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AULA

5A
HISTÓRIA
BAIXA IDADE MÉDIA –
RENASCIMENTO COMERCIAL E
URBANO E CRISE DO SÉCULO XIV
Em torno do ano 1000, a produção ocidental era RENASCIMENTO
baixíssima. A fome era uma ameaça concreta. Essa
situação mudaria com a chamada Revolução Agrícola, DO COMÉRCIO
que consistiu numa série de inovações que contribuíram O aumento populacional, a redução dos conflitos
decisivamente para o aumento da produtividade no de- armados, os aperfeiçoamentos nos transportes e nas
correr do século XI. A invenção da coalheira (arreio em comunicações e o uso de novas técnicas de cultivo
forma de coleira, que não sufocava os cavalos), a adoção permitiram a liberação de mão de obra para as ativi-
da ferradura, para proteger os cascos dos cavalos, e a dades artesanais e comerciais. Ser comerciante na
utilização dos arados de ferro, que sulcavam a terra Idade Média era exercer uma profissão perigosa e
mais profundamente, foram inovações importantes. difícil: os caminhos estavam recheados de salteadores
O clima também ajudou, pois entre 1000 e 1300 o e os conhecimentos náuticos e geográficos eram pre-
clima europeu foi mais quente e seco. cários. Apesar das adversidades, todavia, o comércio
A ruralização da classe dominante fez com que conheceu, do século XI ao XIII, um surto espetacular.
os servos fossem mais exigidos e produzissem mais. A vida mercantil penetrou bastante em todo o mundo
Houve ainda a invenção do moinho d’água e do ocidental aumentando o uso da moeda, favorecendo
moinho de vento, a secagem de pântanos, os arro- novas atividades industriais e firmando novas menta-
teamentos, ou seja, a ampliação das áreas de cultivo, lidades.
bem como a rotação trienal (divide-se a terra em três As cidades italianas controlavam o tráfico de pro­
partes – folhas – e a cada três anos deixa-se uma parte dutos orientais.
em pousio). Desde o século X, Veneza, uma república aristo­
crática, tinha se tornado a primeira potência marítima
Ano do Mediterrâneo, graças à sua posição estratégica entre
1 300 o Oriente e o Ocidente.
1 200 A expansão veneziana se consolidou durante a Quar-
ta Cruzada, quando foi estabelecido o Império Latino de
1 150
Constantinopla.
1 050 Gênova possuía a segunda força marítima do Medi-
terrâneo. Em 1261, os genoveses ajudaram os bizantinos
45 50 60 75 a expulsar os venezianos de Constantinopla. Em troca,
Milhões de pessoas receberam importantes pontos de apoio no litoral do
❯❯Aumento da população europeia mar Negro, na Crimeia e até nas regiões distantes do
mar de Azov.

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A circulação de mercadoria entre o Ocidente e o Flandres foi um grande centro comercial euro­peu
Oriente se fazia por Bizâncio, pois a passagem pelo durante a Idade Média. Nessa região, existia uma
Mediterrâneo era controlada pelos árabes. Existia um desenvolvida indústria de tecidos.
intenso comércio entre normandos e muçulmanos. No norte da Europa, o controle do comércio estava
A rota do mar do Norte e do mar Báltico tornou-se nas mãos da Grande Hansa (liga de comerciantes)
uma das mais ativas do comércio internacional, pois germânica.
completava o circuito que ligava o Oriente Médio às
cidades italianas e a Flandres.

Rotas comerciais
Luciano Daniel Tulio

A rota terrestre mais fre­quentada pelos merca- ECONOMIA MONETÁRIA


dores era a que ligava o norte da Itália a Flandres. O
conjunto de vias que ligava o norte da Itália a Flandres O desenvolvimento do comércio propiciou o retorno
era chamado de rota de Champagne. do uso (em larga escala) da moeda. No século XI, o
Depois do século XI, as feiras impulsionaram grande­ direito de cunhagem era privilégio dos certos senhores
mente as trocas realizadas na Europa. Essa atividade feudais. Devido às necessidades dos mercados, sur­gem
comercial surgiu nas cidades, porém o local preferido das peças fortes e pesadas: os matapans de prata, de Ve-
feiras internacionais era o nó de trânsito, cruzamento de neza (1192); os sous, da França; os florins, de Florença,
rotas, onde a afluência de co­merciantes era muito grande. ducados, de Veneza, etc.
As feiras eram protegidas pelos senhores feudais Um sério obstáculo à acumulação de capital era a
ou pelos reis, pois esses lucravam com elas, cobran­do condenação da usura. Mas, afinal, o que era usura?
impostos dos comerciantes. Em troca, davam salvos-
-condutos e proteção aos comerciantes. Usura era tudo aquilo pedido em troca de um em-
préstimo, além do próprio bem emprestado.
A sedentarização do comércio, o desenvol­vimento
da indústria têxtil italiana, a ascensão econômica de Para alguns autores, a po­sição da Igreja em relação
Gênova – que provocou a falência de casas comerciais aos empréstimos a juros retardou o desenvolvimento do
que operavam na região das grandes feiras da Cham- capitalis­mo. Para outros, ao impedir os empréstimos a
pagne – são as razões apontadas para explicar a crise juros, a Igreja forçava os que detinham capi­tais a investi-
das feiras no final do século XIII. rem em atividades produtivas.

