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INTRODUÇÃO

Atwater foi um pioneiro na pesquisa nutricional e o primeiro a desenvolver


vários dos componentes necessários para a elaboração de guias alimentares.
Em 1894 publicou tabelas de composição de alimentos e padrões alimentares
para a população norte-americana. A partir daí, vários guias foram propostos
para diferentes grupos populacionais com diferentes formas de apresentação.
Buscou-se uma forma gráfica de distribuição dos alimentos para melhor
entendimento da população. Seu conteúdo também foi modificado devido a
novas concepções sobre alimentação, como o consumo de gorduras e
açúcares, que varia de acordo com a população a que se destina. Nos Estados
Unidos, após pesquisa para verificar qual forma gráfica era mais aceita pela
população, observou-se que a distribuição de alimentos em forma de “roda”
não surtiu os resultados esperados. Foram testadas diversas formas de
apresentação dos alimentos: em pilhas, em utensílios (copo, tigela, prato), em
carrinho de supermercado e, por fim, em forma de pirâmide. No Brasil, até a
década de 1980, os “grupos de alimentos” atendiam aos objetivos propostos
nas tabelas de recomendação. Em 1974, o Instituto de Saúde, da Secretaria da
Saúde do Estado de São Paulo, publicou um documento no qual recomendava
a representação dos alimentos em grupos. A introdução da Pirâmide Alimentar
para a população americana e a repercussão favorável da apresentação dos
alimentos em porções foram fatores decisivos para a proposta de adaptação à
nossa população.
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DESENVOLVIMENTO

A pirâmide é um gráfico esquematizado da quantidade de alimentos


necessário diariamente para uma nutrição saudável e adequada. Visa orientar
as pessoas como um guia alimentar. A quantidade exata de cada alimento que
um individuo precisa consumir diariamente depende de vários fatores como
idade, sexo, peso, predisposição para a obesidade, necessidades individuais,
etc. por isso é necessário o planejamento alimentar junto de um profissional da
área nutricional para planejar corretamente a dieta adequada.
Cada parte da pirâmide representa um grupo de alimentos e sua proporção que
deve ser consumida diariamente. Assim, os alimentos que precisam ser
consumidos em maior quantidade estão na base da pirâmide e os alimentos
que precisam ser consumidos em menor quantidade ou evitados estão no topo.

A pirâmide alimentar defende os princípios básicos de uma alimentação


saudável: variedade, equilíbrio e moderação.

 Variedade: Fornecer uma ampla seleção de alimentos diariamente. Não


há um alimento completo, que forneça todos os nutrientes necessários a
uma boa nutrição e consequente manutenção da saúde. Uma
alimentação variada incluir alimentos de todos os grupos da pirâmide
que juntos atenderão as recomendações nutricionais.
 Equilíbrio: uma alimentação equilibrada incorpora diariamente
quantidade adequada e indicação do numero de porções
recomendadas, dos diferentes grupos alimentares, provendo calorias e
nutrientes necessários.
 Moderação: controle no consumo dos alimentos do grupo das gorduras
e açúcares, sal e quantidade de calorias (USDA, 1992; PHILIPPI, 2000;
CUPPARI, 2005; BRASIL, 2014)

Também apresentam variações de acordo com os hábitos, cultura e


diversidade de alimentos do local em que ela foi formulada. Ainda assim, todas
elas têm o objetivo comum de orientar para uma alimentação mais nutritiva e
saudável.
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- ESTADOS UNIDOS

A primeira pirâmide alimentar foi formulada e divulgada em 1992 pelo


Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Essa primeira pirâmide foi
dividida em oito grupos divididos em quatro andares, onde o principal alimento
consumido deveria ser o carboidrato.

 1º Andar (base da pirâmide): Carboidratos;


 2º Andar: Frutas e Hortaliças;
 3º Andar: Leites e Derivados, carne e leguminosas;
 4º Andar (todo da pirâmide): Doces e gorduras.

Este tipo de formulação piramidal levantou questões sobre possíveis danos à


saúde. Assim como existem carboidratos que fazem mal à saúde e estão
localizados na posição privilegiada da pirâmide, existem gorduras e lipídios
essenciais para o bom funcionamento do organismo. A ingestão de lipídios é
essencial para processos como a manutenção da membrana plasmática
celular.

A nova pirâmide alimentar continha apenas sete pisos alimentares. Também


chamado de Pirâmide Funcional, esse tipo de infográfico foi criado em Harvard
levando em consideração estudos sobre alimentos regulatórios, fibras e outros
fatores que também contribuem para uma melhor qualidade de vida. Ele
também considerou saudável o consumo moderado de vinho para evitar
doenças cardiovasculares.

 1º andar (base): Prática de atividade física e consumo de água.


 2º andar: Cereais integrais (fonte de fibras) e óleos vegetais, como
azeite (fonte de lipídios).
 3º andar: Legumes, frutas e verduras (fonte de vitaminas e minerais).
 4º andar: Oleaginosas, como castanhas (fibras e vitaminas) e
leguminosas como feijão e grão de bico (proteína vegetal e minerais).
 5º andar: Peixes, frangos e ovos (proteína animal).
 6º andar: Laticínios, como queijo e iogurte (proteínas e minerais como
cálcio).
 7º andar (topo): Carne vermelha, manteiga, arroz não-integral, doces,
macarrão e alimentos processados (fonte energéticas com elevado
índice de gorduras saturadas, carboidratos prejudiciais e gorduras
trans).

