Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROPÓSITO
Compreender as necessidades nutricionais da idade adulta, para uma abordagem nutricional adequada
e com bons resultados.
PREPARAÇÃO
Tenha à mão a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), criada pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), e os valores de distribuição de dietas e necessidades nutricionais da
Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da
América (USDA).
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
A Nutrição é uma ciência que pode prevenir ou tratar várias patologias. Para se alcançar uma boa
saúde, é necessário, segundo a OMS, o equilíbrio entre a ingestão de alimentos e a variedade de
nutrientes.
Para a abordagem nutricional, a população é dividida em três faixas etárias: jovens – pessoas até 19
anos; adultos – idade entre 20 e 59 anos; e idosos – 60 anos em diante.
No Brasil, essas alterações são refletidas diretamente nas altas taxas de excesso de peso e obesidade
na população adulta masculina (60% e 22,8%, respectivamente) e feminina (63,3% e 30,2%,
respectivamente). Essas transformações não foram positivas para a qualidade da alimentação dos
brasileiros. Os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada em 2017-2018 sinalizaram
a prioridade para políticas públicas de promoção da alimentação saudável. O gráfico seguinte reflete a
evolução do excesso de peso nas últimas POF, de 2002 a 2019, para brasileiros adultos.
MASCULINO
FEMININO
Em azul, os resultados de excesso de peso para homens e mulheres em 2002; em laranja, os
resultados de 2008; em cinza, os resultados de 2013; e, em amarelo, 2019.
Gráfico: POF, 2017-2018.
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões
de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o
número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você
devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
MÓDULO 1
NUTRIÇÃO PREVENTIVA
A alimentação na fase adulta é voltada para uma nutrição preventiva, ou seja, uma nutrição que
enfatiza as escolhas de alimentos saudáveis para que o nosso organismo esteja em equilíbrio, com bom
funcionamento corporal, de modo que nos prepare para o envelhecimento.
Trata-se de uma alimentação focada no consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais, sementes
oleaginosas, leguminosas, peixes, ovos e aves. O consumo de carne vermelha deve ser limitado aos
cortes mais magros, como alcatra e filé mignon.
As gorduras saudáveis, como os ácidos graxos — ômega 3 e ômega 6 —, devem ser ingeridas
diariamente, sendo encontradas nos óleos vegetais — azeite de oliva — e nos peixes de água fria.
Porém, os lipídeos não saudáveis devem ser evitados, como as gorduras saturadas e trans e as
gorduras de origem animal, que dão origem a produtos como manteiga e carnes gordurosas (picanha e
cupim), além de gorduras de origem vegetal que passam pelo processamento industrial de
hidrogenação, como margarinas e recheios de biscoitos.
Foto: Shutterstock.com
Uma recomendação dietética predominantemente vegetal, aliada a exercícios físicos bem dosados, é
capaz de favorecer o envelhecimento saudável, por meio da redução do risco de desenvolvermos
doenças cardiovasculares, obesidade, câncer e diabetes.
Imagem: Shutterstock.com
9 a 10 porções diárias de frutas e hortaliças A, B.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
2 a 3 porções diárias de proteínas de feijões, peixes, carne magra e laticínios de baixo teor de gordura.
Imagem: Shutterstock.com
ATENÇÃO
Além disso, recomenda-se 1 hora de atividade física por dia, bem como evitar o consumo de álcool e tabaco.
INVESTIGAÇÃO DIETÉTICA
INVESTIGAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
INVESTIGAÇÃO BIOQUÍMICA
EXAME FÍSICO
Além da avaliação nutricional por métodos objetivos e subjetivos, algumas ferramentas validadas podem
auxiliar na avaliação nutricional do paciente adulto.
Para nos aprofundarmos no conhecimento sobre as recomendações nutricionais do adulto, vamos usar
algumas ferramentas desenvolvidas para facilitar o entendimento sobre a distribuição da dieta, como a
pirâmide dos alimentos.
A pirâmide alimentar contém grupos alimentares divididos pelas “quantidades” de macro e/ou
micronutrientes a fim de orientar sobre as recomendações nutricionais, focando em uma alimentação
rica em cereais, tubérculos, frutas, verduras, legumes, feijões e leite, além de baixa ingestão de óleos,
gorduras, açúcares e doces.
Imagem: Shutterstock.com
O primeiro Guia Alimentar para a população brasileira, publicado em 2006, continha essas primeiras
orientações básicas sobre as recomendações nutricionais. A atualização do Guia foi realizada em 2014 e é
ricamente ilustrada.
AVALIAÇÃO DIETÉTICA
O consumo alimentar pode ser avaliado por diferentes métodos. Nenhum deles é ideal, todos são
passíveis de erros. Os indicadores são métodos que avaliam de forma indireta o estado nutricional e
fornecem dados qualitativos e quantitativos do consumo alimentar.
INDICADORES
Quando o objetivo é verificar o consumo de alimentos ou grupos de alimentos, são utilizados
questionários qualitativos, como o Questionário de Frequência Alimentar (QFA ou QFCA).
Por essas opções, é possível perceber que os métodos para a avaliação do consumo individual podem
ser prospectivos (presente) e retrospectivos (passado imediato, de longo prazo ou habitual).
Normalmente, utilizamos de mais um inquérito para conhecer os hábitos alimentares do nosso paciente
ou do grupo pesquisado. Essas informações vão depender do treino, paciência e atenção do
nutricionista, como também da colaboração e entendimento do entrevistado.
RECORDATÓRIO DE 24 HORAS
É um relato feito pelo próprio paciente sobre as quantidades de todos os alimentos e bebidas
consumidos ao longo de um período de 24 horas, caracterizando o consumo habitual.
REGISTRO ALIMENTAR
O indivíduo anota, no momento do consumo, todos os alimentos e bebidas ingeridos ao longo do dia,
durante 1 a 7 dias, não sendo mais do que 3 ou 4 consecutivos. Geralmente, inclui-se um dia de final de
semana. O registro das porções pode ser feito em medidas caseiras ou por pesagem direta dos
alimentos. São necessários dados precisos quanto à forma de preparo, ingredientes etc.
Composto por uma lista de alimentos e uma série de possibilidades de respostas sobre a frequência do
consumo regular. Pode ser usado para a coleta de informações qualitativas, semiquantitativas e
quantitativas.
HISTÓRIA ALIMENTAR
Informações retrospectivas sobre o consumo e hábitos alimentares durante seu ciclo de vida, podendo
se referir a um período de um dia, uma semana ou mais. São obtidos dados sobre o consumo atual e
passado.
Vantagens Desvantagens
Recordatório de 24 horas
Baixo custo.
Requer treinamento do investigador para
evitar indução.
Curto período de administração.
Registro alimentar
História alimentar
Vejamos agora alguns métodos que colaboram para determinar o estado nutricional do indivíduo adulto.
ANTROPOMETRIA
A antropometria é a medida corporal que utiliza as proporções. É considerada uma medida direta do
estado nutricional. Os cálculos para avaliar a composição corporal são as medidas antropométricas que
são aferições e medidas simples, como peso, altura, dobras cutâneas e circunferências. Vejamos, a
seguir, as técnicas para aferição.
Imagem: Shutterstock.com
PESO
Equipamento: Balança
Técnica: Instalar a balança em superfície plana e firme, afastada da parede. O indivíduo deve usar
pouca vestimenta, retirar os celulares e chaves dos bolsos, olhar para frente e manter os pés separados
e os braços juntos a lateral do corpo. Registre o valor no prontuário ou ficha de atendimento.
Imagem: Shutterstock.com
ALTURA
Técnica: Encostar o paciente na parede sem rodapé, afixar a fita métrica na parede a 50cm do chão.
Solicitar ao paciente que respire fundo para aferir e anotar na ficha ou no prontuário.
Imagem: Shutterstock.com
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
Técnica: A medida não deverá ser feita sobre roupas, oriente o paciente a ir vestido com roupas de
ginástica ou de banhos de sol. O paciente deve estar ereto, com o abdômen relaxado e com as pernas e
os pés juntos. Localize o ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca.
