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FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO
UNIDADE 4 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS,
PREVENÇÃ O E TRATAMENTO DAS DOENÇAS
Autoria: Dandara dos Santos Carvalho; Helena Maia Almeida; Tatiane Melo de
Oliveira - Revisã o técnica: Aline Rocha Rodrigues
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Introdução
Você sabe o que são necessidades nutricionais? As necessidades nutricionais compreendem a quantidade de
nutrientes e de calorias que devemos consumir, diariamente, para garantirmos o bom funcionamento dos
nossos ó rgãos e sistemas.
Nesta unidade vamos abordar as necessidades energéticas e o estado nutricional, e aprender sobre os
elementos que garantem uma ingestão caló rica adequada para cada indivíduo.
Você vai entender ainda como o consumo inadequado de nutrientes, abaixo ou acima das necessidades
nutricionais estabelecidas, pode acarretar impactos negativos à saú de, como as doenças: diabetes mellitus,
hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias, anemias, entre outras.
Vamos estudar também os valores de referência para o diagnó stico destas enfermidades. As doenças
abordadas nesta unidade estão relacionadas ao consumo de macronutrientes (carboidratos, proteínas e
lipídeos) e micronutrientes (vitaminas e minerais), sendo assim a alimentação desempenha papel essencial
tanto na prevenção como no tratamento.
Bons estudos!
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Corresponde ao valor de energia mínima para garantir a realização das atividades do metabolismo,
como o metabolismo celular e tecidual, o funcionamento adequado dos ó rgãos e a preservação da
temperatura corporal. A sua medição ocorre logo apó s o indivíduo acordar, com um período de
jejum de 10 a 12 horas, e dura em média de 30 a 60 minutos. A taxa metabó lica basal (TMB)
compreende cerca de 60 a 75% do gasto energético diário.
Representa o acréscimo que ocorre no GEB decorrente da quantidade de energia necessária para a
realização do processo de digestão, transporte e metabolismo dos nutrientes, além do
armazenamento de gordura e glicogênio no corpo. Representa cerca de 10% do gasto energético
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diário.
Termogênese facultativa
Refere-se a influência das alteraçõ es de temperatura, latitude, estresse emocional e outros fatores
no gasto energético, correspondendo a cerca de 5% do gasto energético diário.
Confira na figura os fatores que compõ em o gasto energético diário e os seus respectivos valores,
representados em percentuais, dentro do gasto energético total.
Calorimet Afere de forma direta o calor que o organismo produz, possui maior rigor, porém tem
ria direta alto custo, sendo utilizado raramente.
Calorimet Verifica o calor gerado pelo organismo por meio de um aparelho que mensura o
ria oxigênio gasto, o dió xido de carbono produzido e o nitrogênio urinário excretado por
indireta um tempo definido.
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Água Método utilizado para medir o gasto energético ao longo do dia, durante 24 horas,
duplamen enquanto o indivíduo realiza suas atividades diárias.
te
marcada
A seguir, vamos estudar a importância do estado nutricional adequado. Vale a pena prosseguir!
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4.2.1 Obesidade
Vamos começar definindo obesidade. Podemos dizer que a obesidade é uma condição resultante de um
desequilíbrio no balanço energético, que leva ao acú mulo excessivo de gordura corporal, acompanhada pelo
aumento do nú mero de células adiposas (BENETTI, 2013; FERREIRA et al, 2015; CUPPARI, 2014; TIRAPEGUI,
2013). Mas, por que isso acontece? Existem diversos fatores relacionado à etiologia da obesidade, como os
descritos na imagem a seguir.
Figura 2 -
Etiologia da obesidade
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em ROSSI; POLTRONIERI, 2019.
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Perceba ainda que a etiologia da obesidade é complexa, o seu tratamento envolve diversas áreas, que podem
incluir: acompanhamento psicoló gico e psiquiátrico, uso de fármacos prescritos por médicos e até mesmo a
realização de cirurgia bariátrica, por exemplo. A indicação desse procedimento, no entanto, ocorre quando os
riscos associados à doença são maiores do que a realização cirú rgica.
A Organização Mundial de Saú de (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saú de
pú blica no Brasil na atualidade, com um aumento do risco de desenvolvimento de várias doenças e,
consequentemente, a mortalidade prematura (ROSSI; POLTRONIERI, 2019).
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VOCÊ O CONHECE?
