Você está na página 1de 17

CLINICA CIRÚRGICA DE O tecido proliferativo é inflamatório, se estimular a

inflamação ele continua a proliferar.


GRANDES ANIMAIS
PROF° RODRIGO ROLIM Se esse tecido proliferar de forma desordenada, faz o
2° BIMESTRE controle medicamentoso. Isso acontece pq
provavelmente o estimulo que está sendo feito, continua
ULTIMA AULA DO PRIMEIRO BIMESTRE
sendo feito, pode ser na lavagem, no ambiente, no
temperamento do animal.
ABORDAGEM DO PACIENTE
LACERADO AULA 25/04/2023
CONTINUAÇÃO...
As lacerações tem uma casuística significativamente
grande em equinos, independente da categoria do 3ª fase ➔ Fase de maturação ou de retração tecidual
animal. apesar de ser uma situação comum na clínica Nessa fase o tecido de granulação fica mais plano e há
de equinos, não há descrito técnicas e a abordagem do uma reorganização celular no leito da ferida para
animal lacerado, sendo o principal erro a forma de preparar para a reepitelização. Nessa fase, com o leito
abordagem de equino, pois ao sofrer um trauma ou preparado pode realizar enxerto de pele com Punch,
laceração o animal pode ter uma reação violenta e onde retira-se fragmentos de pele do pescoço ou da
agravar o caso se não houver uma contenção costela e coloca no leito, acelerando o fechamento da
adequada. Além disso, a limpeza inadequada dos ferida. Enquanto o tecido de granulação estiver mais alto
ferimentos é um problema no manejo desses animais. do que as bordas da ferida, não haverá reepitelização.

Pode ocorrer deiscência de sutura em equinos devido Vale ressaltar que entre essas fases, há as chamadas
ao tempo de evolução do caso, tensão da sutura, fases de interseção, em que as 3 fases estão ocorrendo
ausência de tecido subcutâneo, etc. É comum ouvir que simultaneamente em áreas diferentes da ferida.
o equino tem a “carne podre” devido a falhas na sutura, Vai depender do tamanho da ferida.
porém isso deve-se a processos infecciosos que Não é uma sequência.
ocorrem pela falta de esterilização dos equipamentos,
falta de antibioticoterapia adequada e falta de limpeza. Exemplo = ferida que tem acesso ao osso, é necessário
fazer a escarificação. Pra saber que ta escarificado,
FASES DA CICATRIZAÇÃO observar se sangra.
1ª fase ➔ Fase inflamatória
Nesta fase há aumento da vascularização (o que causa Observações importantes
os sinais da inflamação como calor, rubor, dor e edema) As fases não são exclusivamente sucessivas e podem
– início da migração celular, para direcionar células de ocorrer de modo sobreposto dependendo do grau de
defesa para proteger o organismo, pois houve uma acometimento de cada área da ferida.
ruptura da pele, que é a primeira barreira protetora do Ex: ferida grande.
organismo. • Região periférica = fase de maturação;
• Região central = fase inflamatória;
Nessa fase deve-se tomar cuidado com o uso de anti- • Deve-se escarificar o meio da lesão para
inflamatórios, pois estes podem retardar a cicatrização. aumentar inflamação e reepitelização, quanto
Para evitar uma inflamação exacerbada deve mais inflamado, menos regeneração.
primeiramente realizar um procedimento cirúrgico • Lesão em locais de alta tensão e movimentação
adequado e controlar a dor com outros analgésicos, (como o joelho), tem uma cicatrização mais
como opioides e alfa-2 agonistas. demorada.
A falta de imobilização prejudica a
2ª fase ➔ Fase proliferativa neoangiogênese ➔ que deixa o tecido mal
Nessa fase há a proliferação celular e formação de oxigenado ➔ formando tecido conjuntivo
tecido de granulação. fibrinoso.
O maior tecido de granulação nos cavalos é abaixo do A neoangiogênese precisa de uma boa
distal ao carpo e tarso. Só tem osso, tendão, ligamento estabilização, são vasos finos.
e pele, fica muito exposto, a fase proliferativa age rápido.
O tecido fibroso não promove a reparação e
nem a estabilização.