Imagem: Shutterstock.com
CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL
Técnica: A medida não deverá ser feita sobre roupas, oriente o paciente a ir vestido com roupas de
ginástica. O paciente deve estar ereto, com o abdômen relaxado e com as pernas e os pés juntos.
Localize o osso pubiano e passe a fita.
Imagem: Shutterstock.com
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL
Técnica: A medida não deverá ser feita sobre roupas, oriente o paciente a ir vestido com roupas de
ginástica. O paciente deve estar ereto, com o abdômen relaxado e com as pernas e os pés juntos.
Localize a maior extensão do volume abdominal.
Técnica: A medida não deverá ser feita sobre roupas, oriente o paciente a ir vestido com roupas de
ginástica ou de banhos de sol. O paciente deve estar ereto, com o abdômen relaxado e com as pernas e
os pés separados. Localize e marque o ponto mais distal do acrômio até o cotovelo. Faça a medida sem
compressão. Registre o valor em prontuário ou ficha.
Masculino
Idade 5 10 25 50 75 90 95
Feminino
Idade 5 10 25 50 75 90 95
Grave <70
Leve 80 – 90
Eutrófico 90 – 110
Técnica: A medida não deverá ser feita sobre roupas, oriente o paciente a ir vestido com roupas de
ginástica ou de banhos de sol. O paciente deve estar ereto, com o abdômen relaxado e com as pernas e
os pés separados. Calcule o ponto médio do joelho ao tornozelo, marque e faça a aferição.
DOBRAS CUTÂNEAS
As dobras cutâneas são utilizadas para avaliação da gordura corporal. Os valores são aplicados em
diversas fórmulas e protocolos para se chegar ao resultado estimado do percentual de gordura. Esse
método de avaliação é conhecido como indireto.
Devemos ficar atentos na hora de executar medidas das dobras cutâneas. Tenha à mão o adipômetro,
caneta dermográfica, papel e caneta. O ideal é repetir 3 vezes cada aferição das dobras para se utilizar
a média.
Jackson e Pollock (1978 e 1980): Estima a densidade corporal segundo estudo feito em mulheres de 18
a 55 anos e homens de 18 a 61 anos.
Guedes (1985): Estima a densidade corporal segundo estudo feito com pessoas do sul do Brasil
(crianças, adolescentes e adultos).
Lohman (1986): Estima o percentual de gordura corporal segundo estudo feito com crianças e
adolescentes de 7 a 16 anos.
Petroski (1995): Estima a densidade corporal segundo estudo feito com pessoas do sul do Brasil.
Pires Neto e Petroski (1996): Propuseram correções nas equações de Lohman, considerando a faixa
etária e etnia dos avaliados.
Neste método, obtêm-se as medidas de três pontos nos homens (peitoral, abdômen e coxa) e nas
mulheres (tríceps, suprailíaca e coxa). Depois de anotados os valores médios de 3 repetições de
aferição, aplicam-se as equações:
DENSIDADE=1,099421-0,0009912
.
(X2)+0,0000023(X2)2 -0,0001392 (X3)
Em que:
X3 = idade em anos
4,95
%G = {( ) − 4, 5} x 100
Densidade
100
Os locais para aferir as dobras cutâneas (medições em mm) são o abdômen, tríceps, coxa e suprailíaca.
Os locais para medição das dobras cutâneas (medições em mm) são o abdômen, tríceps, coxa e
suprailíaca.
Os 7 locais são: peitoral, abdominal, coxa, tríceps, subescapular, suprailíaca, axilar média.
Os locais das dobras cutâneas (medidos em mm) são: peitoral, tríceps, subescapular, abdominal,
suprailíaca e coxa.
Equação para mulheres (densidade corporal):
Os locais das sobras cutâneas (medidos em mm) são: peitoral, tríceps, subescapular, abdominal,
suprailíaca, coxa e axilar média.
BIOIMPEDÂNCIA (BIA)
ATENÇÃO
Essas informações são úteis na avaliação de atletas ou praticantes de atividade física, na avaliação
nutricional, no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, nos acompanhamentos da sarcopenia
em pacientes desnutridos.
Foto: Shutterstock.com
A BIA avalia a impedância que o corpo humano impõe à passagem de uma corrente alternada. Ao
passar uma corrente elétrica que flui pelo corpo, a condução se dá através dos fluidos extracelulares
(AEC) e intracelulares (AIC) com altos percentuais de água e eletrólitos (íons de sais, ácidos e bases),
que correspondem à aproximadamente 73% da massa livre de gordura (MLG). O restante da MLG
(27%) é composto pelas proteínas, componentes viscerais e pelos minerais ósseos.
Em sistemas corporais, a corrente elétrica é transmitida pelos íons diluídos nos fluidos corporais, como
os íons de sódio e potássio.
Os tecidos magros são altamente condutores de corrente elétrica devido à grande quantidade de água
e eletrólitos, ou seja, apresentam baixa resistência à passagem da corrente elétrica.
Por outro lado, a gordura, o osso e a pele constituem um meio de baixa condutividade, apresentando,
portanto, elevada resistência.
A BIA, apesar de fácil uso, pode apresentar resultados não muito precisos quando o balanço
hidroeletrolítico está alterado por ingestão de álcool e atividade física intensa antes do teste. Portanto, a
presença de edema ou a retenção hídrica em certos períodos do ciclo menstrual devem ser avaliadas.
Além disso, outros fatores, como ingestão recente de alimentos, principalmente, líquidos como café, e a
obesidade também podem prejudicar a verificação mais fidedigna dos resultados do teste.
A BIA tem se demonstrado válida para pacientes com IMC até 34kg/m². Em obesos mórbidos, a maioria
das equações aplicadas não conseguem reproduzir um resultado adequado, dando erro e
comprometendo a avaliação da composição corporal. A desproporção entre massa corporal e
condutividade da passagem da corrente elétrica sofre alteração pelo excesso de peso corporal e, dessa
forma, pode diminuir a acurácia da bioimpedância na obesidade.
Foto: Shutterstock.com
Aparelho digital de bioimpedância.
A bioimpedância é um método não invasivo, indolor, livre de radiação, rápido, seguro e muito simples, o
qual é capaz de estimar a composição corporal.
Há diversos tipos de aparelhos disponíveis no mercado, encontramos os que variam entre o número de
eletrodos e a posição em que são colocados, isto é: pé-mão, pé-pé ou mão-mão. Esquemas mão-mão
ou pé-pé, em geral, são utilizados em aparelhos domésticos, em virtude de sua maior facilidade de uso.
Cabe destacar que os aparelhos de bioimpedância também podem ser classificados quanto à região do
corpo submetida ao exame ou tipo de frequência utilizada.
ATENÇÃO
Quanto à região examinada, pode ser considerada regional quando a corrente atravessa apenas a porção
superior ou inferior do corpo (por exemplo, mão-mão ou pé-pé); total (a corrente atravessa todo o corpo) ou
segmentar (apenas um segmento corporal ou membro é avaliado). O tipo de frequência utilizada na
bioimpedância pode ser de frequência única (50kHz) ou multifrequencial (frequências de 5 a 1000kHz).
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS
O peso corporal é constituído por massa óssea, tecido adiposo e muscular, e água.
É o peso relatado pelo paciente, isto é, aquele que declara ser o normal dele ao longo dos últimos anos.
A circunferência da cintura é atualmente o melhor indicador para gordura visceral, de modo que a OMS
recomenda como o perímetro mais indicado para relacionar DCNT como cardiopatias.
O índice de massa corporal (IMC) estabelece uma relação entre a altura e o peso, sendo calculado:
P eso
IMC =
altura ²
O cálculo de gasto energético é importante na rotina de trabalho do nutricionista para decidir a estratégia
nutricional e elaborar o plano alimentar de seu paciente. Calculamos o gasto energético para decidir o
valor calórico diário para que o paciente mantenha seu peso e composição corporal. Dessa forma,
podemos controlar a ingestão entre deficit e excesso calórico, com o objetivo de redução ou aumento de
peso, e podemos fazer as mudanças necessárias na composição corporal aplicando nosso objetivo para
o paciente.
