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PC-SP

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGENTE DE POLÍCIA

CONTEÚDO
- Língua Portuguesa GRÁTIS
- Constituição Federal CONTEÚDO ONLINE

- Direitos Humanos
Direito Penal
- Código Penal
- Teoria do Crime
- Código de Processo Penal
Direito Processual Penal
- Legislação especial - Inquérito Policial
- Noções de Criminologia Código de Trânsito
- Noções de Lógica Brasileiro - Das Infrações
- Noções de Informática Principais temas sobre
- Atualidades o Estatuto da Criança
e do Adolescente
Crimes Tipificados no
CONTEÚDO DE ACORDO COM O ÚLTIMO EDITAL
Estatuto do Idoso
2020 COLEÇÃO PREPARATÓRIA - Lei n° 10.741/2003
Polícia Civil do Estado de São Paulo

PC-SP
Agente de Polícia

A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base


no edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos.

JN036-N0
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Polícia Civil do Estado de São Paulo - PC-SP

Agente de Polícia

Atualizada até 10/01/2020

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Constituição Federal - Profª Bruna Pinotti
Noções de Direitos Humanos - Profª Bruna Pinotti
Noções de Direito Penal - Prof° Rodrigo Gonçalves
Noções de Direito Processual Penal - Prof° Rodrigo Gonçalves
Legislação Especial - Profº Ricardo Razaboni
Noções de Criminologia - Prof° Ricardo Razaboni
Noções de Lógica - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Noções de Informática - Prof° Ovídio Lopes da Cruz Netto
Atualidades - Profª Roberta Amorim

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Aline Carvalho
Josiane Sarto

DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Willian Lopes

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários);............................................................................ 01


Sinônimos e antônimos; Sentido próprio e figurado das palavras;.................................................................................................... 09
Pontuação;................................................................................................................................................................................................................. 13
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem.............................................................................................................................. 16
Concordância verbal e nominal......................................................................................................................................................................... 54
Regência verbal e nominal;................................................................................................................................................................................. 62
Colocação pronominal;......................................................................................................................................................................................... 68
Crase............................................................................................................................................................................................................................ 68

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Constituição Federal: artigos 1º a 14, 37, 41 e 144................................................................................................................................... 01

DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos – conceito e evolução histórica................................................................................................................................... 01


Estado Democrático de Direito;........................................................................................................................................................................ 10
Direitos Humanos e Cidadania;......................................................................................................................................................................... 12
Declaração Universal dos Direitos Humanos;.............................................................................................................................................. 12
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos;...................................................................................................................................... 22
Convenção Americana de Direitos Humanos (“Pacto de San José da Costa Rica”)...................................................................... 32

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Dos Crimes contra a Vida: artigos 121 a 128............................................................................................................................................... 01


Das Lesões Corporais: artigo 129..................................................................................................................................................................... 03
Dos crimes contra a honra: artigos 138 a 140;............................................................................................................................................ 04
Dos Crimes contra o Patrimônio: artigos 155 a 183................................................................................................................................. 04
Dos Crimes contra a Dignidade Sexual: artigos 213 a 234..................................................................................................................... 09
Dos Crimes contra a Fé Pública: artigos 289 a 292................................................................................................................................... 13
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral: artigos 312 a 327;.............................. 14
Dos Crimes contra a Administração da Justiça – artigos 338 a 359................................................................................................... 15
SUMÁRIO

NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Do Inquérito Policial: artigos 4º a 23;............................................................................................................................................................. 01


Das provas em espécie: artigos 158 a 250;.................................................................................................................................................. 06
Dos Funcionários da Justiça: artigo 274;....................................................................................................................................................... 18
Da Prisão, das Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória: artigos 282 a 350....................................................................... 20

LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Lei Federal n.º 7.960/1989 (Lei de Prisão Temporária)............................................................................................................................. 01


Lei Federal n.º 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro) e Resolução n.º 160 de 22 de abril de 2004 do
Contran........................................................................................................................................................................................................... 05
Lei Federal n.º 9.099/1995, (Lei dos Juizados Especiais Criminais): artigos 60 a 76 58
Lei Federal n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha): artigos 1.º a 24-A e 41.......................................................................... 60
Lei Federal n.º 11.343/2006 (Lei de Drogas): artigos 28 a 41.................................................................................................... 64
Lei Federal n.º 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente): artigos 103 a 105 e 112 a 125......................... 66
Lei Federal n.º 10.741/2003 (Estatuto do Idoso): artigos 1º a 7º e 93 a 108....................................................................... 70
Lei Federal n.º 9.455/1997 (Lei de Tortura)....................................................................................................................................... 73
Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo (Lei Complementar n.º 207/1979, Lei Complementar n.º
922/2002........................................................................................................................................................................................................ 77
Lei Complementar n.º 1.151/11 e Lei n.º 1.249/2014).................................................................................................................. 98
Lei Federal n.º 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) e Decreto Estadual n.º 58.052 de 16.05.2012............... 112
Lei Federal n.º 12.830/2013.................................................................................................................................................................... 131
Lei Estadual n.º 10.261/1968 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo)............................ 131

NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

Conceito, método, objeto e finalidade da Criminologia;........................................................................................................................ 01


Teorias sociológicas da criminalidade;............................................................................................................................................................ 04
Vitimologia;............................................................................................................................................................................................................... 08
O Estado Democrático de Direito e a prevenção da infração penal................................................................................................... 09
SUMÁRIO

NOÇÕES DE LÓGICA

Conceitos iniciais do raciocínio lógico: proposições, valores lógicos, conectivos, tabelas-verdade, tautologia, 01
contradição, equivalência entre proposições, negação de uma proposição, validade de argumentos;..............................
Estruturas lógicas e lógica de argumentação;............................................................................................................................................. 01
Questões de associação;...................................................................................................................................................................................... 01
Verdades e mentiras;............................................................................................................................................................................................. 01
Diagramas lógicos (silogismos)......................................................................................................................................................................... 01
Lógica de argumentação..................................................................................................................................................................................... 01

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Sistema operacional: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência,
manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, digitalização, interação com o conjunto
de aplicativos para escritório;............................................................................................................................................................................ 01
Editor de texto: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas,
legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto;............................................................................. 09
Editor de planilha eletrônica: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos,
elaboração de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos
predefinidos, controle de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados;... 18
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos; Mensageria
eletrônica: conceito e utilização; Voz sobre IP: conceito e utilização;................................................................................................ 30
Ambiente em rede: conceitos, navegadores, navegação internet e intranet, conceitos de URL, links, sites, busca
e impressão de páginas, redes sociais, sistemas de busca e pesquisa, proteção e segurança, configurações,
armazenamento de dados na nuvem (cloud storage);............................................................................................................................ 35
Hardware: Microcomputadores e periféricos: configuração básica e componentes; Impressoras: classificação e
noções gerais; dispositivos de armazenamento externo: conceito, classificação e noções gerais......................................... 49

ATUALIDADES

Tópicos atuais no Brasil e no mundo, relativos a economia, política, saúde, sociedade, meio ambiente, desenvolvimento
sustentável, educação, energia, saúde, relações internacionais, segurança e tecnologia, ocorridos a partir de 1º de
janeiro de 2017, divulgados na mídia nacional e/ou internacional.................................................................................................... 01
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários);................................................................................. 01


Sinônimos e antônimos; Sentido próprio e figurado das palavras;......................................................................................................... 09
Pontuação;...................................................................................................................................................................................................................... 13
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sen-
tido que imprimem às relações que estabelecem........................................................................................................................................... 16
Concordância verbal e nominal;............................................................................................................................................................................. 54
Regência verbal e nominal;....................................................................................................................................................................................... 62
Colocação pronominal;.............................................................................................................................................................................................. 68
Crase................................................................................................................................................................................................................................. 68
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS O texto diz que...
TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITE- É sugerido pelo autor que...
RÁRIOS); De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
O narrador afirma...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Erros de interpretação
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e
relacionadas entre si, formando um todo significativo • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade contexto, acrescentando ideias que não estão no
de codificar e decodificar). texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
pela imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para um texto é um conjunto de ideias), o que pode
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa ser insuficiente para o entendimento do tema
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento desenvolvido.
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
de seu contexto original e analisada separadamente, contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
poderá ter um significado diferente daquele inicial. conclusões equivocadas e, consequentemente,
errar a questão.
Intertexto - comumente, os textos apresentam
referências diretas ou indiretas a outros autores através Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
em uma prova de concurso, o que deve ser levado em
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação consideração é o que o autor diz e nada mais.
de um texto é a identificação de sua ideia principal.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou Coesão e Coerência
fundamentações), as argumentações (ou explicações),
que levam ao esclarecimento das questões apresentadas Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
na prova. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
• Identificar os elementos fundamentais de uma pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
argumentação, de um processo, de uma época que se vai dizer e o que já foi dito.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
os quais definem o tempo). eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
• Comparar as relações de semelhança ou de oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
diferenças entre as situações do texto. aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com também de que os pronomes relativos têm, cada um,
uma realidade. valor semântico, por isso a necessidade de adequação
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. ao antecedente.
• Parafrasear = reescrever o texto com outras Os pronomes relativos são muito importantes na
palavras. interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros
de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração
Condições básicas para interpretar que existe um pronome relativo adequado a cada
circunstância, a saber:
Fazem-se necessários: conhecimento histórico- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), mas depende das condições da frase.
leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico qual (neutro) idem ao anterior.
(qualidades do texto) e semântico; capacidade de quem (pessoa)
observação e de síntese; capacidade de raciocínio. cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
Interpretar/Compreender como (modo)
LÍNGUA PORTUGUESA

onde (lugar)
Interpretar significa: quando (tempo)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. quanto (montante)
Através do texto, infere-se que... Exemplo:
É possível deduzir que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
O autor permite concluir que... Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... aparecer o demonstrativo O).
Compreender significa

1
Dicas para melhorar a interpretação de textos

• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral EXERCÍCIOS COMENTADOS
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há
muitos candidatos na disputa, portanto, quanto 1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística –
mais informação você absorver com a leitura, mais AOCP-2015)
chances terá de resolver as questões.
• Se encontrar palavras desconhecidas, não O verão em que aprendi a boiar
interrompa a leitura. Quando achamos que tudo já aconteceu, novas
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas capacidades fazem de nós pessoas diferentes do que
forem necessárias. éramos
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma IVAN MARTINS
conclusão).
• Volte ao texto quantas vezes precisar. Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acredito
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto
as do autor. especial.
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transformou.
compreensão. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A cidade,
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia.
cada questão. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
geralmente mantém com outro uma relação a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
de continuação, conclusão ou falsa oposição. insuspeitada.
Identifique muito bem essas relações.
Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
parece, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato
a ideia mais importante.
que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
inteiramente.
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na
Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra
hora da resposta – o que vale não somente para
descoberta temporã.
Interpretação de Texto, mas para todas as demais
Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
questões!
num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia
principal, leia com atenção a introdução e/ou a da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia
conclusão. Brava, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, consegui boiar.
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os
etc., chamados vocábulos relatores, porque oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso
remetem a outros vocábulos do texto. e esforço, vocês que não mais se surpreendem com a
sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas
SITES vocês se esqueceram de como tudo isso é bom.
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09- montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
provas> água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. isso, curiosamente, não é fácil.
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. Essa experiência me sugeriu algumas considerações
html> sobre a vida em geral.
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm> ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente,
de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre
incorporando novidades que nos transformam. Somos
geneticamente elaborados para lidar com o novo, mas
não só. Também somos profundamente modificados por
LÍNGUA PORTUGUESA

ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo


já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de
nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa
capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como
pedras.
Suspeito que isso tenha importância também para os
relacionamentos.

2
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. acontecer.
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar- Resposta: Letra A
se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples
frustração e a nossa fúria, em permitir que o parceiro que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e
floresça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso, relação existe, há chance de melhorar = sempre há
sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e tempo para boiar (aprender).
insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para tentar
apenas no sentido sexual. Penso em estar mais tranquilo relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com
na companhia do outro e de si mesmo, no mundo. mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
menos medo = correta.
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas precisam
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos
ser aprendidas.
relacionamentos amorosos para que eles não
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar
se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você
intensamente.
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode
Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tempo, criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a objetivo nos relacionamentos.
relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos amorosas = incorreta – ser mais emoção.
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
forma relaxada e consciente um grande amor. não pensando em algo ruim.
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez
rapidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018)
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coisas Observe a charge a seguir:
do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo
se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam
impossíveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de
melhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,
destacando o fato de o cientista:
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “Todos
os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de a) ter alcançado o céu após sua morte;
b) mostrar determinação no combate à doença;
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar c) ser comparado a cientistas famosos;
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
medo.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona- Resposta: Letra D
mentos amorosos para que eles não se desfaçam. Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- Em “b”: mostrar determinação no combate à doença;
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam = incorreto
vividos intensamente. Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física.
= incorreto

3
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
estávamos esperando”. b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.
Lastro e o Sistema Bancário
[...] Resposta: Letra D
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram
nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de conta de que ninguém estava interessado em trocar
ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que
fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se realmente tinham em ouro nos cofres.
deram conta de que ninguém estava interessado em Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro =
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a incorreta
reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos =
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, incorreta
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, incorreta
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
economias seguramente guardadas. correta
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta
ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e
principalmente de valores em contas bancárias, já não 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
tendo nenhuma riqueza material para representar, é A leitura do texto permite a compreensão de que
criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até
o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imagi-
uma decisão administrativa, e assim entra na economia. nário.
Essa explicação permaneceu controversa e escondida c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
Bank of England de 2014. e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo
é criado assim, inventado em canetaços a partir da Resposta: Letra A
concessão de empréstimos. O que torna tudo mais Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, bancos = correta
é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
banco, ele inventa números em uma tabela com meu imaginário = nem todo
nome e pede que eu devolva uma quantidade maior Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros
“livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para clientes
conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
de outras pessoas. Esse é o dinheiro que vai ser usado mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes
todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os endividados = desde que não paguem a dívida
bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei.
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI-
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge
Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati-
porque é gerada pela simples manipulação de bancos vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e 2018.
poder sem precedentes: um mundo onde o patrimônio
de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde
o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
[...]
LÍNGUA PORTUGUESA

Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-
dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema


bancário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de

4
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO Resposta: Letra A
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica
seguinte informação: excessiva;
Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; =
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes incorreto
cometidos no Rio; Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem- Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto
feita; Em “e”: a falta de contato entre membros da família. =
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com incorreto
o interlocutor; Através da fala do garoto chegamos à resposta:
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da dependência tecnológica - expressa em sua fala.
charge;
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
presença do Exército. Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse
termo denota, além da agressão física, diversos tipos
Resposta: Letra D de imposição sobre a vida civil, como a repressão
política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e
do pensamento de determinados indivíduos e, ainda,
o desgaste causado pelas condições de trabalho e
condições econômicas”. A manchete jornalística abaixo
que NÃO se enquadra em nenhum tipo de violência
citado nesse segmento é:

a) Presa por mensagem racista na internet;


NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
seguinte informação: c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
crimes cometidos no Rio = inferência correta e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está
sendo bem-feita = inferência correta Resposta: Letra C
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimidade Em “a”: Presa por mensagem racista na internet =
com o interlocutor = inferência correta como a repressão política, familiar ou de gênero
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura
da charge = incorreta venezuelana = como a repressão política, familiar ou
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam de gênero
a presença do Exército = inferência correta Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa
eletrônico = não consta na Manchete acima
6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na
a charge abaixo. Rússia = como a repressão política, familiar ou de
gênero
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho
escravo = o desgaste causado pelas condições de
trabalho

8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –


ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)

Oportunismo à Direita e à Esquerda


Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
No caso da charge, a crítica feita à internet é: devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
conforme estabelecido na legislação.
LÍNGUA PORTUGUESA

a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
b) a falta de exercícios físicos nas crianças; caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo,
c) o risco de contatos perigosos; da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados
d) o abandono dos estudos regulares; em se beneficiar do barateamento do combustível.
e) a falta de contato entre membros da família. Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de
eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para

5
desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder, Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado
por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que em sentido negativo, quando se traduz em um estado
está delimitado pelo estado democrático de direito, de não guerra, em ausência de conflito, em passividade
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese,
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, condenada a um vazio, a uma não existência palpável,
Forças Armadas etc. difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática
vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo da não violência para resolver conflitos, a prática do
funcionando, do qual depende a sobrevivência física diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática
da população. Isso não pode ser esquecido e serve de frente à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação
alerta para que as autoridades desenvolvam planos de planejada e o movimento constante da instalação de
contingência. justiça.
O Globo, 31/05/2018. Uma cultura de paz exige esforço para modificar o
pensamento e a ação das pessoas para que se promova
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso,
esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é a ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de
palavras e conceitos que anunciem os valores humanos
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. violência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
c) lastrear leis e regras na Constituição. dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
d) punirem-se os responsáveis por excessos. social. É hora de começarmos a convocar a presença da
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão
Resposta: Letra D de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencialmente
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do violentos e reconstruir a paz e a confiança entre pessoas
pensamento. = incorreto originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às
incorreto escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto por todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. de comunicação e associações.
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as
= incorreto desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem sustentado e o respeito pelos direitos humanos,
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, reforçando as instituições democráticas, promovendo
conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa a liberdade de expressão, preservando a diversidade
acontecer... = precisa acontecer a punição dos cultural e o ambiente.
excessos. É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento
— direitos humanos — democracia” que podemos
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – vislumbrar a educação para a paz.
CESPE-2018) Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas:
desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc.
Texto CG1A1AAA Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos adaptações).
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós,
De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos
independentemente de idade, sexo, estrato social,
“gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser
crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo
concebidos como
pacificado, um mundo sob a égide de uma cultura da
paz.
a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
Mas, o que significa “cultura da paz”?
b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
e os adultos da compreensão de princípios como
LÍNGUA PORTUGUESA

d) etapas para a construção da cultura da paz.


liberdade, justiça, democracia, direitos humanos,
e) consequências da construção da cultura da paz.
tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma
rejeição, individual e coletiva, da violência que tem Resposta: Letra D
sido percebida na sociedade, em seus mais variados Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz.
contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que = incorreto
advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da
impostas do exterior. paz. = incorreto

6
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. 11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR –
= incorreto VUNESP-2015) Leia a tira.
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz.
= incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido
refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar
erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas
para construção da paz.

10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE


JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) (Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)

Com sua fala, a personagem revela que


a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. =
incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está
banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR


[INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

O humor da tira é conseguido através de uma quebra de


expectativa, que é:

a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;


b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)
Resposta: Letra B
Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = É correto associar o humor da charge ao fato de que
incorreto
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não a) os personagens têm uma autoestima elevada e são
esportivos; otimistas, mesmo vivendo em uma situação de
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = completo confinamento.
incorreto b) os dois personagens estão muito bem informados
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não sobre a economia, o que não condiz com a imagem
pelo filho; = incorreto de criminosos.
Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos
LÍNGUA PORTUGUESA

contrário. = incorreto personagens, pois eles demonstram preocupação


O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema com a aparência.
incomum: assuntos sociais. d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende
os personagens, que estão acostumados a pagar caro
por eles nos presídios.
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes
para os personagens, dada a condição em que se
encontram.

7
Resposta: Letra E TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada
e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de A todo o momento nos deparamos com vários textos,
completo confinamento. = incorreto sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
Em “b”: os dois personagens estão muito bem do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
informados sobre a economia, o que não condiz com a que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
imagem de criminosos. = incorreto interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida em um texto escrito.
dos personagens, pois eles demonstram preocupação É de fundamental importância sabermos classificar
com a aparência. = incorreto os textos com os quais travamos convivência no nosso
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos
surpreende os personagens, que estão acostumados textuais e gêneros textuais.
a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
relevantes para os personagens, dada a condição em opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
que se encontram. lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre
Pela condição em que as personagens se encontram, o alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
aumento no preço dos cosméticos não os afeta. nessas situações corriqueiras que classificamos os
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração,
13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE Descrição e Dissertação.
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018)
As tipologias textuais se caracterizam pelos
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com aspectos de ordem linguística
as figurinhas da Copa Os tipos textuais designam uma sequência definida
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 pela natureza linguística de sua composição. São
observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo,
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos expositivo.
jornaleiros estão levando seus estoques para casa A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas ação demarcados no tempo do universo narrado,
há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha como também de advérbios, como é o caso de an-
espalhados por mensagens de celular. tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu
carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa sa, resolveram...
adequada é: B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
descrevem características tanto físicas quanto psi-
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
celular e da carteira nos roubos urbanos; objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei- no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
ra como alvo de desejo dos assaltantes; cabelos mais negros como a asa da graúna...”
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
vendem as figurinhas da Copa; um assunto ou uma determinada situação que se
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
nas bancas de jornais; zões de ela acontecer, como em: O cadastramento
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin- irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
cipal dos ladrões. to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o
benefício.
Resposta: Letra B D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de
Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o uma modalidade na qual as ações são prescritas de
lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-
incorreto sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente:
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes; até criar uma massa homogênea.
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar-
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto cam-se pelo predomínio de operadores argumen-
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da tativos, revelados por uma carga ideológica cons-
Copa nas bancas de jornais; = incorreto tituída de argumentos e contra-argumentos que
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no justificam a posição assumida acerca de um deter-
alvo principal dos ladrões. = incorreto minado assunto: A mulher do mundo contemporâ-
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também no mercado de trabalho, o que significa que os gê-
passaram a ser alvo dos assaltantes. neros estão em complementação, não em disputa.

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Gêneros Textuais Há no texto elementos característicos das tipologias ex-
positiva e injuntiva.
São os textos materializados que encontramos em
nosso cotidiano; tais textos apresentam características ( ) CERTO ( ) ERRADO
sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função,
composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: Resposta: Certo. Texto injuntivo – ou instrucional – é
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, aquele que passa instruções ao leitor. O texto acima
editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, apresenta tal característica.
blog, etc.
A escolha de um determinado gênero discursivo
depende, em grande parte, da situação de produção, SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS;
ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALA-
os locutores e os interlocutores, o meio disponível para VRAS;
veicular o texto, etc.
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens,
editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação Semântica é o estudo da significação das palavras
científica são comuns gêneros como verbete de dicionário e das suas mudanças de significação através do tempo
ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, ou em determinada época. A maior importância está em
conferência. distinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia)
e homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- Sinônimos
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
– São Paulo: Saraiva, 2010. - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar -
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. abolir.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – Duas palavras são totalmente sinônimas quando
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. são substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto
(cara e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas
SITE quando, ocasionalmente, podem ser substituídas,
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ uma pela outra, em deteminado enunciado (aguadar e
redacao/tipologia-textual.htm> esperar).

Observação:
A contribuição greco-latina é responsável pela
EXERCÍCIO COMENTADO existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNICO contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE – transformação e metamorfose; oposição e antítese.
2015)
Antônimos
Ouro em Fios São palavras que se opõem através de seu significado:
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, mal - bem.
como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA.
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. Observação:
Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de A antonímia pode se originar de um prefixo de
energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT: sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
- Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e
iluminação natural. discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista
- Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado. e anticomunista; simétrico e assimétrico.
- Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do am-
biente. Homônimos e Parônimos
- Utilize o computador no modo espera.
LÍNGUA PORTUGUESA

Fique ligado! Evite desperdícios. • Homônimos = palavras que possuem a mesma


Energia elétrica. grafia ou a mesma pronúncia, mas significados
A natureza cobra o preço do desperdício. diferentes. Podem ser
Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações)
A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e
diferentes na pronúncia:

9
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher SITE
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) Disponível em: <http://www.coladaweb.com/
e denuncia (verbo); providência (subst.) e providencia portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-
(verbo). paronimos>

B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e Polissemia


diferentes na escrita: Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
acender (atear) e ascender (subir); concertar multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
(harmonizar) e consertar (reparar); cela (compartimento) um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
e sela (arreio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço mas que abarca um grande número de significados
(palácio) e passo (andar). dentro de seu próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pro- de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
núncia: se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo). ocorrência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
• Parônimos = palavras com sentidos diferentes, O gato do vizinho é peralta.
porém de formas relativamente próximas. São Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
palavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
(receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) sobrevivência
e sesta (descanso após o almoço), eminente O passarinho foi atingido no bico.
(ilustre) e iminente (que está para ocorrer), osso
Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
(substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo
computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
e/ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo),
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
comprimento (medida) e cumprimento (saudação),
de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
autuar (processar) e atuar (agir), infligir (aplicar
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão”
pena) e infringir (violar), deferir (atender a) e
ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões
diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emitir
é o formato quadriculado que têm.
som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar;
apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e Polissemia e homonímia
tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à comum. Quando a mesma palavra apresenta vários
superfície) e imergir (mergulhar, afundar). significados, estamos na presença da polissemia. Por
outro lado, quando duas ou mais palavras com origens
Hiperonímia e Hiponímia e significados distintos têm a mesma grafia e fonologia,
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem temos uma homonímia.
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não
hiperônimo, mais abrangente. é polissemia porque os diferentes significados para a
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma
hipônimo, criando, assim, uma relação de dependência palavra polissêmica: pode significar o elemento básico
semântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de
hiperonímia com carros, já que veículos é uma palavra de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. significados estão interligados porque remetem para o
Veículos é um hiperônimo de carros. mesmo conceito, o da escrita.
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A Polissemia e ambiguidade
utilização correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
evita a repetição desnecessária de termos. na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
LÍNGUA PORTUGUESA

CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Pessoas que têm uma alimentação equilibrada
Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. frequentemente são felizes.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: diferentes:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. As pessoas têm alimentação equilibrada porque
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação
Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. equilibrada.

10
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, A denotação tem como finalidade informar o receptor
ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um
interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito caráter prático. É utilizada em textos informativos, como
importante saber qual o contexto em que a frase é jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de
proferida. medicamentos, textos científicos, entre outros. A palavra
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, um pedaço de madeira. Outros exemplos:
comicidade. Repare na figura abaixo: O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito!

B) Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
interpretações, dependendo do contexto em que esteja
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido
conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau),
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-cabelo-e- reprovação (tomei pau no concurso).
pinto. Acesso em 15/9/2014). A conotação tem como finalidade provocar
sentimentos no receptor da mensagem, através da
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, expressividade e afetividade que transmite. É utilizada
mas duas seriam: principalmente numa linguagem poética e na literatura,
mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras
Corte e coloração capilar de música, em anúncios publicitários, entre outros.
ou Exemplos:
Faço corte e pintura capilar Você é o meu sol!
Minha vida é um mar de tristezas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Você tem um coração de pedra!
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. #FicaDica
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo
SITE é utilizado com o sentido que consta no
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ dicionário.
gramatica/polissemia.htm>

Denotação e Conotação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Exemplos de variação no significado das palavras: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
literal) Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido São Paulo: Saraiva, 2010.
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) SITE
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-
As variações nos significados das palavras ocasionam denotacao/
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras.

A) Denotação
LÍNGUA PORTUGUESA

Uma palavra é usada no sentido denotativo quando


apresenta seu significado original, independentemente
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado
mais objetivo e comum, aquele imediatamente
reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.

11
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis
EXERCÍCIOS COMENTADOS pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela
origem de uma série de mazelas, algumas das quais
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do
ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas
“Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde
Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radical- o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio crianças e adolescentes a participarem do processo de
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem
que tem seu significado corretamente indicado é: e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do
a) Antropologia: estudo do homem como representante Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil
do sexo masculino; foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado,
b) Etimologia: estudo das raças humanas; ele continua sendo grave problema nos países mais
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre pobres.
a Terra; Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das
mulheres; A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida
e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza. social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a
“pobreza”.
Resposta: Letra D
Em “a”: Antropologia: Ciência que se dedica ao estudo ( ) CERTO ( ) ERRADO
do homem (espécie humana) em sua totalidade
Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem Resposta: Errado
das palavras procurando determinar as causas e (...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra
circunstâncias de seu processo evolutivo terreno = refere-se a “trabalho infantil”.
Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos
atmosféricos e das suas leis, principalmente com a 4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO
intenção de prever as variações do tempo. 33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio –
Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das CESPE-2013)
mulheres = correta Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a
Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções edição de biografias à autorização do biografado ou
orgânicas pelas quais a vida se manifesta descendentes. As consequências da norma são negativas.
Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE para a posteridade a vida de personagens importantes
LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis Permite-se a interdição de registros de época, em
números da violência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
equivale ao “que não se aceita”. A equivalência correta Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato da
abaixo indicada é: vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário de
Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto
a) tinta indelével / que não se apaga; na literatura não pode haver censura prévia. Publicada a
b) ação impossível / que não se possui; reportagem (ou biografia), os que se sentirem atingidos
c) trabalho inexequível / que não se exemplifica; que recorram à justiça. É preciso seguir o padrão existente
d) carro invisível / que não tem vistoria; em muitos países, em que há biografias “autorizadas” e
e) voz inaudível / que não possui audiência. “não autorizadas”.
Reclamações posteriores, quando existem, são
encaminhadas ao foro devido, os tribunais.
Resposta: Letra A O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil
Em “a”: tinta indelével / que não se apaga = correta para justificar o veto a que a historiografia do país seja
Em “b”: ação impossível = que não é possível enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder
Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa de censura concedido a biografados e herdeiros ser um
Em “d”: carro invisível = que não se vê atentado à Constituição.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “e”: voz inaudível = que não se ouve O Globo, 23/9/2013 (com adaptações).

A palavra “sonegado” está sendo empregada com o


sentido de reduzido, diminuído.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Errado Haverá eleições em outubro
(...) Permite-se a interdição de registros de época, em O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro. Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o
relato da vida do poeta Manoel Bandeira e dos • Os números que identificam o ano não utilizam pon-
escritores Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o to nem devem ter espaço a separá-los, bem como
sentido é o de “impedido”. os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.

5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O B) Ponto e Vírgula (;)


termo destacado na passagem do primeiro parágrafo –
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora • Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
da compra. – tem sentido equivalente a importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho;
os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos
a) impetuosidade. generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum
b) empatia. espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
c) relutância.
d) consentimento. • Separa partes de frases que já estão separadas
e) segurança. por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor;
outros, montanhas, frio e cobertor.
Resposta: Letra C
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na • Separa itens de uma enumeração, exposição de
hora da compra. motivos, decreto de lei, etc.
Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto Ir ao supermercado;
Em “b”: empatia = incorreto Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
Em “c”: relutância (resistência).
Reunião com amigos.
Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto
Em “e”: segurança = incorreto
C) Dois pontos (:)
A substituição que manteria o sentido do período é
“ainda há relutância”.
• Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
Coutinho trata este assunto:
PONTUAÇÃO; • Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
• Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá
estava a deplorável família: triste, cabisbaixa,
PONTUAÇÃO vivendo a rotina de sempre.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que • Em frases de estilo direto
servem para compor a coesão e a coerência textual, além Maria perguntou:
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. - Por que você não toma uma decisão?
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação D) Ponto de Exclamação (!)
depende, em certos momentos, da intenção do autor do
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente • Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
relacionados ao contexto e ao interlocutor. susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me
casar com você!
Principais funções dos sinais de pontuação
• Depois de interjeições ou vocativos
A) Ponto (.) Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo!
• Indica o término do discurso ou de parte dele,
encerrando o período. E) Ponto de Interrogação (?)

• Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. • Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
(Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur
LÍNGUA PORTUGUESA

final de período, este não receberá outro ponto; Azevedo)


neste caso, o ponto de abreviatura marca, também,
o fim de período. Exemplo: Estudei português, F) Reticências (...)
matemárica, constitucional, etc. (e não “etc..”)
• Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
• Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do canetas, cadernos...
ponto, assim como após o nome do autor de uma • Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
citação: dizer... é verdad... Ah!”

13
• Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este As perguntas que denotam surpresa podem ter
mal... pega doutor? combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
• Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, Você falou isso para ela?!
depois, o coração falar...
Temos, ainda, sinais distintivos:
G) Vírgula (,) • a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014),
separação de siglas (IOF/UPC);
Não se usa vírgula • os colchetes ([ ]) = usados em transcrições
Separando termos que, do ponto de vista sintático, feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como
ligam-se diretamente entre si: primeira opção aos parênteses, principalmente na
matemática;
1. Entre sujeito e predicado: • o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
Todos os alunos da sala foram advertidos. nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir
Sujeito predicado um nome que não se quer mencionar.

2. Entre o verbo e seus objetos: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


O trabalho custou sacrifício aos realizadores. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
V.T.D.I. O.D. O.I. Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Usa-se a vírgula: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Para marcar intercalação:
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua SITE
abundância, vem caindo de preço. Disponível em: <http://www.infoescola.com/
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. portugues/pontuacao/>
Estão produzindo, todavia, altas quantidades de Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
alimentos. gramatica/uso-da-virgula.htm>
C) das expressões explicativas ou corretivas: As
indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,
isto é, não querem abrir mão dos lucros altos. EXERCÍCIOS COMENTADOS
2. Para marcar inversão:
A) do adjunto adverbial (colocado no início da 1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
oração): Depois das sete horas, todo o comércio está O enunciado em que a vírgula foi empregada em
de portas fechadas. desacordo com as regras de pontuação é
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a
produção de dinheiro fosse também limitada.
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
maio de 1982.
ouro.
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo
3. Para separar entre si elementos coordenados
é criado assim, inventado em canetaços a partir da
(dispostos em enumeração):
concessão de empréstimos.
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante.
animais.
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e
abundante porque é gerada pela simples manipulação
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós de bancos de dados.
queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Resposta: Letra E
5. Para isolar: O enunciado pede a alternativa em desacordo:
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia
brasileira, possui um trânsito caótico. que a produção de dinheiro fosse também limitada
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. = correta
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o


Observações: padrão-ouro = correta
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no
expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”, mundo é criado assim, inventado em canetaços a
seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. partir da concessão de empréstimos = correta
Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona
que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e
política, futebol, lazer, etc. abundante = correta

14
Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá- 3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE
la, (X) e abundante porque é gerada pela simples DADOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a
manipulação de bancos de dados = incorreta - a vírgula está corretamente empregada.
vírgula pode ser utilizada antes da conjunção “e”,
desde que haja mudança de sujeito, por exemplo (o a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
que não acontece na questão) ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando,
o sentimento geral, às vezes, era de frustração.
Texto 1 d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra,
muitos sofreriam sanções diariamente.
Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018, e) O tempo não para as transformações sociais são
com o nome Erros do passado, o articulista Paulo urgentes mas há quem não perceba esse fato, que é
Guedes escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e evidente.
previdenciário brasileiros são politicamente anacrônicos,
economicamente desastrosos e socialmente perversos. Resposta: Letra C
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista a pontuação que faltou:
de Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente
programas socialdemocratas, são hoje armas de brasileira , pode ser considerado, sem dúvida, um
destruição em massa de empregos locais em meio à desvio de caráter.
competição global. Reduzem a competitividade das Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcionário
empresas, fabricam desigualdades sociais, dissipam em , embora competente, nem sempre conseguia resolvê-
consumo corrente a poupança compulsória dos encargos los.
recolhidos, derrubam o crescimento da economia e Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
solapam o valor futuro das aposentadorias”. (adaptado) avançando, o sentimento geral, às vezes, era de
frustração.= correta
No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na
Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de
letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
Mussolini – têm a finalidade textual de:
Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;
que é evidente.
b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes
trabalhista e previdenciário;
4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO –
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão
por serem muito antigos; da língua portuguesa, a pontuação está corretamente
e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado. empregada em:

Resposta: Letra B a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando


Arquitetados de início em sistemas políticos fechados atendem, de forma voluntária, aos funcionários e
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália à comunidade em geral, pode ser definido como
fascista de Mussolini) = os termos entre parênteses responsabilidade social.
servem para se referir aos sistemas políticos fechados, b) As empresas que optam por encampar a prática da
exemplificando-os. responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir
Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do uma melhor imagem no mercado.
passado = incorreta c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada
Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os em campanhas publicitárias: por isso, as empresas
regimes trabalhista e previdenciário = correta precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da d) A responsabilidade social explora um leque abrangente
História = incorreta de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de
Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de
previdenciário por serem muito antigos = incorreta impactos negativos, no meio ambiente.
e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do


passado = incorreta a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e
a geração de empregos não a preocupação com a
sociedade como um todo.

Resposta: Letra A
Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as
inclusões:

15
Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas, d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o
quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários correto matiz semântico.
e à comunidade em geral, pode ser definido como e) estabelecem certas restrições de sentido às informações
responsabilidade social = correta precedentes.
Em “b”: As empresas que optam por encampar a
prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se Resposta: Letra A
de conseguir uma melhor imagem no mercado. É uma situação que contrasta com outros lugares
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas
utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas,
empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade
sociedade. Os períodos destacados acrescentam informações aos
Em “d”: A responsabilidade social explora um leque termos citados anteriormente.
abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) ,
a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores,
(X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
ambiente. ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO,
Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO:
defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS
o lucro e a geração de empregos , não a preocupação
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM.
com a sociedade como um todo.

5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014) CLASSES DE PALAVRAS

1. ADJETIVO

É a palavra que expressa uma qualidade ou


característica do ser e se relaciona com o substantivo,
concordando com este em gênero e número.
As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado) (plural e feminino, pois concordam com “praias”).
De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho,
Locução adjetiva
na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula,
obrigatoriamente,
Locução = reunião de palavras. Sempre que são
necessárias duas ou mais palavras para falar sobre a
a) antes da palavra “olho”.
mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição
b) antes da palavra “e”.
+ substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a
c) depois da palavra “evitar”.
d) antes da palavra “evitar”. Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
e) depois da palavra “e”. Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
freio (paixão desenfreada).
Resposta: Letra C
“Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com Observe outros exemplos:
o doutor (vocativo); portanto, presença obrigatória de
vírgula após o verbo “evitar”. de águia aquilino
de aluno discente
6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO –
VUNESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo de anjo angelical
do texto – Nas escolas da Catalunha, a separação da de ano anual
Espanha tem apoio maciço. É uma situação que contrasta
com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive de aranha aracnídeo
hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona de boi bovino
dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da de cabelo capilar
cidade, … –, empregam-se as vírgulas para separar as
expressões destacadas porque elas de cabra caprino
LÍNGUA PORTUGUESA

de campo campestre ou rural


a) acrescem às informações precedentes comentários
de chuva pluvial
que lhes ampliam o sentido.
b) sintetizam as ideias centrais das informações de criança pueril
precedentes. de dedo digital
c) apresentam informações que se opõem às informações
precedentes. de estômago estomacal ou gástrico

16
de falcão falconídeo Estados e cidades brasileiras:

de farinha farináceo
Alagoas alagoano
de fera ferino
Amapá amapaense
de ferro férreo
Aracaju aracajuano ou aracajuense
de fogo ígneo
Amazonas amazonense ou baré
de garganta gutural
Belo Horizonte belo-horizontino
de gelo glacial
Brasília brasiliense
de guerra bélico
Cabo Frio cabo-friense
de homem viril ou humano
Campinas campineiro ou campinense
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal Adjetivo Pátrio Composto
de lago lacustre
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
de leão leonino elemento aparece na forma reduzida e, normalmente,
de lebre leporino erudita. Observe alguns exemplos:
de lua lunar ou selênico
África afro- / Cultura afro-americana
de madeira lígneo
germano- ou teuto-/Competições
de mestre magistral Alemanha
teuto-inglesas
de ouro áureo
américo- / Companhia américo-
de paixão passional América
africana
de pâncreas pancreático belgo- / Acampamentos belgo-
Bélgica
de porco suíno ou porcino franceses
dos quadris ciático China sino- / Acordos sino-japoneses
de rio fluvial Espanha hispano- / Mercado hispano-português
de sonho onírico Europa euro- / Negociações euro-americanas
de velho senil franco- ou galo- / Reuniões franco-
França
italianas
de vento eólico
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
de vidro vítreo ou hialino
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
de virilha inguinal
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
de visão óptico ou ótico
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Observação: Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo
correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas Flexão dos adjetivos
da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
Gênero dos Adjetivos
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
atuando como adjunto adnominal ou como predicativo referem (masculino e feminino). De forma semelhante
(do sujeito ou do objeto). aos substantivos, classificam-se em:

Adjetivo Pátrio (ou gentílico) A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o
masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau
LÍNGUA PORTUGUESA

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. e má.


Observe alguns deles: Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
feminino somente o último elemento: o moço norte-
americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

17
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o A) Comparativo
masculino como para o feminino: homem feliz e Nesse grau, comparam-se a mesma característica
mulher feliz. atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo
no feminino: conflito político-social e desavença político- pode ser de igualdade, de superioridade ou de
social. inferioridade.

Número dos Adjetivos Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
A) Plural dos adjetivos simples comparação é introduzido pelas palavras como, quanto
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo ou quão.
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
ruins, boa e boas. Superioridade
Caso o adjetivo seja uma palavra que também
exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de
se a palavra que estiver qualificando um elemento for, Inferioridade
originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma
primitiva. Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim.
funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: São eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/
camisas cinza, ternos cinza. superior, grande/maior, baixo/inferior.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas). Observe que:
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). • As formas menor e pior são comparativos de
superioridade, pois equivalem a mais pequeno e
B) Adjetivo Composto mais mau, respectivamente.
É aquele formado por dois ou mais elementos. • Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. (melhor, pior, maior e menor), porém, em
Apenas o último elemento concorda com o substantivo comparações feitas entre duas qualidades de um
a que se refere; os demais ficam na forma masculina, mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas
singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno.
composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo Por exemplo:
composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver elementos.
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um duas qualidades de um mesmo elemento.
adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: Inferioridade
Camisas rosa-claro. Sou menos passivo (do) que tolerante.
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros. B) Superlativo
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. O superlativo expressa qualidades num grau muito
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou
relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Observação:
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre qualidade de um ser é intensificada, sem relação com
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, outros seres. Apresenta-se nas formas:
vestidos cor-de-rosa. • Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
elementos flexionados: crianças surdas-mudas. Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
• Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
Grau do Adjetivo exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a Observe alguns superlativos sintéticos:


intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do
adjetivo: o comparativo e o superlativo. benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo
comum comuníssimo

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cruel crudelíssimo Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
difícil dificílimo Modo: Eles agiram mal.
doce dulcíssimo Negação: Ela não saiu de casa.
fácil facílimo Dúvida: Talvez ele volte.
fiel fidelíssimo Flexão do Advérbio
B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não
de um ser é intensificada em relação a um conjunto de apresentam variação em gênero e número. Alguns
seres. Essa relação pode ser: advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:
• De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
todas. A) Grau Comparativo
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
todas. modo que o comparativo do adjetivo:
• de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio Renato fala tão alto quanto João.
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, • de inferioridade: menos + advérbio + que (do
antepostos ao adjetivo. que): Renato fala menos alto do que João.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas • de superioridade:
formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo fala mais alto do que João.
ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato
constituída do radical do adjetivo português + o sufixo fala melhor que João.
-íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo B) Grau Superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os O superlativo pode ser analítico ou sintético:
terminados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio:
cheio – cheíssimo. Renato fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de modo
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. altíssimo.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Observação:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
Português: novas palavras: literatura, gramática, comuns na língua popular.
redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ Classificação dos Advérbios
secoes/morf/morf32.php>
De acordo com a circunstância que exprime, o
2. ADVÉRBIO advérbio pode ser de:
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
Compare estes exemplos: atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto,
O ônibus chegou. aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
O ônibus chegou ontem. nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém,
embaixo, externamente, a distância, à distância de,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de ao lado, em volta.
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
do próprio advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
LÍNGUA PORTUGUESA

antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,


Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
(bem) constantemente, entrementes, imediatamente,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um primeiramente, provisoriamente, sucessivamente,
adjetivo (claros) às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
vez em quando, de quando em quando, a qualquer
Quando modifica um verbo, o advérbio pode momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
acrescentar ideia de: dia.

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C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior,
depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às #FicaDica
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em Como saber se a palavra bastante é
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em advérbio (não varia, não se flexiona) ou
vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”: pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se
calmamente, tristemente, propositadamente, der, na frase, para substituir o “bastante” por
pacientemente, amorosamente, docemente, “muito”, estamos diante de um advérbio; se
escandalosamente, bondosamente, generosamente. der para substituir por “muitos” (ou muitas),
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, é um pronome. Veja:
efetivamente, certo, decididamente, deveras, 1. Estudei bastante para o concurso. (estudei
indubitavelmente. muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, 2. Estudei bastantes capítulos para o concurso.
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. (estudei muitos capítulos) = pronome
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, indefinido
provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por
certo, quem sabe. Advérbios Interrogativos
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em
excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
extremamente, intensamente, grandemente, bem
(quando aplicado a propriedades graduáveis). Interrogação Direta Interrogação Indireta
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão,
somente, simplesmente, só, unicamente. Por Como aprendeu? Perguntei como aprendeu
exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das Onde mora? Indaguei onde morava
árvores.
Por que choras? Não sei por que choras
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente,
também. Por exemplo: O indivíduo também Aonde vai? Perguntei aonde ia
amadurece durante a adolescência. Donde vens? Pergunto donde vens
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
Quando voltas? Pergunto quando voltas
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
aos meus amigos por comparecerem à festa.
Locução Adverbial
Saiba que:
Quando há duas ou mais palavras que exercem
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
função de advérbio, temos a locução adverbial, que
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
ordinariamente por uma preposição. Veja:
tarde possível.
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
para dentro, por aqui, etc.
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
calma e respeitosamente.
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
em geral, frente a frente, etc.
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
hoje em dia, nunca mais, etc.
Há palavras como muito, bastante, que podem
aparecer como advérbio e como pronome indefinido.
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
o adjetivo e outro advérbio:
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
Chegou muito cedo. (advérbio)
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
Joana é muito bela. (adjetivo)
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
De repente correram para a rua. (verbo)

Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais


mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
LÍNGUA PORTUGUESA

Essa matéria é mais bem interessante que aquela.


Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é
advérbio: Cheguei primeiro.

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Quanto a sua função sintática: o advérbio e a Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
locução adverbial desempenham na oração a função Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
de adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as (qualquer classe)
circunstâncias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou
ao advérbio. Exemplo: Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto facultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
adverbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”) A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve
intensidade e de tempo, respectivamente. ter é uns vinte anos.
O artigo também é usado para substantivar palavras
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza porquê de tudo isso. / O bem vence o mal.
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Há casos em que o artigo definido não pode ser
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: usado:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. conhecidas: O professor visitará Roma.
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a
SITE presença do artigo será obrigatória: O professor visitará
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ a bela Roma.
secoes/morf/morf75.php>
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria
3. ARTIGO sairá agora?
Exceção: O senhor vai à festa?
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
se como o termo variável que serve para individualizar ou Após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o
(masculino/feminino) e o número (singular/plural). candidato cuja nota foi a mais alta.
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as
variações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“uma”[s] e “uns]). CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
A) Artigos definidos – São usados para indicar seres – São Paulo: Saraiva, 2010.
determinados, expressos de forma individual: O AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
muito. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
de modo vago, impreciso: Uma candidata foi CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
aprovada! Umas candidatas foram aprovadas! Cochar - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
SITE
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal gramatica/artigo.htm>
conteúdo.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) 4. CONJUNÇÃO
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
Janeiro, Veneza, A Bahia... Além da preposição, há outra palavra também
Quando indicado no singular, o artigo definido pode invariável que, na frase, é usada como elemento de
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou
No caso de nomes próprios personativos, denotando duas palavras de mesma função em uma oração:
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O São Paulo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Pedro é o xodó da família. A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
No caso de os nomes próprios personativos estarem
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, Morfossintaxe da Conjunção
os Incas, Os Astecas...
As conjunções, a exemplo das preposições, não
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) exercem propriamente uma função sintática: são
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do conectivos.
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.

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Classificação da Conjunção Conjunções Subordinativas

De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as São aquelas que ligam duas orações, sendo uma
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e delas dependente da outra. A oração dependente,
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o
pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já
isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade tinha começado quando ela chegou.
de sentido que cada um dos elementos possui. Já no O baile já tinha começado: oração principal
segundo caso, cada um dos elementos ligados pela quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
conjunção depende da existência do outro. Veja: ela chegou: oração subordinada
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto: As conjunções subordinativas subdividem-se em
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. integrantes e adverbiais:

Temosacimaumexemplodeconjunção(e,consequentemente, Integrantes - Indicam que a oração subordinada por


orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já em: elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
Espero que eu seja aprovada no concurso! Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois Quero que você volte. (Quero sua volta)
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce
uma oração subordinada substantiva objetiva direta (ela a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com
exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal). a circunstância que expressam, classificam-se em:

Conjunções Coordenativas A) Causais: introduzem uma oração que é causa da


ocorrência da oração principal. São elas: porque,
São aquelas que ligam orações de sentido completo que, como (= porque, no início da frase), pois que,
e independente ou termos da oração que têm a mesma visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde
função gramatical. Subdividem-se em: que, etc.
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
não), não só... mas também, não só... como também, ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
bem como, não só... mas ainda. impedir sua realização. São elas: embora, ainda
A sua pesquisa é clara e objetiva.
que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por
Não só dança, mas também canta.
mais que, posto que, conquanto, etc.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras,
expressando ideia de contraste ou compensação.
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
a hipótese ou a condição para ocorrência da
no entanto, não obstante.
principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se,
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
expressando ideia de alternância ou escolha,
indicando fatos que se realizam separadamente. #FicaDica
São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer,
seja... seja, talvez... talvez. Você deve ter percebido que a conjunção
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. condicional “se” também é conjunção
integrante. A diferença é clara ao ler as
D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração orações que são introduzidas por ela. Acima,
que expressa ideia de conclusão ou consequência. ela nos dá a ideia da condição para que
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por recebamos um telefonema (se for preciso
conseguinte, por isso, assim. ajuda). Já na oração: Não sei se farei o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto concurso. = Não há ideia de condição
LÍNGUA PORTUGUESA

não ficou nervosa. alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração


Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. principal (sei) pede complemento (objeto
direto, já que “quem não sabe, não sabe
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração algo”). Portanto, a oração em destaque
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São exerce a função de objeto direto da oração
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. principal, sendo classificada como oração
Não demore, que o filme já vai começar. subordinada substantiva objetiva direta.
Falei muito, pois não gosto do silêncio!

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D) Conformativas: introduzem uma oração que CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
exprime a conformidade de um fato com outro. Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
São elas: conforme, como (= conforme), segundo, – São Paulo: Saraiva, 2010.
consoante, etc. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O passeio ocorreu como havíamos planejado. literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

E) Finais: introduzem uma oração que expressa SITE


a finalidade ou o objetivo com que se realiza a Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
oração principal. São elas: para que, a fim de que, secoes/morf/morf84.php>
que, porque (= para que), que, etc.
Toque o sinal para que todos entrem no salão. 5. INTERJEIÇÃO

F) Proporcionais: introduzem uma oração que Interjeição é a palavra invariável que exprime
expressa um fato relacionado proporcionalmente emoções, sensações, estados de espírito. É um recurso da
à ocorrência do expresso na principal. São elas: à linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada
medida que, à proporção que, ao passo que e as de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas
combinações quanto mais... (mais), quanto menos... sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma
(menos), quanto menos... (mais), quanto menos... decorrente de uma situação particular, um momento ou
(menos), etc. um contexto específico. Exemplos:
O preço fica mais caro à medida que os produtos Ah, como eu queria voltar a ser criança!
escasseiam. ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
Observação: hum: expressão de um pensamento súbito =
São incorretas as locuções proporcionais à medida interjeição
em que, na medida que e na medida em que.
O significado das interjeições está vinculado à maneira
G) Temporais: introduzem uma oração que como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o
acrescenta uma circunstância de tempo ao fato sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto
expresso na oração principal. São elas: quando, em que for utilizada. Exemplos:
enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as
vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora Psiu!
que, mal (= assim que), etc. contexto: alguém pronunciando esta expressão
A briga começou assim que saímos da festa. na rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
chamando! Ei, espere!”
H) Comparativas: introduzem uma oração que
expressa ideia de comparação com referência à Psiu!
oração principal. São elas: como, assim como, tal contexto: alguém pronunciando em um hospital;
como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, silêncio!”
que (combinado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa
a consequência da principal. São elas: de sorte que, Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
de modo que, sem que (= que não), de forma que, de puxa: interjeição; tom da fala: decepção
jeito que, que (tendo como antecedente na oração
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
tamanho), etc. A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito
exame. interessante!
B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
minha frente.
FIQUE ATENTO!
Muitas conjunções não têm classificação As interjeições podem ser formadas por:
única, imutável, devendo, portanto, ser
LÍNGUA PORTUGUESA

• simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô


classificadas de acordo com o sentido que • palavras: Oba! Olá! Claro!
apresentam no contexto (destaque da Zê!). • grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
Deus! Ora bolas!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

23
Classificação das Interjeições 4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou
imitativas, que exprimem ruídos e vozes. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo: Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba!
A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Atenção! Olha! Alerta! 5. Não se deve confundir a interjeição de apelo
B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua! «ó» com a sua homônima «oh!», que exprime
C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa
D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! depois do «oh!» exclamativo e não a fazemos
E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! depois do «ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza!
Ânimo! Adiante! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Francamente! Essa não! Chega! Basta! Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa
Queira Deus! - Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
J) Desculpa: Perdão! – volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! SITE
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! secoes/morf/morf89.php>
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
Puxa! Pô! Ora! 6. NUMERAL
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de
Deus! pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio! determinada sequência.
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
Saiba que: é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não numerais, mas sim de algarismos.
sofrem variação em gênero, número e grau como os Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem
nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto a ideia expressa pelos números, existem mais algumas
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, palavras consideradas numerais porque denotam
quantidade, proporção ou ordenação. São alguns
algumas interjeições sofrem variação em grau. Não se
exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
trata de um processo natural desta classe de palavra, mas
tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Classificação dos Numerais
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou
Locução Interjetiva
determinada de seres: um, dois, cem mil, etc.
Alguns cardinais têm sentido coletivo, como por
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
exemplo: século, par, dúzia, década, bimestre.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! ou alguma coisa ocupa numa determinada
Toda frase mais ou menos breve dita em tom sequência: primeiro, segundo, centésimo, etc.
exclamativo torna-se uma locução interjetiva,
dispensando análise dos termos que a compõem: As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
Macacos me mordam!, Valha-me Deus!, Quem me dera! final e penúltimo também indicam posição dos seres,
1. As interjeições são como frases resumidas, mas são classificadas como adjetivos, não ordinais.
sintéticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava
por essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
é o seu tom exclamativo; por isso, palavras de
LÍNGUA PORTUGUESA

quintos, etc.
outras classes gramaticais podem aparecer como D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
interjeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
Fora! Francamente! (Advérbios) foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
frase” porque sozinha pode constituir uma
mensagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me!
Silêncio! Fique quieto!

24
Flexão dos numerais

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.

Os numerais ordinais variam em gênero e número:

primeiro segundo milésimo


primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e
conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas
do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas
terças partes.
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma de
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço correspondente a um
ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
LÍNGUA PORTUGUESA

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

25
#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua
utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


Um Primeiro -
Dois Segundo Dobro, Duplo Meio
Três Terceiro Triplo, Tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
Cinco Quinto Quíntuplo Quinto
Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
Nove Nono Nônuplo Nono
Dez Décimo Décuplo Décimo
Onze Décimo Primeiro - Onze Avos
Doze Décimo Segundo - Doze Avos
Treze Décimo Terceiro - Treze Avos
Catorze Décimo Quarto - Catorze Avos
Quinze Décimo Quinto - Quinze Avos
Dezesseis Décimo Sexto - Dezesseis Avos
Dezessete Décimo Sétimo - Dezessete Avos
Dezoito Décimo Oitavo - Dezoito Avos
Dezenove Décimo Nono - Dezenove Avos
Vinte Vigésimo - Vinte Avos
Trinta Trigésimo - Trinta Avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta Avos
Cinqüenta Quinquagésimo - Cinquenta Avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta Avos
Setenta Septuagésimo - Setenta Avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta Avos
Noventa Nonagésimo - Noventa Avos
LÍNGUA PORTUGUESA

Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo


Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo

26
Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo
Setecentos Septingentésimo Septingentésimo
Oitocentos Octingentésimo Octingentésimo
Nongentésimo ou
Novecentos Nongentésimo
Noningentésimo
Mil Milésimo Milésimo
Milhão Milionésimo Milionésimo
Milhão Bilionésimo Bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php>

7. PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece,
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a
compreensão do texto.

Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero
ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + a = pela.
Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
 • Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os
vocábulos não sofrem alteração.
 • Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de
+ o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
 • Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do
pronome “aquilo”).

O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja
um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para determiná-lo como um substantivo singular e feminino: A
matéria que estudei é fácil!

Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
LÍNGUA PORTUGUESA

Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.

Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a
apostila. = Nós a trouxemos.

27
Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
por meio das preposições: [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Destino = Irei a Salvador. [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Modo = Saiu aos prantos. fala]
Lugar = Sempre a seu lado. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Assunto = Falemos sobre futebol. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Tempo = Chegarei em instantes. se fala]
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar. Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Instrumento = Escreveu a lápis. variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em
Posse = Vi as roupas da mamãe. número (singular ou plural). Assim, espera-se que a
Autoria = livro de Machado de Assis referência através do pronome seja coerente em termos
Companhia = Estarei com ele amanhã. de gênero e número (fenômeno da concordância) com
Matéria = copo de cristal. o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente
Meio = passeio de barco. no enunciado.
Origem = Nós somos do Nordeste. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Conteúdo = frascos de perfume. nossa escola neste ano.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas adequada]
locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução [ele: pronome que faz referência à “Roberta” =
prepositiva por trás de. concordância inadequada]

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Pronomes Pessoais
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. São aqueles que substituem os substantivos,
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
SITE quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
Disponível em: <http://www.infoescola.com/ referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
portugues/preposicao/> Os pronomes pessoais variam de acordo com as
funções que exercem nas orações, podendo ser do caso
8. PRONOME reto ou do caso oblíquo.

Pronome é a palavra variável que substitui ou A) Pronome Reto


acompanha um substantivo (nome), qualificando-o de Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na
alguma forma. sentença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
O homem julga que é superior à natureza, por isso o flores.
homem destrói a natureza... Os pronomes retos apresentam flexão de número,
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa
superior à natureza, por isso ele a destrói... última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
termos (homem e natureza). assim configurado:
1.ª pessoa do singular: eu
Grande parte dos pronomes não possuem significados 2.ª pessoa do singular: tu
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 3.ª pessoa do singular: ele, ela
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar 1.ª pessoa do plural: nós
a referência exata daquilo que está sendo colocado
LÍNGUA PORTUGUESA

2.ª pessoa do plural: vós


por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com 3.ª pessoa do plural: eles, elas
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
demais pronomes têm por função principal apontar para Esses pronomes não costumam ser usados como
as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- complementos verbais na língua-padrão. Frases como
lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
dessa característica, os pronomes apresentam uma forma até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem
específica para cada pessoa do discurso. ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na

28
língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos B.2 Pronome Oblíquo Tônico
correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
“Trouxeram-me até aqui”. precedidos por preposições, em geral as preposições a,
para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos
Frequentemente observamos a omissão do pronome exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias acentuação tônica forte.
formas verbais marcam, através de suas desinências, as Lista dos pronomes oblíquos tônicos:
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
boa viagem. (Nós) 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
B) Pronome Oblíquo 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
sentença, exerce a função de complemento verbal 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas
(objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores.
(objeto indireto) Observe que as únicas formas próprias do pronome
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa
Observação: (ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do
O pronome oblíquo é uma forma variante do caso reto.
pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica As preposições essenciais introduzem sempre
a função diversa que eles desempenham na oração: pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o
oblíquo marca o complemento da oração. Os pronomes uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados
oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação desta forma:
tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
B.1 Pronome Oblíquo Átono Não há nenhuma acusação contra mim.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que Não vá sem mim.
não são precedidos de preposição. Possuem acentuação
tônica fraca: Ele me deu um presente. Há construções em que a preposição, apesar de
Lista dos pronomes oblíquos átonos surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
1.ª pessoa do singular (eu): me uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
2.ª pessoa do singular (tu): te o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe pronome, deverá ser do caso reto.
1.ª pessoa do plural (nós): nos Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
2.ª pessoa do plural (vós): vos Não vá sem eu mandar.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
FIQUE ATENTO! A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil
Os pronomes o, os, a, as assumem formas para mim!
especiais depois de certas terminações
verbais: A combinação da preposição “com” e alguns
pronomes originou as formas especiais comigo, contigo,
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou consigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos
-r, o pronome assume a forma lo, los, la tônicos frequentemente exercem a função de adjunto
ou las, ao mesmo tempo que a terminação adverbial de companhia: Ele carregava o documento
verbal é suprimida. Por exemplo: consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
2. Quando o verbo termina em som nasal, inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
o pronome assume as formas no, nos, na, prova, até eu! (= inclusive eu)
nas. Por exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA

viram + o: viram-no As formas “conosco” e “convosco” são substituídas


repõe + os = repõe-nos por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
retém + a: retém-na são reforçados por palavras como outros, mesmos,
tem + as = tem-nas próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más
notícias.
Ele disse que iria com nós três.

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B.3 Pronome Reflexivo Também são pronomes de tratamento o senhor,
São pronomes pessoais oblíquos que, embora a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora”
funcionem como objetos direto ou indireto, referem- são empregados no tratamento cerimonioso; “você”
se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são
recebe a ação expressa pelo verbo. largamente empregados no português do Brasil; em
algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em
Lista dos pronomes reflexivos: outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
lembro disso.
2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo. Observações:
3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo =
Guilherme já se preparou. 1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes
Ela deu a si um presente. de tratamento que possuem “Vossa(s)” são
Antônio conversou consigo mesmo. empregados em relação à pessoa com quem
falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio. compareça a este encontro.
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
com esta conquista. 2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga. que Sua Excelência, o Senhor Presidente da
República, agiu com propriedade.

3. Os pronomes de tratamento representam uma


#FicaDica forma indireta de nos dirigirmos aos nossos
O pronome é reflexivo quando se refere interlocutores. Ao tratarmos um deputado por
à mesma pessoa do pronome subjetivo Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos
(sujeito): Eu me arrumei e saí. endereçando à excelência que esse deputado
supostamente tem para poder ocupar o cargo que
É pronome recíproco quando indica
ocupa.
reciprocidade de ação: Nós nos amamos. /
Olhamo-nos calados.
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à
O “se” pode ser usado como palavra
2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
expletiva ou partícula de realce, sem ser
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes
rigorosamente necessária e sem função
possessivos e os pronomes oblíquos empregados
sintática: Os exploradores riam-se de suas em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
tentativas. / Será que eles se foram? Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das
suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem
reconhecidos.
C) Pronomes de Tratamento
São pronomes utilizados no tratamento formal, 5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
cerimonioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida
terceira pessoa. Alguns exemplos: inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques a chamar alguém de “você”, não poderemos usar
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e terceira pessoa.
religiosos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, teus cabelos. (errado)
professores de curso superior, ministros de Estado
e de Tribunais, governadores, secretários de Estado, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
presidente da República (sempre por extenso) seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de
universidades ou
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
LÍNGUA PORTUGUESA

até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
de igual categoria
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes Pronomes Possessivos
de direito
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
cerimonioso (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus (coisa possuída).

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Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da
singular) pessoa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?
Número Pessoa Pronome
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está
Singular Primeira Meu(s), minha(s) distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com
Singular Segunda Teu(s), tua(s) quem se fala:
Aquele material não é nosso.
Singular Terceira Seu(s), sua(s)
Vejam aquele prédio!
Plural Primeira Nosso(s), nossa(s)
Plural Segunda Vosso(s), vossa(s) B) Em relação ao tempo:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
Plural Terceira Seu(s), sua(s)
relação à pessoa que fala:
Esta manhã farei a prova do concurso!
Note que:
A forma do possessivo depende da pessoa gramatical Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado,
a que se refere; o gênero e o número concordam com o porém relativamente próximo à época em que se situa
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição a pessoa que fala:
naquele momento difícil. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!
Observações: Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um
afastamento no tempo, referido de modo vago ou como
1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar tempo remoto:
da alteração fonética da palavra senhor: Muito Naquele tempo, os professores eram valorizados.
obrigado, seu José.
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam ou escreverá):
posse. Podem ter outros empregos, como: Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 falará:
anos. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática,
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem ortografia, concordância.
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Sua aprovação no concurso, isso é o que mais
Excelência trouxe sua mensagem? desejamos!

4. Referindo-se a mais de um substantivo, o Este e aquele são empregados quando se quer fazer
possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe- referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
me seus livros e anotações. termo referido em primeiro lugar e este para o referido
por último:
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este
[São Paulo], aquele [Palmeiras])
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, ou
próprio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-
lo, para que não ocorra redundância: Coloque tudo Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
nos respectivos lugares. Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este
[São Paulo], aquele [Palmeiras])
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
São utilizados para explicitar a posição de certa invariáveis, observe:
palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
LÍNGUA PORTUGUESA

pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. aquela(s).


Invariáveis: isto, isso, aquilo.
A) Em relação ao espaço:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
Este material é meu. • o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
aquilo.

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Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s),
indiquei.) vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
• mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): Alguns se contentam pouco.
variam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em
Eu mesma refiz os exercícios. variáveis e invariáveis. Observe:
Elas mesmas fizeram isso. • Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco,
Eles próprios cozinharam. vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda,
Os próprios alunos resolveram o problema. muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer,
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos,
• semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas,
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
• tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria. • Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
algo, cada.
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. *Qualquer é composto de qual + quer (do verbo
(ou então: este solteiro, aquele casado) - este se querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra
refere à pessoa mencionada em último lugar; cujo plural é feito em seu interior).
aquele, à mencionada em primeiro lugar.
2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação Todo e toda no singular e junto de artigo significa
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor? inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
em com pronome demonstrativo: àquele, àquela, Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
que estava vendo. (no = naquilo) Trabalho todo dia. (= todos os dias)

Pronomes Indefinidos São locuções pronominais indefinidas: cada qual,


cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma
quantidade indeterminada. ou outra, etc.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- Cada um escolheu o vinho desejado.
plantadas.
Pronomes Relativos
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa São aqueles que representam nomes já mencionados
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser as orações subordinadas adjetivas.
humano que seguramente existe, mas cuja identidade é O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre
A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o outros = oração subordinada adjetiva).
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
Algo o incomoda? “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
Quem avisa amigo é. O antecedente do pronome relativo pode ser o
pronome demonstrativo o, a, os, as.
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um Não sei o que você está querendo dizer.
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s), expresso.
certa(s). Quem casa, quer casa.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões. Observe:
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os


Note que: quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora quantas.
pronomes indefinidos adjetivos: Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito,
muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum,
nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),

32
Note que:
O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser ou em que: Sinto saudades da época em que (quando)
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando morávamos no exterior.
seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= palavras:
a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os • como (= pelo qual) – desde que precedida das
quais) palavras modo, maneira ou forma:
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= Não me parece correto o modo como você agiu semana
as quais) passada.

O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente • quando (= em que) – desde que tenha como
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente antecedente um nome que dê ideia de tempo:
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” Bons eram os tempos quando podíamos jogar
(que podem ter várias classificações) são pronomes videogame.
relativos. Todos eles são usados com referência à
pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
determinadas preposições: Regressando de São Paulo, numa só frase.
visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste
O uso de “que”, neste caso, geraria ambiguidade. Veja: esporte.
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
me deixou encantado (quem me deixou encantado: o
sítio ou minha tia?). Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas gente que conversava, (que) ria, observava.
utiliza-se o qual / a qual)
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, Pronomes Interrogativos
e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas São usados na formulação de perguntas, sejam
deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural. elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda indefinidos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo
com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual
consequente (o ser possuído, com o qual concorda (e variações), quanto (e variações).
em gênero e número); não se usa artigo depois deste Com quem andas?
pronome; “cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, Qual seu nome?
das quais. Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
Existem pessoas cujas ações são nobres.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem
(antecedente) (consequente)
função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso
oblíquo quando desempenha função de complemento.
Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui!
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
(referiu-se a)
lhe ajudar.
“Quanto” é pronome relativo quando tem por
antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
e tudo: exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao
caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce
Emprestei tantos quantos foram necessários. função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
(antecedente) Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso.
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
Ele fez tudo quanto havia falado. para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
(antecedente) sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).

Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou


LÍNGUA PORTUGUESA

O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre


precedido de preposição. tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
É um professor a quem muito devemos. diferentemente dos segundos, que são sempre
(preposição) precedidos de preposição.
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui que eu estava fazendo.
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
lugar: A casa onde morava foi assaltada. mim o que eu estava fazendo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa verbo. A mesóclise é usada:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Quando o verbo estiver no futuro do presente ou
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. futuro do pretérito, contanto que esses verbos não
– São Paulo: Saraiva, 2010. estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. evento em prol da paz no mundo.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Repare que o pronome está “no meio” do verbo
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta
São Paulo: Saraiva, 2002. prevaleceria. Veja: Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
SITE nessa viagem.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ (com presença de palavra que justifique o uso de
secoes/morf/morf42.php> próclise: Não fossem os meus compromissos, EU te
acompanharia nessa viagem).
Colocação Pronominal
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
pronomes oblíquos átonos na frase. forem possíveis:
• Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
#FicaDica • Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
era minha intenção machucá-la.
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a • Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
função de complemento verbal (objeto). Por inicia período com pronome oblíquo).
isso, memorize: Vou-me embora agora mesmo.
OBlíquo = OBjeto! Levanto-me às 6h.

• Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo


Embora na linguagem falada a colocação dos no concurso, mudo-me hoje mesmo!
pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas • Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
normas devem ser observadas na linguagem escrita. proposta fazendo-se de desentendida.

Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. Colocação pronominal nas locuções verbais
A próclise é usada:
• Após verbo no particípio = pronome depois do
• Quando o verbo estiver precedido de palavras que verbo auxiliar (e não depois do particípio):
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Tenho me deliciado com a leitura!
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, Eu tenho me deliciado com a leitura!
jamais, etc.: Não se desespere! Eu me tenho deliciado com a leitura!
B) Advérbios: Agora se negam a depor.
C) Conjunções subordinativas: Espero que me • Não convém usar hífen nos tempos compostos e
expliquem tudo! nas locuções verbais:
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se Vamos nos unir!
esforçou. Iremos nos manifestar.
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a
oportunidade. • Quando há um fator para próclise nos tempos
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
do pronome oblíquo “solto” entre os verbos =
• Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos
lhe disse isso? preocupar”).
• Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
se ofendem! Emprego de o, a, os, as
LÍNGUA PORTUGUESA

• Orações que exprimem desejo (orações optativas):


Que Deus o ajude. • Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os
• A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome pronomes: o, a, os, as não se alteram.
reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o Chame-o agora.
material amanhã. / Tu sabes cantar? Deixei-a mais tranquila.

34
• Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes Classificação dos Substantivos
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. A) Substantivos Comuns e Próprios
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
• Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, Observe a definição:
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
no, na, nos, nas. Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
Chamem-no agora. casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
Põe-na sobre a mesa. toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
cidade (em oposição aos bairros).

#FicaDica Qualquer “povoação maior que vila, com muitas


casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um
significa “antes”! Pronome antes do verbo! substantivo comum.
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/
(end, em Inglês – que significa “fim, final!). Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Pronome depois do verbo! uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do homem, mulher, país, cachorro.
verbo Estamos voando para Barcelona.

O substantivo Barcelona designa apenas um ser da


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. B) Substantivos Concretos e Abstratos
– São Paulo: Saraiva, 2010. B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa
o ser que existe, independentemente de outros
SITE seres.
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/
gramatica/colocacao-pronominal-.html> Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo
9. SUBSTANTIVO real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras Brasília.
variáveis, as quais denominam todos os seres que existem, Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fantasma.
fenômenos, os substantivos também nomeiam:
• lugares: Alemanha, Portugal B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
• sentimentos: amor, saudade que dependem de outros para se manifestarem ou
• estados: alegria, tristeza existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si
• qualidades: honestidade, sinceridade só, não pode ser observada. Só podemos observar
• ações: corrida, pescaria a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A
beleza depende de outro ser para se manifestar.
Morfossintaxe do substantivo Portanto, a palavra beleza é um substantivo
abstrato.
Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções Os substantivos abstratos designam estados,
diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir:
ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do (sentimento).
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto
ou como núcleo do vocativo. Também encontramos • Substantivos Coletivos
LÍNGUA PORTUGUESA

substantivos como núcleos de adjuntos adnominais Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são outra abelha, mais outra abelha.
desempenhadas por grupos de palavras. Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.

Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi


necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra
abelha, mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-

35
se duas palavras no plural. No terceiro, empregou-se insetos (gafanhotos,
um substantivo no singular (enxame) para designar um nuvem
mosquitos, etc.)
conjunto de seres da mesma espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de
quadrilha ladrões, bandidos
seres da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas peças teatrais, obras
repertório
musicais
alcateia lobos
réstia alhos ou cebolas
acervo livros
romanceiro poesias narrativas
trechos literários
antologia revoada pássaros
selecionados
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
desordeiros ou tropa muares, soldados
bando
malfeitores turma estudantes, trabalhadores
banca examinadores vara porcos
batalhão soldados
Formação dos Substantivos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos A) Substantivos Simples e Compostos
cacho frutas Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
O substantivo chuva é formado por um único
cancioneiro canções, poesias líricas elemento ou radical. É um substantivo simples.
colmeia abelhas
concílio bispos A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um
único elemento.
congresso parlamentares, cientistas Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
atores de uma peça ou agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois
elenco
filme elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
esquadra navios de guerra
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por
enxoval roupas dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-
falange soldados, anjos flor, passatempo.
fauna animais de uma região
B) Substantivos Primitivos e Derivados
feixe lenha, capim B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva
flora vegetais de uma região de nenhuma outra palavra da própria língua
portuguesa. O substantivo limoeiro, por exemplo, é
frota navios mercantes, ônibus
derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
girândola fogos de artifício B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina
horda bandidos, invasores de outra palavra.
médicos, bois, credores, Flexão dos substantivos
junta
examinadores
júri jurados O substantivo é uma classe variável. A palavra é
legião soldados, anjos, demônios variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino,
por exemplo, pode sofrer variações para indicar:
leva presos, recrutas Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:
LÍNGUA PORTUGUESA

malfeitores ou meninão / Diminutivo: menininho


malta
desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes, A) Flexão de Gênero
Gênero é um princípio puramente linguístico, não
matilha cães de raça devendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz
molho chaves, verduras respeito a todos os substantivos de nossa língua, quer se
refiram a seres animais providos de sexo, quer designem
multidão pessoas em geral
apenas “coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.

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Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos sultana
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
estes títulos de filmes: • Substantivos terminados em -or:
O velho e o mar acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
Um Natal inesquecível troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
Os reis da praia
• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: - poetisa / duque - duquesa / conde - condessa /
A história sem fim profeta - profetisa
Uma cidade sem passado • Substantivos que formam o feminino trocando o -e
As tartarugas ninjas final por -a: elefante - elefanta
• Substantivos que têm radicais diferentes no
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes masculino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
• Substantivos que formam o feminino de maneira
1. Substantivos Biformes (= duas formas): especial, isto é, não seguem nenhuma das regras
apresentam uma forma para cada gênero: gato – anteriores: czar – czarina, réu - ré
gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito -
prefeita Formação do Feminino dos Substantivos
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única Uniformes
forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em: Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
se faz mediante a utilização das palavras “macho” Não é possível saber o sexo do jacaré em questão.
e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
macho e o jacaré fêmea. forma para indicar o masculino e o feminino.
B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
a pessoas de ambos os sexos: a criança, a para designar os dois sexos. Esses substantivos são
testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
o indivíduo. houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: palavras macho e fêmea.
indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
a artista.
Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza.
Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
sintoma, o teorema.
masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse
caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem
• Existem certos substantivos que, variando de gênero, identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
variam em seu significado: A criança chorona chamava-se João.
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça A criança chorona chamava-se Maria.
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro)
e a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma Outros substantivos sobrecomuns:
(cabeleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
aumento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; boa criatura.
conclusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública); o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora). Marcela faleceu
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Comuns de Dois Gêneros:
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
LÍNGUA PORTUGUESA

- aluna. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?


• Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
ao masculino: freguês - freguesa vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino A distinção de gênero pode ser feita através da
de três formas: análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa substantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona repórter francês - repórter francesa

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A palavra personagem é usada indistintamente pala (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe,
nos dois gêneros. Entre os escritores modernos nota- anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora),
se acentuada preferência pelo masculino: O menino o voga (remador), a voga (moda).
descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
carochinha. B) Flexão de Número do Substantivo
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: Em português, há dois números gramaticais: o
O problema está nas mulheres de mais idade, que não singular, que indica um ser ou um grupo de seres, e o
aceitam a personagem. plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
característica do plural é o “s” final.
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Plural dos Substantivos Simples

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
proclama, o pernoite, o púbis. Exceção: cânon - cânones.

Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a em “ns”: homem - homens.
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
São geralmente masculinos os substantivos de origem
grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, Atenção:
o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o O plural de caráter é caracteres.
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais;
tracoma, o hematoma.
caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males,
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
cônsul e cônsules.
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções,
duas maneiras:
nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. /
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma 2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Londres imensa e triste.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. Observação:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas
Gênero e Significação maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
Muitos substantivos têm uma significação no Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
masculino e outra no feminino. Observe: duas maneiras:
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os 1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), 2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou invariáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), de três maneiras.
a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
na administração da crisma e de outros sacramentos), Observação:
a crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
a cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a dois – e até três – plurais:
estepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião –
guia outras), a guia (documento, pena grande das asas anciões/anciães/anciãos
LÍNGUA PORTUGUESA

das aves), o grama (unidade de peso), a grama (relva), charlatão – charlatões/charlatães corrimão –
o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor corrimãos/corrimões
de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/
aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons vilões/vilães
costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o o látex - os látex.

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Plural dos Substantivos Compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.

A formação do plural dos substantivos compostos Observação:


depende da forma como são grafados, do tipo de Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
palavras que formam o composto e da relação que não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos
estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem seis e alguns dez.
hífen comportam-se como os substantivos simples:
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/ Plural dos Diminutivos
pontapés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s”
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas final e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
A) Flexionam-se os dois elementos, quando
formados de: animai(s) + zinhos = animaizinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores botõe(s) + zinhos = botõezinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis- farói(s) + zinhos = faroizinhos
homens tren(s) + zinhos = trenzinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
B) Flexiona-se somente o segundo elemento, flore(s) + zinhas = florezinhas
quando formados de: mão(s) + zinhas = mãozinhas
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e papéi(s) + zinhos = papeizinhos
alto-falantes nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco- funi(s) + zinhos = funizinhos
recos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento, pai(s) + zinhos = paizinhos
quando formados de:
pé(s) + zinhos = pezinhos
substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia pé(s) + zitos = pezitos
substantivo + preposição oculta + substantivo =
cavalo-vapor e cavalos-vapor Plural dos Nomes Próprios Personativos
substantivo + substantivo que funciona como
determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, sempre que a terminação preste-se à flexão.
bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, Os Napoleões também são derrotados.
peixe-espada - peixes-espada. As Raquéis e Esteres.

D) Permanecem invariáveis, quando formados de: Plural dos Substantivos Estrangeiros


verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os Substantivos ainda não aportuguesados devem ser
saca-rolhas escritos como na língua original, acrescentando-se “s”
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os
Casos Especiais shorts, os jazz.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os
o louva-a-deus e os louva-a-deus
chopes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os
o bem-te-vi e os bem-te-vis garçons, os réquiens.
o bem-me-quer e os bem-me-queres Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que
joga.
o joão-ninguém e os joões-ninguém. O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural das Palavras Substantivadas Plural com Mudança de Timbre


As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras Certos substantivos formam o plural com mudança
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam, de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um
no plural, as flexões próprias dos substantivos. fato fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.

39
Singular Plural REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Corpo (ô) Corpos (ó) Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Esforço Esforços CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
Fogo Fogos
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Forno Fornos CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Fosso Fossos Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
Imposto Impostos
São Paulo: Saraiva, 2002.
Olho Olhos
Osso (ô) Ossos (ó) SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
Ovo Ovos secoes/morf/morf12.php>
Poço Poços
Porto Portos 10. VERBO
Posto Postos Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
Tijolo Tijolos tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno
etc. (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).

Observação: Estrutura das Formas Verbais


Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
molho (ó) = feixe (molho de lenha). Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
os seguintes elementos:
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. A) Radical: é a parte invariável, que expressa o
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei;
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. fal-ava; fal-am. (radical fal-)
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
bom nome) e honras (homenagem, títulos). indica a conjugação a que pertence o verbo. Por
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas exemplo: fala-r. São três as conjugações:
com sentido de plural: Aqui morreu muito negro. 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas - E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
improvisadas.
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que
C) Flexão de Grau do Substantivo designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
as variações de tamanho dos seres. / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)

Classifica-se em: D) Desinência número-pessoal: é o elemento que


1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o
considerado normal. Por exemplo: casa número (singular ou plural):
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
do ser. Classifica-se em: (indica a 3.ª pessoa do plural.)
Analítico = o substantivo é acompanhado de um
adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo FIQUE ATENTO!
indicador de aumento. Por exemplo: casarão. O verbo pôr, assim como seus derivados
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª
conjugação, pois a forma arcaica do verbo
LÍNGUA PORTUGUESA

3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho


do ser. Pode ser: pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo desaparecido do infinitivo, revela-se em
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. algumas formas do verbo: põe, pões,
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo põem, etc.
indicador de diminuição. Por exemplo: casinha.

40
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas 1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer,
realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, Existiam)
percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas o Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
amo, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal
(fora do radical): opinei, aprenderão, amaríamos. 2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Classificação dos Verbos Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.
Classificam-se em:
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radical natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear,
inalterado durante a conjugação e desinências trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém,
idênticas às de todos os verbos regulares da se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo
mesma conjugação. Por exemplo: comparemos os “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo
verbos “cantar” e “falar”, conjugados no presente impessoal, empregado em sentido figurado, deixa
do Modo Indicativo: de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Canto Falo Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Cantas Falas Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Canta Falas
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando
Cantamos Falamos tempo: Já passa das seis.
Cantais Falais
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
“de”, indicando suficiência:
#FicaDica Basta de tolices.
Chega de promessas.
Observe que, retirando os radicais, as
desinências modo-temporal e número- 6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
com outro verbo e perceberá que se repetirá referência a sujeito expresso anteriormente (por
o fato (desde que o verbo seja da primeira exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso,
conjugação e regular!). Faça com o verbo classificar o sujeito como hipotético, tornando-se,
“andar”, por exemplo. Substitua o radical tais verbos, pessoais.
“cant” e coloque o “and” (radical do verbo
andar). Viu? Fácil! 7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente
de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca
alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz, E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito,
farei, fizesse. conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do
singular e do plural. São unipessoais os verbos
Observação: constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/ miar, latir, piar).
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais
alterações não caracterizam irregularidade, porque o Os verbos unipessoais podem ser usados como
fonema permanece inalterado. verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam
LÍNGUA PORTUGUESA

O que é que aquela garota está cacarejando?


conjugação completa. Os principais são adequar,
precaver, computar, reaver, abolir, falir. Principais verbos unipessoais:
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito
e, normalmente, são usados na terceira pessoa do • Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
singular. Os principais verbos impessoais são: ser (preciso, necessário):
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
bastante)

41
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

• Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que,
além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Particípio Particípio
Infinitivo
Regular Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito,
escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo
principal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


LÍNGUA PORTUGUESA

(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

42
Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Pret. mais-que- Fut. do


Presente Pret. Perfeito Pret. Imp. Fut.do Pres.
perf. Pretérito
Sou Fui Era Fora Serei Seria
És Foste Eras Foras Serás Serias
É Foi Era Fora Será Seria
Somos Fomos Éramos Fôramos Seremos Seríamos
Sois Fostes Éreis Fôreis Sereis Seríeis
São Foram Eram Foram Serão Seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles
LÍNGUA PORTUGUESA

43
ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres Fut.do Preté
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR Modo Subjuntivo – Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
LÍNGUA PORTUGUESA

hajas houvesses houveres há hajas


haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

44
HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a
reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem

• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com
LÍNGUA PORTUGUESA

os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.

45
Há verbos que também são acompanhados Quando o gerúndio é vício de linguagem
de pronomes oblíquos átonos, mas que não são (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do
essencialmente pronominais - são os verbos reflexivos. gerúndio:
Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se 1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem futebol.
funções sintáticas. Por exemplo: 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no
Modos Verbais momento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que
a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas futuro em andamento, exigindo, no caso, a construção
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. “verificarei” ou “vou verificar”.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu C) Particípio: quando não é empregado na formação
estudo para o concurso. dos tempos compostos, o particípio indica,
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: geralmente, o resultado de uma ação terminada,
Talvez eu estude amanhã. flexionando-se em gênero, número e grau. Por
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: exemplo: Terminados os exames, os candidatos
Estude, colega! saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem
Formas Nominais nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda pela turma.
formas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e
função de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta) (Ziraldo)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Tempos Verbais
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por Tomando-se como referência o momento em que
exemplo: se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em
É preciso ler este livro. diversos tempos.
Era preciso ter lido este livro.
A) Tempos do Modo Indicativo
A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do colégio.
singular, não apresenta desinências, assumindo a Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona- num momento anterior ao atual, mas que não foi
se da seguinte maneira: completamente terminado: Ele estudava as lições quando
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu) foi interrompido.
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós) Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós) num momento anterior ao atual e que foi totalmente
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles) terminado: Ele estudou as lições ontem à noite.
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato
ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara
B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
adjetivo ou advérbio. Por exemplo: Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
LÍNGUA PORTUGUESA

advérbio) atual: Ele estudará as lições amanhã.


Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo) Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado:
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação Se ele pudesse, estudaria um pouco mais.
em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

46
B) Tempos do Modo Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
No próximo final de semana, faço a prova!
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

3.ª conjugação
1.ª conjugação 2.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S


cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

47
Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

Desinên. Pessoal Des. tem


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.poral
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS


cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

48
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Imperativo Presente do


Indicativo Afirmativo Subjuntivo
Eu canto - Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
LÍNGUA PORTUGUESA

Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

49
Imperativo Negativo Vozes do Verbo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
a negação às formas do presente do subjuntivo. ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
as vozes verbais:
Que eu cante -
Que tu cantes Não cantes tu A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo:
Que ele cante Não cante você Ele fez o trabalho.
Que nós cantemos Não cantemos nós sujeito agente ação objeto (paciente)
Que vós canteis Não canteis vós
B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo
Que eles cantem Não cantem eles a ação expressa pelo verbo:
O trabalho foi feito por ele.
• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª sujeito paciente ação agente da passiva
pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois
uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
razão, utiliza-se você/vocês. O menino feriu-se.
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente:
sê (tu), sede (vós).
#FicaDica
Infinitivo Pessoal
Não confundir o emprego reflexivo do verbo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
CANTAR VENDER PARTIR
Nós nos amamos. (um ama o outro)
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
Formação da Voz Passiva
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS A voz passiva pode ser formada por dois processos:
cantarDES venderDES partirDES analítico e sintético.
cantarEM venderEM partirEM A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
maneira:
• O verbo parecer admite duas construções: Verbo SER + particípio do verbo principal. Por
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução exemplo:
verbal) A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito os alunos pintarão a escola)
oracional, correspondendo à construção: parece gostarem O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)
de você).
Observações:
• O verbo pegar possui dois particípios (regular e
irregular): • O agente da passiva geralmente é acompanhado
Elvis tinha pegado minhas apostilas. da preposição por, mas pode ocorrer a construção
Minhas apostilas foram pegas. com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cer-
cada de soldados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa • Pode acontecer de o agente da passiva não estar
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. • A variação temporal é indicada pelo verbo auxi-
LÍNGUA PORTUGUESA

– São Paulo: Saraiva, 2010. liar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras: transformação das frases seguintes:
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
SITE O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/ perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da
secoes/morf/morf54.php voz ativa)

50
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
indicativo)
SITE
Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) secoes/morf/morf54.php>

• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as-


sume o mesmo tempo e modo do verbo principal
da voz ativa. Observe a transformação da frase se- EXERCÍCIOS COMENTADOS
guinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) 1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) CESGRANRIO-2018)

B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - O ano da esperança


ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª
pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos
exemplo: desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás
Abriram-se as inscrições para o concurso. do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações
Destruiu-se o velho prédio da escola. de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o
dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava,
Observação: com a consciência de que era uma doação. A situação
O agente não costuma vir expresso na voz passiva foi piorando. Os argumentos também. No início era para
sintética. pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós
doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente.
Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
substancialmente o sentido da frase. internações, remédios. A situação piorando, eu já estava
encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
Sujeito da Ativa objeto Direto gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para
a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se
A apostila foi comprada pelo concurseiro. consultava ou eu não ajudava mais.
(Voz Passiva) Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita
Sujeito da Passiva Agente da Passiva de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
tempo. também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As
Os mestres têm constantemente aconselhado os pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a
alunos. indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos
pelos mestres. aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir.
Eu o acompanharei. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça
Ele será acompanhado por mim. de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova
consciência para votar. Como? Num mundo em que as
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. cada história a meu respeito que nem sei o que dizer.
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por
porque o sujeito não pode ser visto como agente, que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei
LÍNGUA PORTUGUESA

paciente ou agente paciente. a trama. Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era
mentira da internet.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Duvidam. Acham que estou mentindo.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Adaptado.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.

51
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação c) ganha destaque / ganha-o;
do pronome átono em destaque está de acordo com a d) supõe um conhecimento / supõe-lo;
norma-padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre em: e) marcaram sua história / marcaram-na.

a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo. Resposta: Letra D


b) Perderia-se o dinheiro e o amigo. Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a =
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se. correta
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo. Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz. Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta
Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-
Resposta: Letra A no
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta
pronome = próclise)
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito: 4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
perder-se-ia (mesóclise) VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = a colocação pronominal, a expressão em destaque no
tinham se perdido trecho – ... que cercam o sentido da existência humana...
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com – está corretamente substituída pelo pronome, de
pronome oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se) acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o alternativa:
pronome (próclise): que se perdeu
a) ... que cercam-lo...
2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – b) ... que cercam-no...
CESGRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma- c)... que o cercam...
padrão da língua portuguesa, o pronome destacado foi d) ... que lhe cercam...
utilizado na posição correta em: e) ... que cercam-lhe...
a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se Resposta: Letra C
para combater a disseminação de notícias falsas nas Correções à frente:
redes sociais. Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, o cercam)
sempre deve-se ter em mente que o problema de Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está
divulgação de notícias falsas é grave e muito atual. correta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a
c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se sua presença, teremos próclise, não ênclise)
um sentimento generalizado de reprovação à prática
Em “c”: que o cercam = correta
de divulgação de inverdades.
Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas
d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na
o pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto =
Alemanha não aplica-se aos sites e redes sociais com
a ele/ela)
menos de 2 milhões de membros.
Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam
e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais
eficaz para que adote-se a conduta correta em relação
5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014)
à reputação das celebridades.
Considerando apenas as regras de regência e de colocação
Resposta: Letra C pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, a
Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam que
mobilizam-se = se mobilizam raramente ou nunca têm informações sobre o impacto
Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos ambiental do produto ou do comportamento da empresa.
boatos, sempre deve-se = sempre se deve – pode ser corretamente substituída por
Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet,
constata-se um sentimento = correta a) ... nunca informam-se sob o impacto...
Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada b)... nunca se informam o impacto...
na Alemanha não aplica-se = não se aplica c) ... nunca informam-se ao impacto...
Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo d) ... nunca se informam do impacto...
mais eficaz para que adote-se = que se adote e)... nunca informam-se no impacto...

3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – Resposta: Letra D


LÍNGUA PORTUGUESA

ARQUITETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome,


substituíssemos os complementos dos verbos abaixo por teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora
pronomes pessoais oblíquos enclíticos, a única forma vamos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre
INADEQUADA seria: algo = precisa de preposição. A alternativa que tem
preposição presente é a D (do = de+o). Teremos:
a) impregna a vida cotidiana / impregna-a; nunca se informam do impacto.
b) entender os debates / entendê-los;

52
6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito
– VUNESP-2013) Considerando a substituição da do Indicativo
expressão em destaque por um pronome e as normas da Em “d”, Quase meio século separa = presente do
colocação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça Indicativo
… – equivale, na norma-padrão da língua, a: Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
a) que abrem-a. elas)
b) que abrem-na.
c) que a abrem. 9. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC-
d) que lhe abrem. 2016)
e) que abrem-lhe. Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
Resposta: Letra C sublinhado acima está também sublinhado em:
Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo,
então teremos que + pronome. Resta-nos identificar a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as
se o pronome é objeto direto (a) ou indireto (lhe). amas...
Voltemos ao verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
o quê? Sem preposição! Portanto: objeto direto = que c) ... país que transformou a infância numa bilionária
a abrem. indústria de consumo...
d) E, mesmo que se esforcem muito...
7. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO e) Hoje há algo novo nesse cenário.
ESPECIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO
TRABALHO – FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui Resposta: Letra D
chegando à constatação de que todo perfil de rede que nos ajude = presente do Subjuntivo
social é um retrato ideal de nós mesmos. Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e
alteração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser também mais-que-perfeito) do Indicativo
substituído por: Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do
Indicativo
a) ademais. Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo
b) conquanto. Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do
c) porquanto. Indicativo
d) entretanto.
e) apesar. 10. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC-
2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
Resposta: Letra D com a norma culta na seguinte frase:
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa
oposição). A substituição deve utilizar outra de mesma a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
classificação, para que se mantenha a ideia do período. não poderia receber qualquer tipo de retificação.
A correta é entretanto. b) Os documentos com assinatura digital disporam de
algoritmos de criptografia que os protegeram.
8. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO - c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016) contar com a proteção de uma assinatura digital.
... para quem Manoel de Barros era comparável a São d) Quem se propor a alterar um documento criptogra-
Francisco de Assis... fado deve saber que comprometerá sua integridade.
e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da comprometer a integridade dos documentos.
frase acima está em:
Resposta: Letra E
a) Dizia-se um “vedor de cinema”... Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua
b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no autenticidade, o documento não poderia receber
espaço... qualquer tipo de retificação.
c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Em “b”, Os documentos com assinatura digital
Charles Baudelaire. disporam (dispuseram) de algoritmos de criptografia
d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de que os protegeram.
Barros na literatura... Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos
poderam (puderam) contar com a proteção de uma
LÍNGUA PORTUGUESA

e) ... para depois casá-las...


assinatura digital.
Resposta: Letra A Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar
“Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do um documento criptografado deve saber que
Indicativo. Procuremos nos itens: comprometerá sua integridade.
Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo Em “e”, Não é possível fazer as alterações que
Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do convierem sem comprometer a integridade dos
Indicativo documentos = correta

53
11. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - 13. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
as seguintes frases: – SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010)
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!

Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos


empregados nessas frases está em destaque em:

a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem


com que o cérebro humano não considere útil gravar
esses dados...
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
número de informações.
c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em
que morou quando era criança?
e) É o que mostra também uma pesquisa recente
conduzida pela empresa de segurança digital Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm (acesso:
Kaspersky... 03/03/2010)

Resposta: Letra D A palavra “oposição”, da charge, é classificada


Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo morfologicamente como:
(expressam ordem). Vamos aos itens:
Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos a) Substantivo concreto.
fazem = presente do Indicativo b) Substantivo abstrato.
Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do c) Substantivo coletivo.
Indicativo d) Substantivo próprio.
Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos e) Adjetivo.
= presente do Indicativo
Em “d”, Pense rápido: = Imperativo Resposta: Letra B
Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa = O termo “oposição” é classificado – morfologicamente
presente do Indicativo – como substantivo abstrato, pois não existe por si só
– depende de outro ser para “se concretizar”.
12. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a palavra
em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL;
(palavra que qualifica um substantivo).

a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL


eutanásia...
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte... Os concurseiros estão apreensivos.
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar Concurseiros apreensivos.
a morte.
d) Ela é proibida por lei no Brasil,... No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra
e) E como seria a verdadeira boa morte? na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
Resposta: Letra E “apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
Em “a”, Existe grande confusão = substantivo e número (plural) com o substantivo a que se refere:
Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
morte = pronome número e gênero se correspondem. A correspondência
Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
distanciar a morte = substantivo ser verbal ou nominal.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo


Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? = Concordância Verbal
adjetivo
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
seu sujeito.

54
Sujeito Simples - Regra Geral “de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo pronome pessoal.
em número e pessoa. Veja os exemplos: Quais de nós são / somos capazes?
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. Vários de nós propuseram / propusemos sugestões
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular inovadoras.

Os candidatos à vaga chegarão às 12h. Observação:


3.ª p. Plural 3.ª p. Plural Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém
Casos Particulares diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande Nos casos em que o interrogativo ou indefinido
parte de...) seguida de um substantivo ou pronome estiver no singular, o verbo ficará no singular.
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no Qual de nós é capaz?
plural. Algum de vós fez isso.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
proposta. que indica porcentagem seguida de substantivo, o
verbo deve concordar com o substantivo.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de 85% dos entrevistados não aprovam a administração
vândalos destruiu / destruíram o monumento. do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
Observação: 1% dos alunos faltaram à prova.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque • Quando a expressão que indica porcentagem não
aos elementos que formam esse conjunto. é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
com o número.
B) Quando o sujeito é formado por expressão que 25% querem a mudança.
indica quantidade aproximada (cerca de, mais 1% conhece o assunto.
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e
substantivo, o verbo concorda com o substantivo. • Se o número percentual estiver determinado por
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-
Perto de quinhentos alunos compareceram à se-á com eles:
solenidade. Os 30% da produção de soja serão exportados.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas Esses 2% da prova serão questionados.
últimas Olimpíadas.
F) O pronome “que” não interfere na concordância;
Observação: já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos do singular.
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais Fui eu que paguei a conta.
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um Fomos nós que pintamos o muro.
ao outro) És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Sou eu quem faz a prova.
C) Quando se trata de nomes que só existem no Não serão eles quem será aprovado.
plural, a concordância deve ser feita levando-se
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve
artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo assumir a forma plural.
no plural, o verbo deve ficar o plural. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. encantaram os poetas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Estados Unidos possui grandes universidades. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Alagoas impressiona pela beleza das praias.
As Minas Gerais são inesquecíveis. • Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
singular:
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, Nem uma das que me escreveram mora aqui.
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou

55
• Quando “um dos que” vem entremeada de Observação:
substantivo, o verbo pode: Quando o sujeito é composto, formado por um
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele),
o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural
faça o mesmo). (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão de “tomaríeis”.
poluídos (noção de que existem outros rios na
mesma condição). C) No caso do sujeito composto posposto ao
verbo, passa a existir uma nova possibilidade de
H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o concordância: em vez de concordar no plural com
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer
Vossa Excelência está cansado? concordância com o núcleo do sujeito mais
Vossas Excelências renunciarão? próximo.
Faltaram coragem e competência.
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Faltou coragem e competência.
de acordo com o numeral. Compareceram todos os candidatos e o banca.
Deu uma hora no relógio da sala. Compareceu o banca e todos os candidatos.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Soam dezenove horas no relógio da praça. D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a
Baterão doze horas daqui a pouco. concordância é feita no plural. Observe:
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Observação: Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. Casos Particulares
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
Soa quinze horas o relógio da matriz. • Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum singular.
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do Descaso e desprezo marca seu comportamento.
singular. São verbos impessoais: Haver no sentido A coragem e o destemor fez dele um herói.
de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que
indicam fenômenos da natureza. Exemplos: • Quando o sujeito composto é formado por núcleos
Havia muitas garotas na festa. dispostos em gradação, verbo no singular:
Faz dois meses que não vejo meu pai. Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um
Chovia ontem à tarde. segundo me satisfaz.

Sujeito Composto • Quando os núcleos do sujeito composto são unidos


por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural,
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao de acordo com o valor semântico das conjunções:
verbo, a concordância se faz no plural: Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira.
Pai e filho conversavam longamente. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Sujeito
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
Pais e filhos devem conversar com frequência. “adição”. Já em:
Sujeito Juca ou Pedro será contratado.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas Olimpíada.
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós) Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por no singular.
sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. • Com as expressões “um ou outro” e “nem um
Primeira Pessoa do Plural (Nós) nem outro”, a concordância costuma ser feita no
singular.
LÍNGUA PORTUGUESA

Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Um ou outro compareceu à festa.


Segunda Pessoa do Plural (Vós) Nem um nem outro saiu do colégio.

Pais e filhos precisam respeitar-se. • Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
Terceira Pessoa do Plural (Eles) no singular: Um e outro farão/fará a prova.

56
• Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, Precisa-se de funcionários.
o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos Confia-se em teses absurdas.
recebem um mesmo grau de importância e a
palavra “com” tem sentido muito próximo ao de Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
“e”. verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e
O pai com o filho montaram o brinquedo. indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética.
O governador com o secretariado traçaram os planos Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da
para o próximo semestre. oração. Exemplos:
O professor com o aluno questionaram as regras. Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se Aqui não se cometem equívocos
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Alugam-se casas.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos
para o próximo semestre. #FicaDica
O professor com o aluno questionou as regras.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
Com o verbo no singular, não se pode falar em ou índice de indeterminação do sujeito, ten-
sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as te transformar a frase para a voz passiva. Se
expressões “com o filho” e “com o secretariado” são a frase construída for “compreensível”, esta-
adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como remos diante de uma partícula apassivadora;
se houvesse uma inversão da ordem. Veja: se não, o “se” será índice de indeterminação.
“O pai montou o brinquedo com o filho.” Veja:
“O governador traçou os planos para o próximo Precisa-se de funcionários qualificados.
semestre com o secretariado.” Tentemos a voz passiva:
“O professor questionou as regras com o aluno.” Funcionários qualificados são precisados (ou
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se”
Casos em que se usa o verbo no singular: destacado é índice de indeterminação do
sujeito.
Café com leite é uma delícia! Agora:
O frango com quiabo foi receita da vovó. Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Constru-
Quando os núcleos do sujeito são unidos por ção correta! Então, aqui, o “se” é partícula
expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não apassivadora. (Dá para eu passar para a voz
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, passiva. Repare em meu destaque. Percebeu
o verbo ficará no plural. semelhança? Agora é só memorizar!).
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a O Verbo “Ser”
notícia.
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo
Quando os elementos de um sujeito composto são e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância concordância pode ocorrer também entre o verbo e o
é feita com esse termo resumidor. predicativo do sujeito.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da
apatia. Quando o sujeito ou o predicativo for:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
na vida das pessoas. A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo
SER concorda com a pessoa gramatical:
Outros Casos Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas.
O Verbo e a Palavra “SE” A esperança dos pais são eles, os filhos.

Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
LÍNGUA PORTUGUESA

duas de particular interesse para a concordância verbal: plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
A) quando é índice de indeterminação do sujeito; com o que estiver no plural:
B) quando é partícula apassivadora. Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros!
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
terceira pessoa do singular:

57
Quando o verbo SER indicar Concordância Nominal

• horas e distâncias, concordará com a expressão A concordância nominal se baseia na relação entre
numérica: nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
É uma hora. ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
São quatro horas. adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
quilômetros. termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
• datas, concordará com a palavra dia(s), que pode seguintes regras gerais:
estar expressa ou subentendida: A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
Hoje é dia 26 de agosto. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
Hoje são 26 de agosto. denunciavam o que sentia.
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
• Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade a concordância pode variar. Podemos sistematizar
e for seguido de palavras ou expressões como essa flexão nos seguintes casos:
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
fica no singular: • Adjetivo anteposto aos substantivos:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. O adjetivo concorda em gênero e número com o
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. substantivo mais próximo.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
• Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) Encontramos caído o prendedor e a roupa.
for pronome pessoal do caso reto, com este
concordará o verbo. Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
No meu setor, eu sou a única mulher. parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
Aqui os adultos somos nós. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Observação:
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) • Adjetivo posposto aos substantivos:
representados por pronomes pessoais, o verbo concorda O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
com o pronome sujeito. ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural
Eu não sou ela. se houver substantivo feminino e masculino).
Ela não é eu. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
• Quando o sujeito for uma expressão de sentido A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
plural, o verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens. Observação:
O resto foram atitudes imaturas. Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
O Verbo “Parecer” dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma no plural masculino, que é o gênero predominante
locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas quando há substantivos de gêneros diferentes.
concordâncias: Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
adjetivo fica no singular ou plural.
• Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona A beleza e a inteligência feminina(s).
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. O carro e o iate novo(s).

• A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
sofre flexão: O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo
As crianças parece gostarem do desenho. não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho bom para saúde.
aas crianças) O adjetivo concorda com o substantivo, se este
for modificado por um artigo ou qualquer outro
LÍNGUA PORTUGUESA

Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no determinativo: Esta água é boa para saúde.
singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos.
(Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada D) O adjetivo concorda em gênero e número com
substantiva subjetiva). os pronomes pessoais a que se refere: Juliana
encontrou-as muito felizes.

58
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido É proibida a entrada de crianças.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição Esta salada é ótima.
DE + adjetivo, este último geralmente é usado A educação é necessária.
no masculino singular: Os jovens tinham algo de São precisas várias medidas na educação.
misterioso.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Quite
função adjetiva e concorda normalmente com o Estas palavras adjetivas concordam em gênero e
nome a que se refere: número com o substantivo ou pronome a que se referem.
Cristina saiu só. Seguem anexas as documentações requeridas.
Cristina e Débora saíram sós. A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Observação: Seguem inclusos os papéis solicitados.
Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou Estamos quites com nossos credores.
“apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes. Bastante - Caro - Barato - Longe
Estas palavras são invariáveis quando funcionam
como advérbios. Concordam com o nome a que se
#FicaDica referem quando funcionam como adjetivos, pronomes
adjetivos, ou numerais.
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
Se a frase ficar coerente com o primeiro, Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
trata-se de advérbio, portanto, invariável; se (pronome adjetivo)
houver coerência com o segundo, função de Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
adjetivo, então varia: As casas estão caras. (adjetivo)
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo Achei barato este casaco. (advérbio)
Ele está só descansando. (apenas Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
descansando) - advérbio
Meio - Meia
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
“só”, haverá, novamente, um adjetivo: meia porção de polentas.
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e Quando empregada como advérbio permanece
descansando) invariável: A candidata está meio nervosa.
G) Quando um único substantivo é modificado por
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser
usadas as construções: #FicaDica
• O substantivo permanece no singular e coloca-se o Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura saberei que se trata de um advérbio, não
espanhola e a portuguesa. de adjetivo: “A candidata está um pouco
• O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo nervosa”.
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
portuguesa.

Casos Particulares Alerta - Menos


Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É sempre invariáveis.
permitido Os concurseiros estão sempre alerta.
Não queira menos matéria!
• Estas expressões, formadas por um verbo mais
um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
que se referem possuir sentido genérico (não vier CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
precedido de artigo). Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
É proibido entrada de crianças. – São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
LÍNGUA PORTUGUESA

Em certos momentos, é necessário atenção.


No verão, melancia é bom. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
É preciso cidadania. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
Não é permitido saída pelas portas laterais. literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

• Quando o sujeito destas expressões estiver SITE


determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. secoes/sint/sint49.php>

59
Resposta: Letra D
Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de
EXERCÍCIOS COMENTADOS exercícios são necessárias (necessários) para uma vida
longa e mais equilibrada.
1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e
CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está falta de tratamento adequado da água são causadores
empregada de acordo com a norma-padrão em: (causadoras) de doenças.
Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não
a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas deveriam ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes
mas a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas sociais da forma como acontece hoje.
virtuais. Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com da Região Nordeste foram elogiados por suas
alguns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis. propriedades alimentares = correta
c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma parte Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes
do mundo, se substituíram totalmente as moedas precisam ser estimuladas (estimulados) para que se
reais pelas virtuais. avance na cura de algumas doenças.
d) De acordo com as regras do mercado financeiro,
criou-se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos 3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR
anos. – CESGRANRIO-2018) A concordância do verbo
e) O valor dos produtos comercializados seriam destacado foi realizada de acordo com as exigências da
determinados por uma moeda virtual se a real fosse norma-padrão da língua portuguesa em:
abolida.
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais
Resposta: Letra C dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e
Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes violentas por parte dos usuários.
criptomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de b) Devido à utilização de estratégias de marketing,
todas as moedas virtuais. desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a
Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia de
acordo com alguns analistas, podem tornar as bitcoins sucesso.
inviáveis. c) É necessário que se envie a todas as escolas do país
Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhuma vídeos educacionais que permitam esclarecer os
parte do mundo, se substituíram totalmente as jovens sobre o vício da tecnologia.
moedas reais pelas virtuais. = correta d) É preciso educar as novas gerações para que se reduza
Em “d”: De acordo com as regras do mercado os comportamentos compulsivos relacionados ao uso
financeiro, criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins das novas tecnologias.
nos últimos anos. e) Nos países mais industrializados, comprovou-se
Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria os danos psicológicos e o consumismo exagerado
determinado por uma moeda virtual se a real fosse causados pelo vício da tecnologia.
abolida.
Resposta: Letra B
2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais
I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidenciaram-
destacada atende às exigências da norma-padrão da se) atitudes agressivas e violentas por parte dos
língua portuguesa em: usuários.
Em “b”: Devido à utilização de estratégias de
a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios marketing, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de
são necessárias para uma vida longa e mais que a posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia
equilibrada. de sucesso = correta
b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as
tratamento adequado da água são causadores de escolas do país vídeos educacionais que permitam
doenças. esclarecer os jovens sobre o vício da tecnologia.
c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que
ser reproduzidas nas redes sociais da forma como se reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos
acontece hoje. relacionados ao uso das novas tecnologias.
d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou-
LÍNGUA PORTUGUESA

da Região Nordeste foram elogiados por suas se (comprovaram-se) os danos psicológicos e o


propriedades alimentares. consumismo exagerado causados pelo vício da
e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes tecnologia.
precisam ser estimuladas para que se avance na cura
de algumas doenças.

60
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – poder em ramos diversos, com a disposição de meios
FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância que assegurem o controle recíproco entre eles para o
nominal retirados do texto 1: advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas
sociedades estatais. A concentração do poder em um só
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício
independente. da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo
2. A agenda pública é determinada pela imprensa homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até
tradicional. onde encontra limites. Para que não se possa abusar do
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder
conteúdo independentes. limite o poder”.
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
A afirmação correta sobre essas concordâncias é: as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se, separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma
respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’; de sistema coerente, as consequências de conceitos
b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu
referirem-se a dois substantivos; situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo
c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se de origem baconiana, não abandonando o rigor das
refere a ‘imprensa’; certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém,
d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está refugindo às especulações metafísicas que, no plano da
corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’; idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’. civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do
Resposta: Letra D Ministério Público em função da proteção dos direitos
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p.
independente. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).
2. A agenda pública é determinada pela imprensa
tradicional. A flexão plural em “eram identificadas” decorre da
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de concordância com o sujeito dessa forma verbal: “as
conteúdo independentes. esferas de abrangência dos poderes políticos”.
Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se,
respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’; ( ) CERTO ( ) ERRADO
A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
independente = apenas a “jornalismo” Resposta: Certo
Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no (...) Até Montesquieu, não eram identificadas com
plural por referirem-se a dois substantivos; clareza as esferas de abrangência dos poderes
A democracia reclama um jornalismo vigoroso e políticos = passando o período para a ordem direta
independente = a um substantivo (jornalismo) (sujeito + verbo), temos: Até Montesquieu, as esferas
Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ de abrangência dos poderes políticos não eram
se refere a ‘imprensa’; identificadas com clareza.
A agenda pública é determinada pela imprensa
tradicional = refere-se ao termo “agenda pública” 6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia –
Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está Fundatec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos
corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’; que são usuários constantes de redes sociais têm um risco
Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de 27% maior de desenvolver depressão”, avalie as assertivas
conteúdo independentes = correta que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’
deveria estar no singular por referir-se ao substantivo ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para o
‘conteúdo’ = incorreta (refere-se a “empresas”) singular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajustes
para fins de concordância.
5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015) ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais
podem ficar deprimidos.
Texto I ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais
LÍNGUA PORTUGUESA

desenvolverem depressão constante extrapola o índice


Na organização do poder político no Estado moderno, dos 27%.
à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de
desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco cima para baixo, é:
da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige
a existência de um poder institucional. Mas a conquista a) V – V – V.
da liberdade humana também reclama a distribuição do b) F – V – F.

61
c) V – F – F. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
d) F – F – V. segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
e) F – F – F.
A voluntária distribuía leite às crianças.
Resposta: Letra C A voluntária distribuía leite com as crianças.
Esses alunos que são usuários constantes de redes sociais
têm um risco 27% maior de desenvolver depressão Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto
para o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo
ajustes para fins de concordância. direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto
Esse aluno que é usuário constante de redes sociais adverbial).
tem um risco 27% maior de desenvolver depressão Para estudar a regência verbal, agruparemos os
= (verdadeira = haveria quatro alterações) verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém,
Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
sociais podem ficar deprimidos. diferentes formas em frases distintas.
= falsa (o período em análise não nos transmite tal
informação, apenas afirma que usuários constantes A) Verbos Intransitivos
têm um risco 27% maior que os demais) Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
desenvolverem depressão constante extrapola o aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
índice dos 27%.
= Falsa (“depressão constante” altera o sentido do Chegar, Ir
período) Normalmente vêm acompanhados de adjuntos
adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições
usadas para indicar destino ou direção são: a, para.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL; Fui ao teatro.


Adjunto Adverbial de Lugar

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome Comparecer
(regência nominal) e seus complementos. O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
por em ou a.
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
último jogo.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam B) Verbos Transitivos Diretos
(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam Os verbos transitivos diretos são complementados por
(adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
de uma regência, o que corresponde à diversidade para o estabelecimento da relação de regência. Ao
de significados que estes verbos podem adquirir empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes
dependendo do contexto em que forem empregados. oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses
pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,
contentar. nas (após formas verbais terminadas em sons nasais),
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais,
agrado ou prazer”, satisfazer. objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros:
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar,
“agradar a alguém”. acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar,
auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar,
O conhecimento do uso adequado das preposições defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir,
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar,
LÍNGUA PORTUGUESA

verbal (e também nominal). As preposições são capazes ver, visitar.


de modificar completamente o sentido daquilo que está Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
sendo dito. como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Cheguei ao metrô. Amo aquela moça. / Amo-a.
Cheguei no metrô. Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

62
Observação: Agradeço aos ouvintes a audiência.
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Objeto Indireto Objeto Direto
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
adnominais): Paguei o débito ao cobrador.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Objeto Direto Objeto Indireto
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua
carreira) O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau com particular cuidado:
humor) Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
C) Verbos Transitivos Indiretos Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos Paguei minhas contas. / Paguei-as.
exigem uma preposição para o estabelecimento da Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
relação de regência. Os pronomes pessoais do caso
oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como Informar
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
complementos de verbos transitivos indiretos. Com os Informe os novos preços aos clientes.
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) novos preços)
em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
Consistir - Tem complemento introduzido pela Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos
preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em preços.
direitos iguais para todos. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
sobre eles)
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus
complementos introduzidos pela preposição “a”: Observação:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. A mesma regência do verbo informar é usada para os
Eles desobedeceram às leis do trânsito. seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.

Responder - Tem complemento introduzido pela Comparar


preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
indicar “a quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
O verbo responder, apesar de transitivo indireto na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz de pessoa.
passiva analítica:
O questionário foi respondido corretamente. Pedi-lhe favores.
Todas as perguntas foram respondidas Objeto Indireto Objeto Direto
satisfatoriamente.
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus Objeto Indireto Oração Subordinada
complementos introduzidos pela preposição “com”. Substantiva Objetiva Direta
Antipatizo com aquela apresentadora.
Simpatizo com os que condenam os políticos que A construção “pedir para”, muito comum na
governam para uma minoria privilegiada. linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
na língua culta. No entanto, é considerada correta
LÍNGUA PORTUGUESA

D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos quando a palavra licença estiver subentendida.


Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
Os verbos transitivos diretos e indiretos são casa.
acompanhados de um objeto direto e um indireto.
Merecem destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
e pagar. São verbos que apresentam objeto direto uma oração subordinada adverbial final reduzida de
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
pessoas.

63
Preferir No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial
indireto introduzido pela preposição “a”: de lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. numa conturbada cidade.
Prefiro trem a ônibus.
Chamar
Observação: Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado solicitar a atenção ou a presença de.
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo chamá-la.
prefixo existente no próprio verbo (pre). Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

Mudança de Transitividade - Mudança de Chamar no sentido de denominar, apelidar pode


Significado apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
Há verbos que, de acordo com a mudança de predicativo preposicionado ou não.
transitividade, apresentam mudança de significado. O A torcida chamou o jogador mercenário.
conhecimento das diferentes regências desses verbos é A torcida chamou ao jogador mercenário.
um recurso linguístico muito importante, pois além de A torcida chamou o jogador de mercenário.
permitir a correta interpretação de passagens escritas, A torcida chamou ao jogador de mercenário.
oferece possibilidades expressivas a quem fala ou
escreve. Dentre os principais, estão: Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
Agradar
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer Custar
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
carinhos, acariciar, fazer as vontades de.
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Sempre agrada o filho quando.
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Aquele comerciante agrada os clientes.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
reduzida de infinitivo.
introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes. Muito custa viver tão longe da família.
O cantor não lhes agradou. Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
O cantor desagradou à plateia. Custou-me (a mim) crer nisso.
Objeto Indireto Oração Subordinada
Aspirar Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) A Gramática Normativa condena as construções que
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, pessoa: Custei para entender o problema.
ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. = Forma correta: Custou-me entender o problema.
(Aspirávamos a ele)
Implicar
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. implicavam um firme propósito.
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= B) ter como consequência, trazer como consequência,
Aspiravam a ela) acarretar, provocar: Uma ação implica reação.

Assistir Como transitivo direto e indireto, significa


Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em
assistência a, auxiliar. questões econômicas.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
LÍNGUA PORTUGUESA

As empresas de saúde negam-se a assisti-los. No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo


indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, quem não trabalhasse arduamente.
presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Assistimos ao documentário. Namorar
Não assisti às últimas sessões. Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
Essa lei assiste ao inquilino. anos.

64
Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto:
Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.

Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.

Proceder
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
LÍNGUA PORTUGUESA

São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:


Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

Importante:
A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.

65
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
completiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

66
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro me-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. lhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e con-
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: servando-se o conteúdo informacional, o trecho acima
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. está corretamente reescrito em:

SITE a) Podemos esperar para um futuro melhor


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ b) Podemos esperar com um futuro melhor
secoes/sint/sint61.php> c) Podemos esperar um futuro melhor
d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor
EXERCÍCIOS COMENTADOS Resposta: Letra C
Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po-
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES- demos esperar o quê?
GRANRIO-2018) Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = po-
demos esperar o quê?
O ano da esperança Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta
Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro me-
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos lhor = sentido de “porque”
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor =
do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinhei- anteriormente)
ro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a A única frase correta – e coerente - é podemos esperar
consciência de que era uma doação. A situação foi pio- um futuro melhor.
rando. Os argumentos também. No início era para pagar
a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança-
um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que so- mentos tecnológicos a que o autor se refere podem re-
freu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. sultar em comportamentos impulsivos nos consumidores
Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, desses produtos”. A utilização da preposição destacada
remédios. A situação piorando, eu já estava encomen- a é obrigatória para atender às exigências da regência
dando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da
no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamen- língua portuguesa. É também obrigatório o uso de uma
te. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até preposição antecedendo o pronome que destacado em:
que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu
não ajudava mais. a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que qua-
se ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita
sam a ter uma sensação de superioridade.
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca
b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o em-
em relação ao modelo anterior.
prego após o suposto acidente. Foi por isso que me dei-
c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador
xei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
realizou foi importante para mostrar que o vício em
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As
novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a d) O hormônio chamado dopamina é responsável por
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos sentirem recompensadas.
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão sur- e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
gir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça do que o seu orçamento permite em aparelhos que
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova elas não necessitam.
consciência para votar. Como? Num mundo em que as
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites Resposta: Letra E
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um produto
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já que (= o qual) quase ninguém possui, recém-lançado
inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escre- no mercado, passam a ter uma sensação de superio-
vo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso
LÍNGUA PORTUGUESA

ridade.
ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem
internet. seu preço elevado em relação ao modelo anterior.
Duvidam. Acham que estou mentindo. Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97. qual) o pesquisador realizou foi importante para mos-
Adaptado. trar que o vício em novidades tecnológicas cresce
cada vez mais.

67
Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsá- Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo
vel por causar sensações de prazer que (= as quais) se ateve = ao qual/ a que
levam as pessoas a se sentirem recompensadas.
Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam mui- 5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
to mais do que o seu orçamento permite em apare- Na passagem – ... e ausência de candidatos para preen-
lhos de que (= das quais) elas não necessitam. chê-las. –, substituindo-se o verbo preencher por concor-
rer e atendendo-se à norma-padrão, obtém-se:

3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.


A pobreza é um dos fatores mais comumente respon- b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
e pela origem de uma série de mazelas, algumas das d) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde Resposta: Letra A
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não
crianças e adolescentes a participarem do processo de temos acento indicativo de crase antes de pronome
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem pessoal; quando temos um verbo no infinitivo, po-
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de demos usar a construção: verbo + preposição + pro-
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do nome pessoal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil “dar-lhes”).
foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado,
ele continua sendo grave problema nos países mais po-
bres. COLOCAÇÃO PRONOMINAL;
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).

O emprego de preposição em “a participarem” é exigido Prezado candidato, este tópico já foi abordado an-
pela regência da forma verbal “obriga”. teriormente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CRASE.
Resposta: Certo
(...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem,
obriga crianças e adolescentes a participarem =
CRASE
quem obriga, obriga alguém (crianças e adolescentes –
objeto direto) a algo (a participarem – objeto indireto:
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
com preposição – no caso, uma oração com a função
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
de objeto indireto).
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente
4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013) aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s),
Considerando as regras de regência verbal, assinale a al- aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
ternativa correta. qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se
demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele,
a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo àquilo, à qual, às quais.
comentou de que o livro estava acabando. O uso do acento indicativo de crase está condicionado
b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e
de papel, o autor aderiu o livro digital. nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
para jantar. que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para termo regido é aquele que completa o sentido do termo
armazenar livros e CDs. regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
foi o número de estantes. contratada recentemente.
Após a junção da preposição com o artigo (destacados
Resposta: Letra C entre parênteses), temos:
Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela
LÍNGUA PORTUGUESA

amigo comentou de (X) que = comentou que contratada recentemente.


Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando
livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer classifica-se como transitivo indireto, pois sempre
seria sair para jantar = correta nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da
Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo
que feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).

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Observações importantes: Cuidado: quando as expressões acima não exercerem
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: Eu adoro a noite!
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
• Substitui-se a palavra feminina por uma masculina objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a preposição.
crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora. Casos passíveis de nota:
Os dados foram solicitados ao diretor.
• A crase é facultativa diante de nomes próprios
• No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na • Também é facultativa diante de pronomes
expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. possessivos femininos: O diretor fez referência a
Faremos uma visita à Bahia. (à) sua empresa.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) • Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja
ficará aberta até as (às) dezoito horas.
Não me esqueço da viagem a Roma. • Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos à moda de, à maneira de apresentarem-se
jamais vividos. implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
moda de Luís XV)
FIQUE ATENTO! • Não se efetiva o uso da crase diante da locução
Nas situações em que o nome geográfico adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
se apresentar modificado por um adjunto observamos a queima de fogos a distância.
adnominal, a crase está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
de suas praias. uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; pedestre foi arremessado à distância de cem metros.
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo:
Vou a Campinas. = Volto de Campinas. • De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
(crase pra quê?) -, faz-se necessário o emprego da crase.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) Ensino à distância.
Ensino a distância.

Quando o nome de lugar estiver especificado, • Em locuções adverbiais formadas por palavras
ocorrerá crase. Veja: repetidas, não há ocorrência da crase.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo Ela ficou frente a frente com o agressor.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Eu o seguirei passo a passo.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos em que não se admite o emprego da crase:
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo Antes de vocábulos masculinos.
regente exigir complemento regido da preposição “a”. As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Entregamos a encomenda àquela menina. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de verbos no infinitivo.
Iremos àquela reunião. Ele estava a cantar.
(preposição + pronome demonstrativo) Começou a chover.

Sua história é semelhante às que eu ouvia quando Antes de numeral.


criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) O número de aprovados chegou a cem.
(preposição + pronome demonstrativo) Faremos uma visita a dez países.

A letra “a” que acompanha locuções femininas Observações:


LÍNGUA PORTUGUESA

(adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento • Nos casos em que o numeral indicar horas –
grave: funcionando como uma locução adverbial
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às feminina – ocorrerá crase: Os passageiros partirão
pressas, à vontade... às dezenove horas.
• locuções prepositivas: à frente, à espera de, à • Diante de numerais ordinais femininos a crase
procura de... está confirmada, visto que estes não podem ser
• locuções conjuntivas: à proporção que, à medida empregados sem o artigo: As saudações foram
que. direcionadas à primeira aluna da classe.

69
• Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando Resposta: Letra E
essa não se apresentar determinada: Chegamos Aos itens:
todos exaustos a casa. Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto direto)
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem
exaustos à casa de Marcela. acento grave indicativo de crase antes de verbo no
infinitivo)
• Não há crase antes da palavra “terra”, quando Em “c”, tinha um comportamento indiferente à
essa indicar chão firme: Quando os navegantes qualquer influência = a qualquer (antes de pronome
regressaram a terra, já era noite. indefinido)
Contudo, se o termo estiver precedido por um Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de
determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá artigo indefinido)
crase. Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem
Paulo viajou rumo à sua terra natal. conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê?
O astronauta voltou à Terra. que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa
(objeto indireto, com preposição) = correta.
• Não ocorre crase antes de pronomes que requerem
o uso do artigo. 2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
Os livros foram entregues a mim. Assinale a alternativa que preenche, correta e
Dei a ela a merecida recompensa. respectivamente, as lacunas do texto a seguir.
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos atendimento _____ presos da Casa de Detenção, em São
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao
o uso da crase está confirmado no “a” que os fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de
antecede, no caso de o termo regente exigir a “Estação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
preposição. daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que
trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital,
em sentido genérico ou indeterminado: também na capital paulista, onde cumprem pena mais de
Estamos sujeitos a críticas. duas mil mulheres.
Refiro-me a conversas paralelas. (https://oglobo.globo.com. Adaptado)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS a) à … às … a
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa b) a … as … a
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. c) a … às … a
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza d) à … às … à
Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. e) a … as … à
– São Paulo: Saraiva, 2010.

SITE Resposta: Letra B


Disponível em: <http://www.portugues.com.br/ Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
gramatica/o-uso-crase-.html> atendimento a (preposição – regência nominal de
“atendimento”, mas sem acento grave por estar diante
de palavra masculina) presos da Casa de Detenção,
em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella
EXERCÍCIOS COMENTADOS chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”.
Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as
1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - (objeto direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento que foi a (artigo definido) maior prisão da América
indicativo de crase está empregado corretamente em: Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários
que trabalham no sistema prisional, Varella agora faz
a) O personagem evita considerar à internet responsável um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da
por suas atitudes. Capital, também na capital paulista, onde cumprem
b) O personagem reconheceu que já tinha uma propensão pena mais de duas mil mulheres.
LÍNGUA PORTUGUESA

à jogar o tempo fora. Teremos: a / as / a.


c) O personagem tinha um comportamento indiferente à
qualquer influência da internet.
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar
com relação ao tempo.
e) O personagem revelou à pessoa com quem conversava
que jogava o tempo fora.

70
3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP 5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES-
- OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO – SP - AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO -
VUNESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento VUNESP-2018)
indicativo de crase está empregado corretamente. No começo do século 20, a rápida industrialização nos
Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores
a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt
com dores de cabeça. e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e
b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à aço, obtendo um grande retorno, e passaram _________
episódios de nosso passado. ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como
c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito Era Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até
difícil à determinadas pessoas. agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia de
d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente serviços financeiros, feito em parceria com a consultora
os momentos dolorosos. PwC.
e) Ao nos atermos à uma experiência ruim, Para os autores do documento, a primeira Era Dourada
desconsideramos o que ela traz de bom. aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual
começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10
Resposta: Letra D a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da
Aos itens: Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia.
Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no (IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado)
infinitivo não se usa acento grave)
Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episódios Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do
(palavra masculina e no plural) texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas
= a determinadas (palavra no plural e presença só da a) a … a … a
preposição) b) à … à … à
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se c) a … à … à
refere, refere-se a algo ou a alguém) d) à … à … a
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma e) a … a … à
(antes de artigo indefinido)
Resposta: Letra E
4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - Vamos aos trechos:
VUNESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o a rápida industrialização nos Estados Unidos deu
acento indicativo da crase está corretamente empregado origem a algumas das maiores fortunas = antes de
em: pronome indefinido
e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de no infinitivo
talento: quem não tem, não vai nunca aprender. e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada de “ligados” pede preposição
pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão
ou tédio. 6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao
tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor. emprego do acento indicativo da crase.
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões
semelhantes, no entanto elas seguem pelo lado a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
oposto. chegam à um grande público devido à rapidez
e) Também não estamos falando só de correção da internet, é favorável à formação de ondas de
gramatical e ortográfica. Estamos nos referindo à credulidade.
pensamento. b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet,
Resposta: Letra A favorece que se formem ondas de credulidade.
Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
verbo “aludir” pede preposição) chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet,
Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a é favorável à formação de ondas de credulidade.
uma (antes de artigo indefinido) d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre palavras chegam a um grande número de pessoas devido à
repetidas) rapidez da internet, é favorável as ondas de credulidade
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à que se formam.
conclusões = a conclusões (antes de palavra no plural e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
e o “a” está “sozinho” = somente preposição) chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet,
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a favorece à formação de ondas de credulidade.
pensamento (palavra masculina)

71
Resposta: Letra C
Acertos entre parênteses:
Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público HORA DE PRATICAR!
devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à
formação (ok) 1. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas) NESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acen-
pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet tuadas segundo as regras de acentuação, respectivamen-
Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à te, de intercâmbio e antropológico.
rapidez da internet, é favorável à formação = correta
Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande a) Distúrbio e acórdão.
número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet, b) Máquina e jiló.
é favorável as ondas (às ondas) c) Alvará e Vândalo.
Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok) d) Consciência e características.
pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet, e) Órgão e órfãs.
favorece à formação (a formação)
Observação: quanto à regência verbal de “favorecer” 2. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014)
= pede complemento verbal direto (favorece o quê? Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica
favorece quem?); já a regência nominal de “favorável” o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
pede preposição (favorável a quem? a quê?). ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é
um adjetivo.

a) ... um câncer de boca horroroso, ...


b) Ele tem dezesseis anos...
c) Eu queria que ele morresse logo, ...
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
mílias.
e) E o inferno não atinge só os terminais.

3. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-


NESP-2014)

Compras de Natal

A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades.


__________ de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões
que não sobem, anjos e santos que não __________ , estre-
las que jamais estiveram no céu.
As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano
inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão
de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coi-
sas que possam representar beleza e excelência.
Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em po-
bres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil
anos, num abrigo de animais, em Belém.
(Cecília Meireles, Quatro Vozes. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,


as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:

a) Se enche … movem-se
b) Se enchem … se movem
c) Enchem-se … se move
d) Enche-se … move-se
e) Enche-se … se movem
LÍNGUA PORTUGUESA

4. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) Assi-


nale a alternativa correta quanto à colocação pronominal,
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

a) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação


de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.

72
b) O homem se indignou quando propuseram-lhe que b) Como as pessoas não são obrigadas a produzir provas
abrisse a bolsa que encontrara. contra si mesmo, aquelas que recusasse os procedi-
c) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos mentos dificilmente seriam condenadas.
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. c) Como as pessoas não é obrigada a produzir provas
d) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que contra si mesmas, aquelas que recusasse os procedi-
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. mentos dificilmente seria condenada.
e) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma tendên- d) Como as pessoas não são obrigadas a produzir provas
cia natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. contra si mesmas, aquelas que recusassem os proce-
dimentos dificilmente seriam condenadas.
5. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017- e) Como as pessoas não são obrigada a produzir provas
ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho está contra si mesma, aquelas que recusassem os procedi-
reescrito conforme a norma-padrão da língua portugue- mentos dificilmente seriam condenada.
sa, com a expressão destacada substituída pelo pronome
correspondente. 9. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
NESP-2018) Assinale a alternativa em que, ao contrário
a) ... o prazer de contar aquelas histórias... → ... o prazer da construção “aquela rapaz”, segue-se a lei fundamental
de contar-nas... da concordância, de acordo com a norma-padrão.
b) ... meio século sem escrever livros. → ... meio século
sem escrevê-los. a) Quando o despacho chegou, a primeira coisa que o
c) ... puxo a mesinha... → ... puxo-lhe... advogado fez foi conferir os documentos anexos.
d) ... livro que reúne entrevistas e textos de Ernest He- b) Era um dia ensolarado, e não se sabe como foi atrope-
mingway... → ... livro que reúne-as... lado aquela mulher em uma avenida tranquila.
e) O médico que atendia pacientes... → O médico que c) Parece-me que este ano está chovendo muito, mas
lhe atendia... ainda assim há menas chuvas do que em anos ante-
riores.
6. (PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP-2018) d) As crianças brincavam no jardim, colhendo flores colo-
A concordância está em conformidade com a norma-pa- rida e presenteando-se num gesto emocionante.
drão na seguinte frase: e) Quando entraram na casa abandonada, uma cobra es-
tava escondido ali. Assustaram-se, pois era um bicho
a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema perigoso.
suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito.
b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as 10. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
lacunas que fazem parte da estrutura significativa do NESP-2014)
texto literário. A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo
c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imagina- especialistas, quase metade delas está associada _____
ção, a que a linguagem literária apela constantemente. bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com-
d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à bate efetivo _____ embriaguez ao volante.
adaptação de uma obra depois de as terem lido, para As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e
não ser influenciadas. respectivamente, com:
e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações
para o cinema, as quais tende a compor seu repertório a) às … a
de leituras. b) as … à
c) à … à
7. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – d) às … à
VUNESP-2014) Assinale a alternativa que preenche, cor- e) à … a
reta e respectivamente, as lacunas da frase, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa. 11. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De
_________ situações _________ a batalha contra as doen- acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acen-
ças torna-se um fracasso. to indicativo de crase está corretamente empregado em:
a) Existe ... em que a) A população, de um modo geral, está à espera de que,
b) Existem ... em que
com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
c) Existem ... a qual
b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa-
d) Existem ... em cuja
rem a sua postura.
e) Existe ... as quais
c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
LÍNGUA PORTUGUESA

ções muito mais severas.


8. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida
NESP-2014) Assinale a alternativa correta quanto à con-
dos demais motoristas e de pedestres.
cordância.
e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
a) Como as pessoas não são obrigado a produzir provas nova lei para que ela possa funcionar.
contra si mesmo, aquelas que recusasse os procedi-
mentos dificilmente seria condenada.

73
12. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017) Há uma boa razão que explica por que todos adoram um
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade
mente, as lacunas do texto a seguir. é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo
tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendi- por até 20 minutos.
mento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo, Retemos mais informações quando nos sentamos em um
o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e
uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Es- design de interiores.
tação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas (Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem ser
daquela que foi ________maior prisão da América Latina, ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.uol.
e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que tra- com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
balham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato
das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, tam- 14. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
bém na capital paulista, onde cumprem pena mais de DIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são aspectos
duas mil mulheres. desfavoráveis ao trabalho em espaços abertos compar-
(https://oglobo.globo.com. Adaptado) tilhados

a) à … às … a a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri-


b) a … as … a ção à criatividade.
c) a … às … a b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a
d) à … às … à transferência de atividades para o lar.
e) a … as … à c) a dispersão e a menor capacidade de conservar con-
teúdos.
13. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
DIO - VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para colegas e chefes.
responder às questões a seguir: e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância
constante dos chefes.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executi-
vos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu 15. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
sua equipe para um chamado escritório aberto, sem pa- DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a
redes e divisórias. nova redação dada ao seguinte trecho do primeiro pará-
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele grafo apresenta concordância de acordo com a norma-
-padrão: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem
executivos no setor de tecnologia já tinham feito.
e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo fi-
cou claro que Nagele tinha cometido um grande erro.
a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes
Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove
para o chamado escritório aberto, como feito por Ch-
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio
ris Nagele.
chefe.
b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi-
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para
pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um
Chris Nagele fazem mais de quatro anos.
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio es- c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas
paço, com portas e tudo. equipes para escritórios abertos, também foi feito por
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório Chris Nagele, faz cerca de quatro anos.
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Uni- d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans-
dos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi
ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas. transferido por muitos executivos.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o que
15% da produtividade, desenvolver problemas graves já tinham sido feitos por outros executivos do setor.
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que 16. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
organização. – até então –, em destaque no início do segundo pará-
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele grafo, expressa um limite, com referência
já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir
LÍNGUA PORTUGUESA

falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita a) temporal ao momento em que se deu a transferência
gente concorda – simplesmente não aguentam o escri- da equipe de Nagele para o escritório aberto.
tório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava a equi-
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. pe de Nagele antes da mudança para locais abertos.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escri-
de Nagele e voltando aos espaços privados. tório que adotou.

74
d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do 21. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VU-
setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias. NESP-2014) Assinale a alternativa cuja frase está correta
e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem- quanto à pontuação.
poral às mudanças favoráveis à integração.
a) O médico, solidário e comovido, apertou minha mão e
17. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- entendeu o pedido de minha mãe.
DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão b) A diferença entre parada cardíaca e morte, não é ensi-
– contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece nada, aos médicos nas faculdades.
uma relação de sentido com o parágrafo c) Prof. Alvariz, chefe da clínica sabia qual a diferença en-
tre, parada cardíaca e morte.
a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das em- d) O aborto de fetos anencéfalos motivo de muita revol-
presas que adotaram o modelo de escritórios abertos. ta, foi bastante contestado.
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção e) Iniciei assim que o velhinho teve uma parada cardíaca,
do modelo de escritórios abertos. os processos de reanimação.
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com
base em resultados de pesquisas. 22. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
d) anterior, introduzindo informações que se contra- DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que
põem à visão positiva acerca dos escritórios abertos. a substituição dos trechos destacados na passagem – O
e) posterior, contestando com dados estatísticos o for- paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere es-
mato tradicional de escritório fechado. tendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
metros quadrados de chão. – está de acordo com a nor-
18. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- ma-padrão de crase, regência e conjugação verbal.
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a frase do texto em que
se identifica expressão do ponto de vista do próprio au- a) prefere mais estendê-la do que desistir – põe à dis-
tor acerca do assunto de que trata. posição.
b) prefere estendê-la à desistir – ponham a disposição.
a) “Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar c) prefere estendê-la a desistir – põe a disposição.
mais trabalho para casa”, diz ele. (6.º parágrafo). d) prefere estendê-la do que desistir – põem a disposição.
b) Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório e) prefere estendê-la a desistir – ponham à disposição.
aberto... (4.º parágrafo).
c) Retemos mais informações quando nos sentamos em 23. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - SP – FARMA-
um local fixo, afirma Sally Augustin... (último parágrafo). CÊUTICO - SUPERIOR - VUNESP – 2017 - adaptada)
d) Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas Leia as frases.
ele queria que todos estivessem juntos... (2.º parágrafo). As previsões alusivas ............. aumento da depressão são
e) É improvável que o conceito de escritório aberto caia alarmantes.
em desuso... (7.º parágrafo). Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequada-
mente convertidos .......... estados depressivos.
19. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- Qualquer situação que possa ser um obstáculo ............ feli-
DIO - VUNESP – 2017) Na frase – É improvável que o cidade é considerada doença.
conceito de escritório aberto caia em desuso... (7.º pará-
grafo) – a expressão em destaque tem o sentido de Para que haja coerência com a regência nominal estabe-
lecida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem
a) sofra censura. ser preenchidas, respectivamente, por:
b) torne-se obsoleto.
c) mostre-se alterado. a) ao … com … na
d) mereça sanção. b) ao … em … à
e) seja substituído. c) do … com … na
d) com o … em … para
20. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- e) com o … para … à
DIO - VUNESP – 2017) O trecho destacado na passagem
– Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio
chefe.– tem sentido de:
LÍNGUA PORTUGUESA

a) até mesmo o próprio chefe.


b) apesar do próprio chefe.
c) exceto o próprio chefe.
d) diante do próprio chefe.
e) portanto o próprio chefe.

75
24 (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO
BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO-
LICIAL MILITAR – VUNESP-2010) Analise a charge. GABARITO

1 D
2 A
3 E
4 D
5 B
6 C
7 B
8 D
9 A

(www.arionaurocartuns.com.br) 10 D
11 A
A palavra só, presente na fala do personagem, tem o 12 B
mesmo sentido em:
a) Só vence quem concorre. 13 C
b) Mariana veio só, infelizmente. 14 C
c) Pedro estava só, quando cheguei. 15 A
d) A mulher, por estar só, sentiu-se amedrontada.
e) O marujo, só, resolveu passear pela praia. 16 D
17 E
18 B
19 A
20 A
21 E
22 B
23 A
24 A
LÍNGUA PORTUGUESA

76
ÍNDICE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Constituição Federal: artigos 1º a 14, 37, 41 e 144.................................................................................................................................. 01


A democracia brasileira é chamada de democracia
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ARTIGOS 1º A 14,
participativa, posto que o povo pode se manifestar di-
37, 41 E 144
retamente (plebiscito, referendo, entre outros) ou, em
determinadas situações, por seus representantes legal-
ARTIGOS 1º A 14 mente constituídos Exemplo: deputados, senadores, etc).
Também importante destacar que se trata de uma re-
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREI- pública “federativa”, ou seja, é uma república composta
TOS E DEVERES FUNDAMENTAIS. por estados federados (estados-membros) e municípios
que não podem se dissolver por vontade de quem quer
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela que seja.
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis- Os fundamentos que regem a República são: sobera-
trito Federal, constitui-se em Estado democrático de nia, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores so-
direito e tem como fundamentos: ciais do trabalho de da livre iniciativa, além do pluralismo
I - a soberania; político. A soberania tem duplo aspecto, tanto interno
II - a cidadania; como externo.
III - a dignidade da pessoa humana; Do ponto de vista externo, a soberania informa aos
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; demais países que dentro de nossos limites regem-se
V - o pluralismo político. nossas próprias leis e que não serão aceitas interferên-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o cias de outros; assim como do ponto de vista interno,
exerce por meio de representantes eleitos ou direta- têm-se a obrigatoriedade de obediências as nossas leis,
mente, nos termos desta Constituição. por quem quer que seja, independente de serem brasi-
leiros ou não.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- A cidadania é a manifestação expressa de que todos
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. aqueles que estiverem em solo brasileiro terão sua dig-
nidade respeitada, ainda que aos estrangeiros. Também
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú- defendemos os valores sociais do trabalho, já que acima
blica Federativa do Brasil: de tudo tem sua função econômica, mas também social,
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; permitindo ao indivíduo se inserir no contexto social.
II - garantir o desenvolvimento nacional; O pluralismo político também merece atenção, uma
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir vez que a República Federativa do Brasil não adotou uma
as desigualdades sociais e regionais; única ideologia político-partidária.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de O artigo 2º traz em seu bojo a teoria da separação de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- poderes. No Brasil, cada um dos três poderes constituí-
mas de discriminação. dos atuará de forma livre, sem interferência dos demais,
porém, deverão agir harmonicamente entre si.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas Os objetivos da república encontram-se previstos no
suas relações internacionais pelos seguintes princípios: art. 3º e tem por escopo a orientação do legislador no
I - independência nacional; tocante a suas ações que refletem diretamente no povo.
II - prevalência dos direitos humanos; Podemos, por sinônimo, considerar que os objetivos são
III - autodeterminação dos povos; metas que nossa República deve alcançar. São eles:
IV - não-intervenção; I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
V - igualdade entre os Estados; II - garantir o desenvolvimento nacional;
VI - defesa da paz; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
VII - solução pacífica dos conflitos; as desigualdades sociais e regionais;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
IX - cooperação entre os povos para o progresso da origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for-
humanidade; mas de discriminação.
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- Por fim, no artigo 4º encontramos os princípios que
cará a integração econômica, política, social e cultural orientam as relações internacionais entre o Brasil e os de-
dos povos da América Latina, visando à formação de mais países. Vejamos:
uma comunidade latino-americana de nações. I - independência nacional;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

II - prevalência dos direitos humanos;


O art. 1º da CF/88 tem diversos elementos que me- III - autodeterminação dos povos;
recem atenção face ao conteúdo de valores que carrega. IV - não-intervenção;
Em primeiro, informa o artigo que a constituição rege as V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
normas da república federativa do Brasil. O vocábulo “re-
VII - solução pacífica dos conflitos;
pública” informa que todo poder vem do povo e como
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
tal deve ser respeitado.

1
IX - cooperação entre os povos para o progresso da Diversos movimentos sociais marcaram esse perío-
humanidade; do de transição, sempre buscando valorizar a figura do
X - concessão de asilo político. homem como um indivíduo uno e singular. Dentre es-
Cabe também destacar que o parágrafo único do art. ses movimentos, destaca-se o Iluminismo, que trouxe
4º traz uma incumbência ainda maior para o Brasil no que grandes avanços para a ciência política, e seus principais
tange as relações internacionais. O Brasil, também tem por pensadores foram responsáveis por criar mecanismos de
princípio buscar a integração econômica, política, social e controle da atuação do Estado, como a figura do Estado
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de Direito (que se sujeita às Leis que ele próprio cria),
de uma comunidade latino-americana de nações. a separação dos Poder em três Funções; a responsabi-
Os direitos e garantias fundamentais correspondem a lidade do Estado na prestação de serviços públicos, o
uma das grandes conquistas da Humanidade, pois apre- devido processo legal, o direito de petição, etc. Outros
sentam-se como uma gama de direitos que não podem movimentos também tiveram sua devida importância,
ser desrespeitados pelo Estado. Entender a matéria re- como o Liberalismo Econômico, conferindo ampla liber-
ferente aos direitos humanos envolve sua terminologia, dade mercado para os comerciantes; o Renascimento
seus diversos graus de abrangência, e a forma pela qual Cultural, um movimento artístico que buscava a perfei-
tais direitos são implementados pelo Estado. ção na anatomia humana, etc. No âmbito jurídico, temos
Em relação a nomenclatura correta, atualmente a a promulgação do tratado internacional da “Declaração
doutrina majoritária adota a corrente dos “direitos hu- dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão”, dan-
manos fundamentais”. A utilização do termo “direitos do grande ênfase na ideia de que todos os homens são
humanos” ou “direitos fundamentais” não produz uma iguais perante à Lei, enfatizando a igualdade entre as
diferença material, pois são consideradas apenas abre- pessoas, ainda que formal.
viações ou sinônimos daquela nomenclatura. Na Constituição Federal de 1988, as liberdades indivi-
Para compreender o surgimento dos direitos huma- duais, também conhecidos como os Direitos Individuais, ou
nos, é preciso entender o contexto histórico pelo qual Direitos de Primeira Geração, estão dispostas em diversos
culminou na sua descoberta. Durante todo o século XVII, incisos do artigo 5º. Transcrevemos as principais garantias
a sociedade europeia vivia sob o regime Absolutista. Essa trazidas pela Carta Magna, cujo texto foi amplamente ba-
forma de governo era caracterizada pela concentração seado nos tratados internacionais daquela época:
do Poder estatal nas mãos de uma única pessoa. Sob o Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
fundamento de que a origem de seus poderes era divina, qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
o Monarca era a figura central do Estado, e exercia suas estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-
funções de acordo com a própria vontade. Importante reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
frisar que, ainda naquela época o Estado e o Clero eram propriedade, nos termos seguintes:
entidades que tinham grande poder de influência em I - homens e mulheres são iguais em direitos e obri-
toda a sociedade, uma vez que as sociedades ocidentais gações, nos termos desta Constituição;
tinham um forte apego à religião como parte do seu co- II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
tidiano, e tinham baixos níveis de escolaridade. alguma coisa senão em virtude de lei;
A noção de “liberdade”, naquela época, era muito di- III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
ferente da ideia de liberdade que temos atualmente: era mento desumano ou degradante;
apenas o exercício de algumas atribuições de forma co- IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
letiva, seja para deliberar na praça pública sobre a guerra dado o anonimato;
e a paz, para concluir com estrangeiros tratados de alian- (...)
ças, para votar as leis, para pronunciar sentenças, exa- VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
minar contas, os atos de gestão dos magistrados, para sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
fazê-los comparecer perante o povo, para submetê-los a e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
acusações, e para condená-los ou absolvê-los, etc. culto e a suas liturgias;
A conquista das liberdades individuais é um marco XV - é livre a locomoção no território nacional em
que dá início a ideologia dos direitos humanos funda- tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
mentais. Considerando a constante prática de abusos por da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
parte do Monarca, a sociedade clamava pela implemen- bens;
tação de instituições que pudessem controlar o poder XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar-
estatal. Os grandes conflitos do século XVII, dentre eles mas, em locais abertos ao público, independentemente
destaca-se a Guerra Civil Inglesa (1642-1651), a Revolu- de autorização, desde que não frustrem outra reunião
ção Francesa (1789), e a Guerra da Independência Ameri- anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
cana (1775-1783), esses conflitos armados foram o ponto apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

de origem para a conquista os direitos e liberdades indi- XXII - é garantido o direito de propriedade;
viduais. As relações entre as pessoas e o Estado se altera- (...)
riam para sempre. Se antes o Poder político tinha grande XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Ju-
influência, considerando o forte cunho religioso, agora diciário lesão ou ameaça a direito;
o Poder emana exclusivamente do povo, sendo que to- XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
dos nascem livres e iguais. Os privilégios conferidos aos jurídico perfeito e a coisa julgada;
nobres “de sangue azul” eram inadmitidos nessa novo XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
modelo de sociedade. (...)

2
XLVII - não haverá penas: Os Direitos da Segunda Geração englobam os direi-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos tos sociais, os direitos econômicos, e os direitos cul-
termos do art. 84, XIX; turais. Destaque para o direito de livre associação, ins-
b) de caráter perpétuo; trumento essencial para a criação de entidades na esfera
c) de trabalhos forçados; política cujos objetivos e interesses são comuns a seus
d) de banimento; membros. São os partidos políticos. No âmbito traba-
e) cruéis; lhista, a livre associação é utilizado para a criação dos
(...) sindicatos.
LIII - ninguém será processado nem sentenciado se- Além disso, a conquista dos direitos sociais demons-
não pela autoridade competente; tra também uma evolução do papel do Estado, havendo
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus uma clara ruptura com o modelo anterior. Se, antes, o Es-
bens sem o devido processo legal; tado ficava apartado da sociedade, se abstendo de trans-
LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis- gredir os direitos e garantias individuais das pessoas,
trativo, e aos acusados em geral são assegurados o agora sua atuação é muito mais proativa, pois ele tem o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recur- dever de intervir nas relações dos particulares, a fim de
sos a ela inerentes; garantir a igualdade material entre as diversas pessoas.
Com a transição da Idade Média para a Idade Moder- Surge a figura do Estado Social, ou Estado de Bem-estar
na, a sociedade não era mais dividida entre nobres e não- Social. Incumbe ao Estado a execução diversas tarefas,
-nobres. O fim do regime Absolutista fez com que outras como a promoção da saúde, da educação, da cultura, da
classes sociais se desenvolvessem. Os grandes proprie- previdência e assistência social, e a proteção das pessoas
tários de maquinários, geralmente pessoas de grande que se encontram em posição de desigualdade, como as
renda, precisavam de mão-de-obra para almejar o lucro. mulheres, os idosos, as crianças, os trabalhadores, entre
Os vassalos acabaram se tornando na classe operária. O outros.
operário era aquele que precisava utilizar sua mão-de-o- Na Constituição Federal de 1988, os direitos sociais
bra para obter um salário compatível com seu trabalho encontram-se dispostos nos art. 6º. Dispõe também so-
para dar sustento a ele mesmo e sua família. bre os direitos trabalhistas, em posição de destaque, nos
Apesar da igualdade formal ter sido um ponto impor- arts. 7º ao 10, que servem de base jurídica para a legisla-
tante para a sociedade abandonar o regime absolutista, ção trabalhista específica, que é a Consolidação das Leis
ela acaba trazendo outros problemas: ao desconsiderar do Trabalho (CLT) de 1943. É recomendado uma leitu-
as diferenças concretas, econômicas e materiais existen- ra extensa dos referidos dispositivos, mas procuramos
tes entre os operários e seus empregadores, isso faz com apresentar as regras principais que evidenciam a adoção
que a figura do operário seja constantemente explorada pelo Brasil dos Direitos de Segunda Geração:
pelos donos de produção. As liberdades individuais e a Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali-
igualdade formal, levada a condições extremas gera ou- mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
tra necessidade histórica: a busca e conquista dos direi- segurança, a previdência social, a proteção à maternida-
tos sociais ou coletivos. de e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
A questão social tornou-se o foco principal para essa desta Constituição.
nova dimensão de direitos. Consta-se que muitas pes- Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
soas passam a viver em situação de extrema pobreza, as
além de outros que visem à melhoria de sua condição
péssimas condições de trabalho, a exploração abusiva
social:
de mulheres e crianças no ambiente laboral, tudo isso
I - relação de emprego protegida contra despedida
evidenciava uma forte degradação da pessoa humana.
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei com-
Os direitos sociais surgem com os grandes movimentos
plementar, que preverá indenização compensatória,
operários ao redor do mundo: são esses conflitos que
dentre outros direitos;
irão gerar as conquistas de tais direitos.
Um dos documentos que demonstra muito bem a VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
preocupação do Estado com a questão social é a Cons- convenção ou acordo coletivo;
tituição Mexicana de 1917, contemplando normas que, VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
de modo geral, reduziam o grande poder da Igreja Cató- para os que percebem remuneração variável;
lica, e conferiam direitos e garantias para os trabalhado- VIII - décimo terceiro salário com base na remunera-
res (jornada de trabalho de oito horas diárias, direito de ção integral ou no valor da aposentadoria;
associação em sindicatos, direito de greve, direito a um IX - remuneração do trabalho noturno superior à do
salário mínimo, proteção às mulheres trabalhadoras, etc). diurno;
Mas também podemos mencionar outros documentos XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
que trazem tais mudanças, como a Declaração Russa de horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

1918 e o Tratado de Versalhes de 1919. a compensação de horários e a redução da jornada,


Os direitos sociais correspondem aos Direitos da Se- mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
gunda Geração. A sua separação dos direitos da Primeira XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
Geração é feita pelo fato de que envolvem direitos e ga- aos domingos;
rantias a serem protegidos de modo coletivo. São direi- XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
tos transindividuais, pois podem ser pleiteados individual menos, um terço a mais do que o salário normal;
ou coletivamente, em grandes grupos unidos por uma XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
causa específica. do salário, com a duração de cento e vinte dias;

3
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; Dado esse contexto histórico, percebe-se que o mo-
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, me- delo nacional de proteção aos direitos humanos não era
diante incentivos específicos, nos termos da lei; mais eficiente. Ante os conflitos armados que ocorreram
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, nesse período, tornou-se evidente que o ser humano ha-
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; via poder suficiente para praticar genocídio contra a sua
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por própria espécie. A proteção do indivíduo não poderia ser
meio de normas de saúde, higiene e segurança; mais dentro do âmbito de seu País, mas deveria ter seus
XXIII - adicional de remuneração para as atividades direitos e garantias amparados de maneira universal.
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; Sobre os documentos que marcam essa transição, é
XXIV - aposentadoria; imprescindível mencionar o Pacto Internacional Sobre
(...) Direitos Civis e Políticos, elaborado em 1966, incorpo-
rado ao ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto nº
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob-
592/1992. O referido Pacto apresenta dispositivos que
servado o seguinte:
reconhecem a autodeterminação dos povos, asseguram
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
o direito à vida, à liberdade, à cidadania, e os demais di-
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no ór- reitos civis e políticos aos homens e mulheres, nacionais
gão competente, vedadas ao poder público a interfe- ou estrangeiros; a proibição do regime de escravidão e
rência e a intervenção na organização sindical; servidão; entre outros.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- Vale destacar, também, a Carta Africana de Banjul
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em (1981), que trata com maior ênfase sobre o direito ao
questões judiciais ou administrativas; desenvolvimento econômico e sustentável de Gâmbia
(...) e os demais países africanos, e a própria Carta Consti-
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas tuinte da Organização das Nações Unidas (ONU), um
negociações coletivas de trabalho; órgão internacional criado com a finalidade de garantir
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- a paz entre seus países-membros signatários, compro-
tado nas organizações sindicais; metendo-se a, nos termos de seu preâmbulo, “praticar a
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado tolerância e viver em paz uns com os outros, como bons
a partir do registro da candidatura a cargo de direção vizinhos, unir nossas forças para manter a paz e a segu-
ou representação sindical e, se eleito, ainda que su- rança internacionais, garantir, pela aceitação de princí-
plente, até um ano após o final do mandato, salvo se pios e a instituição de métodos, que a força armada não
cometer falta grave nos termos da lei. será usada a não ser no interesse comum, e empregar
(...) um mecanismo internacional para promover o progresso
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo econômico e social de todos os povos”.
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de Os direitos difusos, compreendidos como os Di-
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio reitos Humanos de Terceira Geração, são os que me-
lhor apresentam a característica da universalidade, pois
dele defender.
buscam proteger os direitos da humanidade como um
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
todo, independentemente de nacionalidade, crença, ou
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiá-
condição social. Não há uma previsão expressa na nossa
veis da comunidade. atual Constituição, uma vez que englobam aqueles di-
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às reitos que devem ser amparados e protegidos por todas
penas da lei. as nações (direito internacional), como o direito à paz,
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores direito ao desenvolvimento, direito ao meio ambien-
e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos te, direito à autodeterminação dos povos, direito à
em que seus interesses profissionais ou previdenciários nacionalidade, direito ao patrimônio comum da hu-
sejam objeto de discussão e deliberação. manidade, etc.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
gados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o FIQUE ATENTO!
entendimento direto com os empregadores. A divisão dos Direitos Humanos em Gerações
Devido a descoberta das máquinas, do avanço dos (há autores que preferem o termo “Dimen-
meios de produção e de tecnologias, diversos países sões”), é puramente didática. O primeiro autor
passaram a possuir grande influência, tanto econômica, a fazer essa divisão foi o renomado jurista Ka-
como bélica. O poderio militar chegou em um patamar rel Vasak. Ele faz uma interessante comparação
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

bastante perigoso. O período das Grandes Guerras Mun- das Dimensões dos Direitos Humanos com os
diais (1914 a 1945) foi a época marcada por conflitos en- ideais da Revolução Francesa, o que facilita me-
tre nações distintas ao redor do planeta. Fundado sob lhor sua compreensão. Assim, temos:
um forte sentimento nacionalista, tivemos o surgimento Primeira Geração – Direitos de Liberdade
de diversos regimes totalitários que pregavam a aniqui- Segunda Geração – Direitos de Igualdade
lação de pessoas cuja etnia, credo e religião eram distin- Terceira Geração – Direitos de Fraternidade
tas daquelas protegidas pelos governantes. (Solidariedade)

4
Uma matéria que sempre costuma aparecer em ques- b) A liberdade de associação é plena, mesmo para asso-
tões de concursos públicos diz respeito às características ciação de caráter paramilitar.
dos direitos humanos fundamentais. Não há uma una- c) A criação de associação depende de autorização do
nimidade quanto ao número exato de características na poder público.
doutrina, mas podemos denotar aquelas que aparecem d) A associação pode prever, em seu estatuto, hipóteses
com maior frequência. De modo geral, pode-se dizer que para compelir alguém a permanecer associado.
os direitos humanos são: e) As associações, ainda quando não autorizadas expres-
A) Naturais: porque advém da própria essência de samente, possuem legitimidade para representar seus
cada pessoa. Ignorar os direitos humanos é o mes- filiados judicial ou extrajudicialmente.
mo que ignorar a própria condição de ser humano.
B) Abstratos: pois não são direitos específicos a cer- Resposta: Letra A. A letra B está incorreta, pois é ve-
to grupo social, sendo aplicáveis a todos os seres dada a associação de caráter paramilitar (art. 5º, XVII,
humanos. CF/1988). A letra C está incorreta pois a criação de as-
C) Universais: um desmembramento da abstração, sociações e, na forma da lei, a de cooperativas, inde-
os direitos humanos são amparados e protegidos pendem de autorização, sendo vedada a interferência
por órgãos internacionais, transpondo os limites estatal em seu funcionamento (art. 5º, XVIII, idem). A
geográficos das diversas Nações letra D está incorreta, pois ninguém poderá ser com-
D) Individuais: pois apesar de sua universalidade, tais pelido a associar-se ou a permanecer associado (art.
direitos são conferidos a cada indivíduo, são pró- 5º, XX, idem). A letra E está incorreta pois as associa-
prios de cada particular. ções precisam de autorização para representar seus
E) Inalienáveis: pelo fato de constituírem a essência da filiados judicial e extrajudicialmente (art. 5º, XXI, idem).
pessoa humana, os direitos humanos não possuem
valor econômico. Com isso, seu titular não pode alie- 3. (FUB – PROVA PARA CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR
ná-los. – CESPE – 2018) Acerca do conceito de Constituição, dos
F) Irrenunciáveis: o titular dos direitos humanos de- princípios e dos direitos fundamentais, bem como das
les não pode abrir mão também. disposições sobre os servidores públicos na Constituição
G) Intransferíveis: os direitos humanos são consi- Federal de 1988, julgue o item que se segue.
derados personalíssimos (intuitu personae), o que O reconhecimento de convenções e acordos coletivos de
significa que eles se surgem e se extinguem junto trabalho é um direito fundamental social que não se apli-
com o nascimento e a morte do indivíduo. Não po- ca aos servidores ocupantes de cargo público.
dem ser transferidos a seus herdeiros.
H) ( ) CERTO   ( ) ERRADO

EXERCÍCIOS COMENTADOS Resposta: Certo. O reconhecimento das convenções


e acordos coletivos está previsto no art. 7º, XXVI, da
1. (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FA- CF/1988. Em relação aos servidores públicos, ocupan-
ZENDÁRIO – CESPE – 2018) Nas hipóteses e na forma tes de cargos públicos, o § 3º do art. 39 da CF/1988
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou elenca algumas garantias trabalhistas, como salário
instrução processual penal, a quebra do sigilo de comu- mínimo, décimo-terceiro, férias, repouso semanal re-
nicações telefônicas pode ser determinada: munerado, etc. Porém o referido dispositivo não elen-
ca como garantia dos servidores públicos o reconheci-
a) pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público. mento dos acordos e convenções coletivas.
b) pelo Poder Judiciário, somente.
c) por autoridade policial e pelo Ministério Público.
d) pela fiscalização tributária, somente. CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
e) pelo Ministério Público, somente.
Art. 12. São brasileiros:
Resposta: Letra B. Segundo o artigo 5º, XII, da Cons-
I - natos:
tituição Federal/1988, é “inviolável o sigilo da corres-
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
pondência, comunicações telegráficas, dados e das que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
comunicação telefônicas, salvo, no último caso, por a serviço de seu país;
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es- b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de
tabelecer para fins de investigação criminal ou instru- mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a ser-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

ção processual penal”. viço da República Federativa do Brasil;


c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
2. (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FA- mãe brasileira, desde que sejam registrados em repar-
ZENDÁRIO – CESPE – 2018) Com relação ao direito à tição brasileira competente ou venham a residir na
associação, assinale a opção correta. República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacio-
a) As atividades das associações somente poderão ser nalidade brasileira;
suspensas por decisão judicial. II - naturalizados:

5
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade Modalidades de aquisição da nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua - Primária: nascimento do indivíduo.
portuguesa apenas residência por um ano ininterrup- - Secundário: obtida voluntariamente pelo indivíduo
to e idoneidade moral; – Ex: casamento.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residen-
tes na República Federativa do Brasil há mais de quin- Critérios para determinar nacionalidade
ze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde - Jus soli: indivíduo nascido em território específico.
que requeiram a nacionalidade brasileira. - jus sanguinis: prioriza laços familiares, filiação.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no
País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, Apátridas: conhecidos por serem aqueles que não de-
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, sal- têm pátria por não se enquadrarem no critério previsto
vo os casos previstos nesta Constituição. para aquisição da nacionalidade. Os poliapátridas são
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi- aqueles que preenchem tanto os critérios para aquisição
leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos de nacionalidade do Estado que nasceu como no Estado
nesta Constituição. de origem dos pais.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: Exemplo: nascido em território estrangeiro que ado-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; ta com exclusividade o critério jus sanguinis; ou ainda pelo
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; cancelamento da naturalização cujo país não admite dupla
III - de Presidente do Senado Federal; naturalização. Atualmente os países adotam critérios mistos.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática; 1) Espécies de nacionalidade
VI - de oficial das Forças Armadas; - Originária: é aquela que se adquire pela ocorrência do
VII – de Ministro de Estado da Defesa. fato natural (nascimento). Trata-se de um meio involuntário.
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do bra- - Secundária: trata-se, normalmente, de ato voluntá-
sileiro que:
rio. A naturalização decorre da vontade do interessado
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
de compor o povo de um Estado específico.
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estran-
geira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou
para o exercício de direitos civis;
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Re-
pública Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão ter símbolos próprios.

DIREITOS DE NACIONALIDADE Hipóteses de aquisição


- Originária
Introdução - Critério jus soli
Trata-se de critério territorial. Será considerado nato
Conceitos importantes: segundo Nathália Masson, o indivíduo nascido em território nacional; independe da
entende-se por nacionalidade o “vínculo jurídico-político nacionalidade de seus ascendentes. O que faz parte do
que liga o indivíduo a um determinado Estado, coman- território nacional?
do-o um componente do povo, o que o capacita a exi- Território nacional: - Terras delineadas pelos limites
gir a proteção estatal, a fruição de prerrogativas ínsitas geográficos do país
à condição de nacional, bem como o sujeita ao cumpri- - rios, baías, golfos, ilhas, bem como o espaço aéreo
mento de deveres. Referida associação - entre indivíduo e o mar territorial;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

e Estado é que determina e permite a identificação dos Extensão ficcional:


sujeitos que compõe a dimensão pessoal do Estado, um É o ato de reconhecer como parte do território nacio-
dos seus elementos constitutivos básicos”. Trata-se de nal os navios e as aeronaves públicos (ou requisitados)
direito previsto no artigo 15 da Declaração Universal dos brasileiros, onde quer que se encontrem, assim como
Direitos do Homem. os navios privados brasileiros em alto mar, as aeronaves
- Elementos do Estado: território, soberania e povo. privadas brasileiras em voo sobre o alto mar e as embar-
- Vínculo político e social: nacionalidade. (obs: nacio- cações privadas estrangeiras em mar (ou espaço aéreo)
nalidade ≠ nação). brasileiro.

6
Obs: se o nascido for filho de estrangeiros a serviço do seu país de origem, não haverá o reconhecimento da nacio-
nalidade. Ex: casal de suíços a serviço da Suíça (o mesmo não se pode falar daqueles a serviço de empresa privada ou
outro país) concebem seu filho em solo brasileiro – o filho, ainda que nascido em território no Brasil não será brasileiro.
No exemplo acima, caso um dos genitores seja brasileiro, o fato do outro cônjuge estar a serviço de seu país, será o
nascido brasileiro.

- Critério jus sanguinis


Trata-se de uma espécie de mitigação do critério territorial com a finalidade de se evitar a existência de apátridas.
Oportuno registrar que esse critério não se resume sozinho. Sempre dependerá da conjugação com alguns elementos:

- Critério funcional: um dos pais brasileiros (ou ambos) a serviço do Brasil. Ex: nascido em território estrangeiro, filho
de um dos pais (ou ambos) brasileiro, estando este a serviço do país. Mesmo não nascendo em território brasileiro, será
considerado brasileiro nat.

- Registro em repartição brasileira: criança nascida no estrangeiro, filho de brasileiro (ou ambos), com registro de
nascimento feito em repartição brasileira competente, como por exemplo, embaixada ou consulado. Em tempo, esse
direito foi suprimido e posteriormente reinserido no texto em 2007.

- Opção após maioridade: nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe (ou ambos) brasileiro, resolve residir, após a
maioridade, no Brasil. Esta poderá fazer a opção de se registrar como brasileira.

- Secundária
- Tácita: países com número de nacionais inferior ao desejado; caso não declare o estrangeiro sua intenção de per-
manecer estrangeiro, automaticamente se torna nacional daquele país. (não aceito no Brasil).
- Expressa (duas formas: ordinária / extraordinária).
Ordinária
- Estatuto do Estrangeiro:
Residência permanente por mais de 04 anos
Capacidade Civil
Domínio da língua
Exercício da profissão
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Bons procedimentos
Boa saúde.
- Países de língua Portuguesa:
Residência permanente por no mínimo 01 ano
Demais condições apontadas acima.
- Radicação precoce:
Vem residir no Brasil antes de completar 05 anos.
Necessário requerimento de naturalização

7
Prazo: 02 anos a partir da maioridade (18 anos). - Privativo de brasileiros natos ou naturalizados há
- Conclusão ensino superior: mais de 10 anos.
Estrangeiros vindo a residir no país antes da maioridade;
Conclusão ensino superior instituição nacional; 3) Perda do Direito de Nacionalidade
Requisição nacionalidade até 01 ano formado. Previsão: art. 12 §4º CF/88
- Procedimento Hipóteses:
Tem natureza administrativa uma vez que todo o pro- - Cancelamento por sentença judicial (atividade noci-
cedimento ocorre no Ministério da Justiça até decisão fi- va ao interesse nacional:
nal do Presidente da República; a entrega, porém, é feita Ordem pública ou segurança nacional) Chamada de
pela Justiça Federal. Trata-se de ato ex nunc. perda-punição.
Extraordinária - Aquisição voluntária de nova nacionalidade (perda
- Quinze anos de residência ininterrupta mudança). Vale tanto para natos como naturalizados.
- Ausência de condenação penal
- Requerimento de naturalização. 4) Quase naturalização
Segundo Nathália Masson, “o texto constitucional,
se houver reciprocidade em favor de brasileiros residen-
tes em Portugal, os portugueses que aqui residam terão
tratamento jurídico similar ao dispensado ao brasileiro
naturalizado, sem precisarem, para isso, de se submete-
rem a qualquer procedimento de naturalização. Como a
reciprocidade existe, os portugueses residentes na Re-
pública Federativa do Brasil em caráter permanente po-
derão comparecer ao Ministério da Justiça, munidos de
documento que comprove a nacionalidade portuguesa,
a capacidade civil e a admissão na República Federativa
2) Diferença de tratamento (natos e naturalizados) do Brasil em caráter permanente, para requerer a quase
Vedação: nos termos do art. 5º, desdobrado no art. nacionalidade”.
12§2º da Constituição Federal. Exceções:
1º) Cargos: Presidente da República e aqueles em sua CAPÍTULO IV
linha de sucessão, além dos cargos responsáveis pela Se- DOS DIREITOS POLÍTICOS
gurança Nacional:
- Presidente da República e Vice-Presidente da Re- Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrá-
pública, gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
- Presidente da Câmara dos Depurados, Presidente igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
do Senado Federal e Ministro do STF, I - plebiscito;
- Membro da carreira diplomática, II - referendo;
- Oficial das Forças Armadas e III - iniciativa popular.
- Ministro de Estado da Defesa. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
2º) Conselho da República: art. 89 VII (formação) I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
I - o Vice-Presidente da República; II - facultativos para:
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; a) os analfabetos;
III - o Presidente do Senado Federal; b) os maiores de setenta anos;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Deputados; § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangei-
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Fe- ros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
deral; os conscritos.
VI - o Ministro da Justiça; § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta I - a nacionalidade brasileira;
e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Pre- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
sidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal III - o alistamento eleitoral;
e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
mandato de três anos, vedada a recondução.
V - a filiação partidária;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

3º) Extradição (brasileiro nato não pode ser extradi-


VI - a idade mínima de:
tado). No que tange ao naturalizado, a CF/88 permitiu a
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presiden-
extradição do naturalizado em duas situações).
te da República e Senador;
- Crime comum antes da naturalização.
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
- Envolvimento comprovado com o tráfico ilícito de
Estado e do Distrito Federal;
entorpecentes ou drogas afins.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
4º) Propriedade de empresa jornalística e de radiodi-
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
fusão sonora e de sons e imagens.
paz;

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d) dezoito anos para Vereador. 1. Regime democrático
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. - Democracia direta: exercício do poder diretamente
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Es- pelo povo, sem intermediários.
tado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os hou- - Democracia representativa: povo elege seus repre-
ver sucedido ou substituído no curso dos mandatos po- sentantes.
derão ser reeleitos para um único período subsequente. - Democracia participativa: sistema híbrido; parte
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente exercida diretamente pelo povo e parte pelos re-
da República, os Governadores de Estado e do Distrito presentantes eleitos pelo povo.
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do #FicaDica
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou Modelo brasileiro: democracia participativa
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presi- – CF Art. 1º par. Único e Art. 14.
dente da República, de Governador de Estado ou Ter-
ritório, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao Democracia direta (institutos)
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candi- - Plesbicito, referendo, participação popular e ação
dato à reeleição. popular.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguin- Plesbicito e referendo: ambos são formas de consulta
tes condições: ao povo de matéria de extrema relevância (ex: sistema de
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá governo; desarmamento). O que os difere é o momento
afastar-se da atividade; em que essa consulta é feita.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado - Plesbicito (consulta prévia): primeiro ocorre a consul-
pela autoridade superior e, se eleito, passará automa- ta popular para só então ser tomada a decisão política. Ex:
ticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. sistema de governo.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de - Referendo (consulta a posteriori): primeiro é tomada
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de a decisão política para então ser levada a apreciação do
proteger a probidade administrativa, a moralidade povo que poderá ratificar ou rejeitar. Ex: desarmamento.
para o exercício do mandato, considerada a vida pre- - Iniciativa popular: apresentação de projeto de lei para
gressa do candidato, e a normalidade e legitimidade a Câmara dos Deputados, subscrito por no mínimo 1% do
das eleições contra a influência do poder econômico eleitorado brasileiro, distribuídos por no mínimo 5 estados
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
na administração direta ou indireta. - Ação popular: Lei 4.717/65
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do #FicaDica
poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará Atenção! Uma vez proclamado o resultado
em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma do plesbicito ou do referendo, seria
possível sua alteração por meio de Emenda
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Constitucional ou Lei? Não. Tais medidas
seriam inconstitucionais. Logo, a democracia
#FicaDica direta prevalece sobre a representativa. Sua
mudança poderia ocorrer apenas após nova
Nacionalidade ≠ Cidadania: segundo José consulta popular.
Afonso da Silva, “a nacionalidade é o vínculo
ao território estatal por nascimento ou por
naturalização, tem status político”; cidadania Conceitos (Teoria Geral do Estado)
“qualifica os participantes da vida do Estado, Cidadania: capacidade de possuir direitos políticos, vo-
é atributo das pessoas integradas na socie- tar e ser votado.
dade estatal, atributo político decorrente do Sufrágio: direito de votar e ser votado.
direito de participar no governo e direito de Voto: modo pelo qual se exerce o sufrágio.
ser ouvido pela representação política”.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Escrutínio: modo pelo qual se exercita o voto.

2. Classificação dos Direitos Políticos


E continua: Memorizar:
“Cidadão, no direito brasileiro, é o indivíduo que seja
titular dos direitos políticos de votar e ser votado e suas
consequências. Nacionalidade é o conceito mais amplo
do que cidadania, e é pressuposto desta, uma vez que só
o titular da nacionalidade brasileiro poder ser cidadão”.

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2.1 Positivos (liberdade do cidadão participar ativamente da vida pública)
Ativo: direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilidade.
Passivo: direito de ser votado, elegibilidade.
- Ativa (pressupostos para votar) – Palavra chave: alistabilidade (capacidade de ser eleitor).
- Alistamento eleitoral: qualificação e inscrição da pessoa como eleitor perante a Justiça Eleitoral (título de eleitor)
- Nacionalidade brasileira (excluídos os estrangeiros)
- Idade mínima de 16 anos
Facultativo: entre 16 e 18 anos; acima de 70 anos.
Obrigatório: entre 18 e 70 anos.
- Não ser conscrito (serviço militar obrigatório): o conscrito não poderá votar. E se por acaso o conscrito se engajar
no serviço miltar permanente? São obrigados a se alistarem como eleitores
- Soberania Popular: exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto. É possível classificar a soberania
como: una, indivisível, inalienável e imprescritível.
- Sufrágio: direito que o cidadão possui de participar da organização política estatal. É a permissão para eleger
e/ou ser eleito. Sufrágio universal: “quando se outorga o direito de votar a todos os nacionais de um país, sem
restrições derivadas das condições de nascimento, de fortuna e capacidade especial”.
- Direito de voto e escrutínio: o voto é uma das formas do exercício do sufrágio; é o instrumento pelo qual se exte-
rioriza sua vontade. Tem por características: direto, secreto, Periódico e universal. No Brasil, tem por característica
ser personalíssimo e obrigatório. A obrigatoriedade do voto é cláusula pétrea? Não, nos termos do art. 60 §4º II.

#FicaDica
Características do voto: direto, secreto, universal e periódico.

- Direto: o eleitor vota diretamente no candidato. Obs: eleição indireta – possível. Vacância do cargo de presidente
e vice presidente nos dois últimos anos de mandato – eleição realizada pelo Congresso nacional.
- Secreto: veda-se a publicidade do voto. Votação parlamentar: aberta. O sigilo do voto deverá ser assegurado e,
adotadas as seguintes providências:
- Isolamento em cabine indevassável
- Verificação documental e sua autenticidade
- Urna que assegure a inviolabilidade.
- Universal: direcionada a qualquer cidadão, sem discriminação de natureza econômica, social, racial.
- Periódica: posto que o mandato é por prazo determinado.
Eleitorado: conjunto de todos aqueles que detém o direito ao sufrágio. A organização brasileira é da seguinte forma:
- Circunscrições eleitorais: nas eleições presidenciais a circunscrição será o país; nas eleições federais e estaduais a
circunscrição será o estado e nas municipais o próprio município.
- Zonas eleitorais: unidades territoriais de natureza jurisdicional sob a titularidade de um juiz de direito.
- Seções eleitorais (de 300 a 400 eleitores)
- Passiva (pressupostos para ser votado) – Palavra chave: elegibilidade
Condições de elegibilidade (capacidade de ser eleito)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

- Nacionalidade: brasileira
- Pleno exercício dos direitos políticos
- Alistamento eleitoral
- Domicílio eleitoral na circunscrição (onde for concorrer ao mandato)
- Filiação partidária
- Idade Mínima:
35 – Presidente, vice, senador.
30 – Governador e vice.

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21 – Deputados estaduais e federais, prefeito e vice.
18 – Vereador.

#FicaDica

2.2 Direitos Políticos Negativos


Podem ser definidas como as suspensões e/ou privações de direitos políticos. Atenção! Segundo Nathália Masson,
“importante, desde já, deixar firmado que a cassação dos direitos políticos, consistente na retirada arbitrária dos direi-
tos, engendrada por perseguições ideológicas, tão típicas dos períodos de hiato constitucional (antidemocráticos), é
vedada pela atual Constituição de 1988”.
- Inelegibilidade (Art. 14 §4º a 8º)
Absolutas: impedimento eleitoral para qualquer cargo eletivo, taxativamente previstas na CF/88.
- Inalistável: se não pode ser eleitor, não pode se eleger (estrangeiros e conscritos).
- Analfabeto: pode se alistar, mas não pode ser eleito.
- Relativas: impedimento eleitoral para algum cargo eletivo ou mandato, em função de situações em que se encon-
tre o cidadão candidato, previstas na CF/88 ou lei complementar.
- Em razão da função exercida:
- Referente ao mesmo cargo: - Chefes do executivo nas 03 esferas, não podem ser eleitos para um terceiro mandato.
(subsequente e sucessivo).
- Referente a outro cargo (desincompatibilização).
- Prefeito profissional: cumpre dois mandatos, transfere seu domicílio para concorrer ao terceiro. Impossibilidade
tanto para o próprio município como para diverso.
- Desincompatibilização: afastamento das funções por 06 meses para concorrer a outros cargos. Ex: é deputado,
quer concorrer para prefeito.
- Grau de parentesco.
- Cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau. (presidente, governador e prefeito).
- Conhecida como inelegibilidade reflexa, haja vista incidir sobre terceiros, isto é, “refletir” em indivíduos em razão
do parentesco, da afinidade ou da condição de cônjuge que possuem freme a um chefe do Poder Executivo.
- Candidato for militar.
- Menos de 10 anos de atividade: afastamento definitivo.
- Mais de 10 anos: afastamento temporário. Se eleito, inatividade.
- Outras inelegibilidades previstas pela LC 64/90
- Probidade administrativa
- Moralidade
- Normalidade e legitimidade das eleições.
3. Perda dos direitos políticos
Definitiva.
- Cancelamento da naturalização
- Recusa de cumprir obrigação imposta a maioria
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

- Perda da nacionalidade em razão de ter adquirido outra.

4. Suspensão dos direitos políticos


Temporária.
- Incapacidade civil absoluta
- Condenação criminal definitiva.
- Improbidade administrativa.
- Exercício de direitos políticos em outro país. Pode votar em Portugal, suspende o direito de votar no Brasil.

