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21/05/2023, 21:14 Fundamentos da nutrição

FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO
UNIDADE 4 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS,
PREVENÇÃ O E TRATAMENTO DAS DOENÇAS

Autoria: Dandara dos Santos Carvalho; Helena Maia Almeida; Tatiane Melo de
Oliveira - Revisã o técnica: Aline Rocha Rodrigues

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21/05/2023, 21:14 Fundamentos da nutrição

Introdução
Você sabe o que são necessidades nutricionais? As necessidades nutricionais compreendem a quantidade de
nutrientes e de calorias que devemos consumir, diariamente, para garantirmos o bom funcionamento dos
nossos ó rgãos e sistemas.                
Nesta unidade vamos abordar as necessidades energéticas e o estado nutricional, e aprender sobre os
elementos que garantem uma ingestão caló rica adequada para cada indivíduo.
Você vai entender ainda como o consumo inadequado de nutrientes, abaixo ou acima das necessidades
nutricionais estabelecidas, pode acarretar impactos negativos à saú de, como as doenças: diabetes mellitus,
hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias, anemias, entre outras.
Vamos estudar também os valores de referência para o diagnó stico destas enfermidades. As doenças
abordadas nesta unidade estão relacionadas ao consumo de macronutrientes (carboidratos, proteínas e
lipídeos) e micronutrientes (vitaminas e minerais), sendo assim a alimentação desempenha papel essencial
tanto na prevenção como no tratamento.
Bons estudos!

4.1 Energia e ingestão calórica


Ao longo do dia nosso corpo realiza funçõ es basais, com os batimentos cardíacos, circulação e respiração,
assim como funçõ es físicas: andar, cozinhar, escrever, limpar a casa, entre outras. Para que estas funçõ es
sejam realizadas, os indivíduos precisam ter energia disponível, correto? Você saberia dizer como adquirimos
esta energia? Nesse tó pico você vai conhecer o conceito de energia, aprender a calcular as necessidades de
ingestão caló rica e estudar os componentes que determinam o gasto energético total diário. Acompanhe!

4.1.1 Necessidades energéticas


Para começar, preste atenção: a energia representa a capacidade de realizar trabalho; no corpo humano é
obtida, exclusivamente, por meio da alimentação, pelo consumo de carboidratos, lipídeos e proteínas, sendo
os carboidratos e lipídeos os substratos prioritários do metabolismo (BENETTI, 2013; CUPPARI, 2014;
MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI, 2019). Podemos definir a necessidade
energética como a ingestão mínima de energia que o indivíduo precisa realizar, diariamente, para que sejam
efetuadas as funçõ es fisioló gicas de forma satisfató ria.
Vale destacar que a necessidade energética é influenciada por alguns fatores, o que a torna variável entre os
indivíduos. Entre estes fatores, podemos citar: sexo, idade, peso, estatura, nível de atividade física realizado
diariamente e estado de saú de. Em indivíduos enfermos devemos incluir nos cálculos o nível de estresse
metabó lico, de acordo com a doença em questão (BENETTI, 2013; CUPPARI, 2014; MAHAN; ESCOTT-STUMP;
RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI, 2019).
Para garantirmos uma manutenção adequada do estado nutricional de
um indivíduo, é necessário um equilíbrio entre o consumo de energia e o
gasto energético diário; é o que chamamos de balanço energético. Desta
forma, quando ocorre um desequilíbrio, desencadeado pelo consumo
inferior ou superior às necessidades energéticas, dizemos que houve um

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balanço energético negativo ou positivo, respectivamente, gerando


impactos no estado nutricional e na saúde do indivíduo (BENETTI, 2013;
CUPPARI, 2014; MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI ;
POLTRONIERI , 2019).

4.1.2 Medindo o gasto energético


Para mantermos um equilíbrio entre o consumo de energia e o gasto energético diário é fundamental que a
necessidade energética, ou o consumo de calorias, seja o mesmo do gasto energético total (GET). Vamos
conhecer agora os componentes que definem o GET de uma pessoa (CUPPARI, 2014; MAHAN; ESCOTT-STUMP;
RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI, 2019). 

Gasto energético basal (GEB) ou taxa metabólica basal (TMB)

Corresponde ao valor de energia mínima para garantir a realização das atividades do metabolismo,
como o metabolismo celular e tecidual, o funcionamento adequado dos ó rgãos e a preservação da
temperatura corporal. A sua medição ocorre logo apó s o indivíduo acordar, com um período de
jejum de 10 a 12 horas, e dura em média de 30 a 60 minutos. A taxa metabó lica basal (TMB)
compreende cerca de 60 a 75% do gasto energético diário.

Gasto energético de repouso (GER) ou taxa metabólica de repouso (TMR)

Difere-se do gasto energético basal (GEB), principalmente, na forma de medição: no gasto


energético de repouso (GER) o indivíduo deve se deslocar até o local do exame, e a necessidade de
jejum precisa de um tempo menor, de quatro a oito horas. Considerando estes aspectos, o GER tende
a acrescentar de 10 a 20% no valor do GEB.

Efeito térmico da atividade física

É considerado o segundo maior componente do GET e refere-se a quantidade de energia gasta


durante a prática de atividade física. Está sujeito a alteraçõ es, considerando a sua grande variação
no gasto energético. Representa de 15 a 30% das necessidades energéticas diárias.