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Já o justo preço era o preço de um produto que de- As guildas surgiram a partir do século XI, nas cidades
via ser correspondente ao seu custo efetivo acrescido de da Europa Se­tentrional. Garantiam a seus associados o
uma pequena soma, relativa às necessidades mínimas livre comércio dentro da cidade e a isenção de tributos.
de sobrevivência do produtor. As associações que se processaram entre as cidades
É interessante destacar que os judeus, que não eram chamadas de Hansas ou Ligas. Ficou famosa a
eram cristãos, emprestavam dinhei­ro a juros. Muitos Liga Hanseática ou Hansa Teutônica, reunindo noventa
tornaram-se banqueiros. cidades alemãs sob a liderança de Lubeck.
As corporações de ofício reuniam os artesãos e ti-
CIDADES MEDIEVAIS nham as seguintes funções: mantinham o monopólio em
Além dos feudos com seus castelos, existiam também suas localidades, estabeleciam a qualidade e quantidade
as ci­dades, ou burgos, habitadas pelos chamados burgue- das produções e o regulamento dos preços, amparavam
ses, que vão originar uma importante classe social. viúvas e órfãos de seus associados, pagavam pensões aos
inválidos que pertenciam à corporação, bem como prote-
Além das antigas cidades, como Roma, novas foram
giam seus asso­ciados contra eventuais abusos do poder.
apa­recendo, por causas diversas, como, por exemplo,
agrupamento de pequenos núcleos visando à proteção. Na oficina, o mestre-artesão era o dono da matéria-
-prima e das fer­ramentas. Era ele que ficava com o lucro.
Os oficiais ou companheiros recebiam um salário pelo
©Wikimedia Commons/Michel Wolgemut, Wilhelm Pleydenwurff (Hartmann Schedel, editor)

seu trabalho, enquanto os aprendizes ficavam subordi-


nados diretamente ao mestre, aprendendo a profissão.

A CRISE DO SÉCULO XIV


O modo de produção feudal que se consolidou no sé-
culo X teve seu apogeu entre os séculos XI e XIII. A situação
se alterou nos sécu­los seguintes. Daí os séculos XIV e XV
terem ficado conhecidos como o “outono” da Idade Média.
As causas da crise eram várias. Eis, resumidamente,
algumas delas:
`` agravavam-se as contradições entre a cidade e o
campo, em virtude, por um lado, da estagna­ção do
comércio e, por outro, da profunda crise da agricultura;
`` a estagnação comercial resulta­va da insuficiência
de mercados e da falta de metais preciosos;
`` a crise agrícola, por sua vez, era motivada pela
❯❯Xilogravura de Constantinopla (detalhe), Crônica de Nuremberg insuficiência e pelo esgotamento das terras, pela
Cercadas de altas muralhas, as cidades medievais deficiência das técnicas de cul­tivo e pela lenta subs-
apresen­tavam péssimas condições de higiene, pois tituição do trabalho servil pelo assalariado;
não possuíam esgo­tos, e o lixo era atirado às ruas, `` a superexploração feudal ocor­reu porque os no-
causas de frequentes epidemias (como, por exemplo, bres, em crise, reforçaram os seus laços de servi­dão
a Peste Negra). explorando de forma inten­sa os camponeses;
As cidades, de acordo com as regiões onde se situa- `` como reação à superexploração feudal, explodiram
vam, re­cebiam diversas denominações: Comunas, na sangrentas insurreições camponesas co­nhecidas
França; República, na Itália; Conselhos, na Espa­nha. como “jacquerie” (ex­pressão derivada de Jacques bon
Entre os séculos XI e XIII, as cidades procuraram se homme = Jacques, o sim­ples, apelido depreciativo
emanci­par dos senhores feudais. Esse movimento ficou que os nobres davam aos campone­ses). Ocorreram
conhecido pelo nome de Movimento Comunal. As cida- também revol­tas urbanas: 1378 em Floren­ça, revolta
des que obtinham suces­so procuravam assegurar suas dos Ciompi; 1381, em Gand, e 1382, em Paris;
conquistas por meio das Cartas de Franquia. `` a grande fome que assolou a Europa de 1315 a 1317;
`` a epidemia de peste que se alastrou pelas cidades
CONFRARIAS europeias em meados do século XIV, tendo seu ápice
Os artesãos se reuniam em corporações de ofício, e entre 1348 a 1350, provocando um alto índice de
os comerciantes, em guildas. mortalidade (cerca de 20 a 25 milhões de vítimas).
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A GRANDE FOME Deus aos pecados humanos. Alguns colocaram a culpa
num cometa, outros no movimento dos plane­tas e houve
A partir de 1300, tornam-se claros os registros de até aqueles que chacinaram judeus, pois acreditavam que
sérias e prolonga­das fases de fome no Ocidente, tanto estes tivessem envenenado a água. A peste era contagio-
no campo como nas cidades. sa; daí que o isolamento e a fuga foram o melhor remédio.
©Wikimedia Commons/Sailko

Segundo Froissart, entre 1348 -1351 “a terça parte


do mundo” [entenda-se a Europa] morreu. Acre­ditava-se
que aproximadamente entre 20 a 25 milhões de pessoas
pereceram.
As consequências da peste foram várias. O de­clínio da
população fez com que a mão de obra se tornasse cara
e escassa. Os preços da terra e dos produtos agrícolas
caíram. Cultos místicos tornaram-­se populares.
Multiplicaram-se cortejos de flagelantes, peniten­tes
que faziam procissão com o dorso nu chicoteando o de seu
predecessor. Na arte religiosa, a imagem da morte passou
a ser o tema predileto da época. Com a peste, o clero, que
se mostrava falível, perdeu impor­tância. Ganhou ênfase a
busca da salvação pessoal. Muitos, diante da iminência da
morte, entregaram-se às devassidões, enquanto outros
❯❯Domenico di Bartolo. Pilgrims Lane in Santa Maria della Scala Hos- mergulhavam numa religiosidade profunda.
pital (Siena). Hospital of Santa Maria della Scala, Siena. DETALHE.