Os mé dicos canadenses Charles Herbert Best (1899-1978) e Frederick Grant Banting
(1891-1941) descobriram e isolaram a insulina em 27 de julho de 1921. Os
experimentos foram realizados no laboratório de fisiologia JJR MacLeod , na
Universidade de Toronto . Outras pesquisas foram feitas, posteriormente, para
determinar a relaçã o entre a secreçã o endócrina do pâ ncreas e a regulaçã o dos níveis
plasmá ticos de glicemia. Em 1923, Banting recebeu o prê mio Nobel de Medicina e
Fisiologia (PIRES; CHACRA, 2008).
A classificação do diabetes mellitus está associada a duas classes clínicas. Veja a seguir.
•
DM tipo 1
Caracterizado pela destruiçã o das células β do
pâ ncreas, induzindo, geralmente, à deficiência
absoluta de insulina.
DM tipo 2
Caracterizado pela resistência à insulina
associada a uma reduçã o da secreçã o e produçã o
de insulina.
Vamos conhecer agora os sintomas mais comuns apresentados pelos portadores do DM: poliú ria (aumento da
produção de urina), polidipsia (sede intensa) e polifagia (fome excessiva). No entanto, preste atenção, pois a
sintomatologia desta doença pode variar entre os indivíduos. Podemos dizer que muitos casos são
assintomáticos, o que dificulta o diagnó stico precoce da doença, realizado apenas quando surgem os sintomas
mais graves.
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Tabela 1 -
Diagnó stico pré-diabético e diabético
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em FERREIRA et al, 2015.
#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos três critérios laboratoriais: glicemia de jejum, glicemia pó s-
prandial e hemoglobina glicada. São os exames utilizados para o diagnó stico de pré-diabetes e diabetes. Os
valores da glicemia de jejum, classificados como pré-diabetes, indicam entre 110 a 125 mg/dL; para os
diabéticos, os valores são iguais ou acima de 126mg/dL. Os valores da glicemia pó s-prandial, classificados
como pré-diabetes, encontram-se entre 140 a 199 mg/dL; para os diabéticos, os valores ficam acima de 200
mg/dL. Por fim, os valores da hemoglobina glicada, classificados como pré-diabetes, ficam entre 5,7 a 6,4%;
para os diabéticos, os valores estão acima de 6,5%.
É preciso entender que o tratamento do DM envolve modificaçõ es no estilo de vida, incluindo adequação do
padrão alimentar, prática frequente de atividade física (sob supervisão de um profissional de Educação Física
e com liberação médica), uso de medicamento orais e/ou insulina e o automonitoramento da glicemia. Evitar
o consumo de álcool e o tabagismo também são recomendaçõ es importantes.
Note que o DM não tem cura, portanto, essas alteraçõ es no estilo de vida visam minimizar o nível de
morbimortalidade, oferecendo melhor qualidade de vida aos indivíduos acometidos por essa doença. Você
saberia dizer quais são os fatores associados ao surgimento desta doença? Fatores não modificáveis, como
idade, genética e sexo podem estar associados ao surgimento do DM, além dos fatores modificáveis, como a
prática de atividade física, alimentação equilibrada, o hábito de não fumar e não consumir bebidas alcó olicas.
Em relação à prevenção e também ao tratamento, vale destacar o papel fundamental da dieta alimentar. Assim,
é preciso evitar o consumo excessivo de alimentos com alta densidade caló rica, especialmente os alimentos
ricos em carboidratos simples, como os produtos ultraprocessados.
Uma alimentação nutricionalmente equilibrada, com a presença de diferentes fontes de alimentos, com boa
qualidade nutricional, de preferência in natura, ricos em fibras, com baixo a moderado índice glicêmico, estão
associados à redução de risco de desenvolvimento da doença e também na melhora do tratamento.
4.2.3 Dislipidemia
A dislipidemia é representada pelo aumento dos níveis plasmáticos de triglicérides ou modificaçõ es nos
níveis de lipoproteínas responsáveis pela condução das gorduras e do colesterol pela corrente sanguínea.
De acordo com a sua etiologia, pode ser classificada como primária ou secundária. Desta forma, quando esta
condição é decorrente de modificaçõ es genéticas ela é classificada como primária, mas, quando é ocasionada
por hábitos de vida inapropriados, uso de medicamentos ou de outras doenças associadas, é classificada
como secundária (BENETTI, 2013; MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI, 2019)
Observe, a seguir, a classificação da dislipidemia do ponto de vista laboratorial.