Em 2011, os EUA formularam uma nova proposta de infográfico para substituir


a pirâmide funcional. O infográfico tem formato circular, como um prato, e não é
tão detalhado quanto a pirâmide funcional. Também se concentra apenas nos
hábitos alimentares, não mostrando atividade física ou consumo de água.
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- BRASIL

A primeira pirâmide alimentar brasileira foi criada em 1999, baseada


principalmente nos padrões alimentares norte-americanos. Em 2013, o
Ministério da Saúde divulgou uma nova pirâmide alimentar que levou em
consideração a realidade do Brasil e a disponibilidade de alimentos. A principal
característica da pirâmide brasileira de 2013 foi a inclusão de alimentos
tipicamente brasileiros, como arroz e feijão. Com a intenção de alertar quanto
aos problemas da obesidade, a pirâmide brasileira propõe o consumo de 2000
calorias diárias, diferente da pirâmide americana que estipula um valor de 2500
calorias diárias.
A ultima atualização do Ministério da Saúde para a alimentação brasileira
saudável foi a criação de um “Guia Alimentar para a População Brasileira”
para auxiliar na formulação de uma dieta mais saudável, prevenindo doenças
como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
O Guia deixa de considerar grupos alimentares e quantidades e se concentra
na forma de produção do alimento, sugerindo evitar comidas processadas
industrialmente e os famosos fast-foods.

Os alimentos estão distribuídos na Pirâmide Alimentar em oito grupos e em


quatro níveis. Cada grupo possui a quantidade de porções de alimentos a
serem consumidas diariamente, que varia de acordo com a necessidade
individual. Os alimentos que estão na base da pirâmide devem ser consumidos
em maior quantidade e, os que estão no topo, em menor quantidade.

Topo da pirâmide - nível 1

No topo da pirâmide estão representados os alimentos que devem ser


consumidos com moderação, pois além de calóricos, podem aumentar os
riscos de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e outras
enfermidades. Neste grupo estão os doces, açúcares, óleos e gorduras.

Figura 1: Grupo dos doces, açúcares, óleos e gorduras

Fonte: PHILIPPI, 2013


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Parte intermediária alta - nível 2

No segundo nível da pirâmide estão os alimentos de fontes de proteínas


animais, carnes, ovos, leite e derivados; proteínas vegetais como as
leguminosas

Figura 2: Grupo das proteínas animais e proteínas vegetais

Fonte: PHILIPPI, 2013

Parte intermediária baixa - nível 3

Em seguida, encontramos o grupo das frutas, verduras e legumes que


fornecem vitaminas, minerais e fibras para o nosso corpo.

Figura 3: Grupo das frutas, verduras e legumes

Fonte: PHILIPPI, 2013

Base da pirâmide - nível 4

Na base da pirâmide, encontramos os alimentos rico sem carboidratos como


massas, pães, cereais, arroz, mandioca, cará, inhame, batata doce. Por
estarem no maior grupo, devem ser consumido sem maiores quantidades
durante o dia.

Figura 4: Grupo dos carboidratos

Fonte: PHILIPPI, 2013


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Os grupos de alimentos devem ser distribuídos ao longo dia e os alimentos


de um grupo não podem ser substituídos por alimentos de outros grupos, pois,
todos são importantes e necessários, e nenhum grupo deve ser excluído ou
inadequadamente substituído (PHILIPPI, 2013). Os alimentos dever ser
consumidos principalmente em sua forma natural e integral (como pães,
massas e cereais), reforçando o consumo dos grupos das frutas e dos legumes
e verduras. Utilizar corretamente o número de porções de cada grupo da
pirâmide alimentar, na proporção e variedade recomendadas.
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CONCLUSÃO

As recomendações sobre a utilização da pirâmide alimentar servindo como


guia para escolha dos alimentos e definição das porções na composição
de uma dieta saudável. A representação gráfica dos alimentos na forma
de pirâmide deve ser dinâmica, considerando-se a especificidade do grupo
populacional com o qual se trabalha (crianças, adultos, adolescentes, idosos e
outros). A quantificação dos alimentos equivalentes apresentada se constitui
em importante ferramenta na formulação de dietas como subsídio para guias
alimentares, como informativo, pois estão apresentados de forma clara,
possibilitando fácil entendimento e aplicação. A definição de alimentos
substitutos em energia não deve ser vista como a única estratégia de
orientação nutricional individual ou para grupos populacionais. É importante
que a pirâmide alimentar seja sempre avaliada e adaptada em função dos
objetivos a que se destina, da população a ser atingida, respeitando-se a
disponibilidade de alimentos e os hábitos alimentares locais, mantendo-se
como um guia prático de orientação nutricional.
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REFERÊNCIAS

GOMES, H, M, S., TEIXEIRA, M, B. Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia do Triângulo mineiro (IFTM) – Uberaba (MG).
(IP&D – UNIVAP) – São José dos Campos (SP). Set/Dez. 2016. Brasil.

PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos. Fundamentos básicos da nutrição.


Barueri: Manole, 2008.

PHILIPPI, S. T. Redesenho da Pirâmide Alimentar Brasileira para Uma


alimentação saudável, 2013. Disponível em.
<http://www.piramidealimentar.inf.br/pdf/ESTUDO_CIENTIFICO_PIRAMIDE_pt.
pdf> Acesso em 12 de agosto de 2016.

TUCUNDUVA, S., ROMERO, A., RODRGUES, A, T., CISOTTO, L.


Departamento de Nutrição, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de
São Paulo – São Paulo (SP). Jan/abr., 1999. Brasil.

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