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Informação & Desenvolvimento




 

Director: Gilberto Guibunda|Edição número 19| Ano 1|06 de Julho de 2022|www.inhambanense.co.mz|Email:geral@inhambanense.co.mz|Periodicidade:Quinzenal

Filipe Nyusi assinalou em Pág. 5 - 6

Inhambane os dois momentos marcantes

• Zinave no lugar de destaque entre os Parques nacionais.
Rinocerontes entre as novas espécies atractivas.
• Energia de qualidade chega para mais de sete mil
SUSPEITO DE CORRUPÇÃO
famílias nos distritos de Govuro, Inhassoro e Vilankulo.
Secretário-Permanente de Fu-
nhalouro nega ter lesado o Es-
tado.
Manuel Pumule é indiciado de
ter alimentado a sua frota de
transporte semi-colectivo com
combustível do Estado.
Pág. 10

POLÍTICA (MARCOS DA
NOSSA HISTÓRIA)

Primeira Constituição da Repú- DESPORTO

blica Popular de Moçambique
foi aprovada há 47 anos, na União Desportiva de Zavala lidera o
Praia de Tofo. Pág. 17 “Inhambanense” Pág. 21 - 22
 2 Primeiro Plano Informação & Desenvolvimento

06 de Julho de 2022

MARCOS DA NOSSA HISTÓRIA

JOÃO MUCHINE: “A FRELIMO COMPLETOU UMA IDADE NOBRE E

VAMOS CONTINUAR A CRIAR CONDIÇÕES BÁSICAS PARA A POVO”

Por: Gilberto Guibunda

O
Primeiro Se-
cretário do Co-
mité Provincial
da Frelimo em
Inhambane, João
Muchine Mudema, vinca que
o seu partido deve continuar
engajado na luta pelo desen-
volvimento do país, desafian-
do aos órgãos executivos e
autárquicos da província de
Inhambane a criarem mais
condições básicas para as po-
pulações. Na exclusiva entre-
vista ao INHAMBANENSE, o
político descreve o caminho
trilhado pelo seu partido que
no passado dia 25 de Junho
alcançou uma “idade nobre”,
aliado também ao facto de
o país celebrar os 47 anos
de independência nacional.
Muchine lembra que é preci-
so valorizar os esforços que
o Governo da Frelimo tem
desencadeado rumo a um
país onde as oportunidades
sejam benéficas para todos,
sobretudo para a juventude,
hoje em dia mais interventi-
va.
INHAMBANENSE (I.)– No de 2021 a Comissão Política e o seu governo pelos feitos, a independência foi defen- bastasse, ficamos com ou-
passado dia 25 de Junho deliberou para que no espa- a partir da Luta de Liberta- dida e depois conseguimos tras adversidades, que é de
o país parou literalmente ço de um fosse dedicado no ção Nacional que nos deu a os Acordos Gerais de Paz em terroristas em Cabo Delgado.
pela ocasião dos 60 e 47 seio da partido, como sendo independência nacional e de 1992. Portanto, retomou-se
(I.) – Considerando que o
anos, da fundação da Fre- de um grande movimento de todo um trabalho, a partir de com todo o vigor o trabalho
país todo esteve em festa,
limo e da proclamação da exaltação dos feitos da Freli- 1975, que é de reconstrução de reconstrução e desen-
qual é o rescaldo a nível de
independência nacional, mo. Quem fala da Frelimo in- de Moçambique. volvimento do país através
Inhambane?
respectivamente. Qual foi clui também o seu governo. do Governo sob direcção do
(I)– Quais são as grandes
a tónica das celebrações Portanto, desde 1962, com nosso partido Frelimo. Tive- (J.M) –Ao longo deste ano
marcas neste processo de
a nível da província de a fundação da FRELIMO, até mos também adversidades, em curso a Frelimo foi se
reconstrução de que se re-
Inhambane? 25 de Junho de 2022, a Freli- mas que o Presidente Filipe ocupando em promover pa-
fere?
mo completou aqui uma ida- Nyusi fez para a localização lestras, colóquios, movimen-
JOÃO MUCHINE (J.M)– Nós de bastante nobre na qual, (J.M.)–Neste processo de do falecido líder da RENA- tos desportivos e culturais,
tivemos praticamente um ao longo deste período, mo- reconstrução do país conta- MO, Afonso Dhlakama, para visando enaltecer o partido
ano de movimento das fes- vimentamo-nos envolvendo mos com muitas adversida- tudo quanto já é do nosso e o seu governo, com reflexo
tividades da fundação da os militantes do partido no des decorrentes da guerra de domínio. Mesmo assim, tive- na vida económica e social
Frelimo. Estabeleço este grande trabalho de exalta- desestabilização que durou mos adversidades no Centro do país. No próprio dia 25
tempo porque a 25 de Junho ção e enaltecendo a Frelimo 16 anos, mas mesmo assim do país, que mesmo se não de Junho, em todos os 14

Ficha Técnica
Director: Gilberto Eduardo Guibunda (gilberto.guibunda@inhambanense.co.mz) Redacção: Adilson Virgílio e Daniel Bambo (Delegado províncial), Alexandre Chauque (Colabora-
Contactos: 862763555 / 842763554 dor) Nketiah das Neves (Inhambane), Tenzin Capita,
Director Executivo: Abel Ramiro Opinião: Pedro Faela, Januário Guibunda e Alexandre Chauque
Director-adjunto: Naene Cauchy Fotografia: José Zangado
Director Editorial e chefe da redacção: Edson Pires (edson.pires@inhambanense.co.mz) Tiragem: 2500 exemplares;
Director Gráfico: Yannick Doménico Abdul Registo: 05/GABINFO-DEC/2021
Director-adjunto: Mauro Florêncio Sede: Av.25 de Setembro, 1203, Cidade de Maputo
Website: Naene Cauchy