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Quadro 1 -
Tipos de dislipidemia
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em BRICARELLO, 2019.
4.2.4 Desnutrição
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A desnutrição é uma doença de natureza clínico-social multifatorial, que implica em deficiência de energia,
proteínas e outros nutrientes, resultando em alteraçõ es clínicas, físicas, funcionais e teciduais (FERREIRA et
al, 2015). Você sabia que a evolução da desnutrição envolve alteraçõ es físicas, hormonais, hematoló gicas e
até complicaçõ es que podem levar ao ó bito?
Podemos dizer que a desnutrição abrange tanto a desnutrição energético-proteica (DEP), como a carência de
micronutrientes e outros nutrientes. Assim, os dois tipos mais comuns da DEP são: síndrome de Kwashiorkor,
quando ocorre deficiência predominante de proteínas, e síndrome de Marasmo, relacionada à deficiência de
calorias.
O aumento gradual de calorias consumidas e alimentos com alto valor nutritivo são indicados como
tratamento desta enfermidade, pois a ingestão de alimentos pouco nutritivos é uma das causas da desnutrição.
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Tabela 2 -
Classificação da pressão arterial para maiores de 18 anos
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em BRICARELLO, 2019.
#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritas as classificaçõ es da pressão arterial (PA) e seus respectivos
valores de referência de PA sistó lica e diastó lica. É classificada normal quando os valores da PA sistó lica
estiverem ≤ 120 mm/Hg e PA diastó lica ≤ 80 mm/Hg; pré-hipertensão quando os valores da PA sistó lica se
encontrarem entre 121 e 139 mm/Hg e PA diastó lica entre 81 e 89mm/Hg; estágio 1 de HAS quando os valores
da PA sistó lica forem de 140 a 159 mm/Hg e PA diastó lica entre 90 a 99mm/Hg; estágio 2 de HAS quando os
valores da PA sistó lica se encontrarem entre 160 a 179 mm/Hg e PA diastó lica entre 100 a 109mm/Hg; estágio
3 de HAS quando os valores da PA sistó lica estiverem ≥180 mm/Hg e PA diastó lica ≥ 110mm/Hg.
É importante destacar que a elevação da PA tem relação direta com o surgimento dos distú rbios metabó licos,
acarretando modificaçõ es na funcionalidade de alguns ó rgãos, como coração, vasos sanguíneos, rins e
encéfalo.
Existem algumas condiçõ es que favorecem o aparecimento da HAS. Você saberia citá-los? Estamos falando das
razõ es ambientais, genéticas e comportamentais, que envolvem um padrão alimentar irregular, como
consumo excessivo de alimentos ricos em sal e gorduras, bebidas alcoó licas e sedentarismo.
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4.2.6 Anemia
Quando a concentração de hemoglobina sérica no sangue está abaixo do adequado ou quando há deficiência
no tamanho ou nú mero de hemácias temos um quadro de anemia.
Esta enfermidade, que pode afetar indivíduos de todas as faixas etárias, resulta de um processo de carência de
um ou mais nutrientes, entre eles: folato, vitamina B6, B12, C, E, K, ácido fó lico, ferro, cobre e riboflavina.
Algumas patologias também podem causar a anemia, como: desnutrição, hemorragias, doenças hereditárias,
inflamação crô nica (ROSSI; POLTRONIERI, 2019; FERREIRA et al, 2015).
Tabela 3 -
Valores de referência e diagnó stico
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em MOREIRA; COUTINHO, 2019.
#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os exames bioquímicos e seus respectivos valores de
referência, utilizados para diagnó stico de anemia, com diferenciação quanto ao sexo do indivíduo. A
hemoglobina (Hb) tem valores de referência para anemia de < 13 g/dL (homens), < 12 g/dL(mulheres não
grávidas), < 11 g/dL (mulheres grávidas); o hemató crito (Ht) tem valores de referência para anemia de < 42%
(homens), < 37% (mulheres não grávidas), < 33% (mulheres grávidas); o volume corpuscular médio (VCM)
tem valores de referência para anemia de > 100 fL (anemia macrocítica - alto), 80 a 100 fL (anemia
normocítica - normal), < 80 fL (anemia microcítica - baixo); a amplitude da distribuição dos eritró citos
(RDW) tem valores de referência para anemia de < 13%.
Vamos conhecer agora os dois tipos mais comuns de anemia, que se diferenciam de acordo com a sua
etiologia, anormalidades bioquímicas e situaçõ es clínicas.