Os especialistas sugerem duas razões gerais: uma AS REBELIÕES E AS GUERRAS


mudança climáti­ca e uma saturação da economia.
Em função da grave crise econômica, era natural
Acredita-se que, durante o século XIV, o clima que a situação favorecesse a eclosão de revoltas,
europeu tornou-se mais frio e mais úmido. Porém, não especialmente entre os camponeses. A servidão pas-
devemos nos limitar ao determinismo geográfico para sou a ser cada vez mais questionada, principalmente
explicarmos a grande fome de 1315 -1317, pois outros quando a nobreza feudal, em crise, tentava superar as
fatores também devem ser analisados. dificuldades econômicas com o aumento da explora-
O aumento populacional foi maior que o aumento ção sobre o trabalho servil. A opressão dos senhores
da produção agríco­la, gerando um desequilíbrio entre feudais, os impostos cada vez mais pesados e a miséria
produção e consumo. Além disso, é correto afirmar que do camponês foram fatores que, combinados, levaram
o empobrecimento dos solos (devido ao uso constante) a uma série de rebeliões camponesas, especialmente
e o regime de produção feudal, considerado rudimentar, na França e na Inglaterra. Na Inglaterra, o movimento
contribuíram decisivamente para acentuar este flagelo mais significativo foi a rebelião ocorrida em 1381, lide-
que atingiu a sociedade medieval. rada pelo camponês Wat Tyler, que teve início com um
pequeno protesto contra a cobrança de impostos, mas
A PESTE NEGRA que tomou maior dimensão com a adesão de milhares
de trabalhadores descontentes com a excessiva explo-
Segundo os estudiosos, a peste existia em estado en-
ração dos senhores feudais. Castelos foram tomados
dêmico na Ásia Cen­tral. Em 1347, os mongóis, por meio
pelos camponeses que queimaram documentos que
de catapultas, lançaram cadáveres empestados sobre o
registravam os tributos que deveriam ser pagos pelos
estabelecimento mercantil de Caffa, no mar Negro. Um
servos. Na França, o movimento de contestação dos
navio, que partiu de Caffa, semeou a peste na Itália e daí
camponeses foi genericamente chamado de jacque-
ela se propa­gou pela Europa.
ries, denominação derivada da alcunha depreciativa
A conjugação de dois fatores transmitia a peste ao (Jacques, o simples) utilizada pela nobreza francesa
homem: um roe­dor qualquer e a pulga (o vetor). O rato para se referir aos servos. O auge das rebeliões cam-
transportava a pulga, a qual ino­culava no homem os ponesas em território francês ocorreu em meados do
bacilos pela picada. Foi o rato negro que contribuiu deci- século XIV (1358). Saques às propriedades feudais,
sivamente para disseminar a peste na Europa. invasão de castelos e violência contra os senhores e
Na época, as pessoas buscavam explicações para o seus familiares foram atos comuns entre os rebeldes
terrível mal. A maioria acreditava que era a punição de franceses nas chamadas jacqueries.

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Em Florença ocorreu, em 1378, a insurreição dos inglesa na região. Movidos, portanto, por ambições
Ciompi, nome que se dava aos jornaleiros diaristas territoriais e questões dinásticas (problemas de su-
que trabalhavam nas manufaturas têxteis. Os Ciompi cessão imperial), os exércitos de França e Inglaterra
chegaram a tomar a senhoria, ou seja, a sede do go- provocaram um conflito feudal que se estendeu por
verno florentino. Os empresários fecharam seus esta- mais de um século.
belecimentos, gerando desemprego e fome. Os Ciompi No início dos confrontos, a guerra foi amplamente
tentaram re­agir, mas a sublevação foi esmagada. favorável ao exército inglês graças à sua superioridade
militar, mas na fase final desse longo conflito, os fran-
GUERRA DOS CEM ANOS ceses conseguiram reconquistar quase a totalidade dos
territórios ocupados pelos ingleses durante a guerra.
Durante um longo período, que se estendeu por Somente a cidade de Calais permaneceu sob o controle
116 anos (1337-1453), França e Inglaterra, dois dos mais da Inglaterra após 1453. Nesse contexto de recuperação
poderosos reinos da Europa Medieval, disputaram a pro- francesa, ao final da guerra, merece destaque a impor-
priedade de regiões economicamente importantes que tante participação de uma jovem camponesa que muito
lhes interessavam. Essa rivalidade originou um conflito contribuiu para despertar o sentimento nacionalista
denominado Guerra dos Cem Anos, confronto que, jun- entre os franceses: Joana d’Arc. A visionária camponesa
tamente com a fome e a peste, completou o quadro de Joana d’Arc revelou ao imperador Carlos VII seu desejo
crise do século XIV. Diversas razões explicam a rivalidade de lutar pela libertação de seu país, pois, segundo suas
entre ingleses e franceses, mas o ponto principal de visões místicas, essa seria sua “missão”.
discórdia e causa imediata da guerra foi a disputa pela
região de Flandres. Essa região era economicamente
©Fotoarena/Album/Collection Dupondt/akg-images