O gasto energético total (GET) é constituído por 2 componentes principais, são eles:
O gasto energético basal é a energia mínima necessária para manter as atividades corporais básicas
(respiração, circulação, regulação da temperatura corporal e homeostase), mesmo estando em repouso.
Imagem: Shutterstock.com
O gasto energético basal é abreviado como GEB, mas, em alguns livros e artigos, pode ser chamado
como taxa metabólica basal (TMB), gasto energético de repouso (GER) ou taxa metabólica de repouso
(TMR). Esse é o ponto mais importante para o gasto energético total de uma pessoa, podendo ser
responsável por 50% a 60% de todo o gasto calórico diário. Outros fatores influenciam nas calorias
utilizadas diariamente pelo metabolismo corporal, mas os mais importantes são: peso, altura,
composição corporal, sexo e idade.
A termogênese por atividade (TA) ou fator atividade (FA) é o gasto calórico relacionado à prática de
atividades esportivas ou atividades da vida diária, como limpar a casa ou caminhar até o trabalho, sendo
esse o componente mais variável do GET, além de possibilitar maior manipulação para influenciar nos
resultados do seu paciente.
Imagem: Shutterstock.com
Para estimar o GET, deve-se começar calculando o gasto energético basal. Várias equações foram
criadas, sendo a equação de Harris-Benedict a mais utilizada para estimar o GEB em indivíduos
normais, praticantes de atividades esportivas, enfermos ou feridos. Mas atenção: sabemos que as
fórmulas de Harris-Benedict superestimam o GEB em indivíduos normais em 7% e obesos em 27%, por
isso, essa fórmula deve ser utilizada com cautela. A seguir, algumas equações utilizadas para estimar o
GEB:
FÓRMULA DE HARRIS-BENEDICT
Essa equação é mais indicada para estimar o GEB para praticantes de atividades físicas, enfermos ou
feridos, pacientes ativos fisicamente que têm como objetivo aumento de peso e massa magra. Na
fórmula, P é peso, A é altura em centímetros e I é idade em anos.
Após ter calculado o gasto energético basal, o valor deve ser multiplicado ao fator atividade (FA) em
ambas as fórmulas.
Sedentário 1 a 1,39
Devemos evitar erros na prescrição dietética por imprecisões nos cálculos, valendo sempre comparar os
resultados obtidos nas equações com a quantidade de calorias ingeridas pelo indivíduo, realizando
inquéritos alimentares, como recordatório de 24h ou registro alimentar. Dessa forma, permitindo maior
controle da prescrição e segurança na execução do plano alimentar.
Existem algumas fórmulas que podemos utilizar para se chegar ao valor energético total diário de um ser
humano adulto. Algumas delas são bem simples e podem até ser feitas à mão, porém algumas exigem
cálculos bem mais complexos. A escolha da melhor fórmula vai depender de cada profissional ou de
cada paciente. Portanto, antes de escolhermos, é importante observarmos que nem todas as fórmulas
servem para todos os públicos, podendo, ainda, ter modificações de acordo com sexo e idade.
A fórmula de bolso ficou famosa por ser um cálculo mais simples, utiliza apenas o peso atual do
paciente:
Quando o objetivo é a perda de peso, utilizamos 20kcal a 25kcal por quilo de peso do paciente
(exemplo: em paciente de 50kg, o cálculo será 20×50=1000kcal)
Vamos utilizar 30kcal a 35kcal por quilo de peso atual do paciente quando se deseja ganhar peso.
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL
A semiologia nutricional é um método de avaliação visual das carências nutricionais através da
observação de fatores externos, como pele e cabelos. A semiologia nutricional é realizada de forma
minuciosa, conferindo tudo, da cabeça aos pés, e tem como finalidade avaliar as condições nutricionais
do paciente.
ATENÇÃO
A avaliação semiológica existe para acrescentar a anamnese nutricional, tornando-a mais abrangente e
ajudando na identificação dos sintomas clínicos e no exame físico para avaliação do estado nutricional a
parâmetros nutricionais.
O exame físico, quando combinado a outros elementos da avaliação nutricional, oferece uma
perspectiva mais completa da evolução do estado nutricional, fornecendo indicativos das deficiências
e/ou carências nutricionais, ou piora funcional.
Ingestão insuficiente,
Têmporas Atrofia bitemporal
imunoincompetência
Olhos
Xerose, hiperceratose
folicular, petéquias, Vitaminas A, C e K
equimoses excessivas
Pele
Turgor e elasticidade
Desidratação
reduzidos
Pele em regiões
palmoplantares e
mucosas, Palidez Anemias
principalmente
conjuntival e labial
Fúrcula esternal
Perdas musculares Depleção crônica
(pescoço)
Abdômen
Privação calórica, sem perda
“Umbigo em chapéu”
ponderal significativa e flacidez
Atrofia da musculatura bi e
Depleção crônica e sarcopenia
tricipital
Membros
superiores
Atrofia das musculaturas de
Depleção crônica e sarcopenia
pinçamento
Aparência de tristeza,
Fácies crônica Desnutrição crônica
depressão
Tecido
Edema, pouca gordura Proteína e calorias
subcutâneo
Alterações psicomotoras e
sensitivas, depressão,
Sistema nervoso
fraqueza motora,
formigamento (mãos/ pés)
Alterações psicomotoras
Confusão mental, depressão,
perda sensitiva, fraqueza
motora, perda de senso de
Kwashiorkor, B1, B6, B12, ácido
Sistema nervoso posição, perda da
nicotínico
sensibilidade vibratória, perda
da contração de punho e
tornozelo, formigamento das
mãos e pés (parestesia)
Sistema
Cardiomegalia B1
cardiovascular
Sistema
Hepatoesplenomegalia Kwashiorkor
Gastrointestinal
insuficiência cardíaca congestiva,
aterosclerose, osteosarcoma.
desnutrição, diálise, enteropatia
perdedora de proteína, doença
inflamatória intestinal, síndrome
nefrótica, queimadura ou trauma,
Zinco 50-150mcg/dL
nutrição parenteral prolongada,
alcoolismo, cirrose alcoólica ou
pancreatite, anorexia, anemia
perniciosa ou falciforme, câncer com
metástase hepática, tuberculose,
talassemia, hipoalbuminemia
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA
A avaliação dos exames bioquímicos é associada à detecção das alterações metabólicas e carências
nutricionais. Devemos observar os resultados sempre fazendo a associação ao quadro clínico geral do
paciente.
As análises clínicas podem ser realizadas para: confirmar um sintoma clínico; confirmar ou descartar um
diagnóstico; monitorar uma terapia; realizar triagem e detectar doenças; e estabelecer prognósticos.
Foto: Shutterstock.com
Alguns fatores podem interferir no resultado de análises laboratoriais, como a escolha do kit de
avaliação, ou as mais comuns:
ATIVIDADE FÍSICA
Altera dosagens enzimáticas, por aumentar a atividade metabólica celular para a geração de energia e
hormônios. Dessa forma, não se recomenda que as coletas de sangue sejam realizadas após exercício
físico.
JEJUM PROLONGADO
Reduz a concentração de glicose, eleva a bilirrubina e aumenta a concentração de ácidos graxos livres.
Para facilitar, padroniza-se o tempo de jejum, que nunca deve ser superior a 12 horas, pois podemos
obter resultados falso positivos ou falso negativos pela ação do glucagon em favorecer a
neoglicogênese.
DIETA
Após uma refeição, elevam-se os níveis de potássio e triacilglicerídeos, alterando o soro sanguíneo e
aumentando a turbidez.
A ingestão de proteínas, como carne vermelha, frango ou peixe, os quais elevam os níveis de ureia.