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Anemia Ferropriva
Consiste na anemia causada pela deficiência de ferro (ferropriva ou hipocrô mica microcítica) e caracteriza-se
pela pequena produção de eritró citos (microcíticos) e pela menor concentração de hemoglobina circulante,
ocasionada por alteraçõ es no metabolismo de ferro.
A anemia ferropriva pode ser decorrente da perda de sangue, por menor absorção de ferro dietético ou por
alteraçõ es no metabolismo e na homeostasia deste mineral. Os marcadores laboratoriais utilizados na
avaliação do estado nutricional do ferro são a hemoglobina, ferritina sérica, ferro sérico, receptor solú vel da
transferrina (RST) e a capacidade total de ligação do ferro. Porém, sua deficiência poderá ser percebida
também durante a realização do exame físico, por meio da análise da mucosa subocular (COZZOLINO, 2016;
MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI, 2019; FERREIRA et al, 2015).
Quadro 2 -
Associação clínica e laboratorial da anemia ferropriva
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em MOREIRA, COUTINHO 2019.
#PraCegoVer: no quadro anterior está descrita a associação clínica e laboratorial da anemia ferropriva, sendo
que a denominação pode variar entre hipoproliferativa, microcítica, anemia ferropriva; seguida da causa:
deficiência de ferro; logo apó s as situaçõ es clínicas descritas pela: deficiência dietética, má absorção,
gestação/parto, menstruação e cirurgia de grande porte; por ú ltimo, temos as alteraçõ es bioquímicas: redução
da ferritina e do ferro e aumento da capacidade de ligação ao ferro.
Para diagnosticar uma anemia ferropriva, além dos exames bioquímicos, que compõ em o hemograma, é
necessário fazer uma avaliação dos parâmetros que se relacionam com o metabolismo do ferro, como
podemos verificar na tabela a seguir.
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Tabela 4 -
Parâmetros bioquímicos e avaliação do metabolismo do ferro
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em MOREIRA; COUTINHO, 2019.
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A anemia por deficiência nutricional ou secundária a anomalias no metabolismo da Vitamina B12 e/ou ácido
fó lico é denominada anemia megaloblástica. Essa doença resulta em alteraçõ es morfoló gicas e funcionais dos
eritró citos, leucó citos e plaquetas (células sanguíneas), conforme apresentado no quadro a seguir.
Quadro 3 -
Associação clínica e laboratorial da anemia megaloblástica
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em MOREIRA; COUTINHO, 2019.
#PraCegoVer: no quadro anterior estão descritas a denominação, causa, situaçõ es clínicas e alteraçõ es
bioquímicas da anemia megaloblástica. A denominação: hipoproliferativa, macrocítica, anemia
megaloblástica. As causas são deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fó lico. A situação clínica é definida
como deficiência dietética e as alteraçõ es bioquímicas são: diminuição da Vitamina B12 e do ácido fó lico.
O tratamento clínico da anemia megaloblástica baseia-se na administração de folato (B9) ou cobalamina
(B12). A prescrição de suplementação pode ser realizada também, via oral, juntamente com orientação
dietética específica, ou, no caso da B12, pode ocorrer prescrição médica para injeção intramuscular.
VOCÊ SABIA?
A anemia perniciosa é um tipo de anemia megaloblá stica caracterizada pela
deficiê ncia de vitamina B12, que pode afetar o sangue e també m o trato
gastrointestinal e o sistema nervoso central, e ainda causar uma lesã o irreversível,
se a deficiê ncia da vitamina for prolongada (FERREIRA et al, 2015).
As principais orientaçõ es nutricionais são: consumo de frutas e vegetais ricos em ácido fó lico, além dos
alimentos fonte de B12, como os vegetais folhosos escuros, carnes, ovos, leites e derivados, aumentando
assim o aporte dietético de vitaminas (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013; ROSSI; POLTRONIERI,
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4.2.7 Osteoporose
A osteoporose é uma doença atrelada à deterioração progressiva da estrutura ó ssea, uma consequência da
redução da massa ó ssea provocada por fatores metabó licos, como as alteraçõ es hormonais apó s a menopausa
(período de menor concentração de estró genos e aumento de reabsorção ó ssea), e fatores nutricionais, a
exemplo da deficiência de cálcio, vitamina D e magnésio.
Vale destacar que esta alteração favorece a ocorrência de quedas e fraturas, sendo as fraturas mais comuns no
fêmur, quadril, vértebras e antebraço (ROSSI; POLTRONIERI, 2019).