distritos e cidades da pro-
víncia de Inhambane, hou-
ve um movimento paralelo
caracterizado pelo envolvi-
mento dos militantes e da
população porque, além da
fundação da Frelimo, em 25
de Junho, o país completava
47 anos da Independência.
Portanto, foi um dia que para
além das cerimónias oficiais
houve marchas, premiações
dos que se destacaram nas
diversas áreas culturais e
desportivas por ocasião des-
tas efemérides. Houve mega
espectáculos bem concor-
ridos pelos músicos, assim
como da participação da po-
pulação, maioritariamente a
juventude.
(I.) – Como manter viva
esta chama viva no seio
das comunidades da pro-
víncia de Inhambane em
Primeiro Plano
relação ao próprio parti-
do, sobretudo para a ju-
ventude que hoje é mais
interventiva e exigente?
(J.M)– Por exemplo, no pró-
ximo ano vamos às eleições
autárquicas. As cinco autar-
quias – todas elas estão sen-
do geridas pela Frelimo – é
muito importante, e temos
estado muito atentos, sob
ponto de vista de os órgãos
autárquicos cumprirem in-
tegralmente aquilo que fo-
ram os manifestos eleitorais
que divulgámos em 2018
e o nosso eleitorado elegeu
a Frelimo que, por sua vez,
colocou os cabeças-de-listas
que hoje são os presidentes
dos municípios. Estes mani-
festos eleitorais foram trans-
formados em programas
quinquenais de governação
autárquica, sobretudo no
que tange a acções de acti-
06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento
vidades básicas, como água. constante monitoria para a ventiva e academicamente
É preciso que os órgãos au- correcção dos rumos e fra- formada.
tárquicos coloquem água à gilidades de forma a que o Fora dos municípios a exi-
disponibilidade dos nossos partido, junto da população gência da Frelimo é a mes-
munícipes e da nossa popu- e dos munícipes continue ma porque, em 2024, esta-
lação. É preciso a electrifi- a granjear simpatias, prin- remos em eleições gerais
cação das zonas rurais, pré- cipalmente no mundo em presidenciais, legislativas
-urbanas e urbanas. É pre- que nos encontramos, de e das assembleias provin-
ciso que o projecto “Energia uma juventude mais inter- ciais.
para Todos” do Presidente
Nyusi se aproveite ao máxi-
mo, reunindo recursos para
se continuar com o mesmo
para o alargamento da rede
de electrificação. É preciso
olhar para as vias de acesso
para além de falar das áreas
sociais, sobretudo a educa-
ção e a saúde e produção de
alimentos.
(I.)– Sim...
(J.M) –Tudo isso mexe
com a governação da Fre-
limo, que no entanto que
Governo, tem estado em
4 Primeiro Plano
Informação & Desenvolvimento
06 de Julho de 2022
MUSEU PARA CONSERVAR A HISTÓRIA
A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
POPULAR DE MOÇAMBIQUE FOI APROVADA HÁ 47 ANOS EM TOFO
De 19 a 21 de Junho de 1975, nas vésperas
da proclamação da independência nacional,
a praia de Tofo, no edifício hoje pertencen-
te a empresa Portos e Caminhos de Ferro de
Moçambique, foi uma importante paragem
da triunfal viagem de Rovuma ao Maputo, do
primeiro Presidente de Moçambique indepen-
dente, Samora Machel. Uma viagem indelével
na construção de um novo Estado de Direito
com a praia de Tofo a escrever o seu nome no
livro de nascimento de Moçambique indepen-
dente, visto que foi o anfitrião da reunião que
aprovou a primeira Constituição da República
Popular de Moçambique.
A primeira Constituição da República Popu-
lar de Moçambique entrou em vigor no dia
25 de Junho de 1975, como consequência da
proclamação da Independência, onde nela se
anunciava uma nova ordem a qual pretendia
romper com todo o sistema do Estado colonial,
para o nascimento do Estado moçambicano,
na chamada Primeira República.
(I.)Recuando no tempo e no espaço, e
olhando para o presente, qual é o signifi-
cado que dá a este marco indelével da his-
tória de Moçambique?
(J.M)– De facto, quando estávamos a caminho
da proclamação da independência nacional,
a província de Inhambane, especificamen-
te a praia do Tofo, acolheu a grande reunião
nacional que foi a Sessão da Comité Central
da FRELIMO, que se ocupou em aprovar a
primeira Constituição da República Popular
de Moçambique. Está-se à procura de recur-
sos para a transformação daquele local como
museu de forma a que a nossa história não
fique esquecida e não se perca. Há toda uma
preocupação para reunir recursos para a pre-
servação do local. Recordando a história, na-
quela altura não tínhamos uma Assembleia
Constituinte e foi a Frente de Libertação de
Moçambique, FRELIMO, que libertou este
país, através do Comité Central, que procedeu
com a aprovação desta Constituição.
(J.I)– O que é que este acontecimento re-
presenta sob ponto de vista de Estado de
Direito?
(J.M) – Sob ponto de vista do Estado de Di-
reito a juventude precisa saber deste dado
porque o país começou a caminhar com
esta Constituição aprovada em Inhambane.
É muito importante que este dado seja di-
vulgado no seio da nossa juventude, nas es-
colas, sobretudo secundárias e mesmo nas
academias. É importante que isto fique no
domínio na nossa juventude. Há quem ache
que isto não é nada, mas historicamente
marca-nos como moçambicanos, como pro-
víncia de Inhambane e tem que marcar-nos
para toda a vida. Vínhamos da colonização
e tivemos que libertar o país recorrendo a
luta armada e, Inhambane teve a sorte de
acolher este evento, pelo que, precisamos
conservar este dado de forma que este gan-
ho não passe despercebido à geração vin-
doura.

NYUSI DIRIGIU DOIS GRANDES EVENTOS EM ZINAVE E TEMANE
REINTRODUZIDOS RINOCERONTES NO ZINAVE
E ENERGIA ELÉCTRICA CHEGA PARA MAIS DE 7 MIL FAMÍLIAS
O
Presidente da
República, Filipe
Jacinto Nyusi, es-
calou sexta-feira
última a provín-
cia de Inhambane para uma
visita de trabalho bastante
simbólica para a provín-
cia. O Estadista, recorde-se,
seguiu depois para a pro-
víncia de Sofala. A escala
a Inhambane tinha como
propósitos, primeiro a par-
ticipação, como anfitrião, na
cerimónia de celebração do
20.° Aniversário do Tratado
das Áreas de Conservação
Transfronteiriço do Grande
Limpopo, que decorreu no
Parque Nacional do Zinave.
Este tratado interliga Mo-
çambique, África do Sul e
Zimbabwe.
Neste contexto, e usando
do seu papel de anfitrião, o
Chefe do Estado, que esteve
acompanhado nesta cerimó-
nia pelo antigo Presidente da
República, Joaquim Alber-
to Chissano, uma das vozes
de apelo à conservação dos
ecossistemas, destacou na
sua intervenção a importân-
cia da intervenção de todos,
sobretudo dos países que in-
tegram este projecto do Par-
que Transfronteiriço, as con-
cretas respostas que visam
garantir uma melhor gestão
dos recursos na região, o
que significa que os Estados-
-membros devem continuar
com o diálogo e adptando
Economia
as políticas de conservação
e restauração, para garantir
a sustentabilidade ecológi-
ca dos recursos faunísticos
existentes.
06 de Julho de 2022
SOLTURA DE
RINOCERONTES
O ponto mais alto da concor-
rida e simbólica cerimónia
Informação & Desenvolvimento
5
foi a soltura de 19 rinoceron-
tes no Parque Nacional do Zi-
nave, uma reintrodução des-
ta espécie neste parque que
se destaca no seu ecossis-
tema com os animais como
elefantes, leopardos, leões,
búfalos, o que posiciona
Moçambique na área de
conservação que contempla
no seu acervo os “Big Fives’’.
A reintrodução desta espé-
cie no Parque Nacional do
Zinave, segundo Filipe Nyu-
si, coloca Zinave num lugar
de destaque nos chamados
parques detentores dos “Big
Five”, sendo Zinave o primei-
ro em Moçambique, o que irá
contribuir significativamente
para a massificação do turis-
mo.
Considerando o rinoceron-
te um animal apetecível dos
caçadores furtivos, o Presi-
dente da República apelou a
todos os intervenientes para
uma implacável gestão do
parque da mesmo forma que
ampliou as exortações para
as comunidades locais, para
que sejam vigilantes contra
os prevaricadores da natu-
reza, considerando que as
suas acções atentam contra o
equilíbrio ecológico.
6 Informação & Desenvolvimento

06 de Julho de 2022 Economia

INAUGURADA LINHA
CHIBABAVA – TEMANE E UMA SUBSTAÇÃO LOCAL
Concluída a agenda no Parque Nacional
do Zinave, o Chefe do Estado escalou o dis-
trito de Inhassoro, concretamente no Posto
Administrativo de Temane, localidade de
Mangungumete, onde procedeu com a in-
auguração da importante linha de trans-
missão de energia eléctrica de Alta Tensão
(110 Quilowatts) que interliga a zona Cen-
tro, a partir da Casa Nova, em Chibabava, e a
zona Sul, em Temane, numa extensão de 240
quilómetros.
O mega projecto financiado pelo Estado
moçambicano e pelo Governo da Suécia,
avaliado em 40 milhões de dólares norte-
americanos, observa três lotes, o primeiro
que compreende o fornecimento e monta-
gem dos 240 km de linha de 110 Kv da sub-
estação de Casa Nova para a subestação de
Temane, suportada por 672 torres; o seg-
undo lote compreendeu a construção de três
subestações de 110/33kV, 16 MVA em Casa
Nova, 110/33kV, 40 MVA em Temane e, final-
mente, 33/11kV, 2x10MVA em Vilankulo. O
terceiro e último lote, de acordo com o pro- e Vilankulo, na província de Inhambane.
jecto inicial, observa os 174km de rede de Filipe Nyusi considera ,com este acto, que o
Média Tensão a 33kV, a construção de 88km país está cada vez mais iluminado, esperan-
de rede de baixa tensão a 0.4kV. do que com a energia eléctrica ora fornecida
Com esta entrega formal feita pelo Presiden- sejam multiplicados os postos de trabalho.
te da República, cinco distritos abrangidos Espera-se que mais de 7 mil famílias passem
pela linha passam a beneficiar-se de energia a beneficiar-se desta energia eléctrica, que
de alta qualidade, nomeadamente, Chibaba- vai catapultar o desenvolvimento das re-
va e Machanga, em Sofala, Govuro, Inhassoro spectivas comunidades.

MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE VIDA

FRELIMO SAÚDA O ESFORÇO DO GOVERNO

A Frelimo, através do seu Primeiro Secre-
tário do Comité provincial, João Muchine,
saudou o esforço do Governo na luta pela
melhoria de condições de vida dos moçam-
bicanos. Muchine teceu estes comentários
à nossa reportagem no âmbito da visita que
o Presidente da República fez que, além de
dirigir a cerimónia da celebração do 20.º
Aniversário do Tratado das Áreas de Con-
servação Transfronteiriço do Grande Lim-
popo, procedeu com a inauguração da linha
Chababava – Temane.
“Do ponto de vista do projecto do presidente
Nyusi de ‘Energia para Todos’, é bem-vindo
este ganho e, me parece que vai haver a re-
distribuição para grande parte da zona Sul
do país. Portanto, é uma grande alegria para
a província de Inhambane porque esta sub-
stação vai permitir que o projecto ‘Energia
para todos’ fique paulatinamente concre-
tizado através da prossecução de recursos
para a derivação de mais linhas para a ener-
gia poder abranger muitos distritos, muitos
postos administrativos, muitas localidades e
povoados. Portanto, este projecto que vai até
2030 de facto está andar e o Governo está a
conseguir recursos para a construção destes
projectos”, apontou.
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Informação & Desenvolvimento

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 8 Informação & Desenvolvimento

06 de Julho de 2022 Economia

JOÃO MUNGUAMBE

DECLARA MABOTE LIVRE DA FOME

Por: Gilberto Guibunda

O
director dos Ser-
viços Distritais
das Actividades
Económicas do
distrito de Ma-
bote (SDAE), João Munguam-
be, afirmou, em declarações
ao INHAMBANENSE que o
seu distrito está livre da fome
a avaliar pelo volume de pro-
dutividade, sobretudo agrí-
cola, que o distrito tem apre-
sentado nos últimos tempos,
graças a novas estratégias de
produção introduzidas e que
têm apresentado resultados
animadores, principalmente
para as comunidades.

Não obstante os resultados

previamente previstos da
primeira fase da campanha
2021/222, Munguambe re-
fere que houve necessidade
de reverter o quadro e os re-
sultados estão à vista.
“O distrito de Mabote plani-
ficou para a campanha agrí-
cola 2021/22 uma área de
cerca de 23.884 hectares e
foram semeadas 23.441 hec-
tares, correspondente a 98
por cento. Mas salientar que
desta área tivemos uma per-
da de cerca 5.650 hectares
de culturas diversas devido
as chuvas irregulares e altas
temperaturas que se caracte-
rizaram ao longo deste perío-
do. Por isso, a avaliação que
nós fazemos não nos satisfaz
face àquilo que o distrito nos
habituou ou daquilo que foi
o resultado da campanha
passada, que foi das boas
que tivemos. Portanto, para a
campanha passada não con-
seguimos lograr com aquilo
que era a nossa perspectiva
em termos de produção”, re-
conheceu o dirigente, adiante
afirmando que Mabote não
regista bolsas de fome.
PRODUZA MABOTE
BEM-SUCEDIDO
“Estima-se em 7.907 tone-
ladas de produção, o que
representa 36 por cento
quando comparado com o
período homólogo do ano
passado. Mas nós não fica-
mos conformados com este
cenário e, através das várias
alternativas, conseguimos
dar uma viragem para con-
trolarmos aquilo que é o
défice alimentar no distrito.
Aliás, afirmo publicamente
que hoje no distrito de Mabo-
te não se fala de fome, visto
que na campanha passada as
nossas comunidades pude-
ram prolongar um período
longo, que está a decorrer,
como também a época fresca
veio para garantir que haja
alimentos de subsistência da
nossa população. Através da
iniciativa ‘Produza Mabote’,
que está sendo levada a cabo
e bem-sucedida, nos subme-
te a transformar aquilo que
são os nossos desafios em
oportunidades”, frisou João
Munguambe, assegurando
que é uma aposta do distrito
o incremento de culturas de
rendimento.
NOVOS CAMPOS
PARA CAJUEIROS
“Nós conseguimos fazer um
aproveitamento massivo atra-
vés de hortas caseiras. Quero
assegurar que todas as famí-
lias conseguem fazer as suas
hortas, e aquelas que não
têm fontes de água nas suas
residências recorrem a poços
que são abertos, e através de
fontanários comunitários fa-
zem ao redor as suas hortas e
assim aproveitam o máximo
este período fresco. Estamos
a ter agora uma nova inicia-
tiva no sentido de mobilizar
as nossas comunidades para
a abertura de novos campos
para o plantio de cajueiro,
considerando o distrito como
um dos maiores produtores
da castanha de caju”, explicou,
para depois prosseguir.
“Também tivemos novas ex-
periências para a produção
do gergelim para o incremen-
to daquilo que é a produção
de culturas de rendimento a
nível do distrito. Felizmente
está a surtir efeito, pelo que
vamos continuar a massificar
e a garantir que esta prática,
de facto, seja uma solução
para as comunidades”, argu-
mentou, antes de concluir.
“O nosso distrito é poten-
cial na criação e produção
do gado caprino e bovino e a
criação de aves. As comunida-
des usam isto como alternati-
va, porque vende o gado e do
rendimento têm o dinheiro
para comprar outros bens,
seja alimentício ou material”.

