralizando assim, a acidez do quimo
(bolo alimentar). Sintetiza os hormônios insulina e
glucagon.
o Na boca inicia a digestão química dos carboidratos.
Polissacarídeos A saliva contém uma enzima do tipo amilase ou ptialina que age
sobre o amido e o transforma em moléculas de glicose e
 Amido – carboidrato mais maltose. A digestão do amido continua no intestino delgado –
abundante da dieta dos seres enzima amilase não atua em pH ácido.
humanos (presentes em: aveia,
arroz, milho, batata, batata-
doce, mandioca, feijão etc.). É
um polissacarídeo, ou seja,
carboidratos de reserva dos
vegetais.

 Açúcar hexose (monossacarídeo)


presentes no amido: Glicose. Amido
formado - Amilose - glicose unidas por
ligações glicosídicas de α-1,4, e
amilopectina - glicose unidas por
ligações glicosídicas de α-1,4 e α-1,6
Fonte: https://www.slideshare.net/BiancaRomeu/bio-1-macromolculas/8
o Açucares com seis átomos de carbonos são os mais abundantes na natureza, sendo
importantes fontes de energia para os seres vivos. Açúcares com cinco átomos de carbonos
ocorrem nas estruturas do DNA e RNA e os açucares com quatro e sete átomos de carbonos
atuam na fotossíntese e em outras vias metabólicas.
o Isômeros - moléculas de substâncias orgânicas que apresentam a mesma fórmula molecular,
mas possuem propriedades e características estruturais diferentes. Isomerização -
transformação de uma substância em um seu isômero. Glicose e Frutose: C6H12O6
Descrição de alguns carboidratos
 Frutose: encontrada principalmente nas frutas e no mel. É o mais doce dos açúcares simples.
Fornece energia de forma gradativa, por ser absorvida lentamente, o que evita que a
concentração de açúcar no sangue (glicemia) aumente muito depressa.
 Glicose: resultado da "quebra" de carboidratos mais complexos, polissacarídeos, encontrados
nos cereais, frutas e hortaliças. É rapidamente absorvida, sendo utilizada como fonte de
energia imediata ou armazenada no fígado e no músculo na forma de glicogênio muscular.
 Galactose: proveniente da lactose, o dissacarídeo do leite e seus derivados. No fígado, é
transformada em glicose para fornecer energia.
 Sacarose: encontrada na cana-de-açúcar e na beterraba. É o açúcar mais comum, açúcar
branco, formado por glicose e frutose. Tem rápida absorção e metabolização, eleva glicemia e
fornece energia imediata para a atividade física, contribui para a formação das reservas de
glicogênio.
 Lactose: principal açúcar presente no leite, sendo de 5% a 8% no leite humano e de 4% a 5%
no leite de vaca. É composto por glicose e galactose, sendo o açúcar menos doce.
 Maltose: formada por duas moléculas de glicose, é resultado da quebra do amido presente
nos cereais em fase de germinação e nos derivados do malte.
 Pectina: é um polissacarídeo indigerível, absorve água formando gel, retarda o esvaziamento
gástrico. Está presente na casca de frutas. Utilizada em geleia, marmelada, e como
estabilizante em bebidas e sorvetes.
Intolerância à Lactose

 Intolerância à lactose é um
distúrbio digestivo associado à
baixa ou nenhuma produção de
lactase pelo intestino delgado.

 É uma afecção da mucosa intestinal que incapacita a digestão da lactose. Ocorre quando o
organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva
chamada lactase, que é a enzima que catalisa a hidrólise da lactose, ou seja, o açúcar do
leite. Lactose é um carboidrato dissacarídeo solúveis em água e que sofre hidrólise.
 Como consequência, essa substância chega ao intestino grosso inalterada. Ali, ela se
acumula e é fermentada por bactérias que fabricam ácido lático e gases, promovem maior
retenção de água e o aparecimento de diarreias e cólicas.
 Os sintomas variam de acordo com a maior ou menor quantidade de leite e derivados
ingeridos. Podem incluir: cólicas abdominais, distensão abdominal, diarreia, flatulência
(excesso de gases), náuseas, entre outros. Enzima lactase - produzida pelas vilosidades do intestino
delgado; atua no meio alcalino.
Via das Pentoses-fostato
 Via das pentoses-fosfato é uma importante via anaeróbica alternativa da utilização da
glicose.