importante e atraía interesses de ambos, em virtude do


seu próspero comércio e da sua indústria têxtil.
Talita Kathy Bora

❯❯Joana D’Arc
Atendendo à “vontade divina”, Carlos VII autorizou a
simples camponesa a comandar um exército de cerca de
5 000 homens em direção a Orleans. Lá, Joana d’Arc e seu
exército conseguiram libertar a cidade do jugo inglês,
rumando posteriormente para Reims, onde os franceses
também alcançaram significativa vitória. No entanto, ela
foi capturada e levada a Ruão, na Normandia, onde ficou
presa e, posteriormente, foi julgada pelo Tribunal de
Os comerciantes flamengos (moradores de Flan- Inquisição, sendo condenada à morte na fogueira, em
dres) eram grandes consumidores de lãs inglesas, por 1431, quando tinha apenas 19 anos de idade. No final
isso Flandres e Inglaterra estabeleceram uma aliança do século XIX, o martírio de Joana d’Arc foi resgatado
comercial, não aceita pelos franceses, também inte- historicamente pelos franceses, que consolidaram sua
ressados na região. Flandres estava vinculada econo- imagem como expressão do nacionalismo francês, além
micamente à Inglaterra, mas, politicamente, pertencia da heroína ter sido canonizada, a pedido do bispo de
ao Reino da França, que não admitia a interferência Orleans.

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Testes
Assimilação 09.04. (UNESP – SP) –

09.01. (UFU – MG) – Observe a imagem. A fim de satisfazer as ne-


cessidades do castelo, os co-
merciantes começaram a afluir
à frente da sua porta, perto da
ponte: mercadores, comercian-
tes de artigos caros e, depois,
donos de cabaré e hoteleiros
que alimentavam e hospeda-
vam todos aqueles que nego-
ciavam com o príncipe (...)
Foram construídas assim casas
e instalaram-se albergues onde
eram alojados os que não eram
hóspedes do castelo (...) As
habitações multiplicaram-se
de tal sorte que foi logo criada
uma grande cidade.

(Jean Long, cronista do século XIV.)

Essa pintura retrata um dos fatores que contribuíram para a derrocada do sistema De acordo com o texto, o nascimento
feudal na Europa Medieval. Sobre o contexto abordado, é correto afirmar que a de algumas cidades da Europa resul-
rápida disseminação da peste negra decorreu em grande parte em função tou da:
a) da circulação de mercadorias na Europa totalmente urbanizada. a) transformação do negociante se-
dentário em comerciante ambu-
b) do reforço do sistema servil, que debilitou ainda mais os camponeses.
lante.
c) da crença na ira divina, que dificultava a cura pela medicina.
b) oposição dos senhores feudais
d) do baixo nível nutricional e das precárias condições sanitárias dos indivíduos. à instituição do mercado no seu
09.02. (UEL – PR) – “... o aumento demográfico, ocorrido do século XI ao XIV, castelo.
permitiu uma multiplicação da nobreza cada vez mais parasitária. Seus hábitos c) atração exercida pelos pregadores
de consumo tornaram-se mais exigentes e maiores, o que determinava uma ne- religiosos sobre a população cam-
cessidade de renda cada vez mais elevada. Segue-se, pois, uma superexploração ponesa.
do trabalho dos servos, exigindo-se destes um maior tempo de trabalho...” O texto d) insegurança provocada pelas lutas
descreve uma das causas, na Europa, da: entre nobres feudais sobre a ativi-
a) formação do modo de produção asiático. dade mercantil.
b) consolidação do despotismo esclarecido. e) fixação crescente de uma popula-
c) decadência do comércio que produziu a ruralização. ção ligada às atividades mercantis.
d) crise que levou à desintegração do feudalismo. 09.05. (UPF – RS) –
e) prosperidade que provocou o processo de industrialização.

09.03. (UEL – PR) – No contexto da Baixa Idade Média, relacionam-se com o “Desde as últimas décadas
do século XIII, assistia-se a
movimento das Cruzadas,
uma perda da vitalidade que
a) o fortalecimento do império Bizantino, a tomada de Constantinopla e o des- caracterizara o Feudalismo...
prestígio dos senhores feudais. vinham ocorrendo profundas
b) a hegemonia muçulmana sobre os reinos europeus, o desenvolvimento da transformações, que se revela-
indústria têxtil na Itália e a escravidão branca na Turquia. ram com toda a força a partir
c) o enriquecimento cultural das sociedades mediterrânicas, a reabertura do de princípios do século XIV.
comércio com o Oriente e o fortalecimento da vida urbana. Esta crise foi global, com to-
d) a epidemia da peste negra nos países do Mediterrâneo, o estímulo a uma eco- das as estruturas feudais sen-
nomia baseada na troca simples e a construção de estradas transcontinentais. do fortemente atingidas.”
e) o comprometimento do prestígio da Igreja católica, a unificação do Estado
(FRANCO JR, Hilário. O Feudalismo. São Paulo:
alemão e a intensificação do antissemitismo na Europa. Brasiliense, 1993, p. 78)

