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Cálculos Nutricionais

Profa. Caroline Castro de Araújo


Nutricionista | CRN1-13217
Mestra em Nutrição e Saúde/UFG
Doutoranda em Ciências da Saúde/UFG

Goiânia,
2º Semestre /2020
/2023 Curso: Nutrição - Disciplina: Nutrição e Dietética Aulas 5
Slide:
e 6 /Slide:
1 1
Pontos de corte de índice
de massa corporal (IMC)

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2º Semestre /2023 Curso: Nutrição - Disciplina: Nutrição e Dietética Slide: 2
Estruturação do plano alimentar
1. Anamnese alimentar
2. Cálculo da necessidade energética ou estimativa da necessidade
energética (ENE)
3. Avaliação do consumo alimentar e definição das recomendações
nutricionais
4. Planejamento e cálculo do plano alimentar (cardápio e adequações de
macro/micronutrientes)
5. Lista de equivalentes
6. Orientações nutricionais

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Avaliação do consumo alimentar

Para uma intervenção nutricional adequada e eficiente, deve-se


enfatizar a importância da elaboração de um protocolo de
atendimento que contemple e priorize a análise da ingestão
alimentar como parte integrante da avaliação nutricional

Ferramenta para o trabalho do nutricionista, com o objetivo de


identificar hábitos e comportamentos de ingestão de alimentos
do indivíduo avaliado

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Avaliação do consumo alimentar
Recordatório de 24h

Descrição detalhada sobre o tamanho e o volume da porção consumida (fatias, pedaços, unidades,
pequenas, médias ou grandes), para auxiliar na estimativa das porções consumidas

Vantagens: rápida aplicação e o imediato período de recordação, condições que contribuem para
maior participação e confiabilidade - avaliam a dieta atual e estimam valores absolutos ou relativos da
ingestão de energia e nutrientes

Limitações: dependência da memória do entrevistado para se recordar do consumo alimentar, bem


como para identificar e quantificar o tamanho das porções; e a pouca representatividade do consumo
habitual dada a influência da variabilidade dia a dia na ingestão de alimentos e nutrientes relatados,
não sendo recomendada a avaliação de um único dia

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Avaliação do consumo alimentar
Diário alimentar ou registro alimentar

Coleta informações sobre a ingestão atual de um indivíduo ou de um grupo populacional - o indivíduo


responsável anota, em formulários especialmente desenhados, todos os alimentos e bebidas
consumidos ao longo de um ou mais dias, devendo anotar também os alimentos consumidos fora do
lar durante 3, 5 ou 7 dias

Vantagens: Para a melhor estimativa do tamanho da porção, o indivíduo pode contar com o auxílio de
medidas caseiras tradicionalmente usadas, podendo usar também fotografias de diferentes tamanhos
de porções

Limitações: Se superior a 7 dias pode apresentar baixa adesão

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Estruturação do plano alimentar
1. Anamnese alimentar
2. Cálculo da necessidade energética ou estimativa da necessidade
energética (ENE)
3. Avaliação do consumo alimentar e definição das recomendações
nutricionais
4. Planejamento e cálculo do plano alimentar (cardápio e adequações de
macro/micronutrientes)
5. Lista de equivalentes
6. Orientações nutricionais

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Estruturação do plano alimentar
Para o executar o cálculo de uma dieta, estima-se o valor energético total
(VET), isto é, a quantidade de energia com a finalidade de atender às
necessidades energéticas do indivíduo

Para essa estimativa, podem ser usadas as equações do Institute of


Medicine (em geral denominadas equações das DRI) ou as equações
propostas pela OMS/FAO/United Nations University (UNU)

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Metabolismo
Processo global pelo qual os sistemas vivos adquirem e utilizam a energia
livre de que necessitam para realizar suas funções. Eles o fazem
acoplando reações exotérmicas de oxidação de nutrientes a processos
endotérmicos, necessários para manter o estado vivo, tais como a
realização de trabalho mecânico, o transporte ativo de moléculas contra
gradientes de concentração e a biossíntese de moléculas complexas