Efeito térmico dos alimentos

Representa o acréscimo que ocorre no GEB decorrente da quantidade de energia necessária para a
realização do processo de digestão, transporte e metabolismo dos nutrientes, além do
armazenamento de gordura e glicogênio no corpo. Representa cerca de 10% do gasto energético

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diário.

Termogênese facultativa

Refere-se a influência das alteraçõ es de temperatura, latitude, estresse emocional e outros fatores
no gasto energético, correspondendo a cerca de 5% do gasto energético diário.

Confira na figura os fatores que compõ em o gasto energético diário e os seus respectivos valores,
representados em percentuais, dentro do gasto energético total.

Figura 1 - Fatores e valores dos gastos energéticos


Fonte: Elaborada pela autora, baseada em CUPPARI, 2014.

#PraCegoVer: Na imagem anterior estão representados, em forma de fluxograma, os componentes envolvidos


no gasto energético diário de um indivíduo, com as categorias de cada componente: GEB, efeito térmico do
exercício, efeito térmico do alimento e termogênese facultativa, além das suas respectivas representaçõ es em
percentual no GET, que correspondem a 60-75%, 15-30%, 10% e 5%, respectivamente. Conheça a seguir, os
métodos utilizados na medição do gasto energético.

Calorimet Afere de forma direta o calor que o organismo produz, possui maior rigor, porém tem
ria direta alto custo, sendo utilizado raramente.

Calorimet Verifica o calor gerado pelo organismo por meio de um aparelho que mensura o
ria oxigênio gasto, o dió xido de carbono produzido e o nitrogênio urinário excretado por
indireta um tempo definido.

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Água Método utilizado para medir o gasto energético ao longo do dia, durante 24 horas,
duplamen enquanto o indivíduo realiza suas atividades diárias.
te
marcada

A seguir, vamos estudar a importância do estado nutricional adequado. Vale a pena prosseguir!

4.1.3 Importância do estado nutricional


A definição da necessidade nutricional do indivíduo é importante para garantir um estado nutricional
adequado, por meio do equilíbrio entre a necessidade e o consumo de nutrientes. Note que este equilíbrio é
responsável pela saú de geral, contribuindo para o adequado crescimento e desenvolvimento, fornecendo uma
proteção ao corpo contra o surgimento de doenças associadas, além de assegurar energia para as atividades
realizadas diariamente.
Neste sentido, a adequada avaliação do estado nutricional identifica possíveis riscos nutricionais de forma
precoce, auxiliando o desenvolvimento de intervençõ es corretivas, que buscam impedir o desenvolvimento
de uma situação grave ou até irreversível, como o surgimento das doenças crô nicas não transmissíveis
(DCNTs).
Você deve entender que existe uma diversidade de fatores auxiliares na definição do estado nutricional e na
identificação de risco, como os hábitos alimentares, que incluem: cultura alimentar; condiçõ es físicas,
psicossociais, financeiras; histó ria médica e de saú de; composição corporal; exame físico; alteraçõ es
bioquímicas e uso de fármacos e de outros produtos.
Assim, quando a ingestão nutricional diária de um indivíduo está inadequada, ou seja, insuficiente para o seu
requerimento energético, pode ocorrer um estado de deficiência ou excesso. A partir desta desregulação, o
organismo inicia adaptaçõ es com a finalidade de manter a homeostase do corpo. Caso o consumo alimentar
se mantenha inadequado, o organismo necessitará de mais adaptaçõ es ao longo do tempo, o que pode reduzir
a funcionalidade correta de determinados ó rgãos, enzimas, proteínas.

É preciso entender que quando o consumo for reduzido, e não houver


mais reservas nutricionais para atender as necessidades metabólicas
diárias, surge o estado da desnutrição, que pode ocasionar diversos
problemas de saúde. Por outro, o consumo alimentar excessivo
proporciona uma sobrecarga ao organismo, levando ao
desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade e, consequentemente,
favorecendo o surgimento de outras doenças, principalmente as DCNT’s.

4.2 Doenças associadas ao estado nutricional


Considerando o que estudamos sobre a influência do estado nutricional no desenvolvimento de diversas
doenças, neste tó pico, vamos conhecer nove enfermidades que estão associadas ao consumo inadequado,
tanto de forma deficitária como excessiva, dos macros e de alguns micronutrientes.

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4.2.1 Obesidade
Vamos começar definindo obesidade. Podemos dizer que a obesidade é uma condição resultante de um
desequilíbrio no balanço energético, que leva ao acú mulo excessivo de gordura corporal, acompanhada pelo
aumento do nú mero de células adiposas (BENETTI, 2013; FERREIRA et al, 2015; CUPPARI, 2014; TIRAPEGUI,
2013). Mas, por que isso acontece? Existem diversos fatores relacionado à etiologia da obesidade, como os
descritos na imagem a seguir.

Figura 2 -
Etiologia da obesidade
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em ROSSI; POLTRONIERI, 2019.

#PraCegoVer: a imagem apresenta as principais etiologias envolvidas na obesidade, relacionando a doença


as suas causas intrínsecas, como a predisposição genética e o sedentarismo; e também às causas extrínsecas,
relacionadas ao estilo de vida, rotina e alteraçõ es do ciclo circadiano.
 