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Das alternativas a seguir, apenas uma não explica as razões 09.07. (UEL – PR) –
fundamentais da crise apontada no texto. Qual?
a) A exagerada exploração pelos nobres da mão de obra dos Durante os séculos XI a XIII verificou-se nas
servos, exigindo destes cada vez mais um maior tempo atividades agrícolas e artesanais da Europa Centro-
de trabalho. -Ocidental um conjunto de transformações (...)
b) O descobrimento de novas minas de ouro e prata em que repercutiram no crescimento das trocas mer-
territórios poloneses, o que gerou uma violenta disputa cantis.
entre várias nações pela sua exploração. Situa-se aí historicamente o chamado renasci-
c) As revoltas camponesas e urbanas decorrentes da mi- mento urbano medieval.
séria que passou a caracterizar a vida dessa parcela da
RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. “A formação do mundo moderno”. 2. ed. Rio de Janeiro:
população. Elesevier, 2006, p. 9.
d) O esgotamento das forças de produção acentuado pela
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é
crise demográfica, resultado da Peste Negra.
correto afirmar que tais mudanças econômicas:
e) A falência do modelo de produção baseado no campo e nas
grandes áreas de terras controladas por senhores feudais. a) Caracterizaram-se pelo desenvolvimento das técnicas de
produção e amplo emprego de recursos energéticos, tais
como carvão e petróleo.
Aperfeiçoamento
b) Implicaram o capitalismo mercantil incrementado pelo
amplo comércio atlântico, fomentado por negociantes
09.06. (FGV – SP) – italianos e príncipes alemães.
c) Aumentaram a produção no campo e na cidade e fo-
Caro, o pão faltava nas mesas dos pobres. mentaram a circulação de bens e moedas, viabilizados
Na Inglaterra, após mais de cem anos de es- por novos instrumentos de crédito a governantes e
tabilidade, seu valor quintuplicou em 1315. Na comerciantes.
França, aumentou 25 vezes em 1313 e multipli- d) Privatizaram as terras e introduziram um modelo de pro-
cou-se por 21 em 1316. A carestia disseminou-se dução fabril, promovido pelo governo britânico.
por toda a Europa e perdurou por décadas. (...)
e) Reforçaram o predomínio político e comercial dos senho-
Faltava comida não por ausência de braços ou de
res feudais sobre os governos citadinos.
terras. (...)
Afinal, se os camponeses – esteio do crescimen- 09.08. (PUC – RS) – Considerando o Renascimento Comer-
to demográfico verificado desde o ano 1000 – não cial e Urbano da Europa nos séculos XII e XIII, analise as sen-
conseguiam produzir mais, era porque já haviam tenças abaixo e preencha os parênteses com V (verdadeiro)
cultivado toda a terra a que tinham acesso legal. ou F (falso).
Já os senhores não faziam pura e simplesmen- ( ) A Itália, Flandres e a região da Champagne eram os prin-
te porque não queriam. Moeda sonante não era cipais eixos econômicos da Europa Ocidental no período.
exatamente a base de seu poder e glória. ( ) Os habitantes das cidades que se dedicavam ao comér-
cio constituíram uma nova classe social – a burguesia.
(Manolo Florentino, Os sem-marmita, Folha de S.Paulo, 07.09.2008) ( ) A economia urbana começava a se libertar do domínio
O texto traz alguns elementos da chamada crise do século das corporações de ofício e a estabelecer o livre comér-
XIV, sobre a qual é correto afirmar que cio, provocando o fim dos privilégios da nobreza e dos
monopólios comerciais reais.
a) resultou da discrepância entre o aumento da produtivida- ( ) As condições de higiene das cidades medievais melho-
de nos domínios senhoriais desde o século XI e o recuo raram com a implantação do urbanismo e de serviços
da produção urbana de manufaturas. de esgoto e água encanada, dificultando a dissemina-
b) foi decorrência direta da peste negra, que assolou o norte ção de epidemias.
da Europa durante todo o século XIV, e fez com que os ( ) As principais cidades comerciais queriam mostrar sua
salários fossem fixados em níveis muito baixos. riqueza e importância através da construção de gran-
c) resultou do recrudescimento das obrigações feudais, que des catedrais góticas, o que se tornou possível pela
gerou a concentração da produção de trigo e cevada nas adoção de novas técnicas de construção.
mãos de poucos senhores feudais da França. O correto preenchimento dos parênteses, de cima para
d) foi deflagrada, após as inúmeras revoltas operárias, no baixo, é
campo e na cidade, que quebraram com a longa estabi- a) V – F – V – F – F
lidade do mundo feudal europeu. b) V – F – F – V – V
e) teve ligação com as estruturas feudais que impediam que c) V – V – F – F – V
a produção crescesse no mesmo ritmo do crescimento d) F – V – F – V – F
da população em certas regiões da Europa. e) F – V – V – V – F