DEPUTADOS DA AR E MEMBROS
DAS ASSEMBLEIAS PROVINCIAIS
DISCUTEM SECTOR DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA
Por: Daniel Bambo
R
eflectir sobre as
dinâmicas actuais
do sector da in-
dústria extracti-
va e os desafios
para Moçambique foi o tema
que serviu de reflexão no de-
bate entre os deputados da
Assembleia da República e
membros das Assembleias
Provinciais, que decorreu
semana finda na cidade de
Inhambane, na abertura da
sessão de diálogo e partilha
de informação, numa inicia-
tiva promovida pelo Instituto
Para Democracia Multiparti-
dária (IMD).
Na sua intervenção, na aber-
tura da sessão, a secretária
de Estado na Província de
Inhambane, Ludmila Magu-
Sociedade 06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento
ni, vincou ser papel das As- de danos ambientais; polui- Provinciais desempenhem o fundamental a discussão
sembleias da República e as ção das águas; destruição da crucial papel de assegurar e profunda sobre as dinâmicas
Provinciais, assegurar a fisca- herança cultural das famílias, fiscalizar, de modo que os di- actuais do sector da indústria
lização da exploração dos re- poluição do ar; incumprimen- reitos dos cidadãos não sejam extractiva e desafios para o
cursos minerais, para garantir to da justa indemnização, en- violados devido à exploração país, no geral e da província
que os direitos dos cidadãos tre outros, sendo por isso ne- destes recursos. de Inhambane em especial,
não sejam violados no decur- cessário que a Assembleia da concretamente no distrito de
so deste processo. República e as Assembleias Ludmila Maguni apelou ser Inhassoro.
Maguni reconheceu que a
indústria extractiva em Mo-
çambique constitui um dos
sectores da economia que
rapidamente cresceu nas últi-
mas duas décadas o que tem
estado a trazer um contributo
significativo para a economia
do país.
A representante do Estado ao
nível da província de Inham-
bane salientou que apesar
dos ganhos provindos pela
extração dos recursos, esta
actividade tem provocado vá-
rios impactos negativos, des-
10 Informação & Desenvolvimento
ACUSADO DE CORRUPÇÃO
SP DIZ SER VÍTIMA DE PERSEGUIÇÃO E NEGA
TER SE BENEFICIADO DO COMBUSTÍVEL DO ESTADO
O
antigo Secretá-
rio Permanente
(SP) do distrito
de Panda e ago-
ra a desempe-
nhar as mesmas funções do
Estado a nível do distrito de
Funhalouro, Manuel Narci-
so Pumule, surge associa-
do pela imprensa à práti-
ca de corrupção activa na
altura que exercia o cargo
em Panda. Ou seja, durante
os últimos cinco anos teria
se beneficiado do combus-
tível do Estado para abas-
tecer a sua frota de trans-
porte de passageiro semi-
-colectivos. Pumule nega a
acusação de que lhe é feita
e diz que é vítima de per-
06 de Julho de 2022
seguição de indivíduo(s)
identificado(s),
residente(s) no próprio
distrito de Panda.
O INHAMBANENSE procu-
rou ouvir o dirigente face
ao caso público, pelo que
não se aprofundou sobre
o mesmo e sem se mos-
trar apreensivo, aguardan-
do que a administração da
Justiça siga os seus trâmites
legais e se pronunciar nos
próximos dias.
“Gostaria de contra-atacar,
mas até quando vou lutar
com os mídia. Eu nem es-
tou preocupado com aqui-
lo que não é verdade e que
para mim não muda nada.
Sociedade
Estão a tentar denegrir a
minha imagem, mas não
há problema. Em 2016 cir-
culou também na impren-
sa escrita que fui visto no
meu local de trabalho com
curandeiro e a minha reac-
ção foi neutra. Em 2016 não
reagi e vou tomar a mesma
posição agora. Qualquer
um que tenha capacidade
para analisar vai perceber
que isto é mentira”, afir-
mou o interlocutor, que
nas suas curtas declarações
alega que está a ser vítima
de perseguição.
“Eu sei que alguém está a
andar atrás da minha vida,
não sei que benefícios é que
esta mesma pessoa ou pes-
soas ganham fazendo isto.
São pessoas que nós conhe-
cemos e não precisamos
andar nisso. Um jornal que
está em Maputo não pode
entender passar esta infor-
mação sobre assuntos do
distrito de Panda. Há quem
está atrás da minha vida. Se
é verdade o que se diz en-
tão a Justiça vai tomar con-
ta deste assunto”, declarou.
“Para quem trabalha na
Função Pública é possível
usar combustível do Esta-
do? Eu estou envolvido na
actividade de transportes
de passageiros desde 2003
e não comprei a frota que
tenho agora que sou Se-
cretário Permanente. Os
carros operam na cidade
de Inhambane e não com-
preendo de que forma é
que os carros podem sair
desta cidade para a Vila de
Panda só para o abasteci-
mento”, questionou.
É um dado que esta infor-
mação já chegou ao Gabi-
nete Provincial de Combate
à Corrupção que, não tendo
se pronunciado ainda so-
bre o caso, já se encontra
no terreno a fazer as devi-
das diligências de modo a
apurar a veracidade ou não
desta situação que se quali-
fica de corrupção activa.
 Publicidade 06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento

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12 Sociedade Informação & Desenvolvimento
UNIVERSIDADE METODISTA UNIDA
DISPONIBILIZA QUADROS AO MERCADO DE TRABALHO
Por: Daniel Bambo
S
etenta e seis estu-
dantes, entre Mes-
trados e Licencia-
dos, engrossam a
lista de quadros
recém-formados e gra-
duados pela Universidade
Metodista Unida em Mo-
çambique, localizada em
Cambine, no distrito de
Morrumbene. É primeiro
grupo de estudantes a se-
rem graduados nesta ins-
tituição de ensino supe-
rior e formados nas mais
diversas áreas do saber,
nomeadamente, Teolo-
gia, Ciências da Educação,
Ciência da Administração
e Gestão, Engenharia In-
formática, Pedagogia e Di-
dática. Deste grupo, 42 são
licenciados e 34 mestres.
APLICAR OS CO-
NHECIMENTOS
Presente na cerimónia de
graduação, a secretária
do Estado na província de
Inhambane, Ludmila Ma-
guni, desafiou aos recém-
-graduados a aplicar os co-
nhecimentos adquiridos
durante a formação para
06 de Julho de 2022
buscar soluções tangíveis, no ensino superior, assim expandir e aproximar o postos pelo mercado de
que contribuam na reso- como em outras áreas de ensino de qualidade aos trabalho, mesmo assim,
lução dos problemas que actuação. cidadãos. Numa outra ver- assumem a responsa-
afligem as comunidades.  tente, Vilankulos instou bilidade de usar a sua
Dirigindo-se aos gradua- aos técnicos formados a formação e os conheci-
Maguni desfiou-os igual- dos, o Reitor da Universi- fazer valer o conhecimen- mentos adquiridos na
mente a pautar pela res- dade Metodista Unida de to adquirido, transfor- academia para dar um
ponsabilidade, entrega, Moçambique, Júlio André mando-o em prática.  contributo significativo
ética profissional e em- Vilankulos, atestou que para o desenvolvimen-
penho na construção so- várias acções estão em Os graduados reconhe- to económico-social do
cial do país, no novo ciclo curso visando melhorar, ceram os desafios im- país.
que passarão a seguir no
mercado de emprego, con-
tribuindo assim para a
materialização dos planos
traçados pelo Governo nos
diferentes níveis de desen-
volvimento. 
A secretária do Estado
virou-se para a Univer-
sidade Metodista Unida
de Moçambique para que
esta se transforme em um
centro de investigação de
excelência nos diferentes
domínios de conhecimen-
to por si ministrados, bem
como, a partilhar os resul-
tados das pesquisas feitas
com os sectores-chave,
parceiros e a comunidade
em geral, como contributo
para o desenvolvimento
sócio-económico país. 
Maguni encorajou ainda a
universidade a implemen-
tar programas que garan-
tam a inclusão da mulher
 Noticiário 06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento

13
DEVORADO PELO FOGO

Estúdio Bom Dia reergue-se das cinzas

J
á estão em curso as – O edifício sofreu na
obras de reconstru- sua plenitude, estivemos
ção do Estúdio Bom a avaliar se podíamos
Dia, do Produtor aproveitar algumas pa-
musical, Roland Pi- redes ou iniciar um novo
ckl, que no passado dia projecto, mas penso que
14 de Junho foi comple- há alguma coisa por se
tamente deflagrado pelo reaproveitar. A certeza
fogo após, segundo se é que estamos a nos er-
apurou, um corte cir- guer e vamos procurar
cuito causado por cabos reconstruir um estúdio
eléctricos. A sua recons- mais moderno em re-
trução surge numa altu- lação ao que era antes.
ra em que o proprietário Perdemos praticamen-
deste importante centro te tudo que tínhamos,
de difusão da cultura nomeadamente, gui-
lançou um SOS com vis- tarras baixos, teclados,
ta a angariar apoios de baterias, etc. Perdemos
modo a voltar a ter o es- igualmente o interior do
túdio operacional até ju- edifício que foi feito com
nho do próximo ano. um cenário próprio para a gravação de bandas ao electricas e centenas de do. Há outros sectores
vivo. Portanto, tínhamos cabos, etc. São mais de 50 que estão a fazer o mes-
equipamento de valor mil euros perdidos, pelos mo, e queremos agrade-
imensurável, não apenas cálculos preliminares” la- cer o gesto de cada um.
pelo valor monetário, mentou Roland Pickl, fa- O Estúdio Bom Dia tem a
mas o valor simbólico em lando ao nosso jornal. sua importância na divul-
si. Perdemos uma mesa “Recebemos a visita do gação e massificação da
metálica de alto valor dos Governador da Província, cultura da província de
anos 90, tantas guitarras que foi também ele quem Inhambane e não só, por
de boa qualidade, pianos inaugurou o edifício. As- isso este espaço deve-
acústicos, baixo acústico, seguro-nos apoios e para -se estabelecer” referiu o
10 guitarras acústicas nós será muito bem-vin- proprietário.

CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA PÓLIO

Panda acolhe cerimónia de lançamento ao nível da província

O Distrito de Panda acolhe esta quarta-feira
a cerimónia provincial de lançamento da
campanha nacional de vacinação contra pó-
lio, que será dirigida pela Secretária de Es-
tado na Província de Inhambane, Ludmila
Maguni.

De acordo com Amilcar Petim, chefe da Re-

partição de Promoção de Saúde, da Direc-
ção Provincial de Saúde de Inhambane, esta
campanha vai decorrer nos 14 distritos da
província devendo abranger todas as crian-
ças dos zero aos 59 meses prevendo-se al-
cançar 177 857 crianças desta faixa etária.

Neste âmbito, o sector da saúde exorta a po-

pulação da província de Inhambane colabo-
rarem com as equipas escaladas para esta
campanha considerando que a mesma vai
decorrer porta a porta durante os próximos
quatro dias que vai durar esta primeira fase.

A segunda dose da campanha de vacinação

contra pólio será dentro de um mês.

Lembrar que a campanha nacional de va- qualquer evidência de existência destes ca- legiado acções activas nos distritos com al-
cinação contra poliomielite é realizada no sos na província de Inhambane. guns sinais de pólio recolhendo as amostras
âmbito de um caso detectado na província para o laboratório nacional, localizado na
de Tete e outro no Malawi sendo que não há Para Amilcar Petim, a província tem privi- Província de Maputo.
14 Cultura Informação & Desenvolvimento
PREPARAR OS TÍMPANOS PARA
A “RETROSPECTIVA” DE FÉLIX MOYA
Por: Gilberto Guibunda
“
Retrospectiva” é o
próximo trabalho dis-
cográfico do músico
natural de Inharrime,
Félix Moya, a ser lança-
do no mercado, ou pelo me-
nos, como o próprio compo-
sitor descreve, já devia estar
disponível para o consumo,
considerando que há dois
anos que se concluiu a pro-
dução.
O atraso para o seu lança-
mento prende-se, segundo
o vencedor do Prémio Re-
velação e de Melhor Canção
do Ngoma Moçambique em
1997 e 2003, com as músi-
cas “Unga nyi huli” e “Livan-
goni”, respectivamente, com
questões administrativas e
financeiras para a impressão
do disco.
Foi na passagem de mais um
aniversário do Dia de África,
depois de uma actuação para
o mundo, na Universidade
Eduardo Mondlane, que o
INHAMBANENSE redes-
cobriu o músico que afirma
não estar pendurado, quan-
06 de Julho de 2022
do abordado sobre a notável
e desenfreada ausência nos
palcos, ao que respondeu
que se encontra activo e na
preparação do lançamen-
to do seu segundo “filho”
(álbum).
“Ando pela capital do país.
Tenho desaparecido um
do. Tenho um novo trabalho
pouco, dada as outras ocu-
discográfico preparado, já
pações, mas também pelo
gravei, e até 2020 o disco
momento que passámos, o
estava pronto. As questões
da pandemia da Covid-19,
administrativas e financeiras
onde tudo praticamente
é que atrasam o disco a
esteve fechado. Felizmente
aparecer no mercado. Já
estamos a voltar à normali-
está masterizado e estamos
dade, sobretudo o ambiente
no mercado à procura de um
de trabalho na área da cul-
sponsor que possa imprimir
tura. Mas eu não estou para-
o disco. É a parte minima-
mente mais acessível porque
o mais difícil, que era pro-
duzir, já está ultrapassado”,
confirmou Félix Moya, que
tem no próximo álbum uma
miscelânea de colaborações,
sendo a destacar o antigo
amigo e falecido Jacob Des-
varieux.
“Trata-se dum disco de ca-
rácter universal, ou seja,
que teve a participação do
falecido Jacob Desvarieux, o
co-fundador do legendário
grupo Kassav, que morreu
no ano passado, em Guadalu-
pe, sua terra natal, vítima de
Covid-19. Além dele, tenho a
destacar também a partici-
pação de músicos cubanos,
dinamarqueses, congoleses,
brasileiros e portugueses. E
como é de praxe, consegui-
mos alguns instrumentistas
nacionais e cujo produtor
principal é o Bernardo Xidi-
minguana Júnior. Portanto,
é um disco de grande en-
vergadura, do qual muito se
deve esperar”, afirma, algo
apreensivo pelo lançamento
do seu trabalho.
LANÇAR O DISCO
ATÉ OUTUBRO
“O disco já devia ter saído e
a qualquer momento estará
no mercado para o consu-
mo. Se saísse antes do final
do ano seria ainda melhor.
O meu sonho é que até Ou-
tubro o disco esteja no mer-
cado. Está tudo feito em
termos de concepção e cujo
responsável é o David Kigali,
o grande técnico sul-africano
responsável pelos sucessos
de Lucky Dude, Stemela,
Soul Brothers, etc. Foi o res-
 Cultura 06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento

ponsável também pelo Dzu-
meledzi (lançado em 2017)
que parecendo que não, é
um dos discos moçambicano
que nos últimos cinco ou dez
anos conseguiu colocar-se no
mercado internacional. Toca
desde a RDP África, a Rádio
França Internacional, Voz da
América, entre outros. Todos
os dias rezo para que o disco
apareça a qualquer momen-
to. Também tive um pouco
de azar. Quando apareceu Ja-
cob Desvarieux consegui ter
uma boa relação com ele e
nos tornámos muito amigos,
apesar do nível em que se
encontrava. Considero a ele
meu pai espiritual. Era para
ele ter impresso o álbum ‘Re-
trospectiva’ na França e foi
quando aconteceu o infortú-
nio de ele perder a vida”.
Se ainda há incertezas em re-
lação às datas de lançamen-
to do novo álbum, a certeza,
15
porém, é que “Retrospectiva”
será uma convergência de
ritmo com vista a responder
as expectativas dos exigentes
fãs e admiradores.
“O disco vai chamar-se “Re-
trospectiva” porque faz a re-
senha do meu passado. Tentei
pegar os trabalhos anteriores
e dar uma pujança, como se
diz na linguagem popular,
boostar para estar no nível in-
ternacional, tal como é ‘Dzu-
meledzi’ (álbum anterior). O Youssou N’dour escutarem é de grandes referências na
que eu fiz foi recuar no tempo poderão afirmar que afinal música, falo do Otis, Jaco Ma-
e no espaço, pegando nas an- existem alguns jovens que ria, Magid Mussá, entre ou-
tigas músicas e dar uma nova conseguem dar alguma qua- tros. Nós outros procuramos
roupagem e incluir alguns te- lidade aos trabalhos. Quando trabalhar para não defraudar
mas inéditos com a participa- o disco sair vai ser um orgu- a estas vedetas que algumas
ção de cantores das nacionali- lho para o país e muito par- delas deixaram marca a nível
dades acima referenciadas. É ticularmente para a nossa mundial”, aduziu.
um disco que, se Salif Keita ou província de Inhambane, que