Entre todos os fatores que influenciam a etiologia da obesidade, vale destacar que a redução da ingestão
caló rica é a principal estratégia para promover o balanço energético negativo, associado à prática regular de
atividade física.

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Perceba ainda que a etiologia da obesidade é complexa, o seu tratamento envolve diversas áreas, que podem
incluir: acompanhamento psicoló gico e psiquiátrico, uso de fármacos prescritos por médicos e até mesmo a
realização de cirurgia bariátrica, por exemplo. A indicação desse procedimento, no entanto, ocorre quando os
riscos associados à doença são maiores do que a realização cirú rgica.

VOCÊ QUER VER?


O documentá rio Muito Além do Peso (MUITO, 2012) aborda a obesidade infantil e
destaca a transiçã o nutricional vivenciada no Brasil, da desnutriçã o e doenças
infectocontagiosas para a obesidade e suas doenças crônicas. Disponível em:
  https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4
(https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4).

A Organização Mundial de Saú de (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saú de
pú blica no Brasil na atualidade, com um aumento do risco de desenvolvimento de várias doenças e,
consequentemente, a mortalidade prematura (ROSSI; POLTRONIERI, 2019).

4.2.2 Diabetes mellitus


O diabetes mellitus (DM) é uma doença caracterizada pela hiperglicemia crô nica, resultante da falta relativa
ou absoluta de insulina, ou a incapacidade de a mesma exercer, adequadamente, os seus efeitos metabó licos.
O DM é um problema de saú de crescente em muitos países, independentemente do grau de desenvolvimento,
uma vez que está associada à diversas complicaçõ es crô nicas (BENETTI, 2013; ROSSI ; POLTRONIERI , 2019;
FERREIRA et al, 2015).

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VOCÊ O CONHECE?
Os mé dicos canadenses Charles Herbert Best (1899-1978) e Frederick Grant Banting
(1891-1941) descobriram e isolaram a insulina em 27 de julho de 1921. Os
experimentos foram realizados no laboratório de fisiologia JJR MacLeod , na
Universidade de Toronto . Outras pesquisas foram feitas, posteriormente, para
determinar a relaçã o entre a secreçã o endócrina do pâ ncreas e a regulaçã o dos níveis
plasmá ticos de glicemia. Em 1923, Banting recebeu o prê mio Nobel de Medicina e
Fisiologia  (PIRES; CHACRA, 2008).

A classificação do diabetes mellitus está associada a duas classes clínicas. Veja a seguir.

DM tipo 1
Caracterizado pela destruiçã o das células β do
pâ ncreas, induzindo, geralmente, à deficiência
absoluta de insulina.

DM tipo 2
Caracterizado pela resistência à insulina
associada a uma reduçã o da secreçã o e produçã o
de insulina.

Vamos conhecer agora os sintomas mais comuns apresentados pelos portadores do DM: poliú ria (aumento da
produção de urina), polidipsia (sede intensa) e polifagia (fome excessiva). No entanto, preste atenção, pois a
sintomatologia desta doença pode variar entre os indivíduos. Podemos dizer que muitos casos são
assintomáticos, o que dificulta o diagnó stico precoce da doença, realizado apenas quando surgem os sintomas
mais graves.

Os diagnósticos do diabetes tipo 2 e do pré-diabetes devem ser


confirmados por meio de testes laboratoriais, conforme descrito na
tabela a seguir.

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Tabela 1 -
Diagnó stico pré-diabético e diabético
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em FERREIRA et al, 2015.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos três critérios laboratoriais: glicemia de jejum, glicemia pó s-
prandial e hemoglobina glicada. São os exames utilizados para o diagnó stico de pré-diabetes e diabetes. Os
valores da glicemia de jejum, classificados como pré-diabetes, indicam entre 110 a 125 mg/dL; para os
diabéticos, os valores são iguais ou acima de 126mg/dL. Os valores da glicemia pó s-prandial, classificados
como pré-diabetes, encontram-se entre 140 a 199 mg/dL; para os diabéticos, os valores ficam acima de 200
mg/dL. Por fim, os valores da hemoglobina glicada, classificados como pré-diabetes, ficam entre 5,7 a 6,4%;
para os diabéticos, os valores estão acima de 6,5%.
 
É preciso entender que o tratamento do DM envolve modificaçõ es no estilo de vida, incluindo adequação do
padrão alimentar, prática frequente de atividade física (sob supervisão de um profissional de Educação Física
e com liberação médica), uso de medicamento orais e/ou insulina e o automonitoramento da glicemia. Evitar
o consumo de álcool e o tabagismo também são recomendaçõ es importantes.
Note que o DM não tem cura, portanto, essas alteraçõ es no estilo de vida visam minimizar o nível de
morbimortalidade, oferecendo melhor qualidade de vida aos indivíduos acometidos por essa doença. Você
saberia dizer quais são os fatores associados ao surgimento desta doença? Fatores não modificáveis, como
idade, genética e sexo podem estar associados ao surgimento do DM, além dos fatores modificáveis, como a
prática de atividade física, alimentação equilibrada, o hábito de não fumar e não consumir bebidas alcó olicas. 
Em relação à prevenção e também ao tratamento, vale destacar o papel fundamental da dieta alimentar. Assim,
é preciso evitar o consumo excessivo de alimentos com alta densidade caló rica, especialmente os alimentos
ricos em carboidratos simples, como os produtos ultraprocessados.
Uma alimentação nutricionalmente equilibrada, com a presença de diferentes fontes de alimentos, com boa
qualidade nutricional, de preferência in natura, ricos em fibras, com baixo a moderado índice glicêmico, estão
associados à redução de risco de desenvolvimento da doença e também na melhora do tratamento.