11
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de car-
#FicaDica gos, funções e empregos públicos da administração di-
reta, autárquica e fundacional, dos membros de qual-
Não existe “cassação” de direitos políticos.
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Ou poderá ocorrer a perda ou mesmo a sus-
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
pensão. O termo cassação pressupõe ato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
unilateral em contraditório e ampla defesa,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
ferindo os alicerces da democracia.
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pes-
soais ou de qualquer outra natureza, não poderão ex-
ARTIGOS 37 A 41 ceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e
SEÇÃO I no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador
DISPOSIÇÕES GERAIS no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputa-
dos Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legis-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de lativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie,
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
de e eficiência e, também, ao seguinte: do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros
I - os cargos, empregos e funções públicas são aces- do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen-
síveis aos brasileiros que preencham os requisitos es- sores Públicos;
tabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
forma da lei; e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
II - a investidura em cargo ou emprego público de- pagos pelo Poder Executivo;
pende de aprovação prévia em concurso público de XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais-
provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature- quer espécies remuneratórias para o efeito de remune-
za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma ração de pessoal do serviço público;
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
em comissão declarado em lei de livre nomeação e público não serão computados nem acumulados para
exoneração; fins de concessão de acréscimos ulteriores;
III - o prazo de validade do concurso público será de XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de car-
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; gos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39,
de convocação, aquele aprovado em concurso público § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
de provas ou de provas e títulos será convocado com XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
prioridade sobre novos concursados para assumir car- públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
go ou emprego, na carreira; horários, observado em qualquer caso o disposto no
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente inciso XI:
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos a) a de dois cargos de professor;
em comissão, a serem preenchidos por servidores de b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos científico;
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio-
direção, chefia e assessoramento; nais de saúde, com profissões regulamentadas;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos
associação sindical; e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiá-
limites definidos em lei específica; rias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos pelo poder público;
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e XVIII - a administração fazendária e seus servidores
definirá os critérios de sua admissão; fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tem- jurisdição, precedência sobre os demais setores admi-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

po determinado para atender a necessidade temporá- nistrativos, na forma da lei;


ria de excepcional interesse público; XIX – somente por lei específica poderá ser criada au-
tarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de sociedade de economia mista e de fundação, ca-
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixa- bendo à lei complementar, neste último caso, definir
dos ou alterados por lei específica, observada a iniciativa as áreas de sua atuação;
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual,
sempre na mesma data e sem distinção de índices;

12
XX - depende de autorização legislativa, em cada § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio- dos órgãos e entidades da administração direta e indi-
nadas no inciso anterior, assim como a participação reta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser fir-
de qualquer delas em empresa privada; mado entre seus administradores e o poder público, que
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
as obras, serviços, compras e alienações serão con- para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
tratados mediante processo de licitação pública que (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
assegure igualdade de condições a todos os concor- I - o prazo de duração do contrato;
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as III - a remuneração do pessoal.”
exigências de qualificação técnica e econômica indis- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas pú-
pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. blicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Es- diárias, que receberem recursos da União, dos Estados,
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
servidores de carreiras específicas, terão recursos prio- § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos
ritários para a realização de suas atividades e atuarão de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
de forma integrada, inclusive com o compartilhamen- 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
to de cadastros e de informações fiscais, na forma da função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
lei ou convênio. forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car-
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços gos em comissão declarados em lei de livre nomeação
e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter e exoneração.
educativo, informativo ou de orientação social, dela § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
que caracterizem promoção pessoal de autoridades
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas
ou servidores públicos.
em lei.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
responsável, nos termos da lei.
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite
usuário na administração pública direta e indireta, re-
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do res-
gulando especialmente:
pectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser- e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio men-
viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió- sal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não
dica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (II se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios
- o acesso dos usuários a registros administrativos e a dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
informações sobre atos de governo, observado o dis- Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
posto no art. 5º, X e XXXIII; autárquica e fundacional, no exercício de mandato
III - a disciplina da representação contra o exercício eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
na administração pública. ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
§ 4º Os atos de improbidade administrativa impor- função;
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
função pública, a indisponibilidade dos bens e o res- cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas pela sua remuneração;
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. III - investido no mandato de Vereador, havendo com-
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para patibilidade de horários, perceberá as vantagens de
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
respectivas ações de ressarcimento. dade, será aplicada a norma do inciso anterior;
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

reito privado prestadoras de serviços públicos respon- o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, será contado para todos os efeitos legais, exceto para
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso promoção por merecimento;
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições afastamento, os valores serão determinados como se
ao ocupante de cargo ou emprego da administração no exercício estivesse.
direta e indireta que possibilite o acesso a informações
privilegiadas.

13
SEÇÃO II § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS dência de que trata este artigo serão aposentados, cal-
culados os seus proventos a partir dos valores fixados
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os na forma dos §§ 3º e 17:
Municípios instituirão conselho de política de adminis- I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
tração e remuneração de pessoal, integrado por servi- porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
dores designados pelos respectivos Poderes. rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
componentes do sistema remuneratório observará: II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a comple- ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
xidade dos cargos componentes de cada carreira; idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na
II - os requisitos para a investidura; forma de lei complementar;
III - as peculiaridades dos cargos. III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço pú-
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoa- blico e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
mento dos servidores públicos, constituindo-se a par- aposentadoria, observadas as seguintes condições:
ticipação nos cursos um dos requisitos para a promo- a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
ção na carreira, facultada, para isso, a celebração de ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e
convênios ou contratos entre os entes federados. trinta de contribuição, se mulher;
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo pú- b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen-
blico o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcio-
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei esta- nais ao tempo de contribuição.
belecer requisitos diferenciados de admissão quando a § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
natureza do cargo o exigir. ocasião de sua concessão, não poderão exceder a re-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato ele- muneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em
tivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais que se deu a aposentadoria ou que serviu de referên-
e Municipais serão remunerados exclusivamente por cia para a concessão da pensão.
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as
verba de representação ou outra espécie remunera- remunerações utilizadas como base para as contribui-
tória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. ções do servidor aos regimes de previdência de que
37, X e XI. tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di-
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior ferenciados para a concessão de aposentadoria aos
e a menor remuneração dos servidores públicos, obede- abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-
cido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. salvados, nos termos definidos em leis complementa-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu- res, os casos de servidores:
blicarão anualmente os valores do subsídio e da re- I - portadores de deficiência;
muneração dos cargos e empregos públicos.) II - que exerçam atividades de risco;
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e III - cujas atividades sejam exercidas sob condições
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos or- especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
çamentários provenientes da economia com despesas física.
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
aplicação no desenvolvimento de programas de quali- serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
dade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove exclu-
modernização, reaparelhamento e racionalização do sivamente tempo de efetivo exercício das funções de
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou magistério na educação infantil e no ensino funda-
prêmio de produtividade. mental e médio.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- conta do regime de previdência previsto neste artigo.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pen-
assegurado regime de previdência de caráter contri- são por morte, que será igual:
butivo e solidário, mediante contribuição do respec- I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor
tivo ente público, dos servidores ativos e inativos e falecido, até o limite máximo estabelecido para os be-
dos pensionistas, observados critérios que preservem nefícios do regime geral de previdência social de que
o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par-
artigo. cela excedente a este limite, caso aposentado à data
do óbito; ou

14
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
limite máximo estabelecido para os benefícios do regi- trata este artigo que superem o limite máximo esta-
me geral de previdência social de que trata o art. 201, belecido para os benefícios do regime geral de previ-
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a dência social de que trata o art. 201, com percentual
este limite, caso em atividade na data do óbito. igual ao estabelecido para os servidores titulares de
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para cargos efetivos.
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
conforme critérios estabelecidos em lei. completado as exigências para aposentadoria volun-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu- tária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por per-
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o manecer em atividade fará jus a um abono de per-
tempo de serviço correspondente para efeito de dis- manência equivalente ao valor da sua contribuição
ponibilidade. previdenciária até completar as exigências para apo-
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de sentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
contagem de tempo de contribuição fictício. § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma próprio de previdência social para os servidores titu-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando lares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
contribuição para o regime geral de previdência so- § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo in-
cial, e ao montante resultante da adição de proventos cidirá apenas sobre as parcelas de proventos de apo-
de inatividade com remuneração de cargo acumulável sentadoria e de pensão que superem o dobro do limite
na forma desta Constituição, cargo em comissão de- máximo estabelecido para os benefícios do regime ge-
clarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de ral de previdência social de que trata o art. 201 desta
cargo eletivo. Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei,
§ 12 Além do disposto neste artigo, o regime de previ- for portador de doença incapacitante.
dência dos servidores públicos titulares de cargo efe- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí-
tivo observará, no que couber, os requisitos e critérios cio os servidores nomeados para cargo de provimento
fixados para o regime geral de previdência social. efetivo em virtude de concurso público.
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
em comissão declarado em lei de livre nomeação e I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
exoneração bem como de outro cargo temporário ou II - mediante processo administrativo em que lhe seja
de emprego público, aplica-se o regime geral de pre- assegurada ampla defesa;
vidência social. III - mediante procedimento de avaliação periódica de
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
nicípios, desde que instituam regime de previdência rada ampla defesa.
complementar para os seus respectivos servidores ti- § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
tulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
regime de que trata este artigo, o limite máximo esta- de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
belecido para os benefícios do regime geral de previ- outro cargo ou posto em disponibilidade com remune-
dência social de que trata o art. 201. ração proporcional ao tempo de serviço.
§ 15. O regime de previdência complementar de que § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida-
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do res- de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
pectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio seu adequado aproveitamento em outro cargo.
de entidades fechadas de previdência complementar, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
de natureza pública, que oferecerão aos respectivos é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
participantes planos de benefícios somente na moda- comissão instituída para essa finalidade.
lidade de contribuição definida.
§ 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o ARTIGO 144
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

dor que tiver ingressado no serviço público até a data Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito
da publicação do ato de instituição do correspondente e responsabilidade de todos, é exercida para a preser-
regime de previdência complementar. vação da ordem pública e da incolumidade das pesso-
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados as e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão de- I - polícia federal;
vidamente atualizados, na forma da lei. II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;

15
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 10. A segurança viária, exercida para a preservação
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Re- da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emen-
2019) da Constitucional nº 82, de 2014)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão I - compreende a educação, engenharia e fiscalização
permanente, organizado e mantido pela União e es- de trânsito, além de outras atividades previstas em lei,
truturado em carreira, destina-se a: (Redação dada que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade ur-
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) bana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional
I - apurar infrações penais contra a ordem política e nº 82, de 2014)
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fede-
da União ou de suas entidades autárquicas e empre- ral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entida-
sas públicas, assim como outras infrações cuja prática des executivos e seus agentes de trânsito, estruturados
tenha repercussão interestadual ou internacional e em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; Constitucional nº 82, de 2014)
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públi- EXERCÍCIOS COMENTADOS
cos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeropor- 1. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – CESPE
tuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda – 2019) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue
Constitucional nº 19, de 1998)
o item que se segue, a respeito de direitos e garantias
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
fundamentais e da defesa do Estado e das instituições
judiciária da União.
democráticas.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
A segurança viária compreende a educação, a engenha-
organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamen- ria e a fiscalização de trânsito, vetores que asseguram ao
to ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, ( ) CERTO   ( ) ERRADO
organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamen- Resposta: Certo. Segundo o art. 144, § 10, I, da
to ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela CF/1988, a segurança viária compreende a educação,
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão
de carreira, incumbem, ressalvada a competência da o direito à mobilidade urbana eficiente.
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares. 2. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – CESPE –
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e 2019) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item
a preservação da ordem pública; aos corpos de bom- que se segue, a respeito de direitos e garantias fundamen-
beiros militares, além das atribuições definidas em lei, tais e da defesa do Estado e das instituições democráticas.
incumbe a execução de atividades de defesa civil. A competência da PRF, instituição permanente, organiza-
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão admi- da e mantida pela União, inclui o patrulhamento ostensi-
nistrador do sistema penal da unidade federativa a vo das rodovias e das ferrovias federais.
que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimen-
tos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucio- ( ) CERTO   ( ) ERRADO
nal nº 104, de 2019)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros mi- Resposta: Errado. O patrulhamento das ferrovias é incum-
litares, forças auxiliares e reserva do Exército subordi- bido à Polícia Ferroviária Federal (art. 144, III, CF/1988).
nam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias
penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Es-
3. (PC-SE – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2018)
tados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação
Conforme disposições constitucionais a respeito da or-
dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
ganização da segurança pública, julgue o item a seguir.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamen-
to dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de Incumbem às polícias civis a função de polícia judiciária e
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

maneira a garantir a eficiência de suas atividades. a apuração de infrações penais contra a ordem política e
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas muni- social, excetuadas as infrações de natureza militar
cipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei. ( ) CERTO   ( ) ERRADO
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integran-
tes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada Resposta: Errado. A apuração de infrações contra a
na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda ordem política e social é de competência da Polícia
Constitucional nº 19, de 1998) Federal, na forma do art. 144, § 1º, I, da CF/1988.

16
II. o referendo, podendo ser utilizado pelo Congresso
HORA DE PRATICAR Nacional nos casos em que este decidir ser conveniente,
indicado em casos específicos como para a formação de
novos Estados e de novos Municípios;
1. (PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP – PROCU-
III. o plebiscito, espécie de consulta popular semelhante
RADOR JURÍDICO – VUNESP – 2017) Sobre os direitos ao referendo, mas o único apto a permitir que forças es-
e garantias fundamentais, a Constituição Federal estabe- trangeiras transitem pelo território nacional.
lece expressamente que: Está correto apenas o contido em

a) as normas definidoras dos direitos e garantias funda- a) I.   b) II e III.   c) III.   d) II.  e) I e III.
mentais têm aplicação imediata, exceto as de eficácia
contida. 5. (UNESP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-
b) as normas definidoras dos direitos e garantias funda- NESP – 2017) Considerando o que dispõe a Constituição
mentais têm aplicação imediata, exceto as de eficácia Federal sobre os direitos e garantias fundamentais, se um
limitada. cidadão brasileiro se recusar a prestar o serviço militar obri-
c) os tratados e convenções internacionais sobre direitos gatório, alegando que sua religião não permite essa prática,
humanos que forem aprovados pelo Congresso Na- é correto afirmar, nessa hipótese, que esse cidadão:
cional, em um único turno, por três quintos dos votos
dos membros, serão equivalentes às emendas consti- a) não poderá ser dispensado do serviço militar, uma vez
tucionais. que essa é uma obrigação imposta a todos os cida-
d) o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal In- dãos brasileiros.
ternacional a cuja criação tenha manifestado adesão. b) poderá ser dispensado de prestar o serviço militar, mas
e) os direitos e garantias expressos na Constituição ex- perderá, automaticamente, os seus direitos políticos.
cluem outros, exceto aqueles decorrentes de tratados c) terá como consequência da recusa de prestar o servi-
e convenções internacionais sobre direitos humanos ço militar a sua prisão por tempo fixado em lei.
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso d) será dispensado do serviço militar obrigatório, sem
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos a imposição de penas ou outras obrigações, pois a
dos respectivos membros. Constituição Federal garante a liberdade religiosa.
e) poderá obter a dispensa do serviço militar obrigatório,
mas terá que cumprir prestação alternativa se não qui-
2. (PC-SP – Fotógrafo Técnico Pericial – VUNESP –
ser perder seus direitos políticos.
2014) Conforme a Constituição Federal, a República Fe-
derativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de
6. (UNESP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-
Direito, tendo, como um de seus fundamentos,
NESP – 2017) Segundo a Constituição Federal, sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
a) a erradicação da pobreza em todos os níveis. lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
b) os valores sociais do trabalho. ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á:
c) o serviço militar obrigatório.
d) o combate a todas as formas de discriminação de raças. a) mandado de segurança.
e) construir uma sociedade livre, justa e solidária. b) alvará de soltura.
c) habeas corpus.
3. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013) d) habeas data.
No Brasil, conforme prevê a Carta Magna, a cidadania: e) mandado de injunção.

a) é um direito absoluto de todos os brasileiros e estran- 7. (CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES-SP – PROCU-
geiros. RADOR JURÍDICO – VUNESP – 2017) Uma servidora
b) restringe a proteção dos direitos humanos aos brasi- municipal exerceu, desde 22 de outubro de 1986, a fun-
leiros. ção de dentista na municipalidade, atuando em ambien-
c) é um objetivo fundamental da República Federativa. te insalubre. A autora ressaltou que a inexistência de lei
d) é um fundamento da República Federativa. complementar inviabilizava o exercício do direito à apo-
e) limita-se a garantir o direito de voto. sentadoria, implementado o período consentâneo com o
desgaste decorrente do contato com agentes nocivos à
4. (TJ-SP – JUIZ – VUNESP – 2011) Nossa ordem cons- saúde, com portadores de moléstias infectocontagiosas
humanas e materiais e objetos contaminados. No caso
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

titucional estabelece institutos de democracia semidire-


ta, dentre os quais: hipotético em tela, a ação cabível para obtenção da apo-
sentadoria especial é
I. a iniciativa popular, exercida pela apresentação à Câ-
a) o mandado de segurança.
mara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no
b) a ação declaratória.
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
c) o mandado de injunção.
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
d) o habeas data.
décimos por cento dos eleitores de cada um deles; e) o mandado de segurança coletivo.

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8. (IPRESB-SP – ANALISTA DE PROCESSOS PREVI- 12. (PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP – ANALISTA
DENCIÁRIOS – VUNESP – 2017) Pierre é filho de pais FISCAL DE SERVIÇOS – VUNESP – 2016) Nos termos
estrangeiros, mas nasceu no Brasil. De acordo com a da Constituição Federal, a cassação de diretos políticos:
Constituição Brasileira, Pierre:
a) se dá na hipótese de cancelamento da naturalização.
a) pode ser considerado brasileiro nato, desde que seus b) é vedada.
pais não estejam a serviço de seu país de origem. c) é decorrência da condenação criminal transitada em
b) é considerado estrangeiro e não pode obter a cidada- julgado.
nia brasileira. d) é consequência da condenação definitiva do réu por
c) poderá adquirir a nacionalidade brasileira depois que crime eleitoral.
estiver residindo por um ano ininterrupto no Brasil, in- e) é uma das hipóteses de pena por improbidade admi-
dependentemente da nacionalidade dos pais. nistrativa.
d) será automaticamente considerado brasileiro natura-
lizado, independentemente da nacionalidade do seus
13. (CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES-SP – PROCU-
pais, se estiver residindo no Brasil quando completar
RADOR JURÍDICO – VUNESP – 2017) O Presidente da
dezoito anos de idade.
e) será considerado brasileiro naturalizado se residir no país República editou determinada Medida Provisória a res-
por mais de quinze anos ininterruptos e sem condena- peito de certos direitos individuais, tendo-a submetido
ção penal, requeira ou não a nacionalidade brasileira. de imediato ao Congresso Nacional. Sobre essa medida
provisória, é correto afirmar que:
9. (UNESP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-
NESP – 2017) Conforme estabelece a Constituição Fe- a) será apreciada, em sessão conjunta, só podendo ser
deral, são dois exemplos de cargos públicos privativos rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputa-
de brasileiro nato: dos e Senadores.
b) será inconstitucional se reeditada, na mesma sessão
a) de Ministro do Supremo Tribunal Federal e de oficial legislativa, se outra já tiver perdido sua eficácia por
das Forças Armadas. decurso de prazo.
b) de Deputado Federal e de Presidente da República. c) caso aprovado o projeto de lei de conversão alterando
c) de Senador da República e de Ministro de Estado da o texto original da medida provisória, esta perderá sua
Defesa. eficácia, desde sua edição.
d) de Deputado Federal e de Deputado Estadual. d) se não for apreciada em até sessenta dias contados de
e) de Vereador e da carreira diplomática. sua publicação, entrará em regime de urgência.
e) é inconstitucional porque é vedada a edição de medidas
10. (TJ-SP – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE provisórias sobre matéria relativa a direitos individuais.
REGISTROS – PROVIMENTO – VUNESP – 2016) Aos
portugueses serão atribuídos os direitos: 14. (PREFEITURA DE ALUMÍNIO-SP – PROCURA-
DOR JURÍDICO – VUNESP – 2016) O processo e jul-
a) inerentes ao brasileiro nato. gamento do Presidente da República, nos crimes de res-
b) inerentes ao brasileiro naturalizado. ponsabilidade, compete, privativamente,
c) inerentes aos do brasileiro, quando tiverem residência
permanente no Brasil e havendo reciprocidade no or-
a) ao Congresso Nacional.
denamento português ao brasileiro.
b) à Câmara dos Deputados.
d) correspondentes aos do brasileiro nato, quando tive-
c) ao Senado Federal.
rem residência permanente no Brasil e havendo reci-
procidade no ordenamento português. d) ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados.
e) ao Supremo Tribunal Federal.
11. (DPE-RO – DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO –
VUNESP – 2017) De acordo com a atual Constituição 15. (TJM-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO
Federal, – VUNESP – 2017) Nos termos da Constituição Federal,
os policiais militares estaduais têm, entre suas funções,
a) sufrágio é a melhor forma de exercer a escolha de re-
presentantes do povo. a) a segurança nacional, se o caso.
b) foi adotado o sufrágio restrito, já que, para ser eleito b) a garantia dos poderes constitucionais.
ou eleitor são necessárias certas condições, como na- c) a preservação da ordem pública.
cionalidade, idade ou capacidade. d) a de polícia judiciária.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

c) sufrágio é exclusivamente a forma como se pratica o e) a apuração de infrações penais.


voto.
d) o sufrágio abrange o direito de votar e de ser votado,
sendo que o primeiro direito é pressuposto do segun-
do, pois para ser elegível é necessário ser eleitor.
e) os analfabetos não têm direito ao sufrágio.

18
GABARITO
ANOTAÇÕES

1 D _________________________________________________
2 C
_________________________________________________
3 D
_________________________________________________
4 A
5 E _________________________________________________
6 C _________________________________________________
7 C
_________________________________________________
8 A
9 A _________________________________________________

10 C _________________________________________________
11 D _________________________________________________
12 B
_________________________________________________
13 B
14 C _________________________________________________
15 C _________________________________________________

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ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos – conceito e evolução histórica.......................................................................................................................................... 01


Estado Democrático de Direito;................................................................................................................................................................................ 10
Direitos Humanos e Cidadania;................................................................................................................................................................................ 12
Declaração Universal dos Direitos Humanos;..................................................................................................................................................... 12
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos;............................................................................................................................................. 22
Convenção Americana de Direitos Humanos (“Pacto de San José da Costa Rica”)............................................................................. 32
tural é, então, comum a todos e, ligado à própria origem
DIREITOS HUMANOS – CONCEITO E EVOLU- da humanidade, representa um padrão geral, funcionan-
ÇÃO HISTÓRICA. do como instrumento de validação das ordens positivas2.
O direito natural, na sua formulação clássica, não é
um conjunto de normas paralelas e semelhantes às do
Teoria geral dos direitos humanos é o estudo dos di- direito positivo, e sim o fundamento deste direito posi-
reitos humanos, desde os seus elementos básicos como tivo, sendo formado por normas que servem de justifi-
conceito, características, fundamentação e finalidade, cativa a este, por exemplo: “deve se fazer o bem”, “dar
passando pela análise histórica e chegando à compreen- a cada um o que lhe é devido”, “a vida social deve ser
são de sua estrutura normativa. Sem prejuízo, envolve a conservada”, “os contratos devem ser observados” etc.3
compreensão dos documentos históricos que levaram Em literatura, destaca-se a obra do filósofo Sófocles4
à afirmação destes internacional e nacionalmente, bem intitulada Antígona, na qual a personagem se vê em confli-
como o estudo de seu fundamento básico, a dignidade to entre seguir o que é justo pela lei dos homens em de-
da pessoa humana, e de sua estrutura jurídica central, a trimento do que é justo por natureza quando o rei Creonte
Organização das Nações Unidas. A maioria dos aspectos impõe que o corpo de seu irmão não seja enterrado porque
de uma teoria geral do direitos humanos será estudada havia lutado contra o país. Neste sentido, a personagem
neste tópico, ao passo que outros o serão no seguinte, Antígona defende, ao ser questionada sobre o descumpri-
notadamente, classificação, características e noções so- mento da ordem do rei: “sim, pois não foi decisão de Zeus;
bre dimensões de direito. e a Justiça, a deusa que habita com as divindades subter-
râneas, jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos;
a) Primeira noção e conceito preliminar tampouco acredito que tua proclamação tenha legitimida-
Na atualidade, a primeira noção que vem à mente de para conferir a um mortal o poder de infringir as leis
quando se fala em direitos humanos é a dos documentos divinas, nunca escritas, porém irrevogáveis; não existem a
internacionais que os consagram, aliada ao processo de partir de ontem, ou de hoje; são eternas, sim! E ninguém
transposição para as Constituições Federais dos países pode dizer desde quando vigoram! Decretos como o que
democráticos. Contudo, é possível aprofundar esta noção proclamaste, eu, que não temo o poder de homem algum,
se tomadas as raízes históricas e filosóficas dos direitos posso violar sem merecer a punição dos deuses! [...]”.
humanos, as quais serão abordadas em detalhes adiante, O desrespeito às normas de direito natural - e porque
acrescentando-se que existem direitos inatos ao homem não dizer de direitos humanos - leva à invalidade da nor-
independentemente de previsão expressa por serem ele- ma que assim o preveja (Ex: autorizar a tortura para fins
mentos essenciais na construção de sua dignidade. de investigação penal e processual penal não é simples-
Logo, um conceito preliminar de direitos humanos mente inconstitucional, é mais que isso, por ser inválida
pode ser estabelecido: direitos humanos são aqueles ine- perante a ordem internacional de garantia de direitos
rentes ao homem enquanto condição para sua dignidade naturais/humanos uma norma que contrarie a dignidade
que usualmente são descritos em documentos interna- inerente ao homem sob o aspecto da preservação de sua
cionais para que sejam mais seguramente garantidos. A vida e integridade física e moral).
conquista de direitos da pessoa humana é, na verdade,
uma busca da dignidade da pessoa humana. c) Conceito contemporâneo e primeiros documen-
tos históricos
b) Fundamento filosófico Enfim, quando questões inerentes ao direito natural
O direito natural se contrapõe ao direito positivo, lo- passam a ser colocadas em textos expressos tem-se a
calizado no tempo e no espaço: tem como pressuposto a formação de um conceito contemporâneo de direitos
ideia de imutabilidade de certos princípios, que escapam humanos. Entre outros documentos a partir dos quais tal
à história, e a universalidade destes princípios transcen- concepção começou a ganhar forma, destacam-se: Mag-
dem a geografia. A estes princípios, que são dados e não na Carta de 1215, Bill of Rights ao final do século XVII e
postos por convenção, os homens têm acesso através da Constituições da Revolução Francesa de 1789 e Ameri-
razão comum a todos (todo homem é racional), e são cana de 1787. No entanto, o documento que constitui o
estes princípios que permitem qualificar as condutas marco mais significativo para a formação de uma con-
humanas como boas ou más, qualificação esta que pro- cepção contemporânea de direitos humanos é a Decla-
move uma contínua vinculação entre norma e valor e, ração Universal de Direitos Humanos de 1948. Após ela,
portanto, entre Direito e Moral.1 muitos outros documentos relevantes surgiram, como o
As premissas dos direitos humanos se encontram no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e Pacto
conceito de lei natural. Lei natural é aquela inerente à Internacional de Direitos Humanos, Sociais e Culturais,
humanidade, independentemente da norma imposta, e ambos de 1966, além da Convenção Interamericana de
que deve ser respeitada acima de tudo. O conceito de lei Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) de
DIREITOS HUMANOS

natural foi fundamental para a estruturação dos direitos 1969, entre outros.
dos homens, ficando reconhecido que a pessoa humana
2 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo
possui direitos inalienáveis e imprescritíveis, válidos em com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras,
qualquer tempo e lugar, que devem ser respeitados por 2009.
todos os Estados e membros da sociedade. O direito na- 3 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26. ed.
1 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 4 SÓFOCLES. Édipo rei / Antígona. Tradução Jean Melville. São
2009. Paulo: Martin Claret, 2003.

1
d) Finalidade às leis da cidade; entretanto, é preciso considerar que
A finalidade primordial dos direitos humanos é ga- os costumes primitivos trazem o justo por natureza, que
rantir que a dignidade do homem não seja violada, es- pode se contrapor ao justo por convenção ou legislação,
tabelecendo um rol de bens jurídicos fundamentais que devendo prevalecer o primeiro, que se refere ao natural-
merecem proteção inerentes, basicamente, aos direitos mente justo, sendo esta a origem da ideia de lei natural.
civis (vida, segurança, propriedade e liberdade), polí- De início, a literatura grega trouxe na obra Antígona
ticos (participação direta e indireta nas decisões políti- uma discussão a respeito da prevalência da lei natural
cas), econômicos (trabalho), sociais (igualdade material, sobre a lei posta. Na obra, a protagonista discorda da
educação, saúde e bem-estar), culturais (participação na proibição do rei Creonte de que seu irmão fosse enterra-
vida cultural) e ambientais (meio ambiente saudável, sus- do, uma vez que ele teria traído a pátria. Assim, enterra
tentabilidade para as futuras gerações). Percebe-se uma seu irmão e argumenta com o rei que nada do que seu
proximidade entre os direitos humanos e os direitos fun- irmão tivesse feito em vida poderia dar o direito ao rei de
damentais do homem, o que ocorre porque o valor da violar a regra imposta pelos deuses de que todo homem
pessoa humana na qualidade de valor-fonte da ordem deveria ser enterrado para que pudesse partir desta vida:
de vida em sociedade fica expresso juridicamente nestes a lei natural prevaleceria então sobre a ordem do rei.8
direitos fundamentais do homem. Os sofistas, seguidores de Sócrates (470 a.C. - 399
a.C.), o primeiro grande filósofo grego, questionaram
e) Histórico essa concepção de lei natural, pois a lei estabelecida na
O surgimento dos direitos humanos está envolvido polis, fruto da vontade dos cidadãos, seria variável no
num histórico complexo no qual pesaram vários fatores: tempo e no espaço, não havendo que se falar num direi-
tradição humanista, recepção do direito romano, senso to imutável; ao passo que Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.),
comum da sociedade da Europa na Idade Média, tradi- que o sucedeu, estabeleceu uma divisão entre a justiça
ção cristã, entre outros5. Com efeito, são muitos os ele- positiva e a natural, reconhecendo que a lei posta pode-
mentos relevantes para a formação do conceito de direi- ria não ser justa9.
tos humanos tal qual perceptível na atualidade de forma Aristóteles10 argumenta: “lei particular é aquela que
que é difícil estabelecer um histórico linear do processo cada comunidade determina e aplica a seus próprios
de formação destes direitos. Entretanto, é possível apon- membros; ela é em parte escrita e em parte não escrita. A
tar alguns fatores históricos e filosóficos diretamente li- lei universal é a lei da natureza. Pois, de fato, há em cada
gados à construção de uma concepção contemporânea um alguma medida do divino, uma justiça natural e uma
de direitos humanos. injustiça que está associada a todos os homens, mesmo
naqueles que não têm associação ou pacto com outro”.
É a partir do período axial (800 a.C. a 200 a.C.), ou seja, Nesta linha, destaca-se o surgimento do estoicismo,
mesmo antes da existência de Cristo, que o ser humano doutrina que se desenvolveu durante seis séculos, desde
passou a ser considerado, em sua igualdade essencial, os últimos três séculos anteriores à era cristã até os pri-
como um ser dotado de liberdade e razão. Surgiam assim meiros três séculos desta era, mas que trouxe ideias que
os fundamentos intelectuais para a compreensão da pes- prevaleceram durante toda a Idade Média e mesmo além
soa humana e para a afirmação da existência de direitos dela. O estoicismo organizou-se em torno de algumas
universais, porque a ela inerentes. Durante este período ideias centrais, como a unidade moral do ser humano e a
que despontou a ideia de uma igualdade essencial en- dignidade do homem, considerado filho de Zeus e pos-
tre todos os homens. Contudo, foram necessários vinte e suidor, como consequência, de direitos inatos e iguais
cinco séculos para que a Organização das Nações Unidas em todas as partes do mundo, não obstante as inúmeras
- ONU, que pode ser considerada a primeira organização diferenças individuais e grupais11.
internacional a englobar a quase-totalidade dos povos Influenciado pelos estóicos, Cícero (106 a.C. - 43 a.C.),
da Terra, proclamasse, na abertura de uma Declaração um dos principais pensadores do período da jovem re-
Universal dos Direitos Humanos de 1948, que “todos os pública romana, também defendeu a existência de uma
homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”6. lei natural. Neste sentido é a assertiva de Cícero12: “a
No berço da civilização grega continuou a discussão razão reta, conforme à natureza, gravada em todos os
a respeito da existência de uma lei natural inerente a to- corações, imutável, eterna, cuja voz ensina e prescreve
dos os homens. As premissas da concepção de lei natural o bem, afasta do mal que proíbe e, ora com seus manda-
estão justamente na discussão promovida na Grécia anti- dos, ora com suas proibições, jamais se dirige inutilmen-
ga, no espaço da polis. Neste sentido, destaca Assis7 que, te aos bons, nem fica impotente ante os maus. Essa lei
originalmente, a concepção de lei natural está ligada não não pode ser contestada, nem derrogada em parte, nem
só à de natureza, mas também à de diké: a noção de jus- anulada; não podemos ser isentos de seu cumprimento
tiça simbolizada a partir da deusa diké é muito ampla e
8 SÓFOCLES. Édipo rei / Antígona. Tradução Jean Melville. São
abstrata, mas com a legislação passou a ter um conteú-
DIREITOS HUMANOS

Paulo: Martin Claret, 2003.


do palpável, de modo que a justiça deveria corresponder 9 ASSIS, Olney Queiroz. O estoicismo e o Direito: justiça, liberdade e
5 COSTA, Paulo Sérgio Weyl A. Direitos Humanos e Crítica Moderna. poder. São Paulo: Lúmen, 2002.
Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano XIII, n. 300, p. 27-29, jul. 10 ARISTÓTELES. Retórica. Tradução Marcelo Silvano Madeira. São
2009. Paulo: Rideel, 2007.
6 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos 11 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos
Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
7 ASSIS, Olney Queiroz. O estoicismo e o Direito: justiça, liberdade e 12 CÍCERO, Marco Túlio. Da República. Tradução Amador Cisneiros.
poder. São Paulo: Lúmen, 2002. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.

2
pelo povo nem pelo senado; não há que procurar para der do rei não tenha sido absoluto em certos momentos,
ela outro comentador nem intérprete; não é uma lei em como na dinastia Tudor. Havia um absolutismo de fato,
Roma e outra em Atenas, - uma antes e outra depois, mas não de Direito.
mas uma, sempiterna e imutável, entre todos os povos e Em geral, o absolutismo europeu foi marcado profun-
em todos os tempos”. damente pelo antropocentrismo, colocando o homem
Com a queda do Império Romano, iniciou-se o pe- no centro do universo, ocupando o espaço de Deus. Na-
ríodo medieval, predominantemente cristianista. Um dos turalmente, as premissas da lei natural passaram a ser
grandes pensadores do período, Santo Tomás de Aquino questionadas, já que geralmente se associavam à dimen-
(1225 d.C. -1274 d.C.)13, supondo que o mundo e toda a são do divino. A negação plena da existência de direi-
comunidade do universo são regidos pela razão divina e tos inatos ao homem implicava em conferir um poder
que a própria razão do governo das coisas em Deus fun- irrestrito ao soberano, o que gerou consequências que
damenta-se em lei, entendeu que existe uma lei eterna desagradavam a burguesia.
ou divina, pois a razão divina nada concebe no tempo e O príncipe, obra de Maquiavel (1469 d.C. - 1527 d.C.)
é sempre eterna. Com base nisso, Aquino14 chamou de considerada um marco para o pensamento absolutista,
lei natural “a participação da lei eterna na lei racional”. relata com precisão este contexto no qual o poder do
Sobre o conteúdo da lei natural, definiu Aquino (2005, p. soberano poderia se sobrepor a qualquer direito alega-
562) que “todas aquelas coisas que devem ser feitas ou damente inato ao ser humano desde que sua atitude ga-
evitadas pertencem aos preceitos da lei de natureza, que rantisse a manutenção do poder. Maquiavel17 considera
a razão prática naturalmente apreende ser bens huma- “na conduta dos homens, especialmente dos príncipes,
nos”. Logo, a lei natural determina o agir virtuoso, o que contra a qual não há recurso, os fins justificam os meios.
se espera do homem em sociedade, independentemente Portanto, se um príncipe pretende conquistar e manter o
da lei humana. poder, os meios que empregue serão sempre tidos como
Com a concepção medieval de pessoa humana é honrosos, e elogiados por todos, pois o vulgo atenta
que se iniciou um processo de elaboração em relação sempre para as aparências e os resultados”.
ao princípio da igualdade de todos, independentemente Os monarcas dos séculos XVI, XVII e XVIII agiam de
das diferenças existentes, seja de ordem biológica, seja forma autocrática, baseados na teoria política desenvol-
de ordem cultural. Foi assim, então, que surgiu o concei- vida até então que negava a exigência do respeito à Ética,
to universal de direitos humanos, com base na igualdade logo, ao direito natural, no espaço público. Somente num
essencial da pessoa15. momento histórico posterior se permitiu algum resgate
No processo de ascensão do absolutismo europeu, da aproximação entre a Moral e o Direito, qual seja o
a monarquia da Inglaterra encontrou obstáculos para se da Revolução Intelectual dos séculos XVII e XVIII, com
estabelecer no início do século XIII, sofrendo um revés. o movimento do Iluminismo, que conferiu alicerce para
Ao se tratar da formação da monarquia inglesa, em 1215 as Revoluções Francesa e Industrial - ainda assim a visão
os barões feudais ingleses, em uma reação às pesadas antropocentrista permaneceu, mas começou a se conso-
taxas impostas pelo Rei João Sem-Terra, impuseram-lhe lidar a ideia de que não era possível que o soberano im-
a Magna Carta. Referido documento, em sua abertura, pusesse tudo incondicionalmente aos seus súditos.
expõe a noção de concessão do rei aos súditos, estabe-
lece a existência de uma hierarquia social sem conceder Com efeito, quando passou a se questionar o concei-
poder absoluto ao soberano, prevê limites à imposição to de Soberano, ao qual todos deveriam obediência mas
de tributos e ao confisco, constitui privilégios à burguesia que não deveria obedecer a ninguém. Indagou-se se os
e traz procedimentos de julgamento ao prever concei- indivíduos que colocaram o Soberano naquela posição
tos como o de devido processo legal, habeas corpus e (pois sem povo não há Soberano) teriam direitos no re-
júri. Não que a carta se assemelhe a uma declaração de gime social e, em caso afirmativo, quais seriam eles. As
direitos humanos, principalmente ao se considerar que respostas a estas questões iniciam uma visão moderna
poucos homens naquele período eram de fato livres, mas do direito natural, reconhecendo-o como um direito que
ela foi fundamental naquele contexto histórico de falta acompanha o cidadão e não pode ser suprimido em ne-
de limites ao soberano16. A Magna Carta de 1215 insti- nhuma circunstância.18
tuiu ainda um Grande Conselho que foi o embrião para o Antes que despontassem as grandes revoluções que
Parlamento inglês, embora isto não signifique que o po- interromperam o contexto do absolutismo europeu, na
13 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo Inglaterra houve uma árdua discussão sobre a garantia
Vannucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García das liberdades pessoais, ainda que o foco fosse a prote-
Rodríguez. Coordenação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. ção do clero e da nobreza. Quando a dinastia Stuart ten-
Edição Joaquim Pereira. São Paulo: Loyola, 2005b. v. VI, parte II, tou transformar o absolutismo de fato em absolutismo
seção II, questões 57 a 122. de direito, ignorando o Parlamento, este impôs ao rei a
14 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo Petição de Direitos de 1948, que exigia o cumprimento
DIREITOS HUMANOS

Vannucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García


Rodríguez. Coordenação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira.
da Magna Carta de 1215. Contudo, o rei se recusou a
Edição Joaquim Pereira. São Paulo: Loyola, 2005b. v. VI, parte II, fazê-lo, fechando por duas vezes o Parlamento, sendo
seção II, questões 57 a 122. que a segunda vez gerou uma violenta reação que de-
15 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos 17 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. São
Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. Paulo: Martin Claret, 2007.
16 AMARAL, Sérgio Tibiriçá. Magna Carta: Algumas Contribuições 18 COSTA, Paulo Sérgio Weyl A. Direitos Humanos e Crítica
Jurídicas. Revista Intertemas: revista da Toledo. Presidente Prudente, Moderna. Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano XIII, n. 300, p.
ano 09, v. 11, p. 201-227, nov. 2006. 27-29, jul. 2009.

3
sencadeou uma guerra civil. Após diversas transições no Britânica, registrada na Declaração de Direitos do
trono inglês, despontou a Revolução Gloriosa que durou Homem e, posteriormente, na Declaração de Inde-
de 1688 até 1689, conferindo-se o trono inglês a Guilher- pendência. Após diversas batalhas, a Inglaterra re-
me de Orange, que aceitou a Declaração de Direitos - Bill conheceu a independência em 1783. Destacam-se
of Rights. alguns pontos do primeiro documento: o artigo I
Todo este movimento resultou, assim, nas garantias do referido documento assegura a igualdade de
expressas do habeas corpus e do Bill of Rights de 1698. todos de maneira livre e independente, conside-
Por sua vez, a instituição-chave para a limitação do poder rando esta como um direito inato; o artigo II es-
monárquico e para garantia das liberdades na sociedade tabelece que o poder pertence ao povo e que o
civil foi o Parlamento e foi a partir do Bill of Rights britâ- Estado é responsável perante ele; o artigo V pre-
nico que surgiu a ideia de governo representativo, ainda vê a separação dos poderes e o artigo VI institui
que não do povo, mas pelo menos de suas camadas su- a realização de eleições diretas, necessariamente.
periores19. A declaração americana estava mais voltada aos
Tais ideias liberais foram importantes como base para americanos do que à humanidade, razão pela qual
o Iluminismo, que se desencadeou por toda a Europa. a Revolução Francesa costuma receber mais desta-
Destaca-se que quando isso ocorreu, em meados do sé- que num cenário histórico global.
culo XVIII, se dava o advento do capitalismo em sua fase 2) Já a Revolução Francesa decorreu da incapacidade
industrial. O processo de formação do capitalismo e a do governo de resolver sua crise financeira, ascen-
ascensão da burguesia trouxeram implicações profundas dendo com isso a classe burguesa (sans-culottes),
no campo teórico, gerando o Iluminismo. sendo o primeiro evento de tal ascensão a Queda
O Iluminismo lançou base para os principais eventos da Bastilha, em 14 de julho de 1789, seguida por
que ocorreram no início da Idade Contemporânea, quais outros levantes populares. Derrubados os privilé-
sejam as Revoluções Francesa, Americana e Industrial. Ti- gios das classes dominantes, a Assembleia se reu-
veram origem nestes movimentos todos os principais fa- niu para o preparo de uma carta de liberdades, que
tos do século XIX e do início do século XX, por exemplo, a veio a ser a Declaração dos Direitos do Homem e
disseminação do liberalismo burguês, o declínio das aris- do Cidadão.21
tocracias fundiárias e o desenvolvimento da consciência Entre outras noções, tal documento previu: a liberda-
de classe entre os trabalhadores20. de e igualdade entre os homens quanto aos seus direitos
Jonh Locke (1632 d.C. - 1704 d.C.) foi um dos pen- (artigo 1º), a necessidade de conservação dos seus di-
sadores da época, transportando o racionalismo para a reitos naturais, quais sejam a liberdade, a propriedade,
política, refutando o Estado Absolutista, idealizando o a segurança e a resistência à opressão (artigo 2º); a li-
direito de rebelião da sociedade civil e afirmando que o mitação do direito de liberdade somente por lei (artigo
contrato entre os homens não retiraria o seu estado de 4º); o princípio da legalidade (artigo 7º); o princípio da
liberdade. Ao lado dele, pode ser colocado Montesquieu inocência (artigo 9º); a manifestação livre do pensamen-
(1689 d.C. - 1755 d.C.), que avançou nos estudos de Loc- to (artigos 10 e 11); e a necessária separação de poderes
ke e na obra O Espírito das Leis estabeleceu em definiti- (artigo 16).
vo a clássica divisão de poderes: Executivo, Legislativo e 3) Por sua vez, a Revolução Industrial, que começou
Judiciário. Por fim, merece menção o pensador Rousseau na Inglaterra, criou o sistema fabril, o que refor-
(1712 d.C. - 1778 d.C.), defendendo que o homem é na- mulou a vida de homens e mulheres pelo mundo
turalmente bom e formulando na obra O Contrato Social todo, não só pelos avanços tecnológicos, mas no-
a teoria da vontade geral, aceita pela pequena burguesia tadamente por determinar o êxodo de milhões de
e pelas camadas populares face ao seu caráter democrá- pessoas do interior para as cidades. Os milhares
tico. Enfim, estes três contratualistas trouxeram em suas de trabalhadores se sujeitavam a jornadas longas
obras as ideias centrais das Revoluções Francesa e Ame- e desgastantes, sem falar nos ambientes insalubres
ricana. Em comum, defendiam que o Estado era um mal e perigosos, aos quais se sujeitavam inclusive as
necessário, mas que o soberano não possuía poder divi- crianças. Neste contexto, surgiu a consciência de
no/absoluto, sendo suas ações limitadas pelos direitos classe22, lançando-se base para uma árdua luta pe-
dos cidadãos submetidos ao regime estatal. No entanto, los direitos trabalhistas.
Rousseau era o pensador que mais se diferenciava dos
dois anteriores, que eram mais individualistas e trouxe- Fato é que quanto maior a autonomia de vontade -
ram os principais fundamentos do Estado Liberal, porque buscada nas revoluções anteriores - melhor funciona o
defendia a entrega do poder a quem realmente estives- mercado capitalista, beneficiando quem possui maior
se legitimado para exercê-lo, pensamento que mais se número de bens. Assim, a classe que detinha bens, qual
aproxima da atual concepção de democracia. seja a burguesia, ampliou sua esfera de poder, enquanto
que o proletariado passou a ser vítima do poder eco-
DIREITOS HUMANOS

1) O primeiro grande movimento desencadeado foi a nômico. No Estado Liberal, aquele que não detém po-
Revolução Americana. Em 1776 se deu a indepen- der econômico fica desprotegido. O indivíduo da classe
dência das treze Colônias da América Continental 21 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do
19 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert
Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. E. Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.
20 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do 22 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert
E. Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. E. Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.

4
operária sozinho não tinha defesa, mas descobriu que ao vância internacional abrangendo a questão dos direitos
se unir com outros em situação semelhante poderia con- humanos. Em 26 de junho de 1945 foi assinada a carta de
quistar direitos. Para tanto, passaram a organizar greves. organização das Nações Unidas, que tem por fundamen-
Nasceu, assim, o direito do trabalho, voltado à prote- to o princípio da igualdade soberana de todos os estados
ção da vítima do poder econômico, o trabalhador. Parte- que buscassem a paz, possuindo uma Assembleia Geral,
-se do princípio da hipossuficiência do trabalhador, que um Conselho de Segurança, uma Secretaria, em Conse-
é o princípio da proteção e que gerou os princípios da lho Econômico e Social, um Conselho de Mandatos e um
primazia, da irredutibilidade de vencimentos e outros. Tribunal Internacional de Justiça25.
Nota-se que no campo destes direitos e dos demais Entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de
direitos econômicos, sociais e culturais não basta uma 1946 realizou-se o Tribunal de Nuremberg, ao qual foram
postura do indivíduo: é preciso que o Estado interfira e submetidos a julgamento os principais líderes nazistas,
controle o poder econômico. o principal argumento levantado foi o de que todas as
ações praticadas foram baseadas em ordens superiores,
Entre os documentos relevantes que merecem men- todas dotadas de validade jurídica perante a Constituição.
ção nesta esfera, destacam-se: Constituição do México Explica Lafer26: “No plano do Direito, uma das maneiras
de 1917, Constituição Alemã de Weimar de 1919 e Tra- de assegurar o primado do movimento foi o amorfismo
tado de Versalhes de 1919, sendo que o último instituiu jurídico da gestão totalitária. Este amorfismo reflete-se
a Organização Internacional do Trabalho - OIT (que emi- tanto em matéria constitucional quanto em todos os
tia convenções e recomendações) e pôs fim à Primeira desdobramentos normativos. A Constituição de Weimar
Guerra Mundial. nunca foi ab-rogada durante o regime nazista, mas a lei
No final do século XIX e no início de século XX, o de plenos poderes de 24 de março de 1933 teve não só
mundo passou por variadas crises de instabilidade diplo- o efeito de legalizar a posse de Hitler no poder como o
mática, posto que vários países possuíam condições su- de legalizar geral e globalmente as suas ações futuras.
ficientes para se sobreporem sobre os demais, resultado Dessa maneira, como apontou Carl Schmitt - escrevendo
dos avanços tecnológicos e das melhorias no padrão de depois da II Guerra Mundial -, Hitler foi confirmado no
vida da sociedade. Neste contexto, surgiram condições poder, tornando-se a fonte de toda legalidade positiva,
para a eclosão das duas Guerras Mundiais, eventos que em virtude de uma lei do Parlamento que modificou a
alteraram o curso da história da civilização ocidental. En- Constituição. Também a Constituição stalinista de 1936,
tre estas, destaca-se a Segunda Guerra Mundial, cujos completamente ignorada na prática, nunca foi abolida”.
eventos foram marcados pela desumanização: todos No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Ge-
com o devido respaldo jurídico perante o ordenamento ral das Nações Unidas elaborou a Declaração Universal
dos países que determinavam os atos. A teoria jurídica dos Direitos Humanos. Um dos principais pensadores
que conferiu fundamento a um Direito que aceitasse tan- que contribuiu para a Declaração Universal dos Direitos
tas barbáries, sem perder a sua validade, foi o Positivismo Humanos de 1948 foi Maritain27, que entendia que os di-
que teve como precursor Hans Kelsen, com a obra Teoria reitos humanos da pessoa como tal se fundamentam no
Pura do Direito. fato de que a pessoa humana é superior ao Estado, que
No entender de Kelsen23, a justiça não é a caracterís- não pode impor a ela determinados deveres e nem reti-
tica que distingue o Direito das outras ordens coercitivas rar dela alguns direitos, por ser contrário à lei natural. Em
porque é relativo o juízo de valor segundo o qual uma suma, para o filósofo o homem ético é fiel aos valores da
ordem pode ser considerada justa. Percebe-se que a Mo- verdade, da justiça e do amor, e segue a doutrina cristã
ral é afastada como conteúdo necessário do Direito, já para determinar seus atos: tais elementos determinam o
que a justiça é o valor moral inerente ao Direito. agir moral e levam à produção do bem na sociedade hu-
.A Segunda Guerra Mundial chegou ao fim somente manista integral.
em 1945, após uma sucessão de falhas alemãs, que im- Moraes28 lembra que a Declaração de 1948 foi a mais
pediram a conquista de Moscou, desprotegeram a Itália importante conquista no âmbito dos direitos humanos
e impossibilitaram o domínio da região setentrional da fundamentais em nível internacional, muito embora o
Rússia (produtora de alimentos e petróleo). Já o even- instrumento adotado tenha sido uma resolução, não
to que culminou na rendição do Japão foi o lançamento constituindo seus dispositivos obrigações jurídicas dos
das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. O mun- Estados que a compõem. O fato é que desse documento
do somente tomou conhecimento da extensão da tirania se originaram muitos outros, nos âmbitos nacional e in-
alemã quando os exércitos Aliados abriram os campos de ternacional, sendo que dois deles praticamente repetem
concentração na Alemanha e nos países por ela ocupa- e pormenorizam o seu conteúdo, quais sejam: o Pacto
dos, encontrando prisioneiros famintos, doentes e bruta-
lizados, além de milhões de corpos dos judeus, polone- 25 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E.
ses, russos, ciganos, homossexuais e traidores do Reich
DIREITOS HUMANOS

Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.


em geral, que foram perseguidos, torturados e mortos24. 26 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com
Vale ressaltar a constituição de um órgão que foi o o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. xdas Letras, 2009.
responsável por redigir o primeiro documento de rele- 27 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed.
23 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução João Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967.
Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 28 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria
24 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas,
E. Lerner e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. 1997.

5
Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto In- Lenza33 algumas questões sobre o histórico e a posição
ternacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, dos direitos e garantias fundamentais nestes documen-
ambos de 1966. tos:
- Constituição de 1824: foi o primeiro texto consti-
Ainda internacionalmente, após os pactos menciona- tucional desde a independência do Brasil. Foi ela-
dos, vários tratados internacionais surgiram. Nesta linha, borada por um Conselho de Estado, formado após
Piovesan29 apontou os seguintes documentos: Conven- a dissolução por Dom Pedro I da Assembleia Geral
ção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas Constituinte e Legislativa. Suas características mais
de Discriminação Racial, Convenção sobre a Eliminação marcantes foram o centralismo administrativo e
de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, político com a instituição de um Poder Moderador,
Convenção sobre os Direitos da Criança, Convenção so- o unitarismo e o absolutismo. Com efeito, o mode-
bre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Convenção lo proposto estava muito distante do Estado De-
contra a Tortura, etc. mocrático de Direito. No entanto, o texto, influen-
Ao lado do sistema global surgiram os sistemas re- ciado pela revolução Francesa, estabeleceu um rol
gionais de proteção, que buscam internacionalizar os de direitos civis e políticos que se perpetuou nas
direitos humanos no plano regional, em especial na Eu- Constituições seguintes, apesar de ter mantido o
ropa, na América e na África30. Resultou deste processo sistema da escravidão. O marco para a necessidade
a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de de uma nova Constituição foi o Decreto nº 1 de
São José da Costa Rica) de 1969. 1889: regulamentou o primeiro governo provisório
No âmbito nacional, destacam-se as positivações nos da República.
textos das Constituições Federais. Afinal, como explica
Lafer31, a afirmação do jusnaturalismo moderno de um - Constituição de 1891: foi a primeira Constituição
direito racional, universalmente válido, gerou implica- republicana, influenciada pela norteamericana,
ções relevantes na teoria constitucional e influenciou o adotando o federalismo e o presidencialismo. O
processo de codificação a partir de então. Embora mui- estabelecimento da tripartição de poderes é com-
tos direitos humanos também se encontrem nos textos patível com as diretivas de direitos humanos que
constitucionais, aqueles não positivados na Carta Magna viriam a se sagrar. A declaração de direitos tam-
também possuem proteção porque o fato de este direito bém foi aprimorada, extinguindo-se as penas de
não estar assegurado constitucionalmente é uma ofensa galés, banimento e morte (salvo tempo de guerra);
à ordem pública internacional, ferindo o princípio da dig- mantendo-se a proteção das clássicas liberdades
nidade humana. civis e políticas, mas nada falando sobre direitos
dos trabalhadores. Foi o primeiro texto constitu-
f) Documentos históricos brasileiros cional a trazer um remédio constitucional, o habe-
Primeiramente, quanto aos documentos históricos, as corpus. Após a revolução de 1930 se encerrou a
tem-se que estes são registros que comprovam fatos primeira fase da República e instituído um segun-
importantes ocorridos em determinado período utiliza- do governo provisório que levou Getúlio Vargas ao
dos para edificar a sucessão dessas ações a partir de uma poder (Decreto nº 19.398 de 1930), pressuposto
lógica elaborada por historiadores32. Quando se fala em para o seguinte texto constitucional.
documentos históricos brasileiros associados aos direi-
tos humanos, três sentidos podem ser depreendidos: um - Constituição de 1934: Em destaque, o abalo dos
primeiro se refere à posição dos direitos humanos nos ideais do liberalismo econômico e da democracia
textos constitucionais que precederam os de 1988, um liberal da Constituição de 1891. O texto foi influen-
segundo às leis específicas que foram elaboradas e não ciado pela Constituição de Weimar da Alemanha
estão mais vigentes e que contribuíram para a solidifica- de 1919, trazendo a perspectiva de um Estado so-
ção de direitos humanos, e um terceiro aos documentos cial de Direito. Foram mantidos os direitos clássi-
elaborados pelo Estado - alguns de caráter confidencial cos, mas inseridos títulos sobre a ordem econô-
- que constituem relatos pertinentes à violação dos direi- mica e social, a segurança nacional e a família, a
tos humanos. educação e a cultura. Pela primeira vez foram pre-
vistos o mandado de segurança e a ação popular,
1. Evolução dos textos constitucionais bem como constitucionalizados o voto secreto e o
feminino.
Pouco a pouco os textos constitucionais evoluíram
até que chegássemos à Constituição Federal de 1988, - Constituição de 1937: a Constituição de 1937 foi
que confere a mais ampla proteção dos direitos huma- outorgada por Getúlio Vargas influenciada por
nos entre todas as Constituições anteriores. Extrai-se de ideais autoritários e fascistas, instalando a ditadu-
DIREITOS HUMANOS

29 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional


ra (Estado Novo) após eventos como a intentona
Internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. comunista e a divulgação de rumores de um golpe
30 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional de Estado pelos comunistas. Em busca de apoio
Internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. popular, trouxe direitos trabalhistas como o salário
31 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com mínimo. Embora a tripartição fosse mantida, o po-
o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
32 WEHLING, Arno. Documentos históricos do Brasil. Rio de Janeiro: 33 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
Editora Nova Aguilar, 1999. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

6
der de fato ficou centralizado no Executivo. Não se 3. Documentos governamentais sobre direitos hu-
repetiu a menção do mandado de segurança e da manos
ação popular, não se tratou dos princípios da irre-
troatividade da lei e da reserva legal, restringindo- Como se percebeu no estudo da evolução dos textos
-se também a liberdade de expressão. Aceitou-se a constitucionais, o Brasil passou por períodos de violação
pena de morte para crimes políticos e de homicídio de direitos humanos, nos quais muitos registros foram
por motivo fútil ou com extremos de perversidade. omitidos. Neste sentido, instituiu-se a Comissão Nacio-
Em resumo, liberdades civis e políticas antes decla- nal da Verdade que, por meio da análise de documentos
radas foram limitadas em prol do regime ditatorial. históricos antes considerados sigilosos, pretende trazer
às claras graves violações de direitos humanos cometi-
- Constituição de 1946: Após o fim da 2ª Guerra das por agentes do Estado ou pessoas a seu serviço, es-
Mundial e movimentos internos como o Manifesto pecialmente no período de 1964 a 1988, promovendo o
dos Mineiros, Getúlio Vargas caiu. Com a Constitui- mapeamento e o esclarecimento dos casos de torturas,
ção de 1946, o país foi, “redemocratizado”, já que mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de ca-
essa constituição restaurou os direitos e garantias dáveres.
individuais, sendo estes, até mesmo ampliados,
do mesmo modo que os direitos sociais. O man- g) Institucionalização dos direitos e garantias fun-
dado de segurança e a ação popular foram reto- damentais
mados, assegurou-se a inafastabilidade do Poder Prosseguindo com o estudo, destaca-se que os di-
Judiciário, vedaram-se penas de morte, banimen- reitos e garantias fundamentais tomam por base os direi-
to, confisco e perpétuas, reconheceu-se o direito tos humanos reconhecidos no âmbito internacional. Com
de greve. No ano de 1964 se deu o golpe militar, efeito, após o processo de internacionalização dos direitos
promulgando-se atos institucionais que alteraram humanos vieram o de regionalização de tais direitos e o de
a ordem constitucional. incorporação, transpondo-as para o ordenamento interno.
Com efeito, quando se fala em institucionalização dos
- Constituição de 1967: concentrou o poder no âm- direitos e garantias fundamentais, refere-se ao modo
bito federal, sendo a separação de poderes quase pelo qual a Constituição brasileira disciplina a os direitos
uma formalidade. Assegurou-se a possibilidade de e garantias fundamentais.
suspensão de direitos políticos por 10 anos, mas O principal fator que influenciou o tratamento da te-
direitos dos trabalhadores foram definidos com mática é o fato de que a Constituição de 1988 demarcou
maior eficácia. O Ato Institucional nº 5 de 1968 o processo de democratização do Brasil, consolidando
foi um marco a parte, perdurando por 10 anos, a ruptura com o regime autoritário militar instalado em
trazendo uma plena centralização no Poder Exe- 1964. Após um longo período de 21 anos, o regime mili-
cutivo, permitindo-se o fechamento do Congresso tar ditatorial no Brasil caiu, deflagrando-se num processo
Nacional, a declaração de intervenções, o confisco democrático. As forças de oposição foram beneficiadas
de bens, a declaração de estado de sítio; a suspen- neste processo de abertura, conseguindo relevantes
são do habeas corpus; e a exclusão da apreciação conquistas sociais e políticas. Este processo culminou na
do Judiciário dos atos praticados com base no ato. Constituição de 198834.
“A luta pela normalização democrática e pela con-
- Constituição de 1969 (Emenda Constitucional): quista do Estado de Direito Democrático começará assim
em verdade, tratou-se de manifestação de um que instalou o golpe de 1964 e especialmente após o
novo poder constituinte originário. Manteve em AI5, que foi o instrumento mais autoritário da história
vigor o AI nº 5, somente dissolvido em 1978 no go- política do Brasil. Tomará, porém, as ruas, a partir da elei-
verno Geisel. Era o início da redemocratização. Em ção de Governadores em 1982. Intensificar-se-á, quando,
destaque, o movimento Diretas Já no ano de 1983, no início de 1984, as multidões acorreram entusiásticas e
que embora não tenha conseguido revogar o voto ordeiras aos comícios em prol da eleição direta do Presi-
indireto gerou pressão para que um civil fosse elei- dente da República, interpretando o sentimento da Na-
to após 20 anos de ditadura militar, quem seja Tan- ção, em busca do reequilíbrio da vida nacional, que só
credo Neves, falecido sem assumir o governo pois poderia consubstanciar-se numa nova ordem constitu-
adoeceu na véspera da posse. José Sarney assumiu cional que refizesse o pacto político-social”35.
o primeiro governo civil no seu lugar e convocou A atual Constituição institucionaliza a instauração de
a constituinte que deu origem ao texto de 1988. um regime político democrático no Brasil, além de in-
troduzir indiscutível avanço na consolidação legislativa
2. Algumas leis específicas relevantes dos direitos e garantias fundamentais e na proteção dos
grupos vulneráveis brasileiros. Assim, a partir da Cons-
São inúmeras as leis específicas que no decorrer da tituição de 1988 os direitos humanos ganharam relevo
DIREITOS HUMANOS

história brasileira marcaram as perspectivas que surgi- extraordinário, sendo este documento o mais abrangen-
riam sobre direitos humanos, por exemplo: Lei de Extin- te e pormenorizado de direitos humanos já adotado no
ção do Tráfico Negreiro no Brasil de 1850; Lei do Ventre Brasil36.
Livre de 1871, tornando livres os filhos de escravas; Lei 34 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e direito constitucional
dos Sexagenários de 1885, libertando escravos que por internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
sua idade não tinham mais valor; Lei Áurea de 1888, li- 35 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
bertando todos os escravos; etc. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
36 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e direito constitucional

7
Piovesan37 lembra que o texto de 1988 inova ao disci- Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou
plinar primeiro os direitos e depois questões relativas ao plena, é possível conceituar dignidade da pessoa huma-
Estado, diferente das demais, o que demonstra a priori- na como o principal valor do ordenamento ético e, por
dade conferida a estes direitos. Logo, o Estado não existe consequência, jurídico que pretende colocar a pessoa
para o governo, mas sim para o povo. humana como um sujeito pleno de direitos e obriga-
O tópico anterior permitiu perceber que a Constitui- ções na ordem internacional e nacional, cujo desrespeito
ção brasileira está arraigada no ideário dos direitos hu- acarreta a própria exclusão de sua personalidade.
manos, o que torna o Brasil um país muito receptivo ao O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,
processo de internacionalização de tais direitos, sendo do Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante
signatário da grande maioria dos tratados de direitos conceito numa das decisões que relatou: “a dignidade
humanos relevantes. Neste sentido, a Carta de 1988 é a consiste na percepção intrínseca de cada ser humano a
primeira Constituição brasileira a elencar a prevalência respeito dos direitos e obrigações, de modo a assegurar,
dos direitos humanos como princípio regente nas rela- sob o foco de condições existenciais mínimas, a partici-
ções internacionais que estabeleça38. pação saudável e ativa nos destinos escolhidos, sem que
O preâmbulo do texto constitucional é apenas uma isso importe destilação dos valores soberanos da demo-
prévia do que está por vir, isto é, de um rol extremamen- cracia e das liberdades individuais. O processo de valo-
te detalhado de direitos e garantias fundamentais asse- rização do indivíduo articula a promoção de escolhas,
guradas à pessoa humana abrangendo todas as dimen-
posturas e sonhos, sem olvidar que o espectro de abran-
sões de direitos humanos: “Nós, representantes do povo
gência das liberdades individuais encontra limitação em
brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte
outros direitos fundamentais, tais como a honra, a vida
para instituir um Estado Democrático, destinado a asse-
gurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a li- privada, a intimidade, a imagem. Sobreleva registrar que
berdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimen- essas garantias, associadas ao princípio da dignidade da
to, a igualdade e a justiça como valores supremos de pessoa humana, subsistem como conquista da humani-
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconcei- dade, razão pela qual auferiram proteção especial con-
tos, fundada na harmonia social e comprometida, na or- sistente em indenização por dano moral decorrente de
dem interna e internacional, com a solução pacífica das sua violação”39.
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a Para Reale40, a evolução histórica demonstra o do-
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO mínio de um valor sobre o outro, ou seja, a existência
BRASIL”. de uma ordem gradativa entre os valores; mas existem
Após, o texto constitucional é formado por expres- os valores fundamentais e os secundários, sendo que o
sões de cunho valorativo importantíssimo em termos de valor fonte é o da pessoa humana. Nesse sentido, são
proteção de direitos humanos consagrados, a exemplo: os dizeres de Reale41: “partimos dessa ideia, a nosso ver
cidadania (art. 1º, II); dignidade da pessoa humana (art. básica, de que a pessoa humana é o valor-fonte de todos
1º, III); sociedade livre, justa e solidária (art. 3º, I); bem de os valores. O homem, como ser natural biopsíquico, é
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade apenas um indivíduo entre outros indivíduos, um ente
e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, IV); animal entre os demais da mesma espécie. O homem,
prevalência dos direitos humanos (art. 4º, II); inviolabili- considerado na sua objetividade espiritual, enquanto
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu- ser que só realiza no sentido de seu dever ser, é o que
rança e à propriedade (art. 5º, caput); direitos sociais (art. chamamos de pessoa. Só o homem possui a dignidade
6º, caput); soberania popular (art. 14, caput); etc. originária de ser enquanto deve ser, pondo-se essencial-
Talvez a expressão mais relevante, se é que é possível mente como razão determinante do processo histórico”.
delimitar somente uma, seja a dignidade da pessoa hu- A abertura da Constituição brasileira a valores e prin-
mana, que acaba por englobar todas as demais. Assim, cípios sustentada no princípio da dignidade da pessoa
reconhece-se a pessoa humana enquanto ser digno, aos humana confere novo sentido à ordem jurídica, rompen-
quais são garantidos direitos e deveres fundamentais, e
do com as barreiras do positivismo (artigo 1º, III, CF).
isto abre espaço para compreender o Direito apenas ten-
Na fase Positivista, os princípios entravam nos Có-
do em vista ditames éticos.
digos apenas como válvulas de segurança, eram me-
h) Dignidade da pessoa humana ras pautas programáticas supralegais, não possuindo
A dignidade da pessoa humana é o valor-base de in- normatividade; ao passo que na fase Pós-positivista, as
terpretação de qualquer sistema jurídico, internacional Constituições destacam a hegemonia axiológica dos
ou nacional, que possa se considerar compatível com princípios, transformando-os em pedestal normativo
os valores éticos, notadamente da moral, da justiça e da que dá base a todo edifício jurídico dos novos sistemas
democracia. Pensar em dignidade da pessoa humana constitucionais42. Esta fase Pós-positivista, da nova her-
significa, acima de tudo, colocar a pessoa humana como
DIREITOS HUMANOS

39 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n.


centro e norte para qualquer processo de interpretação 259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fontan
jurídico, seja na elaboração da norma, seja na sua apli- Pereira. Brasília, 05 de setembro de 2012j1. Disponível em: www.tst.
cação. gov.br. Acesso em: 17 nov. 2012.
internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 40 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
37 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e direito constitucional 2002.
internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 41 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
38 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e direito constitucional 2002.
internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 42 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. São

8
menêutica constitucional, somente ganhou forma devido 1955; etc. São inúmeros os documentos internacionais
à Constituição de 1988. voltados à proteção dos direitos humanos, algum de ca-
ráter genérico, outros de caráter específico.
i) Organização das Nações Unidas
Após a ruptura com o sistema positivista diante das A Liga das Nações funcionou de 1920 a 1946, dissol-
consequências da 2ª Guerra Mundial, compreendeu-se a vida na sua 21ª sessão e tendo seus bens transferidos à
necessidade de se criar um sistema de proteção interna- ONU, encerradas as contas da comissão de liquidação
cional de direitos humanos, mas não bastava um resgate em 1947. A Liga das Nações possuía dois organismos au-
das premissas da lei natural: seria preciso garantir segu- tônomos, a Organização Internacional do Trabalho - OIT,
rança jurídica para que situações semelhantes às atroci- criada pelo Tratado de Versalhes, e a Corte Permanente
dades do pós-guerra jamais se repetissem. de Justiça Internacional - CPJI, cujo estatuto foi elabora-
Com efeito, tal a proteção internacional dos direitos do em 1920, as quais remanescem, embora a segunda
humanos sagra-se, inicialmente, na instituição de um sis- com outra nomenclatura e estatuto44.
tema global de proteção que associou a criação de uma No ano de 1944, em Dumbarton Oaks, realizou-se
organização internacional com fins de manutenção da uma conferência visando constituir a nova organização,
paz, qual seja a Organização das Nações Unidas, com a preparando-se proposições iniciais a respeito dela. Em
elaboração de documentos declaratórios de direitos hu- fevereiro de 1945, Churchill, Stalin e Roosevelt resolve-
manos, sendo o primeiro a Declaração Universal de Direi- ram os últimos pontos a respeito da nova organização,
decidindo-se, ainda, pela convocação de uma confe-
tos Humanos de 1948.
rência na cidade de São Francisco no dia 25 de abril do
Pouco a pouco tal sistema foi se ampliando, seja pela
mesmo ano. A Conferência de São Francisco, oficialmen-
inclusão de novos membros à Organização das Nações
te denominada Conferência das Nações Unidas para a
Unidas, tornando mais ampla sob o aspecto territorial
Organização Internacional, estava aberta às Nações Uni-
a proteção da pessoa humana, seja pela elaboração de
das que lutaram contra as potências do Eixo (Japão, Itália
outros documentos internacionais voltados tanto para
e Alemanha)45. “O novo organismo somente seria eficaz
as pessoas abstrata e genericamente concebidas quanto
caso contasse com a aprovação das grandes potências.
para aquelas que façam parte de grupos vulneráveis na No entanto, ele não poderia restringir-se tão somente
sociedade. aos grandes Estados, pois seria o oposto ao espírito uni-
Não obstante, a Organização das Nações Unidas des- versalista apresentado como base da nova organização
de suas origens reconheceu a importância do estabele- internacional”46.
cimento de sistemas regionais de proteção de direitos “Até a fundação das Nações Unidas, em 1945, não
humanos, sagrando a proteção internacional com respei- era seguro afirmar que houvesse, em Direito Internacio-
to às particularidades sociais, econômicas e culturais de nal Público, preocupação consciente e organizada sobre o
cada região do planeta. tema dos direitos humanos. De longa data alguns tratados
O sistema global de proteção estabelece-se notada- avulsos cuidaram, incidentalmente, de proteger certas mi-
mente no âmbito da Organização das Nações Unidas, norias dentro do contexto de sucessão de Estados”47.
primeira e mais importante organização internacional no A Carta da ONU entrou em vigor no dia 24 de outu-
processo de internacionalização dos direitos humanos. bro de 1945 quando efetuado o depósito dos instrumen-
Ela foi criada em 1945 para manter a paz e a segurança tos de ratificação dos membros permanentes do Con-
internacionais, bem como promover relações de amizade selho de Segurança e da maioria dos outros signatários.
entre as nações, cooperação internacional e respeito aos Após isso, muitos países ingressaram na ONU. Por isso,
direitos humanos43. Ao lado da Declaração Universal dos os membros podem ser divididos entre originários e ad-
Direitos Humanos de 1948, a Carta das Nações Unidas de mitidos, não havendo diferenças entre direitos e deveres
1945 é considerada um dos principais marcos à concep- em relação a eles48.
ção contemporânea de direitos humanos. Assim, a Organização das Nações Unidas foi criada
No entanto, muitos outros documentos compõem a em 1945 para manter a paz e a segurança internacio-
estrutura normativa de proteção dos direitos humanos nais, bem como promover relações de amizade entre as
no âmbito global. Em destaque: Pacto Internacional de nações, cooperação internacional e respeito aos direitos
Direitos Civis e Políticos de 1966; Pacto Internacional dos humanos49.
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966; Estatuto Dos artigos 3º e 4º extrai-se a distinção entre os
de Roma de 1998; Convenção sobre a eliminação de to- membros originários, quais sejam os que participaram
das as formas de discriminação contra a mulher de 1979; da Conferência das Nações Unidas sobre a Organiza-
Declaração sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra
a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desuma- 44 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
nos ou Degradantes de 1975; Convenção contra a Tor-
45 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
tura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos
DIREITOS HUMANOS

Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.


ou Degradantes de 1984; Convenção Internacional sobre 46 SEITENFUS, Ricardo. Manual das organizações internacionais. 5.
os Direitos da Criança de 1989; Convenção das Nações ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008
Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência de 47 REZEK, J. F. Direito Internacional Público: curso elementar. 8. ed.
2006; Regras Mínimas para o Tratamento dos Reclusos de São Paulo: Saraiva, 2000.
48 REZEK, J. F. Direito Internacional Público: curso elementar. 8. ed.
Paulo: Malheiros, 2011. São Paulo: Saraiva, 2000.
43 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direito 49 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direito
Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

9
ção Internacional em 1945 ou assinaram a Declaração acordo com esses princípios em tudo quanto for
das nações Unidas de 1942, e os membros aceitos, isto necessário à manutenção da paz e da segurança
é, os que se comprometerem à obrigações da Carta e internacionais;
forem aceitos pela Assembleia Geral após recomenda- - Nenhum preceito da Carta autoriza as Nações Uni-
ção do Conselho de Segurança. Vale lembrar que não há das a intervir em assuntos que são essencialmente
qualquer distinção entre tais membros, uma vez que o da alçada nacional de cada país”51.
artigo 2º da Carta consolida o princípio da igualdade
entre todos os membros, de modo que cada membro #FicaDica
das Nações Unidas tem a obrigação de respeitar todas
as diretivas da Carta de 1945 com boa-fé e de solucio- A expressão Direitos Humanos é utilizada
nar suas controvérsias internacionais prioritariamente de pela ONU desde 1949, mas os direitos huma-
modo pacífico50. O descumprimento dos preceitos da nos também podem ser chamado de direitos
Carta pode gerar suspensão ou, nos casos mais graves, morais, direitos naturais, dentre outros.
expulsão, mediante recomendação do Conselho de Se-
gurança à Assembleia Geral, conforme artigos 5º e 6º,
embora nunca tenham ocorrido na prática nenhuma das
hipóteses. Quanto aos propósitos (objetivos) e princípios ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
das Nações Unidas, extrai-se do próprio site da organi-
zação:
“As Nações Unidas são regidas por uma série de pro- Sempre que o Brasil se encontra em tempos de elei-
pósitos e princípios básicos aceitos por todos os Países- ções, os candidatos empunham a bandeira da democra-
-Membros da Organização. cia, sobem ao palanque e bradam em seus discursos in-
Os propósitos das Nações Unidas são: vocando o Estado Democrático de Direito, as vezes nem
- Manter a paz e a segurança internacionais; eles sabem o que estão dizendo.
- Desenvolver relações amistosas entre as nações; A ideia do Estado Democrático de Direito da maneira
- Realizar a cooperação internacional para resolver os como hoje é conhecido é em decorrência de um exten-
problemas mundiais de caráter econômico, social, so processo da evolução da forma como as sociedades
cultural e humanitário, promovendo o respeito aos foram se organizando ao longo dos séculos, como bem
direitos humanos e às liberdades fundamentais; lembrou a professora Terezinha Seixas em suas aulas
- Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos magnificamente ministradas no inicio do curso de gra-
povos para a consecução desses objetivos comuns. duação em Ciências Sociais e Jurídicas. Explanava a re-
ferida professora que as origens do Estado Democrático
As Nações Unidas agem de acordo com os seguintes de Direito é oriundo dos antigos povos gregos e seus
princípios: inesquecíveis pensadores, que já no século V a I a. C.
- A Organização se baseia no principio da igualdade dentre eles citava Sócrates, Platão e Aristóteles que criou
soberana de todos seus membros; a teoria do “Estado Ideal”, pensadores que refletiam so-
- Todos os membros se obrigam a cumprir de boa fé bre a melhor forma de organização da sociedade para o
os compromissos da Carta; atendimento do interesse comum.
- Todos deverão resolver suas controvérsias inter- Entretanto, foi no final do século XIX que as grandes
nacionais por meios pacíficos, de modo que não bases do Estado de Direito foram consolidadas.
sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça in- No término do século XVIII, observamos nos livros
ternacionais; de História a queda dos Estados absolutistas, modelo
- Todos deverão abster-se em suas relações interna- de Regime político que superou o modelo feudal e que
cionais de recorrer à ameaça ou ao emprego da concentrava todo o poder nas mãos dos reis soberanos,
força contra outros Estados; considerados representantes de Deus na Terra.
- Todos deverão dar assistência às Nações Unidas em Nos Estados absolutistas, os reis passavam a ter po-
qualquer medida que a Organização tomar em deres plenos, reunindo em suas mãos os Poderes Execu-
conformidade com os preceitos da Carta, absten- tivo, Legislativo e Judiciário, além do controle espiritual
do-se de prestar auxílio a qualquer Estado contra o dos súditos.
qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo Assim, eles, os reis, governavam de forma arbitrária
ou coercitivo; e despótica, gerando uma série de injustiças e desequilí-
- Cabe às Nações Unidas fazer com que os Estados brios sociais e prejudicando, sobretudo, os interesses de
que não são membros da Organização ajam de uma nova classe social que então ascendia – a burguesia.
O abuso de poder por parte do rei absolutista revol-
50 O mesmo artigo 2º traz interessante regra no artigo 6º: “A
tou a burguesia, classe econômica, política e social as-
DIREITOS HUMANOS

Organização fará com que os Estados que não são Membros das
Nações Unidas ajam de acordo com esses Princípios em tudo quanto
cendente na época, que buscaram novos modelos de
for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais”. organização social onde o poder do rei fosse restrito e
Trata-se de um dos poucos casos em que um tratado tem efeito controlado.
em relação aos terceiros Estados, como adverte Celso D. de
Albuquerque Mello (Curso de Direito Internacional Público. 14. ed.
São Paulo: Saraiva, 2000). Tal regra perde importância se considerado
que atualmente praticamente todos os países soberanos do globo 51 http://www.onu.org.br/conheca-a-onu/propositos-e-principios-
fazem parte das Nações Unidas. da-onu/

10
A revolução burguesa, segundo o professor José Job- Nas ultimas linhas demonstramos a transição do
son Arruda, culminou com o fim do absolutismo monár- mundo medieval para o mundo moderno, representada
quico e da política econômica mercantilista, onde a bur- pelo nascimento e pela queda dos Estados absolutistas,
guesia favorecida pelo crescimento econômico pretendia onde os fatos históricos contribuíram definitivamente
mais liberdade para ampliação dos negócios. para a consolidação do Estado moderno e de direitos
Alguns filósofos e teóricos passaram a refletir sobre naturais do ser humano, na geração do que hoje co-
as melhores formas de organização política e social que nhecemos como direitos humanos. Tais fatos históricos
poderiam ser adotadas para a proteção da coletividade e produziram documentos que até hoje fundamentam os
das liberdades individuais. direitos humanos no mundo.
Nestas reflexões refutaram a tese de que o poder po- Na Inglaterra, país que durante o século XVII foi palco
lítico derivaria de dádiva Divina, pois concluíram que o de importantes movimentos em defesa das liberdades
poder da sociedade deveria vir das pessoas que a for- individuais e contra arbitrariedades do Estado, dentre os
mavam. quais destacamos os seguintes:
Então, o homem, e somente ele, estaria incumbido I - Revolução Puritana, 1628
de descobrir quais seriam os direitos básicos de todo ser – Petition of Rights, que institui a necessidade de
humano e como deveria se organizar socialmente para aprovação parlamentar de tributos e a proibição
que esses direitos fossem respeitados. de punição de súditos sem amparo na lei;
Com essa racionalização dos direitos naturais, os II - Habeas Corpus Act – 1679, em proteção à liberda-
quais até então eram divinos, foram surgindo movimen- de e ao devido processo legal;
tos que reduziram o poder do rei absolutista. III - Revolução Gloriosa – 1689 – Bill of Rights, obriga-
Além de outros embasamentos para os direitos na- toriedade de aprovação das leis pelo Parlamento,
turais do homem e aqueles fundamentados meramente garantia de liberdade religiosa.
na fé e em Deus acelerou o rompimento definitivo entre
Estado e religião. Aproveitando a maré de reviravoltas que ecoavam da
Foi aí que surgiu o conceito de jusnaturalismo, ou metrópole, os Estados Unidos da América declararam,
seja, de que existem direitos que são naturais ao homem em 1776, sua independência, afirmando em sua Carta de
e que fluem da própria natureza humana os direitos bási- Independência valores como os da igualdade de todos
cos para que o ser humano pudesse viver de forma digna. os homens e a existência de certos direitos inalienáveis,
como a vida, a liberdade e a busca pela felicidade.
Dentre os filósofos e teóricos que se destacaram na
Mas o marco principal e mais significativo aconteci-
procura dos direitos naturais e irrenunciáveis do homem,
mento histórico na edificação dos direitos humanos e
convém destacar alguns que ofereceram suas contribui-
consequentemente do direito, foi a Revolução Francesa
ções, cujas ideias permanecem atuais.
de 1789, da qual derivou a Declaração dos Direitos do
Thomas Hobbes defendia, já em 1651, que somen- Homem e do Cidadão, um dos principais documentos
te o direito de amparar-se a si mesmo era irrenunciável, históricos que marcam o início do Estado moderno. A
sendo todos os outros direitos decorrentes deste, o que Declaração de 1789 assegurava que “todos os homens
serviu de fundamento à reivindicação das duas conquis- são iguais pela natureza e perante a lei” e que “a finali-
tas fundamentais do mundo moderno no campo político: dade da sociedade é a felicidade comum – o governo é
o princípio da tolerância religiosa e o da limitação dos instituído para garantir a fruição de seus direitos naturais
poderes do Estado. Desses princípios nasceu de fato o e imprescritíveis. Esses direitos são a liberdade, a segu-
Estado liberal moderno. rança e a propriedade”
Já John Locke, teórico do liberalismo, destacava três Já Hans Kelsen, no século XX, também conceituou o
direitos naturais básicos: a liberdade, a propriedade e Estado como sujeito artificial como a personalização da
a vida, defendendo, até mesmo, o direito de qualquer ordem jurídica, e como a lei passa a ter a partir de en-
povo destituir o poder que não garantisse tais direitos. tão um papel essencial na organização das sociedades,
Jean - Jacques Rousseau, em fins do século XVIII de- sendo o instrumento por meio do qual o poder do povo
fendia que todos os homens nascem livres, e a liberdade se manifesta e que vincula a todos de forma igualitária:
faz parte da natureza do homem e os direitos inaliená- governantes e governados são igualmente sujeitos às
veis do homem seriam a garantia equilibrada da igualda- determinações da lei.
de e da liberdade, é dele também aquela idéia de que a A lei passa a representar a vontade dos cidadãos, pois
organização social deve basear-se em um contrato social a partir do comportamento destes que influencia o de-
firmado entre todos os cidadãos que compõem a socie- senvolvimento das sociedades, devendo assim por todos
dade e a partir do contrato social surgiu a vontade geral ser respeitada, não importando a sua condição, implican-
que é soberana e que objetiva a realização do bem geral. do finalmente a ideia de Estado de Direito.
Charles de Montesquieu (1748) contribuiu com essa O Estado de Direito nos dias atuais tem um significa-
DIREITOS HUMANOS

racionalização quando lançou as sementes da ideia de do de fundamental importância no desenvolvimento das


sociedades, após um amplo processo de afirmação dos di-
separação dos poderes (tripartição das funções do Es-
reitos humanos, sendo um dos fundamentos essenciais de
tado), obra de importância fundamental na defesa dos
organização das sociedades políticas do mundo moderno.
direitos individuais: “existem as leis da natureza, assim
Mesmo assim continuamos no Século XXI com o ob-
chamadas porque decorrem unicamente de nosso ser.
jetivo de buscarmos mecanismos de aperfeiçoamentos
Para conhecê-las bem é preciso considerar o homem an-
para o modelo do Estado para que o mesmo atinja o
tes do estabelecimento das sociedades” .

11
quanto antes o equilíbrio entre a liberdade e igualda-
de dos seres humanos e possa proporcionar o ideal de #FicaDica
oportunidades de desenvolvimento com saúde, seguran-
ça, habitações dignas, educação para todos. O direito de asilo não poderá ser invocado
em casos que o indivíduo seja processado
Fonte: http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=re- por crime comum ou por atos contrários
vista_artigos_leitura&artigo_id=10143 aos propósitos e princípios da ONU.

#FicaDica
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
Respeito aos direitos humanos, garantia aos HUMANOS;
direitos individuais e coletivos, aos direitos
sociais, direitos políticos, são objetivos do
estado Democrático de Direito. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HU-
MANOS

Adotada e proclamada pela Resolução n° 217 A (III) da


DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA; Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro
de 1948

Cidadania é a tomada de consciência de seus direitos, Preâmbulo


tendo como contrapartida a realização dos deveres. Isso O preâmbulo é um elemento comum em textos cons-
implica no efetivo exercício dos direitos civis, políticos e titucionais. Em relação ao preâmbulo constitucional, Jor-
socioeconômicos, bem como na participação e contri- ge Miranda52 define: “[...] proclamação mais ou menos
buição para o bem-estar da sociedade. A cidadania deve solene, mais ou menos significante, anteposta ao arti-
ser entendida como processo contínuo, uma construção culado constitucional, não é componente necessário de
coletiva, significando a concretização dos direitos huma- qualquer Constituição, mas tão somente um elemento
nos. natural de Constituições feitas em momentos de ruptura
Cidadão é todo aquele que participa, colabora e ar- histórica ou de grande transformação político-social”. Do
gumenta sobre as bases do direito, ou seja, é um agente conceito do autor é possível extrair elementos para de-
atuante que exerce seus direitos e deveres. Ser cidadão finir o que representam os preâmbulos em documentos
implica em não se deixar oprimir nem subjugar, mas en- internacionais: proclamação dotada de certa solenidade
frentar o desafio para defender e exercer seus direitos. e significância que antecede o texto do documento inter-
Direitos Humanos são valores, princípios e normas nacional e, embora não seja um elemento necessário a
que se referem ao respeito à vida e à dignidade. A ex- ele, merece ser considerada porque reflete o contexto de
pressão refere-se a organizações, grupos e pessoas que ruptura histórica e de transformação político-social que
atuam na defesa desse ideário. Os direitos humanos es- levou à elaboração do documento como um todo. No
tão consagrados em declarações, convenções e pactos caso da Declaração de 1948 ficam evidentes os antece-
internacionais, sendo a referência maior a Declaração dentes históricos inerentes às Guerras Mundiais.
Universal dos Direitos Humanos. A Constituição do Brasil Considerando que o reconhecimento da dignidade ine-
se compromete no artigo 1º, à prevalência dos direitos rente a todos os membros da família humana e de seus
humanos nas relações internacionais e, no art. 5º e os direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade,
seguintes, definem os direitos e garantias fundamentais. da justiça e da paz no mundo,
Democracia significa governo do povo, assegurada O princípio da dignidade da pessoa humana, pelo
pelo gozo dos direitos de cidadania. Assim, quando há qual todos os seres humanos são dotados da mesma
isonomia, ou seja, igualdade diante da lei, há democracia. dignidade e para que ela seja preservada é preciso que
A visão clássica de democracia é assentada nos princípios os direitos inerentes à pessoa humana sejam garantidos,
da participação coletiva e igualdade de todos, frente ao já aparece no preâmbulo constitucional, sendo guia de
sistema de representação política e de igualdade perante todo documento.
a lei. O art. 1º da Constituição do Brasil afirma a demo- Denota-se, ainda, a característica da inalienabilidade
cracia formalmente, definindo como seus fundamentos a dos direitos humanos, pela qual os direitos humanos não
soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são
os valores sociais do trabalho, da livre iniciativa e o plu- intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora
ralismo político. do comércio, o que evidencia uma limitação do princípio
DIREITOS HUMANOS

da autonomia privada.
Fonte: Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos di-
http://visaohumanistica.blogspot.com.br/2011/03/ reitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultraja-
conceitos-basicos.html ram a consciência da Humanidade e que o advento de um
mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra,
52 MIRANDA, Jorge (Coord.). Estudos sobre a constituição.
Lisboa: Petrony, 1978.

12
de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo
necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração das Nações Unidas, no qual há representatividade de to-
do homem comum, dos os membros e por onde passam inúmeros tratados
A humanidade nunca irá esquecer das imagens vistas internacionais.
quando da abertura dos campos de concentração na-
zistas, nos quais os cadáveres esqueléticos do que não Artigo I
eram considerados seres humanos perante aquele regi- Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade
me político se amontoavam. Aquelas pessoas não eram e direitos. São dotadas de razão e consciência e de-
consideradas iguais às demais por possuírem alguma ca- vem agir em relação umas às outras com espírito de
racterística, crença ou aparência que o Estado não apoia- fraternidade.
va. Daí a importância de se atentar para os antecedentes O primeiro artigo da Declaração é altamente repre-
históricos e compreender a igualdade de todos os ho- sentativo, trazendo diversos conceitos chaves de todo o
mens, independentemente de qualquer fator. documento:
Considerando essencial que os direitos humanos se- a) Princípios da universalidade, presente na palavra
jam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem todos, que se repete no documento inteiro, pelo
não seja compelido, como último recurso, à rebelião con- qual os direitos humanos pertencem a todos e por
tra tirania e a opressão, isso se encontram ligados a um sistema global
Por todo o mundo se espalharam, notadamente du- (ONU), o que impede o retrocesso.
rante a Segunda Guerra Mundial, regimes totalitários al- Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta
tamente opressivos, não só por parte das Potências do a igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar
Eixo (Alemanha, Itália, Japão), mas também no lado dos esta igualdade de forma a ser possível que todo homem
Aliados (Rússia e o regime de Stálin). atinja um grau satisfatório de dignidade. Neste sentido,
Considerando essencial promover o desenvolvimento as discriminações legais asseguram a verdadeira igual-
de relações amistosas entre as nações, dade, por exemplo, com as ações afirmativas, a proteção
Depois de duas grandes guerras a humanidade con- especial ao trabalho da mulher e do menor, as garan-
seguiu perceber o quanto era prejudicial não manter re- tias aos portadores de deficiência, entre outras medidas
lações amistosas entre as nações, de forma que o ideal que atribuam a pessoas com diferentes condições, iguais
de paz ganhou uma nova força. possibilidades, protegendo e respeitando suas diferen-
Considerando que os povos das Nações Unidas rea- ças.53
firmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos funda- b) Princípio da dignidade da pessoa humana: a dig-
mentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na nidade é um atributo da pessoa humana, segundo
igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que o qual ela merece todo o respeito por parte dos
decidiram promover o progresso social e melhores condi-
Estados e dos demais indivíduos, independente-
ções de vida em uma liberdade mais ampla,
mente de qualquer fator como aparência, religião,
Considerando que os Estados-Membros se compro-
sexualidade, condição financeira. Todo ser humano
meteram a desenvolver, em cooperação com as Nações
é digno e, por isso, possui direitos que visam ga-
Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e li-
berdades fundamentais e a observância desses direitos e rantir tal dignidade.
liberdades, c) Dimensões de direitos humanos: tradicionalmente,
Considerando que uma compreensão comum desses os direitos humanos dividem-se em três dimensões,
direitos e liberdades é da mais alta importância para o cada qual representativa de um momento histórico
pleno cumprimento desse compromisso, no qual se evidenciou a necessidade de garantir
Todos os países que fazem parte da Organização das direitos de certa categoria. A primeira dimensão,
Nações Unidas, tanto os 51 membros fundadores quanto presente na expressão livres, refere-se aos direitos
os que ingressaram posteriormente (basicamente, todos civis e políticos, os quais garantem a liberdade do
demais países do mundo), totalizando 193, assumiram homem no sentido de não ingerência estatal e de
o compromisso de cumprir a Carta da ONU, documen- participação nas decisões políticas, evidenciados
to que a fundou e que traz os princípios condutores da historicamente com as Revoluções Americana e
ação da organização. Francesa. A segunda dimensão, presente na ex-
pressão iguais, refere-se aos direitos econômicos,
A Assembleia Geral proclama sociais e culturais, os quais garantem a igualdade
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos material entre os cidadãos exigindo prestações po-
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e sitivas estatais nesta direção, por exemplo, assegu-
todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e rando direitos trabalhistas e de saúde, possuindo
cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta como antecedente histórico a Revolução Indus-
DIREITOS HUMANOS

Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, trial. A terceira dimensão, presente na expressão
por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, fraternidade, refere-se ao necessário olhar sobre o
pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional mundo como um lugar de todos, no qual cada qual
e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a deve reconhecer no outro seu semelhante, digno
sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos de direitos, olhar este que também se lança para as
dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos
53 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
territórios sob sua jurisdição.
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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gerações futuras, por exemplo, com a preservação homens, as quais devem ser resguardadas pela ordem
do meio ambiente e a garantia da paz social, sen- jurídica, pois é somente assim que será possível propiciar
do o marco histórico justamente as Guerras Mun- a aludida capacidade de gozo a todos”57.
diais.54 Assim, desde logo a Declaração estabele-
ce seus parâmetros fundamentais, com esteio na Artigo III
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segu-
de 1789 e na Constituição Francesa de 1791, quais rança pessoal.
sejam igualdade, liberdade e fraternidade. Embora Segundo Lenza58, “abrange tanto o direito de não
os direitos de 1ª, 2ª e 3ª dimensão, que se baseiam ser morto, privado da vida, portanto, direito de continuar
nesta tríade, tenham surgido de forma paulatina, vivo, como também o direito de ter uma vida digna”. Na
devem ser considerados em conjunto proporcio- primeira esfera, enquadram-se questões como pena de
nando a plena realização do homem55. morte, aborto, pesquisas com células-tronco, eutanásia,
Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta entre outras polêmicas. Na segunda esfera, notam-se des-
a igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar dobramentos como a proibição de tratamentos indignos, a
esta igualdade de forma a ser possível que todo homem exemplo da tortura, dos trabalhos forçados, etc.
atinja um grau satisfatório de dignidade. A vida humana é o centro gravitacional no qual orbitam
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a todos os direitos da pessoa humana, possuindo reflexos ju-
verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afir- rídicos, políticos, econômicos, morais e religiosos. Daí exis-
mativas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do tir uma dificuldade em conceituar o vocábulo vida. Logo,
menor, as garantias aos portadores de deficiência, entre tudo aquilo que uma pessoa possui deixa de ter valor ou
outras medidas que atribuam a pessoas com diferentes sentido se ela perde a vida. Sendo assim, a vida é o bem
condições, iguais possibilidades, protegendo e respei- principal de qualquer pessoa, é o primeiro valor moral de
todos os seres humanos. Trata-se de um direito que pode
tando suas diferenças.
ser visto em 4 aspectos, quais sejam: a) direito de nascer; b)
direito de permanecer vivo; c) direito de ter uma vida digna
Artigo II
quanto à subsistência e; d) direito de não ser privado da
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos vida através da pena de morte59.
e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem Por sua vez, o direito à liberdade é posto como consec-
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, tário do direito à vida, pois ela depende da liberdade para
língua, religião, opinião política ou de outra nature- o desenvolvimento intelectual e moral. Assim, “[...] liber-
za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou dade é assim a faculdade de escolher o próprio caminho,
qualquer outra condição. sendo um valor inerente à dignidade do ser, uma vez que
Reforça-se o princípio da igualdade, bem como o da decorre da inteligência e da volição, duas características da
dignidade da pessoa humana, de forma que todos se- pessoa humana”60.
res humanos são iguais independentemente de qualquer O direito à segurança pessoal é o direito de viver sem
condição, possuindo os mesmos direitos visando a pre- medo, protegido pela solidariedade e liberto de agressões,
servação de sua dignidade. logo, é uma maneira de garantir o direito à vida61.
O dispositivo traz um aspecto da igualdade que im-
pede a distinção entre pessoas pela condição do país ou Artigo IV
território a que pertença, o que é importante sob o as- Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a
pecto de proteção dos refugiados, prisioneiros de guerra, escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em
pessoas perseguidas politicamente, nacionais de Estados todas as suas formas.
que não cumpram os preceitos das Nações Unidas. Não “O trabalho escravo não se confunde com o trabalho
obstante, a discriminação não é proibida apenas quanto servil. A escravidão é a propriedade plena de um homem
a indivíduos, mas também quanto a grupos humanos, se- sobre o outro. Consiste na utilização, em proveito próprio,
jam formados por classe social, etnia ou opinião em co- do trabalho alheio. Os escravos eram considerados seres
mum56. “A Declaração reconhece a capacidade de gozo humanos sem personalidade, mérito ou valor. A servidão,
indistinto dos direitos e liberdades assegurados a todos por seu turno, é uma alienação relativa da liberdade de
os homens, e não apenas a alguns setores ou atores so- trabalho através de um pacto de prestação de serviços ou
ciais. Garantir a capacidade de gozo, no entanto, não é de uma ligação absoluta do trabalhador à terra, já que a
servidão era uma instituição típica das sociedades feudais.
suficiente para que este realmente se efetive. É funda-
A servidão, representava a espinha dorsal do feudalismo.
mental aos ordenamentos jurídicos próprios dos Estados
O servo pagava ao senhor feudal uma taxa altíssima pela
viabilizar os meios idôneos a proporcionar tal gozo, a fim
de que se perfectibilize, faticamente, esta garantia. Isto
57 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
se dá não somente com a igualdade material diante da
DIREITOS HUMANOS

Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.


lei, mas também, e principalmente, através do reconhe- 58 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
cimento e respeito das desigualdades naturais entre os 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
54 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 59 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
55 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal 60 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008 Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
56 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração 61 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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utilização do solo, que superava a metade da colheita”62. O sistema de proteção de direitos humanos estabe-
A abolição da escravidão foi uma luta histórica em lecido no âmbito da Organização das Nações Unidas é
todo o globo. Seria totalmente incoerente quanto aos global, razão pela qual não cabe o seu desrespeito em
princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade se qualquer localidade do mundo. Por isso, um estrangeiro
admitir que um ser humano pudesse ser submetido ao que visite outro país não pode ter seus direitos humanos
outro, ser tratado como coisa. O ser humano não possui violados, independentemente da Constituição daquele
valor financeiro e nem serve ao domínio de outro, razão país nada prever a respeito dos direitos dos estrangei-
pela qual a escravidão não pode ser aceita. ros. A pessoa humana não perde tal caráter apenas por
sair do território de seu país. Em outras palavras, deno-
Artigo V ta-se uma das facetas do princípio da universalidade.
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento
ou castigo cruel, desumano ou degradante. Artigo VII
Tortura é a imposição de dor física ou psicológica Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qual-
por crueldade, intimidação, punição, para obtenção de quer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm di-
uma confissão, informação ou simplesmente por prazer reito a igual proteção contra qualquer discriminação
da pessoa que tortura. A tortura é uma espécie de tra- que viole a presente Declaração e contra qualquer in-
tamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. A citamento a tal discriminação.
Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Outros Um dos desdobramentos do princípio da igualdade
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradan- refere-se à igualdade perante à lei. Toda lei é dotada
tes (Resolução n° 39/46 da Assembleia Geral das Nações de caráter genérico e abstrato que evidencia não apli-
Unidas) foi estabelecida em 10 de dezembro de 1984 e car-se a uma pessoa determinada, mas sim a todas as
ratificada pelo Brasil em 28 de setembro de 1989. Em pessoas que venham a se encontrar na situação por ela
destaque, o artigo 1 da referida Convenção: descrita. Não significa que a legislação não possa esta-
Artigo 1º, Convenção da ONU contra Tortura e Outros belecer, em abstrato, regras especiais para um grupo de
Tratamentos ou Penas Cruéis pessoas desfavorecido socialmente, direcionando ações
1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tor- afirmativas, por exemplo, aos deficientes, às mulheres,
tura” designa qualquer ato pelo qual dores ou sofri- aos pobres - no entanto, todas estas ações devem res-
mentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos in- peitar a proporcionalidade e a razoabilidade (princípio
tencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou da igualdade material).
de uma terceira pessoa, informações ou confissões;
de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa Artigo VIII
tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacio-
intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou nais competentes remédio efetivo para os atos que
por qualquer motivo baseado em discriminação de violem os direitos fundamentais que lhe sejam reco-
qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos nhecidos pela constituição ou pela lei.
são infligidos por um funcionário público ou outra Não basta afirmar direitos, é preciso conferir meios
pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua para garanti-los. Ciente disto, a Declaração traz aos Es-
instigação, ou com o seu consentimento ou aquies- tados-partes o dever de estabelecer em suas legislações
cência. Não se considerará como tortura as dores ou internas instrumentos para proteção dos direitos huma-
sofrimentos que sejam consequência unicamente de nos. Geralmente, nos textos constitucionais são estabe-
sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais san- lecidos os direitos fundamentais e os instrumentos para
ções ou delas decorram. protegê-los, por exemplo, o habeas corpus serve à pro-
2. O presente Artigo não será interpretado de manei- teção do direito à liberdade de locomoção.
ra a restringir qualquer instrumento internacional ou
legislação nacional que contenha ou possa conter dis- Artigo IX
positivos de alcance mais amplo. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exila-
do.
Artigo VI Prisão e detenção são formas de impedir que a pessoa
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, saia de um estabelecimento sob tutela estatal, privando-
reconhecida como pessoa perante a lei. -a de sua liberdade de locomoção. Exílio é a expulsão ou
“Afinal, se o Direito existe em função da pessoa hu- mudança forçada de uma pessoa do país, sendo assim
mana, será ela sempre sujeito de direitos e de obriga- também uma forma de privar a pessoa de sua liberdade
ções. Negar-lhe a personalidade, a aptidão para exercer de locomoção em um determinado território. Nenhuma
direitos e contrair obrigações, equivale a não reconhecer destas práticas é permitida de forma arbitrária, ou seja,
sua própria existência. [...] O reconhecimento da perso- sem o respeito aos requisitos previstos em lei.
DIREITOS HUMANOS

nalidade jurídica é imprescindível à plena realização da Não significa que em alguns casos não seja aceita a
pessoa humana. Trata-se de garantir a cada um, em to- privação de liberdade, notadamente quando o indivíduo
dos os lugares, a possibilidade de desenvolvimento livre tiver praticado um ato que comprometa a segurança ou
e isonômico”63. outro direito fundamental de outra pessoa.
62 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008
63 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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Artigo X 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma ou omissão que, no momento, não constituíam delito
audiência justa e pública por parte de um tribunal in- perante o direito nacional ou internacional. Tampouco
dependente e imparcial, para decidir de seus direitos será imposta pena mais forte do que aquela que, no
e deveres ou do fundamento de qualquer acusação momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
criminal contra ele. Evidencia-se o princípio da irretroatividade da lei pe-
“De acordo com a ordem que promana do preceito nal in pejus (para piorar a situação do acusado) pelo qual
acima reproduzido, as pessoas têm a faculdade de exigir uma lei penal elaborada posteriormente não pode se
um pronunciamento do Poder Judiciário, acerca de seus aplicar a atos praticados no passado - nem para um ato
direitos e deveres postos em litígio ou do fundamento de que não era considerado crime passar a ser, nem para
acusação criminal, realizado sob o amparo dos princípios que a pena de um ato que era considerado crime seja
da isonomia, do devido processo legal, da publicidade aumentada. Evidencia não só o respeito à liberdade, mas
dos atos processuais, da ampla defesa e do contraditório também - e principalmente - à segurança jurídica.
e da imparcialidade do juiz”64.
Em outras palavras não é possível juízo ou tribunal de Artigo XII
exceção, ou seja, um juízo especialmente delegado para Ninguém será sujeito a interferências na sua vida pri-
o julgamento do caso daquela pessoa. O juízo deve ser vada, na sua família, no seu lar ou na sua correspon-
escolhido imparcialmente, de acordo com as regras de dência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda
organização judiciária que valem para todos. Não obs- pessoa tem direito à proteção da lei contra tais inter-
tante, o juízo deve ser independente, isto é, poder julgar ferências ou ataques.
independentemente de pressões externas para que o jul- A proteção aos direitos à privacidade e à personali-
gamento se dê num ou noutro sentido. O juízo também dade se enquadra na primeira dimensão de direitos fun-
deve ser imparcial, não possuindo amizade ou inimizade damentais no que tange à proteção à liberdade. Enfim,
em graus relevantes para com o acusado. Afinal, o direito o exercício da liberdade lega-se também às limitações a
à liberdade é consagrado e para que alguém possa ser este exercício: de que adianta ser plenamente livre se a
privado dela por uma condenação criminal é preciso que liberdade de um interfere na liberdade - e nos direitos
esta se dê dentro dos trâmites legais, sem violar direitos inerentes a esta liberdade - do outro.
humanos do acusado. “O direito à intimidade representa relevante manifes-
tação dos direitos da personalidade e qualifica-se como
Artigo XI expressiva prerrogativa de ordem jurídica que consiste
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o em reconhecer, em favor da pessoa, a existência de um
direito de ser presumida inocente até que a sua cul- espaço indevassável destinado a protegê-la contra in-
pabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, devidas interferências de terceiros na esfera de sua vida
em julgamento público no qual lhe tenham sido asse- privada”66.
guradas todas as garantias necessárias à sua defesa. Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimi-
O princípio da presunção de inocência ou não culpa- dade, ao abordar a proteção da vida privada - que, em
bilidade liga-se ao direito à liberdade. Antes que ocor- resumo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do
ra a condenação criminal transitada em julgado, isto é, domicílio e de círculos de amigos -, Silva67 entende que
processada até o último recurso interposto pelo acusado, “o segredo da vida privada é condição de expansão da
este deve ser tido como inocente. Durante o processo personalidade”, mas não caracteriza os direitos de perso-
penal, o acusado terá direito ao contraditório e à ampla nalidade em si. “O direito à honra distancia-se levemente
defesa, bem como aos meios e recursos inerentes a estas dos dois anteriores, podendo referir-se ao juízo positivo
garantias, e caso seja condenado ao final poderá ser con- que a pessoa tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positi-
siderado culpado. A razão é que o estado de inocência é vo que dela fazem os outros (honra objetiva), conferindo-
inerente ao ser humano até que ele viole direito alheio, -lhe respeitabilidade no meio social. O direito à imagem
caso em que merecerá sanção. também possui duas conotações, podendo ser entendido
“Através desse princípio verifica-se a necessidade de em sentido objetivo, com relação à reprodução gráfica da
o Estado comprovar a culpabilidade do indivíduo presu- pessoa, por meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou
mido inocente. Está diretamente relacionado à questão em sentido subjetivo, significando o conjunto de quali-
da prova no processo penal que deve ser validamente dades cultivadas pela pessoa e reconhecidas como suas
produzida para ao final do processo conduzir a culpabi- pelo grupo social”68.
lidade do indivíduo admitindo-se a aplicação das penas O artigo também abrange a proteção ao domicílio,
previamente cominadas. Entretanto, a presunção de ino- local no qual a pessoa deseja manter sua privacidade e
cência não afasta a possibilidade de medidas cautelares pode desenvolver sua personalidade; e à correspondên-
como as prisões provisórias, busca e apreensão, quebra cia, enviada ao seu lar unicamente para sua leitura e não
DIREITOS HUMANOS

de sigilo como medidas de caráter excepcional cujos re- de terceiros, preservando-se sua privacidade.
quisitos autorizadores devem estar previstos em lei”65.
66 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito
constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
64 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração 67 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
65 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração 68 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

16
Artigo XIII a essa prática foram encontradas em textos escritos há
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e 3.500 anos, durante o florescimento dos antigos grandes
residência dentro das fronteiras de cada Estado. impérios do Oriente Médio, como o Hitita, Babilônico,
Não há limitações ao direito de locomoção dentro do Assírio e Egípcio antigo.
próprio Estado, nem ao direito de residir. Vale lembrar Mais de três milênios depois, a proteção de refugia-
que a legislação interna pode estabelecer casos em que dos foi estabelecida como missão principal da agência
tal direito seja relativizado, por exemplo, obrigando um de refugiados da ONU, que foi constituída para assistir,
funcionário público a residir no município em que está entre outros, os refugiados que esperavam para retornar
sediado ou impedindo o ingresso numa área de interesse aos seus países de origem no final da II Guerra Mundial.
estatal. A Convenção de Refugiados de 1951, que estabele-
São exceções à liberdade de locomoção: decisão ju- ceu o ACNUR, determina que um refugiado é alguém
dicial que imponha pena privativa de liberdade ou limi- que ‘temendo ser perseguida por motivos de raça, re-
tação da liberdade, normas administrativas de controle ligião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas,
de vias e veículos, limitações para estrangeiros em certas se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não
regiões ou áreas de segurança nacional e qualquer situa- pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da
ção em que o direito à liberdade deva ceder aos interes- proteção desse país’.
ses públicos69. Desde então, o ACNUR tem oferecido proteção e
assistência para dezenas de milhões de refugiados, en-
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, contrando soluções duradouras para muitos deles. Os
inclusive o próprio, e a este regressar. padrões da migração se tornaram cada vez mais com-
A nacionalidade é um direito humano, assim como plexos nos tempos modernos, envolvendo não apenas
a liberdade de locomoção. Destaca-se que o artigo não refugiados, mas também milhões de migrantes econô-
menciona o direito de entrar em qualquer país, mas sim micos. Mas refugiados e migrantes, mesmo que viajem
o de deixá-lo. da mesma forma com frequência, são fundamentalmente
distintos, e por esta razão são tratados de maneira muito
Artigo XIV diferente perante o direito internacional moderno.
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de Migrantes, especialmente migrantes econômicos, de-
procurar e de gozar asilo em outros países. cidem deslocar-se para melhorar as perspectivas para si
2. Este direito não pode ser invocado em caso de per- mesmos e para suas famílias. Já os refugiados necessitam
seguição legitimamente motivada por crimes de di- deslocar-se para salvar suas vidas ou preservar sua liber-
reito comum ou por atos contrários aos propósitos e dade. Eles não possuem proteção de seu próprio Estado
princípios das Nações Unidas. e de fato muitas vezes é seu próprio governo que amea-
O direito de asilo serve para proteger uma pessoa ça persegui-los. Se outros países não os aceitarem em
perseguida por suas opiniões políticas, situação racial, seus territórios, e não os auxiliarem uma vez acolhidos,
convicções religiosas ou outro motivo político em seu poderão estar condenando estas pessoas à morte ou à
país de origem, permitindo que ela requeira perante a uma vida insuportável nas sombras, sem sustento e sem
autoridade de outro Estado proteção. Claro, não se pro- direitos”70.
tege aquele que praticou um crime comum em seu país As Nações Unidas71 descrevem sua participação no
e fugiu para outro, caso em que deverá ser extraditado histórico do direito dos refugiados no mundo:
para responder pelo crime praticado. “Desde a sua criação, a Organização das Nações Uni-
O direito dos refugiados é o que envolve a garan- das tem dedicado os seus esforços à proteção dos re-
tia de asilo fora do território do qual é nacional por al- fugiados no mundo. Em 1951, data em que foi criado o
gum dos motivos especificados em normas de direitos Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugia-
humanos, notadamente, perseguição por razões de raça, dos (ACNUR), havia um milhão de refugiados sob a sua
religião, nacionalidade, pertença a um grupo social de- responsabilidade. Hoje este número aumentou para 17,5
terminado ou convicções políticas. Diversos documentos milhões, para além dos 2,5 milhões assistidos pelo Orga-
internacionais disciplinam a matéria, a exemplo da De- nismo das Nações Unidas das Obras Públicas e Socorro
claração Universal de 1948, Convenção de 1951 relativa aos Refugiados da Palestina, no Próximo Oriente (ANUA-
ao Estatuto dos Refugiados, Quarta Convenção de Ge- TP), e ainda mais de 25 milhões de pessoas deslocadas
nebra Relativa à Proteção das Pessoas Civis em Tempo internamente. Em 1951, a maioria dos refugiados eram
de Guerra de 1949, Convenção relativa ao Estatuto dos Europeus. Hoje, a maior parte é proveniente da África e
Apátridas de 1954, Convenção sobre a Redução da Apa- da Ásia. Atualmente, os movimentos de refugiados assu-
tridia de 1961 e Declaração das Nações Unidas sobre a mem cada vez mais a forma de êxodos maciços, diferen-
Concessão de Asilo Territorial de 1967. Não obstante, a temente das fugas individuais do passado. Hoje, oitenta
constituição brasileira adota a concessão de asilo político por cento dos refugiados são mulheres e crianças. Tam-
DIREITOS HUMANOS

como um de seus princípios nas relações internacionais bém as causas dos êxodos se multiplicaram, incluindo
(art. 4º, X, CF). agora as catástrofes naturais ou ecológicas e a extrema
“A prática de conceder asilo em terras estrangeiras 70 http://www.acnur.org/t3/portugues/a-quem-ajudamos/
a pessoas que estão fugindo de perseguição é uma das refugiados/
características mais antigas da civilização. Referências 71 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Direitos
Humanos e Refugiados. Ficha normativa nº 20. Disponível em:
69 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal <http://www.gddc.pt/direitos-humanos/Ficha_Informativa_20.
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. pdf >. Acesso em: 13 jun. 2013.

17
pobreza. Daí que muitos dos atuais refugiados não se en- O casamento, como todas as instituições sociais, varia
quadrem na definição da Convenção relativa ao Estatuto com o tempo e os povos, que evoluem e adquirem novas
dos Refugiados. Esta Convenção refere-se a vítimas de culturas. Há quem o defina como um ato, outros como um
perseguição por razões de raça, religião, nacionalidade, contato. Basicamente, casamento é a união, devidamente
pertença a um grupo social determinado ou convicções formalizada conforme a lei, com a finalidade de construir
políticas. [...] família. A principal finalidade do casamento é estabele-
Existe uma relação evidente entre o problema dos re- cer a comunhão plena de vida, impulsionada pelo amor e
fugiados e a questão dos direitos humanos. As violações afeição existente entre o casal e baseada na igualdade de
dos direitos humanos constituem não só uma das princi- direitos e deveres dos cônjuges e na mútua assistência.72
pais causas dos êxodos maciços, mas afastam também a Não é aceitável o casamento que se estabeleça à força para
opção do repatriamento voluntário enquanto se verifica- algum dos nubentes, sendo exigido o livre e pleno con-
rem. As violações dos direitos das minorias e os conflitos sentimento de ambos. Não obstante, é coerente que a lei
étnicos encontram-se cada vez mais na origem quer dos traga limitações como a idade, pois o casamento é uma
êxodos maciços, quer das deslocações internas. [...] instituição séria, base da família, e somente a maturidade
Na sua segunda sessão, no final de 1946, a Assem- pode permitir compreender tal importância.
bleia Geral criou a Organização Internacional para os
Refugiados (OIR), que assumiu as funções da Agência Artigo XVII
das Nações Unidas para a Assistência e a Reabilitação 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em
(ANUAR). Foi investida no mandato temporário de regis- sociedade com outros.
trar, proteger, instalar e repatriar refugiados. [...] Cedo se 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro-
tornou evidente que a responsabilidade pelos refugiados priedade.
merecia um maior esforço da comunidade internacional, “Toda pessoa [...] tem direito à propriedade, podendo
a desenvolver sob os auspícios da própria Organização o ordenamento jurídico estabelecer suas modalidades de
das Nações Unidas. Assim, muito antes de terminar o aquisição, perda, uso e limites. O direito de propriedade,
mandato da OIR, iniciaram-se as discussões sobre a cria- constitucionalmente assegurado, garante que dela nin-
ção de uma organização que lhe pudesse suceder. guém poderá ser privado arbitrariamente [...]”73. O direito
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refu- à propriedade se insere na primeira dimensão de direitos
giados (ACNUR) Na sua Resolução 319 A (IV) de 3 de De- humanos, garantindo que cada qual tenha bens mate-
zembro de 1949, a Assembleia Geral decidiu criar o Alto riais justamente adquiridos, respeitada a função social.
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. O
Alto Comissariado foi instituído em 1 de Janeiro de 1951, Artigo XVIII
como órgão subsidiário da Assembleia Geral, com um Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento,
mandato inicial de três anos. Desde então, o mandato consciência e religião; este direito inclui a liberdade de
do ACNUR tem sido renovado por períodos sucessivos mudar de religião ou crença e a liberdade de manifes-
de cinco anos [...]”. tar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamen-
Artigo XV te, em público ou em particular.
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
Silva74 aponta que a liberdade de pensamento, que
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua na-
também pode ser chamada de liberdade de opinião, é
cionalidade, nem do direito de mudar de nacionali-
considerada pela doutrina como a liberdade primária, eis
dade.
que é ponto de partida de todas as outras, e deve ser en-
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
tendida como a liberdade da pessoa adotar determinada
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
atitude intelectual ou não, de tomar a opinião pública
ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
que crê verdadeira. Tal opinião pública se refere a diver-
assim de direitos e obrigações. Não é aceita a figura do
apátrida ou heimatlos, o indivíduo que não possui ne- sos aspectos, entre eles religião e crença.
nhuma nacionalidade. A liberdade de religião atrela-se à liberdade de cons-
É possível mudar de nacionalidade nas situações pre- ciência e à liberdade de pensamento, mas o inverso não
vistas em lei, naturalizando-se como nacional de outro ocorre, porque é possível existir liberdade de pensamen-
Estado que não aquele do qual originalmente era nacio- to e consciência desvinculada de cunho religioso. Aliás, a
nal. Geralmente, a permanência no território do pais por liberdade de consciência também concretiza a liberdade
um longo período de tempo dá direito à naturalização, de ter ou não ter religião, ter ou não ter opinião políti-
abrindo mão da nacionalidade anterior para incorporar co-partidária ou qualquer outra manifestação positiva ou
a nova. negativa da consciência75.
72 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed.
Artigo XVI
DIREITOS HUMANOS

São Paulo: Saraiva, 2009. v. 6.


1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qual- 73 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais:
quer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da
o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. República Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, Paulo: Atlas, 1997.
sua duração e sua dissolução. 74 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
2. O casamento não será válido senão com o livre e positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
pleno consentimento dos nubentes. 75 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

18
No que tange à exteriorização da liberdade de reli- cidadão se reúne com os demais e, juntos, eles tomam a
gião, ou seja, à liberdade de expressão religiosa, não é decisão política) ou indireta (quando ao cidadão é dado
devida nenhuma perseguição, assim como é garantido o o poder de eleger um representante). Uma democracia
direito de praticá-la em grupo ou individualmente. pode existir num sistema presidencialista ou parlamen-
tarista, republicano ou monárquico - somente importa
Artigo XIX que seja dado aos cidadãos o poder de tomar decisões
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e ex- políticas (por si só ou por seu representante eleito), nos
pressão; este direito inclui a liberdade de, sem interfe- termos que este artigo da Declaração prevê. A principal
rência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir classificação das democracias é a que distingue a direta
informações e ideias por quaisquer meios e indepen- da indireta - a) direta, também chamada de pura, na qual
dentemente de fronteiras. o cidadão expressa sua vontade por voto direto e indi-
Silva76 entende que a liberdade de expressão pode vidual em casa questão relevante; b) indireta, também
ser vista sob diversos enfoques, como o da liberdade de chamada representativa, em que os cidadãos exercem
comunicação, ou liberdade de informação, que consiste individualmente o direito de voto para escolher repre-
em um conjunto de direitos, formas, processos e veículos sentante(s) e aquele(s) que for(em) mais escolhido(s) re-
que viabilizam a coordenação livre da criação, expressão presenta(m) todos os eleitores.
e difusão da informação e do pensamento. Contudo, o a Não obstante, se introduz a dimensão do Estado So-
manifestação do pensamento não pode ocorrer de forma cial, de forma que ao cidadão é garantida a prestação
ilimitada, devendo se pautar na verdade e no respeito de serviços públicos. Isto se insere na segunda dimensão
dos direitos à honra, à intimidade e à imagem dos de- de direitos humanos, referentes aos direitos econômi-
mais membros da sociedade. cos, sociais e culturais - sem os quais não se consolida a
igualdade material.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e Artigo XXII
associação pacíficas. Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito
O direito de reunião pode ser exercido independen- à segurança social e à realização, pelo esforço nacio-
temente de autorização estatal, mas deve se dar de ma- nal, pela cooperação internacional e de acordo com
neira pacífica, por exemplo, sem utilização de armas. a organização e recursos de cada Estado, dos direitos
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma dignidade e ao livre desenvolvimento da sua perso-
associação. nalidade.
Por sua vez, “a liberdade de associação para fins lí- Direitos econômicos, sociais e culturais compõem a
citos, vedada a de caráter paramilitar, é plena. Portanto, segunda dimensão de direitos fundamentais. O Pacto
ninguém poderá ser compelido a associar-se e, uma vez internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Cultu-
associado, será livre, também, para decidir se permanece rais de 1966 é o documento que especifica e descreve
associado ou não”77. tais direitos. de uma maneira geral, são direitos que não
dependem puramente do indivíduo para a implementa-
Artigo XXI ção, exigindo prestações positivas estatais, geralmente
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no go- externadas por políticas públicas (escolhas políticas a
verno de seu país, diretamente ou por intermédio de respeito de áreas que necessitam de investimento maior
representantes livremente escolhidos. ou menos para proporcionar um bom índice de desen-
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço volvimento social, diminuindo desigualdades). Entre ou-
público do seu país. tros direitos, envolvem o trabalho, a educação, a saúde, a
3. A vontade do povo será a base da autoridade do alimentação, a moradia, o lazer, etc. Como são inúmeras
governo; esta vontade será expressa em eleições pe- as áreas que necessitam de investimento estatal, natural-
riódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto mente o atendimento a estes direitos se dá de maneira
secreto ou processo equivalente que assegure a liber-
gradual.
dade de voto.
“Na sociedade moderna, nascida de transformações
Artigo XXIII
que culminaram na Revolução Francesa, o indivíduo é
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha
visto como homem (pessoa privada) e como cidadão
de emprego, a condições justas e favoráveis de traba-
(pessoa pública). O termo cidadão designava original-
lho e à proteção contra o desemprego.
mente o habitante da cidade. Com a consolidação da
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a
sociedade burguesa, passa a indicar a ação política e a
participação do sujeito na vida da sociedade”78. igual remuneração por igual trabalho.
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remu-
DIREITOS HUMANOS

de governo em que o poder de tomar decisões políti- neração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
cas está com os cidadãos, de forma direta (quando um como à sua família, uma existência compatível com
a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se ne-
76 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. cessário, outros meios de proteção social.
77 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e ne-
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. les ingressar para proteção de seus interesses.
78 SCHLESENER, Anita Helena. Cidadania e política. In: CARDI,
Cassiano; et. al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2000.

19
O trabalho é um instrumento fundamental para asse- segurança em caso de desemprego, doença, invalidez,
gurar a todos uma existência digna: de um lado por pro- viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
porcionar a remuneração com a qual a pessoa adquirirá subsistência fora de seu controle.    
bens materiais para sua subsistência, de outro por gerar O ideal é que todas as pessoas possuam um padrão
por si só o sentimento de importância para a sociedade de vida suficiente para garantir sua dignidade em todas
por parte daquele que faz algo útil nela. No entanto, a as esferas: alimentação, vestuário, moradia, saúde, etc.
geração de empregos não se dá automaticamente, caben- Bem se sabe que é um objetivo constante do Estado De-
do aos Estados desenvolverem políticas econômicas para mocrático de Direito proporcionar que pessoas cheguem
diminuir os índices de desemprego o máximo possível. o mais próximo possível - e cada vez mais - desta cir-
A remuneração é a retribuição financeira pelo traba- cunstância.
lho realizado. Nesta esfera também é necessário o res- Fala-se em segurança no sentido de segurança públi-
peito ao princípio da igualdade, por não ser justo que ca, de dever do Estado de preservar a ordem pública e a
uma pessoa que desempenhe as mesmas funções que a incolumidade das pessoas e do patrimônio público e pri-
outra receba menos por um fator externo, característico vado80. Neste conceito enquadra-se a seguridade social,
dela, como sexo ou raça. No âmbito do serviço público na qual o Estado, custeado pela coletividade e pelos co-
é mais fácil controlar tal aspecto, mas são inúmeras as fres públicos, garante a manutenção financeira dos que
empresas privadas que pagam menor salário a mulheres por algum motivo não possuem condição de trabalhar.
e que não chegam a ser levadas à justiça por isso. Não
obstante, a remuneração deve ser suficiente para pro- 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e
porcionar uma existência digna, com o necessário para assistência especiais. Todas as crianças nascidas den-
manter assegurados ao menos minimamente todos os tro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma prote-
direitos humanos previstos na Declaração. ção social.
Os sindicatos são bastante comuns na seara traba- A proteção da maternidade tem sentido porque sem
lhista e, como visto, a todos é garantida a liberdade de isto o mundo não continua. É preciso que as crianças se-
associação, não podendo ninguém ser impedido ou for- jam protegidas com atenção especial para que se tor-
çado a ingressar ou sair de um sindicato. nem adultos capazes de proporcionar uma melhora no
planeta.
Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a Artigo XXVI
limitação razoável das horas de trabalho e férias peri- 1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução
ódicas remuneradas. será gratuita, pelo menos nos graus elementares e
Por mais que o trabalho seja um direito humano, nem fundamentais. A instrução elementar será obrigatória.
somente dele é feita a vida de uma pessoa. Desta forma, A instrução técnico-profissional será acessível a todos,
assegura-se horários livres para que a pessoa desfrute de bem como a instrução superior, esta baseada no mé-
momentos de lazer e descanso, bem como impede-se rito.
a fixação de uma jornada de trabalho muito exaustiva. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno de-
São medidas que asseguram isto a previsão de descanso senvolvimento da personalidade humana e do forta-
lecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas
semanal remunerado, a limitação do horário de trabalho,
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a
a concessão de férias remuneradas anuais, entre outras.
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
Quanto aos artigos XXIII e XXIV, tem-se que é forneci-
nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
do “[...] um conjunto mínimo de direitos dos trabalhado-
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção
res. De forma geral, os dispositivos em comento versam
da paz.
sobre o direito ao trabalho, principal meio de sobrevi-
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gê-
vência dos indivíduos que ‘vendem’ força de trabalho em
nero de instrução que será ministrada a seus filhos.
troca de uma remuneração justa. Ademais, estabelecem
A Declaração Universal de 1948 divide a disponibili-
a liberdade do cidadão de escolher o trabalho e, uma vez dade e a obrigatoriedade da educação em níveis. Aquela
obtido o emprego, o direito de nele encontrar condições educação que é considerada essencial, qual seja, a ele-
justas, tanto no tocante à remuneração, como no que diz mentar, deve ser gratuita e obrigatória. Já a educação
respeito ao limite de horas trabalhadas e períodos de re- fundamental, de grande importância, deve ser gratuita,
pouso (disposição constante do artigo XXIV da Declara- mas não é obrigatória. Esta nomenclatura adotada pela
ção). Garantem ainda o direito dos trabalhadores de se Declaração equipara-se ao ensino fundamental e ao en-
unirem em associação, com o objetivo de defesa de seus sino médio no Brasil, sendo elementar o primeiro e fun-
interesses”79. damental o segundo. A educação técnico-profissional
refere-se às escolas voltadas ao ensino de algum ofício,
DIREITOS HUMANOS

Artigo XXV não complexo a ponto de exigir formação superior e,


1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz justamente por isso, possuem menor duração e menor
de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, custo; ao passo que a educação superior é a que se dá
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados no âmbito das universidades, formando profissionais de
médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à maior especialidade numa área profissional, com am-
79 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração 80 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

20
plo conhecimento, razão pela qual dura mais tempo e é garantir o respeito a estes direitos no âmbito de seu ter-
mais onerosa. As duas últimas são de maior custo e não ritório. Com isso, a pessoa estará numa ordem social e
podem ser instituídas de tal forma que sejam garantidas internacional na qual seus direitos humanos sejam asse-
vagas para todas as pessoas em sociedade, entretanto, gurados, preservando-se sua dignidade. Em outras pala-
exige-se um critério justo para a seleção dos ingressos, vras, “devidamente emparelhadas, portanto, a ordem so-
o qual seja baseado no mérito (os mais capacitados cial e a ordem internacional se manifestam, a seu modo,
conseguirão as vagas de ensino técnico-profissional e como as duas faces das instituições humanitárias, tanto
superior). estatais quanto particulares, orientando seus passos a
Ainda, a Declaração de 1948 deixa clara que a edu- serviço da comunidade humana”83.
cação não envolve apenas o aprendizado do conteúdo
programático das matérias comuns como matemática, Artigo XXIX
português, história e geografia, mas também a com- 1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade,
preensão de abordagens sobre assuntos que possam em que o livre e pleno desenvolvimento de sua perso-
contribuir para a formação da personalidade da pessoa nalidade é possível.
humana e conscientizá-la de seu papel social. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pes-
Não obstante, da parte final da Declaração extrai-se soa estará sujeita apenas às limitações determinadas
a consciência de que a educação não é apenas a formal, pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o
aprendida nos estabelecimentos de ensino, mas também devido reconhecimento e respeito dos direitos e liber-
a informal, transmitida no ambiente familiar e nas demais dades de outrem e de satisfazer às justas exigências
áreas de contato da pessoa, como igreja, clubes e, no- da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma
tadamente, a residência. Por isso, os pais têm um papel sociedade democrática.
direto na escolha dos meios de educação de seus filhos. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese
alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e
Artigo XXVII princípios das Nações Unidas.
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente Explica Canotilho84 que “a ideia de deveres funda-
da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de mentais é suscetível de ser entendida como o ‘outro
participar do processo científico e de seus benefícios. lado’ dos direitos fundamentais. Como ao titular de um
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses direito fundamental corresponde um dever por parte de
morais e materiais decorrentes de qualquer produção um outro titular, poder-se-ia dizer que o particular está
científica, literária ou artística da qual seja autor. vinculado aos direitos fundamentais como destinatário
Os conflitos que se dão entre a liberdade e a pro- de um dever fundamental. Neste sentido, um direito
priedade intelectual se evidenciam, principalmente, sob fundamental, enquanto protegido, pressuporia um de-
o aspecto da liberdade de expressão, na esfera específica ver correspondente”. Esta é a ideia que a Declaração de
da liberdade de comunicação ou informação, que, nos 1948 busca trazer: não será assegurada nenhuma liber-
dizeres de Silva81, “compreende a liberdade de informar e dade que contrarie a lei ou os demais direitos de outras
a liberdade de ser informado”. Sob o enfoque do direito pessoas, isto é, os preceitos universais consagrados pelas
à liberdade e do direito de acesso à cultura, seria livre Nações Unidas.
a divulgação de toda e qualquer informação e o aces-
so aos dados disponíveis, independentemente da fonte Artigo XXX
ou da autoria. De outro lado, há o direito de proprieda- Nenhuma disposição da presente Declaração pode
de intelectual, o qual possui um caráter dualista: moral, ser interpretada como o reconhecimento a qualquer
que nunca prescreve porque o autor de uma obra nun- Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qual-
ca deixará de ser considerado como tal, e patrimonial, quer atividade ou praticar qualquer ato destinado à
que prescreve, perdendo o autor o direito de explorar destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
benefícios econômicos de sua obra82. Cada vez mais esta estabelecidos.
dualidade entre direitos se encontra em conflito, uma vez “A colidência entre os direitos afirmados na Declara-
que a evolução tecnológica trouxe meios para a cópia ção é natural. Busca-se com o presente artigo evitar que,
em massa de conteúdos protegidos pela propriedade no eventual choque entre duas normas garantistas, os
intelectual. sujeitos nela mencionados se valham de uma interpre-
tação tendente a infirmar qualquer das disposições da
Artigo XVIII Declaração ao argumento de que estão respeitando um
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e inter- direito em detrimento de outro”85. Nenhum direito hu-
nacional em que os direitos e liberdades estabeleci- mano é ilimitado: se o fossem, seria impossível garantir
dos na presente Declaração possam ser plenamente um sistema no qual todas as pessoas tivessem tais di-
realizados. reitos plenamente respeitados, afinal, estes necessaria-
DIREITOS HUMANOS

Como já destacado, o sistema de proteção dos direi- mente colidiriam com os direitos das outras pessoas, os
tos humanos tem caráter global e cada Estado que as- quais teriam que ser violados. Este é um dos sentidos
sumiu compromisso perante a ONU ao integrá-la deve 83 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
81 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. 84 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e
82 PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: liberdade de teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998.
informação, privacidade e responsabilidade civil. 3. ed. São 85 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
Paulo: Atlas, 2006. Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

21
do princípio da relatividade dos direitos humanos - os Anexo ao Decreto que promulga o Pacto Interna-
direitos humanos não podem ser utilizados como um cional Sobre Direitos Civis e Políticos/M R E - Pacto
escudo para práticas ilícitas ou como argumento para Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos
afastamento ou diminuição da responsabilidade por atos
ilícitos, assim os direitos humanos não são ilimitados e PREÂMBULO
encontram seus limites nos demais direitos igualmente
consagrados como humanos. Isto vale tanto para os in- Os Estados Partes do presente pacto,
divíduos, numa atitude perante os demais, quanto para Considerando que, em conformidade com os princí-
os Estados, ao externar o compromisso global assumido pios proclamados na Carta das Nações Unidas, o reco-
perante a ONU. nhecimento da dignidade inerente a todos os membros
da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis
#FicaDica constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz
no mundo,
O direito de reunião deve ser pacífico e poderá
Reconhecendo que esses direitos decorrem da digni-
sofrer restrições previstas em lei. O intuito é
preservação da segurança nacional e da ordem dade inerente à pessoa humana,
pública. Reconhecendo que, em conformidade com a Decla-
ração Universal dos Direitos do Homem, o ideal do ser
humano livre, no gozo das liberdades civis e políticas e
liberto do temor e da miséria, não pode ser realizado a
menos que se criem condições que permitam a cada um
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS
gozar de seus direitos civis e políticos, assim como de
CIVIS E POLÍTICOS;
seus direitos econômicos, sociais e culturais,
Considerando que a Carta das nações Unidas impõe
aos Estados a obrigação de promover o respeito univer-
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
sal e efetivo dos direitos e das liberdades do homem,
Compreendendo que o indivíduo por ter deveres para
DECRETO Nº 592, DE 6 DE JULHO DE 1992.
com seus semelhantes e para com a coletividade a que
pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e ob-
Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direi-
servância dos direitos reconhecidos no presente Pacto,
tos Civis e Políticos. Promulgação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
Acordam o seguinte:
que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
Considerando que o Pacto Internacional sobre Direi-
tos Civis e Políticos foi adotado pela XXI Sessão da As- PARTE I
sembleia-Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro
de 1966; Artigo 1º
Considerando que o Congresso Nacional aprovou o 1. Todos os povos têm direito à autodeterminação.
texto do referido diploma internacional por meio do De- Em virtude desse direito, determinam livremente seu
creto Legislativo n° 226, de 12 de dezembro de 1991; estatuto político e asseguram livremente seu desen-
Considerando que a Carta de Adesão ao Pacto Inter- volvimento econômico, social e cultural.
nacional sobre Direitos Civis e Políticos foi depositada em 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os po-
24 de janeiro de 1992; vos podem dispor livremente de suas riquezas e de
Considerando que o pacto ora promulgado entrou seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações
em vigor, para o Brasil, em 24 de abril de 1992, na forma decorrentes da cooperação econômica internacional,
de seu art. 49, § 2°; baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direi-
to internacional. Em caso algum, poderá um povo ser
DECRETA: privado de seus meios de subsistência.
3. Os Estados partes do presente pacto, inclusive
Art. 1° O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e aqueles que tenham a responsabilidade de adminis-
Políticos, apenso por cópia ao presente decreto, será trar territórios não-autônomos e territórios sob tutela,
executado e cumprido tão inteiramente como nele se deverão promover o exercício do direito à autodeter-
contém. minação e respeitar esse direito, em conformidade
com as disposições da Carta das nações unidas.
Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação. PARTE II
DIREITOS HUMANOS

Brasília, 06 de julho de 1992; 171° da Independência Artigo 2º


e 104° da República. 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprome-
tem-se a respeitar e a garantir a todos os indivíduos
que se achem em seu território e que estejam sujeito
a sua jurisdição os direitos reconhecidos no presente
Pacto, sem discriminação alguma por motivo de raça,

22
cor, sexo, religião, opinião política ou outra natureza, 2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão
origem nacional ou social, situação econômica, nasci- dos direitos humanos fundamentais reconhecidos ou
mento ou qualquer outra condição. vigentes em qualquer Estado Parte do presente pacto
2. Na ausência de medidas legislativas ou de outra em virtude de leis, convenções, regulamentos ou cos-
natureza destinadas a tornar efetivos os direitos re- tumes, sob pretexto de que o presente pacto não os
conhecidos no presente Pacto, os Estados do presente reconheça ou os reconheça em menor grau.
Pacto comprometem-se a tomar as providências ne-
cessárias com vistas a adotá-las, levando em conside- PARTE III
ração seus respectivos procedimentos constitucionais
e as disposições do presente Pacto. Artigo 6º
3. Os Estados Partes do presente pacto comprome- 1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este
tem-se a: direito deverá ser protegido pela lei. Ninguém poderá
a) garantir que toda pessoa, cujos direitos e liberdades ser arbitrariamente privado de sua vida.
reconhecidos no presente pacto tenham sido violados, 2. nos Países em que a pena de morte não tenha sido
possa dispor de um recurso efetivo, mesmo que a vio- abolida, esta poderá ser imposta apenas nos casos de
lência tenha sido perpetrada por pessoa que agiam no crimes mais graves, em conformidade com legislação
exercício de funções oficiais; vigente na época em que o crime foi cometido e que
b) garantir que toda pessoa que interpuser tal recurso não esteja em conflito com as disposições do presen-
terá seu direito determinado pela competente auto- te pacto, nem com a Convenção sobre a Prevenção e
ridade judicial, administrativa ou legislativa ou por a Punição do Crime de Genocídio. Poder-se-á aplicar
qualquer outra autoridade competente prevista no essa pena apenas em decorrência de uma sentença
ordenamento jurídico do Estado em questão; e a de- transitada em julgado e proferida por tribunal com-
senvolver as possibilidades de recurso judicial; petente.
c) garantir o cumprimento, pelas autoridades competen- 3. Quando a privação da vida constituir um crime
tes, de qualquer decisão que julgar procedente tal recurso. de genocídio, entende-se que nenhuma disposição do
presente artigo autorizará qualquer Estado Parte do
Artigo 3º presente pacto a eximir-se, de modo algum, do cum-
Os Estados partes do presente pacto comprometem-se primento de quaisquer das obrigações que tenham
a assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo assumido em virtude das disposições da Convenção
de todos os direitos civis e políticos enunciados no pre- sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio.
sente pacto. 4. Qualquer condenado à morte terá o direito de pedir
indulto ou comutação da pena. A anistia, o indulto
Artigo 4º ou a comutação de pena poderão ser concedidos em
1. Quando situações excepcionais ameacem a exis- todos os casos.
tência da nação e sejam proclamadas oficialmente, os 5. A pena de morte não deverá ser imposta em casos
Estados partes do presente Pacto podem adotar, na es- de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos,
trita medida exigida pela situação, medidas que sus- nem aplicada a mulheres em estado de gravidez.
pendam as obrigações decorrentes do presente Pacto, 6. Não se poderá invocar disposição alguma do pre-
desde que tais medidas não sejam incompatíveis com sente artigo para retardar ou impedir a abolição da
as demais obrigações que lhes sejam impostas pelo pena de morte por um Estado Parte do presente pacto.
Direito Internacional e não acarretem discriminação
alguma apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua,
Artigo 7º
religião ou origem social.
Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a pe-
2. A disposição precedente não autoriza qualquer sus-
nas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradan-
pensão dos artigos 6°, 7°, 8° (§§1° e 2°), 11, 15, 16 e 18.
tes. Será proibido, sobretudo, submeter uma pessoa,
3. Os Estados Partes do presente pacto que fizerem
sem seu livre consentimento, a experiências médicas
uso do direito de suspensão devem comunicar imedia-
ou científicas.
tamente aos outros Estados Partes do Presente Pacto,
por intermédio do Secretário-Geral das Nações Uni-
das, as disposições que tenham suspenso, bem como Artigo 8º
os motivos de tal suspensão. Os Estados Partes deve- 1. Ninguém poderá ser submetido à escravidão; a
rão fazer uma nova comunicação, igualmente por in- escravidão e o tráfico de escravos, em todos as suas
termédio do Secretário-Geral da Organização das Na- formas, ficam proibidos.
ções Unidas, na data em que terminar tal suspensão. 2. Ninguém poderá ser submetido à servidão.
3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar traba-
Artigo 5º lhos forçados ou obrigatórios;
DIREITOS HUMANOS

1. Nenhuma disposição do presente pacto poderá ser b) A alínea “a” do presente parágrafo não poderá ser
interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, interpretada no sentido de proibir, nos países em que
grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos
quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os forçados, o cumprimento de uma penas de trabalhos
direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto forçados, imposta por um tribunal competente;
ou impor-lhes limitações mais amplas do que aquelas c) Para os efeitos do presente parágrafo, não serão
nele prevista. considerados “trabalhos forçados ou obrigatórios”:

23
i) qualquer trabalho ou serviço , não previsto na alí- Artigo 11
nea “b”, normalmente exigido de um indivíduo que Ninguém poderá ser preso apenas por não poder
tenha sido encerrado em cumprimento de decisão ju- cumprir com uma obrigação contratual.
dicial ou que, tendo sido objeto de tal decisão, ache-se
em liberdade condicional; Artigo 12
ii) qualquer serviço de caráter militar e, nos países 1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de
em que se admite a isenção por motivo de consciên- um Estado terá o direito de nele livremente circular e
cia, qualquer serviço nacional que a lei venha a exigir escolher sua residência.
daqueles que se oponha ao serviço militar por motivo 2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de
de consciência; qualquer país, inclusive de seu próprio país.
iii) qualquer serviço exigido em casos de emergência 3. Os direito supracitados não poderão constituir ob-
ou de calamidade que ameacem o bem-estar da co- jeto de restrição, a menos que estejam previstas em
munidade; lei e no intuito de proteger a segurança nacional e
iv) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das a ordem, a saúde ou a moral pública, bem como os
obrigações cívicas normais. direitos e liberdades das demais pessoas, e que sejam
compatíveis com os outros direitos reconhecidos no
Artigo 9° presente pacto.
1. Toda pessoa tem à liberdade e a segurança pes- 4. Ninguém poderá ser privado do direito de entrar
soais. em seu próprio país.
Ninguém poderá ser preso ou encarcerado arbitraria- Artigo 13
mente. Ninguém poderá ser privado de sua liberdade, Um estrangeiro que se ache legalmente no território
salvo pelos motivos previstos em lei e em conformida- de um estado parte do presente pacto só poderá dele
de com os procedimentos. ser expulso em decorrência de decisão adotada em
2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informa- conformidade com a lei e, a menos que razões impe-
da das razões da prisão e notificada, sem demora, das rativas de segurança nacional a isso se oponham, terá
acusações formuladas contra ela. a possibilidade de expor as razões que militem contra
3. Qualquer pessoa presa ou encerrada em virtude de sua expulsão e de ter seu caso reexaminado pelas au-
infração penal deverá ser conduzida, sem demora, à toridades competentes, ou por uma ou várias pessoas
presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por especialmente designadas pelas referidas autoridades,
lei a exercer funções e terá o direito de ser julgada em e de fazer-se representar com esse objetivo.
prazo razoável ou de ser posta em liberdade. A prisão
preventiva de pessoas que aguardam julgamento não Artigo 14
deverá constituir a regra geral, mas a soltura pode- 1. Todas as pessoas são iguais perante os tribunais e as
rá estar condicionada a garantias que assegurem o cortes de justiça. Toda pessoa terá o direito de ser ou-
comparecimento da pessoa em questão à audiência, vida publicamente e com as devidas garantias por um
a todos os atos do processo e, se necessário for, para a tribunal competente, independente e imparcial, esta-
execução da sentença. belecido por lei, na apuração de qualquer acusação
4. Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade de caráter penal formulada contra ela ou na determi-
por prisão ou encarceramento terá de recorrer a um nação de seus direitos e obrigações de caráter civil. A
tribunal para que este decida sobre a legalidade de imprensa e o público poderão ser excluídos de parte
seu encarceramento e ordene sua soltura, caso a pri- ou da totalidade de um julgamento, que por motivo
são tenha sido ilegal. de moral pública, de ordem pública ou de segurança
5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarcera- nacional em uma sociedade democrática, quer quan-
mento ilegais terá direito à reparação. do o interesse da vida privada das partes o exija, quer
na medida em que isso seja estritamente necessário
Artigo 10 na opinião da justiça, em circunstâncias específicas,
1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser nas quais a publicidade venha a prejudicar os interes-
tratada com humanidade e respeito à dignidade ine- ses da justiça; entretanto, qualquer sentença proferida
rente à pessoa humana. em matéria penal ou civil deverá tornar-se pública, a
2. a) as pessoas processadas deverão ser separadas, menos que o interesse de menores exija procedimento
salvo em circunstância excepcionais, das pessoa con- oposto, ou o processo diga respeito a controvérsia ma-
denadas e receber tratamento distinto, condizente trimoniais ou á tutela de menores.
com sua condição de pessoa não-condenada. 2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que
b) as pessoa processadas, jovens, deverão ser separa- se presuma sua inocência enquanto não for legalmen-
das das adultas e julgadas o mais rápido possível. te comprovada sua culpa.
DIREITOS HUMANOS

3. O regime penitenciário num tratamento cujo ob- 3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em
jetivo principal seja a reforma e a reabilitação moral plena igualdade, a, pelo menos, as seguintes garan-
dos prisioneiros. Os delinquentes juvenis deverão ser tias:
separados dos adultos e receber tratamento condizen- a) de ser informado, sem demora, numa língua que
te com sua idade e condição jurídica. compreenda e de forma minuciosa, da natureza e dos
motivos da acusação contra ela formulada;

24
b) de dispor do tempo e do meios necessários à pre- Artigo 17
paração de sua defesa e a comunicar-se com defensor 1. Ninguém poderá ser objeto de ingerência arbitrá-
de sua escolha; rias ou ilegais em sua vida privada, em sua família,
c) de ser julgado sem dilações indevidas; em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de
d) de estar presente no julgamento e de defender-se ofensas ilegais às suas honra e reputação.
pessoalmente ou por intermédio de defender de sua 2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei contra
escolha; de ser informado, caso não tenha defensor, do essas ingerências ou ofensas
direito que lhe assiste de tê-lo e, sempre que o interes-
se da justiça assim exija, de ter um defensor designa- Artigo 18
do “ex officio” gratuitamente, se não tiver meios para 1. Toda pessoa terá direito à liberdade de pensamen-
remunerá-lo; to, de consciência e de religião. Esse direito implica-
e) de interrogar ou fazer interrogar as testemunhas rá a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma
da acusação e de obter o comparecimento e o interro- crença de sua escolha e a liberdade de professar sua
gatório das testemunhas de defesa nas mesmas con- religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto
dições de que dispõe as de acusação; pública como privadamente, por meio do culto, da ce-
f) de ser assistida gratuitamente por um intérprete, lebração de ritos, de práticas e do ensino.
caso não compreenda ou não fale a língua empregada 2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coerci-
durante o julgamento; tivas que possam restringir sua liberdade de ter ou de
g) de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem adotar uma religião ou crença de sua escolha.
a confessar-se culpada. 3. A liberdade de manifestar a própria religião ou
4. O processo aplicável a jovens que não sejam maio- crença estará sujeita apenas a limitações previstas em
res nos termos da legislação penal levará em conta a lei e que se façam necessárias para proteger a segu-
idade dos menores e a importância de promover sua rança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os
reintegração social. direitos e as liberdades das demais pessoas.
5. Toda pessoa declarada culpada por um delito terá 4. Os Estados partes do presente Pacto comprome-
o direito de recorrer da sentença condenatória e da tem-se a respeitar a liberdade dos pais - e, quando for
o caso, dos tutores legais - de assegurar a educação
pena a uma instância, em conformidade com a lei.
religiosa e moral dos filhos que esteja de acordo com
6. Se uma sentença condenatória passada em julga-
suas próprias convicções.
do for posteriormente anulada ou se indulto for con-
cedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos novos
Artigo 19
que provem cabalmente a existência de erro judicial, a
1. Ninguém poderá ser molestado por suas opiniões.
pessoa que sofreu a pena decorrente dessa condena-
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão;
ção deverá ser indenizada, de acordo com a lei, a me-
esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e
nos que fique provado que se lhe pode imputar, total difundir informações e ideias de qualquer natureza,
ou parcialmente, não-revelação dos fatos desconheci- independentemente de considerações de fronteiras,
dos em tempo útil. verbalmente ou por escrito, em forma impressa ou ar-
7. ninguém poderá ser processado ou punido por um tística, ou qualquer outro meio de sua escolha.
delito pelo qual já foi absolvido ou condenado por 3. O exercício do direito previsto no § 2º do presente
sentença passada em julgado, em conformidade com artigo implicará deveres e responsabilidades especiais.
a lei e os procedimentos penais de cada país. Consequentemente, poderá estar sujeito a certas res-
trições, que devem, entretanto, ser expressamente pre-
Artigo 15 vistas em lei e que se façam necessárias para:
1. Ninguém poderá ser condenado por atos ou omis- a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das
sões que não constituam delito de acordo com direito demais pessoas;
nacional ou internacional, no momento em que foram b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde
cometidos. Tampouco poder-se-á impor pena mais ou a moral pública.
grave do que a aplicável no momento da ocorrência
do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei esti- Artigo 20
pular a imposição de pena mais leve, o delinquente 1. Será proibido por lei qualquer propaganda em fa-
deverá beneficiar-se. vor de guerra.
2. nenhuma disposição do presente Pacto impedirá o 2. Será proibida por lei qualquer apologia do ódio
julgamento ou a condenação de qualquer indivíduo nacional, radical, racial ou religioso que constitua inci-
por atos ou omissões que, no momento em que foram tamento à discriminação, à hostilidade ou à violência.
cometidos, eram considerados delituosos de acordo
com os princípios gerais de direito reconhecidos pela Artigo 21
DIREITOS HUMANOS

comunidade das nações. Direito de reunião pacífica será reconhecido. O exer-


cício desse direito estará sujeito apenas às restrições
Artigo 16 previstas em lei e que se façam necessárias, em um
Toda pessoa terá direito, em qualquer lugar, ao reco- sociedade democrática, no interesse da segurança na-
nhecimento de sua personalidade jurídica. cional, da segurança ou da ordem públicas, ou para
proteger a saúde públicas ou os direitos e as liberda-
des das pessoas.

25
Artigo 22 Artigo 26
1. Toda pessoa terá o direito de associar-se livremente Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito,
a outras, inclusive o direito de construir sindicatos e sem discriminação alguma, a igual proteção da lei. A
de a eles filiar-se, para a proteção de seus interesses. este respeito, a lei deverá proibir qualquer forma de
2. O exercício desse direito estará sujeito apenas às discriminação e garantir a todas as pessoas proteção
restrições previstas em lei e que se façam necessárias, igual e eficaz contra qualquer discriminação por mo-
em um sociedade democrática, no interesse da segu- tivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião políti-
rança nacional, da segurança e da ordem públicas, ca ou de outra natureza, origem nacional ou social,
ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os situação econômica, nascimento ou qualquer outra
direitos a liberdades das demais pessoas. O presente situação.
artigo não impedirá que se submeta a restrições le-
gais o exercício desse direito por membros das forças Artigo 27
armadas e da polícia. No caso em que haja minorias étnicas, religiosas ou
3. Nenhuma das disposições do presente artigo per- linguísticas, as pessoas pertencentes a essas minorias
mitirá que Estados Partes da Convenção de 1948 da não poderão ser privadas do direito de ter, conjunta-
Organização do Trabalho, relativa à liberdade sindi- mente com outras membros de seu grupo, sua própria
cal e à proteção do direito sindical, venham a adotar vida cultural, de professar e praticar sua própria reli-
medidas legislativas que restrinjam - ou aplicar a lei gião e usar sua própria língua.
de maneira a restringir - as garantias previstas na re-
ferida Convenção. PARTE IV
Artigo 23 Comitê de Direitos Humanos
1. A família é o elemento natural e fundamental da O Comitê de Direitos Humanos foi instituído pelo
sociedade e terá o direito de ser protegida pela socie- Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966,
dade e pelo Estado. que o disciplina nos artigos 28 a 45.
2. Será reconhecido o direito do homem e da mulher
de, em idade núbil, contrair casamento e construir fa- Composição e eleição
mília. É composto por 28 membros que sejam eleitos pelos
3. Casamento algum será sem o consentimento livre Estados-partes do Pacto, dotados de reputação moral e
e pleno dos futuros esposos. reconhecida competência em matéria de direitos huma-
4. Os Estados Partes do presente Pacto deverão adotar
nos (artigo 28, PIDCP). Tais pessoas constarão e uma lista
as medidas apropriadas para assegurar a igualdade
de indicados pelos Estados-partes, cada qual indicando
de direitos e responsabilidades dos esposos quanto ao
duas, sendo possível que uma pessoa seja indicada mais
casamento, durante o mesmo e o por ocasião de sua
de uma vez por Estados diferentes (artigo 29, PIDCP).
dissolução. Em caso de dissolução, deverão adotar-se
A eleição se dará em reunião convocada pelo Secre-
disposições que assegurem a proteção necessária para
tário-geral da Organização das Nações Unidas na sede
os filhos.
da Organização, que será instaurada com ao menos 2/3
Artigo 24 dos Estados-partes, aplicando-se o quorum da maioria
1. Toda criança, terá direito, sem discriminação al- absoluta dos votos entre os presentes e votantes (artigo
guma por motivo de cor, sexo, religião, origem nacio- 30, PIDCP). Não é possível que figure no Comitê mais de
nal ou social, situação econômica ou nascimento, às um nacional do mesmo Estado (artigo 31, PIDCP).
medidas de proteção que a sua condição de menor O mandato é de 4 anos, sendo possível uma recondu-
requerer por parte de sua família, da sociedade e do ção (artigo 32, PIDCP).
Estado. Cabe aos próprios membros a decisão de expulsão de
2. Toda criança deverá ser registrada imediatamente um membro que não esteja bem desempenhando suas
após seu nascimento e deverá receber um nome. funções, comunicando ao Secretário-geral, que iniciará
3. Toda criança terá o direito de adquirir uma nacio- um procedimento para o preenchimento da vaga (artigo
nalidade. 33, PIDCP).
Os membros prestarão compromisso de desempe-
Artigo 25 nhar de forma imparcial e consciente suas funções (ar-
Todo cidadão terá o direito e a possibilidade, sem tigo 38, PIDCP).
qualquer das formas de discriminação mencionadas Já a mesa do Comitê terá 12 membros, que terão
no artigo 2° e sem restrições infundadas: mandato de 2 anos, cabendo uma recondução (artigo
a) de participar da condução dos assuntos públicos, 39, PIDCP).
diretamente ou por meio de representantes livremente Tanto os membros do Comitê quanto da Comissão de
DIREITOS HUMANOS

escolhidos; Conciliação que será estudada adiante possuem os pri-


b) de votar e de ser eleito em eleições periódicas, au- vilégios e imunidades inerentes a quem está em missão
tênticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário pelas Nações Unidas (artigo 43, PIDCP).
e por voto secreto, que garantam a manifestação da
vontade dos eleitores;
c) de ter acesso em condições gerais de igualdade, às
funções públicas de seu país.

26
Relatórios gerais O artigo 42 do PIDCP descreve o procedimento para
Os Estados-partes deverão apresentar relatórios so- quando as providências do artigo 41 forem insuficientes:
bre as medidas adotadas para tornar efetivos os direitos a) formação de Comissão ad hoc, com consentimento
civis e políticos abrangidos pelo Pacto, dentro de um ano dos interessados, que colocará bons ofícios à dis-
da ratificação do Pacto e, depois, cada vez que o Comitê posição dos Estados-partes buscando uma solução
solicitar. (artigo 40, PIDCP). amistosa, sendo formada por 5 membros designa-
O relatório será encaminhado ao Secretário-geral, dos com anuência dos interessados, os quais te-
que enviará ao Comitê e que poderá distribuir cópias a rão que ser nacionais de algum Estado-parte que
agências interessadas mediante autorização deste. Cabe tenha reconhecido a competência do Comitê mas
ao relatório descrever eventuais fatores que dificultem a não nacionais dos Estados-partes envolvidos na
implementação dos direitos descritos no Pacto. (artigo controvérsia;
40, PIDCP). b) não havendo concordância sobre a composição da
O Comitê não só estudará os relatórios, incluindo co- Comissão em 3 meses, os membros sobre os quais
mentários e podendo encaminhá-los ao Conselho Econô- houve divergência serão eleitos pelo Comitê, entre
mico e Social com tais reflexões, como também elabora- seus próprios membros, por votação secreta e me-
rá seu próprio relatório com comentários e o transmitirá diante quórum de 2/3 do total dos membros;
aos Estados-partes, os quais poderão se manifestar sobre c) a Comissão elegerá seu Presidente e estabelece-
referidos comentários. (artigo 40, PIDCP). rá seu procedimento, reunindo-se geralmente em
Genebra, sem prejuízo de se reunir em outra loca-
Recebimento de denúncias lidade;
A competência do Comitê deve ser reconhecida pelo d) as informações obtidas pelo Comitê poderão ser
Estado-parte, de forma que sem tal declaração o Comitê usadas pela Comissão, que também poderá pedir
não apreciará denúncias de violações aos direitos huma- novas informações;
nos civis e políticos descritos no Pacto. Esta declaração e) estudada a questão, a Comissão apresentará rela-
pode ser retirada a qualquer momento pelo Estado-par- tório no prazo de 12 meses do conhecimento da
te. comunicação, encaminhando- ao Presidente do
Comitê, que o enviará aos Estados-partes interes-
O procedimento para que as reclamações sejam pro- sados.
cessadas pelo Comitê, nos termos do artigo 41 do PIDCP,
é o seguinte: O relatório da Comissão terá o seguinte conteúdo,
a) um Estado-parte que acredite que outro não está trazido no próprio artigo 41 do PIDCP:
cumprindo o Pacto leva a reclamação a conheci- a) se ela não puder terminar o exame da questão,
mento dele, que terá 3 meses para se manifestar apenas exporá o estágio deste exame;
esclarecendo os fatos; b) se houver alcançado a solução amistosa, fará sim-
b) se em 6 meses do recebimento da primeira comu- ples exposição do fato e da solução alcançada;
nicação pelo Estado-parte a questão não for satis- c) se não alcançar solução amistosa, trará suas con-
fatoriamente dirimida entre os interessados, am- clusões sobre os fatos inerentes à questão con-
bos poderão submeter a comunicação ao Comitê; troversa e sua opinião sobre uma possível solução
c) o Comitê se assegurará que houve esgotamento amistosa, juntando observações escritas e orais
de recursos internos ou que, ainda que não tenha dos interessados, caso em que os Estados-partes
havido, se fez presente prolongamento injustifica- comunicarão no prazo de 3 meses do recebimento
do da apuração; do relatório ao Presidente do Comitê se aceitam
d) as reuniões do Comitê serão confidenciais; ou não seus termos.
e) o Comitê colocará bons ofícios a serviço dos Es-
tados-partes interessados, mas isso não dispensa Não há qualquer problema em os Estados-partes op-
o requisito do esgotamento de recursos internos; tarem por solucionar a controvérsia perante outro órgão
f) o Comitê pedirá informações aos Estados-partes; das Nações Unidas ou de organização diversa (artigo 44,
g) tais Estados-partes poderão ter representantes pe- PIDCP). O Comitê submeterá à Assembléia-Geral, por
rante o Comitê; meio do Conselho Econômico e Social, um relatório so-
h) em 12 meses do recebimento da notificação pelo bre suas atividades (artigo 45, PIDCP).
Comitê após não darem resultado as negociações
entre os Estados-partes, ele deverá apresentar re- Denúncias por particulares e o protocolo faculta-
latório, cujo conteúdo será, no caso de solução tivo ao PIDCP
por bons ofícios, uma breve exposição dos fatos Embora o PIDCP não tenha previsto diretamente um
e da solução alcançada, e no caso de não solução mecanismo para a apresentação de denúncias pelos indi-
DIREITOS HUMANOS

por tal meio, uma breve exposição dos fatos com víduos ao Comitê, o protocolo facultativo ao Pacto, de 16
juntada do texto das observações escritas e orais de dezembro de 1966, o fez. A denúncia somente pode
apresentadas pelos interessados, encaminhando-o ser recebida se o Estado houver ratificado o Protocolo
aos Estados-partes em questão. Facultativo (artigo 1º, PPIDCP).
Ainda é grande a resistência de muitos Estados em
consentir que indivíduos tenham o poder de encami-
nhar petições individuais, assumindo independência na

27
arena internacional para acusá-los da inobservância de Artigo 29
determinado direito. Neste sentido, mesmo que muitos 1. Os membros do Comitê serão eleitos em votação
países tenham assinado o protocolo facultativo, como as secreta dentre uma lista de pessoas que preencham os
decisões do Comitê não possuem força obrigatória e vin- requisitos previstos no artigo 28 e indicadas, com esse
culante, percebe-se uma dificuldade em implementá-las. objetivo, pelos Estados Partes do presente Pacto.
Aceita a competência, “[...] o indivíduo que se consi- 2. Cada Estado parte no presente Pacto poderá indi-
derar vítima de violação de qualquer dos direitos enun- car duas pessoas. Essas pessoas deverão ser nacionais
ciados no Pacto e que tenha esgotado todos os recursos do Estado que as indicou.
internos disponíveis, poderá apresentar uma comunica- 3. A mesma pessoa poderá ser indicada mais de uma
ção escrita ao Comitê para que este a examine” (artigo vez.
2º, PPIDCP). Artigo 30
Além do esgotamento dos recursos na via interna, 1. A primeira eleição realizar-se-á no máximo seis
salvo excesso dos prazos razoáveis (artigo 5º, PPIDCP), meses após a data da entrada em vigor do presente
são requisitos de admissibilidade, nos termos do artigo Pacto.
3º, não serem denúncias anônimas e não constituírem 2. Ao menos quatro meses antes da data de cada elei-
abuso de direito ou serem incompatíveis com as dispo- ção do Comitê, e desde que não seja uma eleição para
sições do Pacto, e nos termos do artigo 5º, que a mesma preencher uma vaga declarada nos termos do artigo
questão já não esteja sendo examinada por uma outra 34, o Secretário-Geral da Organização das Nações
instância internacional de investigação ou decisão. Unidas convidará, por escrito, os Estados Partes do
Após, adota-se o procedimento descrito nos artigos Presente Protocolo a indicar, no prazo de três meses,
4º e 5º do protocolo: os candidatos a membro do Comitê.
a) Admitida a denúncia, o Comitê levará ao conhe- 3. O Secretário-Geral da Organização das Nações
cimento dos Estados-partes no referido Protocolo Unidas organizará uma lista por ordem alfabética de
que tenham alegadamente violado qualquer das todos os candidatos assim designados, mencionando
disposições do Pacto as comunicações que lhe fo- os Estados Partes que os tiverem indicado, e a comuni-
rem apresentadas; cará aos Estados partes do presente Pacto, no máximo
b) Dentro de seis meses, os Estados destinatários das um mês antes da data de cada eleição.
comunicações submeterão por escrito ao Comi- 4. Os membros do Comitê serão eleitos em reuniões
tê as explicações ou declarações que esclareçam dos Estados Partes convocadas pelo Secretário-Geral
a questão e o recurso, se existente, que tiver sido da Organização das Nações Unidas na sede da Or-
adotado por aquele Estado; ganização. Nessas reuniões, em que o “quorum” será
c) O Comitê examinará as comunicações recebidas estabelecido por dois terços dos Estados Partes do
em virtude do Protocolo tendo em conta todas presente Pacto, serão eleitos membros do Comitê os
as informações escritas que lhe forem submetidas candidatos que obtiverem o maior número de votos e
pelo indivíduo e pelo Estado Parte interessado; a maioria absoluta dos votos dos representantes dos
d) O Comitê realizará as suas sessões a portas fecha- Estados Partes presentes e votantes.
das quando examinar as comunicações previstas
no Protocolo; Artigo 31
e) O Comitê comunicará seu parecer ao Estado-parte 1. O Comitê não poderá ter mais de um nacional de
interessado e ao indivíduo. um mesmo Estado.
2. Nas eleições do Comitê, levar-se-ão em conside-
Não obstante, O Comitê incluirá no seu relatório ração uma distribuição geográfica equitativa e uma
anual, elaborado nos termos do artigo 45 do Pacto, um representação das diversas formas de civilização, bem
resumo das suas atividades, desempenhadas nos termos como dos principais sistemas jurídicos.
do Protocolo.
Artigo 32
Abaixo, seguem os artigos que regulamentam o Co- 1. Os membros do Comitê serão eleitos par um man-
mitê. dato de quatro anos. Poderão, caso suas candidatu-
ras sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. En-
Artigo 28 tretanto, o mandato de nove dos membros eleitos na
1. Constituir-se-á um comitê de Direitos Humanos primeira eleição expirará ao final de dois anos; ime-
(doravante denominado o “Comitê” no presente pac- diatamente após a primeira eleição, o presidente da
to). O Comitê será composto de dezoito membros e reunião a que se refere o § 4° do artigo 30 indicará,
desempenhará as funções descritas adiante. por sorteio, os nomes desses nove membros.
2. O Comitê será integrado por nacionais dos Estados 2. Ao expirar o mandato dos membros, as eleições
DIREITOS HUMANOS

partes do presente Pacto, os quais deverão ser pessoas se realizarão de acordo com o disposto nos artigos
de elevada reputação moral e reconhecida competên- precedentes desta Parte do presente pacto.
cia em matéria de direitos humanos, levando-se em
consideração a utilidade da participação de algumas Artigo 33
pessoas com experiência jurídica. 1. Se, na opinião unânime dos demais membro do
3. Os membros do Comitê serão eleitos e exercerão Comitê deixar de desempenhar suas funções por moti-
suas funções a titulo pessoal. vos distintos de uma ausência temporária, o Presiden-

28
te comunicará tal fato ao Secretário-Geral da Organi- Artigo 39
zação das Nações Unidas, que declarará vago o lugar 1. O Comitê elegerá sua mesa para um período de
que o referido membro ocupava. dois anos. Os membros da mesa poderão ser reeleitos.
2. Em caso de morte ou renúncia de um membro do 2. o próprio Comitê estabelecerá suas regras de pro-
Comitê, o Presidente comunicará imediatamente tal cedimento; esta, contudo, deverão conter, entre outras,
fato ao Secretário-Geral da Organização das Nações as seguintes disposições:
Unidas, que declarará vago o lugar desde a data da a) o “quorum” será de doze membros;
morte ou daquela em que a renúncia passe a produzir b) as mesas do Comitê tomadas por maioria de votos
efeitos. dos membros presentes.
Artigo 34
1. Quando uma vaga for declarada nos termos do Artigo 40
artigo 33 e o mandato do membro a ser substituído 1. os Estados Partes do presente Pacto comprometem-
não expiar no prazo de seis meses a contar da data em -se a submeter relatórios sobre as medidas por eles
que tenha sido declarada a vaga, o Secratário-Geral adotadas para tornar efetivos os direitos reconhecidos
das Nações Unidas comunicará tal fato aos Estados no presente Pacto e sobre o progresso alcançado no
Partes do presente pacto, que poderão, no prazo de gozo desses direitos:
dois meses, indicar candidatos, em conformidade com a) dentro do prazo de um ano, a contar do início da
o artigo 29, para preencher a vaga. vigência do presente Pacto nos Estados Partes inte-
2. O Secretário-Geral da organização das Nações ressados;
unidas organizará uma lista por ordem alfabética dos b) a partir de então, sempre que o Comitê vier a so-
candidatos assim designados e a comunicará aos Es- licitar.
tados Partes do presente pacto. A eleição destinada 2. Todos relatórios serão submetidos ao Secretário-
a preencher tal vaga será realizada nos termos das -Geral da Organização das nações Unidas, que os
disposições pertinentes desta parte do presente Pacto. encaminhará. Para exame, ao Comitê. Os relatórios
deverão sublinhar, caso existam, os fatores e as dificul-
3. Qualquer membro do Comitê eleito para preencher
dades que prejudiquem a implementação do presente
uma vaga em conformidade com o artigo 33 fará par-
pacto.
te do Comitê durante o restante do mandato do mem-
3. O Secretário-Geral da Organização das Nações
bro que deixar vago o lugar do Comitê, nos termos do
Unidas poderá, após consulta ao Comitê, encaminhar
referido artigo.
às agências especializadas cópias das partes dos rela-
tórios que digam respeito à sua esfera de competência.
Artigo 35
4. O Comitê estudará os relatórios apresentados pe-
Os membros do Comitê receberão, com a aprovação los Estados partes do presente pacto e transmitirá aos
da Assembleia-Geral da Organização das Nações Uni- Estados Partes seu próprio relatório, bem como os co-
das, honorários provenientes de recursos da Organi- mentários gerais que julgar oportunos. O Comitê po-
zação das Nações Unidas, nas condições fixadas, con- derá igualmente transmitir ao Conselho Econômico e
siderando-se a importância das funções do Comitê, social os referidos comentários, bem como cópias dos
pela Assembleia-Geral. relatórios que houver recebido dos Estados partes do
Presente pacto.
Artigo 36 5. Os Estados Partes no presente pacto poderão sub-
Secretário-Geral da Organização das nações Unidas meter ao Comitê as observações que desejarem for-
colocará à disposição do Comitê o pessoal e os servi- mular relativamente aos comentários feitos nos ter-
ços necessários ao desempenho eficaz das funções que mos do § 4° do presente artigo.
lhe são atribuídas em virtude do presente Pacto.
Artigo 41
Artigo 37 1. Com base no presente Artigo, todo Estado parte do
1. Secretário-Geral da Organização das nações Uni- presente pacto poderá declarar, a qualquer momento,
das convocará os Membros do comitê para a primeira que reconhece a competência do Comitê para receber
reunião, a realizar-se na sede da Organização. e examinar as comunicações em que um Estado parte
2. Após a primeira reunião, o Comitê deverá reunir- alegue que outro Estado Parte não vem cumprindo as
-se em todas as ocasiões previstas em suas regras de obrigações que lhe impõe a Pacto. As referidas comu-
procedimento. nicações só serão recebidas e examinadas nos termos
3. As reuniões do Comitê serão realizadas normal- do presente Artigo no caso de serem apresentadas por
mente na sede da Organização da Nações Unidas ou um Estado Parte que houver feito uma declaração em
no Escritório das Nações Unidas em Genebra. que reconheça, com relação a si próprio, a competên-
Artigo 38 cia do Comitê. O Comitê não receberá comunicação
DIREITOS HUMANOS

Todo membro do comitê deverá, antes de iniciar suas alguma relativa a um Estado Parte que não houver
funções, assumir, em sessão pública, o compromisso feito uma declaração dessa natureza. As comunica-
solene de que desempenhará suas funções imparcial ções recebidas em virtude do presente Artigo estarão
e conscientemente. sujeitas ao procedimento que se segue:
a) se um Estado Parte do presente Pacto considerar
que outro Estado Parte não vem cumprindo as dispo-
sições da presente Convenção poderá, mediante co-

29
municação escrita, levar a questão ao conhecimento nadas no parágrafo §1º deste Artigo. As referidas de-
deste Estado Parte. Dentro de um prazo de três meses, clarações serão depositadas pelos Estados partes junto
a contar da data do recebimento da comunicação, o ao Secretário-Geral da Organização Nações Unidas,
Estado destinatário fornecerá ao Estado que enviou a que enviará cópia das mesmas aos demais Estados
comunicação explicações ou quaisquer outras decla- Partes. Toda declaração poderá ser retirada, a qual-
rações por escrito que esclareçam a questão, as quais quer momento, mediante notificação endereçada ao
deverão fazer referência, até onde seja possível e per- Secretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo
tinente, aos procedimentos, nacionais e aos recursos do exame de quaisquer questões que constituam ob-
jurídicos adotados, em trâmite ou disponíveis sobre a jeto de uma comunicação já transmitida nos termos
questão; deste artigo; em virtude do presente artigo, não se
b) se, dentro de um prazo de seis meses, a contar da receberá qualquer nova comunicação de um Estado
data do recebimento da comunicação original pelo Parte uma vez que o Secretário-Geral tenha recebido
Estado destinatário, a questão não estiver dirimida sa- a notificação sobre a retirada da declaração, a menos
tisfatoriamente para ambos os Estados Partes interes- que o Estado parte interessado haja feito uma nova
sados, tanto um como o outro terão o direito de sub- declaração.
metê-lo ao comitê, mediante notificação endereçada
ao Comitê ou outro Estado interessado; Artigo 42
c) o comitê tratará de todas as questões que se lhe 1. a) se uma questão submetida ao Comitê, nos termos
submetam em virtude do presente Artigo somente do artigo 41, não estiver dirimida satisfatoriamente
após ter-se assegurado de que todos os recursos jurí- para os Estado Partes interessados, o Comitê poderá,
dicos internos disponíveis tenham sido utilizados e es- com consentimento prévio dos Estados Partes interes-
gotados, em consonância com os princípios do Direito sados, constituir uma comissão “ad hoc” (doravante
internacional geralmente reconhecido. Não se aplica- denominada “ a Comissão). A Comissão colocará seus
rá esta regra quando a aplicação dos mencionados bons ofícios à disposição dos Estados Partes interessa-
recursos se prolongar injustificadamente. dos no intuito de se alcançar uma solução amistosa
d) o comitê realizará reuniões confidenciais quando para a questão baseada no respeito ao presente Pacto;
estiver examinando as comunicações previstas no pre- b) a comissão será composta de cinco membros desig-
sente Artigo; nados com o consentimento dos Estados Partes inte-
e) sem prejuízo das disposições da alínea “c’, o Comi- ressados. Se os Estados Partes interessados não chega-
tê colocará seus bons ofícios à disposição dos Estados rem a um acordo a respeito da totalidade ou de parte
Partes interessados no intuito de se alcançar uma so- da composição da comissão dentro do prazo de três
lução amistosa para a questão, baseada no respeito meses, os membros da Comissão em relação aos quais
aos direitos humanos e a liberdades fundamentais re- não se chegou a acordo serão eleitos pelo Comitê, en-
conhecidos no presente Pacto. tre os seus próprios membros, em votação secreta e
f) em todas as questões que se lhe submetem em vir- por maioria de dois terços dos membros do comitê.
tude do presente artigo, o Comitê poderá solicitar aos 2. Os membros da Comissão exercerão suas funções a
Estados Partes interessados, a que se faz referência título pessoal. Não poderão ser nacionais dos Estados
na alínea b), que lhe forneçam quaisquer informação interessados, nem de Estados que não seja Parte do
pertinentes; presente Pacto, nem de um Estado Parte que não te-
g) os estados Partes interessados, a que se faz referên- nha feito a declaração prevista no artigo 41.
cia na alínea “b”, terão o direito de fazer-se represen- 3. A própria Comissão elegerá seu presidente e esta-
tar quando as questões forem examinadas no Comitê belecerá suas regras de procedimento.
e de apresentar suas observações verbalmente e/ou 4. As reuniões da Comissão, serão normalmente na
por escrito; sede da Organização das Nações Unidas ou no Escri-
h) o Comitê, dentro dos doze meses seguintes à data tório das Nações Unidas em Genebra. Entretanto, po-
de recebimento da notificação mencionada na b), derão realizar-se em qualquer outro lugar apropriado
apresentará relatório em que: que a Comissão determinar, após consulta ao Secre-
i) se houver sido alcançada uma solução nos termos tário-Geral da Organização das Nações Unidas e aos
da alínea e), o comitê restringir-se-á, em seu relatório, Estados partes interessados.
a uma breve exposição dos fatos e da solução alcan- 5. O secretariado referido no artigo 36 também pres-
çada; tará serviços às comissões designadas em virtude do
ii) se não houver sido alcançada solução alguma nos presente artigo.
termos alínea “e”, o comitê restringir-se-á, em seu re- 6. As informações obtidas e coligidas pelo Comitê se-
latório, a uma breve exposição dos fatos; serão anexa- rão colocadas à disposição da Comissão, a qual po-
dos ao relatório o texto das observações escritas e as derá solicitar aos Estados partes interessados que lhe
DIREITOS HUMANOS

atas das observações orais apresentadas pelos Estados forneçam qualquer outra informação pertinente.
Partes interessados. 7. Após haver estudado a questão sob todos os seus
Para cada questão, o relatório será encaminhado aos aspectos, mas, em qualquer caso, no prazo de doze
Estados partes interessados. meses após dela ter tomado conhecimento, a Comis-
2. As disposições do presente Artigo entrarão em vigor são apresentará um relatório ao Presidente do Comitê,
a partir do momento em que dez Estados Partes do que o encaminhará aos Estados Partes interessados:
presente Pacto houverem feito as declarações mencio- a) se a Comissão não puder terminar o exame da

30
questão, restringir-se-á, em seu, a uma breve expo- PARTE V
sição sobre o estágio em que se encontra o exame da
questão; Artigo 46
b) se houver sido alcançado uma solução amistosa Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser
para a questão, baseada no respeito dos direitos hu- interpretada em detrimento das disposições da Carta
manos reconhecidos no presente pacto, a Comissão das Nações unidas e das constituições das agências
restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposi- especializadas, as quais definem as responsabilidades
ção dos fatos e da solução alcançada; respectivas dos diversos órgãos da Organização das
c) se não houver sido alcançada solução nos termos Nações Unidas e das agências especializadas relativa-
da alínea “b”, a Comissão incluirá no relatório suas mente às questões tratadas no presente pacto.
conclusões sobre os fatos relativos à questão debati-
da entre os Estados Partes interessados assim como Artigo 47
sua opinião sobre a possibilidade de solução amisto- Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser in-
so para a questão, o relatório incluirá as observações terpretada em detrimento do direito inerente a todos
escritas e as atas das observações orais feitas pelos os povos de desfrutar e utilizar plena e livremente suas
Estados Partes interessados; riquezas e seus recursos naturais.
d) se o relatório da comissão for apresentado nos ter-   
mos da alínea “c”, os Estados partes interessados co- PARTE VI
municarão, no prazo de três meses a contar da data
do recebimento do relatório, ao presidente do comitê Artigo 48
se aceitam ou não os termos do relatório da Comissão. 1. O presente pacto está à aberto à assinatura de to-
8. As disposições do presente artigo não prejudicarão dos os Estados Membros da Organização das nações
as atribuições do Comitê previstas no artigo 41. Unidas ou membros de qualquer de suas agências
9. Todas as despesas dos membros da Comissão serão especializadas, de todo Estado Parte do estatuto da
repartidas equitativamente entre os Estados Partes Corte Internacional de Justiça, bem como de qualquer
interessados, com base em estimativas a serem esta- outro Estado convidado pela Assembleia-Geral a tor-
belecidas pelo Secretário-Geral da Organização das nar-se Parte do presente Pacto.
Nações Unidas. 2. O presente pacto está sujeito à ratificação. Os ins-
10. Secretário-Geral da Organização das Nações Uni- trumentos de ratificação serão depositados junto ao
das poderá, caso seja necessário, pagar as despesas Secretário-Geral da Organização das Nações unidas.
dos membros da Comissão antes que sejam reembol- 3. O presente Pacto está aberto à adesão de quaisquer
sadas pelos Estados Partes interessados, em conformi- dos Estados mencionados no § 1° do presente artigo.
dade com o § 9° do presente artigo. 4. Far-se-á adesão mediante depósito do instrumento
de adesão junto ao Secretário-Geral da Organização
Artigo 43 das Nações Unidas.
Os membros do Comitê e os membros da Comissão 5. O Secretário-Geral da Organização das Nações
de Conciliação “ad hoc” que forem designados nos Unidas informará todos os Estados que hajam assi-
termos do artigo 42 terão direitos às facilidades, pri- nado o presente Pacto ou ele aderido do depósito de
vilégios e imunidades que se concedem aos peritos cada instrumento de ratificação ou adesão.
no desempenho de missões para a organização das
nações unidas, em conformidade com as seções per- Artigo 49
tinentes da Convenção sobre Privilégios e Imunidades 1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após
das Nações Unidas. a data do depósito, junto ao Secretário-Geral da Or-
ganização das Nações Unidas, do trigésimo-quinto
Artigo 44 instrumento de ratificação ou adesão.
As disposições relativas à implementação do presente 2. Para os Estados que vierem a ratificar o presente
pacto aplicar-se-ão sem prejuízo dos procedimentos Pacto ou a ele aderir após o depósito do trigésimo-
instituídos em matéria de direitos humanos, pelos - -quinto instrumento de ratificação ou adesão, o pre-
ou em virtude dos membros - instrumentos constitu- sente Pacto entrará em vigor três meses após a data
tivos e pelas Convenções da Organização das Nações do depósito, pelo Estado em questão, de seu instru-
Unidas e das agências especializadas e não impedirão mento de ratificação ou adesão.
que os Estados partes a recorrer a outros procedimen-
tos para a solução de controvérsias em conformidade Artigo 50
com os acordos internacionais gerais ou especiais vi- Aplicar-se-á as disposições do, presente Pacto, sem
gentes entre eles. qualquer limitação ou exceção, a todas unidades
DIREITOS HUMANOS

Artigo 45 constitutivas dos Estados federativos.


Comitê submeterá à Assembleia-Geral, por intermé-
dio do Conselho Econômico e social, um relatório so- Artigo 52
bre suas atividades. 1. Qualquer Estado Parte do presente Pacto poderá
propor emendas e depositá-las junto ao Secretário-
-Geral da Organização das Nações Unidas. O Secretá-
rio-Geral comunicará todas as propostas de emendas

31
aos Estados Partes do presente Pacto, pedindo-lhes
que o notifiquem se desejam que se convoque uma CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS
conferência dos Estados Partes destinada a examinar HUMANOS (“PACTO DE SAN JOSÉ DA COS-
as propostas e submetê-las a votação. Se pelo menos TA RICA”).
um terço dos Estados Partes se manifestar a favor da
referida convocação, o Secretário-Geral convocará a
conferência sob os auspícios da Organização das Na- Convenção Americana de Direitos Humanos (“Pac-
ções Unidas. Qualquer emenda adotada pela maioria to de San José da Costa Rica”)
dos Estados Partes presentes e votantes na conferência
será submetida à aprovação da Assembleia-Geral das DECRETO n° 678, de 6 de novembro de 1992.
Nações Unidas.
2. Tais emendas entrarão em vigor quando aprovadas Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Hu-
pela Assembleia-Geral das Nações Unidas e aceitas manos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novem-
em conformidade com seus respectivos procedimentos bro de 1969.
constitucionais, por uma maioria de dois terços dos O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do
Estados Partes no presente Pacto. cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui-
3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão obri- ção que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
gatórias para os Estados Partes que as aceitaram, Considerando que a Convenção Americana sobre Di-
ao passo que os demais Estados Partes permanecem reitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), ado-
obrigados pelas disposições do presente Pacto e pelas tada no âmbito da Organização dos Estados Americanos,
emendas anteriores por eles aceitas. em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969,
entrou em vigor internacional em 18 de julho de 1978, na
Artigo 52 forma do segundo parágrafo de seu art. 74;
Independentemente das notificações prevista no § 5° Considerando que o Governo brasileiro depositou a
do artigo 48, o Secretário-Geral da Organização das carta de adesão a essa convenção em 25 de setembro de
Nações Unidas comunicará a todos os Estados referi- 1992;
dos no § 1° do referido artigo: Considerando que a Convenção Americana sobre Di-
a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em reitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou
conformidade com o artigo 48; em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de
b) a data de entrada em vigor do pacto, nos termos do conformidade com o disposto no segundo parágrafo de
artigo 49, e a data de entrada em vigor de quaisquer seu art. 74;
emendas, nos termos do artigo 51. A primeira fase do chamado processo de elaboração
dos tratados é a negociação. No Brasil, compete à União
Artigo 53 “manter relações com Estados estrangeiros e participar
1. O presente Pacto, cujos textos em chinês, espanhol, de organizações internacionais”, nos termos do artigo 21,
francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será I da Constituição Federal. O único agente nas relações
depositado nos arquivos da Organização das Nações internacionais com competência exclusiva é o Presidente
Unidas. da República, que manterá as relações com o respecti-
2. O Secretário-Geral da Organização das Nações vo Estado estrangeiro e celebrará tratados, convenções
Unidas encaminhará cópias autênticas do presente e atos internacionais, que precisam apenas do referen-
Pacto a todos os Estados mencionados no artigo 48. do do Congresso Nacional, conforme dispõe o artigo 84,
VII e VIII da Constituição Federal. O momento seguinte é
Em fé quê, os abaixo-assinados, devidamente autori- o da assinatura do tratado por esta autoridade compe-
zados por seus respectivos Governos, assinaram o pre- tente. Contudo, a exigibilidade dos tratados depende de
sente Pacto, aberto à assinatura em nova York, aos atos posteriores. A colaboração entre os Poderes Execu-
19 dias do mês de dezembro do ano mil novecentos e tivo e Legislativo é indispensável para a conclusão de um
sessenta e seis. tratado no ordenamento jurídico brasileiro, já que muito
embora a competência seja exclusiva do Presidente da
#FicaDica República, cabe ao Congresso Nacional, por meio de um
decreto legislativo, autorizar a ratificação do ato interna-
Os Estados partes deste pacto reconhecem cional. Nos termos do artigo 49, I da Constituição Federal
o direito de toda pessoa de gozar de condi- “é da competência exclusiva do Congresso Nacional: I -
ções de trabalho justas e favoráveis. resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional”. Quanto ao Pacto de
DIREITOS HUMANOS

São José da Costa Rica, este foi negociado e assinado


pela autoridade do Executivo competente e posterior-
mente submetido à aprovação do Congresso Nacional,
a qual foi concedida pelo Decreto Legislativo n° 27/92.
Somente depois esta foi promulgada pelo Decreto n°
678/92 e ratificada pelo Brasil perante a Organização dos
Estados Americanos.