UM ENGENHEIRO AGRÓNOMO INCLINADO NAS ARTES

O distrito de Inharrime é o berço e a cidade de
Inhambane o ponto de partida, por ser aqui onde
desencadeou grande parte da infância antes de
mudar-se, em definitivo, para a capital do país,
para onde viria, anos mais tarde, construir-se
também como um engenheiro agrónomo. A mú-
sica foi sempre instinto natural que foi crescen-
do com o tempo, mas, sobretudo, porque houve
quem descobriu-lhe esta veia.
“Sou natural do distrito de Inharrime, comecei a
gostar da música por influência destas vedetas
que acima arrolei. Em 1983 vim a cidade de Ma-
puto para continuar os estudos e em 1991 inte-
grei-me numa banda musical denominada Satéli-
te, onde estava, entre outros, o Roberto Isaías. Es-
tudava na Escola Secundária Francisco Manyanga
com um colega e filho do falecido músico Gabriel
Chiau. Ele se apercebeu que eu gostava de música
e começou a ensinar-me os primeiros acordes da
guitarra. Vivia no Lar da Munhuana e me lembro
que a primeira viola que usei foi de um grande quando a idade vai crescendo começamos a defi- de discos. A carreira vai andando, com participa-
amigo, de Tete, o António Anita Goba, quem nir prioridades. Nessa altura eu já estava a fazer ções em alguns projectos dos outros colegas mú-
sempre faço questão de fazer a sua referência. a Universidade [é engenheiro agrónomo pela sicos”, observou o interveniente que, radicado em
Nunca me esqueço dele. A banda Satélite foi se de- Universidade Eduardo Mondlane]. O Roberto foi Maputo, nunca esquece as raízes.
stacando e eu como um dos vocalistas. Passámos para os Kapa Dêch e eu comecei a carreira a solo, e
a acompanhar grandes artistas como José Guima- foi nessa altura que gravei a música ‘Unga nyi huli’,
rães, Avelino Mondlane, Joaquim Macuácua, Júlia INHARRIME NO CORAÇÃO
que em 1997 ganhou o Prémio Revelação no Ngo-
Mwito, Elsa Mangue, António Marcos, entre vá- ma Moçambique. No ano 2000 gravei, em Joanes- “Quero afirmar ao povo de Inharrime que esta-
rios outros. E aqui foi a minha grande escola, por burgo, o álbum ‘Livangoni’, superiormente bem mos sempre juntos, até porque falhei participar,
isso que considero ‘Satélite’ como a minha grande produzido por Zé Pires, dos Kapa Dêch. Foi com por razões justificadas, a um programa à convite
conservatória”, explicou Félix Moya que anos mais a mesma música ‘Livangoni’ que ganhei a catego- da administradora, Elsa Tomo. Estou sempre com
tarde viria a abraçar a carreira solo. ria de Melhor Canção do Ngoma Moçambique no Inharrime. É aqui onde nasci, embora tenha cres-
ano de 2003. Daí fomos trabalhando, com algumas cido na cidade de Inhambane, razão pela qual a
DE UNGA NYI HULI PARA A RIBALTA actuações. Lembro-me dos concertos no ‘Expo Itá- minha infância confunde-se mais com esta cidade,
“Em 1996 a banda desintegra-se. Não é fácil vi- lia’, no qual representei Moçambique neste grande mas Inharrime está sempre no coração. Aliás, toda
ver de música aqui em Moçambique e também evento. Consegui vender um número considerável a província de Inhambane está sempre no coração”.
16 Informação & Desenvolvimento

06 de Julho de 2022 Opinião

“NA LINHA FÉRREA”

Por: Januário Guibunda

E
m umbrática cavaquei-
ra da malta, ouvi, de um
amigo, que há burlões
alojados no Facebook e
noutras plataformas, que
abrem páginas com nomes femininos
fictícios, usando fotografias de mulhe-
res bonitas, tiradas de revistas, como
sendo as titulares. Daí começam a pe-
dir amizade a homens que aparentam
ter algum dinheiro. Conseguida a ami-
zade, em privado, iniciam conversas
que desembocam em pedidos de es-
pumantes, recarga de telefones e até
passagens aéreas para, supostamente,
se deslocarem duma idealizada capital
provincial qualquer, ao encontro do
novo amigo, residente em Maputo.
Para o efeito, os contactos e as conver-
sas não envolverão chamadas de voz.
Se isso tiver que acontecer, será utili-
zada uma burlona, pertencente à rede.
A frustração da trapaça dá-se quando
um dos visados, no lugar de transfe-
rir o valor da passagem, pede a foto-
cópia do BI, para ele próprio comprá-
-la a partir de Maputo. As sucessivas
histórias que o bandido ia contando,
para adiar o envio da fotocópia solici-
tada, foram completando o puzzle e o
perfil criminoso. Foi aí que terminou
o tele-romance e remetidos os dados
para os correspondentes serviços po-
liciais. Do resultado das diligências, a
“vítima”ainda não teve retorno.
Portanto, meus amigos, não caiam
nesses embustes. Usem o dinheiro de
acordo com o vosso orçamento, e nada
de fantasias urdidas por bandidos.
Realmente há perfis com fotografias de
meninas não parecidas com ninguém
com que a gente possa, alguma vez, ter
cruzado. São esculturas e faces que só
podem ter sido produzidas com efeitos
saídos de computadores, por mãos lu-
ciferanas.
E assim funciona o crime...

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“OS MEUS APANHADOS”
“Inhambane, a terra do suicídio!?”
N
ão se trata de uma pergun-
ta nem mesmo uma excla-
mação peremptória, apenas
uma forma de indignação,
por aquela província, apeli-
dada de “terra de boa gente”, até porque
pela história, parece continuar sendo
boa gente de facto. Porém, o título que dá
nome ao tema parece lhe retirar o direito
de continuar a beneficiar do bom nome
deixado por Vasco da Gama, pois, o suicí-
dio, um mal social poder estar a demons-
trar outro reflexo. Aliás, este mal deve ser
desvendado e, sobretudo, ser estancado.
Embora tratado como terra de boa gente,
mas tentativas de lhe retirar o título, pare-
ce lhe perseguir, pois, noutro ramo, igual-
mente menos bom, foi ganhando espaço,
por exemplo, quando se fala do “curan-
deirismo de Mambone”, que embora não
constitua um mal em si, algumas práticas
curandeirescas conduzem-nos a assumi-
-las como más, não necessariamente as
práticas, mas os seus práticos que em não
poucos momentos foram sendo “padri-
nhos” da maldade.
Ora, não é do curandeirismo de Inham-
bane que se pretende falar nesta edição
(talvez se fale dele um dia). Pretende-se
sim, falar do tema “suicídio”, o qual emer- Em virtude do referido acima emerge o
ge pelo facto de nos últimos dias a provín- dever de todos na sua protecção, sobre-
cia ter conhecido momentos não bons em tudo o respeito pela dignidade da pessoa
termos desta matéria. humana.
Na verdade, em tempos que correm a
província de Inhambane veio ganhando
espaço nos Mídias, não pela positiva, que
seria o obvio, mas pela negativa, pois, fo-
ram reportadas e vão sendo reportadas
situações de elevado número de suicídios,
até de menores (pelo menos foram repor-
tadas três situações de menores ou ado-
lescente). Não porque se admita que este
fenómeno esteja reservado aos adultos,
mas o normal do anormal seria um fenó-
meno ocorrer no seio dos adultos, embo-
ra em si seja um fenómeno reprovável e
repugnante.
Opinião 06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento
17
Por: Pedro Faela
pedrofaela@gmail.com
Reprovável porque ninguém tem auto- que os pais em Inhambane usam penas
ridade de tirar a sua própria vida, aliás, talianas para desencorajar práticas que
o artigo 40 da Constituição da Repúbli- “desonrem” com os princípios que que
ca de Moçambique (CRM) fala do de- orientam a família.
ver de protecção do bem vida que se
consubstancia pelo respeito à integridade Ora, independentemente do mal que o in-
física e moral da pessoa humana (de per divíduo tenha cometido, ninguém merece
si ou por interposta pessoa), não havendo encurtar sua própria vida temendo repre-
espaço à tortura ou tratamentos cruéis ou sálias de quem quer que seja em resulta-
desumanos. do das suas práticas desonestas (uma es-
pécie de justiça pelas próprias mãos).
Outrossim, em sede de escrituras sagra-
das igualmente se apregoa que a vida é Em tempos correntes tem se afirmado
que a juventude não obedece as orienta-
eterna e sob a jurisdição divina, no pres-
suposto de que ela é uma dádiva divina, ções ou mandamentos dos pais (a moder-
cabendo a Deus a sua concessão e, por nidade engoliu a juventude), não impli-
consequência, a sua retirada (se for apli- cando que aqueles devem se tornar fero-
cável) conforme o plano dele. Aliás, Deus zes até os filhos partirem para o suicídio
encarnado em Jesus, na sua partida, afir- conforma de contornar as represálias ou
mara que voltaria como ladrão para levar retaliações dos pais por “desonra”.
a cada um. Isto pressupõe que antes da O suicídio é um mal social que deve ser
sua vinda (segunda), a ninguém é legíti- veementemente combatido ou mesmo
mo retirar a sua vida ou a de outrem. Pois, desencorajar por minar ou pôr em causa
a vida é um bem indisponível, inaliená- os direitos fundamentais, tidos como algo
vel, impenhorável ou indelegável a quem essencial que ninguém deve ficar alheio à
quer que seja, incluindo o próprio titular sua protecção e preservação.
desta mesma vida não tem, não pode nem
deve renunciá-la ou denegá-la, por sem O suicídio pode ser entendido, a nosso
um direito fundamental inerente à pessoa ver, como algo egoísta dos que optam ou
humana. enveredam por este caminho, pois, na al-
tura em que o indivíduo pensam e assu-
me o suicídio, em mais ninguém pensa,
sejam parentes (pais, filhos, netos, so-
brinhos e demais familiares), incluindo
amigos, colegas, conhecidos ou mesmo
desconhecidos, para além do próprio Es-
É neste contexto que importa trazer tado, que deve defender e proteger o bem
ou encontrar alguns elementos que vida, através da criação de condições para
sustentam o porquê de elevado número a sua protecção ou preservação.
de suicídios na província de Inhambane,
associado ao facto de o fenómeno estar O suicídio não deve vincar, aliás, deve
a se alastrar no seio de adolescentes. ser desencorajado e os pais, sejam eles
Segundo os relatos, uma das menores de Inhambane ou outra parte deste belo
vítimas de si mesmo enveredou em país, devem moderar a forma como lidam
retirar a sua própria vida temendo com os seus, sob pena de serem autores
represálias dos pais em virtude de morais dos suicídios. Aliás, independen-
não ter seguido alguns mandamentos temente da idade do indivíduo, o suicídio
e desígnios da família, ou seja, por ter não deve ser o refúgio de problemas, mui-
contraído gravidez à revelia dos pais. Isto tos menos das dificuldades e /ou frustra-
nos remete a um possível pensamento de ções da vida.
18 Informação & Desenvolvimento