CICATRIZAÇÃO X REGENERAÇÃO
Cicatrização é a reposição com células de tecido
conjuntivo. Pode resultar em sepse. O processo infeccioso pode
danificar o tecido e chegar ao vaso, que no processo
Regeneração é a recuperação com a formação do inflamatório aumenta a vascularização.
mesmo tecido, ocorrendo somente no fígado e nos
ossos. Em cães, o mais comum disso acontecer é por limpeza
de tártaro, a gengiva é extremamente vascularizada e
Quanto maior o grau de diferenciação (muitos detalhes), cavidade oral extremamente contaminada. Essa
menor a capacidade de regeneração. condição pode levar o animal a uma miocardite.

TIPOS DE CICATRIZAÇÃO AULA 02/05/2023


• 1ª intenção
• 2ª intenção CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA DE ACORDO COM
• 3ª intenção COMPROMETIMENTO TECIDUAL
Estagio 1: comprometimento da epiderme, sem perde
1ª intenção tecidual. Ex: escarificação.
Na epitelização devido a capacidade do tecido tem de
reparar Estagio 2: há perde tecidual, comprometendo epiderme
e derme.

Estagio 3: há comprometimento total da pele e necrose


de tecido subcutâneo, mas sem atingir a fáscia
muscular.

Estagio 4: há grande destruição tecidual, chegando a


2° intenção
ocorrer lesão óssea ou muscular.
Precisa da fase proliferativa, de forma intensa.
Normalmente não tem a possibilidade de fazer a sutura,
por perda tecidual ou a características do tecido não era ABORDAGEM DO PACIENTE
passível de realizar o procedimento devido a O primeiro passo na abordagem do paciente lacerado é
possibilidade de degeneração do tecido, ou o leito era a contenção adequada do animal para avaliar a ferida e
contaminado e desenvolver um processo infeccioso era adotar um tratamento correto. A contenção física não é
muito alta. indicada, pois o animal está em estresse e pode ter uma
• Leva mais tempo, quando comparado a um reação agressiva, colocando em risco o médico
processo de 1ª intensão. veterinário e o próprio animal, sua reação pode piorar a
gravidade da ferida.

PROTOCOLOS PARA CONTENÇÃO:


• Fenotiazínicos ➔ tranquilizantes de ação
central ➔ acepromazina.
• Benzodiazepínicos ➔ miorrelaxantes ➔
diazepam e midazolam.
3ª intensão • Agonista alfa 2 ➔ sedativo, miorrelaxante,
Envolve um processo infeccioso envolvido. analgesia visceral ➔ xilazina e detomidina.
Sempre que tiver um processo infeccioso, se não tiver • Opioides ➔ analgésicos ➔ butorfanol.
risco de vida do animal, o primeiro passo é controlar o
processo infeccioso. A intervenção cirúrgica só é feita se
tiver comprometimento da vida do paciente.
Alguns protocolos para tranquilizar o paciente: Existe a dose toxica da lidocaína
Acepromazina 0,05mg/kg + xilazina 1mg/kg • Sem vasoconstritor até 7mg/kg

Acepromazina 0,05mg/kg + detomidina 0,01mg/kg PREPARO DO PACIENTE


Antissepsia
Acepromazina 0,05mg/kg + xilazina 0,05mg/kg A lavagem da ferida é importante para reduzir a carga
+ diazepan 0,1mg/kg microbiana do tecido, e deve ser feita várias vezes.
• Adicionou miorrelaxante
Fator do hospedeiro que favorece a instalação do
Butorfanol 0,02mg/kg + xilazina 0,5mg/kg processo infeccioso = imunossupressão local ou
• Promover analgesia sistêmica.