4.2.3 Dislipidemia
A dislipidemia é representada pelo aumento dos níveis plasmáticos de triglicérides ou modificaçõ es nos
níveis de lipoproteínas responsáveis pela condução das gorduras e do colesterol pela corrente sanguínea.      
De acordo com a sua etiologia, pode ser classificada como primária ou secundária. Desta forma, quando esta
condição é decorrente de modificaçõ es genéticas ela é classificada como primária, mas, quando é ocasionada
por hábitos de vida inapropriados, uso de medicamentos ou de outras doenças associadas, é classificada
como secundária (BENETTI, 2013; MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI, 2019)
Observe, a seguir, a classificação da dislipidemia do ponto de vista laboratorial.

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Quadro 1 -
Tipos de dislipidemia
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em BRICARELLO, 2019.

#PraCegoVer: no quadro anterior estão descritas as quatros formas de classificação da dislipidemia:


hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista, HDL-c baixo, seguidas dos
respectivos valores de referências, considerando o exame em questão. É determinada uma
hipercolesterolemia isolada quando ocorre aumento isolado do LDL-c (≥ 160 mg/dL); uma
hipertrigliceridemia isolada quando ocorre aumento isolado dos TG (≥ 150 mg/dL em jejum ou ≥ 175 mg/dL
sem jejum); uma hiperlipidemia mista quando ocorre aumento do LDL-c (≥ 160 mg/dL) e dos TG (≥ 150
mg/dL com jejum ou ≥ 175 mg/dL sem jejum); um HDL-c baixo quando ocorre redução do HDL-c (homens <
40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou TG.
 
Vale destacar que a relação entre o consumo alimentar e a dislipidemia é bem definida, sendo a dieta o
primeiro enfoque no processo de tratamento, necessitando, inclusive, que a adequação do padrão alimentar
permaneça com o passar do tempo.

Neste caso, a modificação alimentar prioriza a seleção na qualidade dos


lipídeos consumidos, substituindo o consumo de gorduras saturadas e
trans por gorduras insaturadas (poli-insaturada e monoinsaturada). O
consumo de fibra, especialmente as solúveis, também merece destaque,
pois auxilia a redução da absorção intestinal de colesterol. Além da
dieta, a prática de exercício físico e a perda de peso também contribui
para a redução do colesterol (BENETTI, 2013; MAHAN; ESCOTT-STUMP;
RAYMOND, 2013; ROSSI ; POLTRONIERI , 2019).

4.2.4 Desnutrição

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A desnutrição é uma doença de natureza clínico-social multifatorial, que implica em deficiência de energia,
proteínas e outros nutrientes, resultando em alteraçõ es clínicas, físicas, funcionais e teciduais (FERREIRA et
al, 2015). Você sabia que a evolução da desnutrição envolve alteraçõ es físicas, hormonais, hematoló gicas e
até complicaçõ es que podem levar ao ó bito?

Podemos classificar a desnutrição como: primária (devido a ingestão


alimentar inadequada), secundária (decorrente de outras doenças) e
terciária (desnutrição decorrente de cirurgias e tratamentos, como
quimioterapia e radioterapia).

VOCÊ QUER VER?


O vídeo DESNUTRIÇÃO: Avaliação e Ferramentas de Rastreio. (DESNUTRIÇÃO, 2019)
aborda, de forma resumida, como ocorre a avaliaçã o do estado nutricional e as
ferramentas utilizadas para rastrear a desnutriçã o. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=376M53JGQGA
(https://www.youtube.com/watch?v=376M53JGQGA).

Podemos dizer que a desnutrição abrange tanto a desnutrição energético-proteica (DEP), como a carência de
micronutrientes e outros nutrientes. Assim, os dois tipos mais comuns da DEP são: síndrome de Kwashiorkor,
quando ocorre deficiência predominante de proteínas, e síndrome de Marasmo, relacionada à deficiência de
calorias.
O aumento gradual de calorias consumidas e alimentos com alto valor nutritivo são indicados como
tratamento desta enfermidade, pois a ingestão de alimentos pouco nutritivos é uma das causas da desnutrição.

Durante um quadro desnutrição, é comum encontrarmos deficiência de


nutrientes, como: tiamina (vitamina B1), magnésio, fósforo e potássio.
Já a desnutrição infantil, por sua vez, está associada às deficiências
vitamínicas, como a vitamina A. Entre as demais deficiências
nutricionais relacionadas à desnutrição podemos citar ainda a carência
de alguns minerais, como:  ferro, zinco, potássio, magnésio e cobre.

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4.2.5 Hipertensão arterial sistêmica (HAS)


A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como a condição clínica de aumento dos níveis pressó ricos,
ou seja, aumento da pressão sanguínea, cuja pressão arterial (PA) sistó lica encontra-se ≥ 140 mmHg e a PA
diastó lica ≥ 90 mmHg (ROSSI; POLTRONIERI, 2019). A classificação da PA está descrita na tabela a seguir.
Confira.