A ingestão de etanol aumenta os níveis de lactato, ácido úrico, triacilgliceróis e gama glutamil
transferase.
Grande número de medicamentos também pode afetar as enzimas hepáticas, causando significativas
elevações.
Deve-se lembrar que o hemograma avalia quali e quantitativamente os elementos do sangue. Sua
composição consiste no eritograma (série vermelha), leucograma (série branca) e plaquetograma
(concentração de plaquetas). O hemograma consiste na análise dos leucócitos, eritrócitos, hemoglobina,
hematócrito, volume globular médio, hemoglobina corpuscular média, concentração de hemoglobina
globular média, plaquetas, para assim poder determinar o tamanho, o formato e a quantidade de células
presentes no sangue.
Valores de
Exame Causas/ Significado de Valores Anormais
Referência
Valores de
Exame Causas/ Significado de Valores Anormais
Referência
- Equilíbrio ácido-básico
- Situações normais: base:ácido 20:1
- Alcalose metabólica (ácidos e HCO3 no
Valores de
Exame Causas/ Significado de Valores Anormais
Referência
Aceitável: 1+ durante
Glicose (urina) a terapia nutricional No estresse severo (trauma, infecção).
enteral ou parenteral
- Hipotireoidismo primário;
Hormônio 0,5mcU/mL - No hipertireoidismo, hipotireoidismo
tireotrófico (TSH) -5mcU/mL secundário, terapia com hormônio da
tireoide.
Plasma arterial:
4,5mg/Dl -14,4mg/Dl Acidose lática, exercício extenuante, sepse,
Lactato
Plasma venoso: estresse, toxinas.
5-12
Transaminase
- Injúria/morte celular, infarto miocárdio,
glutâmico-
cirrose aguda, hepatite, pancreatite, doença
oxalacética (TGO)
8U/L - 33U/L renal, câncer, alcoolismo, hipotireoidismo,
ou aspartato
queimadura, trauma, distrofia muscular;
aminotransferase
- Diabetes não controlada (acidose), beribéri.
(AST)
GABARITO
A análise quantitativa é feita pela ferramenta do recordatório 24h ou registro alimentar. O Questionário
de Frequência Alimentar tem como objetivo avaliar qualitativamente a ingestão alimentar. A pesagem
dos alimentos é quantitativa e a ficha de antropometria não faz parte dos métodos.
2. A decisão que o nutricionista deve tomar para fazer a avaliação nutricional e o planejamento
dietético depende de alguns fatores e características do paciente. Assinale a alternativa que
exemplifica três dessas características:
A avaliação nutricional do paciente deve ser feita por métodos objetivos e subjetivos: investigação
dietética, investigação antropométrica, investigação bioquímica, exame físico. Todos os pacientes
passam por avaliação, exames laboratoriais e resultados de peso para se chegar a um diagnóstico.
MÓDULO 2
ANAMNESE
O atendimento nutricional completo é composto de uma consulta em que se coletam informações que
devem ser registradas em protocolo ou ficha de atendimento. Essa ficha é chamada de anamnese
nutricional e deve conter os seguintes tópicos:
História clínica, ou seja, se o indivíduo tem alguma patologia ou fez algum tratamento prévio.
Queixa principal e objetivos do atendimento (seus e do paciente, que nem sempre são os mesmos).
Verificação da composição corporal ou antropometria.
Exames bioquímicos.
Sintomas gastrointestinais.
Avaliação dietética.
Uso de medicamentos.
Atividade física.
Conduta nutricional.
A história clínica pode nos orientar em relação à alguma doença crônica ou patologia atual, como
diabetes ou hipertensão arterial, ou mesmo uma história recente de episódios de diarreia. Nesses casos,
será necessária uma atenção especial à ingestão da quantidade e qualidade de carboidratos para
pacientes diabéticos; ou da ingestão de sódio para pacientes hipertensos; e as fibras, no caso de o
paciente apresentar diarreia. Na antropometria, são anotados no prontuário:
PESO ATUAL
PESO USUAL
ALTURA
CIRCUNFERÊNCIAS
DOBRAS CUTÂNEAS
Os sintomas gastrointestinais devem receber atenção especial, pois estão diretamente ligados aos
hábitos alimentares, e muitos sintomas poderiam ser atenuados ou até mesmo superados a partir de
uma intervenção dietética. São exemplos desses sintomas: azia ou pirose, distensão abdominal,
flatulência, constipação intestinal ou diarreia.
É essencial a avaliação do ritmo intestinal, feita por meio da Escala Fecal de Bristol e do
questionamento sobre frequência das evacuações, bem como aparência e consistência das fezes.
Quadro: Escala Fecal de Bristol.
Extraído de: Matinez; Azevedo, 2012, p. 4.
ATENÇÃO
A Escala de Bristol para consistência de fezes é usada na descrição de fezes. Devemos entender que o
formato das fezes pode sofrer alterações nas patologias intestinais, como, por exemplo: diarreia infecciosa,
colite, constipação intestinal, incontinência anal e síndrome do intestino irritável.
3 e 4 – Os parâmetros de normalidade.
5, 6 e 7 – As diarreias.
PLANO DE ATENDIMENTO NUTRICIONAL
Um plano de atendimento nutricional deve conter todas as informações necessárias para o diagnóstico
nutricional, é muito importante avaliar cada parâmetro para se fazer a prescrição e o planejamento
dietético com precisão. Talvez, no início, você se sinta inseguro, ou até mesmo não saiba por onde
começar. Uma dica é iniciar pela avaliação do estado nutricional:
A partir do IMC, damos continuidade e você deve verificar se existe alguma patologia ou sintoma
relatado.
O próximo passo consiste na comparação da alimentação atual (análise do QFCA e recordatório 24h)
com a “ideal”.
O fracionamento e os horários das refeições devem estar registrados na prescrição dietética. A rotina do
paciente deve ser levada em consideração para que se possa estabelecer os intervalos mais
adequados. A recomendação da OMS é que sejam feitas as três refeições principais (desjejum, almoço
e jantar) e pequenos lanches entre elas, os quais devem atender a recomendação, oferecendo
alimentos fonte de cálcio e vitamina C.
Foto: Shutterstock.com
O plano alimentar que o paciente recebe deve conter os nomes e os horários das refeições, ao passo que os
nomes dos alimentos e/ou das preparações culinárias devem se apresentar em gramas ou mililitros e em
medidas caseiras. Além disso, o profissional deve descrever algumas orientações para ajudar o paciente a
seguir o cardápio.
COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS
Para saber a quantidade de nutrientes, é preciso consultar uma tabela de composição dos alimentos.
Sugerimos o uso da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Essa tabela completa e a
composição química dos alimentos foi analisada em laboratório. As quantidades de nutrientes presentes
nessa tabela correspondem a uma porção de 100g. Como não ingerimos uma quantidade padrão de
alimentos, é preciso calcular a quantidade de nutrientes presente na porção que foi consumida. Ao final
dos cálculos, os valores de cada nutriente devem ser somados (por coluna).
O valor energético total (VET) é proveniente do somatório das quilocalorias dos macronutrientes
consumidos. Para se chegar a esse valor, é preciso multiplicar o total de carboidratos (em g) por 4,
multiplicar o total de proteína (em g) também por 4 e, finalmente, multiplicar o total de lipídios ou gordura
total (em g) por 9.
EXEMPLO
Por exemplo, vamos supor que você calculou a ingestão alimentar do seu colega de classe e chegou aos
seguintes valores: 300g de carboidratos (CHO); 65g de proteína (PTN); 60g de gordura total (LIP).
CHO=250X 4=1000KCAL
PTN=65 X 4=260KCAL
LIP=60 X 9=540KCAL
PLANEJAMENTO DIETÉTICO
Com o valor energético total (VET), a consistência e o fracionamento da dieta definidos, é preciso
elaborar o plano alimentar para entregar ao paciente. Lembre-se de que, na medida do possível,
devemos nos atentar às preferências e nos adequar à realidade do paciente.