AULA 09/05/2023 Exemplo de antissepsia nesse caso:


• Lavagem com clorexidina, degermante,
Vale ressaltar que após essa tranquilização o animal detergente de preferência neutro.
não está anestesiado e sente dor, esses protocolos são • Fazer a desinfecção dos objetos inanimados
apenas para acalmar o equino e avaliar a lesão. Após • Esterilização = materiais cirúrgicos esterilizados
deve realizar a anestesia local com lidocaína (7 mg/kg • Assepsia = uso de luvas, mascaras. Afim de se
sem vasoconstritor ou 9mg/kg com vasoconstritor). contaminar com algo.

ANESTÉSICO LOCAL: PONTO IMPORTANTE. Tricotomia


Se o tecido estiver inflamado, deve fazer o bloqueio 1. Aplicar gel de lidocaína no leito da lesão ao
perineural, pois a lidocaína não exerce seu efeito. O fazer tricotomia;
anestésico local tem que dissociar e liberar uma parte 2. Pelo cai e gruda no gel (evita que o pelo caia na
positiva, para fechar os canais de sódio e evitar a lesão);
despolarização da membrana e não gerando o impulso 3. Tirar gel com solução fisiológica.
nervoso. Se há inflamação, o tecido está mais ácido e o
anestésico não se dissocia, não exercendo seu efeito. Material de consumo
O anestésico local é um cloridato de lidocaína, ele é um Nunca reutilizar os materiais, pois o risco de causar uma
sal, para ele agir é preciso ionizar ou dissociar, quando infecção durante o procedimento é muito alto.
ele é jogado no meio tem a separada catiônica dele, a
porção positiva do anestésico vai se ligar ao receptor EXEMPLOS:
aniônico da membrana e assim os canais de sódio irão CASO 1
se fechar, não acontecendo a despolarização e os LACERAÇÃO AGUDA - LESÃO GRAU 2 OU 3.
impulsos nervosos. Os anestésicos locais na sua • Tem lesão de pele (grau 2) e talvez lesão de
maioria são sais de bases fracas, ou seja, eles não vao subcutâneo (grau 3).
ionizar, não tem a capacidade de se separar, de
dissociar em qualquer Ph, em Ph baixo, acido, não vai
ocorrer essa dissociação, por isso que em quadros
inflamatórios o anestésico local não age, porque o Ph
impede essa dissociação.
Após a anestesia, a ferida deve ser bem lavada com
clorexidina, com tricotomia ampla e bem feita.
• Usar gel de lidocaína em cima da ferida na hora
da tricotomia o pelo vai cair no gel e então
depois retira com solução fisiológica, desse
modo não cairá pelo na ferida.
Tomar cuidado com lidocaína com vasoconstritor pois
• Os materiais de consumo (luvas, seringas e pode promover necrose.
agulhas), bem como materiais cirúrgicos (fios de PROF° prefere:
sutura, bisturi) devem ser de qualidade e não
devem ser reaproveitados.
• Entrar dentro da ferida e fazer a anestesia na CASO 2
borda. A entrada da agulha é por dentro da LESÃO DE GRAU 4, pois há lesão muscular com
ferida e não pela pele integra. exposição óssea (parte branca exposta na imagem).
• Formato triangular, presença de pontos de
referência.
• Apesar de ser mais grave que o caso 1, a sutura
é mais fácil por causa do formato.
• Tricotomia poderia ter sido mais ampla.

Conduta:
• Formato circular = não há ponto de referência,
então deve-se criar 2 ou 3 pontos de orientação
separados e então suturas entre os pontos. Conduta:
• Padrão de sutura ➔ simples interrompido. Primeiramente, na sutura, deve-se fazer o ponto de
Tem grande risco de infecção, logo, se houver orientação no centro da ferida (aproximando as bordas
produção de secreção que necessite de uma da direita e esquerda);
área de drenagem, tira só um ponto. Depois fazer as suturas das extremidades para o centro.
Essa sutura é mais indicada em região ventral
da ferida, pois é para onde a secreção desceria
(por causa da gravidade).
• Minimizar o espaço morto para diminuir
exsudato/transudato, pois a umidade predispõe
proliferação bacteriana.