Tabela 2 -
Classificação da pressão arterial para maiores de 18 anos
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em BRICARELLO, 2019.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritas as classificaçõ es da pressão arterial (PA) e seus respectivos
valores de referência de PA sistó lica e diastó lica. É classificada normal quando os valores da PA sistó lica
estiverem ≤ 120 mm/Hg e PA diastó lica ≤ 80 mm/Hg; pré-hipertensão quando os valores da PA sistó lica se
encontrarem entre 121 e 139 mm/Hg e PA diastó lica entre 81 e 89mm/Hg; estágio 1 de HAS quando os valores
da PA sistó lica forem de 140 a 159 mm/Hg e PA diastó lica entre 90 a 99mm/Hg; estágio 2 de HAS quando os
valores da PA sistó lica se encontrarem entre 160 a 179 mm/Hg e PA diastó lica entre 100 a 109mm/Hg; estágio
3 de HAS quando os valores da PA sistó lica estiverem ≥180 mm/Hg e PA diastó lica ≥ 110mm/Hg.
 
É importante destacar que a elevação da PA tem relação direta com o surgimento dos distú rbios metabó licos,
acarretando modificaçõ es na funcionalidade de alguns ó rgãos, como coração, vasos sanguíneos, rins e
encéfalo.
Existem algumas condiçõ es que favorecem o aparecimento da HAS. Você saberia citá-los? Estamos falando das
razõ es ambientais, genéticas e comportamentais, que envolvem um padrão alimentar irregular, como
consumo excessivo de alimentos ricos em sal e gorduras, bebidas alcoó licas e sedentarismo.

Por isso, perceba, o tratamento neste caso deve manter os níveis


pressóricos adequados, por meio de modificações dos hábitos de vida
do indivíduo, incluindo os alimentares. Desta forma, é preciso evitar
alimentos que possuem quantidades elevadas de sódio e gordura, e
também os alimentos industrializados, além de limitar o consumo
alcoólico. Além disso, é indicado realizar atividade física com frequência,
para auxiliar na manutenção do peso.

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4.2.6 Anemia
Quando a concentração de hemoglobina sérica no sangue está abaixo do adequado ou quando há deficiência
no tamanho ou nú mero de hemácias temos um quadro de anemia.
Esta enfermidade, que pode afetar indivíduos de todas as faixas etárias, resulta de um processo de carência de
um ou mais nutrientes, entre eles: folato, vitamina B6, B12, C, E, K, ácido fó lico, ferro, cobre e riboflavina.
Algumas patologias também podem causar a anemia, como: desnutrição, hemorragias, doenças hereditárias,
inflamação crô nica (ROSSI; POLTRONIERI, 2019; FERREIRA et al, 2015).

A seguir, confira os exames bioquímicos e seus respectivos valores de


referência, utilizados para diagnóstico desta doença.

Tabela 3 -
Valores de referência e diagnó stico
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em MOREIRA; COUTINHO, 2019.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os exames bioquímicos e seus respectivos valores de
referência, utilizados para diagnó stico de anemia, com diferenciação quanto ao sexo do indivíduo. A
hemoglobina (Hb) tem valores de referência para anemia de < 13 g/dL (homens), < 12 g/dL(mulheres não
grávidas), < 11 g/dL (mulheres grávidas); o hemató crito (Ht) tem valores de referência para anemia de < 42%
(homens), < 37% (mulheres não grávidas), < 33% (mulheres grávidas); o volume corpuscular médio (VCM)
tem valores de referência para anemia de > 100 fL (anemia macrocítica - alto), 80 a 100 fL (anemia
normocítica - normal), < 80 fL (anemia microcítica - baixo); a amplitude da distribuição dos eritró citos
(RDW) tem valores de referência para anemia de < 13%.
 
Vamos conhecer agora os dois tipos mais comuns de anemia, que se diferenciam de acordo com a sua
etiologia, anormalidades bioquímicas e situaçõ es clínicas.

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Anemia Ferropriva
Consiste na anemia causada pela deficiência de ferro (ferropriva ou hipocrô mica microcítica) e caracteriza-se
pela pequena produção de eritró citos (microcíticos) e pela menor concentração de hemoglobina circulante,
ocasionada por alteraçõ es no metabolismo de ferro.
A anemia ferropriva pode ser decorrente da perda de sangue, por menor absorção de ferro dietético ou por
alteraçõ es no metabolismo e na homeostasia deste mineral. Os marcadores laboratoriais utilizados na
avaliação do estado nutricional do ferro são a hemoglobina, ferritina sérica, ferro sérico, receptor solú vel da
transferrina (RST) e a capacidade total de ligação do ferro. Porém, sua deficiência poderá ser percebida
também durante a realização do exame físico, por meio da análise da mucosa subocular (COZZOLINO, 2016;
MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI, 2019; FERREIRA et al, 2015).

Quadro 2 -
Associação clínica e laboratorial da anemia ferropriva
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em MOREIRA, COUTINHO 2019.

#PraCegoVer: no quadro anterior está descrita a associação clínica e laboratorial da anemia ferropriva, sendo
que a denominação pode variar entre hipoproliferativa, microcítica, anemia ferropriva; seguida da causa:
deficiência de ferro; logo apó s as situaçõ es clínicas descritas pela: deficiência dietética, má absorção,
gestação/parto, menstruação e cirurgia de grande porte; por ú ltimo, temos as alteraçõ es bioquímicas: redução
da ferritina e do ferro e aumento da capacidade de ligação ao ferro.
 