32
DECRETA: Considerando que a Terceira Conferência Interame-
ricana Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a in-
Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Huma- corporação à própria Carta da Organização de normas
nos (Pacto de São José da Costa Rica), celebrada em mais amplas sobre os direitos econômicos, sociais e
São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, educacionais e resolveu que uma Convenção Interame-
apensa por cópia ao presente decreto, deverá ser cum- ricana sobre Direitos Humanos determinasse a estrutura,
prida tão inteiramente como nela se contém. competência e processo dos órgãos encarregados dessa
matéria;
Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato in- Convieram no seguinte:
ternacional, em 25 de setembro de 1992, o Governo Pelo preâmbulo da Convenção denotam-se os ante-
brasileiro fez a seguinte declaração interpretativa: “O cedentes históricos e as intenções envoltas em sua ela-
Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea boração. Basicamente, os direitos humanos já haviam
d , não incluem o direito automático de visitas e inspe- sido reconhecidos internacionalmente desde a criação
ções in loco da Comissão Interamericana de Direitos da ONU e a elaboração da Declaração Universal dos
Humanos, as quais dependerão da anuência expressa Direitos Humanos de 1948 por todos os Estados-mem-
do Estado”. bros da organização. Entretanto, ainda se buscava um
caminho para a efetivação deles, garantindo a dignida-
Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de de inerente à pessoa humana em qualquer localidade,
sua publicação. independentemente de fatores externos. Neste sentido,
optou-se por um processo de regionalização dos direitos
Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independên- humanos, no qual as peculiaridades das grandes regiões
cia e 104° da República. globais poderiam ser levadas em consideração, permitin-
do maior efetividade das normas de direitos humanos.
Depois do processo de internacionalização dos direi- Assim, os países da América se reuniram para a formação
tos humanos, iniciou-se um processo de regionalização de uma organização específica, a Organização dos Esta-
deles, ou seja, adaptação do conteúdo de cada uma das dos Americanos, e para a assunção de um compromisso
declarações de direitos até então proferidas a determina- internacional continental pela preservação dos direitos
das regiões do globo. humanos.
ANEXO PARTE I
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
HUMANOS (1969)
(PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA) A primeira parte da Convenção trata do aspecto ma-
terial da proteção dos direitos humanos na América. No
PREÂMBULO
capítulo I, são estabelecidos os deveres dos Estados-par-
tes, que são os de respeito e adoção das disposições do
Os Estados Americanos signatários da presente Con-
pacto no ordenamento jurídico interno; no capítulo II são
venção,
enumerados os direitos civis e políticos, que são pratica-
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Con-
mente os mesmos declarados no âmbito internacional,
tinente, dentro do quadro das instituições democráticas,
embora mais amplos em relação a alguns direitos; no
um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fun-
dado no respeito dos direitos humanos essenciais; capítulo III ocorre uma remissão à Carta da Organização
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa dos Estados Americanos no tocante aos direitos econô-
humana não derivam do fato de ser ela nacional de de- micos, sociais e culturais, de realização progressiva; no
terminado Estado, mas sim do fato de ter como funda- capítulo IV são tratados os casos de suspensão de garan-
mento os atributos da pessoa humana, razão por que tias, interpretação e aplicação; no capítulo V abordam-se
justificam uma proteção internacional, de natureza con- os deveres das pessoas.
vencional, coadjuvante ou complementar da que oferece
o direito interno dos Estados americanos; Capítulo I
Considerando que esses princípios foram consagra- ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
dos na Carta da Organização dos Estados Americanos,
na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Ho- Artigo 1º Obrigação de respeitar os direitos
mem e na Declaração Universal dos Direitos do Homem, 1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-
e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros ins- -se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhe-
trumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como cidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda
DIREITOS HUMANOS

regional; pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discri-


Reiterando que, de acordo com a Declaração Univer- minação alguma, por motivo de raça, cor, sexo, idio-
sal dos Direitos Humanos, só pode ser realizado o ideal ma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra
do ser humano livre, isento do temor e da miséria, se natureza, origem nacional ou social, posição econô-
forem criadas condições que permitam a cada pessoa mica, nascimento ou qualquer outra condição social.
gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser hu-
bem como dos seus direitos civis e políticos; e mano.

33
Os Estados-membros da OEA assumem o compromis- vil. É pressuposto para a inserção e atuação da pessoa
so de respeitar os direitos humanos declarados neste na ordem jurídica. A personalidade é, portanto, o con-
documento para com todos os seres humanos que in- ceito básico da ordem jurídica, que a estende a todos
gressem em território de sua jurisdição, não apenas os homens, consagrando-a na legislação civil e nos
nacionais. Nota-se, ainda, que não há ser humano que direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade.
possa não ser considerado como pessoa. É qualidade jurídica que se revela como preliminar de
todos os direitos e deveres”87.
Artigo 2º Dever de adotar disposições de direito in-
terno Artigo 4º Direito à vida
Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
no artigo 1° ainda não estiver garantido por dispo- vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em ge-
sições legislativas ou de outra natureza, os Estados- ral, desde o momento da concepção. Ninguém pode
-partes comprometem-se a adotar, de acordo com ser privado da vida arbitrariamente.
as suas normas constitucionais e com as disposições
desta Convenção, as medidas legislativas ou de outra
natureza que forem necessárias para tornar efetivos FIQUE ATENTO!
tais direitos e liberdades. a Convenção assegura a proteção à vida des-
O conteúdo da Convenção tem um caráter genérico, de a concepção! Não obstante, veda a morte
de forma que meios específicos para assegurar os di- por razões arbitrárias, por exemplo, pena de
reitos nela previstos dentro do ordenamento interno morte sem o devido processo legal.
são necessários. Este artigo deixa claro o dever dos
Estados-partes de adaptar o ordenamento interno a
este contexto. 2. Nos países que não houverem abolido a pena de
morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais
Capítulo II graves, em cumprimento de sentença final de tribunal
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS competente e em conformidade com a lei que esta-
beleça tal pena, promulgada antes de haver o delito
Em relação à primeira dimensão de direitos, aponta sido cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a
Bobbio86: “[...] o desenvolvimento dos direitos do ho- delitos aos quais não se aplique atualmente.
mem passou por três fases: num primeiro momento, No ideário de proteção à vida, impedindo a aplicação
afirmaram-se os direitos de liberdade, isto é, todos de pena de morte, a Convenção adota um posiciona-
aqueles direitos que tendem a limitar o poder do Es- mento de não retrocesso. Basicamente, para os casos
tado e a reservar para o indivíduo, ou para os grupos e nas localidades em que a pena de morte foi abolida
particulares, uma esfera de liberdade em relação ao não é possível passar a aplicá-la.
Estado; num segundo momento, foram propugnados
os direitos políticos, os quais – concebendo a liberdade 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Esta-
não apenas negativamente, como não impedimento, dos que a hajam abolido.
mas positivamente, como autonomia – tiveram como Os países que adotavam pena de morte antes da Con-
consequência a participação cada vez mais ampla, venção não podem ampliar sua aplicação para outros
generalizada e frequente dos membros de uma co- crimes, mas não são obrigados a aboli-la plenamente.
munidade no poder político (ou liberdade no Estado)
[...]”. Estes dois momentos representam a formação 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada
da primeira dimensão de direitos humanos, corres- a delitos políticos, nem a delitos comuns conexos com
pondentes aos direitos civis e políticos, os quais são delitos políticos.
abordados neste capítulo da Convenção. Em geral, tais A aplicação de pena de morte por crimes políticos sig-
direitos não exigem uma postura ativa estatal, mas nificaria uma violação dos direitos políticos, que per-
sim de abstenção, deixando de se ingerir em direitos mitem o livre exercício do pensamento perante o Esta-
humanos individuais e permitindo que as pessoas par- do. Sem isto, não há democracia. Assim, somente cabe
ticipem das decisões políticas. pena de morte para certos delitos comuns mais graves
aos quais já se aplicava tal pena antes da Convenção
Artigo 3º Direito ao reconhecimento da personalidade naquele Estado-parte.
jurídica
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que,
personalidade jurídica. no momento da perpetração do delito, for menor de
“O conceito de personalidade está umbilicalmente li- dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
DIREITOS HUMANOS

gado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida mulher em estado de gravidez.
torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Não é possível aplicar pena de morte a menores de
Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. 18 anos (proteção à criança e ao adolescente) e nem
Pode ser definida como aptidão genérica para adquirir às mulheres grávidas (proteção da maternidade e da
direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem ci- infância).
86 BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradução Celso Lafer. 9. 87 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 9. ed. São
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

34
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a soli- Para proteger as crianças e os adolescentes tem-se um
citar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais sistema específico para processo e condenação crimi-
podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode nal, bem como local próprio de execução da pena.
executar a pena de morte enquanto o pedido estiver 6. As penas privativas de liberdade devem ter por fina-
pendente de decisão ante a autoridade competente. lidade essencial a reforma e a readaptação social dos
Segundo Bitencourt88, anistia “é o esquecimento ju- condenados.
rídico do ilícito e tem por objeto fatos (não pessoas) A pena tem função retributiva e preventiva (geral e
definidos como crimes, de regra, políticos, militares ou especial). Retributiva por ser uma resposta ao mal
eleitorais, excluindo-se, normalmente, os crimes co- causado pelo criminoso para a sociedade. Preventiva
muns”; ao passo que indulto coletivo ou propriamente geral no sentido de intimidar todos os destinatários
dito “destina-se a um grupo determinado de condena- da norma penal, visando impedir que eles pratiquem
dos e é delimitado pela natureza do crime e quanti- crimes; preventiva especial no sentido de impedir o
dade da pena aplicada, além de outros requisitos que autor do crime que volte a delinquir. Há, ainda, a fun-
o diploma legal pode estabelecer”; já a comutação da ção social ou ressocializadora, que visa permitir que o
pena é o indulto parcial, não extinguindo a punibilida- condenado seja devolvido à sociedade em condições
de, mas diminuindo a pena a ser cumprida. de não mais cometer crimes e conviver pacificamente.

Artigo 5º Direito à integridade pessoal Artigo 6º Proibição da escravidão e da servidão


1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua inte- 1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou ser-
gridade física, psíquica e moral. vidão e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfi-
São garantias inerentes ao direito à vida e ao direito co de mulheres são proibidos em todas as suas formas.
à saúde. 2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a pe- forçado ou obrigatório. Nos países em que se pres-
nas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda creve, para certos delitos, pena privativa de liberdade
pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição
respeito devido à dignidade inerente ao ser humano. não pode ser interpretada no sentido de proibir o cum-
Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por primento da dita pena, imposta por um juiz ou tribu-
crueldade, intimidação, punição, para obtenção de nal competente. O trabalho forçado não deve afetar
uma confissão, informação ou simplesmente por pra- a dignidade, nem a capacidade física e intelectual do
zer da pessoa que tortura, sendo assim uma espécie recluso.
de trato cruel, desumano ou degradante. As penas Se todo ser humano é uma pessoa e, como tal, dotada
também não podem ser cruéis, desumanas ou degra- de dignidade, aceitar a escravidão seria absurdo. Ine-
dantes, por exemplo, de trabalhos forçados. O cum- rente a isto se encontra a vedação de trabalhos força-
primento da pena, ainda que em si ela não seja cruel, dos: não significa que não pode existir trabalho obriga-
a exemplo da privativa de liberdade, deve se dar de tório, mas a negativa em cumpri-lo não pode impedir
maneira digna, não se aceitando a falta de estrutura o cumprimento da pena, embora o desempenho do
nos estabelecimentos prisionais. trabalho possa gerar sua diminuição proporcional aos
dias trabalhados. Havendo trabalho obrigatório, este
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente. não pode influenciar a dignidade e nem a capacidade
Pelo princípio da personalidade da pena o crime pode física ou intelectual do acusado, por exemplo, colocar
ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu tur- um professor para limpar os banheiros da prisão e não
no, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria para ministrar aulas aos detentos é uma violação.
flagrante a injustiça se fosse possível alguém respon-
der pelos atos ilícitos de outrem: caso contrário, a rea- 3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios
ção, ao invés de restringir-se ao malfeitor, alcançaria para os efeitos deste artigo:
inocentes. a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de
pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou re-
4. Os processados devem ficar separados dos conde- solução formal expedida pela autoridade judiciária
nados, salvo em circunstâncias excepcionais, e devem competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser
ser submetidos a tratamento adequado à sua condi- executados sob a vigilância e controle das autorida-
ção de pessoas não condenadas. des públicas, e os indivíduos que os executarem não
Trata-se de um benefício inerente à presunção de ino- devem ser postos à disposição de particulares, compa-
cência: os que ainda são considerados inocentes pe- nhias ou pessoas jurídicas de caráter privado;
rante a lei devem ficar separados dos culpados. b) serviço militar e, nos países em que se admite a
DIREITOS HUMANOS

isenção por motivo de consciência, qualquer serviço


5. Os menores, quando puderem ser processados, de- nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
vem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calami-
especializado, com a maior rapidez possível, para seu dade que ameacem a existência ou o bem-estar da
tratamento. comunidade;
88 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. ed. d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações
São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1. cívicas normais.

35
Evidencia-se que trabalho obrigatório não significa natura quando for exigida pelo depositante ou pagar
trabalho forçado. Nestes casos, não há trabalho for- o preço equivalente se a coisa não mais existir na sua
çado, por mais que o indivíduo na verdade não queira esfera de disponibilidade). Ocorre que os tratados de
desempenhá-lo. direitos humanos, a partir da Emenda Constitucional
Artigo 7º Direito à liberdade pessoal n° 45/04, cumpridas as condições do artigo 5°, §3° são
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança considerados como emendas constitucionais; mas a
pessoais. Convenção em estudo foi ratificada antes desta alte-
A liberdade aparece ligada à segurança porque a pri- ração legislativa, havendo posicionamentos diversos a
vação da liberdade de um por parte do Estado visa, respeito dela possuir ou não o caráter constitucional.
necessariamente, a preservação da segurança dos de- Depois de muitas discussões, o Supremo Tribunal Fe-
mais. deral decidiu no dia 05 de dezembro de 2008 que é
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, ilegal a prisão civil do depositário infiel, utilizando-se
salvo pelas causas e nas condições previamente fixa- da tese de que os tratados de direitos humanos têm
das pelas Constituições políticas dos Estados-partes status supralegal, ou seja, encontram-se acima das
ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. leis ordinárias, porém abaixo da Constituição Federal.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encar- Neste sentido, a súmula vinculante n° 25 e Habeas
ceramento arbitrários. Corpus n° 87.585-8/TO.
A legislação deve ser expressa a respeito dos casos em
que se admite a privação da liberdade de locomoção. Artigo 8º Garantias judiciais
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada 1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as
das razões da detenção e notificada, sem demora, da devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por
acusação ou das acusações formuladas contra ela. um juiz ou Tribunal competente, independente e im-
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser condu- parcial, estabelecido anteriormente por lei, na apura-
zida, sem demora, à presença de um juiz ou outra au- ção de qualquer acusação penal formulada contra ela,
ou na determinação de seus direitos e obrigações de
toridade autorizada por lei a exercer funções judiciais
caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra
e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou
natureza.
de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que pros-
Evidencia-se o direito ao contraditório, consistente em
siga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada
poder ouvir e dar uma resposta a respeito dos fatos
a garantias que assegurem o seu comparecimento em
controversos levados a juízo, em qualquer esfera. Tam-
juízo.
bém traz o princípio do juiz natural e da vedação ao
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a re-
tribunal de exceção, de forma que sempre será fixado
correr a um juiz ou tribunal competente, a fim de que o juízo competente de maneira prévia por regras de
este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua organização judiciária, avaliando-se ainda se aquele
prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou juízo atribuído é de fato imparcial (não possuindo ini-
a detenção forem ilegais. Nos Estados-partes cujas leis mizades ou amizades para com as partes).
prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser
privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a
juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida que se presuma sua inocência, enquanto não for le-
sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode galmente comprovada sua culpa. Durante o processo,
ser restringido nem abolido. O recurso pode ser inter- toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às se-
posto pela própria pessoa ou por outra pessoa. guintes garantias mínimas:
Os itens 4 a 6 tratam do devido processo legal (ampla O estado de inocência é inerente à pessoa humana,
defesa e contraditório) garantidos àquele que é pri- de forma que somente pode ser considerada culpada
vado de sua liberdade de locomoção. É preciso que a após o trânsito em julgado do processo criminal que
pessoa seja notificada a respeito dos motivos da acu- apure devidamente o ilícito (princípio da presunção de
sação, seja levada ao juiz que decidirá sobre a manu- inocência).
tenção da prisão e possa interpor recurso contra tal a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente
decisão. por um tradutor ou intérprete, caso não compreenda
ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado
não limita os mandados de autoridade judiciária com- da acusação formulada;
petente expedidos em virtude de inadimplemento de c) concessão ao acusado do tempo e dos meios neces-
obrigação alimentar. sários à preparação de sua defesa;
Uma das maiores polêmicas jurídicas brasileiras nos d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou
últimos anos envolve justamente este dispositivo da de ser assistido por um defensor de sua escolha e de
DIREITOS HUMANOS

Convenção: enquanto ela somente permite a prisão comunicar-se, livremente e em particular, com seu de-
por dívida em caso de obrigação alimentar, a Cons- fensor;
tituição brasileira a permite também para os depo- e) direito irrenunciável de ser assistido por um defen-
sitários infiéis (aquele que fica vinculado ao cumpri- sor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não,
mento de uma obrigação meramente contratual, cuja segundo a legislação interna, se o acusado não se de-
função que lhe é confiada envolve a guarda de uma fender ele próprio, nem nomear defensor dentro do
coisa específica, devendo conservá-la e restituí-la in prazo estabelecido pela lei;

36
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presen- ao princípio da legalidade e da anterioridade da lei.
tes no Tribunal e de obter o comparecimento, como Logo, o tempo rege a ação - tempus regit actum - e
testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam uma lei somente abrange os atos praticados durante
lançar luz sobre os fatos; a sua vigência, não antes (retroatividade) nem depois
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mes- (ultra-atividade). Contudo, o princípio da irretroativi-
ma, nem a confessar-se culpada; e dade vige somente quanto à lei mais severa, de forma
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal que a lei que for mais favorável ao réu irá retroagir, no
superior. que se consolida o princípio da retroatividade da lei
Todas as garantias enumeradas fazem parte do devido mais benéfica.91
processo legal, formado pelo binômio contraditório +
ampla defesa. Pelo princípio do devido processo legal Artigo 10. Direito à indenização
“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme
sem o devido processo legal. Corolário a esse princípio, a lei, no caso de haver sido condenada em sentença
asseguram-se aos litigantes, em processo judicial ou transitada em julgado, por erro judiciário.
administrativo, e aos acusados em geral o contradi- Uma pessoa injustamente condenada por um erro es-
tório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela tatal na apuração do ilícito tem direito a indenização.
inerentes”89. São meios, por exemplo, a conferência de
um tradutor e de um defensor, público ou privado, e Artigo 11. Proteção da honra e da dignidade
ainda os direitos ao silêncio e à não produção de pro- 1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e
vas contra si. São recursos as vias de questionamento ao reconhecimento de sua dignidade.
da decisão judicial perante outro juiz ou tribunal su- 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrá-
perior. rias ou abusivas em sua vida privada, em sua família,
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coa- em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de
ção de nenhuma natureza. ofensas ilegais à sua honra ou reputação.
Assim, não é que a confissão não seja um meio de pro- 3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais
va válido: é válida, mas não pode ser obtida à força, ingerências ou tais ofensas.
por exemplo, mediante tortura ou ameaça. Privacidade e personalidade são direitos que parecem
interligados, uma vez que a primeira é condição de
4. O acusado absolvido por sentença transitada em expansão da segunda. A honra pode ser objetiva, no
julgado não poderá ser submetido a novo processo pe- que tange ao modo como o mundo vê a pessoa, e sub-
los mesmos fatos. jetiva, referindo-se à maneira como ela se vê. Para o
Não cabe revisão criminal pro societate - em favor bom desenvolvimento da personalidade é preciso ga-
da sociedade. Não importa se o acusado foi indevida- rantir a privacidade, cabendo à lei proteger todos estes
mente absolvido, transitada em julgado a decisão não bens jurídicos.
poderá ser processado novamente pelo mesmo fato. A
revisão criminal só é possível se surgirem provas para Artigo 12. Liberdade de consciência e de religião
absolver o réu condenado criminalmente, nunca para 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e
condená-lo. de religião. Esse direito implica a liberdade de conser-
var sua religião ou suas crenças, ou de mudar de reli-
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for gião ou de crenças, bem como a liberdade de professar
necessário para preservar os interesses da justiça. e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou
O segredo de justiça é limitado a alguns casos porque, coletivamente, tanto em público como em privado.
em regra, “o direito subjetivo das partes e advogados 2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas
à intimidade somente estará garantido se não preju- que possam limitar sua liberdade de conservar sua re-
dicar o interesse público à informação”90. ligião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de
crenças.
Artigo 9º Princípio da legalidade e da retroatividade 3. A liberdade de manifestar a própria religião e as
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omis- próprias crenças está sujeita apenas às limitações pre-
sões que, no momento em que foram cometidos, não vistas em lei e que se façam necessárias para proteger
constituam delito, de acordo com o direito aplicável. a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou
Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que os direitos e as liberdades das demais pessoas.
a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, 4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito
depois de perpetrado o delito, a lei estipular a impo- a que seus filhos e pupilos recebam a educação reli-
sição de pena mais leve, o deliquente deverá dela be- giosa e moral que esteja de acordo com suas próprias
neficiar-se. convicções.
DIREITOS HUMANOS

Há uma regra dominante em termos de conflito de Uma das esferas da liberdade de pensamento é a li-
leis penais no tempo que é a da irretroatividade da berdade de crença religiosa. Cada qual tem direito a
lei penal, sem a qual não haveria nem segurança e professar a crença que quiser no Estado democrático,
nem liberdade na sociedade, em flagrante desrespeito não podendo ser tolhido deste direito. No entanto, há
89 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. algumas limitações lógicas ao exercício deste direito,
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
90 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 91 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. ed.
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

37
notadamente quanto às colisões com outros direitos 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a cen-
humanos: por exemplo, não pode ser aceita a prática sura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o
de sacrifício humano nos cultos religiosos. acesso a eles, para proteção moral da infância e da
A religiosidade é um dos aspectos em que os pais in- adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.
fluenciam os filhos e, por isso, possuem direito de vê- Antes de permitir que um espetáculo chegue ao públi-
-los educados em consonância com tais crenças. co é aceita a avaliação prévia do conteúdo, limitando
o acesso, por exemplo, a determinada faixa etária.
Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamen- 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guer-
to e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de ra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial
procurar, receber e difundir informações e ideias de ou religioso que constitua incitamento à discrimina-
qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, ção, à hostilidade, ao crime ou à violência.
verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou Permitir o incentivo a este tipo de pensamento contrá-
artística, ou por qualquer meio de sua escolha. rio à paz mundial vai contra o que os sistemas global
“Na verdade, o ser humano, através dos processos in- e regional de proteção de direitos humanos buscam.
ternos de reflexão, formula juízos de valor. Estes exte-
riorizam nada mais do que a opinião de seu emiten- Artigo 14. Direito de retificação ou resposta
te. Assim, a regra constitucional, ao consagrar a livre 1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas
manifestação do pensamento, imprime a existência ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de
jurídica ao chamado direito de opinião”92. difusão legalmente regulamentados e que se dirijam
ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas con-
não pode estar sujeito à censura prévia, mas a respon- dições que estabeleça a lei.
sabilidades ulteriores, que devem ser expressamente 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta exi-
previstas em lei e que se façam necessárias para as- mirão das outras responsabilidades legais em que se
segurar: houver incorrido.
a) o respeito dos direitos e da reputação das demais 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação,
pessoas; toda publicação ou empresa jornalística, cinemato-
b) a proteção da segurança nacional, da ordem públi- gráfica, de rádio ou televisão, deve ter uma pessoa
ca, ou da saúde ou da moral públicas. responsável, que não seja protegida por imunidades,
nem goze de foro especial.
Silva93 explica que “o homem se torna cada vez mais A publicação de um conteúdo ofensivo dá ao ofendido
livre na medida em que amplia seu domínio sobre a direito de resposta (direito de em local idêntico, com
natureza”, ou seja, com a evolução da sociedade, a mesmo destaque e circulação, expor seus argumento
contrários à ofensa publicada), mas não exime o ofen-
tendência é que o círculo que delimita a esfera da li-
sor de responder por seu ato. Para garantir isto, nos
berdade se amplie. Entretanto, o direito à liberdade
meios de comunicação é preciso de um responsável
nunca foi assegurado de forma irrestrita, assim como
que não seja impedido de ser processado regularmen-
nunca se defendeu no campo ético que alguém pu-
te, ou seja, que não possua imunidades ou goze de
desse exercê-lo sem limites. Não significa que é aceita
foro especial.
a censura prévia, como era comum nos regimes di-
tatoriais, mas que é preciso limitar a veiculação de
Artigo 15. Direito de reunião
conteúdos que violem direitos humanos alheios ou
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem ar-
atentem contra a moral social. Por exemplo, se uma mas. O exercício desse direito só pode estar sujeito às
pessoa publicar um conteúdo ofensivo a outra come- restrições previstas em lei e que se façam necessárias,
terá violação da honra, se divulgar conteúdos antisse- em uma sociedade democrática, ao interesse da se-
mitas praticará crime de preconceito e discriminação. gurança nacional, da segurança ou ordem públicas,
ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os
3. Não se pode restringir o direito de expressão por direitos e as liberdades das demais pessoas.
vias e meios indiretos, tais como o abuso de controles O direito de reunião evidencia a liberdade de expres-
oficiais ou particulares de papel de imprensa, de fre- são conferida aos indivíduos e aos grupos sociais.
quências radioelétricas ou de equipamentos e apare- Grupos de pessoas podem se reunir para manifestar
lhos usados na difusão de informação, nem por quais- algum pensamento, respeitados os limites legais, por
quer outros meios destinados a obstar a comunicação exemplo, não é autorizada a presença de armas, ou
e a circulação de ideias e opiniões. ainda, é preciso informar o poder público para que ele
DIREITOS HUMANOS

A propriedade dos meios de comunicação não pode tome providências para garantir a segurança numa
ser utilizada para manipulação do pensamento da po- manifestação grupal principalmente se ela tiver gran-
pulação. de repercussão (exemplificando, algumas paradas
gays chegam a reunir milhões de pessoas).
92 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano.
Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
93 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

38
Artigo 16. Liberdade de associação Artigo 18. Direito ao nome
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livre- Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes
mente com fins ideológicos, religiosos, políticos, eco- de seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular
nômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou a forma de assegurar a todos esse direito, mediante
de qualquer outra natureza. nomes fictícios, se for necessário.
2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às O nome é um modo de individualização da pessoa na-
restrições previstas em lei e que se façam necessárias, tural. “Integra a personalidade, individualiza a pessoa
em uma sociedade democrática, ao interesse da se- não só durante a sua vida como também após a sua
gurança nacional, da segurança e da ordem públicas, morte, e indica a sua procedência familiar”94.
ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os
direitos e as liberdades das demais pessoas. Artigo 19. Direitos da criança
3. O presente artigo não impede a imposição de restri- Toda criança terá direito às medidas de proteção que
ções legais, e mesmo a privação do exercício do direito a sua condição de menor requer, por parte da sua fa-
de associação, aos membros das forças armadas e da mília, da sociedade e do Estado.
polícia. A criança é parte fundamental da sociedade, repre-
Entidades associativas têm legitimidade para repre- sentando seu futuro. Protegê-la significa garantir que
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente, no futuro existirão adultos preparados para construir
podendo defender, em nome próprio, direitos de seus uma sociedade melhor. Para tanto são criados inúme-
associados. Logo, caracteriza a união das forças indivi- ros mecanismos. No Brasil, destaca-se o Estatuto da
duais num grupo organizado e devidamente autoriza- Criança e do Adolescente.
do por lei. Ninguém é obrigado a ingressas ou perma-
necer em uma associação. Nenhuma associação pode Artigo 20. Direito à nacionalidade
defender interesses ilícitos (por exemplo, seria absurdo 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
permitir que o PCC ou o Comando Vermelho fossem 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado
consideradas associações, posto que reúnem crimi- em cujo território houver nascido, se não tiver direito
nosos). Enfim, a lei pode limitar, com razoabilidade e a outra.
proporcionalidade, a liberdade de associação. 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua
nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
Artigo 17. Proteção da família Com estas regras, impede-se que uma pessoa não se
1. A família é o núcleo natural e fundamental da so- vincule jurídica e politicamente a um Estado, inte-
ciedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo grando o povo e desfrutando de direitos e obrigações.
Estado. No mínimo, terá a nacionalidade do território em que
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de tiver nascido. A figura do apátrida é vedada. Em certos
contraírem casamento e de constituírem uma família, casos, será possível mudar de nacionalidade, não po-
se tiverem a idade e as condições para isso exigidas dendo a pessoa ser impedida.
pelas leis internas, na medida em que não afetem es-
tas o princípio da não-discriminação estabelecido nes- Artigo 21. Direito à propriedade privada
ta Convenção. 1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens.
3. O casamento não pode ser celebrado sem o consen- A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse so-
timento livre e pleno dos contraentes. cial.
4. Os Estados-partes devem adotar as medidas apro- O direito à propriedade é garantido, mas não de for-
priadas para assegurar a igualdade de direitos e a ma ilimitada. Entre os limites possíveis destaca-se o
adequada equivalência de responsabilidades dos do respeito à função social. Por exemplo, não poderá
cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e manter a propriedade aquele que não a torna produ-
por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, tiva.
serão adotadas as disposições que assegurem a pro-
teção necessária aos filhos, com base unicamente no 2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens,
interesse e conveniência dos mesmos. salvo mediante o pagamento de indenização justa,
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos por motivo de utilidade pública ou de interesse social
nascidos fora do casamento, como aos nascidos den- e nos casos e na forma estabelecidos pela lei.
tro do casamento. O item se refere ao instituto da desapropriação, pelo
A proteção da família é essencial porque ela é a base qual o Estado toma a propriedade de um bem em prol
da estrutura social. O tradicional modo de constitui- do interesse coletivo, indenizando o proprietário.
ção da família é o casamento, tanto que ele é prote-
gido nesta Convenção e na DUDH, sendo o consenti- 3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de explo-
DIREITOS HUMANOS

mento dos nubentes um requisito essencial. Durante ração do homem pelo homem, devem ser reprimidas
o casamento, as obrigações devem ser partilhadas e, pela lei.
em caso de dissolução, deve ser priorizado o melhor Usura significa agiotagem, uma pessoa emprestar di-
interesse dos filhos para decidir a respeito de guarda, nheiro por juros abusivos e utilizar meios controversos
visitas e alimentos. No mais, os filhos nascidos dentro para receber os juros e o valor emprestado de volta.
ou fora do casamento são equiparados.
94 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

39
Artigo 22. Direito de circulação e de residência Participar das decisões políticas de maneira direta ou
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no terri- indireta é um direito político de primeira dimensão.
tório de um Estado tem o direito de nele livremente Existem modalidades de participação direta, conso-
circular e de nele residir, em conformidade com as dis- lidando a democracia direta, mas geralmente, como
posições legais. são muitos os indivíduos que podem participar em so-
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de ciedade, adota-se a democracia indireta, na qual são
qualquer país, inclusive de seu próprio país. eleitos representantes por meio do voto. Ainda assim,
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser são comuns alguns mecanismos de participação dire-
restringido, senão em virtude de lei, na medida indis- ta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popu-
pensável, em uma sociedade democrática, para pre- lar, formando um modelo de democracia misto.
venir infrações penais ou para proteger a segurança c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às
nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral funções públicas de seu país.
ou a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e opor-
demais pessoas. tunidades, a que se refere o inciso anterior, exclusiva-
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 mente por motivo de idade, nacionalidade, residência,
pode também ser restringido pela lei, em zonas deter- idioma, instrução, capacidade civil ou mental, ou con-
minadas, por motivo de interesse público. denação, por juiz competente, em processo penal.
A liberdade de circulação dentro de seu país ou em um O acesso às funções públicas geralmente se dá por
território em que entre legalmente não é plena: pode concurso público, não podendo utilizar critérios pre-
ser restringida em virtude de lei, bem como visando conceituosos para admissão.
proteger o interesse público e a segurança social.
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado Artigo 24. Igualdade perante a lei
do qual for nacional e nem ser privado do direito de Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conse-
nele entrar. guinte, têm direito, sem discriminação alguma, à igual
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no terri- proteção da lei.
tório de um Estado-parte na presente Convenção só Trata-se do princípio da igualdade perante a lei. As-
poderá dele ser expulso em decorrência de decisão sim, a lei é válida para todas as pessoas, embora possa
adotada em conformidade com a lei. estabelecer regramentos específicos para certos gru-
Nota-se que não se garante o livre ingresso em terri- pos sociais vulneráveis.
tório que não o do próprio país, para tanto é preciso
respeitar as regras do país para recebimento de es- Artigo 25. Proteção judicial
trangeiros - apenas se veda a expulsão arbitrária do 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rá-
que já esteja lá. pido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os
juízes ou tribunais competentes, que a proteja con-
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo
tra atos que violem seus direitos fundamentais reco-
em território estrangeiro, em caso de perseguição por
nhecidos pela Constituição, pela lei ou pela presente
delitos políticos ou comuns conexos com delitos políti-
Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida
cos, de acordo com a legislação de cada Estado e com
por pessoas que estejam atuando no exercício de suas
as Convenções internacionais.
funções oficiais.
O asilo político é instituição pela qual um Estado con-
No Brasil, entre outros instrumentos, destacam-se o
fere abrigo e proteção a um indivíduo que tenha fugi-
mandado de segurança, o habeas corpus e o habeas
do de um outro Estado no qual sofria perseguição por
delitos políticos ou conexos a ele. data.
2. Os Estados-partes comprometem-se:
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou a) a assegurar que a autoridade competente prevista
entregue a outro país, seja ou não de origem, onde pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos
seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em ris- de toda pessoa que interpuser tal recurso;
co de violação em virtude de sua raça, nacionalidade, b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
religião, condição social ou de suas opiniões políticas. c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades com-
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros. petentes, de toda decisão em que se tenha considera-
A extradição é permitida, dentro dos limites da legisla- do procedente o recurso.
ção de direitos humanos. Não basta prever tais garantias, é preciso conferir es-
trutura ao Judiciário para cumpri-las.
Artigo 23. Direitos políticos
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direi- Capítulo III
tos e oportunidades: DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
DIREITOS HUMANOS

a) de participar da condução dos assuntos públicos,


diretamente ou por meio de representantes livremente Artigo 26. Desenvolvimento progressivo
eleitos; Os Estados-partes comprometem-se a adotar as pro-
b) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autên- vidências, tanto no âmbito interno, como mediante
ticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário e cooperação internacional, especialmente econômica
por voto secreto, que garantam a livre expressão da e técnica, a fim de conseguir progressivamente a ple-
vontade dos eleitores; e na efetividade dos direitos que decorrem das normas

40
econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultu- A forma federativa de Estado tem origem nos Esta-
ra, constantes da Carta da Organização dos Estados dos Unidos, em 1787. No federalismo por agregação,
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Ai- os Estados independentes ou soberanos abrem mão
res, na medida dos recursos disponíveis, por via legis- de parcela de sua soberania para agregar-se entre si
lativa ou por outros meios apropriados. e formarem um Estado Federativo, mas mantendo a
autonomia entre si: foi o que ocorreu nos Estados Uni-
Capítulo IV dos. Mas também é possível o federalismo por desa-
SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E gregação, quando a federação surge a partir de um
APLICAÇÃO Estado unitário e resolve descentralizar-se, a exemplo
do Brasil desde 1891. Dentro da federação há repar-
Artigo 27. Suspensão de garantias tição de competências entre a União e as unidades
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra federativas. Como a União que firma os compromissos
emergência que ameace a independência ou seguran- internacionais, nem sempre ela terá competência para
ça do Estado-parte, este poderá adotar as disposições fazer cumprir todas as normas deles, que podem ser
que, na medida e pelo tempo estritamente limitados da alçada das unidades federativas.
às exigências da situação, suspendam as obrigações 2. No tocante às disposições relativas às matérias que
contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais correspondem à competência das entidades compo-
disposições não sejam incompatíveis com as demais nentes da federação, o governo nacional deve tomar
obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não imediatamente as medidas pertinentes, em confor-
encerrem discriminação alguma fundada em motivos midade com sua Constituição e com suas leis, a fim
de raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social. de que as autoridades competentes das referidas en-
A limitações de direitos humanos é permitida, mas tidades possam adotar as disposições cabíveis para o
não é possível que ela viole premissas ligadas à digni- cumprimento desta Convenção.
dade humana, como raça, cor, sexo, idioma, religião. Enfim, o máximo que é possível para a União é aler-
Por exemplo, na situação descrita no artigo seria acei- tar as suas unidades federativas para que elas tomem
tável autorizar trabalhos forçados compatíveis com a providências para o cumprimento das normas con-
dignidade humana. vencionadas internacionalmente.
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão 3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem
dos direitos determinados nos seguintes artigos: 3 (di- constituir entre eles uma federação ou outro tipo de
reito ao reconhecimento da personalidade jurídica), associação, diligenciarão no sentido de que o pacto
4 (direito à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 comunitário respectivo contenha as disposições neces-
(proibição da escravidão e da servidão), 9 (princípio da sárias para que continuem sendo efetivas no novo Es-
legalidade e da retroatividade), 12 (liberdade de cons- tado, assim organizado, as normas da presente Con-
ciência e religião), 17 (proteção da família), 18 (direito
venção.
ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à nacio-
É possível que Estados-partes firmem entre si tratados
nalidade) e 23 (direitos políticos), nem das garantias
específicos, caso em que deverão se atentar para as
indispensáveis para a proteção de tais direitos.
normas da Convenção.
Nem precisaria especificar, pois tais direitos estão li-
gados justamente a raça, cor, sexo, idioma, religião ou
Artigo 29. Normas de interpretação
origem social. Entretanto, a especificação aumenta a
Nenhuma disposição da presente Convenção pode ser
segurança jurídica.
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso interpretada no sentido de:
do direito de suspensão deverá comunicar imediata- a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou
mente aos outros Estados-partes na presente Con- indivíduo, suprimir o gozo e o exercício dos direitos e
venção, por intermédio do Secretário Geral da Orga- liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los
nização dos Estados Americanos, as disposições cuja em maior medida do que a nela prevista;
aplicação haja suspendido, os motivos determinantes b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou
da suspensão e a data em que haja dado por termina- liberdade que possam ser reconhecidos em virtude de
da tal suspensão. leis de qualquer dos Estados-partes ou em virtude de
Assim, o direito de suspensão é, basicamente, a possi- Convenções em que seja parte um dos referidos Esta-
bilidade do Estado-parte da Organização dos Estados dos;
Americanos, por alguma razão específica e discrimi- c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes
nada em suas justificativas, de deixar de cumprir parte ao ser humano ou que decorrem da forma democráti-
do conteúdo da Convenção Americana de Direitos Hu- ca representativa de governo;
manos, respeitados os limites consagrados internacio- d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a
nalmente no que tange à dignidade humana. Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Ho-
DIREITOS HUMANOS

mem e outros atos internacionais da mesma natureza.


Artigo 28. Cláusula federal A Convenção não pode ser usada para contrariar os
1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído preceitos que ela visa proteger, para permitir a viola-
como Estado federal, o governo nacional do aludido ção de direitos humanos fundamentais consagrados.
Estado-parte cumprirá todas as disposições da presen-
te Convenção, relacionadas com as matérias sobre as
quais exerce competência legislativa e judicial.

41
Artigo 30. Alcance das restrições Assim, “a Convenção Americana estabelece um aparato
As restrições permitidas, de acordo com esta Conven- de monitoramento e implementação dos direitos que
ção, ao gozo e exercício dos direitos e liberdades nela enuncia. Esse aparato é integrado pela Comissão Inte-
reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de acor- ramericana de Direitos Humanos e pela Corte Interame-
do com leis que forem promulgadas por motivo de in- ricana”96.
teresse geral e com o propósito para o qual houverem
sido estabelecidas. Capítulo VI
No decorrer da Convenção são reconhecidos vários ÓRGÃOS COMPETENTES
casos em que é possível limitar direitos humanos, mas
sempre é preciso ter em mente o interesse da coletivi- Artigo 33. São competentes para conhecer de assun-
dade e a finalidade pelas quais foram aceitas. tos relacionados com o cumprimento dos compromissos
assumidos pelos Estados-partes nesta Convenção:
Artigo 31. Reconhecimento de outros direitos a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta doravante denominada a Comissão; e
Convenção, outros direitos e liberdades que forem re- b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, dora-
conhecidos de acordo com os processos estabelecidos vante denominada a Corte.
nos artigo 69 e 70. As sentenças da corte trazem di-
reitos e liberdades por ela reconhecidos e que deverão Estes dois órgãos ficam, então, vinculados à OEA e
ser cumpridos pelo Estado-parte a qual se referem. são os responsáveis pela implementação no plano do
continente americano dos direitos humanos garantidos
Capítulo V na Convenção.
DEVERES DAS PESSOAS
CAPÍTULO VII
Artigo 32. Correlação entre deveres e direitos COMISSÃO INTERAMERICANA
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a co-
DE DIREITOS HUMANOS
munidade e a humanidade.
Seção 1
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direi-
Organização
tos dos demais, pela segurança de todos e pelas justas
exigências do bem comum, em uma sociedade demo-
Artigo 34. A Comissão Interamericana de Direitos Hu-
crática.
manos compor-se-á de sete membros, que deverão ser
pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido sa-
Explica Canotilho95 quanto aos direitos fundamentais, ber em matéria de direitos humanos.
mas o mesmo vale para os direitos humanos: “a ideia Alta autoridade moral e reconhecido saber em maté-
de deveres fundamentais é suscetível de ser entendida ria de direitos humanos são conceitos subjetivos. No-
como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como ta-se que não é exigida formação em Direito.
ao titular de um direito fundamental corresponde um
dever por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer Artigo 35. A Comissão representa todos os Membros
que o particular está vinculado aos direitos funda- da Organização dos Estados Americanos.
mentais como destinatário de um dever fundamental. Logo, a representatividade dos Estados perante a Co-
Neste sentido, um direito fundamental, enquanto pro- missão não é direta. São eleitos 7 representantes que
tegido, pressuporia um dever correspondente”. Logo, a manifestarão o ideário de toda a organização na ma-
um direito humano conferido à pessoa corresponde o téria que é de sua competência.
dever de respeito ao arcabouço de direitos conferidos
às outras pessoas. Artigo 36. 1. Os membros da Comissão serão eleitos a
Considera-se um aspecto da característica da rela- título pessoal, pela Assembleia Geral da Organização,
tividade dos direitos humanos, que não podem ser a partir de uma lista de candidatos propostos pelos
utilizados como um escudo para práticas ilícitas ou governos dos Estados-membros.
como argumento para afastamento ou diminuição da 2. Cada um dos referidos governos pode propor até
responsabilidade por atos ilícitos. Assim, os direitos três candidatos, nacionais do Estado que os propuser
humanos não são ilimitados e encontram seus limi- ou de qualquer outro Estado-membro da Organização
tes nos demais direitos igualmente consagrados como dos Estados Americanos. Quando for proposta uma
humanos. lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá
ser nacional de Estado diferente do proponente.
PARTE II Cada Estado-membro pode apresentar uma lista com
MEIOS DE PROTEÇÃO três candidatos e, possuindo este número, um deles
DIREITOS HUMANOS

deverá ser de outra nacionalidade.


A segunda parte da Convenção analisa os meios de
proteção aos direitos humanos que deverão ser garanti- Artigo 37. 1. Os membros da Comissão serão eleitos
dos, criando a Comissão Interamericana de Direitos Hu- por quatro anos e só poderão ser reeleitos um vez,
manos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. porém o mandato de três dos membros designados
95 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria 96 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional
da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998. internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

42
na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos. seus preceitos constitucionais, bem como disposições
Logo depois da referida eleição, serão determinados apropriadas para promover o devido respeito a esses
por sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desses três direitos;
membros. c) preparar estudos ou relatórios que considerar con-
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um na- venientes para o desempenho de suas funções;
cional de um mesmo país. d) solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe
O mandato é de 4 anos, aceita uma reeleição. proporcionem informações sobre as medidas que ado-
Não é permitido que dois nacionais do mesmo país tarem em matéria de direitos humanos;
componham a Comissão. e) atender às consultas que, por meio da Secretaria
Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe
Artigo 38. As vagas que ocorrerem na Comissão, que formularem os Estados-membros sobre questões re-
não se devam à expiração normal do mandato, serão lacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas
preenchidas pelo Conselho Permanente da Organi- possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que lhes
zação, de acordo com o que dispuser o Estatuto da solicitarem;
Comissão. f) atuar com respeito às petições e outras comunica-
O Conselho Permanente da Organização preencherá ções, no exercício de sua autoridade, de conformidade
as vagas que surjam por motivos diversos de fim de com o disposto nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e
mandato, por exemplo, morte ou renúncia do membro g) apresentar um relatório anual à Assembleia Geral
da Comissão. da Organização dos Estados Americanos.
O artigo 41 permite uma compreensão clara a respei-
Artigo 39. A Comissão elaborará seu estatuto e sub- to das funções da Comissão: fomentar a consciência
metê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e expedi- do dever de respeito aos direitos humanos, formular
rá seu próprio Regulamento. recomendações a Estados-membros que estejam vio-
lando a Convenção, além de atender a consultas que
O regulamento da Comissão discrimina como se dá estes façam, podendo redigir estudos e relatórios e so-
a sua atuação em detalhes. Por sua vez, o Estatuto licitar informações para tanto. Também deverá apre-
da Comissão foi aprovado pela resolução AG/RES. 447 sentar relatório anual sobre sua atuação.
(IX-O/79), adotada pela Assembleia Geral da OEA, em
seu Nono Período Ordinário de Sessões, realizado em Artigo 42. Os Estados-partes devem submeter à Co-
La Paz, Bolívia, em outubro de 1979. Nota-se que o missão cópia dos relatórios e estudos que, em seus
Regulamento não passa pelo crivo da Assembleia, mas respectivos campos, submetem anualmente às Comis-
somente o Estatuto. isto é coerente porque enquanto sões Executivas do Conselho Interamericano Econômi-
o Regulamento é mais formal, tratando de questões co e Social e do Conselho Interamericano de Educa-
ligadas ao modo de atuação da Comissão, o Estatuto ção, Ciência e Cultura, a fim de que aquela zele para
é mais profundo, trazendo princípios e finalidades que que se promovam os direitos decorrentes das normas
regem a Comissão. econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultu-
ra, constantes da Carta da Organização dos Estados
Artigo 40. Os serviços da Secretaria da Comissão de- Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Ai-
vem ser desempenhados pela unidade funcional espe- res.
cializada que faz parte da Secretaria Geral da Orga- Ambas Comissões em referência fazem parte da Or-
nização e deve dispor dos recursos necessários para ganização dos Estados Americanos. A elas são subme-
cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela Co- tidos relatórios e estudos, os quais devem ser também
missão. enviados à Comissão em estudo, para que ela desem-
Secretarias são órgãos administrativos e burocráticos penhe adequadamente suas funções.
que mantém o funcionamento da instituição principal.
Não há uma secretaria específica para a Comissão, Artigo 43. Os Estados-partes obrigam-se a proporcio-
que se utiliza da secretaria da OEA. nar à Comissão as informações que esta lhes solicitar
sobre a maneira pela qual seu direito interno assegu-
Seção 2 ra a aplicação efetiva de quaisquer disposições desta
Funções Convenção.
A Comissão precisa de tais informações para decidir
Artigo 41. A Comissão tem a função principal de pro- os casos que lhe sejam submetidos, por exemplo, para
mover a observância e a defesa dos direitos humanos recomendar uma ampliação na proteção de forma
e, no exercício de seu mandato, tem as seguintes fun- que as violações não mais aconteçam.
DIREITOS HUMANOS

ções e atribuições:
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos Seção 3
povos da América; Competência
b) formular recomendações aos governos dos Estados-
-membros, quando considerar conveniente, no senti- Artigo 44. Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou
do de que adotem medidas progressivas em prol dos entidade não-governamental legalmente reconhecida
direitos humanos no âmbito de suas leis internas e em um ou mais Estados-membros da Organização,

43
pode apresentar à Comissão petições que contenham 2. As disposições das alíneas “a” e “b” do inciso 1 deste
denúncias ou queixas de violação desta Convenção artigo não se aplicarão quando:
por um Estado-parte. a) não existir, na legislação interna do Estado de que
se tratar, o devido processo legal para a proteção do
direito ou direitos que se alegue tenham sido violados;
FIQUE ATENTO! b) não se houver permitido ao presumido prejudicado
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas pode em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição
representar! Esta pergunta é frequente em interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e
concursos. c) houver demora injustificada na decisão sobre os
mencionados recursos.
O artigo 46 é incidente em concursos, trazendo os
Artigo 45. 1. Todo Estado-parte pode, no momento do requisitos para que a petição ou comunicação seja
depósito do seu instrumento de ratificação desta Con- processada pela Comissão: esgotamento de recursos
venção, ou de adesão a ela, ou em qualquer momento no plano interno, a partir do qual se conta um pra-
posterior, declarar que reconhece a competência da zo de 6 meses, que não esteja pendente outra busca
Comissão para receber e examinar as comunicações de solução internacional e identificação da pessoa ou
em que um Estado-parte alegue haver outro Estado- grupo de pessoas ou entidade não-governamental (se
-parte incorrido em violações dos direitos humanos for o caso). Dispensa-se o esgotamento de recursos e a
estabelecidos nesta Convenção. consequente passagem de 6 meses como prazo quan-
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só do não existir normas de proteção ao devido processo
podem ser admitidas e examinadas se forem apresen- legal no Estado, quando tiver sido impedido ou dificul-
tadas por um Estado-parte que haja feito uma decla- tado o acesso ao Judiciário no país ou quando houver
ração pela qual reconheça a referida competência da demora sem motivos para o processamento interno.
Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma comu-
nicação contra um Estado-parte que não haja feito tal Artigo 47. A Comissão declarará inadmissível toda pe-
declaração. tição ou comunicação apresentada de acordo com os
3. As declarações sobre reconhecimento de competên- artigos 44 ou 45 quando:
cia podem ser feitas para que esta vigore por tempo a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos
indefinido, por período determinado ou para casos es- no artigo 46;
pecíficos.
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos di-
4. As declarações serão depositadas na Secretaria Ge-
reitos garantidos por esta Convenção;
ral da Organização dos Estados Americanos, a qual
c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado,
encaminhará cópia das mesmas aos Estados-mem-
for manifestamente infundada a petição ou comuni-
bros da referida Organização.
cação ou for evidente sua total improcedência; ou
Seja no momento de depósito da ratificação, seja pos-
d) for substancialmente reprodução de petição ou co-
teriormente, o Estado-parte pode reconhecer a com-
municação anterior, já examinada pela Comissão ou
petência da Comissão para receber e examinar co-
municações de um Estado-parte a respeito de outro por outro organismo internacional.
Estado-parte que tenha cometido violações. Se não re- A Comissão fará um exame prévio da petição ou co-
conhecê-la, não poderá apresentar comunicações nes- municação para decidir se irá processá-la ou arquivá-
te sentido. No entanto, a declaração pode ser feita por -la, no qual são avaliados os requisitos acima.
tempo determinado ou para casos específicos, sendo
depositada na Secretaria Geral da OEA. Somente no Seção 4
caso do artigo 45 que o Estado-parte pode representar Processo
à Comissão.
Artigo 48. 1. A Comissão, ao receber uma petição ou
Artigo 46. Para que uma petição ou comunicação comunicação na qual se alegue a violação de qual-
apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja quer dos direitos consagrados nesta Convenção, pro-
admitida pela Comissão, será necessário: cederá da seguinte maneira:
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou co-
da jurisdição interna, de acordo com os princípios de municação, solicitará informações ao Governo do Es-
Direito Internacional geralmente reconhecidos; tado ao qual pertença a autoridade apontada como
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, responsável pela violação alegada e transcreverá as
a partir da data em que o presumido prejudicado em partes pertinentes da petição ou comunicação. As re-
seus direitos tenha sido notificado da decisão defini- feridas informações devem ser enviadas dentro de um
tiva; prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar as
DIREITOS HUMANOS

c) que a matéria da petição ou comunicação não es- circunstâncias de cada caso;


teja pendente de outro processo de solução interna- A comunicação ou petição passou pelo crivo do artigo
cional; e 47 e será processada. O primeiro passo é a solicita-
d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o ção de informações do governo ao qual pertença a
nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a autoridade apontada como responsável pela violação,
assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante informando o conteúdo da comunicação ou petição,
legal da entidade que submeter a petição. fixando-se prazo.

44
b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo suas conclusões. Se o relatório não representar, no
fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se exis- todo ou em parte, o acordo unânime dos membros da
tem ou subsistem os motivos da petição ou comuni- Comissão, qualquer deles poderá agregar ao referido
cação. No caso de não existirem ou não subsistirem, relatório seu voto em separado. Também se agrega-
mandará arquivar o expediente; rão ao relatório as exposições verbais ou escritas que
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a houverem sido feitas pelos interessados em virtude do
improcedência da petição ou comunicação, com base inciso 1, “e”, do artigo 48.
em informação ou prova supervenientes; 2. O relatório será encaminhado aos Estados interes-
Recebidas as informações ou transcorrido o prazo de- sados, aos quais não será facultado publicá-lo.
cidirá se continuará o processamento da petição ou 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formu-
comunicação, arquivando-a, decidindo-a pela impro- lar as proposições e recomendações que julgar ade-
cedência ou dando o próximo passo para a continui- quadas.
dade. Não obtida a conciliação, será expedido um relatório,
d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o no qual se decidirá se houve de fato violação de direi-
fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, com tos humanos e serão formuladas proposições e reco-
conhecimento das partes, a um exame do assunto ex- mendações, se o caso. A ele serão agregados eventuais
posto na petição ou comunicação. Se for necessário e votos dissidentes e exposições dos interessados.
conveniente, a Comissão procederá a uma investiga-
ção para cuja eficaz realização solicitará, e os Estados Artigo 51. 1. Se no prazo de três meses, a partir da re-
interessados lhe proporcionarão, todas as facilidades messa aos Estados interessados do relatório da Comis-
necessárias; são, o assunto não houver sido solucionado ou subme-
Decidido continuar o expediente, produz-se provas. tido à decisão da Corte pela Comissão ou pelo Estado
e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer in- interessado, aceitando sua competência, a Comissão
formação pertinente e receberá, se isso for solicitado, poderá emitir, pelo voto da maioria absoluta dos seus
as exposições verbais ou escritas que apresentarem os membros, sua opinião e conclusões sobre a questão
interessados; e submetida à sua consideração.
Pode, ainda, pedir informações. Em três meses o Estado-parte no qual ocorreu a vio-
f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim lação deve apresentar uma solução ou levar o caso à
de chegar a uma solução amistosa do assunto, funda- Corte Interamericana de Direitos Humanos, ou se a
da no respeito aos direitos reconhecidos nesta Con- Comissão não levar o caso à Corte reconhecendo sua
competência para o julgamento daquele caso, a Co-
venção.
missão poderá emitir sua opinião e conclusões sobre a
Deve, ainda, se colocar à disposição para uma solução
questão, num julgamento conclusivo.
amigável.
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser
fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar
realizada uma investigação, mediante prévio consen-
as medidas que lhe competir para remediar a situação
timento do Estado em cujo território se alegue houver
examinada.
sido cometida a violação, tão somente com a apre-
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá,
sentação de uma petição ou comunicação que reúna pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, se
todos os requisitos formais de admissibilidade. o Estado tomou ou não as medidas adequadas e se
É possível abreviar estas etapas no caso de uma de- publica ou não seu relatório.
núncia grave, procedendo desde logo com a investiga- Este julgamento conclusivo irá trazer as providências
ção, desde que com autorização do Estado. esperadas do Estado-parte em certo prazo, após o
qual se decidirá se ele tomou ou não tais medidas as-
Artigo 49. Se se houver chegado a uma solução amis- securatórias num relatório conclusivo.
tosa de acordo com as disposições do inciso 1, “f”, do
artigo 48, a Comissão redigirá um relatório que será Capítulo VIII
encaminhado ao peticionário e aos Estados-partes CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMA-
nesta Convenção e posteriormente transmitido, para NOS
sua publicação, ao Secretário Geral da Organização
dos Estados Americanos. O referido relatório conterá Seção 1
uma breve exposição dos fatos e da solução alcança- Organização
da. Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á
proporcionada a mais ampla informação possível. Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, na-
Obtida a conciliação será redigido um relatório, que cionais dos Estados-membros da Organização, eleitos
será encaminhado a todos Estados-partes da Conven- a título pessoal dentre juristas da mais alta autoridade
DIREITOS HUMANOS

ção e transmitido ao Secretário Geral da OEA, con- moral, de reconhecida competência em matéria de di-
tendo uma breve exposição dos fatos e da solução reitos humanos, que reúnam as condições requeridas
alcançada. para o exercício das mais elevadas funções judiciais,
de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacio-
Artigo 50. 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro nais, ou do Estado que os propuser como candidatos.
do prazo que for fixado pelo Estatuto da Comissão, 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionali-
esta redigirá um relatório no qual exporá os fatos e dade.

45
São 7 os membros, todos de nacionalidade diferente. Se algum juiz do caso foi nacional de um dos Estados-
Cada qual deve ser nacional de algum Estado-mem- -parte não precisará se afastar, mas o seu país não
bro da OEA, jurista de alta autoridade moral e reco- poderá indicar um juiz ad hoc. Quando não for na-
nhecida competência na área, reunindo condições cional, ambos Estados-partes poderão indicar o juiz
para exercício das mais elevadas funções judiciais ad hoc, mas se forem muitos os Estados-partes com o
conforme requisitos do país pelo qual é indicado. por mesmo interesse eles serão considerados como uma
exemplo, no Brasil, seria a capacidade de exercer um única parte (indicando um só juiz ad hoc).
cargo de ministro perante os Tribunais Superiores.
Artigo 56. O quorum para as deliberações da Corte é
Artigo 53. 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em vo- constituído por cinco juízes.
tação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos Es- Ao menos 5 juízes da Corte devem participar da de-
tados-partes na Convenção, na Assembleia Geral da cisão.
Organização, a partir de uma lista de candidatos pro-
postos pelos mesmos Estados. Artigo 57. A Comissão comparecerá em todos os casos
Haverá uma eleição com voto secreto, exigido quórum perante a Corte.
de maioria absoluta (mais da metade de todos Esta- Ainda que a Comissão não leve o caso à Corte, sempre
dos-partes da Convenção). será ouvida.
2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de Artigo 58. 1. A Corte terá sua sede no lugar que for
qualquer outro Estado-membro da Organização dos determinado, na Assembleia Geral da Organização,
Estados Americanos. Quando se propuser um lista de pelos Estados-partes na Convenção, mas poderá reali-
três candidatos, pelo menos um deles deverá ser na- zar reuniões no território de qualquer Estado-membro
cional do Estado diferente do proponente. da Organização dos Estados Americanos em que con-
Regra idêntica à da Comissão. siderar conveniente, pela maioria dos seus membros e
mediante prévia aquiescência do Estado respectivo. Os
Artigo 54. 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um Estados-partes na Convenção podem, na Assembleia
período de seis anos e só poderão ser reeleitos uma Geral, por dois terços dos seus votos, mudar a sede
da Corte.
vez. O mandato de três dos juízes designados na pri-
2. A Corte designará seu Secretário.
meira eleição expirará ao cabo de três anos. Imedia-
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá as-
tamente depois da referida eleição, determinar-se-ão
sistir às reuniões que ela realizar fora da mesma.
por sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desse três
A sede da Corte fica em São José, na Costa Rica. po-
juízes.
dendo realizar reuniões em outras localidades. So-
Mandato de 6 anos, aceita uma reeleição.
mente o secretário obrigatoriamente residirá na sede.
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato
não haja expirado, completará o período deste. Artigo 59. A Secretaria da Corte será por esta estabe-
3. Os juízes permanecerão em suas funções até o tér- lecida e funcionará sob a direção do Secretário Geral
mino dos seus mandatos. Entretanto, continuarão fun- da Organização em tudo o que não for incompatível
cionando nos casos de que já houverem tomado co- com a independência da Corte. Seus funcionários se-
nhecimento e que se encontrem em fase de sentença rão nomeados pelo Secretário Geral da Organização,
e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos em consulta com o Secretário da Corte.
juízes eleitos. Diferente da Comissão, a Corte possui uma secretaria
Mesmo após o mandato de 6 anos, independente de específica, a qual será dirigida pelo Secretário geral
reeleição, os juízes continuarão julgando os casos que da OEA, que nomeará funcionários após consultado o
estiverem sendo processados perante eles. Secretário da Corte, respeitada sempre a independên-
cia da Corte.
Artigo 55. 1. O juiz, que for nacional de algum dos Es-
tados-partes em caso submetido à Corte, conservará o Artigo 60. A Corte elaborará seu Estatuto e submetê-
seu direito de conhecer do mesmo. -lo-á à aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for Regimento.
de nacionalidade de um dos Estados-partes, outro Es- Foi aprovado pela resolução AG/RES n° 448 (IX-O/79),
tado-parte no caso poderá designar uma pessoa de adotada pela Assembleia Geral da OEA, em seu Nono
sua escolha para integrar a Corte, na qualidade de juiz Período Ordinário de Sessões, realizado em La Paz,
ad hoc. Bolívia, outubro de 1979.
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso,
nenhum for da nacionalidade dos Estados-partes, Seção 2
DIREITOS HUMANOS

cada um destes poderá designar um juiz ad hoc. Competência e funções


4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no
artigo 52. Artigo 61. 1. Somente os Estados-partes e a Comissão
5. Se vários Estados-partes na Convenção tiverem o têm direito de submeter um caso à decisão da Corte.
mesmo interesse no caso, serão considerados como 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso,
uma só parte, para os fins das disposições anteriores. é necessário que sejam esgotados os processos previs-
Em caso de dúvida, a Corte decidirá. tos nos artigos 48 a 50.

46
Atenção: diferente do que ocorre nas Comissões, não é Também poderão consultá-la, no que lhes compete,
qualquer pessoa que pode submeter um caso à Corte, os órgãos enumerados no capítulo X da Carta da Or-
mas somente Estados-partes e a própria Comissão. ganização dos Estados Americanos, reformada pelo
Protocolo de Buenos Aires.
Artigo 62. 1. Todo Estado-parte pode, no momento do Trata-se da competência consultiva da Corte. Afinal, a
depósito do seu instrumento de ratificação desta Con- Corte não serve apenas para julgar litígios, mas para
venção ou de adesão a ela, ou em qualquer momento aconselhar e direcionar o cumprimento das normas
posterior, declarar que reconhece como obrigatória, de de direitos humanos, o que inclui fazer interpretações
pleno direito e sem convenção especial, a competência que esclareçam dúvidas dos Estados-membros. Obs.:
da Corte em todos os casos relativos à interpretação A Comissão também possui competência consultiva.
ou aplicação desta Convenção. 2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da Orga-
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou nização, poderá emitir pareceres sobre a compatibili-
sob condição de reciprocidade, por prazo determinado dade entre qualquer de suas leis internas e os mencio-
ou para casos específicos. Deverá ser apresentada ao nados instrumentos internacionais.
Secretário Geral da Organização, que encaminhará Esta é uma das situações em que a Corte poderá emi-
cópias da mesma a outros Estados-membros da Or- tir parecer no exercício da competência consultiva.
ganização e ao Secretário da Corte.
3. A Corte tem competência para conhecer de qual- Artigo 65. A Corte submeterá à consideração da As-
quer caso, relativo à interpretação e aplicação das sembleia Geral da Organização, em cada período
disposições desta Convenção, que lhe seja submetido, ordinário de sessões, um relatório sobre as suas ati-
desde que os Estados-partes no caso tenham reconhe- vidades no ano anterior. De maneira especial, e com
cido ou reconheçam a referida competência, seja por as recomendações pertinentes, indicará os casos em
declaração especial, como prevêem os incisos anterio- que um Estado não tenha dado cumprimento a suas
res, seja por convenção especial. sentenças.
No momento do depósito do instrumento de ratifica- O artigo especifica quando e como a Corte deverá
ção ou posteriormente o Estado-parte pode reconhe- apresentar relatório de suas atividades: ele é anual e
cer como obrigatória a competência da Corte, de ma- informa as recomendações feitas e as medidas que te-
neira condicionada ou incondicionada - é a chamada nham sido ou não cumpridas.
declaração especial. Por convenção especial entende-
-se um tipo de tratado internacional com este fim. É Seção 3
preciso ao menos uma das duas para que a Corte pos- Processo
sa apreciar o caso relativo ao Estado-parte.
Artigo 66. 1. A sentença da Corte deve ser fundamentada.
Artigo 63. 1. Quando decidir que houve violação de A Corte deve justificar sua decisão, referindo-se às
um direito ou liberdade protegidos nesta Convenção, provas dos autos e às normas de direitos humanos vi-
a Corte determinará que se assegure ao prejudicado o gentes.
gozo do seu direito ou liberdade violados. Determina- 2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a
rá também, se isso for procedente, que sejam repara- opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá direi-
das as consequências da medida ou situação que haja to a que se agregue à sentença o seu voto dissidente
configurado a violação desses direitos, bem como o ou individual.
Se o voto não for unânime, ou seja, o mesmo para
pagamento de indenização justa à parte lesada.
todos, o voto dissidente ou diverso será juntado à sen-
O artigo resume neste inciso as providências que a
tença e não ignorado.
Corte pode determinar, basicamente: que seja assegu-
rado o direito ou liberdade violado e, se o caso, que
Artigo 67. A sentença da Corte será definitiva e ina-
sejam reparadas as consequências da violação, além
pelável. Em caso de divergência sobre o sentido ou
do pagamento de indenização ao lesado.
alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedi-
2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quan-
do de qualquer das partes, desde que o pedido seja
do se fizer necessário evitar danos irreparáveis às pes- apresentado dentro de noventa dias a partir da data
soas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, da notificação da sentença.
poderá tomar as medidas provisórias que considerar A sentença é definitiva e inapelável, ou seja, não é
pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não possível interpor recurso para nenhum órgão, nem
estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá mesmo a Assembleia Geral da OEA. No máximo, é
atuar a pedido da Comissão. possível pedir em até 90 dias esclarecimentos sobre o
Mesmo antes do final do julgamento a Corte pode to- seu conteúdo.
mar providências provisórias. Também pode intervir
DIREITOS HUMANOS

quando o caso ainda estiver na Comissão, desde que Artigo 68. 1. Os Estados-partes na Convenção com-
esta requeira. prometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo
caso em que forem partes.
Artigo 64. 1. Os Estados-membros da Organização 2. A parte da sentença que determinar indenização
poderão consultar a Corte sobre a interpretação desta compensatória poderá ser executada no país respec-
Convenção ou de outros tratados concernentes à pro- tivo pelo processo interno vigente para a execução de
teção dos direitos humanos nos Estados americanos. sentenças contra o Estado.

47
A decisão da Corte deverá ser cumprida pelos Estados- membros da Comissão ou aos juízes da Corte que in-
-partes, sob pena de sanção internacional. correrem nos casos previstos nos respectivos Estatutos.
Eventual indenização a ser paga pelo Estado-parte Para expedir uma resolução, será necessária maio-
será processada conforme as normas de execução in- ria de dois terços dos votos dos Estados-membros da
ternas, logo, a sentença é título executivo. Organização, no caso dos membros da Comissão; e,
além disso, de dois terços dos votos dos Estados-partes
Artigo 69. A sentença da Corte deve ser notificada às na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.
partes no caso e transmitida aos Estados-partes na Somente o órgão ao qual o juiz pertence - Comissão
Convenção. ou Corte - poderá requerer à Assembleia Geral a apli-
Assim é conferida publicidade à sentença não só quan- cação de sanção por violação do respectivo estatuto.
to aos envolvidos, mas quanto a todos Estados-partes, Tal sanção será aplicada mediante resolução, exigin-
que ficarão cientes do posicionamento da Corte em do-se quorum de 2/3 (qualificado) dos Estados-mem-
relação a certa matéria, podendo eventualmente cor- bros para os juízes da Corte e dos Estados-partes da
rigir alguma postura interna. Convenção para os juízes da Comissão.

Capítulo IX PARTE III


DISPOSIÇÕES COMUNS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 70. 1. Os juízes da Corte e os membros da Co- Capítulo X


missão gozam, desde o momento da eleição e enquan- ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA,
to durar o seu mandato, das imunidades reconhecidas PROTOCOLO E DENÚNCIA
aos agentes diplomáticos pelo Direito Internacional.
Durante o exercício dos seus cargos gozam, além dis- Artigo 74. 1. Esta Convenção está aberta à assinatura
so, dos privilégios diplomáticos necessários para o de- e à ratificação de todos os Estados-membros da Orga-
sempenho de suas funções. nização dos Estados Americanos.
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo 2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela
algum dos juízes da Corte, nem dos membros da Co- efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento de
missão, por votos e opiniões emitidos no exercício de ratificação ou adesão na Secretaria Geral da Organi-
suas funções. zação dos Estados Americanos. Esta Convenção entra-
As imunidades diplomáticas no curso do mandato são rá em vigor logo que onze Estados houverem deposi-
conferidas aos juízes da Comissão e da Corte. tado os seus respectivos instrumentos de ratificação
Estes juízes não poderão ser responsabilizados por ou de adesão. Com referência a qualquer outro Estado
seus votos e opiniões, o que influenciaria na indepen- que a ratificar ou que a ela aderir ulteriormente, a
dência com a qual devem atuar em suas funções. Convenção entrará em vigor na data do depósito do
seu instrumento de ratificação ou adesão.
Artigo 71. Os cargos de juiz da Corte ou de membro 3. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-
da Comissão são incompatíveis com outras atividades
-membros da Organização sobre a entrada em vigor
que possam afetar sua independência ou imparciali-
da Convenção.
dade, conforme o que for determinado nos respectivos
A Convenção é um tratado internacional firmado no
Estatutos.
âmbito da Organização dos Estados Americanos, so-
O juiz não pode assumir obrigações incompatíveis
mente podendo ser assinado e ratificado por Estados
com o cargo que exerce. Por exemplo, ministro de Es-
que a compõem. Assinatura e ratificação são dois atos
tado num dos Estados-partes da Convenção.
diferentes: a assinatura é o ato pelo qual a autoridade
Artigo 72. Os juízes da Corte e os membros da Co- competente assume o compromisso de cumprir o tra-
missão perceberão honorários e despesas de viagem tado internacional que se segue à negociação; ratifica-
na forma e nas condições que determinarem os seus ção é a confirmação deste compromisso após o crivo
Estatutos, levando em conta a importância e indepen- do Poder Legislativo do Estado mediante o depósito do
dência de suas funções. Tais honorários e despesas instrumento na Secretaria Geral.
de viagem serão fixados no orçamento-programa da A convenção entrou em vigor em 18 de julho de 1978,
Organização dos Estados Americanos, no qual devem quando onze Estados já haviam depositado o instru-
ser incluídas, além disso, as despesas da Corte e da mento de adesão.
sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o Artigo 75. Esta Convenção só pode ser objeto de reser-
seu próprio projeto de orçamento e submetê-lo-á à vas em conformidade com as disposições da Conven-
aprovação da Assembleia Geral, por intermédio da Se- ção de Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada
cretaria Geral. Esta última não poderá nele introduzir em 23 de maio de 1969.
DIREITOS HUMANOS

modificações.
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
O artigo abrange o custeio dos juízes. (CVDT), adotada em 22 de maio de 1969, codificou
o direito internacional consuetudinário referente aos
Artigo 73. Somente por solicitação da Comissão ou da tratados. A Convenção entrou em vigor em 27 de ja-
Corte, conforme o caso, cabe à Assembleia Geral da neiro de 1980.
Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos

48
Artigo 76. 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e a Artigo 80. A eleição dos membros da Comissão far-se-
Comissão e a Corte, por intermédio do Secretário Ge- -á dentre os candidatos que figurem na lista a que se
ral, podem submeter à Assembleia Geral, para o que refere o artigo 79, por votação secreta da Assembleia
julgarem conveniente, proposta de emendas a esta Geral, e serão declarados eleitos os candidatos que
Convenção. obtiverem maior número de votos e a maioria absolu-
2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados que ta dos votos dos representantes dos Estados-membros.
as ratificarem, na data em que houver sido depositado Se, para eleger todos os membros da Comissão, for
o respectivo instrumento de ratificação, por dois ter- necessário realizar várias votações, serão eliminados
ços dos Estados-partes nesta Convenção. Quanto aos sucessivamente, na forma que for determinada pela
outros Estados-partes, entrarão em vigor na data em Assembleia Geral, os candidatos que receberem maior
que eles depositarem os seus respectivos instrumentos número de votos.
de ratificação.
Seção 2
Artigo 77. 1. De acordo com a faculdade estabeleci- Corte Interamericana de Direitos Humanos
da no artigo 31, qualquer Estado-parte e a Comissão
podem submeter à consideração dos Estados-partes Artigo 81. Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secre-
reunidos por ocasião da Assembleia Geral projetos de tário Geral pedirá a cada Estado-parte que apresente,
Protocolos adicionais a esta Convenção, com a finali- dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos
dade de incluir progressivamente, no regime de prote- a juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
ção da mesma, outros direitos e liberdades. O Secretário Geral preparará uma lista por ordem al-
2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades de fabética dos candidatos apresentados e a encaminha-
sua entrada em vigor e será aplicado somente entre os rá aos Estados-partes pelo menos trinta dias antes da
Estados-partes no mesmo. Assembleia Geral seguinte.
Os Estados-partes podem propor alterações ou com-
plementações à Convenção, seja ao seu texto, seja por Artigo 82. A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre
protocolos complementares, sendo necessária a ade- os candidatos que figurem na lista a que se refere o
são dos demais Estados-partes. artigo 81, por votação secreta dos Estados-partes, na
Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os can-
Artigo 78. 1. Os Estados-partes poderão denunciar didatos que obtiverem o maior número de votos e a
esta Convenção depois de expirado o prazo de cinco maioria absoluta dos votos dos representantes dos Es-
anos, a partir da data em vigor da mesma e mediante tados-partes. Se, para eleger todos os juízes da Corte,
aviso prévio de um ano, notificando o Secretário Ge- for necessário realizar várias votações, serão elimina-
ral da Organização, o qual deve informar as outras dos sucessivamente, na forma que for determinada
partes. pelos Estados-partes, os candidatos que receberem
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Esta- menor número de votos.
do-parte interessado das obrigações contidas nesta Os artigos 79 a 82 trazem as regras para a formação
Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que, dos dois órgãos criados pela Convenção, a Comissão
podendo constituir violação dessas obrigações, houver Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Intera-
sido cometido por ele anteriormente à data na qual a mericana de Direitos Humanos.
denúncia produzir efeito.
A denúncia é o ato unilateral pelo qual uma Parte Adotada e aberta à assinatura na Conferência Espe-
Contratante manifesta a sua vontade de deixar de ser cializada Interamericana sobre Direitos Humanos, em San
Parte no tratado. Abrange somente os atos posteriores José de Costa Rica, em 22.11.1969 - ratificada pelo Brasil
a ela, não os anteriores. em 25.09.1992.

Capítulo XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS #FicaDica
O Brasil é signatário do Pacto de San Jose, e
Seção 1 neste sentido deve seguir os direitos huma-
Comissão Interamericana nos previstos no Pacto. A Lei Maria da Pe-
de Direitos Humanos nha surgiu de um processo do qual o Brasil
foi réu junto a Comissão Interamericana de
Artigo 79. Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secre- direitos humanos e a OEA (Organização dos
tário Geral pedirá por escrito a cada Estado-membro Estados Americanos).
da Organização que apresente, dentro de um prazo de
DIREITOS HUMANOS

noventa dias, seus candidatos a membro da Comis-


são Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário
Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos
candidatos apresentados e a encaminhará aos Esta-
dos-membros da Organização, pelo menos trinta dias
antes da Assembleia Geral seguinte.

49
c) Os trabalhos ou serviços exigidos do preso em cum-
primento de sentença devem ser executados sob vi-
HORA DE PRATICAR! gilância e controle das autoridades públicas, e os que
os executarem não devem ser postos à disposição de
1. 2019 A doutrina, ao tratar dos Direitos Humanos de particulares, companhias ou pessoas jurídicas de ca-
primeira geração/dimensão, estabelece que ráter privado.
d) Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio
a) são direitos à paz, ao desenvolvimento, e à autodeter- não limita os mandados de autoridade judiciária com-
minação entre outros. petente expedidos em virtude de inadimplemento de
b) são direitos atinentes à solidariedade social. obrigação alimentar e de depositário infiel.
c) representam a modificação do papel do Estado para e) Não deverá haver penas de morte. E, nos países em
além de mero fiscal das regras jurídicas. que a pena de morte não tiver sido abolida, esta deve-
d) são denominados também direitos de defesa, ou de rá ser extinta gradualmente, no prazo de até 10 (dez)
prestações negativas. anos após a adesão ao Pacto pelo Estado Parte.
e) são oriundos da constatação da vinculação do homem
ao planeta terra, com recursos finitos. 5. 2018 No tocante ao direito de liberdade, o Pacto In-
ternacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece que
2. 2019 Há 70 anos, a Organização das Nações Unidas
promulgou a Declaração Universal dos Direitos Huma- a) ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos for-
nos, como resposta imediata às atrocidades cometidas çados ou obrigatórios, ainda que por ordem da justiça.
nas duas guerras mundiais e visando garantir a todo ser b) nenhuma pena de restrição da liberdade poderá ultra-
humano condições mínimas de sobrevivência e cresci- passar o prazo de trinta anos.
mento em ambiente de igualdade, respeito e liberda- c) ninguém poderá ser preso apenas por não poder cum-
de. Define o art. 19 da referida declaração que todo ser prir com uma obrigação contratual.
humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; d) qualquer pessoa vítima de prisão decorrente de apli-
esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter cação da lei penal terá direito à fiança.
opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e) a soltura de pessoas presas preventivamente não po-
e ideias por quaisquer meios e independentemente de derá estar condicionada a garantias que assegurem o
seu comparecimento aos atos do processo.
a) escolaridade.
b) faixa etária.
c) fronteiras.
d) condição econômica.
e) ideologia.

3. 2019 Assinale a alternativa correta e nos termos da GABARITO


Declaração Universal dos Direitos Humanos.

a) Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em 1 D


que se encontra, desde que não seja o seu, e o direito 2 C
de regressar ao seu país.
b) As pessoas somente poderão ser privadas de suas na- 3 D
cionalidades nas hipóteses previstas na Declaração. 4 C
c) Autoriza-se tratamentos cruéis a presos apenas nos
5 C
casos de investigação de crimes de terrorismo.
d) Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres,
especialmente, a uma limitação razoável da duração
do trabalho e às férias periódicas pagas.
e) Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se
culpada até que a sua inocência fique legalmente provada.

4. 2018 Assinale a alternativa que está em harmonia com


o disposto no Pacto de San José da Costa Rica.

a) As penas privativas da liberdade devem ter por finali-


dade essencial a proteção da sociedade contra os in-
DIREITOS HUMANOS

divíduos que representam perigo à população e não


demonstram estarem aptos ao convívio social.
b) Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida,
sendo este um direito fundamental que deve ser ga-
rantido por todos os Estados Partes. Esse direito deve
ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento
do nascimento.

50
ÍNDICE

NOÇÕES DE DIREITO PENAL


Dos Crimes contra a Vida: artigos 121 a 128................................................................................................................................................................01
Das Lesões Corporais: artigo 129......................................................................................................................................................................................03
Dos crimes contra a honra: artigos 138 a 140;.............................................................................................................................................................04
Dos Crimes contra o Patrimônio: artigos 155 a 183..................................................................................................................................................04
Dos Crimes contra a Dignidade Sexual: artigos 213 a 234.....................................................................................................................................09
Dos Crimes contra a Fé Pública: artigos 289 a 292....................................................................................................................................................13
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral: artigos 312 a 327;...............................................14
Dos Crimes contra a Administração da Justiça – artigos 338 a 359....................................................................................................................15
Reclusão de dois a seis anos, se o suicídio se consumar,
DOS CRIMES CONTRA A VIDA: ARTIGOS ou reclusão de um a três anos, se da tentativa de suicídio
121 A 128 resultar lesão corporal de natureza grave.
A pena é duplicada se o crime é praticado por motivo
egoístico, se a vítima é menor ou se tem diminuída, por
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA - CRIMES CON- qualquer causa, a capacidade de resistência. Neste crime
TRA A VIDA não se pune a tentativa.
Infanticídio - Artigo 123 – Homicídio praticado pela
HOMICÍDIO mãe contra o filho, sob condições especiais (em estado
puerperal, isto é, logo pós o parto).
De forma geral, o homicídio é o ato de destruição da
vida de um homem por outro homem. De forma objetiva, Aborto - Artigo 124 – Ato pelo qual a mulher inter-
é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação rompe a gravidez de forma a trazer destruição do produto
da vida do ser humano. da concepção. No auto aborto ou no aborto com consenti-
mento da gestante, esta sempre será o sujeito ativo do ato,
Homicídio simples – Artigo 121 do CPB – É a conduta e o feto, o sujeito passivo. No aborto sem o consentimento
típica limitada a “matar alguém”. Esta espécie de homicí- da gestante, os sujeitos passivos serão o feto e a gestante.
dio não possui características de qualificação, privilégio ou Aborto provocado por terceiro – É o aborto provocado
atenuação. É o simples ato da prática descrita na interpre- sem o consentimento da gestante. Pena: reclusão, de três
tação da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma pessoa. a dez anos.
Aborto provocado com o consentimento da gestante
Homicídio privilegiado - Artigo 121 - parágrafo pri- – Reclusão, de um a quatro anos. A pena pode ser aumen-
meiro – É a conduta típica do homicídio que recebe o be- tada para reclusão de três a dez anos, se a gestante for
nefício do privilégio, sempre que o agente comete o crime menor de quatorze anos, se for alienada ou débil mental,
impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou ainda se o consentimento for obtido mediante fraude,
ou sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta grave ameaça ou violência.
provocação da vítima, podendo o juiz reduzir a pena de
um sexto a um terço. Forma qualificada - As penas são aumentadas de um
terço se, em consequência do aborto ou dos meios em-
Homicídio qualificado - Artigo 121 - parágrafo pregados para provocá-lo, a gestante sofrer lesão corporal
segundo – É a conduta típica do homicídio onde se au- de natureza grave. São duplicadas se, por qualquer dessas
menta a pena pela prática do crime, pela sua ocorrência causas, lhe sobrevém a morte.
nas seguintes condições: mediante paga ou promessa de
recompensa, ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, Aborto necessário - Não se pune o aborto praticado
com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura por médico: se não há outro meio de salvar a vida da ges-
ou outro meio insidioso ou cruel, ou do qual possa resultar tante; e se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre-
perigo comum; por traição, emboscada, ou mediante dis- cedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz,
simulação ou outro recurso que dificulte ou torne impos- de seu representante legal.
sível a defesa do ofendido; e para assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. Lesões corporais
Homicídio Culposo - Artigo 121- parágrafo terceiro Lesão corporal - Ofensa à integridade corporal ou a
– É a conduta típica do homicídio que se dá pela impru- saúde de outra pessoa.
dência, negligência ou imperícia do agente, o qual produz
um resultado não pretendido, mas previsível, estando cla-
Lesão corporal de natureza grave - Artigo 129 - pa-
ro que o resultado poderia ter sido evitado.
rágrafo primeiro - Se resulta: incapacidade para as ocu-
No homicídio culposo a pena é aumentada de um ter-
pações habituais, por mais de trinta dias; perigo de vida;
ço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
debilidade permanente de membro, sentido ou função; ou
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
aceleração de parto.
imediato socorro à vítima. O mesmo ocorre se não procura
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar
Lesão corporal de natureza gravíssima - Artigo 129
prisão em flagrante. Sendo o homicídio doloso, a pena é
- parágrafo primeiro - Se resulta: incapacidade perma-
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

aumentada de um terço se o crime é praticado contra pes-


soa menor de quatorze ou maior de sessenta anos. nente para o trabalho; enfermidade incurável; perda ou
inutilização do membro, sentido ou função; deformidade
Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o permanente; ou aborto.
juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências
da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave Lesão corporal seguida de morte - Se resulta morte
que torne desnecessária a sanção penal. e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o re-
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - Artigo sultado, nem assumiu o risco de produzi-lo (é o homicídio
122 do CPB – Ato pelo qual o agente induz ou instiga al- preterintencional).
guém a se suicidar ou presta-lhe auxílio para que o faça.

1
Diminuição de pena - Se o agente comete o crime Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
impelido por motivo de relevante valor social ou moral, § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
ou ainda sob o domínio de violenta emoção, seguida de feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena 13.104, de 2015)
de um sexto a um terço. I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)
Lesão corporal culposa – Se o agente não queria o II - menosprezo ou discriminação à condição de mu-
resultado do ato praticado, mesmo sabendo que tal resul- lher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
tado era previsível.
Homicídio culposo
Violência doméstica - Se a lesão for praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de
ou com quem conviva ou tenha convivido; ou ainda pre- 1965)
valecendo-se o agente das relações domésticas, de coabi- Pena - detenção, de um a três anos.
tação ou de hospitalidade. Pena: detenção, de três meses
a três anos. Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de
PARTE ESPECIAL 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância
TÍTULO I de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
CAPÍTULO I procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge
DOS CRIMES CONTRA A VIDA para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homi-
cídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o cri-
Homicídio simples me é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze)
ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela
Art. 121. Matar alguém:
Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá
deixar de aplicar a pena, se as consequências da in-
Caso de diminuição de pena
fração atingirem o próprio agente de forma tão grave
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo
que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio
de violenta emoção, logo em seguida a injusta pro- pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
vocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a me-
sexto a um terço. tade se o crime for praticado por milícia privada, sob
o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou
Homicídio qualificado por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720,
de 2012)
§ 2° Se o homicídio é cometido: § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído
por outro motivo torpe; pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - por motivo fútil; I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posterio-
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, res ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior
possa resultar perigo comum; de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimula- pela Lei nº 13.104, de 2015)
ção ou outro recurso que dificulte ou torne impossível III - na presença de descendente ou de ascendente da
a defesa do ofendido; vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impuni-
dade ou vantagem de outro crime: Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou
Feminicídio prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da ten-
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo tativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza
feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) grave.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. Parágrafo único - A pena é duplicada:
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sis-
tema prisional e da Força Nacional de Segurança Pú- Aumento de pena
blica, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente con- I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qual-
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) quer causa, a capacidade de resistência.

2
Infanticídio Lesão corporal de natureza grave

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, § 1º Se resulta:


o próprio filho, durante o parto ou logo após: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
Pena - detenção, de dois a seis anos. mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
Aborto provocado pela gestante ou com seu con- III - debilidade permanente de membro, sentido ou
sentimento função;
IV - aceleração de parto:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir Pena - reclusão, de um a cinco anos.
que outrem lhe provoque: (Vide ADPF 54) § 2° Se resulta:
Pena - detenção, de um a três anos. I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
Aborto provocado por terceiro III perda ou inutilização do membro, sentido ou fun-
ção;
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da IV - deformidade permanente;
gestante: V - aborto:
Pena - reclusão, de três a dez anos. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da
gestante: (Vide ADPF 54) Lesão corporal seguida de morte
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alie- que o agente não quis o resultado, nem assumiu o
nada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido risco de produzi-lo:
mediante fraude, grave ameaça ou violência Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Forma qualificada Diminuição de pena

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos an- § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo
teriores são aumentadas de um terço, se, em conse- de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
quência do aborto ou dos meios empregados para violenta emoção, logo em seguida a injusta provoca-
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natu- ção da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto
reza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas a um terço.
causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Substituição da pena
(Vide ADPF 54)
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médi- substituir a pena de detenção pela de multa, de du-
co: (Vide ADPF 54) zentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo an-
Aborto necessário terior;
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se as lesões são recíprocas.

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro Lesão corporal culposa


II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é prece-
dido de consentimento da gestante ou, quando inca- § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
paz, de seu representante legal. Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena
DAS LESÕES CORPORAIS: ARTIGO 129;
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
CAPÍTULO II Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

DAS LESÕES CORPORAIS § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do


art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Lesão corporal
Violência Doméstica
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde
de outrem: (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, des-
Pena - detenção, de três meses a um ano. cendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevale-

3
cendo-se o agente das relações domésticas, de coabi- Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
tação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
11.340, de 2006) I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Re- diretamente a injúria;
dação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) II - no caso de retorsão imediata, que consista em
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se outra injúria.
as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado,
Lei nº 10.886, de 2004) se considerem aviltantes:
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será au- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa,
mentada de um terço se o crime for cometido contra além da pena correspondente à violência.
pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº § 3o Se a injúria consiste na utilização de elemen-
11.340, de 2006) tos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído
Nacional de Segurança Pública, no exercício da fun- pela Lei nº 9.459, de 1997)
ção ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: AR-
de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de
2015) TIGOS 155 A 183

DOS CRIMES CONTRA A HONRA: ARTIGOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.


138 A 140
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO V DO FURTO
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Furto
Calúnia Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamen- alheia móvel:
te fato definido como crime: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a praticado durante o repouso noturno.
imputação, a propala ou divulga. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclu-
são pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços,
Exceção da verdade ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação qualquer outra que tenha valor econômico.
privada, o ofendido não foi condenado por sentença
irrecorrível; Furto qualificado
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indi- § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e mul-
cadas no nº I do art. 141; ta, se o crime é cometido:
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o I - com destruição ou rompimento de obstáculo à sub-
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. tração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, es-
Difamação calada ou destreza;
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofen- III - com emprego de chave falsa;
sivo à sua reputação: IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)


Exceção da verdade anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa pela Lei nº 13.654, de 2018)
é relativa ao exercício de suas funções.
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a
Injúria subtração for de veículo automotor que venha a ser
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade transportado para outro Estado ou para o exterior. (In-
ou o decoro: cluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

4
§ 6º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
se a subtração for de semovente domesticável de pro- de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
dução, ainda que abatido ou dividido em partes no lo-
cal da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) II – se há destruição ou rompimento de obstáculo me-
diante o emprego de explosivo ou de artefato análogo
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654,
anos e multa, se a subtração for de substâncias explo- de 2018)
sivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7


Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei
para si ou para outrem, a quem legitimamente a de- nº 13.654, de 2018)
tém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30
§ 1º - Somente se procede mediante representação. (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fun- 2018)
gível, cujo valor não excede a quota a que tem direito
o agente. Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
CAPÍTULO II grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
DO ROUBO E DA EXTORSÃO outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Roubo Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pesso-
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
as, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pes-
um terço até metade.
soa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzi-
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante vio-
do à impossibilidade de resistência:
lência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
8.072, de 25.7.90
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
liberdade da vítima, e essa condição é necessária para
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou a obtenção da vantagem econômica, a pena é de re-
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do clusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamen-
I - REVOGADO (Redação dada pela Lei nº 13.654 de te. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
2018);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; Extorsão mediante sequestro
III - se a vítima está em serviço de transporte de valo- Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para
res e o agente conhece tal circunstância. si ou para outrem, qualquer vantagem, como condi-
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha ção ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
a ser transportado para outro Estado ou para o exte- (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
rior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, res- pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
tringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
1996) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
pena por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90


VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Reda-
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibili- ção dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
tem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
pela Lei nº 13.654, de 2018) § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concor-
rente que o denunciar à autoridade, facilitando a li-
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): bertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de
1996)

5
Extorsão indireta Introdução ou abandono de animais em proprie-
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívi- dade alheia
da, abusando da situação de alguém, documento que Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em proprie-
pode dar causa a procedimento criminal contra a víti- dade alheia, sem consentimento de quem de direito,
ma ou contra terceiro: desde que o fato resulte prejuízo:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou mul-
ta.
CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou
histórico
Alteração de limites Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tom-
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou bada pela autoridade competente em virtude de valor
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para artístico, arqueológico ou histórico:
apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
alheia:
Alteração de local especialmente protegido
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade compe-
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
tente, o aspecto de local especialmente protegido por
lei:
Usurpação de águas Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de ou-
trem, águas alheias; Ação penal
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
Esbulho possessório parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante
II - invade, com violência a pessoa ou grave amea- queixa.
ça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas,
terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho pos- CAPÍTULO V
sessório. DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na
pena a esta cominada. Apropriação indébita
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
de violência, somente se procede mediante queixa. tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Supressão ou alteração de marca em animais Aumento de pena
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o
gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de agente recebeu a coisa:
propriedade: I - em depósito necessário;
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. II -na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
CAPÍTULO IV III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
DO DANO
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela
Dano Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - com emprego de substância inflamável ou explosi- § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (In-
va, se o fato não constitui crime mais grave cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra im-
empresa concessionária de serviços públicos ou socie- portância destinada à previdência social que tenha
dade de economia mista; (Redação dada pela Lei nº sido descontada de pagamento efetuado a segurados,
5.346, de 3.11.1967) a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável nº 9.983, de 2000)
para a vítima: II – recolher contribuições devidas à previdência social
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, que tenham integrado despesas contábeis ou custos
além da pena correspondente à violência. relativos à venda de produtos ou à prestação de servi-
ços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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III - pagar benefício devido a segurado, quando as res- Disposição de coisa alheia como própria
pectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou
à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº em garantia coisa alheia como própria;
9.983, de 2000) Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontane- II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia
amente, declara, confessa e efetua o pagamento das coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa,
contribuições, importâncias ou valores e presta as in- ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante
formações devidas à previdência social, na forma de- pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
finida em lei ou regulamento, antes do início da ação dessas circunstâncias;
fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou Defraudação de penhor
aplicar somente a de multa se o agente for primário e III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº
quando tem a posse do objeto empenhado;
9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e
Fraude na entrega de coisa
antes de oferecida a denúncia, o pagamento da con-
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
tribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou coisa que deve entregar a alguém;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive aces- Fraude para recebimento de indenização ou valor
sórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela de seguro
previdência social, administrativamente, como sendo V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa pró-
o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fis- pria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as
cais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) consequências da lesão ou doença, com o intuito de
haver indenização ou valor de seguro;
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortui-
to ou força da natureza Fraude no pagamento por meio de cheque
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos
ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natu- em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
reza: § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é co-
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. metido em detrimento de entidade de direito público
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: ou de instituto de economia popular, assistência social
Apropriação de tesouro ou beneficência.
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria,
no todo ou em parte, da quota a que tem direito o Estelionato contra idoso
proprietário do prédio; § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometi-
do contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015)
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, Duplicata simulada
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda
ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade que não corresponda à mercadoria vendida, em quan-
tidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação
competente, dentro no prazo de quinze dias.
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e mul-
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-
ta. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
-se o disposto no art. 155, § 2º.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de
CAPÍTULO VI Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES 1968)

Estelionato Abuso de incapazes


Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo al- necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

guém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
outro meio fraudulento: qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de qui- efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
nhentos mil réis a dez contos de réis. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor
o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o dis- Induzimento à especulação
posto no art. 155, § 2º. Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade
mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou

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aposta, ou à especulação com títulos ou mercado- VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
rias, sabendo ou devendo saber que a operação é pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a apro-
ruinosa: vação de conta ou parecer;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade anônima estrangei-
Fraude no comércio ra, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comer- mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
cial, o adquirente ou consumidor: Governo.
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercado- § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses
ria falsificada ou deteriorada; a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter
II - entregando uma mercadoria por outra: vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. deliberações de assembleia geral.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qua-
lidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo Emissão irregular de conhecimento de depósito
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de me- ou “warrant”
nor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou war-
como precioso, metal de ou outra qualidade: rant, em desacordo com disposição legal:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Fraude à execução
Outras fraudes Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando,
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
de recursos para efetuar o pagamento: Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante re-
CAPÍTULO VII
presentação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias,
DA RECEPTAÇÃO
deixar de aplicar a pena.
Receptação
Fraudes e abusos na fundação ou administração
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
de sociedade por ações
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por
ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao
público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a cons- boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
tituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
fato a ela relativo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o Receptação qualificada
fato não constitui crime contra a economia popular. § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não cons- ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
titui crime contra a economia popular: (Vide Lei nº expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em pro-
1.521, de 1951) veito próprio ou alheio, no exercício de atividade co-
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por mercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto
ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balan- de crime:
ço ou comunicação ao público ou à assembleia, faz Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
afirmação falsa sobre as condições econômicas da so- § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito
ciedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
parte, fato a elas relativo; irregular ou clandestino, inclusive o exercício em re-
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por sidência.
qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de ou- § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
tros títulos da sociedade; ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida
sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, por meio criminoso:
dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou
da assembleia geral; ambas as penas.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido
por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo ou isento de pena o autor do crime de que proveio a
quando a lei o permite; coisa.
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de cré- § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
dito social, aceita em penhor ou em caução ações da pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
própria sociedade; deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, -se o disposto no § 2º do art. 155.
em desacordo com este, ou mediante balanço falso, § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio
distribui lucros ou dividendos fictícios; da União, Estado, Município, empresa concessionária

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de serviços públicos ou sociedade de economia mis-
ta, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SE-
dobro. XUAL: ARTIGOS 213 A 234

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº
10.741, de 2003) CAPÍTULO I
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Estupro
Art. 182 - Somente se procede mediante representa- Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou
ção, se o crime previsto neste título é cometido em grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003) permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior
de 14 (catorze) anos:
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
anteriores: § 2o Se da conduta resulta morte:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
quando haja emprego de grave ameaça ou violência Art. 214 - (Revogado)
à pessoa;
Violação sexual mediante fraude
II - ao estranho que participa do crime.
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato li-
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
bidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
que impeça ou dificulte a livre manifestação de von-
tade da vítima:
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de
O Título II da parte especial do Código Penal Brasilei- obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
ro, faz referências aos Crimes Contra o Patrimônio.
Considera-se patrimônio de uma pessoa , os bens, o Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718,
poderio econômico, a universalidade de direitos que te- de 2018)
nham expressão econômica para a pessoa. Considera-se Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anu-
em geral, o patrimônio como universalidade de direitos. ência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
Vale dizer como uma unidade abstrata, distinta, diferente própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº
dos elementos que a compõem isoladamente conside- 13.718, de 2018)
rados. Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato
Além desse conceito jurídico, que é próprio do direito não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº
privado, há uma noção econômica de patrimônio e, se- 13.718, de 2018).
gundo a qual, ele consiste num complexo de bens, atra-
vés dos quais o homem satisfaz suas necessidades. Art. 216. (Revogado)
Cabe lembrar, que o direito penal em relação ao direi-
to civil, ao direito econômico, ele é autônomo e consti- Assédio sexual
tutivo, e por isso mesmo quando tutela bens e interesses Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de ob-
jurídicos já tutelados por outros ramos do direito, ele o ter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-
faz com autonomia e de um modo peculiar. -se o agente da sua condição de superior hierárquico
A tutela jurídica do patrimônio no âmbito do Código ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,
Penal Brasileiro, é sem duvida extensamente realizada, cargo ou função.”
mas não se pode perder jamais em conta, a necessidade Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

de que no conceito de patrimônio esteja envolvida uma Parágrafo único. (VETADO)


noção econômica, um noção de valor material econômi- § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima
co do bem. é menor de 18 (dezoito) anos.

CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

O Bem Jurídico Tutelado é a instituição do matrimô-


nio monogâmico. Isto porque, por tradição secular, o
Brasil adotou a sistemática do matrimônio monogâmico.

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Desta forma, a preservação dessa instituição é forma Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de
basilar de proteção à família. 2001)
O SUJEITO ATIVO, no caso da figura descrita no caput, Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de ob-
é a pessoa casada que contrai novo matrimônio, ainda na ter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-
vigência do primeiro enlace. No caso da figura descrita -se o agente da sua condição de superior hierárquico
no § 1 o , o Sujeito Ativo é aquela pessoa que, não sendo ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,
casada (solteira, viúva, divorciada), contrai matrimônio cargo ou função. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15
com pessoa casada, sabendo dessa condição. de 2001)
Já o SUJEITO PASSIVO, em primeiro plano é o Estado Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído
e em segundo plano, a pessoa que contrai matrimônio pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
com pessoa casada, desde que de boa fé. Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº
O ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO PENAL é o DOLO 10.224, de 15 de 2001)
é dolo de contrair matrimônio, já sendo legalmente ca- § 2o A pena é aumentada em até um terço se a víti-
ma é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº
sado. Na hipótese do § 1º , o dolo está direcionado em,
12.015, de 2009)
não sendo casado, contrair matrimônio com pessoa sa-
bidamente casada legalmente. Não há previsão de mo-
CAPÍTULO II
dalidade CULPOSA.
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Sedução
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

CAPÍTULO I Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015,


DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL de 2009)
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
Estupro libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou pela Lei nº 12.015, de 2009)
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Inclu-
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: ído pela Lei nº 12.015, de 2009)
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação descritas no caput com alguém que, por enfermidade
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) ou deficiência mental, não tem o necessário discerni-
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza mento para a prática do ato, ou que, por qualquer ou-
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior tra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela
de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de Lei nº 12.015, de 2009)
2009) § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
pela Lei nº 12.015, de 2009) grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído
12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Inclu-
12.015, de 2009)
ído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Inclu-
Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
ído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º
Violação sexual mediante fraude (Redação dada deste artigo aplicam-se independentemente do con-
pela Lei nº 12.015, de 2009) sentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido re-
lações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato li- Lei nº 13.718, de 2018)
bidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio
que impeça ou dificulte a livre manifestação de von- Corrupção de menores
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

tade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a
2009) satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação nº 12.015, de 2009)
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
obter vantagem econômica, aplica-se também multa. Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 12.015, de 2009)
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

10
Satisfação de lascívia mediante presença de crian- Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718,
ça ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de 2018)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de § 2º Não há crime quando o agente pratica as condu-
14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção tas descritas no caput deste artigo em publicação de
carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascí- natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica
via própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, com a adoção de recurso que impossibilite a identi-
de 2009) ficação da vítima, ressalvada sua prévia autorização,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído caso seja maior de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 12.015, de 2009) nº 13.718, de 2018)
Favorecimento da prostituição ou de outra forma CAPÍTULO III
de exploração sexual de criança ou adolescente ou de DO RAPTO
vulnerável. (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
Rapto violento ou mediante fraude
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição
Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
ou outra forma de exploração sexual alguém menor
de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou de-
ficiência mental, não tem o necessário discernimento Rapto consensual
para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluí- Diminuição de pena
do pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter van-
tagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído Concurso de rapto e outro crime
pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009) CAPÍTULO IV
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidi- DISPOSIÇÕES GERAIS
noso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de
14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo lo-
cal em que se verifiquem as práticas referidas no ca- Ação penal
put deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste
obrigatório da condenação a cassação da licença de Título, procede-se mediante ação penal pública condi-
localização e de funcionamento do estabelecimento. cionada à representação. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estu- ação penal pública incondicionada se a vítima é me-
pro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia
nor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluí-
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
do pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmi-
tir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou Aumento de pena
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audio- nº 11.106, de 2005)
visual que contenha cena de estupro ou de estupro de I – de quarta parte, se o crime é cometido com o con-
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prá- curso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela
tica, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, Lei nº 11.106, de 2005)
nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto
2018) ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato curador, preceptor ou empregador da vítima ou por
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº qualquer outro título tem autoridade sobre ela; (Reda-
13.718, de 2018) ção dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
2018) IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
terços) se o crime é praticado por agente que man- Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
tém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (In-
a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. cluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

11
b) para controlar o comportamento social ou sexual Rufianismo
da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, par-
CAPÍTULO V ticipando diretamente de seus lucros ou fazendo-se
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EX- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
PLORAÇÃO SEXUAL § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascenden-
te, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, com-
Mediação para servir a lascívia de outrem panheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de ou- da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra for-
trem: ma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Re-
Pena - reclusão, de um a três anos. dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou § 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte
de educação, de tratamento ou de guarda: (Redação a livre manifestação da vontade da vítima: (Redação
dada pela Lei nº 11.106, de 2005) dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuí-
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violên- zo da pena correspondente à violência. (Redação dada
cia, grave ameaça ou fraude: pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena
correspondente à violência. Tráfico internacional de pessoa para fim de explo-
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, apli-
ração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
ca-se também multa.
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vi-
Favorecimento da prostituição ou outra forma de
gência)
exploração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
Art. 231-A. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016)
2009)
(Vigência)
Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou
outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir
Promoção de migração ilegal
ou dificultar que alguém a abandone: (Redação dada
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de es-
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madras- trangeiro em território nacional ou de brasileiro em
ta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou país estrangeiro: Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017
curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se Vigência
assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuida- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
do, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
12.015, de 2009) § 1º Na mesma pena incorre quem promover, por
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação qualquer meio, com o fim de obter vantagem eco-
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) nômica, a saída de estrangeiro do território nacional
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violên- para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. Inclu-
cia, grave ameaça ou fraude: ído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena § 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
correspondente à violência. terço) se: Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, apli- I - o crime é cometido com violência; ou Incluído pela
ca-se também multa. Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
II - a vítima é submetida a condição desumana ou
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Casa de prostituição degradante. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vi-


gência
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, § 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, prejuízo das correspondentes às infrações conexas. In-
haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do cluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

12
CAPÍTULO VI A fabricação é ação conhecida como contrafação;
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR nela, se insere materialmente o objeto em circulação. Já a
alteração pressupõe a existência de um suporte, o qual o
Ato obsceno agente modifica de alguma forma, geralmente para que
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou valha mais.
aberto ou exposto ao público: O bem jurídico protegido é a fé pública, ou seja, a
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. segurança da sociedade em relação à moeda, ao meio
circulante e à circulação monetária.
Escrito ou objeto obsceno Moeda de curso legal é aquela de recebimento obri-
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob gatório, por força de lei, que não pode ser recusada no
sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou comércio. Ela pode se referir tanto a moeda metálica
de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estam- quanto ao papel-moeda. Se o aceite de outra moeda for
pa ou qualquer objeto obsceno: meramente convencional, não restará caracterizado o cri-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. me (pode haver, em tese, o estelionato).
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: O crime se consuma com a simples contrafação ou
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público alteração, sendo indiferente se houve ou não a efetiva
qualquer dos objetos referidos neste artigo; introdução das moedas falsificadas em circulação; tam-
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, pouco se exige dano a terceiro.
A ação penal é pública incondicionada, de compe-
representação teatral, ou exibição cinematográfica de
tência da Justiça Federal. Como o crime deixa vestígios,
caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que te-
exige-se prova pericial.
nha o mesmo caráter;
Não se admite, predominantemente, a aplicação do
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público,
princípio da insignificância, sendo irrelevante o número
ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno
de cédulas, seu valor ou o número de pessoas eventual-
mente lesadas.
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime
de moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé públi-
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA: ARTI- ca, logo não há que falar em desinteresse estatal à sua
GOS 289 A 292 repressão

Circulação de Moeda Falsa (art. 289, § 1º)


Crimes Contra a Fé Pública § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende,
Os crimes contra a fé pública são crimes de perigo troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circula-
abstrato, porque neles o tipo não faz referência ao peri- ção moeda falsa.
go. Assim, há de se questionar, por exemplo, o seguinte:
alguém falsificou uma cédula, mas é uma cédula de três Nesse caso, não se exige que a moeda falsa seja a de
reais, existiu o crime de falso de moeda? curso legal no país, podendo ser moeda estrangeira.
Poderia se levar a pensar que sim, o legislador não O autor pode ser qualquer pessoa, menos o autor
fala que a moeda tenha que ser essencialmente corres- da falsificação. É um tipo subsidiário, podendo o agente
pondente a uma que exista. Mas a resposta seria não, responder por uma destas condutas caso não seja deter-
inclusive a súmula 73 do STJ nos auxiliaria a dizer isto. minada a autoria da falsificação.
A súmula 73 diz assim: o papel moeda grosseiramente O tipo se caracteriza por ser misto alternativo. Eviden-
falsificado não configura crime de moeda falsa, mas sim temente que se o agente falsifica a moeda e a faz circular,
estelionato em tese, de competência da JE. Qual o racio- responderá por um só crime, já que a circulação é mero
cínio que se emprega? exaurimento.
Malgrado seja um crime de perigo abstrato, a condu- O agente precisa ter conhecimento da falsidade. Se
ta praticada não dispensa a idoneidade para a demons- ele recebe a moeda e a faz circular sem saber, não res-
tração da possibilidade de o perigo acontecer. As condu- ponde pelo crime.
tas têm que ter idoneidade suficiente a produzir perigo, O Dolo é muito difícil de se comprovar nesses crimes,
o que não significa dizer que o perigo seja exigido, são pois o agente sempre nega a autoria, alegando que des-
coisas diversas. Há como descaracterizar a idoneidade conhecia a falsidade. O juiz, por sua vez, deve se atentar
para as máximas da experiência, para o modus operandi
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

em termos abstratos, e não concretos, como seria o caso.


Uma cédula de três reais pode expor a risco a fé pública? do agente, a fim de captar a prática do crime. É o que
Não, nem em abstrato. ocorre, por exemplo, quando o agente utiliza a moeda na
calada da noite, com pessoas humildes, quando já tenha
Moeda Falsa (art. 289) tentado trocar a moeda anteriormente etc. Baltazar suge-
re que se atente para os seguintes dados:
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, mo- Quantidade de cédulas encontradas com o agente;
eda metálica ou papel-moeda de curso legal no país Modo de introdução em circulação;
ou no estrangeiro: Existência de outras cédulas de menor valor em poder
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. do agente;

13
Verossimilhança da versão do réu para a origem das Crimes assimilados ao de moeda falsa
cédulas;
Grau de instrução do agente; Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete represen-
Local onde guarda as cédulas. tativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas
Trata-se de crime formal e de perigo abstrato, sendo ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou
irrelevantes, para a consumação, a obtenção da vanta- bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circu-
gem indevida para o agente ou de prejuízo para terceiros. lação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à
circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições,
Concurso de Crimes ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Se o agente introduz em circulação várias cédulas ou
moedas, no mesmo contexto, há crime único. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Se ele introduz moedas em locais próximos, num
mesmo contexto, há entendimento de ser crime único e Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a
crime continuado. doze anos e multa, se o crime é cometido por funcio-
Se o agente obtém vantagem econômica indevida, O nário que trabalha na repartição onde o dinheiro se
ESTELIONATO É ABSORVIDO PELO DELITO DE MOEDA achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão
FALSA, por aplicação do princípio da consunção ou da do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
especialidade.
Petrechos para falsificação de moeda
Competência
É da Justiça Federal, já que afeta a fé pública da União, Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso
ainda que tenha por objeto moeda estrangeira. ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, apare-
A competência para processar e julgar esses crimes lho, instrumento ou qualquer objeto especialmente
de moeda falsa é da JF, desde que haja idoneidade, des- destinado à falsificação de moeda:
de que se trate de crime de moeda falsa.
Se não houver idoneidade haverá o falso inócuo. A Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
figura do falso inócuo, então, é aquela em que a falsi-
ficação existiu, mas com as características dela não se Emissão de título ao portador sem permissão legal
apresenta capaz a iludir um número indeterminado de
agentes. Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete,
ficha, vale ou título que contenha promessa de paga-
Forma Privilegiada (art. 289, § 2º) mento em dinheiro ao portador ou a que falte indica-
ção do nome da pessoa a quem deva ser pago:
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verda-
deira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
depois de conhecer a falsidade, é punido com deten-
ção, de seis meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como di-
nheiro qualquer dos documentos referidos neste arti-
Adquirir a moeda falsa sem ter conhecimento do vício go incorre na pena de detenção, de quinze dias a três
não é crime. Entretanto, o é o fato de colocar novamente meses, ou multa.
em circulação após conhecer da falsidade.
Esse crime somente se consuma com a reintrodução
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIO-
da moeda à circulação. Logo, é material, admitindo a ten-
NÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRA-
tativa.
ÇÃO EM GERAL: ARTIGOS 312 A 327
Forma Qualificada (art. 289, § 3º)

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou
fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou auto- O Capítulo I do Título XI do Código Penal trata dos
riza a fabricação ou emissão: crimes funcionais, praticados por determinado grupo de
I - de moeda com título ou peso inferior ao determi- pessoas no exercício de sua função, associado ou não
nado em lei; com pessoa alheia aos quadros administrativos, prejudi-
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

II - de papel-moeda em quantidade superior à auto- cando o correto funcionamento dos órgãos do Estado.
rizada. A Administração Pública deste modo, em geral direta,
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz indireta e empresas privadas prestadoras de serviços pú-
circular moeda, cuja circulação não estava ainda au- blicos, contratadas ou conveniadas será vítima primária
torizada. e constante, podendo, secundariamente, figurar no polo
passivo eventual administrado prejudicado.
O agente, representante de um poder estatal, tem
por função principal cumprir regularmente seus deveres,
confiados pelo povo. A traição funcional faz com que to-

14
dos tenhamos interesse na sua punição, até porque, de
certa forma, somos afetados por elas. Dentro desse espí- DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
rito, mesmo quando praticado no estrangeiro, logo, fora DA JUSTIÇA – ARTIGOS 338 A 359.
do alcance da soberania nacional, o delito funcional será
alcançado, obrigatoriamente, pela lei penal.
Não bastasse, a Lei 10.763, de 12 de novembro de
2003, condicionou a progressão de regime prisional nos CAPÍTULO III
crimes contra a Administração Pública à prévia reparação DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
do dano causado, ou à devolução do produto do ilícito JUSTIÇA
praticado, com os acréscimos legais.
A lei em comento não impede a progressão aos cri- Reingresso de estrangeiro expulso
mes funcionais, mas apenas acrescenta uma nova con- Art. 338 - Reingressar no território nacional o estran-
dição objetiva, de cumprimento obrigatório para que o geiro que dele foi expulso:
reeducando conquiste o referido benefício. Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de
nova expulsão após o cumprimento da pena.
Crimes Funcionais
Denunciação caluniosa
Espécies Art. 339. Dar causa à instauração de investigação po-
Os delitos funcionais são divididos em duas espécies: licial, de processo judicial, instauração de investigação
próprios e impróprios. administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
Nos crimes funcionais próprios, na qualidade de fun- administrativa contra alguém, imputando-lhe crime
cionário público ao autor, o fato passa a ser tratado como de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº
um tipo penal descrito. 10.028, de 2000)
Já nos impróprios desaparecendo a qualidade de Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
servidor publico, desaparece também o crime funcional, § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
desclassificando a conduta para outro delito, de natureza se serve de anonimato ou de nome suposto.
diversa. § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação
é de prática de contravenção.
Conceito de Funcionário Público para Efeitos Pe-
nais Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunican-
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os do-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem sabe não se ter verificado:
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pú- Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
blica.
Auto-acusação falsa
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,
inexistente ou praticado por outrem:
e quem trabalha para empresa prestadora de serviço
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
contratada ou conveniada para a execução de ativida-
de típica da Administração Pública.
Falso testemunho ou falsa perícia
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
ocupantes de cargos em comissão ou de função de di- verdade como testemunha, perito, contador, tradutor
reção ou assessoramento de órgão da administração ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
direta, sociedade de economia mista, empresa pública inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada
ou fundação instituída pelo poder público. pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Contudo, ao considerar o que seja funcionário públi- (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
co para fins penais, nosso Código Penal nos dá um con- § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um ter-
ceito unitário, sem atender aos ensinamentos do Direito ço, se o crime é praticado mediante suborno ou se
Administrativo, tomando a expressão no sentido amplo. cometido com o fim de obter prova destinada a pro-
Dessa forma, para os efeitos penais, considera-se duzir efeito em processo penal, ou em processo civil
funcionário público não apenas o servidor legalmente
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

em que for parte entidade da administração pública


investido em cargo público, mas também o que servidor direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268,
publico efetivo ou temporário. de 28.8.2001)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se re-
trata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qual-
quer outra vantagem a testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, ne-

15
gar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálcu- nicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização
los, tradução ou interpretação: (Redação dada pela Lei legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001) nº 12.012, de 2009).
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Reda- Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Inclu-
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) ído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto
a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter Exercício arbitrário ou abuso de poder
prova destinada a produzir efeito em processo penal Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de
ou em processo civil em que for parte entidade da ad- liberdade individual, sem as formalidades legais ou
ministração pública direta ou indireta. (Redação dada com abuso de poder:
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcio-
Coação no curso do processo nário que:
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a
o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra estabelecimento destinado a execução de pena priva-
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que fun- tiva de liberdade ou de medida de segurança;
ciona ou é chamada a intervir em processo judicial, II - prolonga a execução de pena ou de medida de
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: segurança, deixando de expedir em tempo oportuno
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além ou de executar imediatamente a ordem de liberdade;
da pena correspondente à violência. III - submete pessoa que está sob sua guarda ou cus-
tódia a vexame ou a constrangimento não autorizado
Exercício arbitrário das próprias razões em lei;
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para sa- IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
tisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a
lei o permite: Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, segurança
além da pena correspondente à violência. Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa le-
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, galmente presa ou submetida a medida de segurança
somente se procede mediante queixa. detentiva:
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
própria, que se acha em poder de terceiro por deter- § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por
minação judicial ou convenção: mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, apli-
Fraude processual ca-se também a pena correspondente à violência.
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz guarda está o preso ou o internado.
ou o perito: § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir três meses a um ano, ou multa.
efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as
penas aplicam-se em dobro. Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o in-
Favorecimento pessoal divíduo submetido a medida de segurança detentiva,
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autorida- usando de violência contra a pessoa:
de pública autor de crime a que é cominada pena de Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
reclusão: pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Arrebatamento de preso
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descen- poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
dente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

pena. correspondente à violência.

Favorecimento real Motim de presos


Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co- Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a or-
autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar dem ou disciplina da prisão:
seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. pena correspondente à violência.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar
ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comu-

16
Patrocínio infiel Inscrição de despesas não empenhadas em restos
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou pro- a pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
curador, o dever profissional, prejudicando interesse,
cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. a pagar, de despesa que não tenha sido previamen-
te empenhada ou que exceda limite estabelecido em
Patrocínio simultâneo ou tergiversação lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o ad- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In-
vogado ou procurador judicial que defende na mesma cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrá-
rias. Assunção de obrigação no último ano do manda-
to ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obri-
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar gação, nos dois últimos quadrimestres do último ano
de restituir autos, documento ou objeto de valor pro- do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa
batório, que recebeu na qualidade de advogado ou ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso res-
procurador: te parcela a ser paga no exercício seguinte, que não
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de
caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Exploração de prestígio Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer pela Lei nº 10.028, de 2000)
outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, pe- Lei nº 10.028, de 2000)
rito, tradutor, intérprete ou testemunha: Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um ter-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
ço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou
pela Lei nº 10.028, de 2000)
utilidade também se destina a qualquer das pessoas
referidas neste artigo.
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº
10.028, de 2000)
Violência ou fraude em arrematação judicial
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou li- sem que tenha sido constituída contragarantia em valor
citante, por meio de violência, grave ameaça, fraude igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma
ou oferecimento de vantagem: da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (In-
além da pena correspondente à violência. cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou sus-
pensão de direito Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autori- Lei nº 10.028, de 2000)
dade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por
decisão judicial: Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de pro-
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. mover o cancelamento do montante de restos a pagar ins-
crito em valor superior ao permitido em lei: (Incluído pela
CAPÍTULO IV Lei nº 10.028, de 2000)
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In-
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Contratação de operação de crédito Aumento de despesa total com pessoal no últi-


Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação mo ano do mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº
de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização 10.028, de 2000)
legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
pela Lei nº 10.028, de 2000) cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem orde- da legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
na, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) pela Lei nº 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou mon-
tante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Oferta pública ou colocação de títulos no merca-
Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) do (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultra- Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
passa o limite máximo autorizado por lei. (Incluído pública ou a colocação no mercado financeiro de títu-
pela Lei nº 10.028, de 2000) los da dívida pública sem que tenham sido criados por

17
lei ou sem que estejam registrados em sistema centra-
lizado de liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei
nº 10.028, de 2000)
HORA DE PRATICAR!
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído 1. (PC/PI - Escrivão de Polícia Civil – 2014 - UESPI)
pela Lei nº 10.028, de 2000) Constitui abuso de autoridade, exceto:

DISPOSIÇÕES FINAIS a) Atentado à inviolabilidade do domicílio e à liberdade


de locomoção.
Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os b) Atentado ao sigilo da correspondência e à liberdade
crimes contra a existência, a segurança e a integrida- de consciência e de crença.
de do Estado e contra a guarda e o emprego da econo- c) Atentado ao livre culto religioso e ao direito de reu-
mia popular, os crimes de imprensa e os de falência, os nião.
de responsabilidade do Presidente da República e dos d) Atentado a fuga de preso e transgressão irregular de
Governadores ou Interventores, e os crimes militares, natureza grave.
revogam-se as disposições em contrário. e) Atentado aos direito e garantias legais assegurados ao
Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de exercício do voto e ao direito de reunião.
janeiro de 1942.
2. (DETRAN/DF - Agente de Trânsito – 2012 - FUNI-
VERSA) Constitui abuso de autoridade,

a) Ordenar ou executar medida privativa da liberdade in-


dividual.
b) Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexa-
me ou a constrangimento, mesmo que autorizado em
lei, pois essa atitude é incompatível com o Estado de
Direito.
c) Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha
a prestar fiança, ainda que não prevista em lei.
d) Lesar a honra ou o patrimônio de pessoa natural ou
jurídica, mesmo quando esse ato for praticado sem
abuso ou desvio de poder.
e) Recusar o carcereiro ou o agente de autoridade po-
licial recibo de importância adquirida a título de car-
ceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra
despesa.

3. (TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho – 2014


- FCC) No que concerne aos crimes de abuso de autori-
dade, é correto afirmar que:

a) Compete à Justiça Militar processar e julgar militar por


crime de abuso de autoridade praticado em serviço,
segundo entendimento sumulado do Superior Tribu-
nal de Justiça.
b) É cominada pena privativa de liberdade na modalida-
de de reclusão.
c) Se considera autoridade apenas quem exerce cargo,
emprego ou função pública, de natureza civil ou mili-
tar, não transitório e remunerado.
d) Não é cominada pena de multa.
e) Constitui abuso de autoridade qualquer atentado aos
direitos e garantias legais assegurados ao exercício
profissional.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

18
4. (Prefeitura de Taubaté/SP – Escriturário – 2015 8. (Polícia Civil/SP - Escrivão de Polícia – 2013 - VU-
-PUBLICONSULT) Se um servidor, ao final do expedien- NESP) A conduta de constranger alguém, mediante vio-
te, leva para casa clips, canetas, borrachas, folhas de pa- lência ou grave ameaça e com o intuito de obter para
pel, por exemplo, ainda que em pequena quantidade, si ou para outrem trem indevida vantagem econômica,
fere o patrimônio público, cometendo um ato ilícito, que a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa
é um crime previsto no Código Penal brasileiro, caracteri- caracteriza o crime de
zado pela apropriação, por parte do servidor público, de
valores ou qualquer outro bem móvel ou de consumo em a) extorsão.
proveito próprio ou de outrem. Trata-se do(a): b) abuso de poder.
c) exercício arbitrário.
a) Concussão d) coação no curso do processo.
b) Improbidade administrativa e) roubo.
c) Peculato
d) Prevaricação 9. (TJ/ RJ – Juiz Substituto – 2012 - VUNESP) A regra
tempus regit actum explica o fenômeno da
5. (TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário – 2014 - FCC)
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, a) retroatividade da lei penal mais benéfica.
b) ultratividade da lei penal excepcional.
a) se o agente obteve vantagem ilícita, em prejuízo da c) territorialidade temperada.
vítima, mediante fraude, responderá pelo delito de ex- d) extraterritorialidade.
torsão.
b) se, no crime de roubo, em razão da violência emprega- 10. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe –
da pelo agente, a vítima sofreu lesões corporais leves, 2015 - VUNESP) Nos termos do Código Penal, a imputa-
a pena aumenta-se de um terço. bilidade penal é excluída pela
c) se configura o crime de receptação mesmo se a coisa
tiver sido adquirida pelo agente sabendo ser produto a) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao
de crime não classificado como de natureza patrimo- tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
nial. de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
d) não comete infração penal quem se apropria de coi- -se de acordo com esse entendimento.
sa alheia vinda a seu poder por erro, caso fortuito ou b) doença mental ou desenvolvimento mental incomple-
força da natureza. to ou retardado, que torna o autor, ao tempo da ação
e) o corte e a subtração de eucaliptos de propriedade ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
alheia não configura, em tese, o crime de furto por caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
não se tratar de bem móvel. com esse entendimento.
c) emoção
6. (PC-SP - Investigador de Polícia – 2014 - VUNESP) d) paixão.
Nos termos do Código Penal, assinale a alternativa que e) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força
contenha apenas crimes contra o patrimônio. maior, que privou o autor, ao tempo da ação ou da
omissão, da plena capacidade de entender o caráter
a) Homicídio; estelionato; extorsão ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
b) Estelionato; furto; roubo. entendimento.
c) Dano; estupro; homicídio
d) Furto; roubo; lesão corporal.
e) Extorsão; lesão corporal; dano.

7. (PC-TO - Delegado de Polícia – 2014- Aroeira) É


GABARITO
crime contra o patrimônio, em que somente se procede 1 D
mediante representação,
2 E
a) o furto de coisa comum. 3 E
b) a alteração de limites.
4 C
c) o dano simples.
d) a fraude à execução. 5 C
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

6 B
7 A
8 A
9 B
10 E

19
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

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20
ÍNDICE

NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL


Do Inquérito Policial: artigos 4º a 23;..............................................................................................................................................................................01
Das provas em espécie: artigos 158 a 250;....................................................................................................................................................................06
Dos Funcionários da Justiça: artigo 274;........................................................................................................................................................................18
Da Prisão, das Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória: artigos 282 a 350.........................................................................................20
O inquérito policial não é indispensável para a pro-
DO INQUÉRITO POLICIAL: ARTIGOS 4º A 23; positura da ação penal. Este será dispensável quando já
se tiver a materialidade e indícios de autoria do crime.
Entretanto, se não se tiver tais elementos, o IP será in-
Inquérito Policial
dispensável, conforme disposição do artigo 39, § 5º do
Código de Processo Penal.
O Inquérito Policial é o procedimento administra-
A sentença condenatória será nula, quando funda-
tivo persecutório, informativo, prévio e preparatório da
mentada exclusivamente nas provas produzidas no in-
Ação Penal. É um conjunto de atos concatenados, com
quérito policial. Conforme o artigo 155 do CPP, o Inqué-
unidade e fim de perseguir a materialidade e indícios de
rito serve apenas como reforço de prova.
autoria de um crime. O inquérito Policial averígua deter-
O inquérito deve ser escrito, sigiloso, unilateral e in-
minado crime e precede a ação penal, sendo considera-
quisitivo. A competência de instauração poderá ser de
do, portanto como pré-processual.
ofício (Quando se tratar de ação penal pública incondi-
Composto de provas de autoria e materialidade de
cionada), por requisição da autoridade judiciária ou do
crime, que, comumente são produzidas por Investigado-
Ministério Público, a pedido da vítima ou de seu repre-
res de Polícia e Peritos Criminais, o inquérito policial é
sentante legal ou mediante requisição do Ministro da
organizado e numerado pelo Escrivão de Polícia, e presi-
Justiça.
dido pelo Delegado de Polícia.
O Inquérito Policial se inicia com a notitia criminis,
Importante esclarecer que não há litígio no Inquérito
ou seja, com a notícia do crime. O Boletim de Ocorrên-
Policial, uma vez que inexistem autor e réu. Apenas figura
cia (BO) não é uma forma técnica de iniciar o Inquérito,
a presença do investigado ou acusado.
mas este se destina às mãos do delegado e é utilizado
Do mesmo modo, há a ausência do contraditório e da
para realizar a Representação, se o crime for de Ação de
ampla defesa, em função de sua natureza inquisitória e
Iniciativa Penal Pública condicionada à Representação,
em razão d a polícia exercer mera função administrativa
ou para o requerimento, se o crime for de Ação Penal da
e não jurisdicional.
Iniciativa Privada.
Sob a égide da constituição federal, Aury Lopes Jr.
No que concerne à delacio criminis inautêntica, ou
define:
seja, a delação ou denúncia anônima, apesar de a Cons-
“Inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procu-
tituição Federal vedar o anonimato, o Supremo Tribunal
rar informações sobre algo, colher informações acerca de
de Justiça se manifestou a favor de sua validade, desde
um fato, perquirir”. (2008, p. 241).
que utilizada com cautela.
Em outras palavras, o inquérito policial é um proce-
As peças inaugurais do inquérito policial são a Por-
dimento administrativo preliminar, de caráter inquisitivo,
taria (Ato de ofício do delegado, onde ele irá instaurar
presidido pela autoridade policial, que visa reunir ele-
o inquérito), o Auto de prisão em flagrante (Ato pelo
mentos informativos com objetivo de contribuir para a
qual o delegado formaliza a prisão em flagrante), o Re-
formação da “opinio delicti” do titular da ação penal.
querimento do ofendido ou de seu representante legal
A Polícia ostensiva ou de segurança (Polícia Militar)
(Quando a vítima ou outra pessoa do povo requer, no
tem por função evitar a ocorrência de crimes. Já a Po-
caso de Ação Penal de Iniciativa Privada), a Requisição
lícia Judiciária (Civil e Federal) se incumbe se investigar
do Ministério Público ou do Juiz.
a ocorrência de infrações penais. Desta forma, a Polícia
No IP a decretação de incomunicabilidade (máximo
Judiciária, na forma de seus delegados é responsável por
de três dias) é exclusiva do juiz, a autoridade policial não
presidir o Inquérito Policial.
poderá determiná-la de ofício. Entretanto, o advogado po-
Entretanto, conforme o artigo 4º do Código de Pro-
derá comunicar-se com o preso, conforme dispõe o artigo
cesso Penal Brasileiro, em seu parágrafo único, outras
21 do Código de Processo Penal, em seu parágrafo único.
autoridades também poderão presidir o inquérito, como
Concluídas as investigações, a autoridade policial en-
nos casos de Comissões Parlamentares de Inquérito
caminha o ofício ao juiz, desta forma, depois de saneado
(CPI’s), Inquéritos Policiais Militares (IPM’s) e investiga-
o juiz o envia ao promotor, que por sua vez oferece a
dores particulares. Este último exemplo é aceito pelaju-
denúncia ou pede arquivamento.
risprudência, desde que respeite as garantias constitu-
O prazo para a conclusão do inquérito, conforme o
cionais e não utilize provas ilícitas.
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

artigo 10 caput e § 3º do Código de Processo Penal, será


A atribuição para presidir o inquérito se dá em fun-
de dez dias se o réu estiver preso, e de trinta dias se
ção da competência ratione loci, ou seja, em razão do
estiver solto. Entretanto, se o réu estiver solto, o prazo
lugar onde se consumou o crime. Desta forma, ocorrerá
poderá ser prorrogado se o delegado encaminhar seu
a investigação onde ocorreu o crime. A atribuição do de-
pedido ao juiz, e este para o Ministério Público.
legado será definida pela sua circunscrição policial, com
Na Polícia Federal, o prazo é de quinze dias se o in-
exceção das delegacias especializadas, como a delegacia
diciado estiver preso (prorrogável por mais quinze). Nos
da mulher e de tóxicos, dentre outras.
crimes de tráfico ilícito de entorpecentes o prazo é de
Os destinatários do IP são os autores da Ação Penal,
trinta dias se o réu estiver preso e noventa dias se estiver
ou seja, o Ministério Público ( no caso de ação Penal de
solto, esse prazo é prorrogável por igual período, confor-
Iniciativa Pública) ou o querelante (no caso de Ação Penal
me disposição da Lei 11.343 de 2006.
de Iniciativa Privada). Excepcionalmente o juiz poderá ser
O arquivamento do inquérito consiste da paralisação
destinatário do Inquérito, quando este estiver diante de
das investigações pela ausência de justa causa (mate-
cláusula de reserva de jurisdição.
rialidade e indícios de autoria), por atipicidade ou pela

1
extinção da punibilidade. Este deverá ser realizado pelo mentados em procedimento investigatório realizado por
Ministério Público. O juiz não poderá determinar de ofí- órgão com competência de polícia judiciária, digam res-
cio, o arquivamento do inquérito, sem a manifestação do peito ao exercício do direito de defesa.” Em observação
Ministério Público mais detalhada, conclui-se que o que está em andamento
O desarquivamento consiste na retomada das investi- não é de direito do advogado, mas somente o que já fora
gações paralisadas, pelo surgimento de uma nova prova. devidamente documentado. Diante disso, faz-se neces-
sária a seguinte reflexão: Qual o real motivo da súmula?
O Conselho federal da OAB, - indignado pelo não cum-
Procedimento inquisitivo:
primento do que disposto no Estatuto da OAB - decidiu
provocar o STF para edição da súmula vinculante visando
Todas as funções estão concentradas na mão de única
garantir ao advogado acesso aos autos. Como preceden-
pessoa, o delegado de polícia.
tes da súmula: HC 87827 e 88190 – STF; HC 120.132 – STJ.
Recordando sobre sistemas processuais, suas moda-
Importante ressaltar que quanto ao sigilo, a súmula
lidades são: inquisitivo, acusatório e misto. O inquisitivo
nº 14 não garante ao advogado o direito de participar
possui funções concentradas nas mãos de uma pessoa.
nas diligências. O sigilo é dividido em interno e externo.
O juiz exerce todas as funções dentro do processo. No
Sigilo interno: possui duas vertentes, sendo uma positiva
acusatório puro, as funções são muito bem definidas. O
e outra negativa. A positiva versa sobre a possibilidade do
juiz não busca provas. O Brasil adota o sistema acusató-
juiz/MP acessarem o IP. A negativa, sobre a não possibi-
rio não-ortodoxo. No sistema misto: existe uma fase in-
lidade de acesso aos autos pelo advogado e investigado
vestigatória, presidida por autoridade policial e uma fase
(em algumas diligências). E na eventualidade do delega-
judicial, presidida pelo juiz inquisidor.
do negar vista ao advogado? Habeas corpus preventivo
(profilático); mandado de segurança (analisado pelo juiz
Discricionariedade:
criminal).
Existe uma margem de atuação do delegado que
Procedimento escrito:
atuará de acordo com sua conveniência e oportunida-
de. A materialização dessa discricionariedade se dá, por
Os elementos informativos produzidos oralmente de-
exemplo, no indeferimento de requerimentos. O art. 6º
vem ser reduzidos a termo. O termo “eventualmente da-
do Código de Processo Penal, apesar de trazer diligên-
tilografado” deve ser considerado, através de uma inter-
cias, não retira a discricionariedade do delegado. Diante
pretação analógica, como “digitado”. A partir de 2009, a lei
da situação apresentada, poderia o delegado indeferir
11.900/09 passou a autorizar a documentação e captação
quaisquer diligências? A resposta é não, pois há exceção.
de elementos informativos produzidos através de som e
Não cabe ao delegado de polícia indeferir a realização do
imagem (através de dispositivos de armazenamento).
exame de corpo de delito, uma vez que o ordenamento
jurídico veda tal prática. Caso o delegado opte por inde-
Indisponível:
ferir o exame, duas serão as possíveis saídas: a primei-
ra, requisitar ao Ministério Público. A segunda, segundo
A autoridade policial não pode arquivar o inquérito po-
Tourinho Filho, recorrer ao Chefe de Polícia (analogia ao
licial. O delegado pode sugerir o arquivamento, enquanto
art. 5º, §2º, CPP). Outra importante observação: O fato de
o MP pede o arquivamento. O sistema presidencialista é o
o MP e juiz realizarem requisição de diligências mitigaria
que vigora para o trâmite do IP, ou seja, deve passar pelo
a discricionariedade do delegado? Não, pois a requisição
magistrado.
no processo penal é tratada como ordem, ou seja, uma
Importante ilustrar que poderá o delegado deixar de
imposição legal. O delegado responderia pelo crime de
instaurar o inquérito nas seguintes hipóteses:
prevaricação (art. 319 do Código Penal), segundo a dou-
1) se o fato for atípico (atipicidade material);
trina majoritária.
2) não ocorrência do fato;
3) se estiverem presentes causas de extinção de puni-
Procedimento sigiloso:
bilidade, como no caso da prescrição.
O inquérito policial tem o sigilo natural como carac-
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Contudo o delegado não poderá invocar o princípio


terística em razão de duas finalidades: 1) Eficiência das
da insignificância com o objetivo de deixar de lavrar o
investigações; 2) Resguardar imagem do investigado. O
auto de prisão em flagrante ou de instaurar inquérito po-
sigilo é intrínseco ao IP, diferente da ação penal, uma vez
licial. No que tange à excludente de ilicitude, a doutrina
que não é necessária a declaração de sigilo no inquérito.
majoritária entende que o delegado deve instaurar o in-
Apesar de sigiloso, deve-se considerar a relativização do
quérito e ratificar o auto de prisão em flagrante, uma vez
mesmo, uma vez que alguns profissionais possuem aces-
que a função da autoridade policial é subsunção do fato
so ao mesmo, como é o exemplo do juiz, do promotor de
à norma.
justiça e do advogado do ofendido, vide Estatuto da OAB,
lei 8.906/94, art. 7º, XIX. O advogado tem o direito de con-
Dispensável:
sultar os autos dos IP, ainda que sem procuração para tal.
Nesse sentido, a súmula vinculante nº 14, do STF:
Dita o art. 12 do CPP:
“É direito do defensor, no interesse do representado,
Art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia
ter acesso amplo aos elementos de prova, que já docu-
ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

2
O termo “sempre que servir” corresponde ao fato de Os estados do Rio de Janeiro e Bahia adotaram a Cen-
que, possuindo o titular da ação penal, elementos para tral de inquéritos policiais, utilizada para que a autorida-
propositura, lastro probatório idôneo de fontes diversas, de policial remetesse os autos à central gerida pelo Mi-
por exemplo, o inquérito poderá ser dispensado. nistério Público. Os respectivos tribunais reagiram diante
da situação.
Segundo o art. 46, §1º do mesmo dispositivo legal:
“Art. 46 - O prazo para oferecimento da denúncia, es- INDICIAMENTO
tando o réu preso, será de 5 (cinco) dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os O indiciamento é a individualização do investigado/
autos do inquérito policial, e de 15 (quinze) dias, se o suspeito. Há a transição do plano da possibilidade para
réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se hou- o campo da probabilidade, ou seja, da potencialização
ver devolução do inquérito à autoridade policial (Art. do suspeito. Na presente hipótese, deve o delegado co-
16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do municar os órgãos de identificação e estatística. Sobre o
Ministério Público receber novamente os autos. momento do indiciamento, o CPP não prevê de forma
§ 1º - Quando o Ministério Público dispensar o exata, podendo ser realizado em todas as fases do inqué-
inquérito policial, o prazo para o oferecimento da rito policial (instauração, curso e conclusão).
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido Não é possível desindiciar o indivíduo uma vez que
as peças de informações ou a representação.” representa uma espécie de arquivamento subjetivo em
relação ao indiciado. Em contrapartida, há posiciona-
Outras formas de investigação criminal mento diverso, com assentamento na idéia de que o
a) CPIs: Inquérito parlamentar. Infrações ou faltas fun- desindiciamento é possível pelo fato de o IP ser um pro-
cionais e aqueles crimes de matéria de alta rele- cedimento administrativo. Assim sendo, a autoridade po-
vância; licial goza de autotutela, ou seja, da capacidade de rever
b) IPM: Inquérito policial militar. Instrumento para in- os próprios atos.
vestigação de infrações militares próprias; Com relação às espécies de desindiciamento, o mes-
c) Crimes cometidos pelo magistrado: investigação mo pode ser de ofício, ou seja, realizado pela própria
presidida pelo juiz presidente do tribunal; autoridade policial e coato/coercitivo, que decorre do
d) MP: PGR/PGJ; deferimento de ordem de habeas corpus.
e) Crimes cometidos por outras autoridades com foro
privilegiado: ministro ou desembargador do res- PRAZOS PARA ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO
pectivo tribunal. POLICIAL

Os elementos informativos colhidos durante a fase do No caso da justiça estadual, 10 dias se acusado preso;
inquérito policial não poderão ser utilizados para funda- 30 dias se acusado solto. Os 10 dias são improrrogáveis,
mentar sentença penal condenatória. O valor de tais ele- os 30 dias são prorrogáveis por “n” vezes. No caso da
mentos é relativo, uma vez que os mesmos servem para justiça federal, 15 dias se o acusado estiver preso; 30 dias
fundamentar o recebimento de uma inicial, mas não são se o acusado estiver solto. Os 15 dias são prorrogáveis
suficientes para fundamentar eventual condenação. por uma vez, enquanto os 30 dias são prorrogáveis por
“n” vezes.
PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL No caso da lei de drogas (11.343/2006), o prazo é
1ª fase: Instauração; diverso: 30 dias se o acusado estiver preso, 90 dias se
2º fase: Desenvolvimento/evolução; estiver solto. Nessa modalidade, os prazos podem ser
3ª fase: Conclusão duplicados. Com relação aos crimes contra a economia
1ª fase: Instaurado por peças procedimentais: popular (lei 1.521/51, art. 10, §1º), o prazo para conclusão
1ª peça: Portaria; do IP é de 10 dias, independente se o acusado estiver
2ª peça: APFD (auto de prisão em flagrante delito); preso ou solto.
3ª peça: Requisição do juiz/MP/ministro da justiça;
4ª peça: Requerimento da vítima MEIOS DE AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

1) Primeiramente, oferecer denúncia, caso haja jus-


CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL ta causa. Em regra, o procedimento é o ordinário.
(Sumário: cabe Recurso em sentido estrito, vide
A peça de encerramento chama-se relatório, definido art. 581, I, CPP). Do recebimento da denúncia, cabe
como uma prestação de contas daquilo que foi realizado habeas corpus. Da rejeição da denúncia no proce-
durante todo o inquérito policial ao titular da ação penal. dimento sumaríssimo, cabe apelação. (JESPCRIM,
Em outras palavras, é a síntese das principais diligências prazo de 10 dias);
realizadas no curso do inquérito. O mesmo só passa pelo 2) O MP pode requisitar novas diligências, mas deve
juiz devido ao fato de o Código de Processo Penal adotar especificá-las. No caso do indeferimento pelo ma-
o sistema presidencialista, já citado anteriormente. Entre- gistrado, cabe a correição parcial;
tanto, apesar dessa adoção, este caminho adotado pela 3) MP pode defender o argumento de que não tem
autoridade policial poderia ser capaz de ferir o sistema atribuição para atuar naquele caso e que o juiz não
acusatório, que é adotado pelo CPP (pois ainda não há tem competência. Nesse caso, o juiz pode concor-
relação jurídica processual penal). dar ou não com o MP. No caso de não concordar,

3
o juiz fará remessa do inquérito ou peças de in- II - mediante requisição da autoridade judiciária ou
formação ao procurador-geral, e este oferecerá do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido
a denúncia, designará outro órgão do Ministério ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obri- sempre que possível:
gado a atender, como menciona o art. 28 do CPP; a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
4) MP pode pedir arquivamento. Se o juiz homologa, b) a individualização do indiciado ou seus sinais ca-
encerra-se o mesmo. Trata-se de ato complexo, ou racterísticos e as razões de convicção ou de presunção
seja, que depende de duas vontades. de ser ele o autor da infração, ou os motivos de im-
possibilidade de o fazer;
A natureza jurídica do arquivamento é de ato admi- c) a nomeação das testemunhas, com indicação de
nistrativo judicial, procedimento que deriva de jurisdição sua profissão e residência.
voluntária. É ato judicial, mas não jurisdicional. Com rela- § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de
ção ao art. 28 do CPP e a obrigação do outro membro do abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
Ministério Público ser ou não obrigado a oferecer a de- Polícia.
núncia, existem duas correntes sobre o tema. A primeira § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento
corrente, representada por Cláudio Fontelis, defende o da existência de infração penal em que caiba ação
argumento de que o promotor não é obrigado a oferecer pública poderá, verbalmente ou por escrito, comuni-
denúncia porque o termo deve ser interpretado como cá-la à autoridade policial, e esta, verificada a proce-
designação, com base na independência funcional. A se- dência das informações, mandará instaurar inquérito.
gunda corrente, majoritária, defende o ponto de que o § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública
termo deve ser interpretado como delegação, atuando o depender de representação, não poderá sem ela ser
promotor como “longa manus” do Procurador Geral de iniciado.
Justiça. Diante da questão trazida, estaria a independên- § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial
cia funcional comprometida? Não, pois o novo promo-
somente poderá proceder a inquérito a requerimento
tor pode pedir a absolvição/condenação, uma vez que o
de quem tenha qualidade para intentá-la.
mesmo possui tal liberdade.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da
A importância do inquérito policial se materializa do
infração penal, a autoridade policial deverá:
ponto de vista de uma garantia contra apressados juízos,
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não
formados quando ainda não há exata visão do conjunto
se alterem o estado e conservação das coisas, até a
de todas as circunstâncias de determinado fato. Daí a de-
chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei
nominação de instituto pré-processual, que de certa for-
nº 8.862, de 28.3.1994)
ma, protege o acusado de ser jogado aos braços de uma
Justiça apressada e talvez, equivocada. O erro faz parte II - apreender os objetos que tiverem relação com o
da essência humana e nem mesmo a autoridade policial, fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação
por mais competente que seja, está isenta de equívocos dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
e falsos juízos. Delegados e advogados devem trabalhar III - colher todas as provas que servirem para o escla-
em prol de um bom comum, qual seja, a efetivação da recimento do fato e suas circunstâncias;
justiça. Imprescindível a participação do advogado, den- IV - ouvir o ofendido;
tro dos limites estabelecidos pela lei, na participação da V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
defesa de seu cliente. Diante disso, é de imensa impor- aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
tância que o inquérito policial seja desenvolvido sob a deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado
égide constitucional, respeitando os direitos, garantias por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a
fundamentais do acusado e, principalmente, o princípio leitura;
da dignidade da pessoa humana, norteador do ordena- VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas
mento jurídico brasileiro. e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame
TÍTULO II de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

DO INQUÉRITO POLICIAL VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo pro-


cesso datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos au-
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas auto- tos sua folha de antecedentes;
ridades policiais no território de suas respectivas cir- IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
cunscrições e terá por fim a apuração das infrações ponto de vista individual, familiar e social, sua condi-
penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº ção econômica, sua atitude e estado de ânimo antes
9.043, de 9.5.1995) e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros
Parágrafo único. A competência definida neste artigo elementos que contribuírem para a apreciação do seu
não excluirá a de autoridades administrativas, a quem temperamento e caráter.
por lei seja cometida a mesma função. X - colher informações sobre a existência de filhos,
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial respectivas idades e se possuem alguma deficiência e
será iniciado: o nome e o contato de eventual responsável pelos cui-
I - de ofício; dados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)

4
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infra- presas prestadoras de serviço de telecomunicações e/
ção sido praticada de determinado modo, a autorida- ou telemática que disponibilizem imediatamente os
de policial poderá proceder à reprodução simulada dos meios técnicos adequados – como sinais, informações
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a e outros – que permitam a localização da vítima ou
ordem pública. dos suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei nº
Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o 13.344, de 2016) (Vigência)
disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. § 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa po-
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num sicionamento da estação de cobertura, setorização e
só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº
neste caso, rubricadas pela autoridade. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluí-
dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou do pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de qualquer natureza, que dependerá de autorização
de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei
mediante fiança ou sem ela. nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia
sido apurado e enviará autos ao juiz competente. móvel celular por período não superior a 30 (trinta)
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemu- dias, renovável por uma única vez, por igual período;
nhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
lugar onde possam ser encontradas. III - para períodos superiores àquele de que trata o in-
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indicia- ciso II, será necessária a apresentação de ordem judi-
do estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz cial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito po-
serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
licial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos
(setenta e duas) horas, contado do registro da respec-
que interessarem à prova, acompanharão os autos do in-
tiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344,
quérito.
de 2016) (Vigência)
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12
ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
(doze) horas, a autoridade competente requisitará às
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo meios técnicos adequados – como sinais, informações
Ministério Público; e outros – que permitam a localização da vítima
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata
autoridades judiciárias; comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
IV - representar acerca da prisão preventiva. 2016) (Vigência)
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149- Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei indiciado poderão requerer qualquer diligência, que
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado
(Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do curador pela autoridade policial.
Ministério Público ou o delegado de polícia poderá re- Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
quisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de devolução do inquérito à autoridade policial, senão
empresas da iniciativa privada, dados e informações para novas diligências, imprescindíveis ao ofereci-
cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei mento da denúncia.
nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar ar-
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no quivar autos de inquérito.


prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do in-
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) quérito pela autoridade judiciária, por falta de base
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela para a denúncia, a autoridade policial poderá proce-
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) der a novas pesquisas, se de outras provas tiver no-
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei tícia.
nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública,
III - a identificação da unidade de polícia judiciária os autos do inquérito serão remetidos ao juízo com-
responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº petente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou
13.344, de 2016) (Vigência) de seu representante legal, ou serão entregues ao re-
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos querente, se o pedir, mediante traslado.
crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo
do Ministério Público ou o delegado de polícia pode- necessário à elucidação do fato ou exigido pelo inte-
rão requisitar, mediante autorização judicial, às em- resse da sociedade.

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Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Convém lembrar, ainda, que o objeto da prova é fato
lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá e não opinião, muito embora, em alguns casos (espe-
mencionar quaisquer anotações referentes a instaura- cialmente quando se trata de dosar a pena) a opinião
ção de inquérito contra os requerentes. (Redação dada da testemunha pode ter relevo para a fixação da pena
pela Lei nº 12.681, de 2012) quando ela afirma, por exemplo, que o réu é honesto,
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá trabalhador e bom pai de família.
sempre de despacho nos autos e somente será permi-
tida quando o interesse da sociedade ou a conveniên- Objeto de prova
cia da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não exce- Tem a prova um objeto, que são os fatos da causa.
derá de três dias, será decretada por despacho funda- O objeto da prova consiste nos fatos cuja evidenciação
mentado do Juiz, a requerimento da autoridade poli- se torne imprescindível, no processo, para o juiz conven-
cial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em cer-se de sua veracidade. Em outras palavras, objeto da
qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, prova é o fato ilícito alegado na peça acusatória.
do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. Em toda ação penal, deve-se provar dois pontos cru-
4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei ciais, a saber: a materialidade e a autoria do fato crimi-
nº 5.010, de 30.5.1966) noso. Além disso, é preciso dar conhecimento ao juiz de
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que hou- todas as circunstâncias objetivas (aspectos externos do
ver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com crime) e subjetivas (motivos do crime e aspectos pessoais
exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que es- do agente) que possam determinar a certeza de sua con-
teja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de vicção sobre a responsabilidade criminal. As circunstân-
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e cias que cercam o caso concreto devem ser provadas,
bem assim providenciará, até que compareça a autoridade ainda, em razão de serem relevantes no momento de
competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua pre- fixação da pena.
sença, noutra circunscrição. Contudo, a atividade probatória deve restringir-se
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito aos fatos relevantes, aqueles que são pertinentes e úteis
ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao ao julgamento da ação penal. Observe-se portanto que,
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição que existe um critério para a produção de provas numa
congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido ação penal.
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
pessoa do indiciado. Desnecessidade da prova

De acordo com a redação do art. 400, § 1o, CPP diz


#FicaDica que o juiz poderá “indeferir (as provas) consideradas ir-
relevantes, impertinentes ou protelatórias”.
O inquérito policial é procedimento de ca-
Temos, então, que será o juiz quem estabelecerá o
ráter administrativo. Tem o intuito de apurar
que deve ser provado, de acordo com o que julgar rele-
uma infração penal e sua autoria, produzin-
vante para a formação do seu convencimento.
do diligências para que o autor da ação pe-
Entretanto, existe a desnecessidade de se provar al-
nal ingresse em juízo.
guns fatos, quais sejam: os evidentes, os notórios e as
presunções legais.
Evidentes são os fatos que prescindem de prova para
DAS PROVAS EM ESPÉCIE: ARTIGOS 158 A serem tidos como verdadeiros. São fatos incontroversos,
250; evidentes por si mesmos, intuitivos, axiomáticos.
Notórios são fatos que também prescindem de prova.
São os acontecimentos ou situações de conhecimento
geral, como as datas histórias, os fatos políticos ou so-
Prova, é o ato ou o complexo de atos que visam a
ciais de conhecimento público – ou seja, fatos que per-
estabelecer a veracidade de um fato ou da prática de um
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

tencem ao patrimônio cultural do cidadão médio.


ato tendo como finalidade a formação da convicção da
Já as presunções legais são os fatos presumidos ver-
entidade decidente - juiz ou tribunal - acerca da exis-
dadeiros pela própria lei, que podem ser duas ordens:
tência ou inexistência de determinada situação factual.
absoluta e relativa. A presunção absoluta (“juris et de
Em regra, é produzida na fase judicial com a participação
jure”) não admite fato em contrário. Exemplo disso é o
dialética das partes (contraditório real e ampla defesa
art. 27, CP que diz que menor de 18 anos é inimputável.
que são elaborados perante o juiz).
Já a presunção relativa (“juris tantum”) admite prova em
Destarte a prova é o elemento fundamental para a
contrário, como no caso do art. 217-A, CP que diz que
decisão de uma lide. Tem como objeto fato jurídico rele-
a vulnerabilidade do menor de 14 anos é relativa. Essa
vante, isto é, aquele que possa influenciar no julgamento
flexibilidade justifica-se diante da possibilidade de se
do feito. Assim, não é qualquer fato que carece ser pro-
prejudicar o réu.
vado, mas sim, aquele que, no processo penal, possa in-
fluenciar na tipificação do fato delituoso ou na exclusão
de culpabilidade ou de antijuridicidade.

6
Ônus da prova medida que juízes e desembargadores serão convocados
para auxiliar na coleta de provas. Portanto, a lei autoriza
De acordo com a primeira parte do art. 156, CPP o essa exceção ao princípio da identidade física do juiz.
ônus da prova é a prova da alegação por quem a fizer.
Cabe ao autor da ação penal (MP ou querelante) o exer- Momentos probatórios
cício da atividade probatória principal. Incumbe-lhe de-
monstrar a existência dos fatos constitutivos afirmados Para podermos adentrar a discussão acerca dos mo-
na pretensão, devendo provar a existência do ilícito pe- mentos probatórios, é necessário que façamos as seguin-
nal e sua autoria. tes considerações iniciais: as provas só podem ser produ-
Por outro lado, sobre o acusado só recai o ônus de zidas no processo, que é quando haverá o contraditório.
provas o álibi que apresentar. Contudo, se apresentar fa- São sujeitos processuais principais no processo penal a acu-
tos impeditivos, modificativos ou extintivos, relacionados sação (MP ou querelante), defesa (réu e defensor) e o juiz.
com a pretensão acusatória, ele será obrigado a prová-
-los. Nesse caso, inverte-se o ônus da prova. Exemplo: Compreendido isso, são 4 os momentos para pro-
alegação de legítima defesa. dução de provas:

Segundo o princípio da comunhão da prova, quando Propositura da prova, que se dá na fase postulatória.
a prova ingressa no processo deixa de ser exclusiva da Para a acusação, isso dar-se-á na peça acusatória (de-
parte que a produziu. O juiz examina todo o contexto da núncia ou queixa-crime), enquanto que para o acusado,
prova podendo inclusive valorá-la de modo prejudicial será na sua resposta, na sua defesa.
a quem a apresentou. Ou seja, a utilização das provas Admissibilidade das provas, que é o deferimento ju-
por qualquer das partes é de ser plenamente aceita, in- dicial dos requerimentos formulados pelas partes, ou seja,
dependentemente de quem a tenha produzido, porque quando o juiz estabelece quais provas serão apresenta-
interessa ao juiz descobrir a verdade. das ou não (no processo civil é o despacho saneador).
Já na segunda parte e incisos do art. 156, CPP é fa- Produção da prova, que, em regra, se dá na audiên-
cultado ao juiz, de ofício, ordenar a produção de provas cia de instrução e julgamento, na qual todos os sujeitos
e determinar a realização de diligências. Vê-se aqui que participam. Nesse momento, serão tomadas as declara-
o juiz tem poderes para influir na produção de provas ções do ofendido, haverá o interrogatório do acusado,
unilateralmente. inquirição das testemunhas arroladas, esclarecimentos
No inciso I identificamos os poderes inquisitórios, dos peritos etc.
que permitem ao juiz influir livremente nas provas. O le- Valoração da prova, que significa dizer que o julga-
gislador permitiu ao juiz ordenar a produção de provas dor, ao fundamentar a sentença, deve manifestar-se so-
antes do oferecimento da denúncia e, ao fazer isso, o bre todas as provas produzidas.
magistrado substitui a autoridade policial ou o promotor Vale dizer que, havendo recurso, a prova será sempre
(MP) – e isso fere o princípio da imparcialidade do juiz. substancial, i.e., será reavaliada.
Esse é um dispositivo amplamente criticado. (Crítica: o
ato unilateral (sem provocação) do juiz pode ser consi- OS MEIOS DE PROVA
derado parcial, na prática?)
No inciso II identificamos os poderes instrutórios, Desde o princípio desse debate vale a ressalva: meio
onde o juiz pode interferir na prova para resolver pon- de prova é diferente de objeto de prova. Meio de prova
to relevantes, independente de requerimento das partes. pode ser todo fato, documento ou alegação que sirva,
Esse dispositivo está relacionado à instrução do processo direta ou indiretamente, ao descobrimento da verdade.
e é plenamente aceito. O inciso II está intimamente li- Ou seja, meio de prova é todo instrumento que se desti-
gado com o descobrimento da verdade, uma vez que o na a levar ao processo um elemento, uma informação a
juizpode solicitar a produção de provas para formação ser utilizada pelo juiz para formar a sua convicção acerca
do seu convencimento. das alegações.

Princípio do juiz natural Prova pericial


NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

No art. 5º, LIII, CF tem-se que “ninguém será proces- No Código de Processo Penal a prova pericial é trata-
sado nem sentenciado senão pela autoridade competen- da nos arts. 158 usque 184.
te”. Em seu inciso XXXVII, tem-se que “não haverá juízo A perícia é a diligência realizada ou executada por
ou tribunal de exceção”. perito, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos, de
Esse princípios constitucionais relacionam-se com a forma científica e técnica. Perito é aquele que tem conhe-
produção de provas, conforme veremos a seguir. cimento técnico sobre determinada área e sua função é a
O art. 399, §2o, CPP dita que “o juiz que presidiu a da verificação da verdade ou da realidade de certos fatos.
instrução deverá proferir a sentença”, evidenciando a No processo penal, a perícia é, via de regra, realiza-
aplicação princípio da identidade física do juiz. da por perito oficial, ligado ao Estado, sendo que cada
A Lei 8.038/90 estabelece os procedimentos nos ca- estado da federação possui seu próprio instituto de cri-
sos em que uma pessoa é processada nos casos de com- minalística. O perito é um auxiliar da justiça, não está su-
petência originária do STF ou STJ. Em seu art. 3o, III te- bordinado a autoridade policia, estando sua autonomia
mos a exceção ao princípio da identidade física do juiz a garantida.

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Conforme o art. 184, CPP a prova pericial cabe so- A primeira refere-se ao caso de lesão corporal de na-
mente quando for útil para o descobrimento da verdade. tureza leve, quando o juízo competente será o JECRIM.
No art. 159, CPP temos que o laudo pode ser subs- Nessa hipótese, o procedimento será sumaríssimo, que é
crito por apenas um perito. A conclusão do perito pode célere e informal. Assim, não será exigido o exame de le-
ou não ser subjetiva. (Ex: perícia psicológica x perícia to- sões corporais. A lei 9.099, art. 77, §1o diz que essa prova
xicológica) pode ser substituída pelo boletim medico ou prova equi-
A defesa pode formular quesitos ao perito. No pro- valente.
cesso penal, isso não é comum porque geralmente a A segunda exceção trata dos crimes domésticos, so-
perícia é realizada logo depois do acontecimento do bretudo os praticados contra a mulher, que estão disci-
crime. Portanto, essa perícia pode ser questionada em plinados na Lei 11.340/06. No art. 12, §3o, temos que as
juízo porque à época de sua realização não havia defen- provas podem ser laudos ou prontuários médicos. Isso
sor constituído. Isso é o que se chama de contraditório porque, na prática, o Ministério Público pode atuar ex of-
diferido (postergado, transferido). ficio em casos graves.
De acordo com o art. 5o, LVIII, CF o criminoso “civil-
mente identificado não será submetido a identificação Exame necroscópico
criminal”. A Lei 12.037/09, em seus arts. 2o, 3o e 5o apre-
senta esclarecimentos e requisitos quando a identifica- O cadáver aqui é o objeto da prova. Sua finalidade
ção do criminoso. é estabelecer a causa mortis (art. 162). Esse exame será
A realização do exame de DNA (ácido desoxirribonu- realizado sempre que a morte estiver relacionada a um
cléico) também é um meio eficaz de identificação do cri- fato criminoso. Do texto do Parágrafo Único do disposi-
minoso. O DNA constitui parte dos cromossomos, sendo tivo extrai-se que esse exame é desnecessário nos casos
encontrado no núcleo das células dos seres vivos. São de morte violenta e não haja infração penal a ser apurada
transmitidos de geração em geração, sendo 50% do pai (como é o caso, por exemplo, dos acidentes automobilís-
e 50% da mãe. ticos) ou quando as lesões externas permitirem precisar
Na realização do exame de DNA temos a prova in- a causa mortis.
vasiva e a prova não invasiva. A primeira é aquela que
necessita de intervenção no organismo humano. A se- Exumação
gunda é aquela onde não há necessidade de se penetrar
no organismo humano. Com previsão no art. 163, CPP, a exumação tem como
Para a produção da prova invasiva é absolutamente objeto da prova o cadáver já sepultado. A exumação só
necessária a obtenção do consentimento. Na produção pode ser feita mediante autorização judicial e em dois
da prova não invasiva não depende do contato físico. É o casos: a) caso deva ter sido realizado o exame necroscó-
juiz que decide a validade da prova não invasiva. (ex.: fio pico e não foi, gerando, depois do sepultamento, dúvidas
de cabelo, saliva no copo) a respeito da causa da morte; e b) casos que coloquem
em duvida o laudo necroscópico.
Exame de corpo de delito
Prova documental
Em relação aos crimes que deixarem vestígios, será
indispensável a realização do exame de corpo de delito Documento é todo objeto material que condense em
(art. 158, CPP) si a manifestação de um pensamento ou fato a ser re-
Corpo de delito é o conjunto dos vestígios que carac- produzido em juízo. Considera-se objeto material todo
terizam a existência do crime. Não se confunde corpo de material visual, auditivo, audiovisual, bem como o regis-
delito com o exame das lesões da vitima. O primeiro é trado em meios mecânicos óticos ou magnéticos de ar-
gênero do qual o segundo é espécie. mazenamento.
O exame de corpo de delito envolve inclusive o pro- A prova documental está disciplinada no CPP nos
cessamento da cena do crime e pode ser tanto direto arts. 231 e 238.
(art. 161) quanto indireto (art. 167, CPP).
A materialidade dos fatos muitas vezes deve ser com- Documento eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

provada por meio de exame pericial. Nesse sentido, po-


demos ter 3 situações: exame de lesões corporais, exame Consiste em uma sequência de bytes, e em determi-
necroscópico e exumação. Analisaremos cada uma des- nado programa de computador se torna a representação
sas situações a seguir. de um fato. Os crimes que são praticados por meio da in-
ternet ou por outros meios cibernéticos têm consequên-
Exame de lesões corporais cias no que dizem respeitos à provas.
Um dos meios para combater esse tipo de ilícito penal
Esse é um meio de prova relacionado a um tipo pe- é recrutar os crackers para trabalharem a favor da polícia.
nal (lesão corporal, art. 129, CP), que visa estabelecer a Importante ressaltar a distinção entre os hackers e os
natureza da gravidade da lesão provocada na vitima. O crackers: os primeiros ultrapassam barreiras de segurança
procedimento (art. 394, CPP) depende da gravidade da para se gabar, enquanto que os segundos invadem siste-
lesão, e, portanto, da pena. Contudo, temos duas exce- mas para causarem prejuízo, visando lucro.
ções a aplicação desse exame. Sigilo telemático

8
É um mecanismo de proteção do usuário do aparelho, não presta o compromisso de dizer a verdade. Parte-se
o que gera certa dificuldade para obter informações e do princípio que a vítima está dizendo a verdade porque
muitas vezes será necessária autorização judicial para o tem interesse na sentença condenatória e numa eventual
acesso de dados. Quando se tratar de crime em que a reparação do dano.
polícia tem o dever e a obrigação de apurar, tem-se as Quanto se tratar do querelante, ele estará obrigado
delegacias que estão incumbidas de investigar crimes com a verdade. Caso contrário, poderá responder pelo
cibernéticos crime de denunciação caluniosa.

Ata notarial Prova testemunhal

Constatação de um fato ou de um ato que é atestada Testemunha é a pessoa que atesta a veracidade de
pelo tabelião, com fé publica. Feito isso, e apresentado um fato. Portanto, a testemunha presta o compromisso
ao delegado, teremos uma prova pré-constituída e com de dizer a verdade (art. 203, CPP).
fé-pública. Isso é bom para as provas nos meio eletrôni- Uma das mais inseguras do processo, a prova tes-
co que podem ser apagadas instantaneamente. Estamos temunhal está prevista no CPP nos arts. 202 e 255. Do
diante de uma presunção de verdade relativa, podendo, ponto de vista quantitativo, é uma prova interessante. Do
portanto, ser impugnada. Pode servir como prova tanto ponto de vista qualitativo, não.
na esfera penal quanto na esfera civil. Diz-se isso porque a testemunha pode não se lembrar
com exatidão dos fatos. Ou então, aliada ao critério sub-
Prova emprestada jetivo das convicções pessoais da vítima, pode influenciar
no depoimento da testemunha. Ainda, há também o te-
Prova emprestada é aquela que é transladada em for- mor da testemunha sofrer repressões em virtude de suas
ma de documento para um processo penal no qual se declarações.
discutirá a sua validade e o seu valor probante.
Geralmente a prova emprestada no processo penal se O número de testemunhas
relaciona com depoimento de vítima ou uma declaração
que foi dada em um caso e a testemunha após um tempo O nosso sistema processual penal é regido por pro-
morreu, desapareceu, etc. cedimento. Dependendo do crime, ele deve obedecer
Do ponto de vista da acusação é interessante que a determinado procedimento, podendo arrolar ou não
prova seja emprestada de tempo que foi dada, e que seja testemunhas, tendo que obedecer ao número permitido.
encarada como uma prova testemunhal, de inteiro teor, O número de testemunhas depende do procedimen-
e não apenas como um documento. Do ponto de vista to, conforme passaremos a demonstrar.
da defesa, o que se alega é que o princípio da ampla No procedimento ordinário (art. 394, CPP), é possível
defesa não foi respeitado pois se caso o réu morreu, não arrolar até 8 testemunhas (art. 401, caput, CPP). No pro-
teve tempo de contestar, ou caso de testemunha desa- cedimento comum sumário, podem ser arroladas até 5
parecida, que não houve possibilidade de perguntas da testemunhas (art. 532, CPP). Já no procedimento comum
defesa para tal. sumaríssimo, não há referência expressa. O art. 81 da Lei
São requisitos para a utilização da prova emprestada: 9.099 diz que pode-se arrolar de 3 a 5 testemunhas.
a) que no processo anterior tenha sido respeitado o prin- Para entendermos a questão das testemunhas no
cípio do contraditório;b) que a prova no processo ante- Tribunal do Júri, é preciso entender seu procedimento
rior tenha sido produzida pelo juiz natural; e c) que o réu bifásico. Na primeira fase se encerra por meio de uma
tenha comparecido no outro processo. decisão, que pode ser: decisão de absolvição sumaria, de-
cisão de desclassificação, decisão de impronúncia (efeito
Prova oral semelhante ao arquivamento) ou decisão de pronúncia.
Caso haja pronúncia, prossegue-se para a próxima fase.
A prova oral, prevista no art. 201, CPP, refere-se prin- Essa segunda fase cuida da preparação do julgamento e
cipalmente às declarações do ofendido. do julgamento em plenário.
Os sujeitos processuais podem ser principais ou se- Superada a explicação, temos o seguinte: na primeira
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

cundários. Os principais são o Ministério Público, o que- fase os atos seguem a sequência do procedimento co-
relante, o réu e o juiz. Os secundários são a testemunha, mum ordinário, ou seja, até 8 testemunhas podem ser ar-
o perito e o escrivão. O ofendido é tradicionalmente es- roladas (art. 406, §2o e 3o, CPP). Na segunda fase podem
quecido. ser arroladas até 5 testemunhas (art. 422, CPP).
Com a Lei 9.099/95, o Estado passa a olhar para a vítima A Lei 11.3434, em seu art. 34, trata do tráfico de dro-
de modo distinto. Essa lei trata do procedimento sumarís- gas. Esse crime admite procedimento especial, podendo
simo, que tem como característica principal o surgimento arrolar até 5 testemunhas, com previsão no art. 54, III, e
da transação penal entre o autor do fato e o ofendido para 55, §1o.
que seja tentado ao menos a auto composição das partes. Por fim, nos casos complexos o juiz pode intervir para
Em 2008 o legislador altera o art. 201, CPP. A partir dai, o que sejam arroladas mais do que 8 testemunhas. As tes-
ofendido é o sujeito passivo da infração penal. temunhas excedentes são inquiridas como testemunhas
A oitiva da vítima na ação penal não é obrigatória. Se do juízo.
a vítima for intimada a comparecer em juízo e não o fizer,
poderá ser conduzida à presença da autoridade. A vítima

9
A desobrigação de testemunhar Delação premiada

Em princípio, toda pessoa pode ser testemunha, até Esse é um instituto que está ligado ao réu. A dela-
mesmo um menor. Porém, uma vez que a testemunha ção premiada ocorre quando o acusado admite a prática
é intimada a depor, esta não pode deixar de depor, sob do crime e delata a participação de outrem ou de outras
pena de ser conduzida coercitivamente, ou até mesmo pessoas, fazendo-o em troca da redução da pena ou até
de responder criminalmente por desobediência. mesmo da obtenção do perdão judicial.
Existem alguma pessoas que se tornam desobrigadas, A delação premiada somente pode ser apresentada
pela lei, a prestar o testemunho, segundo disposição dos por um corréu, posto que irá delatar para se beneficiar.
arts. 206 e 208, CPP. Se o juiz, mesmo assim, quiser ouvir Caso não tenha benefício será apenas uma testemunha.
as declarações desta pessoa, tal testemunha não estará Não há garantia de que corréu seja beneficiado, pois não
obrigada em prestar compromisso com a verdade. Neste existe nenhum diploma disciplinando tal instituto.
caso, será ouvida na condição de informante.De acordo Essa delação não tem o mesmo valor que o depoi-
com o art. 207, serão proibidas de depor aquelas que mento de testemunha. Isso se explica à medida que as
em razão de função, ofício ou profissão devam guardar testemunhas prestam o compromisso de dizer a verdade,
segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, e o corréu está numa posição de mero informante, de-
quiserem prestar testemunho. vendo suas alegações serem confirmadas.
De acordo com o princípio da obrigatoriedade da
Interrogatório ação penal, o membro do Ministério Público não pode
simplesmente alocar o delator como testemunha. Em
Quando tratamos de interrogatório como meio de pro- verdade, deve admitir o delator como corréu e, poste-
va, é importante observar que três correntes se formaram. riormente, considerar sua redução de pena ou perdão
A primeira corrente, no princípio, entendia como o judicial por ter colaborado com suas importantes decla-
interrogatório sendo um meio de prova. A segunda, por rações.
sua vez, dizia que o interrogatório era um meio de de-
fesa. Já a terceira e mais aceita corrente afirma que o Instrumentos do crime
interrogatório é predominantemente um meio de defesa,
mas não deixa de ser um meio de prova, pois o juiz pode Todos os objetos usados para a consumação do crime
levar em conta o que o réu está falando para formular a deverão ser analisados e periciados, com o fim de lhes
sua convicção. verificar a natureza e a eficiência. Além da necessidade
Ressalte-se que o interrogatório é um ato pessoal do de se examinar o instrumento utilizado na atividade cri-
juiz, não podendo delegar para qualquer outra pessoa. minosa, deve-se também elaborar o auto de avaliação
Além disso, deve ser realizado na presença de um defen- (art. 172, CPP)
sor, inclusive no JECRIM, sob pena de nulidade, e cada
réu tem que ser ouvido separadamente. Indícios
No tocante ao procedimento, o art. 400, CPP dita que
o réu será o último a ser interrogado, para que possa ter Disciplinados no art. 239, CPP, os indícios não são
conhecimento de toda as provas produzidas contra ele. considerados como provas diretas, mas sim fazem parte
Já no Tribunal do Júri o réu será interrogado duas vezes, do contexto de prova indireta (ou prova circunstancial).
a saber: pela polícia e na plenária. Os indícios podem ser utilizados para efeitos de for-
A realização do interrogatório é obrigatória. Contudo, mação do convencimento do juiz, mas não pode haver
é previsto o direito de o sujeito interrogado manter-se condenação apenas com base neles. Essa regra aplica-se
calado, vez que ninguém pode ser obrigado a produzir apenas ao julgador togado, vez que os jurados do Tri-
provas contra si mesmo. bunal do Júri podem convencer-se através de indícios,
considerando-os suficientes para condenação.
Confissão Para a utilização de indícios no convencimento do
juiz, impõe-se que eles sejam graves, precisos e concor-
Confissão é o ato de reconhecimento, pelo acusado, dantes com o fato que se quer provar.
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

da imputação que lhe é feita. Alguns doutrinadores en-


tendem que a confissão é um meio atípico de prova, uma Busca e apreensão
vez que seria declaração de vontade do réu em sua de-
fesa. Com previsão legal nos arts. 240 e 250, CPP, a busca e
Na Idade Média, a confissão era considerada a rainha apreensão depende de autorização judicial. Trata-se, em
das provas (“Regina probatorium”), válida ainda que obti- verdade, de uma medida cautelar, sendo considerada um
da por meio de tortura. meio atípico de prova – diz-se, então, que é instrumento
De acordo com as disposições do Código de Processo de obtenção da prova.
Penal a confissão deve ser corroborada por outras pro- Considerando a previsão constitucional de inviola-
vas. No processo penal não predomina a idéia do fato bilidade da privacidade, da intimidade, do domicilio, a
incontroverso, como no processo civil. decretação da busca e apreensão é medida só pode ser
A confissão não supre o exame pericial a medida que autorizada pelo juiz competente e em decisão funda-
é necessário confirmar a materialidade do delito. O valor mentada.
da confissão é o mesmo que das outras provas.

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Por se tratar de medida assecuratória (ou cautelar),o Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranha-
juiz só pode deferi-la se ficar convencido de que naquele das do processo, as provas ilícitas, assim entendidas
caso específico que lhe é apresentado existem elementos as obtidas em violação a normas constitucionais ou
de que o que está sendo alegado possui verossimilhan- legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
ça e que há necessidade da urgência (fumus boni juris e § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas
periculum in mora). das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
Na prática, a busca e apreensão pode ser pleiteada causalidade entre umas e outras, ou quando as deri-
pelo delegado ao juiz por meio de uma representação. vadas puderem ser obtidas por uma fonte indepen-
Em sua manifestação, o promotor de justiça pode refor- dente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
çar a necessidade ou se opor a isso. A busca e apreensão 2008)
pode ser requerida antes do inquérito, durante a investi- § 2o Considera-se fonte independente aquela que por
gação ou no curso da ação penal. Pode ainda ser reque- si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios
rida pela defesa, se lhe for interessante. da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
A busca e apreensão também pode ser determinada conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº
de ofício pelo juiz, segundo o art. 242, CPP. Contudo, não 11.690, de 2008)
é conveniente que o juiz o faça, vez que isso pode com- § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da pro-
prometer sua imparcialidade. va declarada inadmissível, esta será inutilizada por
Pode-se buscar e apreender aquilo que estiver previs- decisão judicial, facultado às partes acompanhar o in-
to no art. 240, mas o rol não é taxativo. Tudo que estiver cidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
relacionado com a elucidação de um crime pode ser ob- § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
jeto de busca e apreensão.
Com base no art. 5o, XI, CF, temos que, mesmo sendo CAPÍTULO II
expedido o mandado de busca e apreensão, a autoridade DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS
policial não poderá ingressar o domicílio alheio durante EM GERAL
o período de repouso noturno. Assim, o cumprimento do
mandado judicial deverá aguardar até a manhã. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será in-
Se no flagrante delito forem apreendidos objetos re- dispensável o exame de corpo de delito, direto ou in-
lativos a outros crimes, a jurisprudência diz que a apreen- direto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
são será convalidada mesmo sem mandado de busca e Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do
apreensão específico para isso. exame de corpo de delito quando se tratar de crime
Ainda, é possível que haja a busca pessoal como me- que envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de
dida preventiva, como por exemplo a revista da pessoa, 2018)
sem a exigência de mandado para tanto. I - violência doméstica e familiar contra mulher; (In-
cluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
TÍTULO VII II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pes-
DA PROVA soa com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721,
CAPÍTULO I de 2018) Art. 159. O exame de corpo de delito e outras
DISPOSIÇÕES GERAIS perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apre- 11.690, de 2008)
ciação da prova produzida em contraditório judicial, § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamen- por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma
te nos elementos informativos colhidos na investiga- de curso superior preferencialmente na área específi-
ção, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis ca, dentre as que tiverem habilitação técnica relacio-
e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de nada com a natureza do exame. (Redação dada pela
2008) Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pes- § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
soas serão observadas as restrições estabelecidas na de bem e fielmente desempenhar o encargo. (Redação
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fi- § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assis-
zer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação tente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) acusado a formulação de quesitos e indicação de as-
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a sistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
produção antecipada de provas consideradas urgentes § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua
e relevantes, observando a necessidade, adequação admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e
e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
11.690, de 2008) partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei nº
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de 11.690, de 2008)
proferir sentença, a realização de diligências para di- § 5o Durante o curso do processo judicial, é permiti-
rimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei do às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº
nº 11.690, de 2008) 11.690, de 2008)

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I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadá-
prova ou para responderem a quesitos, desde que o ver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo
mandado de intimação e os quesitos ou questões a Instituto de Identificação e Estatística ou repartição
serem esclarecidas sejam encaminhados com antece- congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavran-
dência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar do-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual
as respostas em laudo complementar; (Incluído pela se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Lei nº 11.690, de 2008) Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresen- autenticados todos os objetos encontrados, que possam
tar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser ser úteis para a identificação do cadáver.
inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito,
de 2008) por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemu-
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material nhal poderá suprir-lhe a falta.
probatório que serviu de base à perícia será disponi- Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exa-
bilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá me pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, complementar por determinação da autoridade policial
para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
sua conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja § 1o No exame complementar, os peritos terão presente
mais de uma área de conhecimento especializado, o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito ou retificá-lo.
oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do
descreverão minuciosamente o que examinarem, e crime.
responderão aos quesitos formulados. (Redação dada § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) pela prova testemunhal.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver
prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser pror- sido praticada a infração, a autoridade providenciará
rogado, em casos excepcionais, a requerimento dos imediatamente para que não se altere o estado das coi-
peritos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) sas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucida-
em qualquer dia e a qualquer hora. tivos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as al-
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos terações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as
sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes da- conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
quele prazo, o que declararão no auto. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, basta- Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guarda-
rá o simples exame externo do cadáver, quando não rão material suficiente para a eventualidade de nova pe-
houver infração penal que apurar, ou quando as lesões rícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados
externas permitirem precisar a causa da morte e não com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
houver necessidade de exame interno para a verifica- ou esquemas.
ção de alguma circunstância relevante. Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rom-
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavé- pimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio
rico, a autoridade providenciará para que, em dia e de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, in-
hora previamente marcados, se realize a diligência, da dicarão com que instrumentos, por que meios e em que
qual se lavrará auto circunstanciado. época presumem ter sido o fato praticado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério pú- Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avalia-
blico ou particular indicará o lugar da sepultura, sob ção de coisas destruídas, deterioradas ou que consti-
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta tuam produto do crime.


de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o ca- Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os
dáver em lugar não destinado a inumações, a autori- peritos procederão à avaliação por meio dos elemen-
dade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo tos existentes nos autos e dos que resultarem de dili-
constará do auto. gências.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a
posição em que forem encontrados, bem como, na causa e o lugar em que houver começado, o perigo que
medida do possível, todas as lesões externas e vestí- dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
gios deixados no local do crime. (Redação dada pela alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais
Lei nº 8.862, de 28.3.1994) circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no Art. 174. No exame para o reconhecimento de escri-
cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo tos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir
devidamente rubricados. o escrito será intimada para o ato, se for encontrada;

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II - para a comparação, poderão servir quaisquer do- CAPÍTULO III
cumentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
sido judicialmente reconhecidos como de seu punho,
ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; Art. 185. O acusado que comparecer perante a au-
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, toridade judiciária, no curso do processo penal, será
para o exame, os documentos que existirem em arqui- qualificado e interrogado na presença de seu defensor,
vos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei nº
a diligência, se daí não puderem ser retirados; 10.792, de 1º.12.2003)
IV - quando não houver escritos para a comparação § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em
ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade man- sala própria, no estabelecimento em que estiver reco-
dará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se esti- lhido, desde que estejam garantidas a segurança do
ver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares
diligência poderá ser feita por precatória, em que se bem como a presença do defensor e a publicidade do
consignarão as palavras que a pessoa será intimada ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
a escrever. § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamen-
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos em- tada, de ofício ou a requerimento das partes, pode-
pregados para a prática da infração, a fim de se Ihes rá realizar o interrogatório do réu preso por sistema
verificar a natureza e a eficiência. de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular transmissão de sons e imagens em tempo real, des-
quesitos até o ato da diligência. de que a medida seja necessária para atender a uma
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº
peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, 11.900, de 2009)
no caso de ação privada, acordo das partes, essa no- I - prevenir risco à segurança pública, quando exista
meação poderá ser feita pelo juiz deprecante. fundada suspeita de que o preso integre organização
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes se- criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir duran-
rão transcritos na precatória. te o deslocamento; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisita- II - viabilizar a participação do réu no referido ato
do pela autoridade ao diretor da repartição, juntando- processual, quando haja relevante dificuldade para
-se ao processo o laudo assinado pelos peritos. seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº
o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se 11.900, de 2009)
presente ao exame, também pela autoridade. III - impedir a influência do réu no ânimo de testemu-
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo úni- nha ou da vítima, desde que não seja possível colher
co, o laudo, que poderá ser datilografado, será subs- o depoimento destas por videoconferência, nos termos
crito e rubricado em suas folhas por todos os peritos. do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei nº 11.900,
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, se- de 2009)
rão consignadas no auto do exame as declarações e IV - responder à gravíssima questão de ordem pública
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá sepa- . (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
radamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um § 3o Da decisão que determinar a realização de in-
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade pode- terrogatório por videoconferência, as partes serão in-
rá mandar proceder a novo exame por outros peritos. timadas com 10 (dez) dias de antecedência. (Incluído
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, pela Lei nº 11.900, de 2009)
ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, § 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o
a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tec-
complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada nológico, a realização de todos os atos da audiência
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) única de instrução e julgamento de que tratam os
Parágrafo único. A autoridade poderá também orde- arts. 400, 411 e 531 deste Código. (Incluído pela Lei nº
nar que se proceda a novo exame, por outros peritos, 11.900, de 2009)
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

se julgar conveniente. § 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o


Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. reservada com o seu defensor; se realizado por video-
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, conferência, fica também garantido o acesso a canais
observar-se-á o disposto no art. 19. telefônicos reservados para comunicação entre o de-
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o fensor que esteja no presídio e o advogado presente
juiz ou a autoridade policial negará a perícia requeri- na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
da pelas partes, quando não for necessária ao esclare- (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
cimento da verdade. § 6o A sala reservada no estabelecimento prisional
para a realização de atos processuais por sistema de
videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e
pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério
Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. (In-
cluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

13
§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em VII - todos os demais fatos e pormenores que condu-
juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se zam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da
realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo. infração; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluí-
§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste do pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
artigo, no que couber, à realização de outros atos Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz inda-
processuais que dependam da participação de pessoa gará das partes se restou algum fato para ser esclare-
que esteja presa, como acareação, reconhecimento cido, formulando as perguntas correspondentes se o
de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou entender pertinente e relevante. (Redação dada pela
tomada de declarações do ofendido. (Incluído pela Lei Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
nº 11.900, de 2009) Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido todo ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e
o acompanhamento do ato processual pelo acusado indicar provas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
e seu defensor. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 1º.12.2003)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado so-
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se pos- bre os motivos e circunstâncias do fato e se outras
suem alguma deficiência e o nome e o contato de even- pessoas concorreram para a infração, e quais sejam.
tual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão inter-
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cienti- rogados separadamente. (Redação dada pela Lei nº
ficado do inteiro teor da acusação, o acusado será in- 10.792, de 1º.12.2003)
formado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do
seu direito de permanecer calado e de não responder surdo-mudo será feito pela forma seguinte: (Redação
perguntas que lhe forem formuladas. (Redação dada dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) I - ao surdo serão apresentadas por escrito as per-
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em guntas, que ele responderá oralmente; (Redação dada
confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, res-
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas pondendo-as por escrito; (Redação dada pela Lei nº
partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. 10.792, de 1º.12.2003)
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado por escrito e do mesmo modo dará as respostas. (Re-
sobre a residência, meios de vida ou profissão, dação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob com-
ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual promisso, pessoa habilitada a entendê-lo. (Redação
o juízo do processo, se houve suspensão condicional dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e Art. 193. Quando o interrogando não falar a lín-
outros dados familiares e sociais. (Incluído pela Lei nº gua nacional, o interrogatório será feito por meio
10.792, de 1º.12.2003) de intérprete. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluí- 1º.12.2003)
do pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) puder ou não quiser assinar, tal fato será consigna-
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum do no termo. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa 1º.12.2003)
ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo
crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

prática da infração ou depois dela; (Incluído pela Lei de qualquer das partes. (Redação dada pela Lei nº
nº 10.792, de 1º.12.2003) 10.792, de 1º.12.2003)
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a
infração e se teve notícia desta; (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO IV
10.792, de 1º.12.2003) DA CONFISSÃO
IV - as provas já apuradas; (Incluído pela Lei nº
10.792, de 1º.12.2003) Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas adotados para os outros elementos de prova, e para
ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as
contra elas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) demais provas do processo, verificando se entre ela e
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a estas existe compatibilidade ou concordância.
infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione Art. 198. O silêncio do acusado não importará confis-
e tenha sido apreendido; (Incluído pela Lei nº 10.792, são, mas poderá constituir elemento para a formação
de 1º.12.2003) do convencimento do juiz.