CASO 3
CAVALO COM LESÃO DE ARAME DE CERCA.
• Lesão de grau 4 com exposição óssea.
• Não há lesão muscular na região da lesão.
• Tricotomia poderia ter sido mais ampla
Conduta:
• Boa antissepsia e tricotomia ampla.
• Anestesia infiltrativa.
• Fazer reconstituição muscular ➔ começar na
parte interna e seguir para mais externa.
• Primeiro identificar as fáscias, pois são as que
sustentam a sutura.

Sutura:
• Simples continua, fio monofilamentar
Conduta: • A ferida possui vários vértices, e a sutura deve
A lesão é em formato triangular, o inicio da sutura deve ser feita primeiro nos vértices, tracionando o
ser feito pela ponta para alinhar as bordas. máximo possível, pois a área de tensão desse
• Sutura em vértice na ferida➔ é a ferida com retalho é maior do que as outras.
melhor tipo de orientação, que o ponto de lesão
mais graves. Outro fator fundamental para a cicatrização é minimizar
• A sutura em vértice nessa região é um desafio o acumulo de exsudato, deixando uma abertura na parte
por ser um ponto muito fino (foi o primeiro local ventral da ferida, além de retirar o espaço morto depois
de contato com o arame) e pode romper a da sutura.
estrutura se fizer muita pressão/tensão.
• Tomar cuidado para não pegar muito tecido e
gerar isquemia.

CASO 4
GRAU 4 – LESÃO MUSCULAR.
AULA 16/05/2023
Entrega das provas.

AULA 23/05/2023

CASO 5
Lesão de grau 4.
Sem presença de sangue. Sem atividade inflamatória na
borda. Necessário fazer a escarificação, para reativar a
vascularização da borda.

A escarificação pode ser feita de 2 formas:


1. Igual um raspado de pele = com uma lâmina
passar de uma forma delicada até apresentar CASO 6
hemorragia capilar (vários pontos de sangue). Lesão por palanque de cerca.
Passar o bisturi na borda até sair sangue. Lesão de grau 4.
2. Realizar o debridamento da borda = fazer uma É uma lesão muito profunda, a principal preocupação é
pequena incisão ao longo do perímetro da ferida com a instalação de bactérias anaeróbicas (Clostridium
e retira a faixa. Deve ser feita uma pequena tetani).
incisão para não ter falta de pele para a sutura. • O problema é fazer a sutura e manter as
bactérias anaeróbicas nesse ambiente fechado,
Na lesão tem presença de edema, quanto mais edema pode desenvolver tétano.
a pele tem, menor o poder de estender ela tem para a
sutura.
• Profunda
• Grau 4
• Região articular
• Ausência de sangramento – hemostasia
espontânea
• Edema significativo

Conduta:
Profilaxia do tétano:
• Lavagem com agentes oxidantes
• Água oxigenada (forte) – fazer nos primeiros
dias.
• Deve ter cuidado com a água oxigenada, gera
muito oxigênio, gerando morte celular,
descamação e resultando num substrato para
as bactérias.
• Permanganato de potássio ➔ fazer nos Conduta:
próximos dias. • Usar água oxigenada para eliminar as bactérias
• Fazer muita limpeza. anaeróbicas ➔ não fazer a longo prazo pois
• A água oxigenada deve ser usada depois de descama a pele.
fazer a lavagem da ferida. • Para a sutura, é necessário fazer pontos de
orientação e sutura de dissipação de forção na
O soro antitetânico é usado somente quando o animal região ventral
tem tétano. O soro é terapêutico e não profilático. o Para cobrir a lesão do flap de pele que
Ele inibe a toxina, mas quem precisa ser combatida é a está solto
bactéria, pois o tétano só ocorre após a proliferação
maciça do C. tetani no organismo (atinge SNC).