Foto: Shutterstock.com
Você deve colocar ao lado do nome de cada alimento ou preparação a respectiva porção habitual de
consumo, em medida caseira, como: xícara, prato raso, fatia média, colher de sopa, colher de
sobremesa, copo americano ou copo duplo. A tabela de composição dos alimentos e as tabelas da DRI
ou IDR também devem ser utilizadas na escolha dos alimentos, pois eles devem suprir as necessidades
de nutrientes do paciente. Lembre-se de que essas informações são sempre individuais.
RECOMENDAÇÃO
A recomendação é de que as refeições principais (desjejum, almoço e jantar) contemplem de 20% a 35% do
VET e os lanches de 5% a 15% do VET.
Desjejum - 20%
Colação - 5%
Almoço - 35%
Jantar - 25%
Ceia - 5%
Essa distribuição é apenas um exemplo. Você pode fazer a adequação como achar mais interessante e
adequado à rotina do seu paciente e/ou seguindo as suas próprias recomendações.
Foto: Shutterstock.com
O desjejum deve conter alimentos do grupo dos cereais e hortaliças C, leite ou derivados, e o grupo das
frutas.
Foto: Shutterstock.com
O almoço e o jantar devem conter alimentos dos grupos das hortaliças A, B e C (verduras e legumes),
do grupo dos cereais, do grupo das leguminosas e do grupo das carnes ou ovos.
Foto: Shutterstock.com
A lista de substituições é outro elemento do planejamento dietético, a qual deve ser feita por grupos
alimentares ou equivalentes em energia. O principal parâmetro utilizado no planejamento dietético e
para elaboração da lista de substituições é a pirâmide, pois os alimentos já estão divididos em grupos.
Outra facilidade de se utilizar a pirâmide dos alimentos é a quantidade de energia (kcal) fixa para cada
grupo alimentar. A partir desse valor, é possível elaborar uma lista de equivalentes de energia que
ajudará o paciente em suas escolhas alimentares.
HORTALIÇAS A E B 15
FRUTAS 70
FEIJÃO E LEGUMINOSAS 55
ÓLEOS E GORDURAS 73
É comum que os pacientes apresentem dúvidas quanto à possibilidade de trocar a fruta do lanche por
uma barra de cereais ou aumentar a quantidade de hortaliças do almoço e retirar o arroz. Quanto à
barra de cereais, o valor energético é maior do que o de uma porção de frutas e ela não apresenta as
mesmas quantidades de vitaminas e minerais, nem mesmo de fibras. A substituição do arroz por
hortaliças A reduz a ingestão de carboidratos e pode trazer alterações ao organismo, como cansaço,
queda de rendimento, perda de massa muscular e irritabilidade.
Para planejar a prescrição dietética de um paciente, a RDA ou DRI, seria o melhor parâmetro. As
questões individuais devem ser sempre analisadas com cautela para uma prescrição adequada. A EAR
não deve ser utilizada como meta de planejamento dietoterápico. Já para o planejamento de dietas de
grupos, a RDA não é considerada. Deve-se utilizar a EAR como diretriz para baixa prevalência, a IA
como meta de consumo diário e a UL para o risco de consumo excessivo.
Imagem: Shutterstock.com
Carboidratos = 4,0kcal/g
Lipídeos = 9,0kcal/g
Proteínas = 4,0kcal/g
Imagem: Shutterstock.com
NECESSIDADES HÍDRICAS EM 24 HORAS:
O estado nutricional pode ser definido como uma condição de saúde para um indivíduo ou grupo,
visando consumo, absorção e utilização de nutrientes relacionados à composição bioquímica, ao exame
físico, à história clínica e dietética. A avaliação de ingestão de alimentos é o parâmetro para avaliarmos
o equilíbrio ou o desequilíbrio na ingestão de nutrientes e na necessidade de energia e gasto energético.
O resultado dessa avaliação pode se apresentar da seguinte forma:
CARÊNCIA NUTRICIONAL
Situação em que deficiências gerais ou específicas de energia e nutrientes podem cursar com processos
patológicos.
DISTÚRBIO NUTRICIONAL
Alterações ligadas à ingestão inadequada de alimentos, por escassez ou por excesso, causando a
desnutrição ou a obesidade.
ATENÇÃO
Quando não temos um programa de cálculos para executar as dietas ou não temos tempo para calcular
um cardápio com auxílio da tabela de composição de alimentos, a lista de equivalentes é uma opção
rápida e útil para que o paciente não retorne para casa sem a devida informação. Você deve selecionar
o número de porções de cada grupo de alimentos até chegar ao valor estimado do VET. Ao calcular a
dieta por meio do sistema de equivalentes, não é possível determinar com exatidão o VET, apenas um
valor aproximado, bem como a distribuição de macronutrientes ou a quantidade de micronutrientes.
Trata-se de um método rápido para entregar um cardápio ao paciente e, assim que possível, deve-se
calcular para verificar a adequação e, se necessário, fazer as correções na próxima consulta.
VAMOS EXEMPLIFICAR?
Ao calcular um cardápio para um adulto que pesa 68kg, cuja necessidade de energia é de 1900kcal, o
nutricionista chegou aos seguintes valores de nutrientes:
CHO – 240G
PTN – 88G
LIP – 65G
CHO=240X4=960KCAL=50,6% VET
PTN=88X4=352CAL=18,6% VET
VET= 1897KCAL
g
Rela çã o proteína por peso do paciente ( kg
) =
88
68
O VET calculado está ligeiramente inferior ao proposto, com uma diferença de 3kcal. Não há
necessidade de aumento de energia por apenas 3kcal, mas precisamos prestar atenção na necessidade
de uma adequação na distribuição de macronutrientes, pois há uma ligeira tendência de excesso de
proteína e lipídeos, e redução em carboidratos.
COMENTÁRIO
O nutricionista pode rever o tamanho das porções dos alimentos fonte de proteína ou aumentar a porção de
carboidratos.
MACRONUTRIENTES
PROTEÍNAS
A proteína é um nutriente muito importante para o organismo, pois ela está relacionada às atividades
essenciais como catalizador de reações químicas (enzimas), síntese de hormônios e construção de
novos tecidos. A quantidade e a qualidade proteica devem ser observadas com atenção para garantir o
crescimento adequado e a manutenção de funções vitais do organismo.
Foto: Shutterstock.com
Encontramos proteínas em quase todos os alimentos, mas as principais fontes são os produtos de
origem animal, como carnes, ovos, leite, e produtos vegetais, como as leguminosas, devido à
concentração e distribuição de aminoácidos. As leguminosas, principalmente, o feijão, fazem parte do
hábito alimentar da população brasileira e ganharam um papel de destaque na pirâmide dos alimentos.
A unidade básica da proteína é o aminoácido. Existem cerca de vinte tipos de aminoácidos na natureza,
os quais se unem por meio de ligações peptídicas. Os aminoácidos são classificados em essenciais,
não essenciais e condicionalmente essenciais, de acordo com a necessidade do organismo em
adquiri-lo do meio externo (alimentação).
É o aminoácido limitante
Digestibilidade de
em 1 grama da proteína
proteína É um método de avaliação mais
testada dividido pelo
correlacionada ao adequado do que o valor biológico,
mesmo aminoácido na
escore de mas tem a limitação de ser um
proteína de referência
aminoácidos, também método de comparação de um
(albumina de ovo/caseína
conhecida como alimento com outro e não com a
leite). O valor resultante é
PDCAA (Protein necessidade humana de
multiplicado pela real
Digestibility Corrected aminoácidos.
digestibilidade do
Amino Acid Score).
alimento.
Compara a composição
de aminoácidos de uma
Essa comparação é feita entre
proteína ou dieta com
Escore químico alimentos e não com as
uma proteína de
necessidades humanas.
referência específica
(albumina do ovo).
Quadro: Definição e comentários de conceitos básicos para a avaliação de proteínas nos alimentos.
Extraído de: SVB, 2012, p. 22.
CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO
Triptofano Tirosina
Lisina
Histidina
Treonina
Quadro: Classificação dos aminoácidos e separação por categoria.
Adaptado de: FAO/WHO, 1995.
As proteínas de origem animal são classificadas como de alto valor biológico (AVB) por apresentarem
todos os aminoácidos essenciais em quantidade suficiente e pela fácil disponibilidade.
Os alimentos de origem vegetal, quando combinados adequadamente, podem oferecer uma qualidade
e quantidade de aminoácidos suficientes para suprir as necessidades de crescimento e manutenção dos
nossos sistemas e órgãos.
Estudamos a digestibilidade proteica, o que tem a ver com a hidrólise enzimática e a absorção dos
aminoácidos no organismo. Essa característica é que mostra a eficiência na capacidade de
aproveitamento da proteína da dieta.
A proteína líquida utilizada, Net Protein Utilization (NPU), é uma estimativa da quantidade realmente
aproveitada pelo organismo. Foi estipulado um fator de correção de acordo com a origem do alimento
para se chegar aos valores de proteína líquida.
PROTEÍNA FATOR DE
ALIMENTO QUANTIDADE NPU
BRUTA CORREÇÃO
4 colheres sopa
ARROZ 5,8g 0,5 2,9
80g
TOTAL 29,3
LIPÍDEOS
Os lipídeos são definidos como compostos orgânicos insolúveis em água. O colesterol, vitaminas
lipossolúveis, cereais e ácidos graxos fazem parte desse grupo. Os lipídeos mais abundantes nos
animais e nos alimentos são as moléculas de triacilglicerol, que consistem em três ácidos graxos unidos
(esterificados) a um álcool, o glicerol. Tecnicamente, gordura e triacilglicerol são sinônimos.
Foto: Shutterstock.com
Os ácidos graxos podem ser classificados de acordo com o número de carbonos (cadeia curta, média ou
longa) e pelo tipo de ligação entre eles. Os ácidos graxos são classificados como saturados quando as
ligações entre os carbonos do ácido graxo são do tipo simples. A presença de dupla ligação entre os
carbonos faz com que o ácido graxo seja classificado como insaturado, sendo monoinsaturado quando
temos apenas uma dupla ligação e poli-insaturado quando temos duas ou mais duplas ligações.
Os alimentos ricos em lipídeos são chamados de óleos ou gorduras; geralmente, o óleo para aqueles de
origem vegetal e a gordura para os de origem animal. A diferença entre eles é o estado físico em
temperatura ambiente, sendo os óleos líquidos e as gorduras sólidas.
RECOMENDAÇÃO
A recomendação é que a ingestão de gordura saturada não deve ultrapassar 10% do VET, de acordo com o
Guia Alimentar para a População. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, na V Diretriz
Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2013), a ingestão de gordura saturada deve ser
inferior a 7% do VET.
O ácido linoleico (ω6) é encontrado nos óleos vegetais (soja, milho, girassol, algodão) e nas sementes
oleaginosas (nozes e castanhas). O ácido linolênico (ω3) é encontrado nos peixes de águas frias
(sardinha, atum, salmão, entre outros), semente de linhaça, chia e óleo de canola.
O principal ácido graxo do azeite de oliva é o ácido oleico, embora esse não seja essencial ao
organismo, deve ser consumido regularmente.
Isso porque auxilia na manutenção do colesterol, mantendo-o em níveis adequados, além de conter
substâncias antioxidantes e ser excelente fonte de vitamina E.
Observamos que boa parte da população ainda consome mais gordura do que deveria, principalmente
do tipo saturada.
CARBOIDRATOS (CHO)
Os macronutrientes nos fornecem energia, são nossa fonte exógena de produção de glicose e
influenciam diretamente na elevação da glicemia. Contudo, não são absorvidos em sua totalidade ou na
mesma velocidade, ou seja, apresentam efeitos diferentes no perfil glicêmico sanguíneo.
ATENÇÃO
O carboidrato é o nutriente que mais afeta a glicemia, pois quase 100% pode ser convertido em glicose em
um tempo que pode variar de 15 minutos a 2 horas. Os carboidratos não refinados, ou seja, aqueles com
fibra natural intacta, apresentam distintas vantagens sobre as versões altamente refinadas, como farinha e
arroz brancos. Os carboidratos integrais possuem menor índice glicêmico, promovem maior saciedade e
propriedades de ligação com o colesterol, como é o caso das fibras solúveis.
As proteínas e os lipídios não elevam a glicemia da mesma forma que os carboidratos, seu efeito vai
depender das quantidades consumidas e do equilíbrio entre os demais alimentos e nutrientes. Muitos
alimentos referidos como fontes de proteína ou gordura também contêm carboidratos.
Os carboidratos são energéticos, sendo o nutriente mais utilizado pelo organismo e, por isso, compõem
a base da pirâmide dos alimentos: pães, cereais, farinhas, bolos, biscoitos, arroz, massas, raízes e
tubérculos.
Os carboidratos classificam-se em complexos (amido), ricos em fibras (cereais e grãos integrais) e são
absorvidos de forma mais lenta que alimentos pobres em fibras, como massa branca, arroz branco, pão,
farinha refinada e batata tipo inglesa, os quais devem ser consumidos com moderação.
Os carboidratos devem representar de 40% a 60% do valor calórico total do plano alimentar (VET).
Ainda falando sobre a classificação dos carboidratos, temos também os CHOs simples (glicose,
sacarose, frutose e lactose) ou CHO complexos (amido, pães, bolos etc.). Ambos interferem do mesmo
modo na glicemia, diferindo apenas no tempo de absorção.
Imagem: Shutterstock.com
Carboidratos com baixo índice glicêmico (BIG) atingem a corrente sanguínea de forma lenta e contínua,
promovendo maior estabilidade da glicemia. Por isso, sempre que possível, deve-se dar preferência aos
alimentos que tenham índice glicêmico (IG) menor que 55. Uma maneira interessante de reduzir o índice
glicêmico dos alimentos é o acréscimo de fibras às preparações.
FIBRAS
Embora as fibras sejam também classificadas como carboidratos, pertencem ao grupo dos
oligossacarídeos, sendo eliminadas nas fezes pelo organismo, principalmente as fibras do tipo insolúvel.
Justamente por essa razão são importantes para a manutenção das funções gastrointestinais e a
consequente prevenção de doenças relacionadas à alimentação. Devem constar no planejamento das
refeições, sendo facilmente encontradas em alimentos de origem vegetal, como hortaliças, frutas e
cereais integrais.
Fibras solúveis
Têm a importante função do controle glicêmico (especialmente as pectinas e as betaglucanas).
Fibras insolúveis
Na fisiologia intestinal, aumentam o bolo fecal e, dessa forma, aceleram o trânsito intestinal.
MICRONUTRIENTES
Nas últimas décadas, a população brasileira tem aumentado o consumo de alimentos processados, com
alto valor calórico e pobres em nutrientes, em substituição ao consumo de alimentos mais saudáveis e
nutritivos, como as frutas e as hortaliças. A quantidade de micronutrientes necessária para cada paciente
depende de vários fatores, como sexo, idade, nível de atividade física, presença de patologias, entre
outros.
Foto: Shutterstock.com
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
A, D, E, K (solúveis em gordura e dependentes da bile para absorção e quilomícrons para transporte até
o fígado).
Funções: Não contêm energia, mas são necessárias para as reações energéticas e enzimáticas; agem
regulando as funções celulares e são envolvidas no mecanismo de proteção (imunológicas).
Nosso corpo necessita em grandes quantidades (cerca de 1 a 2 gramas diárias) de alguns minerais e
são considerados macrominerais. Incluem cálcio, cloro, magnésio, fósforo (presente no corpo,
principalmente, sob a forma de fosfato), potássio e sódio.
Os minerais com necessidades diárias mínimas são chamados de microminerais. Incluem cromo,
cobre, flúor, iodo, ferro, manganês, molibdênio, selênio e zinco. Todos esses minerais, exceto o cromo,
são encontrados em reações enzimáticas ou hormônios reguladores do nosso metabolismo.