14
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interroga- Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da tes-
tório, será tomada por termo nos autos, observado o temunha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao
disposto no art. 195. seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoi-
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem mento desde logo.
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obri-
exame das provas em conjunto. gação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fa-
zê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
CAPÍTULO V reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai,
DO OFENDIDO a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a
prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qua- Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em
lificado e perguntado sobre as circunstâncias da infra- razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam
ção, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte in-
que possa indicar, tomando-se por termo as suas decla- teressada, quiserem dar o seu testemunho.
rações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de compare- o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos me-
cer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido nores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se
à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº 11.690, refere o art. 206.
de 2008) Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos proces- outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
suais relativos ao ingresso e à saída do acusado da pri- § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as
são, à designação de data para audiência e à sentença pessoas a que as testemunhas se referirem.
e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifi- § 2o Não será computada como testemunha a pessoa
que nada souber que interesse à decisão da causa.
quem. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas
per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os
no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das
do ofendido, o uso de meio eletrônico. (Incluído pela
penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada
Lei nº 11.690, de 2008)
pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua
Parágrafo único. Antes do início da audiência e duran-
realização, será reservado espaço separado para o ofen-
te a sua realização, serão reservados espaços separados
dido. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) para a garantia da incomunicabilidade das testemu-
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá enca- nhas. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
minhar o ofendido para atendimento multidisciplinar, Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reco-
especialmente nas áreas psicossocial, de assistência ju- nhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, ca-
rídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. lou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) à autoridade policial para a instauração de inquérito.
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à pre- Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em
servação da intimidade, vida privada, honra e imagem plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir de-
do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo cisão na audiência (art. 538, § 2o), o tribunal (art. 561),
de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
informações constantes dos autos a seu respeito para poderão fazer apresentar imediatamente a testemu-
evitar sua exposição aos meios de comunicação. (Incluí- nha à autoridade policial.
do pela Lei nº 11.690, de 2008) Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aque-
CAPÍTULO VI las que puderem induzir a resposta, não tiverem relação
DAS TESTEMUNHAS com a causa ou importarem na repetição de outra já
respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído pela
promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for Lei nº 11.690, de 2008)
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade,
seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha mani-
exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de feste suas apreciações pessoais, salvo quando insepa-
alguma das partes, ou quais suas relações com qual- ráveis da narrativa do fato.
quer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes po-
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais derão contraditar a testemunha ou argüir circunstâncias
possa avaliar-se de sua credibilidade. ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou ar-
sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. güição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, en- testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos
tretanto, breve consulta a apontamentos. previstos nos arts. 207 e 208.

15
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cin- § 1o A expedição da precatória não suspenderá a ins-
gir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas pe- trução criminal.
las testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases. § 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o jul-
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido gamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez
a termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a devolvida, será junta aos autos.
testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, § 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a
pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio
presença de ambos. de videoconferência ou outro recurso tecnológico
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu pode- de transmissão de sons e imagens em tempo real,
rá causar humilhação, temor, ou sério constrangimen- permitida a presença do defensor e podendo ser
to à testemunha ou ao ofendido, de modo que preju- realizada, inclusive, durante a realização da audiência
dique a verdade do depoimento, fará a inquirição por de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.900,
videoconferência e, somente na impossibilidade dessa de 2009)
forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se
inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação demonstrada previamente a sua imprescindibilidade,
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) arcando a parte requerente com os custos de envio.
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
previstas no caput deste artigo deverá constar do ter- Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o dis-
mo, assim como os motivos que a determinaram. (In- posto nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código. (Incluído
cluído pela Lei nº 11.690, de 2008) pela Lei nº 11.900, de 2009)
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a lín-
deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz po- gua nacional, será nomeado intérprete para traduzir
derá requisitar à autoridade policial a sua apresenta- as perguntas e respostas.
ção ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou sur-
que poderá solicitar o auxílio da força pública. do-mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de
a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo um ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se,
penal por crime de desobediência, e condená-la ao pa- pela simples omissão, às penas do não-comparecimento.
gamento das custas da diligência. (Redação dada pela Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-
Lei nº 6.416, de 24.5.1977) -se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade de que ao tempo da instrução criminal já não exista,
ou por velhice, de comparecer para depor, serão inqui- o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer
ridas onde estiverem. das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da Repú-
blica, os senadores e deputados federais, os ministros CAPÍTULO VII
de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal
e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legis- Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o
lativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguin-
ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, te forma:
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tri- I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será
bunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhe-
previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação cida;
dada pela Lei nº 3.653, de 4.11.1959) Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será
§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, colocada, se possível, ao lado de outras que com ela
os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos De- tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem
putados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
pela prestação de depoimento por escrito, caso em III - se houver razão para recear que a pessoa chama-
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas da para o reconhecimento, por efeito de intimidação
pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício. (Redação ou outra influência, não diga a verdade em face da
dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade provi-
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade denciará para que esta não veja aquela;
superior. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto por-
§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto menorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
no art. 218, devendo, porém, a expedição do mandado chamada para proceder ao reconhecimento e por
ser imediatamente comunicada ao chefe da reparti- duas testemunhas presenciais.
ção em que servirem, com indicação do dia e da hora Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não
marcados. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) terá aplicação na fase da instrução criminal ou em
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição plenário de julgamento.
do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residên- Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á
cia, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no
prazo razoável, intimadas as partes. que for aplicável.

16
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efe- Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando
tuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada conferidas com o original, em presença da autoridade.
uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo
comunicação entre elas. findo, quando não exista motivo relevante que justifi-
que a sua conservação nos autos, poderão, mediante
CAPÍTULO VIII requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser en-
DA ACAREAÇÃO tregues à parte que os produziu, ficando traslado nos
autos.
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados,
entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre CAPÍTULO X
acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre DOS INDÍCIOS
as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhe-
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, cida e provada, que, tendo relação com o fato, auto-
para que expliquem os pontos de divergências, redu- rize, por indução, concluir-se a existência de outra ou
zindo-se a termo o ato de acareação. outras circunstâncias.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas de-
clarações divirjam das de outra, que esteja presente, CAPÍTULO XI
a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, DA BUSCA E DA APREENSÃO
consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se
subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à au- Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
toridade do lugar onde resida a testemunha ausente, § 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando funda-
transcrevendo-se as declarações desta e as da teste- das razões a autorizarem, para:
munha presente, nos pontos em que divergirem, bem a) prender criminosos;
como o texto do referido auto, a fim de que se com- b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios cri-
plete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, minosos;
pela mesma forma estabelecida para a testemunha c) apreender instrumentos de falsificação ou de con-
presente. Esta diligência só se realizará quando não trafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
importe demora prejudicial ao processo e o juiz a en- d) apreender armas e munições, instrumentos utiliza-
tenda conveniente. dos na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração
CAPÍTULO IX ou à defesa do réu;
DOS DOCUMENTOS f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
poderão apresentar documentos em qualquer fase do elucidação do fato;
processo. g) apreender pessoas vítimas de crimes;
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escri- h) colher qualquer elemento de convicção.
tos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
Parágrafo único. À fotografia do documento, fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e
original. letra h do parágrafo anterior.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou ob- Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou ju-
tidas por meios criminosos, não serão admitidas em diciária não a realizar pessoalmente, a busca domici-
juízo. liar deverá ser precedida da expedição de mandado.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou
juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu a requerimento de qualquer das partes.
direito, ainda que não haja consentimento do signa- Art. 243. O mandado de busca deverá:
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

tário. I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em


Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de docu- que será realizada a diligência e o nome do respectivo
mento relativo a ponto relevante da acusação ou da proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal,
defesa, providenciará, independentemente de requeri- o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que
mento de qualquer das partes, para sua juntada aos a identifiquem;
autos, se possível. II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autori-
serão submetidas a exame pericial, quando contesta- dade que o fizer expedir.
da a sua autenticidade. § 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem texto do mandado de busca.
prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, § 2o Não será permitida a apreensão de documento
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pes- em poder do defensor do acusado, salvo quando cons-
soa idônea nomeada pela autoridade. tituir elemento do corpo de delito.

17
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, legalidade dos mandados que apresentarem, poderão
no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que
de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou não se frustre a diligência.
de objetos ou papéis que constituam corpo de delito,
ou quando a medida for determinada no curso de bus-
ca domiciliar. DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA: ARTIGO
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de 274;
dia, salvo se o morador consentir que se realizem à
noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores
mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes es-
o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. tendem-se aos serventuários e funcionários da justiça,
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará no que Ihes for aplicável.
previamente sua qualidade e o objeto da diligência.
§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a por- JUIZ
ta e forçada a entrada.
§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o em- Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e
prego de força contra coisas existentes no interior da manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo,
casa, para o descobrimento do que se procura. para tal fim, requisitar a força pública.
§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser inti- • tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consan-
mado a assistir à diligência qualquer vizinho, se hou- guíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 3º
ver e estiver presente. grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão
§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da
procurar, o morador será intimado a mostrá-la. justiça ou perito.
§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, • ele próprio houver desempenhado qualquer des-
será imediatamente apreendida e posta sob custódia sas funções ou servido como testemunha.
da autoridade ou de seus agentes. • tiver funcionado como juiz de outra instância, pro-
§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto nunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão.
circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas • ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consan-
presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o. guíneo ou afim em linha reta ou colateral até o 3º
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo grau, inclusive, for parte ou diretamente interessa-
anterior, quando se tiver de proceder a busca em com- do no feito.
partimento habitado ou em aposento ocupado de ha- • Nos juízos coletivos, não poderão servir no mes-
bitação coletiva ou em compartimento não aberto ao mo processo os juízes que forem entre si parentes,
público, onde alguém exercer profissão ou atividade. consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa até o 3º grau, inclusive.
procurada, os motivos da diligência serão comunica- • O juiz será suspeito, e, se não declarar, poderá ser
dos a quem tiver sofrido a busca, se o requerer. recusado por qualquer das partes:
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de • se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer
modo que não moleste os moradores mais do que o deles.
indispensável para o êxito da diligência. • se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra estiver respondendo a processo por fato análogo,
mulher, se não importar retardamento ou prejuízo sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia.
da diligência. • se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão pene- afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar de-
trar no território de jurisdição alheia, ainda que de ou- manda ou responder a processo que tenha de ser
tro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no julgado por qualquer das partes.
seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se • se tiver aconselhado qualquer das partes.
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

à competente autoridade local, antes da diligência ou • se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
após, conforme a urgência desta. qualquer das partes.
§ 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes • se for sócio, acionista ou administrador de socie-
vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando: dade interessada no processo.
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou
O impedimento ou suspeição decorrente de paren-
transporte, a seguirem sem interrupção, embora de-
tesco por afinidade cessará pela dissolução do casa-
pois a percam de vista;
mento que lhe tiver dado causa, salvo sobrevindo des-
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo,
cendentes. Contudo, ainda que dissolvido o casamento
por informações fidedignas ou circunstâncias indiciá-
sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o
rias, que está sendo removida ou transportada em de-
padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for
terminada direção, forem ao seu encalço.
parte no processo.
§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões A suspeição não poderá ser declarada nem reconhe-
para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas re- cida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der
feridas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da motivo para criá-la.

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MINISTÉRIO PÚBLICO ASSISTENTES

Ao Ministério Público cabe: Em todos os termos da ação pública, poderá intervir,


• promover, privativamente, a ação penal pública, na como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu
forma estabelecida neste Código. representante legal, e no caso de morte do ofendido ou
• fiscalizar a execução da lei. quando declarado ausente por decisão judicial, o direito
de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao côn-
Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos juge, ascendente, descendente ou irmão.
processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu O assistente será admitido enquanto não passar em
cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha julgado a sentença e receberá a causa no estado em que
reta ou colateral, até o 3º grau, inclusive, e a eles se es- se achar.
tendem, no que lhes for aplicável, as prescrições relativas O corréu no mesmo processo não poderá intervir
à suspeição e aos impedimentos dos juízes. como assistente do Ministério Público.
Ao assistente será permitido propor meios de prova,
ACUSADO E SEU DEFENSOR requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os ar-
ticulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos
A impossibilidade de identificação do acusado com interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio. O
o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não re- juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da rea-
tardará a ação penal, quando certa a identidade física. lização das provas propostas pelo assistente. O processo
A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamen- prosseguirá independentemente de nova intimação do
to ou da execução da sentença, se for descoberta a sua assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer
qualificação, será feita a retificação, por termo, nos autos, a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem
sem prejuízo da validade dos atos precedentes. motivo de força maior devidamente comprovado.
Se o acusado não atender à intimação para o interro- O Ministério Público será ouvido previamente sobre a
gatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem admissão do assistente.
ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não
conduzi-lo à sua presença. O mandado conterá, além da caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o
ordem de condução, indicará: pedido e a decisão.
• o nome do juiz.
• o nome do querelante nas ações iniciadas por FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
queixa.
• o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-
sinais característicos. -se aos serventuários e funcionários da justiça, no que
• a residência do réu, se for conhecida. lhes for aplicável.
• o fim para que é feita a citação.
• o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu de- PERITOS E INTÉRPRETES
verá comparecer.
• a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à
disciplina judiciária. As partes não intervirão na nomea-
Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, ção do perito. O perito nomeado pela autoridade será
será processado ou julgado sem defensor. A defesa técni- obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa, salvo
ca, quando realizada por defensor público ou dativo, será escusa atendível. Incorrerá na mesma multa o perito que,
sempre exercida através de manifestação fundamentada. sem justa causa, provada imediatamente:
Ao acusado menor dar-se-á curador. • deixar de acudir à intimação ou ao chamado da
Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor autoridade
pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, no- • não comparecer no dia e local designados para o exame.
mear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, • não der o laudo, ou concorrer para que a perícia
caso tenha habilitação. não seja feita, nos prazos estabelecidos.
O defensor não poderá abandonar o processo senão • No caso de não comparecimento do perito, sem
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários míni- condução. Não poderão ser peritos:
mos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. • os que estiverem sujeitos à interdição de direito.
A audiência poderá ser adiada se, por motivo justi- • os que tiverem prestado depoimento no processo
ficado, o defensor não puder comparecer. Incumbe ao ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia.
defensor provar o impedimento até a abertura da au- • os analfabetos e os menores de 21 anos.
diência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adia-
mento de ato algum do processo, devendo nomear de-
fensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para FIQUE ATENTO!
o efeito do ato. É extensivo aos peritos, no que lhes for apli-
A constituição de defensor independerá de instru- cável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
mento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião Os intérpretes são, para todos os efeitos,
do interrogatório. Não funcionarão como defensores os equiparados aos peritos.
parentes do juiz.

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Flagrante Presumido, Ficto ou Assimilado (art. 302, IV)
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E Flagrante em que o agente é preso após cometer a
DA LIBERDADE PROVISÓRIA: ARTIGOS 282 infração, quando encontrado com instrumentos ou pro-
A 350 dutos do crime, armas, objetos ou papéis que permitam
presumir ser ele o autor da infração.
Nessa espécie de flagrante não se exige persegui-
A Prisão pode ser significa o cerceamento da liber- ção. Exige-se, entretanto, que a autoridade ponha-se a
dade de locomoção. É o restrição do direito de ir, vir ou procurar o agente logo após ter notícia do acontecimen-
ficar. to do crime.
È uma medida restritiva de liberdade, de natureza
cautelar e caráter eminentemente administrativo, que Flagrante Compulsório ou Obrigatório
não exige ordem escrita do juiz, porque o fato ocorre de
inopino (art. 5º, LXI, CR/88). A invasão do lar é permitida Alcança a atuação das forças de segurança engloban-
pela Constituição Federal em caso de flagrante. do as polícias civis, militares, federal, rodoviárias, ferro-
Pode se originar da decisão condenatória transitada viárias e o corpo de bombeiros. Elas têm o dever de, en-
em julgado, chamada de prisão-pena, a qual possui cará- quanto em serviço, efetuar a prisão em flagrante.
ter satisfatório; pode ocorrer durante a persecução penal,
antes do marco final do processo, ao se demonstrar a Flagrante Facultativo
existência de risco face a permanência em liberdade do
agente. É conhecida como prisão sem pena, prisão cau- É a permissão constitucional de que qualquer do
telar, prisão provisória ou prisão processual. povo efetue a prisão em flagrante. Ela abrange também
as autoridades policiais fora de serviço.
Prisões:
Flagrante Esperado
Prisão decorrente de flagrante delito;
Prisão temporária; Não está disciplinado na legislação, sendo uma idea-
Prisão preventiva; lização doutrinária. Ocorre quando a polícia, sabendo
Prisão decorrente de sentença (ou acórdão) condena- que um crime irá se consumar, fica de tocaia, realizando a
tória transitada em julgado. prisão quando os atos executórios são deflagrados. Ape-
sar de não indicado, o particular também poderá efetuar
Prisão em Flagrante (arts. 301 a 310) o flagrante esperado.

É uma medida restritiva de liberdade, de natureza Flagrante Preparado ou Provocado


cautelar e caráter eminentemente administrativo,
que não exige ordem escrita do juiz, porque o fato Flagrante em que o agente é induzido ou instigado
ocorre de inopino (art. 5º, LXI, CR/88). É uma forma de a cometer o delito, sendo preso no ato. É artifício onde
autopreservação e autodefesa da sociedade, facultando- verdadeira armadilha é maquinada no intuito de prender
se a qualquer do povo a sua realização, sendo que em flagrante aquele que cede à tentação e acaba prati-
os posteriores atos de documentação ocorrerão cando a infração.
normalmente na delegacia de polícia. Súmula 145, STF: “Não há crime quando a preparação
Relativamente à proteção ao lar, a pessoa pode ser do flagrante pela polícia torna impossível a sua consuma-
presa em flagrante delito a qualquer tempo, de acordo ção”.
com o art. 5º, XI, da CR/88. A súmula para o STF, com a preparação do flagrante
e consequente realização da prisão, existiria crime só na
Espécies de Flagrante aparência, já que o resultado da prática supostamente
delituosa já era conhecido pela polícia de antemão e ela
Flagrante Próprio, Propriamente Dito, Real ou Verda- já estaria com toda a estrutura montada para prender o
deiro (art. 302, I e II, CPP) agente logo após a conduta. Assim, haveria verdadeiro
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Nele, o agente é surpreendido com a mão na massa, crime impossível, por absoluta ineficácia do meio ou ab-
cometendo a infração penal ou quando acaba de come- soluta impropriedade do objeto criminoso.
tê-la. A prisão deve ocorrer de imediato, sem o decurso Entretanto, se, preparando o flagrante, o agente con-
de qualquer intervalo de tempo. segue consumar o delito e fugir, o crime restará plena-
Flagrante Impróprio, Irreal ou Quase-Flagrante (art. mente caracterizado.
302, III) Não é flagrante preparado o caso de se prender al-
Flagrante em que o agente é perseguido logo após a guém, que adentra no território nacional portando dro-
infração, em situação que faça presumir ser o autor do fato. gas, após o recebimento de notícias sobre esse fato. A
Não existe prazo certo para a expressão logo após, sendo polícia esperará a pessoa chegar e efetuará a prisão. No-
equivocada a doutrina que aponta o prazo de 24 horas. te-se que o indivíduo já estava com o crime em anda-
Não havendo solução de continuidade, isto é, se a mento.
perseguição não for interrompida, mesmo que dure dias Flagrante Prorrogado, Retardado, Diferido, Posterga-
ou até mesmo semanas, em havendo êxito na captura do do ou Ação Controlada
perseguido, estar-se-á diante de flagrante delito.

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Ocorre quando a polícia deixa de efetuar a prisão, Crime habitual: de acordo com Tourinho, não é pos-
mesmo presenciando o crime, pois do ponto de vista es- sível o flagrante no crime habitual, já que este ocorre so-
tratégico seria a melhor opção. mente quando a conduta típica se integra com a prática
Previsto no art. 2º, II, da Lei nº 9.034/95 (Lei de Com- de diversas açoes. Se houver o flagrante antes da consu-
bate às Organizações Criminosas). Não é necessária mação, os atos realizados serão indiferentes penais, não
autorização judicial nem prévia oitiva do MP, cabendo passíveis de configurar qualquer crime.
à autoridade policial administrar a conveniência ou não Crime de ação penal privada e ação pública con-
da postergação. Ela não pode ser utilizada para abarcar dicionada: nada impede a realizaçao do flagrante nestes
atividades de quadrilhas ou bandos, apenas de organiza- crimes. Porém, para a lavratura do APFD, deverá haver
ções criminosas. manifestação de vontade da pessoa legitimada a pro-
por a ação ou a representar. Caso a vítima não possa
Já no flagrante diferido previsto na Lei nº 11.343/06, ir imediatamente à delegacia, por ter sido conduzida ao
é necessária autorização judicial e prévia oitiva do MP, hospital ou por qualquer outro motivo relevante, poderá
além do conhecimento do provável itinerário da droga e fazê-lo no prazo de entrega da nota de culpa. Caso preso
dos eventuais agentes do delito ou colaboradores. o agente em flagrante e a vítima não autorize, não po-
derá ser lavrado o auto, devendo o agente ser liberado.
Flagrante Forjado Crime continuado: o flagrante se dará de forma fra-
cionada, já que as várias ações são independentes entre
É o flagrante armado, fabricado para incriminar si, somente havendo a continuidade para fins de diminui-
pessoa inocente. Evidentemente é ilícito, sendo o único ção da pena quando da dosimetria penal. O flagrante é
infrator aqui o agente executor da prisão. possível para cada crime isoladamente.
Infração de menor potencial ofensivo: não haverá
Flagrante por Apresentação lavratura de APFD, e sim de TCO (Termo Circunstanciado
de Ocorrência), desde que o infrator seja imediatamente
Não é flagrante propriamente dito, pois quem se en- enaminhado ao JECrim ou assuma o compromisso de lá
trega à polícia não se enquadra em nenhuma das hipó- comparecer na data designada pela autoridade policial.
teses legais autorizadoras do flagrante. Assim, não será Entretanto, se ele se negar a tanto, lavra-se o APFD,
lavrado APFD, apesar de poder o agente ter sua prisão recolhendo-se o infrator ao cárcere, salvo se for ad-
preventiva decretada pela autoridade policial. mitida e paga a fiança. Lembrar que, no crime do art. 28
da Lei nº 11.343/06, é absolutamente impossível a prisão.
Flagrante Vedado Nos crimes particados com violência doméstica con-
tra a mulher, não se aplica a Lei nº 9.099/95; assim, me-
São hipóteses em que a autoridade não pode, de for- diante uma infraçao de menor potencial ofensivo, ao in-
ma alguma, decretar o flagrante delito, sob pena de ile- vés de TCO será lavrado APFD (art. 41, lei nº 11.340/06).
galidade manifesta.
Assim, não se decreta a prisão em flagrante, ou seja, Sujeitos do Flagrante
se decretada, deverá ser relaxada:
Com o advento da lei dos juizados especiais crimi- Sujeito Ativo
nais, aquele que for capturado em flagrante pela práti-
ca de crimes de menor potencial ofensivo, e assumir o É aquele que efetua a prisão. Pode ser qualquer
compromisso de comparecer ao Juizado, a ele não será pessoa, policial ou não. Não se confunde o sujeito ativo
imposta a prisão em flagrante (será elaborado o Termo com o condutor, que é a pessoa que apresenta o preso
Circunstanciado). Assim, praticamente, todas as hipó- à polícia (evidentemente, poderão ser a mesma pessoa).
teses em que o réu se livra solto estão abrangidas pelo
conceito de crime de menor potencial ofensivo (por isso Sujeito Passivo
que caiu em desuso). A jurisprudência majoritariamente
(STJ e STF) entende que os crimes de menor potencial É aquele detido na situação de flagrância. Em regra,
ofensivo são os crimes com pena máxima de até 02 anos. pode ser qualquer pessoa, respeitadas as exceções de
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Assim, a hipótese de incidência do artigo 323 será aplica- determinados indivíduos, quais sejam:
da na hipótese excepcional de o indivíduo não assumir o Presidente da República: nunca poderá ser preso
compromisso (aliás, o descumprimento do compromis- em flagrante ou por outra prisão cautelar (art. 86, § 3º,
so de comparecimento não traz qualquer consequência CR/88).
para o indivíduo, mesmo se ele não comparecer). Diplomatas estrangeiros: podem não ser presos em
A Lei nº 9.503/97 (CTB) (artigo 301) prevê que ao con- flagrante, a depender de tratados e convenções interna-
dutor por delito de trânsito NÃO se imporá a prisão em cionais.
flagrante se ele prestar pronto e integral socorro à vítima. Membros do Congresso Nacional e Assembleias
No caso do art. 28 da Lei de Drogas. Legislativas: só podem ser presos em flagrante delito
por prática de crime inafiançável, devendo os autos, no
Flagrante nas Várias Espécies de Crime caso, ser remetidos à respectiva Casa para que, mediante
provocação de partido e pelo voto da maioria de seus
Crimes permantentes: enquanto não cessada a per- membros, resolva sobre a prisão (art. 53, § 2º, CR/88).
manência poderá haver flagrante a qualquer tempo.

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Magistrados: só poderão ser presos em flagrante por Decisão da autoridade: se a autoridade estiver con-
crime inafiançável, devendo os autos serem encaminhados vencida de que o flagrante é legítimo, determinará ao
ao Presidente do respectivo Tribunal (art. 33, II, LOMAN). escrivão que lavre e encerre o auto de flagrante. Porém,
Membros do MP: idem, devendo os autos serem en- também poderá liberar o detido caso verifique ilegalidade.
caminhados ao respectivo Procurador-Geral (art. 40, III, Logo, o policial também pode efetuar o relaxamento
LONMP). de prisão. Decorre do princípio administrativo da autotu-
Advogados: somente poderá ser preso em flagrante, tela, pelo qual a administração deve anular seus próprios
por motivo de exercício da profissão, em caso de crime atos quando ilegais.
inafiançável, sendo necessária a presença de represen-
tante da OAB para se lavrar o auto, sob pena de nulidade Nota de Culpa
(art. 7º, § 3º, EOAB).
Menores de 18 anos: penalmente inimputáveis, so- A nota de culpa se presta a informar ao preso os res-
ponsáveis por sua prisão e os motivos de fato da mesma,
mente poderão ser privados da liberdade, mediante de-
contendo o nome do condutor e das tetemunhas, sendo
terminação escrita e fundamentada do juiz ou mediante
assinada pela autoridade (art. 306, § 2º, CPP).
flagrante de prática de ato infracional (art. 106, ECA).
Será entregue em 24 horas da realização da prisão,
Motoristas: no caso de crime de trânsito, se presta-
mediante recibo. Se o preso se negar a assinar, 02 teste-
rem pronto e integral socorro à vítima de acidente de trân-
munhas suprirão o ato.
sito no qual se envolveu, não poderá ser preso em fla-
A ENTREGA DA NOTA DE CULPA É DE VITAL IM-
grante nem poderá ser-lhe exigida fiança (art. 301, CTB).
PORTÂNCIA PARA A VALIDADE DA PRISÃO. Com a
nota de culpa, a garantia da informação é assegurada, ten-
Autoridade Competente
do o preso a cientificação formal dos motivos pelo qual foi
encarcerado, com a indicação de seus responsáveis.
Via de regra, é competente para presidir a lavratura
Remessa à Autoridade e Manifestação sobre o Fla-
do auto a autoridade policial da circunscrição onde foi
grante
efetuada a prisão (art. 290, CPP).
Em 24 horas da realização da prisão, será encaminha-
do à autoridade judicial competente o APFD acompa-
Procedimentos e Formalidades Legais
nhado de todas as oitivas colhidas e demais documentos
De acordo com Luís Flávio Gomes, a prisão em fla- e, caso o autuado não indique advogado, será remetida
grante conta com quatro momentos distintos: cópia integral à defensoria pública (art. 306, § 1º).
Captura do agente; Recebidos os autos, o juiz poderá relaxar a prisão, se
Condução coercitiva até a presença da autoridade tiver sido ilegal, concederá a liberdade provisória com
policial ou judicial; ou sem medida cautelar, ou decretará a prisão preven-
Lavratura do auto de prisão em flagrante; tiva, se presentes alguma das situações do art. 312 e se
Recolhimento ao cárcere. não se revelarem adequadas ou suficientes as medidas
Deve ser dada especial atenção ao aspecto formal cautelares previstas no art. 319.
do ato, com a documentação da prisão efetuada em ra- Tudo isso terá que ser feito de forma fundamen-
zão da captura. Deve-se, pois, seguir os seguintes passos: tada.
Comunicação à família do preso ou pessoa por ele Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
indicada sobre a prisão, antes de lavrar o auto (art. 5º, juiz deverá fundamentadamente:
LXIII, CR/88). I - relaxar a prisão ilegal; ou
Oitiva do condutor: quem apresentou o “meliante” II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
na delegacia deverá ser ouvido, sendo suas declarações quando presentes os requisitos constantes do art. 312
reduzidas a termo, colhida sua assinatura e entregue có- deste Código, e se revelarem inadequadas ou insufi-
pia do termo e recibo de entrega do preso (esse recibo cientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
tem função acautelatória para o próprio condutor). III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Oitiva das testemunhas: suas declarações serão re- Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de pri-
duzidas a termo e assinadas. Devem ser, no mínimo, duas são em flagrante, que o agente praticou o fato nas
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

testemunhas para o flagrante ser regular, ainda que uma condições constantes dos incisos I a III do caput do
ou ambas sejam meramente instrumentárias, aquelas art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
simplesmente presentes na delegacia e que são convi-
de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentada-
dadas a assinar como testemunha o ato de ver a entrega
mente, conceder ao acusado liberdade provisória,
do agente.
mediante termo de comparecimento a todos os
Oitiva da vítima: não é requisito imposto pela lei,
atos processuais, sob pena de revogação. (Reda-
mas é prática corrente no procedimento, até mesmo
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011)
para fortalecer o valor probatório.
Oitiva do conduzido: o preso será ouvido, podendo,
O art. 310 impede que ocorra as situações do sujeito
entretanto, calar-se. Admite-se a presença do advogado,
ficar preso indefinidamente em flagrante. Ou ele é solto,
o qual, entretanto não é imprescindível. Lembrar que o
ou é decretada sua prisão preventiva ou alguma medida
procedimento pré-processual não é contraditório. Se o
cautelar. A não adoção de alguma dessas determina-
interrogatório não for realizado por força maior, o ato
ções constituirá flagrante ilegalidade por desrespeito à
não restará viciado.
lei processual.

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É muito comum de ocorrer a manutenção do flagrante sem decretação da prisão preventiva, o que não deveria se
dar. Logo que recebe os autos, o juiz teria que, necessariamente, se manifestar sobre o cabimento ou não.
Logo, a prisao em flagrante deve ocorrer pelo tempo suficiente para análise dos autos pelo juiz, e não como jus-
tificativa para o condenado ficar encarcerado até seu julgamento, o que é ilegal.
Às vezes a ilegalidade ocorre até mesmo em função da demora da remessa dos autos do flagrante da repartição
policial para o juízo.

Passemos a analisar a seguinte tabela:

Prisão em Flagrante
Flagrante Próprio, Pro-
Cometendo a infração penal ou quando acaba de cometê-la. A prisão deve ocor-
priamente Dito, Real ou
rer de imediato, sem o decurso de qualquer intervalo de tempo.
Verdadeiro
Flagrante em que o agente é perseguido logo após a infração, em situação que
Flagrante Impróprio, Ir- faça presumir ser o autor do fato. Ele não é visto praticando a infração, mas é per-
real ou Quase-Flagrante seguido. Não existe prazo certo para a expressão logo após, sendo equivocada a
doutrina que aponta o prazo de 24 horas.
Caso em que o agente é preso após cometer a infração, quando encontrado com
Flagrante Presumido, instrumentos ou produtos do crime, armas, objetos ou papéis que permitam
Ficto ou Assimilado presumir ser ele o autor da infração.
Nessa espécie de flagrante não se exige perseguição.
Alcança a atuação das forças de segurança englobando as polícias civis, militares,
Flagrante Compulsório
federal, rodoviárias, ferroviárias e o corpo de bombeiros. Elas têm o dever de, en-
ou Obrigatório
quanto em serviço, efetuar a prisão em flagrante.
É a permissão constitucional de que qualquer pessoa efetue a prisão em flagrante,
Flagrante Facultativo
incluindo as autoridades policiais fora de serviço.
Quando a polícia, sabendo que um crime irá se consumar, fica de tocaia, realizan-
Flagrante Esperado
do a prisão quando os atos executórios são deflagrados.
Flagrante em que o agente é induzido ou instigado a cometer o delito, sendo
Flagrante Preparado ou
preso no ato. É artifício onde verdadeira armadilha é maquinada no intuito de
Provocado
prender em flagrante aquele que cede à tentação e acaba praticando a infração.
Flagrante Prorrogado, Ocorre quando a polícia deixa de efetuar a prisão, mesmo presenciando o crime,
Retardado, Diferido, Pos- pois do ponto de vista estratégico seria a melhor opção. Organizações criminosas:
tergado não precisa de autorização judicial e oitiva do MP. Drogas: precisa.
É o flagrante armado, fabricado para incriminar pessoa inocente. Evidentemente é
Flagrante Forjado
ilícito, sendo o único infrator aqui o agente executor da prisão.
Não é flagrante propriamente dito, pois quem se entrega à polícia não se enqua-
Flagrante por Apresen- dra em nenhuma das hipóteses legais autorizadoras do flagrante. Assim, não será
tação lavrado APFD, apesar de poder o agente ter sua prisão preventiva decretada pela
autoridade policial.
São hipóteses em que a autoridade não pode, de forma alguma, decretar o fla-
Flagrante Vedado
grante delito, sob pena de ilegalidade manifesta.
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Procedimento: deverá ser o agente conduzido à delegacia, identificados e ouvidos os condutores, as teste-
munhas, a vítima e, por fim, o agente. Se não relaxada a prisão ou se não arbitrada fiança, deve ser entregue
ao condutor a nota de culpa. Assim, no prazo máximo de 24 horas, devem os autos serem remetidos ao juiz,
que deverá relaxar a prisão, conceder liberdade provisória com ou sem medida cautelar, ou decretar a prisão
preventiva presentes os pressupostos.

Prisão Preventiva

A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar de natureza processual, consistente na medida restritiva de
liberdade, em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, a ser decretada pelo juiz, de ofício, se no
curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação
da autoridade policial.
A prisão preventiva somente poderá ser decretada quando houver prova da existência do crime e indícios suficien-
tes de autoria.

23
Note-se que a prisão preventiva, nos termos do ar- Segundo CLAUS ROXIN, “ entre as medidas que as-
tigo 313, do Código Processual Penal, somente poderá seguram o procedimento penal, a prisão preventiva é a
ser decretada nos crimes dolosos punidos com pena ingerência mais grave na liberdade individual; por outra
privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) parte, ela é indispensável em alguns casos para a admi-
anos; se tiver sido condenado por outro crime doloso, nistração da justiça penal eficiente.” [02]
em sentença transitada em julgado. Contrário a isso, o
disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei Bases legais
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; se
o crime envolver violência doméstica e familiar contra a Tendo por base o artigo 312 do CPP, para que se de-
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa crete a preventiva é necessária à demonstração de prova
com deficiência, para garantir a execução das medidas da existência do crime, trazendo à tela a materialidade e
protetivas de urgência; quando houver dúvida sobre a indícios suficientes da autoria ou de participação no fato
identidade civil da pessoa ou quando esta não forne- típico.
cer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o Interessante notar que o delito deve ter ocorrido
preso ser colocado imediatamente em liberdade após a incontestavelmente, e sua comprovação pode ser feita
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a ma- pelos diversos meios de prova admitidos em direito, en-
nutenção da medida. tretanto, no que toca a autoria, apenas se tem a neces-
sidade de indícios de vinculação do individuo à prática
Fundamentação: do crime.
Ainda nesse pensamento, há de se ressaltar os pres-
Arts. 311 a 316 do CPP supostos da preventiva e esses formam exatamente ofu-
mus commissi delicti, que oferece o básico de segurança
A prisão preventiva não é uma pena aplicada para a decretação da medida.
antecipadamente ao trânsito em julgado, é uma medida Pelo entendimento do artigo 313 do CPP, a preventi-
cautelar. Por esse motivo, não viola a garantia constitu- va somente possui envergadura em crimes dolosos, cuja
cional depresunção de inocência se a decisão for devi- pena, via de regra, ultrapasse quatro anos. Logo, crimes
damente motivada e a prisão estritamente necessária. culposos e contravenções parecem ser rechaçados pelo
É uma prisão cautelar que tem o objetivo de evitar que instituto.
É de se observar que caso o réu seja reincidente e
o réu cometa novos crimes ou ainda que em liberdade
com respeito ao que reza o artigo 64, I do Código Penal,
prejudique a colheita de provas ou fuja. De acordo com o
pode-se aplicar a prisão preventiva ainda que o novo
processualista Paulo Rangel, “ se o indiciado ou acusado
crime não tenha pena maior que quatro anos.
em liberdade continuar a praticar ilícitos penais, haverá
Com ressalva de parte da doutrina, pode ser decre-
perturbação da ordem pública, e a medida extrema é
tada a medida cautelar de segregação da liberdade em
necessária se estiverem presentes os demais requisitos
tela também quando da dúvida sobre a identidade civil
legais” (RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 12.
do agente e ele não forneça elementos de comprovação
ed. rev. atual. ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007,
de esclarecimentos. A doutrina que vê como medida ex-
p. 613). trema excepcional revela cabimento na hipótese do acu-
Pode ser decretada inclusive na fase investigatória da sado se recusar a se submeter a identificação criminal.
persecução criminal, ou seja, durante o inquérito policial. No artigo 311 do CPP reside determinação no sentido
É prisão provisória na medida em que ainda não de se permanecer viva a possibilidade de decretação da
pesa condenação contra o possível criminoso; medida preventiva em qualquer fase da investigação policial ou
cautelar, pois tenta resguardar a harmonia social da do processo penal. Assim, é medida que tem alicerce em
ordem pública ou da ordem econômica; excepcional, qualquer fase da persecução criminal.
decorrente do poder geral de cautela dado ao magistra- Necessário notar que apesar de reclamar maior cui-
do; subsidiária, muito mais após a promulgação da lei dado, a decretação da preventiva ainda no inquérito po-
12.403/2011, sendo somente permitida quando a lei não licial é fato costumeiro na prática penal cotidiana, onde
assegurar outra medida cautelar substitutiva. quase sempre há a segregação cautelar da liberdade sem
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

a devida preocupação.
Enfoque constitucional Observação importante é que não mais se faz pre-
sente no ordenamento jurídico após a lei 12.403/2011
É cediço pelo artigo 5º, LVII, da CF/88 que ninguém qualquer opção de prisão preventiva obrigatória. Frise-se
será considerado culpado até o trânsito em julgado de que apenas autoridade judiciária competente, em con-
sentença penal condenatória. sonância com artigo 5º, LXI, da CF/88 pode decretar a
Aos adeptos da corrente garantista extremada, a in- prisão preventiva.
terpretação gramatical desta regra supra, poderia mer-
gulhar em conclusões no sentido de que qualquer prisão Pressupostos
cautelar seria inconstitucional.
Para quase a maioria esmagadora da doutrina, contu- A prisão preventiva não é uma punição aplicada an-
do, não se trata de um instituto que atenta a Carta Política tecipadamente, inclusive porque a legislação brasileira
de 1988, mas sim, uma medida indispensável para a ma- proíbe a ocorrência de qualquer sanção antes da conde-
nutenção da ordem social e para administração da justiça. nação judicial.

24
Essa modalidade de prisão é determinada pela Justiça A qualquer momento da fase de investigação ou do pro-
para impedir que o acusado (réu) atrapalhe a investiga- cesso, de modo autônomo e independente (art. 311, CPP);
ção, a ordem pública ou econômica e aplicação da lei. Como conversão da prisão em flagrante, quando insuficien-
O réu pode ser mantido preso preventivamente até tes ou inadequadas outras medidas cautelares (art. 310, II, CPP);
o seu julgamento ou pelo período necessário para não Em substituição à medida cautelar eventualmente des-
atrapalhar as investigações. cumprida (art. 282, § 4º, CPP);
Caso exista a necessidade, a prisão preventiva pode Quando houver fundadas dúvidas sobre a identidade
ser decretada inclusive na fase inicial do inquérito poli- do acusado, devendo ele ser imediatamente liberado as-
cial, e não dá ao acusado o direito de defesa prévia. sim que confirmada for.
A prisão preventiva é a prisão de natureza cautelar De outro modo, não será cabível a preventiva:
mais ampla existente, sendo uma eficiente ferramenta de Para os crimes culposos, contravenção penal ou se no
encarceramento durante toda a persecução penal, já que caso concreto está presente qualquer causa excludente
pode ser decretada tanto durante o IP quanto na fase de ilicitude, isso decorre do postulado da proporcionali-
processual. dade, na perspectiva da proibição do excesso, a impedir
A prisão preventiva, por ser medida de natureza cau- que uma medida cautelar seja mais grave e onerosa que o
telar, só se sustenta se presentes o lastro probatório mí- resultado final do processo condenatório;
nimo a indicar a ocorrência da infração e os eventuais Quando não for prevista pena privativa da liberda-
envolvidos, além de algum motivo legal que fundamente de para o delito (art. 283,§ 1º, CPP).
a necessidade de encarceramento.
Admite-se a decretação da preventiva até mesmo LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011.
sem a instauração do IP, desde que o atendimento aos
requisitos legais seja demonstrado por outros elementos Altera dispositivos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
indiciários. outubro de 1941 - Código de Processo Penal, relativos
Ela é medida de exceção e deve ser aplicada restriti- à prisão processual, fiança, liberdade provisória, demais
vamente, a fim de compatibilizá-la com o princípio cons- medidas cautelares, e dá outras providências.
titucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CR/88).
Se a prisão em flagrante busca sua justificativa e A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
fundamentação, primeiro, na proteção do ofendido, e, Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
depois, na garantia da qualidade probatória, a prisão
preventiva revela a sua cautelaridade na tutela da per- Art. 1o Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311,
secução penal, objetivando impedir que eventuais con- 312, 313, 314, 315, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324,
dutas praticadas pelo alegado autor e/ou por terceiros 325, 334, 335, 336, 337, 341, 343, 344, 345, 346, 350 e 439
possam colocar em risco a efetividade do processo. do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Códi-
Referida modalidade de prisão, por trazer como con- go de Processo Penal, passam a vigorar com a seguinte
sequência a privação da liberdade antes do trânsito em redação:
julgado, somente se justifica enquanto e na medida em
que puder realizar a proteção da persecução penal, em “TÍTULO IX
todo o seu iter procedimental, e, mais, quando se mos- DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LI-
trar a única maneira de satisfazer tal necessidade. BERDADE PROVISÓRIA”
A prisão preventiva, somente deve ser aplicando,
como regra, quando as outras medidas cautelares “Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título
não forem suficientes. deverão ser aplicadas observando-se a:
Em razão da sua gravidade, e como decorrência do I - necessidade para aplicação da lei penal, para a in-
sistema de garantias individuais constitucionais, somen- vestigação ou a instrução criminal e, nos casos expres-
te se decretará a prisão preventiva “por ordem escrita samente previstos, para evitar a prática de infrações
e fundamentada da autoridade judiciária competente”, penais;
conforme se observa com todas as letras no art. 5º, LXI, II - adequação da medida à gravidade do crime, cir-
da Carta de 1988. cunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

É possível a DECRETAÇÃO DA PREVENTIVA, NÃO SÓ ou acusado.


NA PRESENÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS DO ART. § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas iso-
312, CPP, MAS SEMPRE QUE FOR NECESSÁRIO PARA lada ou cumulativamente.
GARANTIR A EXECUÇÃO DE OUTRA MEDIDA CAUTELAR, § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz,
DIVERSA DA PRISÃO (ART. 282, § 4º, CPP). de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no
A prisão preventiva, apresenta duas características curso da investigação criminal, por representação da
bem definidas, a saber: autoridade policial ou mediante requerimento do Mi-
autônoma, podendo ser decretada independentemen- nistério Público.
te de qualquer outra providência cautelar anterior; § 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo
subsidiária, a ser decretada em razão do descumpri- de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido
mento de medida cautelar anteriormente imposta. de medida cautelar, determinará a intimação da par-
Existem ainda quatro situações claras em que poderá te contrária, acompanhada de cópia do requerimento
ser imposta a prisão preventiva: e das peças necessárias, permanecendo os autos em
juízo.

25
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obri- § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante
gações impostas, o juiz, de ofício ou mediante reque- recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com
rimento do Ministério Público, de seu assistente ou do o motivo da prisão, o nome do condutor e os das teste-
querelante, poderá substituir a medida, impor outra munhas.” (NR)
em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão “Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
preventiva (art. 312, parágrafo único). juiz deverá fundamentadamente:
§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou subs- I - relaxar a prisão ilegal; ou
tituí-la quando verificar a falta de motivo para que II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem quando presentes os requisitos constantes do art. 312
razões que a justifiquem. deste Código, e se revelarem inadequadas ou insufi-
§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não cientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
for cabível a sua substituição por outra medida caute- III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
lar (art. 319).” (NR) Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão
“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em fla- em flagrante, que o agente praticou o fato nas condi-
grante delito ou por ordem escrita e fundamentada da ções constantes dos incisos I a III do caput do art. 23
autoridade judiciária competente, em decorrência de do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
sentença condenatória transitada em julgado ou, no Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder
curso da investigação ou do processo, em virtude de ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
prisão temporária ou prisão preventiva. comparecimento a todos os atos processuais, sob pena
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não de revogação.” (NR)
se aplicam à infração a que não for isolada, cumula- “Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
tiva ou alternativamente cominada pena privativa de do processo penal, caberá a prisão preventiva decre-
liberdade. tada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a requerimento do Ministério Público, do querelante
a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à ou do assistente, ou por representação da autoridade
inviolabilidade do domicílio.” (NR) policial.” (NR)
“Art. 289. Quando o acusado estiver no território na- “Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
cional, fora da jurisdição do juiz processante, será de- como garantia da ordem pública, da ordem econômi-
precada a sua prisão, devendo constar da precatória o ca, por conveniência da instrução criminal, ou para
inteiro teor do mandado. assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a pri- prova da existência do crime e indício suficiente de
são por qualquer meio de comunicação, do qual de- autoria.
verá constar o motivo da prisão, bem como o valor da Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá
fiança se arbitrada. ser decretada em caso de descumprimento de qual-
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará quer das obrigações impostas por força de outras me-
as precauções necessárias para averiguar a autentici- didas cautelares (art. 282, § 4o).” (NR)
dade da comunicação. “Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção admitida a decretação da prisão preventiva:
do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, conta- I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
dos da efetivação da medida.” (NR) liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em
mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto
tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848,
as precauções necessárias para averiguar a autentici- de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
dade desta.” (NR) III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo
separadas das que já estiverem definitivamente con- ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
denadas, nos termos da lei de execução penal. das medidas protetivas de urgência;
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, IV - (revogado).


após a lavratura dos procedimentos legais, será reco- Parágrafo único. Também será admitida a prisão pre-
lhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ventiva quando houver dúvida sobre a identidade ci-
ficará preso à disposição das autoridades competen- vil da pessoa ou quando esta não fornecer elemen-
tes.” (NR) tos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde colocado imediatamente em liberdade após a iden-
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz tificação, salvo se outra hipótese recomendar a ma-
competente, ao Ministério Público e à família do preso nutenção da medida.” (NR)
ou à pessoa por ele indicada. “Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realiza- decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
ção da prisão, será encaminhado ao juiz competente dos autos ter o agente praticado o fato nas condi-
o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não ções previstas nos incisos I, II e III do caputdo art. 23
informe o nome de seu advogado, cópia integral para do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
a Defensoria Pública. - Código Penal.” (NR)

26
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou dene- § 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposi-
gar a prisão preventiva será sempre motivada.” (NR) ções do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumula-
da com outras medidas cautelares.” (NR)
“CAPÍTULO IV “Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será co-
DA PRISÃO DOMICILIAR” municada pelo juiz às autoridades encarregadas de
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-
“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento -se o indiciado ou acusado para entregar o passapor-
do indiciado ou acusado em sua residência, só poden- te, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.” (NR)
do dela ausentar-se com autorização judicial.” (NR) “Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a de-
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva cretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder
pela domiciliar quando o agente for: liberdade provisória, impondo, se for o caso, as me-
I - maior de 80 (oitenta) anos; didas cautelares previstas no art. 319 deste Código e
II - extremamente debilitado por motivo de doença observados os critérios constantes do art. 282 deste
grave; Código.
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa I - (revogado)
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; II - (revogado).” (NR)
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez “Art. 322. A autoridade policial somente poderá conce-
ou sendo esta de alto risco. der fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste arti- Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será re-
go.” (NR) querida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
horas.” (NR)
“CAPÍTULO V “Art. 323. Não será concedida fiança:
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES” I - nos crimes de racismo;
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpe-
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: centes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e crimes hediondos;
nas condições fixadas pelo juiz, para informar e jus- III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis
tificar atividades; ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
II - proibição de acesso ou frequência a determina- Democrático;
dos lugares quando, por circunstâncias relacionadas IV - (revogado);
ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer V - (revogado).” (NR)
distante desses locais para evitar o risco de novas “Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
infrações; I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
III - proibição de manter contato com pessoa deter- fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
minada quando, por circunstâncias relacionadas ao motivo justo, qualquer das obrigações a que se refe-
fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer rem os arts. 327 e 328 deste Código;
distante; II - em caso de prisão civil ou militar;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a III - (revogado);
permanência seja conveniente ou necessária para a IV - quando presentes os motivos que autorizam a de-
investigação ou instrução; cretação da prisão preventiva (art. 312).” (NR)
V - recolhimento domiciliar no período noturno e “Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autorida-
nos dias de folga quando o investigado ou acusado de que a conceder nos seguintes limites:
tenha residência e trabalho fixos; a) (revogada);
VI - suspensão do exercício de função pública ou b) (revogada);
de atividade de natureza econômica ou financeira c) (revogada).
quando houver justo receio de sua utilização para a I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se
prática de infrações penais; tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
de crimes praticados com violência ou grave amea- II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos,
ça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou quando o máximo da pena privativa de liberdade co-
semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver minada for superior a 4 (quatro) anos.
risco de reiteração; § 1o Se assim recomendar a situação econômica do
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para asse- preso, a fiança poderá ser:
gurar o comparecimento a atos do processo, evitar a I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
obstrução do seu andamento ou em caso de resistên- II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
cia injustificada à ordem judicial; III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
IX - monitoração eletrônica. § 2o (Revogado):
§ 1o (Revogado). I - (revogado);
§ 2o (Revogado). II - (revogado);
§ 3o (Revogado). III - (revogado).” (NR)

27
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não “Art. 289-A. O juiz competente providenciará o ime-
transitar em julgado a sentença condenatória.” (NR) diato registro do mandado de prisão em banco de da-
“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade poli- dos mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para
cial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, essa finalidade.
poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o § 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) determinada no mandado de prisão registrado no
horas.” (NR) Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da com-
“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança petência territorial do juiz que o expediu.
servirão ao pagamento das custas, da indenização do § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for decretada, ainda que sem registro no Conselho Na-
condenado. cional de Justiça, adotando as precauções necessárias
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda para averiguar a autenticidade do mandado e comu-
no caso da prescrição depois da sentença condenató- nicando ao juiz que a decretou, devendo este provi-
ria (art. 110 do Código Penal).” (NR) denciar, em seguida, o registro do mandado na forma
“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou pas- do caput deste artigo.
sar em julgado sentença que houver absolvido o acu- § 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz
sado ou declarada extinta a ação penal, o valor que do local de cumprimento da medida o qual providen-
a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, ciará a certidão extraída do registro do Conselho Na-
salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste cional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.
Código.” (NR) § 4o O preso será informado de seus direitos, nos ter-
“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o mos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e,
acusado: caso o autuado não informe o nome de seu advogado,
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar será comunicado à Defensoria Pública.
de comparecer, sem motivo justo; § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao an-
legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identi-
damento do processo;
dade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativa-
deste Código.
mente com a fiança;
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
registro do mandado de prisão a que se refere o caput
V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR)
deste artigo.”
“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança im-
portará na perda de metade do seu valor, cabendo
ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após
cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão a data de sua publicação oficial.
preventiva.” (NR)
“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor Art. 4o São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313,
da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar os §§ 1o a 3o do art. 319, os incisos I e II do art. 321,
para o início do cumprimento da pena definitivamen- os incisos IV e V do art. 323, o inciso III do art. 324, o
te imposta.” (NR) § 2o e seus incisos I, II e III do art. 325 e os arts. 393
“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, de- e595, todos do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro
duzidas as custas e mais encargos a que o acusado es- de 1941 - Código de Processo Penal.
tiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário,
na forma da lei.” (NR) Brasília, 4 de maio de 2011; 190o da Independência e
“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as 123o da República.
deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor DILMA ROUSSEFF
restante será recolhido ao fundo penitenciário, na for-
ma da lei.” (NR) Princípio da necessidade
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, ve-
rificando a situação econômica do preso, poderá con- Princípio da menor ingerência possível. Princípio se-
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

ceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obriga- gundo o qual, nas suas relações, a administração pública
ções constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a deve adotar os meios menos onerosos para os particu-
outras medidas cautelares, se for o caso. lares.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem
motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas im- Prisão Especial
postas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste
Código.” (NR) É o direito conferido a determinadas pessoas em
“Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado cons- razão da função desempenhada, enquanto estiverem na
tituirá serviço público relevante e estabelecerá presun- condição de presos provisórios.
ção de idoneidade moral.” (NR) O status de preso especial confere ao detento o di-
reito de ser recolhido em local distinto da prisão comum,
Art. 2o O Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 e não havendo estabelecimento específico para o preso
- Código de Processo Penal, passa a vigorar acrescido especial, o mesmo ficará em cela separada dentro do es-
do seguinte art. 289-A: tabelecimento penal comum.

28
Destarte dispõe o Código Processual Penal as pessoas A Liberdade Provisória se funda no inciso LXVI do
que possuem esse privilégio: artigo 5° da Constituição Federal da República, e se
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão espe- caracteriza pela liberdade concedida pelo magistrado
cial, à disposição da autoridade competente, quando em caráter temporário. Desta forma, poderá o indicia-
sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: do aguardar o julgamento em liberdade com ou sem o
I - os ministros de Estado; pagamento de fiança. Assim, o indivíduo acusado de ter
II - os governadores ou interventores de Estados ou cometido a infração penal não será recolhido à prisão, e
Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respecti- se for, será posto em liberdade em seguida.
vos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores Este instituto visa evitar a prisão antes do trânsito em
e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, julgado da sentença penal condenatória e resguardar as
de 11.6.1957) garantias constitucionais de liberdade individual.
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conse- A Liberdade Provisória poderá ocorrer com ou sem o
lho de Economia Nacional e das Assembleias Legisla- pagamento da fiança.
tivas dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”; Fiança
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação A fiança é uma garantia do cumprimento das obri-
dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) gações do réu durante todo o processo penal, sendo
VI - os magistrados; também um direito inerente ao mesmo previsto cons-
VII - os diplomados por qualquer das faculdades supe- titucionalmente.
riores da República; A Liberdade provisória será concedida sem a fiança
VIII - os ministros de confissão religiosa; no caso em que a infração praticada for um crime de
IX - os ministros do Tribunal de Contas; menor potencial ofensivo, consoante disposição do ar-
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamen- tigo 69, Parágrafo Único da Lei 9099 de 1995; se a pena
te a função de jurado, salvo quando excluídos da lista aplicada à infração praticada não for de prisão ou se for,
por motivo de incapacidade para o exercício daquela que esta não seja superior a seis meses, de acordo com
função; o artigo 321 do Código de Processo Penal; se o agente
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Esta- praticou o crime acobertado por uma das excludentes
dos e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada pela da ilicitude previstas no artigo 23 do Código Penal Bra-
Lei nº 5.126, de 20.9.1966) sileiro, mesmo sendo o crime inafiançável, como prevê o
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em artigo 310 do Código de Processo Penal; e por finalmen-
outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento te se o juiz verificar a ausência dos requisitos da Prisão
em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei Preventiva, em qualquer crime.
nº 10.258, de 11.7.2001) A Liberdade concedida com o pagamento de fiança,
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o como dito anteriormente, é a liberdade concedida ao
preso especial, este será recolhido em cela distinta do réu mediante o pagamento de uma caução em dinheiro
mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, como uma garantia de que este irá cumprir com suas
de 11.7.2001) obrigações processuais.
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento A Constituição Federal, dispõe em seu texto os crimes
coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do inafiançáveis existentes no nosso ordenamento jurídico,
ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, são eles: os crimes de Racismo, Ação de Grupos Terroris-
insolação e condicionamento térmico adequados à tas Armados e os Crimes Hediondos. Contudo, o Código
existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de Processual Penal, diz serem inafiançáveis os crimes pu-
11.7.2001) nidos com reclusão e com pena mínima superior a dois
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente anos.
com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de Frise-se que não será concedida fiança se o réu for
11.7.2001) reincidente em crime doloso; se em qualquer caso, for
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial ocioso; nos crimes punidos com reclusão, que provo-
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

serão os mesmos do preso comum. quem clamor público ou que tenham sido cometidos com
violência ou grave ameaça contra a pessoa.
Não havendo estabelecimento adequado para se efe-
tivar a prisão especial, O PRESO PODERÁ SER COLOCA-
DO EM PRISÃO PROVISÓRIA DOMICILIAR, por delibera- #FicaDica
ção do magistrado, ouvido o MP (Lei nº 5.256/67).
O artigo 301 o CPP preconiza que qualquer
do povo pode prender quem seja encontra-
Liberdade Provisória
do em flagrante delito. Já para autoridades
policiais esta norma é um dever.
A liberdade provisória é instituto que se presta a
combater a prisão em flagrante legal.
A liberdade provisória é uma “moeda de troca”, con-
cedida mediante determinados requisitos, com ônus ao
acusado para que se livre da prisão cautelar.

29
TÍTULO IX Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará ex-
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LI- pedir o respectivo mandado.
BERDADE PROVISÓRIA Parágrafo único. O mandado de prisão:
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autori-
dade;
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Tí- b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu
tulo deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação nome, alcunha ou sinais característicos;
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a in- d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando
vestigação ou a instrução criminal e, nos casos expres- afiançável a infração;
samente previstos, para evitar a prática de infrações e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe
penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). execução.
II - adequação da medida à gravidade do crime, cir- Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e
cunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado o executor entregará ao preso, logo depois da prisão,
ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). um dos exemplares com declaração do dia, hora e lu-
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas iso- gar da diligência. Da entrega deverá o preso passar
lada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou
de 2011). não puder escrever, o fato será mencionado em decla-
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, ração, assinada por duas testemunhas.
de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exi-
curso da investigação criminal, por representação da bição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em
autoridade policial ou mediante requerimento do Mi- tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que
nistério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). tiver expedido o mandado.
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que
de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carce-
de medida cautelar, determinará a intimação da parte reiro, a quem será entregue cópia assinada pelo exe-
contrária, acompanhada de cópia do requerimento e cutor ou apresentada a guia expedida pela autoridade
das peças necessárias, permanecendo os autos em ju- competente, devendo ser passado recibo da entrega
ízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). do preso, com declaração de dia e hora.
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obri- Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no pró-
gações impostas, o juiz, de ofício ou mediante reque- prio exemplar do mandado, se este for o documento
rimento do Ministério Público, de seu assistente ou do exibido.
querelante, poderá substituir a medida, impor outra Art. 289. Quando o acusado estiver no território na-
em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão cional, fora da jurisdição do juiz processante, será de-
preventiva (art. 312, parágrafo único). (Incluído pela precada a sua prisão, devendo constar da precatória
Lei nº 12.403, de 2011). o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº
§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou subs- 12.403, de 2011).
tituí-la quando verificar a falta de motivo para que § 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a pri-
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem são por qualquer meio de comunicação, do qual de-
razões que a justifiquem. (Incluído pela Lei nº 12.403, verá constar o motivo da prisão, bem como o valor
de 2011). da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403,
§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não de 2011).
for cabível a sua substituição por outra medida cau- § 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará
telar (art. 319). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). as precauções necessárias para averiguar a autenti-
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagran- cidade da comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403,
te delito ou por ordem escrita e fundamentada da au- de 2011).
toridade judiciária competente, em decorrência de sen- § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção
tença condenatória transitada em julgado ou, no curso do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, con-
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

da investigação ou do processo, em virtude de prisão tados da efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº
temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela 12.403, de 2011).
Lei nº 12.403, de 2011). Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imedia-
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não to registro do mandado de prisão em banco de dados
se aplicam à infração a que não for isolada, cumula- mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa
tiva ou alternativamente cominada pena privativa de finalidade. c (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a pri-
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e são determinada no mandado de prisão registrado
a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da
à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela Lei nº competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído
12.403, de 2011). pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, sal- § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
vo a indispensável no caso de resistência ou de tenta- decretada, ainda que sem registro no Conselho Na-
tiva de fuga do preso. cional de Justiça, adotando as precauções necessárias

30
para averiguar a autenticidade do mandado e comu- te, o executor convocará duas testemunhas e, sendo
nicando ao juiz que a decretou, devendo este provi- dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se
denciar, em seguida, o registro do mandado na forma preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de ao morador, se não for atendido, fará guardar todas
2011). as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
do local de cumprimento da medida o qual providen- Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar
ciará a certidão extraída do registro do Conselho Na- o réu oculto em sua casa será levado à presença da
cional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. autoridade, para que se proceda contra ele como for
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). de direito.
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos ter- Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-
mos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, -á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável.
caso o autuado não informe o nome de seu advogado, Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão espe-
será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela cial, à disposição da autoridade competente, quando
Lei nº 12.403, de 2011). sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a I - os ministros de Estado;
legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identi- II - os governadores ou interventores de Estados ou
dade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respecti-
deste Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). vos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181,
registro do mandado de prisão a que se refere o ca- de 11.6.1957)
put deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - os membros do Parlamento Nacional, do Conse-
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao territó- lho de Economia Nacional e das Assembléias Legisla-
rio de outro município ou comarca, o executor poderá tivas dos Estados;
efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apre- IV - os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
sentando-o imediatamente à autoridade local, que, V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos
depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação
providenciará para a remoção do preso. dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição VI - os magistrados;
do réu, quando: VII - os diplomados por qualquer das faculdades su-
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrup- periores da República;
ção, embora depois o tenha perdido de vista; VIII - os ministros de confissão religiosa;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, IX - os ministros do Tribunal de Contas;
que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente
qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por
encalço. motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos
razões para duvidar da legitimidade da pessoa do exe- Estados e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada
cutor ou da legalidade do mandado que apresentar, pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966)
poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclare- § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em
cida a dúvida. outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender- em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei
-se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer nº 10.258, de 11.7.2001)
do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acom- § 2o Não havendo estabelecimento específico para o
panhá-lo. preso especial, este será recolhido em cela distinta do
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258,
resistência à prisão em flagrante ou à determinada de 11.7.2001)
por autoridade competente, o executor e as pessoas § 3o A cela especial poderá consistir em alojamento
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do
para defender-se ou para vencer a resistência, do que ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração,
tudo se lavrará auto subscrito também por duas tes- insolação e condicionamento térmico adequados à
temunhas. existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em 11.7.2001)
mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares § 4o O preso especial não será transportado juntamente
preparatórios para a realização do parto e durante o com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
trabalho de parto, bem como em mulheres durante o 11.7.2001)
período de puerpério imediato. (Redação dada pela Lei § 5o Os demais direitos e deveres do preso especial
nº 13.434, de 2017) serão os mesmos do preso comum. (Incluído pela Lei
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com se- nº 10.258, de 11.7.2001)
gurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for pos-
casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da sível, serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos
ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamen- militares, de acordo com os respectivos regulamentos.

31
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedi- § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não
do pela autoridade judiciária, a autoridade policial souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em
poderá expedir tantos outros quantos necessários às flagrante será assinado por duas testemunhas, que
diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Reda-
teor do mandado original. ção dada pela Lei nº 11.113, de 2005)
Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista deverá constar a informação sobre a existência de
de mandado judicial, por qualquer meio de comuni- filhos, respectivas idades e se possuem alguma defi-
cação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a ciência e o nome e o contato de eventual responsável
requisição, as precauções necessárias para averiguar pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
a autenticidade desta. (Redação dada pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
12.403, de 2011). Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
separadas das que já estiverem definitivamente con- auto, depois de prestado o compromisso legal.
denadas, nos termos da lei de execução penal. (Reda- Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011). se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, competente, ao Ministério Público e à família do preso
após a lavratura dos procedimentos legais, será reco- ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei
lhido a quartel da instituição a que pertencer, onde fi- nº 12.403, de 2011).
cará preso à disposição das autoridades competentes. § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realiza-
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). ção da prisão, será encaminhado ao juiz competente o
auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não in-
CAPÍTULO II forme o nome de seu advogado, cópia integral para a
DA PRISÃO EM FLAGRANTE Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, me-
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
diante recibo, a nota de culpa, assinada pela autorida-
policiais e seus agentes deverão prender quem quer
de, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os
que seja encontrado em flagrante delito.
das testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
de 2011).
I - está cometendo a infração penal;
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença
II - acaba de cometê-la;
da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
funções, constarão do auto a narração deste fato, a
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os
faça presumir ser autor da infração; depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele remetido imediatamente ao juiz a quem couber to-
autor da infração. mar conhecimento do fato delituoso, se não o for a
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o autoridade que houver presidido o auto.
agente em flagrante delito enquanto não cessar a Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que
permanência. se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresen-
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade compe- tado à do lugar mais próximo.
tente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto
sua assinatura, entregando a este cópia do termo e em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão
recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à em flagrante.
oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante,
interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada
é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas pela Lei nº 12.403, de 2011).
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) 12.403, de 2011).
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê- quando presentes os requisitos constantes do art. 312
-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de deste Código, e se revelarem inadequadas ou insufi-
prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou cientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
processo, se para isso for competente; se não o for, (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
enviará os autos à autoridade que o seja. III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas em flagrante, que o agente praticou o fato nas condi-
que hajam testemunhado a apresentação do preso à ções constantes dos incisos I a III do caput do art. 23
autoridade. do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder

32
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de CAPÍTULO IV
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena DA PRISÃO DOMICILIAR
de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
2011).
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento
CAPÍTULO III do indiciado ou acusado em sua residência, só poden-
DA PRISÃO PREVENTIVA do dela ausentar-se com autorização judicial. (Reda-
(Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967) ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada
do processo penal, caberá a prisão preventiva decre- pela Lei nº 12.403, de 2011).
tada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº
a requerimento do Ministério Público, do querelante 12.403, de 2011).
ou do assistente, ou por representação da autoridade II - extremamente debilitado por motivo de doença
policial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
como garantia da ordem pública, da ordem econômi- menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
ca, por conveniência da instrução criminal, ou para (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
prova da existência do crime e indício suficiente de 2016)
autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
decretada em caso de descumprimento de qualquer das
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cui-
obrigações impostas por força de outras medidas caute-
dados do filho de até 12 (doze) anos de idade incom-
lares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
pletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá
admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011). CAPÍTULO V
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo nas condições fixadas pelo juiz, para informar e jus-
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução tificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403,
das medidas protetivas de urgência; (Redação dada de 2011).
pela Lei nº 12.403, de 2011). II - proibição de acesso ou frequência a determinados
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao
Parágrafo único. Também será admitida a prisão pre- fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distan-
ventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil te desses locais para evitar o risco de novas infrações;
da pessoa ou quando esta não fornecer elementos su- (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
ficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser coloca- III - proibição de manter contato com pessoa determi-
do imediatamente em liberdade após a identificação, nada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato,
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da deva o indiciado ou acusado dela permanecer distan-
medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). te; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes a permanência seja conveniente ou necessária para
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do De- 12.403, de 2011).
creto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código V - recolhimento domiciliar no período noturno e
Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). nos dias de folga quando o investigado ou acusado
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei
a prisão preventiva será sempre motivada. (Redação nº 12.403, de 2011).
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). VI - suspensão do exercício de função pública ou de
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva atividade de natureza econômica ou financeira quan-
se, no correr do processo, verificar a falta de motivo do houver justo receio de sua utilização para a prática
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada 2011).
pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)

33
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado
de crimes praticados com violência ou grave ameaça, fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
quando os peritos concluírem ser inimputável ou se- motivo justo, qualquer das obrigações a que se refe-
mi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco rem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada
de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para asse- II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada
gurar o comparecimento a atos do processo, evitar a pela Lei nº 12.403, de 2011).
obstrução do seu andamento ou em caso de resistên- III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
cia injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº IV - quando presentes os motivos que autorizam a
12.403, de 2011). decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
12.403, de 2011). Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade
§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposi- 2011).
ções do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumula- b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
da com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei 2011).
nº 12.403, de 2011). c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será co- 2011).
municada pelo juiz às autoridades encarregadas de I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando- se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade,
-se o indiciado ou acusado para entregar o passapor- no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
te, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos,
quando o máximo da pena privativa de liberdade co-
CAPÍTULO VI minada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIAN- Lei nº 12.403, de 2011).
ÇA § 1o Se assim recomendar a situação econômica do
preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a de- 12.403, de 2011).
cretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Re-
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as me- dação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
didas cautelares previstas no art. 319 deste Código e II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
observados os critérios constantes do art. 282 deste (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá con- I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
ceder fiança nos casos de infração cuja pena pri- II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
vativa de liberdade máxima não seja superior a 4 III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011). Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a auto-
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será re- ridade terá em consideração a natureza da infração,
querida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculo-
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada sidade, bem como a importância provável das custas
pela Lei nº 12.403, de 2011). do processo, até final julgamento.
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afian-
nº 12.403, de 2011). çado a comparecer perante a autoridade, todas as
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entor- vezes que for intimado para atos do inquérito e da
pecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu
como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº não comparecer, a fiança será havida como quebrada.
12.403, de 2011). Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis quebramento da fiança, mudar de residência, sem
ou militares, contra a ordem constitucional e o Esta- prévia permissão da autoridade processante, ou au-
do Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, sentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência,
de 2011). sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). encontrado.
V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia,
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: haverá um livro especial, com termos de abertura e
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). de encerramento, numerado e rubricado em todas as

34
suas folhas pela autoridade, destinado especialmente Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível
aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escri- na espécie será cassada em qualquer fase do processo.
vão e assinado pela autoridade e por quem prestar a Art. 339. Será também cassada a fiança quando reco-
fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos nhecida a existência de delito inafiançável, no caso de
autos. inovação na classificação do delito.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança
previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos. insuficiente;
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consis- II - quando houver depreciação material ou pereci-
tirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais mento dos bens hipotecados ou caucionados, ou de-
preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual preciação dos metais ou pedras preciosas;
ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lu- III - quando for inovada a classificação do delito.
gar. Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou será recolhido à prisão, quando, na conformidade des-
metais preciosos será feita imediatamente por perito te artigo, não for reforçada.
nomeado pela autoridade. Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o
§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos acusado: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
da dívida pública, o valor será determinado pela sua I - regularmente intimado para ato do processo, deixar
cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á de comparecer, sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº
prova de que se acham livres de ônus. 12.403, de 2011).
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será reco- II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao an-
lhido à repartição arrecadadora federal ou estadual, damento do processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
ou entregue ao depositário público, juntando-se aos 2011).
autos os respectivos conhecimentos. III - descumprir medida cautelar imposta cumulativa-
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não mente com a fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao es- 2011).
crivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Inclu-
e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que ído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela
de fiança. Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será compe- Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em
tente para conceder a fiança a autoridade que presidir que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em
ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, todos os seus efeitos
o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judici- Art. 343. O quebramento injustificado da fiança im-
ária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão. portará na perda de metade do seu valor, cabendo ao
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será con- juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cau-
cedida independentemente de audiência do Ministério telares ou, se for o caso, a decretação da prisão pre-
Público, este terá vista do processo a fim de requerer o ventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
que julgar conveniente. Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar
transitar em julgado a sentença condenatória. (Reda- para o início do cumprimento da pena definitivamente
ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011). imposta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade poli- Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, de-
cial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, duzidas as custas e mais encargos a que o acusado
poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciá-
juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) rio, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

servirão ao pagamento das custas, da indenização do deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor
dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu restante será recolhido ao fundo penitenciário, na for-
for condenado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de ma da lei. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
2011). Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o sal-
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda do será entregue a quem houver prestado a fiança,
no caso da prescrição depois da sentença condenató- depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver
ria (art. 110 do Código Penal). (Redação dada pela Lei obrigado.
nº 12.403, de 2011). Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido presta-
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou pas- da por meio de hipoteca, a execução será promovida
sar em julgado sentença que houver absolvido o acu- no juízo cível pelo órgão do Ministério Público.
sado ou declarada extinta a ação penal, o valor que Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou
a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, metais preciosos, o juiz determinará a venda por lei-
salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste loeiro ou corretor.
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

35
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, ve-
rificando a situação econômica do preso, poderá con-
ceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obriga-
HORA DE PRATICAR!
ções constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e
1.(PC – SP - Auxiliar de necropsia – VUNESP – 2014- )
a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação
De acordo com o Código de Processo Penal, salvo se
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem
que possa ser feita antes, quantas horas é necessário
motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas im-
aguardar como regra geral após o óbito para a realiza-
postas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste
ção da autópsia?
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
a) Quatro.
b) Três.
c) Cinco.
d) Duas.
e) Seis.

2. (PC – SP - Delegado - VUNESP – 2014 -) No processo


penal, a prova produzida durante o inquérito policial

a) pode ser utilizada por qualquer das partes, bem como


pelo juiz.
b) tem o mesmo valor que a prova produzida judicial-
mente.
c) pode ser utilizada somente pelo juiz.
d) não tem valor legal.
e) deverá ser sempre ratificada judicialmente para ter va-
lor legal.

3. (PC – SP - Delegado - VUNESP – 2014 ) A respeito


do direito ao silêncio do acusado no inquérito policial, é
correto afirmar que

a) não importará em confissão, mas em presunção de


culpabilidade.
b) importará em confissão.
c) importará em confissão, exceto se o acusado manifes-
tar o direito constitucional de somente falar em juízo.
d) não importará em confissão, entretanto, poderá cons-
tituir elemento para formação do convencimento do
juiz em eventual processo penal.
e) não importará em confissão.

4. (PC – SP - Delegado - VUNESP – 2014) Em relação ao


tema prisão, é correto afirmar que

a) o emprego de força para a realização da prisão será


permitido sempre que a autoridade policial julgar ne-
cessário, não existindo restrição legal.
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

b) a prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qual-


quer hora, respeitadas as restrições relativas à inviola-
bilidade de domicílio.
c) a prisão cautelar somente ocorre durante o inquérito
policial.
d) em todas as suas hipóteses, é imprescindível a existên-
cia de mandado judicial prévio.
e) a prisão preventiva somente ocorre durante o proces-
so judicial.

36
5. (PC – SP - Escrivão de Polícia - VUNESP – 2014) 7. (PC – SP - Escrivão de Polícia - VUNESP – 2014) A
Analise as três afirmativas propostas a seguir e coloque prisão domiciliar, nos termos do quanto prescreve o art.
(V) para verdadeira ou (F) para falsa. 317 do CPP, consiste no recolhimento do indiciado ou
acusado em
I. O auto de prisão em flagrante, de acordo com o art.
305 do CPP, só não será lavrado pelo escrivão de polícia a) casa do albergado, devendo ficar recluso no período
mediante falta ou impedimento, e desde que prestado noturno e finais de semana.
compromisso legal pela pessoa designada pela autori- b) colônia penal agrícola, em quarto separado dos de-
dade para tanto. mais detidos.
II. O termo de fiança, diante do quanto determina o art. c) unidade prisional de segurança média, com possibili-
329 do CPP, será lavrado pela autoridade e assinado pelo dade de saídas diárias.
escrivão e por quem for admitido a prestá-la. d) sua residência, só podendo dela ausentar-se com au-
III. O valor em que consistir a fiança, nos termos do quan- torização judicial.
to prescreve o art. 331 do CPP, será recolhido à repar- e) sala de estado maior.
tição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao
depositário público, juntando-se aos autos os respecti- 8.(PC – SP - Investigador de Polícia – VUNESP – 2014)
vos conhecimentos. Nos lugares em que o depósito não O Código de Processo Penal considera, entre outros,
se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao es- como meios de prova:
crivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e
dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino já citado, a) reconhecimento de coisas; investigação policial; inqui-
sendo que tudo constará do termo de fiança. rição de testemunha; retrato falado.
b) busca e apreensão; retrato falado; interrogatório do
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta acusado; confissão.
de cima para baixo. c) reconhecimento de pessoas; reconhecimento de coi-
sas; confissão; acareação.
a) F; F; V d) interrogatório do acusado; retrato falado; reconheci-
b) V; F; F mento de pessoas; acareação.
c) F; F; F e) investigação policial; interrogatório do acusado; con-
d) V; V; V fissão; acareação.
e) V; F; V
9. (PC – SP - Investigador de Polícia – VUNESP – 2014)
6. (PC – SP - Escrivão de Polícia - VUNESP – 2014)No Um estabelecimento comercial foi roubado, sendo sub-
que concerne à prisão preventiva e às autoridades encar- traídos vários objetos de valor. A viatura de um Inves-
regadas de funcionar em procedimentos criminais, o Juiz, tigador de Polícia, que passava pelo local, foi acionada
o Promotor de Justiça (órgão do Ministério Público) e o por populares que presenciaram o roubo e relataram
Delegado de Polícia (autoridade policial) podem, respec- o ocorrido. Após algumas horas, durante o trabalho de
tivamente, de acordo com os poderes distribuídos pelo investigação policial, em diligência nas proximidades do
art. 311 do CPP, local do fato, o investigador surpreende um cidadão com
a arma do crime e com vários objetos roubados, sendo
a) decretar de ofício ou mediante representação; apenas este ainda reconhecido pelas vítimas. Diante dessa situa-
requerer a decretação; apenas representar pela de- ção, assinale a alternativa correta.
cretação.
b) decretar de ofício ou mediante representação; decre- a) Não é possível a prisão em flagrante, pois o criminoso
tar mediante representação da vítima ou autoridade não foi surpreendido no momento e no local da prá-
policial; decretar mediante representação da vítima. tica do crime.
c) decretar apenas mediante representação; decretar b) É possível a prisão em flagrante, porém apenas por
mediante representação da vítima; apenas representar determinação do juiz competente.
pela decretação. c) O cidadão somente poderá ser preso preventivamente
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

d) decretar apenas mediante representação do Promotor pela autoridade policial ou judiciária, não se admitin-
de Justiça; decretar mediante representação da vítima; do a prisão em flagrante.
apenas representar pela decretação com concordân- d) Há possibilidade de prisão em flagrante em razão de o
cia da vítima. cidadão ter sido encontrado, logo depois, com a arma
e) decretar apenas mediante representação; apenas re- e objetos que faziam presumir ser ele autor da infra-
querer a decretação; apenas representar pela decre- ção.
tação. e) O investigador deverá acionar a Polícia Militar, pois so-
mente esta poderá efetuar a prisão em flagrante.

37
10. (PC – SP - Investigador de Polícia – VUNESP – 2014 )
A prisão preventiva
GABARITO
a) é decretada pelo juiz.
b) somente poderá ser decretada como garantia da or- 1 E
dem pública.
c) não poderá ser revogada pelo juiz. 2 A
d) poderá ser decretada pelo delegado de polícia. 3 E
e) é admitida para qualquer crime ou contravenção. 4 B
11. (PC – SP - Perito Criminal – VUNESP – 2014) As 5 E
questões de números 19 a 21 referem-se às normas do 6 A
Código de Processo Penal. 7 D
19. No tocante ao tema “Inquérito policial”, é correto afir-
mar que 8 C
9 D
a) os instrumentos do crime, bem como os objetos que
10 A
interessarem à prova, não acompanharão os autos do
inquérito. 11 B
b) o inquérito acompanhará a denúncia ou queixa, sem- 12 C
pre que servir de base a uma ou outra.
c) a autoridade policial tem o dever de determinar a rea-
lização das diligências requeridas pelo indiciado, bem
como pelo ofendido, em observância ao princípio do
contraditório e da ampla defesa.
d) o Ministério Público pode requisitar a devolução do
inquérito à autoridade policial para novas diligências,
mesmo havendo elementos suficientes ao ofereci-
mento da denúncia, pelos critérios de conveniência e
oportunidade.
e) a autoridade policial pode mandar arquivar autos de
inquérito, em casos de inexistência de prova da auto-
ria ou da materialidade.

12. (PC – SP - Perito Criminal – VUNESP – 2014) Con-


soante o tema “Exame do corpo de delito e perícias em
geral”, assinale a alternativa correta.

a) Na falta de peritos oficiais, o exame será realizado por


duas pessoas idôneas, portadoras ou não de diploma
de curso superior, obrigatoriamente com habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame.
b) A decisão do juiz ficará adstrita ao laudo, não podendo
rejeitá-lo, no todo ou em parte.
c) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemu-
nhal poderá suprir-lhe a falta.
d) Tanto os peritos oficiais quanto os peritos não oficiais
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

devem prestar o compromisso de bem e fielmente de-


sempenhar o encargo.
e) O exame de corpo de delito deverá ser feito das seis
horas às vinte horas de qualquer dia da semana.

38
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Lei Federal n.º 7.960/1989 (Lei de Prisão Temporária)............................................................................................................................ 01


Lei Federal n.º 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro) e Resolução n.º 160 de 22 de abril de 2004 do
Contran.......................................................................................................................................................................................................... 05
Lei Federal n.º 9.099/1995, (Lei dos Juizados Especiais Criminais): artigos 60 a 76 58
Lei Federal n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha): artigos 1.º a 24-A e 41......................................................................... 60
Lei Federal n.º 11.343/2006 (Lei de Drogas): artigos 28 a 41................................................................................................... 64
Lei Federal n.º 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente): artigos 103 a 105 e 112 a 125........................ 66
Lei Federal n.º 10.741/2003 (Estatuto do Idoso): artigos 1º a 7º e 93 a 108...................................................................... 70
Lei Federal n.º 9.455/1997 (Lei de Tortura)...................................................................................................................................... 73
Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo (Lei Complementar n.º 207/1979, Lei Complementar n.º
922/2002....................................................................................................................................................................................................... 77
Lei Complementar n.º 1.151/11 e Lei n.º 1.249/2014)................................................................................................................. 98
Lei Federal n.º 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) e Decreto Estadual n.º 58.052 de 16.05.2012.............. 112
Lei Federal n.º 12.830/2013................................................................................................................................................................... 131
Lei Estadual n.º 10.261/1968 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo)........................... 131
§ 1o  Resultando das respostas fundada a suspeita con-
LEI FEDERAL N.º 7.960/1989 (LEI DE PRISÃO
tra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à
TEMPORÁRIA)
prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar
fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou proces-
PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA so, se para isso for competente; se não o for, enviará os
autos à autoridade que o seja.
A prisão pode ocorrer de duas formas: § 2o  A falta de testemunhas da infração não impedirá
a) “A primeira refere -se ao cumprimento de pena o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o
por parte de pessoa definitivamente condenada a condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas
quem foi imposta pena privativa de liberdade na que hajam testemunhado a apresentação do preso à
sentença. Essa forma de prisão, denominada prisão autoridade.
pena, é regulamentada na Parte Geral do Código § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não sou-
Penal (arts. 32 a 42) e também pela Lei de Execu- ber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagran-
ções Penais (Lei n. 7.210/84). Seu cumprimento se te será assinado por duas testemunhas, que tenham
dá em regime fechado, semiaberto ou aberto, po- ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada
dendo o réu progredir de regime mais severo para
pela Lei nº 11.113, de 2005)
os mais brandos após o cumprimento de parte da
§ 4o  Da lavratura do auto de prisão em flagrante de-
pena e desde que tenha demonstrado méritos para
verá constar a informação sobre a existência de filhos,
a progressão” (REIS, GONÇALVES, 2016, p. 449).
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e
b) “Em segundo lugar existe a prisão processual, de-
o nome e o contato de eventual responsável pelos cui-
cretada quando existe a necessidade de segrega-
dados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído
ção cautelar do autor do delito durante as investi-
pela Lei nº 13.257, de 2016)
gações ou o tramitar da ação penal por razões que
Art. 305.  Na falta ou no impedimento do escrivão,
a própria legislação processual elenca. Esta moda-
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
lidade de prisão, também chamada de provisória
auto, depois de prestado o compromisso legal.
ou cautelar, é regulamentada pelos arts. 282 a 318
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde
do Código de Processo Penal, bem como pela Lei
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
n. 7.960/89” (REIS, GONÇALVES, 2016, p. 449).
competente, ao Ministério Público e à família do preso
A prisão processual divide-se em três: I) prisão em
ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei
flagrante; II) prisão preventiva; III) prisão temporária.
nº 12.403, de 2011).
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realiza-
Prisão em flagrante
ção da prisão, será encaminhado ao juiz competente o
auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não in-
Prisão em flagrante é aquela para evitar a fuga no mo-
forme o nome de seu advogado, cópia integral para a
mento da consumação do delito e para levantar indícios
Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
que contribuirão com a futura deflagração do processo.
de 2011).
Vejamos a lei, sendo que após faremos uma tabela
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, me-
dos tipos de prisão em flagrante.
diante recibo, a nota de culpa, assinada pela autorida-
Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades
de, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os
policiais e seus agentes deverão prender quem quer
das testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
que seja encontrado em flagrante delito.
de 2011).
Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:
Art. 307.  Quando o fato for praticado em presença da
I - está cometendo a infração penal;
autoridade, ou contra esta, no exercício de suas fun-
II - acaba de cometê-la;
ções, constarão do auto a narração deste fato, a voz
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
de prisão, as declarações que fizer o preso e os de-
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
poimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela
faça presumir ser autor da infração;
autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, ar-
imediatamente ao juiz a quem couber tomar conheci-
mas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele au-
mento do fato delituoso, se não o for a autoridade que
tor da infração.
houver presidido o auto.
Art. 303.  Nas infrações permanentes, entende-se o
Art. 308.  Não havendo autoridade no lugar em que se
agente em flagrante delito enquanto não cessar a
tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado
permanência.
à do lugar mais próximo.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competen-
Art. 309.  Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

te, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua


liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em fla-
assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo
grante.
de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
das testemunhas que o acompanharem e ao interro-
juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela
gatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,
Lei nº 12.403, de 2011).
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinatu-
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº
ras, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação
12.403, de 2011).
dada pela Lei nº 11.113, de 2005)

1
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código,
e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições cons-
tantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos
processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Vejamos, neste momento, as modalidades de prisão em flagrante:

Flagrante próprio, real ou perfeito Art. 302, I e II do CPP


Flagrante impróprio, irreal ou quase flagrante Art. 302, III do CPP- (vide arts. 250 e 290 do CPP)
Flagrante presumido ou ficto Art. 302, IV do CPP
Flagrante facultativo Art. 301 do CPP
Flagrante obrigatório Art. 301 do CPP
Enquadra-se no artigo 302 do CPP quando tiver
Flagrante esperado (tocaia)
êxito
Súmula 145 do STF – será considerado crime
Flagrante preparado ou putativo
impossível (art. 17 do CP).
Flagrante forjado É ilegal, devendo-se relaxar a prisão em flagrante
1- Crime organizado: Delegado deve comunicar/
oficiar o juiz, que ouve o MP, decidindo assim
os limites da diligência (art. 8º, § 1º da Lei
12.850/13).

2- Tráfico de drogas: Necessita de prévia


Flagrante Postergado ou retardado autorização do juiz. Deve-se conhecer o itinerário
provável da droga e quem são os traficantes (art.
53, II da Lei 11.343/06).

3- Lavagem de dinheiro: Como nos outros casos,


necessita de prévia autorização do juiz após
oitiva do MP. (art. 4, B da Lei 9.613/98).
Caso o culpado se apresente na delegacia
confessando o crime, tornar-se-á impossível a
prisão em flagrante.
Flagrante por apresentação
O delegado poderá informar ao juízo para
decretação de prisão preventiva ou temporária,
obedecendo-se os requisitos legais.

#FicaDica
O relaxamento da prisão em flagrante ocorre quando há ilegalidade na mesma. Caso não haja ilegalidade,
o juiz irá homologar o flagrante, podendo converter em prisão preventiva ou prisão cautelar.
Em casos de crimes afiançáveis com pena máxima de 4 anos, a fiança poderá ser arbitrada pelo delegado
competente.

Prisão Preventiva
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de
ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por
representação da autoridade policial.   
A prisão preventiva poderá ser fundamentada em 4 possibilidades: garantia da ordem pública, da ordem econômi-
ca, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existên-
cia do crime e indício suficiente de autoria.

2
Importante ressaltar que a prisão preventiva também Medidas cautelares diversas da prisão
poderá ser decretada em caso de descumprimento de
qualquer das obrigações impostas por força de outras São medidas cautelares diversas da prisão:
medidas cautelares (art. 282, § 4o).    I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
decretação da prisão preventiva: atividades;  
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de II - proibição de acesso ou frequência a determinados
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;        lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distan-
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto te desses locais para evitar o risco de novas infrações;     
no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, III - proibição de manter contato com pessoa deter-
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; minada quando, por circunstâncias relacionadas ao
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo distante;    
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
das medidas protetivas de urgência; permanência seja conveniente ou necessária para a
Também será admitida a prisão preventiva quando investigação ou instrução;
houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos
quando esta não fornecer elementos suficientes para es- dias de folga quando o investigado ou acusado tenha
clarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente residência e trabalho fixos;     
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipóte- VI - suspensão do exercício de função pública ou de
se recomendar a manutenção da medida.       atividade de natureza econômica ou financeira quan-
Por fim, a prisão preventiva em nenhum caso será de- do houver justo receio de sua utilização para a prática
cretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos au- de infrações penais;  
tos ter o agente praticado o fato nas condições previstas VII - internação provisória do acusado nas hipóteses
nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei de crimes praticados com violência ou grave ameaça,
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. quando os peritos concluírem ser inimputável ou se-
mi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco
de reiteração;       
#FicaDica VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para asse-
gurar o comparecimento a atos do processo, evitar a
O juiz poderá revogar a prisão preventiva
obstrução do seu andamento ou em caso de resistên-
se, no correr do processo, verificar a falta
cia injustificada à ordem judicial;       
de motivo para que subsista, bem como de
IX - monitoração eletrônica.    
novo decretá-la, se sobrevierem razões que Importante ressaltar que a proibição de ausentar-se do
a justifiquem. País será comunicada pelo juiz às autoridades encar-
regadas de fiscalizar as saídas do território nacional,
Prisão Domiciliar intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o
passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.      
A prisão domiciliar consiste no recolhimento do in-
diciado ou acusado em sua residência, só podendo dela Liberdade provisória
ausentar-se com autorização judicial.    
Vejamos as possibilidades para a decretação da pri- Como visto anteriormente, em caso de ilegalidade da
são domiciliar: prisão em flagrante, deve-se relaxar a mesma. Caso essa
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva seja legal, poder-se-á converte-la em prisão preventiva,
pela domiciliar quando o agente for:  (Redação dada se presente os requisitos, ou poder-se-á aplicar medidas
pela Lei nº 12.403, de 2011). cautelares.
I - maior de 80 (oitenta) anos;  (Incluído pela Lei nº Não sendo necessária a prisão preventiva ou medidas
12.403, de 2011). cautelares, o juiz poderá conceder liberdade provisória
II - extremamente debilitado por motivo de doença ao acusado.
grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Liberdade provisória é o direito de permanecer em
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa liberdade após a prisão em flagrante legal.
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Modalidades:
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) I) Liberdade provisória sem fiança: a) Ocorre quando
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade o agente praticou “aparentemente” o crime em causas
incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) de excludente de ilicitude (art. 5º, LXVI da CF e art. 310,
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cui- parágrafo único do CPP); b) quando não se enquadrar os
dados do filho de até 12 (doze) anos de idade incom- requisitos para aplicação da prisão preventiva (art. 5º, LXVI
pletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) da CF e 321 do CPP); c) em crimes graves inafiançáveis (O
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá STF já decidiu que para os crimes inafiançáveis é possível
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste arti- a liberdade provisória sem fiança).
go. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

3
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de
#FicaDica 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.   (Incluído
Senadores, deputados, magistrados ou pela Lei nº 13.260, de 2016)
representantes do Ministério Público só Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz,
serão autuados em flagrante em casos de em face da representação da autoridade policial ou de
crimes inafiançáveis. requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de
5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso
de extrema e comprovada necessidade.
II) Liberdade provisória com fiança: Dever-se-á obser- § 1° Na hipótese de representação da autoridade poli-
var os requisitos dos artigos 327, 328, 341 do CPP e o cial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
pagamento da fiança. § 2° O despacho que decretar a prisão temporária de-
Importante ressaltar que não cabe liberdade provisória verá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo
com fiança nos crimes hediondos ou assemelhados. de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do rece-
Porém, conforme entendimento do STF, cabe liberdade bimento da representação ou do requerimento.
provisória sem fiança. § 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do
Ministério Público e do Advogado, determinar que o
preso lhe seja apresentado, solicitar informações e es-
#FicaDica clarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a
O delegado pode arbitrar fiança em crimes exame de corpo de delito.
com pena máxima de 4 anos de prisão. O § 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á
mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será
juiz, por sua vez, poderá arbitrar fiança em
entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
todos os casos, desde que permitido por lei.
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da
expedição de mandado judicial.
Prisão temporária § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará
o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição
Vejamos a lei de prisão temporária: Federal.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o
Art. 1° Caberá prisão temporária: preso deverá ser posto imediatamente em liberdade,
I - quando imprescindível para as investigações do in- salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
quérito policial; Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
sua identidade; 1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:
III - quando houver fundadas razões, de acordo com “Art. 4° ...............................................................
qualquer prova admitida na legislação penal, de auto- i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena
ria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: ou de medida de segurança, deixando de expedir em
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus
de liberdade;”
§§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias ha-
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); verá um plantão permanente de vinte e quatro horas
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus do Poder Judiciário e do Ministério Público para apre-
§§ 1°, 2° e 3°); ciação dos pedidos de prisão temporária.
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
o art. 223, caput, e parágrafo único);  (Vide Decreto- cação.
-Lei nº 2.848, de 1940) Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo úni-
co);   (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) EXERCÍCIOS COMENTADOS
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com
o art. 223 caput, e parágrafo único);  (Vide Decreto-Lei 1. (STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2018) No
nº 2.848, de 1940)
que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
para assegurar a liberdade, julgue o seguinte item.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

j) envenenamento de água potável ou substância ali-


mentícia ou medicinal qualificado pela morte (art.
270, caput, combinado com art. 285); A prisão preventiva poderá ser decretada no curso da in-
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; vestigação criminal ou em qualquer fase do processo pe-
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de nal apenas se houver requerimento do Ministério Público
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; ou da autoridade policial.
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de
outubro de 1976); ( ) CERTO   ( ) ERRADO

4
LEI FEDERAL N.º 9.503/1997 (CÓDIGO DE
Resposta: Errado. O juiz poderá decretar a prisão
TRÂNSITO BRASILEIRO) E RESOLUÇÃO N.º
preventiva de ofício durante a Ação Penal.
160 DE 22 DE ABRIL DE 2004 DO CONTRAN
2. (PRF – POLICIAL – CESPE – 2019) Em decorrência de
um homicídio doloso praticado com o uso de arma de Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
fogo, policiais rodoviários federais foram comunicados
de que o autor do delito se evadira por rodovia federal O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
em um veículo cuja placa e características foram infor- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
madas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários
federais em um ponto de bloqueio montado cerca de CAPÍTULO I
200 km do local do delito e que os policiais acreditavam DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao
condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo que Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias ter-
restres do território nacional, abertas à circulação, re-
estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido uti-
ge-se por este Código.
lizada no crime.
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos,
item. conduzidos ou não, para fins de circulação, parada,
estacionamento e operação de carga ou descarga.
Durante o procedimento de lavratura do auto de prisão § 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de
em flagrante pela autoridade policial competente, o po- todos e dever dos órgãos e entidades componentes do
licial rodoviário responsável pela prisão e condução do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âm-
preso deverá ser ouvido logo após a oitiva das testemu- bito das respectivas competências, adotar as medidas
nhas e o interrogatório do preso. destinadas a assegurar esse direito.
. § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema
( ) CERTO   ( ) ERRADO Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das res-
pectivas competências, objetivamente, por danos cau-
Resposta: Errado. Art. 304. CPP. Apresentado o preso sados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou
à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e erro na execução e manutenção de programas, proje-
colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este tos e serviços que garantam o exercício do direito do
cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em se- trânsito seguro.
guida, procederá à oitiva das testemunhas que o § 4º (VETADO)
acompanharem e ao interrogatório do acusado so- § 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes
bre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em
oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autori- suas ações à defesa da vida, nela incluída a preserva-
dade, afinal, o auto. ção da saúde e do meio-ambiente.
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens,
3. (MPU – ANALISTA – CESPE – 2018) Em cada um dos
as estradas e as rodovias, que terão seu uso regula-
itens a seguir é apresentada uma situação hipotética se-
mentado pelo órgão ou entidade com circunscrição
guida de uma assertiva a ser julgada em consonância
sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as
com a doutrina majoritária e com o entendimento dos
circunstâncias especiais.
tribunais superiores acerca de provas no processo penal, Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são
prisão e liberdade provisória e habeas corpus. consideradas vias terrestres as praias abertas à circu-
lação pública e as vias internas pertencentes aos con-
Um cidadão penalmente imputável foi preso em flagran- domínios constituídos por unidades autônomas.
te delito pela prática de crime hediondo. Nessa situação, Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são
é vedada a concessão de fiança ao autuado, mas não será consideradas vias terrestres as praias abertas à circu-
proibido o deferimento de liberdade provisória. lação pública, as vias internas pertencentes aos con-
domínios constituídos por unidades autônomas e as
( ) CERTO   ( ) ERRADO vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos
privados de uso coletivo. (Redação dada pela Lei nº
Resposta: Certo. Os crimes hediondos e equiparados 13.146, de 2015) (Vigência)
são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança (Art. Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

2º, I,II, da Lei 8.072/90). A Lei 8.072/90 veda, em seu qualquer veículo, bem como aos proprietários, condu-
art. 2º, II, a fiança, e não a liberdade provisória. Portan- tores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pes-
to, é possível que o acusado por um crime hediondo soas nele expressamente mencionadas.
aguarde o desfecho da ação penal solto. O que não é Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os
possível, no entanto, é que a liberdade seja condicio- efeitos deste Código são os constantes do
nada ao pagamento de fiança, por expressa vedação
legal, mas o juiz não está impedido de impor outra das
medidas cautelares do art. 319 do CPP.

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ANEXO I. § 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
CAPÍTULO II § 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
SEÇÃO I organizarão os respectivos órgãos e entidades executi-
DISPOSIÇÕES GERAIS vos de trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo
os limites circunscricionais de suas atuações.
Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto Art. 9º O Presidente da República designará o minis-
de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Dis- tério ou órgão da Presidência responsável pela coor-
trito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o denação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao
exercício das atividades de planejamento, administra- qual estará vinculado o CONTRAN e subordinado o
ção, normatização, pesquisa, registro e licenciamen- órgão máximo executivo de trânsito da União.
to de veículos, formação, habilitação e reciclagem de Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN,
condutores, educação, engenharia, operação do siste- com sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente
ma viário, policiamento, fiscalização, julgamento de do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem
infrações e de recursos e aplicação de penalidades. a seguinte composição:
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran),
Trânsito: com sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigen-
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trân- te do órgão máximo executivo de trânsito da União,
sito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à tem a seguinte composição: (Redação dada pela Lei nº
defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fisca- 12.865, de 2013)
lizar seu cumprimento; I - (VETADO)
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padro- II - (VETADO)
nização de critérios técnicos, financeiros e administra- III - um representante do Ministério da Ciência e Tec-
tivos para a execução das atividades de trânsito; nologia;
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes IV - um representante do Ministério da Educação e do
de informações entre os seus diversos órgãos e entida- Desporto;
des, a fim de facilitar o processo decisório e a integra- V - um representante do Ministério do Exército;
ção do Sistema. VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente
e da Amazônia Legal;
SEÇÃO II VII - um representante do Ministério dos Transportes;
DA COMPOSIÇÃO E DA COMPETÊNCIA DO SISTE- VIII - (VETADO)
MA NACIONAL DE TRÂNSITO IX - (VETADO)
X - (VETADO)
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os XI - (VETADO)
seguintes órgãos e entidades: XII - (VETADO)
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coorde- XIII - (VETADO)
nador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; XIV - (VETADO)
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o XV - (VETADO)
Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRAN- XVI - (VETADO)
DIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; XVII - (VETADO)
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da XVIII - (VETADO)
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; XIX - (VETADO)
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da XX - um representante do ministério ou órgão coorde-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; nador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
V - a Polícia Rodoviária Federal; XXI - (VETADO)
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Fe- XXII - um representante do Ministério da Saúde. (In-
deral; e cluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infra- XXIII - um representante do Ministério da Justiça. (In-
ções - JARI. cluído pela Medida Provisória nº 415, de 2008)
Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade con- XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.
cessionária de porto organizado poderá celebrar con- (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
vênios com os órgãos previstos noArt. 7º, com a in- XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desen-
terveniência dos Municípios e Estados, juridicamente volvimento, Indústria e Comércio Exterior; (Incluído
interessados, para o fim específico de facilitar a au- pela Lei nº 12.865, de 2013)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

tuação por descumprimento da legislação de trânsito. XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de
(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) Transportes Terrestres (ANTT). (Incluído pela Lei nº
§ 1º O convênio valerá para toda a área física do porto 12.865, de 2013)
organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfan- § 1º (VETADO)
degados, nas estações de transbordo, nas instalações § 2º (VETADO)
portuárias públicas de pequeno porte e nos respecti- § 3º (VETADO)
vos estacionamentos ou vias de trânsito internas. (In-
Art. 11. (VETADO)
cluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

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Art. 12. Compete ao CONTRAN: § 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão
I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste eleitos pelos respectivos membros.
Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito; § 4º (VETADO)
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trân- I - (VETADO)
sito, objetivando a integração de suas atividades; II - (VETADO)
III - (VETADO) III - (VETADO)
IV - criar Câmaras Temáticas; IV - (VETADO)
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito
para o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE; - CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Fede-
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI; ral - CONTRANDIFE:
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das nor- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
mas contidas neste Código e nas resoluções comple- trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;
II - elaborar normas no âmbito das respectivas com-
mentares;
petências;
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para
III - responder a consultas relativas à aplicação da le-
a imposição, a arrecadação e a compensação das
gislação e dos procedimentos normativos de trânsito;
multas por infrações cometidas em unidade da Fede-
IV - estimular e orientar a execução de campanhas
ração diferente da do licenciamento do veículo; educativas de trânsito;
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para V - julgar os recursos interpostos contra decisões:
a aplicação das multas por infrações, a arrecadação e a) das JARI;
o repasse dos valores arrecadados; (Redação dada b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) casos de inaptidão permanente constatados nos exa-
IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, mes de aptidão física, mental ou psicológica;
relativas à aplicação da legislação de trânsito; VI - indicar um representante para compor a comissão
X - normatizar os procedimentos sobre a aprendiza- examinadora de candidatos portadores de deficiência
gem, habilitação, expedição de documentos de condu- física à habilitação para conduzir veículos automotores;
tores, e registro e licenciamento de veículos; VII - (VETADO)
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos VIII - acompanhar e coordenar as atividades de adminis-
de sinalização e os dispositivos e equipamentos de tração, educação, engenharia, fiscalização, policiamento
trânsito; ostensivo de trânsito, formação de condutores, registro e
XII - apreciar os recursos interpostos contra as deci- licenciamento de veículos, articulando os órgãos do Sis-
sões das instâncias inferiores, na forma deste Código; tema no Estado, reportando-se ao CONTRAN;
XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência
conflitos de competência ou circunscrição, ou, quando de trânsito no âmbito dos Municípios; e
necessário, unificar as decisões administrativas; e X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das
XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competên- exigências definidas nos§§ 1º e 2º do art. 333.
cia de trânsito no âmbito da União, dos Estados e do XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hi-
Distrito Federal. pótese de reavaliação dos exames, junta especial de
XV - normatizar o processo de formação do candidato saúde para examinar os candidatos à habilitação para
à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, es- conduzir veículos automotores. (Incluído pela Lei nº
tabelecendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga 9.602, de 1998)
horária, avaliações, exames, execução e fiscalização. Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, jul-
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) gados pelo órgão, não cabe recurso na esfera admi-
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vincu- nistrativa.
lados ao CONTRAN, são integradas por especialistas Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRAN-
e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e DIFE são nomeados pelos Governadores dos Estados
embasamento técnico sobre assuntos específicos para e do Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter
decisões daquele colegiado. reconhecida experiência em matéria de trânsito.
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas § 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE
representantes de órgãos e entidades executivos da são nomeados pelos Governadores dos Estados e do
União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Muni- Distrito Federal, respectivamente.
cípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Na- § 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE
cional de Trânsito, além de especialistas representan- deverão ser pessoas de reconhecida experiência em
tes dos diversos segmentos da sociedade relacionados trânsito.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

com o trânsito, todos indicados segundo regimento § 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CON-
específico definido pelo CONTRAN e designados pelo TRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução.
ministro ou dirigente coordenador máximo do Siste- Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de
ma Nacional de Trânsito. trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Administra-
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no pa- tivas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegia-
rágrafo anterior, serão representados por pessoa jurí- dos responsáveis pelo julgamento dos recursos inter-
dica e devem atender aos requisitos estabelecidos pelo postos contra penalidades por eles impostas.
CONTRAN.

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Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, ob- XIII - coordenar a administração do registro das in-
servado o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio ad- frações de trânsito, da pontuação e das penalidades
ministrativo e financeiro do órgão ou entidade junto aplicadas no prontuário do infrator, da arrecadação
ao qual funcionem. de multas e do repasse de que trata o§ 1º do art. 320;
Art. 17. Compete às JARI: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Na-
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trân- cional de Trânsito informações sobre registros de veí-
sito e executivos rodoviários informações complemen- culos e de condutores, mantendo o fluxo permanente
tares relativas aos recursos, objetivando uma melhor de informações com os demais órgãos do Sistema;
análise da situação recorrida; XV - promover, em conjunto com os órgãos competen-
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de tes do Ministério da Educação e do Desporto, de acor-
trânsito e executivos rodoviários informações sobre do com as diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a
problemas observados nas autuações e apontados em implementação de programas de educação de trânsito
recursos, e que se repitam sistematicamente. nos estabelecimentos de ensino;
Art. 18. (VETADO) XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trân- para a educação de trânsito;
sito da União: XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos
I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e sobre o trânsito;
a execução das normas e diretrizes estabelecidas pelo XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e
CONTRAN, no âmbito de suas atribuições; entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e subme-
II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição ter à aprovação do CONTRAN, a complementação ou
dos órgãos delegados, ao controle e à fiscalização da alteração da sinalização e dos dispositivos e equipa-
execução da Política Nacional de Trânsito e do Pro- mentos de trânsito;
grama Nacional de Trânsito; XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais manuais e normas de projetos de implementação da
de Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública, ob- sinalização, dos dispositivos e equipamentos de trân-
jetivando o combate à violência no trânsito, promo- sito aprovados pelo CONTRAN;
vendo, coordenando e executando o controle de ações XX - expedir a permissão internacional para conduzir
para a preservação do ordenamento e da segurança veículo e o certificado de passagem nas alfândegas,
do trânsito; mediante delegação aos órgãos executivos dos Esta-
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de dos e do Distrito Federal;
improbidade contra a fé pública, o patrimônio, ou a XX – expedir a permissão internacional para conduzir
administração pública ou privada, referentes à segu- veículo e o certificado de passagem nas alfândegas
rança do trânsito; mediante delegação aos órgãos executivos dos Esta-
V - supervisionar a implantação de projetos e progra- dos e do Distrito Federal ou a entidade habilitada para
mas relacionados com a engenharia, educação, ad- esse fim pelo poder público federal; (Redação dada
ministração, policiamento e fiscalização do trânsito e pela lei nº 13.258, de 2016)
outros, visando à uniformidade de procedimento; XXI - promover a realização periódica de reuniões re-
VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem gionais e congressos nacionais de trânsito, bem como
e habilitação de condutores de veículos, a expedição propor a representação do Brasil em congressos ou re-
de documentos de condutores, de registro e licencia- uniões internacionais;
mento de veículos; XXII - propor acordos de cooperação com organismos
VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Na-
internacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das
cional de Habilitação, os Certificados de Registro e o
ações inerentes à segurança e educação de trânsito;
de Licenciamento Anual mediante delegação aos ór-
XXIII - elaborar projetos e programas de formação,
gãos executivos dos Estados e do Distrito Federal;
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Car- treinamento e especialização do pessoal encarregado
teiras de Habilitação - RENACH; da execução das atividades de engenharia, educação,
IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veícu- policiamento ostensivo, fiscalização, operação e ad-
los Automotores - RENAVAM; ministração de trânsito, propondo medidas que esti-
X - organizar a estatística geral de trânsito no terri- mulem a pesquisa científica e o ensino técnico-pro-
tório nacional, definindo os dados a serem fornecidos fissional de interesse do trânsito, e promovendo a sua
pelos demais órgãos e promover sua divulgação; realização;
XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informa- XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito
ções sobre as ocorrências de acidentes de trânsito e as interestadual e internacional;
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

estatísticas do trânsito;
XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado as normas e requisitos de segurança veicular para fa-
à segurança e à educação de trânsito; bricação e montagem de veículos, consoante sua des-
XIII - coordenar a administração da arrecadação de tinação;
multas por infrações ocorridas em localidade diferen- XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do
te daquela da habilitação do condutor infrator e em código marca-modelo dos veículos para efeito de re-
unidade da Federação diferente daquela do licencia- gistro, emplacamento e licenciamento;
mento do veículo;

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XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do VIII - implementar as medidas da Política Nacional de
CONTRAN, ao ministro ou dirigente coordenador má- Segurança e Educação de Trânsito;
ximo do Sistema Nacional de Trânsito; IX - promover e participar de projetos e programas
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de de educação e segurança, de acordo com as diretrizes
trânsito e submetê-los, com proposta de solução, ao estabelecidas pelo CONTRAN;
Ministério ou órgão coordenador máximo do Sistema X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito; Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e com-
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo pensação de multas impostas na área de sua com-
e financeiro ao CONTRAN. petência, com vistas à unificação do licenciamento,
XXX - organizar e manter o Registro Nacional de In- à simplificação e à celeridade das transferências de
frações de Trânsito (Renainf). (Incluído pela Lei nº veículos e de prontuários de condutores de uma para
13.281, de 2016) (Vigência) outra unidade da Federação;
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiên- XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí-
cia técnica ou administrativa ou a prática constante do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
de atos de improbidade contra a fé pública, contra o carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além
patrimônio ou contra a administração pública, o ór- de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas
gão executivo de trânsito da União, mediante apro- dos órgãos ambientais.
vação do CONTRAN, assumirá diretamente ou por Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos
delegação, a execução total ou parcial das atividades rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal
do órgão executivo de trânsito estadual que tenha e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
motivado a investigação, até que as irregularidades I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
sejam sanadas. trânsito, no âmbito de suas atribuições;
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trân- II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito
sito da União disporá sobre sua estrutura organizacio- de veículos, de pedestres e de animais, e promover o de-
senvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
nal e seu funcionamento.
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização,
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e
os dispositivos e os equipamentos de controle viário;
executivos rodoviários da União, dos Estados, do Dis-
IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os aciden-
trito Federal e dos Municípios fornecerão, obrigatoria-
tes de trânsito e suas causas;
mente, mês a mês, os dados estatísticos para os fins
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policia-
previstos no inciso X.
mento ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) para o policiamento ostensivo de trânsito;
(Vigência) VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âm- as penalidades de advertência, por escrito, e ainda as
bito das rodovias e estradas federais: multas e medidas administrativas cabíveis, notifican-
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de do os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
trânsito, no âmbito de suas atribuições; VII - arrecadar valores provenientes de estada e re-
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando moção de veículos e objetos, e escolta de veículos de
operações relacionadas com a segurança pública, com cargas superdimensionadas ou perigosas;
o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e me-
pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros; didas administrativas cabíveis, relativas a infrações
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infra- por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos,
ções de trânsito, as medidas administrativas decor- bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
rentes e os valores provenientes de estada e remoção IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art.
de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de 95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas
cargas superdimensionadas ou perigosas; nele previstas;
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de X - implementar as medidas da Política Nacional de
trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e sal- Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
vamento de vítimas; XI - promover e participar de projetos e programas
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar de educação e segurança, de acordo com as diretrizes
medidas de segurança relativas aos serviços de remo- estabelecidas pelo CONTRAN;
ção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível; XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis-
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias fede- tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação
rais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção e compensação de multas impostas na área de sua
competência, com vistas à unificação do licenciamen-
de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

to, à simplificação e à celeridade das transferências de


das normas legais relativas ao direito de vizinhança,
veículos e de prontuários de condutores de uma para
promovendo a interdição de construções e instalações
outra unidade da Federação;
não autorizadas; XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí-
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos so- do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
bre acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além
indicando medidas operacionais preventivas e enca- de dar apoio às ações específicas dos órgãos ambien-
minhando-os ao órgão rodoviário federal; tais locais, quando solicitado;

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XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização es- XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema
pecial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do
serem observados para a circulação desses veículos. respectivo CETRAN.
Parágrafo único. (VETADO) Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos Distrito Federal:
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbi- I - (VETADO)
to de sua circunscrição: II - (VETADO)
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de III - executar a fiscalização de trânsito, quando e con-
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; forme convênio firmado, como agente do órgão ou
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de forma- entidade executivos de trânsito ou executivos rodo-
ção, aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de con- viários, concomitantemente com os demais agentes
dutores, expedir e cassar Licença de Aprendizagem, credenciados;
Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilita-
IV - (VETADO)
ção, mediante delegação do órgão federal competente;
V - (VETADO)
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de se-
VI - (VETADO)
gurança veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e
licenciar veículos, expedindo o Certificado de Registro VII - (VETADO)
e o Licenciamento Anual, mediante delegação do ór- Parágrafo único. (VETADO)
gão federal competente; Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circuns-
as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; crição: (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
as medidas administrativas cabíveis pelas infrações trânsito, no âmbito de suas atribuições;
previstas neste Código, excetuadas aquelas relaciona- II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsi-
das nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular to de veículos, de pedestres e de animais, e promover
do Poder de Polícia de Trânsito; o desenvolvimento da circulação e da segurança de
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas ciclistas;
neste Código, com exceção daquelas relacionadas nos III - implantar, manter e operar o sistema de sinali-
incisos VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e zação, os dispositivos e os equipamentos de controle
arrecadando as multas que aplicar; viário;
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remo- IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
ção de veículos e objetos; os acidentes de trânsito e suas causas;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da
ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento
União a suspensão e a cassação do direito de dirigir
ostensivo de trânsito;
e o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terres-
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre tres, edificações de uso público e edificações privadas
acidentes de trânsito e suas causas; de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas adminis-
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução trativas cabíveis e as penalidades de advertência por
de atividades previstas na legislação de trânsito, na escrito e multa, por infrações de circulação, estaciona-
forma estabelecida em norma do CONTRAN; mento e parada previstas neste Código, no exercício
XI - implementar as medidas da Política Nacional de regular do poder de polícia de trânsito, notificando os
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; infratores e arrecadando as multas que aplicar, exer-
XII - promover e participar de projetos e programas de cendo iguais atribuições no âmbito de edificações pri-
educação e segurança de trânsito de acordo com as vadas de uso coletivo, somente para infrações de uso
diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; de vagas reservadas em estacionamentos; (Redação
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis- dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito
e compensação de multas impostas na área de sua e multa, por infrações de circulação, estacionamento e
competência, com vistas à unificação do licenciamen- parada previstas neste Código, notificando os infrato-
to, à simplificação e à celeridade das transferências de res e arrecadando as multas que aplicar;
veículos e de prontuários de condutores de uma para VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e me-
outra unidade da Federação; didas administrativas cabíveis relativas a infrações
XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos,
trânsito e executivos rodoviários municipais, os dados bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
cadastrais dos veículos registrados e dos condutores IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art.
95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

habilitados, para fins de imposição e notificação de


penalidades e de arrecadação de multas nas áreas de nele previstas;
suas competências; X - implantar, manter e operar sistema de estaciona-
mento rotativo pago nas vias;
XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí-
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remo-
do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
ção de veículos e objetos, e escolta de veículos de car-
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além
gas superdimensionadas ou perigosas;
de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas
dos órgãos ambientais locais;

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XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo peri-
medidas de segurança relativas aos serviços de remo- goso, atirando, depositando ou abandonando na via
ção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível; objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer ou-
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis- tro obstáculo.
tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas
e compensação de multas impostas na área de sua vias públicas, o condutor deverá verificar a existência
competência, com vistas à unificação do licenciamen- e as boas condições de funcionamento dos equipa-
to, à simplificação e à celeridade das transferências de mentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se
veículos e de prontuários dos condutores de uma para
da existência de combustível suficiente para chegar ao
outra unidade da Federação;
local de destino.
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter do-
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
XV - promover e participar de projetos e programas de mínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cui-
educação e segurança de trânsito de acordo com as dados indispensáveis à segurança do trânsito.
diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres aber-
XVI - planejar e implantar medidas para redução da tas à circulação obedecerá às seguintes normas:
circulação de veículos e reorientação do tráfego, com I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admi-
o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes; tindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veí- II - o condutor deverá guardar distância de segurança
culos de tração e propulsão humana e de tração ani- lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem
mal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e como em relação ao bordo da pista, considerando-se,
arrecadando multas decorrentes de infrações; (Re- no momento, a velocidade e as condições do local, da
dação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) circulação, do veículo e as condições climáticas;
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de III - quando veículos, transitando por fluxos que se
propulsão humana e de tração animal; cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema preferência de passagem:
Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de ro-
respectivo CETRAN; dovia, aquele que estiver circulando por ela;
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruí- b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando
do produzidos pelos veículos automotores ou pela sua por ela;
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental IV - quando uma pista de rolamento comportar vá-
local, quando solicitado; rias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autoriza- direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais
ção especial para transitar e estabelecer os requisitos lentos e de maior porte, quando não houver faixa es-
técnicos a serem observados para a circulação desses pecial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas
veículos. à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade maior velocidade;
municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e
órgão ou entidade executivos de trânsito. nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de
artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema estacionamento;
Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 VI - os veículos precedidos de batedores terão priori-
deste Código. dade de passagem, respeitadas as demais normas de
Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Na- circulação;
cional de Trânsito poderão celebrar convênio delegando VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e sal-
as atividades previstas neste Código, com vistas à maior vamento, os de polícia, os de fiscalização e operação
eficiência e à segurança para os usuários da via. de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e
poderão prestar serviços de capacitação técnica, as- parada, quando em serviço de urgência e devidamen-
sessoria e monitoramento das atividades relativas ao te identificados por dispositivos regulamentares de
trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as par- alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente,
tes, com ressarcimento dos custos apropriados.
observadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indi-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO III
cando a proximidade dos veículos, todos os condutores
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquer-
da, indo para a direita da via e parando, se necessário;
Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo
aguardar no passeio, só atravessando a via quando o
ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas
veículo já tiver passado pelo local;
ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades
públicas ou privadas;

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c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de ilumina- Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em
ção vermelha intermitente só poderá ocorrer quando fila, deverão manter distância suficiente entre si para
da efetiva prestação de serviço de urgência; permitir que veículos que os ultrapassem possam se
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamen- intercalar na fila com segurança.
to deverá se dar com velocidade reduzida e com os Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultra-
devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais passar um veículo de transporte coletivo que esteja
normas deste Código; parado, efetuando embarque ou desembarque de pas-
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade sageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com
pública, quando em atendimento na via, gozam de livre atenção redobrada ou parar o veículo com vistas à
parada e estacionamento no local da prestação de ser- segurança dos pedestres.
viço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos
identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN; em vias com duplo sentido de direção e pista única,
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade
deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadu-
regulamentar e as demais normas estabelecidas neste tos e nas travessias de pedestres, exceto quando hou-
Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado ver sinalização permitindo a ultrapassagem.
estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda; Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condu-
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultra- tor não poderá efetuar ultrapassagem.
passagem, certificar-se de que: Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo
uma manobra para ultrapassá-lo; para os demais usuários da via que o seguem, prece-
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não dem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição,
haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro; sua direção e sua velocidade.
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que impli-
extensão suficiente para que sua manobra não ponha que um deslocamento lateral, o condutor deverá indi-
em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido car seu propósito de forma clara e com a devida an-
contrário; tecedência, por meio da luz indicadora de direção de
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou a transposição de faixas, movimentos de conversão à
direita, à esquerda e retornos.
por meio de gesto convencional de braço;
Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, pro-
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultra-
cedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar pre-
passa, de tal forma que deixe livre uma distância late-
ferência aos veículos e pedestres que por ela estejam
ral de segurança; transitando.
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conver-
trânsito de origem, acionando a luz indicadora de di- são à esquerda e a operação de retorno deverão ser
reção do veículo ou fazendo gesto convencional de feitas nos locais apropriados e, onde estes não existi-
braço, adotando os cuidados necessários para não pôr rem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à
em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ul- direita, para cruzar a pista com segurança.
trapassou; Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
preferência de passagem sobre os demais, respeitadas I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o má-
as normas de circulação. ximo possível do bordo direito da pista e executar sua
XIII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de manobra no menor espaço possível;
2016) (Vigência) II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alí- máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da
neas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se pista, quando houver, caso se trate de uma pista com
à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo,
pela faixa da esquerda como pela da direita. tratando-se de uma pista de um só sentido.
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de
estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedes-
veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela tres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido
segurança dos menores, os motorizados pelos não mo- contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas
as normas de preferência de passagem.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

torizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.


Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno de-
segue tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá: verá ser feita nos locais para isto determinados, quer
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslo- por meio de sinalização, quer pela existência de locais
apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam
car-se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha;
condições de segurança e fluidez, observadas as ca-
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-
racterísticas da via, do veículo, das condições meteo-
-se naquela na qual está circulando, sem acelerar a
rológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas.
marcha.

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Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às se- Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruza-
guintes determinações: mento, o condutor do veículo deve demonstrar pru-
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, uti- dência especial, transitando em velocidade moderada,
lizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos de forma que possa deter seu veículo com segurança
túneis providos de iluminação pública; para dar passagem a pedestre e a veículos que te-
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, uti- nham o direito de preferência.
lizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo
túneis providos de iluminação pública e nas rodovias; lhe seja favorável, nenhum condutor pode entrar em
(Redação dada pela Lei nº 13.290, de 2016) (Vigência) uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz a imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruin-
alta, exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; do ou impedindo a passagem do trânsito transversal.
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização
por curto período de tempo, com o objetivo de advertir temporária de um veículo no leito viário, em situação
outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar de emergência, deverá ser providenciada a imedia-
a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ta sinalização de advertência, na forma estabelecida
ou para indicar a existência de risco à segurança para pelo CONTRAN.
os veículos que circulam no sentido contrário; Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes parada deverá restringir-se ao tempo indispensável
de posição do veículo quando sob chuva forte, neblina para embarque ou desembarque de passageiros, des-
ou cerração; de que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes ou a locomoção de pedestres.
situações: Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será
a) em imobilizações ou situações de emergência; regulamentada pelo órgão ou entidade com circunscri-
b) quando a regulamentação da via assim o determinar; ção sobre a via e é considerada estacionamento.
VI - durante a noite, em circulação, o condutor mante- Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga
rá acesa a luz de placa; e nos estacionamentos, o veículo deverá ser posiciona-
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de do no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de
posição quando o veículo estiver parado para fins de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admi-
embarque ou desembarque de passageiros e carga ou tidas as exceções devidamente sinalizadas.
descarga de mercadorias. § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos para-
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo dos, estacionados ou em operação de carga ou descarga
regular de passageiros, quando circularem em faixas deverão estar situados fora da pista de rolamento.
próprias a eles destinadas, e os ciclos motorizados de- § 2º O estacionamento dos veículos motorizados de
verão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e duas rodas será feito em posição perpendicular à guia
a noite. da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando hou-
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de ver sinalização que determine outra condição.
buzina, desde que em toque breve, nas seguintes si- § 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do
condutor poderá ser feito somente nos locais previstos
tuações:
neste Código ou naqueles regulamentados por sinali-
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evi-
zação específica.
tar acidentes;
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente
a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veícu-
advertir a um condutor que se tem o propósito de ul- lo sem antes se certificarem de que isso não constitui
trapassá-lo. perigo para eles e para outros usuários da via.
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem
seu veículo, salvo por razões de segurança. ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas
observar constantemente as condições físicas da via, adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condi-
do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a ções de segurança do trânsito estabelecidas pelo ór-
intensidade do trânsito, obedecendo aos limites máxi- gão ou entidade com circunscrição sobre a via.
mos de velocidade estabelecidos para a via, além de: Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios
I - não obstruir a marcha normal dos demais veícu- constituídos por unidades autônomas, a sinalização de
los em circulação sem causa justificada, transitando a regulamentação da via será implantada e mantida às
uma velocidade anormalmente reduzida; expensas do condomínio, após aprovação dos projetos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
veículo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos
sem risco nem inconvenientes para os outros conduto- pela direita da pista, junto à guia da calçada (meio-
res, a não ser que haja perigo iminente; -fio) ou acostamento, sempre que não houver faixa
III - indicar, de forma clara, com a antecedência ne- especial a eles destinada, devendo seus condutores
cessária e a sinalização devida, a manobra de redução obedecer, no que couber, às normas de circulação pre-
de velocidade. vistas neste Código e às que vierem a ser fixadas pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

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Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem § 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a
circular nas vias quando conduzidos por um guia, ob- velocidade máxima será de:
servado o seguinte: I - nas vias urbanas:
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deve- a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito
rão ser divididos em grupos de tamanho moderado e rápido:
separados uns dos outros por espaços suficientes para b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
não obstruir o trânsito; c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
II - os animais que circularem pela pista de rolamento d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
deverão ser mantidos junto ao bordo da pista. II - nas vias rurais:
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e a) nas rodovias:
ciclomotores só poderão circular nas vias: 1) cento e dez quilômetros por hora para automóveis
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou e camionetas;
óculos protetores; 1) 110 (cento e dez) quilômetros por hora para au-
II - segurando o guidom com as duas mãos; tomóveis, camionetas e motocicletas; (Redação dada
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as pela Lei nº 10.830, de 2003)
especificações do CONTRAN. 2) noventa quilômetros por hora, para ônibus e mi-
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e cro-ônibus;
ciclomotores só poderão ser transportados: 3) oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos;
I - utilizando capacete de segurança; a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em as- Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
sento suplementar atrás do condutor; 1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as automóveis, camionetas e motocicletas; (Redação
especificações do CONTRAN. dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 56. (VETADO) 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela di- demais veículos; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
reita da pista de rolamento, preferencialmente no cen- 2016) (Vigência)
tro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista 3. (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
sempre que não houver acostamento ou faixa própria 2016) (Vigência)
a eles destinada, proibida a sua circulação nas vias de b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.
trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas. b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada pela
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
mais faixas de trânsito e a da direita for destinada ao 1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automó-
uso exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores veis, camionetas e motocicletas; (Incluído pela Lei nº
deverão circular pela faixa adjacente à da direita. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os
a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não demais veículos; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quan- (Vigência)
do não for possível a utilização destes, nos bordos da c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por
pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação hora). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
regulamentado para a via, com preferência sobre os § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário
veículos automotores. com circunscrição sobre a via poderá regulamentar,
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com cir- por meio de sinalização, velocidades superiores ou in-
cunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação feriores àquelas estabelecidas no parágrafo anterior.
de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veícu- Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior
los automotores, desde que dotado o trecho com ciclo à metade da velocidade máxima estabelecida, respei-
faixa. tadas as condições operacionais de trânsito e da via.
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado Art. 63. (VETADO)
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos de-
será permitida a circulação de bicicletas nos passeios. vem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo ex-
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com ceções regulamentadas pelo CONTRAN.
sua utilização, classificam-se em: Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para
I - vias urbanas: condutor e passageiros em todas as vias do territó-
a) via de trânsito rápido; rio nacional, salvo em situações regulamentadas pelo
b) via arterial; CONTRAN.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

c) via coletora; Art. 66. (VETADO)


d) via local; Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclu-
II - vias rurais: sive seus ensaios, em via aberta à circulação, só po-
a) rodovias; derão ser realizadas mediante prévia permissão da
b) estradas. autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via e dependerão de:
será indicada por meio de sinalização, obedecidas I - autorização expressa da respectiva confederação
suas características técnicas e as condições de trânsito. desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;

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II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos ma- § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
teriais à via; 2015) (Vigência)
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em § 5º O condutor somente iniciará viagem com dura-
favor de terceiros; ção maior que 1 (um) dia, isto é, 24 (vinte e quatro)
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos horas após o cumprimento integral do intervalo de
custos operacionais em que o órgão ou entidade per- descanso previsto no§ 3º. (Incluído Lei nº 12.619, de
missionária incorrerá. 2012) (Vigência)
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre § 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
a via arbitrará os valores mínimos da caução ou fian- 2015) (Vigência)
ça e do contrato de seguro. § 6º Entende-se como início de viagem, para os fins do
disposto no§ 5º, a partida do condutor logo após o car-
CAPÍTULO III-A regamento do veículo, considerando-se como continua-
(Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) ção da viagem as partidas nos dias subsequentes até
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS o destino. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
PROFISSIONAIS § 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
Art. 67-A. É vedado ao motorista profissional, no exer- § 7º Nenhum transportador de cargas ou de passa-
cício de sua profissão e na condução de veículo men- geiros, embarcador, consignatário de cargas, operador
cionado no inciso II do art. 105 deste Código, dirigir de terminais de carga, operador de transporte multi-
por mais de 4 (quatro) horas ininterruptas. (Incluído modal de cargas ou agente de cargas permitirá ou or-
Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) denará a qualquer motorista a seu serviço, ainda que
Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos subcontratado, que conduza veículo referido no caput
motoristas profissionais: (Redação dada pela Lei nº sem a observância do disposto no§ 5º. (Incluído Lei nº
13.103, de 2015) (Vigência) 12.619, de 2012) (Vigência)
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; § 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) 2015) (Vigência)
II - de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela § 8º (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012)
§ 1º Será observado intervalo mínimo de 30 (trinta)
(Vigência)
minutos para descanso a cada 4 (quatro) horas inin-
Art. 67-C. O motorista profissional na condição de con-
terruptas na condução de veículo referido no caput,
dutor é responsável por controlar o tempo de condução
sendo facultado o fracionamento do tempo de direção
estipulado no art. 67-A, com vistas na sua estrita ob-
e do intervalo de descanso, desde que não completa-
servância. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
das 4 (quatro) horas contínuas no exercício da condu-
Parágrafo único. O condutor do veículo responderá
ção. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, pela não observância dos períodos de descanso esta-
de 2015) (Vigência) belecidos no art. 67-A, ficando sujeito às penalidades
§ 2º Em situações excepcionais de inobservância jus- daí decorrentes, previstas neste Código. (Incluído Lei
tificada do tempo de direção estabelecido no caput e nº 12.619, de 2012) (Vigência)
desde que não comprometa a segurança rodoviária, Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir
o tempo de direção poderá ser prorrogado por até 1 por mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veí-
(uma) hora, de modo a permitir que o condutor, o veí- culos de transporte rodoviário coletivo de passageiros
culo e sua carga cheguem a lugar que ofereça a segu- ou de transporte rodoviário de cargas. (Redação dada
rança e o atendimento demandados. (Incluído Lei nº pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
12.619, de 2012) (Vigência) § 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, dentro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de
de 2015) (Vigência) transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamen-
§ 3º O condutor é obrigado a, dentro do período de to e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas
24 (vinte e quatro) horas, observar um intervalo de, 5 (cinco) horas e meia contínuas no exercício da condu-
no mínimo, 11 (onze) horas de descanso, podendo ser ção. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
fracionado em 9 (nove) horas mais 2 (duas), no mes- § 1º-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para
mo dia. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) descanso a cada 4 (quatro) horas na condução de veí-
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, culo rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu
de 2015) (Vigência) fracionamento e o do tempo de direção. (Incluído pela
§ 4º Entende-se como tempo de direção ou de con- Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

dução de veículo apenas o período em que o con- § 2º Em situações excepcionais de inobservância justi-
dutor estiver efetivamente ao volante de um veículo ficada do tempo de direção, devidamente registradas,
em curso entre a origem e o seu destino, respeitado o tempo de direção poderá ser elevado pelo período
o disposto no§ 1º, sendo-lhe facultado descansar no necessário para que o condutor, o veículo e a carga
interior do próprio veículo, desde que este seja dotado cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o
de locais apropriados para a natureza e a duração do atendimento demandados, desde que não haja com-
descanso exigido. (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) prometimento da segurança rodoviária. (Incluído pela
(Vigência) Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)

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§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24 § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta
(vinte e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.
(onze) horas de descanso, que podem ser fracionadas, § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios
usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos ou quando não for possível a utilização destes, a circu-
mencionados no§ 1º, observadas no primeiro período lação de pedestres na pista de rolamento será feita com
8 (oito) horas ininterruptas de descanso. (Incluído pela prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e
§ 4º Entende-se como tempo de direção ou de condu- nas situações em que a segurança ficar comprometida.
ção apenas o período em que o condutor estiver efeti-
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento
vamente ao volante, em curso entre a origem e o des-
ou quando não for possível a utilização dele, a circula-
tino. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5º Entende-se como início de viagem a partida do ção de pedestres, na pista de rolamento, será feita com
veículo na ida ou no retorno, com ou sem carga, con- prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
siderando-se como sua continuação as partidas nos fila única, em sentido contrário ao deslocamento de
dias subsequentes até o destino. (Incluído pela Lei nº veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e
13.103, de 2015) (Vigência) nas situações em que a segurança ficar comprometida.
§ 6º O condutor somente iniciará uma viagem após o § 4º (VETADO)
cumprimento integral do intervalo de descanso previs- § 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de
to no§ 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.103, de arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio
2015) (Vigência) destinado à circulação dos pedestres, que não deve-
§ 7º Nenhum transportador de cargas ou coletivo de rão, nessas condições, usar o acostamento.
passageiros, embarcador, consignatário de cargas, § 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passa-
operador de terminais de carga, operador de trans- gem para pedestres, o órgão ou entidade com circuns-
porte multimodal de cargas ou agente de cargas or- crição sobre a via deverá assegurar a devida sinaliza-
denará a qualquer motorista a seu serviço, ainda que ção e proteção para circulação de pedestres.
subcontratado, que conduza veículo referido no caput Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre
sem a observância do disposto no§ 6º. (Incluído pela tomará precauções de segurança, levando em conta,
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
principalmente, a visibilidade, a distância e a veloci-
Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de
dade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou pas-
2012) (Vigência)
Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por sagens a ele destinadas sempre que estas existirem
controlar e registrar o tempo de condução estipulado numa distância de até cinqüenta metros dele, obser-
no art. 67-C, com vistas à sua estrita observância. (In- vadas as seguintes disposições:
cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento
§ 1º A não observância dos períodos de descanso esta- da via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de
belecidos no art. 67-C sujeitará o motorista profissio- seu eixo;
nal às penalidades daí decorrentes, previstas neste Có- II - para atravessar uma passagem sinalizada para pe-
digo. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) destres ou delimitada por marcas sobre a pista:
§ 2º O tempo de direção será controlado mediante regis- a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indica-
trador instantâneo inalterável de velocidade e tempo e, ções das luzes;
ou por meio de anotação em diário de bordo, ou papele- b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o
ta ou ficha de trabalho externo, ou por meios eletrônicos semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo
instalados no veículo, conforme norma do Contran. (In- de veículos;
cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) III - nas interseções e em suas proximidades, onde não
§ 3º O equipamento eletrônico ou registrador deverá existam faixas de travessia, os pedestres devem atra-
funcionar de forma independente de qualquer inter- vessar a via na continuação da calçada, observadas as
ferência do condutor, quanto aos dados registrados.
seguintes normas:
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certi-
§ 4º A guarda, a preservação e a exatidão das infor-
mações contidas no equipamento registrador instan- ficar de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de
tâneo inalterável de velocidade e de tempo são de veículos;
responsabilidade do condutor. (Incluído pela Lei nº b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pe-
13.103, de 2015) (Vigência) destres não deverão aumentar o seu percurso, demo-
rar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
CAPÍTULO IV Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS sobre as faixas delimitadas para esse fim terão priori-
dade de passagem, exceto nos locais com sinalização
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

NÃO MOTORIZADOS
semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposi-
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos pas- ções deste Código.
seios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos Parágrafo único. Nos locais em que houver sinaliza-
acostamentos das vias rurais para circulação, poden- ção semafórica de controle de passagem será dada
do a autoridade competente permitir a utilização de preferência aos pedestres que não tenham concluído
parte da calçada para outros fins, desde que não seja a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo
prejudicial ao fluxo de pedestres. liberando a passagem dos veículos.

16
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste arti-
via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens go, o Ministério da Educação e do Desporto, mediante
de pedestres em boas condições de visibilidade, higie- proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das
ne, segurança e sinalização. Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante
convênio, promoverá:
CAPÍTULO V I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um cur-
DO CIDADÃO rículo interdisciplinar com conteúdo programático so-
bre segurança de trânsito;
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o
de solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do trânsito nas escolas de formação para o magistério e o
Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização treinamento de professores e multiplicadores;
e implantação de equipamentos de segurança, bem III - a criação de corpos técnicos interprofissionais
como sugerir alterações em normas, legislação e ou- para levantamento e análise de dados estatísticos re-
tros assuntos pertinentes a este Código. lativos ao trânsito;
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sis- IV - a elaboração de planos de redução de acidentes
tema Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares univer-
solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos sitários de trânsito, com vistas à integração universi-
mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimen- dades-sociedade na área de trânsito.
to, esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá
se pertinente, informando ao solicitante quando tal ao Ministério da Saúde, mediante proposta do CON-
TRAN, estabelecer campanha nacional esclarecendo
evento ocorrerá.
condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem es-
caso de acidente de trânsito.
clarecer quais as atribuições dos órgãos e entidades
Parágrafo único. As campanhas terão caráter per-
pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como
manente por intermédio do Sistema Único de Saúde
proceder a tais solicitações.
- SUS, sendo intensificadas nos períodos e na forma
estabelecidos no art. 76.
CAPÍTULO VI Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entida-
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO des componentes do Sistema Nacional de Trânsito os
mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos veiculação de mensagens educativas de trânsito em
e constitui dever prioritário para os componentes do todo o território nacional, em caráter suplementar às
Sistema Nacional de Trânsito. campanhas previstas nos arts. 75 e 77. (Incluído pela
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação edu- Lei nº 12.006, de 2009).
cacional em cada órgão ou entidade componente do Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulga-
Sistema Nacional de Trânsito. ção ou promoção, nos meios de comunicação social,
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito de produto oriundo da indústria automobilística ou
deverão promover, dentro de sua estrutura organi- afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa
zacional ou mediante convênio, o funcionamento de de trânsito a ser conjuntamente veiculada. (Incluído
Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões es- pela Lei nº 12.006, de 2009).
tabelecidos pelo CONTRAN. § 1º Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os te- -se produtos oriundos da indústria automobilística ou
mas e os cronogramas das campanhas de âmbito na- afins: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
cional que deverão ser promovidas por todos os órgãos I – os veículos rodoviários automotores de qualquer
ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em es- espécie, incluídos os de passageiros e os de carga;
pecial nos períodos referentes às férias escolares, feria- (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
dos prolongados e à Semana Nacional de Trânsito. II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de nos veículos mencionados no inciso I. (Incluído pela
Trânsito deverão promover outras campanhas no âm- Lei nº 12.006, de 2009).
bito de sua circunscrição e de acordo com as peculia- § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se à pro-
ridades locais. paganda de natureza comercial, veiculada por iniciati-
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de va do fabricante do produto, em qualquer das seguintes
caráter permanente, e os serviços de rádio e difusão modalidades: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
sonora de sons e imagens explorados pelo poder pú- I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
blico são obrigados a difundi-las gratuitamente, com II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

a freqüência recomendada pelos órgãos competentes III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
do Sistema Nacional de Trânsito. IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio § 3º Para efeito do disposto no§ 2º, equiparam-se ao
de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos fabricante o montador, o encarroçador, o importador
e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Edu- e o revendedor autorizado dos veículos e demais pro-
cação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos dutos discriminados no§ 1º deste artigo. (Incluído pela
Municípios, nas respectivas áreas de atuação. Lei nº 12.006, de 2009).

17
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada CAPÍTULO VII
em outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
fora da respectiva faixa de domínio, a obrigação pre-
vista no art. 77-B estende-se à propaganda de qual- Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao lon-
quer tipo de produto e anunciante, inclusive àquela de go da via, sinalização prevista neste Código e em le-
caráter institucional ou eleitoral. (Incluído pela Lei nº gislação complementar, destinada a condutores e pe-
destres, vedada a utilização de qualquer outra.
12.006, de 2009).
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condi-
Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
ções que a tornem perfeitamente visível e legível du-
especificará o conteúdo e o padrão de apresentação rante o dia e a noite, em distância compatível com a
das mensagens, bem como os procedimentos envol- segurança do trânsito, conforme normas e especifica-
vidos na respectiva veiculação, em conformidade com ções do CONTRAN.
as diretrizes fixadas para as campanhas educativas de § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter expe-
trânsito a que se refere o art. 75. (Incluído pela Lei rimental e por período prefixado, a utilização de sina-
nº 12.006, de 2009). lização não prevista neste Código.
Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desa- § 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização
cordo com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D nas vias internas pertencentes aos condomínios cons-
constitui infração punível com as seguintes sanções: tituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas de
(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). estacionamento de estabelecimentos privados de uso
I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006, coletivo é de seu proprietário. (Incluído pela Lei nº
de 2009). 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido co-
II – suspensão, nos veículos de divulgação da publici-
locar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobi-
dade, de qualquer outra propaganda do produto, pelo liário que possam gerar confusão, interferir na visibi-
prazo de até 60 (sessenta) dias; (Incluído pela Lei nº lidade da sinalização e comprometer a segurança do
12.006, de 2009). trânsito.
III – multa de 1.000 (um mil) a 5.000 (cinco mil) ve- Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito
zes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou e respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo
unidade que a substituir, cobrada do dobro até o quín- de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não
tuplo, em caso de reincidência. (Incluído pela Lei nº se relacionem com a mensagem da sinalização.
12.006, de 2009). Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer le-
III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete gendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à
reais) a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco prévia aprovação do órgão ou entidade com circuns-
reais), cobrada do dobro até o quíntuplo em caso de crição sobre a via.
reincidência. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circuns-
crição sobre a via poderá retirar ou determinar a ime-
2016) (Vigência)
diata retirada de qualquer elemento que prejudique
§ 1º As sanções serão aplicadas isolada ou cumulati-
a visibilidade da sinalização viária e a segurança do
vamente, conforme dispuser o regulamento. (Incluí-
trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
do pela Lei nº 12.006, de 2009). Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, de trânsito com circunscrição sobre a via à travessia de
qualquer infração acarretará a imediata suspensão da pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas
veiculação da peça publicitária até que sejam cumpri- ou demarcadas no leito da via.
das as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (In-
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, ofi-
cluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
cinas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Des-
deverão ter suas entradas e saídas devidamente iden-
porto, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por
intermédio do CONTRAN, desenvolverão e implemen- tificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
tarão programas destinados à prevenção de acidentes. Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamen-
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do tado de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei
total dos valores arrecadados destinados à Previdên- deverão ser sinalizadas com as respectivas placas in-
cia Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos dicativas de destinação e com placas informando os
Pessoais causados por Veículos Automotores de Via dados sobre a infração por estacionamento indevido.
Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
de dezembro de 1974, serão repassados mensalmente Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para I - verticais;
aplicação exclusiva em programas de que trata este II - horizontais;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

artigo. III - dispositivos de sinalização auxiliar;


Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito IV - luminosos;
poderão firmar convênio com os órgãos de educação V - sonoros;
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
nicípios, objetivando o cumprimento das obrigações
estabelecidas neste capítulo.

18
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entre- § 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de
gue após sua construção, ou reaberta ao trânsito após trânsito com circunscrição sobre a via avisará a co-
a realização de obras ou de manutenção, enquanto munidade, por intermédio dos meios de comunicação
não estiver devidamente sinalizada, vertical e hori- social, com quarenta e oito horas de antecedência, de
zontalmente, de forma a garantir as condições ade- qualquer interdição da via, indicando-se os caminhos
quadas de segurança na circulação. alternativos a serem utilizados.
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras § 3º O descumprimento do disposto neste artigo será
deverá ser afixada sinalização específica e adequada. punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de pre- trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e
valência: oitenta e oito reais e dez centavos), independentemen-
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de te das cominações cíveis e penais cabíveis, além de
circulação e outros sinais; multa diária no mesmo valor até a regularização da
situação, a partir do prazo final concedido pela au-
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
toridade de trânsito, levando-se em consideração a
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas
dimensão da obra ou do evento e o prejuízo causado
de trânsito.
ao trânsito. (Redação pela Lei nº 13.281, de 2016)
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste
(Vigência)
Código por inobservância à sinalização quando esta § 4º Ao servidor público responsável pela inobservân-
for insuficiente ou incorreta. cia de qualquer das normas previstas neste e nos arts.
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscri- 93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária
ção sobre a via é responsável pela implantação da si- na base de cinqüenta por cento do dia de vencimento
nalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou ou remuneração devida enquanto permanecer a irre-
incorreta colocação. gularidade.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares
no que se refere à interpretação, colocação e uso da CAPÍTULO IX
sinalização. DOS VEÍCULOS
SEÇÃO I
CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA
FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO Art. 96. Os veículos classificam-se em:
DE TRÂNSITO I - quanto à tração:
a) automotor;
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regula- b) elétrico;
mentos a serem adotados em todo o território nacio- c) de propulsão humana;
nal quando da implementação das soluções adotadas d) de tração animal;
pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a e) reboque ou semi-reboque;
serem praticados por todos os órgãos e entidades do II - quanto à espécie:
Sistema Nacional de Trânsito. a) de passageiros:
Art. 92. (VETADO) 1 - bicicleta;
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa 2 - ciclomotor;
transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser 3 - motoneta;
aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade 4 - motocicleta;
com circunscrição sobre a via e sem que do projeto 5 - triciclo;
6 - quadriciclo;
conste área para estacionamento e indicação das vias
7 - automóvel;
de acesso adequadas.
8 - microônibus;
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à se- 9 - ônibus;
gurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto 10 - bonde;
na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devi- 11 - reboque ou semi-reboque;
da e imediatamente sinalizado. 12 - charrete;
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondula- b) de carga:
ções transversais e de sonorizadores como redutores 1 - motoneta;
de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo 2 - motocicleta;
órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios 3 - triciclo;
estabelecidos pelo CONTRAN. 4 - quadriciclo;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar 5 - caminhonete;


ou interromper a livre circulação de veículos e pedes- 6 - caminhão;
tres, ou colocar em risco sua segurança, será iniciada 7 - reboque ou semi-reboque;
sem permissão prévia do órgão ou entidade de trânsi- 8 - carroça;
to com circunscrição sobre a via. 9 - carro-de-mão;
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela c) misto:
execução ou manutenção da obra ou do evento. 1 - camioneta;

19
2 - utilitário; § 3º É permitida a fabricação de veículos de trans-
3 - outros; porte de passageiros de até 15 m (quinze metros) de
d) de competição; comprimento na configuração de chassi 8x2. (Incluí-
e) de tração: do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
1 - caminhão-trator; Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utiliza-
2 - trator de rodas; do no transporte de carga indivisível, que não se enqua-
3 - trator de esteiras; dre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo
4 - trator misto; CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com
f) especial; circunscrição sobre a via, autorização especial de trân-
g) de coleção; sito, com prazo certo, válida para cada viagem, atendi-
III - quanto à categoria: das as medidas de segurança consideradas necessárias.
a) oficial; § 1º A autorização será concedida mediante requeri-
b) de representação diplomática, de repartições con- mento que especificará as características do veículo ou
sulares de carreira ou organismos internacionais acre- combinação de veículos e de carga, o percurso, a data
ditados junto ao Governo brasileiro; e o horário do deslocamento inicial.
c) particular; § 2º A autorização não exime o beneficiário da res-
d) de aluguel; ponsabilidade por eventuais danos que o veículo ou
e) de aprendizagem. a combinação de veículos causar à via ou a terceiros.
Art. 97. As características dos veículos, suas especifica- § 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre cami-
ções básicas, configuração e condições essenciais para nhões poderá ser concedida, pela autoridade com cir-
registro, licenciamento e circulação serão estabeleci- cunscrição sobre a via, autorização especial de trânsi-
das pelo CONTRAN, em função de suas aplicações. to, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, segurança consideradas necessárias.
sem prévia autorização da autoridade competente, Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente
fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modifica-
equipado quando transitar, de modo a evitar o derra-
ções de suas características de fábrica.
mamento da carga sobre a via.
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usa-
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mí-
dos que sofrerem alterações ou conversões são obri-
nimos e a forma de proteção das cargas de que trata
gados a atender aos mesmos limites e exigências de
este artigo, de acordo com a sua natureza.
emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos
ambientais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à
entidade executora das modificações e ao proprietário SEÇÃO II
do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das DA SEGURANÇA DOS VEÍCULOS
exigências.
Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando
o veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites atendidos os requisitos e condições de segurança es-
estabelecidos pelo CONTRAN. tabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN.
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento § 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e
de pesagem ou pela verificação de documento fiscal, os encarroçadores de veículos deverão emitir certificado
na forma estabelecida pelo CONTRAN. de segurança, indispensável ao cadastramento no RE-
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de NAVAM, nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.
peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo § 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos
de veículos à superfície das vias, quando aferido por e a periodicidade para que os fabricantes, os importa-
equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN. dores, os montadores e os encarroçadores comprovem
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na o atendimento aos requisitos de segurança veicular,
pesagem de veículos serão aferidos de acordo com devendo, para isso, manter disponíveis a qualquer
a metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo tempo os resultados dos testes e ensaios dos sistemas
CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia e componentes abrangidos pela legislação de segu-
legal. rança veicular.
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veícu- Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condi-
los poderá transitar com lotação de passageiros, com ções de segurança, de controle de emissão de gases
peso bruto total, ou com peso bruto total combinado poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção,
com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, que será obrigatória, na forma e periodicidade esta-
nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da belecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança
unidade tratora. e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Parágrafo único. O CONTRAN regulamentará o uso ruído.


de pneus extralargos, definindo seus limites de peso. § 1º (VETADO)
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passagei- § 2º (VETADO)
ros poderão ser dotados de pneus extralargos.(Incluído § 3º (VETADO)
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 4º (VETADO)
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extra- § 5º Será aplicada a medida administrativa de reten-
largos para os demais veículos. (Incluído pela Lei nº ção aos veículos reprovados na inspeção de segurança
13.281, de 2016) (Vigência) e na de emissão de gases poluentes e ruído.

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§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, § 6º A exigência estabelecida no inciso VII do caput
durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamen- deste artigo não se aplica aos veículos destinados à
to, os veículos novos classificados na categoria parti- exportação. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
cular, com capacidade para até 7 (sete) passageiros, Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modi-
desde que mantenham suas características originais ficação de veículo ou, ainda, quando ocorrer substitui-
de fábrica e não se envolvam em acidente de trânsito ção de equipamento de segurança especificado pelo
com danos de média ou grande monta. (Incluído pela fabricante, será exigido, para licenciamento e registro,
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) certificado de segurança expedido por instituição téc-
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que
nica credenciada por órgão ou entidade de metrologia
trata o§ 6º será de 2 (dois) anos, desde que mante-
legal, conforme norma elaborada pelo CONTRAN.
nham suas características originais de fábrica e não
se envolvam em acidente de trânsito com danos de Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao trans-
média ou grande monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, porte individual ou coletivo de passageiros, deverão
de 2016) (Vigência) satisfazer, além das exigências previstas neste Código,
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, às condições técnicas e aos requisitos de segurança,
entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN: higiene e conforto estabelecidos pelo poder compe-
I - cinto de segurança, conforme regulamentação es- tente para autorizar, permitir ou conceder a explora-
pecífica do CONTRAN, com exceção dos veículos des- ção dessa atividade.
tinados ao transporte de passageiros em percursos em Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a
que seja permitido viajar em pé; autoridade com circunscrição sobre a via poderá au-
II - para os veículos de transporte e de condução esco- torizar, a título precário, o transporte de passageiros
lar, os de transporte de passageiros com mais de dez em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas
lugares e os de carga com peso bruto total superior as condições de segurança estabelecidas neste Código
a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, e pelo CONTRAN.
equipamento registrador instantâneo inalterável de Parágrafo único. A autorização citada no caput não
velocidade e tempo; poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veícu- a autoridade pública responsável deverá implantar o
los automotores, segundo normas estabelecidas pelo
serviço regular de transporte coletivo de passageiros,
CONTRAN;
em conformidade com a legislação pertinente e com
IV - (VETADO)
os dispositivos deste Código. (Incluído pela Lei nº
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de
gases poluentes e de ruído, segundo normas estabele- 9.602, de 1998)
cidas pelo CONTRAN. Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização no- ao transporte de passageiros só pode ser realizado de
turna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
retrovisor do lado esquerdo. Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag características para competição ou finalidade análoga só
frontal para o condutor e o passageiro do banco dian- poderá circular nas vias públicas com licença especial da
teiro. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009) autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
obrigatórios dos veículos e determinará suas especifi- I - (VETADO)
cações técnicas. II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipa- nos veículos em movimento, salvo nos que possuam
mento ou acessório proibido, sendo o infrator sujeito espelhos retrovisores em ambos os lados.
às penalidades e medidas administrativas previstas III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não,
neste Código. painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, a segurança do veículo, na forma de regulamentação
os encarroçadores de veículos e os revendedores de-
do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
vem comercializar os seus veículos com os equipa-
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de cará-
mentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os
demais estabelecidos pelo CONTRAN. ter publicitário ou qualquer outra que possa desviar a
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendi- atenção dos condutores em toda a extensão do pára-
mento do disposto neste artigo. -brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar
§ 5º A exigência estabelecida no inciso VII do caput em risco a segurança do trânsito.
deste artigo será progressivamente incorporada aos Art. 112. O CONTRAN regulamentará os materiais e
novos projetos de automóveis e dos veículos deles de- equipamentos que devam fazer parte do conjunto de
primeiros socorros, de porte obrigatório para os veícu-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

rivados, fabricados, importados, montados ou encar-


roçados, a partir do 1o(primeiro) ano após a definição los. (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)
pelo Contran das especificações técnicas pertinentes e Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarro-
do respectivo cronograma de implantação e a partir çadoras e fabricantes de veículos e autopeças são res-
do 5o (quinto) ano, após esta definição, para os de- ponsáveis civil e criminalmente por danos causados aos
mais automóveis zero quilômetro de modelos ou pro- usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes
jetos já existentes e veículos deles derivados. (Incluído de falhas oriundas de projetos e da qualidade dos ma-
pela Lei nº 11.910, de 2009) teriais e equipamentos utilizados na sua fabricação.

21
SEÇÃO III § 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou
DA IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a exe-
cutar trabalhos agrícolas e de construção ou de pa-
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente vimentação são sujeitos, desde que lhes seja faculta-
por caracteres gravados no chassi ou no monobloco, do transitar nas vias, ao registro e licenciamento da
reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o repartição competente, devendo receber numeração
CONTRAN. especial.
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou § 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar
montador, de modo a identificar o veículo, seu fabri- ou a arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a
cante e as suas características, além do ano de fabri- executar trabalhos de construção ou de pavimentação
cação, que não poderá ser alterado. são sujeitos, se transitarem em via pública, ao registro
§ 2º As regravações, quando necessárias, depende- e ao licenciamento da repartição competente. (Re-
rão de prévia autorização da autoridade executiva de dação dada pela Medida Provisória nº 673, de 2015)
trânsito e somente serão processadas por estabeleci- § 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar
mento por ela credenciado, mediante a comprovação ou a arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a
de propriedade do veículo, mantida a mesma identifi- executar trabalhos de construção ou de pavimentação
cação anterior, inclusive o ano de fabricação. são sujeitos ao registro na repartição competente, se
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permis- transitarem em via pública, dispensados o licencia-
são da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou or- mento e o emplacamento. (Redação dada pela Lei
denar que se faça, modificações da identificação de nº 13.154, de 2015) (Vide)
seu veículo. § 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores
Art. 115. O veículo será identificado externamente por destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola
meio de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada ou a executar trabalhos agrícolas são sujeitos ao regis-
em sua estrutura, obedecidas as especificações e mo- tro único em cadastro específico da repartição compe-
delos estabelecidos pelo CONTRAN. tente, dispensado o licenciamento e o emplacamento.
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados (Vide art 2º da Medida Provisória nº 673, de 2015)
para cada veículo e o acompanharão até a baixa do (Incluído pela Medida Provisória nº 673, de 2015)
registro, sendo vedado seu reaproveitamento. § 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Ban- destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola
deira Nacional serão usadas somente pelos veículos ou a executar trabalhos agrícolas, desde que faculta-
de representação pessoal do Presidente e do Vice-Pre- dos a transitar em via pública, são sujeitos ao registro
único, sem ônus, em cadastro específico do Ministério
sidente da República, dos Presidentes do Senado Fede-
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível
ral e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dos
aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Ministros
(Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) (Vide)
de Estado, do Advogado-Geral da União e do Procura- § 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos
dor-Geral da República. de uso bélico.
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos § 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados
Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Se- da placa dianteira.
cretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das § 7º Excepcionalmente, mediante autorização espe-
Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais, cífica e fundamentada das respectivas corregedorias
dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito e com a devida comunicação aos órgãos de trânsito
Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público e competentes, os veículos utilizados por membros do
ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão Poder Judiciário e do Ministério Público que exerçam
placas especiais, de acordo com os modelos estabele- competência ou atribuição criminal poderão tempo-
cidos pelo CONTRAN. rariamente ter placas especiais, de forma a impedir a
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou identificação de seus usuários específicos, na forma de
arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a exe- regulamento a ser emitido, conjuntamente, pelo Con-
cutar trabalhos agrícolas e de construção ou de pa- selho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Na-
vimentação são sujeitos, desde que lhes seja faculta- cional do Ministério Público - CNMP e pelo Conselho
do transitar nas vias, ao registro e licenciamento da Nacional de Trânsito - CONTRAN. (Incluído pela Lei
repartição competente, devendo receber numeração nº 12.694, de 2012)
especial. § 8º Os tratores e demais aparelhos automotores des-
§ 4º Os tratores e demais aparelhos automotores des- tinados a puxar ou a arrastar maquinário agrícola de
tinados a puxar ou a arrastar maquinário agrícola de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e licenciados na forma do§ 4º, não estão sujeitos à reno-
de construção ou de pavimentação são sujeitos, des- vação periódica do licenciamento. (Incluído pela Me-
de que transitem em vias públicas, ao registro e ao dida Provisória nº 646, de 2014) (Vigência encerrada)
§ 8º Os veículos artesanais utilizados para trabalho
licenciamento na repartição competente. (Redação
agrícola ( jericos), para efeito do registro de que trata
dada pela Medida Provisória nº 646, de 2014) (Vigên-
o§ 4º-A, ficam dispensados da exigência prevista no
cia encerrada)
art. 106. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

22
§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permita § 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do
a identificação do veículo ao qual estão atreladas são Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais
dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, de propriedade da administração direta, da União,
na forma a ser regulamentada pelo Contran. (Incluí- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de
do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) qualquer um dos poderes, com indicação expressa,
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Es- por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do
tados e do Distrito Federal, devidamente registrados órgão ou entidade em cujo nome o veículo será regis-
e licenciados, somente quando estritamente usados trado, excetuando-se os veículos de representação e os
em serviço reservado de caráter policial, poderão usar previstos no art. 116.
placas particulares, obedecidos os critérios e limites § 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo
estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de uso bélico.
de veículo oficial. Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certifica-
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coleti- do de Registro de Veículo - CRV de acordo com os mo-
vos de passageiros deverão conter, em local facilmente delos e especificações estabelecidos pelo CONTRAN,
visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto contendo as características e condições de invulnera-
total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou bilidade à falsificação e à adulteração.
capacidade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro
vedado o uso em desacordo com sua classificação. de Veículo o órgão executivo de trânsito consultará o
cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os se-
CAPÍTULO X guintes documentos:
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor,
ou documento equivalente expedido por autoridade
Art. 118. A circulação de veículo no território nacio- competente;
nal, independentemente de sua origem, em trânsito II - documento fornecido pelo Ministério das Relações
entre o Brasil e os países com os quais exista acordo Exteriores, quando se tratar de veículo importado por
ou tratado internacional, reger-se-á pelas disposições membro de missões diplomáticas, de repartições con-
deste Código, pelas convenções e acordos internacio- sulares de carreira, de representações de organismos
nais ratificados. internacionais e de seus integrantes.
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certifi-
controle de fronteira comunicarão diretamente ao RE- cado de Registro de Veículo quando:
NAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de I - for transferida a propriedade;
veículos. II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou
Parágrafo único. Os veículos licenciados no exterior residência;
não poderão sair do território nacional sem prévia
III - for alterada qualquer característica do veículo;
quitação de débitos de multa por infrações de trânsi-
IV - houver mudança de categoria.
to e o ressarcimento de danos que tiverem causado a
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o pra-
bens do patrimônio público, respeitado o princípio da
zo para o proprietário adotar as providências neces-
reciprocidade.
sárias à efetivação da expedição do novo Certificado
§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão
de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos
sair do território nacional sem o prévio pagamento
demais casos as providências deverão ser imediatas.
ou o depósito, judicial ou administrativo, dos valores
correspondentes às infrações de trânsito cometidas e § 2º No caso de transferência de domicílio ou residên-
ao ressarcimento de danos que tiverem causado ao cia no mesmo Município, o proprietário comunicará o
patrimônio público ou de particulares, independente- novo endereço num prazo de trinta dias e aguardará
mente da fase do processo administrativo ou judicial o novo licenciamento para alterar o Certificado de Li-
envolvendo a questão. (Incluído pela Lei nº 13.281, de cenciamento Anual.
2016) (Vigência) § 3º A expedição do novo certificado será comunicada
§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem ao órgão executivo de trânsito que expediu o anterior
o cumprimento do disposto no§ 1º e que posterior- e ao RENAVAM.
mente forem flagrados tentando ingressar ou já em Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Regis-
circulação no território nacional serão retidos até a re- tro de Veículo serão exigidos os seguintes documentos:
gularização da situação. (Incluído pela Lei nº 13.281, I - Certificado de Registro de Veículo anterior;
de 2016) (Vigência) II - Certificado de Licenciamento Anual;
III - comprovante de transferência de propriedade,
CAPÍTULO XI quando for o caso, conforme modelo e normas esta-
DO REGISTRO DE VEÍCULOS belecidas pelo CONTRAN;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de


Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, poluentes e ruído, quando houver adaptação ou alte-
reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante ração de características do veículo;
o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito V - comprovante de procedência e justificativa da pro-
Federal, no Município de domicílio ou residência de priedade dos componentes e agregados adaptados ou
seu proprietário, na forma da lei. montados no veículo, quando houver alteração das
características originais de fábrica;

23
VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de
caso de veículo da categoria de missões diplomáticas, de propulsão humana e dos veículos de tração animal
repartições consulares de carreira, de representações de obedecerão à regulamentação estabelecida em legisla-
organismos internacionais e de seus integrantes; ção municipal do domicílio ou residência de seus pro-
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, prietários. (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
expedida no Município do registro anterior, que pode- Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos
rá ser substituída por informação do RENAVAM; automotores destinados a puxar ou a arrastar maqui-
VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a naria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas será
tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura,
veículo, independentemente da responsabilidade pe- Pecuária e Abastecimento, diretamente ou mediante
las infrações cometidas; convênio. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
IX - Registro Nacional de Transportadores Rodoviários,
no caso de veículos de carga; (Revogado pela Lei nº CAPÍTULO XII
9.602, de 1998) DO LICENCIAMENTO
X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto
no art. 98, quando houver alteração nas característi- Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
cas originais do veículo que afetem a emissão de po- reboque ou semi-reboque, para transitar na via, deve-
luentes e ruído; rá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de
XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver
e de poluentes e ruído, quando for o caso, conforme registrado o veículo.
regulamentações do CONTRAN e do CONAMA.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco,
uso bélico.
os agregados e as características originais do veículo
deverão ser prestadas ao RENAVAM: § 2º No caso de transferência de residência ou domi-
I - pelo fabricante ou montadora, antes da comerciali- cílio, é válido, durante o exercício, o licenciamento de
zação, no caso de veículo nacional; origem.
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo impor- Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será
tado por pessoa física; expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certifica-
III - pelo importador, no caso de veículo importado por do de Registro, no modelo e especificações estabeleci-
pessoa jurídica. dos pelo CONTRAN.
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENA- § 1º O primeiro licenciamento será feito simultanea-
VAM serão repassadas ao órgão executivo de trânsito mente ao registro.
responsável pelo registro, devendo este comunicar ao § 2º O veículo somente será considerado licenciado
RENAVAM, tão logo seja o veículo registrado. estando quitados os débitos relativos a tributos, en-
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou cargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados
definitivamente desmontado, deverá requerer a baixa ao veículo, independentemente da responsabilidade
do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo CON- pelas infrações cometidas.
TRAN, sendo vedada a remontagem do veículo sobre § 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá com-
o mesmo chassi, de forma a manter o registro anterior. provar sua aprovação nas inspeções de segurança vei-
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou
cular e de controle de emissões de gases poluentes e
destinado à desmontagem, deverá requerer a baixa
de ruído, conforme disposto no art. 104.
do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Con-
tran, vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licen-
chassi de forma a manter o registro anterior. (Reda- ciamento e terão sua circulação regulada pelo CON-
ção dada pela Lei nº 12.977, de 2014) (Vigência) TRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo de destino.
é da companhia seguradora ou do adquirente do veí- § 1º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente,
culo destinado à desmontagem, quando estes sucede- aos veículos importados, durante o trajeto entre a al-
rem ao proprietário. fândega ou entreposto alfandegário e o Município de
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só destino. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
efetuará a baixa do registro após prévia consulta ao 13.103, de 2015) (Vigência)
cadastro do RENAVAM. § 2º Antes do registro e licenciamento, o veículo de
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá carga novo, nacional ou importado, portando a nota
ser esta comunicada, de imediato, ao RENAVAM. fiscal de compra e venda ou documento alfandegário,
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Re- deverá transitar embarcado do pátio da fábrica ou do
gistro de Veículo enquanto houver débitos fiscais e de posto alfandegário ao Município de destino. (Incluído
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo, pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) (Revo-
independentemente da responsabilidade pelas infra- gado pela Lei nº 13.154, de 2015)
ções cometidas.
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licen-
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de
ciamento Anual.
propulsão humana, dos ciclomotores e dos veículos de
tração animal obedecerão à regulamentação estabe- Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no mo-
lecida em legislação municipal do domicílio ou resi- mento da fiscalização, for possível ter acesso ao devido sis-
dência de seus proprietários. tema informatizado para verificar se o veículo está licen-
ciado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

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Art. 134. No caso de transferência de propriedade, Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a com-
o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão petência municipal de aplicar as exigências previstas
executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo em seus regulamentos, para o transporte de escolares.
de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de
transferência de propriedade, devidamente assinado e CAPÍTULO XIII-A
datado, sob pena de ter que se responsabilizar soli- DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
dariamente pelas penalidades impostas e suas reinci- (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
dências até a data da comunicação.
Parágrafo único. O comprovante de transferência de Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas
propriedade de que trata o caput poderá ser substi- ao transporte remunerado de mercadorias – moto-
tuído por documento eletrônico, na forma regulamen- -frete – somente poderão circular nas vias com auto-
tada pelo Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de rização emitida pelo órgão ou entidade executivo de
2015) trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se,
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao trans- para tanto: (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
porte individual ou coletivo de passageiros de linhas I – registro como veículo da categoria de aluguel; (In-
regulares ou empregados em qualquer serviço remu- cluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
nerado, para registro, licenciamento e respectivo em- II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixa-
placamento de característica comercial, deverão estar do no chassi do veículo, destinado a proteger o motor e a
devidamente autorizados pelo poder público conce- perna do condutor em caso de tombamento, nos termos
dente. de regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito –
Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
CAPÍTULO XIII III – instalação de aparador de linha antena corta-pi-
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES pas, nos termos de regulamentação do Contran; (In-
cluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à con- IV – inspeção semestral para verificação dos equipa-
dução coletiva de escolares somente poderão circular mentos obrigatórios e de segurança. (Incluído pela Lei
nas vias com autorização emitida pelo órgão ou enti- nº 12.009, de 2009)
dade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito § 1º A instalação ou incorporação de dispositivos para
Federal, exigindo-se, para tanto: transporte de cargas deve estar de acordo com a regu-
I - registro como veículo de passageiros; lamentação do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009,
II - inspeção semestral para verificação dos equipa- de 2009)
mentos obrigatórios e de segurança; § 2º É proibido o transporte de combustíveis, produ-
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com tos inflamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de
quarenta centímetros de largura, à meia altura, em que trata este artigo, com exceção do gás de cozinha
toda a extensão das partes laterais e traseira da car- e de galões contendo água mineral, desde que com o
roçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, auxílio de side-car, nos termos de regulamentação do
em caso de veículo de carroçaria pintada na cor ama- Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
rela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas; Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a
IV - equipamento registrador instantâneo inalterável competência municipal ou estadual de aplicar as exi-
de velocidade e tempo; gências previstas em seus regulamentos para as ativi-
V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispos- dades de moto-frete no âmbito de suas circunscrições.
tas nas extremidades da parte superior dianteira e (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade
superior da parte traseira; CAPÍTULO XIV
VI - cintos de segurança em número igual à lotação; DA HABILITAÇÃO
VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios es-
tabelecidos pelo CONTRAN. Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automo-
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo ante- tor e elétrico será apurada por meio de exames que
rior deverá ser afixada na parte interna do veículo, em deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade
local visível, com inscrição da lotação permitida, sendo executivos do Estado ou do Distrito Federal, do do-
vedada a condução de escolares em número superior micílio ou residência do candidato, ou na sede esta-
à capacidade estabelecida pelo fabricante. dual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução preencher os seguintes requisitos:
de escolares deve satisfazer os seguintes requisitos: I - ser penalmente imputável;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - ter idade superior a vinte e um anos; II - saber ler e escrever;


II - ser habilitado na categoria D; III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
III - (VETADO) Parágrafo único. As informações do candidato à habi-
IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gra- litação serão cadastradas no RENACH.
víssima, ou ser reincidente em infrações médias du- Art. 141. O processo de habilitação, as normas relati-
rante os doze últimos meses; vas à aprendizagem para conduzir veículos automoto-
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos res e elétricos e à autorização para conduzir ciclomo-
da regulamentação do CONTRAN. tores serão regulamentados pelo CONTRAN.

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§ 1º A autorização para conduzir veículos de propul- Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos
são humana e de tração animal ficará a cargo dos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas
Municípios. poderão ser conduzidos em via pública também por
§ 2º (VETADO) condutor habilitado na categoria B. (Incluído pela Me-
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em dida Provisória nº 646, de 2014) (Vigência encerrada)
outro país está subordinado às condições estabeleci- Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos
das em convenções e acordos internacionais e às nor- automotores destinados a executar trabalhos agríco-
mas do CONTRAN. las poderão ser conduzidos em via pública também
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas cate- por condutor habilitado na categoria B. (Redação
gorias de A a E, obedecida a seguinte gradação: dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para
conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros,
duas ou três rodas, com ou sem carro lateral;
de escolares, de emergência ou de produto perigoso,
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não
o candidato deverá preencher os seguintes requisitos:
abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não I - ser maior de vinte e um anos;
exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lota- II - estar habilitado:
ção não exceda a oito lugares, excluído o do motorista; a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mí-
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado uti- nimo há um ano na categoria C, quando pretender
lizado em transporte de carga, cujo peso bruto total habilitar-se na categoria D; e
exceda a três mil e quinhentos quilogramas; b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pre-
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado uti- tender habilitar-se na categoria E;
lizado no transporte de passageiros, cuja lotação exce- III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gra-
da a oito lugares, excluído o do motorista; víssima ou ser reincidente em infrações médias duran-
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos te os últimos doze meses;
em que a unidade tratora se enquadre nas Categorias IV - ser aprovado em curso especializado e em curso
B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semi- de treinamento de prática veicular em situação de ris-
-reboque ou articulada, tenha seis mil quilogramas co, nos termos da normatização do CONTRAN.
ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a Parágrafo único. A participação em curso especializa-
oito lugares, ou, ainda, seja enquadrado na categoria do previsto no inciso IV independe da observância do
trailer. disposto no inciso III. (Incluído pela Lei nº 12.619, de
2012) (Vigência)
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
em que a unidade tratora se enquadre nas categorias
Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para condu-
B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirre- zir ambulâncias, o candidato deverá comprovar treina-
boque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil mento especializado e reciclagem em cursos específicos
quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lo- a cada 5 (cinco) anos, nos termos da normatização do
tação exceda a 8 (oito) lugares. (Redação dada pela Contran. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Lei nº 12.452, de 2011) Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor de- condutor deverá realizar exames complementares exi-
verá estar habilitado no mínimo há um ano na cate- gidos para habilitação na categoria pretendida.
goria B e não ter cometido nenhuma infração grave Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-
ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, -se a exames realizados pelo órgão executivo de trân-
durante os últimos doze meses. sito, na seguinte ordem:
§ 2º São os condutores da categoria B autorizados I - de aptidão física e mental;
a conduzir veículo automotor da espécie motor-ca- II - (VETADO)
sa, definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo III - escrito, sobre legislação de trânsito;
peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou IV - de noções de primeiros socorros, conforme regula-
cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o mentação do CONTRAN;
do motorista. (Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011) V - de direção veicular, realizado na via pública, em
veículo da categoria para a qual estiver habilitando-se.
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos
combinação de veículos com mais de uma unidade
respectivos examinadores serão registrados no RE-
tracionada, independentemente da capacidade de NACH. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
tração ou do peso bruto total. (Renumerado pela Lei 9.602, de 1998)
nº 12.452, de 2011) § 2º O exame de aptidão física e mental será prelimi-
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

nar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos


misto ou o equipamento automotor destinado à movi- para condutores com mais de sessenta e cinco anos de
mentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, idade, no local de residência ou domicílio do examina-
de terraplenagem, de construção ou de pavimentação do. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
só podem ser conduzidos na via pública por condutor § 3º O exame previsto no parágrafo anterior, quando
habilitado nas categorias C, D ou E. referente à primeira habilitação, incluirá a avaliação
psicológica preliminar e complementar ao referido
exame. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

26
§ 3º O exame previsto no§ 2º incluirá avaliação psi- Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deve-
cológica preliminar e complementar sempre que a ele rão submeter-se a exames toxicológicos para a habili-
se submeter o condutor que exerce atividade remune- tação e renovação da Carteira Nacional de Habilitação.
rada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
demais candidatos apenas no exame referente à pri- § 1º O exame de que trata este artigo buscará aferir
meira habilitação. (Redação dada pela Lei nº 10.350, o consumo de substâncias psicoativas que, compro-
de 2001) vadamente, comprometam a capacidade de direção e
§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, deverá ter janela de detecção mínima de 90 (noventa)
mental, ou de progressividade de doença que possa dias, nos termos das normas do Contran. (Incluído
diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o pra- pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
zo previsto no§ 2º poderá ser diminuído por proposta § 2º Os condutores das categorias C, D e E com Car-
do perito examinador. (Incluído pela Lei nº 9.602, teira Nacional de Habilitação com validade de 5 (cin-
de 1998) co) anos deverão fazer o exame previsto no§ 1º no
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada ao prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a contar da
veículo terá essa informação incluída na sua Carteira realização do disposto no caput. (Incluído pela Lei nº
Nacional de Habilitação, conforme especificações do 13.103, de 2015) (Vigência)
Conselho Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído § 3º Os condutores das categorias C, D e E com Car-
pela Lei nº 10.350, de 2001) teira Nacional de Habilitação com validade de 3 (três)
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é anos deverão fazer o exame previsto no§ 1º no prazo
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante de 1 (um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização
emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas téc- do disposto no caput. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
nicas em todas as etapas do processo de habilitação. 2015) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) § 4º É garantido o direito de contraprova e de recurso
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em administrativo no caso de resultado positivo para o exa-
aulas teóricas dos cursos que precedem os exames
me de que trata o caput, nos termos das normas do Con-
previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por
tran. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
meio de subtitulação com legenda oculta associada à
§ 5º A reprovação no exame previsto neste artigo terá
tradução simultânea em Libras. (Incluído pela Lei
como consequência a suspensão do direito de dirigir
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levan-
§ 2º É assegurado também ao candidato com defi-
tamento da suspensão ao resultado negativo em novo
ciência auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os
exame, e vedada a aplicação de outras penalidades,
serviços de intérprete da Libras, para acompanhamen-
ainda que acessórias. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
to em aulas práticas e teóricas. (Incluído pela Lei nº
2015) (Vigência)
13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de dire- § 6º O resultado do exame somente será divulgado
ção veicular, poderão ser aplicados por entidades pú- para o interessado e não poderá ser utilizado para
blicas ou privadas credenciadas pelo órgão executivo fins estranhos ao disposto neste artigo ou no§ 6º do
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
com as normas estabelecidas pelo CONTRAN. aprovada pelo Decreto-Lei Nº 5.452, de 1o de maio de
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obriga- 1943. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
toriamente, curso de direção defensiva e de conceitos § 7º O exame será realizado, em regime de livre con-
básicos de proteção ao meio ambiente relacionados corrência, pelos laboratórios credenciados pelo Depar-
com o trânsito. tamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos termos
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão das normas do Contran, vedado aos entes públicos: (In-
para Dirigir, com validade de um ano. cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será confe- I - fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei nº
rida ao condutor no término de um ano, desde que 13.103, de 2015) (Vigência)
o mesmo não tenha cometido nenhuma infração de II - limitar o número de empresas ou o número de lo-
natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em cais em que a atividade pode ser exercida; e (Incluído
infração média. pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habili- III - estabelecer regras de exclusividade territorial.
tação, tendo em vista a incapacidade de atendimento (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
do disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato Art. 149. (VETADO)
a reiniciar todo o processo de habilitação. Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN po- anterior, o condutor que não tenha curso de direção
derá dispensar os tripulantes de aeronaves que apre- defensiva e primeiros socorros deverá a eles ser sub-
sentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças metido, conforme normatização do CONTRAN.
Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores con-
respectivamente, da prestação do exame de aptidão tratados para operar a sua frota de veículos é obrigada
física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) a fornecer curso de direção defensiva, primeiros socor-
ros e outros conforme normatização do CONTRAN.