Além do exame físico, os exames bioquímicos são importantes para a avaliação das alteraçõ es no
metabolismo ó sseo. Neste caso, os marcadores utilizados são: dosagem plasmática de cálcio, fó sforo e
creatinina, concentração sérica de 25-hidroxivitamina D, calcitriol e PTH. Quando a ingestão de cálcio, fó sforo
e proteínas estão abaixo das recomendaçõ es diárias, conforme observamos na tabela a seguir, dizemos que
existe uma predisposição do indivíduo ao aumento do risco de fratura e osteoporose (ROSSI; POLTRONIERI,
2019).
Tabela 5 -
Valores de referência para avaliação do metabolismo ó sseo
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em SOARES; MOTA; PIMENTEL, 2019.
#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os valores de referência dos exames dos marcadores
bioquímicos utilizados para avaliar o metabolismo ó sseo. O cálcio total deve estar entre 8,8 e 10,0 mg/dL; o
fó sforo entre 2,7 e 4,5 mg/dL; a creatinina entre 0,7 e 1,3 mg/dL (para homens) e 0,2 e 1,1 mg/dL (para
mulheres); o calcitriol entre 20,0 e 76,0 pg/mℓ; e o paratormô nio entre 10,0 e 65,0 pg/mℓ
Perceba que, embora existam diferenças entre biodisponibilidade e incorporação destes nutrientes na matriz
ó ssea, algumas estratégias, como a combinação correta de grupos de alimentos durante os horários das
refeiçõ es, podem auxiliar o melhor aproveitamento das fontes alimentares de cálcio, fó sforo, vitamina D e
proteínas no contexto da saú de ó ssea.
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Por outro lado, o consumo excessivo de só dio resulta em eliminação urinária desse eletró lito,
concomitantemente, com o cálcio; outra substância que tem função negativa na absorção e biodisponibilidade
desse mineral é a cafeína, presente no chocolate, café, bebidas à base de cola, chás, entre outros (COZZOLINO,
2016).
Podemos afirmar que as melhores fontes de cálcio, fósforo e proteínas
são: leite e derivados, peixes, hortaliças verde-escuras, algumas
castanhas e proteína de origem animal. A vitamina D pode ser adquirida
por meio da exposição solar. As principais fontes alimentares de
vitamina D são: gema de ovo, peixes, óleo de peixe e cogumelo, mas essa
vitamina apresenta maior biodisponibilidade por meio da exposição
solar.
4.2.8 Hipovitaminose A e D
Você sabia que a carência parcial de vitaminas é chamada hipovitaminose? Geralmente, estas deficiências
acontecem por causa de uma alimentação incompleta, com insuficiência de ingestão, mas também podem
ocorrer casos consequentes de outros problemas de saú de, que acabam interferindo e diminuindo a absorção,
a utilização ou mesmo a função das vitaminas no nosso organismo. Ficou curioso? Vale a pena prosseguir.
Hipovitaminose A (DVA)
A deficiência em vitamina A (DVA) é um dos maiores problemas de nutrição e saú de pú blica em muitos
países, inclusive no Brasil, que acomete, principalmente, crianças recém-nascidas, em idade pré-escolar,
mulheres grávidas e nutrizes, contribuindo para a morbidade e mortalidade dos grupos considerados de risco
(FERREIRA et al, 2015).
A principal causa da DVA é a ingestão inadequada de alimentos fontes, o que acarreta em baixos níveis séricos
ou plasmáticos dessa vitamina. A carência subclínica da vitamina A, por exemplo, pode provocar desde a
cegueira noturna (xeroftalmia) até a cegueira nutricional irreversível (ceratomalácia).
Entre os programas de nutrição e saú de pú blica voltados para o combate de DVA podemos citar:
suplementação de megadose de vitamina A, fortificação de alimentos e consumo de alimentos fontes de
vitamina A.
A seguir, vamos conhecer os principais indicadores laboratoriais da DVA: os níveis séricos de retinol, que
refletem as reservas de vitamina A.
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Tabela 6 -
Parâmetros bioquímicos do retinol sérico (≤ 0.70 μmol/L)
Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de ROSSI; POLTRONIERI, 2019.
#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os valores de referência do retinol sérico (≤ 0.70 μmol/L)
utilizados para avaliar as concentraçõ es de vitamina A. O valor compreendido entre 2 e 9 % corresponde a
uma deficiência de grau leve, o valor em torno de 10 a 19% indica uma deficiência de grau moderada e o valor
> 20 % significa uma deficiência de grau grave.