Sutura:
• Inicia suturando camada muscular profunda
para reduzir espaço morto e vai se aproximando
da superfície.
• Sutura de pele é feita com sutura em vértice e

então encaixa como se fosse um quebra- Diminui a tensão de força.
cabeça.
Estabilização da região com uma tala:
• Cuidado para não apertar muito, pois pode
prejudicar a vascularização;
• Tala foi colocada na região caudal/palmar. A
tala em cima da lesão causaria mais problema.
• Quanto mais longe a tala fica da articulação
mais força o animal precisa fazer para
movimenta-la.
• Tirar a tala junto com a retirada dos pontos.

CASO 7
Lesão de grau 4 = lesão muscular, exposição óssea e
tendínea.
Envolvimento articular de grande amplitude de
movimento ➔ dificulta cicatrização.
• Por pouco que toda pele não se destaca no
perímetro total da lesão.

Obs:
• Tala reta faz o animal perder a mobilidade no
início, mas é só fazer fisioterapia.
• Algodão ortopédico ➔ é hidrofóbico, diferente Região preta ➔ necrose do tendão extensor.
do algodão comum que é hidrofílico e embebe • Fazer a limpeza de tudo.
em água. • Antes de debridar, controlar o quadro infeccioso
• Hidrofóbico ➔ a umidade da ferida não é para não estimular a vascularização com
absorvida pela tala, o algodão não diminui de debridamento e permitir a entrada de bactérias
volume, tala não fica frouxa. pela circulação sanguínea.
• Hidrofílico ➔ bom para absorver o liquido em • Debridamento cirúrgico.
casos de seromas e exsudato inflamatório.
CASO 11
Evolução da ferida: Ferida com a borda edemaciada. Com área de
proliferação, no momento da lesão a pele desceu e na
superfície da pele desenvolveu um processo de tecido
granulomatoso.
Tem duas abordagens:
• Abordagem da borda = pegar a borda
proliferativa e regredir para a fase inflamatória
A pele pode não aderir a ferida, e as bordas não

AULA 30/05/2023
CASO 10
DEBRIDAMENTO
• Tensão extensor necrosado
• Parte branca ➔ ovo de varejeira
Depois que faz controle infeccioso e inflamatório, entra
com o procedimento cirúrgico – debridamento para
reavivar a borda.
• Limpeza
• Controla inflamação
• Controla processo infeccioso
Conduta:
1. Controlar processo infeccioso – 5-7 dias de
antibiótico para abordar cirurgicamente
2. Na cirurgia, retirar toda a pele que está
rugosa, significa que o processo
proliferativo foi mal conduzido que interfere
diretamente da 3ª fase que é a de retração
tecidual. A borda proliferou e de onde vai
proliferar todos os vasos para epitelização.
Pode formar um tecido fibroso na borda e
resultar no retardo do processo cicatricial
3. Com a cirurgia a ferida pode aumentar de
tamanho, apresentando um tecido mais
limpo e controlado, na fase de proliferação.
4. Borda mais esbranquiçada e rosada área,
indicando a fase de reepitelização
5. É importante a realização da limpeza.

Evolução da ferida:

CASO 12
Lesão na região articular. Cavalo com ferradura
ortopédica para minimizar a flexão.
Rompeu um tendão extensor., com edema significativo,
com retalho tecidual e comprometimento vascular.
• Retirada de todo o tecido

A borda de epitelização de um dos lados está maior, isso


ocorre quando tem muita movimentação do cavalo.
Manter limpo. Corre o risco de não ter a epitelização
completa, sem o crescimento do pelo e com a marca da
cicatriz.
CASO 13
Bordas com tecido necrótico, precisa ser retirado.
Osso aparecendo, mas pode ser feito tratamento de
ferida aberta.
Tem rugosidade, não está plano, pois a fase proliferativa
está predominante.