Para diagnosticar uma anemia ferropriva, além dos exames bioquímicos, que compõ em o hemograma, é
necessário fazer uma avaliação dos parâmetros que se relacionam com o metabolismo do ferro, como
podemos verificar na tabela a seguir.

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Tabela 4 -
Parâmetros bioquímicos e avaliação do metabolismo do ferro
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em MOREIRA; COUTINHO, 2019.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os parâmetros bioquímicos utilizados na avaliação do


metabolismo do ferro. A tabela traz também as definiçõ es e seus valores de referência. Os parâmetros
descritos são o ferro, a ferritina, a transferrina e a capacidade total de ligação de ferro. Sobre as definiçõ es
temos: o ferro corresponde ao ferro livre presente no soro; a ferritina se refere a quantidade de ferro em
contenção ou armazenado; a transferrina é a proteína que transporta o ferro pela corrente sanguínea; e a
capacidade total de ligação de ferro é a capacidade de ligação entre o ferro e a transferrina. Sobre os valores de
referência temos: ferro de 53 a 167 μg/dL (homens), 49 a 150μg/dL (mulheres); ferritina de 18 a 370 ng/mL
(homens), 9 a 120 ng/mL (mulheres); transferrina de 230 a 430 mg/dL (homens e mulheres); capacidade total
de ligação de ferro de 0 a 460 μg/dL (homens e mulheres).
 
Desta forma, o tratamento para pacientes com anemia ferropriva deve avaliar a ingestão dietética de ferro e as
possíveis condiçõ es que interferem na sua absorção. Assim, é importante lembrar dos dois tipos de ferro
encontrados nas fontes alimentares: ferro heme (origem animal) e ferro não heme (origem vegetal).
Por fim, para o tratamento da anemia ferropriva, é recomendado aumentar o consumo de alimentos fonte de
ferro heme. E atenção, ao inserir os alimentos com ferro não heme, recomenda-se a ingestão concomitante de
alimentos que melhoram a absorção deste nutriente na mesma refeição, como alimentos ricos em vitamina C
e A, disponíveis nas frutas, em especial as frutas cítricas.
Importante ressaltar ainda que o consumo de alimentos fonte de cálcio pode dificultar a absorção deste
nutriente, pois ambos competem pelo mesmo sítio de absorção no organismo (COZZOLINO, 2016).
 
Anemia Megaloblástica

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A anemia por deficiência nutricional ou secundária a anomalias no metabolismo da Vitamina B12 e/ou ácido
fó lico é denominada anemia megaloblástica. Essa doença resulta em alteraçõ es morfoló gicas e funcionais dos
eritró citos, leucó citos e plaquetas (células sanguíneas), conforme apresentado no quadro a seguir.

Quadro 3 -
Associação clínica e laboratorial da anemia megaloblástica
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em MOREIRA; COUTINHO, 2019.

#PraCegoVer: no quadro anterior estão descritas a denominação, causa, situaçõ es clínicas e alteraçõ es
bioquímicas da anemia megaloblástica. A denominação: hipoproliferativa, macrocítica, anemia
megaloblástica. As causas são deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fó lico. A situação clínica é definida
como deficiência dietética e as alteraçõ es bioquímicas são: diminuição da Vitamina B12 e do ácido fó lico.
 
O tratamento clínico da anemia megaloblástica baseia-se na administração de folato (B9) ou cobalamina
(B12). A prescrição de suplementação pode ser realizada também, via oral, juntamente com orientação
dietética específica, ou, no caso da B12, pode ocorrer prescrição médica para injeção intramuscular.

VOCÊ SABIA?
A anemia perniciosa é um tipo de anemia megaloblá stica caracterizada pela
deficiê ncia de vitamina B12, que pode afetar o sangue e també m o trato
gastrointestinal e o sistema nervoso central, e ainda causar uma lesã o irreversível,
se a deficiê ncia da vitamina for prolongada (FERREIRA et al, 2015).

As principais orientaçõ es nutricionais são: consumo de frutas e vegetais ricos em ácido fó lico, além dos
alimentos fonte de B12, como os vegetais folhosos escuros, carnes, ovos, leites e derivados, aumentando
assim o aporte dietético de vitaminas (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI,

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2019; FERREIRA et al, 2015).

4.2.7 Osteoporose
A osteoporose é uma doença atrelada à deterioração progressiva da estrutura ó ssea, uma consequência da
redução da massa ó ssea provocada por fatores metabó licos, como as alteraçõ es hormonais apó s a menopausa
(período de menor concentração de estró genos e aumento de reabsorção ó ssea), e fatores nutricionais, a
exemplo da deficiência de cálcio, vitamina D e magnésio.
Vale destacar que esta alteração favorece a ocorrência de quedas e fraturas, sendo as fraturas mais comuns no
fêmur, quadril, vértebras e antebraço (ROSSI; POLTRONIERI, 2019).
Além do exame físico, os exames bioquímicos são importantes para a avaliação das alteraçõ es no
metabolismo ó sseo. Neste caso, os marcadores utilizados são: dosagem plasmática de cálcio, fó sforo e
creatinina, concentração sérica de 25-hidroxivitamina D, calcitriol e PTH. Quando a ingestão de cálcio, fó sforo
e proteínas estão abaixo das recomendaçõ es diárias, conforme observamos na tabela a seguir, dizemos que
existe uma predisposição do indivíduo ao aumento do risco de fratura e osteoporose (ROSSI; POLTRONIERI,
2019).