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Metabolismo e necessidade energética

Conjunto de vias metabólicas que “quebra” moléculas em unidades menores e libera energia. Moléculas
grandes como polissacarídeos, lipídeos e proteínas são “quebradas” em monossacarídeos, ácidos graxos e
aminoácidos. Ex: desmineralização óssea

Conjunto de vias metabólicas que “constrói” moléculas a partir de unidades menores e requer energia. Este
processo gera crescimento e diferenciação celular. Ex: hipertrofia muscular

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Unidades de Energia

Caloria ou pequena caloria → quantidade de energia necessária para elevar em


1ºC a temperatura de 1 g de água
Quilocaloria → equivale a 1000 calorias, ou à quantidade de energia necessária
para elevar em 1ºC a temperatura de 1kg de água

Unidade = kcal, cal ou kcaloria

Joule → unidade de medida de calor mecânico que equivale a 4,2 kcal. “Energia
gasta para mover 1kg em 1 metro com força de 1N”
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Energia biologicamente ativa dos nutrientes e
do álcool

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Componentes do Gasto Energético
A necessidade energética corresponde à quantidade mínima de energia
necessária para funcionamento fisiológico satisfatório

As necessidades energéticas são supridas unicamente por meio da


alimentação e fatores como idade, nível de atividade física e
estado de saúde afetam a necessidade energética de um indivíduo

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Componentes do Gasto Energético
Gasto energético basal (GEB) ou taxa metabólica basal (TMB)

Energia necessária para manter ativo o metabolismo de células e tecidos,


para manter a circulação, a respiração e o processo gastrintestinal e renal.
Consideram-se ainda o repouso físico e mental, temperatura de
aproximadamente 20°C após 12 horas de jejum

Caso uma das condições para aferição do GEB não seja respeitada, será
classificada como gasto energético de repouso (GER) ou taxa metabólica
de repouso

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Componentes do Gasto Energético
Gasto energético de repouso (GER)

Representa a maior fração do gasto energético total (GET) de um


indivíduo (aproximadamente 60 a 75% do total) e pode ser definido como
a quantidade de energia necessária para a manutenção das atividades
fisiológicas

O GER está intimamente relacionado com a quantidade de massa muscular e,


nesse sentido, esse gasto sofre influência da idade, do estado nutricional, da
composição corporal, do sexo, da atividade física e dos fatores genéticos -
tecido muscular é considerado o tecido de maior atividade metabólica.
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Componentes do Gasto Energético
Efeito térmico dos alimentos (ETA)
Energia gasta durante os processos de digestão, absorção, transporte e metabolismo dos
nutrientes. Após o consumo de alimentos, a ETA corresponde aproximadamente a 5 a 10%
do GET de indivíduos saudáveis

Termorregulação
Energia gasta para manter a temperatura corporal

Atividade física (AF)


Energia gasta para realizar as várias atividades no dia a dia

Nível de atividade física (NAF)


Razão entre o GET e o GEB (GET/GEB) – Contribui com 10 a 50% do GET (quando
estimada) e, por isso, é o componente mais variável

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Componentes do Gasto Energético
Fator estresse metabólico
É atribuído ao acréscimo energético necessário em diversas situações fisiopatológicas. Esse
fator também é conhecido no meio acadêmico como fator injúria e fator trauma

Gasto energético total (GET)


O estado nutricional, as condições fisiológicas ou fisiopatológicas interferem nas
recomendações de energia dos indivíduos

Define-se balanço energético como o equilíbrio entre o consumo e o gasto energético diário
de um indivíduo GET = GEB + ETA + AF + termorregulação e energia gasta para
manutenção do estado nutricional

Se o indivíduo estiver doente, o fator de estresse metabólico também deve ser considerado
no GET. Além desses componentes, o GET sofre influência da idade e gênero
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Componentes do Gasto Energético