27
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado
sobre legislação de trânsito ou de direção veicular, o para aprendizagem, quando autorizado para servir a
candidato só poderá repetir o exame depois de decor- esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua carro-
ridos quinze dias da divulgação do resultado. çaria, à meia altura, faixa branca removível, de vinte
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado centímetros de largura, com a inscrição AUTO-ESCO-
perante uma comissão integrada por três membros LA na cor preta.
designados pelo dirigente do órgão executivo local Art. 155. A formação de condutor de veículo automo-
de trânsito, para o período de um ano, permitida a tor e elétrico será realizada por instrutor autorizado
recondução por mais um período de igual duração. pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado pe- Distrito Federal, pertencente ou não à entidade cre-
rante comissão integrada por 3 (três) membros designa- denciada.
dos pelo dirigente do órgão executivo local de trânsito. Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autoriza-
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) ção para aprendizagem, de acordo com a regulamen-
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo tação do CONTRAN, após aprovação nos exames de
menos um membro deverá ser habilitado na catego- aptidão física, mental, de primeiros socorros e sobre
ria igual ou superior à pretendida pelo candidato. legislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 9.602, de
§ 2º Os militares das Forças Armadas e Auxiliares que 1998)
possuírem curso de formação de condutor, ministra- Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credencia-
do em suas corporações, serão dispensados, para a mento para prestação de serviço pelas auto-escolas e
concessão da Carteira Nacional de Habilitação, dos outras entidades destinadas à formação de conduto-
exames a que se houverem submetido com aprovação res e às exigências necessárias para o exercício das
naquele curso, desde que neles sejam observadas as atividades de instrutor e examinador.
normas estabelecidas pelo CONTRAN. Art. 157. (VETADO)
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se:
bombeiros dos órgãos de segurança pública da União,
(Vide Lei nº 12.217, de 2010) Vigência
dos Estados e do Distrito Federal que possuírem cur-
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo ór-
so de formação de condutor ministrado em suas
gão executivo de trânsito;
corporações serão dispensados, para a concessão do
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
documento de habilitação, dos exames aos quais se
§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utiliza-
houverem submetido com aprovação naquele curso,
do na aprendizagem poderá conduzir apenas mais um
desde que neles sejam observadas as normas esta-
acompanhante. (Renumerado do parágrafo único
belecidas pelo Contran. (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência) pela Lei nº 12.217, de 2010).
§ 3º O militar interessado instruirá seu requerimento § 2º Parte da aprendizagem será obrigatoriamente
com ofício do Comandante, Chefe ou Diretor da or- realizada durante a noite, cabendo ao CONTRAN fi-
ganização militar em que servir, do qual constarão: xar-lhe a carga horária mínima correspondente. (In-
o número do registro de identificação, naturalidade, cluído pela Lei nº 12.217, de 2010).
nome, filiação, idade e categoria em que se habilitou Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida
a conduzir, acompanhado de cópias das atas dos exa- em modelo único e de acordo com as especificações
mes prestados. do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabeleci-
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar inte- dos neste Código, conterá fotografia, identificação e
ressado na dispensa de que trata o§ 2º instruirá seu CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a do-
requerimento com ofício do comandante, chefe ou di- cumento de identidade em todo o território nacional.
retor da unidade administrativa onde prestar serviço, § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou
do qual constarão o número do registro de identifi- da Carteira Nacional de Habilitação quando o condu-
cação, naturalidade, nome, filiação, idade e catego- tor estiver à direção do veículo.
ria em que se habilitou a conduzir, acompanhado de § 2º (VETADO)
cópia das atas dos exames prestados. (Redação dada § 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Habilitação será regulamentada pelo CONTRAN.
§ 4º (VETADO) § 4º (VETADO)
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuá- § 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão
rio a identificação de seus instrutores e examinadores, para Dirigir somente terão validade para a condução
que serão passíveis de punição conforme regulamen- de veículo quando apresentada em original.
tação a ser estabelecida pelo CONTRAN. § 6º A identificação da Carteira Nacional de Habili-
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instru- tação expedida e a da autoridade expedidora serão
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

tores e examinadores serão de advertência, suspen- registradas no RENACH.


são e cancelamento da autorização para o exercício § 7º A cada condutor corresponderá um único registro
da atividade, conforme a falta cometida. no RENACH, agregando-se neste todas as informações.
Art. 154. Os veículos destinados à formação de con- § 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de
dutores serão identificados por uma faixa amarela, de Habilitação ou a emissão de uma nova via somente
vinte centímetros de largura, pintada ao longo da car- será realizada após quitação de débitos constantes do
roçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA prontuário do condutor.
na cor preta. § 9º (VETADO)

28
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela
condicionada ao prazo de vigência do exame de aptidão Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) Medida administrativa - recolhimento do documento
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida de habilitação e retenção do veículo até a apresen-
na vigência do Código anterior, será substituída por tação de condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº
ocasião do vencimento do prazo para revalidação do 13.281, de 2016) (Vigência)
exame de aptidão física e mental, ressalvados os ca- III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permis-
sos especiais previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº são para Dirigir de categoria diferente da do veículo
9.602, de 1998) que esteja conduzindo:
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito Infração - gravíssima;
deverá ser submetido a novos exames para que possa Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;
voltar a dirigir, de acordo com as normas estabeleci- Medida administrativa - recolhimento do documento
das pelo CONTRAN, independentemente do reconhe- de habilitação;
cimento da prescrição, em face da pena concretizada III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permis-
na sentença. são para Dirigir de categoria diferente da do veículo
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envol- que esteja conduzindo: (Redação dada pela Lei nº
vido poderá ser submetido aos exames exigidos neste 13.281, de 2016) (Vigência)
artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade exe- Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada pela
cutiva estadual de trânsito poderá apreender o docu- Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
mento de habilitação do condutor até a sua aprova- Medida administrativa - retenção do veículo até a
ção nos exames realizados. apresentação de condutor habilitado; (Redação dada
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
CAPÍTULO XV IV - (VETADO)
DAS INFRAÇÕES V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação
vencida há mais de trinta dias:
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservân- Infração - gravíssima;
cia de qualquer preceito deste Código, da legislação Penalidade - multa;
complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo Medida administrativa - recolhimento da Carteira
o infrator sujeito às penalidades e medidas adminis- Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a
trativas indicadas em cada artigo, além das punições apresentação de condutor habilitado;
previstas no Capítulo XIX. VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho au-
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às xiliar de audição, de prótese física ou as adaptações
resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e me- do veículo impostas por ocasião da concessão ou da
didas administrativas definidas nas próprias resoluções. renovação da licença para conduzir:
Art. 162. Dirigir veículo: Infração - gravíssima;
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Penalidade - multa;
Permissão para Dirigir: Medida administrativa - retenção do veículo até o sa-
Infração - gravíssima; neamento da irregularidade ou apresentação de con-
Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo; dutor habilitado.
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Per- Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas
missão para Dirigir ou Autorização para Conduzir condições previstas no artigo anterior:
Ciclomotor: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
2016) (Vigência) Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III
13.281, de 2016) (Vigência) do artigo anterior.
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automo-
Medida administrativa - retenção do veículo até a tor e passe a conduzi-lo na via:
apresentação de condutor habilitado; (Incluído pela Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
II - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permis- Medida administrativa - a mesma prevista no inciso
são para Dirigir cassada ou com suspensão do direito III do art. 162.
de dirigir: Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool, em nível
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Infração - gravíssima; superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de


Penalidade - multa (cinco vezes) e apreensão do veículo; qualquer substância entorpecente ou que determine
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão dependência física ou psíquica.
para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qual-
cassada ou com suspensão do direito de dirigir: (Re- quer substância entorpecente ou que determine de-
dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) pendência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº nº 11.275, de 2006)
13.281, de 2016) (Vigência) Infração - gravíssima;

29
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direi- Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor
to de dirigir; sem observância das normas de segurança especiais
Medida administrativa - retenção do veículo até a estabelecidas neste Código:
apresentação de condutor habilitado e recolhimento Infração - gravíssima;
do documento de habilitação. Penalidade - multa;
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qual- Medida administrativa - retenção do veículo até que a
quer outra substância psicoativa que determine de- irregularidade seja sanada.
pendência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados in-
dispensáveis à segurança:
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
Infração - leve;
11.705, de 2008)
Penalidade - multa.
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direi- Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam
to de dirigir por 12 (doze) meses; (Redação dada pela atravessando a via pública, ou os demais veículos:
Lei nº 11.705, de 2008) Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
de dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei Medida administrativa - retenção do veículo e recolhi-
nº 12.760, de 2012) mento do documento de habilitação.
Medida Administrativa - retenção do veículo até a Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pe-
apresentação de condutor habilitado e recolhimento destres ou veículos, água ou detritos:
do documento de habilitação. (Redação dada pela Lei Infração - média;
nº 11.705, de 2008) Penalidade - multa.
Medida administrativa - recolhimento do documen- Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via obje-
to de habilitação e retenção do veículo, observado o tos ou substâncias:
disposto no§ 4º do art. 270 da Lei Nº 9.503, de 23 de Infração - média;
setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. Penalidade - multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) Art. 173. Disputar corrida por espírito de emulação:
Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei nº
12.971, de 2014) (Vigência)
apurada na forma do art. 277.
Infração - gravíssima;
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Penalidade - multa (três vezes), suspensão do direito
no caput em caso de reincidência no período de até de dirigir e apreensão do veículo;
12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
de 2012) de dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exa- Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
me clínico, perícia ou outro procedimento que permita Medida administrativa - recolhimento do documento
certificar influência de álcool ou outra substância psi- de habilitação e remoção do veículo.
coativa, na forma estabelecida pelo art. 277: (Incluído Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) no caput em caso de reincidência no período de 12
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de (doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei
2016) (Vigência) nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito Art. 174. Promover, na via, competição esportiva,
de dirigir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº eventos organizados, exibição e demonstração de pe-
13.281, de 2016) (Vigência) rícia em manobra de veículo, ou deles participar, como
Medida administrativa - recolhimento do documento condutor, sem permissão da autoridade de trânsito
de habilitação e retenção do veículo, observado o dis- com circunscrição sobre a via:
posto no§ 4º do art. 270. (Incluído pela Lei nº 13.281, Art. 174. Promover, na via, competição, eventos orga-
nizados, exibição e demonstração de perícia em ma-
de 2016) (Vigência)
nobra de veículo, ou deles participar, como condutor,
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
sem permissão da autoridade de trânsito com circuns-
no caput em caso de reincidência no período de até
crição sobre a via: (Redação dada pela Lei nº 12.971,
12 (doze) meses (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) de 2014) (Vigência)
(Vigência) Infração - gravíssima;
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a Penalidade - multa (cinco vezes), suspensão do direito
pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico de dirigir e apreensão do veículo;
ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
segurança: de dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela
Infração - gravíssima;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)


Penalidade - multa. Medida administrativa - recolhimento do documento
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o de habilitação e remoção do veículo.
cinto de segurança, conforme previsto no art. 65: Parágrafo único. As penalidades são aplicáveis aos
Infração - grave; promotores e aos condutores participantes.
Penalidade - multa; § 1º As penalidades são aplicáveis aos promotores
Medida administrativa - retenção do veículo até colo- e aos condutores participantes. (Incluído pela Lei nº
cação do cinto pelo infrator. 12.971, de 2014) (Vigência)

30
§ 2º Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em Penalidade - multa;
caso de reincidência no período de 12 (doze) meses Medida administrativa - remoção do veículo;
da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de II - nas demais vias:
2014) (Vigência) Infração - leve;
Art. 175. Utilizar-se de veículo para, em via pública, Penalidade - multa.
demonstrar ou exibir manobra perigosa, arrancada Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta
brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento de combustível:
ou arrastamento de pneus: Infração - média;
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou Penalidade - multa;
exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca, Medida administrativa - remoção do veículo.
derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arras- Art. 181. Estacionar o veículo:
tamento de pneus: (Redação dada pela Lei nº 12.971, I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo
de 2014) (Vigência) do alinhamento da via transversal:
Infração - gravíssima; Infração - média;
Penalidade - multa, suspensão do direito de dirigir e Penalidade - multa;
apreensão do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüen-
de dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela ta centímetros a um metro:
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Infração - leve;
Medida administrativa - recolhimento do documento Penalidade - multa;
de habilitação e remoção do veículo. Medida administrativa - remoção do veículo;
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de
no caput em caso de reincidência no período de 12 um metro:
(doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei Infração - grave;
nº 12.971, de 2014) (Vigência) Penalidade - multa;
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente Medida administrativa - remoção do veículo;
com vítima: IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, poden- Código:
do fazê-lo; Infração - média;
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no senti- Penalidade - multa;
do de evitar perigo para o trânsito no local; Medida administrativa - remoção do veículo;
III - de preservar o local, de forma a facilitar os traba- V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias,
lhos da polícia e da perícia; das vias de trânsito rápido e das vias dotadas de acos-
IV - de adotar providências para remover o veículo do tamento:
local, quando determinadas por policial ou agente da Infração - gravíssima;
autoridade de trânsito; Penalidade - multa;
V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar infor- Medida administrativa - remoção do veículo;
mações necessárias à confecção do boletim de ocor- VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de
rência: água ou tampas de poços de visita de galerias subter-
Infração - gravíssima; râneas, desde que devidamente identificados, confor-
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direi- me especificação do CONTRAN:
to de dirigir; Infração - média;
Medida administrativa - recolhimento do documento Penalidade - multa;
de habilitação. Medida administrativa - remoção do veículo;
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
de acidente de trânsito quando solicitado pela autori- Infração - leve;
dade e seus agentes: Penalidade - multa;
Infração - grave; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa. VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre,
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refú-
sem vítima, de adotar providências para remover o gios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de
veículo do local, quando necessária tal medida para pista de rolamento, marcas de canalização, gramados
assegurar a segurança e a fluidez do trânsito: ou jardim público:
Infração - média; Infração - grave;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Penalidade - multa. Penalidade - multa;


Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veí- Medida administrativa - remoção do veículo;
culo na via pública, salvo nos casos de impedimento IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada
absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja destinada à entrada ou saída de veículos:
devidamente sinalizado: Infração - média;
I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito Penalidade - multa;
rápido: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave; X - impedindo a movimentação de outro veículo:

31
Infração - média; § 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de
Penalidade - multa; trânsito aplicará a penalidade preferencialmente após
Medida administrativa - remoção do veículo; a remoção do veículo.
XI - ao lado de outro veículo em fila dupla: § 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abando-
Infração - grave; nar o calço de segurança na via.
Penalidade - multa; Art. 182. Parar o veículo:
Medida administrativa - remoção do veículo; I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a do alinhamento da via transversal:
circulação de veículos e pedestres: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüen-
Medida administrativa - remoção do veículo; ta centímetros a um metro:
XIII - onde houver sinalização horizontal delimitado- Infração - leve;
ra de ponto de embarque ou desembarque de passa- Penalidade - multa;
geiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de
sinalização, no intervalo compreendido entre dez me- um metro:
tros antes e depois do marco do ponto: Infração - média;
Infração - média; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
Medida administrativa - remoção do veículo; Código:
XIV - nos viadutos, pontes e túneis: Infração - leve;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias,
Medida administrativa - remoção do veículo; das vias de trânsito rápido e das demais vias dotadas
XV - na contramão de direção: de acostamento:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres,
freado e sem calço de segurança, quando se tratar de nas ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de
veículo com peso bruto total superior a três mil e qui- pista de rolamento e marcas de canalização:
nhentos quilogramas: Infração - leve;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
Medida administrativa - remoção do veículo; circulação de veículos e pedestres:
XVII - em desacordo com as condições regulamenta- Infração - média;
das especificamente pela sinalização (placa - Estacio- Penalidade - multa;
namento Regulamentado): VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - leve; Infração - média;
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de Penalidade - multa;
2015) (Vigência) IX - na contramão de direção:
Penalidade - multa; Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
XVIII - em locais e horários proibidos especificamente X - em local e horário proibidos especificamente pela
pela sinalização (placa - Proibido Estacionar): sinalização (placa - Proibido Parar):
Infração - média; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
Medida administrativa - remoção do veículo; Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na
XIX - em locais e horários de estacionamento e para- mudança de sinal luminoso:
da proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar Infração - média;
e Estacionar): Penalidade - multa.
Infração - grave; Art. 184. Transitar com o veículo:
Penalidade - multa; I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como
Medida administrativa - remoção do veículo. de circulação exclusiva para determinado tipo de veí-
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência culo, exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conver-
sões à direita:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ou idosos, sem credencial que comprove tal condição:


(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Infração - leve;
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de Penalidade - multa;
2016) (Vigência) II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 13.281, de como de circulação exclusiva para determinado tipo
de veículo:
2016) (Vigência)
Infração - grave;
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluí-
Penalidade - multa.
do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

32
III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamenta- Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitan-
da com circulação destinada aos veículos de transpor- do em sentidos opostos, estejam na iminência de passar
te público coletivo de passageiros, salvo casos de força um pelo outro ao realizar operação de ultrapassagem:
maior e com autorização do poder público competen- Infração - gravíssima;
te: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) Penalidade - multa.
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.154, Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direi-
de 2015) to de dirigir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído 2014) (Vigência)
pela Lei nº 13.154, de 2015) Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Medida Administrativa - remoção do veículo. (Incluí- no caput em caso de reincidência no período de até 12
do pela Lei nº 13.154, de 2015) (doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, dei- nº 12.971, de 2014) (Vigência)
xar de conservá-lo:
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regula-
lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem
mentação, exceto em situações de emergência;
como em relação ao bordo da pista, considerando-se,
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior
no momento, a velocidade, as condições climáticas do
porte:
Infração - média; local da circulação e do veículo:
Penalidade - multa. Infração - grave;
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em: Penalidade - multa.
I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, pas-
ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo neces- seios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios,
sário, respeitada a preferência do veículo que transitar ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista
em sentido contrário: de rolamento, acostamentos, marcas de canalização,
Infração - grave; gramados e jardins públicos:
Penalidade - multa; Infração - gravíssima;
II - vias com sinalização de regulamentação de senti- Penalidade - multa (três vezes).
do único de circulação: Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância
Infração - gravíssima; necessária a pequenas manobras e de forma a não
Penalidade - multa. causar riscos à segurança:
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos Infração - grave;
pela regulamentação estabelecida pela autoridade Penalidade - multa.
competente: Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autori-
I - para todos os tipos de veículos: dade competente de trânsito ou de seus agentes:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
II - especificamente para caminhões e ônibus: (Re- Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, median-
vogado pela Lei nº 9.602, de 1998) te gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de
Infração - grave; (Revogado pela Lei nº 9.602, de direção do veículo, o início da marcha, a realização da
1998) manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou
Penalidade - multa. (Revogado pela Lei nº 9.602, de de faixa de circulação:
1998) Infração - grave;
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrom- Penalidade - multa.
pendo ou perturbando o trânsito: Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veí-
Infração - média; culo para a faixa mais à esquerda ou mais à direita,
Penalidade - multa. dentro da respectiva mão de direção, quando for ma-
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedi- nobrar para um desses lados:
dos de batedores, de socorro de incêndio e salvamen- Infração - média;
to, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito Penalidade - multa.
e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda,
devidamente identificados por dispositivos regula- quando solicitado:
mentados de alarme sonoro e iluminação vermelha Infração - média;
intermitentes: Penalidade - multa.
Infração - gravíssima; Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veí-
Penalidade - multa. culo da frente estiver colocado na faixa apropriada e
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, es- der sinal de que vai entrar à esquerda:
tando este com prioridade de passagem devidamente Infração - média;
identificada por dispositivos regulamentares de alar- Penalidade - multa.
me sonoro e iluminação vermelha intermitentes: Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transpor-
Infração - grave; te coletivo ou de escolares, parado para embarque ou
Penalidade - multa. desembarque de passageiros, salvo quando houver re-
fúgio de segurança para o pedestre:

33
Infração - gravíssima; Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou
Penalidade - multa. à esquerda em locais proibidos pela sinalização:
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um Infração - grave;
metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapas- Penalidade - multa.
sar bicicleta: Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o
Infração - média; de parada obrigatória:
Penalidade - multa. Infração - gravíssima;
Art. 202. Ultrapassar outro veículo: Penalidade - multa.
I - pelo acostamento; Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário
II - em interseções e passagens de nível; com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares,
Infração - grave; deixar de adentrar às áreas destinadas à pesagem de
Penalidade - multa. veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº do pedágio:
12.971, de 2014) (Vigência) Infração - grave;
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada Penalidade - multa.
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo: policial:
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade su- Infração - gravíssima;
ficiente; Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão
II - nas faixas de pedestre; do direito de dirigir;
III - nas pontes, viadutos ou túneis; Medida administrativa - remoção do veículo e recolhi-
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, mento do documento de habilitação.
cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimen- Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em ra-
to à livre circulação; zão de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial
V - onde houver marcação viária longitudinal de divi- ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veícu-
são de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou los não motorizados:
simples contínua amarela: Infração - grave;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº linha férrea:
12.971, de 2014) (Vigência) Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada Penalidade - multa.
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a res-
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista pectiva marcha for interceptada:
no caput em caso de reincidência no período de até 12 I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, pas-
(doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei seatas, desfiles e outros:
nº 12.971, de 2014) (Vigência) Infração - gravíssima;
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à Penalidade - multa.
direita, para aguardar a oportunidade de cruzar a pis- II - por agrupamento de veículos, como cortejos, for-
ta ou entrar à esquerda, onde não houver local apro- mações militares e outros:
priado para operação de retorno: Infração - grave;
Infração - grave; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pe-
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que in- destre e a veículo não motorizado:
tegre cortejo, préstito, desfile e formações militares, I - que se encontre na faixa a ele destinada;
salvo com autorização da autoridade de trânsito ou II - que não haja concluído a travessia mesmo que
de seus agentes: ocorra sinal verde para o veículo;
Infração - leve; III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e
Penalidade - multa. gestantes:
Art. 206. Executar operação de retorno: Infração - gravíssima;
I - em locais proibidos pela sinalização; Penalidade - multa.
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis; IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajar- não haja sinalização a ele destinada;
dinamento ou canteiros de divisões de pista de rola- V - que esteja atravessando a via transversal para
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

mento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos onde se dirige o veículo:


não motorizados; Infração - grave;
IV - nas interseções, entrando na contramão de dire- Penalidade - multa.
ção da via transversal; Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, I - em interseção não sinalizada:
ainda que em locais permitidos: a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou ro-
Infração - gravíssima; tatória;
Penalidade - multa. b) a veículo que vier da direita;

34
II - nas interseções com sinalização de regulamenta- Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imedia-
ção de Dê a Preferência: ta do direito de dirigir e apreensão do documento de
Infração - grave; habilitação. (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)
Penalidade - multa. Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade in-
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar ferior à metade da velocidade máxima estabelecida
adequadamente posicionado para ingresso na via e para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a me-
sem as precauções com a segurança de pedestres e de nos que as condições de tráfego e meteorológicas não
outros veículos: o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
Infração - média; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estaciona- Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de
dos sem dar preferência de passagem a pedestres e a forma compatível com a segurança do trânsito:
outros veículos: I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações,
Infração - média; cortejos, préstitos e desfiles:
Penalidade - multa. Infração - gravíssima;
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima Penalidade - multa;
permitida para o local, medida por instrumento ou II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado
equipamento hábil: pelo agente da autoridade de trânsito, mediante sinais
I - em rodovias, vias de trânsito rápido e vias arteriais: sonoros ou gestos;
a) quando a velocidade for superior à máxima em até III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou
vinte por cento: acostamento;
Infração - grave; IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não
Penalidade - multa; sinalizada;
b) quando a velocidade for superior à máxima em V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja
mais de vinte por cento: cercada;
Infração - gravíssima; VI - nos trechos em curva de pequeno raio;
Penalidade - multa (três vezes) e suspensão do direito VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com adver-
de dirigir; tência de obras ou trabalhadores na pista;
II - demais vias: VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
a) quando a velocidade for superior à máxima em até IX - quando houver má visibilidade;
cinqüenta por cento: X - quando o pavimento se apresentar escorregadio,
Infração - grave; defeituoso ou avariado;
Penalidade - multa; XI - à aproximação de animais na pista;
b) quando a velocidade for superior à máxima em XII - em declive;
mais de 50% (cinqüenta por cento): XIII - ao ultrapassar ciclista:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa (três vezes) e suspensão do direito Penalidade - multa;
de dirigir; XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações
Medida administrativa - recolhimento do documento de embarque e desembarque de passageiros ou onde
de habilitação.
haja intensa movimentação de pedestres:
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxi-
Infração - gravíssima;
ma permitida para o local, medida por instrumento
Penalidade - multa.
ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito
rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação dada Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em
pela Lei nº 11.334, de 2006) desacordo com as especificações e modelos estabele-
I - quando a velocidade for superior à máxima em cidos pelo CONTRAN:
até 20% (vinte por cento): (Redação dada pela Lei nº Infração - média;
11.334, de 2006) Penalidade - multa;
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, Medida administrativa - retenção do veículo para re-
de 2006) gularização e apreensão das placas irregulares.
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele
de 2006) que confecciona, distribui ou coloca, em veículo pró-
II - quando a velocidade for superior à máxima em prio ou de terceiros, placas de identificação não auto-
mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por rizadas pela regulamentação.
cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, atendimento de emergência, o sistema de ilumina-
de 2006) ção vermelha intermitente dos veículos de polícia, de
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de
de 2006) trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:
III - quando a velocidade for superior à máxima em Infração - média;
mais de 50% (cinqüenta por cento): (Incluído pela Lei Penalidade - multa.
nº 11.334, de 2006)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)

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Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o VI - com qualquer uma das placas de identificação
facho de luz alta de forma a perturbar a visão de outro sem condições de legibilidade e visibilidade:
condutor: Infração - gravíssima;
Infração - grave; Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa; Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - retenção do veículo para re- VII - com a cor ou característica alterada;
gularização. VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança
Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em veicular, quando obrigatória;
vias providas de iluminação pública: IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ine-
Infração - leve; ficiente ou inoperante;
Penalidade - multa. X - com equipamento obrigatório em desacordo com
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir o estabelecido pelo CONTRAN;
os demais condutores e, à noite, não manter acesas XI - com descarga livre ou silenciador de motor de ex-
as luzes externas ou omitir-se quanto a providências plosão defeituoso, deficiente ou inoperante;
necessárias para tornar visível o local, quando: XII - com equipamento ou acessório proibido;
I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e
permanecer no acostamento; de sinalização alterados;
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser XIV - com registrador instantâneo inalterável de velo-
retirada imediatamente: cidade e tempo viciado ou defeituoso, quando houver
Infração - grave; exigência desse aparelho;
Penalidade - multa. XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que caráter publicitário afixados ou pintados no pára-brisa
tenha sido utilizado para sinalização temporária da via: e em toda a extensão da parte traseira do veículo, ex-
Infração - média; cetuadas as hipóteses previstas neste Código;
Penalidade - multa. XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por pe-
Art. 227. Usar buzina: lículas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas;
I - em situação que não a de simples toque breve XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autori-
como advertência ao pedestre ou a condutores de ou- zadas pela legislação;
tros veículos; XVIII - em mau estado de conservação, comprometen-
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; do a segurança, ou reprovado na avaliação de inspe-
III - entre as vinte e duas e as seis horas; ção de segurança e de emissão de poluentes e ruído,
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização; prevista no art. 104;
V - em desacordo com os padrões e freqüências esta- XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:
belecidas pelo CONTRAN: Infração - grave;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa. Medida administrativa - retenção do veículo para re-
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em gularização;
volume ou freqüência que não sejam autorizados pelo XX - sem portar a autorização para condução de esco-
CONTRAN: lares, na forma estabelecida no art. 136:
Infração - grave;
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa;
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais
Medida administrativa - retenção do veículo para re-
inscrições previstas neste Código;
gularização.
XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sina-
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de
lização ou com lâmpadas queimadas:
alarme ou que produza sons e ruído que perturbem
Infração - média;
o sossego público, em desacordo com normas fixadas
Penalidade - multa.
pelo CONTRAN:
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas
Infração - média; no art. 67-A, relativamente ao tempo de permanência
Penalidade - multa e apreensão do veículo; do condutor ao volante e aos intervalos para descan-
Medida administrativa - remoção do veículo. so, quando se tratar de veículo de transporte de carga
Art. 230. Conduzir o veículo: ou de passageiros: (Incluído pela Lei nº 12.619, de
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou 2012) (Vigência)
qualquer outro elemento de identificação do veículo Infração - grave; (Incluído pela Lei nº 12.619, de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

violado ou falsificado; 2012) (Vigência)


II - transportando passageiros em compartimento de Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 12.619, de
carga, salvo por motivo de força maior, com permissão 2012) (Vigência)
da autoridade competente e na forma estabelecida Medida administrativa - retenção do veículo para
pelo CONTRAN; cumprimento do tempo de descanso aplicável; (In-
III - com dispositivo anti-radar; cluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;

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XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogra-
no art. 67-C, relativamente ao tempo de permanência mas) - R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito cen-
do condutor ao volante e aos intervalos para descan- tavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
so, quando se tratar de veículo de transporte de carga (Vigência)
ou coletivo de passageiros: (Redação dada pela Lei nº d) de um mil e um a três mil quilogramas - 30 (trinta)
13.103, de 2015) (Vigência) UFIR;
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogra-
2015) (Vigência) mas) - R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 13.103, centavos); (Redação dada pela Lei nº 13. 281, de 2016)
de 2015) (Vigência) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo para e) de três mil e um a cinco mil quilogramas - 40 (qua-
cumprimento do tempo de descanso aplicável. (Reda- renta) UFIR;
ção dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilo-
XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) gramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais e cinquenta
(Vigência) e seis centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
§ 1º Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 2016) (Vigência)
12 (doze) meses, será convertida, automaticamente, a f) acima de cinco mil e um quilogramas - 50 (cinqüen-
penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave. ta) UFIR;
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$
§ 2º Em se tratando de condutor estrangeiro, a libera- 53,20 (cinquenta e três reais e vinte centavos); (Re-
ção do veículo fica condicionada ao pagamento ou ao dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
depósito, judicial ou administrativo, da multa. (In- Medida administrativa - retenção do veículo e trans-
cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) bordo da carga excedente;
Art. 231. Transitar com o veículo: ‘VI - em desacordo com a autorização especial, expe-
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos; dida pela autoridade competente para transitar com
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via: dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver
a) carga que esteja transportando; vencida:
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando; Infração - grave;
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente: Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Infração - gravíssima; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa; VII - com lotação excedente;
Medida administrativa - retenção do veículo para re- VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou
gularização; bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo
III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis casos de força maior ou com permissão da autoridade
superiores aos fixados pelo CONTRAN; competente:
IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores Infração - média;
aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinaliza- Penalidade - multa;
ção, sem autorização: Medida administrativa - retenção do veículo;
Infração - grave; IX - desligado ou desengrenado, em declive:
Penalidade - multa; Infração - média;
Medida administrativa - retenção do veículo para re- Penalidade - multa;
gularização; Medida administrativa - retenção do veículo;
V - com excesso de peso, admitido percentual de tole- X - excedendo a capacidade máxima de tração:
rância quando aferido por equipamento, na forma a Infração - de média a gravíssima, a depender da relação
entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima
ser estabelecida pelo CONTRAN:
de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilo-
Medida Administrativa - retenção do veículo e trans-
gramas ou fração de excesso de peso apurado, cons-
bordo de carga excedente.
tante na seguinte tabela:
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos
a) até seiscentos quilogramas - 5 (cinco) UFIR;
incisos V e X, o veículo que transitar com excesso de
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco
peso ou excedendo à capacidade máxima de tração,
reais e trinta e dois centavos); (Redação dada pela
não computado o percentual tolerado na forma do dis-
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) posto na legislação, somente poderá continuar viagem
b) de seiscentos e um a oitocentos quilogramas - 10
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

após descarregar o que exceder, segundo critérios esta-


(dez) UFIR; belecidos na referida legislação complementar.
b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos qui- Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de por-
logramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro te obrigatório referidos neste Código:
centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) Infração - leve;
(Vigência) Penalidade - multa;
c) de oitocentos e um a um mil quilogramas - 20 (vin- Medida administrativa - retenção do veículo até a
te) UFIR; apresentação do documento.

37
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar
prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de trân- ao órgão executivo de trânsito competente a ocorrên-
sito, ocorridas as hipóteses previstas no art. 123: cia de perda total do veículo e de lhe devolver as res-
Infração - grave; pectivas placas e documentos:
Penalidade - multa; Infração - grave;
Medida administrativa - retenção do veículo para re- Penalidade - multa;
gularização. Medida administrativa - Recolhimento das placas e
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habili- dos documentos.
tação e de identificação do veículo: Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
Infração - gravíssima; I - sem usar capacete de segurança com viseira ou
Penalidade - multa e apreensão do veículo; óculos de proteção e vestuário de acordo com as nor-
Medida administrativa - remoção do veículo. mas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas par- II - transportando passageiro sem o capacete de se-
tes externas do veículo, salvo nos casos devidamente gurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou
autorizados: fora do assento suplementar colocado atrás do condu-
Infração - grave; tor ou em carro lateral;
Penalidade - multa; III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas
Medida administrativa - retenção do veículo para em uma roda;
transbordo. IV - com os faróis apagados;
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou V - transportando criança menor de sete anos ou que
corda, salvo em casos de emergência: não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de
Infração - média; sua própria segurança:
Penalidade - multa. Infração - gravíssima;
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
especificações, e com falta de inscrição e simbologia Medida administrativa - Recolhimento do documento
necessárias à sua identificação, quando exigidas pela de habilitação;
legislação: VI - rebocando outro veículo;
Infração - grave; VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo
Penalidade - multa; eventualmente para indicação de manobras;
Medida administrativa - retenção do veículo para re- VIII - transportando carga incompatível com suas es-
gularização.
pecificações:
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsi-
Infração - média;
to ou a seus agentes, mediante recibo, os documentos
Penalidade - multa.
de habilitação, de registro, de licenciamento de veícu-
VIII – transportando carga incompatível com suas es-
lo e outros exigidos por lei, para averiguação de sua
pecificações ou em desacordo com o previsto no§ 2º
autenticidade:
do art. 139-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.009,
Infração - gravíssima;
de 2009)
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido em desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei
para regularização, sem permissão da autoridade ou com as normas que regem a atividade profissional
competente ou de seus agentes: dos mototaxistas (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Infração - gravíssima; Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de
Medida administrativa - remoção do veículo. 2009)
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa Medida administrativa – apreensão do veículo para
do registro de veículo irrecuperável ou definitivamente regularização. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
desmontado: § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII
Infração - grave; e VIII, além de:
Penalidade - multa; a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado especial a ele destinado;
de Registro e do Certificado de Licenciamento Anual. b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, sal-
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do vo onde houver acostamento ou faixas de rolamento
veículo ou de habilitação do condutor: próprias;
c) transportar crianças que não tenham, nas circuns-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Infração - leve;
Penalidade - multa. tâncias, condições de cuidar de sua própria segurança.
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins § 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b
de registro, licenciamento ou habilitação: do parágrafo anterior:
Infração - gravíssima; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.

38
§ 3º A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
artigo não se aplica às motocicletas e motonetas que I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situa-
tracionem semi-reboques especialmente projetados ções de emergência;
para esse fim e devidamente homologados pelo órgão II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas se-
competente. (Incluído pela Lei nº 10.517, de 2002) guintes situações:
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a
materiais ou equipamentos, sem autorização do órgão outro condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via: b) em imobilizações ou situação de emergência, como
Infração - grave; advertência, utilizando pisca-alerta;
Penalidade - multa; c) quando a sinalização de regulamentação da via de-
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou terminar o uso do pisca-alerta:
do material. Infração - média;
Parágrafo único. A penalidade e a medida adminis- Penalidade - multa.
trativa incidirão sobre a pessoa física ou jurídica res- Art. 252. Dirigir o veículo:
ponsável. I - com o braço do lado de fora;
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre II - transportando pessoas, animais ou volume à sua
circulação, à segurança de veículo e pedestres, tanto esquerda ou entre os braços e pernas;
no leito da via terrestre como na calçada, ou obstacu- III - com incapacidade física ou mental temporária
lizar a via indevidamente: que comprometa a segurança do trânsito;
Infração - gravíssima; IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a comprometa a utilização dos pedais;
critério da autoridade de trânsito, conforme o risco à V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva
segurança. fazer sinais regulamentares de braço, mudar a mar-
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa cha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios
física ou jurídica responsável pela obstrução, deven- do veículo;
do a autoridade com circunscrição sobre a via provi- VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a
denciar a sinalização de emergência, às expensas do aparelhagem sonora ou de telefone celular;
responsável, ou, se possível, promover a desobstrução. Infração - média;
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de Penalidade - multa.
rolamento, em fila única, os veículos de tração ou VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em
propulsão humana e os de tração animal, sempre que movimento: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
não houver acostamento ou faixa a eles destinados: Infração - média; (Incluído pela Lei nº 13.154, de
Infração - média; 2015)
Penalidade - multa. Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº 13.154, de
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao trans- 2015)
porte de passageiros carga excedente em desacordo
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V ca-
com o estabelecido no art. 109:
racterizar-se-á como infração gravíssima no caso de o
Infração - grave;
condutor estar segurando ou manuseando telefone ce-
Penalidade - multa;
lular. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção para o transbordo.
Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de
Infração - gravíssima;
posição, quando o veículo estiver parado, para fins de
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
embarque ou desembarque de passageiros e carga ou
descarga de mercadorias: Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - média; Art. 253-A. Usar veículo para, deliberadamente, in-
Penalidade - multa. terromper, restringir ou perturbar a circulação na via:
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento: (Incluído pela Medida Provisória nº 699, de 2015)
I - deixar de manter acesa a luz baixa: Infração - gravíssima; (Incluído pela Medida Pro-
a) durante a noite; visória nº 699, de 2015)
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública; Penalidade - multa (trinta vezes), suspensão do direi-
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e to de dirigir por doze meses e apreensão do veículo;
nas rodovias; (Redação dada pela Lei nº 13.290, (Incluído pela Medida Provisória nº 699, de 2015)
de 2016) (Vigência) Medida administrativa - recolhimento do documento
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de trans- de habilitação, remoção do veículo e proibição de re-
porte coletivo de passageiros, circulando em faixas ou ceber incentivo creditício por dez anos para aquisição
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

pistas a eles destinadas; de veículos. (Incluído pela Medida Provisória nº


d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores; 699, de 2015)
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de § 1º Aplica-se a multa agravada em cem vezes aos or-
posição sob chuva forte, neblina ou cerração; ganizadores da conduta prevista no caput. (Incluído
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à pela Medida Provisória nº 699, de 2015)
noite; § 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de rein-
Infração - média; cidência no período de doze meses. (Incluído pela
Penalidade - multa. Medida Provisória nº 699, de 2015)

39
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberada- I - advertência por escrito;
mente, interromper, restringir ou perturbar a circula- II - multa;
ção na via sem autorização do órgão ou entidade de III - suspensão do direito de dirigir;
trânsito com circunscrição sobre ela: (Incluído pela IV - apreensão do veículo; (Revogado pela Lei nº
Lei nº 13. 281, de 2016) 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
de 2016) VI - cassação da Permissão para Dirigir;
Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direi- VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
to de dirigir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei § 1º A aplicação das penalidades previstas neste Códi-
nº 13.281, de 2016) go não elide as punições originárias de ilícitos penais
Medida administrativa - remoção do veículo. (In- decorrentes de crimes de trânsito, conforme disposi-
cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) ções de lei.
§ 2º (VETADO)
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) ve-
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos
zes aos organizadores da conduta prevista no caput.
órgãos ou entidades executivos de trânsito responsáveis
(Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016)
pelo licenciamento do veículo e habilitação do condutor.
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reinci- Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor,
dência no período de 12 (doze) meses. (Incluído pela ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao trans-
Lei nº 13.281, de 2016) portador, salvo os casos de descumprimento de obri-
§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas gações e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídi-
ou jurídicas que incorram na infração, devendo a au- cas expressamente mencionados neste Código.
toridade com circunscrição sobre a via restabelecer § 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão
de imediato, se possível, as condições de normalidade impostas concomitantemente as penalidades de que
para a circulação na via. (Incluído pela Lei nº 13.281, trata este Código toda vez que houver responsabilida-
de 2016) de solidária em infração dos preceitos que lhes couber
Art. 254. É proibido ao pedestre: observar, respondendo cada um de per si pela falta em
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, ex- comum que lhes for atribuída.
ceto para cruzá-las onde for permitido; § 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou pela infração referente à prévia regularização e preen-
túneis, salvo onde exista permissão; chimento das formalidades e condições exigidas para
III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e
salvo quando houver sinalização para esse fim; inalterabilidade de suas características, componentes,
IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de agregados, habilitação legal e compatível de seus con-
perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer dutores, quando esta for exigida, e outras disposições
folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos que deva observar.
especiais e com a devida licença da autoridade com- § 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infra-
petente; ções decorrentes de atos praticados na direção do veículo.
V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem § 4º O embarcador é responsável pela infração relativa
aérea ou subterrânea; ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos
VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica; ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o
único remetente da carga e o peso declarado na nota
Infração - leve;
fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.
Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do
§ 5º O transportador é o responsável pela infração re-
valor da infração de natureza leve.
lativa ao transporte de carga com excesso de peso nos
VII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) eixos ou quando a carga proveniente de mais de um
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) embarcador ultrapassar o peso bruto total.
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 6º O transportador e o embarcador são solidaria-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) mente responsáveis pela infração relativa ao excesso
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal,
permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, fatura ou manifesto for superior ao limite legal.
em desacordo com o disposto no parágrafo único do § 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o
art. 59: proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após
Infração - média; a notificação da autuação, para apresentá-lo, na for-
Penalidade - multa; ma em que dispuser o CONTRAN, ao fim do qual, não
Medida administrativa - remoção da bicicleta, me- o fazendo, será considerado responsável pela infração.
diante recibo para o pagamento da multa. § 7º Não sendo imediata a identificação do infrator,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

o principal condutor ou o proprietário do veículo terá


CAPÍTULO XVI quinze dias de prazo, após a notificação da autuação,
DAS PENALIDADES para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Con-
selho Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual,
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das com- não o fazendo, será considerado responsável pela
petências estabelecidas neste Código e dentro de sua infração o principal condutor ou, em sua ausência,
circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previs- o proprietário do veículo.(Redação dada pela Lei nº
tas, as seguintes penalidades: 13.495, 2017) (Vigência)

40
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não Art. 259. A cada infração cometida são computados os
havendo identificação do infrator e sendo o veículo seguintes números de pontos:
de propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova I - gravíssima - sete pontos;
multa ao proprietário do veículo, mantida a origina- II - grave - cinco pontos;
da pela infração, cujo valor é o da multa multiplicada III - média - quatro pontos;
pelo número de infrações iguais cometidas no período IV - leve - três pontos.
de doze meses. § 1º (VETADO)
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exi- § 2º (VETADO)
me do disposto no§ 3º do art. 258 e no art. 259. § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012)
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executi- (Vigência)
vo de trânsito o principal condutor do veículo, o qual, § 4º Ao condutor identificado no ato da infração será
após aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em atribuída pontuação pelas infrações de sua responsa-
bilidade, nos termos previstos no§ 3º do art. 257, ex-
campo próprio do cadastro do veículo no Renavam.
cetuando-se aquelas praticadas por passageiros usuá-
(Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
rios do serviço de transporte rodoviário de passageiros
§ 11. O principal condutor será excluído do Renavam:
em viagens de longa distância transitando em rodo-
(Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
vias com a utilização de ônibus, em linhas regulares
I - quando houver transferência de propriedade do intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas
veículo; (Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vi- em viagem de longa distância por fretamento e turis-
gência) mo ou de qualquer modalidade, excetuadas as situa-
II - mediante requerimento próprio ou do proprietário ções regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da
do veículo; (Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vi- Lei Nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de
gência) Trânsito Brasileiro. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
III - a partir da indicação de outro principal condutor. 2015) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência) Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
de acordo com sua gravidade, em quatro categorias: a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa competência estabelecida neste Código.
de valor correspondente a 180 (cento e oitenta) UFIR; § 1º As multas decorrentes de infração cometida em
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa unidade da Federação diversa da do licenciamento do
no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais veículo serão arrecadadas e compensadas na forma
e quarenta e sete centavos); (Redação dada pela Lei estabelecida pelo CONTRAN.
nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 2º As multas decorrentes de infração cometida em
II - infração de natureza grave, punida com multa de unidade da Federação diversa daquela do licencia-
valor correspondente a 120 (cento e vinte) UFIR; mento do veículo poderão ser comunicadas ao órgão
II - infração de natureza grave, punida com multa no ou entidade responsável pelo seu licenciamento, que
valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e providenciará a notificação.
vinte e três centavos); (Redação dada pela Lei nº § 3º As multas decorrentes de infração cometida em
13.281, de 2016) (Vigência) unidade da Federação diversa daquela do licencia-
III - infração de natureza média, punida com multa de mento do veículo poderão ser cobradas no ato da au-
tuação, sem prejuízo dos recursos previstos neste Có-
valor correspondente a 80 (oitenta) UFIR;
digo. (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
III - infração de natureza média, punida com multa
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licen-
no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezes-
ciado no exterior, em trânsito no território nacional, a
seis centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída do
2016) (Vigência) País, respeitado o princípio de reciprocidade.
IV - infração de natureza leve, punida com multa de Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de diri-
valor correspondente a 50 (cinqüenta) UFIR. gir será aplicada, nos casos previstos neste Código, pelo
IV - infração de natureza leve, punida com multa no prazo mínimo de um mês até o máximo de um ano e,
valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito no caso de reincidência no período de doze meses, pelo
centavos). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de prazo mínimo de seis meses até o máximo de dois anos,
2016) (Vigência) segundo critérios estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º Os valores das multas serão corrigidos no primei- Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de diri-
ro dia útil de cada mês pela variação da UFIR ou outro gir será imposta nos seguintes casos: (Redação dada
índice legal de correção dos débitos fiscais. pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.281,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20


de 2016) (Vigência) (vinte) pontos, no período de 12 (doze) meses, confor-
§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator mul- me a pontuação prevista no art. 259; (Incluído pela
tiplicador ou índice adicional específico é o previsto Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
neste Código. II - por transgressão às normas estabelecidas neste
§ 3º (VETADO) Código, cujas infrações preveem, de forma específica,
§ 4º (VETADO) a penalidade de suspensão do direito de dirigir. (In-
cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

41
§ 1º Além dos casos previstos em outros artigos deste § 8º A pessoa jurídica concessionária ou permissioná-
Código e excetuados aqueles especificados no art. 263, ria de serviço público tem o direito de ser informada
a suspensão do direito de dirigir será aplicada sempre dos pontos atribuídos, na forma do art. 259, aos mo-
que o infrator atingir a contagem de vinte pontos, pre- toristas que integrem seu quadro funcional, exercen-
vista no art. 259. do atividade remunerada ao volante, na forma que
§ 1º Além dos casos previstos em outros artigos deste dispuser o Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de
Código e excetuados aqueles especificados no art. 263, 2015)
a suspensão do direito de dirigir será aplicada quan- § 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art.
do o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, 162 o condutor que, notificado da penalidade de que
a contagem de 20 (vinte) pontos, conforme pontua- trata este artigo, dirigir veículo automotor em via pú-
ção indicada no art. 259. (Redação dada pela Lei nº blica. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
12.547, de 2011) gência)
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de sus- § 10. O processo de suspensão do direito de dirigir
pensão do direito de dirigir são os seguintes: (Reda- referente ao inciso II do caput deste artigo deverá ser
ção dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) instaurado concomitantemente com o processo de
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 aplicação da penalidade de multa. (Incluído pela Lei
(um) ano e, no caso de reincidência no período de 12 nº 13.281, de 2016) (Vigência)
(doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos; (In- § 11. O Contran regulamentará as disposições deste
cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) artigo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) gência)
meses, exceto para as infrações com prazo descrito no Art. 262. O veículo apreendido em decorrência de pe-
dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no nalidade aplicada será recolhido ao depósito e nele
período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) permanecerá sob custódia e responsabilidade do ór-
meses, respeitado o disposto no inciso II do art. 263. gão ou entidade apreendedora, com ônus para o seu
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) proprietário, pelo prazo de até trinta dias, conforme
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, critério a ser estabelecido pelo CONTRAN. (Revoga-
a Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
seu titular imediatamente após cumprida a penalida- § 1º No caso de infração em que seja aplicável a pe-
de e o curso de reciclagem. nalidade de apreensão do veículo, o agente de trânsito
§ 3º A imposição da penalidade de suspensão do di- deverá, desde logo, adotar a medida administrativa de
reito de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos compu- recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual.
tados para fins de contagem subsequente. (Incluído (Revogado pela Lei nº 13 281, de 2016) (Vigência)
pela Lei nº 12.547, de 2011) § 2º A restituição dos veículos apreendidos só ocorrerá
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) mediante o prévio pagamento das multas impostas,
(Vigência) taxas e despesas com remoção e estada, além de ou-
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em tros encargos previstos na legislação específica. (Re-
veículo, habilitado na categoria C, D ou E, será convo- vogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
cado pelo órgão executivo de trânsito estadual a par- § 3º A retirada dos veículos apreendidos é condicio-
ticipar de curso preventivo de reciclagem sempre que, nada, ainda, ao reparo de qualquer componente ou
no período de um ano, atingir quatorze pontos, con- equipamento obrigatório que não esteja em perfei-
forme regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei to estado de funcionamento. (Revogado pela Lei nº
nº 13.154, de 2015) 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada § 4º Se o reparo referido no parágrafo anterior de-
em veículo, habilitado na categoria C, D ou E, poderá mandar providência que não possa ser tomada no
optar por participar de curso preventivo de recicla- depósito, a autoridade responsável pela apreensão
gem sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir liberará o veículo para reparo, mediante autorização,
14 (quatorze) pontos, conforme regulamentação do assinando prazo para a sua reapresentação e vistoria.
Contran. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
(Vigência) § 5º O recolhimento ao depósito, bem como a sua
§ 6º Concluído o curso de reciclagem previsto no§ 5º, manutenção, ocorrerá por serviço público executado
o condutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem diretamente ou contratado por licitação pública pelo
sido atribuídos, para fins de contagem subsequente. critério de menor preço. (Incluído pela Lei nº 12.760,
(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) de 2012) (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 7º Após o término do curso de reciclagem, na forma (Vigência)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

do§ 5º, o condutor não poderá ser novamente con- Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
vocado antes de transcorrido o período de um ano. I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator con-
(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) duzir qualquer veículo;
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no§ 5º II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses,
não poderá fazer nova opção no período de 12 (doze) das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos
meses. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
(Vigência) III - quando condenado judicialmente por delito de
trânsito, observado o disposto no art. 160.

42
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregu- X - recolhimento de animais que se encontrem soltos
laridade na expedição do documento de habilitação, a nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação,
autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento. restituindo-os aos seus proprietários, após o paga-
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira mento de multas e encargos devidos.
Nacional de Habilitação, o infrator poderá requerer XI - realização de exames de aptidão física, mental, de
sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames legislação, de prática de primeiros socorros e de dire-
necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo ção veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
CONTRAN. § 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medi-
Art. 264. (VETADO) das administrativas e coercitivas adotadas pelas autori-
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de di- dades de trânsito e seus agentes terão por objetivo priori-
rigir e de cassação do documento de habilitação serão tário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa.
aplicadas por decisão fundamentada da autoridade § 2º As medidas administrativas previstas neste artigo
de trânsito competente, em processo administrativo, não elidem a aplicação das penalidades impostas por
assegurado ao infrator amplo direito de defesa. infrações estabelecidas neste Código, possuindo cará-
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultanea- ter complementar a estas.
mente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, § 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacio-
cumulativamente, as respectivas penalidades. nal de Habilitação e a Permissão para Dirigir.
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de ad- § 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do in-
vertência por escrito à infração de natureza leve ou ciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber.
média, passível de ser punida com multa, não sendo Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expres-
reincidente o infrator, na mesma infração, nos últi- sos neste Código.
mos doze meses, quando a autoridade, considerando § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no lo-
o prontuário do infrator, entender esta providência cal da infração, o veículo será liberado tão logo seja
como mais educativa. regularizada a situação.
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide
§ 2º Não sendo possível sanar a falha no local da
o acréscimo do valor da multa prevista no§ 3º do art.
infração, o veículo poderá ser retirado por condutor
258, imposta por infração posteriormente cometida.
regularmente habilitado, mediante recolhimento do
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos
Certificado de Licenciamento Anual, contra recibo, as-
pedestres, podendo a multa ser transformada na par-
sinalando-se ao condutor prazo para sua regulariza-
ticipação do infrator em cursos de segurança viária, a
ção, para o que se considerará, desde logo, notificado.
critério da autoridade de trânsito.
Art. 268. O infrator será submetido a curso de recicla- § 2º Não sendo possível sanar a falha no local da
gem, na forma estabelecida pelo CONTRAN: infração, o veículo, desde que ofereça condições de
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua ree- segurança para circulação, poderá ser liberado e en-
ducação; tregue a condutor regularmente habilitado, mediante
II - quando suspenso do direito de dirigir; recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,
III - quando se envolver em acidente grave para o qual contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo
haja contribuído, independentemente de processo judicial; razoável ao condutor para regularizar a situação, para
IV - quando condenado judicialmente por delito de o que se considerará, desde logo, notificado. (Reda-
trânsito; ção dada pela Lei nº 13.160, de 2015)
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condu- § 3º O Certificado de Licenciamento Anual será de-
tor está colocando em risco a segurança do trânsito; volvido ao condutor no órgão ou entidade aplicadores
VI - em outras situações a serem definidas pelo CON- das medidas administrativas, tão logo o veículo seja
TRAN. apresentado à autoridade devidamente regularizado.
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da
CAPÍTULO XVII infração, o veículo será recolhido ao depósito, aplicando-
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS -se neste caso o disposto nos parágrafos do art. 262.
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no lo-
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na cal da infração, o veículo será removido a depósito,
esfera das competências estabelecidas neste Código e aplicando-se neste caso o disposto no art. 271. (Re-
dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguin- dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
tes medidas administrativas: § 5º A critério do agente, não se dará a retenção
I - retenção do veículo; imediata, quando se tratar de veículo de transporte
II - remoção do veículo; coletivo transportando passageiros ou veículo trans-
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; portando produto perigoso ou perecível, desde que
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; ofereça condições de segurança para circulação em
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

V - recolhimento do Certificado de Registro; via pública.


VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se
Anual;
refere o§ 2º, será feito registro de restrição adminis-
VII - (VETADO)
trativa no Renavam por órgão ou entidade executivo
VIII - transbordo do excesso de carga;
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será
perícia de substância entorpecente ou que determine retirada após comprovada a regularização. (Incluído
dependência física ou psíquica; pela Lei nº 13.160, de 2015)

43
§ 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas § 7º A notificação devolvida por desatualização do en-
no§ 2º resultará em recolhimento do veículo ao depó- dereço do proprietário do veículo ou por recusa desse
sito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. de recebê-la será considerada recebida para todos os
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) efeitos (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos § 8º Em caso de veículo licenciado no exterior, a no-
neste Código, para o depósito fixado pelo órgão ou tificação será feita por edital. (Incluído pela Lei nº
entidade competente, com circunscrição sobre a via. 13.160, de 2015)
Parágrafo único. A restituição dos veículos removidos § 9º Não caberá remoção nos casos em que a irregu-
só ocorrerá mediante o pagamento das multas, taxas laridade puder ser sanada no local da infração. (In-
e despesas com remoção e estada, além de outros en- cluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
cargos previstos na legislação específica. § 10. O pagamento das despesas de remoção e estada
§ 1º A restituição do veículo removido só ocorrerá me- será correspondente ao período integral, contado em
diante prévio pagamento de multas, taxas e despesas dias, em que efetivamente o veículo permanecer em
com remoção e estada, além de outros encargos pre- depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses. (Incluí-
vistos na legislação específica. (Incluído pela Lei nº do pela Lei nº 13.281, de 2016)
13.160, de 2015) § 11. Os custos dos serviços de remoção e estada pres-
§ 2º A liberação do veículo removido é condicionada tados por particulares poderão ser pagos pelo proprie-
ao reparo de qualquer componente ou equipamento tário diretamente ao contratado. (Incluído pela Lei
obrigatório que não esteja em perfeito estado de fun- nº 13.281, de 2016)
cionamento. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) § 12. O disposto no§ 11 não afasta a possibilidade de
§ 3º Se o reparo referido no§ 2º demandar providência o respectivo ente da Federação estabelecer a cobrança
que não possa ser tomada no depósito, a autoridade por meio de taxa instituída em lei. (Incluído pela Lei
responsável pela remoção liberará o veículo para re- nº 13.281, de 2016)
paro, mediante autorização, assinalando prazo para § 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do
recolhimento comprovar, administrativa ou judicial-
reapresentação e vistoria. (Incluído pela Lei nº
mente, que o recolhimento foi indevido ou que houve
13.160, de 2015)
abuso no período de retenção em depósito, é da res-
§ 3º Se o reparo referido no§ 2º demandar providên-
ponsabilidade do ente público a devolução das quan-
cia que não possa ser tomada no depósito, a autorida-
tias pagas por força deste artigo, segundo os mesmos
de responsável pela remoção liberará o veículo para
critérios da devolução de multas indevidas. (Incluí-
reparo, na forma transportada, mediante autorização,
do pela Lei nº 13.281, de 2016)
assinalando prazo para reapresentação. (Redação
Art. 271-A. Os serviços de recolhimento, depósito e
dada pela Lei nº 13. 281, de 2016) guarda de veículo poderão ser executados por ente
§ 4º A remoção, o depósito e a guarda do veículo se- público ou por particular contratado. (Incluído
rão realizados diretamente por órgão público ou serão pela Medida Provisória nº 699, de 2015) (Vide Lei nº
contratados por licitação pública. (Incluído pela Lei 13.281, de 2016)
nº 13.160, de 2015) § 1º Os custos relativos ao disposto no caput são de
§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de responsabilidade do proprietário do veículo. (Incluído
veículo poderão ser realizados por órgão público, di- pela Medida Provisória nº 699, de 2015) (Vide Lei nº
retamente, ou por particular contratado por licitação 13.281, de 2016)
pública, sendo o proprietário do veículo o responsável § 2º Os custos da contratação de particulares serão
pelo pagamento dos custos desses serviços. (Redação pagos pelo proprietário diretamente ao contratado.
dada pela Lei nº 13. 281, de 2016) (Incluído pela Medida Provisória nº 699, de 2015)
§ 5º O proprietário ou o condutor deverá ser notifica- (Vide Lei nº 13.281, de 2016)
do, no ato de remoção do veículo, sobre as providên-
§ 3º A contratação de particulares poderá ser feita por
cias necessárias à sua restituição e sobre o disposto
meio de pregão. (Incluído pela Medida Provisória
no art. 328, conforme regulamentação do CONTRAN.
nº 699, de 2015) (Vide Lei nº 13.281, de 2016)
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 4º O disposto neste artigo não afasta a possibilidade
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja pre-
de o ente da federação respectivo estabelecer a co-
sente no momento de remoção do veículo, a autorida-
brança por meio de taxa instituída em lei. (Incluído
de de trânsito, no prazo de dez dias contado da data
pela Medida Provisória nº 699, de 2015) (Vide Lei nº
de apreensão, deverá expedir a notificação prevista
13.281, de 2016)
no§ 5º ao proprietário, por remessa postal ou por ou-
tro meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência. § 5º No caso de o proprietário do veículo objeto do
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) recolhimento comprovar, administrativamente ou ju-
dicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja pre-


sente no momento da remoção do veículo, a autorida- houve abuso no período de retenção em depósito, é
de de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado da da responsabilidade do ente público a devolução das
data da remoção, deverá expedir ao proprietário a noti- quantias pagas por força deste artigo, segundo os
ficação prevista no§ 5º, por remessa postal ou por outro mesmos critério da devolução de multas indevidas.
meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, (Incluído pela Medida Provisória nº 699, de 2015)
caso reste frustrada, a notificação poderá ser feita por (Vide Lei nº 13.281, de 2016)
edital. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)

44
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habi- Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido
litação e da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscaliza-
recibo, além dos casos previstos neste Código, quando ção de trânsito poderá ser submetido a teste, exame
houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração. clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo
dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos Contran, permita certificar influência de álcool ou ou-
neste Código, quando: tra substância psicoativa que determine dependência.
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua pro- § 1º Medida correspondente aplica-se no caso de sus-
priedade no prazo de trinta dias. peita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licencia- efeitos análogos. (Renumerado do parágrafo único
mento Anual dar-se-á mediante recibo, além dos ca- pela Lei nº 11.275, de 2006)
sos previstos neste Código, quando: § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760,
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; de 2012)
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; § 2º No caso de recusa do condutor à realização dos
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade testes, exames e da perícia previstos no caput deste
não puder ser sanada no local. artigo, a infração poderá ser caracterizada mediante a
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é obtenção de outras provas em direito admitidas pelo
condição para que o veículo possa prosseguir viagem agente de trânsito acerca dos notórios sinais de em-
e será efetuado às expensas do proprietário do veículo, briaguez, excitação ou torpor, resultantes do consumo
sem prejuízo da multa aplicável. de álcool ou entorpecentes, apresentados pelo condu-
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo aten- tor. (Incluído pela Lei nº 11.275, de 2006)
der ao disposto neste artigo, o veículo será recolhido § 2º A infração prevista no art. 165 deste Código
ao depósito, sendo liberado após sanada a irregulari- poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito me-
dade e pagas as despesas de remoção e estada.
diante a obtenção de outras provas em direito admiti-
Art. 276. A concentração de seis decigramas de álcool
das, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excita-
por litro de sangue comprova que o condutor se acha
ção ou torpor apresentados pelo condutor. (Redação
impedido de dirigir veículo automotor.
dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
Parágrafo único. O CONTRAN estipulará os índices
§ 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser
equivalentes para os demais testes de alcoolemia.
caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro
de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Con-
no art. 165 deste Código. (Redação dada pela Lei nº tran, alteração da capacidade psicomotora ou produ-
11.705, de 2008) Regulamento ção de quaisquer outras provas em direito admitidas.
Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
disciplinará as margens de tolerância para casos espe- § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas admi-
cíficos. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) nistrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor procedimentos previstos no caput deste artigo. (Incluí-
às penalidades previstas no art. 165. (Redação dada do pela Lei nº 11.705, de 2008)
pela Lei nº 12.760, de 2012) § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas admi-
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens nistrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código ao
de tolerância quando a infração for apurada por meio condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos
de aparelho de medição, observada a legislação me- procedimentos previstos no caput deste artigo. (Re-
trológica. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envol- Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização,
vido em acidente de trânsito ou que for alvo de fisca- não submetendo veículo à pesagem obrigatória nos
lização de trânsito, sob suspeita de haver excedido os pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a
limites previstos no artigo anterior, será submetido a penalidade prevista no art. 209, além da obrigação
testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia, ou ou- de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem
tro exame que por meios técnicos ou científicos, em obrigatória.
aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação
certificar seu estado. policial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja
Parágrafo único. Medida correspondente aplica-se no localizado, aplicando-se, além das penalidades em
caso de suspeita de uso de substância entorpecente, que incorre, as estabelecidas no art. 210.
tóxica ou de efeitos análogos. Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvi- a prática do crime de receptação, descaminho, con-
do em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscaliza- trabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-A do De-
ção de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência creto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exa- Penal), condenado por um desses crimes em decisão
mes clínicos, perícia ou outro exame que, por meios judicial transitada em julgado, terá cassado seu docu-
técnicos ou científicos, em aparelhos homologados mento de habilitação ou será proibido de obter a ha-
pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado. (Re- bilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de
dação dada pela Lei nº 11.275, de 2006) 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)

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§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua rea- Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e
bilitação, submetendo-se a todos os exames necessá- seu registro julgado insubsistente:
rios à habilitação, na forma deste Código. (Incluído I - se considerado inconsistente ou irregular;
pela Lei nº 13.804, de 2019) II - se, no prazo máximo de sessenta dias, não for ex-
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática pedida a notificação da autuação.
dos crimes de que trata o caput deste artigo, poderá II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedi-
o juiz, em qualquer fase da investigação ou da ação da a notificação da autuação. (Redação dada pela
penal, se houver necessidade para a garantia da ordem Lei nº 9.602, de 1998)
pública, como medida cautelar, de ofício, ou a requeri- Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida noti-
mento do Ministério Público ou ainda mediante repre- ficação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por
sentação da autoridade policial, decretar, em decisão remessa postal ou por qualquer outro meio tecnoló-
motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação gico hábil, que assegure a ciência da imposição da
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua penalidade.
obtenção. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019) § 1º A notificação devolvida por desatualização do
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo endereço do proprietário do veículo será considerada
veículo equipado com registrador instantâneo de ve- válida para todos os efeitos.
locidade e tempo, somente o perito oficial encarrega- § 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas,
do do levantamento pericial poderá retirar o disco ou de repartições consulares de carreira e de representa-
unidade armazenadora do registro. ções de organismos internacionais e de seus integran-
tes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores
CAPÍTULO XVIII para as providências cabíveis e cobrança dos valores,
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO no caso de multa.
SEÇÃO I § 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a
DA AUTUAÇÃO condutor, à exceção daquela de que trata o§ 1º do art.
259, a notificação será encaminhada ao proprietário
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de
do veículo, responsável pelo seu pagamento.
trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
§ 4º Da notificação deverá constar a data do térmi-
I - tipificação da infração;
no do prazo para apresentação de recurso pelo res-
II - local, data e hora do cometimento da infração;
ponsável pela infração, que não será inferior a trinta
III - caracteres da placa de identificação do veículo,
dias contados da data da notificação da penalidade.
sua marca e espécie, e outros elementos julgados ne-
(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
cessários à sua identificação;
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível; § 5º No caso de penalidade de multa, a data estabe-
V - identificação do órgão ou entidade e da autorida- lecida no parágrafo anterior será a data para o reco-
de ou agente autuador ou equipamento que compro- lhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602,
var a infração; de 1998)
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valen- Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor
do esta como notificação do cometimento da infração. autuado poderá optar por ser notificado por meio ele-
§ 1º (VETADO) trônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração responsável pela autuação oferecer essa opção. (In-
da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovi- § 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar
sual, reações químicas ou qualquer outro meio tecno- pela notificação por meio eletrônico deverá manter
logicamente disponível, previamente regulamentado seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito
pelo CONTRAN. do Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o 13.281, de 2016) (Vigência)
agente de trânsito relatará o fato à autoridade no pró- § 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o
prio auto de infração, informando os dados a respeito proprietário ou o condutor autuado será considerado
do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da infor-
para o procedimento previsto no artigo seguinte. mação no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente 13.281, de 2016) (Vigência)
para lavrar o auto de infração poderá ser servidor ci- § 3º O sistema previsto no caput será certificado digi-
vil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar talmente, atendidos os requisitos de autenticidade, in-
designado pela autoridade de trânsito com jurisdição tegridade, validade jurídica e interoperabilidade da In-
sobre a via no âmbito de sua competência. fraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

SEÇÃO II Art. 283. (VETADO)


DO JULGAMENTO DAS AUTUAÇÕES E PENALIDADES Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado
até a data do vencimento expressa na notificação, por
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da com- oitenta por cento do seu valor.
petência estabelecida neste Código e dentro de sua Parágrafo único. Não ocorrendo o pagamento da
circunscrição, julgará a consistência do auto de infra- multa no prazo estabelecido, seu valor será atualizado
ção e aplicará a penalidade cabível. à data do pagamento, pelo mesmo número de UFIR
fixado no art. 258.

46
§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação § 4º Se o recurso de que trata este artigo não for
eletrônica, se disponível, conforme regulamentação do julgado dentro do prazo de sessenta dias, a penali-
Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem dade aplicada será automaticamente cancelada, não
recurso, reconhecendo o cometimento da infração, po- gerará nenhum efeito e seus registros serão arquiva-
derá efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta dos. (Incluído pela Medida Provisória nº 75, de 2002)
por cento) do seu valor, em qualquer fase do processo, Rejeitada
até o vencimento da multa. (Incluído pela Lei nº Art. 286. O recurso contra a imposição de multa po-
13.281, de 2016) (Vigência) derá ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento
§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica do seu valor.
renúncia ao questionamento administrativo, que pode § 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-
ser realizado a qualquer momento, respeitado o dis- -se-á o estabelecido no parágrafo único do art. 284.
posto no§ 1º. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apre-
(Vigência)
sentar recurso, se julgada improcedente a penalidade,
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá
ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada
ser aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de
em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos
licenciamento e transferência, enquanto não for en-
fiscais.
cerrada a instância administrativa de julgamento de
infrações e penalidades. (Incluído pela Lei nº Art. 287. Se a infração for cometida em localidade di-
13.281, de 2016) (Vigência) versa daquela do licenciamento do veículo, o recurso
§ 4º Encerrada a instância administrativa de julga- poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de
mento de infrações e penalidades, a multa não paga trânsito da residência ou domicílio do infrator.
até o vencimento será acrescida de juros de mora Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber
equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de o recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade
Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos
acumulada mensalmente, calculados a partir do mês prontuários necessários ao julgamento.
subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser inter-
do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente posto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta
ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. dias contado da publicação ou da notificação da decisão.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 1º O recurso será interposto, da decisão do não provi-
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto mento, pelo responsável pela infração, e da decisão de
perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual re- provimento, pela autoridade que impôs a penalidade.
metê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias. § 2º No caso de penalidade de multa, o recurso in-
Art. 285. O recurso previsto no§ 4º do art. 282 deste terposto pelo responsável pela infração somente será
Código será interposto perante a autoridade que im- admitido comprovado o recolhimento de seu valor.
pôs a penalidade, a qual o remeterá a JARI, que deverá § 2º Se o recurso de que trata este artigo não for
julgá-lo em até trinta dias. (Redação dada pela Me- julgado dentro do prazo de noventa dias, será auto-
dida Provisória nº 75, de 2002) Rejeitada maticamente provido. (Redação dada pela Medida
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto Provisória nº 75, de 2002) Rejeitada
perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual § 2º No caso de penalidade de multa, o recurso in-
remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta terposto pelo responsável pela infração somente será
dias. admitido comprovado o recolhimento de seu valor.
(Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010)
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá
apreciado no prazo de trinta dias:
o recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis
I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou
subseqüentes à sua apresentação, e, se o entender in- entidade de trânsito da União:
tempestivo, assinalará o fato no despacho de encami- a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais
nhamento. de seis meses, cassação do documento de habilitação ou
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for penalidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN;
julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a au- b) nos demais casos, por colegiado especial integrado
toridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da
solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente
suspensivo. de Junta;
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou
julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a au- entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

toridade que impôs a penalidade deverá, de ofício, Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectiva-
conceder-lhe efeito suspensivo. (Redação dada pela mente.
Medida Provisória nº 75, de 2002) Rejeitada Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quan-
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for do houver apenas uma JARI, o recurso será julgado
julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a au- por seus próprios membros.
toridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por Art. 290. A apreciação do recurso previsto no art. 288
solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito encerra a instância administrativa de julgamento de
suspensivo. infrações e penalidades.

47
Art. 290. Implicam encerramento da instância admi- Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a per-
nistrativa de julgamento de infrações e penalidades: missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- pode ser imposta como penalidade principal, isolada
gência) ou cumulativamente com outras penalidades.
I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a
e 289; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- permissão ou a habilitação para dirigir veículo auto-
gência) motor pode ser imposta isolada ou cumulativamente
II - a não interposição do recurso no prazo legal; e com outras penalidades. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 12.971, de 2014) (Vigência)
III - o pagamento da multa, com reconhecimento da Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição
infração e requerimento de encerramento do proces- de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir
so na fase em que se encontra, sem apresentação de veículo automotor, tem a duração de dois meses a cin-
defesa ou recurso. (Incluído pela Lei nº 13.281, de co anos.
2016) (Vigência) § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória,
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalida- o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária,
des aplicadas nos termos deste Código serão cadas- em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou
tradas no RENACH. a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se
CAPÍTULO XIX obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
DOS CRIMES DE TRÂNSITO automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por
SEÇÃO I efeito de condenação penal, estiver recolhido a esta-
DISPOSIÇÕES GERAIS belecimento prisional.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos penal, havendo necessidade para a garantia da ordem
automotores, previstos neste Código, aplicam-se as
pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofí-
normas gerais do Código Penal e do Código de Pro-
cio, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda
cesso Penal, se este Capítulo não dispuser de modo
mediante representação da autoridade policial, decre-
diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro
tar, em decisão motivada, a suspensão da permissão
de 1995, no que couber.
ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
Parágrafo único. Aplicam-se aos crimes de trânsito de
proibição de sua obtenção.
lesão corporal culposa, de embriaguez ao volante, e
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão
de participação em competição não autorizada o dis-
ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requeri-
posto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de
mento do Ministério Público, caberá recurso em senti-
setembro de 1995. do estrito, sem efeito suspensivo.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corpo- Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor
ral culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei Nº ou a proibição de se obter a permissão ou a habilita-
9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente ção será sempre comunicada pela autoridade judiciá-
estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei ria ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e
nº 11.705, de 2008) ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra subs- réu for domiciliado ou residente.
tância psicoativa que determine dependência; (Incluí- Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime
do pela Lei nº 11.705, de 2008) previsto neste Código, o juiz poderá aplicar a penali-
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou dade de suspensão da permissão ou habilitação para
competição automobilística, de exibição ou demons- dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais
tração de perícia em manobra de veículo automotor, sanções penais cabíveis.
não autorizada pela autoridade competente; (Incluí- Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime
do pela Lei nº 11.705, de 2008) previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de
III - transitando em velocidade superior à máxima per- suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
mitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705,
§ 2º Nas hipóteses previstas no§ 1º deste artigo, deve- de 2008)
rá ser instaurado inquérito policial para a investigação Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste
da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de no pagamento, mediante depósito judicial em favor
2008) da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.546, de com base no disposto no§ 1º do art. 49 do Código Pe-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

2017) (Vigência) nal, sempre que houver prejuízo material resultante


§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes do crime.
previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao
dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial valor do prejuízo demonstrado no processo.
atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts.
e consequências do crime. (Incluído pela Lei nº 50 a 52 do Código Penal.
13.546, de 2017) (Vigência) § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa
reparatória será descontado.

48
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as V - estiver sob a influência de álcool ou substância
penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do tóxica ou entorpecente de efeitos análogos. (Incluído
veículo cometido a infração: pela Lei nº 11.275, de 2006) (Revogado pela Lei nº
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou 11.705, de 2008)
com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; § 2º Se o agente conduz veículo automotor com ca-
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas pacidade psicomotora alterada em razão da influên-
ou adulteradas; cia de álcool ou de outra substância psicoativa que
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de determine dependência ou participa, em via, de cor-
Habilitação; rida, disputa ou competição automobilística ou ainda
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habili- de exibição ou demonstração de perícia em manobra
tação de categoria diferente da do veículo; de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuida- competente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
dos especiais com o transporte de passageiros ou de (Vigência) (Revogado pela Lei nº 13. 281, de 2016)
carga; (Vigência)
VI - utilizando veículo em que tenham sido adultera- Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e sus-
dos equipamentos ou características que afetem a sua pensão ou proibição de se obter a permissão ou a
segurança ou o seu funcionamento de acordo com os habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído
limites de velocidade prescritos nas especificações do pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) (Revogado
fabricante; pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanen- § 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a in-
temente destinada a pedestres. fluência de álcool ou de qualquer outra substância
Art. 299. (VETADO) psicoativa que determine dependência: (Incluído
Art. 300. (VETADO) pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de aciden- Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão
tes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a
ou proibição do direito de se obter a permissão ou a
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar
habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído
pronto e integral socorro àquela.
pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de
SEÇÃO II veículo automotor:
DOS CRIMES EM ESPÉCIE Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspen-
são ou proibição de se obter a permissão ou a habili-
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veí- tação para dirigir veículo automotor.
culo automotor: Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do parágra-
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação fo único do artigo anterior.
para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um ter-
Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na ço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do§
direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1º do art. 302. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
um terço à metade, se o agente: 2014) (Vigência)
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de § 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade,
Habilitação; se ocorrer qualquer das hipóteses do§ 1º do art. 302.
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.546,
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo de 2017) (Vigência)
sem risco pessoal, à vítima do acidente; § 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas
conduzindo veículo de transporte de passageiros. previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de com capacidade psicomotora alterada em razão da
veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um influência de álcool ou de outra substância psicoati-
terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei nº va que determine dependência, e se do crime resultar
12.971, de 2014) (Vigência) lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (In-
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de cluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
Habilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do
(Vigência) acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

de solicitar auxílio da autoridade pública:


III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa,
sem risco pessoal, à vítima do acidente; (Incluído se o fato não constituir elemento de crime mais grave.
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste ar-
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver tigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão
conduzindo veículo de transporte de passageiros. (In- seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima
cluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) com morte instantânea ou com ferimentos leves.

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Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor,
acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil em via pública, de corrida, disputa ou competição au-
que lhe possa ser atribuída: tomobilística não autorizada pela autoridade compe-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. tente, desde que resulte dano potencial à incolumida-
Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, de pública ou privada:
sob a influência de álcool ou substância de efeitos Penas - detenção, de seis meses a dois anos, multa e
análogos, expondo a dano potencial a incolumidade
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
de outrem:
habilitação para dirigir veículo automotor.
Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via públi-
ca, estando com concentração de álcool por litro de Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor,
sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob em via pública, de corrida, disputa ou competição au-
a influência de qualquer outra substância psicoativa tomobilística não autorizada pela autoridade compe-
que determine dependência: (Redação dada pela Lei tente, gerando situação de risco à incolumidade públi-
nº 11.705, de 2008) Regulamento ca ou privada: (Redação dada pela Lei nº 12.971,
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade de 2014) (Vigência)
psicomotora alterada em razão da influência de álcool Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor,
ou de outra substância psicoativa que determine de- em via pública, de corrida, disputa ou competição au-
pendência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) tomobilística ou ainda de exibição ou demonstração de
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e perícia em manobra de veículo automotor, não auto-
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a rizada pela autoridade competente, gerando situação
habilitação para dirigir veículo automotor. de risco à incolumidade pública ou privada: (Redação
Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipula-
dada pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
rá a equivalência entre distintos testes de alcoolemia,
para efeito de caracterização do crime tipificado neste Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de § 1º Se da prática do crime previsto no caput resul-
álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 tar lesão corporal de natureza grave, e as circunstân-
miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou (In- cias demonstrarem que o agente não quis o resultado
cluído pela Lei nº 12.760, de 2012) nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
Contran, alteração da capacidade psicomotora. (In- sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
cluído pela Lei nº 12.760, de 2012) (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser § 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar
obtida mediante teste de alcoolemia, exame clínico,
morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agen-
perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de
prova em direito admitidos, observado o direito à con- te não quis o resultado nem assumiu o risco de produ-
traprova. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) zi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas
obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971,
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou de 2014) (Vigência)
outros meios de prova em direito admitidos, observa- Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública,
do o direito à contraprova. (Redação dada pela Lei nº sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação
12.971, de 2014) (Vigência) ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando pe-
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os rigo de dano:
distintos testes de alcoolemia para efeito de caracteri- Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
zação do crime tipificado neste artigo. (Incluído pela Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de
Lei nº 12.760, de 2012) veículo automotor a pessoa não habilitada, com ha-
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre
bilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso,
os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para
ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou
efeito de caracterização do crime tipificado neste arti-
go. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vi- mental, ou por embriaguez, não esteja em condições
gência) de conduzi-lo com segurança:
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo auto- Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619,
de 2012) (Vigência)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

motor imposta com fundamento neste Código:


Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a se-
com nova imposição adicional de idêntico prazo de gurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações
suspensão ou de proibição. de embarque e desembarque de passageiros, logradou-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o conde- ros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
nado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no§ concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
de Habilitação.

50
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente Art. 318. (VETADO)
automobilístico com vítima, na pendência do respec- Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas
tivo procedimento policial preparatório, inquérito po- pelo CONTRAN, continua em vigor o disposto no art.
licial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou 92 do Regulamento do Código Nacional de Trânsito -
de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o Decreto nº 62.127, de 16 de janeiro de 1968.
perito, ou juiz: Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Código poderão ser corrigidos monetariamente pelo
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, Contran, respeitado o limite da variação do Índice
ainda que não iniciados, quando da inovação, o pro- Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no
cedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos exercício anterior. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
quais se refere. 2016) (Vigência)
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do dis-
a 312 deste Código, nas situações em que o juiz apli- posto no caput serão divulgados pelo Contran com,
car a substituição de pena privativa de liberdade por no mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência de
pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação sua aplicação. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em (Vigência)
uma das seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das
13.281, de 2016) (Vigência) multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policia-
dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis mento, fiscalização e educação de trânsito.
especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
Parágrafo único. O percentual de cinco por cento do
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospi- valor das multas de trânsito arrecadadas será deposi-
tais da rede pública que recebem vítimas de acidente tado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito na-
de trânsito e politraumatizados; (Incluído pela Lei cional destinado à segurança e educação de trânsito.
nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 1º O percentual de cinco por cento do valor das
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas multas de trânsito arrecadadas será depositado, men-
na recuperação de acidentados de trânsito; (Incluído salmente, na conta de fundo de âmbito nacional des-
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) tinado à segurança e educação de trânsito. (Redação
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, aten- dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
dimento e recuperação de vítimas de acidentes de § 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmen-
trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- te, na rede mundial de computadores (internet), dados
gência) sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas
de trânsito e sua destinação. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO XX
13.281, de 2016) (Vigência)
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 320-A. Os órgãos e entidades do Sistema Nacio-
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação nal de Trânsito poderão integrar-se para a ampliação
dos membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias e aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive
da publicação deste Código. por meio do compartilhamento da receita arrecadada
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e qua- com a cobrança das multas de trânsito. (Incluído
renta dias a partir da publicação deste Código para pela Medida Provisória nº 699, de 2015)
expedir as resoluções necessárias à sua melhor execu- Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Na-
ção, bem como revisar todas as resoluções anteriores cional de Trânsito poderão integrar-se para a amplia-
à sua publicação, dando prioridade àquelas que visam ção e o aprimoramento da fiscalização de trânsito,
a diminuir o número de acidentes e a assegurar a pro- inclusive por meio do compartilhamento da receita
teção de pedestres. arrecadada com a cobrança das multas de trânsito.
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existen- (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
tes até a data de publicação deste Código, continuam
Art. 321. (VETADO)
em vigor naquilo em que não conflitem com ele.
Art. 322. (VETADO)
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto,
mediante proposta do CONTRAN, deverá, no prazo Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a
de duzentos e quarenta dias contado da publicação, metodologia de aferição de peso de veículos, estabele-
estabelecer o currículo com conteúdo programático cendo percentuais de tolerância, sendo durante este pe-
relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim ríodo suspensa a vigência das penalidades previstas no
de atender o disposto neste Código. inciso V do art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II UFIR por duzentos quilogramas ou fração de excesso.
do parágrafo único do art. 281 só entrará em vigor Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se re-
após duzentos e quarenta dias contados da publica- fere este artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são
ção desta Lei. aqueles estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de no-
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão vembro de 1985.
prazo de até um ano para a adaptação dos veículos de Art. 324. (VETADO)
condução de escolares e de aprendizagem às normas
do inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamente.

51
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por § 5º Antes de submeterem as propostas ao Contran,
cinco anos os documentos relativos à habilitação de os Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia
condutores e ao registro e licenciamento de veículos, Rodoviária Federal realizarão consulta ou audiência
podendo ser microfilmados ou armazenados em meio pública para manifestação da sociedade sobre as me-
magnético ou óptico para todos os efeitos legais. tas a serem propostas. (Incluído pela Lei nº 13.614,
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, de 2018) (Vigência)
no mínimo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à § 6º As propostas dos Cetran, do Contrandife e do De-
habilitação de condutores, ao registro e ao licencia- partamento de Polícia Rodoviária Federal serão enca-
mento de veículos e aos autos de infração de trânsito. minhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e
gerados e tramitados eletronicamente, bem como ar- de exposição de ações, projetos ou programas, com os
quivados e armazenados em meio digital, desde que respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende
assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a confia- cumprir as metas propostas para o ano seguinte. (In-
bilidade e a segurança das informações, e serão vá- cluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
lidos para todos os efeitos legais, sendo dispensada, § 7º As metas fixadas serão divulgadas em setembro,
nesse caso, a sua guarda física. (Incluído pela Lei durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como
nº 13.281, de 2016) (Vigência) o desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e
§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramita- do Distrito Federal no cumprimento das metas vigen-
ção, o arquivamento, o armazenamento e a elimina- tes no ano anterior, detalhados os dados levantados
ção de documentos eletrônicos e físicos gerados em e as ações realizadas por vias federais, estaduais e
decorrência da aplicação das disposições deste Códi- municipais, devendo tais informações permanecer à
go. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) disposição do público na rede mundial de computa-
§ 3º Na hipótese prevista nos§§ 1º e 2º, o sistema dores, em sítio eletrônico do órgão máximo executivo
deverá ser certificado digitalmente, atendidos os re- de trânsito da União. (Incluído pela Lei nº 13.614, de
quisitos de autenticidade, integridade, validade jurí- 2018) (Vigência)
dica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves § 8º O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia
Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Na-
nº 13.281, de 2016) (Vigência) cional de Trânsito, definirá as fórmulas para apura-
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será come- ção dos índices de que trata este artigo, assim como a
morada anualmente no período compreendido entre metodologia para a coleta e o tratamento dos dados
18 e 25 de setembro. estatísticos necessários para a composição dos termos
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Na- das fórmulas. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
cional de Trânsito, no que se refere à política de se- (Vigência)
gurança no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente § 9º Os dados estatísticos coletados em cada Esta-
para o cumprimento de metas anuais de redução de do e no Distrito Federal serão tratados e consolidados
índice de mortos por grupo de veículos e de índice de pelo respectivo órgão ou entidade executivos de trân-
mortos por grupo de habitantes, ambos apurados por sito, que os repassará ao órgão máximo executivo de
Estado e por ano, detalhando-se os dados levantados trânsito da União até o dia 1o de março, por meio do
e as ações realizadas por vias federais, estaduais e sistema de registro nacional de acidentes e estatísticas
municipais. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) de trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
(Vigência) (Vigência)
§ 1º O objetivo geral do estabelecimento de metas é, § 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação
ao final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no pelo órgão ou entidade executivos de trânsito do Esta-
mínimo, o índice nacional de mortos por grupo de veí- do ou do Distrito Federal compreendem os coletados
culos e o índice nacional de mortos por grupo de ha- naquela circunscrição: (Incluído pela Lei nº 13.614,
bitantes, relativamente aos índices apurados no ano de 2018) (Vigência)
da entrada em vigor da lei que cria o Plano Nacional I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão exe-
de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). cutivo rodoviário da União; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 2º As metas expressam a diferença a menor, em II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade exe-
base percentual, entre os índices mais recentes, oficial- cutivos rodoviários do Estado ou do Distrito Federal;
mente apurados, e os índices que se pretende alcançar. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários
§ 3º A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá e pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

as respectivas margens de tolerância. (Incluído pela Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) (Vigência)
§ 4º As metas serão fixadas pelo Contran para cada § 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
um dos Estados da Federação e para o Distrito Federal, Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo execu-
mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do tivo de trânsito da União, ouvidos o Departamento de
Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviá- Polícia Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema
ria Federal, no âmbito das respectivas circunscrições. Nacional de Trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.614, de
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) 2018) (Vigência)

52
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o § 4º É vedado o retorno do veículo leiloado como suca-
dia 31 de março de cada ano. (Incluído pela Lei nº ta à circulação. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
13.614, de 2018) (Vigência) § 5º A cobrança das despesas com estada no depósito
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no de- será limitada ao prazo de seis meses. (Incluído pela Lei
correr do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife nº 13.160, de 2015)
poderão recomendar aos integrantes do Sistema Na- § 6º Os valores arrecadados em leilão deverão ser uti-
cional de Trânsito alterações nas ações, projetos e pro- lizados para custeio da realização do leilão, dividindo-
gramas em desenvolvimento ou previstos, com o fim -se os custos entre os veículos arrematados, proporcio-
de atingir as metas fixadas para cada um dos Estados nalmente ao valor da arrematação, e destinando-se
e para o Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.614, os valores remanescentes, na seguinte ordem, para:
de 2018) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 14. A partir da análise de desempenho a que se re- I – as despesas com remoção e estada; (Incluído pela
fere o§ 7º deste artigo, o Contran elaborará e divulga- Lei nº 13.160, de 2015)
rá, também durante a Semana Nacional de Trânsito: II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do§ 10;
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Dis- III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de
trito Federal, uma referente ao ano analisado e outra crédito com garantia real, segundo a ordem de pre-
que considere a evolução do desempenho dos Estados ferência estabelecida no art. 186 da Lei Nº 5.172, de
e do Distrito Federal desde o início das análises; (In- 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional);
cluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade respon-
geral do estabelecimento de metas previsto no§ 1º sável pelo leilão; (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes
(Vigência) do Sistema Nacional de Trânsito, segundo a ordem
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somen- cronológica; e (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
te poderão ser fabricados e licenciados veículos que VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferên-
obedeçam aos limites de peso e dimensões fixados na cia legal. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser regu- § 7º Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os
lamentados pelo CONTRAN. débitos incidentes sobre o veículo, a situação será comu-
Parágrafo único. (VETADO) nicada aos credores. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
Art. 328. Os veículos apreendidos ou removidos a § 8º Os órgãos públicos responsáveis serão comu-
qualquer título e os animais não reclamados por seus nicados do leilão previamente para que formalizem
proprietários, dentro do prazo de noventa dias, se- a desvinculação dos ônus incidentes sobre o veículo
rão levados à hasta pública, deduzindo-se, do valor no prazo máximo de dez dias. (Incluído pela Lei nº
arrecadado, o montante da dívida relativa a multas, 13.160, de 2015)
tributos e encargos legais, e o restante, se houver, de- § 9º Os débitos incidentes sobre o veículo antes da
positado à conta do ex-proprietário, na forma da lei. alienação administrativa ficam dele automaticamente
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer desvinculados, sem prejuízo da cobrança contra o pro-
título e não reclamado por seu proprietário dentro do prietário anterior. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 10. Aplica-se o disposto no§ 9º inclusive ao débito
prazo de sessenta dias, contado da data de recolhi-
relativo a tributo cujo fato gerador seja a propriedade,
mento, será avaliado e levado a leilão, a ser realiza-
o domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamen-
do preferencialmente por meio eletrônico. (Redação
to de veículo. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
dada pela Lei nº 13.160, de 2015) § 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veí-
§ 1º Publicado o edital do leilão, a preparação poderá culo, por qualquer meio, os débitos serão novamente
ser iniciada após trinta dias, contados da data de reco- vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso, o dispos-
lhimento do veículo, o qual será classificado em duas to nos§§ 1º, 2o e 3o do art. 271. (Incluído pela Lei nº
categorias: (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) 13.160, de 2015)
I – conservado, quando apresenta condições de segu- § 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será
rança para trafegar; e (Incluído pela Lei nº 13.160, depositado em conta específica do órgão responsável
de 2015) pela realização do leilão e ficará à disposição do an-
II – sucata, quando não está apto a trafegar. (Incluí- tigo proprietário, devendo ser expedida notificação a
do pela Lei nº 13.160, de 2015) ele, no máximo em trinta dias após a realização do
§ 2º Se não houver oferta igual ou superior ao valor leilão, para o levantamento do valor no prazo de cinco
da avaliação, o lote será incluído no leilão seguinte, anos, após os quais o valor será transferido, definitiva-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

quando será arrematado pelo maior lance, desde que mente, para o fundo a que se refere o parágrafo único
por valor não inferior a cinquenta por cento do avalia- do art. 320. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
do. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) § 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber,
§ 3º Mesmo classificado como conservado, o veículo ao animal recolhido, a qualquer título, e não recla-
que for levado a leilão por duas vezes e não for arre- mado por seu proprietário no prazo de sessenta dias,
matado será leiloado como sucata. (Incluído pela Lei a contar da data de recolhimento, conforme regula-
nº 13.160, de 2015) mentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160,
de 2015)

53
§ 14. Não se aplica o disposto neste artigo ao veículo V - características do veículo constantes do seu certi-
recolhido a depósito por ordem judicial ou ao que es- ficado de registro;
teja à disposição de autoridade policial. (Incluído VI - número da placa de experiência.
pela Lei nº 13.160, de 2015) § 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipogra-
§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ficamente e serão encadernados ou em folhas sol-
ou judicial sobre o prontuário do veículo, a autoridade tas, sendo que, no primeiro caso, conterão termo de
responsável pela restrição será notificada para a re- abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e
tirada do bem do depósito, mediante a quitação das rubricados pela repartição de trânsito, enquanto, no
despesas com remoção e estada, ou para a autoriza- segundo, todas as folhas serão autenticadas pela re-
ção do leilão nos termos deste artigo. (Redação dada partição de trânsito.
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 3º A entrada e a saída de veículos nos estabeleci-
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da mentos referidos neste artigo registrar-se-ão no mes-
notificação de que trata o§ 14, não houver manifesta- mo dia em que se verificarem assinaladas, inclusive,
ção da autoridade responsável pela restrição judicial as horas a elas correspondentes, podendo os veículos
ou policial, estará o órgão de trânsito autorizado a irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser apreen-
promover o leilão do veículo nos termos deste artigo. didos ou retidos para sua completa regularização.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 4º As autoridades de trânsito e as autoridades poli-
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de ciais terão acesso aos livros sempre que o solicitarem,
bens automotores que se encontrarem nos depósitos não podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento.
há mais de 1 (um) ano poderão ser destinados à re- § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude
ciclagem, independentemente da existência de restri- ao realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas
ções sobre o veículo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de com a multa prevista para as infrações gravíssimas,
2016) (Vigência) independente das demais cominações legais cabíveis.
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese § 6º Os livros previstos neste artigo poderão ser subs-
do§ 16 será realizado por lote de tonelagem de mate- tituídos por sistema eletrônico, na forma regulamen-
rial ferroso, observando-se, no que couber, o disposto tada pelo Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de
neste artigo, condicionando-se a entrega do material 2015)
arrematado aos procedimentos necessários à desca- Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que
racterização total do bem e à destinação exclusiva, passarão a integrar os colegiados destinados ao julga-
ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica, mento dos recursos administrativos previstos na Seção
vedado qualquer aproveitamento de peças e partes. II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes.
§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queima- Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema
dos, adulterados ou estrangeiros, bem como aqueles Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros do
sem possibilidade de regularização perante o órgão CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, to-
de trânsito, serão destinados à reciclagem, indepen- das as facilidades para o cumprimento de sua missão,
dentemente do período em que estejam em depósi- fornecendo-lhes as informações que solicitarem, per-
to, respeitado o prazo previsto no caput deste artigo, mitindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer ser-
sempre que a autoridade responsável pelo leilão jul- viços e deverão atender prontamente suas requisições.
gar ser essa a medida apropriada. (Incluído pela Lei Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento
nº 13.281, de 2016) (Vigência) e vinte dias após a nomeação de seus membros, as
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam disposições previstas nos arts. 91 e 92, que terão de
os arts. 135 e 136, para exercerem suas atividades, ser atendidas pelos órgãos e entidades executivos de
deverão apresentar, previamente, certidão negativa trânsito e executivos rodoviários para exercerem suas
do registro de distribuição criminal relativamente aos competências.
crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção de § 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes te-
menores, renovável a cada cinco anos, junto ao órgão rão prazo de um ano, após a edição das normas, para
responsável pela respectiva concessão ou autorização. se adequarem às novas disposições estabelecidas pelo
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem re- CONTRAN, conforme disposto neste artigo.
formas ou recuperação de veículos e os que comprem, § 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados
vendam ou desmontem veículos, usados ou não, são exercerão as competências previstas neste Código em
obrigados a possuir livros de registro de seu movimen- cumprimento às exigências estabelecidas pelo CON-
to de entrada e saída e de uso de placas de experiên- TRAN, conforme disposto neste artigo, acompanhados
cia, conforme modelos aprovados e rubricados pelos pelo respectivo CETRAN, se órgão ou entidade muni-
órgãos de trânsito.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cipal, ou CONTRAN, se órgão ou entidade estadual,


§ 1º Os livros indicarão: do Distrito Federal ou da União, passando a integrar o
I - data de entrada do veículo no estabelecimento; Sistema Nacional de Trânsito.
II - nome, endereço e identidade do proprietário ou Art. 334. As ondulações transversais existentes deve-
vendedor; rão ser homologadas pelo órgão ou entidade compe-
III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem; tente no prazo de um ano, a partir da publicação deste
IV - nome, endereço e identidade do comprador; Código, devendo ser retiradas em caso contrário.
Art. 335. (VETADO)

54
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao trans-
Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de porte de passageiros, com capacidade para até oito pes-
trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após soas, exclusive o condutor.
a manifestação da Câmara Temática de Engenharia, de AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de
Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais. órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Na-
Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e finan- cional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente cre-
ceiro dos Estados e Municípios que os compõem e, o denciada.
CONTRANDIFE, do Distrito Federal. BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os impor- passando pelos centros das rodas traseiras extremas e o
tadores e fabricantes, ao comerciarem veículos auto- ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos
motores de qualquer categoria e ciclos, são obrigados os elementos rigidamente fixados ao mesmo.
a fornecer, no ato da comercialização do respectivo BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de
veículo, manual contendo normas de circulação, infra- duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar
ções, penalidades, direção defensiva, primeiros socor- à motocicleta, motoneta e ciclomotor.
ros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro. BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir cré- estacionamento de bicicletas.
dito especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move
sessenta e quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro sobre trilhos.
reais), em favor do ministério ou órgão a que couber BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser
a coordenação máxima do Sistema Nacional de Trân- demarcada por linhas longitudinais de bordo que deli-
sito, para atender as despesas decorrentes da implan- neiam a parte da via destinada à circulação de veículos.
tação deste Código. CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias em nível diferente, não destinada à circulação de veícu-
após a data de sua publicação. los, reservada ao trânsito de pedestres e, quando pos-
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de sível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização,
setembro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, vegetação e outros fins.
5.820, de 10 de novembro de 1972, 6.124, de 25 de CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a
outubro de 1974, 6.308, de 15 de dezembro de 1975, tracionar ou arrastar outro.
6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de de- CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de
zembro de 1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, carga com peso bruto total de até três mil e quinhentos
7.052, de 02 de dezembro de 1982, 8.102, de 10 de quilogramas.
dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte
nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e osDecretos-leis de passageiros e carga no mesmo compartimento.
nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 de outubro CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído
de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988. como separador de duas pistas de rolamento, eventual-
mente substituído por marcas viárias (canteiro fictício).
Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Indepen- CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso
dência e 109º da República. que a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado
pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limita-
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO ções de geração e multiplicação de momento de força e
Iris Rezende resistência dos elementos que compõem a transmissão.
Eliseu Padilha CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos
Este texto não substitui o publicado no DOU de automotores em sinal de regozijo, de reivindicação, de
24.9.1997 e retificado em 25.9.1997 protesto cívico ou de uma classe.
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utili-
ANEXO I zado no transporte de pequenas cargas.
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao
transporte de carga.
Para efeito deste Código adotam-se as seguintes de- CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração
finições: da luz utilizado na sinalização de vias e veículos (olho-
ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista -de-gato).
de rolamento destinada à parada ou estacionamento de CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao
veículos, em caso de emergência, e à circulação de pe- transporte de pessoas.
destres e bicicletas, quando não houver local apropriado CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propul-
para esse fim. são humana.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à


civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização
trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, específica.
operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patru- CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provi-
lhamento. do de um motor de combustão interna, cuja cilindrada
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indiví- não exceda a cinqüenta centímetros cúbicos (3,05 pole-
duo, originário dos alvéolos pulmonares. (Incluído pela gadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação
Lei nº 12.760, de 2012) não exceda a cinqüenta quilômetros por hora.

55
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ci- INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entronca-
clos, separada fisicamente do tráfego comum. mento ou bifurcação, incluindo as áreas formadas por
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou tais cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações.
à direita, de mudança da direção original do veículo. INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível. para atender circunstância momentânea do trânsito.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a
que tenha a função específica de proporcionar maior se- obrigações do proprietário de veículo, comprovado por
gurança ao usuário da via, alertando-o sobre situações meio de documento específico (Certificado de Licencia-
de perigo que possam colocar em risco sua integridade mento Anual).
física e dos demais usuários da via, ou danificar seria- LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela
mente o veículo. municipalidade à circulação, parada ou estacionamento
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por de veículos, ou à circulação de pedestres, tais como cal-
tempo superior ao necessário para embarque ou desem- çada, parques, áreas de lazer, calçadões.
barque de passageiros. LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e
ESTRADA - via rural não pavimentada. passageiros, que o veículo transporta, expressa em quilo-
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor gramas para os veículos de carga, ou número de pessoas,
alcoólico no ar alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760, de para os veículos de passageiros.
2012) LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias ru- urbanas ou rurais e que com elas se limita.
rais, delimitada por lei específica e sob responsabilidade LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a ilumi-
do órgão ou entidade de trânsito competente com cir- nar a via até uma grande distância do veículo.
cunscrição sobre a via. LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a ilu-
FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longi- minar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamen-
tudinais em que a pista pode ser subdividida, sinalizada to ou incômodo injustificáveis aos condutores e outros
ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma usuários da via que venham em sentido contrário.
largura suficiente para permitir a circulação de veículos LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos
automotores. demais usuários da via, que se encontram atrás do veí-
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das culo, que o condutor está aplicando o freio de serviço.
normas estabelecidas na legislação de trânsito, por meio LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do
do poder de polícia administrativa de trânsito, no âm- veículo destinada a indicar aos demais usuários da via
bito de circunscrição dos órgãos e entidades executivos que o condutor tem o propósito de mudar de direção
de trânsito e de acordo com as competências definidas para a direita ou para a esquerda.
neste Código. LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a ilu-
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permis- minar atrás do veículo e advertir aos demais usuários da
são ou impedimento de locomoção na faixa apropriada. via que o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a uma manobra de marcha à ré.
manter o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumen-
caso de um reboque, se este se encontra desengatado. tar a iluminação da via em caso de neblina, chuva forte
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo des- ou nuvens de pó.
tinado a diminuir a marcha do veículo no caso de falha LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada
do freio de serviço. a indicar a presença e a largura do veículo.
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar MANOBRA - movimento executado pelo condutor
a diminuição da marcha do veículo ou pará-lo. para alterar a posição em que o veículo está no momen-
GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de to em relação à via.
braço, adotados exclusivamente pelos agentes de autori- MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de
dades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito linhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e co-
de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens, res diversas, apostos ao pavimento da via.
sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte co-
norma constante deste Código. letivo com capacidade para até vinte passageiros.
GESTOS DE CONDUTORES - movimentos conven- MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas,
cionais de braço, adotados exclusivamente pelos con- com ou sem side-car, dirigido por condutor em posição
dutores, para orientar ou indicar que vão efetuar uma montada.
manobra de mudança de direção, redução brusca de ve- MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, diri-
locidade ou parada. gido por condutor em posição sentada.
ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamen- MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

to, destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma cuja carroçaria seja fechada e destinada a alojamento,
interseção. escritório, comércio ou finalidades análogas.
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da le- NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-
gislação de trânsito, às normas emanadas do Código de -do-sol e o nascer do sol.
Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regula- ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo
mentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva com capacidade para mais de vinte passageiros, ainda
do trânsito. que, em virtude de adaptações com vista à maior como-
didade destes, transporte número menor.

56
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização PONTE - obra de construção civil destinada a ligar
do veículo, pelo tempo estritamente necessário ao car- margens opostas de uma superfície líquida qualquer.
regamento ou descarregamento de animais ou carga, na REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de
forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de um veículo automotor.
trânsito competente com circunscrição sobre a via. REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinali-
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico zação de regulamentação pelo órgão ou entidade com-
baseado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das petente com circunscrição sobre a via, definindo, entre
condições de fluidez, de estacionamento e parada na via, outros, sentido de direção, tipo de estacionamento, ho-
de forma a reduzir as interferências tais como veículos rários e dias.
quebrados, acidentados, estacionados irregularmente REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e
atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e protegida, destinada ao uso de pedestres durante a tra-
informações aos pedestres e condutores. vessia da mesma.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e
RENACH - Registro Nacional de Condutores Habili-
pelo tempo estritamente necessário para efetuar embar-
tados.
que ou desembarque de passageiros.
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automo-
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível en-
tre uma via e uma linha férrea ou trilho de bonde com tores.
pista própria. RETORNO - movimento de inversão total de sentido
PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de da direção original de veículos.
passagem à frente de outro veículo que se desloca no RODOVIA - via rural pavimentada.
mesmo sentido, em menor velocidade, mas em faixas SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se
distintas da via. apóia na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à de articulação.
transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viá-
de pedestres ou veículos. ria que se utilizam de placas, marcas viárias, equipamen-
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição tos de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos
de vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres. e gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamen- o trânsito dos veículos e pedestres.
to, neste último caso, separada por pintura ou elemento SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dis-
físico separador, livre de interferências, destinada à cir- positivos de segurança colocados na via pública com o
culação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de objetivo de garantir sua utilização adequada, possibili-
ciclistas. tando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Ro- veículos e pedestres que nela circulam.
doviária Federal com o objetivo de garantir obediência SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclu-
às normas de trânsito, assegurando a livre circulação e sivamente pelos agentes da autoridade de trânsito nas
evitando acidentes. vias, para orientar ou indicar o direito de passagem dos
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou completando
área rural. sinalização existente no local ou norma estabelecida nes-
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo te Código.
transmite ao pavimento, constituído da soma da tara TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos
mais a lotação.
da carroçaria e equipamento, do combustível, das ferra-
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo
mentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor
transmitido ao pavimento pela combinação de um ca-
de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em
minhão-trator mais seu semi-reboque ou do caminhão
mais o seu reboque ou reboques. quilogramas.
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com
em caráter de advertência, destinada a indicar aos de- duas, quatro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à tra-
mais usuários da via que o veículo está imobilizado ou seira de automóvel ou camionete, utilizado em geral em
em situação de emergência. atividades turísticas como alojamento, ou para atividades
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a cir- comerciais.
culação de veículos, identificada por elementos separa- TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veícu-
dores ou por diferença de nível em relação às calçadas, los, pessoas e animais nas vias terrestres.
ilhas ou aos canteiros centrais. TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veícu-
PLACAS - elementos colocados na posição vertical, lo de uma faixa demarcada para outra.
fixados ao lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo TRATOR - veículo automotor construído para realizar
mensagens de caráter permanente e, eventualmente, va- trabalho agrícola, de construção e pavimentação e tra-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

riáveis, mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas cionar outros veículos e equipamentos.


e legalmente instituídas como sinais de trânsito. ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em me-
exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de preve- nor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitan-
nir e reprimir atos relacionados com a segurança pública do sair e retornar à faixa de origem.
e de garantir obediência às normas relativas à seguran- UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versati-
ça de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando lidade do seu uso, inclusive fora de estrada.
acidentes.

57
VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos
acoplados, sendo um deles automotor. LEI FEDERAL N.º 9.099/1995, (LEI DOS
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS): ARTIGOS
propulsão que circule por seus próprios meios, e que 60 A 76
serve normalmente para o transporte viário de pessoas e
coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para
CAPÍTULO III
o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
os veículos conectados a uma linha elétrica e que não
circulam sobre trilhos (ônibus elétrico). DISPOSIÇÕES GERAIS
VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte
de carga, podendo transportar dois passageiros, exclusi- Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes
ve o condutor. togados ou togados e leigos, tem competência para a
VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo conciliação, o julgamento e a execução das infrações
sido fabricado há mais de trinta anos, conserva suas ca- penais de menor potencial ofensivo.    (Vide Lei nº
racterísticas originais de fabricação e possui valor histó- 10.259, de 2001)
rico próprio. Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, togados ou togados e leigos, tem competência para a
sendo o primeiro um veículo automotor e os demais re- conciliação, o julgamento e a execução das infrações
boques ou equipamentos de trabalho agrícola, constru- penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as re-
ção, terraplenagem ou pavimentação. gras de conexão e continência.      (Redação dada pela
VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor Lei nº 11.313, de 2006)
destinado ao transporte de carga com peso bruto total Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o
máximo superior a dez mil quilogramas e de passageiros, juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da apli-
superior a vinte passageiros. cação das regras de conexão e continência, observar-
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao -se-ão os institutos da transação penal e da composi-
transporte de pessoas e suas bagagens. ção dos danos civis.      (Incluído pela Lei nº 11.313,
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao de 2006)
transporte simultâneo de carga e passageiro. Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor po-
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas tencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contra-
e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acosta- venções penais e os crimes a que a lei comine pena
mento, ilha e canteiro central. máxima não superior a um ano, excetuados os casos
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por em que a lei preveja procedimento especial. (Vide Lei
acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nº 10.259, de 2001)
nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor po-
travessia de pedestres em nível. tencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contraven-
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções ções penais e os crimes a que a lei comine pena máxi-
em nível, geralmente controlada por semáforo, com aces- ma não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
sibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, multa.      (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distri- -se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, eco-
buir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair nomia processual e celeridade, objetivando, sempre
das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o que possível, a reparação dos danos sofridos pela víti-
trânsito dentro das regiões da cidade. ma e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orien-
nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso lo- tar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, in-
cal ou a áreas restritas. formalidade, economia processual e celeridade, obje-
VIA RURAL - estradas e rodovias. tivando, sempre que possível, a reparação dos danos
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e sofridos pela vítima e a aplicação de pena não priva-
similares abertos à circulação pública, situados na área tiva de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.603,
urbana, caracterizados principalmente por possuírem de 2018)
imóveis edificados ao longo de sua extensão.
SEÇÃO I
VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de
DA COMPETÊNCIA E DOS ATOS PROCESSUAIS
vias destinadas à circulação prioritária de pedestres.
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor Art. 63. A competência do Juizado será determinada
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

uma depressão de terreno ou servir de passagem superior. pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da
semana, conforme dispuserem as normas de organi-
zação judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que
preencherem as finalidades para as quais foram realiza-
dos, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

58
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que Art. 72. Na audiência preliminar, presente o represen-
tenha havido prejuízo. tante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima
§ 2º A prática de atos processuais em outras comar- e, se possível, o responsável civil, acompanhados por
cas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilida-
comunicação. de da composição dos danos e da aceitação da pro-
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente posta de aplicação imediata de pena não privativa de
os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em
liberdade.
audiência de instrução e julgamento poderão ser gra-
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
vados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio conciliador sob sua orientação.
Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Jus-
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser tiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente
citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam
comum para adoção do procedimento previsto em lei. funções na administração da Justiça Criminal.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida
com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no
ao encarregado da recepção, que será obrigatoria- juízo civil competente.
mente identificado, ou, sendo necessário, por oficial Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de inicia-
de justiça, independentemente de mandado ou carta tiva privada ou de ação penal pública condicionada à
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de co-
representação, o acordo homologado acarreta a re-
municação.
núncia ao direito de queixa ou representação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência
considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os inte- Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será
ressados e defensores. dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do exercer o direito de representação verbal, que será re-
mandado de citação do acusado, constará a necessi- duzida a termo.
dade de seu comparecimento acompanhado de advo- Parágrafo único. O não oferecimento da representa-
gado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe- ção na audiência preliminar não implica decadência
-á designado defensor público. do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto
em lei.
SEÇÃO II Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de cri-
DA FASE PRELIMINAR me de ação penal pública incondicionada, não sendo
caso de arquivamento, o Ministério Público poderá
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento propor a aplicação imediata de pena restritiva de di-
da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o enca- reitos ou multas, a ser especificada na proposta.
minhará imediatamente ao Juizado, com o autor do
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única
fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
exames periciais necessários.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavra-
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática
tura do termo, for imediatamente encaminhado ao
de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença
Juizado ou assumir o compromisso de a ele compare-
definitiva;
cer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no
fiança.
prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavra-
ou multa, nos termos deste artigo;
tura do termo, for imediatamente encaminhado ao
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social
juizado ou assumir o compromisso de a ele compare-
e a personalidade do agente, bem como os motivos e
cer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção
fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz pode-
da medida.
rá determinar, como medida de cautela, seu afasta- § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu
mento do lar, domicílio ou local de convivência com defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
a vítima.        (Redação dada pela Lei nº 10.455, de § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita
13.5.2002)) pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e de direitos ou multa, que não importará em reincidên-
não sendo possível a realização imediata da audiên- cia, sendo registrada apenas para impedir novamente
cia preliminar, será designada data próxima, da qual o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ambos sairão cientes. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior cabe-


rá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos § 6º A imposição da sanção de que trata o§ 4º deste
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação artigo não constará de certidão de antecedentes cri-
e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos minais, salvo para os fins previstos no mesmo disposi-
arts. 67 e 68 desta Lei. tivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados
propor ação cabível no juízo cível.

59
TÍTULO II
LEI FEDERAL N.º 11.340/2006 (LEI MARIA DA
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
PENHA): ARTIGOS 1.º A 24-A E 41
A MULHER
CAPÍTULO I
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e DISPOSIÇÕES GERAIS
familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Elimina- Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência
ção de Todas as Formas de Discriminação contra as Mu- doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação
lheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Pu- ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
nir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano
a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150,
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o de 2015)
Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras pro- I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
vidências. como o espaço de convívio permanente de pessoas,
com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadica-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- mente agregadas;
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: II - no âmbito da família, compreendida como a co-
munidade formada por indivíduos que são ou se con-
TÍTULO I sideram aparentados, unidos por laços naturais, por
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos independentemente de coabitação.
termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas neste artigo independem de orientação sexual.
de Violência contra a Mulher, da Convenção Intera- Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mu-
mericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência lher constitui uma das formas de violação dos direitos
contra a Mulher e de outros tratados internacionais humanos.
ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe
CAPÍTULO II
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMI-
e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de
LIAR CONTRA A MULHER
assistência e proteção às mulheres em situação de vio-
lência doméstica e familiar.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe,
contra a mulher, entre outras:
raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
I - a violência física, entendida como qualquer condu-
educacional, idade e religião, goza dos direitos funda- ta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
mentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asse- II - a violência psicológica, entendida como qualquer
guradas as oportunidades e facilidades para viver sem conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
violência, preservar sua saúde física e mental e seu da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o ple-
aperfeiçoamento moral, intelectual e social. no desenvolvimento ou que vise degradar ou contro-
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições lar suas ações, comportamentos, crenças e decisões,
para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segu- mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
rança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, manipulação, isolamento, vigilância constante, perse-
à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, guição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao intimidade, ridicularização, exploração e limitação do
respeito e à convivência familiar e comunitária. direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cau-
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem se prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
das relações domésticas e familiares no sentido de res- III - a violência sexual, entendida como qualquer
guardá-las de toda forma de negligência, discrimina- conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
ção, exploração, violência, crueldade e opressão. a participar de relação sexual não desejada, median-
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público te intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que
criar as condições necessárias para o efetivo exercício a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

dos direitos enunciados no caput. modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qual-
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados quer método contraceptivo ou que a force ao matri-
os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, mônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, me-
as condições peculiares das mulheres em situação de diante coação, chantagem, suborno ou manipulação;
violência doméstica e familiar. ou que limite ou anule o exercício de seus direitos se-
xuais e reprodutivos;

60
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os
conduta que configure retenção, subtração, destruição níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos di-
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de tra- reitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou
balho, documentos pessoais, bens, valores e direitos etnia e ao problema da violência doméstica e familiar
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a sa- contra a mulher.
tisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer con- CAPÍTULO II
duta que configure calúnia, difamação ou injúria. DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE Art. 9º A assistência à mulher em situação de vio-
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR lência doméstica e familiar será prestada de forma
articulada e conforme os princípios e as diretrizes pre-
CAPÍTULO I
vistos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Siste-
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
ma Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança
Pública, entre outras normas e políticas públicas de
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência do-
proteção, e emergencialmente quando for o caso.
méstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio § 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da
de um conjunto articulado de ações da União, dos Es- mulher em situação de violência doméstica e familiar
tados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações no cadastro de programas assistenciais do governo fe-
não-governamentais, tendo por diretrizes: deral, estadual e municipal.
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de vio-
Ministério Público e da Defensoria Pública com as lência doméstica e familiar, para preservar sua integri-
áreas de segurança pública, assistência social, saúde, dade física e psicológica:
educação, trabalho e habitação; I - acesso prioritário à remoção quando servidora pú-
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e blica, integrante da administração direta ou indireta;
outras informações relevantes, com a perspectiva de II - manutenção do vínculo trabalhista, quando ne-
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às cessário o afastamento do local de trabalho, por até
consequências e à freqüência da violência doméstica e seis meses.
familiar contra a mulher, para a sistematização de da- § 3º A assistência à mulher em situação de violên-
dos, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação cia doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
periódica dos resultados das medidas adotadas; benefícios decorrentes do desenvolvimento científico
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção
valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exa- Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiên-
cerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com cia Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos
o estabelecido no inciso III do Art. 1º, no inciso IV do Art. necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.
3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
IV - a implementação de atendimento policial espe- CAPÍTULO III
cializado para as mulheres, em particular nas Delega- DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
cias de Atendimento à Mulher;
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de
V - a promoção e a realização de campanhas educa-
violência doméstica e familiar contra a mulher, a auto-
tivas de prevenção da violência doméstica e familiar
ridade policial que tomar conhecimento da ocorrência
contra a mulher, voltadas ao público escolar e à socie-
adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
dade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumen-
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste
tos de proteção aos direitos humanos das mulheres; artigo ao descumprimento de medida protetiva de ur-
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, ter- gência deferida.
mos ou outros instrumentos de promoção de parceria Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência
entre órgãos governamentais ou entre estes e entida- doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
des não-governamentais, tendo por objetivo a imple- especializado, ininterrupto e prestado por servidores
mentação de programas de erradicação da violência - preferencialmente do sexo feminino - previamente
doméstica e familiar contra a mulher; capacitados. (Incluíd pela Lei nº 13.505, de 2017)
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Mi- § 1º A inquirição de mulher em situação de violência
litar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

doméstica e familiar ou de testemunha de violência


dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
enunciados no inciso I quanto às questões de gênero obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº
e de raça ou etnia; 13.505, de 2017)
VIII - a promoção de programas educacionais que dis- I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emo-
seminem valores éticos de irrestrito respeito à digni- cional da depoente, considerada a sua condição pe-
dade da pessoa humana com a perspectiva de gênero culiar de pessoa em situação de violência doméstica e
e de raça ou etnia; familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

61
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar
em situação de violência doméstica e familiar, fami- aos autos sua folha de antecedentes criminais, indi-
liares e testemunhas terão contato direto com investi- cando a existência de mandado de prisão ou registro
gados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (In- de outras ocorrências policiais contra ele;
cluído pela Lei nº 13.505, de 2017) VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito po-
III - não revitimização da depoente, evitando sucessi- licial ao juiz e ao Ministério Público.
vas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos crimi- § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela
nal, cível e administrativo, bem como questionamen- autoridade policial e deverá conter:
tos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 13.505, I - qualificação da ofendida e do agressor;
de 2017) II - nome e idade dos dependentes;
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas
doméstica e familiar ou de testemunha de delitos de solicitadas pela ofendida.
que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o § 2º A autoridade policial deverá anexar ao docu-
seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, mento referido no § 1º o boletim de ocorrência e có-
de 2017) pia de todos os documentos disponíveis em posse da
I - a inquirição será feita em recinto especialmente ofendida.
projetado para esse fim, o qual conterá os equipamen- § 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos
tos próprios e adequados à idade da mulher em situa- ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e pos-
ção de violência doméstica e familiar ou testemunha tos de saúde.
e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; (Incluído Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formu-
pela Lei nº 13.505, de 2017) lação de suas políticas e planos de atendimento à
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada mulher em situação de violência doméstica e familiar,
por profissional especializado em violência doméstica darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação
e familiar designado pela autoridade judiciária ou po- de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mu-
lher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio
licial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
e de equipes especializadas para o atendimento e a
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico
investigação das violências graves contra a mulher.
ou magnético, devendo a degravação e a mídia in-
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505,
tegrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de
de 2017)
2017)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de
2017)
violência doméstica e familiar, a autoridade policial
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
deverá, entre outras providências:
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços
I - garantir proteção policial, quando necessário, co- públicos necessários à defesa da mulher em situação
municando de imediato ao Ministério Público e ao de violência doméstica e familiar e de seus dependen-
Poder Judiciário; tes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de
saúde e ao Instituto Médico Legal; TÍTULO IV
III - fornecer transporte para a ofendida e seus depen- DOS PROCEDIMENTOS
dentes para abrigo ou local seguro, quando houver CAPÍTULO I
risco de vida;
DISPOSIÇÕES GERAIS
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para asse-
gurar a retirada de seus pertences do local da ocorrên- Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das
cia ou do domicílio familiar; causas cíveis e criminais decorrentes da prática de
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos violência doméstica e familiar contra a mulher apli-
nesta Lei e os serviços disponíveis. car-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e e Processo Civil e da legislação específica relativa à
familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, criança, ao adolescente e ao idoso que não conflita-
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os rem com o estabelecido nesta Lei.
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles pre- Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Fami-
vistos no Código de Processo Penal: liar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e competência cível e criminal, poderão ser criados pela
tomar a representação a termo, se apresentada; União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Es-
II - colher todas as provas que servirem para o esclare- tados, para o processo, o julgamento e a execução das
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cimento do fato e de suas circunstâncias; causas decorrentes da prática de violência doméstica


III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, e familiar contra a mulher.
expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, Parágrafo único. Os atos processuais poderão reali-
para a concessão de medidas protetivas de urgência; zar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de normas de organização judiciária.
delito da ofendida e requisitar outros exames periciais Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os
necessários; processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
V - ouvir o agressor e as testemunhas; I - do seu domicílio ou de sua residência;

62
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; SEÇÃO II
III - do domicílio do agressor. DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à OBRIGAM O AGRESSOR
representação da ofendida de que trata esta Lei, só
será admitida a renúncia à representação perante o Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica
juiz, em audiência especialmente designada com tal e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz
finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvi- poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto
do o Ministério Público. ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violên- urgência, entre outras:
cia doméstica e familiar contra a mulher, de penas de I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas,
cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem com comunicação ao órgão competente, nos termos
como a substituição de pena que implique o paga- da Lei Nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
mento isolado de multa. II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivên-
cia com a ofendida;
CAPÍTULO II III - proibição de determinadas condutas, entre as
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA quais:
SEÇÃO I a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
DISPOSIÇÕES GERAIS testemunhas, fixando o limite mínimo de distância en-
tre estes e o agressor;
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofen- b) contato com a ofendida, seus familiares e testemu-
dida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) nhas por qualquer meio de comunicação;
horas: c) freqüentação de determinados lugares a fim de pre-
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre servar a integridade física e psicológica da ofendida;
as medidas protetivas de urgência; IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao ór-
menores, ouvida a equipe de atendimento multidisci-
gão de assistência judiciária, quando for o caso;
plinar ou serviço similar;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
as providências cabíveis.
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão
a aplicação de outras previstas na legislação em vigor,
ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério
sempre que a segurança da ofendida ou as circunstân-
Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser cias o exigirem, devendo a providência ser comunica-
concedidas de imediato, independentemente de au- da ao Ministério Público.
diência das partes e de manifestação do Ministério § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontran-
Público, devendo este ser prontamente comunicado. do-se o agressor nas condições mencionadas no caput
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplica- e incisos do Art. 6º da Lei Nº 10.826, de 22 de dezem-
das isolada ou cumulativamente, e poderão ser substi- bro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão,
tuídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, corporação ou instituição as medidas protetivas de ur-
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem gência concedidas e determinará a restrição do porte
ameaçados ou violados. de armas, ficando o superior imediato do agressor res-
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Pú- ponsável pelo cumprimento da determinação judicial,
blico ou a pedido da ofendida, conceder novas medi- sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de
das protetivas de urgência ou rever aquelas já conce- desobediência, conforme o caso.
didas, se entender necessário à proteção da ofendida, § 3º Para garantir a efetividade das medidas prote-
de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Mi- tivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
nistério Público. momento, auxílio da força policial.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no
da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art.
agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento 461 da Lei Nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
do Ministério Público ou mediante representação da de Processo Civil).
autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão pre- SEÇÃO III
ventiva se, no curso do processo, verificar a falta de DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFEN-
motivo para que subsista, bem como de novo decretá- DIDA
-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos pro- Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuí-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cessuais relativos ao agressor, especialmente dos per- zo de outras medidas:


tinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a pro-
da intimação do advogado constituído ou do defensor grama oficial ou comunitário de proteção ou de aten-
público.
dimento;
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar in-
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus
timação ou notificação ao agressor.
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamen-
to do agressor;

63
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem CAPÍTULO III
prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos DOS CRIMES E DAS PENAS
e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos. Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da so- ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
ciedade conjugal ou daqueles de propriedade particu- substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério
lar da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, Público e o defensor.
as seguintes medidas, entre outras: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo transportar ou trouxer consigo, para consumo pes-
agressor à ofendida; soal, drogas sem autorização ou em desacordo com
II - proibição temporária para a celebração de atos e determinação legal ou regulamentar será submetido
contratos de compra, venda e locação de propriedade às seguintes penas:
em comum, salvo expressa autorização judicial; I - advertência sobre os efeitos das drogas;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofen- II - prestação de serviços à comunidade;
dida ao agressor; III - medida educativa de comparecimento a progra-
IV - prestação de caução provisória, mediante depó- ma ou curso educativo.
sito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
da prática de violência doméstica e familiar contra a consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
ofendida. destinadas à preparação de pequena quantidade de
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório substância ou produto capaz de causar dependência
competente para os fins previstos nos incisos II e III física ou psíquica.
deste artigo. § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consu-
mo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade
SEÇÃO IV da substância apreendida, ao local e às condições em
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do
PROTETIVAS DE URGÊNCIA agente.
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput
URGÊNCIA deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
(cinco) meses.
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere me- § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos
didas protetivas de urgência previstas nesta Lei: (In- incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
cluído pela Lei nº 13.641, de 2018) pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. § 5º A prestação de serviços à comunidade será cum-
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) prida em programas comunitários, entidades educa-
§ 1º A configuração do crime independe da compe- cionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos
tência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos,
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a consumo ou da recuperação de usuários e dependen-
autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído tes de drogas.
pela Lei nº 13.641, de 2018) § 6º Para garantia do cumprimento das medidas edu-
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de cativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a
outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, que injustificadamente se recuse o agente, poderá o
juiz submetê-lo, sucessivamente a:
de 2018)
I - admoestação verbal;
II - multa.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência domés-
tica e familiar contra a mulher, independentemente § 7º O juiz determinará ao Poder Público que colo-
da pena prevista, não se aplica a Lei Nº 9.099, de 26 que à disposição do infrator, gratuitamente, estabe-
de setembro de 1995. lecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial,
para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se
LEI FEDERAL N.º 11.343/2006 (LEI DE refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à
DROGAS): ARTIGOS 28 A 41 reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta)


Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada
drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do um, segundo a capacidade econômica do agente, o
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do
dependentes de drogas; estabelece normas para repres- maior salário mínimo.
são à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de dro- Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição
gas; define crimes e dá outras providências. da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão credi-
tados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

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Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização
execução das penas, observado, no tocante à interrup- ou em desacordo com determinação legal ou regula-
ção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do mentar, de plantas que se constituam em matéria-pri-
Código Penal. ma para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que
TÍTULO IV tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ain-
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS da que gratuitamente, sem autorização ou em desa-
CAPÍTULO I cordo com determinação legal ou regulamentar, para
DISPOSIÇÕES GERAIS o tráfico ilícito de drogas.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso inde-
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade vido de droga: (Vide ADI nº 4.274)
competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de
preparar, possuir, manter em depósito, importar, ex- 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
portar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de
vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qual- lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a
quer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua consumirem:
preparação, observadas as demais exigências legais. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pa-
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente gamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhen-
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. tos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no
50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame art. 28.
pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste
condições encontradas, com a delimitação do local, artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
asseguradas as medidas necessárias para a preserva- dois terços, desde que o agente seja primário, de bons
ção da prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de antecedentes, não se dedique às atividades criminosas
2014) nem integre organização criminosa. (Vide Resolução
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, nº 5, de 2012)
de 2014) Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, ofe-
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, recer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
de 2014) possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamen-
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para des- te, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer
truir a plantação, observar-se-á, além das cautelas ne- objeto destinado à fabricação, preparação, produção
cessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no ou transformação de drogas, sem autorização ou em
Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que cou- desacordo com determinação legal ou regulamentar:
ber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e paga-
do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. mento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas se- dias-multa.
rão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o
fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos
Constituição Federal, de acordo com a legislação em
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
vigor.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e paga-
mento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
CAPÍTULO II
dias-multa.
DOS CRIMES
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste
artigo incorre quem se associa para a prática reiterada
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
do crime definido no art. 36 desta Lei.
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescre- dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34
ver, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, desta Lei:
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desa- Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pa-
cordo com determinação legal ou regulamentar: gamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e paga- mil) dias-multa.
mento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, or-
dias-multa. ganização ou associação destinados à prática de qual-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, 34 desta Lei:
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em de- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamen-
pósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que to de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, dro-
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, gas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em
insumo ou produto químico destinado à preparação doses excessivas ou em desacordo com determinação
de drogas; legal ou regulamentar:

65
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pa- De acordo com a lei, considera-se criança a pessoa até
gamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa. doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao entre doze e dezoito anos de idade. Excepcionalmente,
Conselho Federal da categoria profissional a que per- em casos previstos em lei, aplicar-se-á a lei para pessoas
tença o agente. de dezoito anos até vinte e um anos de idade.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
consumo de drogas, expondo a dano potencial a inco- fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
lumidade de outrem: da proteção integral de que trata o ECA, assegurando-se-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além -lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunida-
da apreensão do veículo, cassação da habilitação res- des e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimen-
pectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da to físico, mental, moral, espiritual e social, em condições
pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de de liberdade e de dignidade.
200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. Importante ressaltar que é dever da família, da comuni-
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, apli- dade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
cadas cumulativamente com as demais, serão de 4 com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referen-
(quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 tes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao espor-
(seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput te, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei
são aumentadas de um sexto a dois terços, se: Explica-se que a garantia de prioridade compreende:
I - a natureza, a procedência da substância ou do pro-
duto apreendido e as circunstâncias do fato evidencia- a) primazia de receber proteção e socorro em quais-
rem a transnacionalidade do delito; quer circunstâncias;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de fun- b) precedência de atendimento nos serviços públicos
ção pública ou no desempenho de missão de educa- ou de relevância pública;
ção, poder familiar, guarda ou vigilância; c) preferência na formulação e na execução das polí-
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ticas sociais públicas;
ou imediações de estabelecimentos prisionais, de en- d) destinação privilegiada de recursos públicos nas
sino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, áreas relacionadas com a proteção à infância e à
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficen- juventude.
tes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer nature- Por fim, nenhuma criança ou adolescente será objeto
za, de serviços de tratamento de dependentes de dro- de qualquer forma de negligência, discriminação, explo-
gas ou de reinserção social, de unidades militares ou ração, violência, crueldade e opressão, punido na forma
policiais ou em transportes públicos; da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave direitos fundamentais.
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer pro- Acerca dos Direitos Fundamentais da criança e do
cesso de intimidação difusa ou coletiva; adolescente, observa-se o título II do ECA, onde estão
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação previstos direitos à vida e à saúde (inclusive de pré-natal),
ou entre estes e o Distrito Federal; de liberdade, respeito e à dignidade, sendo assegurado
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou às crianças e adolescentes os direitos de :
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimen- I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
to e determinação; comunitários, ressalvadas as restrições legais;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. II - opinião e expressão;
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar volun- III - crença e culto religioso;
tariamente com a investigação policial e o processo IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
criminal na identificação dos demais co-autores ou V - participar da vida familiar e comunitária, sem dis-
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial criminação;
do produto do crime, no caso de condenação, terá VI - participar da vida política, na forma da lei;
pena reduzida de um terço a dois terços. VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

LEI FEDERAL N.º 8.069/1990 (ESTATUTO DA Não obstante aos direitos expostos acima, a criança
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE): ARTIGOS e o adolescente são providos de direitos à convivência
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

103 A 105 E 112 A 125 familiar e comunitária, como meio de desenvolvimento


integral dos mesmo. O Direito à educação, cultura ao es-
porte e ao lazer, em igual condições entre todos. O Direi-
Dispõe a lei sobre a proteção à criança e o adolescente, to à profissionalização e à proteção no trabalho.
provendo-se também outras providências, como direitos
e deveres. Importante salientar que há nesta lei a previsão Prezado candidato, não deixe de conferir a lei na ínte-
dos atos infracionais praticados por criança e adolescente, gra no site oficial do Planalto. Acesse: http://www.planal-
bem como crimes em espécies praticados contra estes. to.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

66
TÍTULO III A medida de segurança não poderá ser aplicada ao
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL adolescente, tendo em vista ser medida para maior de
CAPÍTULO I idade que apresenta periculosidade. No caso de adoles-
DISPOSIÇÕES GERAIS cente doente mental, será aplicada medida de proteção,
podendo ser requisitado tratamento médico.
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta des- O Juiz poderá cumular medidas socioeducativas, des-
crita como crime ou contravenção penal. de que sejam compatíveis (ex.: prestação de serviço à
comunidade cumulada com reparação de danos). Com
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de exceção da internação, o Juiz poderá substituir as me-
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. didas socioeducativas de acordo com o caso concreto,
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser visto não haver taxatividade.
considerada a idade do adolescente à data do fato. Se o Promotor discordar com a medida socioeducati-
va aplicada, deverá entrar com recurso de apelação. Essa
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança cor- apelação do ECA possui juízo de retratação, ou seja, o
responderão as medidas previstas no art. 101. Juiz pode voltar atrás na decisão. O Tribunal competente
para julgar essa apelação é o TJ.
CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS SEÇÃO II
SEÇÃO I DA ADVERTÊNCIA
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a au- verbal, que será reduzida a termo e assinada.
toridade competente poderá aplicar ao adolescente as
seguintes medidas: Disposta no art. 115 do ECA, é uma medida sócio-e-
I - advertência; ducativa que consiste em uma admoestação verbal que
II - obrigação de reparar o dano; é aplicada pelo Juiz ao adolescente e que é reduzida a
III - prestação de serviços à comunidade; termo. É destinada a atos de menor gravidade.
IV - liberdade assistida; Para a aplicação da advertência, o Juiz deve levar em
V - inserção em regime de semi-liberdade; consideração a prova da materialidade e indícios suficien-
VI - internação em estabelecimento educacional; tes de autoria. É a única medida que o Juiz poderá aplicar
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. fundamentando-se somente em indícios de autoria.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em con-
ta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e SEÇÃO III
a gravidade da infração. DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
admitida a prestação de trabalho forçado. Art. 116. Em se tratando de ato infracional com refle-
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou defi- xos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se
ciência mental receberão tratamento individual e es- for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova
pecializado, em local adequado às suas condições. o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, com-
pense o prejuízo da vítima.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade,
99 e 100. a medida poderá ser substituída por outra adequada.

Art. 114. A imposição das medidas previstas nos inci- Obrigação de reparar o dano (art. 116 do ECA). Há
sos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas um pressuposto: o ato infracional deve ter causado um
suficientes da autoria e da materialidade da infração, dano à vítima. Essa reparação é para a vítima que sofreu
ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. o dano. É uma medida voltada para o adolescente, então
127. deve ser estabelecida de acordo com a possibilidade de
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada cumprimento pelo adolescente (ex.: devolução da coisa
sempre que houver prova da materialidade e indícios furtada, pequenos serviços a título de reparação etc.).
suficientes da autoria. A jurisprudência admite que essa reparação de dano
pode ser aplicada à criança (ex.: devolução da coisa furtada).
As medidas socioeducativas dependem de um proce-
dimento judicial, só podendo ser aplicadas pelo Juiz. O SEÇÃO IV
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ECA apresenta dois critérios genéricos para a aplicação


de medida socioeducativa:
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste
- capacidade do adolescente para cumprir a medida; na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,
- circunstâncias e gravidade da infração. por período não excedente a seis meses, junto a en-
tidades assistenciais, hospitais, escolas e outros esta-
belecimentos congêneres, bem como em programas
A internação é uma exceção, existindo hipóteses le-
comunitários ou governamentais.
gais para sua aplicação.

67
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas confor- SEÇÃO VI
me as aptidões do adolescente, devendo ser cumpri- DO REGIME DE SEMILIBERDADE
das durante jornada máxima de oito horas semanais,
aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determi-
de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à nado desde o início, ou como forma de transição para
jornada normal de trabalho. o meio aberto, possibilitada a realização de atividades
externas, independentemente de autorização judicial.
Disposta no art. 117 do ECA, o adolescente será obriga- § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionali-
do a prestar serviços em benefício da coletividade. São ta- zação, devendo, sempre que possível, ser utilizados os
refas gratuitas de interesse geral junto a entidades assisten- recursos existentes na comunidade.
ciais, hospitais, escolas ou estabelecimentos congêneres. § 2º A medida não comporta prazo determinado apli-
Como a medida é mais gravosa, a lei fixa um prazo cando-se, no que couber, as disposições relativas à in-
máximo de 6 meses para essa prestação e um máximo de ternação.
8 horas semanais. Essas 8 horas poderão ser estabelecidas
discricionariamente, desde que não prejudiquem a fre- Disposta no art. 120 do ECA, é uma medida que im-
quência ao trabalho e à escola. Deverá ser levada em con- porta em privação de liberdade ao adolescente que pra-
ta a aptidão do adolescente para a aplicação da medida. tica um ato infracional mais grave. O adolescente é reti-
rado de sua família e colocado em um estabelecimento
SEÇÃO V apropriado de semiliberdade, podendo realizar ativida-
DA LIBERDADE ASSISTIDA des externas (estudar, trabalhar etc.) somente com au-
torização do diretor do estabelecimento, não havendo
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre necessidade de autorização judicial. Pode ser usada tanto
que se afigurar a medida mais adequada para o fim como medida principal quanto como medida progressi-
de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
va ou regressiva.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
A semiliberdade não tem prazo fixado em lei, nem
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada
mínimo nem máximo. A doutrina e a jurisprudência de-
por entidade ou programa de atendimento.
terminam a aplicação da medida por analogia dos prazos
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo míni-
mo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser pror- da internação, tendo como prazo máximo 3 anos. Há a
rogada, revogada ou substituída por outra medida, obrigatoriedade de escolarização e profissionalização na
ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. semiliberdade.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a su-
pervisão da autoridade competente, a realização dos SEÇÃO VII
seguintes encargos, entre outros: DA INTERNAÇÃO
I - promover socialmente o adolescente e sua família,
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se neces- Art. 121. A internação constitui medida privativa da
sário, em programa oficial ou comunitário de auxílio liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excep-
e assistência social; cionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento es- em desenvolvimento.
colar do adolescente, promovendo, inclusive, sua ma- § 1º Será permitida a realização de atividades exter-
trícula; nas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo ex-
III - diligenciar no sentido da profissionalização do pressa determinação judicial em contrário.
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; § 2º A medida não comporta prazo determinado, de-
IV - apresentar relatório do caso. vendo sua manutenção ser reavaliada, mediante de-
cisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
É a última medida em que o adolescente permanece § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de in-
com sua família. O Juiz irá determinar um acompanha- ternação excederá a três anos.
mento permanente ao adolescente, designando, para § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo an-
isso, um orientador, que poderá ser substituído a qual- terior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em
quer tempo. A lei fixa um prazo mínimo de 6 meses para regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
a duração dessa medida. O orientador terá as seguintes § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos
obrigações legais:
de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será prece-
- promover socialmente o adolescente, bem como
dida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
a sua família, inserindo-os em programas sociais.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o po-


Promover socialmente é fazer com que o adoles-
cente realize atividades valorizadas socialmente derá ser revista a qualquer tempo pela autoridade ju-
(teatro, música etc.); diciária.
- supervisionar a frequência e o aproveitamento es- Art. 122. A medida de internação só poderá ser apli-
colar do adolescente; cada quando:
- profissionalizar o adolescente (nos termos da EC n. 20); I - tratar-se de ato infracional cometido mediante gra-
- apresentar relatório do caso ao Juiz. ve ameaça ou violência a pessoa;

68
II - por reiteração no cometimento de outras infrações A internação deve durar o menor tempo possível
graves; (princípio da brevidade), é uma medida de exceção que
III - por descumprimento reiterado e injustificável da só deverá ser utilizada em último caso (princípio da ex-
medida anteriormente imposta. cepcionalidade) e deve seguir o princípio do respeito à
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III condição peculiar do adolescente como pessoa em de-
deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, senvolvimento. Em nenhuma hipótese pode ser aplicada
devendo ser decretada judicialmente após o devido à criança.
processo legal.
§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, O ECA estabelece hipóteses de internação para:
havendo outra medida adequada. - prática de ato infracional mediante grave ameaça
ou violência à pessoa;
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em en- - reiteração de infrações graves;
tidade exclusiva para adolescentes, em local distinto - descumprimento reiterado e injustificado da me-
daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa se- dida anteriormente imposta (é uma hipótese de
paração por critérios de idade, compleição física e gra- regressão). Neste caso, a internação não pode ul-
trapassar o prazo de 3 meses.
vidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, in-
Nas duas primeiras hipóteses, o prazo máximo para
clusive provisória, serão obrigatórias atividades peda-
internação é de 3 anos. Por força desse prazo, o ECA po-
gógicas. derá atingir o maior de 18 anos. Em rigor, todas as medi-
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liber- das sócio-educativas poderão atingir o maior de 18 anos.
dade, entre outros, os seguintes: A medida só poderá ser aplicada com o devido pro-
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante cesso legal e em nenhuma hipótese poderá ser aplica-
do Ministério Público; da à criança. Quando o adolescente completar 21 anos,
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; a liberação será obrigatória. Caso o adolescente tenha
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; passado por internação provisória, esses dias serão com-
IV - ser informado de sua situação processual, sempre putados na internação (detração). A diferença entre se-
que solicitada; mi-liberdade e internação é que, nesta, o adolescente
V - ser tratado com respeito e dignidade; depende de autorização expressa do juiz para praticar
VI - permanecer internado na mesma localidade ou atividades externas, ou seja, o adolescente internado so-
naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou mente se ausentará do estabelecimento em que se achar
responsável; se autorizado pelo juiz.
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; O art. 123 dispõe que o local para a internação deve
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; ser distinto do abrigo, devendo-se obedecer a separação
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e as- por idade, composição física (tamanho), sexo e gravida-
seio pessoal; de do ato infracional. Há, também, a obrigatoriedade de
X - habitar alojamento em condições adequadas de realização de atividades pedagógicas.
higiene e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização; O art. 124 dispõe sobre direitos específicos dos ado-
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: lescentes:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cren- - entrevista pessoal com o representante do MP;
ça, e desde que assim o deseje; - entrevista reservada com seu defensor, dentre outros.
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
As visitas podem ser suspensas pelo juiz, sob o funda-
de local seguro para guardá-los, recebendo compro-
mento de segurança e proteção do menor, entretanto, em
vante daqueles porventura depositados em poder da
nenhuma hipótese o menor poderá ficar incomunicável.
entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu-
mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. EXERCÍCIOS COMENTADOS
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempo-
rariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, 1. (FUNRIO/2016 - IF-PA - Assistente de Alunos)
se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudi- Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
cialidade aos interesses do adolescente. 8.069/90), é considerado criança
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física
a) a pessoa até seis anos incompletos de idade.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas


adequadas de contenção e segurança. b) a pessoa até oito anos incompletos de idade.
c) a pessoa até 12 anos incompletos de idade.
Disposta no art. 121 e seguintes do ECA, é a medida re- d) a pessoa até 18 anos incompletos de idade.
servada para os atos infracionais de natureza grave. O ECA e) a pessoa até 14 anos incompletos, desde que não te-
estabelece princípios específicos para a internação, pois é nha cometido nenhum crime.
medida de privação de liberdade sempre excepcional.

69
Resposta: Letra C. O Estatuto da Criança e do Adoles- Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são
cente opta por categorizar separadamente estas duas consideradas vias terrestres as praias abertas à circu-
categorias de menores. Criança é aquele que tem até lação pública e as vias internas pertencentes aos con-
12 anos de idade (na data de aniversário de 12 anos, domínios constituídos por unidades autônomas.
passa a ser adolescente), adolescente é aquele que Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são
tem entre 12 e 18 anos (na data de aniversário de 18 consideradas vias terrestres as praias abertas à circu-
anos, passa a ser maior), conforme o artigo 2º do ECA. lação pública, as vias internas pertencentes aos con-
domínios constituídos por unidades autônomas e as
2. (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos
CESPE/2014) Julgue o próximo item , referente ao dis- privados de uso coletivo. (Redação dada pela Lei nº
posto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às 13.146, de 2015) (Vigência)
atribuições do conselho tutelar. Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a
As disposições do ECA aplicam-se apenas a crianças, in- qualquer veículo, bem como aos proprietários, condu-
divíduos até doze anos de idade incompletos, e a ado-
tores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pes-
lescentes, indivíduos entre doze e dezoito anos de idade.
soas nele expressamente mencionadas.
( ) CERTO   ( ) ERRADO Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os
efeitos deste Código são os constantes do
Resposta: Errado. Preconiza o artigo 2º, parágrafo
único, ECA: “Nos casos expressos em lei, aplica-se ex- ANEXO I.
cepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoi- CAPÍTULO II
to anos e vinte e um anos de idade”. DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
SEÇÃO I
LEI FEDERAL N.º 10.741/2003 (ESTATUTO DO DISPOSIÇÕES GERAIS
IDOSO): ARTIGOS 1º A 7º E 93 A 108
Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto
de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Dis-
Institui o Código de Trânsito Brasileiro. trito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o
exercício das atividades de planejamento, administra-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- ção, normatização, pesquisa, registro e licenciamen-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: to de veículos, formação, habilitação e reciclagem de
condutores, educação, engenharia, operação do siste-
CAPÍTULO I ma viário, policiamento, fiscalização, julgamento de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
infrações e de recursos e aplicação de penalidades.
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias ter-
restres do território nacional, abertas à circulação, re- Trânsito:
ge-se por este Código. I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trân-
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por sito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à
pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fisca-
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, lizar seu cumprimento;
estacionamento e operação de carga ou descarga. II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padro-
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de nização de critérios técnicos, financeiros e administra-
todos e dever dos órgãos e entidades componentes do tivos para a execução das atividades de trânsito;
Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âm- III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes
bito das respectivas competências, adotar as medidas de informações entre os seus diversos órgãos e entida-
destinadas a assegurar esse direito. des, a fim de facilitar o processo decisório e a integra-
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema ção do Sistema.
Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das res-
pectivas competências, objetivamente, por danos cau- SEÇÃO II
sados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou DA COMPOSIÇÃO E DA COMPETÊNCIA DO SISTE-
erro na execução e manutenção de programas, proje- MA NACIONAL DE TRÂNSITO
tos e serviços que garantam o exercício do direito do
trânsito seguro.
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os
§ 4º (VETADO)
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes seguintes órgãos e entidades:
ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coor-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

suas ações à defesa da vida, nela incluída a preserva- denador do Sistema e órgão máximo normativo e con-
ção da saúde e do meio-ambiente. sultivo;
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRAN-
as estradas e as rodovias, que terão seu uso regula- DIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores;
mentado pelo órgão ou entidade com circunscrição III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da
sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
circunstâncias especiais.

70
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da § 3º O descumprimento do disposto neste artigo será
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e
V - a Polícia Rodoviária Federal; trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e oitenta e oito reais e dez centavos), independentemen-
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infra- te das cominações cíveis e penais cabíveis, além de
ções - JARI. multa diária no mesmo valor até a regularização da
Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade con- situação, a partir do prazo final concedido pela au-
cessionária de porto organizado poderá celebrar con- toridade de trânsito, levando-se em consideração a
vênios com os órgãos previstos no Art. 7º, com a in- dimensão da obra ou do evento e o prejuízo causado
terveniência dos Municípios e Estados, juridicamente ao trânsito. (Redação pela Lei nº 13.281, de 2016)
interessados, para o fim específico de facilitar a au- (Vigência)
tuação por descumprimento da legislação de trânsito. § 4º Ao servidor público responsável pela inobservân-
(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) cia de qualquer das normas previstas neste e nos arts.
§ 1º O convênio valerá para toda a área física do porto 93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária
organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfan- na base de cinqüenta por cento do dia de vencimento
degados, nas estações de transbordo, nas instalações ou remuneração devida enquanto permanecer a irre-
portuárias públicas de pequeno porte e nos respecti- gularidade.
vos estacionamentos ou vias de trânsito internas. (In-
cluído pela Lei nº 12.058, de 2009) CAPÍTULO IX
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) DOS VEÍCULOS
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009) SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO VIII
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA Art. 96. Os veículos classificam-se em:
FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO I - quanto à tração:
DE TRÂNSITO a) automotor;
b) elétrico;
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regula- c) de propulsão humana;
mentos a serem adotados em todo o território nacio- d) de tração animal;
nal quando da implementação das soluções adotadas e) reboque ou semi-reboque;
pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a II - quanto à espécie:
serem praticados por todos os órgãos e entidades do a) de passageiros:
Sistema Nacional de Trânsito. 1 - bicicleta;
Art. 92. (VETADO) 2 - ciclomotor;
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa 3 - motoneta;
transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser 4 - motocicleta;
aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade 5 - triciclo;
com circunscrição sobre a via e sem que do projeto 6 - quadriciclo;
conste área para estacionamento e indicação das vias 7 - automóvel;
de acesso adequadas. 8 - microônibus;
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à se- 9 - ônibus;
gurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto 10 - bonde;
na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devi- 11 - reboque ou semi-reboque;
da e imediatamente sinalizado. 12 - charrete;
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondula- b) de carga:
ções transversais e de sonorizadores como redutores 1 - motoneta;
de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo 2 - motocicleta;
órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios 3 - triciclo;
estabelecidos pelo CONTRAN. 4 - quadriciclo;
Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar 5 - caminhonete;
ou interromper a livre circulação de veículos e pedes- 6 - caminhão;
tres, ou colocar em risco sua segurança, será iniciada 7 - reboque ou semi-reboque;
sem permissão prévia do órgão ou entidade de trânsi- 8 - carroça;
to com circunscrição sobre a via. 9 - carro-de-mão;
c) misto:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela


execução ou manutenção da obra ou do evento. 1 - camioneta;
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de 2 - utilitário;
3 - outros;
trânsito com circunscrição sobre a via avisará a co-
d) de competição;
munidade, por intermédio dos meios de comunicação
e) de tração:
social, com quarenta e oito horas de antecedência, de
1 - caminhão-trator;
qualquer interdição da via, indicando-se os caminhos
2 - trator de rodas;
alternativos a serem utilizados.

71
3 - trator de esteiras; Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utili-
4 - trator misto; zado no transporte de carga indivisível, que não se en-
f) especial; quadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos
g) de coleção; pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela autorida-
III - quanto à categoria: de com circunscrição sobre a via, autorização especial
a) oficial; de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem,
b) de representação diplomática, de repartições con- atendidas as medidas de segurança consideradas ne-
sulares de carreira ou organismos internacionais acre- cessárias.
ditados junto ao Governo brasileiro;
§ 1º A autorização será concedida mediante requeri-
c) particular;
mento que especificará as características do veículo ou
d) de aluguel;
combinação de veículos e de carga, o percurso, a data
e) de aprendizagem.
Art. 97. As características dos veículos, suas especi- e o horário do deslocamento inicial.
ficações básicas, configuração e condições essenciais § 2º A autorização não exime o beneficiário da res-
para registro, licenciamento e circulação serão estabe- ponsabilidade por eventuais danos que o veículo ou
lecidas pelo CONTRAN, em função de suas aplicações. a combinação de veículos causar à via ou a terceiros.
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, § 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre cami-
sem prévia autorização da autoridade competente, nhões poderá ser concedida, pela autoridade com cir-
fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modifica- cunscrição sobre a via, autorização especial de trânsi-
ções de suas características de fábrica. to, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usa- segurança consideradas necessárias.
dos que sofrerem alterações ou conversões são obri- Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente
gados a atender aos mesmos limites e exigências de equipado quando transitar, de modo a evitar o derra-
emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos mamento da carga sobre a via.
ambientais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mí-
entidade executora das modificações e ao proprietário nimos e a forma de proteção das cargas de que trata
do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das este artigo, de acordo com a sua natureza.
exigências.
Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres
SEÇÃO II
o veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites
DA SEGURANÇA DOS VEÍCULOS
estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento
de pesagem ou pela verificação de documento fiscal, Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando
na forma estabelecida pelo CONTRAN. atendidos os requisitos e condições de segurança es-
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de tabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN.
peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo § 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e
de veículos à superfície das vias, quando aferido por os encarroçadores de veículos deverão emitir certificado
equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN. de segurança, indispensável ao cadastramento no RE-
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na NAVAM, nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.
pesagem de veículos serão aferidos de acordo com § 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos
a metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo e a periodicidade para que os fabricantes, os importa-
CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia dores, os montadores e os encarroçadores comprovem
legal. o atendimento aos requisitos de segurança veicular,
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veícu- devendo, para isso, manter disponíveis a qualquer
los poderá transitar com lotação de passageiros, com tempo os resultados dos testes e ensaios dos sistemas
peso bruto total, ou com peso bruto total combinado e componentes abrangidos pela legislação de segu-
com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, rança veicular.
nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condi-
unidade tratora. ções de segurança, de controle de emissão de gases
Parágrafo único. O CONTRAN regulamentará o uso poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção,
de pneus extralargos, definindo seus limites de peso. que será obrigatória, na forma e periodicidade esta-
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros belecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança
poderão ser dotados de pneus extralargos. (Incluído e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) ruído.
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extra- § 1º (VETADO)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

largos para os demais veículos. (Incluído pela Lei nº


§ 2º (VETADO)
13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º (VETADO)
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de trans-
§ 4º (VETADO)
porte de passageiros de até 15 m (quinze metros) de
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de reten-
comprimento na configuração de chassi 8x2. (Incluí-
do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) ção aos veículos reprovados na inspeção de segurança
e na de emissão de gases poluentes e ruído.

72
§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, § 6º A exigência estabelecida no inciso VII do caput
durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamen- deste artigo não se aplica aos veículos destinados à
to, os veículos novos classificados na categoria parti- exportação. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
cular, com capacidade para até 7 (sete) passageiros, Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modi-
desde que mantenham suas características originais ficação de veículo ou, ainda, quando ocorrer substitui-
de fábrica e não se envolvam em acidente de trânsito ção de equipamento de segurança especificado pelo
com danos de média ou grande monta. (Incluído
fabricante, será exigido, para licenciamento e registro,
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
certificado de segurança expedido por instituição téc-
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que
trata o § 6º será de 2 (dois) anos, desde que mante- nica credenciada por órgão ou entidade de metrologia
nham suas características originais de fábrica e não se legal, conforme norma elaborada pelo CONTRAN.
envolvam em acidente de trânsito com danos de mé- Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao trans-
dia ou grande monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, porte individual ou coletivo de passageiros, deverão
de 2016) (Vigência) satisfazer, além das exigências previstas neste Código,
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, às condições técnicas e aos requisitos de segurança,
entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN: higiene e conforto estabelecidos pelo poder compe-
I - cinto de segurança, conforme regulamentação es- tente para autorizar, permitir ou conceder a explora-
pecífica do CONTRAN, com exceção dos veículos des- ção dessa atividade.
tinados ao transporte de passageiros em percursos em Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a
que seja permitido viajar em pé; autoridade com circunscrição sobre a via poderá au-
II - para os veículos de transporte e de condução esco- torizar, a título precário, o transporte de passageiros
lar, os de transporte de passageiros com mais de dez
em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas
lugares e os de carga com peso bruto total superior
a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, as condições de segurança estabelecidas neste Código
equipamento registrador instantâneo inalterável de e pelo CONTRAN.
velocidade e tempo; Parágrafo único. A autorização citada no caput não
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veícu- poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual
los automotores, segundo normas estabelecidas pelo a autoridade pública responsável deverá implantar o
CONTRAN; serviço regular de transporte coletivo de passageiros,
IV - (VETADO) em conformidade com a legislação pertinente e com
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de os dispositivos deste Código. (Incluído pela Lei nº
gases poluentes e de ruído, segundo normas estabele- 9.602, de 1998)
cidas pelo CONTRAN.
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização no-
turna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho LEI FEDERAL N.º 9.455/1997 (LEI DE
retrovisor do lado esquerdo. TORTURA)
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag
frontal para o condutor e o passageiro do banco dian- No Brasil, o uso da tortura – seja como meio de ob-
teiro. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009) tenção de provas através da confissão, seja como forma
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos
de castigo a prisioneiros – data dos tempos da Colônia.
obrigatórios dos veículos e determinará suas especifi-
cações técnicas. Legado da Inquisição, a tortura nunca deixou de ser apli-
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipa- cada durante os 322 anos de período colonial e nem
mento ou acessório proibido, sendo o infrator sujeito posteriormente – nos 67 anos do Império e no período
às penalidades e medidas administrativas previstas republicano.
neste Código. Durante os chamados anos de chumbo, assim como
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, na ditadura Vargas (período denominado Estado Novo
os encarroçadores de veículos e os revendedores de- ou República Nova, em alusão à República Velha, que se
vem comercializar os seus veículos com os equipa- findava), houve a prática sistemática da tortura contra
mentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os presos políticos - aqueles considerados subversivos, que
demais estabelecidos pelo CONTRAN. alegadamente ameaçavam a segurança nacional. Duran-
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendi- te o regime militar de 1964, os torturadores brasileiros
mento do disposto neste artigo. eram em sua grande maioria militares das forças arma-
§ 5º A exigência estabelecida no inciso VII do caput
das, em especial do exército. Os principais centros de
deste artigo será progressivamente incorporada aos
novos projetos de automóveis e dos veículos deles de- tortura no Brasil, nesta época, eram os DOI/CODI, órgãos
militares de defesa interna.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

rivados, fabricados, importados, montados ou encar-


roçados, a partir do 1o(primeiro) ano após a definição Com a redemocratização, em 1985, cessou a prática
pelo Contran das especificações técnicas pertinentes e da tortura com fins políticos. Mas as técnicas foram in-
do respectivo cronograma de implantação e a partir corporadas por muitos policiais, que passaram a aplicá-
do 5o (quinto) ano, após esta definição, para os de- -las contra os presos comuns, “suspeitos” ou detentos,
mais automóveis zero quilômetro de modelos ou pro- principalmente quando negros e pobres, ou, nas áreas
jetos já existentes e veículos deles derivados. (Incluí- rurais, indígenas.
do pela Lei nº 11.910, de 2009)

73
Para apurar tais práticas, que foram colocadas para Em geral, a Convenção mencionada apenas amplia
debaixo dos panos após o processo de redemocratiza- as questões protetivas tratadas na Declaração, merecen-
ção, foi instituída em 16 de maio de 2012 a Comissão da do destaque o seu artigo 1º, que diferente do primeiro
Verdade pela Lei nº 12528/2011, que teve por finalidade artigo da Declaração traz uma fórmula genérica para a
apurar graves violações de Direitos Humanos ocorridas finalidade da tortura consistente em qualquer motivo
entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. baseado em discriminação de qualquer natureza. Não
O artigo V da Declaração de 1948 prevê que “nin- obstante, exclui as sanções legítimas e lembra que se a
guém será submetido à tortura, nem a tratamento ou lei nacional ou internacional trouxer conceito mais amplo
castigo cruel, desumano ou degradante”, previsão repe- este prevalecerá.
tida no artigo 7º do Pacto Internacional de Direitos Civis Quanto à disciplina constitucional, destaca-se o artigo
e Políticos e no artigo 5º da Convenção Americana sobre 5º, III, CF: “ninguém será submetido a tortura nem a trata-
os Direitos Humanos. Vale lembrar que a tortura é o clás- mento desumano ou degradante”. No campo infracons-
sico exemplo de tratamento cruel. titucional, a tortura é disciplinada pela Lei nº 9.455/1997,
Há uma preocupação especial da comunidade inter- que define os crimes de tortura e dá outras providências,
nacional de vedar tais práticas. Neste sentido, na esfera cujos principais dispositivos estudamos abaixo:
das Nações Unidas, tem-se a Declaração sobre a Prote- Art. 1º Constitui crime de tortura:
ção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Pe- I - constranger alguém com emprego de violência
nas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
adotada pela Assembleia Geral em 9 de dezembro de mental:
1975, e a Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou a) com o fim de obter informação, declaração ou con-
Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adota- fissão da vítima ou de terceira pessoa;
da pela Assembleia Geral em 10 de dezembro de 1984 e b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
ratificada pelo Brasil em 28 de setembro de 1989. c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Na referida Declaração, o artigo 1º traz um conceito II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori-
dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a in-
de tortura: “1. Sob os efeitos da presente declaração, será
tenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar
entendido por tortura todo ato pelo qual um funcioná-
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
rio público, ou outra pessoa a seu poder, inflija inten-
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
cionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos gra-
Sobre a primeira parte do artigo 1º, destaca-se o en-
ves, sendo eles físicos ou mentais, com o fim de obter
tendimento de Luís Flávio Gomes1:
dela ou de um terceiro informação ou uma confissão,
de castigá-la por um ato que tenha cometido ou seja “2. Tortura-prova
suspeita de que tenha cometido, ou de intimidar a essa
pessoa ou a outras. [...]”. No documento o conceito de Esse crime está descrito da seguinte maneira:
tortura pode ser assim subdividido: a) ação, não omis- ‘Art. 1.º Constitui crime de tortura: I - constranger al-
são; b) praticada por funcionário público ou alguém sob guém com emprego de violência ou grave ameaça,
sua autoridade; c) com dolo (intenção); d) contra uma causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o
pessoa; e) consistente em penas ou sofrimentos graves, fim de obter informação, declaração ou confissão da
físicos ou mentais; f) visando - obtenção de informação vítima ou de terceira pessoa (...)’.
ou confissão, castigo ou intimidação.
Pelo mesmo dispositivo, a pena privativa de liberdade Exige-se constrangimento (submetimento, sujeição,
que seja aplicada em obediência à lei, ou seja, sem arbi- anulação da liberdade de vontade). Esse constrangimen-
trariedade, em respeito aos direitos humanos consagra- to (contra alguém, isto é, contra alguma pessoa) pode
dos nas Regras Mínimas para o Tratamento dos Reclusos, ocorrer de duas maneiras: a) mediante violência (força
não é tortura. O que constitui tortura é “[...] uma forma física sobre o corpo - agressão, por exemplo -, que cause
agravada e deliberada de tratamento ou de pena cruel, prejuízo físico - essa é a violência sem preocupação esté-
desumana ou degradante”. tica - ou que afete o corpo e a mente - sofrimento mental
Merece evidência, ainda, o artigo 3º da Declaração: -, tal como uso de drogas, suplício da água, privação do
“Nenhum Estado poderá tolerar a tortura ou tratos ou sono etc.) - estes últimos são os chamados suplícios com
penas cruéis, desumanos ou degradantes. Não po- preocupação estética; b) ou mediante grave ameaça (que
derão ser invocadas circunstâncias excepcionais tais é a intimidação ou anúncio de um mal futuro, seja à pes-
como estado de guerra ou ameaça de guerra, instabilida- soa da vítima ou a alguém que lhe é próximo) - a ameaça
de política interna ou qualquer outra emergência pública grave afeta o intelecto, nela há ‘sofrimento mental’.
como justificativa da tortura ou outros tratamentos ou O crime de tortura, de outro lado, para sua configura-
penas cruéis, desumanos ou degradantes”. A tortura é ção (nessa forma do inc. I), exige uma especial finalidade
uma ofensa tamanha à dignidade da pessoa humana que do agente (‘obter informação, declaração ou confissão
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

em nenhuma hipótese pode ser praticada, suspendendo da vítima ou de terceira pessoa’). Vítima aqui só pode ser
ou excetuando as garantias que a envolvem. entendida como ‘vítima da tortura’, não como vítima de
Os outros artigos da Declaração tratam dos deve- algum eventual delito que ela mesma praticara. Qualquer
res estatais de criminalização e punição da tortura, bem outra finalidade do agente (tortura por sadismo ou vin-
como de conscientização em treinamento de seus agen- gança, por exemplo) não configura o delito em questão
tes a respeito de sua vedação e de reparação dos danos (e sim crime comum do CP).
causados, encerrando com a invalidação de qualquer de-
claração ou confissão proferida nestas condições. 1 Disponível em: <http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?s-
tory=20041008141729810&mode=print>. Acesso em: 05 out. 2014.

74
Não é preciso que se alcance a informação, declara- 5. Tortura-pena ou tortura-castigo
ção ou confissão pretendida. Consuma-se com o sofri-
mento físico ou mental, decorrente do constrangimento. No inc. II do art. 1.º está capitulado o delito de tortu-
Pouco importa qual seja a natureza do fato em torno do ra-pena ou tortura-castigo, in verbis:
qual gira a pretendida declaração ou confissão ou infor- ‘Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori-
mação: fato penal, comercial, pessoal etc. dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a in-
Por isso, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo: tan- tenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar
to funcionário público como particular. Essa qualidade castigo pessoal ou medida de caráter preventivo’.
de crime comum, aliás, também é válida para as figuras Uma outra maneira de cometer o delito de tortura,
típicas que serão estudas em seguida (com exceção do como se vê, consiste em submeter alguém sob sua guar-
crime omissivo). da (seja jurídica - ECA, por exemplo - ou fática - alguém
A jurisprudência vem entendendo majoritariamen- sob seu cuidado, vigilância), poder ou autoridade (exis-
te que se trata de crime comum (não próprio): ‘A Lei tem duas formas de se interpretar as palavras ‘poder’ e
9.455/97 não instituiu o crime de tortura como crime ‘autoridade’: no art. 61 do CP, o ‘abuso de poder’ refere-
próprio, ou seja, aquele que somente pode ter como su- -se a relações públicas, enquanto o ‘abuso de autoridade’
jeitos ativos os componentes de um determinado grupo refere-se a relações privadas; mas aqui, na Lei 9.455/97,
de pessoas, ao contrário, nela se definiu que tal delito é não se fala em ‘abuso’, senão em ‘poder’ e ‘autoridade’,
suscetível de ser praticado por qualquer pessoa, indepen- tout court; assim, o primeiro pode estar relacionado a
dentemente de ostentarem a qualidade de agente públi- relações privadas - poder de uma pessoa sobre outra,
co’ (TJMG, Ap 128.907/3, 1ª Câm. Crim., rel. p/o acórdão como tutor, curador etc. -, enquanto a expressão ‘auto-
Des. Zulman Galdino, j. 10.11.98, DOMG 11.12.98, in RT ridade’ pode referir-se a relações públicas - ter alguém
762/684, abr./99). sob sua autoridade, numa detenção legal, por exemplo)
No voto vencido proferido neste julgamento salien- com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
tou-se que o ‘crime de tortura, previsto na Lei 9.455/97, (exagerado, veemente, forte) sofrimento físico ou men-
não pode ser praticado por pessoa que não ostente a tal, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
qualidade de agente público, pois ao se conceituar tal caráter preventivo”.
delito como comum, ou seja, exequível por qualquer
pessoa, estar-se-ia lesionando norma constitucional que § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
tem embasamento em tratados internacionais relativos a presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
Direitos Humanos fundamentais’. físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
3. Tortura como crime-meio A prisão e a medida de segurança possuem um sofri-
mento natural decorrente da privação da liberdade, mas
Na alínea ‘b’ aparece o delito de tortura como meio não cabe impor sofrimentos desnecessários ao detido
para a realização de outro delito (‘para provocar ação ou não previstos em lei ou que não decorram da privação
omissão de natureza criminosa’). Exemplo: o chefe de de liberdade.
uma quadrilha pode torturar alguém para que cometa § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
determinados crimes. Mas, independentemente da rea- quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incor-
lização dos crimes pretendidos, é punível a tortura co- re na pena de detenção de um a quatro anos.
metida. É preciso que seja ação ou omissão de natureza Trata-se de crime omissivo, tipificando a conduta de
criminosa; logo, afastada está a contravenção. Quem tor- quem não pratica a tortura, mas não toma providên-
tura outra pessoa para a prática de uma contravenção cias para evitar ou apurar a prática.
incorrerá em outros delitos do CP. § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos;
4. Tortura racial ou discriminatória se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
A tortura racial ou discriminatória exige uma espe- I – se o crime é cometido por agente público;
cial motivação do agente (tortura ‘em razão de discrimi- II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
nação racial ou religiosa’). Tortura-se por causa de uma portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
determinada raça ou religião. Logo, tortura por outras (sessenta) anos;
motivações (sexuais, regionais etc.) não se encaixa nesse III – se o crime é cometido mediante sequestro.
dispositivo legal. Nesse caso, outros crimes do CP resul- Os parágrafos 3º e 4º trabalham com as qualificado-
tarão configurados (lesão, homicídio etc.) ras e as causas de aumento de pena, respectivamente.
O crime de tortura previsto neste art. 1.º (inc. I) ab- § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, fun-
ção ou emprego público e a interdição para seu exer-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

sorve (princípio da consunção ou absorção) os delitos de


constrangimento ilegal, ameaça, lesão leve e, quando o cício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
caso, como acertadamente nos ensina Rui Stoco, o abuso
de autoridade (assim como os arts. 322 e 350, caput e “A perda do cargo, por outro lado, decorre da con-
inc. III, do CP). denação segundo disposição clara de lei, não assistindo
razão aos que sustentam tratar-se esta de ‘efeito secun-
dário da condenação e não pena automática, daí por que
exigir fundamentação judicial para ser imposta.

75
É que a inteligência da prescrição em exame dita que
é talvez até mais importante aplicar a perda do cargo que #FicaDica
a privação de liberdade quando servidor público se pre-
valece do mesmo para torturar alguém. O terror branco, A Declaração e a Convenção contra a Tor-
‘aquele terror que, no dizer do magistrado francês Louis tura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis,
Proal, se disfarça de perseguição legal e é mais odioso Desumanos ou Degradantes conceituam
que o veneno das serpentes, porque reúne a hipocrisia à a tortura como crime próprio, que apenas
iniquidade, foi, com razão, energicamente repelido pela pode se praticado por funcionário público
Lei da Tortura. ou particular em coautoria ou participação.
A corroborar referido entendimento, o dispositivo Já a legislação brasileira, Lei nº 9.455/97
legal em exame instituiu regime de impedimento legal aborda a tortura como crime impróprio ou
para o exercício de função pública por tempo determina- comum, que pode ser praticado por qual-
do a servidor que pratique tortura, ao declarar que, além quer pessoa, inclusive particular. Assim, a
da perda do cargo, função ou emprego público, sujeita- tortura no sistema brasileiro não neces-
-se o mesmo a interdição para seu exercício pelo dobro sariamente parte de autoridade estatal. O
do prazo da pena aplicada. que distingue a tortura do crime de maus
Isto significa que o servidor público que pratique ato tratos é, na verdade, a intensidade do sofri-
de tortura contra alguém não só deve perder o cargo mento imposto
como efeito imediato da condenação, mas que tampou-
co pode vir a exercer qualquer outra função pública por
período duas vezes mais longo que a pena privativa de EXERCÍCIOS COMENTADOS
liberdade aplicada.
Por estas razões, salta aos olhos que esteve o legis-
lador ordinário determinado a banir do serviço público 1. (PM-GO - Soldado da Polícia Militar - FUNCAB/2010)
quem seja condenado definitivamente pela prática do A respeito da disciplina da Lei n° 9.455/97, que define os
crimes de tortura, assinale a alternativa correta:
crime de tortura, o que, com efeito, é absolutamente in-
compatível com o entendimento que relativiza a decreta-
a) Os crimes previstos na referida lei são suscetíveis de
ção da perda do cargo”2. fiança, graça, anistia e liberdade provisória.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de b) Há previsão na lei de causa de aumento de pena para
graça ou anistia. os crimes de tortura praticados por agentes públicos.
c) Se da prática da tortura resultar a morte, o agente res-
Neste sentido, tem-se a Constituição Federal: ponderá somente pelo homicídio simples.
Artigo 5º, XLIII. A lei considerará crimes inafiançáveis d) Não há previsão na referida lei da modalidade omissi-
e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor- va do crime de tortura, de forma que o agente público
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, que se omite responderá pela omissão de socorro do
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, Código Penal.
por eles respondendo os mandantes, os executores e e) O efeito de perda do cargo, função ou emprego públi-
os que, podendo evitá-los, se omitirem; co do agente público condenado pelo crime de tortu-
ra não é automático, dependendo de decisão funda-
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a mentada do julgador.
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
regime fechado. Resposta: Letra B. Referida causa de aumento en-
contra-se prevista no artigo 1º, § 4º da Lei de Tortura:
Pelo que ficou estatuído no § 7.º, o condenado ini- “Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I - se o
ciará o cumprimento da pena em regime fechado. Isso crime é cometido por agente público”.
significa que é possível a progressão de regime. A. Conforme artigo 5o, XLIII, CF, “a lei considerará cri-
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o mes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
crime não tenha sido cometido em território nacional, prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
em local sob jurisdição brasileira. hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem”.
Ainda, o artigo 1o, § 6º, Lei nº 9.455/97: “O crime de
A competência para processar e julgar os crimes defini-
tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia”.
dos na Lei nº 9.455/97 não é da Justiça Militar porque a tor-
C. Conforme artigo 1o, § 3o, Lei nº 9.455/97, se resulta
tura não é definida no CPM, e sim na lei penal comum, logo,
morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cabe à Justiça Comum processar e julgar referidos crimes. D. Conforme artigo 1o, § 2º, Lei nº 9.455/97, “aquele
que se omite em face dessas condutas, quando tinha
o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
detenção de um a quatro anos”.
E. Conforme artigo 1o, § 5º, Lei nº 9.455/97, “a con-
2 TERRA, Rodrigo. Breves apontamentos sobre a lei da tortura (Lei
denação acarretará a perda do cargo, função ou em-
9455/97). Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/1001/breves-
-apontamentos-sobre-a-lei-da-tortura-lei-9455-97#ixzz3FHqSyR-
prego público e a interdição para seu exercício pelo
RJ>. Acesso em: 05 out. 2014. dobro do prazo da pena aplicada”.

76
2. (PRF - Policial Rodoviário Federal - CESPE - 2013) Artigo 5º - Os direitos, deveres, vantagens e regime
Com fundamento na legislação que define os crimes de de trabalho dos policiais civis e militares, bem como
tortura e de tráfico de pessoas, julgue os itens a seguir. as condições de ingresso as classes, séries de classes,
Para que um cidadão seja processado e julgado por cri- carreiras ou quadros são estabelecidos em estatutos.
me de tortura, é prescindível que esse crime deixe vestí-
gios de ordem física. Artigo 6º - É vedada, salvo com autorização expres-
sa do Governador em cada caso, a utilização de in-
( ) CERTO   ( ) ERRADO tegrantes dos órgãos policiais em funções estranhas
ao serviço policial, sob pena de responsabilidade da
Resposta: “Certo”. A tortura não precisa deixar vestígios autoridade que o permitir.
para ser apurada, conforme jurisprudência unânime. Parágrafo único - É considerado serviço policial, para
todos os efeitos inclusive arregimentação, o exercido
em cargo, ou funções de natureza policial, inclusive os
LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA DO ESTADO de ensino a esta legados.
DE SÃO PAULO (LEI COMPLEMENTAR N.º
207/1979, LEI COMPLEMENTAR N.º 922/2002 Artigo 7º - As funções administrativas e outras de na-
tureza não policial serão exercidas por funcionário ou
por servidor, admitido nos termos da legislação vigen-
LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA DO ESTADO DE SÃO te não pertencente às classes, séries de classes, carrei-
PAULO ras e quadros policiais.
Parágrafo único - Vetado.
TÍTULO I
DA POLÍCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO Artigo 8º - As guardas municipais, guardas noturnas e
os serviços de segurança e vigilância, autorizados por
Artigo 1º - A Secretaria de Estado dos Negócios da lei, ficam sujeitos à orientação, condução e fiscaliza-
Segurança Pública responsável pela manutenção, em ção da Secretaria da Segurança Pública, na forma de
todo o Estado, da ordem e da segurança pública in- regulamentada específica.
ternas, executará o serviço policial por intermédio dos
órgãos policiais que a integram. Secretaria de Segurança Pública: ordem e segurança
Parágrafo único - Abrange o serviço policial a preven- pública internas – execução de serviços policiais por seus
ção e investigação criminais, o policiamento ostensivo, órgãos.
o trânsito e a proteção em casos de calamidade públi-
ca, incêndio e salvamento. Serviços policiais: Prevenção e investigação criminais;
policiamento ostensivo; trânsito e proteção em casos de
Artigo 2º - São órgãos policiais, subordinados hierár- calamidade pública, incêndio e salvamento.
quica, administrativa e funcionalmente ao Secretário Órgãos policiais: polícia civil e polícia militar.
da Segurança Pública: Polícia civil: polícia judiciária, administrativa e preventiva.
I - Polícia Civil; Polícia militar: policiamento ostensivo e fardado, além
II - Polícia Militar. de prevenção e extinção de incêndios.
§ 1º - Integrarão também a Secretaria da Segurança
Pública os órgãos de assessoramento do Secretário da TÍTULO II
Segurança, que constituem a administração superior DA POLÍCIA CIVIL
da Pasta. CAPÍTULO I
§ 2º - A organização, estrutura, atribuições e compe- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
tência pormenorizada dos órgãos de que trata este ar-
tigo serão estabelecidos por decreto, nos termos desta Artigo 9º - Esta lei complementar estabelece as nor-
lei e da legislação federal pertinente. mas, os direitos, os deveres e as vantagens dos titula-
res de cargos policiais civis do Estado.
Artigo 3º - São atribuições básicas:
I - Da Polícia Civil - o exercício da Polícia Judiciária, Artigo 10 - Consideram-se para os fins desta lei com-
administrativa e preventiva especializada; plementar:
II - Da Polícia Militar - o planejamento, a coordenação I - classe: conjunto de cargos públicos de natureza po-
e a execução do policiamento ostensivo, fardado e a licial da mesma denominação e amplitude de venci-
prevenção e extinção de incêndios. mentos;
II - série de classes: conjunto de classes da mesma
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Artigo 4º - Para efeito de entrosamento dos órgãos natureza de trabalho policial, hierarquicamente esca-
policiais contará a administração superior com me- lonadas de acordo com o grau de complexidade das
canismos de planejamento, coordenação e controle, atribuições e nível de responsabilidade;
pelos quais se assegurem, tanto a eficiência, quanto a III - carreira policial: conjunto de cargos de natureza
complementaridade das ações, quando necessárias a policial civil, de provimento efetivo.
consecução dos objetivos policiais. Artigo 11 - São classes policiais civis aquelas constan-
tes do anexo que faz parte integrante desta lei com-
plementar.