E você sabe quais são as principais fontes de vitamina A? São os alimentos ricos em carotenó ides, como os
vegetais folhosos de coloração verde-escura, as frutas não cítricas amarelo-alaranjadas, os legumes e alguns
ó leos vegetais. A vitamina A pré-formada (retinol) é encontrada em alimentos de origem animal (fígado, leite
e derivados, gema do ovo, entre outros). Vale ressaltar ainda que a melhor fonte desta vitamina é adquirida
por meio do leite materno (COZZOLINO, 2016).
Hipovitaminose D
A vitamina D, por sua vez, é essencial para o metabolismo ó sseo. Sua deficiência também está relacionada a
diversas doenças. Durante a infância, por exemplo, a hipovitaminose D pode ocasionar o surgimento do
raquitismo, caracterizada pela mineralização inadequada dos ossos, que pode ser causada pela falta de
exposição das crianças ao sol, dietas com baixo teor de vitamina D, bem como cálcio e fó sforo,
micronutrientes essenciais para a prevenção e tratamento do raquitismo. Já em adultos, a deficiência da
vitamina D leva à osteomalácia, favorecendo o desenvolvimento da osteoporose na terceira idade (FERREIRA
et al, 2015).
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Tabela 7 -
Parâmetros bioquímicos de 25(OH)D
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em COZZOLINO, 2016.
#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os valores das concentraçõ es séricas de 25-hidroxivitamina
D, 25(OH)D utilizados para avaliar a concentração sérica de vitamina D. O valor desejável é > 30 nmol/L; o
valor é baixo quando está < 25 nmol/L e o valor é considerado deficiente indica < 12 nmol/L.
Um importante indicador de suficiência de vitamina D, em todas as etapas da vida, se refere à concentração de
25- hidroxivitamina D. Como verificamos na tabela anterior.
Além da exposição à radiação ultravioleta do sol, a vitamina D pode ser obtida a partir de fontes alimentares,
como, por exemplo, ó leo de fígado de bacalhau e peixes.
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Glicemia em jejum
Triglicerídeos (TG)
HDL colesterol
Homens <40 mg/dL; mulheres <50 mg/dL ou uso de medicamento para tratamento de HDL
reduzido.
PA sistó lica ≥130 mmHg ou PA diastó lica ≥85 mmHg ou uso de medicamento anti-hipertensivo.
Desta forma, para ser diagnosticado com SM o indivíduo precisa apresentar, no mínimo, três dos critérios
descritos anteriormente. Confira , a seguir, os critérios utilizados na definição do diagnó stico da síndrome
metabó lica, seguido dos seus respectivos valores de referência.
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Tabela 8 -
Diagnó stico da Síndrome Metabó lica (SM)
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em GOMES; BOTELHO, 2019.
#PraCegoVer: na tabela anterior estão descritos os critérios utilizados na definição do diagnó stico da
síndrome metabó lica, seguido dos seus respectivos valores de referência. O critério glicemia em jejum
elevada acontece quando a glicemia está >110 mg/dL ou se o paciente faz uso de medicamento para
tratamento da glicemia elevada; o critério triglicerídeos (TG) elevado ocorre quando o TG está >150 mg/dL ou
quando o paciente faz uso de medicamento para tratamento de TG elevado; o critério HDL colesterol reduzido
acontece quando o HDL está <40 mg/dL para homens ou <50 mg/dL para mulheres ou quando o paciente faz
uso de medicamento para tratamento de HDL reduzido; o critério pressão arterial (PA) elevada acontece
quando a PA Sistó lica indica ≥130 mmHg, a PA Diastó lica apresenta ≥85 mmHg ou quando o paciente faz uso
de medicamento anti-hipertensivo; o critério circunferência da cintura elevada ocorre quando a CC está ≥102
cm em homens e ≥ 88 cm em mulheres.
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VAMOS PRATICAR?
Considerando um indivíduo adulto, do sexo masculino, portador de ob
diabetes e hipertensã o, monte uma tabela listando estas doenças (colun
nutrientes/alimentos que precisam ser evitados (coluna 2) e os que preci
incluídos na alimentaçã o para auxiliar no tratamento (coluna 3).
Conclusão
Finalizamos esta unidade sobre a importância do consumo adequado de nutrientes, as consequências de uma
alimentação desbalanceada e as principais doenças associadas.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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