Funções: Necessários para crescimento, reprodução e manutenção das células; fazem parte de tecidos
e órgãos, e são envolvidos na contração muscular e na transmissão dos impulsos nervosos.
Algumas vitaminas (como as vitaminas C e E) e alguns minerais (como o selênio) atuam como
antioxidantes, assim como outras substâncias presentes em frutas e hortaliças, como o corante natural
betacaroteno. Os antioxidantes protegem as células contra os danos causados pelos radicais livres, que
são subprodutos derivados de oxigênio e fazem parte da atividade normal celular.
VITAMINAS
VITAMINA C
A vitamina C ou ácido ascórbico faz parte do grupo das vitaminas hidrossolúveis que atuam na síntese
de colágeno e defesas antioxidantes celulares. Também participa do sistema imune atuando na
manutenção da barreira epitelial, no crescimento e na migração celular, na fagocitose e na produção de
anticorpos.
Imagem: Shutterstock.com
A deficiência grave de vitamina C acarreta escorbuto, cujos sintomas são fraqueza, astenia, inflamação
das gengivas, alterações no cabelo, hemorragias e dificuldades de cicatrização de feridas. Pimentão
amarelo, mamão papaia, goiaba, caju, brócolis, frutas cítricas, como laranja, limão, mexerica, acerola e
morango são alimentos ricos em vitamina C.
VITAMINAS DO COMPLEXO B
Elas desempenham papéis importantes para o nosso organismo, estando envolvidas na geração de
energia (ATP), na saúde da pele e do sistema imunológico, além de uma série de outros processos.
VITAMINA B1 (TIAMINA)
Atua no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Contribui para o adequado funcionamento
do sistema nervoso. Apresenta-se em diversos alimentos de origem animal e vegetal, como carnes,
vísceras (especialmente, fígado e coração), gema de ovo e grãos integrais. Sua deficiência no
organismo pode levar a uma doença chamada beribéri, que afeta o sistema nervoso e o cardiovascular.
VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA)
É importante para a formação das células sanguíneas, eritrócitos ou hemácias. Durante a gravidez, a
fase de lactação e o crescimento infantil, devemos dar uma atenção especial. Pode ser encontrada em
produtos derivados do leite, folhas verdes e vísceras.
VITAMINA B3 (NIACINA)
Atua diretamente no metabolismo de carboidratos e proteínas, síntese de gorduras e de respiração. A
deficiência pode ocasionar alterações digestivas, como a inflamação das mucosas do trato
gastrointestinal cursando com diarreias. Alimentos fonte são as carnes magras, aves, peixes, amendoim
e leguminosas.
VITAMINA B6 (PIRIDOXINA)
Atua na metabolização de proteínas, carboidratos e gorduras, e no funcionamento do sistema nervoso.
Encontrada em muitos alimentos: aves, peixes, fígado, cereais e leguminosas.
VITAMINA B7 (BIOTINA)
Conhecida como vitamina H ou biotina, regula a expressão dos genes. Participa da manutenção da
glicose no sangue, manutenção de cabelos e unhas. Assim como a maioria das vitaminas do complexo
B, é facilmente encontrada nos alimentos, as fontes são o fígado de vários animais, os cereais, os grãos
e os vegetais. Sua carência ocasiona queda de cabelo, conjuntivite, perda do controle muscular e
dermatite esfoliativa na região dos olhos, nariz e boca. Além disso, predispõe-se a problemas
neurológicos e gastrointestinais.
VITAMINA A
SAIBA MAIS
A vitamina A também é chamada de vitamina anti-infecciosa e muitas das defesas do corpo contra infecções
dependem de um aporte adequado. Estudos indicam que a resposta imune possa ser prejudicada pela sua
carência.
A presença de gordura, bile e suco pancreático permite que vitamina A seja absorvida e armazenada nos
tecidos. No fígado, as reservas são hidrolisadas pelas enzimas em retinol livre, e transportadas por um
complexo proteico ligante para todos os tecidos do nosso corpo.
Atuação no sistema imune, promovendo aumento da resistência corporal contra os agentes infecciosos.
É importante na estabilidade celular e nos tecidos do sistema imune.
Dos mais de 600 carotenoides conhecidos, aproximadamente 50 são precursores da vitamina A. Entre
eles, o β-caroteno, que é o mais abundante em alimentos e o que apresenta a maior atividade de
provitamina A. O licopeno é um carotenoide sem ação de bioconversão em vitamina A.
SAIBA MAIS
A deficiência de vitamina A acarreta xeroftalmia, que pode causar cegueira ou até morte em crianças. As
manifestações da xeroftalmia são: manchas de Bitot — localizadas na parte exposta da conjuntiva; xerose —
nos estágios mais avançados, a córnea fica afetada, assumindo aspecto granular e ressecado;
ceratomalácia, cegueira irreversível – ulceração progressiva da córnea, levando à necrose e à destruição do
globo ocular.
VITAMINA D
É um micronutriente da classe dos lipossolúveis, as suas principais fontes são alimentos de origem
animal e vegetal, além de ser produzida no organismo, por ação da radiação ultravioleta (UVB), pela
pele.
Imagem: Shutterstock.com
Contribui para o equilíbrio do metabolismo de cálcio e fósforo, agindo como um pró-hormônio, na
constituição de ossos e dentes saudáveis e no crescimento adequado. O papel dessa vitamina no
sistema imunológico tem sido amplamente estudado, pois atua na diferenciação celular de linfócitos,
macrófagos e Natural Killer (NK), modulando também a produção de citocinas inflamatórias.
Após ser consumida via alimentação, é necessária a ação da bile para sua absorção e, dessa forma,
segue para o fígado pela linfa, transportada pelos quilomícrons.
A vitamina D, quando sintetizada pela pele, após exposição à luz solar, transforma-se na forma ativa – o
25 hidroxicalciferol – e sempre se armazena no fígado.
Inibição de interleucinas (IL-2 e IL-6), do interferon gama (INFy), do fator de necrose tumoral (TNF) e da
produção de autoanticorpos pelos linfócitos B.
Participação da absorção de zinco, que apresenta interação com enterócito prejudicada quando os
níveis de magnésio, cálcio e fósforo se encontram elevados.
Atuação na ativação da 1-alfa-hidroxilase, mantendo a imunidade, a função vascular, um bom tônus dos
miócitos e reduzindo o processo infeccioso.
Raquitismo em crianças, em que os sintomas são: fraqueza muscular, dor nos ossos e articulações,
além de atraso no crescimento.
MINERAIS
Zinco, iodo e ferro são minerais traço (microminerais) que ganham importância devido à alta prevalência
de carências na população brasileira e mundial, evidenciando, assim, a necessidade de reduzir as
deficiências desses micronutrientes na população brasileira, apoiadas em programas de suplementação.
Acompanhe a seguir algumas características e manifestações clínicas da deficiência desses minerais.
FERRO
Imagem: Shutterstock.com
O ferro de fontes vegetais (não heme) tem baixa biodisponibilidade e necessita da presença de vitamina
C para ser melhor absorvido. Já o ferro de fontes animais (heme) tem maior biodisponibilidade, sua
forma química permite que seja absorvido sem interferência de outros fatores dietéticos, como fitatos e
taninos presentes nos alimentos de origem vegetal.
ATENÇÃO
As mulheres, normalmente, apresentam maior necessidade desse elemento devido às perdas mensais na
menstruação.
O ferro é um mineral que exerce várias funções importantes no organismo, como participar dos
processos de crescimento e desenvolvimento do organismo, principalmente no período da infância e
durante a gestação, além de atuar na manutenção das funções orgânicas e melhoria da capacidade
física e mental.
Fígado de boi, carnes, vegetais verde-escuros (bertalha, espinafre, brócolis, couve etc.), leguminosas e
melado de cana são alimentos que contêm ferro.