06 de Julho de 2022 Publicidade

 Desporto 06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento

19

ACOMO KING: “NÃO TIVE TEMPO SUFICIENTE PARA

DESENVOLVER AS MINHAS AMBIÇÕES NO ENH FC”
Por: Gilberto Guibunda

A
como King não é
um ilustre des-
conhecido na
arena desporti-
va da província
de Inhambane. O seu nome
está intimamente ligado à
história da outrora ENH FC
e actual Associação Des-
portiva de Vilankulo (ADV),
onde deixou um legado in-
delével como um dos rostos
da entrada, em 2014, do
embaixador da província de
Inhambane no convívio dos
grandes do vulgo Moçam-
bola.

Macua de gema, prefere que

o identifique de multicul-
tural, uma vez que incor-
pora também como seus
os hábitos e costumes de
Inhambane, sobretudo, de
Vilankulo, onde passou e
teve momentos de glória,
como também nostálgico. E
como a vida é feita de coisa
boas, vamos nos entreter
delas na epopeica viagem
do INHAMBANENSE com
o nosso interlocutor, que se
deixou fotografar para falar
da sua passagem como diri-
gente da ADV.
– É impossível falar de
ENH FC e não constar lá
o seu nome. Tem esta no-
ção?
– Risos! De facto, mas não
é o mais relevante. A ver-
dade é que ENH FC, hoje
ADV, começou um projecto
desportivo que nasceu a 14
de Fevereiro de 2014. Na
altura foi fundada como um
projecto no âmbito da res-
ponsabilidade social. A equi-
pa começou no provincial,
como mandam as regras, e
tínhamos montado uma boa
estrutura de tal maneira que
fizemos uma história dado
que conquistámos esta pro-
va provincial sem nenhuma
derrota. Participámos da
poule de apuramento e as-
cendemos ao Moçambola,
reforçando a estrutura, de
acordo com o momento ac-
tual.
– O que era um projecto foi
crescendo. Quando é que
as estruturas da empresa
ENH se aperceberam que
este projecto podia dar
grandes passos? Qual foi o
seu papel neste processo?
– A minha primeira função
foi de logístico. Na primei-
ra assembleia-geral que se
realizou em 2014 foi eleito
presidente do clube. Con-
seguimos montar uma es-
trutura eficaz que tivemos
bons frutos. Montámos uma
equipa que merecia res-
peito dos adversários. Não
tínhamos muitas dificulda-
des, se calhar como exis-
tem hoje, porque o então
Presidente do Conselho de
Administração da empresa,
Nelson Ocuane, conhecia
os motivos que levaram a
fundação deste clube. Para
dizer que não havia muita
contrariedade entre a direc-
ção do clube e a empresa.
Havia muita conexão e devo
confessar que este pressu-
posto é que fez com que a
ENH FC tivesse muito suces-
so naquela altura.
– Hoje estaria em posição
de explicar melhor como
é que o croata Boris Pucic
chega a ENF FC?
– Sempre fomos cristalinos
sobre este assunto. Nós ví-
nhamos com os treinadores
que levaram a equipa para o
Moçambola, nomeadamen-
te, Eurico da Conceição e
Artur Romão (actuais trei-
nadores do ADV). Aliás, os
dois disputaram as primei-
ras jornadas do Moçambola
e não tivemos assim bons
resultados. Vimo-nos obri-
gado a olhar para outras so-
luções e Boris Pucic surgiu
como luva que encaixou na-
quilo que pretendíamos. Ha-
via uma parceria com uma
academia em Abuja, na Ni-
géria, onde Boris trabalha-
va. Eles abriram um espaço,
querendo nós, para trazer o
treinador e outros jogado-
res, o que foi de nosso agra-
do. Lembro-me que vieram
no âmbito desta parceria o
Emmanuel Etim, Chijioke,
Barnábas, etc. Houve uma
relutância inicial no seio da
direcção pelo facto de o trei-
nador ser estrangeiro e não
conhecer o futebol moçam-
bicano, mas ele veio provar
o contrário com a transfor-
mação que fez. Pelo seu pro-
fissionalismo foi contactado
pela Federação Moçambica-
na de Futebol (FMF), com
20 Informação & Desenvolvimento

06 de Julho de 2022 Desporto

muito mérito, e demonstrou
que com mais tempo pode-
ria ter feito grandes coisas.
Infelizmente foi apenas em-
préstimo para dois jogos.
– A sua permanência foi
curta, a que se deveu?
– Já não havia ambiente para
ele permanecer cá. Eu em
particular já não era presi-
dente do clube e não tinha
como assegurar a sua per-
manência no país. Havia ele-
mentos no clube que faziam
este forcing para o Boris sair,
tanto que cá fora deixavam
informações que não eram
verdadeiras. Ele nunca che-
gou a ser um encargo para o
clube porque estava no clu-
be por empréstimo.
– O mesmo se aplica a To-
más Inguane...
– Era mais-valia para o
clube. Nós todos sabemos
quem é o Tomás Inguane no
nosso futebol. A sua contra-
tação era mais para inspirar
os nossos jogadores, além de
que ele é um gestor despor-
tivo formado. Infelizmente
também foi vítima no seio
da colectividade e submeteu
uma carta a pedir para sair.
– O que sente que não fez
e que gostaria de ter feito
enquanto presidente do
clube?
– Não é um ou dois anos
que um dirigente pode fazer
tudo num clube. Tive pouco
tempo para realizar o meu
trabalho ou as minhas ambi-
ções. Mas, neste pouco tem- – Tem acompanhado o clu- empresa patrona não está equipa e sabemos que para
po que estive, acredito que be? empenhada como antes, haver robustez é preciso que
fiz algo que deve ser apre- o clube está nas mãos dos o orçamento também seja
ciado. Sinto-me orgulhoso Acompanho, é difícil não o sócios, mas para mim sinto significativo. Muitos jogado-
por ter passado da direcção fazer, embora o que con- ser muito cedo para a ENH res deixaram o clube e temo
da ENH FC, porque até hoje tei antes. Sou parte deste “desamamentar” a equipa. pelo seu futuro. Não gostaria
há quem sente saudade da projecto e uma vez ADV A empresa cortou significa- de ver esta equipa a descer
minha passagem pelo clube. sempre ADV. Sinto que a tivamente o orçamento da de divisão.