Tabela 5 -
Valores de referência para avaliação do metabolismo ó sseo
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em SOARES; MOTA; PIMENTEL, 2019.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os valores de referência dos exames dos marcadores
bioquímicos utilizados para avaliar o metabolismo ó sseo. O cálcio total deve estar entre 8,8 e 10,0 mg/dL; o
fó sforo entre 2,7 e 4,5 mg/dL; a creatinina entre 0,7 e 1,3 mg/dL (para homens) e 0,2 e 1,1 mg/dL (para
mulheres); o calcitriol entre 20,0 e 76,0 pg/mℓ; e o paratormô nio entre 10,0 e 65,0 pg/mℓ
 
Perceba que, embora existam diferenças entre biodisponibilidade e incorporação destes nutrientes na matriz
ó ssea, algumas estratégias, como a combinação correta de grupos de alimentos durante os horários das
refeiçõ es, podem auxiliar o melhor aproveitamento das fontes alimentares de cálcio, fó sforo, vitamina D e
proteínas no contexto da saú de ó ssea.

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Por outro lado, o consumo excessivo de só dio resulta em eliminação urinária desse eletró lito,
concomitantemente, com o cálcio; outra substância que tem função negativa na absorção e biodisponibilidade
desse mineral é a cafeína, presente no chocolate, café, bebidas à base de cola, chás, entre outros (COZZOLINO,
2016).
Podemos afirmar que as melhores fontes de cálcio, fósforo e proteínas
são: leite e derivados, peixes, hortaliças verde-escuras, algumas
castanhas e proteína de origem animal. A vitamina D pode ser adquirida
por meio da exposição solar. As principais fontes alimentares de
vitamina D são: gema de ovo, peixes, óleo de peixe e cogumelo, mas essa
vitamina apresenta maior biodisponibilidade por meio da exposição
solar.

4.2.8 Hipovitaminose A e D
Você sabia que a carência parcial de vitaminas é chamada hipovitaminose? Geralmente, estas deficiências
acontecem por causa de uma alimentação incompleta, com insuficiência de ingestão, mas também podem
ocorrer casos consequentes de outros problemas de saú de, que acabam interferindo e diminuindo a absorção,
a utilização ou mesmo a função das vitaminas no nosso organismo. Ficou curioso? Vale a pena prosseguir.
 
Hipovitaminose A (DVA)
A deficiência em vitamina A (DVA) é um dos maiores problemas de nutrição e saú de pú blica em muitos
países, inclusive no Brasil, que acomete, principalmente, crianças recém-nascidas, em idade pré-escolar,
mulheres grávidas e nutrizes, contribuindo para a morbidade e mortalidade dos grupos considerados de risco
(FERREIRA et al, 2015).
A principal causa da DVA é a ingestão inadequada de alimentos fontes, o que acarreta em baixos níveis séricos
ou plasmáticos dessa vitamina. A carência subclínica da vitamina A, por exemplo, pode provocar desde a
cegueira noturna (xeroftalmia) até a cegueira nutricional irreversível (ceratomalácia).
Entre os programas de nutrição e saú de pú blica voltados para o combate de DVA podemos citar:
suplementação de megadose de vitamina A, fortificação de alimentos e consumo de alimentos fontes de
vitamina A.
A seguir, vamos conhecer os principais indicadores laboratoriais da DVA: os níveis séricos de retinol, que
refletem as reservas de vitamina A.

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Tabela 6 -
Parâmetros bioquímicos do retinol sérico (≤ 0.70 μmol/L)
Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de ROSSI; POLTRONIERI, 2019.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os valores de referência do retinol sérico (≤ 0.70 μmol/L)
utilizados para avaliar as concentraçõ es de vitamina A. O valor compreendido entre 2 e 9 % corresponde a
uma deficiência de grau leve, o valor em torno de 10 a 19% indica uma deficiência de grau moderada e o valor
> 20 %  significa uma deficiência de grau grave.
 
E você sabe quais são as principais fontes de vitamina A? São os alimentos ricos em carotenó ides, como os
vegetais folhosos de coloração verde-escura, as frutas não cítricas amarelo-alaranjadas, os legumes e alguns
ó leos vegetais. A vitamina A pré-formada (retinol) é encontrada em alimentos de origem animal (fígado, leite
e derivados, gema do ovo, entre outros). Vale ressaltar ainda que a melhor fonte desta vitamina é adquirida
por meio do leite materno (COZZOLINO, 2016).
 
Hipovitaminose D
A vitamina D, por sua vez, é essencial para o metabolismo ó sseo. Sua deficiência também está relacionada a
diversas doenças. Durante a infância, por exemplo, a hipovitaminose D pode ocasionar o surgimento do
raquitismo, caracterizada pela mineralização inadequada dos ossos, que pode ser causada pela falta de
exposição das crianças ao sol, dietas com baixo teor de vitamina D, bem como cálcio e fó sforo,
micronutrientes essenciais para a prevenção e tratamento do raquitismo. Já em adultos, a deficiência da
vitamina D leva à osteomalácia, favorecendo o desenvolvimento da osteoporose na terceira idade (FERREIRA
et al, 2015).