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Artigo 12 - As classes e as séries de classes policiais CAPÍTULO II
civis integram o Quadro da Secretaria da Segurança (VETADO)
Pública na seguinte conformidade:
I - na Tabela I (SQC-I): Artigo 13 - (Vetado).
a) Delegado Geral de Polícia; Artigo 14 - (Vetado):
b) Diretor Geral de Polícia (Departamento Policial);
c) Assistente Técnico de Polícia; CAPÍTULO III
d) Delegado Regional de Polícia; DO PROVIMENTO DE CARGOS
e) Diretor de Divisão Policial; SEÇÃO I
f) Vetado;
DAS EXIGÊNCIAS PARA PROVIMENTO
g) Vetado;
h) Assistente de Planejamento e Controle Policial;
Artigo 15 - No provimento dos cargos policiais civis,
i) Vetado;
j) Delegado de Polícia Substituto; serão exigidos os seguintes requisitos:
l) Escrivão de Polícia Chefe II; I - (vetado);
m) Investigador de Polícia Chefe II; II - Para os de Diretor Geral de Polícia, Assistente Téc-
n) Escrivão de Polícia Chefe I; nico de Polícia e Delegado Regional de Polícia, ser
o) Investigador de Polícia Chefe I; ocupante do cargo de Delegado de Polícia de Classe
II - na Tabela II (SQC-II): Especial;
a) Chefe de Seção (Telecomunicação Policial); III - (vetado);
b) Encarregado de Setor (Telecomunicação Policial); IV - (vetado);
c) Chefe de Seção (Pesquisador Dactiloscópico Poli- V - para os de Diretor de Divisão Policial: ser ocupan-
cial); te, no mínimo do cargo de Delegado de Polícia de 1ª
d) Encarregado de Setor (Pesquisador Dactiloscópico Classe;
Policial) VI - para os de Assistente de Planejamento e Controle
e) Encarregado de Setor (Carceragem); Policial: ser ocupante, no mínimo, de cargo de Delega-
f) Chefe de Seção (Dactiloscopista Policial); do de Polícia de 2ª Classe;
g) Encarregado de Setor (Dactiloscopista Policial); VII - para os de Escrivão de Polícia Chefe II: ser ocu-
h) Perito Criminal Chefe; pante do cargo de Escrivão de Polícia III;
i) Perito Criminal Encarregado.
VIII - para os de Investigador de Polícia Chefe II: ser
III - na Tabela III (SQC-III)
ocupante do cargo de Investigador de Polícia III;
a) os das séries de classe de:
1. Delegado de Polícia; IX - para os de Escrivão de Polícia Chefe I: ser ocupan-
2. Escrivão de Polícia; te do cargo de Escrivão de Polícia III ou II;
3. Investigador de Polícia; X - para os de Investigador de Polícia Chefe I: ser ocu-
b) os das seguintes classes: pante do cargo de Investigador de Polícia III ou II;
1. Perito Criminal; XI - para os de Delegado de Polícia de 5ª Classe; ser
2. Técnico em Telecomunicações Policial; portador de Diploma de Bacharel em Direito;
3. Operador de Telecomunicações Policial; XII - para os de Delegado de Polícia de Classe Especial
4. Fotógrafo (Técnica Policial); e de 2ª Classe: ser portador de certificado de curso
5. Inspetor de Diversões Públicas; específico ministrado pela Academia de Polícia de São
6. Auxiliar de Necrópsia; Paulo;
7. Pesquisador Dactiloscópico Policial; XII - (Revogado).
8. Carcereiro; XIII - para os de Escrivão de Polícia e Investigador de
9. Dactiloscopista Policial; Policia: ser portador de certificado de conclusão de
10. Agente Policial; curso de segundo grau.
11. Atendente de Necrotério Policial. XIV - para os de Agente Policial: ser portador de certi-
§ 1º - (Vetado). ficado de conclusão de curso de segundo grau.
§ 2º - O provimento dos cargos de que trata o inciso II
Parágrafo único - (Revogado).
deste artigo far-se-á por transposição, na forma pre-
vista no artigo 27 da Lei Complementar nº 180, de 12
Para cargos de direcionamento de nível de delegado,
de maio de 1978.
§ 3º - (Vetado). exige-se que o ocupante seja pelo menos delegado; para
A legislação em comento regula as normas, os direi- cargos diretivos de nível de escrivania, exige-se que o
ocupante seja pelo menos escrivão; para cargos diretivos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

tos, os deveres e as vantagens dos titulares de cargos


policiais civis. de nível de investigação, exige-se que o ocupante seja
Classe: conjunto de cargos com mesma denominação pelo menos investigados. Somente pode ser delegado
e vencimentos (vide anexo). de polícia o bacharel em direito. Nos cargos de escrivão
Série de classes: conjunto de classes hierarquicamen- e investigador, bem como de agente, basta o segundo
te escalonado. grau completo.
Carreira: conjunto de cargos de polícia civil de provi-
mento efetivo.

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SEÇÃO II § 3º - É facultado ao funcionário ou servidor, afastado
DOS CONCURSOS PÚBLICOS nos termos do parágrafo anterior, optar pela retribui-
ção prevista no § 1º.
Artigo 16 - O provimento mediante nomeação para
cargos policiais civis, de caráter efetivo, será precedido Artigo 21 - O candidato terá sua matricula cancelada
de concurso público, realizado em 3 (três) fases elimi- e será dispensado do curso de formação, nas hipóteses
natórias e sucessivas: em que:
I - a de prova escrita ou, quando se tratar de provi- I - não atinja o mínimo de frequência estabelecida
mento de cargos em relação aos quais a lei exija for- para o curso;
mação de nível universitário, de prova escrita e títulos; II - não revele aproveitamento no curso;
II - a de prova oral; III - não tenha conduta irrepreensível na vida pública
III - a de frequência e aproveitamento em curso de ou privada.
formação técnico-profissional na Academia de Polícia. Parágrafo único - Os critérios para a apuração das
Artigo 17 - Os concursos públicos terão validade má- condições constantes dos incisos II e III serão fixados
xima de 2 (dois) anos e reger-se-ão por instruções es- em regulamento.
peciais que estabelecerão, em função da natureza do
cargo: Artigo 22 - Homologado o concurso pelo Secretário
I - tipo e conteúdo das provas e as categorias dos tí- da Segurança Pública, serão nomeados os candidatos
tulos; aprovados, expedindo-se lhes certificados dos quais
constará a média final.
II - a forma de julgamento das provas e dos títulos;
III - cursos de formação a que ficam sujeitos os candi-
Artigo 23 - A nomeação obedecerá a ordem de classi-
datos classificados;
ficação no concurso.
IV - os critérios de habilitação e classificação final
para fins de nomeação;
Requisitos para provimento: brasileiro, mínimo de 18
V - as condições para provimento do cargo, referentes a:
e máximo de 45 anos (idade máxima não aplicável aos
a) capacidade, física e mental;
cargos de policial civil), não possuir antecedentes crimi-
b) conduta na vida pública e privada e a forma de sua nais, estar em gozo de direitos políticos, estar quite com
apuração; o serviço militar.
c) diplomas e certificados. O concurso se realiza em três fases: escrita, oral e cur-
Artigo 18 - São requisitos para a inscrição nos con- so de formação. A validade máxima é de dois anos. Os
cursos: candidatos aprovados nas duas primeiras fases são ad-
I - ser brasileiro; mitidos em caráter experimental e transitório para a rea-
II - ter no mínimo 18 (dezoito) anos, e no máximo 45 lização da terceira fase, consistente no curso de formação
(quarenta e cinco) anos incompletos, à data do encer- (o desatendimento dos critérios de frequência e aprovei-
ramento das inscrições; tamento gera reprovação na fase final do concurso, tal
III - não registrar antecedentes criminais; como a situação do candidato que não tenha conduta
IV - estar em gozo dos direitos políticos; irrepreensível na esfera pública e privada), recebendo re-
V - estar quite com o serviço militar; muneração do cargo durante o período. Findo o curso de
VI - (Revogado). formação, expede-se a classificação final, homologa-se o
Parágrafo único - Para efeito de inscrição, ficam dis- concurso e nomeiam-se os candidatos aprovados.
pensados do limite de idade, a que se refere o inciso II,
os ocupantes de cargos policiais civis. SEÇÃO III
Artigo 19 - Observada a ordem de classificação pela DA POSSE
média aritmética das notas obtidas nas provas escrita
e oral (incisos I e II do artigo 16), os candidatos, em Artigo 24 - Posse é o ato que investe o cidadão em
número equivalente ao de cargos vagos, serão ma- cargo público polícia civil.
triculados no curso de formação técnico-profissional Artigo 25 - São competentes para dar posse:
específico. I - O Secretário da Segurança Pública, ao Delegado
Artigo 20 - Os candidatos a que se refere o artigo an- Geral de Polícia;
terior serão admitidos, pelo Secretário da Segurança II - O Delegado Geral de Polícia, aos Delegados de
Pública, em caráter experimental e transitório para a Polícia;
formação técnico-profissional. III - O Diretor do Departamento de Administração da
§ 1º - A admissão de que trata este artigo far-se-á Polícia Civil, nos demais casos.
com retribuição equivalente a do vencimento e de- Artigo 26 - A autoridade que der posse deverá verifi-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

mais vantagens do cargo vago a que se candidatar o car, sob pena de responsabilidade, se foram satisfei-
concursando. tas as condições estabelecidas em lei ou regulamento
§ 2º - Sendo funcionário ou servidor, o candidato ma- para a investidura no cargo policial civil.
triculado ficara afastado do seu cargo ou função-ativi- Artigo 27 - A posse verificar-se-á mediante assinatura
dade, até o término do concurso junto à Academia de de termo em livro próprio, assinado pelo empossado e
Polícia de São Paulo, sem prejuízo do vencimento ou pela autoridade competente, após o policial civil pres-
salário e demais vantagens, contando-se-lhe o tempo tar solenemente o respectivo compromisso, cujo teor
de serviço para todos os efeitos legais. será definido pelo Secretário da Segurança Pública.

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Artigo 28 - A posse deverá verificar-se no prazo de 15 SEÇÃO V
(quinze) dias, contados da publicação do ato de provi- DA REVERSÃO “EX OFFÍCIO”
mento, no órgão oficial.
§ 1º - O prazo fixado neste artigo poderá ser pror- Artigo 34 - Reversão “ex offício” é o ato pelo qual o
rogado por mais 15 (quinze) dias, a requerimento do aposentado reingressa no serviço policial quando in-
interessado. subsistentes as razões que determinaram a aposenta-
§ 2º - Se a posse não se der dentro do prazo será tor- doria por invalidez.
nado sem efeito o ato de provimento.
Artigo 29 - A contagem do prazo a que se refere o § 1º - A reversão só poderá efetivar-se quando, em
artigo anterior poderá ser suspensa até o máximo de inspeção médica, ficar comprovada à capacidade para
120 (cento e vinte) dias, a critério do órgão médico o exercício do cargo.
encarregado da inspeção respectiva, sempre que este § 2º - Será tornada sem efeito a reversão “ex offício” e
estabelecer exigência para a expedição de certificado cassada a aposentadoria do policial civil que reverter
de sanidade. e não tomar posse ou não entrar em exercício injusti-
ficadamente, dentro do prazo legal.
Parágrafo único - O prazo a que se refere este arti-
go recomeçara a fluir sempre que o candidato, sem
Artigo 35 - A reversão far-se-á no mesmo cargo.
motivo justificado, deixar de cumprir as exigências do
órgão médico. Reversão é o retorno do servidor aposentado por in-
validez ao cargo, por comprovação de capacidade para
Posse, que se dá em 15 dias desde o provimento, é o o seu exercício.
ato de investidura no cargo da polícia civil, sendo confe-
rido pelo Secretário de Segurança Pública ao Delegado CAPÍTULO IV
Geral de Polícia, pelo Delegado Geral de Polícia aos Dele- DA REMOÇÃO
gados de Polícia, pelo Diretor da Polícia Civil nos demais
casos. Será assinado termo e prestado compromisso. Artigo 36 - O Delegado de Polícia só poderá ser remo-
vido, de um para o outro município:
SEÇÃO IV I - a pedido;
DO EXERCÍCIO II - por permuta;
III - com seu assentimento, após consulta.
Artigo 30 - O exercício terá início dentro de 15 (quin- IV - (Vetado).
ze) dias, contados
I - da data da posse, Artigo 37 - A remoção dos integrantes das demais
II - da data da publicação do ato no caso de remoção. séries de classe e cargos policiais civis, de uma para
§ 1º - Quando o acesso, remoção ou transposição não outra unidade policial, será processada:
importar mudança de município, deverá o policial civil I - a pedido;
entrar em exercício no prazo de 5 (cinco) dias. II - por permuta;
§ 2º - No interesse do serviço policial o Delegado Ge- III - no interesse do serviço policial.
ral de Polícia poderá determinar que os policiais civis
assumam imediatamente o exercício do cargo. Artigo 38 - A remoção só poderá ser feita, respeitada
Artigo 31 - O exercício terá inicio dentro de 15 (quin- a lotação cada unidade policial.
ze) dias, constados: unidade diversa daquela para o
qual foi designado, salvo autorização do Delegado Artigo 39 - O policial civil não poderá, ser removido
Geral de Polícia. no interesse serviço, para município diverso do de sua
sede de exercício, no período de 6 (seis) meses antes e
Artigo 32 - O Delegado de Polícia só poderá chefiar
até 3 (três) meses após a data das eleições.
unidade ou serviço de categoria correspondente à sua
Parágrafo único - Esta proibição vigorará no caso de
classe, ou, em caso excepcional, à classe imediata-
eleições federal estaduais ou municipais, isolada ou
mente superior. simultaneamente realizadas.
Artigo 33 - Quando em exercício em unidade ou servi-
ço de categoria superior, nos termos deste artigo, terá Artigo 40 - É preferencial, na união de cônjuges, a sede
o Delegado de Polícia direito à percepção da diferença de exercício do policial civil, quando este for cabeça
entre os vencimentos do seu cargo e os do cargo de do casal.
classe imediatamente superior. O Delegado de Polícia somente será removido para
Parágrafo único - Na hipótese deste artigo aplicam-se outro município se assim solicitar, ou mediante permuta,
as disposições do artigo 195 da Lei Complementar n. ou manifestando sua concordância. Os demais integran-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

180, de 12 de maio de 1978. tes podem ser removidos a pedido, por permuta ou no
interesse do serviço policial.
O exercício corresponde ao início das atividades no
cargo ocupado. O prazo de 15 dias para entrada em exer-
cício pela primeira vez conta da posse; o prazo para a re-
moção conta da publicação do ato, sendo de 5 dias para
mesmo município e de 15 dias para município diverso.

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CAPÍTULO V § 2º - À sujeição ao regime de que trata este artigo
DO VENCIMENTO E OUTRAS VANTAGENS DE OR- corresponde gratificação que se incorpora aos venci-
DEM PECUNIÁRIA mentos para todos os efeitos legais.
SEÇÃO I
DO VENCIMENTO Artigo 45 - Pela sujeição ao regime de que trata o arti-
go anterior, os titulares de cargos policiais civis fazem
Artigo 41 - Aos cargos policiais civis aplicam-se os va- jus a gratificação calculada sobre o respectivo padrão
lores dos graus das referências numéricas fixados na de vencimento, na seguinte conformidade:
Tabela I da escala de vencimentos do funcionalismo I - de 140% (cento e quarenta por cento), os titulares
público civil do Estado. de cargos da série de classes de Delegado de Polícia,
bem como titular do cargo de Delegado Geral de Po-
Artigo 42 - O enquadramento das classes na escala de lícia;
vencimentos bem como a amplitude de vencimentos, II - de 200% (duzentos por cento), os titulares de car-
e a velocidade evolutiva correspondente, cada classe gos das demais classes policiais civis.
policial, são estabelecidos na conformidade do Anexo
que faz parte Integrante desta lei complementar. Adicional RETP – 140% para delegados, 200% para
demais classes.
SEÇÃO II
DAS VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA SUBSEÇÃO III
SUBSEÇÃO I DA AJUDA DE CUSTO EM CASO DE REMOÇÃO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 46 - Ao policial civil removido no interesse do ser-
Artigo 43 - Além do valor do padrão do cargo e sem viço policial de um para outro município, será concedida
prejuízo das vantagens previstas na Lei nº 10.261, de ajuda de custo correspondente a um mês de vencimento.
28 de outubro de 1978, e demais legislação pertinente, § 1º - A ajuda de custo será paga à vista da publicação
o policial civil fará jus as seguintes vantagens pecu- do ato de remoção no Diário Oficial.
niárias. § 2º - A ajuda de custo de que trata este decreto não
I - gratificação por regime especial de trabalho policial; será devida. quando a remoção se processar a pedido
II - ajuda de custo, em caso de remoção. ou por permuta.

Aplicam-se os direitos e vantagens regulados no Es- Ajuda de custo: concedida a policial removido de mu-
tatuto dos Servidores paulista, além da gratificação por nicípio em favor do interesse público – valor de 1 mês de
regime especial de trabalho policial e de ajuda de custo. vencimento.

SUBSEÇÃO II SEÇÃO III


DA GRATIFICAÇÃO PELO REGIME ESPECIAL DE DAS OUTRAS CONCESSÕES
TRABALHO POLICIAL
Artigo 47 - Ao policial civil licenciado para tratamento
Artigo 44 - O exercício dos cargos policiais civis dar- de saúde, em razão de moléstia profissional ou lesão
-se-á, necessariamente, em Regime Especial de Traba- recebida em serviço, será concedido transporte por con-
lho Policial - RETP, o qual é caracterizado: ta do Estado para instituição onde deva ser atendido.
I - pela prestação de serviços em condições precárias
de segurança, cumprimento de horário irregular, sujei- Artigo 48 - A família do policial civil que falecer fora
to a plantões noturnos e a chamadas a qualquer hora; da sede de exercício e dentro do território nacional
II - pela proibição do exercício de atividade remunera- no desempenho de serviço, será concedido transporte
da, exceto aquelas: para, no máximo, 3 (três) pessoas do local de domicílio
a) relativas ao ensino e à difusão cultural; ao do óbito (ida e volta).
b) decorrentes de convênio firmado entre Estado e
municípios ou com associações e entidades privadas Artigo 49 - O Secretário da Segurança Pública, por
para gestão associada de serviços públicos, cuja exe-
proposta do Delegado Geral de Polícia, ouvido o Con-
cução possa ser atribuída à Polícia Civil;
selho da Polícia Civil, poderá conceder honrarias ou
III - pelo risco de o policial tornar-se vítima de crime
prêmios aos policiais autores de trabalhos de relevan-
no exercício ou em razão de suas atribuições.
te interesse policial ou por atos de bravura, na forma
§ 1º - O exercício, pelo policial civil, de atividades de-
em que for regulamentado.
correntes do convênio a que se refere a alínea “b” do
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Artigo 50 - O policial civil que ficar inválido ou que


inciso II deste artigo dependerá:
vier a falecer em consequência de lesões recebidas ou
1 - de inscrição voluntária do interessado, revestindo-
de doenças contraídas em razão do serviço será pro-
-se de obrigatoriedade depois de publicadas as res-
movido à classe imediatamente superior.
pectivas escalas;
§ 1º - Se o policial civil estiver enquadrado na última
classe da carreira, ser-lhe-á atribuída a diferença en-
2 - de estrita observância, nas escalas, do direito ao
tre o valor do padrão de vencimento do seu cargo e o
descanso mínimo previsto na legislação em vigor.
da classe imediatamente inferior.

81
§ 2º - A concessão do benefício será precedida da Parágrafo único - Em nenhuma hipótese, a Administra-
competente apuração, retroagindo seus efeitos à data ção poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou apre-
da invalidez ou da morte. ciar a petição, sob pena de responsabilidade do agente.
§ 3º - O policial inválido nos termos deste artigo será Artigo 56 - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre
aposentado com proventos decorrentes da promoção, abuso, erro, omissão ou conduta incompatível no ser-
observado o disposto no parágrafo anterior. viço policial.
§ 4º - Aos beneficiários do policial civil falecido nos Artigo 57 - Ao policial civil é assegurado o direito de reque-
termos deste artigo será deferida pensão mensal cor- rer ou representar, bem como, nos termos desta lei comple-
respondente aos vencimentos integrais, observado o mentar, pedir reconsideração e recorrer de decisões.
disposto nos parágrafos anteriores.
O direito de petição é constitucionalmente assegura-
Artigo 51 - Ao cônjuge, companheiro ou companheira do pelo art. 5.º, XXXIV, “a”, da CF/88, nos seguintes ter-
ou, na falta destes, à pessoa que provar ter feito despe- mos: “o direito de petição aos Poderes Públicos em defe-
sas em virtude do falecimento do policial civil, ativo ou sa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder”.
inativo, será concedido auxílio-funeral, a título de be-
nefício assistencial, de valor correspondente a 1 (um) CAPÍTULO VII
mês da respectiva remuneração. DO ELOGIO
§ 1º - O pagamento será efetuado pelo órgão com-
petente, mediante apresentação de atestado de óbito Artigo 58 - Entende-se por elogio, para os fins desta
pelas pessoas indicadas no “caput” deste artigo, ou lei, a menção nominal ou coletiva que deva constar
procurador legalmente habilitado, feita a prova de dos assentamentos funcionais do policial civil por atos
identidade. meritórios que haja praticado.
§ 2º - No caso de ficar comprovado, por meio de com- Artigo 59 - O elogio destina-se a ressaltar:
petente apuração que o óbito do policial civil decorreu I - morte, invalidez ou lesão corporal de natureza gra-
de lesões recebidas no exercício de suas funções ou ve, no cumprimento do dever;
doenças delas decorrentes, o benefício será acrescido II - ato que traduza dedicação excepcional no cum-
do valor correspondente a mais 1 (um) mês da res- primento do dever, transcendendo ao que e normal-
pectiva remuneração, cujo pagamento será efetivado mente exigível do policial civil por disposição legal ou
mediante apresentação de alvará judicial. regulamentar e que importe ou possa importar risco
§ 3º - O pagamento do benefício previsto neste artigo, da própria segurança pessoal;
caso as despesas tenham sido custeadas por tercei- III - execução de serviços que, pela sua relevância e
ros, em virtude da contratação de planos funerários, pelo que representam para a instituição ou para a co-
somente será efetivado mediante apresentação de al- letividade, mereçam ser enaltecidos como reconheci-
vará judicial. mento pela atividade desempenhada.
Artigo 52 - O policial civil que sofrer lesões no exercício Artigo 60 - Não constitui motivo para elogio o cumpri-
de suas funções deverá ser encaminhado a qualquer mento dos deveres impostos ao policial civil.
hospital, público ou particular às expensas do Estado. Artigo 61 - São competentes para determinar a ins-
crição de elogios nos assentamentos do policial o Se-
Artigo 53 - Ao policial civil processado por ato prati- cretário da Segurança e o Delegado Geral de Polícia,
cado no desempenho de função policial, será prestada ouvido, no caso deste, o Conselho da Polícia Civil.
assistência judiciária na forma que dispuser o regula- Parágrafo único - Os elogios nos casos dos incisos II e
mento. III do artigo 59 serão obrigatoriamente considerados
para efeito de avaliação de desempenho.
Artigo 54 - (Vetado).
O elogio é uma espécie de homenagem ao policial
Outras concessões: transporte em razão de moléstia civil, enaltecendo aspecto de sua conduta no exercício
ou lesão, transporte para família em caso de óbito em das funções.
município diverso do país, honrarias e prêmios, promo-
ção a classe imediatamente superior a policial que fique CAPÍTULO VIII
inválido (aposentadoria por invalidez) ou faleça (pensão
DOS DEVERES, DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINA-
por morte), auxílio-funeral, atendimento hospitalar e as-
RES E DAS RESPONSABILIDADES
sistência judiciária.
SEÇÃO I
DOS DEVERES
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO VI
Artigo 62 - São deveres do policial civil:
DO DIREITO DE PETIÇÃO
I - ser assíduo e pontual;
II - ser leal as instituições;
Artigo 55 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou
III - cumprir as normas legais e regulamentares;
jurídica, independentemente de pagamento, o direi-
IV - zelar pela economia e conservação dos bens do
to de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e Estado, especialmente daqueles cuja guarda ou utili-
para defesa de direitos. zação lhe for confiada;

82
V - desempenhar com zelo e presteza as missões que X - permutar horário de serviço ou execução de tarefa
lhe forem contidas, usando moderadamente de força sem expressa permissão da autoridade competente;
ou outro meio adequado de que dispõe, para esse fim; XI - usar vestuário incompatível com o decoro da função;
VI - informar incontinente toda e qualquer alteração de XII - descurar de sua aparência física ou do asseio;
endereço da residência e número de telefone, se houver; XIII - apresentar-se ao trabalho alcoolizado ou sob
VII - prestar informações corretas ou encaminhar o so- efeito de substância que determine dependência física
licitante a quem possa prestá-las; ou psíquica;
VIII - comunicar o endereço onde possa ser encontra- XIV - lançar intencionalmente, em registros oficiais,
do, quando dos afastamentos regulamentares; papeis ou quaisquer expedientes, dados errôneos, in-
IX - proceder na vida pública e particular de modo a completos ou que possam induzir a erro, bem como
dignificar a função policial; inserir neles anotações indevidas;
X - residir na sede do município onde exerça o cargo XV - faltar, salvo motivo relevante a ser comunicado
ou função, ou onde autorizado; por escrito no primeiro dia em que comparecer à sua
XI - frequentar, com assiduidade, para fins de aperfei- sede de exercício, a ato processual, judiciário ou ad-
çoamento e atualização de conhecimentos profissio- ministrativo, do qual tenha sido previamente cienti-
nais, cursos instituídos periodicamente pela Academia ficado;
de Polícia; XVI - utilizar, para fins particulares, qualquer que seja
XII - portar a carteira funcional; o pretexto, material pertencente ao Estado;
XIII - promover as comemorações do “Dia da Policia” XVII - interferir indevidamente em assunto de nature-
a 21 de abril, ou delas participar, exaltando o vulto de za policial, que não seja de sua competência;
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Patrono da XVIII - fazer uso indevido de bens ou valores que lhe
Polícia; cheguem as mãos, em decorrência da função, ou não
XIV - ser leal para com os companheiros de trabalho e entregá-los, com a brevidade possível, a quem de direito;
com eles cooperar e manter espirito de solidariedade; XIX - exibir, desnecessariamente, arma, distintivo ou
XV - estar em dia com as normas de interesse policial;
algema;
XVI - divulgar para conhecimento dos subordinados
XX - deixar de ostentar distintivo quando exigido para
as normas referidas no inciso anterior;
o serviço;
XVII - manter discrição sobre os assuntos da repar-
XXI - deixar de identificar-se, quando solicitado ou
tição e, especialmente, sobre despachos, decisões e
quando as circunstâncias o exigirem;
providências.
XXII - divulgar ou propiciar a divulgação, sem autori-
zação da autoridade competente, através da imprensa
Estes deveres se somam aos já esculpidos no Estatuto
escrita, falada ou televisada, de fato ocorrido na re-
dos Servidores paulista.
partição.
XXIII - promover manifestações contra atos da admi-
SEÇÃO II
nistração ou movimentos de apreço ou desapreço a
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
qualquer autoridade;
XXIV - referir-se de modo depreciativo às autoridades
Artigo 63 - São transgressões disciplinares:
e a atos da administração pública, qualquer que seja
I - manter relações de amizade ou exibir-se em público
com pessoas de notórios e desabonadores anteceden- o meio empregado para esse fim;
tes criminais, salvo por motivo de serviço; XXV - retirar, sem prévia autorização da autoridade
II - constituir-se procurador de partes ou servir de in- competente, qualquer objeto ou documentos da re-
termediário, perante qualquer repartição pública, sal- partição;
vo quando se tratar de interesse de cônjuge ou parente XXVI - tecer comentários que possam gerar descrédito
até segundo grau; da instituição policial;
III - descumprir ordem superior salvo quando manifes- XXVII - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou vela-
tamente ilegal, representando neste caso; do, de obter proveito de qualquer natureza para si ou
IV - não tomar as providências necessárias ou deixar para terceiros;
de comunicar, imediatamente, à autoridade compe- XXVIII - deixar de reassumir exercício sem motivo jus-
tente, faltas ou irregularidades de que tenha conhe- to, ao final dos afastamentos regulares ou, ainda de-
cimento; pois de saber que qualquer deste foi interrompido por
V - deixar de oficiar tempestivamente nos expedientes ordem superior;
que lhe forem encaminhados; XXIX - atribuir-se qualidade funcional diversa do car-
VI - negligenciar na execução de ordem legítima; go ou função que exerce;
XXX - fazer uso indevido de documento funcional,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

VII - interceder maliciosamente em favor de parte;


VIII - simular doença para esquivar-se ao cumprimen- arma, algema ou bens da repartição ou cedê-los a
to de obrigação; terceiro;
IX - faltar, chegar atrasado ou abandonar escala de XXXI - maltratar ou permitir maltrato físico ou moral
serviço ou plantões, ou deixar de comunicar, com an- a preso sob sua guarda;
tecedência, à autoridade a que estiver subordinado, a XXXII - negligenciar na revista a preso;
impossibilidade de comparecer à repartição, salvo por XXXIII - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento
motivo justo; de decisão ou ordem judicial;

83
XXXIV - tratar o superior hierárquico, subordinado ou SEÇÃO III
colega sem o devido respeito ou deferência; DAS RESPONSABILIDADES
XXXV - faltar à verdade no exercício de suas funções;
XXXVI - deixar de comunicar incontinente à autori- Artigo 65 - O policial responde civil, penal e adminis-
dade competente informação que tiver sobre pertur- trativamente pelo exercício irregular de suas atribui-
bação da ordem pública ou qualquer fato que exija ções, ficando sujeito, cumulativamente, às respectivas
intervenção policial; cominações.
XXXVII - dificultar ou deixar de encaminhar expedien- § 1º - A responsabilidade administrativa é indepen-
te à autoridade competente, se não estiver na sua al- dente da civil e da criminal.
çada resolvê-lo; § 2º - Será reintegrado ao serviço público, no cargo
XXXVIII - concorrer para o não cumprimento ou retar- que ocupava e com todos os direitos e vantagens de-
damento de ordem de autoridade competente; vidas, o servidor absolvido pela Justiça, mediante sim-
XXXIX - deixar, sem justa causa, de submeter-se a ins- ples comprovação do trânsito em julgado de decisão
peção médica determinada por lei ou pela autoridade que negue a existência de sua autoria ou do fato que
competente; deu origem à sua demissão.
XL - deixar de concluir nos prazos legais, sem motivo § 3º - O processo administrativo só poderá ser sobres-
justo, procedimento de polícia judiciária, administrati- tado para aguardar decisão judicial por despacho mo-
vos ou disciplinares; tivado da autoridade competente para aplicar a pena.
XLI - cobrar taxas ou emolumentos não previstos em
lei; Artigo 66 - A responsabilidade civil decorre de pro-
XLII - expedir identidade funcional ou qualquer tipo de cedimento doloso ou culposo, que importe prejuízo à
credencial a quem não exerça cargo ou função policial Fazenda Pública ou a terceiros.
civil; Parágrafo único - A importância da indenização será
XLIII - deixar de encaminhar ao órgão competente, descontada dos vencimentos e vantagens e o desconto
para tratamento ou inspeção médica, subordinado não excederá à décima parte do valor destes.
que apresentar sintomas de intoxicação habitual por
álcool, entorpecente ou outra substância que determi- Embora as esferas sejam independentes, determina-
ne dependência física ou psíquica, ou de comunicar tal das decisões na esfera penal geram exclusão da respon-
fato, se incompetente, à autoridade que o for; sabilidade nas esferas civil e administrativa, quais sejam:
XLIV - dirigir viatura policial com imprudência, impe- absolvição por inexistência do fato ou negativa de au-
rícia, negligência ou sem habilitação; toria. A absolvição criminal por falta de provas não gera
XLV - manter transação ou relacionamento indevido exclusão da responsabilidade civil e administrativa.
com preso, pessoa em custódia ou respectivos fami- A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada
liares; prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex de-
XLVI - criar animosidade, velada ou ostensivamente, licto, conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65.
entre subalternos e superiores ou entre colegas, ou in- Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhe-
dispô-los de qualquer forma; cer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,
XLVII - atribuir ou permitir que se atribua a pessoa em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, legal ou no exercício regular de direito” (excludentes de
o desempenho de encargos policiais; antijuridicidade); “art. 66. não obstante a sentença abso-
XLVIII - praticar a usura em qualquer de suas formas; lutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta
XLIX - praticar ato definido em lei como abuso de poder; quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a
L - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem inexistência material do fato”; “art. 386, IV – estar prova-
autorização do Presidente da República; do que o réu não concorreu para a infração penal”.
LI - tratar de interesses particulares na repartição; Entendem Fuller, Junqueira e Machado3: “a absolvição
LII - exercer comércio entre colegas, promover ou dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por
subscrever listas de donativos dentro da repartição; falta de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação con-
LIII - exercer comércio ou participar de sociedade co- ferida ao CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito
mercial salvo como acionista, cotista ou comanditário; da jurisdição civil, restando intocada a possibilidade de,
LIV - exercer, mesmo nas horas de folga, qualquer ou- na ação civil de conhecimento, ser provada e reconhe-
tro emprego ou função, exceto atividade relativa ao cida a existência do direito ao ressarcimento, de acordo
ensino e à difusão cultural, quando compatível com a com o grau de cognição e convicção próprios da seara
atividade policial; civil (na esfera penal, a decisão de condenação somente
LV - exercer pressão ou influir junto a subordinado pode ser lastreada em juízo de certeza, tendo em vista o
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

para forçar determinada solução ou resultado. princípio constitucional do estado de inocência)”.

Artigo 64 - É vedado ao policial civil trabalhar sob as


ordens imediatas de parentes, até segundo grau, salvo
quando se tratar de função de confiança e livre es-
colha, não podendo exceder de 2 (dois) o número de
auxiliares nestas condições. 3 FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano
Diniz; MACHADO, Angela C. Cangiano. Processo Penal. 9. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. (Coleção Elementos do Direito)

84
CAPÍTULO IX Parágrafo único - A pena de repreensão poderá ser
DAS PENALIDADES, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILI- transformada em advertência, aplicada por escrito e
DADE DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES sem publicidade.
SEÇÃO I
Artigo 73 - A pena de suspensão, que não excederá de
Artigo 67 - São penas disciplinares principais: 90 (noventa) dias, será aplicada nos casos de:
I - advertência; I - descumprimento dos deveres e transgressão disci-
II - repreensão; plinar, ocorrendo dolo ou má fé;
III - multa; II - reincidência em falta já punida com repreensão.
IV - suspensão; § 1º - O policial suspenso perderá, durante o período
V - demissão; da suspensão, todos os direitos e vantagens decorren-
VI - demissão a bem do serviço público; tes do exercício do cargo.
VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. § 2º - A autoridade que aplicar a pena de suspensão
poderá convertê-la em multa, na base de 50% (cin-
Artigo 68 - Constitui pena disciplinar a remoção com- quenta por cento), por dia, do vencimento e demais
pulsória, que poderá ser aplicada cumulativamente vantagens, sendo o policial, neste caso, obrigado a
com as penas previstas nos incisos II, III e IV do artigo permanecer em serviço.
anterior quando em razão da falta cometida houver
Artigo 74 - Será aplicada a pena de demissão nos ca-
conveniência nesse afastamento para o serviço policial.
sos de:
Parágrafo único - Quando se tratar de Delegado de
I - abandono de cargo;
Polícia, para a aplicação da pena prevista neste artigo
II - procedimento irregular, de natureza grave;
deverá ser observado o disposto no artigo 36, inciso IV.
III - ineficiência intencional e reiterada no serviço;
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos;
Artigo 69 - Na aplicação das penas disciplinares se-
V - insubordinação grave.
rão considerados a natureza, a gravidade, os motivos
VI - ausência ao serviço, sem causa justificável, por
determinantes e a repercussão da infração, os danos mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente,
causados, a personalidade e os antecedentes do agen- durante um ano.
te, a intensidade do dolo ou o grau de culpa.
Artigo 75 - Será aplicada a pena de demissão a bem
Artigo 70 - Para a aplicação das penas previstas no do serviço público, nos casos de:
artigo 67 são competentes: I - conduzir-se com incontinência pública e escandalo-
I - o Governador; sa e praticar Jogos proibidos;
II - o Secretário da Segurança Pública; II - praticar ato definido como crime contra a Admi-
III - o Delegado Geral de Polícia, até a de suspensão; nistração Pública, a Fé Pública e a Fazenda Pública ou
IV - o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, até previsto na Lei de Segurança Nacional;
a de suspensão limitada a 60 (sessenta) dias; III - revelar dolosamente segredos de que tenha co-
V - os Delegados de Polícia Corregedores Auxiliares, nhecimento em razão do cargo ou função, com prejuí-
até a de repreensão. zo para o Estado ou particulares;
§ 1º - Compete exclusivamente ao Governador do Es- IV - praticar ofensas físicas contra funcionários, servi-
tado, a aplicação das penas de demissão, demissão a dores ou particulares, salvo em legítima defesa;
bem do serviço público e cassação de aposentadoria V - causar lesão dolosa ao patrimônio ou aos cofres
ou disponibilidade a Delegado de Polícia. públicos;
§ 2º - Compete às autoridades enumeradas neste ar- VI - exigir, receber ou solicitar vantagem indevida,
tigo, até o inciso III, inclusive, a aplicação de pena a diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que
Delegado de Polícia. fora de suas funções, mas em razão destas;
§ 3º - Para o exercício da competência prevista nos in- VII - provocar movimento de paralisação total ou par-
cisos I e II será ouvido o órgão de consultoria jurídica. cial do serviço policial ou outro qualquer serviço, ou
§ 4º - Para a aplicação da pena prevista no artigo 68 dele participar;
é competente o Delegado Geral de Polícia. VIII - pedir ou aceitar empréstimo de dinheiro ou valor
de pessoas que tratem de interesses ou os tenham na
Artigo 71 - A pena de advertência será aplicada ver- repartição, ou estejam sujeitos à sua fiscalização;
balmente, no caso de falta de cumprimento dos deve- IX - exercer advocacia administrativa.
res, ao infrator primário. X - praticar ato definido como crime hediondo, tor-
Parágrafo único - A pena de advertência não acar- tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

reta perda de vencimentos ou de qualquer vantagem terrorismo;


de ordem funcional, mas contará pontos negativos na XI - praticar ato definido como crime contra o Siste-
avaliação de desempenho. ma Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de bens,
direitos ou valores;
Artigo 72 - A pena de repreensão será aplicada por XII - praticar ato definido em lei como de improbidade.
escrito, no caso de transgressão disciplinar, sendo o Artigo 76 - O ato que cominar pena ao policial ci-
infrator primário e na reincidência de falta de cumpri- vil mencionará, sempre, a disposição legal em que se
mento dos deveres. fundamenta.

85
§ 1.º - Desse ato será dado conhecimento ao órgão 2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que ve-
do pessoal, para registro e publicidade, no prazo de nha a ser restabelecido.
8 (oito) dias, desde que não se tenha revestido de re- § 5º - A decisão que reconhecer a existência de pres-
serva. crição deverá determinar, desde logo, as providências
§ 2.º - As penas previstas nos incisos I a IV do artigo necessárias à apuração da responsabilidade pela sua
67, quando aplicadas aos integrantes da carreira de ocorrência.
Delegado de Polícia, revestir-se-ão sempre de reserva. Artigo 81 - Extingue-se, ainda, a punibilidade:
Artigo 77 - Será aplicada a pena de cassação de apo- I - Pela morte do agente;
sentadoria ou disponibilidade, se ficar provado que o II - Pela anistia administrativa;
inativo: III - Pela retroatividade da lei que não considere o fato
I - praticou, quando em atividade, falta para a qual é como falta.
cominada nesta lei a pena de demissão ou de demis-
são a bem do serviço público;
Artigo 82 - O policial civil que, sem justa causa, dei-
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
xar de atender a qualquer exigência para cujo cum-
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem
primento seja marcado prazo certo, terá suspenso o
prévia autorização do Presidente da República.
pagamento de seu vencimento ou remuneração até
que satisfaça essa exigência.
Artigo 78 - Constitui motivo de exclusão de falta discipli-
nar a não exigibilidade de outra conduta do policial civil. Parágrafo único - Aplica-se aos aposentados ou em
disponibilidade o disposto neste artigo.
Artigo 79 - Independe do resultado de eventual ação
penal a aplicação das penas disciplinares previstas Artigo 83 - Deverão constar do assentamento indivi-
neste Estatuto. dual do policial civil as penas que lhe forem impostas.

As infrações disciplinares são punidas proporcional- A prescrição consiste no decurso de prazo gerando a
mente. Para as mais leves, a pena será de advertência, impossibilidade de punição da infração, sendo causa de
repreensão ou multa; para as intermediárias, a pena é de extinção de punibilidade ao lado da morte do agente, da
suspensão; para as mais graves, demissão e demissão a anistia administrativa e da retroatividade da lei que deixe
bem do serviço público (a qual se equipara a cassação de de considerar o ato praticado como infração.
aposentadoria/disponibilidade). A aplicação de pena na
esfera disciplinar não exclui a punibilidade civil ou penal. SEÇÃO III
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
SEÇÃO II
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Artigo 84 - A autoridade policial que, por qualquer
meio, tiver conhecimento de irregularidade praticada
Artigo 80 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: por policial civil, comunicará imediatamente o fato ao
I - da falta sujeita à pena de advertência, repreensão, órgão corregedor, sem prejuízo das medidas urgentes
multa ou suspensão, em 2 (dois) anos; que o caso exigir.
Parágrafo único - Ao instaurar procedimento admi-
II - da falta sujeita à pena de demissão, demissão a nistrativo ou de polícia judiciária contra policial civil, a
bem do serviço público e de cassação da aposentado- autoridade que o presidir comunicará o fato ao Dele-
ria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos; gado de Polícia Diretor da Corregedoria.
III - da falta prevista em lei como infração penal, no Artigo 85 - A autoridade corregedora realizará apu-
prazo de prescrição em abstrato da pena criminal, se ração preliminar, de natureza simplesmente investi-
for superior a 5 (cinco) anos. gativa, quando a infração não estiver suficientemente
§ 1º - A prescrição começa a correr: caracterizada ou definida autoria.
1 - do dia em que a falta for cometida; § 1º - O início da apuração será comunicado ao De-
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a legado de Polícia Diretor da Corregedoria, devendo
permanência, nas faltas continuadas ou permanentes. ser concluída e a este encaminhada no prazo de 30
§ 2º - Interrompe a prescrição a portaria que instaura (trinta) dias.
sindicância e a que instaura processo administrativo. § 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autori-
§ 3º - O lapso prescricional corresponde: dade deverá imediatamente encaminhar ao Delegado
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da de Polícia Diretor da Corregedoria relatório das dili-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

pena efetivamente aplicada; gências realizadas e definir o tempo necessário para o


2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da término dos trabalhos.
pena em tese cabível. § 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade
§ 4º - A prescrição não corre: deverá opinar fundamentadamente pelo arquivamen-
1 - enquanto sobrestado o processo administrativo to ou pela instauração de sindicância ou processo ad-
para aguardar decisão judicial, na forma do § 3º do ministrativo.
artigo 65;

86
Artigo 86 - Determinada a instauração de sindicância § 1º - Não será instaurado processo para apurar aban-
ou processo administrativo, ou no seu curso, havendo dono de cargo, se o servidor tiver pedido exoneração.
conveniência para a instrução ou para o serviço poli- § 2º - Extingue-se o processo instaurado exclusiva-
cial, poderá o Delegado Geral de Polícia, por despacho mente para apurar abandono de cargo, se o indiciado
fundamentado, ordenar as seguintes providências: pedir exoneração até a data designada para o interro-
I - afastamento preventivo do policial civil, quando o gatório, ou por ocasião deste.
recomendar a moralidade administrativa ou a reper-
cussão do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vanta- A sindicância é um procedimento administrativo sim-
gens, até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma plificado, que se presta à punição de infrações adminis-
única vez por igual período; trativas mais leves: advertência, repreensão, multa e sus-
II - designação do policial acusado para o exercício pensão. Quando a falta for grave, notadamente, punível
de atividades exclusivamente burocráticas até decisão com demissão, demissão a bem do serviço público ou
final do procedimento; cassação de aposentadoria/disponibilidade, deve ser ins-
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, ar- taurado processo administrativo.
mas e algemas;
IV - proibição do porte de armas; SEÇÃO II
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a DA SINDICÂNCIA
ser estabelecida, para tomar ciência dos atos do pro-
cedimento. Artigo 90 - São competentes para determinar a ins-
§ 1º - O Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, tauração de sindicância as autoridades enumeradas
ou qualquer autoridade que determinar a instauração no artigo 70.
ou presidir sindicância ou processo administrativo, po- Parágrafo único - Quando a determinação incluir De-
derá representar ao Delegado Geral de Polícia para
legado de Polícia, a competência é das autoridades
propor a aplicação das medidas previstas neste artigo,
enumeradas no artigo 70, até o inciso IV, inclusive.
bem como sua cessação ou alteração.
§ 2º - O Delegado Geral de Polícia poderá, a qualquer
Artigo 91 - Instaurada a sindicância, a autoridade que
momento, por despacho fundamentado, fazer cessar
a presidir comunicará o fato à Corregedoria Geral da
ou alterar as medidas previstas neste artigo.
Polícia Civil e ao órgão setorial de pessoal.
§ 3º - O período de afastamento preventivo computa-
-se como de efetivo exercício, não sendo descontado
Artigo 92 - Aplicam-se à sindicância as regras previs-
da pena de suspensão eventualmente aplicada.
tas nesta lei complementar para o processo adminis-
trativo, com as seguintes modificações:
O procedimento de investigação pode ter início por
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão
comunicação da autoridade policial à Corregedoria. A
arrolar até 3 (três) testemunhas;
autoridade corregedora instaurará apuração preliminar,
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de
de natureza puramente administrativa, cujo objetivo será
60 (sessenta) dias;
a apuração de materialidade e autoria. A partir da ins-
III - com o relatório, a sindicância será enviada à au-
tauração do processo administrativo ou sindicância, é
toridade competente para a decisão.
possível a tomada de medidas preventivas: afastamento
preventivo do policial, transferência do policial acusado
Artigo 93 - O Delegado Geral de Polícia poderá, quan-
a atividades administrativas e burocráticas, recolhimen-
do entender conveniente, solicitar manifestação do
to de carteira funcional/distintivo/armas/algemas, proi-
Conselho da Polícia Civil, antes de opinar ou proferir
bição do porte de armas e comparecimento periódico
decisão em sindicância.
obrigatório.
São competentes para determinar a instauração da
sindicância: o Governador, o Secretário da Segurança Pú-
CAPÍTULO X
blica, o Delegado Geral de Polícia, o Delegado de Polícia
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
Diretor da Corregedoria.
SEÇÃO I
Apenas para funcionários que não sejam delegados
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS de polícia, possuem competência os Delegados de Po-
lícia Corregedores Auxiliares (se o investigado for dele-
Artigo 87 - A apuração das infrações será feita me- gado de polícia, a competência de instauração será pelo
diante sindicância ou processo administrativo, assegu- menos do Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria).
rados o contraditório e a ampla defesa. A autoridade presidente deverá comunicar o fato à
Artigo 88 - Será instaurada sindicância quando a fal- Corregedoria Geral da Polícia Civil e ao órgão setorial de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as pessoal.


penas de advertência, repreensão, multa e suspensão. Regras da sindicância: autoridade e acusado poderão
Artigo 89 - Será obrigatório o processo administrati- arrolar cada qual 3 testemunhas, conclusão da sindicân-
vo quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa cia no prazo de 60 dias, relatório.
determinar a pena de demissão, demissão a bem do
serviço público, cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade.

87
SEÇÃO III 6 - advertência de que o processo será extinto se o
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO acusado pedir exoneração até o interrogatório, quan-
do se tratar exclusivamente de abandono de cargo.
Artigo 94 - São competentes para determinar a ins- § 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente,
tauração de processo administrativo as autoridades no mínimo 2 (dois) dias antes do interrogatório, por
enumeradas no artigo 70, até o inciso IV, inclusive. intermédio do respectivo superior hierárquico, ou di-
Parágrafo único - Quando a determinação incluir De- retamente, onde possa ser encontrado.
legado de Polícia, a competência é das autoridades § 3º - Não sendo encontrado, furtando-se o acusado à
enumeradas no artigo 70, até o inciso III, inclusive. citação ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far-se-á
por edital, publicado uma vez no Diário Oficial do Esta-
Artigo 95 - O processo administrativo será presidido do, no mínimo 10 (dez) dias antes do interrogatório.
por Delegado de Polícia, que designará como secretá-
rio um Escrivão de Polícia. Artigo 99 - Havendo denunciante, este deverá prestar
Parágrafo único - Havendo imputação contra Dele- declarações, no interregno entre a data da citação e a
gado de Polícia, a autoridade que presidir a apuração fixada para o interrogatório do acusado, sendo notifi-
será de classe igual ou superior à do acusado. cado para tal fim.
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanha-
Artigo 96 - Não poderá ser encarregado da apuração, da pelo advogado do acusado, próprio ou dativo.
nem atuar como secretário, amigo íntimo ou inimigo, § 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denun-
parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colate- ciante; antes porém de ser interrogado, poderá ter
ral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ciência das declarações que aquele houver prestado.
ou qualquer integrante do núcleo familiar do denun-
Artigo 100 - Não comparecendo o acusado, será, por
ciante ou do acusado, bem assim o subordinado deste.
despacho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos
Parágrafo único - A autoridade ou o funcionário de-
demais atos e termos do processo.
signado deverão comunicar, desde logo, à autoridade
competente, o impedimento que houver.
Artigo 101 - Ao acusado revel será nomeado advoga-
do dativo.
Artigo 97 - O processo administrativo deverá ser ins-
taurado por portaria, no prazo improrrogável de 8
Artigo 102 - O acusado poderá constituir advogado
(oito) dias do recebimento da determinação, e con- que o representará em todos os atos e termos do pro-
cluído no de 90 (noventa) dias da citação do acusado. cesso.
§ 1º - Da portaria deverá constar o nome e a identifi- § 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir
cação do acusado, a infração que lhe é atribuída, com aos atos e termos do processo, não sendo obrigatória
descrição sucinta dos fatos e indicação das normas qualquer notificação.
infringidas. § 2º - O advogado será intimado por publicação no
§ 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo, Diário Oficial do Estado, de que conste seu nome e
a autoridade deverá imediatamente encaminhar ao número de inscrição na Ordem dos Advogados do
Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria relatório Brasil, bem como os dados necessários à identificação
indicando as providências faltantes e o tempo neces- do procedimento.
sário para término dos trabalhos. § 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou
§ 3º - Caso o processo não esteja concluído no prazo negando-se a constituir advogado, o presidente no-
de 180 (cento e oitenta) dias, o Delegado de Polícia meará advogado dativo.
Diretor da Corregedoria deverá justificar o fato cir- § 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir
cunstanciadamente ao Delegado Geral de Polícia e ao advogado para prosseguir na sua defesa.
Secretário da Segurança Pública.
Artigo 98 - Autuada a portaria e demais peças pree- Artigo 103 - Comparecendo ou não o acusado ao in-
xistentes, designará o presidente dia e hora para au- terrogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para re-
diência de interrogatório, determinando a citação do querer a produção de provas, ou apresentá-las.
acusado e a notificação do denunciante, se houver. § 1º - Ao acusado é facultado arrolar até 5 (cinco) tes-
§ 1º - O mandado de citação deverá conter: temunhas.
1 - cópia da portaria; § 2º - A prova de antecedentes do acusado será fei-
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser ta exclusivamente por documentos, até as alegações
acompanhado pelo advogado do acusado; finais.
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se hou- § 3º - Até a data do interrogatório, será designada a
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ver, que deverá ser acompanhada pelo advogado do audiência de instrução.


acusado;
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido Artigo 104 - Na audiência de instrução, serão ouvidas,
por advogado dativo, caso não constitua advogado pela ordem, as testemunhas arroladas pelo presidente,
próprio; em número não superior a 5 (cinco), e pelo acusado.
5 - informação de que o acusado poderá arrolar tes- Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu
temunhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias comparecimento poderá ser solicitado ao respectivo
após a data designada para seu interrogatório; superior imediato com as indicações necessárias.

88
Artigo 105 - A testemunha não poderá eximir-se de § 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo
depor, salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, para manifestação do acusado ou para apresentação
ainda que legalmente separado, companheiro, irmão, de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do
sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusa- Estado.
do, exceto quando não for possível, por outro modo, § 3º - Ao advogado é assegurado o direito de reti-
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas cir- rar os autos da repartição, mediante recibo, durante
cunstâncias. o prazo para manifestação de seu representado, salvo
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o na hipótese de prazo comum, de processo sob regime
denunciante, ficam elas proibidas de depor, observada de segredo de justiça ou quando existirem nos autos
a exceção deste artigo. documentos originais de difícil restauração ou ocorrer
§ 2º - Ao policial civil que se recusar a depor, sem jus- circunstância relevante que justifique a permanência
ta causa, será pela autoridade competente aplicada a dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade
sanção a que se refere o artigo 82, mediante comuni-
em despacho motivado.
cação do presidente.
§ 3º - O policial civil que tiver de depor como tes-
Artigo 110 - Somente poderão ser indeferidos pelo
temunha fora da sede de seu exercício, terá direito a
transporte e diárias na forma da legislação em vigor, presidente, mediante decisão fundamentada, os re-
podendo ainda expedir-se precatória para esse efeito querimentos de nenhum interesse para o esclareci-
à autoridade do domicílio do depoente. mento do fato, bem como as provas ilícitas, imperti-
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em ra- nentes, desnecessárias ou protelatórias.
zão de função, ministério, ofício ou profissão, devam
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte in- Artigo 111 - Quando, no curso do procedimento, sur-
teressada, quiserem dar o seu testemunho. girem fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser
promovida a instauração de novo procedimento para
Artigo 106 - A testemunha que morar em comarca sua apuração, ou, caso conveniente, aditada a porta-
diversa poderá ser inquirida pela autoridade do lugar ria, reabrindo-se oportunidade de defesa.
de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória, com prazo razoável, intimada a defesa. Artigo 112 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vis-
§ 1º - Deverá constar da precatória a síntese da impu- ta dos autos à defesa, que poderá apresentar alega-
tação e os esclarecimentos pretendidos. ções finais, no prazo de 7 (sete) dias.
§ 2º - A expedição da precatória não suspenderá a Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as ale-
instrução do procedimento. gações finais, o presidente designará advogado dativo,
§ 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá assinando-lhe novo prazo.
prosseguir até final decisão; a todo tempo, a precató-
ria, uma vez devolvida, será juntada aos autos. Artigo 113 - O relatório deverá ser apresentado no
prazo de 10 (dez) dias, contados da apresentação das
Artigo 107 - As testemunhas arroladas pelo acusado alegações finais.
comparecerão à audiência designada independente § 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada
de notificação. acusado, separadamente, as irregularidades imputa-
§ 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoi- das, as provas colhidas e as razões de defesa, propon-
mento for relevante e que não comparecer esponta-
do a absolvição ou punição e indicando, nesse caso, a
neamente.
pena que entender cabível.
§ 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão
poderá substitui-la, se quiser, levando na mesma data
designada para a audiência outra testemunha, inde- de quaisquer outras providências de interesse do ser-
pendente de notificação. viço público.

Artigo 108 - Em qualquer fase do processo, poderá o Artigo 114 - Relatado, o processo será encaminhado
presidente, de ofício ou a requerimento da defesa, or- ao Delegado Geral de Polícia, que o submeterá ao
denar diligências que entenda convenientes. Conselho da Polícia Civil, no prazo de 48 (quarenta e
§ 1º - As informações necessárias à instrução do pro- oito) horas.
cesso serão solicitadas diretamente, sem observância § 1º - O Presidente do Conselho da Polícia Civil, no
de vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual prazo de 20 (vinte) dias, poderá determinar a realiza-
cópia será juntada aos autos. ção de diligência, sempre que necessário ao esclareci-
§ 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou pe- mento dos fatos.
ritos oficiais, o presidente os requisitará, observados os § 2º - Determinada a diligência, a autoridade encar-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

impedimentos do artigo 105. regada do processo administrativo terá prazo de 15


(quinze) dias para seu cumprimento, abrindo vista à
Artigo 109 - Durante a instrução, os autos do proce- defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias.
dimento administrativo permanecerão na repartição § 3º - Cumpridas as diligências, o Conselho da Polícia
competente.
Civil emitirá parecer conclusivo, no prazo de 20 (vinte)
§ 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, me-
dias, encaminhando os autos ao Delegado Geral de
diante simples solicitação, sempre que não prejudicar
Polícia.
o curso do procedimento.

89
§ 4º - O Delegado Geral de Polícia, no prazo de 10 Quanto às testemunhas, poderão ser arroladas até 5
(dez) dias, emitirá manifestação conclusiva e encami- pela autoridade/denunciante e até 5 pela defesa. Cabe a
nhará o processo administrativo à autoridade compe- oitiva por carta precatória, se necessário. Não há prejuízo
tente para decisão. na produção de outras provas, mas se forem impertinen-
§ 5º - A autoridade que proferir decisão determinará tes a autoridade deve indeferir. Encerrada a fase proba-
os atos dela decorrentes e as providências necessárias tória, serão apresentadas alegações finais em 7 dias.
a sua execução. Após, em 10 dias deve ser apresentado o relatório, o
qual será encaminhado para o Delegado Geral de Polícia,
que em 48hs submeterá ao Conselho de Polícia Civil, que
Artigo 115 - Terão forma processual resumida, quan-
poderá pedir diligências complementares e emitir sua
do possível, todos os termos lavrados pelo secretário,
opinião, devolvendo ao Delegado Geral de Polícia para
quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação, que emita parecer final em 10 dias e encaminhe os autos
data de recebimento, bem como certidões e compro- para a autoridade competente para a aplicação da pena.
missos.
Parágrafo único - Toda e qualquer juntada aos autos SEÇÃO IV
se fará na ordem cronológica da apresentação, rubri- DOS RECURSOS
cando o presidente as folhas acrescidas.
Artigo 119 - Caberá recurso, por uma única vez, da
Artigo 116 - Não será declarada a nulidade de ne- decisão que aplicar penalidade.
nhum ato processual que não houver influído na apu- § 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, con-
ração da verdade substancial ou diretamente na deci- tados da publicação da decisão impugnada no Diário
são do processo ou sindicância. Oficial do Estado.
§ 2º - Tratando-se de pena de advertência, sem publi-
Artigo 117 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros cidade, o prazo será contado da data em que o policial
meios de divulgação notas sobre os atos processuais, civil for pessoalmente intimado da decisão.
salvo no interesse da Administração, a juízo do Dele- § 3º - Do recurso deverá constar, além do nome e qua-
gado Geral de Polícia. lificação do recorrente, a exposição das razões de in-
conformismo.
§ 4º - O recurso será apresentado à autoridade que
Artigo 118 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exer-
aplicou a pena, que terá o prazo de 10 (dez) dias para,
cício, contados do cumprimento da sanção disciplinar, motivadamente, manter sua decisão ou reformá-la.
sem cometimento de nova infração, não mais poderá § 5º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmente,
aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclu- será imediatamente encaminhada a reexame pelo su-
sive para efeito de reincidência. perior hierárquico.
§ 6º - O recurso será apreciado pela autoridade com-
São competentes para determinar a instauração da sin- petente ainda que incorretamente denominado ou
dicância: o Governador, o Secretário da Segurança Pública endereçado.
e o Delegado Geral de Polícia. Apenas para funcionários Artigo 120 - Caberá pedido de reconsideração, que
que não sejam delegados de polícia, possuem competên- não poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Go-
cia o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria. vernador do Estado em única instância, no prazo de
Presidirá o processo administrativo delegado de po- 30 (trinta) dias.
lícia (se a apuração for contra outro delegado, deve pos- Artigo 121 - Os recursos de que trata esta lei comple-
suir ao menos a mesma classe que este), auxiliado por mentar não têm efeito suspensivo; os que forem provi-
escrivão na posição de secretário, que não podem pos- dos darão lugar às retificações necessárias, retroagin-
suir vínculo de parentesco ou amizade com o acusado. do seus efeitos à data do ato punitivo.
O processo administrativo será instaurado por por-
taria (na qual constará nome e identificação do acusado, Da decisão em sindicância ou processo disciplinar cabe
além da identificação da infração e dos fatos imputados e recurso, no prazo de 30 dias, manifestando as razões de in-
conformismo com a aplicação da pena. A autoridade que
normas infringidas), no prazo de 8 dias da determinação,
aplicou a pena, terá 10 dias por decidir pela manutenção
devendo ser concluído em 90 dias da citação do acusado
ou não desta. Caso decida pela manutenção, encaminhará
(se não concluir, encaminhar relatório que indique provi-
o recurso para reexame pelo superior hierárquico. Se a au-
dências faltantes e tempo necessário para conclusão ao toridade que aplicou a pena já for a de maior hierarquia,
Delegado de Polícia Diretor; se for ultrapassar o prazo notadamente, governador, não cabe recurso e sim pedido
de 180 dias, o Delegado Diretor deverá justificar o fato de reconsideração, também em 30 dias.
circunstanciadamente ao Delegado Geral de Polícia e ao
Secretário da Segurança Pública).
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

CAPÍTULO XI
Desde logo, se designará dia e hora para interrogatório, DA REVISÃO
citando-se pessoalmente o acusado (se não encontrado,
cabe citação por edital) e notificando-se o denunciante (que Artigo 122 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão
prestará informações). Ao acusado revel, que não compare- de punição disciplinar, se surgirem fatos ou circuns-
ça, será nomeado defensor dativo. Evidente, o acusado terá tâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de
direito a defesa, podendo constituir advogado ou mesmo procedimento, que possam justificar redução ou anu-
substituir o atuante oi dativo a qualquer tempo. lação da pena aplicada.

90
§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão não Ao final, a decisão proferida anteriormente poderá
constitui fundamento do pedido. ser modificada, alterando-se a classificação da infração,
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo absolvendo-se o punido, modificando-se a pena ou anu-
mesmo fundamento. lando-se o processo.
§ 3º - Os pedidos formulados em desacordo com este
artigo serão indeferidos. CAPÍTULO XII
§ 4º - O ônus da prova cabe ao requerente. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
Artigo 123 - A pena imposta não poderá ser agravada Artigo 129 - (Vetado).
pela revisão.
Artigo 130 - Contar-se-ão por dias corridos os prazos
Artigo 124 - A instauração de processo revisional
previstos nesta lei complementar.
poderá ser requerida fundamentadamente pelo inte-
Parágrafo único - Computam-se os prazos excluindo o
ressado ou, se falecido ou incapaz, por seu curador,
cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou dia do começo e incluindo o do vencimento, prorrogan-
irmão, sempre por intermédio de advogado. do-se este, quando incidir em sábado, domingo, feriado
Parágrafo único - O pedido será instruído com as pro- ou facultativo, para o primeiro dia útil seguinte.
vas que o requerente possuir ou com indicação daque-
las que pretenda produzir. Artigo 131 - Compete ao órgão Setorial de Recursos
Humanos da Polícia Civil, o planejamento, a coorde-
Artigo 125 - O exame da admissibilidade do pedido de nação, a orientação técnica e o controle, sempre em
revisão será feito pela autoridade que aplicou a pena- integração com o órgão central, das atividades de ad-
lidade, ou que a tiver confirmado em grau de recurso. ministração do pessoal policial civil.

Artigo 126 - Deferido o processamento da revisão, Artigo 132 - O Estado fornecerá aos policiais civis carteira
será este realizado por Delegado de Polícia de classe de identidade funcional, distintivo, algema, armamento
igual ou superior à do acusado, que não tenha funcio- e munição, para o efetivo exercício de suas funções.
nado no procedimento disciplinar de que resultou a § 1º - A carteira de identidade funcional dos policiais
punição do requerente. civis será elaborada com observância das diretrizes
básicas previstas na legislação federal para emissão
Artigo 127 - Recebido o pedido, o presidente providen- da carteira de identidade pelo órgão estadual de iden-
ciará o apensamento dos autos originais e notificará o tificação, dará direito ao porte de arma e ao uso de
requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol distintivo, e terá fé pública e validade como documen-
de testemunhas, ou requerer outras provas que pre- to de identificação civil.
tenda produzir. § 2º - Aplica-se, no que couber, à carteira de identida-
Parágrafo único - No processamento da revisão serão de funcional instituída para os policiais civis aposen-
observadas as normas previstas nesta lei complemen- tados o disposto no §1º deste artigo.
tar para o processo administrativo.
Artigo 133 - É proibida a acumulação de férias, salvo
Artigo 128 - A decisão que julgar procedente a revisão
por absoluta necessidade de serviço e pelo prazo má-
poderá alterar a classificação da infração, absolver o
punido, modificar a pena ou anular o processo, resta- ximo de 3 (três) anos consecutivos.
belecendo os direitos atingidos pela decisão reformada. Artigo 134 - O disposto nos artigos 41, 42, 44 e 45
desta lei complementar aplica-se aos integrantes da
A revisão não é um recurso, mas sim uma nova ma- série de classes de Agente de Segurança Penitenciária
nifestação de condenado em sindicância ou processo da Secretaria da Justiça.
administrativo, buscando a diminuição ou retirada da
pena, devido ao surgimento de fatos ou circunstâncias Artigo 135 - Aplicam-se aos funcionários policiais ci-
não apreciadas ou vícios insanáveis no procedimento. vis, no que não conflitar com esta lei complementar as
Não serve para reanalisar a justiça da decisão. Caberá ao disposições da Lei nº 199, de 1º de dezembro de 1948,
condenado fazer a prova de tais fatos e circunstâncias ou do Decreto-lei nº 141, de 24 de julho de 1969, da Lei nº
vícios. Na revisão, a pena não pode ser agravada. Lei Complementar nº 180, de 12 de maio de 1978, bem
Não apenas o condenado tem legitimidade, mas tam- como o regime de mensal, instituído pela Lei nº 4.832,
bém seu curador, cônjuge/companheiro, ascendente, de 4 de setembro de 1958, com alterações posteriores.
descendente e irmão no caso de incapacidade ou morte.
A autoridade que aplicou a penalidade ou a confirmou Artigo 136 - Esta lei complementar aplica-se, nas
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

em grau de recurso que será responsável por admitir a


mesmas bases, termos e condições, aos inativos.
revisão (requisitos de admissibilidade – se a revisão preen-
che os requisitos formais para que venha a ser apreciada).
Delegado de Polícia de classe superior à do conde- Artigo 137 - As despesas decorrentes da aplicação
nado será responsável pelo processamento da revisão. desta lei complementar, correrão à conta de créditos
Os autos da revisão serão apensados aos originais. O re- suplementares que o Poder Executivo fica autorizado
querente será notificado para em 8 dias apresentar rol de a abrir, até o limite de Cr$ 270.000.000,00 (duzentos e
testemunhas e requerer outras provas. setenta milhões de cruzeiros).

91
Parágrafo único - O valor do crédito autorizado neste artigo será coberto com recursos de que trata o artigo 43 da Lei
Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964.

Artigo 138 - Esta lei complementar e suas disposições transitórias entrarão em vigor em 1º de março de 1979 revo-
gadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 7.626, de 6 de dezembro de 1962, o Decreto-lei nº 156, de
8 de outubro de 1969, bem como a alínea “a” do inciso III do artigo 64 e o artigo 182, ambos da Lei Complementar
nº 180, de 12 de maio de 1978.

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Artigo 1º - Somente se aplicará esta lei complementar às infrações disciplinares praticadas na vigência da lei anterior,
quando:
I - o fato não for mais considerado infração disciplinar;
II - de qualquer forma, for mais branda a pena cominada.

Artigo 2º - Os processos em curso, quando da entrada em vigor desta lei complementar, obedecerão ao rito processual
estabelecido pela legislação anterior.

Artigo 3º - Os atuais cargos de Delegado de Polícia Substituto serão extintos na vacância.


Parágrafo único - Os ocupantes dos cargos a que alude este artigo, serão inscritos nos concursos de ingresso na car-
reira de Delegado de Polícia.

Artigo 4º - (Vetado).

Artigo 5º - (Vetado).

Artigo 6º - (Vetado).

Palácio dos Bandeirantes, 5 de janeiro de 1979.

ANEXO A QUE SE REFERE O ARTIGO 42 DA LEI COMPLEMENTAR N. 207, DE 5 DE JANEIRO DE 1979


LEGISLAÇÃO ESPECIAL

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

- Vide Lei Complementar nº 219, de 10/07/1979.


- Vide Lei Complementar nº 247, de 06/04/1981.

93
LEI COMPLEMENTAR Nº 922, DE 02 DE JULHO DE III - da falta prevista em lei como infração penal, no
2002 prazo de prescrição em abstrato da pena criminal, se
for superior a 5 (cinco) anos. (NR)
Altera a Lei Complementar nº 207, de 5 de janeiro de § 1º - A prescrição começa a correr: (NR)
1979 - Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo, e 1 - do dia em que a falta for cometida; (NR)
dá providências correlatas. 2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a per-
manência, nas faltas continuadas ou permanentes. (NR)
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: § 2º - Interrompe a prescrição a portaria que instaura sin-
dicância e a que instaura processo administrativo. (NR)
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu § 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR) 1 - na
promulgo a seguinte lei complementar: hipótese de desclassificação da infração, ao da pena
Artigo 1º - Passam a vigorar com a seguinte redação efetivamente aplicada; (NR)
os dispositivos adiante enumerados da Lei Comple- 2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da
mentar nº 207, de 5 de janeiro de 1979: pena em tese cabível. (NR)
I - os artigos 55, 56 e 57: § 4º - A prescrição não corre: (NR)
“Artigo 55 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou 1 - enquanto sobrestado o processo administrativo
jurídica, independentemente de pagamento, o direi- para aguardar decisão judicial, na forma do § 3º do
to de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e artigo 65; (NR)
para defesa de direitos. (NR) 2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que ve-
Parágrafo único - Em nenhuma hipótese, a Adminis- nha a ser restabelecido. (NR)
tração poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou § 5º - A decisão que reconhecer a existência de pres-
apreciar a petição, sob pena de responsabilidade do crição deverá determinar, desde logo, as providências
agente. (NR) necessárias à apuração da responsabilidade pela sua
Artigo 56 - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre ocorrência.” (NR);
abuso, erro, omissão ou conduta incompatível no ser- IV - os artigos 84 a 128, agrupados nas seções e capí-
viço policial. (NR) tulos a seguir indicados:
Artigo 57 - Ao policial civil é assegurado o direito de
requerer ou representar, bem como, nos termos desta “SEÇÃO III
lei complementar, pedir reconsideração DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (NR)
e recorrer de decisões.” (NR);
II - o artigo 70, passando o CAPÍTULO IX a denominar- Artigo 84 - A autoridade policial que, por qualquer
-se “Das Penalidades, da Extinção da Punibilidade das meio, tiver conhecimento de irregularidade praticada
Providências Preliminares” (NR):
por policial civil, comunicará imediatamente o fato ao
“Artigo 70 - Para a aplicação das penas previstas no
órgão corregedor, sem prejuízo das medidas urgentes
artigo 67 são competentes:
que o caso exigir. (NR)
I - o Governador; (NR)
Parágrafo único - Ao instaurar procedimento admi-
II - o Secretário da Segurança Pública; (NR)
nistrativo ou de polícia judiciária contra policial civil, a
III - o Delegado Geral de Polícia, até a de suspensão;
autoridade que o presidir comunicará o fato ao Dele-
(NR)
gado de Polícia Diretor da Corregedoria. (NR)
IV - o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria,
Artigo 85 - A autoridade corregedora realizará apu-
até a de suspensão limitada a 60 (sessenta)dias; (NR)
ração preliminar, de natureza simplesmente investi-
V - os Delegados de Polícia Corregedores Auxiliares,
gativa, quando a infração não estiver suficientemente
até a de repreensão. (NR)
caracterizada ou definida autoria. (NR)
§ 1º - Compete exclusivamente ao Governador do Es-
§ 1º - O início da apuração será comunicado ao Dele-
tado, a aplicação das penas de demissão, demissão a
gado de Polícia Diretor da Corregedoria, devendo ser
bem do serviço público e cassação de aposentadoria
concluída e a este encaminhada no prazo de 30 (trin-
ou disponibilidade a Delegado de Polícia. (NR)
ta) dias. (NR)
§ 2º - Compete às autoridades enumeradas neste ar-
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autori-
tigo, até o inciso III, inclusive, a aplicação de pena a
dade deverá imediatamente encaminhar ao Delegado
Delegado de Polícia. (NR)
de Polícia Diretor da Corregedoria relatório das dili-
§ 3º - Para o exercício da competência prevista nos gências realizadas e definir o tempo necessário para o
incisos I e II será ouvido o órgão de consultoria jurí- término dos trabalhos. (NR)
dica. (NR) § 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade
§ 4º - Para a aplicação da pena prevista no artigo 68 é deverá opinar fundamentadamente pelo arquivamen-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

competente o Delegado Geral de Polícia.” (NR); to ou pela instauração de sindicância ou processo ad-
III - o artigo 80: ministrativo. (NR)
“Artigo 80 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: Artigo 86 - Determinada a instauração de sindicância
I - da falta sujeita à pena de advertência, repreensão, ou processo administrativo, ou no seu curso, havendo
multa ou suspensão, em 2 (dois) anos; (NR) conveniência para a instrução ou para o serviço poli-
II - da falta sujeita à pena de demissão, demissão a cial, poderá o Delegado Geral de Polícia, por despa-
bem do serviço público e de cassação da aposentado- cho fundamentado, ordenar as seguintes providências:
ria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos; (NR) (NR)

94
I - afastamento preventivo do policial civil, quando o Artigo 92 - Aplicam-se à sindicância as regras previs-
recomendar a moralidade administrativa ou a reper- tas nesta lei complementar para o processo adminis-
cussão do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vanta- trativo, com as seguintes modificações: (NR)
gens, até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão
única vez por igual período; (NR) arrolar até 3 (três) testemunhas; (NR)
II - designação do policial acusado para o exercício II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de
de atividades exclusivamente burocráticas até decisão 60 (sessenta) dias; (NR)
final do procedimento; (NR) III - com o relatório, a sindicância será enviada à auto-
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, ar- ridade competente para a decisão. (NR)
mas e algemas; (NR) Artigo 93 - O Delegado Geral de Polícia poderá, quan-
IV - proibição do porte de armas; (NR) do entender conveniente, solicitar manifestação do
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a Conselho da Polícia Civil, antes de opinar ou proferir
ser estabelecida, para tomar ciência dos atos do pro- decisão em sindicância. (NR)
cedimento. (NR)
§ 1º - O Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, SEÇÃO III
ou qualquer autoridade que determinar a instauração DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
ou presidir sindicância ou processo administrativo, po-
derá representar ao Delegado Geral de Polícia para Artigo 94 - São competentes para determinar a instau-
propor a aplicação das medidas previstas neste artigo, ração de processo administrativo as autoridades enu-
bem como sua cessação ou alteração. (NR) meradas no artigo 70, até o inciso IV, inclusive. (NR)
§ 2º - O Delegado Geral de Polícia poderá, a qualquer
Parágrafo único - Quando a determinação incluir Dele-
momento, por despacho fundamentado, fazer cessar
gado de Polícia, a competência é das autoridades enu-
ou alterar as medidas previstas neste artigo. (NR)
meradas no artigo 70, até o inciso III, inclusive. (NR)
§ 3º - O período de afastamento preventivo computa-
Artigo 95 - O processo administrativo será presidido
se como de efetivo exercício, não sendo descontado da
por Delegado de Polícia, que designará como secretá-
pena de suspensão eventualmente aplicada. (NR)
rio um Escrivão de Polícia. (NR)
Parágrafo único - Havendo imputação contra Dele-
CAPÍTULO X
gado de Polícia, a autoridade que presidir a apuração
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR (NR)
será de classe igual ou superior à do acusado. (NR)
SEÇÃO I
Artigo 96 - Não poderá ser encarregado da apuração,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS nem atuar como secretário, amigo íntimo ou inimigo,
parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou co-
Artigo 87 - A apuração das infrações será feita me-
lateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, compa-
diante sindicância ou processo administrativo, assegu-
nheiro ou qualquer integrante do núcleo familiar do
rados o contraditório e a ampla defesa. (NR).
denunciante ou do acusado, bem assim o subordinado
Artigo 88 - Será instaurada sindicância quando a falta
deste. (NR)
disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas
Parágrafo único - A autoridade ou o funcionário de-
de advertência, repreensão, multa e suspensão. (NR)
signado deverão comunicar, desde logo, à autoridade
Artigo 89 - Será obrigatório o processo administrati-
competente, o impedimento que houver. (NR)
vo quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa
determinar a pena de demissão, demissão a bem do Artigo 97 - O processo administrativo deverá ser instau-
serviço público, cassação de aposentadoria ou dispo- rado por portaria, no prazo improrrogável de 8 (oito)
nibilidade. (NR) dias do recebimento da determinação, e concluído no
§ 1º - Não será instaurado processo para apurar abando- de 90 (noventa) dias da citação do acusado. (NR)
no de cargo, se o servidor tiver pedido exoneração. (NR) § 1º - Da portaria deverá constar o nome e a identifi-
§ 2º - Extingue-se o processo instaurado exclusiva- cação do acusado, a infração que lhe é atribuída, com
mente para apurar abandono de cargo, se o indiciado descrição sucinta dos fatos e indicação das normas
pedir exoneração até a data designada para o interro- infringidas. (NR)
gatório, ou por ocasião deste. (NR) § 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo,
a autoridade deverá imediatamente encaminhar ao
SEÇÃO II Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria relatório
indicando as providências faltantes e o tempo neces-
DA SINDICÂNCIA
sário para término dos trabalhos. (NR)
§ 3º - Caso o processo não esteja concluído no prazo
Artigo 90 - São competentes para determinar a ins-
de 180 (cento e oitenta) dias, o Delegado de Polícia
tauração de sindicância as autoridades enumeradas
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

no artigo 70. (NR) Diretor da Corregedoria deverá justificar o fato cir-


Parágrafo único - Quando a determinação incluir Dele- cunstanciadamente ao Delegado Geral de Polícia e ao
gado de Polícia, a competência é das autoridades enu- Secretário da Segurança Pública. (NR)
meradas no artigo 70, até o inciso IV, inclusive. (NR) Artigo 98 - Autuada a portaria e demais peças pree-
Artigo 91 - Instaurada a sindicância, a autoridade que xistentes, designará o presidente dia e hora para au-
a presidir comunicará o fato à Corregedoria Geral da diência de interrogatório, determinando a citação do
Polícia Civil e ao órgão setorial de pessoal. (NR) acusado e a notificação do denunciante, se houver. (NR)
§ 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR)

95
1 - cópia da portaria; (NR) § 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser exclusivamente por documentos, até as alegações fi-
acompanhado pelo advogado do acusado; (NR) nais. (NR)
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se hou- § 3º - Até a data do interrogatório, será designada a
ver, que deverá ser acompanhada pelo advogado do audiência de instrução. (NR)
acusado; (NR) Artigo 104 - Na audiência de instrução, serão ouvidas,
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido pela ordem, as testemunhas arroladas pelo presidente,
por advogado dativo, caso não constitua advogado em número não superior a 5 (cinco), e pelo acusado. (NR)
próprio; (NR) Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu
5 - informação de que o acusado poderá arrolar tes- comparecimento poderá ser solicitado ao respectivo
temunhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias superior imediato com as indicações necessárias. (NR)
após a data designada para seu interrogatório; (NR) Artigo 105 - A testemunha não poderá eximir-se de
6 - advertência de que o processo será extinto se o depor, salvo se for ascendente, descendente, cônjuge,
acusado pedir exoneração até o interrogatório, quan- ainda que legalmente separado, companheiro, irmão,
do se tratar exclusivamente de abandono de cargo. sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusa-
(NR) do, exceto quando não for possível, por outro modo,
§ 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas cir-
no mínimo 2 (dois) dias antes do interrogatório, por cunstâncias. (NR)
intermédio do respectivo superior hierárquico, ou di- § 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o
retamente, onde possa ser encontrado. (NR) denunciante, ficam elas proibidas de depor, observada
§ 3º - Não sendo encontrado, furtando-se o acusado à a exceção deste artigo. (NR)
citação ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far- § 2º - Ao policial civil que se recusar a depor, sem jus-
-se-á por edital, publicado uma vez no Diário Oficial ta causa, será pela autoridade competente aplicada a
do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do interro- sanção a que se refere o artigo 82, mediante comuni-
cação do presidente. (NR)
gatório. (NR)
§ 3º - O policial civil que tiver de depor como tes-
Artigo 99 - Havendo denunciante, este deverá prestar
temunha fora da sede de seu exercício, terá direito a
declarações, no interregno entre a data da citação e a
transporte e diárias na forma da legislação em vigor,
fixada para o interrogatório do acusado, sendo notifi-
podendo ainda expedir-se precatória para esse efeito
cado para tal fim. (NR)
à autoridade do domicílio do depoente. (NR)
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanha-
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão
da pelo advogado do acusado, próprio ou dativo. (NR)
de função, ministério, ofício ou profissão, devam guar-
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denun-
dar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interes-
ciante; antes porém de ser interrogado, poderá ter sada, quiserem dar o seu testemunho. (NR)
ciência das declarações que aquele houver prestado. Artigo 106 - A testemunha que morar em comarca di-
(NR) versa poderá ser inquirida pela autoridade do lugar de
Artigo 100 - Não comparecendo o acusado, será, por sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta pre-
despacho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos catória, com prazo razoável, intimada a defesa. (NR)
demais atos e termos do processo. (NR) § 1º - Deverá constar da precatória a síntese da impu-
Artigo 101 - Ao acusado revel será nomeado advoga- tação e os esclarecimentos pretendidos. (NR)
do dativo. (NR) § 2º - A expedição da precatória não suspenderá a
Artigo 102 - O acusado poderá constituir advogado instrução do procedimento. (NR)
que o representará em todos os atos e termos do pro- § 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá
cesso. (NR) prosseguir até final decisão; a todo tempo, a precató-
§ 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir ria, uma vez devolvida, será juntada aos autos. (NR)
aos atos e termos do processo, não sendo obrigatória Artigo 107 - As testemunhas arroladas pelo acusado
qualquer notificação. (NR) comparecerão à audiência designada independente
§ 2º - O advogado será intimado por publicação no de notificação. (NR)
Diário Oficial do Estado, de que conste seu nome e nú- § 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoi-
mero de inscrição na Ordem dos Advogados do Bra- mento for relevante e que não comparecer esponta-
sil, bem como os dados necessários à identificação do neamente. (NR)
procedimento. (NR) § 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa
§ 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou poderá substituí-la, se quiser, levando na mesma data
negando-se a constituir advogado, o presidente no- designada para a audiência outra testemunha, inde-
meará advogado dativo. (NR)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

pendente de notificação. (NR)


§ 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir Artigo 108 - Em qualquer fase do processo, poderá o
advogado para prosseguir na sua defesa. (NR) presidente, de ofício ou a requerimento da defesa, or-
Artigo 103 - Comparecendo ou não o acusado ao in- denar diligências que entenda convenientes. (NR)
terrogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para re- § 1º - As informações necessárias à instrução do pro-
querer a produção de provas, ou apresentá-las. (NR) cesso serão solicitadas diretamente, sem observância
§ 1º - Ao acusado é facultado arrolar até 5 (cinco) tes- de vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual
temunhas. (NR) cópia será juntada aos autos. (NR)

96
§ 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou pe- § 3º - Cumpridas as diligências, o Conselho da Polícia
ritos oficiais, o presidente os requisitará, observados os Civil emitirá parecer conclusivo, no prazo de 20 (vinte)
impedimentos do artigo 105. (NR) dias, encaminhando os autos ao Delegado Geral de
Artigo 109 - Durante a instrução, os autos do proce- Polícia. (NR)
dimento administrativo permanecerão na repartição § 4º - O Delegado Geral de Polícia, no prazo de 10
competente. (NR) (dez) dias, emitirá manifestação conclusiva e encami-
§ 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, me- nhará o processo administrativo à autoridade compe-
diante simples solicitação, sempre que não prejudicar tente para decisão. (NR)
o curso do procedimento. (NR) § 5º - A autoridade que proferir decisão determinará
§ 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo os atos dela decorrentes e as providências necessárias
para manifestação do acusado ou para apresentação a sua execução. (NR)
de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do Artigo 115 - Terão forma processual resumida, quan-
Estado. (NR) do possível, todos os termos lavrados pelo secretário,
§ 3º - Ao advogado é assegurado o direito de reti- quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação,
rar os autos da repartição, mediante recibo, durante data de recebimento, bem como certidões e compro-
o prazo para manifestação de seu representado, salvo missos. (NR)
na hipótese de prazo comum, de processo sob regime Parágrafo único - Toda e qualquer juntada aos autos
de segredo de justiça ou quando existirem nos autos se fará na ordem cronológica da apresentação, rubri-
documentos originais de difícil restauração ou ocorrer cando o presidente as folhas acrescidas. (NR)
circunstância relevante que justifique a permanência Artigo 116 - Não será declarada a nulidade de ne-
dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade nhum ato processual que não houver influído na apu-
em despacho motivado. (NR) ração da verdade substancial ou diretamente na deci-
Artigo 110 - Somente poderão ser indeferidos pelo são do processo ou sindicância. (NR)
presidente, mediante decisão fundamentada, os re- Artigo 117 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros
querimentos de nenhum interesse para o esclareci-
meios de divulgação notas sobre os atos processuais,
mento do fato, bem como as provas ilícitas, imperti-
salvo no interesse da Administração, a juízo do Dele-
nentes, desnecessárias ou protelatórias. (NR)
gado Geral de Polícia. (NR)
Artigo 111 - Quando, no curso do procedimento, sur-
Artigo 118 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exer-
girem fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser
cício, contados do cumprimento da sanção disciplinar,
promovida a instauração de novo procedimento para
sem cometimento de nova infração, não mais poderá
sua apuração, ou, caso conveniente, aditada a porta-
aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclu-
ria, reabrindo-se oportunidade de defesa. (NR)
sive para efeito de reincidência. (NR)
Artigo 112 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vis-
ta dos autos à defesa, que poderá apresentar alega-
ções finais, no prazo de 7 (sete) dias. (NR) SEÇÃO IV
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as ale- DOS RECURSOS
gações finais, o presidente designará advogado dativo,
assinando-lhe novo prazo. (NR) Artigo 119 - Caberá recurso, por uma única vez, da
Artigo 113 - O relatório deverá ser apresentado no decisão que aplicar penalidade. (NR)
prazo de 10 (dez) dias, contados da apresentação das § 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, con-
alegações finais. (NR) tados da publicação da decisão impugnada no Diário
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada Oficial do Estado. (NR)
acusado, separadamente, as irregularidades imputa- § 2º - Tratando-se de pena de advertência, sem publi-
das, as provas colhidas e as razões de defesa, propon- cidade, o prazo será contado da data em que o policial
do a absolvição ou punição e indicando, nesse caso, a civil for pessoalmente intimado da decisão. (NR)
pena que entender cabível. (NR) § 3º - Do recurso deverá constar, além do nome e qua-
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão lificação do recorrente, a exposição das razões de in-
de quaisquer outras providências de interesse do ser- conformismo. (NR)
viço público. (NR) § 4º - O recurso será apresentado à autoridade que
Artigo 114 - Relatado, o processo será encaminhado aplicou a pena, que terá o prazo de 10 (dez) dias para,
ao Delegado Geral de Polícia, que o submeterá ao motivadamente, manter sua decisão ou reformá-la.
Conselho da Polícia Civil, no prazo de 48 (quarenta e (NR)
oito) horas. (NR) § 5º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmente,
§ 1º - O Presidente do Conselho da Polícia Civil, no será imediatamente encaminhada a reexame pelo su-
perior hierárquico. (NR)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

prazo de 20 (vinte) dias, poderá determinar a realiza-


§ 6º - O recurso será apreciado pela autoridade com-
ção de diligência, sempre que necessário ao esclareci-
petente ainda que incorretamente denominado ou en-
mento dos fatos. (NR)
dereçado. (NR)
§ 2º - Determinada a diligência, a autoridade encar-
Artigo 120 - Caberá pedido de reconsideração, que
regada do processo administrativo terá prazo de 15
não poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Go-
(quinze) dias para seu cumprimento, abrindo vista à
vernador do Estado em única instância, no prazo de
defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias. (NR)
30 (trinta) dias. (NR)

97
Artigo 121 - Os recursos de que trata esta lei comple- § 3º - O processo administrativo só poderá ser sobres-
mentar não têm efeito suspensivo; os que forem provi- tado para aguardar decisão judicial por despacho mo-
dos darão lugar às retificações necessárias, retroagin- tivado da autoridade competente para aplicar a pena.”
do seus efeitos à data do ato punitivo. (NR) II - ao artigo 74, o inciso VI:
“VI - ausência ao serviço, sem causa justificável, por
CAPÍTULO XI mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente,
DA REVISÃO durante um ano.”
III - ao artigo 75, os incisos X, XI e XII:
“X - praticar ato definido como crime hediondo, tor-
Artigo 122 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão
tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e
de punição disciplinar, se surgirem fatos ou circuns-
terrorismo;
tâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de XI - praticar ato definido como crime contra o Siste-
procedimento, que possam justificar redução ou anu- ma Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de bens,
lação da pena aplicada. (NR) direitos ou valores;
§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão não XII - praticar ato definido em lei como de improbidade.”
constitui fundamento do pedido. (NR) Artigo 3º - Esta lei complementar entra em vigor na
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo data de sua publicação.
mesmo fundamento. (NR)
§ 3º - Os pedidos formulados em desacordo com este DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
artigo serão indeferidos. (NR)
§ 4º - O ônus da prova cabe ao requerente. (NR) Artigo 1º - A nova tipificação acrescentada aos artigos
Artigo 123 - A pena imposta não poderá ser agravada 74 e 75 da Lei Complementar nº 207, de 5 de janeiro
pela revisão. (NR) de 1979, só se aplica aos atos praticados após a entra-
Artigo 124 - A instauração de processo revisional da em vigor desta lei complementar.
poderá ser requerida fundamentadamente pelo inte- Artigo 2º - As demais disposições desta lei complemen-
ressado ou, se falecido ou incapaz, por seu curador, tar aplicam-se imediatamente, sem prejuízo da validade
cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou dos atos realizados na vigência da legislação anterior.
irmão, sempre por intermédio de advogado. (NR) Artigo 3º - Serão adaptados os procedimentos em
Parágrafo único - O pedido será instruído com as pro- curso na data da entrada em vigor desta lei comple-
vas que o requerente possuir ou com indicação daque- mentar, cabendo ao presidente tomar as providências
necessárias, ouvido o acusado.
las que pretenda produzir. (NR)
Parágrafo único - O presidente da Comissão Pro-
Artigo 125 - O exame da admissibilidade do pedido de re-
cessante assumirá a condução do processo adminis-
visão será feito pela autoridade que aplicou a penalidade, trativo em curso, podendo propor, motivadamente,
ou que a tiver confirmado em grau de recurso. (NR) ao Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, sua
Artigo 126 - Deferido o processamento da revisão, substituição por outro membro.
será este realizado por Delegado de Polícia de classe Artigo 4º - Os policiais civis que tiverem recebido punição
igual ou superior à do acusado, que não tenha funcio- da qual ainda caiba recurso ou pedido de reconsideração,
nado no procedimento disciplinar de que resultou a terão prazo decadencial de 30 (trinta) dias para a respecti-
punição do requerente. (NR) va interposição, na forma desta lei complementar.
Artigo 127 - Recebido o pedido, o presidente providen- Parágrafo único - A Administração publicará aviso,
ciará o apensamento dos autos originais e notificará o por 3 (três) vezes, no Diário Oficial do Estado, quanto
requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol ao disposto no “caput”, contando-se o prazo do pri-
de testemunhas, ou requerer outras provas que pre- meiro dia útil após a terceira publicação.
tenda produzir. (NR)
Parágrafo único - No processamento da revisão serão Palácio dos Bandeirantes, 2 de julho de 2002.
observadas as normas previstas nesta lei complemen-
tar para o processo administrativo. (NR) LEI COMPLEMENTAR N.º 1.151/11 E LEI N.º
Artigo 128 - A decisão que julgar procedente a revisão 1.249/2014)
poderá alterar a classificação da infração, absolver o
punido, modificar a pena ou anular o processo, resta-
belecendo os direitos atingidos pela decisão reforma- LEI COMPLEMENTAR Nº 1.151
da. (NR)”
Artigo 2º - Ficam acrescentados à Lei Complementar nº Dispõe sobre a reestruturação das carreiras de policiais
207, de 5 de janeiro de 1979, os seguintes dispositivos: civis, do Quadro da Secretaria da Segurança Pública, e dá
I - ao artigo 65, os §§ 1º, 2º e 3º: providências correlatas
§ 1º - A responsabilidade administrativa é indepen-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

dente da civil e da criminal. Artigo 1º - As carreiras policiais civis, do Quadro da Se-


§ 2º - Será reintegrado ao serviço público, no cargo cretaria da Segurança Pública, de que trata a Lei Com-
que ocupava e com todos os direitos e vantagens de- plementar nº 494, de 24 de dezembro de 1986, alterada
vidas, o servidor absolvido pela Justiça, mediante sim- pela Lei Complementar nº 1.064, de 13 de novembro de
ples comprovação do trânsito em julgado de decisão 2008, ficam estruturadas, para efeito de escalonamento
e promoção, em quatro classes, dispostas hierarquica-
que negue a existência de sua autoria ou do fato que
mente de acordo com o grau de complexidade das atri-
deu origem à sua demissão.
buições e nível de responsabilidade.

98
Artigo 2º - As carreiras policiais civis passam a ser Artigo 6º - O cargo de Superintendente da Polícia Téc-
compostas pelo quantitativo de cargos fixados no nico-Científica, de provimento em comissão, será ocu-
Anexo I desta lei complementar, cujos ocupantes são pado, alternadamente, por integrante das carreiras de
distribuídos hierarquicamente em ordem crescente na Médico Legista e Perito Criminal, nos termos da lei.
seguinte conformidade:
I - 3ª Classe; Artigo 7º - Os primeiros 3 (três) anos de efetivo exercí-
II - 2ª Classe; cio nos cargos das carreiras policiais civis de 3ª Classe,
III - 1ª Classe; a que se refere o artigo 3º desta lei complementar,
IV - Classe Especial. caracteriza-se como estágio probatório.
§ 1º - Durante o período a que se refere o “caput” deste
Artigo 3º - O ingresso nas carreiras policiais civis, pre- artigo, os integrantes das carreiras policiais civis serão
cedido de aprovação em concurso público de provas observados e avaliados, semestralmente, no mínimo,
e títulos, dar-se-á na 3ª Classe, mediante nomeação quanto aos seguintes requisitos:
em caráter de estágio probatório, pelo exercício de 3 1 - aprovação no curso de formação técnico-profissional;
(três) anos de efetivo exercício, obrigatoriamente em
unidade territorial de polícia judiciária e da polícia 2 - conduta ilibada, na vida pública e na vida privada,
técnico-científica, salvo autorização do Secretário da inclusive em período anterior ao início do exercício;
Segurança Pública, mediante representação do Dele- 3 - aptidão, inclusive física e mental;
gado Geral de Polícia. 4 - disciplina;
5 - assiduidade;
Artigo 4º - Constituem exigências prévias para ins- 6 - dedicação ao serviço;
crição no concurso público de ingresso nas carreiras 7 - eficiência;
policiais civis ser portador de nível de escolaridade 8 - responsabilidade.
estabelecido para cada carreira no artigo 5º da Lei § 2º - O curso de formação técnico-profissional, fase
Complementar nº 494, de 24 de dezembro de 1986, e inicial do estágio probatório, a que se refere o item 1 do
no artigo 1º da Lei Complementar nº 1.067, de 1º de § 1º deste artigo, terá a duração mínima 3 (três) meses.
dezembro de 2008.
§ 3º - O policial civil será considerado aprovado no
Artigo 5º - O concurso público a que se refere o artigo curso de formação técnico-profissional desde que ob-
3º desta lei complementar será realizado em 5 (cinco) tenha nota mínima correspondente a 50% (cinquenta
fases, a saber: por cento) da pontuação máxima, em cada disciplina.
I - prova preambular com questões de múltipla esco- § 4º - Durante o período de estágio probatório, será
lha; exonerado, mediante procedimento administrativo, a
II - prova escrita com questões dissertativas, quando qualquer tempo, o policial civil que não atender aos
for o caso, a ser regulada em edital de concurso pú- requisitos estabelecidos neste artigo, assegurados o
blico; contraditório e a ampla defesa.
III - comprovação de idoneidade e conduta escorreita, § 5º - Os demais critérios e procedimentos para fins do
mediante investigação social; cumprimento do estágio probatório serão estabeleci-
IV - prova oral, obrigatória para todas as carreiras nas dos em decreto, mediante proposta do Secretário da
quais seja exigido nível de ensino superior, e facultati- Segurança Pública, ouvida a Secretaria de Gestão Pú-
va para as demais, conforme deliberação do Conselho blica, no prazo máximo de 90 (noventa) dias a contar
da Polícia Civil; da data da publicação desta lei complementar.
V - prova de títulos, quando for o caso, a ser regulada
em edital de concurso público. § 6º - Cumpridos os requisitos para fins de estágio
§ 1º - As fases a que se referem os incisos I a IV deste probatório, o policial civil obterá estabilidade, manti-
artigo serão sucessivas e de caráter eliminatório, e a do o nível de ingresso na respectiva carreira.
do inciso V, de caráter classificatório.
§ 2º - A aplicação de fases de que trata o “caput” po- Artigo 8º - Os vencimentos dos integrantes das carrei-
derá ser descentralizada para os núcleos de ensino da ras policiais civis, de que trata o artigo 2º da Lei Com-
Academia de Polícia, exceto aquela prevista no inciso plementar nº 731, de 26 de outubro de 1993, alterado
IV deste artigo. pelo artigo 2º da Lei Complementar nº 1.064, de 13 de
§ 3º - O edital de concurso estabelecerá o momento novembro de 2008, em decorrência de reclassificação,
em que o candidato deverá realizar exame de caráter passam a ser fixados na seguinte conformidade:
psicotécnico. I - Anexos II e III desta lei complementar, a partir de 1º
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

de julho de 2011;
Artigo 5º-A - Constitui requisito para fins de ingresso II - Anexos IV e V desta lei complementar, a partir de
nas carreiras policiais civis, além das previstas na Lei 1º de agosto de 2012.
Complementar nº 494, de 24 de dezembro de 1986, e
na Lei Complementar nº 1.067, de 1º de dezembro de Artigo 9º - A evolução funcional dos integrantes das
2008, a comprovação da capacidade física e mental. carreiras policiais civis dar-se-á por meio de promo-
ção, que consiste na elevação à classe imediatamente
superior da respectiva carreira.

99
Artigo 10 - A promoção será processada pelo Conse- III - afastado nos termos do § 1º do artigo 125 da
lho da Polícia Civil, adotados os critérios de antigui- Constituição do Estado;
dade e merecimento, realizando-se, no mínimo, uma IV - designado para função de direção, chefia ou en-
promoção por semestre. carregatura retribuída mediante gratificação “pro la-
§ 1º - A evolução funcional até a 1ª Classe das carrei- bore” a que se refere o artigo 7º da Lei Complementar
ras de policiais civis dar-se-á por quaisquer dos crité- nº 731, de 26 de outubro de 1993, com alterações pos-
rios estabelecidos neste artigo, e para a Classe Espe- teriores, e o artigo 5º da Lei Complementar nº 1.064,
cial, somente por merecimento. de 13 de novembro de 2008.
§ 2º - O processo de promoção a que se refere o
“caput” deste artigo instaura-se mediante Portaria do Artigo 14 - Na promoção por antiguidade, apurada
Presidente do Conselho da Polícia Civil. pelo tempo de efetivo exercício na classe, computa-
do até a data que antecede a abertura do respectivo
Artigo 11 - A promoção de que trata o artigo 10 desta processo, o empate na classificação final resolver-se-á
lei complementar será processada na seguinte confor- observada a seguinte ordem:
midade: I - maior tempo de serviço na respectiva carreira;
I - alternadamente, em proporções iguais, por antigui- II - maior tempo de serviço público estadual;
dade e por merecimento, da 3ª até a 1ª Classe, limita- III - maior idade.
do o quantitativo de promoções ao número correspon-
dente de vacâncias ocorridas em cada uma das classes Artigo 15 - A promoção por merecimento depende do
das respectivas carreiras, no período que antecede a preenchimento dos requisitos e de avaliação do me-
abertura do respectivo processo; recimento.
II - somente por merecimento, para a Classe Especial, § 1º - Para fins de promoção a que se refere o “caput”
limitado o quantitativo de promoções a um núme- deste artigo, além do interstício de que trata o arti-
ro que não ultrapasse o contingente estabelecido no go 12 desta lei complementar, o policial civil deverá
Anexo VI desta lei complementar, em atividade, na re- preencher os seguintes requisitos:
ferida classe das respectivas carreiras.
§ 1º - O quantitativo de promoções a que se refere o 1 - estar na primeira metade da lista de classificação
inciso I deste artigo poderá ser acrescido em número em sua respectiva classe, salvo o disposto no inciso II
correspondente ao de promoções ocorridas dentro do do artigo 16 desta lei complementar;
próprio processo, inclusive aquelas ocorridas nos ter- 2 - estar em efetivo exercício na Secretaria da Segu-
mos do artigo 22 desta lei complementar. rança Pública, ou regularmente afastado para exercer
§ 2º - Poderá concorrer à promoção o policial civil que, cargo ou função de interesse estritamente policial;
no período que anteceder a abertura do processo de 3 - não ter sofrido punição disciplinar na qual tenha
promoção: sido imposta pena de:
1 - esteja em efetivo exercício na Secretaria da Segu- a) advertência ou de repreensão, nos 12 (doze) meses
rança Pública ou regularmente afastado para exercer anteriores;
cargo ou função de interesse estritamente policial; b) multa ou de suspensão, nos 24 (vinte e quatro) me-
2 - tenha cumprido o interstício a que se refere o arti- ses anteriores.
go 12 desta lei complementar.
§ 3º - A promoção de que trata o “caput” deste artigo 4 - haver concluído, com aproveitamento, curso espe-
produzirá efeitos a partir da data da publicação do cífico ministrado pela Academia de Polícia “Dr. Corio-
ato a que se refere o artigo 23 desta lei complementar. lano Nogueira Cobra.
§ 2º - O preenchimento dos requisitos deverá ser apu-
Artigo 12 - Poderá participar do processo de promoção rado pelo Conselho da Polícia Civil até a data que an-
de que trata o artigo 10 desta lei complementar o po- tecede a abertura do processo de promoção.
licial civil que tenha cumprido o interstício mínimo de: § 3º - A avaliação por merecimento será efetuada pelo
I - 3 (três) anos de efetivo exercício na 3ª Classe; Conselho da Polícia Civil e deverá observar, entre ou-
II - 2 (dois) anos de efetivo exercício na 2ª e na 1ª tros, os seguintes critérios:
Classe. 1 - conduta do candidato;
2 - assiduidade;
Artigo 13 - Interromper-se-á o interstício a que se re- 3 - eficiência;
4 - elaboração de trabalho técnico-científico de inte-
fere o artigo 12 desta lei complementar quando o po-
resse policial.
licial civil estiver afastado para ter exercício em cargo
5 - coordenação ou efetiva participação em seminá-
ou função de natureza diversa da do cargo ou função
rios, cursos, congressos, simpósios, oficinas e outros
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

que exerce, exceto quando:


eventos reconhecidos, voltados ao aperfeiçoamento
I - afastado nos termos dos artigos 78, 79 e 80 da Lei
profissional.
nº 10.261, de 28 de outubro de 1968;
II - afastado, sem prejuízo dos vencimentos, para par-
Artigo 16 - A promoção do policial civil da 1ª Classe
ticipação em cursos, congressos ou demais certames para a Classe Especial, até o limite previsto no inciso II
afetos à sua área de atuação, pelo prazo máximo de do artigo 11 desta lei complementar, deverá observar
90 (noventa) dias; os seguintes requisitos, além daqueles previstos no ar-
tigo 15 desta lei complementar:

100
I - o interstício de 20 (vinte) anos na respectiva carreira; I - para a 2ª Classe da respectiva carreira, contar com
II - encontrar-se, no mínimo, dentre os dois terços 15 (quinze) anos de efetivo exercício na carreira, con-
mais antigos dos classificados na 1ª Classe. siderado o tempo de estágio probatório;
II - para a 1ª Classe, se contar com 25 (vinte e cinco)
Artigo 17 - Para promoção por merecimento serão anos de efetivo exercício na carreira.
indicados policiais civis em número equivalente ao § 1º - A promoção de que trata este artigo será reali-
quantitativo de promoções fixado para cada classe da zada semestralmente, nos meses de março e setembro
respectiva carreira, mais dois. de cada ano, e produzirá efeitos a partir da data sub-
§ 1º - A votação será descoberta e única para cada sequente ao implemento dos critérios estabelecidos
indicação. nos incisos I e II deste artigo.
§ 2º - O policial civil com maior número de votos será § 2º - Caberá ao órgão setorial de recursos humanos
considerado indicado para promoção. apresentar a lista dos policiais civis com direito à pro-
§ 3º - Ao Presidente do Conselho da Polícia Civil ca- moção de que trata este artigo, para homologação
berá emitir o voto de qualidade, em caso de empate. pelo Conselho da Polícia Civil.
§ 4º - Quando o quantitativo fixado para promoção
for superior ao número de indicações possíveis, obser- Artigo 23 - Atendidas as exigências previstas nesta lei
var-se-á lista de antiguidade para a respectiva pro- complementar, as promoções serão efetivadas por ato
moção. do Governador.
Artigo 18 - Ao policial civil indicado para promoção Artigo 24 - Na vacância, os cargos das carreiras poli-
pelo Conselho da Polícia Civil e não promovido, fica ciais civis de 2ª Classe a Classe Especial retornarão à
assegurado o direito de novas indicações, desde que 3ª Classe da respectiva carreira.
não sobrevenha punição administrativa.
Parágrafo único - O policial civil que figurar em três Artigo 25 - Os dispositivos adiante mencionados pas-
listas consecutivas de merecimento terá sua promoção sam a vigorar com a seguinte redação:
assegurada, por esse critério, no processo de promo-
ção subsequente. I - a alínea “a” do inciso II do artigo 3º da Lei Comple-
Artigo 19 - As listas dos policiais civis indicados à mentar nº 696, de 18 de novembro de 1992, alterado
promoção por antiguidade e merecimento, esta últi- pela Lei Complementar nº 1.114, de 26 de maio de
ma disposta em ordem alfabética, serão publicadas 2010:
no Diário Oficial do Estado, no prazo máximo de 15 “Artigo 3º - Os valores do Adicional de Local de Exercí-
(quinze) dias, a partir da data da portaria de instaura- cio ficam fixados na seguinte conformidade: [...]
ção do respectivo processo. II - para o Local II:
§ 1º - Cabe reclamação, dentro do prazo de 5 (cinco) a) R$ 1.575,00 (mil, quinhentos e setenta e cinco reais),
dias úteis a partir da publicação, dirigida ao Presiden- para o Delegado Geral de Polícia, Superintendente da
te do Conselho, contra a classificação na lista de an- Polícia Técnico-Científica e para as carreiras de De-
tiguidade ou não indicação na lista de merecimento. legado de Polícia, Médico Legista e Perito Criminal;”
§ 2º - Findo o prazo, as reclamações serão distribuídas II - os incisos I e II do artigo 4º da Lei Complementar
mediante rotatividade entre os membros do Conselho nº 1.114, de 26 de maio de 2010:
da Polícia Civil, que deverão emitir parecer no prazo “Artigo 4º - Quando a retribuição total mensal do po-
improrrogável de 3 (três) dias úteis. licial civil for inferior aos valores fixados neste artigo,
§ 3º - Esgotado o prazo a que se refere o § 2º deste será concedido abono complementar para que sua re-
artigo, as reclamações serão submetidas à deliberação tribuição total mensal corresponda a esses valores, na
do Conselho da Polícia Civil, que as decidirá no prazo seguinte conformidade:
improrrogável de 3 (três) dias úteis. I - R$ 1.350,00 (mil, trezentos e cinquenta reais), para
§ 4º - A decisão e a alteração das listas, se houver, as carreiras de Investigador de Polícia, Escrivão de
serão publicadas no Diário Oficial do Estado. Polícia, Agente Policial, Carcereiro, Auxiliar de Papi-
§ 5º - Não caberá qualquer recurso contra a nova clas- loscopista Policial, Atendente de Necrotério Policial,
sificação. Papiloscopista Policial, Desenhista Técnico-Pericial,
Artigo 20 - O Presidente do Conselho da Polícia Civil Auxiliar de Necropsia, Agente de Telecomunicações
encaminhará as listas de promoção ao Secretário da Policial e Fotógrafo Técnico-Pericial, quando o policial
Segurança Pública, que as transmitirá ao Governador, civil prestar serviços em município com população in-
para efetivação da promoção dos classificados por an- ferior a 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
tiguidade e por merecimento. II - R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), para as car-
reiras de Investigador de Polícia, Escrivão de Polícia,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Artigo 21 - Os casos omissos serão objeto de delibera- Agente Policial, Carcereiro, Auxiliar de Papiloscopista
ção do Conselho da Polícia Civil. Policial, Atendente de Necrotério Policial, Papilosco-
pista Policial, Desenhista Técnico-Pericial, Auxiliar de
Artigo 22 - Além da promoção prevista no artigo 10 Necropsia, Agente de Telecomunicações Policial e Fo-
desta lei complementar, o policial civil será promovido tógrafo Técnico-Pericial, quando o policial civil prestar
à classe superior, independente de limite, observados serviços em município com população igual ou supe-
os seguintes critérios: rior 500.000 (quinhentos mil) habitantes.”

101
Artigo 26 - Fica constituído grupo de trabalho inte-
grado por representantes do Poder Executivo e Legis-
lativo, com a finalidade de avaliar as possibilidades de
valorização das carreiras de Investigador de Polícia e
Escrivão de Polícia, considerando a Lei Complementar
nº 1.067, de 1º de dezembro de 2008, no prazo de 180
(cento e oitenta) dias.

Artigo 27 - Esta lei complementar e suas disposições tran-


sitórias aplicam-se, no que couber, aos ocupantes de fun-
ções-atividades, bem como aos inativos e pensionistas.

Artigo 28 - As despesas decorrentes desta lei comple-


mentar correrão à conta das dotações próprias con-
signadas no orçamento da Secretaria da Segurança
Pública, suplementadas, se necessário, mediante utili-
zação de recursos nos termos do § 1º do artigo 43 da
Lei federal nº 4.320, de 17 de março de 1964.

Artigo 29 - Esta lei complementar e suas disposições - Anexo I com redação dada pela Lei Complementar nº
transitórias entram em vigor na data de sua publica- 1.206, de 03/07/2013.
ção, retroagindo seus efeitos a 1º de julho de 2011,
exceto o artigo 25, que retroage seus efeitos a 1º de
março de 2010, ficando revogados os artigos 5º a 14
da Lei Complementar nº 675, de 5 de junho de 1992.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Artigo 1º - Os atuais policiais civis de 4ª Classe terão


seus cargos enquadrados na 3ª Classe da respectiva
carreira, mantida a ordem de classificação.

§ 1º - O tempo de efetivo exercício no cargo de 4ª


Classe será computado para efeito de estágio probató-
rio a que se refere o artigo 3º desta lei complementar.
§ 2º - Os títulos dos servidores abrangidos por este ar-
tigo serão apostilados pelas autoridades competentes.

Artigo 2º - O provimento em cargos das carreiras de


policiais civis de candidatos aprovados em concursos
públicos de ingresso, em andamento ou encerrado,
cujo prazo de validade não tenha se expirado, dar-se-
-á em conformidade com o disposto no artigo 3º desta
lei complementar.
Parágrafo único - Os policiais civis que tenham con-
cluído ou estejam frequentando o Curso Específico de
Aperfeiçoamento necessário à promoção de 3ª Classe
para 2ª Classe, e de 1ª Classe para a Classe Especial,
terão preferência para concorrer ao primeiro processo
de promoção que houver após a aprovação desta lei
complementar.

Artigo 3º - O primeiro processo de promoção a que se


refere o artigo 22 desta lei complementar observará os
critérios estabelecidos de tempo de efetivo exercício na
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

classe e na respectiva carreira até a data que antecede


a publicação desta lei complementar.
Parágrafo único - As promoções a que se refere o
“caput” deste artigo produzirão efeitos a partir da vi-
gência desta lei complementar.

Palácio dos Bandeirantes, 25 de outubro de 2011

102
#FicaDica
Os 03 (três) primeiros anos de exercício
são considerados estágio probatório para
os cargos das carreiras de policial civil 3ª.
classe.

LEGISLAÇÃO ESPECIAL

103
ANEXO VI

a que se refere o inciso II do artigo 11 da Lei Comple-


mentar nº 1.151, de 25/10/2011

LEI COMPLEMENTAR Nº 1.249, DE 03 DE JULHO DE 2014

Dispõe sobre a reclassificação dos vencimentos dos in-


tegrantes das carreiras policiais civis e militares, da Secre-
taria de Segurança Pública, bem como da carreira e classe
que especifica, da Secretaria da Administração Penitenciá-
ria, e dá outras providências correlatas
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:

Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu


promulgo a seguinte lei complementar:

Artigo 1º - Os valores dos vencimentos dos integran-


tes das carreiras policiais civis e militares, da Secre-
taria de Segurança Pública, bem como da carreira e
classe que especifica, da Secretaria da Administração
Penitenciária, em decorrência de reclassificação, ficam
fixados na conformidade dos seguintes anexos desta
lei complementar:
I - Anexo I:
a) o Subanexo 1, para os integrantes das carreiras poli-
ciais civis, de que trata o artigo 2º da Lei Complementar
nº 731, de 26 de outubro de 1993, alterado pelo inciso
II do artigo 1º da Lei Complementar nº 1.216, de 31 de
outubro de 2013 e pelo artigo 1º da Lei Complementar
nº 1.223 de 13 de dezembro de 2013;
b) o Subanexo 2, para os integrantes das carreiras de
Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia, de que
trata o artigo 2º da Lei Complementar nº 731, de 26
de outubro de 1993, alterado pelas leis a que se refere
a alínea “a” do inciso I deste artigo;
II - Anexo II, para os integrantes da Polícia Militar, de
que trata o artigo 2º da Lei Complementar nº 731,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

de 26 de outubro de 1993, alterado pelo inciso III do


artigo 1º da Lei Complementar nº 1.216, de 31 de ou-
tubro de 2013;
III - Anexo III, para os integrantes da carreira de Agen-
te de Segurança Penitenciária, de que trata o artigo 2º
da Lei Complementar nº 959, de 13 de setembro de
2004, alterado pelo inciso I do artigo 2º da Lei Com-
plementar nº 1.246, de 27 de junho de 2014;

104
IV - Anexo IV, para os integrantes da classe de Agente I - 3ª Classe;
de Escolta e Vigilância Penitenciária, de que trata o II - 2ª Classe;
artigo 7º da Lei Complementar nº 898, de 13 de ju- III - 1ª Classe;
lho de 2001, alterado pelo inciso II do artigo 2º da Lei IV - Classe Especial.” (NR);
Complementar nº 1.246, de 27 de junho de 2014. o artigo 3º:
Artigo 2º - Os dispositivos adiante mencionados pas- “Artigo 3º - O ingresso nas carreiras policiais civis, pre-
sam a vigorar com a seguinte redação: cedido de aprovação em concurso público de provas
I - o artigo 44 da Lei Complementar n° 207, de 5 de e títulos, darse- á na 3ª Classe, mediante nomeação
janeiro de 1979: em caráter de estágio probatório, pelo exercício de 3
“Artigo 44 - O exercício dos cargos policiais civis dar- (três) anos de efetivo exercício, obrigatoriamente em
-se-á, necessariamente, em Regime Especial de Traba- unidade territorial de polícia judiciária e da polícia
lho Policial - RETP, o qual é caracterizado: técnico-científica, salvo autorização do Secretário da
I - pela prestação de serviços em condições precárias
Segurança Pública, mediante representação do Dele-
de segurança, cumprimento de horário irregular, sujei-
gado Geral de Polícia.” (NR);
to a plantões noturnos e a chamadas a qualquer hora;
o artigo 5º:
II - pela proibição do exercício de atividade remunera-
da, exceto aquelas: “Artigo 5º - O concurso público a que se refere o artigo
a) relativas ao ensino e à difusão cultural; 3º desta lei complementar será realizado em 5 (cinco)
b) decorrentes de convênio firmado entre Estado e fases, a saber:
municípios ou com associações e entidades privadas I - prova preambular com questões de múltipla esco-
para gestão associada de serviços públicos, cuja exe- lha;
cução possa ser atribuída à Polícia Civil; II - prova escrita com questões dissertativas, quando
III - pelo risco de o policial tornar-se vítima de crime for o caso, a ser regulada em edital de concurso pú-
no exercício ou em razão de suas atribuições. blico;
§ 1º - O exercício, pelo policial civil, de atividades de- III - comprovação de idoneidade e conduta escorreita,
correntes do convênio a que se refere a alínea “b” do mediante investigação social;
inciso II deste artigo dependerá: IV - prova oral, obrigatória para todas as carreiras nas
1 - de inscrição voluntária do interessado, revestindo- quais seja exigido nível de ensino superior, e facultati-
-se de obrigatoriedade depois de publicadas as res- va para as demais, conforme deliberação do Conselho
pectivas escalas; da Polícia Civil;
2 - de estrita observância, nas escalas, do direito ao V - prova de títulos, quando for o caso, a ser regulada
descanso mínimo previsto na legislação em vigor. em edital de concurso público.
§ 2º - À sujeição ao regime de que trata este artigo § 1º - As fases a que se referem os incisos I a IV deste
corresponde gratificação que se incorpora aos venci- artigo serão sucessivas e de caráter eliminatório, e a
mentos para todos os efeitos legais.” (NR); do inciso V, de caráter classificatório.
II - o artigo 9º da Lei Complementar nº 731, de 26 de § 2º - A aplicação de fases de que trata o “caput” po-
outubro de 1993: derá ser descentralizada para os núcleos de ensino da
“Artigo 9º - As aulas ministradas por policiais nos cur- Academia de Polícia, exceto aquela prevista no inciso
sos das academias da Polícia Militar e da Polícia Civil IV deste artigo.
serão retribuídas por hora-aula, cujo valor será fixado § 3º - O edital de concurso estabelecerá o momento
mediante decreto.
em que o candidato deverá realizar exame de caráter
§ 1º - Sobre o valor a que se refere o “caput” deste
psicotécnico.” (NR);
artigo:
Os itens 2 e 3 do §1º do artigo 7º:
1 - incidirão os descontos previdenciário e de assistên-
cia médica; “Artigo 7º -..............................................................
2 - não incidirão a gratificação pelo Regime Especial § 1º - .......................................................................
de Trabalho Policial - RETP, o adicional por tempo de 1 - ...........................................................................
serviço e a sexta-parte dos vencimentos. 2 - conduta ilibada, na vida pública e na vida privada,
§ 2º - A retribuição prevista neste artigo será compu- inclusive em período anterior ao início do exercício;
tada, por ocasião da inatividade, à razão de 1/30 (um 3 - aptidão, inclusive física e mental;” (NR)
trinta avos) por ano de percebimento. e) o artigo 12:
§ 3º - Para fins do disposto no parágrafo 1º deste arti- “Artigo 12 - Poderá participar do processo de promoção
go, a retribuição das aulas ministradas será calculada de que trata o artigo 10 desta lei complementar o po-
com base na média dos valores percebidos, devida- licial civil que tenha cumprido o interstício mínimo de:
mente atualizados com os valores praticados no mês I - 3 (três) anos de efetivo exercício na 3ª Classe;
que antecede a inativação.” (NR); II - 2 (dois) anos de efetivo exercício na 2ª e na 1ª
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

III - da Lei Complementar nº 1.151, de 25 de outubro Classe.”(NR);


de 2011: f) os itens 1 e 2 do §1º do artigo 15:
O artigo 2º: “Artigo 15 - ..............................................................
“Artigo 2º - As carreiras policiais civis passam a ser § 1º - .........................................................................
compostas pelo quantitativo de cargos fixados no 1 - estar na primeira metade da lista de classificação
Anexo I desta lei complementar, cujos ocupantes são em sua respectiva classe, salvo o disposto no inciso II
distribuídos hierarquicamente em ordem crescente na do artigo 16 desta lei complementar;
seguinte conformidade:

105
2 - estar em efetivo exercício na Secretaria da Segu- ríodo mínimo de 16 (dezesseis) horas mensais durante
rança Pública, ou regularmente afastado para exercer 1 (um) ano;
cargo ou função de interesse estritamente policial;” 2 - em se tratando do exercício de advocacia, inclusive
(NR); voluntária, a efetiva participação anual mínima em 5
g) o artigo 16: (cinco) atos privativos de advogado, previstos no arti-
“Artigo 16 - A promoção do policial civil da 1ª Classe go 1º da Lei Federal nº 8.906, de 4 de julho de 1994,
para a Classe Especial, até o limite previsto no inciso II em causas ou questões distintas;
do artigo 11 desta lei complementar, deverá observar § 2º - Será assegurada, nas comissões instaladas para
os seguintes requisitos, além daqueles previstos no ar- realização de concursos públicos de ingresso na car-
tigo 15 desta lei complementar: reira de Delegado de Polícia, a participação de advo-
I - o interstício de 20 (vinte) anos na respectiva car- gado indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil,
reira; Seção de São Paulo.” (NR);
II - encontrar-se, no mínimo, dentre os dois terços mais d) o artigo 5º:
antigos dos classificados na 1ª Classe.” (NR); “Artigo 5º - O concurso público a que se refere o artigo
h) o inciso II do artigo 22: 3º desta lei complementar será realizado em 5 (cinco)
“Artigo 22 - ............................................................... fases, a saber:
I - .............................................................................. I - prova preambular com questões de múltipla esco-
II - para a 1ª Classe, se contar com 25 (vinte e cinco) lha;
anos de efetivo exercício na carreira.” (NR); II - prova escrita com questões dissertativas;
IV - da Lei Complementar nº 1.152, de 25 de outubro III - comprovação de idoneidade e conduta escorreita,
de 2011: mediante investigação social;
a) o artigo 2º: IV- prova oral;
“Artigo 2º - A carreira de Delegado de Polícia é com- V - prova de títulos, a ser estabelecida em edital de
posta por 3.463 (três mil, quatrocentos e sessenta e concurso público.
três) cargos, cujos ocupantes são distribuídos hierar- § 1º - As fases a que se referem os incisos I a IV deste
quicamente em ordem crescente na seguinte confor- artigo serão sucessivas e de caráter eliminatório, e a
midade: do inciso V, de caráter classificatório.
I - 3ª Classe; § 2º - O edital de concurso estabelecerá o momento
II - 2ª Classe; em que o candidato deverá realizar exame de caráter
III - 1ª Classe; psicotécnico.” (NR);
IV - Classe Especial.” (NR); e) os itens 2 e 3 do §1º do artigo 7º:
b) o artigo 3º: “Artigo 7º -.................................................................
“Artigo 3º - O ingresso na carreira de Delegado de § 1º - .........................................................................
Polícia, precedido de aprovação em concurso público 1 - ..............................................................................
de provas e títulos, dar-se-á na 3ª Classe, median- 2 - conduta ilibada, na vida pública e na vida privada,
te nomeação em caráter de estágio probatório, pelo inclusive em período anterior ao início do exercício;
exercício de 3 (três) anos de efetivo exercício, obriga- 3 - aptidão, inclusive física e mental;” (NR);
toriamente em unidade territorial de polícia judiciária, f) o artigo 12:
salvo autorização do Secretário da Segurança Pública, “Artigo 12 - Poderá participar do processo de promo-
mediante representação do Delegado Geral de Polí- ção de que trata o artigo 10 desta lei complementar o
cia.” (NR); Delegado de Polícia que tenha cumprido o interstício
c) o artigo 4º: mínimo de:
“Artigo 4º - Constituem requisitos para ingresso na I - 3 (três) anos de efetivo exercício na 3ª Classe;
carreira de Delegado de Polícia, a serem comprovados II - 2 (dois) anos de efetivo exercício na 2ª e na 1ª
na data da posse: Classe.” (NR);
I - formação específica de ensino superior de bachare- g) o item 1 do §1º e item 4 do § 3°, ambos do artigo 15:
lado em Direito, certificada por diploma universitário “Artigo 15 - ..............................................................
reconhecido pelo órgão ou instituição competente, na § 1º - ........................................................................
forma da legislação aplicável; 1 - estar na primeira metade da lista de classificação
II - comprovação de, no mínimo, 2 (dois) anos de ati- em sua respectiva classe, salvo o disposto no inciso II
vidade jurídica ou 2 (dois) anos de efetivo exercício em do artigo 16 desta lei complementar.
cargo de natureza policial civil; § 3º - .........................................................................
III - comprovação de capacidade física e mental. ..................................................................................
§ 1º - Considera-se atividade jurídica aquela desem- 4 - elaboração de trabalho técnico-científico de inte-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

penhada, exclusivamente depois da obtenção do grau resse jurídico-policial.” (NR);


de bacharel em Direito, nas seguintes hipóteses: h) o artigo 16:

1 - o exercício do cargo de servidor ou da função de “Artigo 16 - A promoção do Delegado de Polícia da 1ª


conciliador junto a tribunais judiciais, juizados espe- Classe para a Classe Especial, até o limite previsto no
ciais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou inciso II do artigo 11 desta lei complementar, deverá
de varas judiciais, bem como o exercício de mediação observar os seguintes requisitos, além daqueles pre-
ou de arbitragem na composição de litígios, pelo pe- vistos no artigo 15 desta lei complementar:

106
I - o interstício de 20 (vinte) anos na respectiva carreira; § 6º - O substituto fará jus à gratificação “pro labo-
II - encontrar-se, no mínimo, dentre os dois terços re” atribuída à respectiva função, durante o tempo em
mais antigos dos classificados na 1ª Classe; que a desempenhar.”;
III - obtenção do certificado de conclusão do Curso Su- II - na Lei Complementar nº 1.151, de 25 de outubro
perior de Polícia, ministrado pela Academia de Polícia de 2011:
“Dr. Coriolano Nogueira Cobra”. o artigo 5º-A:
Parágrafo único - Dentro dos três (3) dias úteis ime- “Artigo 5º-A - Constitui requisito para fins de ingresso
diatamente seguintes à publicação da lista dos indi- nas carreiras policiais civis, além das previstas na Lei
cados à promoção, qualquer dos indicados poderá Complementar nº 494, de 24 de dezembro de 1986, e
requerer sua exclusão, o que será sumariamente de- na Lei Complementar nº 1.067, de 1º de dezembro de
ferido, ficando vedada sua inclusão nos dois processos 2008, a comprovação da capacidade física e mental.” ;
de promoção imediatos.” (NR); b) o item 4 no §1º do artigo 15:
“Artigo 15 - ..............................................................
o inciso II do artigo 22:
§ 1º- ..........................................................................
“Artigo 22 - ..............................................................
4 - haver concluído, com aproveitamento, curso espe-
I - .............................................................................
cífico ministrado pela Academia de Polícia “Dr. Corio-
II - para a 1ª Classe, se contar com 25 (vinte e cinco) lano Nogueira Cobra.”;
anos de efetivo exercício na carreira.” (NR); c) o item 5 no §3º do artigo 15:
V - o artigo 2º da Lei Complementar nº 1.226, de 19 “Artigo 15 - ...............................................................
de dezembro de 2013: § 3º - ........................................................................
“Artigo 2º - Não fará jus ao auxílio-alimentação o po- 5 - coordenação ou efetiva participação em seminá-
licial militar cuja retribuição global no mês anterior ao rios, cursos, congressos, simpósios, oficinas e outros
de recebimento do benefício ultrapasse o valor corres- eventos reconhecidos, voltados ao aperfeiçoamento
pondente a 164 (cento e sessenta e quatro) Unidades profissional.”;
Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs, considerando III - na Lei Complementar nº 1.152, de 25 de outubro
este valor do primeiro dia útil do mês de referência do de 2011:
pagamento.” (NR). ) os §§ 1º, 2º e 3º no artigo 1º:
Artigo 3º - As leis complementares adiante mencio- Artigo 1º - ..............................................................
nadas passam a vigorar acrescidas dos seguintes dis- § 1º - São garantias institucionais da carreira de Dele-
positivos: gado de Polícia a independência funcional e a irredu-
I - os §§ 1º a 6º ao artigo 14 da Lei Complementar nº tibilidade de vencimentos.
959, de 13 de setembro de 2004, alterado pelo inciso § 2º - A independência funcional é garantida pela au-
III do artigo 4º da Lei Complementar nº 1.197, de 12 tonomia intelectual para interpretar o ordenamento
de abril de 2013: jurídico e decidir, com imparcialidade e isenção, de
“Artigo 14 - ............................................................ modo fundamentado.
§ 1º - A designação para as funções previstas neste § 3º - A remoção do integrante da carreira de Dele-
artigo deverá recair em servidores que: gado de Polícia somente poderá ocorrer a pedido do
1 - sejam integrantes da carreira de Agente de Segu- interessado ou por manifestação favorável, devida-
rança Penitenciária de Classes II a VIII; mente fundamentada, do Conselho da Polícia Civil.”;
2 - tenham comprovado sua freqüência e aproveita- b) o item 4 no §1º do artigo 15:
Artigo 15 -..................................................................
mento no curso de capacitação na área de segurança
§ 1º - .........................................................................
e disciplina, ministrado pela Escola de Administração
4 - haver concluído, com aproveitamento, curso espe-
Penitenciária.
cífico ministrado pela Academia de Polícia “Dr. Corio-
§ 2º - Para as funções de Diretor de Serviço e de Divi- lano Nogueira Cobra.”;
são exigir-se-ão, no mínimo, 3 (três) anos de experiên- c) os itens 5 e 6 no §3º do artigo 15:
cia comprovada na área de Segurança e Disciplina. “Artigo 15 -................................................................
§ 3º - Para o fim previsto neste artigo, a identificação § 3º - .........................................................................
das funções, as respectivas quantidades e as unidades 5 - obtenção de titulação acadêmica atinente a car-
a que se destinam, bem como outras exigências, serão reira jurídica;
estabelecidas em decreto, mediante proposta da Se- 6 - coordenação ou efetiva participação em seminá-
cretaria da Administração Penitenciária. rios, cursos, congressos, simpósios, oficinas e outros
4º - Sobre o valor da gratificação “pro labore” de que eventos reconhecidos, voltados ao aperfeiçoamento
trata este artigo, incidirão o adicional por tempo de profissional.”;
serviço e a sexta-parte dos vencimentos. IV - na Lei Complementar nº 1.222, de 13 de dezem-
§ 5º - O Agente de Segurança Penitenciária designado bro de 2013, o artigo 4°-A:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

para o exercício das funções a que alude este artigo “Artigo 4º-A - O disposto nesta lei complementar apli-
não perderá o direito à gratificação “pro labore” quan- ca-se aos inativos e aos pensionistas.”.
do se afastar em virtude de férias, licença-prêmio, Artigo 4º - O policial militar que tenha completado as
gala, nojo, júri, licença para tratamento de saúde, fal- exigências de transferência para inatividade a pedido
tas abonadas, licença à servidora gestante, licença por e que opte por permanecer em atividade fará jus a um
adoção, licença paternidade, serviços obrigatórios por abono de permanência equivalente ao valor da sua
lei e outros afastamentos que a legislação considere contribuição previdenciária até completar as exigên-
como de efetivo exercício para todos os efeitos legais. cias de transferência para inatividade “ex officio”.

107
Artigo 5º - Para ingresso nas carreiras policiais civis previstas no inciso I do artigo 5º, da Lei Complementar nº 494, de
24 de dezembro de 1986, passa a ser exigido o ensino médio como nível mínimo de escolaridade.
Artigo 6º - Fica revogado o inciso X do artigo 6º da Lei Complementar nº 892, de 31 de janeiro de 2001, acrescido
pela Lei Complementar nº 1.224, de 31 de dezembro de 2013.
Artigo 7º - O disposto nesta lei complementar aplica-se, no que couber, aos ocupantes de funções-atividades, bem
como aos inativos e aos pensionistas.
Artigo 8º - As despesas resultantes da aplicação desta lei complementar correrão à conta das dotações próprias con-
signadas no Orçamento vigente, suplementadas se necessário.
Artigo 9º - Esta lei complementar e suas disposições transitórias entram em vigor na data de sua publicação, produ-
zindo efeitos:
I - a partir de 1º de março de 2013, o disposto no inciso I do artigo 3º;
II - a partir de 1º de janeiro de 2015, o disposto na alínea “b” do inciso I do artigo 1º;
III - a partir de 1º de março de 2015, o disposto no inciso IV do artigo 3º;
IV - a partir de 1° de agosto de 2014, os demais dispositivos;
V - a partir de 1º de março de 2015, o disposto no inciso IV do artigo 3º, com incidência do índice fixado no inciso II
do artigo 2º da Lei Complementar nº 1.222, de 13 de dezembro de 2013.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Artigo 1º - A remuneração de horas-aulas a que se refere o artigo 9º da Lei Complementar nº 731, de 26 de outubro
de 1993, percebidas no período de 1º de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2013, será incorporada aos vencimentos
do policial militar, observado o disposto no artigo 37, inciso XIV, da Constituição Federal, e as seguintes regras:
I - a incorporação será feita na proporção de 1/10 (um décimo) a cada 12 (doze) meses, contínuos ou não, de efetivo
exercício de atividade docente, até o limite de 10/10 (dez décimos);
II - na hipótese de recebimento, durante o período de 12 (doze) meses, contínuos ou não, de remuneração variável,
o décimo será calculado considerando a média dos valores percebidos a título de horas-aulas ministradas nos cursos
do Sistema de Ensino da Polícia Militar do Estado de São Paulo, instituído pela Lei Complementar nº 1.036, de 11 de
janeiro de 2008.
Parágrafo único - Vetado.
Artigo 2º - Sobre o valor dos décimos incorporados nos termos do artigo 1º destas Disposições Transitórias será
calculado o adicional por tempo de serviço, a sexta-parte dos vencimentos e a gratificação pelo Regime Especial de
Trabalho Policial - RETP.
§ 1º - Sobre o valor dos décimos incorporados e do decorrente do cálculo das vantagens referidas no “caput” deste
artigo, incidirão os descontos previdenciários e de assistência médica.
§ 2º - Vetado.
Artigo 3º - O valor dos décimos incorporados nos termos do artigo 1°, acrescidos das vantagens referidas no artigo 2°,
ambos destas Disposições Transitórias, serão computados:
I - no cálculo do décimo terceiro salário;
II - no cálculo das férias e do acréscimo de 1/3 (um terço) das férias;
III - na determinação do limite máximo de retribuição global mensal, a que se refere o inciso XII do artigo 115 da
Constituição Estadual.
Artigo 4º - Os valores apurados na conformidade dos artigos 1° a 3° destas Disposições Transitórias serão pagos em
códigos específicos e distintos.
Palácio dos Bandeirantes, 3 de julho de 2014.
GERALDO ALCKMIN
Fernando Grella Vieira
Secretário da Segurança Pública
Lourival Gomes
Secretário da Administração Penitenciária
Andrea Sandro Calabi
Secretário da Fazenda
Waldemir Aparício Caputo
Secretário de Gestão Pública
Júlio Francisco Semeghini Neto
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional


Edson Aparecido dos Santos
Secretário-Chefe da Casa Civil

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

109
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

110
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 3 de julho de 2014.

111
RETIFICAÇÃO DO D.O. DE 4-7-2014 IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de
transparência na administração pública;
Leia-se como segue e não como constou: V - desenvolvimento do controle social da adminis-
tração pública.
LEI COMPLEMENTAR Nº 1.249, DE 3 DE JULHO DE
2014 Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - informação: dados, processados ou não, que po-
Dispõe sobre a reclassificação dos vencimentos dos dem ser utilizados para produção e transmissão de
integrantes das carreiras policiais civis e militares, da conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte
Secretaria de Segurança Pública, bem como da carrei- ou formato;
ra e classe que especifica, da Secretaria da Administra- II - documento: unidade de registro de informações,
ção Penitenciária, e dá outras providências correlatas qualquer que seja o suporte ou formato;
III - informação sigilosa: aquela submetida tempora-
Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 4 de riamente à restrição de acesso público em razão de
julho de 2014. sua imprescindibilidade para a segurança da socie-
dade e do Estado;
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pes-
LEI FEDERAL N.º 12.527/2011 (LEI DE soa natural identificada ou identificável;
ACESSO À INFORMAÇÃO) E DECRETO V - tratamento da informação: conjunto de ações
ESTADUAL N.º 58.052 DE 16/05/2012 referentes à produção, recepção, classificação, uti-
lização, acesso, reprodução, transporte, transmissão,
distribuição, arquivamento, armazenamento, elimina-
LEI Nº 12.527/2011 ção, avaliação, destinação ou controle da informação;
VI - disponibilidade: qualidade da informação que
A Lei em estudo dispõe sobre os procedimentos a pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equi-
serem observados pela União, Estados, Distrito Federal pamentos ou sistemas autorizados;
e Municípios, com o fim de garantir o acesso a infor- VII - autenticidade: qualidade da informação que
mações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II tenha sido produzida, expedida, recebida ou modi-
do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição ficada por determinado indivíduo, equipamento ou
Federal. sistema;
Subordinam-se ao regime desta Lei: VIII - integridade: qualidade da informação não mo-
I - os órgãos públicos integrantes da administração dificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo IX - primariedade: qualidade da informação coletada
as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Pú- na fonte, com o máximo de detalhamento possível,
blico; sem modificações.
II - as autarquias, as fundações públicas, as empre-
sas públicas, as sociedades de economia mista e de- É dever do Estado garantir o direito de acesso à in-
mais entidades controladas direta ou indiretamente formação, que será franqueada, mediante procedimen-
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. tos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
linguagem de fácil compreensão.
Aplicam-se as disposições da Lei, no que couber, Cabe aos órgãos e entidades do poder público, ob-
às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, servadas as normas e procedimentos específicos aplicá-
para realização de ações de interesse público, recursos veis, assegurar a:
públicos diretamente do orçamento ou mediante sub- • gestão transparente da informação, propiciando
venções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, amplo acesso a ela e sua divulgação;
convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos con- • proteção da informação, garantindo-se sua dispo-
gêneres. nibilidade, autenticidade e integridade; e
A publicidade a que estão submetidas as entidades • proteção da informação sigilosa e da informação
citadas acima refere-se à parcela dos recursos públicos pessoal, observada a sua disponibilidade, autenti-
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das presta- cidade, integridade e eventual restrição de acesso.
ções de contas a que estejam legalmente obrigadas.
Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a O acesso à informação de que trata esta Lei com-
assegurar o direito fundamental de acesso à informa- preende, entre outros, os direitos de obter:
ção e devem ser executados em conformidade com os I - orientação sobre os procedimentos para a conse-
princípios básicos da administração pública e com as se- cução de acesso, bem como sobre o local onde po-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

derá ser encontrada ou obtida a informação almejada;


guintes diretrizes:
II - informação contida em registros ou documentos,
I - observância da publicidade como preceito geral
produzidos ou acumulados por seus órgãos ou enti-
e do sigilo como exceção;
dades, recolhidos ou não a arquivos públicos;
II - divulgação de informações de interesse público,
III - informação produzida ou custodiada por pessoa
independentemente de solicitações;
física ou entidade privada decorrente de qualquer vín-
III - utilização de meios de comunicação viabilizados
culo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse
pela tecnologia da informação;
vínculo já tenha cessado;

112
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; Os sítios de que trata o assunto acima, na forma de re-
V - informação sobre atividades exercidas pelos ór- gulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
gãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que
organização e serviços; permita o acesso à informação de forma objetiva,
VI - informação pertinente à administração do patri- transparente, clara e em linguagem de fácil com-
mônio público, utilização de recursos públicos, licita- preensão;
ção, contratos administrativos; e II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos
VII - informação relativa à implementação, acompa- formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprie-
nhamento e resultados dos programas, projetos e tários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar
ações dos órgãos e entidades públicas, bem como a análise das informações;
metas e indicadores propostos, à implementação, III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas
acompanhamento e resultados dos programas, pro- externos em formatos abertos, estruturados e legíveis
jetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem por máquina;
como metas e indicadores propostos IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para
estruturação da informação;
O acesso à informação previsto no caput não com- V - garantir a autenticidade e a integridade das infor-
preende as informações referentes a projetos de pesquisa mações disponíveis para acesso;
e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo VI - manter atualizadas as informações disponíveis
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. para acesso;
Quando não for autorizado acesso integral à informa- VII - indicar local e instruções que permitam ao inte-
ção por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o aces- ressado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica,
so à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou com o órgão ou entidade detentora do sítio; e
cópia com ocultação da parte sob sigilo. VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a
O direito de acesso aos documentos ou às informa- acessibilidade de conteúdo para pessoas com defi-
ções neles contidas utilizados como fundamento da to- ciência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19
mada de decisão e do ato administrativo será assegurado de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção so-
com a edição do ato decisório respectivo. bre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
A negativa de acesso às informações objeto de pedi- pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
do formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o,
quando não fundamentada, sujeitará o responsável a me- Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil)
didas disciplinares. habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória
Informado do extravio da informação solicitada, po- na internet, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em
derá o interessado requerer à autoridade competente a tempo real, de informações relativas à execução orçamen-
imediata abertura de sindicância para apurar o desapare- tária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art.
cimento da respectiva documentação. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000
O responsável pela guarda da informação extraviada (Lei de Responsabilidade Fiscal).
deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar O acesso a informações públicas será assegurado me-
testemunhas que comprovem sua alegação. diante:
É dever dos órgãos e entidades públicas promover, • criação de serviço de informações ao cidadão, nos
independentemente de requerimentos, a divulgação em órgãos e entidades do poder público, em local
local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de com condições apropriadas para atender e orien-
informações de interesse coletivo ou geral por eles produ- tar o público quanto ao acesso a informações;
zidas ou custodiadas. informar sobre a tramitação de documentos nas
Na divulgação das informações a que se refere o caput, suas respectivas unidades; protocolizar documen-
deverão constar, no mínimo: tos e requerimentos de acesso a informações.
I - registro das competências e estrutura organizacio- • realização de audiências ou consultas públicas, in-
nal, endereços e telefones das respectivas unidades e centivo à participação popular ou a outras formas
horários de atendimento ao público; de divulgação.
II - registros de quaisquer repasses ou transferências
de recursos financeiros; Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
III - registros das despesas; acesso a informações aos órgãos e entidades, por qualquer
IV - informações concernentes a procedimentos lici- meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do
tatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, requerente e a especificação da informação requerida.
bem como a todos os contratos celebrados; Para o acesso a informações de interesse público, a
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

V - dados gerais para o acompanhamento de progra- identificação do requerente não pode conter exigências
mas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e que inviabilizem a solicitação.
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. Os órgãos e entidades do poder público devem viabi-
Para cumprimento da regra acima, os órgãos e enti- lizar alternativa de encaminhamento de pedidos de aces-
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instru- so por meio de seus sítios oficiais na internet.
mentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a São vedadas quaisquer exigências relativas aos moti-
divulgação em sítios oficiais da rede mundial de compu- vos determinantes da solicitação de informações de in-
tadores (internet). teresse público.

113
O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou con- E, no caso de indeferimento de acesso a informações
ceder o acesso imediato à informação disponível. ou às razões da negativa do acesso, poderá o interes-
Não sendo possível conceder o acesso imediato, o ór- sado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10
gão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo (dez) dias a contar da sua ciência.
não superior a 20 (vinte) dias: O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamen-
• comunicar a data, local e modo para se realizar te superior à que exarou a decisão impugnada, que de-
a consulta, efetuar a reprodução ou obter a cer- verá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
tidão; Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
• indicar as razões de fato ou de direito da recusa, dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá
total ou parcial, do acesso pretendido; ou recorrer à Controladoria- Geral da União, que deliberará
• comunicar que não possui a informação, indicar, no prazo de 5 (cinco) dias se:
se for do seu conhecimento, o órgão ou a entida- • o acesso à informação não classificada como sigi-
de que a detém, ou, ainda, remeter o requerimen- losa for negado;
to a esse órgão ou entidade, cientificando o inte- • a decisão de negativa de acesso à informação to-
ressado da remessa de seu pedido de informação. tal ou parcialmente classificada como sigilosa não
indicar a autoridade classificadora ou a hierarqui-
Esse prazo de 20 (vinte) dias poderá ser prorrogado camente superior a quem possa ser dirigido pedi-
por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da do de acesso ou desclassificação;
qual será cientificado o requerente. • os procedimentos de classificação de informação
Sem prejuízo da segurança e da proteção das in- sigilosa estabelecidos na Lei de Acesso à Informa-
formações e do cumprimento da legislação aplicável, o ção não tiverem sido observados; e
órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o • estiverem sendo descumpridos prazos ou outros
próprio requerente possa pesquisar a informação de que procedimentos previstos nesta Lei em estudo.
necessitar. Esse recurso somente poderá ser dirigido à Contro-
Quando não for autorizado o acesso por se tratar de ladoria-Geral da União depois de submetido à aprecia-
informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente
deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, superior àquela que exarou a decisão impugnada, que
prazos e condições para sua interposição, devendo, ain- deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
da, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua Verificada a procedência das razões do recurso, a
apreciação. Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou
A informação armazenada em formato digital será entidade que adote as providências necessárias para dar
fornecida nesse formato, caso haja anuência do reque- cumprimento ao disposto na Lei.
rente. Negado o acesso à informação pela Controladoria-
Caso a informação solicitada esteja disponível ao pú- -Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comis-
blico em formato impresso, eletrônico ou em qualquer são Mista de Reavaliação de Informações.
outro meio de acesso universal, serão informados ao No caso de indeferimento de pedido de desclassifi-
requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se cação de informação protocolado em órgão da adminis-
poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informa- tração pública federal, poderá o requerente recorrer ao
ção, procedimento esse que desonerará o órgão ou en- Ministro de Estado da área, sem prejuízo das competên-
tidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, cias da Comissão Mista de Reavaliação de Informações.
salvo se o requerente declarar não dispor de meios para Esse recurso somente poderá ser dirigido às autori-
realizar por si mesmo tais procedimentos. dades mencionadas depois de submetido à apreciação
O serviço de busca e fornecimento da informação é de pelo menos uma autoridade hierarquicamente supe-
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de docu- rior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no
mentos pelo órgão ou entidade pública consultada, si- caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando.
tuação em que poderá ser cobrado exclusivamente o va- Indeferido o recurso que tenha como objeto a des-
lor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e classificação de informação secreta ou ultrassecreta, ca-
dos materiais utilizados. Estará isento de ressarcir os cus- berá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
tos todo aquele cuja situação econômica não lhe permita mações.
fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família. Os procedimentos de revisão de decisões denegató-
Quando se tratar de acesso à informação contida em rias proferidas no recurso e na revisão de classificação
documento cuja manipulação possa prejudicar sua inte- de documentos sigilosos serão objeto de regulamen-
gridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com tação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do
certificação de que esta confere com o original. Na im- Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegu-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

possibilidade de obtenção de cópias, o interessado po- rado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser
derá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de informado sobre o andamento de seu pedido.
servidor público, a reprodução seja feita por outro meio
que não ponha em risco a conservação do documento Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público
original. informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Con-
É direito do requerente obter o inteiro teor de deci- selho Nacional do Ministério Público, respectivamente,
são de negativa de acesso, por certidão ou cópia. as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a
informações de interesse público.

114
Não poderá ser negado acesso à informação necessária Para a classificação da informação em determinado
à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público
As informações ou documentos que versem sobre con- da informação e utilizado o critério menos restritivo pos-
dutas que impliquem violação dos direitos humanos pra- sível, considerados:
ticada por agentes públicos ou a mando de autoridades • a gravidade do risco ou dano à segurança da so-
públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. ciedade e do Estado; e
O disposto na Lei de Acesso à Informação não exclui • o prazo máximo de restrição de acesso ou o even-
as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de jus- to que defina seu termo final.
tiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes
da exploração direta de atividade econômica pelo Estado É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qual- de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e
quer vínculo com o poder público. entidades, assegurando a sua proteção.
São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- O acesso, a divulgação e o tratamento de informação
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que
as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devida-
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a mente credenciadas na forma do regulamento, sem pre-
integridade do território nacional; juízo das atribuições dos agentes públicos autorizados
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de nego- por lei.
ciações ou as relações internacionais do País, ou as O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
outros Estados e organismos internacionais; Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da a serem adotados para o tratamento de informação sigilo-
população; sa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida,
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, acesso, transmissão e divulgação não autorizados.
econômica ou monetária do País;
As autoridades públicas adotarão as providências ne-
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações
cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierar-
estratégicos das Forças Armadas;
quicamente conheça as normas e observe as medidas e
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa
procedimentos de segurança para tratamento de infor-
e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim
mações sigilosas.
como a sistemas, bens, instalações ou áreas de inte-
A pessoa física ou entidade privada que, em razão
resse estratégico nacional;
de qualquer vínculo com o poder público, executar ati-
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
vidades de tratamento de informações sigilosas adotará
altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus
familiares; ou as providências necessárias para que seus empregados,
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem prepostos ou representantes observem as medidas e
como de investigação ou fiscalização em andamen- procedimentos de segurança das informações resultan-
to, relacionadas com a prevenção ou repressão de tes da aplicação da Lei.
infrações. A classificação do sigilo de informações no âmbito
da administração pública federal é de competência:
A informação em poder dos órgãos e entidades públi- I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autori-
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindi- dades: Presidente da República; Vice-Presidente da
bilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá República; Ministros de Estado e autoridades com
ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. as mesmas prerrogativas; Comandantes da Marinha,
Os prazos máximos de restrição de acesso à informa- do Exército e da Aeronáutica; e Chefes de Missões
ção, conforme a classificação, vigoram a partir da data de Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior.
sua produção e são os seguintes: II - no grau de secreto, das autoridades referidas
• ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações
• secreta: 15 (quinze) anos; e ou empresas públicas e sociedades de economia
• reservada: 5 (cinco) anos. mista; e
III - no grau de reservado, das autoridades referi-
As informações que puderem colocar em risco a se- das nos números I e II e das que exerçam funções
gurança do Presidente e Vice-Presidente da República e de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou
respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Su-
reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato periores, ou de hierarquia equivalente, de acordo
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. com regulamentação específica de cada órgão ou
Alternativamente aos prazos poderão ser estabeleci- entidade, observado o disposto na Lei.
dos como termo final de restrição de acesso a ocorrência
de determinado evento, desde que este ocorra antes do A competência prevista nos números I e II, no que se
transcurso do prazo máximo de classificação. refere à classificação como ultrassecreta e secreta, po-
Transcorrido o prazo de classificação ou consumado derá ser delegada pela autoridade responsável a agente
o evento que defina o seu termo final, a informação tor- público, inclusive em missão no exterior, vedada a sub-
nar-se-á, automaticamente, de acesso público. delegação.

115
A classificação de informação no grau de sigilo ul- • poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso
trassecreto pelas autoridades deverá ser ratificada pelos por terceiros diante de previsão legal ou consenti-
respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em mento expresso da pessoa a que elas se referirem.
regulamento.
A autoridade ou outro agente público que classificar Aquele que obtiver acesso às informações de que
informação como ultrassecreta deverá encaminhar a de- trata este artigo será responsabilizado por seu uso in-
cisão à Comissão Mista de Reavaliação de Informações. devido.
A classificação de informação em qualquer grau de O consentimento acima referido não será exigido
sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no quando as informações forem necessárias:
mínimo, os seguintes elementos: • à prevenção e diagnóstico médico, quando a pes-
I - assunto sobre o qual versa a informação; soa estiver física ou legalmente incapaz, e para
II - fundamento da classificação; utilização única e exclusivamente para o tratamen-
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, to médico;
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo • à realização de estatísticas e pesquisas científicas
final; e de evidente interesse público ou geral, previstos
IV - identificação da autoridade que a classificou. em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a
que as informações se referirem;
A decisão acima citada será mantida no mesmo grau • ao cumprimento de ordem judicial;
de sigilo da informação classificada. • à defesa de direitos humanos; ou
A classificação das informações será reavaliada pela • à proteção do interesse público e geral prepon-
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquica- derante.
mente superior, mediante provocação ou de ofício, nos
termos e prazos previstos em regulamento, com vistas A restrição de acesso à informação relativa à vida pri-
à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo. vada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invoca-
O regulamento aqui referido deverá considerar as da com o intuito de prejudicar processo de apuração de
peculiaridades das informações produzidas no exterior irregularidades em que o titular das informações estiver
por autoridades ou agentes públicos. envolvido, bem como em ações voltadas para a recupe-
Na reavaliação acima citada, deverão ser examinadas a ração de fatos históricos de maior relevância.
permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de da- Regulamento disporá sobre os procedimentos para
nos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. tratamento de informação pessoal.
Na hipótese de redução do prazo de sigilo da infor- Constituem condutas ilícitas que ensejam responsa-
mação, o novo prazo de restrição manterá como termo bilidade do agente público ou militar:
inicial a data da sua produção. • recusar-se a fornecer informação requerida nos
A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu- termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de
destinado à veiculação de dados e informações adminis- forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
trativas, nos termos de regulamento: • utilizar indevidamente, bem como subtrair, des-
• rol das informações que tenham sido desclassifi- truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total
cadas nos últimos 12 (doze) meses; ou parcialmente, informação que se encontre sob
• rol de documentos classificados em cada grau de sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
sigilo, com identificação para referência futura; mento em razão do exercício das atribuições de
• relatório estatístico contendo a quantidade de pe- cargo, emprego ou função pública;
didos de informação recebidos, atendidos e inde- • agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações
feridos, bem como informações genéricas sobre de acesso à informação;
os solicitantes. • divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
permitir acesso indevido à informação sigilosa ou
Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da informação pessoal;
publicação para consulta pública em suas sedes. • impor sigilo à informação para obter proveito pes-
Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista
soal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de
de informações classificadas, acompanhadas da data, do
ato ilegal cometido por si ou por outrem;
grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.
• ocultar da revisão de autoridade superior compe-
O tratamento das informações pessoais deve ser fei-
tente informação sigilosa para beneficiar a si ou a
to de forma transparente e com respeito à intimidade,
outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como
• destruir ou subtrair, por qualquer meio, documen-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

às liberdades e garantias individuais.


tos concernentes a possíveis violações de direitos
As informações pessoais, a que se refere acima, rela-
humanos por parte de agentes do Estado.
tivas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
• terão seu acesso restrito, independentemente de
Atendido o princípio do contraditório, da ampla defe-
classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100
sa e do devido processo legal, as condutas acima descri-
(cem) anos a contar da sua data de produção, a
tas serão consideradas:
agentes públicos legalmente autorizados e à pes-
soa a que elas se referirem; e

116
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças III - prorrogar o prazo de sigilo de informação clas-
Armadas, transgressões militares médias ou graves, sificada como ultrassecreta, sempre por prazo deter-
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que minado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder
não tipificadas em lei como crime ou contravenção ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à
penal; ou integridade do território nacional ou grave risco às
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de de- relações internacionais do País.
zembro de 1990, e suas alterações, infrações adminis-
trativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com A revisão de ofício a que se refere o número II deverá
ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a rea-
suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
valiação, quando se tratar de documentos ultrassecretos
Pelas condutas descritas acima, poderá o militar ou
ou secretos.
agente público responder, também, por improbidade
A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mis-
administrativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, ta de Reavaliação de Informações nos prazos previstos
de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. implicará a desclassificação automática das informações.
A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- Regulamento disporá sobre a composição, organiza-
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com ção e funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação
o poder público e deixar de observar o disposto na Lei de de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos
Acesso à Informação estará sujeita às seguintes sanções: para seus integrantes e demais disposições da Lei de
I - advertência; Acesso à Informação.
II - multa; O tratamento de informação sigilosa resultante de
III - rescisão do vínculo com o poder público; tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às nor-
IV - suspensão temporária de participar em licitação mas e recomendações constantes desses instrumentos.
e impedimento de contratar com a administração É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Ins-
pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e titucional da Presidência da República, o Núcleo de Se-
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- gurança e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos:
tar com a administração pública, até que seja promo- I - promover e propor a regulamentação do creden-
vida a reabilitação perante a própria autoridade que ciamento de segurança de pessoas físicas, empresas,
órgãos e entidades para tratamento de informações
aplicou a penalidade. a do número II, assegurado o
sigilosas; e
direito de defesa do interessado, no respectivo pro-
II - garantir a segurança de informações sigilosas, in-
cesso, no prazo de 10 (dez) dias.
clusive aquelas provenientes de países ou organiza-
ções internacionais com os quais a República Federa-
A reabilitação referida no número V será autorizada so- tiva do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato
mente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decor- das atribuições do Ministério das Relações Exteriores
rido o prazo da sanção aplicada com base no número IV. e dos demais órgãos competentes.
A aplicação da sanção prevista no número V é de
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão Regulamento disporá sobre a composição, organiza-
ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, ção e funcionamento do NSC.
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à
abertura de vista. reavaliação das informações classificadas como ultras-
Os órgãos e entidades públicas respondem direta- secretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos,
mente pelos danos causados em decorrência da divulga- contado do termo inicial de vigência da Lei de Acesso à
ção não autorizada ou utilização indevida de informações Informação.
sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração A restrição de acesso a informações, em razão da rea-
de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou cul- valiação acima citada, deverá observar os prazos e condi-
ções previstos na Lei de Acesso à Informação.
pa, assegurado o respectivo direito de regresso.
No âmbito da administração pública federal, a reava-
O disposto acima aplica-se à pessoa física ou entidade
liação em questão poderá ser revista, a qualquer tempo,
privada que, em virtude de vínculo de qualquer nature-
pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, ob-
za com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação servados os termos da Lei de Acesso à Informação.
sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação, será
É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de In- mantida a classificação da informação nos termos da le-
formações, que decidirá, no âmbito da administração gislação precedente.
pública federal, sobre o tratamento e a classificação de As informações classificadas como secretas e ultrasse-
informações sigilosas e terá competência para:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cretas não reavaliadas no prazo previsto serão considera-


I - requisitar da autoridade que classificar informação das, automaticamente, de acesso público.
como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou con- O Poder Executivo Federal designará órgão da admi-
teúdo, parcial ou integral da informação; nistração pública federal responsável:
II - rever a classificação de informações ultrassecre- • pela promoção de campanha de abrangência na-
tas ou secretas, de ofício ou mediante provocação cional de fomento à cultura da transparência na
de pessoa interessada, observado na Lei de Acesso administração pública e conscientização do direito
à Informação; e fundamental de acesso à informação;

117
• pelo treinamento de agentes públicos no que se nº 55.479, de 25 de fevereiro de 2010, que institui na
refere ao desenvolvimento de práticas relaciona- Casa Civil o Comitê Gestor do Sistema Informatiza-
das à transparência na administração pública; do Unificado de Gestão Arquivística de Documentos
• pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da e Informações - SPdoc, alterado pelo de nº 56.260, de
administração pública federal, concentrando e conso- 6 de outubro de 2010, nº 55.559, de 12 de março de
lidando a publicação de informações estatísticas; 2010, que institui o Portal do Governo Aberto SP e nº
• pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de 57.500, de 8 de novembro de 2011, que reorganiza a
relatório anual com informações atinentes à im- Corregedoria Geral da Administração e institui o Sis-
plementação da Lei de Acesso à Informação. tema Estadual de Controladoria; e
Considerando, finalmente, a proposta apresentada
pelo Grupo Técnico instituído pela Resolução CC-3, de
9 de janeiro de 2012, junto ao Comitê de Qualidade
EXERCÍCIO COMENTADO da Gestão Pública,

1. (INÉDITA) É dever do Estado: Decreta:

a) controlar o acesso e a divulgação de informações sigilo- CAPÍTULO I


sas produzidas por seus órgãos e entidades, não asse- DISPOSIÇÕES GERAIS
gurando a sua proteção.
b) controlar o acesso a informações sigilosas produzidas por Art. 1º Este decreto define procedimentos a serem
seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. observados pelos órgãos e entidades da Administra-
c) controlar a divulgação de informações sigilosas produ- ção Pública Estadual, e pelas entidades privadas sem
zidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua fins lucrativos que recebam recursos públicos esta-
proteção. duais para a realização de atividades de interesse
d) controlar o acesso e a divulgação de informações sigi- público, à vista das normas gerais estabelecidas na
losas produzidas por seus órgãos e entidades, assegu- Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
rando a sua proteção.
Art. 2º O direito fundamental de acesso a documen-
Resposta: Letra D. É dever do Estado controlar o acesso tos, dados e informações será assegurado mediante:
e a divulgação de informações sigilosas produzidas por I - observância da publicidade como preceito geral e
seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. do sigilo como exceção;
II - implementação da política estadual de arquivos e
gestão de documentos;
DECRETO Nº 58.052, DE 16 DE MAIO DE 2012. III - divulgação de informações de interesse público,
independentemente de solicitações;
Regulamenta a Lei Federal n° 12.527, de 18 de novem- IV - utilização de meios de comunicação viabilizados
bro de 2011, que regula o acesso a informações, e dá pela tecnologia da informação;
providências correlatas V - fomento ao desenvolvimento da cultura de trans-
parência na administração pública;
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São VI - desenvolvimento do controle social da adminis-
Paulo, no uso de suas atribuições legais, tração pública.
Considerando que é dever do Poder Público promover a
gestão dos documentos públicos para assegurar o aces- Art. 3º Para os efeitos deste decreto, consideram-se
so às informações neles contidas, de acordo com o § 2º as seguintes definições:
do artigo 216 da Constituição Federal e com o artigo 1º I - arquivos públicos: conjuntos de documentos pro-
da Lei Federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; duzidos, recebidos e acumulados por órgãos públi-
Considerando que cabe ao Estado definir, em legisla- cos, autarquias, fundações instituídas ou mantidas
ção própria, regras específicas para o cumprimento pelo Poder Público, empresas públicas, sociedades de
das determinações previstas na Lei Federal nº 12.527, economia mista, entidades privadas encarregadas da
de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso a gestão de serviços públicos e organizações sociais, no
informações; exercício de suas funções e atividades;
Considerando as disposições das Leis estaduais nº II - autenticidade: qualidade da informação que tenha
10.177, de 30 de dezembro de 1998, que regula o pro- sido produzida, expedida, recebida ou modificada
cesso administrativo e nº 10.294, de 20 de abril de por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
1999, que dispõe sobre proteção e defesa do usuá-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

III - classificação de sigilo: atribuição, pela autoridade


rio de serviços públicos, e dos Decretos estaduais nº competente, de grau de sigilo a documentos, dados
22.789, de 19 de outubro de 1984, que institui o Sis- e informações;
tema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, nº IV - credencial de segurança: autorização por escrito
44.074, de 1º de julho de 1999, que regulamenta a concedida por autoridade competente, que habilita o
composição e estabelece a competência das Ouvido- agente público estadual no efetivo exercício de cargo,
rias, nº 54.276, de 27 de abril de 2009, que reorganiza função, emprego ou atividade pública a ter acesso a
a Unidade do Arquivo Público do Estado, da Casa Civil, documentos, dados e informações sigilosas;

118
V - criptografia: processo de escrita à base de méto- XIX - primariedade: qualidade da informação coleta-
dos lógicos e controlados por chaves, cifras ou códi- da na fonte, com o máximo de detalhamento possí-
gos, de forma que somente os usuários autorizados vel, sem modificações;
possam reestabelecer sua forma original; XX - reclassificação: alteração, pela autoridade com-
VI - custódia: responsabilidade pela guarda de docu- petente, da classificação de sigilo de documentos,
mentos, dados e informações; dados e informações;
VII - dado público: sequência de símbolos ou valores, XXI - rol de documentos, dados e informações sigi-
representado em algum meio, produzido ou sob a losas e pessoais: relação anual, a ser publicada pelas
guarda governamental, em decorrência de um pro- autoridades máximas de órgãos e entidades, de do-
cesso natural ou artificial, que não tenha seu acesso cumentos, dados e informações classificadas, no pe-
restrito por legislação específica; ríodo, como sigilosas ou pessoais, com identificação
VIII - desclassificação: supressão da classificação de para referência futura;
sigilo por ato da autoridade competente ou decurso XXII - serviço ou atendimento presencial: aquele
de prazo, tornando irrestrito o acesso a documentos, prestado a presença física do cidadão, principal be-
dados e informações sigilosas; neficiário ou interessado no serviço;
IX - documentos de arquivo: todos os registros de XXIII - serviço ou atendimento eletrônico: aque-
informação, em qualquer suporte, inclusive o magné- le prestado remotamente ou à distância, utilizando
tico ou óptico, produzidos, recebidos ou acumulados meios eletrônicos de comunicação;
por órgãos e entidades da Administração Pública Es- XXIV - tabela de documentos, dados e informações
tadual, no exercício de suas funções e atividades; sigilosas e pessoais: relação exaustiva de documen-
X - disponibilidade: qualidade da informação que tos, dados e informações com quaisquer restrição de
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equi- acesso, com a indicação do grau de sigilo, decorren-
pamentos ou sistemas autorizados; te de estudos e pesquisas promovidos pelas Comis-
XI - documento: unidade de registro de informações, sões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA,
e publicada pelas autoridades máximas dos órgãos
qualquer que seja o suporte ou formato;
e entidades;
XII - gestão de documentos: conjunto de procedi-
XXV - tratamento da informação: conjunto de ações
mentos operações técnicas referentes à sua produ-
referentes à produção, recepção, classificação, utiliza-
ção, classificação, avaliação, tramitação, uso, arquiva-
ção, acesso, reprodução, transporte, transmissão, dis-
mento e reprodução, que assegura a racionalização e
tribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação,
a eficiência dos arquivos;
avaliação, destinação ou controle da informação.
XIII - informação: dados, processados ou não, que
podem ser utilizados para produção e transmissão de CAPÍTULO II
conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte DO ACESSO A DOCUMENTOS, DADOS E INFORMAÇÕES
ou formato; SEÇÃO I
XIV - informação pessoal: aquela relacionada à pes- DISPOSIÇÕES GERAIS
soa natural identificada ou identificável;
XV - informação sigilosa: aquela submetida tempora- Art. 4º É dever dos órgãos e entidades da Adminis-
riamente à restrição de acesso público em razão de tração Pública Estadual:
sua imprescindibilidade para a segurança da socieda- I - promover a gestão transparente de documentos,
de e do Estado; dados e informações, assegurando sua disponibili-
XVI - integridade: qualidade da informação não modi- dade, autenticidade e integridade, para garantir o
ficada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; pleno direito de acesso;
XVII - marcação: aposição de marca assinalando o II - divulgar documentos, dados e informações de in-
grau de sigilo de documentos, dados ou informa- teresse coletivo ou geral, sob sua custódia, indepen-
ções, ou sua condição de acesso irrestrito, após sua dentemente de solicitações;
desclassificação; III - proteger os documentos, dados e informações
XVIII - metadados: são informações estruturadas e sigilosas e pessoais, por meio de critérios técnicos e
codificadas que descrevem e permitem gerenciar, objetivos, o menos restritivo possível.
compreender, preservar e acessar os documentos di-
gitais ao longo do tempo e referem-se a:
SEÇÃO II
a) identificação e contexto documental (identificador DA GESTÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E INFOR-
único, instituição produtora, nomes, assunto, datas, MAÇÕES
local, código de classificação, tipologia documental,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

temporalidade, destinação, versão, documentos rela- Art. 5º A Unidade do Arquivo Público do Estado, na
cionados, idioma e indexação); condição de órgão central do Sistema de Arquivos
b) segurança (grau de sigilo, informações sobre crip- do Estado de São Paulo - SAESP, é a responsável pela
tografia, assinatura digital e outras marcas digitais); formulação e implementação da política estadual de
c) contexto tecnológico (formato de arquivo, tama- arquivos e gestão de documentos, a que se refere
nho de arquivo, dependências de hardware e soft- o artigo 2º, inciso II deste decreto, e deverá propor
ware, tipos de mídias, algoritmos de compressão) e normas, procedimentos e requisitos técnicos comple-
localização física do documento; mentares, visando o tratamento da informação.

119
Parágrafo único. Integram a política estadual de ar- 3. atuar de forma integrada com as Ouvidorias, insti-
quivos e gestão de documentos: tuídas pela Lei estadual nº 10.294, de 20 de abril de
1. os serviços de protocolo e arquivo dos órgãos e 1999, e organizadas pelo Decreto nº 44.074, de 1º de
entidades; julho de 1999.
2. as Comissões de Avaliação de Documentos e Aces- § 3º Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC,
so - CADA, a que se refere o artigo 11 deste decreto; independentemente do meio utilizado, deverão ser
3. o Sistema Informatizado Unificado de Gestão Ar- identificados com ampla visibilidade.
quivística de Documentos e Informações - SPdoc;
4. os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC. Art. 8º A Casa Civil deverá providenciar a contratação
de serviços para o desenvolvimento de “Sistema Inte-
Art. 6º Para garantir efetividade à política de arquivos grado de Informações ao Cidadão”, capaz de intero-
e gestão de documentos, os órgãos e entidades da perar com o SPdoc, a ser utilizado por todos os órgãos
Administração Pública Estadual deverão: e entidades nos seus respectivos Serviços de Informa-
I - providenciar a elaboração de planos de classifica- ções ao Cidadão - SIC.
ção e tabelas de temporalidade de documentos de suas
atividades-fim, a que se referem, respectivamente, os Art. 9º A Unidade do Arquivo Público do Estado, da
artigos 10 a 18 e 19 a 23, do Decreto nº 48.897, de 27 Casa Civil, deverá adotar as providências necessárias
de agosto de 2004; para a organização dos serviços da Central de Aten-
II - cadastrar todos os seus documentos no Sistema In- dimento ao Cidadão - CAC, instituída pelo Decreto nº
formatizado Unificado de Gestão Arquivística de Docu- 54.276, de 27 de abril de 2009, com a finalidade de:
mentos e Informações - SPdoc. I - coordenar a integração sistêmica dos Serviços de
Parágrafo único. As propostas de planos de classifi- Informações ao Cidadão - SIC, instituídos nos órgãos
cação e de tabelas de temporalidade de documentos e entidades;
deverão ser apreciadas pelos órgãos jurídicos dos ór- II - realizar a consolidação e sistematização de dados a
gãos e entidades e encaminhadas à Unidade do Ar- que se refere o artigo 26 deste decreto, bem como a elabo-
quivo Público do Estado para aprovação, antes de sua ração de estatísticas sobre as demandas de consulta e os
oficialização. perfis de usuários, visando o aprimoramento dos serviços.
Art. 7º Ficam criados, em todos os órgãos e entidades Parágrafo único - Os Serviços de Informações ao Cida-
da Administração Pública Estadual, os Serviços de In- dão - SIC deverão fornecer, periodicamente, à Central
formações ao Cidadão - SIC, a que se refere o artigo de Atendimento ao Cidadão - CAC, dados atualizados
5º, inciso IV, deste decreto, diretamente subordinados dos atendimentos prestados.
aos seus titulares, em local com condições apropriadas,
infraestrutura tecnológica e equipe capacitada para: Art. 10. O acesso aos documentos, dados e informa-
I - realizar atendimento presencial e/ou eletrônico na ções compreende, entre outros, os direitos de obter:
sede e nas unidades subordinadas, prestando orienta- I - orientação sobre os procedimentos para a conse-
ção ao público sobre os direitos do requerente, o fun- cução de acesso, bem como sobre o local onde poderá
cionamento do Serviço de Informações ao Cidadão - ser encontrado ou obtido o documento, dado ou infor-
SIC, a tramitação de documentos, bem como sobre os mação almejada;
serviços prestados pelas respectivas unidades do órgão II - dado ou informação contida em registros ou do-
ou entidade; cumentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos
II - protocolar documentos e requerimentos de acesso ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;
a informações, bem como encaminhar os pedidos de III - documento, dado ou informação produzida ou
informação aos setores produtores ou detentores de custodiada por pessoa física ou entidade privada de-
documentos, dados e informações; corrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou enti-
III - controlar o cumprimento de prazos por parte dos dades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
setores produtores ou detentores de documentos, dados IV - dado ou informação primária, íntegra, autêntica
e informações, previstos no artigo 15 deste decreto; e atualizada;
IV - realizar o serviço de busca e fornecimento de do- V - documento, dado ou informação sobre atividades
cumentos, dados e informações sob custódia do res- exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relati-
pectivo órgão ou entidade, ou fornecer ao requerente vas à sua política, organização e serviços;
orientação sobre o local onde encontrá-los.
§ 1º As autoridades máximas dos órgãos e entidades VI - documento, dado ou informação pertinente à ad-
da Administração Pública Estadual deverão designar, ministração o patrimônio público, utilização de recur-
no prazo de 30 (trinta) dias, os responsáveis pelos sos públicos, licitação, contratos administrativos;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Serviços de Informações ao Cidadão - SIC. VII - documento, dado ou informação relativa:


§ 2º Para o pleno desempenho de suas atribuições, os a) à implementação, acompanhamento e resultados
Serviços de Informações ao Cidadão - SIC deverão: dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades
1. manter intercâmbio permanente com os serviços de públicas, bem como metas e indicadores propostos;
protocolo e arquivo; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e
2. buscar informações junto aos gestores de sistemas tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle
informatizados e bases de dados, inclusive de portais interno e externo, incluindo prestações de contas rela-
e sítios institucionais; tivas a exercícios anteriores.

120
§ 1º O acesso aos documentos, dados e informações I - orientar a gestão transparente dos documentos, da-
previsto no caput deste artigo não compreende as in- dos e informações do órgão ou entidade, visando asse-
formações referentes a projetos de pesquisa e desen- gurar o amplo acesso e divulgação;
volvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja II - realizar estudos, sob a orientação técnica da Uni-
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. dade do Arquivo Público do Estado, órgão central do
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral ao Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP,
documento, dado ou informação por ser ela parcial- visando à identificação e elaboração de tabela de do-
mente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não cumentos, dados e informações sigilosas e pessoais, de
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com seu órgão ou entidade;
ocultação da parte sob sigilo. III - encaminhar à autoridade máxima do órgão ou
§ 3º O direito de acesso aos documentos, aos dados entidade a tabela mencionada no inciso II deste arti-
ou às informações neles contidas utilizados como go, bem como as normas e procedimentos visando à
proteção de documentos, dados e informações sigilo-
fundamento da tomada de decisão e do ato admi-
sas e pessoais, para oitiva do órgão jurídico e posterior
nistrativo será assegurado com a edição do ato deci-
publicação;
sório respectivo.
IV - orientar o órgão ou entidade sobre a correta apli-
§ 4º A negativa de acesso aos documentos, dados e
cação dos critérios de restrição de acesso constantes
informações objeto de pedido formulado aos órgãos das tabelas de documentos, dados e informações sigi-
e entidades referidas no artigo 1º deste decreto, losas e pessoais;
quando não fundamentada, sujeitará o responsável V - comunicar à Unidade do Arquivo Público do Es-
a medidas disciplinares, nos termos do artigo 32 da tado a publicação de tabela de documentos, dados e
Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. informações sigilosas e pessoais, e suas eventuais alte-
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, rações, para consolidação de dados, padronização de
poderá o interessado requerer à autoridade compe- critérios e realização de estudos técnicos na área;
tente a imediata instauração de apuração preliminar VI - propor à autoridade máxima do órgão ou entidade a
para investigar o desaparecimento da respectiva do- renovação, alteração de prazos, reclassificação ou desclas-
cumentação. sificação de documentos, dados e informações sigilosas;
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste ar- VII - manifestar-se sobre os prazos mínimos de restrição de
tigo, o responsável pela guarda da informação ex- acesso aos documentos, dados ou informações pessoais;
traviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar VIII - atuar como instância consultiva da autoridade
o fato e indicar testemunhas que comprovem sua máxima do órgão ou entidade, sempre que provocada,
alegação. sobre os recursos interpostos relativos às solicitações de
acesso a documentos, dados e informações não atendi-
SEÇÃO III das ou indeferidas, nos termos do parágrafo único do
DAS COMISSÕES DE AVALIAÇÃO DE DOCUMEN- artigo 19 deste decreto;
TOS E ACESSO IX - informar à autoridade máxima do órgão ou enti-
dade a previsão de necessidades orçamentárias, bem
Art. 11. As Comissões de Avaliação de Documentos de como encaminhar relatórios periódicos sobre o anda-
Arquivo, a que se referem os Decretos nº 29.838, de 18 mento dos trabalhos.
de abril de 1989, e nº 48.897, de 27 de agosto de 2004, Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento de suas
atribuições as Comissões de Avaliação de Documentos e
instituídas nos órgãos e entidades da Administração
Acesso - CADA poderão convocar servidores que possam
Pública Estadual, passarão a ser denominadas Comis-
contribuir com seus conhecimentos e experiências, bem
sões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA.
como constituir subcomissões e grupos de trabalho.
§ 1º As Comissões de Avaliação de Documentos e
Art. 13. À Unidade do Arquivo Público do Estado,
Acesso - CADA deverão ser vinculadas ao Gabinete
órgão central do Sistema de Arquivos do Estado de
da autoridade máxima do órgão ou entidade.
São Paulo - SAESP, responsável por propor a política
§ 2º As Comissões de Avaliação de Documentos e
de acesso aos documentos públicos, nos termos do
Acesso - CADA serão integradas por servidores de artigo 6º, inciso XII, do Decreto nº 22.789, de 19 de
nível superior das áreas jurídica, de administração outubro de 1984, caberá o reexame, a qualquer tem-
geral, de administração financeira, de arquivo e pro- po, das tabelas de documentos, dados e informações
tocolo, de tecnologia da informação e por represen- sigilosas e pessoais dos órgãos e entidades da Admi-
tantes das áreas específicas da documentação a ser nistração Pública Estadual.
analisada.
§ 3º As Comissões de Avaliação de Documentos e SEÇÃO IV
Acesso - CADA serão compostas por 5 (cinco), 7 (sete)
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

DO PEDIDO
ou 9 (nove) membros, designados pela autoridade
máxima do órgão ou entidade.
Art. 14. O pedido de informações deverá ser apresen-
Art. 12. São atribuições das Comissões de Avaliação de
tado ao Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do
Documentos e Acesso - CADA, além daquelas previstas
órgão ou entidade, por qualquer meio legítimo que
para as Comissões de Avaliação de Documentos de Ar-
contenha a identificação do interessado (nome, nú-
quivo nos Decretos nº 29.838, de 18 de abril de 1989, e
mero de documento e endereço) e a especificação da
nº 48.897, de 27 de agosto de 2004:
informação requerida.

121
Art. 15. O Serviço de Informações ao Cidadão - SIC Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de
do órgão ou entidade responsável pelas informações cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas ex-
solicitadas deverá conceder o acesso imediato àquelas pensas e sob Grupo Técnico supervisão de servidor
disponíveis. público, a reprodução seja feita por outro meio que
§ 1º Na impossibilidade de conceder o acesso ime- não ponha em risco a conservação do documento
diato, o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do original.
órgão ou entidade, em prazo não superior a 20 (vin-
te) dias, deverá: Art. 18. É direito do interessado obter o inteiro teor
1. comunicar a data, local e modo para se realizar a de decisão de negativa de acesso, por certidão ou
consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; cópia.
2. indicar as razões de fato ou de direito da recusa,
total ou parcial, do acesso pretendido; SEÇÃO V
3. comunicar que não possui a informação, indicar, DOS RECURSOS
se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade
que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse Art. 19. No caso de indeferimento de acesso aos docu-
órgão ou entidade, cientificando o interessado da re- mentos, dados e informações ou às razões da negativa
messa de seu pedido de informação. do acesso, bem como o não atendimento do pedido,
§ 2º O prazo referido no § 1º deste artigo poderá ser poderá o interessado interpor recurso contra a decisão
prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justifica- no prazo de 10 (dez) dias a contar de sua ciência.
tiva expressa, da qual será cientificado o interessado. Parágrafo único. O recurso será dirigido à apreciação
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das de pelo menos uma autoridade hierarquicamente su-
informações e do cumprimento da legislação aplicá- perior à que exarou a decisão impugnada, que deverá
vel, o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do se manifestar, após eventual consulta à Comissão de
órgão ou entidade poderá oferecer meios para que Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, a que se
o próprio interessado possa pesquisar a informação referem os artigos 11 e 12 deste decreto, e ao órgão
de que necessitar. jurídico, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar Art. 20. Negado o acesso ao documento, dado e infor-
de informação total ou parcialmente sigilosa, o inte- mação pelos órgãos ou entidades da Administração
ressado deverá ser informado sobre a possibilidade Pública Estadual, o interessado poderá recorrer à Cor-
de recurso, prazos e condições para sua interposição, regedoria Geral da Administração, que deliberará no
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade com- prazo de 5 (cinco) dias se:
petente para sua apreciação. I - o acesso ao documento, dado ou informação não
§ 5º A informação armazenada em formato digital classificada como sigilosa for negado;
será fornecida nesse formato, caso haja anuência do II - a decisão de negativa de acesso ao documento,
interessado. dado ou informação, total ou parcialmente classifica-
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível da como sigilosa, não indicar a autoridade classifica-
ao público em formato impresso, eletrônico ou em dora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser
qualquer outro meio de acesso universal, serão infor- dirigido o pedido de acesso ou desclassificação;
mados ao interessado, por escrito, o lugar e a forma III - os procedimentos de classificação de sigilo estabe-
pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir lecidos na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro
a referida informação, procedimento esse que deso- de 2011, não tiverem sido observados;
nerará o órgão ou entidade pública da obrigação de IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros
seu fornecimento direto, salvo se o interessado de- procedimentos revistos na Lei Federal nº 12.527, de 18
clarar não dispor de meios para realizar por si mes- de novembro de 2011.
mo tais procedimentos. § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá
Art. 16. O serviço de busca e fornecimento da infor- ser dirigido à Corregedoria Geral da Administração
mação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução depois de submetido à apreciação de pelo menos
de documentos pelo órgão ou entidade pública con- uma autoridade hierarquicamente superior àquela
sultada, situação em que poderá ser cobrado exclusi- que exarou a decisão impugnada, nos termos do
vamente o valor necessário ao ressarcimento do custo parágrafo único do artigo 19 deste decreto.
dos serviços e dos materiais utilizados, a ser fixado em § 2º Verificada a procedência das razões do recurso,
ato normativo pelo Chefe do Executivo. a Corregedoria Geral da Administração determinará
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos ao órgão ou entidade que adote as providências ne-
previstos no caput deste artigo todo aquele cuja situa- cessárias para dar cumprimento ao disposto na Lei
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ção econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e
do sustento próprio ou da família, declarada nos ter- neste decreto.
mos da Lei Federal nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. Art. 21. Negado o acesso ao documento, dado ou
Art. 17. Quando se tratar de acesso à informação informação pela Corregedoria Geral da Administra-
contida em documento cuja manipulação possa pre- ção, o requerente poderá, no prazo de 10 (dez) dias
judicar sua integridade, deverá ser oferecida a con- a contar da sua ciência, interpor recurso à Comissão
sulta de cópia, com certificação de que esta confere Estadual de Acesso à Informação, de que trata o ar-
com o original. tigo 76 deste decreto.