 Esta via não é produtora de ATP e NADH, mas sim de NADPH.

 É reguladora da glicemia (concentração de glicose no sangue).

 Presença de inibidores da glicólise (iodoacetato e fluoreto) pode conduzir à via das pentoses.

 Esta via exerce duas funções básicas:

o Produção de pentoses (açúcares de cinco carbonos) a partir da glicose (açúcar de seis


carbonos). Por exemplo, a ribose-5-fosfato, a qual desempenha importante papel na
biossíntese de ácidos nucléicos. Ribose-5-fosfato - é um precursor da ribose (açúcar do
RNA, ATP) e da desoxirribose (açúcar do DNA).

o Produção de NADPH – agente redutor utilizado para a biossíntese de lipídeos.

NADP: Fosfato de dinucleótido de nicotinamida e adenina; NADP+ = forma oxidada; NADPH =


forma reduzida
 Reações da via das pentoses-fosfato Via das Pentoses-fostato
- A via das pentoses é uma via citoplasmática, anaeróbica ocorrendo no fígado, glândulas
mamárias, tecido adiposo e nas hemácias.
- Ocorre em duas etapas: fase oxidativa e fase não-oxidativa.
 Reações oxidativas
- A primeira reação da via das pentoses é a oxidação da glicose-6-fosfato, formando o
composto 6-fosfoglicono-d-lactona, reação catalisada pela glicose-6-fosfato desidrogenase
(G6PD). É gerado também a NADPH (NADP+, aceptor de prótons H+ e elétrons e- = NADPH).
Em seguida, a 6-fosfoglicono-d-lactona é hidrolisada, gerando o composto 6-fosfogliconato,
reação catalisada pela enzima lactonase.
- Na próxima reação, o 6-fosfogliconato sofre oxidação (elétrons são removidos) e
descarboxilação (CO2 eliminado), formando a ribulose-5-fosfato, reação catalisada pela
enzima 6-fosfogliconato-desidrogenase. Nessa reação, novamente gera NADPH.
 Reações não-oxidativas
- A ribulose-5-fosfato é convertida à ribose-5-fosfato, reação catalisada pela enzima
fosfopentose-isomerase.
- A ribulose-5-fosfato é convertida, também, à xilulose-5-fosfato, reação catalisada pela enzima
fosfopentose-3-epimerase.
- A xilulose e a ribose se reorganizam e geram intermediários que ligam a via da pentose-
fosfato com a da glicólise, sendo eles a frutose-6-fosfato e o gliceraldeído-3-fosfato.
Via das pentoses-fosfato Glicose + Fosfato
uso de ATP
Reações oxidativas
Reações não-oxidativas

Nucleotídeos, coenzimas,
DNA, RNA e ATP
Via das pentoses-fosfato

Fonte: https://bibliotecadebiomedicina.blogspot.com/2019/01/resumo-via-das-pentoses.html

o Conversão da glicose em glicose 6-fosfato: Ao contrário da glicose a glicose 6-fosfato é


incapaz de atravessar a membrana plasmática, o que garante a sua permanência dentro da
célula. Fosforilação da glicose (glicose + fosfato inorgânico).
Relações entre a via das pentoses-fosfato
e a glicólise

 A xilulose e a ribose se reorganizam e geram


intermediários que ligam a via da pentose-fosfato
com a da glicólise, sendo eles a frutose-6-fosfato e
o gliceraldeído-3-fosfato.