LAU KING E CICINHA SÃO O ORGULHO DO PAI

Saímos do dirigismo desportivo, mas continua-
mos a falar de Acomo King, ou seja, dos seus
herdeiros, também eles desportistas. É pai de
dois atletas, por um lado, Lau King, da UD Son-
go, e por outro, Esperança King, ou Cicinha, da
equipa de voleibol da Académica.

– Sempre apoiou os seus filhos para a práti-

ca do desporto?

– Nunca os impedi. O Lau, por exemplo, desde

criança que sempre tratou a bola como tu. Ele já
é formado em Contabilidade e Gestão no ensino
superior e mesmo assim arrumou o certifica-
do para continuar a jogar futebol. É a vocação
dele e não devo opor-me com esta sua escolha.
O mesmo para a menina, a Cicinha, que está na
Académica de Maputo em voleibol. É uma cam-
peã da Zona VI e conquistou um campeonato
africano pela sua equipa. Contudo, sem se des-
viar dos estudos. Ela também está na Faculda-
de. Acho que é suficiente para afirmar que estou
feliz com o rumo dos meus dois filhos.

– Sente-se por isso realizado?

– Não posso pedir muito porque não estão des-

viados. Estão no caminho certo, sem estarem
desviados. Estaria aqui a reclamar. Não influen-
cio nada no seu percurso, apesar de sempre dar
a minha opinião. Cada um deles está onde está
por mérito próprio e isso sempre vou respeitar.
Sou o agente do Lau e sempre vou defender os
maiores interesses dele, cabendo, naturalmen- – Uma pontinha de sorte. Já esteve em Por- geiro sempre acabará por chegar. Não está
te, a ele a última palavra. tugal, no Vitória de Guimarães, a realizar obcecado. Tivemos propostas do Egipto e
testes, mas não estava apto dado a lesão que muito recentemente de Angola, mas ques-
– Como agente, o que falta para Lau dar o ele contraiu ao serviço da Selecção Nacional. tões administrativas impossibilitaram esta
salto no estrangeiro? Não foi desta, mas acredito que o estran- transferência.

PRIMEIROS 21 ÁRBITROS FORMADOS
E 3X3 PARA DINAMIZAR O BASKET NA PROVÍNCIA
E
ncerrou domingo
último, na cida-
de da Maxixe, a
primeira etapa
do movimento
desportivo de basquetebol
“3X3” co-organizado pela
Liga Moçambicana de Bas-
quetebol (LMB) e a Direcção
Provincial da modalidade
em Inhambane, cujo “patro-
no” do mesmo é a petroquí-
mica Sasol. Numa altura em
que Inhambane também
observou, semanas anterio-
res, formações de árbitros
desta modalidade de bola-
-ao-cesto, entre treinadores
e árbitros, o objectivo final
destes eventos é catapultar
a prática de basquetebol na
província de Inhambane,
que tem sido o principal de-
safio desta tríade parceria:
DPBI, LMB e Sasol.
Em contacto com a nossa
reportagem, Antônio Ma-
deira Jr., presidente da LMB,
faz uma apreciação positiva
desta primeira etapa e espe-
ra que a segunda fase, que
deverá acontecer dentro de
Desporto 06 de Julho de 2022
Informação & Desenvolvimento
21
poucos dias, seja ainda me- pretende ter a segunda fase linas e uma feminina não melhor para uma segunda
lhor. mais produtiva. compareceram, mas hou- iniciativa que vai decorrer
ve uma aderência razoável dentro de duas semanas.
“O curso, como já havíamos “O lançamento desta inicia- neste primeiro encontro. O Portanto, espero que nesta
avançado, faz parte do paco- tiva desportiva consistiu, único senão, eventualmen- altura tenhamos um torneio
te que a Liga Moçambicana numa primeira fase, na mo- te, é que os jogos tenham bem conseguido, com co-
de Basquetebol está a im- bilização das pessoas. Tive- sido realizados na Escola nhecimentos e habilidades
plementar na província de mos 11 equipas masculinas Secundária 29 de Setembro, para podermos orientar
Inhambane no âmbito do e sete femininas inscritas. que é um local fechado. Es- todo o sistema organizativo
patrocínio da Sasol à LMB Infelizmente, duas mascu- tamos a procura dum local deste evento”.
para o basquetebol sénior
feminino. O que eu devo di-
zer é que esse primeiro cur-
so de árbitros teve uma ade-
são esperada de cerca de 21
pessoas e o que está a acon-
tecer é que nós temos uma
fase de acompanhamento e
monitoria desses mesmos
árbitros, porque em uma
semana não se pode formar
juízes que possam entrar
para o campo e trabalha-
rem. Este acompanhamen-
to e monitoria seguirá até
ao segundo curso, onde os
mesmos árbitros que en-
tram como estagiários vão
ser categorizados conforme
a nossa avaliação. Portanto,
nesta oportunidade, a Liga
tinha programado lançar o
3x3”, explicou Madeira, que
22 Informação & Desenvolvimento
UDZ LIDERA O “INHAMBANENSE”
E PODE AUMENTAR VANTAGEM ESTE DOMINGO
A União Desportiva de Zavala é o
líder destacado do Campeonato
de futebol da Segunda Divisão da
Província de Inhambane, com 15
pontos, mais cinco que o, neste
momento, seu oponente directo,
Temusa Costa do Sol da Massin-
ga, segundo classificado com 10
pontos. O Ferroviário de Inham-
bane é o actual terceiro posicio-
nado com oito pontos. Numa
prova com oito equipas, o con-
junto orientado pela dupla Zito
Maheu e Mazuze segue invicto
ACUSADO CAN DE FUTEBOL DE PRAIA DE CORRUPÇÃO
OBRAS PRONTAS EM FINAIS DO PRÓXIMO MÊS
As obras de construção
da arena de Vilankulo,
recinto que vai albergar
os jogos do Campeonato
Africano de Futebol de
Praia estarão prontas
em finais do próximo
mês de Agosto, garantia
dada pelos responsáveis
da obra, que na última
semana recebeu a visi-
ta para inspecção pelos
técnicos da Confedera-
ção Africana de Futebol
(CAF). Recorde-se que
as obras comportam a
06 de Julho de 2022 Desporto
na prova e este fim-de-semana
CLASIFICAÇÃO ACTUAL DO “INHAMBANENSE”
defronta precisamente o Temusa
Costa do Sol, no jogo referente à
J V E D BM BS P
sexta jornada da primeira volta e
que pode, por um lado, aumentar UDZavala 5 5 0 0 12 1 15
o fosso do primeiro e segundo TemusaC.S 5 3 1 1 10 2 10
classificado, assim como encur- Fer.I´BANE 5 2 2 1 12 5 08
tar a distância do segundo com o
MorrumbeneFC 5 2 2 1 6 2 08
líder da prova. Recorde-se que o
campeão do “Inhambanense” só C.Sport.Massinga 5 2 1 2 7 2 07
será conhecido ao cabo de três 17deMaio 5 2 0 3 7 10 06
voltas definidas no regulamento
ADVB 5 1 0 4 2 18 03
desta competição.
NovaAliançaMax. 5 0 0 5 3 16 00
principal arena de jogos
e campos de treinos, bal-
neários e parque de esta-
cionamento. Aliás, nesta
visita os inspectores da
CAF, embora satisfeitos
com o trabalho que vem
sendo executado e que
neste momento está a
30 por cento, deixaram
algumas recomendações
de alterações que devem
ser feitas, com destaque
para o acesso à arena
principal pelos atletas,
público e VIP.