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09.09. (UEL – PR) – 09.10. (PUCCAMP – SP) – O processo
de crescimento da população urbana
A Peste Negra, ou Morte Negra, era assim chamada porque no seu não ocorreu apenas no Brasil con-
desenvolvimento provocava hemorragias subcutâneas, que assumiam temporâneo. Na Europa Ocidental,
uma coloração escura no momento terminal da doença. A morte da- o renascimento urbano ocorrido na
va-se entre três e sete dias, depois de contraída a patologia, e levava Baixa Idade Média estava relacionado,
de 75% a 100% dos acometidos. O agente causador da peste era entre outros fatores,
transmitido pelo rato, por meio das pulgas e sua penetração na pele a) ao dinamismo das relações de troca
humana causava uma adenite aguda, que recebia o nome de “bubão”, e da produção artesanal advindas
principal sintoma da doença. Daí também o nome de peste bubônica. do renascimento comercial a partir
do século XI.
(SIMONI, K. De peste e literatura: imagens do Decameron de Giovanni Boccaccio. Anuário de Literatura Umbral. Dis-
ponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/viewFile/5447/4882>. Acesso em: 27 jun. 2017.) b) ao surgimento dos burgos, que
eram fortalezas construídas pelos
senhores feudais para proteger sua
família das grandes epidemias no
século XII.
c) à intensa atividade comercial que
existia entre senhores feudais e seus
vassalos no auge do desenvolvi-
mento da sociedade feudal.
d) ao intenso processo de produção
artesanal realizada pelos povos
mulçumanos e judeus em quase
toda a Europa Ocidental.
e) ao papel desempenhado pelas
corporações de ofício que, ao
estabelecerem livremente o lucro
obtido nas manufaturas, desvin-
cularam-se das normas impostas
A dança macabra. Xilogravura italiana de 1486.
(FRANCO JUNIOR, H. A Idade Média, nascimento do Ocidente. SP: Brasiliense, 2006. p. 30) pela Igreja.
A Peste Negra, que atingiu a Europa no séc. XIV, espalhou o pânico e transformou 09.11. (FUVEST – SP) – A prosperida-
a maneira como se concebia a morte. A Dança Macabra, expressão artística surgi- de das cidades medievais (séculos XII a
da nesse período, representava temas fúnebres e sombrios, como a decrepitude XIV), com seus mercadores e artesãos,
dos corpos já em forma cadavérica ou esquelética. Ao chamar a atenção para a suas universidades e catedrais, foi
fragilidade e a finitude da vida, sugeria que todos, independentemente de sua possível graças:
posição social, haviam de compartilhar o mesmo destino. a) à diminuição do poder político dos
Com base na figura, nos textos e nos conhecimentos sobre a Baixa Idade Média, senhores feudais sobre as comuni-
assinale a alternativa correta. dades camponesas que passaram a
a) Em uma sociedade dividida em ordens, a Dança Macabra foi interpretada ser protegidas pela Igreja.
como uma crítica social que nivelava os estamentos em face do fenômeno b) à união que se estabeleceu entre o
da morte. feudalismo, que dominava a vida
b) Na gravura, dois personagens são conduzidos por figuras macabras, revelando rural, e o capitalismo, que dominava
que, devido às péssimas condições de vida, os camponeses eram os que mais a vida urbana.
temiam a morte. c) à subordinação econômica, com
c) Na maioria dos países, a epidemia de Peste Negra assolou burgos e castelos, mas relação aos camponeses, e política,
preservou os camponeses do contágio, por estarem eles isolados no campo. com relação aos senhores feudais.
d) Por viverem nos mosteiros, os membros da Igreja foram poupados da Peste d) ao aumento da produção agrícola
Negra, reforçando a imagem do clero como estamento de origem divina. feudal, decorrente tanto da incor-
e) Devido ao grande número de vítimas da Peste Negra, a sociedade na Baixa poração de novas terras quanto de
Idade Média se tornou indiferente à morte, entendendo-a apenas como uma novas técnicas.
passagem à vida eterna. e) à existência de um poder cen-
tralizado que obrigava o campo
a abastecer prioritariamente os
setores urbanos.

8 Semiextensivo
AULA 09

09.12. (PUCPR) – A peste negra matou mais da metade da 09.14. (PUCPR) –


população europeia em meados do século XIV. Causada
pela bactéria Yersinia pestis, a doença representou uma Considere o texto a seguir. Jean Delumeau, em
ameaça às áreas mais pobres e infestadas de ratos. A partir sua obra História do medo no ocidente 1300-1800:
do contexto das adversidades vividas na Europa desse uma cidade sitiada, escreve acerca da peste negra
período, marque a alternativa correta: no continente europeu: “Até o final do século XIX,
a) Esse período também é marcado pelo fortalecimento ignoraram-se as causas da peste que a ciência de
do poder e do prestígio do papado. O ideal medieval de outrora atribuía à poluição do ar, ela própria ocasio-
uma comunidade cristã unificada e guiada pelo papa foi nada seja por funestas conjunções astrais, seja por
reforçado. emanações pútridas vindas do solo ou do subsolo.
b) Marca esse período a assinatura do Tratado de Verdun, Daí as precauções, aos nossos olhos inúteis, quanto
que acabou com o reino construído por Carlos Magno. se aspergia com vinagre cartas e moedas, quando se
acendiam fogueiras purificadoras nas encruzilhadas
c) A peste negra influenciou, positivamente, o fortalecimen- de uma cidade contaminada, quando se desinfeta-
to do poder dos senhores feudais e marcou o declínio das vam indivíduos, roupas velhas e casas por meio de
atividades comerciais. perfumes violentos e de enxofre, quando se saía
d) O pensamento escolástico de Santo Agostinho (1225 para a rua em período de contágio com uma más-
- 1274) predomina nesse contexto em detrimento da cara em forma de cabeça de pássaro cujo bico era
perspectiva cristã de São Tomás de Aquino (354 - 430). preenchido com substâncias odoríferas.”
e) Pertence a esse período a série de conflitos conhecida
como Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453). Entre franceses DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 159.
e ingleses, essa guerra se iniciou no século XIV, perdu-
rando até o século XV, e contribuiu para a formação dos Podemos deduzir por meio do texto e da história da Baixa
Estados Nacionais inglês e francês Idade Média que
a) sua forma de transmissão, exclusivamente pelas fezes dos
09.13. (UFRGS) – Assinale a alternativa correta sobre a ratos, era desconhecida, por isso, mesmo evitando as casas
chamada Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre Inglaterra em que havia doentes, o fato de continuarem circulando
e França. normalmente nas ruas infestadas fez com que a doença
a) O conflito marcou a gradual transformação dos exércitos continuasse a se espalhar.
feudais em forças militares profissionalizadas e iniciou o b) a peste negra chegou do Oriente até a Europa com os
lento processo de decadência da aristocracia feudal nos ratos e produtos por eles contaminados, fato comprova-
respectivos países. do pelos comerciantes de Gênova e Veneza, logo após o
b) A guerra foi vencida pela Inglaterra e teve como conse- início da epidemia, com grande incidência da doença nas
quência a eclosão de rebeliões na França que culminaram cidades portuárias.
com a deposição da dinastia dos Valois do trono francês. c) o local onde a peste se originou foi provavelmente a
c) O confronto consolidou a transformação da Inglaterra na China, onde não se tornou epidêmica até meados do
principal potência econômica do período moderno, por século XVI, contudo, devido a condições mais propícias
meio do processo de pacificação interna que se seguiu à contaminação, como a grande quantidade de lixo e
à guerra. esgoto a céu aberto, ela se desenvolveu como surto no
d) A consequência da guerra para os dois países foi a conso- continente europeu.
lidação de estruturas sociais feudais, tornadas mais fortes d) devido à grande mortandade causada pela epidemia,
com o enfraquecimento das monarquias centrais. houve grande número de pessoas que se isolaram em
e) A origem do conflito foi a invasão da Inglaterra pela França feudos, fortalecendo senhores feudais e as obrigações
e a subsequente instalação de uma dinastia pró-França a serem pagas, devido à proteção que a vida no campo
no trono inglês, derrubada ao longo da guerra. passou a representar.
e) os medievos atuavam de maneira a tentar evitar sua pro-
pagação com medidas como o isolamento de doentes,
uso de ervas e perfumes para evitar os maus odores, e
muitos chegaram a fugir para longe das grandes cidades.