 Se o organismo necessitar de NADPH mais do que


a ribose-5-fosfato, a via das pentoses-fosfato
inteira será funcional. Já se o organismo
necessitar de mais ribose-5-fosfato, ocorrem às
reações não-oxidativas.
Via das pentoses-fosfato e a Anemia Hemolítica
 A via das pentoses-fosfato é a única fonte de
NADPH nas hemácias (glóbulos vermelhos do
sangue). Deficiência da enzima glicose-6-
fosfato desidrogenase (G6PD), gera: anemia
hemolítica, isso porque a NADPH é
necessária para reduzir Glutationa-
Fonte: http://ddcnovasprespectivas.blogspot.com/2019/02/variantes-de-
hemoglobinas.html
peroxidase, a qual tem importantes funções:
 Manutenção do ferro da hemoglobina (proteína presente nas hemácias que contém ferro e
combina-se com o oxigênio para transporta-lo).
 Potente agente antioxidante (sua falta permite o ataque de radicais livres às membranas das
hemácias).
 Principais sintomas da anemia hemolítica – icterícia, urina escura, dor abdominal, dor nas
costas, diminuição da contagem de hemácias.
 Mutação genética – está associada com a anemia hemolítica. Mutações são mudanças na
sequência dos nucleotídeos do material genético de um organismo.
Mutações gênicas Dogma Central da Biologia Molecular

o Alterações do código de bases


nitrogenadas do DNA, originando
novas versões de um gene.
Fonte: http://ead.hemocentro.fmrp.usp.br/joomla/index.php/noticias/adotepauta/416-
o Consequências: Proteínas gene-conceitos-na-era-pre-e-pos-genomica

modificadas e não funcionais;


Provoca alterações metabólicas
significativas nas células.

Fonte: https://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/1426.htm
Fonte: https://www.docsity.com/pt/patologia-01-
genetica/4741168/

• Fatores endógenos: Radicais livres – Espécies reativas de oxigênio, entre outros.


• Fatores exógenos: Raio-X, Radiação ultravioleta, Poluição, Metais pesados etc..
o Uma célula tem 46 cromossomos, esta célula irá se dividir em duas. Para isso, ela precisa duplicar o seu material
genético, se não houvesse a duplicação, cada uma das células filhas teria apenas 23 cromossomos. Isso
implicaria no numero errado de cromossomos da espécie.
o Replicação (ou Duplicação) do DNA: De uma cadeia original de DNA formam-se duas. A replicação do DNA é o
processo de autoduplicação do material genético, mantendo o padrão de herança ao longo das gerações.
o Mitose – ocorre em células somáticas; Meiose – ocorre em células germinativas; Mitose – não há redução do
número de cromossomos; Meiose – há redução do número de cromossomos.
Carbono

o O carbono, uma vez presente em uma cadeia carbônica, pode se classificar em carbono
primário, secundário, terciário ou quaternário. Todo carbono tem a capacidade de fazer
quatro ligações, sendo classificados levando em consideração a quantidade de carbonos a ele
ligados.
o Carbono: o carbono pode ser classificado de acordo com o tipo de ligação que o une ao
restante da cadeia carbônica:
o Carbono saturado: ligado apenas por ligações simples, denominadas de sigma (σ).
o Carbono insaturado: presença de uma ligação dupla - denominada de pi (π) - ou tripla entre
carbonos.

Carbono saturado Carbono insaturado


Carbono
o O carbono também se classifica levando em consideração a quantidade de outros carbonos a
ele ligados.

o Carbonos primários: ligados diretamente a somente um carbono.

o Carbonos secundários: ligados diretamente a dois outros carbonos.

o Carbonos terciários: ligados diretamente a outros três carbonos.

o Carbonos quaternários: ligados a mais quatro carbonos.


Referências Bibliográficas

o CAMPBELL, M.K. Bioquímica. 3ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2000. 751p.

o GUYTON, A.C. Fisiologia humana. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011 (1988).

564p.

o MARZZOCO, A., TORRES, B.B. Bioquímica básica. 4ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2016. 392p.

o PHILIPPI, S.T .; LATTERZA, A.R.; CRUZ, A.T.R.; RIBEIRO, L.C. Pirâmide alimentar adaptada: guia

para escolha dos alimentos. Revista de Nutrição, v. 12, n. 1, p. 65-80, 1999.

o PINHEIRO, D.M.; PORTO, K.R.DEA.; MENEZES, M.E.DA.S. A química dos alimentos:

carboidratos, lipídios, proteínas e minerais. Maceió : EDUFAL, 2005.


Foto: Bombax malabaricum – paineira-vermelha-da-Índia (Edmir Vicente)

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