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Tabela 7 -
Parâmetros bioquímicos de 25(OH)D
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em COZZOLINO, 2016.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os valores das concentraçõ es séricas de 25-hidroxivitamina
D, 25(OH)D utilizados para avaliar a concentração sérica de vitamina D. O valor desejável é > 30 nmol/L; o
valor é baixo quando está < 25 nmol/L e o valor é considerado deficiente indica < 12 nmol/L.
 
Um importante indicador de suficiência de vitamina D, em todas as etapas da vida, se refere à concentração de
25- hidroxivitamina D. Como verificamos na tabela anterior.

VOCÊ QUER LER?


A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia publicou uma atualizaçã o
sobre o diagnóstico e o tratamento da deficiê ncia da vitamina D com dados científicos
recentes (MAEDA et al, 2014). Confira o artigo em: https://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S0004-27302014000500411&script=sci_arttext.
(https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-
27302014000500411&script=sci_arttext)

Além da exposição à radiação ultravioleta do sol, a vitamina D pode ser obtida a partir de fontes alimentares,
como, por exemplo, ó leo de fígado de bacalhau e peixes.

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4.2.9 Síndrome metabólica


A síndrome metabó lica (SM) é definida como um conjunto de alteraçõ es metabó licas que contribui para o
desenvolvimento de algumas doenças, como diabetes mellitus (DM), doenças cardiovasculares (DCV) e
esteatose hepática. De acordo com Gomes e Botelho (2019), o diagnó stico da SM ocorre por meio da análise
de seguintes critérios:

Glicemia em jejum

>110 mg/dL ou uso de medicamento para tratamento da glicemia elevada.

Triglicerídeos (TG)

>150 mg/dL ou uso de medicamento para tratamento de TG elevado.

HDL colesterol

Homens <40 mg/dL; mulheres <50 mg/dL ou uso de medicamento para tratamento de HDL
reduzido.

Pressão arterial (PA)

PA sistó lica ≥130 mmHg ou PA diastó lica ≥85 mmHg ou uso de medicamento anti-hipertensivo.

Circunferência da cintura (CC)

≥102 cm em homens e ≥88 cm em mulheres.

Desta forma, para ser diagnosticado com SM o indivíduo precisa apresentar, no mínimo, três dos critérios
descritos anteriormente. Confira , a seguir,  os critérios utilizados na definição do diagnó stico da síndrome
metabó lica, seguido dos seus respectivos valores de referência.

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Tabela 8 -
Diagnó stico da Síndrome Metabó lica (SM)
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em GOMES; BOTELHO, 2019.

#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os critérios utilizados na definição do diagnó stico da
síndrome metabó lica, seguido dos seus respectivos valores de referência. O critério glicemia em jejum
elevada acontece quando a glicemia está >110 mg/dL ou se o paciente faz uso de medicamento para
tratamento da glicemia elevada; o critério triglicerídeos (TG) elevado ocorre quando o TG está >150 mg/dL ou
quando o paciente faz uso de medicamento para tratamento de TG elevado; o critério HDL colesterol reduzido
acontece quando o HDL está <40 mg/dL para homens ou <50 mg/dL para mulheres ou quando o paciente faz 
uso de medicamento para tratamento de HDL reduzido; o critério pressão arterial (PA) elevada acontece
quando a PA Sistó lica indica ≥130 mmHg, a PA Diastó lica apresenta ≥85 mmHg ou quando o paciente faz uso
de medicamento anti-hipertensivo; o critério circunferência da cintura elevada ocorre quando a CC está ≥102
cm em homens e ≥ 88 cm em mulheres.
 

Considerando que os distúrbios metabólicos estão associados a um


quadro de obesidade abdominal, resistência à insulina e dislipidemia, o

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tratamento pretende melhorar estes fatores por meio da adoção de


hábitos de vida mais saudáveis, com uma alimentação adequada
associada à prática de atividade e diminuição do estresse diário.

VAMOS PRATICAR?
Considerando um indivíduo adulto, do sexo masculino, portador de ob
diabetes e hipertensã o, monte uma tabela listando estas doenças (colun
nutrientes/alimentos que precisam ser evitados (coluna 2) e os que preci
incluídos na alimentaçã o para auxiliar no tratamento (coluna 3).

Confira os principais nutrientes envolvidos no surgimento da SM: consumo excessivo de carboidratos


simples, que acarreta na resistência à insulina e, consequentemente, no aumento da glicemia; perfil lipídico da
dieta inadequado, com consumo exacerbado de gorduras, especialmente, as saturadas e trans, contribuindo
para o aumento do colesterol e surgimento da dislipidemia e excesso de peso; além do consumo excessivo de
só dio, que acarreta no aumento da pressão arterial.

Conclusão
Finalizamos esta unidade sobre a importância do consumo adequado de nutrientes, as consequências de uma
alimentação desbalanceada e as principais doenças associadas.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• aprender sobre a necessidade energética e os fatores que


interferem na sua determinação;
• entender sobre o estado nutricional;
• estudar o impacto do consumo inadequado no estado nutricional
e as doenças desencadeadas pela má ingestão alimentar;
• conhecer os parâmetros laboratoriais auxiliares na avaliação
nutricional.

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