122
Art. 22. Aplica-se, no que couber, a Lei estadual nº Art. 24. Os documentos que contenham informa-
10.177, de 30 de dezembro de 1998, ao procedi- ções que se enquadrem nos casos referidos no ar-
mento de que trata este Capítulo. tigo anterior deverão estar cadastrados no Sistema
Informatizado Unificado de Gestão Arquivística de
CAPÍTULO III Documentos e Informações - SPdoc.
DA DIVULGAÇÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E Art. 25. A autoridade máxima de cada órgão ou en-
INFORMAÇÕES tidade estadual publicará, anualmente, em sítio pró-
prio, bem como no Portal da Transparência e do Go-
Art. 23. É dever dos órgãos e entidades da Adminis- verno Aberto:
tração Pública Estadual promover, independentemen- I - rol de documentos, dados e informações que tenham
te de requerimentos, a divulgação em local de fácil sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;
acesso, no âmbito de suas competências, de docu- II - rol de documentos classificados em cada grau de
mentos, dados e informações de interesse coletivo ou sigilo, com identificação para referência futura;
geral por eles produzidas ou custodiadas. III - relatório estatístico contendo a quantidade de
§ 1º - Na divulgação das informações a que se refere pedidos de informação recebidos, atendidos e inde-
o caput deste artigo, deverão constar, no mínimo: feridos, bem como informações genéricas sobre os
1. registro das competências e estrutura organizacio- solicitantes.
nal, endereços e telefones das respectivas unidades e Parágrafo único - Os órgãos e entidades da Admi-
horários de atendimento ao público; nistração Pública Estadual deverão manter exemplar
2. registros de quaisquer repasses ou transferências da publicação prevista no caput deste artigo para
de recursos financeiros; consulta pública em suas sedes, bem como o extrato
3. registros de receitas e despesas; com o rol de documentos, dados e informações clas-
4. informações concernentes a procedimentos licita- sificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e
tórios, inclusive os respectivos editais e resultados, dos fundamentos da classificação.
bem como a todos os contratos celebrados; Art. 26. Os órgãos e entidades da Administração Pú-
5. relatórios, estudos e pesquisas; blica Estadual deverão prestar no prazo de 60 (ses-
6. dados gerais para o acompanhamento da execução
senta) dias, para compor o “Catálogo de Sistemas e
orçamentária, de programas, ações, projetos e obras
Bases de Dados da Administração Pública do Estado
de órgãos e entidades;
de São Paulo - CSBD”, as seguintes informações:
7. respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
I - tamanho e descrição do conteúdo das bases de dados;
§ 2º Para o cumprimento do disposto no caput deste
II - metadados;
artigo, os órgãos e entidades estaduais deverão uti-
III - dicionário de dados com detalhamento de con-
lizar todos os meios e instrumentos legítimos de que
dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios teúdo;
oficiais da rede mundial de computadores (internet). IV - arquitetura da base de dados;
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deste artigo deve- V - periodicidade de atualização;
rão atender, entre outros, aos seguintes requisitos: VI - software da base de dados;
1. conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per- VII - existência ou não de sistema de consulta à base
mita o acesso à informação de forma objetiva, trans- de dados e sua linguagem de programação;
parente, clara e em linguagem de fácil compreensão; VIII - formas de consulta, acesso e obtenção à base
2. possibilitar a gravação de relatórios em diversos de dados.
formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprie- § 1º Os órgãos e entidades da Administração Públi-
tários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar ca Estadual deverão indicar o setor responsável pelo
a análise das informações; fornecimento e atualização permanente de dados e
3. possibilitar o acesso automatizado por sistemas informações que compõem o «Catálogo de Siste-
externos em formatos abertos, estruturados e legí- mas e Bases de Dados da Administração Pública do
veis por máquina; Estado de São Paulo - CSBD».
4. divulgar em detalhes os formatos utilizados para § 2º O desenvolvimento do «Catálogo de Sistemas e
estruturação da informação; Bases de Dados da Administração Pública do Estado de
5. garantir a autenticidade e a integridade das infor- São Paulo - CSBD», coleta de informações, manutenção
mações disponíveis para acesso; e atualização permanente ficará a cargo da Fundação
6. manter atualizadas as informações disponíveis Sistema Estadual de Análise de Dados - SEADE.
para acesso; § 3º O «Catálogo de Sistemas e Bases de Dados
7. indicar local e instruções que permitam ao interes- da Administração Pública do Estado de São Paulo
sado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, - CSBD», bem como as bases de dados da Adminis-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

com o órgão ou entidade detentora do sítio; tração Pública Estadual deverão estar disponíveis no
8. adotar as medidas necessárias para garantir a aces- Portal do Governo Aberto e no Portal da Transpa-
sibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência,
rência, nos termos dos Decretos nº 57.500, de 8 de
nos termos do artigo 17 da Lei Federal nº 10.098, de
novembro de 2011, e nº 55.559, de 12 de março de
19 de dezembro de 2000, artigo 9° da Convenção so-
2010, com todos os elementos necessários para per-
bre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, mitir sua utilização por terceiros, como a arquitetura
e da Lei estadual n° 12.907, de 15 de abril de 2008. da base e o dicionário de dados.

123
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da
CAPÍTULO IV população;
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO A DOCUMENTOS, IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira,
DADOS E INFORMAÇÕES econômica ou monetária do País;
SEÇÃO I V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações
DISPOSIÇÕES GERAIS estratégicos das Forças Armadas;
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa
Art. 27. São consideradas passíveis de restrição de e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim
acesso, no âmbito da Administração Pública Esta- como a sistemas, bens, instalações ou áreas de inte-
dual, duas categorias de documentos, dados e in- resse estratégico nacional;
formações: VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
I - Sigilosos: aqueles submetidos temporariamente altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus
à restrição de acesso público em razão de sua im- familiares;
prescindibilidade para a segurança da sociedade e VIII - comprometer atividades de inteligência, bem
do Estado; como de investigação ou fiscalização em andamen-
II - Pessoais: aqueles relacionados à pessoa natural to, relacionadas com a prevenção ou repressão de
identificada ou identificável, relativas à intimidade, infrações.
vida privada, honra e imagem das pessoas, bem
como às liberdades e garantias individuais. Art. 31. Os documentos, dados e informações sigi-
Parágrafo único. Cabe aos órgãos e entidades da losas em poder de órgãos e entidades da Adminis-
Administração Pública Estadual, por meio de suas tração Pública Estadual, observado o seu teor e em
respectivas Comissões de Avaliação de Documentos razão de sua imprescindibilidade à segurança da so-
e Acesso - CADA, a que se referem os artigos 11 e ciedade ou do Estado, poderão ser classificados nos
12 deste decreto, promover os estudos necessários seguintes graus:
I - ultrassecreto;
à elaboração de tabela com a identificação de do-
II - secreto;
cumentos, dados e informações sigilosas e pessoais,
III - reservado.
visando assegurar a sua proteção.
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso aos
documentos, dados e informações, conforme a clas-
Art. 28. Não poderá ser negado acesso à informação
sificação prevista no caput e incisos deste artigo,
necessária à tutela judicial ou administrativa de di-
vigoram a partir da data de sua produção e são os
reitos fundamentais.
seguintes:
1. ultrassecreto: até 25 (vinte e cinco) anos;
Parágrafo único. Os documentos, dados e informa-
2. secreto: até 15 (quinze) anos;
ções que versem sobre condutas que impliquem
3. reservado: até 5 (cinco) anos.
violação dos direitos humanos praticada por agentes § 2º Os documentos, dados e informações que pude-
públicos ou a mando de autoridades públicas não rem colocar em risco a segurança do Governador e
poderão ser objeto de restrição de acesso. Vice-Governador do Estado e respectivos cônjuges e
filhos (as) serão classificados como reservados e fica-
Art. 29. O disposto neste decreto não exclui as de- rão sob sigilo até o término do mandato em exercício
mais hipóteses legais de sigilo e de segredo de jus- ou do último mandato, em caso de reeleição.
tiça nem as hipóteses de segredo industrial decor- § 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º
rentes da exploração direta de atividade econômica deste artigo, poderá ser estabelecida como termo
pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada final de restrição de acesso a ocorrência de determi-
que tenha qualquer vínculo com o poder público. nado evento, desde que este ocorra antes do trans-
curso do prazo máximo de classificação.
SEÇÃO II § 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consu-
DA CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E DES- mado o evento que defina o seu termo final, o docu-
CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E IN- mento, dado ou informação tornar-se-á, automatica-
FORMAÇÕES SIGILOSAS mente, de acesso público.
§ 5º Para a classificação do documento, dado ou
Art. 30. São considerados imprescindíveis à segurança informação em determinado grau de sigilo, deverá
da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de ser observado o interesse público da informação, e
classificação de sigilo, os documentos, dados e infor- utilizado o critério menos restritivo possível, consi-
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: derados:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a 1. a gravidade do risco ou dano à segurança da socie-
integridade do território nacional; dade e do Estado;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de nego- 2. o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento
ciações ou as relações internacionais do País, ou as que defina seu termo final.
que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por
outros Estados e organismos internacionais; Art. 32. A classificação de sigilo de documentos, dados
e informações no âmbito da Administração Pública
Estadual deverá ser realizada mediante:

124
I - publicação oficial, pela autoridade máxima do ór- Art. 34. A classificação de documentos, dados e infor-
gão ou entidade, de tabela de documentos, dados e mações será reavaliada pela autoridade classificadora
informações sigilosas e pessoais, que em razão de seu ou por autoridade hierarquicamente superior, me-
teor e de sua imprescindibilidade à segurança da so- diante provocação ou de ofício, nos termos e prazos
ciedade e do Estado ou à proteção da intimidade, da previstos em regulamento, com vistas à sua desclassi-
vida privada, da honra e imagem das pessoas, sejam ficação ou à redução do prazo de sigilo, observado o
passíveis de restrição de acesso, a partir do momento disposto no artigo 31 deste decreto.
de sua produção, § 1º O regulamento a que se refere o caput deste
II - análise do caso concreto pela autoridade respon- artigo deverá considerar as peculiaridades das infor-
sável ou agente público competente, e formalização mações produzidas no exterior por autoridades ou
da decisão de classificação, reclassificação ou desclas-
agentes públicos.
sificação de sigilo, bem como de restrição de acesso à
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput deste arti-
informação pessoal, que conterá, no mínimo, os se-
guintes elementos: go deverão ser examinadas a permanência dos moti-
a) assunto sobre o qual versa a informação; vos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes
b) fundamento da classificação, reclassificação ou do acesso ou da divulgação da informação.
desclassificação de sigilo, observados os critérios es- § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da
tabelecidos no artigo 31 deste decreto, bem como da informação, o novo prazo de restrição manterá como
restrição de acesso à informação pessoal; termo inicial a data da sua produção.
c) indicação do prazo de sigilo, contado em anos, me-
ses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, SEÇÃO III
conforme limites previstos no artigo 31 deste decreto, DA PROTEÇÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E IN-
bem como a indicação do prazo mínimo de restrição FORMAÇÕES PESSOAIS
de acesso à informação pessoal;
d) identificação da autoridade que a classificou, re- Art. 35. O tratamento de documentos, dados e infor-
classificou ou desclassificou. mações pessoais deve ser feito de forma transparen-
Parágrafo único. O prazo de restrição de acesso con- te e com respeito à intimidade, vida privada, honra e
tar-se-á da data da produção do documento, dado ou imagem das pessoas, bem como às liberdades e ga-
informação.
rantias individuais.
Art. 33. A classificação de sigilo de documentos, dados
§ 1º Os documentos, dados e informações pessoais,
e informações no âmbito da Administração Pública
Estadual, a que se refere o inciso II do artigo 32 deste a que se refere este artigo, relativas à intimidade,
decreto, é de competência: vida privada, honra e imagem:
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: 1. terão seu acesso restrito, independentemente de
a) Governador do Estado; classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100
b) Vice-Governador do Estado; (cem) anos a contar da sua data de produção, a agen-
c) Secretários de Estado e Procurador Geral do Estado; tes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que
d) Delegado Geral de Polícia e Comandante Geral da elas se referirem;
olícia Militar; 2. poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no in- por terceiros diante de previsão legal ou consentimen-
ciso I deste artigo, das autoridades máximas de autar- to expresso da pessoa a que elas se referirem.
quias, fundações ou empresas públicas e sociedades § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de
de economia mista; que trata este artigo será responsabilizado por seu
III - no grau de reservado, das autoridades referidas uso indevido.
nos incisos I e II deste artigo e das que exerçam fun- § 3º O consentimento referido no item 2 do § 1º des-
ções de direção, comando ou chefia, ou de hierarquia te artigo não será exigido quando as informações
equivalente, de acordo com regulamentação específi- forem necessárias:
ca de cada órgão ou entidade, observado o disposto 1. à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
neste decreto. estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II deste única e exclusivamente para o tratamento médico;
artigo, no que se refere à classificação como ultrasse-
2. à realização de estatísticas e pesquisas científicas
creta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade
de evidente interesse público ou geral, previstos em
responsável a agente público, vedada a subdelegação.
§ 2º A classificação de documentos, dados e infor- lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as
mações no grau de sigilo ultrassecreto pelas autori- informações se referirem;
dades previstas na alínea «d» do inciso I deste artigo 3. ao cumprimento de ordem judicial;
deverá ser ratificada pelo Secretário da Segurança 4. à defesa de direitos humanos;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Pública, no prazo de 10 (dez) dias. 5. à proteção do interesse público e geral preponderante.


§ 3º A autoridade ou outro agente público que clas- § 4º A restrição de acesso aos documentos, dados e
sificar documento, dado e informação como ultras- informações relativos à vida privada, honra e imagem
secreto deverá encaminhar a decisão de que trata de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de
o inciso II do artigo 32 deste decreto, à Comissão prejudicar processo de apuração de irregularidades
Estadual de Acesso à Informação, a que se refere o em que o titular das informações estiver envolvido,
artigo 76 deste diploma legal, no prazo previsto em bem como em ações voltadas para a recuperação de
regulamento. fatos históricos de maior relevância.

125
§ 5º Os documentos, dados e informações identifica- III - no envelope externo não constará qualquer in-
dos como pessoais somente poderão ser fornecidos dicação do grau de sigilo ou do teor do documento;
pessoalmente, com a identificação do interessado. IV - o envelope interno será fechado, lacrado e ex-
pedido mediante relação de remessa, que indicará,
SEÇÃO IV necessariamente, remetente, destinatário, número
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE DOCUMENTOS, de registro e o grau de sigilo do documento;
DADOS E INFORMAÇÕES SIGILOSOS V - para os documentos sigilosos digitais deverão ser
observadas as prescrições referentes à criptografia.
Art. 36. É dever da Administração Pública Estadual
controlar o acesso e a divulgação de documentos, da- Art. 41. A expedição, tramitação e entrega de docu-
dos e informações sigilosos sob a custódia de seus ór- mento ultrassecreto e secreto, deverá ser efetuadas
gãos e entidades, assegurando a sua proteção contra pessoalmente, por agente público credenciado, sen-
perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divul- do vedada a sua postagem.
gação não autorizados. Parágrafo único. A comunicação de informação de
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de do- natureza ultrassecreta e secreta, de outra forma que
cumentos, dados e informações classificados como não a prescrita no caput deste artigo, só será permi-
sigilosos ficarão restritos a pessoas que tenham ne- tida excepcionalmente e em casos extremos, que re-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente queiram tramitação e solução imediatas, em atendi-
mento ao princípio da oportunidade e considerados
credenciadas na forma dos artigos 62 a 65 deste de-
os interesses da segurança da sociedade e do Estado,
creto, sem prejuízo das atribuições dos agentes pú-
utilizando-se o adequado meio de criptografia.
blicos autorizados por lei.
Art. 42. A expedição de documento reservado po-
§ 2º O acesso aos documentos, dados e informações
derá ser feita mediante serviço postal, com opção
classificados como sigilosos ou identificados como
de registro, mensageiro oficialmente designado, sis-
pessoais, cria a obrigação para aquele que as obteve
tema de encomendas ou, quando for o caso, mala
de resguardar restrição de acesso.
diplomática.
Parágrafo único. A comunicação dos documentos
Art. 37. As autoridades públicas adotarão as providên-
de que trata este artigo poderá ser feita por outros
cias necessárias para que o pessoal a elas subordina-
meios, desde que sejam usados recursos de criptogra-
do hierarquicamente conheça as normas e observe as
fia compatíveis com o grau de sigilo do documento,
medidas e procedimentos de segurança para trata-
conforme previsto nos artigos 51 a 56 deste decreto.
mento de documentos, dados e informações sigilosos
e pessoais.
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada Art. 43. Cabe aos agentes públicos credenciados res-
que, em razão de qualquer vínculo com o poder públi- ponsáveis pelo recebimento de documentos sigilosos:
co executar atividades de tratamento de documentos, I - verificar a integridade na correspondência rece-
dados e informações sigilosos e pessoais adotará as bida e registrar indícios de violação ou de qualquer
providências necessárias para que seus empregados, irregularidade, dando ciência do fato ao seu superior
prepostos ou representantes observem as medidas e hierárquico e ao destinatário, o qual informará ime-
procedimentos de segurança das informações resul- diatamente ao remetente;
tantes da aplicação deste decreto. II - proceder ao registro do documento e ao controle
Art. 38. O acesso a documentos, dados e informações de sua tramitação.
sigilosos, originários de outros órgãos ou instituições
privadas, custodiados para fins de instrução de proce- Art. 44. O envelope interno só será aberto pelo desti-
dimento, processo administrativo ou judicial, somente natário, seu representante autorizado ou autoridade
poderá ser realizado para outra finalidade se auto- competente hierarquicamente superior, observados
rizado pelo agente credenciado do respectivo órgão, os requisitos do artigo 62 deste decreto.
entidade ou instituição de origem.
Art. 45. O destinatário de documento sigiloso comuni-
SUBSEÇÃO I cará imediatamente ao remetente qualquer indício de
DA PRODUÇÃO, DO REGISTRO, EXPEDIÇÃO, TRA- violação ou adulteração do documento.
MITAÇÃO E GUARDA Art. 46. Os documentos, dados e informações sigi-
losos serão mantidos em condições especiais de se-
Art. 39. A produção, manuseio, consulta, transmis- gurança, na forma do regulamento interno de cada
são, manutenção e guarda de documentos, dados e órgão ou entidade.
informações sigilosos observarão medidas especiais Parágrafo único. Para a guarda de documentos se-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

de segurança. cretos e ultrassecretos deverá ser utilizado cofre for-


te ou estrutura que ofereça segurança equivalente
Art. 40. Os documentos sigilosos em sua expedição e ou superior.
tramitação obedecerão às seguintes prescrições: Art. 47 Os agentes públicos responsáveis pela guarda
I - deverão ser registrados no momento de sua pro- ou custódia de documentos sigilosos os transmitirão a
dução, prioritariamente em sistema informatizado de seus substitutos, devidamente conferidos, quando da
gestão arquivística de documentos; passagem ou transferência de responsabilidade.
II - serão acondicionados em envelopes duplos;

126
SUBSEÇÃO II Art. 53. A aquisição e uso de aplicativos de criptografia
DA MARCAÇÃO no âmbito da Administração Pública Estadual sujei-
tar-se-ão às normas gerais baixadas pelo Comitê de
Art. 48. O grau de sigilo será indicado em todas as pági- Qualidade da Gestão Pública - CQGP.
nas do documento, nas capas e nas cópias, se houver, pelo Parágrafo único. Os programas, aplicativos, sistemas
produtor do documento, dado ou informação, após clas- e equipamentos de criptografia são considerados si-
sificação, ou pelo agente classificador que juntar a ele do- gilosos e deverão, antecipadamente, ser submetidos à
cumento ou informação com alguma restrição de acesso. certificação de conformidade.
§ 1º Os documentos, dados ou informações cujas par-
tes contenham diferentes níveis de restrição de aces- Art. 54. Aplicam-se aos programas, aplicativos, siste-
so devem receber diferentes marcações, mas no seu mas e equipamentos de criptografia todas as medidas
todo, será tratado nos termos de seu grau de sigilo de segurança previstas neste decreto para os docu-
mais elevado. mentos, dados e informações sigilosos e também os
§ 2º A marcação será feita em local que não compro- seguintes procedimentos:
meta a leitura e compreensão do conteúdo do docu- I - realização de vistorias periódicas, com a finalida-
mento e em local que possibilite sua reprodução em de de assegurar uma perfeita execução das operações
eventuais cópias. criptográficas;
§ 3º As páginas serão numeradas seguidamente, de- II - elaboração de inventários completos e atualizados
vendo a juntada ser precedida de termo próprio con- do material de criptografia existente;
signando o número total de folhas acrescidas ao do- III - escolha de sistemas criptográficos adequados a
cumento. cada destinatário, quando necessário;
§ 4º A marcação deverá ser necessariamente datada. IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autori-
Art. 49. A marcação em extratos de documentos, esbo- dade competente, de qualquer anormalidade relativa
ços, desenhos, fotografias, imagens digitais, multimí- ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, à autentici-
dia, negativos, diapositivos, mapas, cartas e fotocartas dade, à legitimidade e à disponibilidade de documen-
obedecerá ao prescrito no artigo 48 deste decreto. tos, dados e informações sigilosos criptografados;
§ 1º Em fotografias e reproduções de negativos sem V - identificação e registro de indícios de violação ou
legenda, a indicação do grau de sigilo será no verso interceptação ou de irregularidades na transmissão
e nas respectivas embalagens. ou recebimento
§ 2º Em filmes cinematográficos, negativos em rolos de documentos, dados e informações criptografados.
contínuos e microfilmes, a categoria e o grau de sigilo § 1º A autoridade máxima do órgão ou entidade da
serão indicados nas imagens de abertura e de encer- Administração Pública Estadual responsável pela
ramento de cada rolo, cuja embalagem será tecnica- custódia de documentos, dados e informações si-
mente segura e exibirá a classificação do conteúdo. gilosos e detentor de material criptográfico desig-
§ 3º Os esboços, desenhos, fotografias, imagens di- nará um agente público responsável pela segurança
gitais, multimídia, negativos, diapositivos, mapas, criptográfica, devidamente credenciado, que deverá
cartas e fotocartas de que trata esta seção, que não observar os procedimentos previstos no caput deste
apresentem condições para a indicação do grau de artigo.
sigilo, serão guardados em embalagens que exibam § 2º O agente público referido no § 1º deste arti-
a classificação correspondente à classificação do go deverá providenciar as condições de segurança
conteúdo. necessárias ao resguardo do sigilo de documentos,
dados e informações durante sua produção, trami-
Art. 50. A marcação da reclassificação e da desclassifi- tação e guarda, em suporte magnético ou óptico,
cação de documentos, dados ou informações sigilosos bem como a segurança dos equipamentos e siste-
obedecerá às mesmas regras da marcação da classi- mas utilizados.
ficação. § 3º As cópias de segurança de documentos, dados
Parágrafo único. Havendo mais de uma marcação, e informações sigilosos deverão ser criptografados,
prevalecerá a mais recente. observadas as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.

SUBSEÇÃO III Art. 55. Os equipamentos e sistemas utilizados para


DA CRIPTOGRAFIA a produção e guarda de documentos, dados e infor-
mações sigilosos poderão estar ligados a redes de
Art. 51. Fica autorizado o uso de código, cifra ou sis- comunicação de dados desde que possuam sistemas
tema de criptografia no âmbito da Administração de proteção e segurança adequados, nos termos das
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Pública Estadual e das instituições de caráter público normas gerais baixadas pelo Comitê de Qualidade da
para assegurar o sigilo de documentos, dados e in- Gestão Pública - CQGP.
formações.
Art. 56. Cabe ao órgão responsável pela criptografia
Art. 52. Para circularem fora de área ou instalação si- de documentos, dados e informações sigilosos provi-
gilosa, os documentos, dados e informações sigilosos, denciar a sua descriptação após a sua desclassificação.
produzidos em suporte magnético ou óptico, deverão
necessariamente estar criptografados.

127
SUBSEÇÃO IV UBSEÇÃO VI
DA PRESERVAÇÃO E ELIMINAÇÃO DA CREDENCIAL DE SEGURANÇA

Art. 57. Aplicam-se aos documentos, dados e in- Art. 62. O credenciamento e a necessidade de conhe-
formações sigilosos os prazos de guarda estabele- cer são condições indispensáveis para que o agente
cidos na Tabela de Temporalidade de Documentos público estadual no efetivo exercício de cargo, função,
das Atividades-Meio, oficializada pelo Decreto nº emprego ou atividade tenha acesso a documentos, da-
48.898, de 27 de agosto de 2004, e nas Tabelas de dos e informações sigilosos equivalentes ou inferiores
Temporalidade de Documentos das Atividades-Fim, ao de sua credencial de segurança.
oficializadas pelos órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública Estadual, ressalvado o disposto no Art. 63. As credenciais de segurança referentes aos
artigo 59 deste decreto. graus de sigilo previstos no artigo 31 deste decreto,
serão classificadas nos graus de sigilo ultrassecreta,
Art. 58. Os documentos, dados e informações sigi- secreta ou reservada.
losos considerados de guarda permanente, nos ter-
mos dos Decretos nº 48.897 e nº 48.898, ambos de Art. 64. A credencial de segurança referente à infor-
27 de agosto de 2004, somente poderão ser recolhi- mação pessoal, prevista no artigo 35 deste decreto,
dos à Unidade do Arquivo Público do Estado após a será identificada como personalíssima.
sua desclassificação.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput
deste artigo, os documentos de guarda permanen- Art. 65. A emissão da credencial de segurança compe-
te de órgãos ou entidades extintos ou que cessaram te às autoridades máximas de órgãos e entidades da
suas atividades, em conformidade com o artigo 7, § Administração Pública Estadual, podendo ser objeto
2º, da Lei Federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, de delegação.
e com o artigo 1º, § 2º, do Decreto nº 48.897, de 27 § 1º A credencial de segurança será concedida me-
de agosto de 2004. diante termo de compromisso de preservação de si-
Art. 59. Decorridos os prazos previstos nas tabelas gilo, pelo qual os agentes públicos responsabilizam-
de temporalidade de documentos, os documentos, -se por não revelarem ou divulgarem documentos,
dados e informações sigilosos de guarda temporária dados ou informações sigilosos dos quais tiverem
somente poderão ser eliminados após 1 (um) ano, a conhecimento direta ou indiretamente no exercício
contar da data de sua desclassificação, a fim de ga- de cargo, função ou emprego público.
rantir o pleno acesso às informações neles contidas. § 2º Para a concessão de credencial de segurança
serão avaliados, por meio de investigação, os requi-
Art. 60. A eliminação de documentos dados ou in- sitos profissionais, funcionais e pessoais dos pro-
formações sigilosos em suporte magnético ou ótico postos.
que não possuam valor permanente deve ser feita, § 3º A validade da credencial de segurança poderá
por método que sobrescreva as informações arma- ser limitada no tempo e no espaço.
zenadas, após sua desclassificação. § 4º O compromisso referido no caput deste artigo
Parágrafo único. Se não estiver ao alcance do órgão a persistirá enquanto durar o sigilo dos documentos a
eliminação que se refere o caput deste artigo, deverá que tiveram acesso.
ser providenciada a destruição física dos dispositivos
de armazenamento. SUBSEÇÃO VII
DA REPRODUÇÃO E AUTENTICAÇÃO
SUBSEÇÃO V
DA PUBLICIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS Art. 66. Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC
dos órgãos e entidades da Administração Pública
Art. 61. A publicação de atos administrativos referen- Estadual fornecerão, desde que haja autorização ex-
tes a documentos, dados e informações sigilosos po- pressa das autoridades classificadoras ou das autori-
derá ser efetuada mediante extratos, com autorização dades hierarquicamente superiores, reprodução total
da autoridade classificadora ou hierarquicamente su- ou parcial de documentos, dados e informações sigi-
perior. losos.
§ 1º Os extratos referidos no caput deste artigo li- § 1º A reprodução do todo ou de parte de docu-
mitar-se-ão ao seu respectivo número, ao ano de mentos, dados e informações sigilosos terá o mes-
edição e à sua ementa, redigidos por agente público mo grau de sigilo dos documentos, dados e infor-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

credenciado, de modo a não comprometer o sigilo. mações originais.


§ 2º A publicação de atos administrativos que trate § 2º A reprodução e autenticação de cópias de do-
de documentos, dados e informações sigilosos para cumentos, dados e informações sigilosos serão rea-
sua divulgação ou execução dependerá de autoriza- lizadas por agentes públicos credenciados.
ção da autoridade classificadora ou autoridade com- § 3º Serão fornecidas certidões de documentos sigi-
petente hierarquicamente superior. losos que não puderem ser reproduzidos integral-
mente, em razão das restrições legais ou do seu es-
S tado de conservação.

128
§ 4º A reprodução de documentos, dados e informa- III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações
ções pessoais que possam comprometer a intimida- de acesso a documento, dado e informação;
de, a vida privada, a honra ou a imagem de terceiros IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
poderá ocorrer desde que haja autorização nos ter- permitir acesso indevido ao documento, dado e infor-
mos item 2 do § 1º do artigo 35 deste decreto. mação sigilosos ou pessoal;
V - impor sigilo a documento, dado e informação para
Art. 67. O responsável pela preparação ou reprodu- obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de
ção de documentos sigilosos deverá providenciar a ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem;
eliminação de provas ou qualquer outro recurso, que VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
possam dar origem à cópia não autorizada do todo petente documento, dado ou informação sigilosos
ou parte. para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de
Art. 68. Sempre que a preparação, impressão ou, se terceiros;
for o caso, reprodução de documentos, dados e in- VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu-
formações sigilosos forem efetuadas em tipografias, mentos concernentes a possíveis violações de direitos
impressoras, oficinas gráficas, ou similares, essa ope- humanos por parte de agentes do Estado.
ração deverá ser acompanhada por agente público § 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla
credenciado, que será responsável pela garantia do defesa e do devido processo legal, as condutas des-
sigilo durante a confecção do documento. critas no caput deste artigo serão apuradas e puni-
das na forma da legislação em vigor.
SUBSEÇÃO VIII § 2º Pelas condutas descritas no caput deste artigo,
DA GESTÃO DE CONTRATOS poderá o agente público responder, também, por
improbidade administrativa, conforme o disposto na
Art. 69. O contrato cuja execução implique o aces- Lei Federal nº 8.429, de 2 de junho de 1992.
so por parte da contratada a documentos, dados ou
informações sigilosos, obedecerá aos seguintes re- Art. 72. O agente público que tiver acesso a documen-
quisitos: tos, dados ou informações sigilosos, nos termos deste
I - assinatura de termo de compromisso de manu- decreto, é responsável pela preservação de seu sigi-
tenção de sigilo; lo, ficando sujeito às sanções administrativas, civis e
II - o contrato conterá cláusulas prevendo: penais previstas na legislação, em caso de eventual
a) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo divulgação não autorizada.
ao objeto contratado, bem como à sua execução;
b) obrigação de o contratado adotar as medidas de Art. 73. Os agentes responsáveis pela custódia de do-
segurança adequadas, no âmbito de suas atividades, cumentos e informações sigilosos sujeitam-se às nor-
para a manutenção do sigilo de documentos, dados mas referentes ao sigilo profissional, em razão do ofí-
e informações aos quais teve acesso; cio, e ao seu código de ética específico, sem prejuízo
c) identificação, para fins de concessão de credencial das sanções legais.
de segurança, das pessoas que, em nome da contra-
tada, terão acesso a documentos, dados e informa- Art. 74. A pessoa física ou entidade privada que deti-
ções sigilosos. ver documentos, dados e informações em virtude de
vínculo de qualquer natureza com o poder público e
Art. 70. Os órgãos contratantes da Administração Pú- deixar de observar o disposto na Lei Federal nº 12.527,
blica Estadual fiscalizarão o cumprimento das medi- de 18 de novembro de 2011, e neste decreto estará
das necessárias à proteção dos documentos, dados sujeita às seguintes sanções:
e informações de natureza sigilosa transferidos aos I - advertência;
contratados ou decorrentes da execução do contrato. II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
CAPÍTULO V IV - suspensão temporária de participar em licitação
DAS RESPONSABILIDADES e impedimento de contratar com a Administração Pú-
blica Estadual por prazo não superior a 2 (dois) anos;
Art. 71. Constituem condutas ilícitas que ensejam res- V - declaração de inidoneidade para licitar ou con-
ponsabilidade do agente público: tratar com a Administração Pública Estadual, até que
I - recusar-se a fornecer documentos, dados e infor- seja promovida a reabilitação perante a própria auto-
mações requeridas nos termos deste decreto, retardar ridade que aplicou a penalidade.
deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do in-
imprecisa; ciso II, assegurado o direito de defesa do interessado,
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des- no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou § 2º A reabilitação referida no inciso V deste arti-
parcialmente, documento, dado ou informação que se go será autorizada somente quando o interessado
encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos
conhecimento em razão do exercício das atribuições prejuízos resultantes e decorrido o prazo da sanção
de cargo, emprego ou função pública; aplicada com base no inciso IV.

129
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V deste DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
artigo é de competência exclusiva da autoridade má-
xima do órgão ou entidade pública, facultada a defe- Art. 1º Fica instituído Grupo Técnico, junto ao Comi-
sa do interessado, no respectivo processo, no prazo tê de Qualidade da Gestão Pública - CQGP, visando a
de 10 (dez) dias da abertura de vista. promover os estudos necessários à criação, composi-
ção, organização e funcionamento da Comissão Esta-
Art. 75. Os órgãos e entidades estaduais respondem dual de Acesso à Informação.
diretamente pelos danos causados em decorrência Parágrafo único. O Presidente do Comitê de Qualidade
da divulgação não autorizada ou utilização indevi- da Gestão Pública designará, no prazo de 30 (trinta)
da de documentos, dados e informações sigilosos ou dias, os membros integrantes do Grupo Técnico.
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pú-
funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o blica Estadual deverão proceder à reavaliação dos
respectivo direito de regresso. documentos, dados e informações classificados como
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à ultrassecretos e secretos no prazo máximo de 2 (dois)
pessoa física ou entidade privada que, em virtude de anos, contado do termo inicial de vigência da Lei Fede-
vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entida- ral nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
des estaduais, tenha acesso a documento, dado ou § 1º A restrição de acesso a documentos, dados e
informação sigilosos ou pessoal e a submeta a trata- informações, em razão da reavaliação prevista no
mento indevido. caput deste artigo, deverá observar os prazos e con-
dições previstos na Lei Federal nº 12.527, de 18 de
CAPÍTULO VI novembro de 2011.
DISPOSIÇÕES FINAIS § 2º No âmbito da administração pública estadual, a
reavaliação prevista no caput deste artigo poderá ser
Art. 76. O tratamento de documento, dado ou infor- revista, a qualquer tempo, pela Comissão Estadual de
mação sigilosos resultante de tratados, acordos ou Acesso à Informação, observados os termos da Lei
atos internacionais atenderá às normas e recomen- Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e
dações constantes desses instrumentos. deste decreto.
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavalia-
Art. 77. Aplica-se, no que couber, a Lei Federal nº ção previsto no caput deste artigo, será mantida a
9.507, de 12 de novembro de 1997, em relação à in- classificação dos documentos, dados e informações
formação de pessoa, física ou jurídica, constante de nos termos da legislação precedente.
registro ou banco de dados de entidades governa- § 4º Os documentos, dados e informações classifica-
mentais ou de caráter público. dos como secretos e ultrassecretos não reavaliados
no prazo previsto no caput deste artigo serão consi-
Art. 78. Cabe à Secretaria de Gestão Pública: derados, automaticamente, de acesso público.
I - realizar campanha de abrangência estadual de fo-
mento à cultura da transparência na Administração Art. 3º No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da vigên-
Pública Estadual e conscientização do direito funda- cia deste decreto, a autoridade máxima de cada órgão
mental de acesso à informação; ou entidade da Administração Pública Estadual desig-
II - promover treinamento de agentes públicos no que nará subordinado para, no âmbito do respectivo órgão
se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
à transparência na Administração Pública Estadual; I - planejar e propor, no prazo de 90 (noventa) dias, os
III - formular e implementar política de segurança da recursos organizacionais, materiais e humanos, bem
informação, em consonância com as diretrizes da po- como as demais providências necessárias à instalação
lítica estadual de arquivos e gestão de documentos; e funcionamento dos Serviços de Informações ao Ci-
IV - propor e promover a regulamentação do creden- dadão - SIC, a que se refere o artigo 7º deste decreto;
ciamento de segurança de pessoas físicas, empresas, II - assegurar o cumprimento das normas relativas ao
órgãos e entidades da Administração Pública Estadual acesso a documentos, dados ou informações, de forma
para tratamento de informações sigilosas e pessoais. eficiente e adequada aos objetivos da Lei Federal nº
12.527, de 18 de novembro de 2011, e deste decreto;
Art. 79. A Corregedoria Geral da Administração será III - orientar e monitorar a implementação do disposto
responsável pela fiscalização da aplicação da Lei Fe- na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011,
deral nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e deste e neste decreto, e apresentar relatórios periódicos so-
decreto no âmbito da Administração Pública Esta- bre o seu cumprimento;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

dual, sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle IV - recomendar as medidas indispensáveis à imple-
interno. mentação e ao aperfeiçoamento das normas e pro-
cedimentos necessários ao correto cumprimento do
Art. 80. Este decreto e suas disposições transitórias disposto neste decreto;
entram em vigor na data de sua publicação. V - promover a capacitação, o aperfeiçoamento e a
atualização de pessoal que desempenhe atividades
inerentes à salvaguarda de documentos, dados e in-
formações sigilosos e pessoais.

130
Art. 4º As Comissões de Avaliação de Documentos e b) Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade
Acesso - CADA deverão apresentar à autoridade má- policial, cabe a condução da investigação criminal so-
xima do órgão ou entidade, plano e cronograma de mente por meio de inquérito policial, que tem como
trabalho, no prazo de 30 (trinta) dias, para o cumpri- objetivo a apuração das circunstâncias, da materiali-
mento das atribuições previstas no artigo 6º, incisos dade e da autoria das infrações penais.
I e II, e artigo 32, inciso I, deste decreto. Palácio dos c) Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de
Bandeirantes, 16 de maio de 2012 polícia representar ao juiz para a realização de perí-
cias, obtenção de informações, documentos e dados
que interessem à apuração dos fatos.
LEI FEDERAL N.º 12.830/2013 d) A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente
por ato fundamentado.
e) Em nenhuma hipótese, o inquérito policial ou outro
LEI Nº 12.830/2013 (INVESTIGAÇÃO CRIMINAL procedimento previsto em lei em curso poderá ser
CONDUZIDA PELO DELEGADO) avocado ou redistribuído por superior hierárquico.

Esta lei dispõe sobre a investigação criminal conduzi- Resposta: Letra D. De acordo com a Lei nº 12.830/2013,
da pelo delegado de polícia. a remoção do delegado de polícia somente pode ser
As funções de polícia judiciária e a apuração de in- por ato fundamentado.
frações penais exercidas pelo delegado de polícia são de
natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. LEI ESTADUAL N.º 10.261/1968 (ESTATUTO
Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO
policial, cabe a condução da investigação criminal por ESTADO DE SÃO PAULO)
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto
em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstân-
LEI Nº 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE 1968
cias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
polícia a requisição de perícia, informações, documentos
do Estado
e dados que interessem à apuração dos fatos. O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
O inquérito policial ou outro procedimento previsto Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu
em lei em curso somente poderá ser avocado ou redis- promulgo a seguinte lei:
tribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos DO ESTADO
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia
da investigação. TÍTULO I
A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
por ato fundamentado.
O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar- Art. 1º Esta lei institui o regime jurídico dos funcioná-
-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico- rios públicos civis do Estado.
-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materiali- Parágrafo único. As suas disposições, exceto no que
dade e suas circunstâncias. colidirem com a legislação especial, aplicam-se aos
O cargo de delegado de polícia é privativo de ba- funcionários dos 3 Poderes do Estado e aos do Tribu-
charel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo nal de Contas do Estado.
tratamento protocolar que recebem os magistrados, os
membros da Defensoria Pública e do Ministério Público Art. 2º As disposições desta lei não se aplicam aos
e os advogados. empregados das autarquias, entidades paraestatais e
serviços públicos de natureza industrial, ressalvada a
situação daqueles que, por lei anterior, já tenham a
qualidade de funcionário público.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Parágrafo único. Os direitos, vantagens e regalias dos
funcionários públicos só poderão ser estendidos aos
1. (PC-RJ – Papiloscopista Policial de 3ª Classe – IBFC- empregados das entidades a que se refere este Art. na
2014) Sobre a Lei nº 12.830/2013, que dispõe sobre a in- forma e condições que a lei estabelecer.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

vestigação criminal conduzida pelo delegado de polícia,


assinale a alternativa correta: Art. 3º Funcionário público, para os fins deste Estatuto,
é a pessoa legalmente investida em cargo público.
a) As funções de polícia judiciária e a apuração de infra-
ções penais exercidas pelo delegado de polícia são de Art. 4º Cargo público é o conjunto de atribuições e
natureza jurídica e essenciais, porém, não exclusivas responsabilidades cometidas a um funcionário.
de Estado.
Art. 5º Os cargos públicos são isolados ou de carreira.

131
Art. 6º Aos cargos públicos serão atribuídos valores CAPÍTULO II
determinados por referências numéricas, seguidas de DAS NOMEAÇÕES
letras em ordem alfabética, indicadoras de graus. SEÇÃO I
Parágrafo único. O conjunto de referência e grau DAS FORMAS DE NOMEAÇÃO
constitui o padrão do cargo.
Art. 7º Classe é o conjunto de cargos da mesma de- Art. 13. As nomeações serão feitas:
nominação. I - em caráter vitalício, nos casos expressamente pre-
Art. 8º Carreira é o conjunto de classes da mesma na- vistos na Constituição do Brasil; (Ministério Público e
tureza de trabalho, escalonadas segundo o nível de Magistratura)
complexidade e o grau de responsabilidade. II - em comissão, quando se tratar de cargo que em
Art. 9º Quadro é o conjunto de carreiras e de cargos virtude de lei assim deva ser provido; e
isolados. III - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de
Art. 10. É vedado atribuir ao funcionário serviços di- provimento dessa natureza.
versos dos inerentes ao seu cargo, exceto as funções
de chefia e direção e as comissões legais. A lei criará o cargo público, que poderá ser efetivo,
caso em que o ingresso se dará mediante concurso; em
Aplica-se na esfera estadual paulista, tanto para a Ad- comissão, quando por uma relação de confiança o su-
ministração direta quanto para a indireta, nos três pode- perior puder nomear seus funcionários enquanto estiver
res, ressalvado o afastamento para autarquias, entidades ocupando aquela posição de chefia; vitalício, quando a
paraestatais e serviços públicos de natureza industrial. Constituição Federal prever, no caso, Ministério Público
Considera-se funcionário público a pessoa investida e Magistratura.
em cargo público, que corresponde a um conjunto de
atribuições e responsabilidades, podendo ser isolado ou SEÇÃO II
de carreira (é possível que exista um plano de carreira es- DA SELEÇÃO DE PESSOAL
calonado, permitindo a ascensão entre classes, ou não; a SUBSEÇÃO I
somatória de cargos isolados e de carreira é denominada DO CONCURSO
de quadro).
Todo serviço público será remunerado pelos cofres Art. 14. A nomeação para cargo público de provimen-
públicos. to efetivo será precedida de concurso público de pro-
vas ou de provas e títulos.
TÍTULO II Parágrafo único. As provas serão avaliadas na escala
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA de 0 (zero) a 100 (cem) pontos e aos títulos serão atri-
DOS CARGOS PÚBLICOS buídos, no máximo, 50 (cinquenta) pontos.
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO Art. 15. A realização dos concursos será centralizada
num só órgão.
Art. 11. Os cargos públicos serão providos por: Art. 16. As normas gerais para a realização dos con-
I - nomeação; cursos e para a convocação e indicação dos candida-
II - transferência; tos para o provimento dos cargos serão estabelecidas
III - reintegração; em regulamento.
IV - acesso; Art. 17. Os concursos serão regidos por instruções es-
V - reversão; peciais, expedidas pelo órgão competente.
VI - aproveitamento; e Art. 18. As instruções especiais determinarão, em fun-
VII - readmissão. ção da natureza do cargo:
Art. 12. Não havendo candidato habilitado em concur- I - se o concurso será:
so, os cargos vagos, isolados ou de carreira, só poderão 1 - de provas ou de provas e títulos; e
ser ocupados no regime da legislação trabalhista, até 2 - por especializações ou por modalidades profissio-
o prazo máximo de 2 (dois) anos, considerando-se fin- nais, quando couber;
do o contrato após esse período, vedada a recondução. II - as condições para provimento do cargo referentes a:
1 - diplomas ou experiência de trabalho;
Segundo Hely Lopes Meirelles4, provimento “é o ato 2 - capacidade física; e
pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público, 3 - conduta;
com a designação de seu titular”, podendo ser originário III - o tipo e conteúdo das provas e as categorias de
ou inicial se o agente não possui vinculação anterior com títulos;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

a Administração Pública; ou derivado, que pressupõe a IV - a forma de julgamento das provas e dos títulos;
existência de um vínculo com a Administração, o qual V - os critérios de habilitação e de classificação; e
pode ser horizontal, sem ascensão na carreira, ou vertical, VI - o prazo de validade do concurso.
com ascensão na carreira. Art. 19. As instruções especiais poderão determinar
que a execução do concurso, bem como a classificação
dos habilitados, seja feita por regiões.
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Art. 20. A nomeação obedecerá à ordem de classifica-
Paulo: Malheiros, 1993. ção no concurso.

132
No concurso de provas o candidato é avaliado ape- CAPÍTULO IV
nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos DA TRANSFERÊNCIA
concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
atividade profissional também é considerado. Art. 26. O funcionário poderá ser transferido de um
O edital delimita questões como valor da taxa de ins- para outro cargo de provimento efetivo.
crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de va- Art. 27. As transferências serão feitas a pedido do
lidade, sem prejuízo de instruções especiais compatíveis funcionário ou “ex-officio”, atendidos sempre a conve-
com o cargo. niência do serviço e os requisitos necessários ao pro-
vimento do cargo.
SUBSEÇÃO II Art. 28. A transferência será feita para cargo do mes-
DAS PROVAS DE HABILITAÇÃO mo padrão de vencimento ou de igual remuneração,
ressalvados os casos de transferência a pedido, em que
Art. 21. As provas de habilitação serão realizadas pelo o vencimento ou a remuneração poderá ser inferior.
órgão encarregado dos concursos, para fins de trans- Art. 29. A transferência por permuta se processará a
ferência e de outras formas de provimento que não requerimento de ambos os interessados e de acordo
impliquem em critério competitivo. com o prescrito neste capítulo.
Art. 22. As normas gerais para realização das provas
de habilitação serão estabelecidas em regulamento, A transferência consiste na mudança do lugar de
obedecendo, no que couber, ao estabelecido para os exercício do cargo.
concursos.
CAPÍTULO V
CAPÍTULO III DA REINTEGRAÇÃO
DAS SUBSTITUIÇÕES
Art. 30. A reintegração é o reingresso no serviço pú-
Art. 23. Haverá substituição no impedimento legal e tem- blico, decorrente da decisão judicial passada em jul-
porário do ocupante de cargo de chefia ou de direção. gado, com ressarcimento de prejuízos resultantes do
Parágrafo único. Ocorrendo a vacância, o substituto afastamento.
passará a responder pelo expediente da unidade ou Art. 31. A reintegração será feita no cargo anterior-
órgão correspondente até o provimento do cargo. mente ocupado e, se este houver sido transformado,
no cargo resultante.
Art. 24. A substituição, que recairá sempre em funcio- § 1º Se o cargo estiver preenchido, o seu ocupante será
nário público, quando não for automática, dependerá exonerado, ou, se ocupava outro cargo, a este será re-
da expedição de ato de autoridade competente. conduzido, sem direito a indenização.
§ 1º O substituto exercerá o cargo enquanto durar o § 2º Se o cargo houver sido extinto, a reintegração
impedimento do respectivo ocupante. se fará em cargo equivalente, respeitada a habilitação
§ 2º O substituto, durante todo o tempo em que exer- profissional, ou, não sendo possível, ficará o reintegra-
cer a substituição terá direito a perceber o valor do do em disponibilidade no cargo que exercia.
padrão e as vantagens pecuniárias inerentes ao cargo Art. 32. Transitada em julgado a sentença, será expe-
do substituído e mais as vantagens pessoais a que fi- dido o decreto de reintegração no prazo máximo de
zer jus. 30 (trinta) dias.
§ 3º O substituto perderá, durante o tempo da subs-
tituição, o vencimento ou a remuneração e demais Se um servidor for injustamente demitido e a sua de-
vantagens pecuniárias inerentes ao seu cargo, se pelo missão for invalidada, será reinvestido no cargo, sendo
mesmo não optar. totalmente ressarcido (por exemplo, recebendo os salá-
rios do período em que foi afastado). Caso o cargo es-
Art. 25. Exclusivamente para atender à necessidade teja extinto, será posto em disponibilidade; caso o cargo
de serviço, os tesoureiros, caixas e outros funcionários exista e alguém o estiver ocupando, este será retirado do
que tenham valores sob sua guarda, em caso de im- cargo, devolvendo-o ao seu legítimo titular.
pedimento, serão substituídos por funcionários de sua
confiança, que indicarem, respondendo a sua fiança CAPÍTULO VI
pela gestão do substituto. DO ACESSO
Parágrafo único. Feita a indicação, por escrito, ao che-
fe da repartição ou do serviço, este proporá a expedi- Art. 33. Acesso é a elevação do funcionário, dentro
ção do ato de designação, aplicando-se ao substituto do respectivo quadro a cargo da mesma natureza de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

a partir da data em que assumir as funções do cargo, trabalho, de maior grau de responsabilidade e maior
o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 24. complexidade de atribuições, obedecido o interstício
na classe e as exigências a serem instituídas em re-
A substituição não é uma forma de provimento de gulamento.
cargo público, devido ao seu caráter temporário. Basi- § 1º Serão reservados para acesso os cargos cujas
camente, estando temporariamente impedido legalmen- atribuições exijam experiência prévia do exercício de
te o ocupante regular (ex.: férias), outro funcionário irá outro cargo.
substitui-lo.

133
§ 2º O acesso será feito mediante aferição do mérito § 2º Se o aproveitamento se der em cargo de padrão
dentre titulares de cargos cujo exercício proporcione a inferior ao provento da disponibilidade, terá o funcio-
experiência necessária ao desempenho das atribuições nário direito à diferença.
dos cargos referidos no parágrafo anterior.
§ 3º Em nenhum caso poderá efetuar-se o aproveita-
Art. 34. Será de 3 (três) anos de efetivo exercício o in- mento sem que, mediante inspeção médica, fique pro-
terstício para concorrer ao acesso. vada a capacidade para o exercício do cargo.
§ 4º Se o laudo médico não for favorável, poderá ser
O acesso é basicamente uma promoção, pois o servi- procedida nova inspeção de saúde, para o mesmo fim,
dor é elevado de um cargo para o outro. Para concorrer decorridos no mínimo 90 (noventa) dias.
a uma promoção, o servidor tem que estar em exercício § 5º Será tornado sem efeito o aproveitamento e cas-
há pelo menos 3 anos. sada a disponibilidade do funcionário que, aproveita-
do, não tomar posse e não entrar em exercício dentro
CAPÍTULO VII do prazo legal.
DA REVERSÃO § 6º Será aposentado no cargo anteriormente ocupa-
do, o funcionário em disponibilidade que for julgado
incapaz para o serviço público, em inspeção médica.
Art. 35. Reversão é o ato pelo qual o aposentado rein-
§ 7º Se o aproveitamento se der em cargo de provi-
gressa no serviço público a pedido ou ex-officio.
mento em comissão, terá o aproveitado assegurado,
§ 1º A reversão ex-officio será feita quando insubsis-
no novo cargo, a condição de efetividade que tinha no
tentes as razões que determinaram a aposentadoria
cargo anteriormente ocupado.
por invalidez.
§ 2º Não poderá reverter à atividade o aposentado que
Servidor posto em disponibilidade não é servidor
contar mais de 58 (cinquenta e oito) anos de idade.
aposentado. É apenas um servidor aguardando que surja
§ 3º No caso de reversão ex-officio, será permitido o rein- um posto adequado para que ocupe. Quando ele surgir,
gresso além do limite previsto no parágrafo anterior. deverá entrar em exercício, mediante aproveitamento,
§ 4º A reversão só poderá efetivar-se quando, em ins- sob pena de ter revogada a disponibilidade, deixando de
peção médica, ficar comprovada a capacidade para o ser servidor público.
exercício do cargo.
§ 5º Se o laudo médico não for favorável, poderá ser CAPÍTULO IX
procedida nova inspeção de saúde, para o mesmo fim, DA READMISSÃO
decorridos pelo menos 90 (noventa) dias.
§ 6º Será tornada sem efeito a reversão ex-officio e Art. 39. Readmissão é o ato pelo qual o ex-funcionário,
cassada a aposentadoria do funcionário que reverter demitido ou exonerado, reingressa no serviço público,
e não tomar posse ou não entrar em exercício dentro sem direito a ressarcimento de prejuízos, assegurada,
do prazo legal. apenas, a contagem de tempo de serviço em cargos
anteriores, para efeito de aposentadoria e disponibi-
Art. 36. A reversão far-se-á no mesmo cargo. lidade.
§ 1º Em casos especiais, a juízo do Governo, poderá o § 1º A readmissão do ex-funcionário demitido será
aposentado reverter em outro cargo, de igual padrão obrigatoriamente precedida de reexame do respectivo
de vencimentos, respeitada a habilitação profissional. processo administrativo, em que fique demonstrado
§ 2º A reversão a pedido, que será feita a critério da não haver inconveniente, para o serviço público, na
Administração, dependerá também da existência de decretação da medida.
cargo vago, que deva ser provido mediante promoção § 2º  Observado o disposto no parágrafo anterior, se a
por merecimento. demissão tiver sido a bem do serviço público, a read-
Reversão é o retorno do servidor aposentado ao exer- missão não poderá ser decretada antes de decorridos
cício, seja por motivo de requerimento pessoal, seja por 5 (cinco) anos do ato demissório.
reconhecimento de vício em sua aposentadoria por inva-
lidez. Não cabe reversão se o aposentado possuir mais Art. 40. A readmissão será feita no cargo anteriormen-
de 58 anos de idade. te exercido pelo ex-funcionário ou, se transformado,
no cargo resultante da transformação.
CAPÍTULO VIII
DO APROVEITAMENTO Readmissão é uma espécie de reintegração na qual
o funcionário não retorna devido a decisão judicial, mas
Art. 37. Aproveitamento é o reingresso no serviço pú- pelo mero reexame do processo administrativo, não pos-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

blico do funcionário em disponibilidade. suindo aqui o direito a ressarcimento de prejuízos.


Art. 38. O obrigatório aproveitamento do funcionário
em disponibilidade ocorrerá em vagas existentes ou CAPÍTULO X
que se verificarem nos quadros do funcionalismo.
DA READAPTAÇÃO
§ 1º O aproveitamento dar-se-á, tanto quanto possí-
vel, em cargo de natureza e padrão de vencimentos
Art. 41. Readaptação é a investidura em cargo mais
correspondentes ao que ocupava, não podendo ser
compatível com a capacidade do funcionário e depen-
feito em cargo de padrão superior.
derá sempre de inspeção médica.

134
Art. 42. A readaptação não acarretará diminuição, Parágrafo único. A deficiência da capacidade física,
nem aumento de vencimento ou remuneração e será comprovadamente estacionária, não será considera-
feita mediante transferência. da impedimento para a caracterização da capacidade
psíquica e somática a que se refere o item VI deste
Se o funcionário deixa de ter condições físicas ou psi- artigo, desde que tal deficiência não impeça o desem-
cológicas para ocupar seu cargo, deverá ser readaptado penho normal das funções inerentes ao cargo de cujo
para cargo semelhante que não exija tais aptidões. Ex.: provimento se trata.
funcionário trabalhava como atendente numa repar-
tição, se movimentando o tempo todo e sofre um aci- Art. 48. São competentes para dar posse:
dente, ficando paraplégico. Sua capacidade mental não I - Os Secretários de Estado, aos diretores gerais, aos
ficou prejudicada, embora seja inconveniente ele ter que diretores ou chefes das repartições e aos funcionários
fazer tantos movimentos no exercício das funções. Por que lhes são diretamente subordinados; e
isso, pode ser reconduzido para outro cargo técnico na II - Os diretores gerais e os diretores ou chefes de re-
repartição que seja mais burocrático e exija menos mo- partição ou serviço, nos demais casos, de acordo com
vimentação física, como o de assistente de um superior. o que dispuser o regulamento.

CAPÍTULO XI Art. 49. A posse verificar-se-á mediante a assinatura


DA REMOÇÃO de termo em que o funcionário prometa cumprir fiel-
mente os deveres do cargo.
Art. 43. A remoção, que se processará a pedido do fun- Parágrafo único. O termo será lavrado em livro pró-
cionário ou “ex-officio”, só poderá ser feita: prio e assinado pela autoridade que der posse.
I - de uma para outra repartição, da mesma Secretaria; e
II - de um para outro órgão da mesma repartição. Art. 50. A posse poderá ser tomada por procuração
Parágrafo único. A remoção só poderá ser feita respei- quando se tratar de funcionário ausente do Estado, em
tada a lotação de cada repartição. comissão do Governo ou, em casos especiais, a critério
Art. 44. A remoção por permuta será processada a re- da autoridade competente.
querimento de ambos os interessados, com anuência
dos respectivos chefes e de acordo com o prescrito nes- Art. 51. A autoridade que der posse deverá verificar,
te Capítulo. sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as
Art. 45. O funcionário não poderá ser removido ou trans- condições estabelecidas, em lei ou regulamento, para
ferido ex-officio para cargo que deva exercer fora da lo- a investidura no cargo.
calidade de sua residência, no período de 6 (seis) meses
antes e até 3 (três) meses após a data das eleições. Art. 52. A posse deverá verificar-se no prazo de 30
Parágrafo único. Essa proibição vigorará no caso de (trinta) dias, contados da data da publicação do ato
eleições federais, estaduais ou municipais, isolada ou de provimento do cargo, no órgão oficial.
simultaneamente realizadas. § 1º O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado
por mais 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado.
Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou § 2º O prazo inicial para a posse do funcionário em
de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mu- férias ou licença, será contado da data em que voltar
dança de sede. ao serviço.
§ 3º Se a posse não se der dentro do prazo, será torna-
CAPÍTULO XII do sem efeito o ato de provimento.
DA POSSE
Art. 53. A contagem do prazo a que se refere o artigo
Art. 46. Posse é o ato que investe o cidadão em cargo anterior poderá ser suspensa nas seguintes hipóteses:
público. I - por até 120 (cento e vinte) dias, a critério do ór-
gão médico oficial, a partir da data de apresentação
Art. 47. São requisitos para a posse em cargo público: do candidato junto ao referido órgão para perícia de
I - ser brasileiro; sanidade e capacidade física, para fins de ingresso,
II - ter completado 18 (dezoito) anos de idade; sempre que a inspeção médica exigir essa providência;
III - estar em dia com as obrigações militares; II - por 30 (trinta) dias, mediante a interposição de
IV - estar no gozo dos direitos políticos; recurso pelo candidato contra a decisão do órgão mé-
V - ter boa conduta; dico oficial.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

VI - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção § 1º O prazo a que se refere o inciso I deste artigo
realizada por órgão médico registrado no Conselho recomeçará a correr sempre que o candidato, sem
Regional correspondente, para provimento de cargo motivo justificado, deixe de submeter-se aos exames
em comissão; médicos julgados necessários.
VII - possuir aptidão para o exercício do cargo; e § 2º A interposição de recurso a que se refere o inciso II
VIII - ter atendido às condições especiais prescritas deste artigo dar-se-á no prazo máximo de 5 (cinco) dias,
para o cargo. a contar da data de decisão do órgão médico oficial.

135
Art. 54. O prazo a que se refere o artigo 52 para aque- Art. 62. O funcionário deverá apresentar ao órgão
le que, antes de tomar posse, for incorporado às Forças competente, logo após ter tomado posse e assumido o
Armadas, será contado a partir da data da desincor- exercício, os elementos necessários à abertura do as-
poração. sentamento individual.
Art. 55. O funcionário efetivo, nomeado para cargo em
comissão, fica dispensado, no ato da posse, da apre- Art. 63. Salvo os casos previstos nesta lei, o funcioná-
sentação do atestado de que trata o inciso VI do artigo rio que interromper o exercício por mais de 30 (trinta)
47 desta lei. dias consecutivos, ficará sujeito à pena de demissão
por abandono de cargo.
O termo de posse é dotado de conteúdo específico.
É possível tomar posse mediante procuração específica. Art. 64. O funcionário deverá ter exercício na reparti-
Não há posse nos cargos em comissão. A declaração de ção em cuja lotação houver claro.
bens e valores visa permitir a verificação da situação fi-
nanceira do servidor, de forma a perceber se ele enrique- Art. 65. Nenhum funcionário poderá ter exercício em
ceu desproporcionalmente durante o exercício do cargo. serviço ou repartição diferente daquela em que estiver
lotado, salvo nos casos previstos nesta lei, ou mediante
CAPÍTULO XIII autorização do Governador.
DA FIANÇA
Art. 66. Na hipótese de autorização do Governador, o
Art. 56. (Revogado). afastamento só será permitido, com ou sem prejuízo
de vencimentos, para fim determinado e prazo certo.
CAPÍTULO XIV Parágrafo único. O afastamento sem prejuízo de ven-
DO EXERCÍCIO cimentos poderá ser condicionado ao reembolso das
despesas efetuadas pelo órgão de origem, na forma a
Art. 57. O exercício é o ato pelo qual o funcionário
ser estabelecida em regulamento.
assume as atribuições e responsabilidades do cargo.
§ 1º O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão
Art. 67. O afastamento do funcionário para ter exercício
registrados no assentamento individual do funcionário.
em entidades com as quais o Estado mantenha convê-
§ 2º O início do exercício e as alterações que ocor-
nios, reger-se-á pelas normas nestes estabelecidas.
rerem serão comunicados ao órgão competente, pelo
Art. 68. O funcionário poderá ausentar-se do Estado
chefe da repartição ou serviço em que estiver lotado
ou deslocar-se da respectiva sede de exercício, para
o funcionário.
missão ou estudo de interesse do serviço público, me-
Art. 58. Entende-se por lotação, o número de funcio- diante autorização expressa do Governador.
nários de carreira e de cargos isolados que devam ter
exercício em cada repartição ou serviço. Artigo 68-A. O funcionário poderá afastar-se do Es-
Art. 59. O chefe da repartição ou de serviço em que for tado para atuar em organismo internacional de que
lotado o funcionário é a autoridade competente para o Brasil participe ou com o qual coopere, mediante
dar-lhe exercício. autorização expressa do Governador, com prejuízo dos
Parágrafo único. É competente para dar exercício ao vencimentos e demais vantagens do cargo.
funcionário, com sede no Interior do Estado, a autori-
dade a que o mesmo estiver diretamente subordinado. Art. 69. Os afastamentos de funcionários para par-
ticipação em congressos e outros certames culturais,
Art. 60. O exercício do cargo terá início dentro do pra- técnicos ou científicos, poderão ser autorizados pelo
zo de 30 (trinta) dias, contados: Governador, na forma estabelecida em regulamento.
I - da data da posse; e
II - da data da publicação oficial do ato, no caso de Art. 70. O servidor preso em flagrante, preventiva ou
remoção. temporariamente ou pronunciado será considerado
§ 1º Os prazos previstos neste artigo poderão ser pror- afastado do exercício do cargo, com prejuízo da remu-
rogados por 30 (trinta) dias, a requerimento do inte- neração, até a condenação ou absolvição transitada
ressado e a juízo da autoridade competente. em julgado.
§ 2º No caso de remoção, o prazo para exercício de § 1º Estando o servidor licenciado, sem prejuízo de sua
funcionário em férias ou em licença, será contado da remuneração, será considerada cessada a licença na
data em que voltar ao serviço. data em que o servidor for recolhido à prisão.
§ 3º No interesse do serviço público, os prazos previs- § 2º Se o servidor for, ao final do processo judicial, con-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

tos neste artigo poderão ser reduzidos para determi- denado, o afastamento sem remuneração perdurará
nados cargos. até o cumprimento total da pena, em regime fechado
§ 4º O funcionário que não entrar em exercício dentro ou semiaberto, salvo na hipótese em que a decisão
do prazo será exonerado. condenatória determinar a perda do cargo público.

Art. 61. Em caso de mudança de sede, será concedido


um período de trânsito, até 8 (oito) dias, a contar do
desligamento do funcionário.

136
Art. 71. As autoridades competentes determinarão o § 2º O número de dias será convertido em anos, con-
afastamento imediato do trabalho, do funcionário que siderados sempre estes como de 365 (trezentos e ses-
apresente indícios de lesões orgânicas ou funcionais senta e cinco) dias.
causadas por raios X ou substâncias radioativas, po- § 3º Feita a conversão de que trata o parágrafo ante-
dendo atribuir-lhe conforme o caso, tarefas sem ris- rior, os dias restantes, até 182 (cento e oitenta e dois),
co de radiação ou conceder-lhe licença “ex-officio” na não serão computados, arredondando-se para 1 (um)
forma do art. 194 e seguintes. ano, na aposentadoria compulsória ou por invalidez,
quando excederem esse número.
Art. 72. O funcionário, quando no desempenho do Art. 78. Serão considerados de efetivo exercício, para
mandato eletivo federal ou estadual, ficará afastado todos os efeitos legais, os dias em que o funcionário
de seu cargo, com prejuízo do vencimento ou remu- estiver afastado do serviço em virtude de:
neração. I - férias;
II - casamento, até 8 (oito) dias;
Art. 73. O exercício do mandato de Prefeito, ou de III - falecimento do cônjuge, filhos, pais e irmãos, até
Vereador, quando remunerado, determinará o afasta- 8 (oito) dias;
mento do funcionário, com a faculdade de opção entre IV - falecimento dos avós, netos, sogros, do padrasto
os subsídios do mandato e os vencimentos ou a re- ou madrasta, até 2 (dois) dias;
muneração do cargo, inclusive vantagens pecuniárias, V - serviços obrigatórios por lei;
ainda que não incorporadas. VI - licença quando acidentado no exercício de suas
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se atribuições ou atacado de doença profissional;
igualmente à hipótese de nomeação de Prefeito. VII - licença à funcionária gestante;
VIII - licenciamento compulsório, nos termos do art. 206;
Art. 74. Quando não remunerada a vereança, o afas- IX - licença-prêmio;
tamento somente ocorrerá nos dias de sessão e desde X - faltas abonadas nos termos do parágrafo 1º do art.
que o horário das sessões da Câmara coincida com 110, observados os limites ali fixados;
o horário normal de trabalho a que estiver sujeito o XI - missão ou estudo dentro do Estado, em outros
funcionário. pontos do território nacional ou no estrangeiro, nos
§ 1º Na hipótese prevista neste artigo, o afastamento termos do art. 68;
se dará sem prejuízo de vencimentos e vantagens, ain- XII - nos casos previstos no art. 122;
da que não incorporadas, do respectivo cargo. XIII - afastamento por processo administrativo, se o
§ 2º É vedada a remoção ou transferência do funcio- funcionário for declarado inocente ou se a pena im-
nário durante o exercício do mandato. posta for de repreensão ou multa; e, ainda, os dias que
Art. 75. O funcionário, devidamente autorizado pelo excederem o total da pena de suspensão efetivamente
Governador, poderá afastar-se do cargo para partici- aplicada;
par de provas de competições desportivas, dentro ou XIV - trânsito, em decorrência de mudança de sede de
fora do Estado. exercício, desde que não exceda o prazo de 8 (oito) dias; e
§ 1º O afastamento de que trata este artigo, será pre- XV - provas de competições desportivas, nos termos do
cedido de requisição justificada do órgão competente. item I, do § 2º, do art. 75.
§ 2º O funcionário será afastado por prazo certo, nas XVI - licença-paternidade, por 5 (cinco) dias.
seguintes condições: Art. 79. Os dias em que o funcionário deixar de com-
I - sem prejuízo do vencimento ou remuneração, parecer ao serviço em virtude de mandato legislativo
quando representar o Brasil, ou o Estado, em competi- municipal serão considerados de efetivo exercício para
ções desportivas oficiais; e todos os efeitos legais.
II - com prejuízo do vencimento ou remuneração, em Parágrafo único. No caso de vereança remunerada, os
quaisquer outros casos. dias de afastamento não serão computados para fins
de vencimento ou remuneração, salvo se por eles tiver
CAPÍTULO XV optado o funcionário.
DA CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO Art. 80. Será contado para todos os efeitos, salvo para
a percepção de vencimento ou remuneração:
Art. 76. O tempo de serviço público, assim considera- I - o afastamento para provas de competições despor-
do o exclusivamente prestado ao Estado e suas Autar- tivas nos termos do item II do § 2º do art. 75; e
quias, será contado singelamente para todos os fins. II - as licenças previstas nos arts. 200 e 201.
Parágrafo único. O tempo de serviço público prestado Art. 81. Os tempos adiante enunciados serão contados:
à União, outros Estados e Municípios, e suas autar- I - para efeito de concessão de adicional por tempo de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

quias, anteriormente ao ingresso do funcionário no serviço, sexta-parte, aposentadoria e disponibilidade:


serviço público estadual, será contado integralmente a) o de afastamento nos termos dos arts. 65 e 66, jun-
para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade. to a outros poderes do Estado, a fundações instituídas
pelo Estado ou empresas em que o Estado tenha par-
Art. 77. A apuração do tempo de serviço será feita em ticipação majoritária pela sua Administração Centra-
dias. lizada ou Descentralizada, bem como junto a órgãos
§ 1º Serão computados os dias de efetivo exercício, do da Administração Direta da União, de outros Estados
registro de frequência ou da folha de pagamento. e Municípios, e de suas autarquias;

137
b) o de afastamento nos termos do art. 67; Art. 89. Da apuração do merecimento será dada ciên-
II - para efeito de disponibilidade e aposentadoria, o cia ao funcionário.
de licença para tratamento de saúde.
Art. 90. A antiguidade será determinada pelo tempo
Art. 82. O tempo de mandato federal e estadual, bem de efetivo exercício no cargo e no serviço público, apu-
como o municipal, quando remunerados, será contado rado em dias.
para fins de aposentadoria e de promoção por anti-
guidade. Art. 91. As promoções serão feitas em junho e dezem-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à bro de cada ano, dentro de limites percentuais a se-
hipótese de nomeação de Prefeito. rem estabelecidos em regulamento e corresponderão
às condições existentes até o último dia do semestre
Art. 83. Para efeito de aposentadoria será contado o imediatamente anterior.
tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade.
Art. 92. Os direitos e vantagens que decorrerem da
Art. 84. É vedada a acumulação de tempo de serviço promoção serão contados a partir da publicação do
concorrente ou simultaneamente prestado, em dois ou ato, salvo quando publicado fora do prazo legal, caso
mais cargos ou funções, à União, Estados, Municípios em que vigorará a contar do último dia do semestre a
ou Autarquias em geral. que corresponder.
Parágrafo único. Em regime de acumulação é vedado Parágrafo único. Ao funcionário que não estiver em
contar tempo de um dos cargos para reconhecimento efetivo exercício, só se abonarão as vantagens a partir
de direito ou vantagens no outro. da data da reassunção.

Art. 85. Não será computado, para nenhum efeito, o Art. 93. Será declarada sem efeito a promoção indevi-
tempo de serviço gratuito. da, não ficando o funcionário, nesse caso, obrigado a
restituições, salvo na hipótese de declaração falsa ou
CAPÍTULO XVI omissão intencional.
DA VACÂNCIA Art. 94. Só poderão ser promovidos os servidores que
tiverem o interstício de efetivo exercício no grau.
Art. 86. A vacância do cargo decorrerá de: Parágrafo único. O interstício a que se refere este arti-
I - exoneração; go será estabelecido em regulamento.
II - demissão;
III - transferência; Art. 95. Dentro de cada quadro, haverá para cada
IV - acesso; classe, nos respectivos graus, uma lista de classifica-
V - aposentadoria; e ção, para os critérios de merecimento e antiguidade.
VI - falecimento. Parágrafo único. Ocorrendo empate terão preferência,
§ 1º Dar-se-á a exoneração: sucessivamente:
1 - a pedido do funcionário; 1 - na classificação por merecimento:
2 - a critério do Governo, quando se tratar de ocupan- a) os títulos e os comprovantes de conclusão de cursos,
te de cargo em comissão; e relacionados com a função exercida;
3 - quando o funcionário não entrar em exercício den- b) a assiduidade;
tro do prazo legal. c) a antiguidade no cargo;
§ 2º A demissão será aplicada como penalidade nos d) os encargos de família; e
casos previstos nesta lei. e) a idade;
2 - na classificação por antiguidade:
TÍTULO III a) o tempo no cargo;
DA PROMOÇÃO b) o tempo de serviço prestado ao Estado;
CAPÍTULO ÚNICO c) o tempo de serviço público;
DA PROMOÇÃO d) os encargos de família; e
e) a idade.
Art. 87. Promoção é a passagem do funcionário de um
grau a outro da mesma classe e se processará obede- Art. 96. O funcionário em exercício de mandato ele-
cidos, alternadamente, os critérios de merecimento e tivo federal ou estadual ou de mandato de prefeito,
de antiguidade na forma que dispuser o regulamento. somente poderá ser promovido por antiguidade.
Art. 97. Não serão promovidos por merecimento, ain-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 88. O merecimento do funcionário será apurado da que classificados dentro dos limites estabelecidos
em pontos positivos e negativos. no regulamento, os funcionários que tiverem sofrido
§ 1º Os pontos positivos se referem a condições de efi- qualquer penalidade nos dois anos anteriores à data
ciência no cargo e ao aperfeiçoamento funcional re- de vigência da promoção.
sultante do aprimoramento dos seus conhecimentos. Art. 98. O funcionário submetido a processo admi-
§ 2º Os pontos negativos resultam da falta de assidui- nistrativo poderá ser promovido, ficando, porém, sem
dade e da indisciplina. efeito a promoção por merecimento no caso de o pro-
cesso resultar em penalidade.

138
Art. 99. Para promoção por merecimento é indispen- § 2º Terão efeito suspensivo as reclamações relativas à
sável que o funcionário obtenha número de pontos avaliação do mérito.
não inferior à metade do máximo atribuível. § 3º Serão estabelecidos em regulamento as normas
Art. 100. O merecimento do funcionário é adquirido e os prazos para o processamento das reclamações de
na classe. que trata este artigo.
Art. 107. A orientação das promoções do funcionalis-
Art. 101. (Revogado) mo público civil será centralizada, cabendo ao órgão a
Art. 102. O tempo no cargo será o efetivo exercício, que for deferida tal competência:
contado na seguinte conformidade: I - expedir normas relativas ao processamento das
I - a partir da data em que o funcionário assumir o promoções e elaborar as respectivas escalas de avalia-
exercício do cargo, nos casos de nomeação, transfe- ção, com a aprovação do Governador;
rência a pedido, reversão e aproveitamento; II - orientar as autoridades competentes quanto à ava-
II - como se o funcionário estivesse em exercício, no liação das condições de promoção;
caso de reintegração; III - realizar estudos e pesquisas no sentido de averi-
III - a partir da data em que o funcionário assumir o guar a eficiência do sistema em vigor, propondo medi-
exercício do cargo do qual foi transferido, no caso de das tendentes ao seu aperfeiçoamento; e
transferência ex-officio; e IV - opinar em processos sobre assuntos de promoção,
IV - a partir da data em que o funcionário assumir o sempre que solicitado.
exercício do cargo reclassificado ou transformado.
TÍTULO IV
Art. 103. Será contado como tempo no cargo o efetivo DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS DE ORDEM PE-
exercício que o funcionário houver prestado no mes- CUNIÁRIA
mo cargo, sem solução de continuidade, desde que por
prazo superior a 6 (seis) meses: Resume Carvalho Filho5: “os direitos sociais constitu-
cionais são objeto da referência do art. 39, §3°, CF, o qual
I - como substituto; e
determina que dezesseis dos direitos sociais outorgados
II - no desempenho de função gratificada, em período
aos empregados sejam estendidos aos servidores públi-
anterior à criação do respectivo cargo.
cos. Dentre esses direitos estão o do salário mínimo (art.
7°, IV); o décimo terceiro salário (art. 7°, VIII); o repouso
Art. 104. As promoções obedecerão à ordem de clas-
semanal remunerado (art. 7°, XV); o salário-família (art.
sificação.
7°, XII; o de férias anuais (art. 7°, XVII); o de licença à ges-
tante (art. 7°, XVIII) e outros mencionados no dispositivo
Art. 105. Haverá em cada Secretaria de Estado uma Co- constitucional. [...] Além disso, há vários direitos de na-
missão de Promoção que terá as seguintes atribuições: tureza social relacionados nos diversos estatutos funcio-
I - eleger o respectivo presidente; nais das pessoas federativas. É nas leis estatutárias que
II - decidir as reclamações contra a avaliação do mé- se encontram tais direitos, como o direito às licenças, à
rito, podendo alterar, fundamentalmente, os pontos pensão, aos auxílios pecuniários, como o auxílio-funeral
atribuídos ao reclamante ou a outros funcionários; e o auxílio-reclusão, à assistência, à saúde etc.”
III - avaliar o mérito do funcionário quando houver
divergência igual ou superior a 20 (vinte) pontos entre CAPÍTULO I
os totais atribuídos pelas autoridades avaliadoras; DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
IV - propor à autoridade competente a penalidade que SEÇÃO I
couber ao responsável pelo atraso na expedição e re- DISPOSIÇÕES GERAIS
messa do Boletim de Promoção, pela falta de qualquer
informação ou de elementos solicitados, pelos fatos de Art. 108. Vencimento é a retribuição paga ao funcioná-
que decorram irregularidade ou parcialidade no pro- rio pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao
cessamento das promoções; valor do respectivo padrão fixado em lei, mais as van-
V - avaliar os títulos e os certificados de cursos apre- tagens a ele incorporadas para todos os efeitos legais.
sentados pelos funcionários; e Art. 109. Remuneração é a retribuição paga ao funcio-
nário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a
VI - dar conhecimento aos interessados mediante afi- 2/3 (dois terços) do respectivo padrão, mais as quotas
xação na repartição: ou porcentagens que, por lei, lhe tenham sido atribuí-
1 - das alterações de pontos feitos nos Boletins de Promoção; e das e as vantagens pecuniárias a ela incorporadas.
2 - dos pontos atribuídos pelos títulos e certificados Art. 110. O funcionário perderá:
de cursos. I - o vencimento ou remuneração do dia quando não
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

comparecer ao serviço, salvo no caso previsto no § 1º


Art. 106. No processamento das promoções cabem as deste artigo; e
seguintes reclamações: II - 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração
I - da avaliação do mérito; e diária, quando comparecer ao serviço dentro da hora
II - da classificação final. seguinte à marcada para o início do expediente ou
§ 1º Da avaliação do mérito podem ser interpostos pe- quando dele retirar-se dentro da última hora.
didos de reconsideração e recurso, e, da classificação
final, apenas recurso. 5 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

139
§ 1º As faltas ao serviço, até o máximo de 6 (seis) por Art. 120. Ponto é o registro pelo qual se verificará, dia-
ano, não excedendo a uma por mês, em razão de mo- riamente, a entrada e saída do funcionário em serviço.
léstia ou outro motivo relevante, poderão ser abona- § 1º Para registro do ponto serão usados, de preferên-
das pelo superior imediato, a requerimento do fun- cia, meios mecânicos.
cionário no primeiro dia útil subsequente ao da falta. § 2º É vedado dispensar o funcionário do registro do
§ 2º No caso de faltas sucessivas, justificadas ou injus- ponto, salvo os casos expressamente previstos em lei.
tificadas, os dias intercalados – domingos, feriados e § 3º A infração do disposto no parágrafo anterior de-
aqueles em que não haja expediente – serão compu- terminará a responsabilidade da autoridade que tiver
tados exclusivamente para efeito de desconto do ven- expedido a ordem, sem prejuízo da ação disciplinar
cimento ou remuneração. (não como falta) cabível.
Somente não geram perda de remuneração as faltas Art. 121. Para o funcionário estudante, conforme dis-
justificadas e devidamente compensadas. puser o regulamento, poderão ser estabelecidas nor-
mas especiais quanto à frequência ao serviço.
Art. 111. As reposições devidas pelo funcionário e as Art. 122. O funcionário que comprovar sua contribui-
indenizações por prejuízos que causar à Fazenda Pú- ção para banco de sangue mantido por órgão esta-
blica Estadual, serão descontadas em parcelas men- tal ou paraestatal, ou entidade com a qual o Estado
sais não excedentes da décima parte do vencimento mantenha convênio, fica dispensado de comparecer
ou remuneração ressalvados os casos especiais previs- ao serviço no dia da doação.
tos neste Estatuto. Art. 123. Apurar-se-á a frequência do seguinte modo:
I - pelo ponto; e
Art. 112. Só será admitida procuração para efeito de II - pela forma determinada, quanto aos funcionários
recebimento de quaisquer importâncias dos cofres es- não sujeitos a ponto.
taduais, decorrentes do exercício do cargo, quando o
funcionário se encontrar fora da sede ou comprovada- CAPÍTULO II
mente impossibilitado de locomover-se. DAS VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA
SEÇÃO I
Art. 113. O vencimento, remuneração ou qualquer DISPOSIÇÕES GERAIS
vantagem pecuniária atribuídos ao funcionário, não
poderão ser objeto de arresto, sequestro ou penhora, Art. 124. Além do valor do padrão do cargo, o funcio-
salvo: nário só poderá receber as seguintes vantagens pecu-
I - quando se tratar de prestação de alimentos, na for- niárias:
ma da lei civil; e I - adicionais por tempo de serviço;
II - nos casos previstos no Capítulo II do Título VI deste II - gratificações;
Estatuto. III - diárias;
IV - ajudas de custo;
Art. 114. É proibido, fora dos casos expressamente con- V - salário-família e salário-esposa;
signados neste Estatuto, ceder ou gravar vencimento, VI - (Revogado);
remuneração ou qualquer vantagem decorrente do VII - quota-parte de multas e porcentagens fixadas em lei;
exercício de cargo público. VIII - honorários, quando fora do período normal ou
Art. 115. O vencimento ou remuneração do funcioná- extraordinário de trabalho a que estiver sujeito, for
rio não poderá sofrer outros descontos, exceto os obri- designado para realizar investigações ou pesquisas
gatórios e os autorizados por lei. científicas, bem como para exercer as funções de auxi-
Art. 116. As consignações em folha, para efeito de des- liar ou membro de bancas e comissões de concurso ou
conto de vencimentos ou remuneração, serão discipli- prova, ou de professor de cursos de seleção e aperfei-
nadas em regulamento. çoamento ou especialização de servidores, legalmente
instituídos, observadas as proibições atinentes a regi-
SEÇÃO II mes especiais de trabalho fixados em lei;
DO HORÁRIO E DO PONTO IX - honorários pela prestação de serviço peculiar à
profissão que exercer e, em função dela, à Justiça, des-
Art. 117. O horário de trabalho nas repartições será de que não a execute dentro do período normal ou
fixado pelo Governo de acordo com a natureza e as extraordinário de trabalho a que estiver sujeito e se-
necessidades do serviço. jam respeitadas as restrições estabelecidas em lei pela
subordinação a regimes especiais de trabalho; e
Art. 118. O período de trabalho, nos casos de compro- X - outras vantagens ou concessões pecuniárias pre-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

vada necessidade, poderá ser antecipado ou prorroga- vistas em leis especiais ou neste Estatuto.
do pelo chefe da repartição ou serviço. § 1º Excetuados os casos expressamente previstos nes-
Parágrafo único. No caso de antecipação ou prorro- te artigo, o funcionário não poderá receber, a qualquer
gação, será remunerado o trabalho extraordinário, na título, seja qual for o motivo ou forma de pagamento,
forma estabelecida no art. 136. nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos do
Art. 119. Nos dias úteis, só por determinação do Go- serviço público, das entidades autárquicas ou paraesta-
vernador poderão deixar de funcionar as repartições tais ou outras organizações públicas, em razão de seu
públicas ou ser suspenso o expediente. cargo ou função nos quais tenha sido mandado servir.

140
§ 2º O não cumprimento do que preceitua este artigo Art. 133. Ao funcionário no exercício de cargo em
importará na demissão do funcionário, por procedi- substituição aplica-se o disposto no artigo anterior.
mento irregular, e na imediata reposição, pela auto-
ridade ordenadora do pagamento, da importância Art. 134. Para efeito dos adicionais a que se refere esta
indevidamente paga. Seção, será computado o tempo de serviço, na forma
§ 3º Nenhuma importância relativa às vantagens estabelecida nos arts. 76 e 78.
constantes deste artigo será paga ou devida ao funcio-
nário, seja qual for o seu fundamento, se não houver SEÇÃO III
crédito próprio, orçamentário ou adicional. DAS GRATIFICAÇÕES

Art. 125. As porcentagens ou quotas-partes, atribuí- Art. 135. Poderá ser concedida gratificação ao funcio-
das em virtude de multas ou serviços de fiscalização nário: (Vide Lei Complementar nº 1.199/2013)
e inspeção, só serão creditadas ao funcionário após a I - pela prestação de serviço extraordinário;
entrada da importância respectiva, a título definitivo, II - pela elaboração ou execução de trabalho técnico
para os cofres públicos. ou científico ou de utilidade para o serviço público;
III - a título de representação, quando em função de
Art. 126. O funcionário não fará jus à percepção de gabinete, missão ou estudo fora do Estado ou designa-
quaisquer vantagens pecuniárias, nos casos em que ção para função de confiança do Governador;
deixar de perceber o vencimento ou remuneração, res- IV - quando designado para fazer parte de órgão legal
salvado o disposto no parágrafo único do art. 160. de deliberação coletiva; e
V - outras que forem previstas em lei.
De acordo com Hely Lopes Meirelles6, “o que caracte-
riza o adicional e o distingue da gratificação é ser aque- Art. 136. A gratificação pela prestação de serviço ex-
le que recompensa ao tempo de serviço do servidor, ou traordinário será paga por hora de trabalho prorro-
uma retribuição pelo desempenho de funções especiais gado ou antecipado, na mesma razão percebida pelo
que fogem da rotina burocrática, e esta, uma compensa- funcionário em cada hora de período normal de tra-
ção por serviços comuns executados em condições anor- balho a que estiver sujeito.
mais para o servidor, ou uma ajuda pessoal em face de Parágrafo único. A prestação de serviço extraordinário
certas situações que agravam o orçamento do servidor”. não poderá exceder a duas horas diárias de trabalho.

SEÇÃO IL Art. 137. É vedado conceder gratificação por serviço


DOS ADICIONAIS POR TEMPO DE SERVIÇO extraordinário, com o objetivo de remunerar outros
serviços ou encargos.
Art. 127. O funcionário terá direito, após cada período § 1º O funcionário que receber importância relativa a
de 5 (cinco) anos, contínuos, ou não, à percepção de serviço extraordinário que não prestou, será obrigado
adicional por tempo de serviço, calculado à razão de a restituí-la de uma só vez, ficando ainda sujeito à
5% (cinco por cento) sobre o vencimento ou remune- punição disciplinar.
ração, a que se incorpora para todos os efeitos. § 2º Será responsabilizada a autoridade que infringir o
Parágrafo único. Declarado Inconstitucional pelo Su- disposto no caput deste artigo.
premo Tribunal Federal (ADIn nº 3.167) Art. 138. Será punido com pena de suspensão e, na
reincidência, com a de demissão, a bem do serviço pú-
Art. 128. A apuração do quinquênio será feita em dias blico, o funcionário:
e o total convertido em anos, considerados estes sem- I - que atestar falsamente a prestação de serviço ex-
pre como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. traordinário; e
II - que se recusar, sem justo motivo, à prestação de
Art. 129. (Vetado). serviço extraordinário.

Art. 130. O funcionário que completar 25 (vinte e cin- Art. 139. O funcionário que exercer cargo de direção
co) anos de efetivo exercício perceberá mais a sexta- não poderá perceber gratificação por serviço extraor-
-parte do vencimento ou remuneração, a estes incor- dinário.
porada para todos os efeitos. § 1º O disposto neste artigo não se aplica durante o
Art. 131. O funcionário que exercer cumulativamente período em que subordinado de titular de cargo nele
cargos ou funções, terá direito aos adicionais de que mencionado venha a perceber, em consequência do
trata esta Seção, isoladamente, referentes a cada car- acréscimo da gratificação por serviço extraordinário,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

go ou a função. quantia que iguale ou ultrapasse o valor do padrão do


cargo de direção.
Art. 132. O ocupante de cargo em comissão fará jus § 2º Aos titulares de cargos de direção, para efeito
aos adicionais previstos nesta Seção, calculados sobre do parágrafo anterior, apenas será paga gratificação
o vencimento que perceber no exercício desse cargo, por serviço extraordinário correspondente à quantia a
enquanto nele permanecer. esse título percebida pelo subordinado de padrão mais
elevado.
6 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
Paulo: Malheiros, 1993.

141
Art. 140. A gratificação pela elaboração ou execução § 1º A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcio-
de trabalho técnico ou científico, ou de utilidade para nário das despesas de viagem e de nova instalação.
o serviço, será arbitrada pelo Governador, após sua § 2º O transporte do funcionário e de sua família com-
conclusão. preende passagem e bagagem e correrá por conta do
Governo.
Art. 141. A gratificação a título de representação,
quando o funcionário for designado para serviço ou Art. 150. A ajuda de custo, desde que em território do
estudo fora do Estado, será arbitrada pelo Governador, País, será arbitrada pelos Secretários de Estado, não
ou por autoridade que a lei determinar, podendo ser podendo exceder importância correspondente a 3
percebida cumulativamente com a diária. (três) vezes o valor do padrão do cargo.
Parágrafo único. O regulamento fixará o critério para
Art. 142. A gratificação relativa ao exercício em órgão o arbitramento, tendo em vista o número de pessoas
legal de deliberação coletiva, será fixada pelo Gover- que acompanham o funcionário, as condições de vida
nador. na nova sede, a distância a ser percorrida, o tempo de
viagem e os recursos orçamentários disponíveis.
Art. 143. A gratificação de representação de gabine-
te, fixada em regulamento, não poderá ser percebida Art. 151. Não será concedida ajuda de custo:
cumulativamente com a referida no inciso I do art. I - ao funcionário que se afastar da sede ou a ela vol-
135. tar, em virtude de mandato eletivo; e
II - ao que for afastado junto a outras Administrações.
SEÇÃO IV Parágrafo único. O funcionário que recebeu ajuda
DAS DIÁRIAS de custo, se for obrigado a mudar de sede dentro do
período de 2 (dois) anos poderá receber, apenas, 2/3
Art. 144. Ao funcionário que se deslocar temporaria- (dois terços) do benefício que lhe caberia.
mente da respectiva sede, no desempenho de suas
atribuições, ou em missão ou estudo, desde que rela- Art. 152. Quando o funcionário for incumbido de ser-
cionados com o cargo que exerce, poderá ser concedi- viço que o obrigue a permanecer fora da sede por
da, além do transporte, uma diária a título de indeni- mais de 30 (trinta) dias, poderá receber ajuda de custo
zação das despesas de alimentação e pousada. sem prejuízos das diárias que lhe couberem.
§ 1º Não será concedida diária ao funcionário removi- Parágrafo único. A importância dessa ajuda de custo
do ou transferido, durante o período de trânsito. será fixada na forma do art. 150, não podendo exceder
§ 2º Não caberá a concessão de diária quando o des- a quantia relativa a 1 (uma) vez o valor do padrão do
locamento de funcionário constituir exigência perma- cargo.
nente do cargo ou função.
§ 3º Entende-se por sede o município onde o funcio- Art. 153. Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido:
nário tem exercício. I - o funcionário que não seguir para a nova sede den-
§ 4º O disposto no “caput” deste artigo não se aplica tro dos prazos fixados, salvo motivo independente de
aos casos de missão ou estudo fora do País. sua vontade, devidamente comprovado sem prejuízo
da pena disciplinar cabível;
§ 5º As diárias relativas aos deslocamentos de fun- II - o funcionário que, antes de concluir o serviço que
cionários para outros Estados e Distrito Federal, serão lhe foi cometido, regressar da nova sede, pedir exone-
fixadas por decreto. ração ou abandonar o cargo.
Art. 145. O valor das diárias será fixado em decreto. § 1º A restituição poderá ser feita parceladamente, a
juízo da autoridade que houver concedido a ajuda de
Art. 146. A tabela de diárias, bem como as autoridades custo, salvo no caso de recebimento indevido, em que
que as concederem, deverão constar de decreto. a importância por devolver será descontada integral-
mente do vencimento ou remuneração, sem prejuízo
Art. 147. O funcionário que indevidamente receber da pena disciplinar cabível.
diária, será obrigado a restituí-la de uma só vez, fi- § 2º A responsabilidade pela restituição de que trata
cando ainda sujeito à punição disciplinar. este artigo, atinge exclusivamente a pessoa do fun-
cionário.
Art. 148. É vedado conceder diárias com o objetivo de § 3º Se o regresso do funcionário for determinado pela
remunerar outros encargos ou serviços. autoridade competente ou por motivo de força maior
Parágrafo único. Será responsabilizada a autoridade devidamente comprovado, não ficará ele obrigado a
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

que infringir o disposto neste artigo. restituir a ajuda de custo.

SEÇÃO V Art. 154. Caberá também ajuda de custo ao funcioná-


DAS AJUDAS DE CUSTO rio designado para serviço ou estudo no estrangeiro.
Parágrafo único. A ajuda de custo de que trata este
Art. 149. A juízo da Administração, poderá ser conce- artigo será arbitrada pelo Governador.
dida ajuda de custo ao funcionário que no interesse do
serviço passar a ter exercício em nova sede.

142
SEÇÃO VI Art. 164. Ao funcionário licenciado, para tratamento de
DO SALÁRIO-FAMÍLIA E DO SALÁRIO-ESPOSA saúde poderá ser concedido transporte, se decorrente
do tratamento, inclusive para pessoa de sua família.
Art. 155. O salário-família será concedido ao funcio-
nário ou ao inativo por: Art. 165. Poderá ser concedido transporte à família do
I - filho menor de 18 (dezoito) anos; e funcionário, quando este falecer fora da sede de exer-
II - filho inválido de qualquer idade. cício, no desempenho de serviço.
Parágrafo único. Consideram-se dependentes, desde § 1º A mesma concessão poderá ser feita à família do
que vivam total ou parcialmente às expensas do fun- funcionário falecido fora do Estado.
cionário, os filhos de qualquer condição, os enteados e § 2º Só serão atendidos os pedidos de transporte for-
os adotivos, equiparando-se a estes os tutelados sem mulados dentro do prazo de 1 (um) ano, a partir da
meios próprios de subsistência. data em que houver falecido o funcionário.

Art. 156. A invalidez que caracteriza a dependência é Art. 166. (Revogado).


a incapacidade total e permanente para o trabalho.
Art. 167. A concessão de que trata o artigo anterior só
Art. 157. Quando o pai e a mãe tiverem ambos a condi- poderá ser deferida ao funcionário que se encontre no
ção de funcionário público ou de inativo e viverem em exercício do cargo e mantenha contato com o público,
comum, o salário-família será concedido a um deles. pagando ou recebendo em moeda corrente.
Parágrafo único. Se não viverem em comum, será con-
cedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda, ou Art. 168. Ao cônjuge, ao companheiro ou companhei-
a ambos, de acordo com a distribuição de dependentes. ra ou, na falta destes, à pessoa que provar ter feito
despesas em virtude do falecimento de funcionário
Art. 158. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e ativo ou inativo será concedido auxílio-funeral, a títu-
a madrasta e, na falta destes, os representantes legais lo de benefício assistencial, de valor correspondente a
dos incapazes. 1 (um) mês da respectiva remuneração.
§ 1º O pagamento será efetuado pelo órgão competen-
Art. 158-A. Fica assegurada nas mesmas bases e con- te, mediante apresentação de atestado de óbito pelas
dições, ao cônjuge supérstite ou ao responsável legal pessoas indicadas no caput deste artigo, ou procurador
pelos filhos do casal, a percepção do salário-família legalmente habilitado, feita a prova de identidade.
a que tinha direito o funcionário ou inativo falecido. § 2º No caso de integrante da carreira de Agente de
Segurança Penitenciária ou da classe de Agente de Es-
Art. 159. A concessão e a supressão do salário-família colta e Vigilância Penitenciária, se ficar comprovado,
serão processadas na forma estabelecida em lei. por meio de competente apuração, que o óbito decor-
Art. 160. Não será pago o salário-família nos casos reu de lesões recebidas no exercício de suas funções,
em que o funcionário deixar de perceber o respectivo o benefício será acrescido do valor correspondente
vencimento ou remuneração. a mais 1 (um) mês da respectiva remuneração, cujo
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica pagamento será efetivado mediante apresentação de
aos casos disciplinares e penais, nem aos de licença alvará judicial.
por motivo de doença em pessoa da família. § 3º O pagamento do benefício previsto neste artigo,
Art. 161. É vedada a percepção de salário-família por caso as despesas tenham sido custeadas por tercei-
dependente em relação ao qual já esteja sendo pago ros, em virtude da contratação de planos funerários,
este benefício por outra entidade pública federal, es- somente será efetivado mediante apresentação de al-
tadual ou municipal, ficando o infrator sujeito às pe- vará judicial.
nalidades da lei.
Art. 169. O Governo do Estado poderá conceder prê-
Art. 162. O salário-esposa será concedido ao funcio- mios em dinheiro, dentro das dotações orçamentárias
nário que não perceba vencimento ou remuneração próprias, aos funcionários autores dos melhores tra-
de importância superior a 2 (duas) vezes o valor do balhos, classificados em concursos de monografias de
menor vencimento pago pelo Estado, desde que a mu- interesse para o serviço público.
lher não exerça atividade remunerada.
Parágrafo único. A concessão do benefício a que se Art. 170. (Revogado).
refere este artigo será objeto de regulamento.
CAPÍTULO III
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

SEÇÃO VII DAS ACUMULAÇÕES REMUNERADAS


OUTRAS CONCESSÕES PECUNIÁRIAS
Art. 171. É vedada a acumulação remunerada, exceto:
Art. 163. O Estado assegurará ao funcionário o direito I - a de um juiz e um cargo de professor;
de pleno ressarcimento de danos ou prejuízos, decor- II - a de dois cargos de professor;
rentes de acidentes no trabalho, do exercício em de- III - a de um cargo de professor e outro técnico ou
terminadas zonas ou locais e da execução de trabalho científico; e
especial, com risco de vida ou saúde. IV - a de dois cargos privativos de médico.

143
§ 1º Em qualquer dos casos, a acumulação somente é § 4º Durante as férias, o funcionário terá direito a to-
permitida quando haja correlação de matérias e com- das as vantagens, como se estivesse em exercício.
patibilidade de horários.
§ 2º A proibição de acumular se estende a cargos, fun- Art. 177. Atendido o interesse do serviço, o funcionário
ções ou empregos em autarquias, empresas públicas e poderá gozar férias de uma só vez ou em dois períodos
sociedades de economia mista. iguais.
§ 3º A proibição de acumular proventos não se apli-
ca aos aposentados, quanto ao exercício de mandato Art. 178. Somente depois do primeiro ano de exercício
eletivo, cargo em comissão ou ao contrato para pres- no serviço público, adquirirá o funcionário direito a
tação de serviços técnicos ou especializados. férias.
Art. 172. O funcionário ocupante de cargo efetivo, ou Parágrafo único. Será contado para efeito deste artigo
em disponibilidade, poderá ser nomeado para cargo o tempo de serviço prestado em outro cargo público,
em comissão, perdendo, durante o exercício desse car- desde que entre a cessação do anterior e o início do
go, o vencimento ou remuneração do cargo efetivo ou subsequente exercício não haja interrupção superior
o provento, salvo se optar pelo mesmo. a 10 (dez) dias.
Art. 173. Não se compreende na proibição de acumu-
lar, desde que tenha correspondência com a função Art. 179. Caberá ao chefe da repartição ou do serviço,
principal, a percepção das vantagens enumeradas no organizar, no mês de dezembro, a escala de férias para
art. 124. o ano seguinte, que poderá alterar de acordo com a
Art. 174. Verificado, mediante processo administrati- conveniência do serviço.
vo, que o funcionário está acumulando, fora das con-
dições previstas neste Capítulo, será ele demitido de Art. 180. O funcionário transferido ou removido,
todos os cargos e funções e obrigado a restituir o que quando em gozo de férias, não será obrigado a apre-
indevidamente houver recebido. sentar-se antes de terminá-las.
§ 1º Provada a boa-fé, o funcionário será mantido no
cargo ou função que exercer há mais tempo. CAPÍTULO II
§ 2º Em caso contrário, o funcionário demitido ficará DAS LICENÇAS
ainda inabilitado pelo prazo de 5 (cinco) anos, para SEÇÃO I
o exercício de função ou cargo público, inclusive em DISPOSIÇÕES GERAIS
entidades que exerçam função delegada do poder pú-
blico ou são por este mantidas ou administradas. Art. 181. O funcionário efetivo poderá ser licenciado:
Art. 175. As autoridades civis e os chefes de serviço, bem I - para tratamento de saúde;
como os diretores ou responsáveis pelas entidades re- II - quando acidentado no exercício de suas atribui-
feridas no parágrafo 2º do artigo anterior e os fiscais ções ou acometido por doença profissional;
ou representantes dos poderes públicos junto às mes- III - no caso previsto no art. 198;
mas, que tiverem conhecimento de que qualquer dos IV - por motivo de doença em pessoa de sua família;
seus subordinados ou qualquer empregado da empresa V - para cumprir obrigações concernentes ao serviço
sujeita à fiscalização está no exercício de acumulação militar;
proibida, farão a devida comunicação ao órgão compe- VI - para tratar de interesses particulares;
tente, para os fins indicados no artigo anterior. VII - no caso previsto no art. 205;
Parágrafo único. Qualquer cidadão poderá denunciar VIII - compulsoriamente, como medida profilática;
a existência de acumulação ilegal. IX - como prêmio de assiduidade.
§ 1º Ao funcionário ocupante exclusivamente de car-
TÍTULO V go em comissão serão concedidas as licenças previstas
DOS DIREITOS E VANTAGENS EM GERAL neste artigo, salvo as referidas nos incisos IV, VI e VII.
CAPÍTULO I § 2º As licenças previstas nos incisos I a III serão con-
DAS FÉRIAS cedidas ao funcionário de que trata o § 1º deste artigo
mediante regras estabelecidas pelo regime geral de
Art. 176. O funcionário terá direito ao gozo de 30 previdência social.
(trinta) dias de férias anuais, observada a escala que Art. 182. As licenças dependentes de inspeção médica
for aprovada. serão concedidas pelo prazo indicado pelos órgãos ofi-
§ 1º É proibido levar à conta de férias qualquer falta ciais competentes.
ao trabalho. Art. 183. Finda a licença, o funcionário deverá reassu-
§ 2º É proibida a acumulação de férias, salvo por abso- mir, imediatamente, o exercício do cargo.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

luta necessidade de serviço e pelo máximo de 2 (dois) § 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica
anos consecutivos. às licenças previstas nos incisos V e VII do artigo 181,
§ 3º O período de férias será reduzido para 20 (vinte) quando em prorrogação.
dias, se o servidor, no exercício anterior, tiver, conside- § 2º A infração do disposto no caput deste artigo im-
rados em conjunto, mais de 10 (dez) não compareci- portará em perda total do vencimento ou remunera-
mentos correspondentes a faltas abonadas, justifica- ção correspondente ao período de ausência e, se esta
das e injustificadas ou às licenças previstas nos itens exceder a 30 (trinta) dias, ficará o funcionário sujeito à
IV, VI e VII do art. 181. pena de demissão por abandono de cargo.

144
Art. 184. O funcionário licenciado nos termos dos itens 1 - quando as condições de saúde do funcionário as-
I a IV do art. 181, é obrigado a reassumir o exercício, sim o determinarem;
se for considerado apto em inspeção médica realizada 2 - a pedido do órgão de origem do funcionário.
ex-officio ou se não subsistir a doença na pessoa de § 3º O funcionário poderá ser dispensado da inspeção
sua família. médica de que trata o “caput” deste artigo em caso de
Parágrafo único. O funcionário poderá desistir da licen- licença para tratamento de saúde de curta duração,
ça, desde que em inspeção médica fique comprovada a conforme estabelecido em decreto.
cessação dos motivos determinantes da licença.
SEÇÃO III
Art. 185. As licenças previstas nos incisos I, II e IV do DA LICENÇA AO FUNCIONÁRIO ACIDENTADO NO
artigo 181 não serão concedidas em prorrogação, ca- EXERCÍCIO DE SUAS ATRIBUIÇÕES OU ATACADO
bendo ao funcionário ou à autoridade competente in- DE DOENÇA PROFISSIONAL
gressar, quando for o caso, com um novo pedido.
Art. 194. O funcionário acidentado no exercício de
Art. 186. (Revogado). suas atribuições ou que tenha adquirido doença pro-
fissional terá direito à licença com vencimento ou re-
Art. 187. O funcionário licenciado nos termos dos itens muneração.
I e II do artigo 181 não poderá dedicar-se a qualquer Parágrafo único. Considera-se também acidente:
atividade remunerada, sob pena de ser cassada a li-
cença e de ser demitido por abandono do cargo, caso 1 - a agressão sofrida e não provocada pelo funcioná-
não reassuma o seu exercício dentro do prazo de 30 rio, no exercício de suas funções;
(trinta) dias. 2 - a lesão sofrida pelo funcionário, quando em trânsi-
Art. 188. (Revogado) to, no percurso usual para o trabalho.

Art. 189. (Revogado) Art. 195. A licença prevista no artigo anterior não po-
derá exceder de 4 (quatro) anos.
Art. 190. O funcionário que se recusar a submeter-se Parágrafo único. No caso de acidente, verificada a in-
à inspeção médica, quando julgada necessária, será capacidade total para qualquer função pública, será
punido com pena de suspensão. desde logo concedida aposentadoria ao funcionário.
Parágrafo único. A suspensão cessará no dia em que
se realizar a inspeção. Art. 196. A comprovação do acidente, indispensável
para a concessão da licença, será feita em procedi-
SEÇÃO II mento próprio, que deverá iniciar-se no prazo de 10
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE (dez) dias, contados da data do acidente.
§ 1º O funcionário deverá requerer a concessão da li-
Art. 191. Ao funcionário que, por motivo de saúde, es- cença de que trata o caput deste artigo junto ao órgão
tiver impossibilitado para o exercício do cargo, será de origem.
concedida licença até o máximo de 4 (quatro) anos, § 2º Concluído o procedimento de que trata o caput
com vencimento ou remuneração. deste artigo caberá ao órgão médico oficial a decisão.
§ 1º Findo o prazo, previsto neste artigo, o funcioná- § 3º O procedimento para a comprovação do acidente
rio será submetido à inspeção médica e aposentado, de que trata este artigo deverá ser cumprido pelo ór-
desde que verificada a sua invalidez, permitindo-se o gão de origem do funcionário, ainda que não venha a
licenciamento além desse prazo, quando não se justi- ser objeto de licença.
ficar a aposentadoria.
§ 2º Será obrigatória a reversão do aposentado, desde que Art. 197. Para a conceituação do acidente da doença
cessados os motivos determinantes da aposentadoria. profissional, serão adotados os critérios da legislação
federal de acidentes do trabalho.
Art. 192. O funcionário ocupante de cargo em comis-
são poderá ser aposentado, nas condições do artigo SEÇÃO IV
anterior, desde que preencha os requisitos do art. 227. DA LICENÇA À FUNCIONÁRIA GESTANTE

Art. 193. A licença para tratamento de saúde depende- Art. 198. À funcionária gestante será concedida licen-
rá de inspeção médica oficial e poderá ser concedida: ça de 180 (cento e oitenta) dias com vencimento ou
I - a pedido do funcionário; remuneração, observado o seguinte:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

II - “ex officio”. I - a licença poderá ser concedida a partir da 32ª


§ 1º A inspeção médica de que trata o “caput” deste (trigésima segunda) semana de gestação, mediante
artigo poderá ser dispensada, a critério do órgão ofi- documentação médica que comprove a gravidez e a
cial, quando a análise documental for suficiente para respectiva idade gestacional;
comprovar a incapacidade laboral, observado o esta- II - ocorrido o parto, sem que tenha sido requerida a
belecido em decreto. licença, será esta concedida mediante a apresentação
§ 2º A licença “ex officio” de que trata o inciso II deste da certidão de nascimento e vigorará a partir da data
artigo será concedida por decisão do órgão oficial: do evento, podendo retroagir até 15 (quinze) dias;

145
III - durante a licença, cometerá falta grave a servidora § 1º Poderá ser negada a licença quando o afasta-
que exercer qualquer atividade remunerada ou manti- mento do funcionário for inconveniente ao interesse
ver a criança em creche ou organização similar. do serviço.
Parágrafo único. No caso de natimorto, será concedi- § 2º O funcionário deverá aguardar em exercício a
da a licença para tratamento de saúde, a critério mé- concessão da licença.
dico, na forma prevista no artigo 193. § 3º A licença poderá ser gozada parceladamente a
juízo da Administração, desde que dentro do período
SEÇÃO V de 3 (três) anos.
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA § 4º O funcionário poderá desistir da licença, a qual-
DA FAMÍLIA quer tempo, reassumindo o exercício em seguida.

Art. 199. O funcionário poderá obter licença, por mo- Art. 203. Não será concedida licença para tratar de
tivo de doença do cônjuge e de parentes até segundo interesses particulares ao funcionário nomeado, re-
grau. movido ou transferido, antes de assumir o exercício
§ 1º Provar-se-á a doença em inspeção médica na for- do cargo.
ma prevista no artigo 193.
§ 2º A licença de que trata este artigo será concedida Art. 204. Só poderá ser concedida nova licença depois
com vencimentos ou remuneração até 1 (um) mês e de decorridos 5 (cinco) anos do término da anterior.
com os seguintes descontos:
1 - de 1/3 (um terço), quando exceder a 1 (um) mês SEÇÃO VIII
até 3 (três); DA LICENÇA À FUNCIONÁRIA CASADA COM FUN-
2 - 2/3 (dois terços), quando exceder a 3 (três) até 6 CIONÁRIO OU MILITAR
(seis);
3 - sem vencimento ou remuneração do sétimo ao vi- Art. 205. A funcionária casada com funcionário esta-
gésimo mês. dual ou com militar terá direito à licença, sem venci-
§ 3º Para os efeitos do § 2º deste artigo, serão soma- mento ou remuneração, quando o marido for man-
das as licenças concedidas durante o período de 20 dado servir, independentemente de solicitação, em
(vinte) meses, contado da primeira concessão. outro ponto do Estado ou do território nacional ou no
estrangeiro.
SEÇÃO VI Parágrafo único. A licença será concedida mediante
DA LICENÇA PARA ATENDER A OBRIGAÇÕES CON- pedido devidamente instruído e vigorará pelo tempo
CERNENTES AO SERVIÇO MILITAR que durar a comissão ou a nova função do marido.

Art. 200. Ao funcionário que for convocado para o servi- SEÇÃO IX


ço militar e outros encargos da segurança nacional, será DA LICENÇA COMPULSÓRIA
concedida licença sem vencimento ou remuneração.
§ 1º A licença será concedida mediante comunicação Art. 206. O funcionário, ao qual se possa atribuir a
do funcionário ao chefe da repartição ou do serviço, condição de fonte de infecção de doença transmissível,
acompanhada de documentação oficial que prove a poderá ser licenciado, enquanto durar essa condição,
incorporação. a juízo de autoridade sanitária competente, e na for-
§ 2º O funcionário desincorporado reassumirá imedia- ma prevista no regulamento.
tamente o exercício, sob pena de demissão por aban- Art. 207. Verificada a procedência da suspeita, o funcio-
dono do cargo, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias. nário será licenciado para tratamento de saúde na forma
§ 3º Quando a desincorporação se verificar em lugar prevista no art. 191, considerando-se incluídos no perío-
diverso do da sede, os prazos para apresentação serão do da licença os dias de licenciamento compulsório.
os previstos no art. 60.
Art. 208. Quando não positivada a moléstia, deverá
Art. 201. Ao funcionário que houver feito curso para o funcionário retornar ao serviço, considerando-se
ser admitido como oficial da reserva das Forças Arma- como de efetivo exercício para todos os efeitos legais,
das, será também concedida licença sem vencimento o período de licença compulsória.
ou remuneração, durante os estágios prescritos pelos
regulamentos militares. SEÇÃO X
DA LICENÇA-PRÊMIO
SEÇÃO VII
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTI- Art. 209. O funcionário terá direito, como prêmio de
CULARES assiduidade, à licença de 90 (noventa) dias em cada pe-
ríodo de 5 (cinco) anos de exercício ininterrupto, em que
Art. 202. Depois de 5 (cinco) anos de exercício, o fun- não haja sofrido qualquer penalidade administrativa.
cionário poderá obter licença, sem vencimento ou re- Parágrafo único. O período da licença será conside-
muneração, para tratar de interesses particulares, pelo rado de efetivo exercício para todos os efeitos legais,
prazo máximo de 2 (dois) anos. e não acarretará desconto algum no vencimento ou
remuneração.

146
Art. 210. Para fins da licença prevista nesta Seção, não CAPÍTULO IV
se consideram interrupção de exercício: DA DISPONIBILIDADE
I - os afastamentos enumerados no art. 78, excetuado
o previsto no item X; e Art. 219. O funcionário poderá ser posto em disponibi-
II - as faltas abonadas, as justificadas e os dias de li- lidade remunerada:
cença a que se referem os itens I e IV do art. 181 des- I - no caso previsto no § 2º do art. 31; e
de que o total de todas essas ausências não exceda II - quando, tendo adquirido estabilidade, o cargo for
o limite máximo de 30 (trinta) dias, no período de 5 extinto por lei.
(cinco) anos. Parágrafo único. O funcionário ficará em disponibili-
dade até o seu obrigatório aproveitamento em cargo
Art. 211. (Revogado). equivalente.

Art. 212. A licença-prêmio será concedida mediante Art. 220. O provento da disponibilidade não poderá
certidão de tempo de serviço, independente de reque- ser superior ao vencimento ou remuneração e vanta-
rimento do funcionário, e será publicada no Diário gens percebidos pelo funcionário.
Oficial do Estado, nos termos da legislação em vigor. Art. 221. Qualquer alteração do vencimento ou remu-
Art. 213. O funcionário poderá requerer o gozo da li- neração e vantagens percebidas pelo funcionário em
cença-prêmio: virtude de medida geral, será extensiva ao provento do
I - por inteiro ou em parcelas não inferiores a 15 disponível, na mesma proporção.
(quinze) dias;
II - até o implemento das condições para a aposenta- CAPÍTULO V
doria voluntária. DA APOSENTADORIA
§ 1º Caberá à autoridade competente:
1 - adotar, após manifestação do chefe imediato, sem Art. 222. O funcionário será aposentado:
prejuízo para o serviço, as medidas necessárias para I - por invalidez;
que o funcionário possa gozar a licença-prêmio a que II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos; e
tenha direito; III - voluntariamente, após 35 (trinta e cinco) anos de
2 - decidir, após manifestação do chefe imediato, ob- serviço.
servada a opção do funcionário e respeitado o interes- § 1º No caso do item III, o prazo é reduzido a 30 (trin-
se do serviço, pelo gozo da licença-prêmio por inteiro ta) anos para as mulheres.
ou parceladamente. § 2º Os limites de idade e de tempo de serviço para a
§ 2º A apresentação de pedido de passagem à ina- aposentadoria poderão ser reduzidos, nos termos do
tividade, sem a prévia e oportuna apresentação do parágrafo único do art. 94 da Constituição do Estado
requerimento de gozo, implicará perda do direito à de São Paulo.
licença-prêmio.
Art. 223. A aposentadoria prevista no item I do artigo
Art. 214. O funcionário deverá aguardar em exercício a anterior, só será concedida, após a comprovação da
apreciação do requerimento de gozo da licença-prêmio. invalidez do funcionário, mediante inspeção de saúde
Parágrafo único. O gozo da licença-prêmio dependerá realizada em órgão médico oficial.
de novo requerimento, caso não se inicie em até 30 Art. 224. A aposentadoria compulsória prevista no
(trinta) dias contados da publicação do ato que o hou- item II do art. 222 é automática.
ver autorizado. Parágrafo único. O funcionário se afastará no dia
Art. 215. (Revogado). imediato àquele em que atingir a idade limite, inde-
Art. 216. (Revogado). pendentemente da publicação do ato declaratório da
aposentadoria.
CAPÍTULO III Art. 225. O funcionário em disponibilidade poderá ser
DA ESTABILIDADE aposentado nos termos do art. 222.
Art. 217. É assegurada a estabilidade somente ao fun- Art. 226. O provento da aposentadoria será:
cionário que, nomeado por concurso, contar mais de 2 I - igual ao vencimento ou remuneração e demais
(dois) anos de efetivo exercício.
vantagens pecuniárias incorporadas para esse efeito:
1 - quando o funcionário, do sexo masculino, contar
Art. 218. O funcionário estável só poderá ser demitido
35 (trinta e cinco) anos de serviço e do sexo feminino,
em virtude de sentença judicial ou mediante processo
30 (trinta) anos; e
administrativo, assegurada ampla defesa.
2 - quando ocorrer a invalidez.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Parágrafo único. A estabilidade diz respeito ao serviço


II - proporcional ao tempo de serviço, nos demais casos.
público e não ao cargo, ressalvando-se à Administra-
ção o direito de aproveitar o funcionário em outro car-
go de igual padrão, de acordo com as suas aptidões. Art. 227. As disposições dos itens I e II do art. 222 apli-
cam-se ao funcionário ocupante de cargo em comis-
são, que contar mais de 15 (quinze) anos de exercício
ininterrupto nesse cargo, seja ou não ocupante de car-
go de provimento efetivo.

147
Art. 228. A aposentadoria prevista no item III do art. CAPÍTULO VII
222 produzirá efeito a partir da publicação do ato no DO DIREITO DE PETIÇÃO
“Diário Oficial”.
Art. 239. É assegurado a qualquer pessoa, física ou ju-
Art. 229. O pagamento dos proventos a que tiver di- rídica, independentemente de pagamento, o direito de
reito o aposentado deverá iniciar-se no mês seguinte petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para
ao em que cessar a percepção do vencimento ou re- defesa de direitos.
muneração.
§ 1º Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso,
Art. 230. O provento do aposentado só poderá sofrer erro, omissão ou conduta incompatível no serviço pú-
descontos autorizados em lei. blico.
§ 2º Em nenhuma hipótese, a Administração poderá
Art. 231. O provento da aposentadoria não poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar a pe-
ser superior ao vencimento ou remuneração e demais tição, sob pena de responsabilidade do agente.
vantagens percebidas pelo funcionário.
Art. 240. Ao servidor é assegurado o direito de re-
Art. 232. Qualquer alteração do vencimento ou remu- querer ou representar, bem como, nos termos desta
neração e vantagens percebidas pelo funcionário em lei complementar, pedir reconsideração e recorrer de
virtude de medida geral, será extensiva ao provento do decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão
aposentado, na mesma proporção. legal específica.

CAPÍTULO VI Estabelece a CF, no art. 5°, XXIV, a) o direito de peti-


DA ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO ção, assegurado a todos: “são a todos assegurados, inde-
pendentemente do pagamento de taxas: a) o direito de
Art. 233. Nos trabalhos insalubres executados pelos petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
funcionários, o Estado é obrigado a fornecer-lhes gra- contra ilegalidade ou abuso de poder;”. Os artigos acima
tuitamente equipamentos de proteção à saúde. descrevem o direito de petição específico dos servidores
Parágrafo único. Os equipamentos aprovados por ór- públicos.
gão competente, serão de uso obrigatório dos funcio- Quanto ao direito de petição, de maneira prática,
nários, sob pena de suspensão. cumpre observar que o direito de petição deve resultar
em uma manifestação do Estado, normalmente dirimin-
Art. 234. Ao funcionário é assegurado o direito de re- do (resolvendo) uma questão proposta, em um verda-
moção para igual cargo no local de residência do côn- deiro exercício contínuo de delimitação dos direitos e
juge, se este também for funcionário e houver vaga. obrigações que regulam a vida social e, desta maneira,
quando “dificulta a apreciação de um pedido que um ci-
Art. 235. Havendo vaga na sede do exercício de ambos dadão quer apresentar” (muitas vezes, embaraçando-lhe
os cônjuges, a remoção poderá ser feita para o local o acesso à Justiça); “demora para responder aos pedi-
indicado por qualquer deles, desde que não prejudique dos formulados” (administrativa e, principalmente, ju-
o serviço. dicialmente) ou “impõe restrições e/ou condições para
a formulação de petição”, traz a chamada insegurança
Art. 236. Somente será concedida nova remoção por jurídica, que traz desesperança e faz proliferar as desi-
união de cônjuges ao funcionário que for removido a gualdades e as injustiças.
pedido para outro local, após transcorridos 5 (cinco) Dentro do espectro do direito de petição se insere,
anos. por exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de
solicitar cópias reprográficas e certidões, bem como de
Art. 237. Considera-se local, para os fins dos arts. 234 ofertar denúncias de irregularidades. Contudo, o consti-
a 236, o município onde o cônjuge tem sua residência. tuinte, talvez na intenção de deixar clara a obrigação dos
Poderes Públicos em fornecer certidões, trouxe a letra b)
Art. 238. O ato que remover ou transferir o funcionário do inciso, o que gera confusões conceituais no sentido
estudante de uma para outra cidade ficará suspenso do direito de obter certidões ser dissociado do direito
se, na nova sede, não existir estabelecimento congêne- de petição.
re, oficial, reconhecido ou equiparado àquele em que
o interessado esteja matriculado. TÍTULO VI
§ 1º Efetivar-se-á a transferência, se o funcionário DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS RESPON-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

concluir o curso, deixar de cursá-lo ou for reprovado SABILIDADES


durante 2 (dois) anos.
§ 2º Anualmente, o interessado deverá fazer prova, O regime disciplinar do servidor público civil está
perante a repartição a que esteja subordinado, de que estabelecido basicamente de duas maneiras: deveres e
está frequentando regularmente o curso em que esti- proibições. Ontologicamente, são a mesma coisa: am-
ver matriculado. bos deveres e proibições são normas protetivas da boa
Administração. Nas duas hipóteses, violado o preceito,
cabível é uma punição.

148
Deve-se notar, porém, que os deveres constam da Embora sejam conceitos diferentes, aqui o dever viola-
lei como ações, como conduta positiva; as proibições, do, seja por impontualidade, seja por inassiduidade (que
ao contrário, são descritas como condutas vedadas ao ainda não aquela inassiduidade habitual de 60 dias ense-
servidor, de modo que ele deve abster-se de praticá-las. jadora de demissão), merece reprimenda de advertência,
Os deveres estão inscritos não de modo exaustivo, por- com fins educativos e de correção do servidor”.
que o servidor deve obediência a todas as normas legais
ou infralegais7. “Estes dispositivos preveem, basicamente, II - cumprir as ordens superiores, representando quan-
um conjunto de normas de conduta e de proibições im- do forem manifestamente ilegais;
postas pela lei aos servidores por ela abrangidos, tendo “O servidor integra a estrutura organizacional do ór-
em vista a prevenção, a apuração e a possível punição gão em que presta suas atribuições funcionais. O Estado
de atos e omissões que possam por em risco o funcio- se movimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro
namento adequado da administração pública, do posto dos órgãos públicos, há um escalonamento de cargos e
de vista ético, do ponto de vista da eficiência e do ponto funções que servem ao cumprimento da vontade do ente
de vista da legalidade. Decorrem, estes dispositivos, do estatal. Este escalonamento, posto em movimento, é o
denominado Poder Disciplinar que é aquele conferido à que vimos até agora chamando de hierarquia. A hierar-
Administração com o objetivo de manter sua disciplina quia existe para que do alto escalão até a prática dos
interna, na medida em que lhe atribui instrumentos para administrados as coisas funcionem. Disso decorre que
punir seus servidores (e também àqueles que estejam a quando é emitida uma ordem para o servidor subordi-
ela vinculados por um instrumento jurídico determinado nado, este deve dar cumprimento ao comando. Porém
- particulares contratados pela Administração). [...]”8. quando a ordem é visivelmente ilegal, arbitrária, incons-
titucional ou absurda, o servidor não é obrigado a dar
CAPÍTULO I seguimento ao que lhe é ordenado. Quando a ordem é
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES manifestamente ilegal? Há uma margem de interpreta-
SEÇÃO I ção, principalmente se o servidor subordinado não tiver
DOS DEVERES
nenhuma formação de ordem jurídica. Logo, é o bom
senso que irá margear o que é flagrantemente incons-
Os deveres do servidor aqui previstos são em muito
titucional”.
compatíveis com os previstos no Código de Ética profis-
sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fede-
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de
ral (Decreto n° 1.171/94) e na própria Lei nº 8.112/1990,
que for incumbido;
que fixa o regime jurídico dos servidores públicos civis
“O zelo diz respeito às atribuições funcionais e tam-
federais. Descrevem algumas das condutas esperadas do
servidor público quando do desempenho de suas fun- bém ao cuidado com a economia do material, os bens
ções. Em resumo, o servidor público deve desempenhar da repartição e o patrimônio público. Sob o prisma da
suas funções com cuidado, rapidez e pontualidade, sen- disciplina e da conservação dos bens e materiais da re-
do leal à instituição que compõe, respeitando as ordens partição, o servidor deve sempre agir com dedicação no
de seus superiores que sejam adequadas às funções que desempenho das funções do cargo que ocupa, e que lhe
desempenhe e buscando conservar o patrimônio do Es- foram atribuídas desde o termo de posse. O servidor não
tado. No tratamento do público, deve ser prestativo e é o dono do cargo. Dono do cargo é o Estado que o re-
não negar o acesso a informações que não sejam sigi- munera. Se o referido cargo não lhe pertence, o servidor
losas. Caso presencie alguma ilegalidade ou abuso de deve exercer suas funções com o máximo de zelo que
poder, deve denunciar. Tomam-se como base os ensina- estiver ao seu alcance. Sua eventual menor capacidade
mentos de Lima9 a respeito destes deveres: de desempenho, para não configurar desídia ou insufi-
ciência de desempenho, deverá ser compensada com um
Art. 241. São deveres do funcionário: maior esforço e dedicação de sua parte. Se um servidor
I - ser assíduo e pontual; altamente preparado e capaz, vem a praticar atos que
“Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assí- configurem desídia ou mesmo falta mais grave, poderá
duo significa ser presente dentro do horário do expedien- vir a ser punido. Porque o que se julgará não é a pessoa
te. O oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é do servidor, mas a conduta a ele imputável. O zelo não
aquele servidor que não atrasa seus compromissos. É o deve se limitar apenas às atribuições específicas de sua
que comparece no horário para as reuniões de trabalho e atividade. O servidor deve ter zelo não somente com os
demais atividades relacionadas com o exercício do cargo bens e interesses imateriais (a imagem, os símbolos, a
que ocupa. moralidade, a pontualidade, o sigilo, a hierarquia) como
também para com os bens e interesses patrimoniais do
7 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime disciplinar dos Estado”.
servidores federais. Disponível em: <http://www.sato.adm.br/ar-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

tigos/o_regime_disciplinar_dos_servidores_federais.htm>. Acesso
em: 11 ago. 2013.
IV - guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e,
8 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi- especialmente, sobre despachos, decisões ou provi-
cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com. dências;
br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013 “O agente público deve guardar sigilo sobre o que se
9 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime disciplinar dos passa na repartição, principalmente quanto aos assuntos
servidores federais. Disponível em: <http://www.sato.adm.br/ar- oficiais. Pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011,
tigos/o_regime_disciplinar_dos_servidores_federais.htm>. Acesso
hoje está regulamentado o acesso às informações.
em: 11 ago. 2013.

149
Porém, o servidor deve ter cuidado, pois até mesmo VIII - providenciar para que esteja sempre em ordem, no
o fornecimento ou divulgação das informações exigem assentamento individual, a sua declaração de família;
um procedimento. Maior cuidado há que se ter, quando
a informação possa expor a intimidade da pessoa huma- Trata-se do dever de manter seus registros atualizados,
na. As informações pessoais dos administrados em geral inclusive no que se refere aos membros de sua família.
devem ser tratadas forma transparente e com respeito à
intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pes- IX - zelar pela economia do material do Estado e pela
soas, bem como às liberdades e garantias individuais, se- conservação do que for confiado à sua guarda ou uti-
gundo o artigo 31, da Lei nº 21.527, 2011. A exceção para
lização;
o sigilo existe, pois, não devemos tratar a questão em
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela eco-
termos de cláusula jurídica de caráter absoluto, poden-
nomia e pela conservação dos bens públicos presta um
do ter autorizada a divulgação ou o acesso por tercei-
ros quando haja previsão legal. Outra exceção é quando desserviço à nação que lhe remunera. E como se verá
há o consentimento expresso da pessoa a que elas se adiante poderá ser causa inclusive de demissão, se não
referirem. No caso de cumprimento de ordem judicial, cumprir o presente dever, quando por descumprimento
para a defesa de direitos humanos, e quando a prote- dele a gravidade do fato implicar a infração a normas
ção do interesse público e geral preponderante o exigir, mais graves”.
também devem ser fornecidas as informações. Portan-
to, o servidor há que ter reserva no seu comportamento X - apresentar-se convenientemente trajado em servi-
e fala, esquivando-se de revelar o conteúdo do que se ço ou com uniforme determinado, quando for o caso;
passa no seu trabalho. Se o assunto pululante é uma ir- As roupas devem refletir o respeito à instituição e se-
regularidade absurda, deve então reduzir a escrito e re- rem compatíveis com a função desempenhada.
presentar para que se apure o caso. Deveriam diminuir
as conversas de corredor e se efetivar a apuração dos XI - atender prontamente, com preferência sobre qual-
fatos através do processo administrativo disciplinar. Os quer outro serviço, às requisições de papéis, documen-
assuntos objeto do serviço merecem reserva. Devem ficar tos, informações ou providências que lhe forem feitas
circunscritos aos servidores designados para o respectivo pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para
trabalho interno, não devendo sair da seção ou setor de
defesa do Estado, em Juízo;
trabalho, sem o trâmite hierárquico do chefe imediato. Se
“Este dever foi insculpido na lei para que o servidor
o assunto ou o trabalho, enfim, merecer divulgação mais
público trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a
ampla, deve ser contatado o órgão de assessoria de co-
municação social, que saberá proceder de forma oficial, imagem desagradável que o mesmo possui perante a so-
obedecendo ao bom senso e às leis vigentes”. ciedade. Exige-se que atue com presteza no atendimen-
to a informações solicitadas pela Fazenda Pública. Esta
V - representar aos superiores sobre todas as irregu- engloba o fisco federal, estadual, municipal e distrital. O
laridades de que tiver conhecimento no exercício de servidor público tem que ser expedito, diligente, laborio-
suas funções; so. Não há mais lugar para o burocrata que se afasta do
“Todo servidor público é obrigado a dar conhecimen- administrado, dificultando a vida de quem necessita de
to ao chefe da repartição acerca das irregularidades de atendimento rápido e escorreito. Entretanto, há um lon-
que toma conhecimento no exercício de suas atribuições. go caminho a ser percorrido até que se atinja um mínimo
Deve levar ao conhecimento da chefia imediata pelo sis- ideal de atendimento e de funcionamento dos órgãos
tema hierárquico. Supõe-se que os titulares das chefias públicos, o que deve necessariamente passar por crité-
ou divisões detêm um conhecimento maior de como cor- rios de valorização dos servidores bons e de treinamento
rigir o erro ou comunicar aos órgãos de controle para a e qualificação permanente dos quadros de pessoal”.
devida apuração. De nada adiantaria o servidor, ciente de
um ato irregular, ir comunicar ao público ou a terceiros. XII - cooperar e manter espírito de solidariedade com
Além do dever de sigilo, há assuntos que exigem certas
os companheiros de trabalho,
reservas, visando ao bem do serviço público, da seguran-
O ambiente de trabalho não deve ser um ambiente
ça nacional e mesmo da sociedade”.
de litígio, mas sim de cooperação.
VI - tratar com urbanidade as pessoas;
“No mundo moderno, e máxime em nossa civilização oci- XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, regimen-
dental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Urbano, tos, instruções e ordens de serviço que digam respeito
nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo da urbe às suas funções; e
(cidade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e que não “A função desta norma é de não deixar sem resposta
qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a neces-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

possa criar embaraços aos usuários dos serviços públicos”.


sária correlação nesses casos que temos de fazer do art.
VII - residir no local onde exerce o cargo ou, onde au- 116, inciso III, com a norma violada, e já prevista em outra
torizado; lei, decreto, instrução, ordem de serviço ou portaria”.
O objetivo da disciplina é impor que o servidor sem-
pre seja acessível, não precise se locomover grandes XIV - proceder na vida pública e privada na forma que
distâncias quando solicitado, o que permite ainda que dignifique a função pública.
conheça a realidade local.

150
O bom comportamento não deve se fazer presente IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, em-
somente no exercício das funções. Cabe ao funcionário prego ou função em empresas, estabelecimentos ou
se portar bem quando estiver em sua vida privada, na instituições que tenham relações com o Governo, em
convivência com seus amigos e familiares, bem como matéria que se relacione com a finalidade da reparti-
nos momentos de lazer. Por melhor que seja como fun- ção ou serviço em que esteja lotado;
cionário, não será aceito aquele que, por exemplo, for V - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem
visto frequentemente embriagado ou for sempre denun- autorização do Presidente da República;
ciado por violência doméstica.
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais
SEÇÃO II nas condições mencionadas no item II deste artigo,
DAS PROIBIÇÕES podendo, em qualquer caso, ser acionista, quotista ou
comanditário;
Art. 242. Ao funcionário é proibido: VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos
Em contraposição aos deveres do servidor público, de sabotagem contra o serviço público; (INCONSTI-
existem diversas proibições, que também estão em boa TUCIONAL)
parte abrangidas pelo Decreto n° 1.171/94 e pela Lei nº
8.112/1990. A violação dos deveres ou a prática de algu- O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores
ma das violações abaixo descritas caracterizam infração públicos possuem o direito de greve, devendo se aten-
administrativa disciplinar. tar pela preservação da sociedade quando exercê-lo. En-
“Nas Proibições constata-se, desde logo, sua obje- quanto não for elaborada uma legislação específica para
tividade e taxatividade, o que veda sua ampliação e o os funcionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral
uso de interpretações analógicas ou sistemáticas visto de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n°
serem condutas restritivas de direitos, sujeitas, portanto, 7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20).
ao princípio da reserva legal. O descumprimento dessas
proibições podem inclusive, ensejar o enquadramento VIII - praticar a usura;
penal do servidor, pois muitas das condutas ali descritas, IX - constituir-se procurador de partes ou servir de
configuram prática de delito penal”10. intermediário perante qualquer repartição pública,
I - (Revogado). exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou pa-
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade com- rente até segundo grau;
petente, qualquer documento ou objeto existente na X - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de
repartição; entidades fiscalizadas, no País, ou no estrangeiro,
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em pales- mesmo quando estiver em missão referente à compra
tras, leituras ou outras atividades estranhas ao serviço; de material ou fiscalização de qualquer natureza;
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justifi- XI - valer-se de sua qualidade de funcionário para
cada; desempenhar atividade estranha às funções ou para
V - tratar de interesses particulares na repartição; lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito; e
VI - promover manifestações de apreço ou desapreço XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer
dentro da repartição, ou tornar-se solidário com elas; parte. (INCONSTITUCIONAL)
VII - exercer comércio entre os companheiros de servi-
ço, promover ou subscrever listas de donativos dentro Os servidores públicos têm direito de fundar sindica-
da repartição; e tos, o que é inerente ao direito fundamental à liberdade
VIII - empregar material do serviço público em serviço de associação.
particular.
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição
Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário: dos itens II e VI deste artigo, a participação do funcio-
I - fazer contratos de natureza comercial e industrial nário em sociedades em que o Estado seja acionista,
com o Governo, por si, ou como representante de ou- bem assim na direção ou gerência de cooperativas e
trem; associações de classe, ou como seu sócio.
II - participar da gerência ou administração de empre-
sas bancárias ou industriais, ou de sociedades comer- Art. 244. É vedado ao funcionário trabalhar sob as or-
ciais, que mantenham relações comerciais ou admi- dens imediatas de parentes, até segundo grau, salvo
nistrativas com o Governo do Estado, sejam por este quando se tratar de função de confiança e livre es-
subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas colha, não podendo exceder a 2 (dois) o número de
com a finalidade da repartição ou serviço em que es- auxiliares nessas condições.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

teja lotado;
III - requerer ou promover a concessão de privilégios, ga- É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos,
rantias de juros ou outros favores semelhantes, federais, neto ou descendente, é o termo utilizado para designar
estaduais ou municipais, exceto privilégio de invenção o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em
própria; detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente
no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos.
10 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi- Destaca-se o teor da súmula vinculante nº 13 do STF:
cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com.
br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.

151
Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge, Art. 250. A responsabilidade administrativa não exi-
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por me o funcionário da responsabilidade civil ou criminal
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade que no caso couber, nem o pagamento da indenização
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, in- a que ficar obrigado, na forma dos arts. 247 e 248, o
vestido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, exame da pena disciplinar em que incorrer.
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, § 1º A responsabilidade administrativa é independen-
ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública te da civil e da criminal.
direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos § 2º Será reintegrado ao serviço público, no cargo que
Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreen- ocupava e com todos os direitos e vantagens devidas,
dido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a o servidor absolvido pela Justiça, mediante simples
Constituição Federal.” Obs.: se o concurso pedir pelo en- comprovação do trânsito em julgado de decisão que
tendimento jurisprudencial, vá pela súmula, mas se não negue a existência de sua autoria ou do fato que deu
mencionar nada se atenha ao texto da lei, visto que há origem à sua demissão.
pequenas variações entre o texto da súmula e o da lei. § 3º O processo administrativo só poderá ser sobresta-
do para aguardar decisão judicial por despacho moti-
CAPÍTULO II vado da autoridade competente para aplicar a pena.
DAS RESPONSABILIDADES
Segundo Carvalho Filho11, “a responsabilidade se ori-
Art. 245. O funcionário é responsável por todos os pre- gina de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determi-
juízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Esta- nada situação fática prevista em lei e se caracteriza pela
dual, por dolo ou culpa, devidamente apurados. natureza do campo jurídico em que se consuma. Desse
Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a res- modo, a responsabilidade pode ser civil, penal e adminis-
ponsabilidade: trativa. Cada responsabilidade é, em princípio, indepen-
I - pela sonegação de valores e objetos confiados à sua dente da outra”.
guarda ou responsabilidade, ou por não prestar con- É possível que o mesmo fato gere responsabilidade
tas, ou por não as tomar, na forma e no prazo estabe- civil, penal e administrativa, mas também é possível que
este gere apenas uma ou outra espécie de responsabili-
lecidos nas leis, regulamentos, regimentos, instruções
dade. Daí o fato das responsabilidades serem indepen-
e ordens de serviço;
dentes: o mesmo fato pode gerar a aplicação de qual-
II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros
quer uma delas, cumulada ou isoladamente.
prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob sua
O instituto da responsabilidade civil é parte inte-
guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
grante do direito obrigacional, uma vez que a principal
III - pela falta ou inexatidão das necessárias averba-
consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação
ções nas notas de despacho, guias e outros documen-
que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o
tos da receita, ou que tenham com eles relação; e pagamento de indenização que se refere às perdas e da-
IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a nos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre em omissão
Fazenda Estadual. que gere dano deve suportar as consequências jurídicas
Art. 246. O funcionário que adquirir materiais em de- decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.12
sacordo com disposições legais e regulamentares, será A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal,
responsabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo podendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até
das penalidades disciplinares cabíveis, podendo-se pro- os limites da herança, embora existam reflexos na ação
ceder ao desconto no seu vencimento ou remuneração. que apure a responsabilidade civil conforme o resultado
na esfera penal (por exemplo, uma absolvição por nega-
Art. 247. Nos casos de indenização à Fazenda Esta- tiva de autoria impede a condenação na esfera cível, ao
dual, o funcionário será obrigado a repor, de uma só passo que uma absolvição por falta de provas não o faz).
vez, a importância do prejuízo causado em virtude de Genericamente, os elementos da responsabilidade
alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar civil se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele
recolhimento ou entrada nos prazos legais. que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
Art. 248. Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Este é o
importância da indenização poderá ser descontada do artigo central do instituto da responsabilidade civil, que
vencimento ou remuneração não excedendo o descon- tem como elementos: ação ou omissão voluntária (agir
to à 10ª (décima) parte do valor destes. como não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa
Parágrafo único. No caso do item IV do parágrafo único ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma
do art. 245, não tendo havido má-fé, será aplicada a violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão. causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e
o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo
Art. 249. Será igualmente responsabilizado o funcio- agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou
nário que, fora dos casos expressamente previstos nas material, econômico e não econômico).
leis, regulamentos ou regimentos, cometer a pessoas
estranhas às repartições, o desempenho de encargos 11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
que lhe competirem ou aos seus subordinados. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
12 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.

152
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada
prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delic-
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito to, conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz
privado prestadoras de serviços públicos responderão pe- coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer
los danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res- legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal
ponsável nos casos de dolo ou culpa. ou no exercício regular de direito” (excludentes de an-
tijuridicidade); “art. 66. não obstante a sentença abso-
Este artigo deixa clara a formação de uma relação lutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta
jurídica autônoma entre o Estado e o agente público quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a
que causou o dano no desempenho de suas funções. inexistência material do fato”; “art. 386, IV – estar pro-
Nesta relação, a responsabilidade civil será subjetiva, ou vado que o réu não concorreu para a infração penal”.
seja, caberá ao Estado provar a culpa do agente pelo Entendem Fuller, Junqueira e Machado14: “a absolvi-
dano causado, ao qual foi anteriormente condenado a ção dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja,
reparar. Direito de regresso é justamente o direito de por falta de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação
acionar o causador direto do dano para obter de volta conferida ao CPP), não empresta qualquer certeza ao
aquilo que pagou à vítima, considerada a existência de âmbito da jurisdição civil, restando intocada a possibi-
uma relação obrigacional que se forma entre a vítima e lidade de, na ação civil de conhecimento, ser provada e
a instituição que o agente compõe. reconhecida a existência do direito ao ressarcimento, de
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- acordo com o grau de cognição e convicção próprios da
te causar aos membros da sociedade, mas se este agen- seara civil (na esfera penal, a decisão de condenação so-
te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do mente pode ser lastreada em juízo de certeza, tendo em
que foi pago à vítima. O agente causará danos ao prati- vista o princípio constitucional do estado de inocência)”.
car condutas incompatíveis com o comportamento ético
dele esperado.13 TÍTULO VII
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- DAS PENALIDADES, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILI-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado DADE E DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
contraditório e ampla defesa. CAPÍTULO I
Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com DAS PENALIDADES E DE SUA APLICAÇÃO
culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor
que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro Art. 251. São penas disciplinares:
(administrado), o servidor terá o dever de indenizar. I - repreensão;
Já a responsabilidade penal do servidor decorre de II - suspensão;
uma conduta que a lei penal tipifique como infração pe- III - multa;
nal, ou seja, como crime ou contravenção penal. IV - demissão;
O servidor poderá ser responsabilizado apenas pe- V - demissão a bem do serviço público; e
nalmente, uma vez que somente caberá responsabiliza- VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
ção civil se o ato tiver causado prejuízo ao erário (ele-
mento dano). A repreensão e a multa são as penas mais leves, a
Os crimes contra a Administração Pública se encon- primeira é um aviso de que o funcionário se portou de
tram nos artigos 312 a 326 do Código Penal, mas exis- forma inadequada e de que isso não deve se repetir, a
tem outros crimes espalhados pela legislação específica. segunda interfere apenas no aspecto pecuniário. A mul-
Por seu turno, quando o servidor pratica um ilícito ta pode ser cumulada com outras penas. A suspensão é
administrativo, a ele é atribuída responsabilidade ad- uma sanção intermediária, fazendo com que o funcio-
ministrativa. O ilícito pode verificar-se por conduta co- nário deixe de desempenhar o cargo por certo período.
missiva ou omissiva e os fatos que o configuram são os Na demissão, o funcionário não mais exercerá o cargo,
previstos na legislação estatutária. Por exemplo, as san- sendo assim sanção mais grave. Outras sanções são cas-
ções aplicadas pela Comissão de Ética por violação ao sação da aposentadoria ou disponibilidade e a demissão
Decreto n° 1.171/94 são administrativas. a bem do serviço público, que também se encaixam na
Se as responsabilidades se cumularem, também as modalidade mais severa.
sanções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais res-
ponsabilidades são independentes, ou seja, não depen- Art. 252. Na aplicação das penas disciplinares serão
dem uma da outra. consideradas a natureza e a gravidade da infração e
Determinadas decisões na esfera penal geram exclu- os danos que dela provierem para o serviço público.
são da responsabilidade nas esferas civil e administrati-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

De forma fundamentada, justificada, se escolherá por uma


va, quais sejam: absolvição por inexistência do fato ou ou outra sanção, conforme a gravidade do ato praticado.
negativa de autoria. A absolvição criminal por falta de
provas não gera exclusão da responsabilidade civil e ad-
ministrativa.

14 FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano


13 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Diniz; MACHADO, Angela C. Cangiano. Processo Penal. 9. ed. São
Método, 2011. Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. (Coleção Elementos do Direito)

153
Art. 253. A pena de repreensão será aplicada por escri- XII - praticar ato definido como crime contra o Siste-
to, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento ma Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de bens,
dos deveres. direitos ou valores; e
XIII - praticar ato definido em lei como de improbi-
Art. 254. A pena de suspensão, que não excederá de dade.
90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave
ou de reincidência. Art. 258. O ato que demitir o funcionário mencionará
§ 1º O funcionário suspenso perderá todas as vanta- sempre a disposição legal em que se fundamenta.
gens e direitos decorrentes do exercício do cargo.
Art. 259. Será aplicada a pena de cassação de apo-
§ 2º A autoridade que aplicar a pena de suspensão po- sentadoria ou disponibilidade, se ficar provado que o
derá converter essa penalidade em multa, na base de inativo:
50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou I - praticou, quando em atividade, falta grave para a
remuneração, sendo o funcionário, nesse caso, obriga- qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou de
do a permanecer em serviço. demissão a bem do serviço público;
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
Art. 255. A pena de multa será aplicada na forma e nos III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem
casos expressamente previstos em lei ou regulamento. prévia autorização do Presidente da República; e
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
Art. 256. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
I - abandono de cargo; Art. 260. Para aplicação das penalidades previstas no
II - procedimento irregular, de natureza grave; art. 251, são competentes:
III - ineficiência no serviço; I - o Governador;
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do
V - ausência ao serviço, sem causa justificável, por
Estado e os Superintendentes de Autarquia;
mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente,
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão;
durante 1 (um) ano.
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a
§ 1º Considerar-se-á abandono de cargo, o não com-
60 (sessenta) dias; e
parecimento do funcionário por mais de (30) dias con-
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de
secutivos ex-vi do art. 63.
suspensão limitada a 30 (trinta) dias.
§ 2º A pena de demissão por ineficiência no serviço, só
Parágrafo único. Havendo mais de um infrator e diver-
será aplicada quando verificada a impossibilidade de
readaptação. sidade de sanções, a competência será da autoridade
responsável pela imposição da penalidade mais grave.
Art. 257. Será aplicada a pena de demissão a bem do
serviço público ao funcionário que: Art. 261. Extingue-se a punibilidade pela prescrição:
I - for convencido de incontinência pública e escanda- I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou
losa e de vício de jogos proibidos; multa, em 2 (dois) anos;
II - praticar ato definido como crime contra a admi- II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a
nistração pública, a fé pública e a Fazenda Estadual, bem do serviço público e de cassação da aposentado-
ou previsto nas leis relativas à segurança e à defesa ria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos;
nacional; II - da falta prevista em lei como infração penal, no
III - revelar segredos de que tenha conhecimento em prazo de prescrição em abstrato da pena criminal, se
razão do cargo, desde que o faça dolosamente e com for superior a 5 (cinco) anos.
prejuízo para o Estado ou particulares; § 1º A prescrição começa a correr:
IV - praticar insubordinação grave; 1 - do dia em que a falta for cometida;
V - praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcio- 2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a
nários ou particulares, salvo se em legítima defesa; permanência, nas faltas continuadas ou permanentes.
VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos; § 2º Interrompem a prescrição a portaria que instaura
VII - receber ou solicitar propinas, comissões, presen- sindicância e a que instaura processo administrativo.
tes ou vantagens de qualquer espécie, diretamente ou § 3º O lapso prescricional corresponde:
por intermédio de outrem, ainda que fora de suas fun- 1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da
ções mas em razão delas; pena efetivamente aplicada;
VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer va- 2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da
lores a pessoas que tratem de interesses ou o tenham pena em tese cabível.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

na repartição, ou estejam sujeitos à sua fiscalização; § 4º A prescrição não corre:


IX - exercer advocacia administrativa; 1 - enquanto sobrestado o processo administrativo
X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria para aguardar decisão judicial, na forma do § 3º do
de salário-família, sem prejuízo da responsabilidade artigo 250;
civil e de procedimento criminal, que no caso couber; 2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que ve-
XI - praticar ato definido como crime hediondo, tor- nha a ser restabelecido.
tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e
terrorismo;

154
§ 5º Extinta a punibilidade pela prescrição, a autorida- I - afastamento preventivo do servidor, quando o re-
de julgadora determinará o registro do fato nos assen- comendar a moralidade administrativa ou a apuração
tamentos individuais do servidor. do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens,
§ 6º A decisão que reconhecer a existência de prescri- até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma única
ção deverá desde logo determinar, quando for o caso, vez por igual período;
as providências necessárias à apuração da responsa- II - designação do servidor acusado para o exercício
bilidade pela sua ocorrência. de atividades exclusivamente burocráticas até decisão
final do procedimento;
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, ar-
direito de acionar judicialmente. mas e algemas;
No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais IV - proibição do porte de armas;
graves, 2 para as de gravidade intermediária e leve (pena V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a
de suspensão e pena de advertência) - Contados da data ser estabelecida, para tomar ciência dos atos do pro-
em que o fato se tornou conhecido pela administração cedimento.
pública. § 1º A autoridade que determinar a instauração ou
Interrupção da prescrição significa parar a contagem presidir sindicância ou processo administrativo poderá
do prazo para que, retornando, comece do zero. Da aber- representar ao Chefe de Gabinete para propor a apli-
tura da sindicância ou processo administrativo disciplinar cação das medidas previstas neste artigo, bem como
até a decisão final proferida por autoridade competente sua cessação ou alteração.
não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo co- § 2º O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momen-
meça a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais to, por despacho fundamentado, fazer cessar ou alte-
propor ação disciplinar. rar as medidas previstas neste artigo.

Art. 262. O funcionário que, sem justa causa, deixar de Art. 267. O período de afastamento preventivo com-
atender a qualquer exigência para cujo cumprimento puta-se como de efetivo exercício, não sendo descon-
seja marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento tado da pena de suspensão eventualmente aplicada.
de seu vencimento ou remuneração até que satisfaça A sindicância é uma modalidade mais branda de apu-
essa exigência. ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
Parágrafo único. Aplica-se aos aposentados ou em cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá
disponibilidade o disposto neste artigo. o processo administrativo disciplinar que aplique a san-
ção mais grave.
Art. 263. Deverão constar do assentamento individual
do funcionário todas as penas que lhe forem impostas. TÍTULO VIII
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
CAPÍTULO II
CAPÍTULO I
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 264. A autoridade que, por qualquer meio, tiver co-
nhecimento de irregularidade praticada por servidor é Art. 268. A apuração das infrações será feita mediante
obrigada a adotar providências visando à sua imediata sindicância ou processo administrativo, assegurados o
apuração, sem prejuízo das medidas urgentes que o caso contraditório e a ampla defesa.
exigir.
Art. 269. Será instaurada sindicância quando a falta
Art. 265. A autoridade realizará apuração preliminar, disciplinar, por sua natureza, possa determinar as pe-
de natureza simplesmente investigativa, quando a in- nas de repreensão, suspensão ou multa.
fração não estiver suficientemente caracterizada ou
definida autoria. Art. 270. Será obrigatório o processo administrativo
§ 1º A apuração preliminar deverá ser concluída no quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa de-
prazo de 30 (trinta) dias. terminar as penas de demissão, de demissão a bem
§ 2º Não concluída no prazo a apuração, a autoridade do serviço público e de cassação de aposentadoria ou
deverá imediatamente encaminhar ao Chefe de Ga- disponibilidade.
binete relatório das diligências realizadas e definir o Art. 271. Os procedimentos disciplinares punitivos se-
tempo necessário para o término dos trabalhos. rão realizados pela Procuradoria Geral do Estado e
§ 3º Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade presididos por Procurador do Estado confirmado na
deverá opinar fundamentadamente pelo arquivamen- carreira.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

to ou pela instauração de sindicância ou de processo


administrativo. CAPÍTULO II
DA SINDICÂNCIA
Art. 266. Determinada a instauração de sindicância
ou processo administrativo, ou no seu curso, havendo Art. 272. São competentes para determinar a instau-
conveniência para a instrução ou para o serviço, pode- ração de sindicância as autoridades enumeradas no
rá o Chefe de Gabinete, por despacho fundamentado, artigo 260.
ordenar as seguintes providências:

155
Parágrafo único. Instaurada a sindicância, o Procu- § 1º O mandado de citação deverá conter:
rador do Estado que a presidir comunicará o fato ao 1 - cópia da portaria;
órgão setorial de pessoal. 2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser
acompanhado pelo advogado do acusado;
Art. 273. Aplicam-se à sindicância as regras previstas 3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se hou-
nesta lei complementar para o processo administrati- ver, que deverá ser acompanhada pelo advogado do
vo, com as seguintes modificações: acusado;
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão 4 - esclarecimento de que o acusado será defendido
arrolar até 3 (três) testemunhas; por advogado dativo, caso não constitua advogado
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de próprio;
60 (sessenta) dias; 5 - informação de que o acusado poderá arrolar tes-
III - com o relatório, a sindicância será enviada à au- temunhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias
toridade competente para a decisão. após a data designada para seu interrogatório;
6 - advertência de que o processo será extinto se o
A sindicância é uma modalidade mais branda de apu- acusado pedir exoneração até o interrogatório, quan-
ração da infração administrativa porque ou gerará a apli- do se tratar exclusivamente de abandono de cargo ou
cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá função, bem como inassiduidade.
o processo administrativo disciplinar que aplique a san- § 2º A citação do acusado será feita pessoalmente, no
ção mais grave, entendendo-se por sanções mais graves mínimo 2 (dois) dias antes do interrogatório, por in-
qualquer uma pior do que suspensão (basicamente, as termédio do respectivo superior hierárquico, ou dire-
que geram perda do cargo ou da aposentadoria). tamente, onde possa ser encontrado.
§ 3º Não sendo encontrado em seu local de trabalho
CAPÍTULO III ou no endereço constante de seu assentamento indivi-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO dual, furtando-se o acusado à citação ou ignorando-
-se seu paradeiro, a citação far-se-á por edital, publi-
Art. 274. São competentes para determinar a instau- cado uma vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo
ração de processo administrativo as autoridades enu- 10 (dez) dias antes do interrogatório.
meradas no Art. 260, até o inciso IV, inclusive.
Art. 279. Havendo denunciante, este deverá prestar
Art. 275. Não poderá ser encarregado da apuração, declarações, no interregno entre a data da citação e a
nem atuar como secretário, amigo íntimo ou inimigo, fixada para o interrogatório do acusado, sendo notifi-
parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou cola- cado para tal fim.
teral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro § 1º A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada
ou qualquer integrante do núcleo familiar do denun- pelo advogado do acusado, próprio ou dativo.
ciante ou do acusado, bem assim o subordinado deste. § 2º O acusado não assistirá à inquirição do denun-
ciante; antes porém de ser interrogado, poderá ter
Art. 276. A autoridade ou o funcionário designado de- ciência das declarações que aquele houver prestado.
verão comunicar, desde logo, à autoridade competen-
te, o impedimento que houver. Art. 280. Não comparecendo o acusado, será, por des-
pacho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos de-
Art. 277. O processo administrativo deverá ser instau- mais atos e termos do processo.
rado por portaria, no prazo improrrogável de 8 (oito)
dias do recebimento da determinação, e concluído no Art. 281. Ao acusado revel será nomeado advogado
de 90 (noventa) dias da citação do acusado. dativo.
§ 1º Da portaria deverão constar o nome e a identifi-
cação do acusado, a infração que lhe é atribuída, com Art. 282. O acusado poderá constituir advogado que
descrição sucinta dos fatos, a indicação das normas in- o representará em todos os atos e termos do processo.
fringidas e a penalidade mais elevada em tese cabível. § 1º É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir
§ 2º Vencido o prazo, caso não concluído o processo, aos atos e termos do processo, não sendo obrigatória
o Procurador do Estado que o presidir deverá imedia- qualquer notificação.
tamente encaminhar ao seu superior hierárquico re- § 2º O advogado será intimado por publicação no
latório indicando as providências faltantes e o tempo Diário Oficial do Estado, de que conste seu nome e
necessário para término dos trabalhos. número de inscrição na Ordem dos Advogados do
§ 3º O superior hierárquico dará ciência dos fatos a Brasil, bem como os dados necessários à identificação
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

que se refere o parágrafo anterior e das providências do procedimento.


que houver adotado à autoridade que determinou a § 3º Não tendo o acusado recursos financeiros ou ne-
instauração do processo. gando-se a constituir advogado, o presidente nomea-
rá advogado dativo.
Art. 278. Autuada a portaria e demais peças preexis- § 4º O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir
tentes, designará o presidente dia e hora para audiên- advogado para prosseguir na sua defesa.
cia de interrogatório, determinando a citação do acu-
sado e a notificação do denunciante, se houver.

156
Art. 283. Comparecendo ou não o acusado ao interro- Art. 288. Em qualquer fase do processo, poderá o pre-
gatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para requerer sidente, de ofício ou a requerimento da defesa, orde-
a produção de provas, ou apresentá-las. nar diligências que entenda convenientes.
§ 1º O presidente e cada acusado poderão arrolar até
5 (cinco) testemunhas. § 1º As informações necessárias à instrução do proces-
§ 2º A prova de antecedentes do acusado será feita ex- so serão solicitadas diretamente, sem observância de
clusivamente por documentos, até as alegações finais. vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual cópia
§ 3º Até a data do interrogatório, será designada a será juntada aos autos.
audiência de instrução. § 2º Sendo necessário o concurso de técnicos ou peri-
tos oficiais, o presidente os requisitará, observados os
Art. 284. Na audiência de instrução, serão ouvidas, impedimentos do artigo 275.
pela ordem, as testemunhas arroladas pelo presidente
e pelo acusado. Art. 289. Durante a instrução, os autos do procedi-
Parágrafo único. Tratando-se de servidor público, seu mento administrativo permanecerão na repartição
comparecimento poderá ser solicitado ao respectivo competente.
superior imediato com as indicações necessárias. § 1º Será concedida vista dos autos ao acusado, me-
diante simples solicitação, sempre que não prejudicar
Art. 285. A testemunha não poderá eximir-se de depor, o curso do procedimento.
salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda § 2º A concessão de vista será obrigatória, no prazo
que legalmente separado, companheiro, irmão, sogro para manifestação do acusado ou para apresentação
e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, ex- de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do
ceto quando não for possível, por outro modo, obter-se Estado.
ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. § 3º Não corre o prazo senão depois da publicação a
§ 1º Se o parentesco das pessoas referidas for com o que se refere o parágrafo anterior e desde que os autos
denunciante, ficam elas proibidas de depor, observada
estejam efetivamente disponíveis para vista.
a exceção deste artigo.
§ 4º Ao advogado é assegurado o direito de retirar
§ 2º Ao servidor que se recusar a depor, sem justa cau-
os autos da repartição, mediante recibo, durante o
sa, será pela autoridade competente adotada a provi-
prazo para manifestação de seu representado, salvo
dência a que se refere o artigo 262, mediante comuni-
na hipótese de prazo comum, de processo sob regime
cação do presidente.
de segredo de justiça ou quando existirem nos autos
§ 3º O servidor que tiver de depor como testemunha
documentos originais de difícil restauração ou ocorrer
fora da sede de seu exercício, terá direito a transporte
e diárias na forma da legislação em vigor, podendo circunstância relevante que justifique a permanência
ainda expedir-se precatória para esse efeito à autori- dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade
dade do domicílio do depoente. em despacho motivado.
§ 4º São proibidas de depor as pessoas que, em razão
de função, ministério, ofício ou profissão, devam guar- Art. 290. Somente poderão ser indeferidos pelo pre-
dar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interes- sidente, mediante decisão fundamentada, os reque-
sada, quiserem dar o seu testemunho. rimentos de nenhum interesse para o esclarecimento
do fato, bem como as provas ilícitas, impertinentes,
Art. 286. A testemunha que morar em comarca diver- desnecessárias ou protelatórias.
sa poderá ser inquirida pela autoridade do lugar de
sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta pre- Art. 291. Quando, no curso do procedimento, surgirem
catória, com prazo razoável, intimada a defesa. fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser pro-
§ 1º Deverá constar da precatória a síntese da imputação movida a instauração de novo procedimento para sua
e os esclarecimentos pretendidos, bem como a advertên- apuração, ou, caso conveniente, aditada a portaria,
cia sobre a necessidade da presença de advogado. reabrindo-se oportunidade de defesa.
§ 2º A expedição da precatória não suspenderá a ins-
trução do procedimento. Art. 292. Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista
§ 3º Findo o prazo marcado, o procedimento poderá dos autos à defesa, que poderá apresentar alegações
prosseguir até final decisão; a todo tempo, a precató- finais, no prazo de 7 (sete) dias.
ria, uma vez devolvida, será juntada aos autos. Parágrafo único. Não apresentadas no prazo as ale-
gações finais, o presidente designará advogado dativo,
Art. 287. As testemunhas arroladas pelo acusado com- assinando-lhe novo prazo.
parecerão à audiência designada independente de no-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

tificação. Art. 293. O relatório deverá ser apresentado no prazo


§ 1º Deverá ser notificada a testemunha cujo depoi- de 10 (dez) dias, contados da apresentação das alega-
mento for relevante e que não comparecer esponta- ções finais.
neamente. § 1º O relatório deverá descrever, em relação a cada
§ 2º Se a testemunha não for localizada, a defesa po- acusado, separadamente, as irregularidades imputa-
derá substituí-la, se quiser, levando na mesma data das, as provas colhidas e as razões de defesa, propon-
designada para a audiência outra testemunha, inde- do a absolvição ou punição e indicando, nesse caso, a
pendente de notificação. pena que entender cabível.

157
§ 2º O relatório deverá conter, também, a sugestão de Art. 305. Não será declarada a nulidade de nenhum
quaisquer outras providências de interesse do serviço ato processual que não houver influído na apuração
público. da verdade substancial ou diretamente na decisão do
Art. 294. Relatado, o processo será encaminhado à au- processo ou sindicância.
toridade que determinou sua instauração.
Art. 306. É defeso fornecer à imprensa ou a outros
Art. 295. Recebendo o processo relatado, a autorida- meios de divulgação notas sobre os atos processuais,
de que houver determinado sua instauração deverá, salvo no interesse da Administração, a juízo do Secre-
no prazo de 20 (vinte) dias, proferir o julgamento ou tário de Estado ou do Procurador Geral do Estado.
determinar a realização de diligência, sempre que ne-
cessária ao esclarecimento de fatos. Art. 307. Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercí-
cio, contados do cumprimento da sanção disciplinar,
Art. 296. Determinada a diligência, a autoridade en- sem cometimento de nova infração, não mais poderá
carregada do processo administrativo terá prazo de 15 aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclu-
(quinze) dias para seu cumprimento, abrindo vista à sive para efeito de reincidência.
defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias. Parágrafo único. A demissão e a demissão a bem do ser-
viço público acarretam a incompatibilidade para nova
Art. 297. Quando escaparem à sua alçada as pena- investidura em cargo, função ou emprego público, pelo
lidades e providências que lhe parecerem cabíveis, a prazo de 5 (cinco) e 10 (dez) anos, respectivamente.
autoridade que determinou a instauração do proces-
so administrativo deverá propô-las, justificadamente, CAPÍTULO IV
dentro do prazo para julgamento, à autoridade com-
DO PROCESSO POR ABANDONO DO CARGO OU
petente.
FUNÇÃO E POR INASSIDUIDADE
Art. 298. A autoridade que proferir decisão determina-
Art. 308. Verificada a ocorrência de faltas ao serviço
rá os atos dela decorrentes e as providências necessá-
rias a sua execução. que caracterizem abandono de cargo ou função, bem
como inassiduidade, o superior imediato comunica-
Art. 299. As decisões serão sempre publicadas no Diá- rá o fato à autoridade competente para determinar
rio Oficial do Estado, dentro do prazo de 8 (oito) dias, a instauração de processo disciplinar, instruindo a re-
bem como averbadas no registro funcional do servidor. presentação com cópia da ficha funcional do servidor
e atestados de frequência.
Art. 300. Terão forma processual resumida, quando
possível, todos os termos lavrados pelo secretário, quais Art. 309. Não será instaurado processo para apurar
sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação, data abandono de cargo ou função, bem como inassiduida-
de recebimento, bem como certidões e compromissos. de, se o servidor tiver pedido exoneração.
§ 1º Toda e qualquer juntada aos autos se fará na or- Art. 310. Extingue-se o processo instaurado exclusi-
dem cronológica da apresentação, rubricando o presi- vamente para apurar abandono de cargo ou função,
dente as folhas acrescidas. bem como inassiduidade, se o indiciado pedir exone-
§ 2º Todos os atos ou decisões, cujo original não conste ração até a data designada para o interrogatório, ou
do processo, nele deverão figurar por cópia. por ocasião deste.

Art. 301. Constará sempre dos autos da sindicância ou Art. 311. A defesa só poderá versar sobre força maior,
do processo a folha de serviço do indiciado. coação ilegal ou motivo legalmente justificável.

Art. 302. Quando ao funcionário se imputar crime, CAPÍTULO V


praticado na esfera administrativa, a autoridade que DOS RECURSOS
determinou a instauração do processo administrativo
providenciará para que se instaure, simultaneamente, Art. 312. Caberá recurso, por uma única vez, da deci-
o inquérito policial. são que aplicar penalidade.
Parágrafo único. Quando se tratar de crime pratica- § 1º O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, con-
do fora da esfera administrativa, a autoridade policial tados da publicação da decisão impugnada no Diário
dará ciência dele à autoridade administrativa. Oficial do Estado ou da intimação pessoal do servidor,
quando for o caso.
Art. 303. As autoridades responsáveis pela condução § 2º Do recurso deverá constar, além do nome e qua-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

do processo administrativo e do inquérito policial se lificação do recorrente, a exposição das razões de in-
auxiliarão para que os mesmos se concluam dentro conformismo.
dos prazos respectivos. § 3º O recurso será apresentado à autoridade que
aplicou a pena, que terá o prazo de 10 (dez) dias para,
Art. 304. Quando o ato atribuído ao funcionário for motivadamente, manter sua decisão ou reformá-la.
considerado criminoso, serão remetidas à autoridade § 4º Mantida a decisão, ou reformada parcialmente,
competente cópias autenticadas das peças essenciais será imediatamente encaminhada a reexame pelo su-
do processo. perior hierárquico.

158
§ 5º O recurso será apreciado pela autoridade com- Art. 321. A decisão que julgar procedente a revisão po-
petente ainda que incorretamente denominado ou derá alterar a classificação da infração, absolver o pu-
endereçado. nido, modificar a pena ou anular o processo, restabe-
lecendo os direitos atingidos pela decisão reformada.
Art. 313. Caberá pedido de reconsideração, que não A revisão do processo consiste na possibilidade do ser-
poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Gover- vidor condenado requerer que sua condenação seja
nador do Estado em única instância, no prazo de 30 revista se surgirem novos fatos ou circunstâncias que
(trinta) dias. justifiquem sua absolvição ou a aplicação de uma pena
mais leve. Poderá ser requerida ao ministro de Estado
Art. 314. Os recursos de que trata esta lei complemen- ou autoridade de mesma hierarquia e será apensada
tar não têm efeito suspensivo; os que forem providos ao processo administrativo originário. O julgamento
darão lugar às retificações necessárias, retroagindo será feito pela mesma autoridade que aplicou a pena.
seus efeitos à data do ato punitivo. Se apurado que na verdade a pena deveria ser maior,
não cabe agravar a situação do servidor.
CAPÍTULO VI
DA REVISÃO DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 315. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de Art. 322. O dia 28 de outubro será consagrado ao
punição disciplinar de que não caiba mais recurso, se “Funcionário Público Estadual”.
surgirem fatos ou circunstâncias ainda não aprecia-
dos, ou vícios insanáveis de procedimento, que pos- Art. 323. Os prazos previstos neste Estatuto serão to-
sam justificar redução ou anulação da pena aplicada. dos contados por dias corridos.
§ 1º A simples alegação da injustiça da decisão não Parágrafo único. Não se computará no prazo o dia ini-
constitui fundamento do pedido. cial, prorrogando-se o vencimento, que incidir em sá-
§ 2º Não será admitida reiteração de pedido pelo mes- bado, domingo, feriado ou facultativo, para o primeiro
mo fundamento. dia útil seguinte.
§ 3º Os pedidos formulados em desacordo com este
artigo serão indeferidos. Art. 324. As disposições deste Estatuto se aplicam aos
§ 4º O ônus da prova cabe ao requerente. extranumerários, exceto no que colidirem com a pre-
cariedade de sua situação no Serviço Público.
Art. 316. A pena imposta não poderá ser agravada
pela revisão. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 317. A instauração de processo revisional poderá
ser requerida fundamentadamente pelo interessado Art. 325. Aplicam-se aos atuais funcionários interinos
ou, se falecido ou incapaz, por seu curador, cônju- as disposições deste Estatuto, salvo as que colidirem
ge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, com a natureza precária de sua investidura e, em es-
sempre por intermédio de advogado. pecial, as relativas a acesso, promoção, afastamentos,
Parágrafo único. O pedido será instruído com as pro- aposentadoria voluntária e às licenças previstas nos
vas que o requerente possuir ou com indicação daque- itens VI, VII e IX do Art. 181.
las que pretenda produzir. Art. 326. Serão obrigatoriamente exonerados os ocu-
pantes interinos de cargos para cujo provimento for
Art. 318. A autoridade que aplicou a penalidade, ou realizado concurso.
que a tiver confirmado em grau de recurso, será com- Parágrafo único. As exonerações serão efetivadas den-
petente para o exame da admissibilidade do pedido tro de 30 (trinta) dias, após a homologação do concurso.
de revisão, bem como, caso deferido o processamento,
para a sua decisão final. Art. 327. (Revogado).

Art. 319. Deferido o processamento da revisão, será Art. 328. Dentro de 120 (cento e vinte) dias proceder-
este realizado por Procurador de Estado que não te- -se-á ao levantamento geral das atuais funções gra-
nha funcionado no procedimento disciplinar de que tificadas, para efeito de implantação de novo sistema
resultou a punição do requerente. retribuitório dos encargos por elas atendidos.
Parágrafo único. Até a implantação do sistema de que
Art. 320. Recebido o pedido, o presidente providencia- trata este artigo, continuarão em vigor as disposições
rá o apensamento dos autos originais e notificará o legais referentes à função gratificada.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol


de testemunhas, ou requerer outras provas que pre- Art. 329. Ficam expressamente revogadas:
tenda produzir. I - as disposições de leis gerais ou especiais que esta-
Parágrafo único. No processamento da revisão serão beleçam contagem de tempo em divergência com o
observadas as normas previstas nesta lei complemen- disposto no Capítulo XV do Título II, ressalvada, toda-
tar para o processo administrativo. via, a contagem, nos termos da legislação ora revo-
gada, do tempo de serviço prestado anteriormente ao
presente Estatuto;

159
II - a Lei nº 1.309, de 29 de novembro de 1951 e as
demais disposições atinentes aos extranumerários; e HORA DE PRATICAR
III - a Lei nº 2.576, de 14 de janeiro de 1954.
1. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO
Art. 330. (Vetado).
PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTA-
Art. 331. Revogam-se as disposições em contrário. DUAL PAULISTA (VUNESP) - 2018) Nos termos da Lei
Federal no 12.527, de 18.11.2011 (Lei de Acesso à Infor-
Palácio dos Bandeirantes, aos 28 de outubro de 1968. mação), no que concerne ao pedido de acesso a informa-
ções dos órgãos públicos, assinale a alternativa correta.

#FicaDica a) É vedado o acesso a informações do Poder Judiciário.


b) É vedado o acesso a informações das Cortes de Con-
Reversão Ex Officio– forma de provimento tas.
derivado, que fundamenta-se no retorno do c) São vedadas quaisquer exigências relativas aos moti-
aposentado á ativa.
vos determinantes da solicitação de informações de
interesse público.
d) Para o acesso a informações de interesse público, a
identificação do requerente poderá conter exigências
que inviabilizem a solicitação.
e) Somente em situações muito especiais se poderão so-
licitar informações de autarquias.

2. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO


PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTA-
DUAL PAULISTA (VUNESP) - 2018) Em relação aos
crimes e infrações administrativas previstas no Estatuto
da Criança e do Adolescente, é correto afirmar:

a) simular a participação de criança ou adolescente em


cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de
montagem ou modificação de fotografia ou outra for-
ma de representação visual caracteriza crime previsto
com pena de reclusão.
b) para efeito dos crimes previstos no Estatuto da Criança
e do Adolescente, a expressão “cena de sexo explícito
ou pornográfica” compreende qualquer situação que
envolva criança ou adolescente em atividades sexu-
ais explícitas reais, ou exibição dos órgãos genitais de
uma criança ou adolescente para fins primordialmente
sexuais, caracterizando-se como infração administrati-
va as meras simulações de tais atividades.
c) divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devi-
da, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
documento de procedimento policial, administrativo
ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional é tipificado como crime.
d) hospedar criança ou adolescente desacompanhado
dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão,
motel ou congênere é conduta tipificada como crime.
e) exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere clas-
sificado pelo órgão competente como inadequado às
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo é


conduta tipificada como crime.

160
3. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO 6. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO
PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTA- PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTA-
DUAL PAULISTA (VUNESP) - 2018) Considere a se- DUAL PAULISTA (VUNESP) - 2018) Nos termos da Lei
guinte situação hipotética: O motorista “X”, ao participar, no 9.099/95, com as alterações feitas pela Lei no 11.313/06
em via pública, de competição automobilística, não auto- (Lei dos Juizados Especiais Criminais), é correto afirmar que
rizada pela autoridade competente, atropela o pedestre
“Y”, provocando-lhe lesões corporais. Diante dessa situa- a) além das hipóteses do Código Penal e da legislação
ção e considerando apenas o atropelamento, é correto especial, dependerá de representação a ação penal re-
afirmar que a infração penal cometida é considerada um lativa aos crimes de lesões corporais dolosas e lesões
crime culposas leves.
b) consideram-se infrações penais de menor potencial
a) comum de lesão corporal, sendo possível aplicar to- ofensivo os crimes a que a lei comine pena máxima
não superior a um ano, prevendo ou não a lei procedi-
dos os dispositivos da Lei no 9.099/1995.
mento especial.
b) de trânsito de lesão corporal, sendo vedada a aplica-
c) consideram-se infrações penais de menor potencial
ção de alguns dispositivos da Lei no 9.099/1995.
ofensivo as contravenções penais a que a lei comine
c) de trânsito de tentativa de homicídio, sendo vedada a
pena máxima não superior a um ano, prevendo ou não
aplicação de alguns dispositivos da Lei no 9.099/1995. a lei procedimento especial.
d) comum de tentativa de homicídio, sendo possível apli- d) além das hipóteses do Código Penal e da legislação es-
car todos os dispositivos da Lei no 9.099/1995. pecial, dependerá de representação a ação penal relativa
e) de trânsito de lesão corporal, sendo possível aplicar aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
todos os dispositivos da Lei no 9.099/1995. e) a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais le-
ves independe de representação da vítima lesionada,
4. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO entretanto, se o crime for de lesão corporal culposa,
PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL há necessidade da representação.
PAULISTA (VUNESP) - 2018) A Lei no 9.099/95, relativa
aos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, prevê que, 7. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO
PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL
a) no caso de lesão corporal dolosa leve ou culposa, a ação PAULISTA (VUNESP) - 2018) Em se tratando de crian-
penal será pública e condicionada à representação. ças e adolescentes, o direito ao convívio é reconhecido no
b) no caso de lesão corporal dolosa leve ou culposa, a Estatuto da Criança e do Adolescente, no Plano Nacional
ação penal será privada. de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crian-
c) apenas no caso de lesão corporal culposa, a ação pe- ças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
nal será pública e condicionada à representação. e é tema predominante nas orientações dos Serviços de
d) no caso de lesão corporal dolosa leve, grave, gravíssi- Acolhimento para Crianças e Adolescentes e na tipificação
ma ou culposa, a ação penal será pública e condicio- dos Serviços de Convívio e Fortalecimento de Vínculos da
nada à representação. Assistência Social. Essa garantia legal e ético-normativa
e) no caso de lesão corporal dolosa leve, a ação penal tem relevância histórica na medida em que supera a ideia
será pública e incondicionada. de que a pobreza de famílias de crianças e adolescentes é
uma anormalidade e reforça a perspectiva
5. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - LEI 9.099/1995
- FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDA- a) de partilha de papéis no interior das famílias.
b) da excepcionalidade do afastamento do convívio familiar.
DE ESTADUAL PAULISTA (VUNESP) - 2018) Nos termos
c) da institucionalização protetiva de crianças e adolescentes.
do art. 69, parágrafo único, da Lei no 9.099/95, ao autor
d) de harmonia das relações intrafamiliares e comunitárias.
do fato típico definido como crime de menor potencial
e) de reforço às modalidades de guarda, tutela e adoção.
ofensivo, após a lavratura do termo circunstanciado, caso
se comprometa a comparecer junto ao Juizado Especial 8. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO
Criminal, não se imporá prisão em flagrante, PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTA-
DUAL PAULISTA (VUNESP) - 2018) Nos termos da Lei
a) desde que primário. no 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), é correto afirmar que
b) desde que imediatamente restitua o prejuízo da vítima.
c) a menos que se trate de reincidente específico. a) é vedada a aplicação, nos casos de violência domésti-
d) mas a liberdade pode ser condicionada, pela autorida- ca e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica
de policial, ao estabelecimento e à aceitação de ime-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

ou outras de prestação pecuniária, bem como a subs-


diata pena restritiva de direito. tituição de pena que implique o pagamento isolado
e) nem se exigirá fiança. de multa.
b) em qualquer fase do inquérito policial ou da instru-
ção criminal, caberá a prisão temporária do agressor,
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Mi-
nistério Público ou mediante representação da autori-
dade policial.

161
c) a ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ANOTAÇÕES
ao ingresso e à saída da prisão, sendo desnecessária
a intimação do advogado constituído ou do defensor
público. _________________________________________________
d) é direito da mulher em situação de violência domésti-
ca e familiar o atendimento policial e pericial especia- _________________________________________________
lizado, ininterrupto e prestado por servidores – exclu-
_________________________________________________
sivamente do sexo feminino.
e) as medidas protetivas de urgência somente poderão _________________________________________________
ser concedidas pelo juiz, após representação do Dele-
gado de Polícia ou a requerimento do Ministério Pú- _________________________________________________
blico, desde que com anuência da ofendida.
_________________________________________________
9. (LEGISLAÇÃO ESPECIAL FEDERAL - FUNDAÇÃO _________________________________________________
PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTA-
DUAL PAULISTA (VUNESP) - 2018) Nos Juizados Es- _________________________________________________
peciais Cíveis, o processo orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, simplicidade, informalidade, economia proces- _________________________________________________
sual e celeridade, buscando, sempre que possível, a con- _________________________________________________
ciliação ou a transação. Relativamente ao procedimento
dos Juizados Especiais Cíveis, como regulamentado pela _________________________________________________
Lei no 9.099/95, assinale a alternativa correta.
_________________________________________________
a) Tem competência para julgamento de ação de despe- _________________________________________________
jo para uso próprio.
b) Podem nele tramitar demandas cujo valor da causa _________________________________________________
não supera 60 (sessenta) salários-mínimos.
c) Das sentenças nele proferidas, caberá recurso de apelação. _________________________________________________
d) Poderá ser parte o incapaz, desde que acompanhado
de um de seus genitores. _________________________________________________
e) O mandato ao advogado poderá ser verbal, inclusive _________________________________________________
quanto aos poderes especiais.
_________________________________________________

GABARITO _________________________________________________

_________________________________________________
1 C
_________________________________________________
2 A
_________________________________________________
3 B
4 A _________________________________________________
5 E _________________________________________________
6 D
_________________________________________________
7 B
8 A _________________________________________________

9 A _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
_________________________________________________

_________________________________________________

162
ÍNDICE

NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA
Conceito, método, objeto e finalidade da Criminologia;.........................................................................................................................................01
Teorias sociológicas da criminalidade;............................................................................................................................................................................04
Vitimologia;................................................................................................................................................................................................................................08
O Estado Democrático de Direito e a prevenção da infração penal...................................................................................................................09
4.3. A vítima:
CONCEITO, MÉTODO, OBJETO E FINALI-
DADE DA CRIMINOLOGIA; A vítima é entendida como um sujeito capaz de influir
significativamente no fato delituoso, em sua estrutura,
dinâmica e prevenção;
1. AS DIFERENTES ABORDAGENS DO CRIME Atitudes e propensão dos indivíduos para se conver-
terem em vítimas dos delitos;
Direito Penal – Abordagem legal e normativa: crime Variáveis que intervêm nos processos de vitimização
é toda conduta prevista na lei penal e somente aquela a – cor, raça, sexo, condição social;
que a lei penal impõe sanção. Situação da vítima em face do autor do delito, bem
Sociologia - Abordagem social: delito é a conduta como do sistema legal e de seus agentes.
desviada, sendo os critérios de referencia para aferir o
desvio as expectativas sociais. Desviado será um com- 4.4. O Controle Social:
portamento concreto, na medida em que se afaste das
expectativas sociais em um dado momento, enquanto Controle Social: Conjunto de instituições, estratégias
contrarie os padrões e modelos da maioria. e sanções sociais que pretendem promover à submissão
Segurança Pública - Abordagem fática: o crime é a dos indivíduos aos modelos e normas comunitárias.
perturbação da ordem pública e da paz social, deman- Controle social formal: polícia, Judiciário, administra-
dando a aplicação de coerção em algum grau. ção penitenciária, etc.
Criminologia – Abordagem global: o crime é um pro- Controle social informal: família, escola, igreja, etc;
blema social e comunitário. Não é mera responsabilidade
do sistema de justiça: ele surge na comunidade e é um 5. FINALIDADE DA CRIMINOLOGIA:
problema da comunidade.
Básica: informar a sociedade e os poderes públicos
2. CONCEITO DE CRIMINOLOGIA sobre o delito, o delinquente, a vítima e o controle social,
reunindo um núcleo de conhecimentos seguros que per-
Ciência que estuda o fenômeno e as causas da crimi- mita compreender cientificamente o problema criminal,
nalidade, a personalidade do delinquente e sua conduta preveni-lo e intervir com eficácia e de modo positivo no
delituosa, e a maneira de ressocializá-lo.” (Sutherland). homem delinquente.
Ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do Não é causalista com leis universais exatas;
estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima, do Não é mera fonte de dados ou estatística;
controle social e do comportamento delitivo, buscando Os dados são em si mesmos neutros e devem ser in-
informações sobre a gênese, a dinâmica e as variáveis do terpretados por teorias científicas;
crime, a fim de embasar programas de prevenção crimi- É uma ciência prática preocupada com problemas e
nal e técnicas de intervenção positiva no homem delin- conflitos concretos, históricos;
quente (Gomes). Papel da criminologia: luta contra a criminalidade,
controle e prevenção do delito.
3. MÉTODO: Não é de extirpação;
Empírico – observação da realidade. Considera os imperativos éticos;
Não é 100 % penal.
4. OBJETOS DA CRIMINOLOGIA: Tríplice alcance da criminologia:
O crime, o criminoso, a vítima e o controle social. 1. explicação científica do fenômeno criminal;
2. prevenção do delito;
4.1. O Crime: 3. intervenção no homem delinquente
Incidência massiva na população;
Capacidade de causar dor e aflição; Prevenção do delito:
Persistência espaço–temporal; Ineficácia da prevenção penal – estigmatiza o infrator,
Falta de consenso social sobre as causas e sobre téc- acelera a sua carreira criminal e consolida o seu status de
nicas eficazes de intervenção; desviado;
Consciência social generalizada a respeito de sua ne- Maior complexidade dos mecanismos dissuasórios –
gatividade certeza e rapidez da aplicação da pena mais importante
que a gravidade desta.
4.2. O criminoso: Necessidade de intervenção de maior alcance: inter-
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

Não é o pecador dos clássicos, não é o animal selva- venções ambientais, melhoria das condições de vida, re-
gem dos positivistas, não é o “pobre coitado” dos corre- inserção dos ex-reclusos.
cionalistas, nem a vítima da filosofia marxista;
É o homem real do nosso tempo, que se submete às Fonte: https://criminologiafla.files.wordpress.
leis ou pode não cumpri-las por razões que nem sempre com/2007/08/criminologia-aula-1.doc
são compreendidas por outras pessoas.