CASO 15
Pele retraída, deve ser retirada e tratar ferida aberta.

CASO 17
Área articular, difícil de imobilizar.
Tecido fibroso como reparador, área avermelhada, sem
CASO 14 área delgada e fina.
Diferença das bordas necrosas, sem possiblidade de Tecido proliferativo com áreas de rugosidade.
evolução e de uma ferida com tecido de granulação Imagem com crostas, dependendo se tiver muito aderido
bom. ao retirar a crosta faz uma abrasão.
Na parte debaixo da borda, não tem epitelização visível,
com leve aumento, é deposição de tecido conjuntivo
fibroso (por ser uma região articular e de difícil
imobilização).
CASO 18 A sutura foi realizada de forma incorreta, com material
Lesão no pescoço incorreto.
Ferida foi suturada de forma inadequada que retardou o
processo cicatricial. CASO 20
Nódulos região articular
Diagnósticos diferenciais:
• Raio-x
• Citologia

• Área de tensão ficou maior


No raio-x para ver se há lesão óssea, pode ser um
CASO 19 osteossarcoma (mas não era):
Ferida tratada de 1ª intenção, sendo que precisava ser Retira o tecido mole, e faz a ressecção do tecido
3ª intenção. proliferativo.
Encaminha o material. para a biopsia.
CASO 21 Pq a curetagem não é indicada em regiões infectadas?
Histórico, manco, claudicação grau 4. A curetagem não é indicada devido ao fato de ter muito
Acidente com animal peçonhento. sangramento, devido ao aumento da vascularização,
Animal ao ser radiografado não apresentou fratura. devido ao processo inflamatório envolvido. O agente
Tecido entrosou apareceu tendão flexor superficial e infeccioso pode cair na corrente sanguínea e gerar um
profundo. sepse.
Parou a fase de necrose, e depois proliferativa do tecido.
Mas se caso ainda sim precisar fazer a curetagem, para
evitar que o animal entre em sepse, podemos entrar com
mais antibiótico de amplo espectro.
• Cefalosporina
• Metronidazol
• Utilização de 2 agentes oxidante na limpeza =
água oxigenada, permanganato de potássio.

AULA 06/06/2023

CASO 23
Fistula com secreção crônica. Lavagem não melhorava. A água oxigenada agride muito o tecido e retarda o
Retirada de um pau da região processo cicatricial. Não passar de 2 vezes.

Lavagem com água oxigenada. Depois retira a água


oxigenada com permanganato de potássio.

Antibiótico profilaxia
No caso para lavagem, usar sonda dentro da fistula, No choque séptico a morte ocorre devido a
acoplada a mangueira de água, para retirar tecido vasodilatação generalizada e hipotensão.
necrosado, células degeneradas, tecidos oriundos da A hipotensão se deve a redução de volume relativa,
descamação. animal não perde sangue. A endotoxina em grande
Permanganato de potássio – de 1 a 2 litros – 2x vezes quantidade promove a vasodilatação generalizada. Tem
por dia. O procedimento a ser feito vai ser de acordo com volume sanguíneo, mas não tem volume vascular.
a ferida, que indica como está de acordo com as
secreções. Sabendo disso poderia continuar a conduta com:
Exemplo: se lavou pela manhã, e de tarde não teve tanta • Fluidoterapia
secreção, não tem necessidade de lavagem. • Transfusão - aumenta pressão oncótica,
Porem os 3 primeiros dias de lavagem é melhor ser feita hemácias, soluto (fazendo com o que liquido
duas vezes por dia. permaneça)
É bom comparar a quantidade de secreção do 1º dia • O problema é a vasodilatação = entrar com
com os outros dias para verificar a evolução da fistula. vasopressor

O tétano é sensível a penicilina. O clostridium tetani é CASO 25


sensível a penicilina. Lesão em membro torácico, região distal.