História | 5A 9
09.15. (UFRGS) – Leia o texto abaixo. 04) Com o declínio da aristocracia rural e com a ascensão
da burguesia urbana, a dinâmica da vida social passou
“Tão grande era o número de mortos que, do campo para a cidade.
escasseando os caixões, os cadáveres eram pos- 08) Com a Guerra dos Cem Anos, houve o enfraquecimen-
tos em cima de simples tábuas. Não foi um só o to dos exércitos profissionais e nacionais e, em seu lu-
caixão a receber dois ou três mortos simultanea- gar, desenvolveram-se a ética e a tática de guerra dos
mente. Também não sucedeu uma vez apenas de cavaleiros feudais.
esposa e marido, ou dois e três irmãos, ou pai e
filhos, serem enterrados no mesmo féretro [...]. 09.17. (UFSC) – Na Idade Média, entre os séculos XII e
Para dar sepultura à grande quantidade de corpos XV, verificou-se uma ascensão da economia europeia. No
que se encaminhavam a qualquer igreja, todos os entanto, dentro desse período, em meados do século XIV,
dias, quase toda hora, não era suficiente a terra já ocorreu uma significativa retração econômica. Em relação a
sagrada; e menos ainda seria suficiente se desejas- este assunto, é CORRETO afirmar que:
se dar a cada corpo um lugar próprio, conforme 01) a crise econômica verificada em meados do século XIV
o antigo costume. Por isso passaram-se a edifi- se deveu às Cruzadas, movimento religioso que deslo-
car igrejas nos cemitérios, pois todos os lugares cou milhares de homens em idade produtiva rumo ao
estavam repletos, ainda que alguns fossem muito Oriente Médio.
grandes; punham-se nessas igrejas, às centenas, 02) a Peste Negra acarretou uma drástica diminuição da
os cadáveres que iam chegando; e eles eram em- população, com reflexos diretos na economia.
pilhados como as mercadorias nos navios [...].” 04) tudo indica que a Peste Negra originou-se no Oriente,
matando mais de um terço da população europeia.
BOCCACCIO, Giovanni. “Decamerão”. São Paulo: Abril, 1981. 08) A crise econômica do século XIV foi um dos marcos de-
cisivos para o fim do sistema feudal.
O testemunho do escritor italiano Boccaccio faz referência ao 16) como forma de fugir da Europa infectada pela Peste
advento da Peste Negra na Europa ocidental, a qual acelerou a Negra, milhares de europeus se dispuseram a seguir as
crise do sistema feudal dos séculos XIV e XV. Assinale, entre as al- Cruzadas para libertar Jerusalém sitiada.
ternativas abaixo, o fator ao qual essa crise pode ser relacionada. 32) a ascensão econômica entre os séculos XII e XV foi uma
a) Nos séculos XIV e XV, a economia europeia tornou-se realidade exclusiva dos países ibéricos, em função das
predominantemente urbana, o que acarretou falta de grandes navegações lá iniciadas.
trabalhadores no campo para a produção agrícola. Sem
boas condições de alimentação, a população ficou mais 09.18. (UEM – PR) – O surgimento das cidades comerciais no
sujeita às doenças. final da Idade Média foi muito importante para enfraquecer
o Feudalismo e criar condições para o desenvolvimento da
b) O crescimento demográfico afirmou-se ao longo da Baixa
Sociedade Moderna. A respeito desse assunto, assinale a(s)
Idade Média até um ponto em que a produção do sistema
alternativa(s) correta(s).
feudal não foi mais capaz de alimentar a população, que
01) A burguesia mercantil ocupava um lugar de destaque
ficou fragilizada.
nessas cidades, participando da administração política
c) As técnicas de produção eram muito desenvolvidas para e usufruindo de maior grau de liberdade do que a po-
a época, a ponto de provocarem uma superprodução que pulação rural.
gerou o desequilíbrio do sistema. 02) As corporações eram importantes instituições dessas
d) A servidão, instaurada como forma predominante de cidades, funcionando como instrumento de proteção
trabalho na Europa ocidental a partir do século XV, en- e apoio político-econômico aos comerciantes, aos ar-
fraqueceu a população e levou à mortalidade endêmica. tesãos e aos proprietários de manufaturas.
e) Como resultado da mortalidade provocada pela Peste 04) Era nessas cidades que os servos que fugiam da servi-
Negra, os nobres decretaram leis para auxiliar a população dão feudal encontravam apoio e outra atividade pro-
camponesa fissional alternativa à exploração imposta pelos barões
feudais; assim surgiram o artesanato e o comércio ur-
bano nos burgos.
Aprofundamento 08) Essas cidades contribuíram para a modernização e a ex-
pansão da agricultura na medida em que funcionavam
09.16. (UEM – PR) – No contexto da Baixa Idade Média, a como um mercado consumidor de produtos agrícolas
Europa Ocidental passou por significativas transformações em contínuo crescimento.
sociais, políticas e religiosas. Sobre essas transformações, 16) Os principais aliados dessas cidades comerciais eram
assinale o que for correto. os senhores feudais, que isentavam completamente os
01) Ocorreu um aumento de trocas de produtos em espé- comerciantes do pagamento de impostos, de taxas e
cie, em detrimento do uso e da circulação de moedas. de pedágios
02) No reino da França, as relações feudo-vassálicas foram,
paulatinamente, substituídas pela centralização do po-
der monárquico.