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Os métodos de estimativa do gasto energético
personalizados são complexos e depndem de
disponibilidade financeira e de equipamentos para
realizar os testes. Estes métodos serão discutidos
detalhadamente na disciplina de Av. Nutricional

Recomenda-se a leitura dos Capítulos 3 e 37 do


Tratado de Nutrição e Dietoterapia

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Equações preditivas do gasto energético
As equações de predição são métodos rápidos, fáceis e de baixo custo

Além da determinação da necessidade energética pelas equações, é necessária uma


sensibilidade clínica para se adaptar ou ajustar a demanda energética, principalmente quando
há aspectos fisiopatológicos envolvidos

É preciso considerar não só o resultado do GET definido pelas equações, como também o
estado nutricional e a condição clínica do paciente hospitalizado, que pode oscilar durante a
internação

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Equações preditivas do gasto energético
Equações do Institute of Medicine (DRI)

A necessidade estimada de energia (EER, estimated energy requirement) é definida como o valor de
ingestão de energia proveniente da dieta para manutenção do balanço energético em indivíduos
saudáveis de acordo com idade, sexo, peso, altura e atividade física

A EER é estimada a partir de equações para predição do gasto total de energia (TEE, total energy
expenditure)

Os NAF (níveis de at. física) estão expressos em quatro categorias, cujos padrões de atividade são descritos a seguir:

■Sedentário: atividades típicas do dia a dia


■Pouco ativo: atividades cotidianas + de 30 a 60 min de uma atividade moderada diariamente
■Ativo: atividades cotidianas + pelo menos 60 minutos de uma atividade moderada diariamente
■Muito ativo: atividades cotidianas + no mínimo 60 minutos diários de uma atividade moderada + 60 minutos de uma atividade vigorosa
OU 120 minutos de uma atividade moderada diariamente.

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Equações preditivas do gasto energético
Equações do Institute of Medicine (DRI)

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Equações preditivas do gasto energético
Equações do Institute of Medicine (DRI)

Observa-se que, para adultos, as equações apresentam o valor do desvio padrão. Considerando o intervalo de confiança de 95% das
equações, esse valor pode ser usado para fins de planejamento da oferta energética, da seguinte maneira:
■Se o objetivo do planejamento energético for perda de peso, pode-se usar o valor estimado pela equação subtraído de duas vezes o desvio
padrão
■Se o objetivo do planejamento energético for ganho de peso, pode-se usar o valor estimado pela equação somado de duas vezes o desvio
padrão.
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Equações preditivas do gasto energético
Equações da OMS/FAO/UNU
A estimativa do GET baseia-se no cômputo de todos os custos energéticos do indivíduo, os quais se apresentam como
múltiplos da taxa de metabolismo basal (TMB)

A estimativa da TMB pode ser feita por equações, a partir do peso corporal atual Em seguida, para estimar o gasto
energético em 24 horas, devem ser usados os valores múltiplos da TMB

Os NAF propostos pela OMS/FAO/UNU estão expressos em três categorias, cujos padrões de atividade são descritos a
seguir:

■Sedentário ou estilo de vida leve: pessoas com ocupação que demande muito pouco esforço físico e não requeira caminhadas;geralmente
usam veículos motorizados para transporte, não praticam atividade física regularmente e suas atividades principais são leitura, TV,
computadores
■Ativo ou estilo de vida moderado: pessoas que podem ter o mesmo tipo de atividades obrigatórias que indivíduos sedentários, mas praticam
atividades de moderado a intenso esforço ao menos 1 h/dia ou a atividade obrigatória requer esforço maior que as atividades leves
■Vigoroso ou estilo de vida vigoroso: pessoas com ocupação que demande intenso esforço físico ou praticam atividade física de intensidade
moderada no mínimo 2 h/dia

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Equações preditivas do gasto energético
Equações da OMS/FAO/UNU

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Obrigada!
caroline.araujo16@docente.
unip.com.br

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