CASO 24 O que chama atenção:


Lesão por ataque de cachorro. • Quanto tempo a lesão ocorreu e quanto tempo
o proprietário demorou pra levar o animal para
receber atendimento.
• Coto tendíneo necrosado.

Conduta:
• A ferida é extremamente contaminada, por ser
a boca de um cachorro.
• Fazer o debridamento como conduta inicial, é
aumentar a porta de entrada da bactéria na
corrente sanguínea. Pendurado = tendão.
• Inicialmente, é necessário fazer a limpeza
• Antibioticoterapia – até o quadro infeccioso O que agrava mais é o produto depositado, que
estiver controlado – após 48hrs, ou depois de 72 potencializo o processo de granulação.
horas
Amplo espectro
• Debridamento

Animal veio a óbito após 36 horas por choque séptico.


O periósteo exposto em contato com o oxigênio, gera
oxidação que resulta na necrose.
Se tratar a ferida aberta, o periósteo vai necrosar, e a
necrose dele pode fazer com que ele se torne um corpo
estranho e não tem processo de cicatrização da região.

Nesse processo faz a escarificação, podendo fazer com


a gaze, esfregando a borda até sangrar. Para estimular
o processo inflamatório.

Evolução da ferida:

CASO 26
Lesão em membro sem possibilidade de cicatrização.
• Realizada amputação e prótese
AULA 13/06/2023

PATOLOGIA CIRÚRGICA DO
APARELHO DIGESTÓRIO DE
RUMINANTES

O aparelho digestório dos ruminantes é responsável por


transformar proteína de baixo valor biológico em
proteína de alto valor. A função do animal (produção de
carne e leite) está diretamente relacionado ao trato
digestivo. Os principais processos patológicos que
acometem o aparelho digestivo dos ruminantes são:
• Compactações
• Timpanismo
• Ingestão de corpo estranho
• Torções

As compactações ocorrem por obstrução ou redução da


motilidade gastrointestinal. No inicio podem ocorrer sem
sintomatologia e o animal comer normalmente, mas
quando progride começa os sintomas. Em bovinos, a
compactação ocorre devido a corpo estranho, alimento
muito seco e com fibras de baixa digestibilidade. Nos
equinos pode ocorre por banho com carrapaticida que
interfere na motilidade do colón maior ou por problemas
dentários, pois o animal não mastiga corretamente.

O timpanismo é o acumulo de gás dentro de uma


câmara do aparelho digestivo que interfere no
funcionamento do organismo. Pode ocorrer secundário
a uma compactação. As vezes obstruções esofágicas
podem gerar timpanismo em ruminantes.

Torções normalmente está associado a processos


isquêmicos e estrangulativos. A intussuscepção entra
em quadro estrangulativo e sempre deve-se retirar o
fragmento.

DEFINIÇÃO
RUMENOTOMIA = abertura e fechamento do rumem.

RUMENOSTOMIA = comunicação permanente ou


temporária com o meio externo.