10 Semiextensivo
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09.19. (UEM – PR) – 09.20. (UFPR) –

“[...] Com a continuação, para satisfazer as fal- Sobre Joana d’Arc, o historiador Jules Michelet
tas e necessidades dos da fortaleza, começaram a escreveu: “Pela primeira vez, sente-se, a França é
afluir diante da porta, junto da saída do castelo, amada como uma pessoa, e ela torna-se tal desde
negociantes, ou seja, mercadores de artigos custo- o dia em que a amam. Até ali era uma reunião de
sos, em seguida taberneiros, depois hospedeiros províncias, um vasto caos feudal, um país imen-
para a alimentação e albergue dos que mantinham so, de ideia vaga. Mas desde esse dia, pela força
negócios com o senhor, muitas vezes presente, e do coração é uma pátria”.
dos que construíam casas e preparavam alberga-
rias para as pessoas que não eram admitidas no MICHELET, Jules. Joana d’Arc. São Paulo: Fulgor, 1964, p. 16.
interior da praça. O seu dito era: ‘vamos a ponte’. Comente esse excerto, explicando as consequências da
Os habitantes de tal maneira se agarraram ao local Guerra dos Cem Anos (1337-1453) para a França e para o
que em breve aí nasceu uma cidade importante
sistema feudal
que ainda hoje conserva o seu nome vulgar de
ponte, porque brugghe significa ponte em lingua-
gem vulgar [...]”

(PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. O aparecimento de um burgo novo:


Bruges, Sec. XIII. In: História da Idade Média: textos e testemunhos. São Paulo:
Editora Unesp, 2000, p. 149-150).

Tomando como referência o fragmento acima e os conhe-


cimentos sobre a formação das cidades na Idade Média,
assinale o que for correto.
01) A carta de Franquia (Foral) subscrita pelo rei foi uma das
formas de os mercadores alcançarem as isenções fiscais
nas cidades medievais.
02) Diferentemente das cidades da Antiguidade clássica, as
cidades da Idade Média eram construídas de forma pla-
nejada e voltada para satisfazer o bem comum.
04) Entre outros fatores, em algumas regiões da Europa
Ocidental, o ressurgimento do comércio urbano na
Idade Média foi responsável pelo desmoronamento
das relações servis.
08) Na constituição das cidades medievais, surgiram confli-
tos entre os interesses dos mercadores e os interesses
dos senhores feudais.
16) Devido à ausência de moeda e às transações econômi-
cas serem realizadas pela troca de produtos, as cidades
medievais não contribuíram para a formação das cida-
des modernas.

Gabarito
09.01. d 09.14. e pulsou os ingleses de seu território, con-
09.02. d 09.15. b tribuiu para a centralização do poder nas
09.03. c 09.16. 06 (02 + 04) mãos do rei, afinal Carlos VII foi coroado
09.04. e 09.17. 14 (02 + 04 + 08) como rei em Reims no norte do país se-
09.05. b 09.18. 15 (01 + 02 + 04 + 08) guindo antigas tradições, também contri-
09.06. e 09.19. 13 (01 + 04 + 08) buiu para a consolidação do Estado Na-
09.07. c 09.20. O texto aborda a participação de Joana cional Francês e para a consequente crise
09.08. c d’Arc na Guerra dos Cem Anos. A jovem do sistema feudal que gradativamente
09.09. a camponesa francesa Joana d’Arc ajudou deu lugar a um novo sistema, o capitalis-
09.10. a seu país na guerra contra a Inglaterra. ta, que vai se consolidando no decorrer da
09.11. d Morreu queimada em Rouen aos 19 anos Idade Moderna (séculos XV ao XVIII).
09.12. e de idade em 1431. Esta guerra terminou
09.13. a em 1453 com a vitória da França que ex-

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