ZINCO
O zinco é uma substância que participa da ação de várias metaloenzimas e metaloproteínas, sendo fator
indispensável no metabolismo de vários tipos celulares.
Imagem: Shutterstock.com
O zinco é um mineral que, após ser absorvido, é liberado pelo enterócito através dos capilares
intestinais, seguindo via sistema portal, e captado pelo fígado. Assim, finalmente, é distribuído aos
outros tecidos corporais.
Lesões na pele, como dermatite bolhosa pustular, que são similares à acrodermatite enteropática e à
dermatite acro-orificial.
Mariscos, ostras, carnes vermelhas, fígado, miúdos, ovos, nozes e leguminosas são consideradas as
melhores fontes de zinco.
IODO
A legislação brasileira contempla as necessidades diárias de iodo por meio da adição do sal de cozinha
com concentrações de 20 a 60 partes por milhão (ppm) em alimentação normossódica (<5g/dia de sal),
que conterá de 100 μg a 300μg de iodo, atendendo às recomendações.
ATENÇÃO
O iodo desempenha funções importantes, como melhorar a capacidade física e mental e, consequentemente,
a aprendizagem e a produção no trabalho. São fontes de iodo de origem animal: sardinhas, atum, ostras e
moluscos.
CÁLCIO
É um dos elementos encontrados no nosso organismo em maior quantidade. Está presente em 1,5% a
2% do peso corporal e em 39% dos minerais corporais.
Imagem: Shutterstock.com
VOCÊ SABIA
99% desse mineral encontra-se nos ossos e dentes (cristais de hidroxiapatita), apenas 1% está no sangue
circulante.
O cálcio participa de muitas funções no nosso corpo, entre as mais importantes, a mediação da
contração muscular e da vasodilatação vascular, transmissão nervosa e secreção glandular e
manutenção óssea. O pico do aumento da taxa de deposição de cálcio nos ossos começa na
adolescência e reduz a partir dos 30 anos de idade.
Destaca-se que o cálcio não pode ser produzido endogenamente, ou seja, só pode ser obtido pela
alimentação. Os principais alimentos que atuam como fonte de cálcio são o leite e seus derivados
(iogurte e queijo), principalmente, aqueles com baixo teor de gorduras. A biodisponibilidade do cálcio nos
produtos derivados de leite está diretamente ligada ao conteúdo de vitamina D e a presença de lactose,
ambos elevam a sua absorção intestinal.
Temos como ponto importante o fato de o pH do leite ser alcalino, por essa razão, o cálcio é mantido em
suspensão pela formação de caseinato de cálcio, de citrato de cálcio, formando um complexo com a
lactose. A lactose, o caseinato e o citrato encontrados no leite e derivados parecem explicar a melhor
absorção de cálcio dessas fontes em relação a outras fontes alimentares. Apesar de os queijos não
serem boa fonte de lactose, o cálcio permanece biodisponível.
Fotot: Shutterstock.com
A principal fonte de Ca da dieta é o leite e seus derivados, que fornecem mais de 40% do Ca ingerido
por indivíduos adultos, seguido de cereais e derivados, com outros 30%. Dentre outras fontes de Ca,
podemos citar frutas e verduras, como: mamão, laranja, couve, brócolis, rabanete, acelga, couve e
agrião; e ainda, outros cereais, leguminosas, oleaginosas; sardinha, salmão, mariscos.
A) Condicionais/síntese.
B) Sintéticos/manutenção.
C) Essenciais/síntese.
D) Síntese/não essenciais.
E) Não essenciais/síntese.
GABARITO
Os macronutrientes são nutrientes que o nosso corpo necessita em maiores quantidades. Dentre eles, o
carboidrato é o nosso combustível preferencial.
2. Leia com atenção as proposições abaixo e assinale a alternativa que corresponde às palavras
das lacunas.
Os aminoácidos _____________ não são produzidos pelo organismo, devem ser consumidos
diariamente. Uma das funções dos aminoácidos no organismo é a _______________ de
hormônios.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ciência da Nutrição sofre uma grande pressão da mídia, que investe cada vez mais nas matérias sobre
as escolhas alimentares, divulgando alimentos e dietas da moda. Com isso, determinados alimentos são
transformados em milagrosos ou maléficos e devem ser incluídos ou excluídos da alimentação diária.
Boa parte dessas informações são incompletas ou erradas e são expostas de forma inadequada,
gerando expectativas e frustração em grande parte das pessoas que adotam, ainda que temporiamente,
essas escolhas alimentares. É muito comum, por exemplo, ouvir pessoas comentarem que uma dieta
saudável é composta por alimentos insossos, sem sabor e sem graça. Isso não é verdade!
A avaliação nutricional é composta por cálculos, e sabemos que a maioria das pessoas que buscam a
área da saúde não possui afinidades com a área de exatas e as ciências da Matemática, mas, acredite,
após algum tempo de experiência, tudo fica bem mais simples e mecânico, como aprender a dirigir. No
início, é necessário alta concentração, porém, com o passar do tempo e maior prática, tudo fica
automático.
A análise laboratorial é um ponto muito importante na prática clínica do nutricionista, assim como a
escolha do método de aferição de peso e distribuição de gordura corporal e massa muscular. Portanto,
escolha o método que você se sinta mais confiante. Lembre-se de que, na distribuição da dieta,
devemos fazer uma ficha de atendimento bastante completa e anotar todas as informações de forma
clara para facilitar o atendimento nutricional e contribuir para o retorno do paciente.
Não se esqueça de que os macronutrientes devem ser distribuídos sempre dentro da recomendação, de
modo que se utilize o bom senso na hora de distribuir. Por exemplo, se estamos atendendo a um
paciente que se encontra em obesidade, podemos trabalhar na faixa inferior da distribuição de
carboidratos e lipídeos. Elementos importantes da prescrição dietética devem ser sempre lembrados,
tais quais, ômega 3, vitamina C e cálcio.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA.
ABESO. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. São Paulo, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. Brasília, 2014.
FRISANCHO, A. R. New noms of upperlimb fat muscle áreas for assessment of nutritional status.
American J Clinc. Nutr., 1981
JACKSON, A. S.; POLLOCK, M. L; WARD, A. Generalized equations for predicting body density of
men. British Journal of Nutrition, 1978.
JACKSON, A. S; POLLOCK, M. L.; WARD, A. Generalized equations for predicting body density of
women. Medicine & Science Sports. Exercise, 1980.
LOHMAN, T.G. Advances in body composition assessment. Champaign: Human Kinetics, 1992.
Applicability of body composition techniques and constants for children and youths. Exercise and Sports
Sciences Reviews, v.14, p.325-327, Baltimore, 1986.
MAHAN, L. K.; RAYMOND, J. L. Krause: Alimentos Nutrição e Dietoterapia. 14. ed. Elsevier, 2018.
MATINEZ, A. P.; AZEVEDO, G. R. Tradução, adaptação cultural e validação da Bristol Stool Form
Scale para a população brasileira. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2012, p. 4.
PETROSKI, E. L. Análise do peso hidrostático nas posições sentada e grupada em homens e
mulheres. KINESIS, v. 10, n2, p. 49-62, 1992.
SIRI, W. E. Body composition from fluid space ans density. In: BROZEK, J.; HANSHEL, A. (Eds).
Techniches from measuring body composition. p.223-224. Washinton, D.C. National academy of science,
1961.
WIEBE, K.; GOLLEHON, N. Agricultural Resources and Environmental Indicators, 2006 Edition. In:
USDA. Economic Research Service. Publicado em: jul. 2006. Consultado na internet em: 16 jun. 2021.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry.
Technical report series, Geneva, 1995.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo, leia:
Nutrição do adulto – Diretrizes para a assistência ambulatorial, das autoras Elisama Costa Lopes,
Renata Junqueira Pereira e Fabiane Aparecida Canaan Rezende, publicado em 2019 pela
Universidade Federal do Tocantins (UFT).
CONTEUDISTA
Mônica Dalmácio Silveira Campos