RUMENOTOMIA
É a abertura e fechamento do rúmen. O rúmen ocupa
todo o lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao
baço. Há uma linha divisória horizontal no rúmen,
dividindo em parte omentalizada (da linha para baixo e
parte não omentalizada (da linha para cima).
A incisão no rúmen é feita na parte sem omento. Além Quando chegar no musculo transverso, basta fazer o
disso o acesso mais fácil é pela fossa paralombar afastamento das fibras, a cicatrização é mais efetiva.
esquerda.
A incisão deve ser feita acima da linha do omento, ou
INDICAÇÕES DA RUMENOTOMIA seja, mais dorsal. A incisão na pele deve ser a maior e ir
• Sobrecarga ruminal diminuindo a cada camada, para permitir a retirada do
• Apetite depravado conteúdo ruminal e ter bordas para fazer a sutura. Ao
• Corpo estranho chegar no rúmen, antes de abri-lo, deve-se sutura-lo na
• Compactação de omaso e abomaso pele. Para isso, primeiro traciona o rúmen e sutura em
• Neoplasias todo o perímetro da incisão, para que o conteúdo ruminal
não caia na cavidade abdominal. A agulha do fio de
As neoplasias quando ocorrem no esôfago levam a sutura não deve entrar no lúmen ruminal, para evitar
estenose. Pode se apresentar de forma: contaminação. Deve-se fazer uma oclusão completa
• Extra luminal entre a pele e o rúmen.
• Intra luminal ➔ está no lúmen do esôfago
• Extra mural ➔ está fora do esôfago, mas Após incisão:
comprime. • localizar o rúmen
• Intra mural ➔ está na parede do esôfago. • tracionar o rúmen
Em todos os casos podem causar obstrução esofágica. • fixar o rúmen na pele para impedir que o
conteúdo caia na cavidade
TECNICA CIRURGICA • fazer o isolamento
O acesso cirúrgico para o rúmen é pelo flanco • depois fazer a incisão
esquerdo, nas delimitações: • esvaziamento
• Caudal = quadríceps da coxa • exploração do rúmen
• Cranial = ultimas costelas • exploração do reticulo
• Dorsal = processo transverso das vertebras • reposição de flora
lombares
• Ventral = acima da linha media abdominal para TÉCNICAS PARA ISOLAMENTO RUMINAL
não ter acesso ao omento Essas técnicas reduzem a contaminação.
1) Pontos de apoio: após suturar o rúmen na pele, deve
Os planos anatômicos que devem ser seccionados para passar o fio de sutura encima e embaixo do local da
acessar o rúmen: incisão, fazer o nó e o auxiliar segura, isolando o rúmen.
• Pele Nesta sutura a agulha pode passar pelo lúmen ruminal.
• Subcutâneo
• Musculo obliquo externo do abdome 2)Campo de borracha: esse equipamento possui um
• Musculo transverso do abdome anel de borracha e uma espécie de saia. O anel é
• Peritônio dobrado e colocado dentro do rúmen pela incisão e a
saia de borracha fica para fora do rúmen, isolando-o.
Vale ressaltar que se o animal estiver em um quadro de
timpanismo, essas camadas estarão mais delgadas 3)Anel de fixação: é um anel de alumínio com ganchos,
devido a distensão do rúmen, o cuidado deve ser que são colocados na incisão para isolar o rúmen.
redobrado no momento da incisão. Depois de feito a incisão, fixar e isolar o rúmen, deve-se
fazer o esvaziamento manual total ou parcial do rúmen.
É importante saber também a direção das fibras Se o conteúdo estiver bom, deve guardar para repor o
musculares. rúmen posteriormente. Depois, explora o rúmen, a
O obliquo abdominal externo tem fibras na diagonal = \\\. mucosa e o retículo (pode passar um ima para retirar
O obliquo abdominal interno tem fibras na diagonal na corpos estranhos metálicos).
direção oposta = ////. Então, deve repor o conteúdo ruminal (caso tenha
Essa área é frágil, por isso as fibras musculares não descartado o conteúdo retirado do rúmen, pode sondar
nestas direções. um outro animal e retirar o conteúdo ruminal deste para
colocar no animal que passou pela ruminotomia. Ou
pode colocar capim picado com sal mineral ou fezes com
água de outro animal).
Para fechar a cavidade, deve fazer sutura simples
contínua pegando o transverso do abdome e o peritônio,
simples interrompido, sutan ou Wolf pegando oblíquo
interno e externo do abdome, aproximar o subcutâneo e
fechar a pele. Se o animal for pequeno, como um ovino,
pode fazer sutura em todas as camadas juntas (sultan,
simples contínuo).

FIV – fertilização in vitro

Você também pode gostar