1
CIENTIFICIDADE DA CRIMINOLOGIA também o ato humano delituoso por objeto, mas o têm
acidentalmente, enquanto a criminologia o tem como
A Criminologia não é um ramo do conhecimento cien- escopo principal de suas atividades investigatórias cien-
tífico simpático ao Poder, haja vista que o estudo sobre tíficas.
as raízes e motivação do delito poderá (e via de regra o E Roque de Brito Alves é de extrema felicidade ao
fará) descortinar fatores criminógenos gerados pelo mau mostrar essa abordagem ao crime, ao criminoso, à crimi-
exercício do poder. Orlando Soares adverte para que: nalidade e à vítima, de peculiaridade extrema que torna
“Os mestres burgueses conservadores são avessos, em a Criminologia verdadeiramente autônoma quanto a seu
geral, à discussão acerca das causas da criminalidade, objetivo de estudo:
pois, é claro, o debate em torno do assunto põe a nu a “Não ficando restrita a Criminologia unicamente ao
natureza rapace e velhaca do sistema capitalista, que se estudo das condutas típicas, puníveis por lei, legalmente
baseia fundamentalmente na exploração que as classes definidas como criminosas desde que tem como seu ob-
economicamente fortes e politicamente dominantes exer- jeto também as condutas desviadas culturalmente, anti-
cem sobre as classes assalariadas. Alguns desses mestres e -sociais, algumas destas podem ser consideradas como
teóricos a serviço dos capitalistas, quando não combatem verdadeiros ‘estados criminógenos’ que embora não tipifi-
abertamente as discussões criminológicas, sobre as causas cados como crime são comportamentos ou modos de ser
da criminalidade, procuram solapar e ridicularizar os es- em um estilo de vida que podem conduzir o indivíduo a
forços científicos a respeito da matéria” (SOARES, Orlan- delinquir como, p. ex, na vagabundagem, na prostituição,
do. Curso de Criminologia. Rio de Janeiro: Forense, 2003. vício da droga, etc. O que faz com que, obviamente, o
Pp. 63/64.) estudo criminológico possa adquirir maior horizonte ou
Diz-se que uma ciência, para assim ser considerada, extensão ao não limitar-se ou partir exclusivamente da
necessita possuir objeto, método e uma finalidade. Po- noção jurídica do delito, compreendendo outras condutas
demos observar que a Criminologia os possui. de grande importância tanto para uma sua apreciação
individual, pessoal, como social”.(ALVES, Roque de Brito.
A) Objeto. Op. Cit. P. 59).
Os contestadores da cientificidade da Criminologia
afirmavam que ela padeceria de suposta carência de ob-
B) Método.
jeto, pois o crime seria objeto do Direito penal, como
Elemento caracterizador de todas as ciências, a uti-
ciência. Entretanto é de se atentar para que apesar da
lização de métodos científicos, em realidade, não é ex-
evidente inter-relação entre a ciência em estudo e o Di-
clusivo da ciência. Podemos concluir ser a metodologia,
reito Penal – pois este é quem define o que vem a ser o
elemento essencial à cientificidade de determinado
crime (conceito relativo, pois é variável no tempo e no
ramo da pesquisa, mesmo que não lhe seja exclusivo.
espaço, enquanto conduta particularizada)- ambos os ra-
mos do conhecimento científico dedicam a este mesmo A metodologia é um conjunto de meios já experi-
objeto seus estudos sob enfoques diferentes. Enquanto mentados na área de conhecimento humano, que facili-
o Direito Penal, ciência normativa que o é, volta-se ao ta, organiza e universaliza o andamento das pesquisas e
estudo deste objeto, enquanto ente jurídico, como con- obtenção dos resultados.
duta indesejada, vedando-lhe a prática sob a ameaça da Lakatos e Marconi conceituam o método, “in verbis”:
imposição de uma pena, a Criminologia busca dissecar o “O método é o conjunto das atividades sistemáticas e
delito, enquanto fenômeno humano e social, investigan- racionais que, com maior segurança e economia, permite
do-lhe as causas e influências, sejam, endógenas (inter- alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros
nas ao agente ativo), ou exógenas (externas – sociais ou -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
mesológicas). Observa-se assim, possuir, objeto próprio. auxiliando as decisões do cientista”.( LAKATOS, Eva Ma-
Reforça ainda este ponto de vista, a observação e análise ria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Me-
conjunturais e particularizadas que a Criminologia pro- todologia Científica. 4a ed. rev. e amp. São Paulo: Atlas,
cede sobre a denominada tríade criminológica: crimino- 2001. P.83).
so-crime-vítima. Vitorino Prata Castelo Branco assim conceitua méto-
A Criminologia tem, assim, objeto comum com o Di- do, e posteriormente, expõe atualização do método em
reito Penal, e é com este, intimamente relacionada. O cri- Criminologia:
me é o objeto de estudo de ambas as ciências, porém “Em geral, o método é o meio empregado, pelo qual o
sob enfoques diversos. Enquanto o Direito Penal, por ser pensamento humano procura encontrar a explicação de um
normativo, cuida do delito, enquanto fenômeno jurídico, fato, seja referente à natureza, ou ao homem, ou à sociedade.
Só o método científico, isto é, sistematizado, por ob-
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

a Criminologia o estuda, sob o prisma fenomenológico


humano e social. O relacionamento íntimo, no sentido servações e experiências, comparadas e repetidas, pode
de necessitar, a Criminologia, dos conceitos penais, está alcançar a realidade procurada pelos pesquisadores.
em que os conceitos de crime são relativos de país a país, O campo das pesquisas será, na Criminologia, o fenô-
de grupamento social a grupamento social, e é variável meno do crime como ação humana, abrangendo as forças
no tempo, cabendo ao Direito definir os tipos delituosos biológicas, sociológicas e mesológicas que o induziram ao
concretos. comportamento reprovável etc”. (CASTELO BRANCO, Vi-
A autonomia da Criminologia como ciência reside no torino Prata. Apud FERNANDES, Newton; FERNANDES,
fato de que apesar de outras ciências, como a sociolo- Valter. Criminologia Integrada. 2a ed. r ev., at. E amp. São
gia, a antropologia, a medicina legal, a psicologia, terem Paulo: Ed. Revista dos Tribunais,2002.P.28).

2
A Criminologia utiliza o método experimental, natu- bem como das condições e eficácia da pena, fornecendo
ralístico e indutivo no concernente ao estudo do delin- elementos hábeis ao Direito Penal, através da política Cri-
quente, recorrendo a métodos estatísticos, históricos e minal. Observa-se que é de se acrescer a essa finalidade,
sociológicos no que tange à busca de conhecimento das a habilitação, mediante cabedal de conhecimento cientí-
causas da criminalidade. fico sobre o crime, seu autor e sua vítima, aos operadores
O método indutivo passa pela fase da observação do Direito Criminal.
dos fenômenos, e sua respectiva análise com o intuito Existem críticas contundentes à cientificidade da Cri-
de constatar os fatores que ensejaram sua manifestação; minologia, por se asseverar que, haja vista a relatividade
posteriormente, busca-se identificar a relação entre eles, conceitual de crime.
para que se possa, em conclusão, generalizar tal relação
entre fenômenos e fatos semelhantes, alguns até ainda Características da Criminologia.
inobservados ou mesmo inobserváveis.
Lakatos e Marconi, asseveram, com extrema clarivi- A) É uma ciência interdisciplinar.
dência que: Tendo objeto de estudo extremamente complexo, qual
“Indução é um processo mental por intermédio do qual, seja, o crime como um fato biopsicosocial, a Criminologia
partindo de dados particulares, suficientemente constata- não se limita a um só domínio (área, terreno) científico.
dos, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida O delito é estudado pela ciência criminológica, em sua
nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumen- realidade fenomenológica, ou seja como um fenômeno
tos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito real, em sua realidade fática. Como fato humano que o é,
mais amplo do que o das premissas nas quais se basea- a conduta tida como antisocial, é determinada por uma
ram”. (LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andra- plêiade imensa de fatores, sejam eles internos (endóge-
de. Fundamentos de Metodologia Científica. 4a ed. rev. e nos) ou externos ao ser humano (exógenos), sejam eles,
amp. São Paulo: Atlas, 2001. P.86). emoções, fatores atávicos geneticamente determinados,
Assim, no método indutivo, inicia-se do conhecimen- desvios de conduta, neuroses, desvios edocrinológicos,
to de partes contidas para concluir por uma concepção psicológicos, psiquiátricos, sócio-econômicos, climáticos,
do todo, enquanto no método dedutivo, conhece-se a etc., que interagem, culminando com a eclosão do ato
regra geral, e do todo, busca-se concluir sobre as partes objeto de estudo. Cada um desses fatores motivadores
contidas. do ato estudado, observado em sua pureza e independên-
O criminologista alemão Seelig apresenta uma plêia- cia fenomenológica é afeito ao domínio de determinada
de de meios de pesquisa criminológica: a) a percepção ciência, daí porque se asseverar ser uma das características
direta do fato criminoso; b) observações sobre o local do da Criminologia, seu aspecto interdisciplinar, ou interdisci-
delito; c) exames e perícias sobre instrumentos de crime plinar, haja vista necessitar recorrer aos conceitos e conclu-
e seus produtos; d) exame biocriminológico do crimino- sões de estudo (assim como recorrera ao instrumental me-
so (exame direto do delinquente); e) exame paralelo dos todológico) de outras ciências, como a biologia, medicina,
não-delinquentes, na medida do possível realizado sobre direito, sociologia, psicologia, antropologia, etc.
grupos humanos semelhantes aos grupos de criminosos Mas aliás, essa interdisciplinaridade é uma das carac-
para o estabelecimento de comparações; f) pesquisas terísticas marcantes do panorama científico da atualidade.
genealógicas sobre as famílias dos delinquentes, bus- Manzanera é de clarividência extrema ao delinear este qua-
cando-se a criminalidade de ascendentes, de colaterais dro de inter-relacionamento das ciências, na atualidade:
e de descendentes, suas anomalias psíquicas ou particu- “Actualmente la investigación científica, para conside-
laridades sociais ou caracterológicas; g) exame dos casos rarse como tal, necesita ser interdisciplinaria, o al menos
criminais com base nos “dossiês” criminais existentes nas multidisciplinaria. La Medicina es poco eficaz si no se au-
instituições policiais e judiciais; h) análise dos noticiários xilia de la Psicología y de la Sociología; la Sociología no
da imprensa; i) comentários de especialistas em direito funciona adecuadamente si no se apoya en la Psicología
penal ou pessoas com experiência criminológica (as au- y en el Derecho; el Derecho es obsoleto si no respeta la
to-biografias dos delinquentes, seus diários, memórias, relidad social y psicológica; es decir, actualmente para
cartas, etc); k) estuda da prova indireta-circunstancial, e haver cualquier trabajo serio, principalmente en Ciencias
especialmente a análise dos erros judiciários; l) os testes Sociales, se tiene que trabajar interdisciplinariamente.(…)
psicológicos – de inteligência, de afetividade, de proje- El Criminólogo es un científico que, como la mayoria de
ção da personalidade, etc.- como método experimental los hombres de ciencia modernos, debe trabajar en forma
muito utilizado na psicologia aplicada, o que poderia ser interdisciplinar. Pero no debe confundirse la interdiscipli-
aplicado até nas testemunhas do fato delituoso; além na con la simple multidisciplia, ya que, mientras la pri-
de pesquisas estatísticas, na área da penologia.. (SEELIG, mera significa la intima relación, las entrechas coexiones,
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

E. Apud ALVES, Roque de Brito. Criminologia. Rio de Ja- la interdependencia, la segunda es tan sólo la adición, el
neiro: Forense, 1.986. P.73. acopio de diversas disciplinas. Multidisciplinar designa so-
lamente la participación de muchas disciplinas, mientras
C) Finalidade. que la sílaba inter expressa, entre otras cosas, una cierta
Como todo ramo do conhecimento científico, a Cri- coordenación o incluso integración. Una investigación in-
minologia possui finalidade própria, qual seja, a debela- terdisciplinar significaría un grado de integración superior
ção ou redução da criminalidade e a ressocialização do al de un multidisciplinar”. (MANZANERA, Luiz Rodriguez.
delinquente. E busca atingir seus objetivos mediante o Apud ALVES, Roque de Brito. Criminologia. Rio de Janei-
conhecimento das causas do delito, suas consequências, ro: Forense, 1.986. Pp. 62/63).

3
No caso da Criminologia, nota-se essa integração in-
vestigatória com outras áreas científicas acerca do mes- TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA
mo objeto, o crime, recorrendo-se a conceitos, instru- CRIMINALIDADE;
mental metodológico, princípios de outras ciências, do
mesmo modo que elas necessitam e recorrem a princí-
pios e conceitos criminológicos. É por esse inter-relacio- 1 Introdução
namento científico que se diz ser, a Criminologia, uma
ciência interdisciplinar. As causas do crime sempre foram objeto de estudo
para diversos pensadores.
B) É uma ciência causal-explicativa. Platão (428-7 a.C. – 348-7 a.C) sem dúvida foi um de-
Ao contrário do Direito, que é uma ciência do ideal, les e, no livro “As Leis”, descreveu o crime como uma
a Criminologia, em se tratando de uma ciência do “ser”, doença, com causas de natureza tríplice, quais sejam: as
analisa o delito como fato humano e social normal, bus- paixões (inveja, ciúme, ambição, cólera, etc.), a procura
cando-lhe as causas e estudando-as, bem como pro- do prazer e por último a ignorância.
curando obter o conhecimento e respectiva explicação Ainda na mesma obra, Platão descreveu a pena como
acerca da personalidade do criminoso. Tem feições etio- um remédio, capaz de curar o delinquente. No entan-
lógicas, visto que ao estudar a conduta seu objeto, busca to, apontou a chamada “pena de morte” como à sanção
seu porquê. ideal para os resistentes ou irrecuperáveis ao tratamento
penal.
C) Considera-se uma ciência auxiliar do Direito Pe- Guiado pela mesma linha de raciocínio, Aristóteles
nal (384 a.C – 322 a.C), na obra “Ética a Nicómaco”, descre-
Ao estudar as motivações do crime e da criminalida- veu o criminoso como um inimigo da sociedade, que de-
de, bem como a personalidade do delinquente, e ainda veria ser castigado. Aristóteles via na política o principal
buscando o domínio sobre as condições de cumprimen- fator determinante do crime, pois ela atribuía grandes
to de pena e ressocialização do egresso, propicia ao Di- desigualdades e miséria o que gerava a revolta.
reito Penal o conhecimento naturalístico sobre seu obje-
to de estudo, viabilizando a sólida normatização do ideal 2 O Iluminismo, Humanitarismo, Liberalismo Bur-
buscado pelas normas criminais. guês ou “Filosofia das Luzes”

D) É ciência de característica natural e humana, Após a Idade Média a Europa vivenciou um período
bem como social. de terror, onde o tiranismo, autocratismo e o arbitraris-
Ao contrário do Direito que pode ser considerado mo dos reis dominavam o Estado. Assim muitos inocen-
como uma ciência ideal (objetiva ideais), estuda o delito tes foram cruelmente condenados e castigados, enquan-
em sua realidade fenomênica, empiricamente, conforme to muitos culpados ficaram impunes. As execuções dos
efetivamente o é. culpados aconteciam da seguinte forma, segundo ensi-
namentos de Farias Júnior (1993, p. 25):
E) Possui conteúdo múltiplo (tríplice conteúdo). As execuções tinham que seguir um ritual de tea-
- Fenomenologia criminal (descrição do crime). tralismo e de ostentação do condenado à execração e
- Etiologia criminal (estudo das causas). a irrisão pública, as carnes eram cortadas e queimadas
- Dinâmica criminal (“processus”, manifestação ou ex- com líquidos ferventes, os membros eram quebrados
teriorização do delito). ou arrebentados na roda, ou separados do corpo atra-
vés de tração de cavalos, o ventre era aberto para que
Fonte: http://www.idecrim.com.br/index.php/artigos/ as vísceras ficassem à mostra. Todos deveriam assistir as
128-estudo-da-criminologia-aula-02 cenas horripilantes. O gritar, o gemer, as carnes cortadas
e queimadas, a expressão de dor, enfim, todas as cenas
horríveis deveriam ficar vivas na memória de todos.
#FicaDica Por volta dos séculos XVII e XVIII na Europa, houve
grande crescimento da burguesia, classe que detinha o
São agentes informais do controle social: a comando do desenvolvimento do capitalismo da época.
mãe, o pai, o professor, o líder religioso, as A brutalidade do rei e a crueldade com que os conde-
amizades nados eram castigados não agradavam os burgueses o
São agentes formais do controle social: a que causou conflitos entre os burgueses e a nobreza. Tais
polícia, o judiciário, o Ministério Público, Ad- conflitos originaram o iluminismo.
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

ministração Pública. Os principais pensadores iluministas originalmente


foram:
O filósofo inglês John Locke (1632 – 1704) considera-
do o pai do iluminismo, que escreveu o livro “Ensaio So-
bre o Entendimento Humano”. O jurista francês Charles
de Montesquieu (1689 – 1755), que escreveu “O Espírito
das Leis”, onde defendeu a separação dos três poderes
do Estado. François-Marie Arouet, mais conhecido como
Voltaire (1694 – 1778), filósofo francês que críticava o ex-

4
tremismo religioso, o clero católico e os detentores do [...] fato individual, isolado, como mera infração à lei:
poder da época, escritor do livro “Ensaio Sobre os Cos- é a contradição com a norma jurídica que dá sentido ao
tumes”. Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778), também delito, sem que seja necessariamente uma referencia à
filósofo francês, foi um defensor assíduo da burguesia personalidade do autor (mero sujeito ativo do fato) ou
e um grande inspirador das ideias da revolução france- à sua realidade social, para compreendê-lo. O decisivo é
sa, escreveu vários livros dentre eles “O Contrato Social” o fato não o autor. A determinação sempre justa da lei,
e “Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os igual para todos e acertada, é infringida pelo delinquente
Homens”. E os filósofos franceses Denis Diderot (1713 – em uma decisão livre e soberana.
1784), e Jean Le Rond D.Alembert(1717 – 1783) elabo- No que diz respeito à pena a Escola Clássica apresen-
raram juntos a “Enciclopédia ou Dicionário Racional das tava três teorias. Absoluta: que via a pena como exigên-
ciências, das Artes e dos Ofícios”, composta de 33 volu- cia de justiça. Relativa: que lhe apontava um fim pratico
mes publicados, pretendia reunir todo o conhecimento de prevenção geral e especial. E por fim, a mista, que
humano disponível, que se tornou o principal vínculo de resultava da fusão das duas primeiras.
divulgação de suas ideias naquela época. A fisionomia e a frenologia da Escola Clássica foram
Por sua vez, Della Porta (1535 – 1616) autor da obra abordadas pelo suíço Johann Kaspar Lavater (1741 –
“A Fisionomia Humana”, após observar através do estudo 1801), guiou seus estudos nas obras do italiano Della Por-
de cadáveres de vários criminosos concluiu, que através ta, preocupou-se com a aparência externa do individuo, ou
dos dados fisionômicos de uma pessoa pode-se deduzir seja, entre o corpo e o psíquico. Tanto Lavater quanto Della
seus caracteres psíquicos. Porta adotaram a seguinte teoria, “quando se tem duvida
entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feio”.
3 Cesare Bonesana, Marquês De Beccaria Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 179), Lavater susten-
tava que:
Não obstante a todos esses pensadores que defen- [...] existe uma correlação entre determinadas quali-
diam a ideia de que o homem deveria conhecer a justi- dades do individuo e os órgãos ou partes do corpo nas
ça. É evidente que o iluminismo ganhou força no ano de quais se supõe que têm sua sede e concentração física e
1764 com a publicação da obra “Dei Delitti e Delle Pene” as correspondentes potências humanas. A vida intelectual
do italiano Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria (1738 podia ser observada na fronte (testa); a moral e sensitiva
– 1794). Segundo Dias e Andrade (1997, p. 08), Beccaria nos olhos e no nariz; a animal e vegetativa no mento (ma-
fundamentou: xilar inferior).
[...] legitimidade do direito de punir, bem como de- De acordo com Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 179),
finir os critérios da sua utilidade, a partir do postulado Lavater defendia que o delinquente “de maldade natural”
contratual. Serão ilegítimas todas as penas que não reve- se diferenciava das demais pessoas por características físi-
lem da salvaguarda do contrato social (sc., da tutela de cas tais como:
interesses de terceiros) e inúteis todas as que não sejam [...] nariz oblíquo em relação com o rosto, que é dis-
adequadas a obviar às suas violações futuras, em parti- forme, pequeno e amarelo; não tem a barba pontiaguda;
cular as que se revelem ineficazes do ponto de vista da olhos grandes e ferozes, brilhantes sempre iracundos (co-
prevenção geral. léricos), as pálpebras abertas, ao redor dos olhos pequenas
Seguindo os mesmos autores, Dias e Andrade (1997, manchas amarelas e, dentro, pequenos grãos de sangue
p. 09), Beccaria defendeu ainda que: brilhante como o fogo, envolvidos por outros brancos,
O homem atua movido pela procura do prazer, assim círculos de um vermelho sombrio rodeiam a pupila, olhos
sendo, as penas devem ser previstas de modo a anula- brilhantes e pérfidos e uma lagrima colocada nos ângulos
rem as gratificações ligadas a pratica do crime. Em co- inferiores; as sobrancelhas rudes, as pálpebras direitas, a
nexão com isto, sustentou Beccaria a necessidade, como mirada feroz e às vezes atravessada.
pressuposto da sua eficácia preventiva, de que as san- Apesar da grande contribuição da Escola Clássica para
ções criminais fossem certas e de aplicação imediata. a criminologia, essa apresentava falhas por não indagar as
“causas” do comportamento criminoso. Eis que para ela a
4 Escola Clássica ou Iusnaturalismo principal origem do delito era a livre decisão de seu autor
em cometê-lo.
A denominação “Escola Clássica” foi dada pelos cria-
dores da Escola Positivista. 5 Escola Positiva ou Escola Italiana
A Escola Clássica se difundiu por toda a Europa atra-
vés de escritores, pensadores e filósofos que adotaram as No século XIX notou-se a falência das ideias Iluministas
teses e ideias de Beccaria. Os principais escritores dessa tanto pelo crescente aumento da criminalidade e diversi-
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

corrente doutrinaria foram: Gian Domenico Romagnosi dade de crimes que se criaram quanto pelas altas taxas de
(1761 – 1835) na Itália, Jeremias Bentham (1748 – 1832) reincidência.
na Inglaterra e na Alemanha Paul Johann Anselm Ritter Assim ano de 1876, foi publicada a primeira edição
Von Feuerbach (1775 – 1833) na Alemanha. A partir des- do livro “L’Uomo delinquente” escrita pelo médico italia-
tes autores vários outros escreveram sobre o crime no no Cesare Lombroso (1835 – 1909), dando inicio assim,
âmbito da Escola Clássica. a Escola Positiva Italiana. Lombroso teve como discípulos
Enrico Ferri (1856 – 1929) e Rafael Garófalo (1851 – 1934)
Segundo Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 176), os au- que foram de fundamental importância para os estudos da
tores do iusnaturalismoidealizavam o crime: criminologia.

5
É evidente que os três escreveram sobre a criminologia. Lombroso ainda fazia uma inter-relação entre a cri-
No entanto, é interessante ressaltar que cada um deles es- minalidade atávica, loucura moral e epilepsia, que se-
tudou a criminologia de uma óptica diferente. Sendo que gundo Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 193):
Lombroso atribuiu à criminologia o fator antropológico, [...] o criminoso nato é um ser inferior, atávico, que
Ferri por sua vez, atribuiu a criminologia as condições so- não evolucionou, igual a uma criança ou a um louco
ciológicas do criminoso, ao passo que Garófalo atribuiu a moral, que ainda necessita de uma abertura ao mundo
criminologia o fator psicológico. dos valores; é um individuo que, ademais, sofre alguma
forma de epilepsia, com suas correspondentes lesões
5.1 A Antropologia de Cesare Lombroso cerebrais.
Lombroso buscava, entre outras coisas, estabelecer
Além do livro “L’Uomo delinquente” Lombroso escreveu uma divisão entre o “bom” e o “mau” cidadão, buscan-
outros tantos sobre esse tema, entre eles “La Donna delin- do nos maus patologias, para justificar a pena como
quente, la prostituta e la donna normale” (1859), “Genio e meio de defesa da sociedade.
degenerazione” (1908) e “Crime: It’s Causes and Remedies”
(1913). 5.2 A Sociologia Criminal de Erico Ferri
A principal tese da teoria de Lombroso foi sem som-
bra de duvidas a do criminoso atávico, que havia sido Ferri se sobressaiu nos estudos sobre criminologia
criada anteriormente por Charles Robert Darwin (1809 através dos fatores sociológicos.
– 1882) e foi por ele desenvolvida e ampliada. O crimi- Ao contrário do que defendia Lombroso, não acre-
noso atávico (nato), para Lombroso seria um homem ditava que o delito era produto exclusivo de patologias
menos civilizado que os demais membros da sociedade individuais. Entendia que a criminalidade originava-se de
em que vive, sendo representado por um enorme ana- fenômenos sociais. Assim defendeu as causas do crime
cronismo, ou seja, esses indivíduos reproduzem física como sendo individuais ou antropológicas (constituição
e mentalmente características primitivas do homem. orgânica e psíquica do individuo, características pessoais
Essas deduções basearam-se em pressupostos de que como raça, idade, sexo, estado civil, etc.) físicas ou naturais
os comportamentos humanos são biologicamente de- (clima, estação, temperatura, etc.) e sociais (opinião públi-
terminados. ca, família, moral, religião, educação, alcoolismo, etc.).
Assim, sendo o atavismo tanto físico quanto mental, Segundo Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 196):
poder-se ia identificar, valendo-se de sinais anatômi- [...] o cientista poderia antecipar o numero exato de
cos, aqueles indivíduos que estariam hereditariamente delitos, e a classe deles, em uma determinada sociedade
destinados ao crime. Ainda, reduziu o crime a um fenô- e em um número concreto, se contasse com todos os
meno natural, pois considerava o criminoso como um fatores individuais, físicos e sociais antes citados e fosse
indivíduo primitivo e doente. Dessa forma ele rejeitava capaz de quantificar a incidência de cada um deles. Por-
uma definição estritamente legal a respeito do crimi- que, sob tais premissas, não se comete um delito mais
noso. nem menos (lei da “saturação criminal”).
Para suas deduções sobre o criminoso examinava o Ferri defendia também, a teoria dos “substitutivos
crânio de criminosos conhecidos, onde costumava en- penais”, pois para ele a pena, por si só, seria ineficaz, se
contrar, conforme ensinado por Garcia; Molina; Gomes não viesse precedida ou acompanhada das oportunas
(2002, p.193): reformas econômicas, sociais, etc., orientadas por uma
[…] uma grande série de anomalias atávicas, sobre- analise cientifica e etimológica do delito. Para ele os pila-
tudo uma enorme fosseta occipital média e uma hiper- res dessa reforma seriam a Psicologia Positiva (defendi-
trofia do lóbulo cerebeloso mediano (vermis), análoga da por Garófalo), a Antropologia Criminal (apontada por
à que se encontra nos vertebrados inferiores”. E baseou Lombroso) e a Estatística Social.
o “atavismo” ou caráter regressivo do tipo criminoso no Quanto à tipologia, Ferri acreditava na existência de
exame do comportamento de certos animais e plantas, seis categorias de delinquentes: nato, louco, habitual,
no de tribos primitivas e selvagens de civilizações in- ocasional, passional e involuntário ou imprudente. Mas
dígenas e, inclusive, em certas atitudes da psicologia apesar das tipologias, acreditava na combinação da vida
infantil profunda. De acordo com o seu ponto de vista, cotidiana e nas características de diferentes tipos em
o delinquente padece uma serie de estigmas degene- uma mesma pessoa.
rativos comportamentais, psicológicos e sociais (fronte Sustentou ainda, a tese da pena indeterminada e da
esquiva e baixa, grande desenvolvimento dos arcos su- indenização da vítima como medida de caráter penal.
praciliais, assimetrias cranianas, fusão dos ossos atlas e O marco em sua carreira foi à publicação do livro “So-
occipital, grande desenvolvimento das maças do rosto, ciologia Criminale” (1892).
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

orelhas em forma de asas, tubérculos de Darwin, uso


frequente de tatuagens, notável insensibilidade à dor, 5.3 A Psicologia Positiva de Rafael Garófalo
instabilidade afetiva, uso frequente de um determinado
jargão, altos índices de reincidência, etc.). Por sua vez, Garófalo foi o primeiro autor da Esco-
Do ponto de vista tipológico defendeu a classifica- la Positiva, a utilizar a denominação “Criminologia”, tal
ção do criminoso em seis categorias: criminoso nato nome foi dado ao livro “Criminologia” publicado no ano
(atávico), louco moral (doente), epilético, ocasional, de 1885. Além deste, Garófalo escreveu outros de impor-
passional, e louco. tância semelhante, tais como: “Ripparazione e vittime Del
delitto” (1887) e “La supertition socialiste” (1895).

6
Em suas obras preocupava-se com a definição psico- determinadas pessoas são tratadas como criminosos,
lógica do crime, eis que defendia a teoria do “crime na- quais as consequências desse tratamento e qual a fonte
tural”, para definir os comportamentos que afrontam os de sua legitimidade. Essa perspectiva sofre a influencia
sentimentos básicos e universais de piedade e probidade do interacionalismo simbólico, ou seja, de que o delin-
em uma sociedade. Para ele a ausência desses sentimen- quente apenas se difere do homem normal pela estig-
tos no delinquente o conduziriam ao crime. matização que sofre. O labeling approach ainda, rejeita
Segundo Dias e Andrade (1997, p. 17): o pensamento determinista e os modelos estruturais e
A sua obra ficou assinalada pela tentativa de definição estatísticos do comportamento do delinquente.
dum conceito <<sociológico>> de crime, capaz de satis- O objetivo etnometodológico é entrar no cotidiano
fazer as exigências de universalidade que a criminologia dos participantes de determinada sociedade e descobrir
deveria respeitar para justificar o qualificativo de crime. as regras e os rituais que eles assumem como garantidos
Garófalo acreditava ainda, que o criminoso tinha um para se assegurar.
déficit na esfera moral da personalidade, de base endó- A criminologia radical, por sua vez, apresentou um de-
gena, e uma mutação psíquica, transmissível hereditaria- senvolvimento das premissas do interacionalismo em um
mente e com conotações atávicas e degenerativas. sentido oposto ao da etnometodologia, eis que critica sis-
Com relação à tipologia, definiu quatro categorias de tematicamente tanto o interacionalismo como a própria
delinquentes: o assassino, o criminoso violento, o ladrão etnometodologia. Nesse sentido Dias e Andrade (1997, p.
e o lascivo. Entendia que as penas deveriam servir como 27) observam que:
castigos e ter como referência as características particu- As normas penais passaram a serem vistas dentro de
lares de cada criminoso. perspectivas de pluralismo axiológico/conflito, como ex-
pressão do domino de um grupo ou classe. Em resumo, o
5.4 A Sociologia Criminal ou Escola Franco-Belga direito criminal passa agora a ser encarado como um ins-
trumento nas mãos de moral entrepreneurs ou serviço dos
No século XIX em Bruxelas (1892) no 3º Congresso interesses dos detentores do poder.
Internacional de Antropologia Criminal, que ocorreu A criminologia nova ou crítica, de modo sistemático e
o desequilíbrio da Escola Positiva e começou a se con-
original, confronta as aquisições das teorias sociológicas
solidar a Sociologia Criminal. Os principais estudiosos
sobre crime e controle social com os princípios da ideolo-
dessa nova linha de estudos a respeito da criminologia
gia e da defesa social.
foram: Alexandre Lacassagne (1843 a 1924), Émile Dur-
Como se observa a criminologia crítica apresentou uma
kheim (1858 a 1917) e Lambert Adolphe Jacques Quete-
mudança de foco do autor de crime para o contexto so-
let (1796 a 1874).
cial no qual ele se insere propenso às relações de poder
A sociologia criminal baseia-se nos estudos do am-
de ordem macro e microssocial, à estigmatização e ao eti-
biente (miséria, ambiente moral e material, a educação,
a família, etc.), para a caracterização do criminoso e as- quetamento, à reação social e à criminalização anterior e
sim do crime. A partir da concepção de que o ambiente posterior ao delito.
é um fator determinante da criminalidade, começou a
aplicar-se e desenvolverem os métodos e os instrumen- 2.7 A Criminologia no Brasil
tos próprios da sociologia criminal, nomeados métodos
clássicos a recolha e interpretação de dados estatísticos. Foi nas ultimas décadas do século XIX que a criminolo-
No fim do século XIX iniciou-se a Criminologia So- gia começa a ganhar força no Brasil. Sendo João Vieira de
cialista, que entendia como explicação do crime como Araújo (1844 – 1922) o maior recepcionador no país das
egoísmo, que nasce a partir da natureza da sociedade ca- ideias sobre criminologia expostas pelo médico italiano
pitalista. Para esses autores, o desaparecimento ou redu- Cesare Lombroso.
ção sistemática do crime aconteceria a partir do momen- No entanto, Tobias Barreto (1839 – 1889), foi o primeiro
to em que fosse instaurado o socialismo. Dias e Andrade crítico brasileiro de Cesare Lombroso, pois segundo ele pe-
(1997, p. 27) salientam que: los princípios dados por Lombroso, seria preciso recolher
A representação do capitalismo como um sistema vi- ao hospital a humanidade inteira. Segundo Lyra e Araújo
rado para a obtenção do lucro e a competição, propício Júnior (1990, p. 80), Barreto escreveu sobre o criminoso:
ao exacerbamento do egoísmo e hostil ao florescimento O criminoso é fato natural sujeito a outras leis que não
dos sentimentos de altruísmo e solidariedade. O capita- as leis de liberdade e o homem é todo feito à imagem, não
lismo tornaria, por isso, os homens mais individualistas e de Deus, porém da natureza. Pregou a reforma do homem
<< mais propensos à prática do crime>>. pelo homem mesmo, acrescentando que “não se corrige o
homem, matando-o ou aviltando”.
Silvio Romero (1851 – 1914), por sua vez estudou os
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

6 Criminologia Nova ou Criminologia Crítica


tipos étnicos, os caracteres das coletividades, a alma dos
No ano de 1960 ocorreu a mais arrebatadora virada grupos, as índoles individuais, moldadas nos vícios am-
no estudo da criminologia. Esses estudos surgiram de um bientais, e os vincos deixados nos espíritos pela atmosfera
conjunto de perspectivas, tais como: o labeling approa- social. Segundo Lyra e Araújo Júnior (1990, p. 84), Romero
ch(perspectiva interacionalista), a etnometodologia e a definia o bem como:
criminologia racial. O bem é uma flor do cérebro do próprio homem; a
O labeling approach reporta-se ao delinquente ou fisiologia é a alma da psicologia; o homem tem afeição do
até mesmo ao crime propriamente dito e ao sistema de meio que habita pela irania dos fatos exteriores; há uma
controle. Essa linha de raciocínio se pergunta: por que espécie de paralisia moral ou intelectual determinada pela

7
ignorância, os criminosos saem das prisões três vezes pio- Descreveu-os, segundo ele, denominados crimes pro-
res; assim como há ideias com a cor da bílis, existem atos priamente militares, as contravenções disciplinares e os
com a cor do sangue; o homem é o que ele come. chamados crimes impropriamente militares (entidades
Já Clóvis Beviláqua (1859 – 1944), publicou no ano bifrontes, híbridas, da cintura para cima crime comum,
de 1896 a primeira obra sobre criminologia, denominada da cintura para baixo crime militar).
“Criminologia e Direito”, onde ele retratou a criminologia O presidente da Sociedade Brasileira de Criminologia
no Estado do Ceará em relação ao tempo e à população, foi Evaristo de Moraes (1871 – 1939). Sobre criminolo-
a distribuição geográfica dos crimes, etc.. gia escreveu os livros “Crianças Abandonadas e Crianças
Euclides da Cunha (1866 – 1909) foi o primeiro estu- Criminosas” (1900); “Teoria Lombrosiana do Delinquente”
dioso sobre criminologia a aplicar a Sociologia Criminal (1902); “Ensaios de Patologia Social” (1921); “Criminalida-
no Brasil. Cunha ainda comparou a teoria de Lombroso de da Infância e da Adolescência (1927); “Criminalidade
a uma topografia psíquica. Escrito do livro “Os Sertões” Passional” (1933) e “Embriaguez e Alcoolismo”.
(1902), examinou as causas da denominada por ele “de- Joaquim Pimenta (1886 – 1963), estudava o alcoolis-
linquência sertaneja”, que segundo Lyra e Araújo Júnior mo como fonte direta da criminalidade e as lutas das fa-
(1990, p. 94) eram: mílias e sua persecução na sociedade sertaneja.
Vastas galerias de indivíduos que são índices ou su-
mários de um meio [...] como feixes de fatos, cada um Fonte: https://www.univem.edu.br/jornal/materia.
com seu rótulo, sua rubrica inapagável e eterna [...]. Cada php?id=342
indivíduo é um resumo, um compêndio. E todos são reais
e apanhados em flagrante. São cristalizações humanas ob- #FicaDica
tidas por quatrocentos anos de labutar em meia-cultura.
Euclides da Cunha ainda, revelou que fatores naturais De acordo com algumas teorias sociológi-
ou sociais retardam ou interrompem o desenvolvimento cas podemos citar a pobreza como desen-
mental, criam à loucura do deserto, excitam a fraqueza cadeadora de crimes contra o patri mônio
irritável das gentes supersticiosas e incultas predispostas
ao desafogo máximo das paixões.
Nina Rodrigues (1862 – 1906), uma das receptoras da
teoria lombrosiana no Brasil foi considerada pelo próprio
Lombroso apostolo da Antropologia Criminal na Améri- VITIMOLOGIA;
ca do Sul, a criadora da teoria da criminalidade étnica, a
qual defendia que em uma mesma sociedade, poderiam
ser encontradas raças em diferentes fases de evolução Conceito de vítima: Vítima é a pessoa que sofre da-
(moral e jurídica). Acreditava ainda, que a civilização era nos econômicos, físicos ou mentais, podendo ser pessoa
boa para os brancos e má para os negros. física ou jurídica, ou seja, é a pessoa a quem é cometido
Acreditava que para o Brasil deveria ser criado quatro um crime ou contravenção penal. No Direito Penal, a víti-
tipos de códigos penais, para que assim, pudesse aten- ma é observada pela área da Vitimologia, que é a ciência
der às diversidades principalmente as de clima e raça. que analisa a vítima e a sua relação com o crime e com
Nina como Lombroso também costumava estudar o criminoso.
crânios, sendo que começou seus estudos por meio de A vitimologia tem por objetivo estudar o comporta-
experiências com o “exame do crânio de Lucas”. mento da vítima, buscando compreender se determina-
Afrânio Peixoto (1876 – 1947) foi um crítico assíduo da do comportamento da vítima gerou ou influenciou uma
concepção de Durkhein e Lacassagne, costumava dizer que, prática delitiva, além de analisar os efeitos do crime na
conforme ensinamentos de Lyra e Araújo Júnior (1990, p. 94): pessoa da vítima. Frederico Abrahão de Oliveira concei-
A sociedade tem os criminosos que merece; o meio tua como:
social é o caldo de cultura da criminalidade; o micróbio é “Estudo do comportamento da vítima frente à lei,
o criminoso que só tem importância quando encontra o através de seus componentes biossociológicos e psico-
caldo que o faz fermentar. lógicos, visando apurar as condições em que o indivíduo
Peixoto defendia ainda, que o código penal deveria pode apresentar tendência a ser vítima de uma terceira
ser reescrito de tempos em tempos. pessoa ou de processos decorrentes dos seus próprios
Júlio Pires Porto-Carrero (1887 – 1937), costumava di- atos”.
zer que a Pedagogia destruirá a Penologia. Segundo Lyra Outro ponto a qual a vitimologia se interessa é em
e Araújo Júnior (1990, p. 101), costumava dizer que: analisar os efeitos do crime na pessoa da vítima, que
Determinar o destino a dar ao criminoso, de um pon- muitas vezes não é amparada pelo sistema penal, sofren-
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

to de vista humano, do verdadeiro ponto de vista do do inclusive revitimização (vitimização secundária). Tem
interesse social. O homem que delinquiu continua a ser por objetivo reduzir o número de vítimas na sociedade
homem, como qualquer de nós, que não estamos livres e compreender os efeitos da relação entre vítima e cri-
de um dia também cair nas malhas da lei. minoso:
Luis Carpenter (1876 – 1957) foi o primeiro estudioso Dentro do processo de vitimização (“iter victimae”),
da criminologia a aplicar suas visões criminológicas ao existem 3 graus:
Direito Militar. Escreveu os livros “O Velho Direito Penal Vitimização Primária: São os efeitos decorrentes da
Militar Clássico e as Ideias Modernas da Sociologia Cri- prática de um crime (danos patrimoniais, psicológicos,
minal” (1914). sofridos pela vítima;

8
Vitimização Secundária: Decorre do tratamento sofri-
do pelo controle social formal – o processo penal causa O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A
um sofrimento a mais na vítima (quando a vítima tem PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL;
que reviver o crime para prestar depoimento);
Vitimização Terciária: É a falta de amparo da família,
sociedade e órgãos públicos que vitimizam mais uma vez Entende-se que o crime não é uma doença mas sim
a vítima. Esta forma de vitimização faz surgir a chama- um grave problema da sociedade, devendo ser resolvido
da CIGRA NEGRA (trata-se dos crimes não investigados/ por ela mesma.
apurados que não entram nas estatísticas por falta de Enquanto a Criminologia Clássica vê o crime como a
denúncia das vítimas); luta do bem contra o mal, a Criminologia Moderna ob-
Vítima Indireta: Não é a vítima, mas sim aquela que serva o crime de maneira dinâmica, ampla e principal-
sofre por ser ligada a ela. mente interativa.
Fases da Vitimologia Protagonismo: No início, era a No Estado Democrático de Direito em que vivemos,
própria vítima quem exercia o poder de punir o acusado a prevenção criminal atua de forma integralizada com
(fase da vingança privada); todos seus entes federativos, passando por todos os
Neutralização: Quando o Estado assume o poder setores do Poder Público e não apenas pela Segurança
de punir, a vítima perde sua importância. As finalidades Pública e Poder Judiciário, tido por muitos como únicos
da pena (retribuição, prevenção ou ressocialização) não responsáveis. Deste modo, todos devem agir em con-
atendem ao anseio da vítima de reparação dos danos e junto, principalmente os municípios, para a redução da
resolução do conflito social; criminalidade.
Redescobrimento: A partir da 2ª Guerra Mundial, Diante disso, a prevenção alcança as ações dissuasó-
surge a preocupação com uma resposta ética e social do rias do delinquente, principalmente como forma intimi-
fenômeno da criminalidade. datória da punibilidade que caberá àqueles que pratica-
rem tal delito. Mudanças em espaços físicos, iluminações
Classificação das Vítimas de ambientes públicos, desenhos arquitetônicos são for-
mas de prevenções que visam impedir a ocorrência e
Vítima Nata: Pessoas que nascem com predisposição reincidência da criminalidade.
para ser vítima;
Vítima Potencial: Atrai e facilita a prática do crime. 2 CONCEITO
Estelionato, por exemplo, passear em rua deserta falando
ao celular; Entende-se por prevenção delitiva o conjunto de
ações que visam evitar a ocorrência do crime.
Vítima Voluntária: Consente o crime. Ex.: Aborto; Em outras palavras, prevenção da infração penal na
Vítima Acidental: Dá causa acidental ao crime. criminologia nada mais é do que a intervenção do Estado-
Outra forma de classificação, segundo Hans Von Hen- -Administração por meio de recursos, financeiro, humano
tig confunde as relações entre criminoso e vítima. e estratégico, disponibilizados a favor da sociedade.
Na visão de alguns, prevenção do crime é o ato de
Criminoso à Vítima à Criminoso (sucessivo): É o convencer o delinquente a não cometer o delito, para
que ocorre na Teoria do Etiquetamento Social. Ex.: Presi- outros, importa inclusive na modificação de espaços físi-
diário primário (que entra pela primeira vez no presídio e cos, novas arquiteturas, aumento de iluminação pública,
ali aprende. Quando sai, não tem oportunidades e volta obstáculos e meios tecnológicos, todos com fim de difi-
a praticar o crime); cultar e inibir a prática do crime, até mesmo sua reinci-
Criminoso à Vítima à Criminoso (simultâneo): dência.
Ocorre quando a prática do crime se justifica pela con- Segundo Nestor Sampaio Penteado Filho “trata-se
dição de vítima. Ex.: Usuário de drogas que trafica para de excelente ação profilática, que demanda um campo
sustentar o vício; de atuação intenso e extenso, buscando todas as causas
Criminoso à Vítima (imprevisível): Ocorre quando possíveis da criminalidade, próximas ou remotas, genéri-
o criminoso é linchado após a prática do crime (retalha- cas ou específicas”.
mento do crime). Nota-se que para o Estado de Direito atingir o obje-
tivo, prevenção de atos nocivos, é fundamental a neces-
Fonte: http://www.apersonalidadejuridica.com. sidade de dois tipos de medidas: atingir indiretamente e
br/2015/10/conceito-de-vitima-vitima-e-pessoa-que_14. diretamente o delito.
html A primeira é considerada indireta justamente pelo
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

fato de não atingir o crime, pelo menos em regra, porém


sua ação só vem resultar positivamente porque atingin-
do as causas da criminallidade consequentemente cessa
#FicaDica os efeitos desta (sublata causa tolitur efectus).
A ações indiretas focam o indivíduo como também o
Sobrevitimização é a vitimização secundária. meio em que este vive;
Baseia-se pelo sofrimento causado à vítima No indivíduo devem ser observados a personalidade,
pelas instâncias formais da justiça criminal. ladeando seu carater e temperamento com fim de moti-
var e lapidar a conduta do mesmo;

9
No meio social, como diz Nestor: c) mimetismo ... espírito de rebeldia.
“O meio social deve ser analisado sob seu múltiplo d) mal-vivência ... parasitismo.
estilo de ser, adquirindo tal atividade um raio de ação e) mal-vivência ... pleno emprego.
muito extenso, visando uma redução de criminalidade e
prevenção; até porque seria utopia zerar a criminalida- Resposta:Letra D Mal-vivência, nos dizer de Hilário
de. Todavia, a conjugação de medidas sociais, políticas, e Veiga de Carvalho (CARVALHO, Hilário Veiga de. Com-
econômicas etc. pode proporcionar uma sensível melho- pêndio de criminologia. São Paulo: Bushtsky, 1973, p.
ria de vida ao ser humano”. 310 e seguintes), demonstra-se por um grupo poli-
Já as medidas diretas de prevenção criminal atuam morfo de indivíduos que vivem à margem da socie-
por meio da Legislação vigente, ou seja, medidas de or- dade, em situação de parasitismo, sem aptidão para o
dem jurídica com a finalidade clara de punição de crimes trabalho, em razão de causas endógenas e exógenas
graves por meio de repressão às infrações penais, tro- que representam um perigo social.
cando miúdos, existe a pena não com apenas o fim de Deste modo, pode-se dizer que são seres excluídos,
penalisar o indivíduo que praticou uma ação que foi tipi- doentes biológica e socialmente. Apesar da Lei penal
ficada como delito mas também de inibir o indivíduo de incriminá-los, como exemplo a vadiagem (art. 59 da
modo que, este não venha a praticar tal crime por receio Lei de Contravenções Penais), a criminologia entende
de vir a sofrer a punibilidade. que esses indivíduos são seres infelizes, consequência
de uma sociedade discriminatória e violenta.

#FicaDica 3. (Atendente de Necrotério Policial PC/SP – 2014):


Do ponto de vista vitimológico, vítima falsa é aquela que:
Uma forma de manter a prevenção da infra-
ção penal é através da geração de emprego, a) consente com a prática do delito.
base para a saúde, lazer, educação, quan- b) tolera a lesão sofrida pelo temor de perseguição por
do o Estado fornece elementos para que a seu algoz.
sociedade viva de maneira satisfatória. Esta c) se autovitimiza com o fim de obter benefícios para si.
forma é chamada de prevenção primária do d) detém predisposição permanente e inconsciente para
delito e são capazes de diminuir os crimes. se tornar vítima.
e) deixa de comunicar o crime sofrido às autoridades
competentes.
Resposta: Letra C. Pode-se dizer que há três mode-
EXERCÍCIO COMENTADO los de vitima, do ponto de vista vitimológico. A vítima
inocente, autêntica, verdadeira ou ideal é aquela que
não concorre para o delito, não colabora para o mes-
1.(Atendente de Necrotério Policial PC/SP – 2014) mo. A vítima provocadora é aquela de colabora com
São fins básicos da Criminologia, dentre outros, o crime, subdividindo-se em menos culpadas que o
delinquente, tão culpadas quanto o criminoso e mais
a) os valores do ressarcimento e da indenização da vítima culpadas que o agente criminoso. Por fim, vítima falsa
pelos danos sofridos. simuladora é aquela que tem conhecimento de que
b) a prevenção e o controle do fenômeno criminal. não foi vítima de alguma conduta criminosa, porém,
c) o processo e o julgamento judicial do criminoso. agindo por interesse, imputa crime a alguém contra
d) o diagnóstico e a profilaxia das enfermidade mentais, me- si. Há quem também classifique como vítima falsa a
diante tratamento ambulatorial e internação hospitalar. vítima imaginária, a qual, de modo errôneo, por razões
e) a vingança e o castigo público do criminoso. psicopatológicas ou imaturidade psíquica, acredita ter
sido vítima de um crime.
Resposta: Letra B. Pode-se dizer que o objetivo da
Criminologia moderna é analisar os aspectos envolvi- 4. (Desenhista Técnico-Pericial PC/SP – 2014) A revolu-
dos entre o delito, delinquente, vítima e controle so- ção industrial; os estudos sociológicos do final do século
cial, sendo uma de suas funções reunir informações do XIX; a influência da religião; a secularização, coroada pela
crime, contribuir para sua análise e para a prevenção aproximação da elite instruída com as pessoas comuns,
da delinquência. deram origem à _________, que também convencionou-
-se chamar de “teoria da ecologia criminal” ou “teoria da
2.(Atendente de Necrotério Policial PC/SP – 2014) desorganização social.”
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

Entende-se por ____________um grupo polimorfo de indi- Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacu-
víduos que existe à margem da sociedade, em situação na do texto.
de ______________, sem aptidão para o trabalho, por razões
de ordem biológicas ou pela exclusão social. a) Escola de Chicago.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- b) Escola de Paris.
mente, as lacunas do trecho. c) Escola de Roma.
d) Terza Scuola.
a) parasitismo ... espírito de rebeldia. e) Escola de Santiago.
b) mimetismo ... pleno emprego.

10
Resposta: Letra A A revolução industrial trouxe gran- A pena ameaça o infrator, como método de retribui-
de expansão ao mercado norte americano. Os estudos ção em caso de pratica delituosa, enquanto tem como
sociológicos, por sua vez, sofriam influência da reli- finalidade também a prevenção de crimes, sendo geral
gião. A secularização trouxe uma aproximação entre ou especial.
a burguesia, elite e a classe baixa, pensamento da A prevenção geral é um meio de intimidação de todos;
Universidade de Chicago, que deu o nome de “teoria e prevenção particular (especial), serve para impedir
da ecologia criminal” ou “desorganização social”, de o réu de praticar novos crimes, ou seja, método de
Clifford Shaw e Henry Mckay. intimidá-lo e corrigi-lo.
O crescimento sem controle da cidade de Chicago le- Por prevenção geral, deseja-se intimidar os propen-
vou à expansão do centro para a periferia (movimento sos a delinquir, sendo esta dirigida à sociedade como
circular centrífugo), onde haviam inúmeros problemas um todo. Já a prevenção especial é voltada para um
de cunho social, econômico e ambiental. Deste modo, indivíduo, como método de alcançar sua reeducação
criou-se um ambiente propício para criminalidade. e recuperação.

5.(Desenhista Técnico-Pericial PC/SP – 2014) A disci- 7. (Delegado de Polícia Civil/SP – VUNESP/2014): A


plina que tem por objetivo estudar as causas e as origens prevenção criminal que está voltada à segurança e qua-
da criminalidade para encontrar medidas cabíveis que lidade de vida, atuando na área da educação, emprego,
possam prevenir e combater a práticas de crimes é a saúde e moradia, conhecida universalmente como direi-
tos sociais e que se manifesta a médio e longo prazos, é
a) vitimodogmática. chamada pela Criminologia de prevenção:
b) profilaxia criminal.
c)infortunística. a) primária.
d) psiquiatria forense. b) individual.
e) psicologia forense. c) secundária.
d) estrutural.
Resposta: Letra B Profilaxia é um termo utilizado na
e) terciária.
medicina, que consiste em medidas para prevenir ou
diminuir doenças. Por sua vez, a Profilaxia criminal
Resposta: Letra A. De acordo com os ensinamentos
consiste no estudo das causas e origens da crimina-
de Nestor Sampaio Penteado Filho, a prevenção pri-
lidade, a fim de combater este problema social com
mária ataca a raiz do conflito (educação, emprego,
medidas de prevenção indireta e direta.
moradia, segurança etc.); aqui desponta a inelutável
A prevenção indireta visa as causas do crime, sem
atingi-los de modo imediato, enquanto a prevenção necessidade de o Estado, de forma célere, implantar
direta direciona-se à infração penal (in itinere) ou em os direitos sociais progressiva e universalmente, atri-
formação (iter criminis). buindo a fatores exógenos a etiologia delitiva; a pre-
venção primária liga-se à garantia de educação, saúde,
6. (Delegado de Polícia Civil/SP – VUNESP/2014): Ten- trabalho, segurança e qualidade de vida do povo, ins-
do o Direito Penal a missão subsidiária de proteger os trumentos preventivos de médio e longo prazo.
bens jurídicos e, com isso, o livre desenvolvimento do A prevenção secundária, por sua vez, Destina-se a se-
indivíduo, e, ainda, sendo a pena vinculada ao Direito Pe- tores da sociedade que podem vir a padecer do pro-
nal e à Execução Penal, após a reforma do Código Penal blema criminal e não ao indivíduo, manifestando-se a
Brasileiro, em 1984, é correto afirmar que a finalidade da curto e médio prazo de maneira seletiva, ligando-se à
pena é: ação policial, programas de apoio, controle das comu-
nicações etc.
a) repreensiva e abusiva. Por fim, a prevenção terciária é voltada ao recluso, vi-
b) punitiva e reparativa. sando sua recuperação e evitando a reincidência (sis-
c) retributiva e preventiva (geral e especial). tema prisional); realiza-se por meio de medidas socio-
d) ressocializadora e reparativa. educativas, como a laborterapia, a liberdade assistida,
e) punitiva e distributiva. a prestação de serviços comunitários etc. (PENTEADO
FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de cri-
Resposta: Letra C Conforme os ensinamentos da re- minologia. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 138).
forma do Código Penal em 1984, retira-se a ideia de
que a pena tem natureza mista, ou seja, é retributiva 8. (Investigador de Polícia Civil/SP – VUNESP/2014) A
escola criminológica que surgiu no século XIX, tendo, en-
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

e preventiva, conforme exposto no artigo 59, caput,


do CP. tre seus principais autores, Rafaelle Garofalo, e que pode
Vejamos: “Art. 59- O juiz, atendendo à culpabilidade, ser dividida em três fases (antropológica, sociológica e
aos antecedentes, à conduta social, à personalidade jurídica) é a:
do agente, aos motivos, às circunstâncias e conse-
qüências do crime, bem como ao comportamento da a) Escola Positiva.
vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e sufi- b) Terza Scuola Italiana.
ciente para reprovação e prevenção do crime: (Reda- c) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã.
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”. d) Escola Clássica.
e) Escola de Lyon.

11
Resposta:Letra D A Escola positiva dividiu-se, como lidade. Naquele estudo, cujo título era The Police
entendimento majoritário, em três fases, sendo a fase and Neiborghood Safety (a polícia e a segurança
antropológica, com Cesare Lombroso, autor do livro O da comunidade), os autores usaram a imagem de
homem Deliquente em 1976; a fase sociológica, com janelas quebradas para explicar como a desordem
Enrico Ferri, autor do estudo Sociologia Criminal em e a criminalidade poderiam aos poucos, infiltrar-se
1884; e por fim a fase jurídica, desenvolvida por Raffa- numa comunidade, causando a sua decadência e a
ele Garófalo, com o estudo sobre a Criminologia em consequente queda da qualidade de vida.
1885. Kelling e Wilson sustentavam que se uma janela de
uma fábrica ou de um escritório fosse quebrada e
9.(Escrivão de Polícia Civil/SP – VUNESP/2014) A teo- não fosse imediatamente consertada, as pessoas
ria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Uni- que por ali passassem concluiriam que ninguém se
dos, também conhecida por “lei e ordem” ou “tolerância importava com isso e que, naquela localidade, não
zero”, é decorrente da teoria. havia autoridade responsável pela manutenção da
ordem. Em pouco tempo, algumas pessoas come-
a)“positiva”. çariam a atirar pedras para quebrar as demais ainda
b) “janelas quebradas”. intactas. Logo, todas as janelas estariam quebradas.
c) “clássica”. Agora, as pessoas que por ali passassem conclui-
d) “cidade limpa”. riam que ninguém seria responsável por aquele pré-
e) “diferencial”. dio. E tampouco pela rua que se localizava o prédio.
Iniciava-se, assim a decadência da própria rua e da-
Resposta:Letra B. O Movimento Lei e Ordem nasce, quela comunidade. A esta altura, apenas os deso-
em meados de 1980, com objetivo de implantar na cupados, imprudentes, ou pessoas com tendências
justiça criminal e na criminologia preceitos maxima- criminosas, sentir-se-iam à vontade para ter algum
listas, com o intuito de induzir a sociedade a conside- negócio ou até ou mesmo morar na rua cuja de-
rar o Direito Penal como o remédio para as angustias cadência já era evidente. O Passo seguinte seria o
e receios do povo. abandono daquela localidade pelas pessoas e bem
No núcleo de seus ideais, o alusivo movimento pro- deixando o birro a mercê dos desordeiros. Peque-
curava preconizar a necessidade de reducrescimento nas desordens levariam a grandes desordens, mais
de penas, a criação de novos tipos penais incrimi- tarde ao crime.” (RUBIN, Daniel Sperb. Janelas que-
nadores e o afastamento de determinadas garantias bradas, tolerância zero e criminalidade, 2003. Dis-
processuais, com o objetivo de livrar a sociedade da ponível em: http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/
fração de indivíduos não apropriados para convívio files/anexos/10751-10751-1-PB.htm, acesso em: 24
em sociedade. (RAZABONI JUNIOR, Ricardo Bispo; de março de 2018).
LAZARI, Rafael José Nadim de. O diálogo entre o
direito penal mínimo e o princípio da dignidade da 10.(Perito Criminal da Polícia Civil/SP – VUNESP/2014
pessoa humana. In: Revista Aporia Jurídica (on-line). ) A Teoria do labelling approach, a qual explica que a cri-
Revista Jurídica do Curso de Direito da Faculdade minalidade não é uma qualidade da conduta humana,
CESCAGE. 7ª Edição. Vol. I (jan/jun2017). p. 199-214.) mas a consequência de um processo em que se atribui
Neste sentido, Cosate esclarece de modo impar tal estigmatização, também é denominada teoria:
que o Movimento Lei e Ordem tem como principal
característica o “expansionismo e o endurecimen- a) da desorganização social.
to das leis penais, como forma ilusória de diluir a b) da rotulação ou do etiquetamento.
prática de infrações penais”. (COSATE, Tatiana Mora- c) da neutralização.
es. Direito Penal Mínimo: A idoneidade da Proteção d) da identificação diferencial.
Penal dos Bens Jurídicos Transindividuais. Curitiba: e) da anomia.
Editora Juruá, 2015. p. 55)
Em consonância com Movimento Lei e Ordem, fora Resposta: Letra B. A teoria do Etiquetamento Social,
criado, em meados de 1991, o movimento Tolerân- Rotulação Social ou labelling approach, observa a ideia
cia Zero, aludido por muitos como uma das verten- de que as noções de crime e criminosos são construí-
tes do Movimento maior. das socialmente através da definição legal e das ações
Este fora implantada em Nova York, no governo do de instâncias oficias de controle social, ou seja, da lei
prefeito Rudolph Giuliani, que assim como o mode- e os poderes de controle social. O comportamento
lo Law and Order, mostrou-se fundado no prisma desviante é rotulado como tal, por meio de lei e das
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

político-criminal. O referido movimento governa- instâncias oficiais de controle social, não nascem com
mental de intolerância surgiu do estudo conhecido o indivíduo.
como Broken Windows (Janelas Quebradas), o qual
Daniel Sperb Rubin (2003) ensina que: “Em 1982,
o cientista político James Q. Wilson e o psicólogo
criminologista George Kelling, ambos americanos,
publicaram na revista Atlantic Monthly um estu-
do em que, pela primeira vez, se estabelecia uma
relação de causalidade entre desordem e crimina-

12
5. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular
da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014)
HORA DE PRATICAR! O autor _____________ escreveu o livro “O criminoso e sua
vítima”, em 1948, onde esboçou uma relação de ajuda
1. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular da psicologia com o estudo do binômio “ofensor/vítima”.
da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014) A Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacu-
autonomia da Criminologia frente ao Direito Penal na do texto.

a) é almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada a) Hans von Hentig


pelos estudiosos do segundo. b) Enrico Ferri
b) não se concretiza, uma vez que a primeira não é con- c) Cesare Lombroso
siderada ciência, ao contrário do segundo. d) Rafael Garófalo
c) comprova-se, por exemplo, pelo caráter crítico que a e) Clifford Shaw
primeira desenvolve em relação ao segundo.
d) não se vislumbra na prática, uma vez que todos os 6. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular
conceitos da primeira são emprestados do segundo. da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014 )
e) não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo ob- A criminologia geral consiste __________________ ; e a crim-
jeto e são concretizados pelo mesmo método de estu- inologia clínica consiste na ___________________________.
do, qual seja, o empírico. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
mente, as lacunas.
2. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular
da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014) a) no estudo do crime e do criminoso, mas não serve
Os objetos de estudo da criminologia são: o crime, o para subsidiar a elaboração das leis penais ... análise
criminoso, a vítima e __________________. da vítima e da conduta social para subsidiar no plane-
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacu- jamento das políticas criminais
na do texto. b) no estudo da vítima e da conduta social, subsidiando
a elaboração dos tipos penais ... análise do crime e
a) a participação da vítima no crime do criminoso para servir no planejamento das políticas
b) as classes sociais criminais
c) as leis c) no estudo do comportamento da vítima e do delin-
d) o controle social quente, traçando uma relação de causalidade sem
e) o Poder Público que, contudo, influencie na elaboração de legislação
correlata ... análise dos crimes, tanto em quantidade
3. Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular como em qualidade para servir no planejamento das
da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014 A políticas criminais
criminologia é conceituada como uma ciência d) na relação sistemática do poder público quanto à
elaboração de leis que procuram evitar o crime e sua
a) jurídica (baseada nos estudos dos crimes e nas leis) e reincidência ... análise e estudos da vítima e sua parti-
monodisciplinar. cipação no delito
b) empírica (baseada na observação e na experiência) e e) na sistematização, comparação e classificação dos
interdisciplinar. resultados obtidos no âmbito das ciências criminais
c) social (baseada somente nos estudos do comporta- acerca de seus objetos ... aplicação dos conhecimen-
mento social do criminoso) e unidisciplinar. tos teóricos daquela para o tratamento dos criminosos
d) exata (baseada nas estatísticas da criminalidade) e
multidisciplinar. 7. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular
e) humana (baseada na observação do criminoso e da da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014
vítima) e unidisciplinar. ) Os métodos científicos utilizados pela criminologia,
como ciência empírica e experimental que é, são, dentre
4. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular outros:
da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014)
Para a criminologia, o crime é um fenômeno a) jurídicos e escritos.
b) físicos e naturais.
a) científico.
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

c) biológicos e sociológicos.
b) ideológico. d) costumes e experiências.
c) regionalizado. e) documentados e teses.
d) político.
e) social.

13
8. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular
da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014)
A prevenção criminal ______________ destina-se a atuar na GABARITO
educação, emprego, moradia e segurança, onde o Estado
deve garantir o exercício dos direitos sociais a todos. 1 C
Assinale a alternativa que preencha corretamente a la-
cuna. 2 D
3 B
a) secundária
4 E
b) terciária
c) primária 5 A
d) quaternária 6 E
e) especial
7 C
9. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular 8 C
da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014)
9 A
Em um estado democrático de direito, o castigo do in-
frator não esgota as expectativas que o fato delitivo des- 10 E
encadeia; dessa forma, podem-se apontar, como obje-
tivos cientificamente mais satisfatórios e adequados na
criminologia moderna, a ressocialização do delinquente,
a(o) __________________ e a prevenção do crime. Assinale a
alternativa que preenche corretamente a lacuna.

a) reparação dos danos à vítima


b) informação ao cidadão
c) ressarcimento ao Estado
d) especialização profissional do delinquente
e) formação espiritual e religiosa do delinquente

10. (Criminologia - Geral - Fundação para o Vestibular


da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) - 2014)
A modalidade preventiva que cuida da diminuição das
oportunidades que influenciam na vontade delitiva, di-
ficultando a prática do crime, é chamada de prevenção

a) geral.
b) qualitativa.
c) especial.
d) quantitativa.
e) situacional.
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

14
ÍNDICE

NOÇÕES DE LÓGICA
Conceitos iniciais do raciocínio lógico: proposições, valores lógicos, conectivos, tabelas-verdade, tautologia, contradição,
equivalência entre proposições, negação de uma proposição, validade de argumentos; ........................................................................01
Estruturas lógicas e lógica de argumentação; .............................................................................................................................................................01
Questões de associação; ......................................................................................................................................................................................................01
Verdades e mentiras; .............................................................................................................................................................................................................01
Diagramas lógicos (silogismos).........................................................................................................................................................................................01
Lógica de argumentação. ....................................................................................................................................................................................................01
CONCEITOS INICIAIS DO RACIOCÍNIO LÓGICO: PROPOSIÇÕES, VALORES LÓGICOS, CONECTIVOS,
TABELAS-VERDADE, TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO, EQUIVALÊNCIA ENTRE PROPOSIÇÕES,
NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO, VALIDADE DE ARGUMENTOS; ESTRUTURAS LÓGICAS E
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO; QUESTÕES DE ASSOCIAÇÃO; VERDADES E MENTIRAS;
DIAGRAMAS LÓGICOS (SILOGISMOS).

Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento de sentido completo.
Nossa professora, bela definição!
Não entendi nada!
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico.
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verdadeira
ou falsa.

Exemplos:
(A) A Terra é azul.
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é uma proposição.
(B) >2

Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico falso.


Todas elas exprimem um fato.
Agora, vamos pensar em uma outra frase:
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto?
Correto. Mas é uma proposição?
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos declarar se é falso ou verdadeiro.
Bruno, vá estudar.
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não
é proposição.
Passei!
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque
é uma sentença exclamativa.
Vamos ver alguns princípios da lógica:
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
casos e nunca um terceiro caso.

1. Valor Lógico das Proposições

Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
a proposição é falsa (F).

Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)=V essa é a simbologia para indicar que o valor lógico de p é verdadeira, ou
V(p)=F
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou falso, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
NOÇÕES DE LÓGICA

lógico falso.

1
2. Classificação -Conjunção

Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-


posição como parte integrante de si mesma. São geral-
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
E depois da letra colocamos “:”
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
Exemplo: junção.
p: Marcelo é engenheiro. Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais:
q: Ricardo é estudante. “e”, “mas”, “porém”.
Exemplos
Proposição composta: combinação de duas ou mais p: Vinícius é professor.
proposições. Geralmente designadas pelas letras maiús- q: Camila é médica.
culas P, Q, R, S,...
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
Exemplo: p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica.
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante. p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica.
Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
Se quisermos indicar quais proposições simples fa- - Disjunção
zem parte da proposição composta:
P(p,q)
Se pensarmos em gramática, teremos uma proposi-
ção composta quando tiver mais de um verbo e proposi- p: Vitor gosta de estudar.
ção simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que q: Vitor gosta de trabalhar.
para ser proposição, temos que conseguir definir o valor p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
lógico. balhar.

3. Conectivos - Disjunção Exclusiva


Extensa: Ou...ou...
Agora que vamos entrar no assunto mais interessante Símbolo: ∨
e o que liga as proposições. p: Vitor gosta de estudar.
Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co- q: Vitor gosta de trabalhar
nectivos vem a parte prática. p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
balhar.
3.1. Definição
-Condicional
Palavras que se usam para formar novas proposições, Extenso: Se..., então..., É necessário que, Condição ne-
a partir de outras. cessária
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma Símbolo: →
coisa?
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conectivo Exemplos
terá um nome, vamos ver? p→q: Se chove, então faz frio.
p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
-Negação p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
p→q: É necessário que faça frio para que chova.
p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

-Bicondicional
Exemplo Extenso: se, e somente se, ...
p: Lívia é estudante. Símbolo: ↔
~p: Lívia não é estudante. p: Lucas vai ao cinema.
q: Pedro é loiro. q: Danilo vai ao cinema.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai
r: Érica lê muitos livros. ao cinema.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
NOÇÕES DE LÓGICA

s: Cecilia é dentista. Referências


¬s: É mentira que Cecilia é dentista. ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
mática – São Paulo: Nobel – 2002.

2
Tabela-verdade - Conjunção
Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor eu tiver as duas coisas, certo?
lógico de proposições compostas facilmente, analisando Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
cada coluna. chocolate.
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
ou V(p)=F.
p p q p ∧q
V V V V
F V F F
F V F
Quando temos duas proposições, não basta colocar
só VF, será mais que duas linhas. F F F

-Disjunção
p q Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o
V V conectivo “ou”.
V F Eu comprei bala ou chocolate.
Eu comprei bala e também comprei a chocolate, está
F V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
F F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
forma se eu comprei apenas chocolate.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
E a segunda intercalou VFVF certo.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 pos- p q p ∨q
sibilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver
um padrão para se tornar mais fácil! V V V
As possibilidades serão 2n, V F V
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F

-Disjunção Exclusiva
p q r Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
V V V chocolate OU comprei bala.
V F V Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mes-
mo tempo.
V V F
V F F p q p ∨q
F V V V V F
F F V V F V
F V F F V V
F F F F F F

A primeira proposição, será metade verdadeira e me- -Condicional


tade falsa. Se chove, então faz frio.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF. Se choveu e fez frio.
E a terceira VVFFVVFF. Estamos dentro da possibilidade.(V)
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos Choveu e não fez frio.
operadores lógicos? Não está dentro do que disse. (F)
Não choveu e fez frio.
-Negação Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover,
NOÇÕES DE LÓGICA

p ~p certo?(V)
Não choveu, e não fez frio.
V F Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
F V

Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico


oposto, faz sentido, não?

3
p q p →q Resposta: Letra C. P: A empresa alegou ter pago suas
obrigações previdenciárias.
V V V Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
V F F R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
F V V
Número de linhas: 2³=8
F F V
3.(SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCI-
-Bicondicional ÁRIA – CESPE – 2017) A partir das proposições simples
Ficarei em casa, se e somente se, chover. P: “Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q:
Estou em casa e está chovendo. “As lojas do centro comercial Bom Preço estavam reali-
A ideia era exatamente essa. (V) zando liquidação” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas
Estou em casa, mas não está chovendo. do Bom Preço” é possível formar a proposição composta
Você não fez certo, era só pra ficar em casa se cho- S: “Se Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço
vesse. (F) e se as lojas desse centro estavam realizando liquidação,
Eu sai e está chovendo. então Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço ou
Aiaiai não era pra sair se está chovendo (F) Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”. Con-
Não estou em casa e não está chovendo. siderando todas as possibilidades de as proposições P, Q
Sem chuva, você pode sair, ta?(V) e R serem verdadeiras (V) ou falsas (F), é possível cons-
truir a tabela-verdade da proposição S, que está iniciada
p q p ↔q na tabela mostrada a seguir.
V V V
V F F
F V F
F F V

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(EBSERH – ÁREA MÉDICA – CESPE – 2018) A respei-


to de lógica proposicional, julgue o item que se segue.
Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar
a negação da proposição R, então, independentemente
dos valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P, Q e Completando a tabela, se necessário, assinale a opção
R, a proposição P→Q∨(~R) será sempre V. que mostra, na ordem em que aparecem, os valores ló-
gicos na coluna correspondente à proposição S, de cima
( )CERTO ( )ERRADO para baixo.

Resposta: Errado Se P for verdadeiro, Q falso e R fal- a) V / V / F / F / F / F / F / F.


so, a proposição é falsa. b) V / V / F / V / V / F / F / V.
c) V / V / F / V / F / F / F / V.
2. (TRT 7ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – d) V / V / V / V / V / V / V / V.
CESPE – 2017) e) V / V / V / F / V / V / V / F.

Texto CB1A5AAA – Proposição P Resposta: Letra D


A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p)
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p)
rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen-
to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo V V V V V V
ex-empregado. V V F V V V
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
-verdade para representar todas as combinações possí- V F V F V V
NOÇÕES DE LÓGICA

veis para os valores lógicos das proposições simples que V F F F V V


compõem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a F V V F V V
a) 32. F V F F F V
b) 4. F F V F V V
c) 8.
F F F F F V
d) 16.

4
TAUTOLOGIA p∨~(p∧q)

Definição: Chama-se tautologia, toda proposição P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)


composta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se V V V F V
a coluna da proposição composta for verdadeira é tau- V F F V V
tologia.
F V F V V
Vamos ver alguns exemplos.
F F F V V
A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da
não contradição. Está lembrado? Novamente, coluna deu inteira com valor lógico ver-
Princípio da não Contradição: uma proposição não dadeiro, é tautologia.
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Ma-
P ~p p∧~p ~(p∧∼p)
teus é professor.
V F F V
F V F V P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do V F F V F
Terceiro Excluído.
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” F V V V V
é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um F F V V F
desses casos e nunca um terceiro caso.
Deu pelo menos uma falsa e agora?
P ~p p∨~p Não é tautologia.
V F V Referências
F V V ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a lógica mate-
mática. São Paulo: Nobel – 2002.
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmen-
te conseguiremos resolver as questões com base na ta-
bela verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos
operadores, têm que estar na “ponta da língua”, quase EXERCÍCIO COMENTADO
como a tabuada da matemática.
Veremos outros exemplos. 1.(INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2016) Com relação a lógica proposicional, julgue o item
Exemplo 1 subsequente.
Vamos pensar nas proposições: Considerando-se as proposições simples “Cláudio pratica
P: João é estudante. esportes” e “Cláudio tem uma alimentação balanceada”,
Q: Mateus é professor. é correto afirmar que a proposição “Cláudio pratica es-
Se João é estudante, então João é estudante ou Ma- portes ou ele não pratica esportes e não tem uma ali-
teus é professor. mentação balanceada” é uma tautologia.

Em simbologia: p→p∨q ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado
P Q p∨q p→p∨q
p: Cláudio pratica esportes.
V V V V q: Cláudio tem uma alimentação balanceada.
V F V V (p∨~p)∧~q
F V V V
P ~P Q ~q p∨~P (p∨∼p)∧∼q
F F F V
V F V F V F
NOÇÕES DE LÓGICA

A coluna inteira da proposição composta deu verda- V F F V V V


deiro, então é uma tautologia.
F V V F V F
Exemplo 2 F V F V V V
Com as mesmas proposições anteriores:
João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.

5
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS Exemplo
p: Coelho gosta de cenoura
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente q: Coelho é herbívoro.
equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se
as tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊN- p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é
TICAS. herbívoro.
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguin- ~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her-
te notação: bívoro
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)
A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção
Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha, p∨~q
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.
p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
Regra da Dupla negação
V V F F V V
~~p⇔p V F F V V V
p ~p ~~p F V V F F F
V F V F F V V V V
F V F
Equivalências fundamentais (Propriedades Fun-
São iguais, então ~~p⇔p damentais): a equivalência lógica entre as proposições
goza das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
Regra de Clavius
1 – Simetria (equivalência por simetria)
~p→p⇔p
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
p ~p ~p→p p q p∧q q∧p
V F V V V V V
F V F V F F F
F V F F
Regra de Absorção F F F F
p→p∧q⇔p→q
b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
p q p∨q q∨p
p q p∧q p→p∧q p→q
V V V V
V V V V V
V F V V
V F F F F
F V V V
F V F V V
F F F F
F F F V V
c) p ∨ q ⇔ q ∨ p
Condicional
p q p∨q q ∨ p
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
as mais pedidas nos concursos. V V F F
V F V V
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
F V V V
-verdades idênticas
F F F F
p ~p q p∧q p→q ~p∨q
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p
V F V V V V
NOÇÕES DE LÓGICA

V F F F F F p q p↔q q↔p
F V V F V V V V V V
F V F F V V V F F F
F V F F
F F V V

6
Equivalências notáveis: b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)

1 - Distribuição (equivalência pela distributiva) p q r q p


p ∨ (q p∨ (p ∨ q) ∨
∨r ∨ r) q ∨r (p ∨ r)
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
V V V V V V V V
p q r q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p V V F V V V V V
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r) V F V V V V V V
V V V V V V V V V F F F V V V V
V V F V V V F V F V V V V V V V
V F V V V F V V F V F V V V F V
V F F F F F F F F F V V V F V V
F V V V F F F F F F F F F F F F
F V F V F F F F
3 – Idempotência
F F V V F F F F
F F F F F F F F a) p ⇔ (p ∧ p)

b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas


colunas com p
p q r q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧
∧r ∧ r) q ∨r (p ∨ r) p p p∧p
V V V V V V V V V V V
V V F F V V V V F F F
V F V F V V V V
b) p ⇔ (p ∨ p)
V F F F V V V V
p p p ∨p
F V V V V V V V
V V V
F V F F F V F F
F F F
F F V F F F V F
F F F F F F F F 4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se
outra condicional equivalente à primeira, apenas inver-
2 - Associação (equivalência pela associativa) tendo-se e negando-se as proposições simples que as
compõem.
a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r) Da mesma forma que vimos na condicional mais aci-
ma, temos outros modos de definir a equivalência da
condicional que são de igual importância.
p q r q p ∧ (q ∧ r) p∧q p (p ∧ q) ∧
∧r ∧r (p ∧ r) 1º caso: (p → q) ⇔ (~q → ~p)
V V V V V V V V
V V F F F V F F p q ~p ~q p→q ~q → ~p
V F V F F F V F V V F F V V
V F F F F F F F V F F V F F
F V V V F F F F F V V F V V
F V F F F F F F F F V V V V
F F V F F F F F
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
F F F F F F F F
NOÇÕES DE LÓGICA

p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V V F V F V
V F F V V V
F V V V F V
F F V F V F

7
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p) Proposições Associadas a uma Condicional (se, en-
tão)
p q ~q p → ~q ~p q → ~p
Chama-se proposições associadas a p → q as três pro-
V V F F F F posições condicionadas que contêm p e q:
V F V V F V
– Proposições recíprocas: p → q: q → p
F V F V V V
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
F F V V V V – Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p

5 - Pela bicondicional Observe a tabela verdade dessas quatro proposições:

a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição


p q ~p ~q p→ q→ ~p → ~q →
q p ~q ~p
p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p) V V F F V V V V
V V V V V V V F F V F V V F
V F F F V F
F V V F V F F V
F V F V F F
F F V V V V V V
F F V V V V
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q) recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
EQUIVALENTES.
p q p↔ ~q ~p ~q → ~p → (~q → ~p) ∧
q ~p ~q (~p → ~q)
V V V F F V V V EXERCÍCIOS COMENTADOS
V F F V F F V F
1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE –
F V F F V V F F
2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
F F V V V V V V menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
próximo item.
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q) Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.
p q p p∧ ~p ~q ~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
↔ ( ) CERTO ( ) ERRADO
q ~q ∧ ~q)
q
Resposta: Certo Uma dica é que normalmente quan-
V V V V F F F V do tem vírgula é condicional, não é regra, mas aconte-
V F F F F V F F ce quando você não acha o conectivo.
F V F F V F F F
2. (PC-PE – PERITO PAPILOSCOPISTA – CESPE –
F F V F V V V V 2016)

6 - Pela exportação-importação Texto CG1A06AAA

[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)] A Polícia Civil de determinado município prendeu, na


sexta-feira, um jovem de 22 anos de idade suspeito de
p q r p∧q (p ∧ q) → r q→r p → (q → r) ter cometido assassinatos em série. Ele é suspeito de cor-
tar, em três partes, o corpo de outro jovem e de enterrar
V V V V V V V as partes em um matagal, na região interiorana do mu-
V V F V F F F nicípio. Ele é suspeito também de ter cometido outros
dois esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos
V F V F V V V
em que ele supostamente aparece executando os crimes
NOÇÕES DE LÓGICA

V F F F V V V Assinale a opção que é logicamente equivalente à propo-


F V V F V V V sição “Ele é suspeito também de ter cometido outros dois
esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos em
F V F F V F V que ele supostamente aparece executando os crimes”,
F F V F V V V presente no texto CG1A06AAA.
F F F F V V V

8
a) Se foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele é suspeito
também de ter cometido esses crimes.
b) Ele não é suspeito de outros dois esquartejamentos, já que não foram encontrados vídeos em que ele supostamente
aparece executando os crimes.
c) Se não foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele não
é suspeito desses crimes.
d) Como ele é suspeito de ter cometido também dois esquartejamentos, foram encontrados vídeos em que ele supos-
tamente aparece executando os crimes.
e) Foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, pois ele é tam-
bém suspeito de ter cometido esses crimes.

Resposta: A A expressão já que=pois


Que se for escrita com a condicional, devemos mudar as proposições de lugar.
Se foram encontrados vídeos em que ele supostamente aparece executando os dois esquartejamentos, ele é suspei-
to também de ter cometido esses crimes.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.

Negação de uma proposição composta

Definição: Quando se nega uma proposição composta primitiva, gera-se outra proposição também composta e
equivalente à negação de sua primitiva.
Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que saber qual a equivalência da negação para compor uma frase,
por exemplo.

Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.

~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)


p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V V F V V

Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)

Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.

~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)


p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V
NOÇÕES DE LÓGICA

Resumindo as negações, quando é conjunção nega as duas e troca por “ou”


Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.

9
Negação de uma disjunção exclusiva
~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)
p q p∨q ~( p∨q) p↔q
V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional


Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.
~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)
p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional


~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]

P Q p↔q p→q q→p p → q) ∧ (q → p)] ~[(p → q) ∧ (q → p)] p ∧ ~q q ∧ ~p [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]


V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)

a) De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte
da condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2ª parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1ª vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2ª vez:
~(p ∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equiva-
lente à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o próximo item.
NOÇÕES DE LÓGICA

A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem não pode mais, não chora menos”

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Negação de uma condicional: mantém a primeira e nega a segunda

10
2. (PC-PE – PERITO CRIMINAL – CESPE – 2016) Con-
sidere as seguintes proposições para responder a questão.
P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometen- EXERCÍCIOS COMENTADOS
do delito, então há punição de criminosos.
P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência 1. (IF-BA – ADMINISTRADOR – FUNRIO – 2016) Ou
não tendem a aumentar. João é culpado ou Antônio é culpado. Se Antônio é ino-
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a cente então Carlos é inocente. João é culpado se e so-
população não faz justiça com as próprias mãos. mente se Pedro é inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo,

Assinale a opção que apresenta uma negação correta da a) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são cul-
proposição P1. pados.
b) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
a) Se não há punição de criminosos, então não há investi- culpados.
gação ou o suspeito não é flagrado cometendo delito. c) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são cul-
b) Há punição de criminosos, mas não há investigação pados.
nem o suspeito é flagrado cometendo delito. d) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são
c) Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo culpados.
delito, mas não há punição de criminosos. e) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é culpado.
d) Se não há investigação ou o suspeito não é flagrado
cometendo delito, então não há punição de criminosos. Resposta: Letra E.
e) Se não há investigação e o suspeito não é flagrado co- Vamos começar de baixo pra cima.
metendo delito, então não há punição de criminosos.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Resposta: Letra C Famoso MANE Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.
Mantém a primeira e nega a segunda. João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo
Ora, Pedro é inocente.
delito e não há punição de criminosos.
(V)
No caso, a questão ao invés de “e”utilizou mas
Sabendo que Pedro é inocente,
João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
ARGUMENTOS
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
ambas forem verdadeiras ou ambas falsas.
Um argumento é um conjunto finito de premissas (pro-
posições), sendo uma delas a consequência das demais.
Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou João é culpado se e somente se Pedro é inocente
consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um (V) (V)
argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q Ora, Pedro é inocente
OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ (V)
... ∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela se- Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primei-
guinte forma: ra premissa.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva
só é verdadeira se apenas uma das proposições for.

Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.


Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
condicional só será verdadeira se a segunda proposi-
1. Argumentos válidos ção também for.

Um argumento é válido quando a conclusão é verda- Então, temos:


deira (V), sempre que as premissas forem todas verdadei- Pedro é inocente, João é culpado, António é inocente
ras (V). Dizemos, também, que um argumento é válido e Carlos é inocente.
quando a conclusão é uma consequência obrigatória das
verdades de suas premissas. 2. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE –
2016) Considere que as seguintes proposições sejam
Argumentos inválidos verdadeiras.
NOÇÕES DE LÓGICA

• Quando chove, Maria não vai ao cinema.


Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
ou mal construído), quando as verdades das premissas • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
são insuficientes para sustentar a verdade da conclusão. • Quando Fernando está estudando, não chove.
Caso a conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências • Durante a noite, faz frio.
geradas pelas verdades de suas premissas, tem-se como
conclusão uma contradição (F).

11
Tendo como referência as proposições apresentadas, jul- Representação de uma proposição quantificada
gue o item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)
Quantificador: ∀
( ) CERTO ( ) ERRADO Condição de existência da variável: x ∈ N.
Predicado: x + 3 > 15.
Resposta: Errado
• Durante a noite, faz frio. (∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)]
V Quantificador: ∃
Condição de existência da variável: não há.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.
F F
Negações de proposições quantificadas ou funcionais
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. Seja uma sentença (∀x)(A(x)).
V V Negação: (∃x)(~A(x))

• Quando chove, Maria não vai ao cinema. Exemplo


F F (∀x)(2x-1=3)
Negação: (∃x)(2x-1≠3)
• Quando Fernando está estudando, não chove. Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
V/F V Negação: (∀x)(~Q(x)).
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es- (∃x)(2x-1=3)
tava estudando. Negação: (∀x)(2x-1≠3)
Não tem como ser julgado.
1. Definição das proposições
Diagramas Lógicos
Todo A é B.
As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solu-
elemento de A também é elemento de B.
ção requer que desenhemos figuras, os chamados dia-
gramas.
Podemos representar de duas maneiras:
Quantificadores são elementos que, quando asso-
ciados às sentenças abertas, permitem que as mesmas
sejam avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, pas-
sam a ser qualificadas como sentenças fechadas.

O quantificador universal
O quantificador universal, usado para transformar
sentenças (proposições) abertas em proposições fecha-
das, é indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer
que seja”, “para todo”, “para cada”.

Exemplo: Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


(∀x)(x + 2 = 6) ficam os valores lógicos das outras?
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6”
(falsa). Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a
afirmação ser verdadeira. Nenhum A é B é necessariamente falsa.
O quantificador existencial Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo “∃” que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe um”.
Algum A é B é necessariamente verdadeira.
Exemplos: Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
(∃x)(x + 5 = 9) lindas.
NOÇÕES DE LÓGICA

Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (ver-


dadeira). Algum A não é B necessariamente é falsa, pois A está
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem... claro contido em B.
que existe algum número que essa afirmação será ver- Alguma criança não é linda, bem como já vimos im-
dadeira. possível, pois todas são.
Ok? Sem maiores problemas, certo?

12
Nenhum A é B. c) Todos os elementos de B estão em A

A e B não terão elementos em comum.

d) O conjunto A é igual ao conjunto B.

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver


como ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
Algum A é B é necessariamente falsa.
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.

Algum A não é B necessariamente verdadeira.


Algum cachorro não é gato. Ah, sim! Espero que to- Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como
dos não sejam, mas se já está dizendo “algum” vou con- ficam os valores lógicos das outras?
cordar. Frase: Algum copo é de vidro.
Nenhum A é B é necessariamente falsa.
Nenhum copo é de vidro.
Algum A é B.
Com frase fica mais fácil né? Porque assim, consegui-
mos ver que é falsa, pois acabei de falar que algum copo
Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
é de vidro, ou seja, tenho pelo menos 1 copo de vidro.
comum com o conjunto B
Todo A é B.
Não conseguimos determinar, podendo ser verda-
Temos 4 representações possíveis
deira ou falsa (podemos analisar também os diagramas
mostrados nas figuras a e c).
a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- Todo copo é de vidro.
tos em comum. Pode ser que sim, ou não.

Algum A não é B.
Não conseguimos determinar, podendo ser verdadei-
ra ou falsa (contradiz com as figuras b e d)
Algum copo não é de vidro.
Como não sabemos se todos os copos são de vidros,
pode ser verdadeira.

Algum A não é B.
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não
pertence ao conjunto B.

b) Todos os elementos de A estão em B. Aqui teremos 3 modos de representar:

a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.
NOÇÕES DE LÓGICA

13
b) Todos os elementos de B estão em A. 2. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
UFES – 2017) Em um determinado grupo de pessoas,
• todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam natação,
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam
futebol,
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam na-
tação.

É CORRETO afirmar que no grupo

a) todas as pessoas que praticam natação também pra-


ticam tênis.
c) Não há elementos em comum entre os dois conjuntos. b) todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam tênis.
c) algumas pessoas que praticam natação não praticam
futebol.
d) algumas pessoas que praticam natação não praticam
tênis.
e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu-
tebol.

Resposta: Letra E.
Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
como ficam os valores lógicos das outras?
Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior.
Frase: Algum copo não é de vidro.

Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as


figuras a e b).
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
todos não são de vidro.

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.
Algum A é B é indeterminada.
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se 3. (SEPOG-RO – TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA IN-
tem algum de vidro ou não. FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – FGV – 2017) Consi-
dere a afirmação:
“Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”.
De acordo com essa afirmação é correto concluir que
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) se uma pessoa tem pressão alta então não faz exer-
1. (PC-RS – ESCRIVÃO – FUNDATEC – 2018) Supondo cícios.
a verdade da sentença aberta: Alguns investigados são b) se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão
advogados mas nem todos os investigados têm domicí- alta.
lio conhecido. Podemos deduzir a verdade da alternativa: c) se uma pessoa não tem pressão alta então faz exercí-
cios.
a) Todos investigados são advogados e têm domicílio co- d) existem pessoas que fazem exercícios e que têm pres-
nhecido. são alta.
b) Todos investigados são advogados e não têm domicí- e) não existe pessoa que não tenha pressão alta e não
lio conhecido. faça exercícios.
c) Alguns investigados são advogados e têm domicílio
conhecido. Resposta: Letra A Se toda pessoa que faz exercício
NOÇÕES DE LÓGICA

d) Alguns investigados são advogados e alguns investi- não tem pressão alta, ora, se a pessoa tem pressão
gados têm domicílio conhecido. alta, então não faz exercício.
e) Alguns investigados são advogados e alguns investi-
gados não têm domicílio conhecido. Referências
CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série
Resposta: Letra E Nem todos os investigados têm do- Provas e Concursos, 2010.
micilio = Existem investigados que não têm domicilio.

14
Sequências Numéricas

EXERCÍCIO COMENTADO
Definição
O diário do professor é composto pelos nomes de 1. (FCC-2016 – MODIFICADO) Determine o termo ge-
seus alunos e esses nomes obedecem a uma ordem (são
escritos em ordem alfabética). Essa lista de nomes (diá- 1 3 5 7
ral an da sequência numérica , , , , … , an
rio) pode ser considerada uma sequência. Os dias do mês 2 4 6 8
são dispostos no calendário obedecendo a certa ordem
que também é um tipo de sequência. Assim, sequências Resposta:
estão presentes no nosso dia a dia com mais frequência Mediante análise dos termos da sequência, nota-se
que você pode imaginar. que termo geral é

A definição formal de sequência é todo conjunto ou


2n − 1
an =
grupo no qual os seus elementos estão escritos em uma 2n
determinada ordem ou padrão. No estudo da matemáti-
ca estudamos obviamente, as sequências numéricas. 2. (FCC-2016) A sequência numérica 1/2, 3/4, 5/6, 7/8;...é
Ao representarmos uma sequência numérica, deve- ilimitada e criada seguindo o mesmo padrão lógico. A
mos colocar seus elementos entre parênteses. Veja al- diferença entre o 500º e o 50º termos dessa sequência
guns exemplos de sequências numéricas: é igual a:

Ex: (2,4,6,8,10,12,…) - números pares positivos. a) 0,9


Ex: (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11...) - números naturais. b) 9
Ex: (10,20,30,40,50...) - números múltiplos de 10. c) 0,009
Ex: (10,15,20,30) - múltiplos de 5, maiores que 5 e me- d) 0,09
nores que 35. e) 0,0009
Pelos exemplos, observou-se dois tipos básicos de
sequências: Resposta: Letra C. 2n−1
Sequência finita: Sequência numérica onde a quanti- Utilizando o termo geral dessa sequência an =
dade dos elementos é finita. 2n
, facilmente a500 e a50 são identificados. Substituin-
Sequência infinita: Sequência que seus elementos do para n=500 e n=50, chega-se ao resultado.
seguem ao infinito.
Representação Progressão Aritmética
Em uma sequencia numérica qualquer, o primeiro
termo será representado por uma letra minúscula segui- Definição
do de sua posição na sequência. Assim, o primeiro termo As progressões aritméticas, conhecidas com “PA”, são se-
é representado por , o segundo termo é , o terceiro e quências de números, que seguem um determinado padrão.
assim por diante. Este padrão caracteriza-se pelo termo seguinte da sequência
ser o termo anterior adicionado de um valor fixo, que cha-
#FicaDica maremos de constante da PA, representado pela letra “r”.
Os exemplos a seguir ilustrarão a definição acima:
Na matemática, achar uma expressão que a) S={1,2,3,4,5…} : Esta seqüência é caracterizada por
possa descrever a sequência numérica em sempre somar o valor 1 no termo seguinte, ou seja, tra-
função da posição do termo na mesma torna- ta-se de uma PA com razão . Se , classificaremos com PA
se conveniente e necessário para se usar essa crescente.
teoria. Os exemplos a seguir exemplificam esse b) S={13,11,9,7,5…} : Também podemos ter sequên-
conceito: cias onde ao invés de somar, estaremos subtraindo um
valor fixo. Neste exemplo, o termo seguinte é o termo an-
terior subtraído 2, assim, trata-se de uma PA com razão .
Ex: (1,2,3,4,…)→Essa sequência pode ser descrita Se , classificaremos com PA decrescente.
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é c) S={4,4,4,4,4…} : Além disso, podemos ter uma se-
exatamente o valor de sua posição. quência de valores constantes, nesse caso, é como se
estivéssemos somando 0 ao termos. Assim, se , classifica-
Ex: (5,8,11,14,…)→Essa sequência pode ser descrita remos com PA constante.
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o
NOÇÕES DE LÓGICA

triplo da sua posição somado 2. Termo Geral


Dado esta lógica de formação das progressões arit-
Ex: (0,3,8,15,…)→ Essa sequência pode ser descrita méticas, pode-se definir o que chamamos de “expressão
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o do termo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática
quadrado da sua posição subtraído 1. que relaciona dois termos de uma PA com a razão r:
Essa expressão de an é definida como expressão do
termo geral da sequência. an = ap + n − p � r , com n ∈ ℕ∗

15
Onde an e ap são termos quaisquer da PA. Essa ex- Assim, com , a1 = 2, a5 = 10 e n = 5 , podemos
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas:
calcular a soma:
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon-
trar outro termo. 2 + 10 � 5 12 � 5 60
Ex: O primeiro termo da PA igual a 7 e a razão é 3, qual Sn = = = = 30
2 2 2
é o quinto termo?
Temos então a1 = 7 e r = 3 e queremos achar a5.
Ou seja, não precisamos saber nem a razão da PA
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p = para acharmos a soma.
1 e n = 5. Assim:
Propriedades
an = ap + n − p � r
a5 = a1 + 5 − 1 � r
As progressões aritméticas possuem algumas pro-
priedades interessantes que podem ser exploradas em
a5 = 7 + 4 � 3
provas de concursos:
a5 = 19
P1: Para três termos consecutivos de uma PA, o termo
Ou seja, o quinto termo desta PA é 19. médio é a média aritmética dos outros dois termos. Essa
propriedade é fácil de verificar com o exemplo: Vamos
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter considerar três termos consecutivos de uma PA sendo
a razão da PA. an−1, an e an+1 .Podemos afirmar a partir da fórmula
Ex: O terceiro termo da PA é 2 e o sexto é -1, qual será do termo geral que:
a razão da PA?
an = an−1 + r
Temos então a3 = 2 e a6 = −1 e queremos achar r. an = an+1 – r
Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p = Somando as duas expressões:
3 e n = 6. Assim:

an = ap + n − p � r 2an = an−1 + r + an +1 − r
a6 = a3 + 6 − 3 � r 2an = an−1 + an + 1
−1 = 2 + 3 � r
3r = −3 O que leva a:
r = −1
an−1 + an + 1
an =
Ou seja, a razão desta PA é -1.
2

Soma dos termos P2: Termos equidistantes dos Extremos. Numa se-
Outro ponto importante de uma progressão arit- quência finita, dizemos que dois termos são equidistan-
mética é a soma dos termos. Considerando uma PA tes dos extremos se a quantidade de termos que prece-
que queremos saber a soma dos 5 primeiros termos: derem o primeiro deles for igual à quantidade de termos
S={2,4,6,8,10…}. Como são poucos termos e sabemos to- que sucederem ao outro termo. Assim, na sucessão:
dos eles, podemos simplesmente somá-los: 2+4+6+8+10
= 30. Agora, considere que você saiba apenas o primei- (a1 , a2 , a3, a4 , . . . , ap , . . . , ak , . . . , an 3 , an 2 , an 1 , an ),
ro e o quinto termo, ou seja: a1 = 2 e a5 = 10 e . − − −

Como você calcularia a soma dos 5 termos?


O jeito que você aprendeu até agora seria obter os Temos:
outros termos e a razão a partir da expressão do termo
geral, porém você teria que fazer muitas contas para che-
a2 e an 1 são termos equidistantes dos extremos;
gar ao resultado, gastando tempo. Como a PA segue um −
padrão, foi possível deduzir uma expressão que dependa a3 e an 2 são termos equidistantes dos extremos;

apenas do primeiro termo e do último: a4 e an 3 são termos equidistantes dos extremos.
NOÇÕES DE LÓGICA

a1 + an � n
Sn = Nota-se que sempre que dois termos são equidis-
2 tantes dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao
valor de n + 1. Assim sendo, podemos generalizar que,
se os termos e são equidistantes dos extremos, então:
p + k = n+1

16
a15 = 10 + (15 – 1). 7
FIQUE ATENTO! a15 = 10 + 14 . 7
a15 = 10 + 98
Com as considerações anteriores, temos
que numa PA com termos, a soma de dois ter- a15 = 108
mos equidistantes dos extremos é constante e
igual a soma do primeiro termo com o último O 15° termo da progressão é 108.
termo.
2. (CONED-2016) Em uma PA com 12 termos, a soma
dos três primeiros é 12 e a soma dos dois últimos é 65. A
Ex: Sejam, numa PA de termos, ap e ak termos equi- razão dessa PA é um número:
distantes dos extremos, teremos, então: a) Múltiplo de 5
b) Primo
ap = a1 + (p – 1) � r ⇒ ap = a1 + p � r – r c) Com 3 divisores positivos
ak = a1 + (k – 1) � r ⇒ ak = a1 + k � r – r d) Igual a média geométrica entre 9 e 4
e) Igual a 4!

Somando as expressões: Resposta: Letra B.


Aplicando a fórmula do termo geral nas duas conside-
rações do enunciado, chega-se a razão igual a 3, que
ap + ak = a1 + p � r – r + a1 + k � r – r é um número primo
ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) � r
Progressão Geométrica (PG)

Considerando que p + k = n + 1 , ficamos com: Definição


As progressões geométricas, conhecidas com “PG”,
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) � r são sequências de números, como as PA, mas seu padrão
está relacionado com a operação de multiplicação e di-
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) � r visão. Ou seja, o termo seguinte de uma PG é composto
ap + ak = a1 + an pelo termo anterior multiplicado por uma razão cons-
tante, que será chamada de “q”.
Os exemplos a seguir ilustrarão melhor essas definições:

a) S={2,4,8,16,32…}: Esta sequência é caracterizada por


EXERCÍCIOS COMENTADOS sempre multiplicar o termo anterior por uma razão cons-
tante, q = 2. Como os termos subseqüentes são maiores,
1. Em relação à progressão aritmética (10, 17, 24, …), de-
temos uma PG crescente (caracterizada por q>0)
termine:
1 1 1
b) S = {9,3,1, 3 , 9 , 27 … }: Esta sequência é ca-
a) o termo geral dessa PA;
b) o seu 15° termo;
racterizada por sempre multiplicar o termo anterior por
1
Resposta: uma razão constante q = , ou seja, estar sendo divi-
3
dida sempre por 3. Assim, como os termos subseqüentes
a) Para encontrar o termo geral da progressão aritmé-
tica, devemos, primeiramente, determinar a razão r: são menores, temos uma PG decrescente (caracterizada
r = a2 – a1
r = 17 – 10 por a1 > 0 e 0 < q < 1 ).
r=7
c) S={-1,-2,-4,-8 ,-16,…}: Esta sequência é caracteri-
zada por sempre multiplicar o termo anterior por uma
A razão é 7, e o primeiro termo da progressão (a1) é 10.
constante q=-2. Assim, como os termos subseqüentes
Através da fórmula do termo geral da PA, temos:
são menores, temos outro caso de PG decrescente (ca-
an = a1 + (n – 1). r
racterizada por a1 < 0 e q > 1 ).
an = 10 + (n – 1). 7
d) S={1,-4,16,-64,256…}: Esta sequência mostra al-
NOÇÕES DE LÓGICA

Portanto, o termo geral da progressão é dado por an =


ternância de sinal entre os termos. A razão neste caso é
10 + (n – 1). 7.
q=-4 e quando isto ocorre, definimos como PG alterna-
da. (caracterizada por q < 0 ).
b) Como já encontramos a fórmula do termo geral,
vamos utilizá-la para encontrar o 15° termo. Tendo em e) S={5,5,5,5,5,5,…}: Esta sequência possui termos
vista que n = 15, temos então: constantes e é caracterizada por ter uma razão q=1. Nes-
an = 10 + (n – 1). 7 te caso, é definido o que chamamos de PG constante.

17
Soma finita dos termos
FIQUE ATENTO! Seguindo o mesmo princípio da PA, temos na PG a so-
Atenção as definições de PG decrescen- matória dos “n” primeiros termos também. Uma fórmula
te e PG alternada, muitos alunos se confundem foi deduzida e está apresentada a seguir:
e dizem que PG decrescente ocorre quando ,
em uma analogia a PA. a1 � qn − 1
Sn =
q−1
Termo Geral
O ponto interessante desta fórmula é que ela depende
Dado esta lógica de formação das progressões geo- apenas da razão e do primeiro termo, sem a necessidade
métricas, podemos também definir a “expressão do ter- de obter o termo . Caso você tenha qualquer outro termo
mo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática que rela- e a razão q, você obtém primeiramente o primeiro termo
ciona dois termos de uma PG com a razão q: com a fórmula do termo geral e depois obtém a soma. O
exemplo a seguir ilustra isso:
Exemplo: Calcule a soma dos quatro primeiros temos
an = ap � qn−p , n ∈ ℕ∗ , q ∈ ℝ
de uma PG, com q = 3 e a2 = 12

Onde an e ap são termos quaisquer da PG. Essa ex- Resolução: Para aplicar a fórmula da soma, é necessá-
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas: rio obter o primeiro termo da PG. Usando o termo geral
(com n=2 e p=1):
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon-
trar outro termo. Exemplo: O primeiro termo da PG igual
a 5 e a razão é 2, qual é o quarto termo? an = ap � qn−p
a2 = a1 � q2−1
Resolução: Temos então a1 = 5 e q = 2 e quere-
12 = a1 � 31
mos achar a4 . Substituindo na fórmula do termo geral,
a1 = 4
temos que p = 1 e n = 4. Assim:

an = ap � qn−p Com o primeiro termo obtido, podemos encontrar a


somatória (com n=4):
a4 = a1 � q4−1
a4 = 5 � 23 a1 qn − 1
Sn =
a4 = 5 � 8 = 40 q−1

Ou seja, o quarto termo desta PG é 40. a1 q4 − 1


S4 =
q−1
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter a
razão da PG. Exemplo: O segundo termo da PG é 3 e o quar- 4 34 − 1
to é 1/3, qual será a razão da PG, sabendo que q < 0 ? S4 =
3−1
1
Resolução: Temos então a2 = 3 e a4 = 3 e que-
4 � 343 − 1
remos achar q. Substituindo na fórmula do termo geral, S4 = = 2 � 342 = 684
2
temos que p = 2 e n = 4. Assim:
Assim, a soma dos primeiros quatro termos desta PG
an = ap � qn−p é igual a 684.
a4 = a2 � q4−2
Soma da PG infinita
1
= 3 � q2
3 Além da soma dos “n” primeiros termos, as progres-
1 sões geométricas possuem uma particularidade. Para PG
q2 = com , ou seja, para PG decrescentes ou alternadas, pode-
NOÇÕES DE LÓGICA

9 mos definir a “soma da PG infinita”. Em outras palavras,


se tivermos uma PG com infinitos termos com q < 1 ,
podemos obter a somar todos eles e obter um valor finito.
A fórmula da PG infinita é apresentada a seguir:
a1
S∞ =
Como q < 0 , temos que a razão dessa PG é -1/3. 1−q

18
Lógica sentencial (ou proposicional)
#FicaDica As sequências lógicas aparecem com frequências nas
A fórmula é bem simples e como na fórmula da provas de concurso. São vários tipos: números, letras,
soma dos “n” primeiros termos, temos depen- figuras, baralhos, dominós e como é um assunto mui-
dência apenas do primeiro termo e da razão. to abrangente, e pode ser pedido de qualquer forma, o
que ajudará nos estudos serão as práticas de exercícios
e algumas dicas que darei. Em cada exemplo, darei al-
Exemplo: Calcule a soma infinita da seguinte PG: gumas dicas para toda vez que você visualizar esse tipo
de questão já ajude a analisar que tipo será. Vamos lá?
1 1 1 1 1
S = {1, , , , , ,…�
2 4 8 16 32 1. Sequência de Números

Resolução: Como se trata de uma PG decrescente Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli-
1 cação.
com a1 = 1 e q = , ela atende aos requisitos da soma Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA,
2
infinita: Substituindo na fórmula: ela vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão,
alguns serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se as-
a1 suste se achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será
S∞ = isso e ponto.
1−q
Vamos ver alguns tipos de sequências:
1 -Progressão Aritmética
S∞ =
1 2 5 8 11
1−2

2. Progressão aritmética sempre terá a mesma ra-


1 zão.
S∞ = =2
1
2 No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada núme-
ro seguinte, temos que somar 3.
Ou seja, a soma dos termos desta PG infinita vale 2.
-Progressão Geométrica
9 18 36 72
EXERCÍCIO COMENTADO
3. E agora para essa nova sequência?
1. (FUNAI – CONHECIMENTOS GERAIS – Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
ESAF/2016) O limite da série infinita S de razão 1/3, não é soma.
1 1 é: O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
S = 9 + 3 + 1 + + + ⋯) 18x2=36
3 9
36x2=72
a) 13,444... Opa, deu certo?
b) 13,5 Progressão geométrica de razão 2.
c) 13,666...
d) 13,6 -Incremento em Progressão
e) 14 1 2 4 7

Resposta: Letra B. a1 Observe que estamos somando 1 a mais para cada


Aplicando a fórmula da PG infinita S∞ = , che- número.
1−q
ga-se na resposta. 1=1=2
2+2=4
2. Determine o valor do sexto termo da seguinte pro-
4+3=7
gressão geométrica (1, 2, 4, 8, ...).
-Série de Fibonacci
Resposta: a6 = 32
NOÇÕES DE LÓGICA

1 1 2 3 5 8 13
Nota-se que a razão da progressão geométrica é igual
a 2. Então, tem-se que: Cada termo é igual à soma dos dois anteriores.

an = ap � qn−p -Números Primos


a6 = a1 � q6−1 2 3 5 7 11 13 17
Naturais que possuem apenas dois divisores naturais.
a6 = 1 � 25 = 32

19
-Quadrados Perfeitos Resposta: Letra A.
1 4 9 16 25 36 49 Primeiro tentamos número de sílabas ou letras.
Números naturais cujas raízes são naturais. Letras já não deu certo.
Galo=4
Exemplo 1 Pato=4
Carneiro=8
(UFPB – ADMINISTRADOR – IDECAN/2016) Consi- Cobra=4
dere a sequência numérica a seguir: Jacaré=6
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de Número de sílabas
formação a partir do terceiro termo, então o denomina- Está dividido em 2 e 3 e sem padrões
dor do próximo termo da sequência é: Começadas com as letras dos meses?não...
Difícil...
a) 9. São animais, então:
b) 11. Galo e pato são aves
c) 26. Cobra e jacaré são répteis
d) 27. O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
procurar outro mamífero que no caso é o boi
Resposta: Letra D. Resposta: A.
Quando há uma sequência que não parece progres-
são aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para 2. (IBGE - TÉCNICO EM INFORMAÇÕES GEOGRÁ-
soma os dois anteriores, soma 1, e assim por diante. FICAS E ESTATÍSTICAS – FGV/2016) Considere a se-
No caso se somarmos os dois primeiros para dar o quência infinita
terceiro: 3+6=9 IBGEGBIBGEGBIBGEG...
Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3 A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respecti-
Vamos ver se ficará certo com o restante vamente:
6+3=9
9/3=3 a) BG;
3+2=5 b) GE;
5/3 c) EG;
Opa...parece que deu certo d) GB;
e) BI.
Então:
Resposta: Letra E.
É uma sequência com 6
Cada letra equivale a sequência
I=1
B=2
G=3
E=4
G=5
3. Sequência de Letras B=0
2016/6=336 resta 0
Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difí- 2017/6=336 resta 1
cil de falar, pois podem ser de vários tipos.
Às vezes temos que substituir por números, outras Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva-
analisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns lente a última letra
exemplos? E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira
letra.
Exemplos
4. Sequência de Figuras
1. (AGERIO – ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO –
FDC/2015) Considerando a sequência de vocábulos: Do mesmo modo que a sequência de letras, é um
galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré tema abrangente, pois a banca pode pedir a figura que
A alternativa lógica que substitui X é: convém.
NOÇÕES DE LÓGICA

a) boi
b) siri
c) sapo
d) besouro
e) gaivota

20
Exemplo Resposta: Letra C.
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1
1. (FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tec- Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos
nologia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que con- 213+1=8193
tém a próxima figura da sequência.
02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITUTO
AOCP/2017) Uma máquina foi programada para distri-
buir senhas para atendimento em uma agência bancária
alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha
(A) o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na
seguinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas infor-
mações mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª
senhas, respectivamente, são:

a) 69 e Z.
(B) b) 90 e Y.
c) T e 88.
d) 77 e Z.
e) Y e 100.
(C) Resposta: Letra D
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5, 8,...)
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocu-
pará na sequência. Portanto será a 26
A26=a1+25r
A26=2+25⋅3
(D) A26=2+75=77

A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na


sequência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é
a letra Z.
(E) 03. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FAURGS/2017) Na figura abaixo, encontram-se repre-
sentadas três etapas da construção de uma sequência
elaborada a partir de um triângulo equilátero.

Resposta: Letra B.
Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado
E depois 2 riscos e assim por diante.
Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D?
É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de
todos.
Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados do
triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices
nesses pontos médios, obtendo-se os triângulos pre-
EXERCÍCIO COMENTADO
tos. Na etapa 2, marcam-se os pontos médios dos lados
dos triângulos pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os
01. ( TRE/RJ - TÉCNICO JUDICIÁRIO - OPERAÇÃO triângulos com vértices nesses pontos médios, obtendo-
DE COMPUTADORES – CONSULPLAN/2017) Os ter- -se um novo conjunto de triângulos pretos. A etapa 3 e
mos de uma determinada sequência foram sucessiva- as seguintes mantêm esse padrão de construção.
mente obtidos seguindo um determinado padrão: Mantido o padrão de construção acima descrito, o nú-
(5, 9, 17, 33, 65, 129...) mero de triângulos pretos existentes na etapa 7 é
NOÇÕES DE LÓGICA

O décimo segundo termo da sequência anterior é um


número a) 729.
b) 1.024.
a) menor que 8.000. c) 2.187.
b) maior que 10.000. d) 4.096.
c) compreendido entre 8.100 e 9.000. e) 6.561.
d) compreendido entre 9.000 e 10.000.

21
Resposta: Letra C 07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217)
Considere a seguinte sequência de figuras formadas por
É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3. círculos:

04. (SESAU/RO – ENFERMEIRO – FUNRIO/2017) Ob- Continuando a sequência de maneira a manter o mesmo
serve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ... padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é:
O próximo termo é o:
a) 334.
a) 65.
b) 314.
b) 66.
c) 342.
c) 67.
d) 324.
d) 68.
e) 69. e) 316.

Resposta: Letra D. Resposta: Letra D.


Observe que de 43 para 46 são 3 Figura 1:1
50-46=4 Figura 2:4
55-50=5 Figura 3:9
61-55=6 Figura 4:16
Portanto, o próximo será somando 7 O número de círculos é o quadrado da posição
61+7=68 Figura 18: 18²=324

05. (TRT 24ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 08. (CODEBA – GUARDA PORTUÁRIO – FGV/2016)
FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I; Para passar o tempo, um candidato do concurso escre-
17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris- veu a sigla CODEBA por sucessivas vezes, uma após a
mos e pelas letras outra, formando a sequência:
C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ...
a) EI. A 500ª letra que esse candidato escreveu foi:
b) UA.
c) OA. a) O
d) IO. b) D
e) AE. c) E
d) B
Resposta: Letra D. e) A
A partir do 5º termo começa a repetir as letras, por-
tanto: Resposta: Letra A.
12/5=2 e resta 2
É uma sequência com 6 letras:
Assim, será igual ao segundo termo, IO.
500/6=83 e resta 2
C=1
06. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
O=2
IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, %
, &, # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que D=3
estará na 117ª posição será: E=4
B=5
a) @ A=0
b) % Como restaram 2, então será igual a O.
c) &
d) # 09. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU-
e) $ NESP/2016) A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3,
5); ...) tem como termos sequências contendo apenas
NOÇÕES DE LÓGICA

Resposta: Letra A. os números 3 ou 5. Dentro da lógica de formação da


117/4=29 e resta 1 sequência, cada termo, que também é uma sequência,
Portanto, é igual a figura 1 @ deve ter o menor número de elementos possível. Dessa
forma, o número de elementos contidos no décimo oi-
tavo termo é igual a:

22
a) 5.
b) 4.
c) 6.
HORA DE PRATICAR!
d) 7.
e) 8. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2016) Julgue os itens a seguir, relativos a raciocínio lógi-
Resposta: Letra A. co e operações com conjuntos.
Vamos somar os números:
3+5=8 1. A sentença “Bruna, acesse a Internet e verifique a data
3+3+3=9 da aposentadoria do Sr. Carlos!” é uma proposição com-
5+5=10 posta que pode ser escrita na forma p ∧ q.
3+3+5=11
( )CERTO ( )ERRADO
Observe que
os termos formam uma PA de razão 1. 2. Para quaisquer proposições p e q, com valores lógicos
a18=? quaisquer, a condicional p ⇒ (q ⇒ p) será, sempre, uma
a18=a1+17r tautologia.
a18=8+17
( )CERTO ( )ERRADO
a18=25
Para dar 25, com o menor número de elementos pos-
3. Caso a proposição simples “Aposentados são idosos” te-
síveis, devemos ter (5,5,5,5,5)
nha valor lógico falso, então o valor lógico da proposição
“Aposentados são idosos, logo eles devem repousar” será
10. (CODAR – RECEPCIONISTA – EXATUS/2016) A
falso.
sequência numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui
determinada lógica em sua formação. O número corres- ( )CERTO ( )ERRADO
pondente ao décimo elemento dessa sequência é:
4. Dadas as proposições simples p: “Sou aposentado” e
a) 91 q: “Nunca faltei ao trabalho”, a proposição composta “Se
b) 88. sou aposentado e nunca faltei ao trabalho, então não sou
c) 87 aposentado” deverá ser escrita na forma (p ∧ q) ⇒ ~p,
d) 84 usando-se os conectivos lógicos.

Resposta: Letra A. ( )CERTO ( )ERRADO


A princípio, queremos ver a sequência com os termos
seguidos mesmo, o que seria: 5. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CES-
99+4=103 PE – 2008) Proposições são sentenças que po-
103-7=96 dem ser julgadas como verdadeiras ou falsas,
96+4=100 mas não admitem ambos os julgamentos. A esse
100-7=93 respeito, considere que A represente a proposição
Alternando essa sequência, mas se conseguirmos vi- simples “É dever do servidor apresentar-se ao tra-
sualizar uma outra maneira, ficará mais fácil. balho com vestimentas adequadas ao exercício da
Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam função”, e que B represente a proposição simples “É
uma PA de razão r=-3 permitido ao servidor que presta atendimento ao
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão público solicitar dos que o procuram ajuda finan-
também r=-3 ceira para realizar o cumprimento de sua missão”.
Como a10 é par, devemos tomar como base a sequên- Considerando as proposições A e B acima, jul-
cia par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos gue os itens subsequentes, com respeito ao Có-
tratando apenas dela, a10=a5 digo de Ética Profissional do Servidor Públi-
Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por co Civil do Poder Executivo Federal e às regras
diante. inerentes ao raciocínio lógico. A proposição composta
A5=a1+4r “Se A então B” é necessariamente verdadeira.
A5=103-12
A5=31
( )CERTO ( )ERRADO
6. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE
– 2016) Na lógica proposicional, a oração “Antônio fuma
NOÇÕES DE LÓGICA

10 cigarros por dia, logo a probabilidade de ele sofrer


um infarto é três vezes maior que a de Pedro, que é não
fumante” representa uma proposição composta.

( )CERTO ( )ERRADO

23
7. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE – tão contempladas na tabela a seguir, em que cada célula,
2016) Supondo-se que p seja a proposição simples “João correspondente ao cruzamento de uma linha com uma
é fumante”, que q seja a proposição simples “João não coluna, foi preenchida com V (verdadeiro) no caso de a
é saudável” e que p ⇒ q, então o valor lógico da pro- servidora listada na linha ter tomado a atitude represen-
posição “João não é fumante, logo ele é saudável” será tada na coluna, ou com F (falso), caso contrário.
verdadeiro.

( )CERTO ( )ERRADO

Texto para as questões de 8 a 10

Proposições são sentenças que podem ser julgadas como


verdadeiras — V — ou falsas — F —, mas não como am-
bas. Se P e Q são proposições, então a proposição “Se P Com base nessas informações, julgue os itens seguintes.
então Q”, denotada por PÚQ, terá valor lógico F quando
P for V e Q for F, e, nos demais casos, será V. Uma expres- ( )CERTO ( )ERRADO
são da forma ¬P, a negação da proposição P, terá valores
lógicos contrários aos de P. P∨Q, lida como “P ou Q”, terá 10. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE
valor lógico F quando P e Q forem, ambas, F; nos demais – 2008) Se P for a proposição “Rejane alterou texto de
casos, será V. documento oficial que deveria apenas ser encaminhado
para providências” e Q for a proposição “Renata buscou
Considere as proposições simples e compostas apresen- evitar situações procrastinatórias”, então a proposição
tadas abaixo, denotadas por A, B e C, que podem ou não P→Q tem valor lógico V.
estar de acordo com o artigo 5.º da Constituição Federal.
A: A prática do racismo é crime afiançável. ( )CERTO ( )ERRADO
B: A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Es-
tado. (EBSERH – ÁREAS MÉDICAS – CESPE – 2018) Uma
C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político pesquisa revelou características da população de uma
em território brasileiro será extraditado. pequena comunidade composta apenas por casais e
seus filhos. Todos os casais dessa comunidade são ele-
De acordo com as valorações V ou F atribuídas correta- mentos do conjunto A∪B∪C, em que
mente às proposições A, B e C, a partir da Constituição A = {casais com pelo menos um filho com mais de 20
Federal, julgue os itens a seguir. anos de idade};
B = {casais com pelo menos um filho com menos de 10
8. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE anos de idade};
– 2008) Para a simbolização apresentada acima e seus C = {casais com pelo menos 4 filhos}.
correspondentes valores lógicos, a proposição B→C é V.
Considerando que n(P) indique a quantidade de elemen-
( )CERTO ( )ERRADO tos de um conjunto P, suponha que n(A) = 18; n(B) =
20; n(C) = 25; n(A∩B) = 13; n(A∩C) = 11; n(B∩C) = 12 e
9. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE n(A∩B∩C) = 8. O diagrama a seguir mostra essas quanti-
– 2008) De acordo com a notação apresentada acima, é dades de elementos.
correto afirmar que a proposição (¬A)∨(¬C) tem valor
lógico F.
( )CERTO ( )ERRADO

Roberta, Rejane e Renata são servidoras de um mesmo


órgão público do Poder Executivo Federal. Em um trei-
namento, ao lidar com certa situação, observou-se que
cada uma delas tomou uma das seguintes atitudes:
A1: deixou de utilizar avanços técnicos e científicos que
estavam ao seu alcance;
A2: alterou texto de documento oficial que deveria ape-
nas ser encaminhado para providências;
NOÇÕES DE LÓGICA

A3: buscou evitar situações procrastinatórias. Cada uma


dessas atitudes, que pode ou não estar de acordo com
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal (CEP), foi tomada por exa-
tamente uma das servidoras. Além disso, sabe-se que a
servidora Renata tomou a atitude A3 e que a servidora
Roberta não tomou a atitude A1. Essas informações es-

24
11. Com base nas informações e no diagrama precedentes, julgue o item a seguir.
Pelo menos 30 casais dessa comunidade têm 2 ou mais filhos.

( )CERTO ( )ERRADO

12. Com base nas informações e no diagrama precedentes, julgue o item a seguir.
Se um casal dessa comunidade for escolhido ao acaso, então a probabilidade de ele ter menos de 4 filhos será superior
a 0,3.

( )CERTO ( )ERRADO

13. Com base nas informações e no diagrama precedentes, julgue o item a seguir.
A referida comunidade é formada por menos de 180 pessoas.

( )CERTO ( )ERRADO

14. (EBSERH – TÉCNICO EM RADIOLOGIA – CESPE – 2018) Considere as seguintes proposições: P: O paciente re-
ceberá alta; Q: O paciente receberá medicação; R: O paciente receberá visitas.
Tendo como referência essas proposições, julgue o item a seguir, considerando que a notação ~S significa a negação
da proposição S.
Se, em uma unidade hospitalar, houver os seguintes conjuntos de pacientes: A = {pacientes que receberão alta}; B =
{pacientes que receberão medicação} e C = {pacientes que receberão visitas}; se, para os pacientes dessa unidade hos-
pitalar, a proposição ~P→[Q∨R] for verdadeira; e se Ac foro conjunto complementar de A, então Ac⊂B∪C.

( )CERTO ( )ERRADO

15. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação de
uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Basta
um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente modificada.”
Considerando a situação apresentada e a proposição correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
Se A for o conjunto dos presentes que votaram a favor e B for o conjunto dos presentes que votaram contra, então o
conjunto diferença A\B terá exatamente um elemento.

( )CERTO ( )ERRADO

16. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE – 2016) Se A, B e C forem conjuntos quaisquer tais que A, B ⊂
C, então (C \ A) ∩ (A ∪ B) = C ∩ B.

( )CERTO ( )ERRADO

A Guia da Previdência Social (GPS), cujo modelo é apresentado abaixo, é o documento hábil para o recolhimento das
contribuições sociais dos contribuintes individuais da previdência social.
NOÇÕES DE LÓGICA

25
Os prazos para recolhimento das contribuições previden- 21. (CPRM – TÉCNICO EM GEOCIÊNCIAS – CESPE –
ciárias em GPS são: 2016) A represa X, que abastece de água determinada
• até o dia 15 do mês seguinte àquele a que as contri- cidade, tem capacidade para 480 milhões de metros cú-
buições se referirem, prorrogando-se o vencimento para bicos de água.
o dia útil subsequente quando não houver expediente Se, em determinado dia, a água contida na represa X re-
bancário, para os contribuintes individuais, facultativos e presentava 35% de sua capacidade máxima, então, nesse
domésticos; dia, havia na represa
• até o dia 20 de dezembro, antecipando-se o vencimen-
to para o dia útil imediatamente anterior, quando não a) 168 milhões de litros de água.
houver expediente bancário, para as contribuições inci- b) 312 milhões de litros de água.
dentes sobre o 13.º salário. c) 384 mil litros de água.
d) 312 mil litros de água.
17. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE e) 168 bilhões de litros de água.
– 2003) Considerando que o “VALOR DO INSS” constan-
te na GPS acima corresponda a 19,65% do salário-de- 22. (ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA – CESPE –
-contribuição de um empregado doméstico, é correto 2018) As seguintes proposições lógicas formam um con-
concluir que esse empregado recebe um salário mensal junto de premissas de um argumento:
superior a R$ 340,00. • Se Pedro não é músico, então André é servidor da ABIN.
• Se André é servidor da ABIN, então Carlos não é um
( ) CERTO ( ) ERRADO espião.
• Carlos é um espião.
18. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2003) A GPS acima foi gerada após 15/2/2003 e o valor A partir dessas premissas, julgue o item a seguir, acerca
relativo ao campo “ATM/MULTA E JUROS” corresponde a de lógica de argumentação.
mais de 4% do “VALOR DO INSS”. Se a proposição lógica “Pedro é músico.” for a conclusão
desse argumento, então, as premissas juntamente com
( ) CERTO ( ) ERRADO essa conclusão constituem um argumento válido.

19. (IFF – Técnico Administrativo – CESPE – 2018) A ( ) CERTO ( ) ERRADO


quantia de R$ 360.000 deverá ser repassada às escolas A,
B e C para complemento da merenda escolar. A distribui- 23. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
ção será em partes diretamente proporcionais às quanti- PE – 2017) Texto CB1A5BBB – Argumento formado pelas
dades de alunos de cada escola. Sabe-se que a escola A premissas (ou proposições) P1 e P2 e pela conclusão C
tem 20% a mais de alunos que a escola B e que a escola P1: Se eu assino o relatório, sou responsável por todo
C tem 20% a menos de alunos que a escola B. Nesse caso, o seu conteúdo, mesmo que tenha escrito apenas uma
a escola A deverá receber parte.
P2: Se sou responsável pelo relatório e surge um proble-
a) R$ 140.000. ma em seu conteúdo, sou demitido.
b) R$ 144.000. C: Logo, escrevo apenas uma parte do relatório, mas sou
c) R$ 168.000. demitido.
d) R$ 192.000.
e) R$ 216.000.
O argumento apresentado no texto CB1A5BBB se tor-
naria válido do ponto de vista da lógica sentencial, se,
20. (FUB – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
além das premissas P1 e P2, a ele fosse acrescentada a
CESPE – 2016) Diariamente, o tempo médio gasto pelos
proposição.
servidores de determinado departamento para executar
a) Não sou demitido ou não escrevo uma parte do rela-
suas tarefas é diretamente proporcional à quantidade de
tório.
tarefas executadas e inversamente proporcional à sua
produtividade individual diária P. b) Sou responsável apenas pela parte que escrevi do re-
Com base nessas informações, julgue o item a seguir. latório.
Considere que na terça-feira a quantidade de tarefas a c) Eu escrevo apenas uma parte do relatório, assino o re-
serem executadas por um servidor correspondia a 50% latório e surge um problema em seu conteúdo.
a mais do que a quantidade de tarefas executadas no d) Se não escrevo nenhuma parte do relatório, não sou
dia anterior. Nesse caso, para que o servidor concluís- demitido.
se seu trabalho da terça-feira no mesmo tempo gasto
NOÇÕES DE LÓGICA

para concluí-lo na segunda-feira, a sua produtividade na


terça-feira deveria aumentar em 50% em relação à pro-
dutividade da segunda-feira.

( ) CERTO ( ) ERRADO

26
24. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE 27. (PC-MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2018)
– 2017) Texto CB2A6BBB Proposição CG1A5AAA
A maior prova de honestidade que realmente posso dar A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão de segurança da sociedade diminui.
desonesto que sempre fui. Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva-
lente à proposição CG1A5AAA.
Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte,
concernente à argumentação e aos tipos de argumentos. a) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, en-
Verifica-se a ocorrência de falácia no argumento da frase. tão a sensação de segurança da sociedade diminui.
b) Se qualidade da educação dos jovens sobe, então a
sensação de segurança da sociedade diminui.
( ) CERTO ( ) ERRADO
c) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, en-
tão a sensação de segurança da sociedade não dimi-
25. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE
nui.
– 2017) Texto CB2A6BBB
d) Se a sensação de segurança da sociedade diminui, en-
A maior prova de honestidade que realmente posso dar tão a qualidade da educação dos jovens sobe.
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão e) Se a sensação de segurança da sociedade não diminui,
desonesto que sempre fui. então a qualidade da educação dos jovens não sobe.
Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte, 28. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
concernente à argumentação e aos tipos de argumentos. PE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
Pode-se inferir da frase que a maior parte dos cidadãos é vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
corrupta e que, portanto, a sociedade é corrupta em sua a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
totalidade. afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
será totalmente modificada.”
( ) CERTO ( ) ERRADO Considerando a situação apresentada e a proposição
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
26. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
CIÁRIA – CESPE – 2017) De uma urna que continha 20 A proposição é equivalente, sob o ponto de vista da ló-
bolas idênticas, identificadas por números de 1 a 20, foi gica sentencial, à proposição “Desde que um membro
extraída aleatoriamente uma bola. Esse evento define o mude de ideia, a decisão será totalmente modificada”.
espaço amostral Ω = {1, 2, 3, ..., 20}. Considere os seguin-
tes eventos: A = {a bola retirada da urna é identificada ( ) CERTO ( ) ERRADO
por um número múltiplo de 4}; B = {a bola retirada da
urna é identificada por um número múltiplo de 5}. A par- 29. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
tir das probabilidades P(A), P(B) e P(A∪B) — que são, PE – 2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P
respectivamente, as probabilidades de os eventos A, B A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
e A∪B ocorrerem —, considere o argumento formado rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen-
pelas premissas P1 e P2 e pela conclusão C, em que to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva-
lente, sob o ponto de vista da lógica sentencial, à propo-
sição P do texto CB1A5AAA.

a) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-


ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa-
gamento, ou o juiz julgou procedente a ação movida
Com base nessas informações, assinale a opção correta. pelo ex-empregado.
b) Se o juiz julgou procedente a ação movida pelo ex-
a) A premissa P1 é uma proposição verdadeira, e a con- -empregado, então a empresa alegou ter pago suas
clusão C é uma proposição falsa. obrigações previdenciárias, mas não apresentou os
b) A premissa P2 e a conclusão C são proposições ver- comprovantes de pagamento.
dadeiras. c) Se a empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
c) A conclusão C é falsa, mas o argumento é válido. denciárias, mas não apresentou os comprovantes de
d) A premissa P1 é falsa e o argumento não é válido. pagamento, então o juiz julgou procedente a ação
movida pelo ex-empregado.
NOÇÕES DE LÓGICA

e) A premissa P1 e a conclusão C são proposições verda-


deiras e o argumento é válido. d) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa-
gamento, mas o juiz julgou procedente a ação movida
pelo ex-empregado.

27
30. (CORPO DE BOMBEIROS – MILITAR-AL – SOL- 34. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
DADO COMBATENTE – CESPE – 2018) A proposição: CIÁRIA – CESPE – 2017) Assinale a opção que corres-
“Se determinado candidato foi aprovado nas provas ob- ponde a uma negativa da seguinte proposição: “Se nas
jetivas do concurso e no curso de formação de praças, cidades medievais não havia lugares próprios para o tea-
ele se tornou soldado combatente do corpo de bombei- tro e as apresentações eram realizadas em igrejas e cas-
ros local.” é equivalente à seguinte proposição: “Se de- telos, então a maior parte da população não era excluída
terminado candidato não se tornou soldado combatente dos espetáculos teatrais”.
do corpo de bombeiros local, então ele foi reprovado nas
provas objetivas do concurso e no curso de formação de a) Nas cidades medievais havia lugares próprios para o
praças.” teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas
e castelos e a maior parte da população era excluída
( ) CERTO ( ) ERRADO dos espetáculos teatrais.
b) Se a maior parte da população das cidades medievais
31. (CORPO DE BOMBEIROS – MILITAR-AL – OFI- era excluída dos espetáculos teatrais, então havia lu-
CIAL COMBATENTE – CESPE – 2018) A respeito de gares próprios para o teatro e as apresentações eram
proposições lógicas, julgue os itens a seguir. Considere realizadas em igrejas e castelos.
que P e Q sejam as seguintes proposições: c) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para
P: Se a humanidade não diminuir a produção de material o teatro e as apresentações não eram realizadas em
plástico ou não encontrar uma solução para o problema igrejas e castelos, então a maior parte da população
do lixo desse material, então o acúmulo de plástico no era excluída dos espetáculos teatrais.
meio ambiente irá degradar a vida no planeta. d) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para o
Q: A humanidade diminui a produção de material plásti- teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas
co e encontra uma solução para o problema do lixo desse e castelos, então a maior parte da população era ex-
material ou o acúmulo de plástico no meio ambiente de- cluída dos espetáculos teatrais.
gradará a vida no planeta. e) Nas cidades medievais não havia lugares próprios para
Nesse caso, é correto afirmar que as proposições P e Q o teatro, as apresentações eram realizadas em igrejas
são equivalentes. e castelos e a maior parte da população era excluída
dos espetáculos teatrais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
35. (TRF 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
32. (EBSERH – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – CES- PE – 2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
PE – 2018) A respeito de lógica proposicional, julgue o vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
item que se segue. a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
A negação da proposição “Se o fogo for desencadeado afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
por curto-circuito no sistema elétrico, será recomendá- será totalmente modificada.”
vel iniciar o combate às chamas com extintor à base de Considerando a situação apresentada e a proposição
espuma.” é equivalente à proposição “O fogo foi desen- correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
cadeado por curto-circuito no sistema elétrico e não será A negação da proposição pode ser corretamente expres-
recomendável iniciar o combate às chamas com extintor sa por “Basta um de nós não mUdar de ideia ou a decisão
à base de espuma.” não será totalmente modificada”.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO


33. (PC-MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2018)
36. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
Proposição CG1A5AAA
PE – 2017) Texto CB1A5AAA
A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
Proposição P: A empresa alegou ter pago suas obriga-
de segurança da sociedade diminui.
ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovan-
Assinale a opção que apresenta uma proposição que
tes de pagamento; o juiz julgou, pois, procedente a ação
constitui uma negação da proposição CG1A5AAA.
movida pelo ex-empregado.
a) A qualidade da educação dos jovens não sobe e a sen- Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga-
sação de segurança da sociedade não diminui. ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovan-
b) A qualidade da educação dos jovens desce ou a sensa- tes de pagamento.
ção de segurança da sociedade aumenta. A proposição Q, anteriormente apresentada, está presen-
c) A qualidade da educação dos jovens não sobe ou a te na proposição P do texto CB1A5AAA.
A negação da proposição Q pode ser expressa por
NOÇÕES DE LÓGICA

sensação de segurança da sociedade não diminui.


d) A qualidade da educação dos jovens sobe e a sensa-
ção de segurança da sociedade diminui. a) A empresa não alegou ter pago suas obrigações pre-
e) A qualidade da educação dos jovens diminui ou a sen- videnciárias ou apresentou os comprovantes de paga-
sação de segurança da sociedade sobe. mento.
b) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
ciárias ou não apresentou os comprovantes de paga-
mento.

28
c) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- 39. Com relação ao composto E, a quantidade de laudos
ciárias e apresentou os comprovantes de pagamento. falsos distintos constituídos com dados dos exames de
d) A empresa não alegou ter pago suas obrigações pre- Amanda, Bárbara e Carlos que poderia ser produzida é
videnciárias nem apresentou os comprovantes de pa- superior a 50
gamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
37. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
CESPE – 2018) Como forma de melhorar a convivência, 40. Caso o laboratório escolhesse aleatoriamente, entre
as famílias Turing, Russell e Gödel disputaram, no parque os dados dos 7 pacientes-fonte, aqueles que seriam usa-
da cidade, em um domingo à tarde, partidas de futebol dos nas medições referentes ao composto E, a probabi-
e de vôlei. O quadro a seguir mostra os quantitativos de lidade de serem usados os dados de Amanda, Bárbara e
membros de cada família presentes no parque, distribu- Carlos seria inferior a 3%.
ídos por gênero.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Família Masculino Feminino
41. (TRT 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – CES-
Turing 5 7
PE/2017) Se, na presente prova, em que cada questão
Russel 6 5 tem quatro opções de resposta, um candidato escolher
Gödel 5 9 ao acaso uma única resposta para cada uma das quatro
primeiras questões, então a probabilidade de ele acertar
A partir dessa tabela, julgue o item subsequente. exatamente duas questões será igual a
Considere que, em eventual sorteio de brindes, um nome
tenha sido retirado, ao acaso, do interior de uma urna a) 1/2.
que continha os nomes de todos os familiares presentes b) 9/16.
no evento. Nessa situação, sabendo-se que o sorteado c) 27/128.
não é uma mulher da família Gödel, a probabilidade de d) 9/256.
ser uma mulher da família Russel será superior a 20%.

( ) CERTO ( ) ERRADO

(PM-MA – 1º TENENTE – PM – CIRURGIÃO DENTIS-


TA – CESPE – 2017) Determinado laboratório de aná-
lises clínicas está sendo investigado por emitir laudos
falsos de um exame constituído por 7 indicadores, cor-
respondentes à concentração de 4 compostos na corren-
te sanguínea, obtidos da seguinte forma: uma medição
da concentração de cada um dos compostos A, B, C e D,
e 3 medições, por 3 diferentes técnicas, da concentração
do composto E. Os laudos verdadeiros de 7 pacientes
(chamados pacientes-fonte), com prenomes distintos,
entre eles Amanda, Bárbara, Carlos e Daniel, eram usados
para compor laudos falsos para os demais pacientes. Para
dificultar a ação da autoridade policial, na montagem de
um laudo falso, o laboratório tomava o cuidado de, no
conjunto de 7 medições que constituíam cada laudo
falsificado, usar apenas uma medição de cada paciente-
-fonte, ou seja, de nunca usar 2 ou mais medições de um
mesmo paciente-fonte.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens
seguintes.

38. Se fosse adotada a estratégia de falsificar laudos se-


guindo-se a ordem sucessiva de medições referentes aos
compostos A, B, C e D e, em seguida, as medições referen-
tes ao composto E, a quantidade de laudos falsos distintos
NOÇÕES DE LÓGICA

que poderiam ser gerados pelo laboratório seria superior


a 800.

( ) CERTO ( ) ERRADO

29
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 Errado ________________________________________________

2 Certo _________________________________________________
3 Errado _________________________________________________
4 Certo
_________________________________________________
5 Errado
_________________________________________________
6 Certo
7 Errado _________________________________________________
8 Errado _________________________________________________
9 Errado
_________________________________________________
10 Certo
_________________________________________________
11 Certo
12 Errado _________________________________________________
13 Errado _________________________________________________
14 Errado
_________________________________________________
15 Errado
_________________________________________________
16 Errado
17 Certo _________________________________________________
18 Certo _________________________________________________
19 B _________________________________________________
20 Certo
_________________________________________________
21 E
22 Certo _________________________________________________

23 C _________________________________________________
24 Errado _________________________________________________
25 Errado
_________________________________________________
26 C
_________________________________________________
27 A
28 Errado _________________________________________________
29 C _________________________________________________
30 Errado
_________________________________________________
31 Certo
_________________________________________________
32 Certo
33 A _________________________________________________
34 E _________________________________________________
35 Errado _________________________________________________
36 A
_________________________________________________
NOÇÕES DE LÓGICA

37 Errado
38 Certo _________________________________________________

39 Errado _________________________________________________
40 Certo _________________________________________________
41 C
_________________________________________________

30
ÍNDICE

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Sistema operacional: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência,
manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, digitalização, interação com o conjunto
de aplicativos para escritório;.................................................................................................................................................................................... 01
Editor de texto: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas,
legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto;.................................................................................... 09
Editor de planilha eletrônica: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos,
elaboração de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos
predefinidos, controle de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados;........... 18
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos; Mensageria
eletrônica: conceito e utilização; Voz sobre IP: conceito e utilização;............................................................................................................ 30
Ambiente em rede: conceitos, navegadores, navegação internet e intranet, conceitos de URL, links, sites, busca e
impressão de páginas, redes sociais, sistemas de busca e pesquisa, proteção e segurança, configurações, armazenamento
de dados na nuvem (cloud storage);...................................................................................................................................................................... 35
Hardware: Microcomputadores e periféricos: configuração básica e componentes; Impressoras: classificação e noções
gerais; dispositivos de armazenamento externo: conceito, classificação e noções gerais..................................................................... 49
SISTEMA OPERACIONAL: CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA
DE TRABALHO, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA, MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS
MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, DIGITALIZAÇÃO, INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE
APLICATIVOS PARA ESCRITÓRIO;

Windows

O Windows assim como tudo que envolve a informática passa por uma atualização constante, os concursos públicos
em seus editais acabam variando em suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do
Windows quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por
programadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são
considerados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas
quando o computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro
a ser instalado na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas
rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade
das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos que
instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais
programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e gerencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do computa-
dor trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o
processador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória
que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendido na permuta de processos para dentro
e para fora da memória, pelo armazenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório
(RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Windows 7

Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:


1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito em computador e clique em Propriedades.
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, você precisará de um processador capaz de executar uma versão
de 64 bits do Windows. Os benefícios de um sistema operacional de 64 bits ficam mais claros quando você tem uma
grande quantidade de RAM (memória de acesso aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais. Nesses casos,
como um sistema operacional de 64 bits pode processar grandes quantidades de memória com mais eficácia do que
um de 32 bits, o sistema de 64 bits poderá responder melhor ao executar vários programas ao mesmo tempo e alternar
entre eles com frequência”.
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse caso,
é possível instalar:
- Sobre o Windows XP;
- Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista (Win Vista), também 32 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
- Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 em um computador e formatar o HD durante a insta- lação;
- Win 7 em um computador sem SO;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a chave
do produto, que é um código que será solicitado durante a instalação.
Vamos adotar a opção de instalação com formatação de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corporation:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows seja inicializado normalmente, insira do disco de instalação
do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma ou outras preferências e clique em avançar.

1
- Se a página de Instalação Windows não aparecer
e o programa não solicitar que você pressione al- #FicaDica
guma tecla, talvez seja necessário alterar algumas Clicando com o botão direito do mouse em
configurações do sistema. Para obter mais infor- um espaço vazio da área de trabalho ou ou-
mações sobre como fazer isso, consulte. Inicie o tro apropriado, podemos encontrar a opção
seu computador usando um disco de instalação do pasta.
Windows 7 ou um pen drive USB. Clicando nesta opção com o botão esquer-
- Na página Leia os termos de licença, se você acei- do do mouse, temos então uma forma prá-
tar os termos de licença, clique em aceito os ter- tica de criar uma pasta.
mos de licença e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
que em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique
em opções da unidade (avançada).
- Clique na partição que você quiser alterar, clique
na opção de formatação desejada e siga as instru-
ções.
- Quando a formatação terminar, clique em avançar. Figura 65: Criamos aqui uma pasta chamada “Traba-
- Siga as instruções para concluir a instalação do lho”.
Windows 7, inclusive a nomenclatura do compu-
tador e a configuração de uma conta do usuário
inicial.

Conceitos de organização e de gerenciamento de


informações; arquivos, pastas e programas.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-
vamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a
programas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo. Figura 66: Tela da pasta criada

1. Criação de pastas (diretórios) Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la
e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

2. Área de trabalho:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 64: Criação de pastas


Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos


quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome

2
de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir- 2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e dos como atalhos na barra de tarefas para serem
documentos para dar início ou continuidade ao trabalho. acessados com facilidade.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra 3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
de tarefas, que traz uma série de particularidades, como: idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
configurados para entrar em ação quando o com-
Figura 68: Barra de tarefas putador é iniciado. Muitos deles ficam em exe-
cução o tempo todo no sistema, como é o caso
1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato de ícones de programas antivírus que monitoram
com todos os outros programas instalados, pro- constantemente o sistema para verificar se não há
gramas que fazem parte do sistema operacional invasões ou vírus tentando ser executados.
e ambientes de configuração e trabalho. Com um 5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o
clique nesse botão, abrimos uma lista, chamada relógio constantemente na sua tela, clicando duas
Menu Iniciar, que contém opções que nos per- vezes, com o botão esquerdo do mouse nesse íco-
mitem ver os programas mais acessados, todos ne, acessamos as Propriedades de data e hora.
os outros programas instalados e os recursos do
próprio Windows. Ele funciona como uma via de
acesso para todas as opções disponíveis no com-
putador.

Por meio do botão Iniciar, também podemos:


- desligar o computador, procedimento que encerra
o Sistema Operacional corretamente, e desliga efe-
tivamente a máquina;
- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina
estiver ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos
casos em que vamos nos ausentar por um breve
período de tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de
alguns programas que precisam da reinicialização
do sistema para efetivarem sua instalação, durante Figura 70: Propriedades de data e hora
congelamento de telas ou travamentos da máqui-
na. Nessa janela, é possível configurarmos a data e a
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com hora, determinarmos qual é o fuso horário da nossa re-
nome e senha de outro usuário, tendo assim um gião e especificar se o relógio do computador está sin-
ambiente com características diferentes para cada cronizado automaticamente com um servidor de horário
usuário do mesmo computador. na Internet. Este relógio é atualizado pela bateria da pla-
ca mãe, que vimos na figura 26. Quando ele começa a
mostrar um horário diferente do que realmente deveria
mostrar, na maioria das vezes, indica que a bateria da
placa mãe deve precisar ser trocada. Esse horário tam-
bém é sincronizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-


-la, restaurar o que desejarmos.

Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.

3
Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar: Por
meio do clique com o botão direito do mouse na barra de
tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos acessar
a janela “Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar”.

Figura 71: Restauração de arquivos enviados para a


lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse
sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-
querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
o arquivo para seu local de origem.

#FicaDica
Outra forma de restaurar é usar a opção “Res-
taurar este item”, após selecionar o objeto.
Figura 73: Propriedades da barra de
tarefas e do menu iniciar
Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho
muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li- Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma - Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar seja posicionada em outros cantos da tela que não
aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que foi se- seja o inferior, ou seja, impede que seja arrastada
lecionado será permanentemente excluído. Outra forma com o botão esquerdo do mouse pressionado.
de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem - Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-
armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shif- ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar
t+Delete. maior aproveitamento da área da tela pelos pro-
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro gramas abertos, e a exibe quando o mouse é posi-
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de cionado no canto inferior do monitor.
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.

Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu


Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a apa-


rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas Figura 21: Barra de Ferramentas

4
3. Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do
sistema e da segurança”, permite a realização de
backups e restauração das configurações do sis-
tema e de arquivos. Possui ferramentas que per-
mitem a atualização do Sistema Operacional, que
exibem a quantidade de memória RAM instalada
no computador e a velocidade do processador. Figura 76: Computador
Oferece ainda, possibilidades de configuração de
Firewall para tornar o computador mais protegido. Observe que é possível visualizarmos as unidades de
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibili- disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
ta configurações de rede e Internet. É possível tam- Vemos também informações como o nome do computa-
bém definir preferências para compartilhamento dor, a quantidade de memória e o processador instalado
de arquivos e computadores. na máquina.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover
hardwares como impressoras, por exemplo. Tam- Windows 8
bém permite alterar sons do sistema, reproduzir
CDs automaticamente, configurar modo de eco- É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
nomia de energia e atualizar drives de dispositivos Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celu-
instalados. lares, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente
- Programas: através desta opção, podemos realizar a no layout, que acabou surpreendendo milhares de usuá-
desinstalação de programas ou recursos do Windo- rios acostumados com o antigo visual desse sistema.
ws. A tela inicial completamente alterada foi a mudança
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui al- que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas
teramos senhas, criamos contas de usuários, deter- as aplicações do computador que ficavam no Menu Ini-
minamos configurações de acesso. ciar e também é possível visualizar previsão do tempo,
- Aparência: permite a configuração da aparência da cotação da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, pequenas miniaturas que aparecem em sua tela inicial
menu iniciar e barra de tarefas. para ter acesso aos programas que mais utiliza.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer
de números e moedas. um painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o com- uma das pastas e não encontre algum comando, clique
putador às necessidades visuais, auditivas e moto- com o botão direito do mouse para que esse painel apa-
ras do usuário. reça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como
Computador o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com
imagens animadas. Cada mosaico representa um aplica-
tivo que está instalado no computador. Os atalhos dessa
#FicaDica área de trabalho, que representam aplicativos de versões
anteriores, ficam com o nome na parte de cima e um pe-
Através do “Computador” podemos consul- queno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem
tar e acessar unidades de disco e outros dis- tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados
positivos conectados ao nosso computador. automaticamente.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A tela pode ser customizada conforme a conveniên-


cia do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela,
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em mas podem ser encontrados clicando com o botão direito
Computador. A janela a seguir será aberta: do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um
desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com
o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na
Tela Inicial.

5
1. Charms Bar 8. Visualizar Imagens

O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa O sistema operacional agora faz com que cada vez
e esse recurso possibilita “esconder” algumas configura- que você clica em uma figura, um programa específico
ções e aplicações. É uma barra localizada na lateral que abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar
pode ser acessada colocando o mouse no canto direito e isso é preciso ir em Programas – Programas Default – Se-
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + lecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set this
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente Program as Default.
no sistema e configurada de acordo com a página em
que você está. 9. Imagem e Senha
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso,
selecionar desenhos durante a personalização do papel de acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo
parede. em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção
Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com
2. Redimensionar as tiles imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou- pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto.
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di- Escolha uma imagem no seu computador e verifique se a
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor. imagem está correta clicando em “Use this Picture”. Você
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser terá que desenhar três formas em touch ou com o mou-
destacar no computador. se: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, finalize
o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez,
3. Grupos de Aplicativos repita os movimentos para acessar seu computador.

Pode-se criar divisões e grupos para unir programas 10. Internet Explorer no Windows 8
parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos
podem ser renomeados. Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da pá-
gina inicial, você terá acesso ao software sem a barra de
4. Visualizar as pastas ferramentas e menus.

A interface do programas no computador podem ser Windows 10


vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado
a lado. Para passar de um painel para outro é necessário O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
usar a barra de rolagem que fica no rodapé. veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no
mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis-
5. Compartilhar e Receber sões é ficar com um visual mais de smart e touch.

Comando utilizado para compartilhar conteúdo, en-


viar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção
Compartilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há
também a opção Dispositivo que é usada para receber
e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao compu-
tador.

6. Alternar Tarefas

Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os


programas abertos no desktop e os aplicativos novos do
SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma
lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos mo- Figura 77: Tela do Windows 10
dernos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver-


7. Telas Lado a Lado sões (com destaque para as duas primeiras):

Esse sistema operacional não trabalha com o conceito 1. Windows 10


de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompa- É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
nhar o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops
computador. e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.

6
2. Windows 10 Pro
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-
teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc-
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere
ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de
que o usuário de um computador com sistema opera-
Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má-
cional Windows 7 tenha permissão de administrador e
quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para
deseje fazer o controle mais preciso da segurança das
realizar conexões a uma rede corporativa.
conexões de rede estabelecidas no e com o seu compu-
tador. Nessa situação, ele poderá usar o modo de segu-
3. Windows 10 Enterprise
rança avançado do firewall do Windows para especificar
precisamente quais aplicativos podem e não podem fa-
Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio
zer acesso à rede, bem como quais serviços residentes
do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
podem, ou não, ser externamente acessados.
4. Windows 10 Education
( ) CERTO ( ) ERRADO
Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender
Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede de
as necessidades do meio educacional. Também tem seu
fogo) é um dispositivo de uma rede de computadores
método de distribuição baseado através da versão aca-
que tem por objetivo aplicar uma política de segurança
dêmica de licenciamento de volume.
a um determinado ponto da rede. O firewall pode ser
do tipo filtros de pacotes, proxy de aplicações, etc. Os
5. Windows 10 Mobile firewalls são geralmente associados a redes TCP/IP.
Este dispositivo de segurança existe na forma de sof-
Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta- tware e de hardware, a combinação de ambos é cha-
sia como um sistema operacional único, os smartphones mada tecnicamente de “appliance”. A complexidade
com o Windows 10 possuem uma versão específica do de instalação depende do tamanho da rede, da polí-
sistema operacional compatível com tais dispositivos. tica de segurança, da quantidade de regras que con-
trolam o fluxo de entrada e saída de informações e do
6. Windows 10 Mobile Enterprise grau de segurança desejado.
Projetado para smartphones e tablets do setor cor- 2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e a
porativo. Também estará disponível através do Licencia- atualização de programas na plataforma Linux a serem efetu-
mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do adas com o comando aptget, podem ser acionadas por meio
Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas das opções install e upgrade, respectivamente. Em ambos os
para o mercado corporativo. casos, é indispensável o uso do comando sudo, ou equiva-
lente, se o usuário não for administrador do sistema.
7. Windows 10 IoT Core
( ) CERTO ( ) ERRADO
IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet
of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do Resposta: Errado. O comando para a atualização é
Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise “sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter- cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo
para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core realmente permite a usuários comuns obter privilégios
será destinada para dispositivos pequenos e de baixo de outro usuário como o administrador
custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro- 3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em compu-
soft indica como requisitos básicos dos computadores: tadores com sistema operacional Linux ou Windows, o
aumento da memória virtual possibilita a redução do
• Processador de 1 Ghz ou superior; consumo de memória RAM em uso, o que permite exe-
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para cutar, de forma paralela e distribuída, no computador,
64bits); uma quantidade maior de programas.
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ( ) CERTO ( ) ERRADO


ou maior.
Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais
eficaz é o uso da memória em um dispositivo alter-
nativo (para o PC não “travar”), e não uma redução
de consumo de memória RAM em uso, visto que esta
opção foi projetada para ajudar quando a memória
RAM do PC for insuficiente para a execução de dema-
siados programas.

7
4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste- 8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Conside-
ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo, re que um usuário de login joao_jose esteja usando o
diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo Windows Explorer para navegar no sistema de arquivos
cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são de um computador com ambiente Windows 7. Considere
gravados nas unidades de disco nas quais permanecem ainda que, enquanto um conjunto de arquivos e pastas é
até serem apagados. Em uma mesma rede é possível ha- apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas
ver comunicação e escrita de pastas, diretórios e arquivos do Windows Explorer, as seguintes informações: Biblio-
entre máquinas com Windows e máquinas com Linux. tecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais
provável que tais arquivos e pastas estejam contidos no
( ) CERTO ( ) ERRADO diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no di-
retório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos.
Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windo-
ws conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si ( ) CERTO ( ) ERRADO
pois utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS.
Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\
5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas
Windows, não há possibilidade de o usuário interagir estarem em outro diretório, se forem feitas configu-
com o sistema operacional por meio de uma tela de rações customizadas pelo usuário. Mesmo na configu-
computador sensível ao toque. ração em português o diretório dos documentos do
usuário continua sendo nomeado em inglês: “docu-
( ) CERTO ( ) ERRADO ments”. Portanto, a afirmação de que o diretório seria
“C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta.
Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win- O item considera o comportamento padrão do siste-
dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade ma operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação
de que a tela seja sensível ao toque. não pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente
a este sistema software. A premissa de que a informa-
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a ção fosse apresentada na barra de ferramentas não
computadores com outros sistemas operacionais, com- compromete o entendimento da questão.”
putadores com o sistema Linux apresentam a vantagem
de não perderem dados caso as máquinas sejam desliga- 9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
das por meio de interrupção do fornecimento de energia ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar
elétrica. arquivos de um diretório para um pen drive.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional pos- Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a
sui a vantagem de não perder dados caso a máquina execução de vários comandos por meio de um con-
seja desligada por meio de interrupção do forneci- sole. O comando “cp” é utilizado para copiar arquivos
mento de energia elétrica. entre diretórios e arquivos para dispositivos.

7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se
GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, clicar a opção , será exibida uma janela por
podem ser acessadas por uma interface de linha de co- meio da qual se pode verificar diversas propriedades do
mando. arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com peri-
( ) CERTO ( ) ERRADO féricos pode ser realizada por meio de diferentes interfa-
ces. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.
Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de ini-
cialização GRUB e LILO para realizar a sua configura- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ção, assim como é possível alterar as opções de inicia-
lização do Windows (em Win+Pause, Configurações Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que po-
Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema, Ini- dem ser consultadas ao se ativar as propriedades de
cialização e Recuperação). um arquivo estão as opções: tamanho e os seus atri-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

butos.

8
EDITOR DE TEXTO: ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE
TEXTOS, CABEÇALHOS, PARÁGRAFOS, FONTES, COLUNAS, MARCADORES SIMBÓLICOS E
NUMÉRICOS, TABELAS, IMPRESSÃO, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS,
LEGENDAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO;

Editor de Texto

O Microsoft Word é um processador de texto que cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofícios,
relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que atende às necessidades de um usuário doméstico ou de uma empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integrante dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
aplicativos destinados a uso de escritório e usuários domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e compatíveis com o sistema operacional Windows.

Word 2003

As versões do Microsoft Word era quase sempre a mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003 foi a
última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa mais vol-
tada para a parte de formatação de texto, e as demais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra a figura 4.

Figura 4: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos
painéis, que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme
você adiciona novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, fo-
ram: InfoPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como
aplicação do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a
usar cores e ícones do Windows XP.

Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequen-
temente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 5
mostra a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa.
Devido ao costume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a
mudança da extensão do arquivo que passou de DOC para DOCX.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 5: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você
pode mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobre-
posto etc.), deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso
agora é dividido em grandes painéis.

9
#FicaDica
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação
as versões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar
com a interface.
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das
abas.

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

10
#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada
guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando
ou exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas

Grupo edição:
Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada
em minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas
e palavra maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa
opção não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho”
e “término”).

11
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no intervalo F[!a-m]rro localiza forro, mas não loca-
[!x-z]
entre colchetes liza ferro.
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão ante- ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
{n}
rior catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão ante-
{n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
rior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
ca@tinga localiza
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão anterior @
catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de
uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a
seguinte tela:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 11: Bordas e sombreamento

Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:

12
- Nenhuma: retira a borda; Grupo Links:
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela Inserir hyperlink: cria um link para uma página da
iguais, conforme a seleção que fizermos nos de- Web, uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indi-
mais campos de opção; cador para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções indicador pode se tornar um link dentro do próprio do-
da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da cumento.
tabela e as bordas internas permanecem iguais. Referência cruzada: referência tabelas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo cabeçalho e rodapé:
- Visualização: através desse recurso, podemos defi-
nir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por Insere cabeçal
exemplo, podemos escolher um estilo e, em visu- hos, rodapés e números de páginas.
alização, clicar na borda superior; escolher outro Grupo texto:
estilo e clicar na borda inferior; e assim colocar em
cada borda um tipo diferente de estilo, com cores
e espessuras diferentes, se assim desejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-


cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
ferença é que se trata de criar bordas na página de um Figura 13: Grupo Texto
documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
envolve vários tipos de desenhos. inserção de textos que podem ser direcionados
Alguns desses desenhos podem ser formatados exatamente onde precisamos. Por exemplo, na fi-
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per- gura “Grupo Texto”, os números ao redor da figura,
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura. do 1 até o 7, foram adicionados através de caixas
Podemos aplicar as formatações de bordas da página de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
bordas de página diferentes em um mesmo documento. texto pré-formado.
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
Grupo Ilustrações: como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de forma-
tação decorativa, muito usada principalmente, em
livros e revistas. Para inserir a letra capitular, bas-
ta clicar no parágrafo desejado e depois na opção
“Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Figura 12: Grupo Ilustrações Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto Guia revisão:


uma imagem que esteja salva no computador ou Grupo revisão de texto:
em outra mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar dados.

Figura 14: Grupo revisão de texto

13
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
pesquisas em materiais de referência como jornais, #FicaDica
enciclopédias e serviços de tradução.
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre Por exemplo, a palavra informática. Se clicar-
algumas palavras é possível realizar sua tradução para mos com o botão direito do mouse sobre
outro idioma. ela, um menu suspenso nos será mostrado,
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar nos dando a opção de escolher a palavra in-
a correção de ortografia e gramática. formática. Clicando sobre ela, a palavra do
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os texto será substituída e o texto ficará correto.
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- Grupo comentário:
rar a palavra selecionada por outra de significado
igual ou semelhante. Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para ve como comentário do texto selecionado, onde é pos-
outro idioma. sível realizar exclusão e navegação entre os comentários.
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica
e gramatical do documento. Assim que clicamos na Grupo controle:
opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela será
aberta:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no
próprio documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documen-
to.
Figura 15: Verificar ortografia e gramática 5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua- Grupo alterações:
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar orto-
grafia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto-


grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”. Figura 17: Grupo alterações
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho,
indicando que o Word a considera incorreta, podemos 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e próxima alteração proposta.
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que
seja aceita ou rejeitada.
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
possa ser rejeitada ou aceita.

14
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
gação para aceitação ou rejeição. #FicaDica

Para imprimir nosso documento, basta clicar no bo- Perguntas de intervalos de impressão são
tão do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Im- constantes em questões de concurso!
primir”. Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
ra, o número de cópias e outras opções de confi- Word 2013
guração antes de imprimir.
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente Vejamos abaixo alguns novos itens implementados
para a impressora configurada como padrão e não na plataforma Word 2013:
Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para
abre opções de configuração.
a leitura de documentos perceberá rapidamente a dife-
- Visualização da Impressão – promove a exibição do
rença, pois seu novo Modo de Leitura conta com um mé-
documento na forma como ficará impresso, para
todo que abre o arquivo automaticamente no formato
que possamos realizar alterações, caso necessário.
de tela cheia, ocultando as barras de ferramentas, edição
e formatação. Além de utilizar a setas do teclado (ou o
toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca
e rolagem da página durante a leitura, basta o usuário
dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfi-
co e o mesmo será ampliado, facilitando sua visualização.
Como se não bastasse, clicando com o botão direito do
mouse sobre uma palavra desconhecida, é possível ver
sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um docu-
mento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o ar-
quivo em uma extensão padrão e, depois de editado, salvá-lo
novamente no formato original. Esta façanha, contudo, pas-
sou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos PDF
está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação de
um documento, ou seja, os comentários realizados neste,
como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word
2013 é possível responder diretamente o comentário de
outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente
no campo de leitura do mesmo. Esta interação de usuá-
rios, realizada através dos comentários, aparece em for-
ma de pequenos balões à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus docu-
Figura 18: Imprimir mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por
e-mail tornou-se um grande diferencial da nova platafor-
As opções que temos antes de imprimir um arqui- ma Office 2013. O responsável por esta apresentação on-
vo estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher line é o Office Presentation Service, porém, para isso, você
a impressora, caso haja mais de uma instalada no com- precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-
putador ou na rede, configurar as propriedades da im- -lo. Ao terminar o arquivo, basta clicar em Arquivo / Com-
pressora, podendo estipular se a impressão será em alta partilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo
qualidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, en- será enviado para a nuvem e, com isso, você irá receber um
tre outras opções. link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permi-
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, se tindo aos demais usuários baixá-lo em formato PDF.
desejamos imprimir todo o documento, apenas a página Ocultar títulos em um documento: apontado como
atual (página em que está o ponto de inserção), ou um inter- uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rola-
valo de páginas. Podemos determinar o número de cópias e gem e edição de determinadas partes de um arquivo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a forma como as páginas sairão na impressão. Por exemplo, muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar
se forem duas cópias, determinamos se sairão primeiro to- uma tarefa mais fácil e menos desconfortável. O Word
das as páginas de número 1, depois as de número 2, assim 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do docu-
por diante, ou se desejamos que a segunda cópia só saia mento, bastando os mesmos estarem formatados no es-
depois que todas as páginas da primeira forem impressas. tilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o
mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo
a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo refe-
rente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o
mesmo reaparecer.

15
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda
esta relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para
seus aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft.
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada.
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:

• Writer - editor de texto;


• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Appli-
cations (ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress
utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer
→ .odt (Open Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presen-
tations).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades
do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
Writer.

16
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer

O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic).
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 21: Atalhos Word x Writer

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e
rastrear informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um
modelo faça a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

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EDITOR DE PLANILHA ELETRÔNICA: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS
DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS, ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁ-
FICOS, USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO, INSERÇÃO DE OBJETOS,
CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTEN-
ÇÃO DE DADOS EXTERNOS, CLASSIFICAÇÃO DE DADOS;

Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que
já vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi
solicitada a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais.
Contudo, com o passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela com-
prou a marca registrada reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação
para o programa; apesar dessa prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por
uma combinação estilizada das duas letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel
2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão 12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do
Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 22.

Figura 22: Tela Excel 2003

#FicaDica
Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar e
gerenciar dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para trans-
formar qualquer intervalo de células em uma lista.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word.
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta de
documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.

18
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office
e clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em
Salvar Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, en-
quanto o recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:
• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefi-
nidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com
mais níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.
Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências estrutu-
radas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estruturadas que fazem
referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo organizar,
atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis de usar
do que nas versões anteriores. Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o
Office Excel 2007 oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens
na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha, o núme-
ro de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o gerenciamento de
memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel 2007, permitindo cálculos em
planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vários processadores e chipsets multithread.

Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

19
Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

20
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.

Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 30: Seleção de Coluna

21
Ao dar um clique com o botão direito do mouse so- Sendo assim, as células são representadas como mos-
bre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop- tra a tabela:
-up, onde as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida
permite escolher a formatação de fonte e formato
de dados, bem como mesclagem das células (será
abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de trans-
ferência, para que possa ser colada em outro local
determinado e, após colada, essa coluna é excluída
do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transfe- Figura 32: Representação das Células
rência, para que possa ser colada em outro local
determinado. Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou,
itens que estão na área de transferência e que te- ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digi-
nham sido recortadas ou copiadas. tar o endereço da célula em que deseja posicionar o cur-
-Colar especial: permite definir formatos específicos sor. Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente
na colagem de dados, sobretudo copiados de ou- posicionado na célula desejada.
tros aplicativos. Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel,
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três pla-
antes da coluna selecionada. nilhas já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta ver-
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os são, somente uma planilha é criada, e você poderá criar
dados nela contidos e sua formatação. outras, se necessitar. Para criar nova planilha dentro da
pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a
alternar entre as planilhas, basta clicar sobre a guia, na
coluna, mantendo a formatação das células.
planilha que deseja trabalhar.
-Formatar células: permite escolher entre diversas op-
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos
ções para fazer a formatação das células (tal proce-
cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas
dimento será visto detalhadamente adiante).
de trabalho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da co-
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das pla-
luna selecionada.
nilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes um menu pop up.
uma coluna é utilizada para fazer determinados
cálculos, necessários para a totalização geral, mas
desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-
-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um ca-


beçalho, que contém o número que a identifica. Clicando
no cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

Figura 31: Cabeçalho de linha


Figura 33: Menu Planilhas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

#FicaDica
As funções deste menu são as seguintes:
Célula: As células, são as combinações en- -Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes
tre linha e colunas. Por exemplo, na coluna da planilha selecionada.
A, linha 1, temos a célula A1. Na Caixa de -Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que
Nome, aparecerá a célula onde se encontra ela contém.
o cursor. -Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da plani-
lha com todos os dados nela contidos.

22
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.
ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células,
exclua dados importantes de planilhas ou pastas digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até
de trabalho, você pode proteger determinados o último valor.
elementos da planilha (planilha: o principal docu- Após a sequência de células a serem somadas, clicar
mento usado no Excel para armazenar e trabalhar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
com dados, também chamado planilha eletrôni- A última forma que veremos é a função soma digi-
ca. Uma planilha consiste em células organizadas tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é
em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em fundamental:
uma pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, = nome da função (
com ou sem senha (senha: uma forma de restrin-
gir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou
parte de uma planilha. As senhas do Excel podem
ter até 255 letras, números, espaços e símbolos.
É necessário digitar as letras maiúsculas e minús- 1 - Sinal de igual.
culas corretamente ao definir e digitar senhas.). É 2 – Nome da função.
possível remover a proteção da planilha, quando 3 – Abrir parênteses.
necessário. Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possí-
em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo
guias de planilhas (trata-se de tópico de progra- a seguir, a função = soma(B2:B4).
mação avançada, que não é o objetivo desta lição, Lembre-se, basta colocar a célula que contém o pri-
portanto, não será abordado). meiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas. célula que contém o último valor.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va-
todas as planilhas para que possam ser configura- lores, por isso não precisamos de uma função específica.
das e impressas juntamente. Tendo dois valores em células diferentes, podemos
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a
todas as células da planilha ativa serão selecionadas. seguir a fórmula = B2-B3.

Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce-


demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que,
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da
seguinte função:
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va-
Figura 34: Caixa Selecionar Tudo lor da célula C2.

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita- Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de
das as fórmulas que efetuarão os cálculos. forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
que, para qualquer fórmula que será inserida em uma
célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular
ou números comuns de uma fórmula. a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéri- A5. A função digitada será = máximo(A2:A5).
cos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) –
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

formas de fazê-lo: refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in-


tervalo de células selecionadas.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
mínimo (A2:A5).
Figura 35: Soma simples

23
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver mesmo conceito.
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. Resto: Com essa função podemos obter o resto de
uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
Média: A função da média soma os valores de uma = mod (núm;divisor)
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo- Onde:
res dessa sequência. Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas o resto.
de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados número.
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
do, recalculam o valor final.

Data: Esta fórmula insere a data automática em uma Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD
planilha.
Os valores do exemplo a cima serão, respectivamen-
te: 1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o
valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja
obter.
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.

Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-


teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada. Figura 39: Exemplo função abs

Arredondar para cima: Com essa função, é possível Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas
arredondar um número com casas decimais para o nú- com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30
mero mais distante de zero. dias). Sua sintaxe é:
Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_ = DIAS360(data_inicial;data_final)
dígitos) Onde:
Onde: data_inicial = a data de início de contagem.
Núm: é qualquer número real que se deseja arredon- Data_final = a data a qual quer se chegar.
dar. No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias fal-
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se tam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como
deseja arredondar núm. data inicial o dia 05/03/2018. A função utilizada será
=dias360(A2;B2)

Figura 37: Início da função arredondar para cima


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial


da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
dígitos para a qual queremos arredondar. Figura 40: Exemplo função dias360
Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas
na coluna C: funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

24
Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
RESULTADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e co-
lunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada con-
dição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
=Significa a chamada para uma fórmula/função
SomaSe: função SOMASE
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem avaliados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verificada a condição para soma dos valores
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar o re-
sultado na célula D16. E também queremos somar os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na célula
D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição:

25
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULINO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10

Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:


=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de contagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de registros,
SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
= : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios a serem avaliados nas células do “intervalo”
Usando a planilha acima como exemplo, queremos saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e mostrar
o resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso pre-
cisamos criar a seguinte condição:

R$ 1.200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
MENOS DE R$ 1.200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200
Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200)
não entraria na contagem.

26
Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 42: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as for-
matações.

27
Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente)
ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação cres-
cente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá
classificar os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão
alterados. Nas versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação
dos dados junto com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da
nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e
visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores
inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores me-
nores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapida-
mente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

28
Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte
do Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

29
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-
-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” CORREIO ELETRÔNICO: USO DE COR-
retornará a C3 e C4 (interseção entre os dois interva- REIO ELETRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE
los). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco MENSAGENS, ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS;
(B2:C4 C3:C6). MENSAGERIA ELETRÔNICA: CONCEITO E
UTILIZAÇÃO; VOZ SOBRE IP: CONCEITO E
UTILIZAÇÃO;

O correio eletrônico1 se parece muito com o correio


tradicional. Todo usuário tem um endereço próprio e
uma caixa postal, o carteiro é a Internet. Você escreve
sua mensagem, diz pra quem quer mandar e a Internet
cuida do resto. Mas por que o e-mail se popularizou tão
depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não paga
nada por uma comunicação via e-mail, apenas os cus-
Figura 50: Exemplo de Operação no Calc tos de conexão com a Internet. Outro fator é a rapidez,
enquanto o correio tradicional levaria dias para entregar
Para fazer referência a uma célula que esteja em ou- uma mensagem, o eletrônico faz isso quase que instan-
taneamente e não utiliza papel. Por último, a mensagem
tra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_
vai direto ao destinatário, não precisa passa de mão-em-
da_planilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz re-
-mão (funcionário do correio, carteiro, etc.), fica na sua
ferência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel,
caixa postal onde somente o dono tem acesso e, ape-
isso é feito usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).
sar de cada pessoa ter seu endereço próprio, você pode
acessar seu e-mail de qualquer computador conectado
Menus do Calc
à Internet. Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do
correio convencional com a velocidade do telefone, se
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao do- tornando um dos melhores e mais utilizado meio de co-
cumento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF. municação.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo
documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Estrutura e Funcionalidade do e-mail
Substituir, Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos
de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Nave- os endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão,
gador. nome do usuário + @ + host, onde:
Inserir - contém comandos para inserção de novos » Nome do Usuário – é o nome de login escolhido
elementos no documento como células, linhas, colunas, pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo:
planilhas, gráficos. sergiodecastro.
Formatar - contém comandos para formatar células » @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa
selecionadas, objetos e o conteúdo das células no do- o nome do usuário do seu provedor.
cumento. » Host – é o nome do provedor onde foi criado o en-
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, dereço eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
Atingir meta, Rastrear erro, etc. » Provedor – é o host, um computador dedicado ao
Dados - contém comandos para editar os dados de serviço 24 horas por dia.
uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar,
etc. Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.
Janela - contém comandos para manipular e exibir ja- com.br
nelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do Li- A caixa postal é composta pelos seguintes itens:
breOffice. » Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as
mensagens recebidas.
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não
enviadas.
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e-mails que foram enviados.


» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda
não terminou de redigir.
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas.

Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão


presentes:

1 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioeletronico-
ewebmail001.asp

30
» Para – é o campo onde será inserido o endereço do os e-mails possuem aplicações para acesso direto na In-
destinatário. ternet. É grande o número de provedores que oferecem
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo segue uma
mesma mensagem, ao usar este campo os endere- lista dos mais populares.
ços aparecerão para todos os destinatários. » Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, » GMail – http://www.gmail.com
no entanto os endereços só aparecerão para os » Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br
respectivos donos. » iG Mail – http://www.ig.com.br
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensa- » Yahoo – http://www.yahoo.com.br
gem.
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e
(imagens, programas, música, arquivos de texto, seguir as instruções do site. Outro importante fator a ser
etc.).
observado é o tamanho máximo permitido por anexo,
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida
este foi outro fator que aumentou muito de tamanho, há
a mensagem.
pouco tempo a maioria dos provedores permitiam em
torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já oferecem em
Alguns nomes podem mudar de servidor para ser-
vidor, porém representando as mesmas funções. Além média 25 Mb. Além de caixa postal os provedores costu-
dos destes campos tem ainda os botões para EVIAR, EN- mam oferecer serviços de agenda e contatos.
CAMINHAR e EXCLUIR as mensagens, este botões bem Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a cri-
como suas funcionalidades veremos em detalhes, mais tério de cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus,
à frente. eu, por exemplo, procuro aqueles que oferecem uma in-
Para receber seus e-mails você não precisa estar co- terface com o menor propaganda possível.
nectado à Internet, pois o e-mail funciona com prove-
dores. Mesmo você não estado com seu computador » Criando seu e-mail
ligado, seus e-mail são recebidos e armazenados na sua Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente
caixa postal, localizada no seu provedor. Quando você simples, eu escolhi o Outlook.com, pois a interface deste
acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line (di- WebMail não tem propagandas e isso ajudar muito os
retamente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos entendimentos, no entanto você pode acessar qualquer
para seu computador através de programas de correio dos endereços informados acima ou ainda qualquer ou-
eletrônico. Um programa muito conhecido é o Outlook tro que você conheça. O processo de cadastro é muito
simples, basta preencher um formulário e depois você
Express, o qual detalhar mais à frente.
terá sua conta de e-mail pronta para ser usada. Vamos
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de
aos passos:
e-mail e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode
1. Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com.
enviar mensagens para você. Também é possível enviar
br) ou qualquer outro de sua preferência.
mensagens para várias pessoas ao mesmo tempo, para 2. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”,
isto basta usar os campos “Cc” e “Cco” descritos acima. será aberto um formulário, preencha-o observan-
Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a do todos os campos. Os campos do formulário têm
maioria das pessoas acessa seu e-mail diretamente na suas particularidades de provedor para provedor,
Internet através do navegador. Este tipo de correio é cha- no entanto todos trazem a mesma ideia, colher in-
mado de WebMail. O WebMail é responsável pela gran- formações do usuário. Este será a primeira parte
de popularização do e-mail, pois mesmo as pessoas que do seu e-mail e é igual a este em qualquer cadas-
não tem computador, podem acessar sua caixa postal de tro, no exemplo temos “@outlook.com”. A junção
qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para do nome de usuário com o nome do provedor é
ter um endereço eletrônico basta querer e acessar a In- que será seu endereço eletrônico. No exemplo fi-
ternet, é claro. Existe quase que uma guerra por usuários. caria o seguinte: seunome@outlook.com.
Os provedores, também, disputam quem oferece maior 3. Após preencher todo o formulário clique no botão
espaço em suas caixas postais. Há pouco tempo encon- “Criar conta”, pronto seu cadastro estará efetivado.
trar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não era fácil.
Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é co-
30 Mb, achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofe- mum que muitos nomes já tenham sido cadastrados por
receu 120 Mb e não parou por ai, a “guerra” continuo outros usuários, neste caso será exibida uma mensagem
culminando com o anúncio de que o Google iria oferecer lhe informando do problema. Isso acontece porque den-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1 Gb (1024 Mb). A última campanha do GMail, e-mail do tro de um mesmo provedor não pode ter dois nomes
Google, é de aumentar sua caixa postal constantemente, de usuários iguais. A solução é procurar outro nome que
a última vez que acessei estava em 2663 Mb. ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões
como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso
WebMail com você (o que é bem provável que acontecerá) escolha
uma das sugestões ou informe outro nome (não desista,
você vai conseguir), finalize seu cadastro que seu e-mail
O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação
vai está pronto para ser usado.
acessada diretamente na Internet, sem a necessidade de
usar programa de correio eletrônico. Praticamente todos

31
» Entendendo a Interface do WebMail porém quando estão em negrito, acusam que há
A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail uma ou mais mensagens que não foram lidas, o
que nos liga do mundo externo aos comandos do pro- número entre parêntese indica a quantidade. Este
grama. Estes conhecimentos vão lhe servir para qualquer detalhe funciona para todas as pastas e mensa-
WebMail que você tiver e também para o Outlook, que gens do correio.
é um programa de gerenciamento de e-mails, vamos ver 13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exi-
este programa mais adiante. bir as mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa
1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar postal, é exibido o conteúdo da Caixa de Entrada,
sua caixa de entrar, verificando se há novas men- mas este painel exibe também as mensagens das
sagens no servidor. diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de observação feita no item anterior, sobre negrito,
e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no também é válida para esta seção. Observe as caixas
qual você vai redigir, responder e encaminhar mensa- de seleção localizadas do lado esquerdo de cada
gens. Semelhante à função novo e-mail do Outlook. mensagem, é através delas que as mensagens são
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus selecionadas. A seleção de todos os itens ao mes-
endereços de e-mail são previamente guardados mo tempo, também pode ser feito pela caixa de
para utilização futura, nesta seção também é possí- seleção do lado esquerdo do título da coluna “Re-
vel criar grupos para facilitar o gerenciamento dos metente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
seus contatos. também serve para classificar as mensagens que
4. Configurações – Este botão abre (como o próprio por padrão estão classificadas através da coluna
nome já diz) a janela de configurações. Nesta ja- “Data”, para usar outra coluna na classificação bas-
nela podem ser feitas diversas configurações, tais ta clicar sobre nome dela.
como: mudar senha, definir número de e-mail por 14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível
página, assinatura, resposta automática, etc. adicionar, renomear e apagar as suas pastas. As
5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma pastas são um modo de organizar seu conteúdo,
seção com vários tópicos de ajuda. armazenando suas mensagens por temas. Quando
6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através seu e-mail é criado não existem pastas nesta se-
dele que você vai fechar sua caixa postal, muito ção, isso deve ser feito pelo usuário de acordo com
recomendado quando o uso de seu e-mail ocorrer suas necessidades.
em computadores de terceiros. 15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá
7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu a seção onde pode ser feita uma configuração que
endereço de e-mail; quantidade total de sua caixa permitirá você acessar outras caixas postais direta-
posta; parte utilizada em porcentagem e um pe- mente da sua. O próximo link, como o nome já diz,
queno gráfico. abre a janela de configuração dos e-mails bloque-
8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você ados e mais abaixo o link para baixar um plug-in
está, no exemplo a Caixa de Entrada. que lhe permite fazer uma configuração automá-
9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de men- tica do Outlook Express. Estes dois primeiros links
sagens que estão na tela e também o total da se- são os mesmos apresentados no item 10.
ção selecionada.
10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão Outlook
todos os comandos relacionados com as mensa-
gens exibidas. Para usar estes comandos, selecione O Microsoft Outlook é um software de automação de
uma ou mais mensagens o comando desejado e escritório e cliente de correio electrónico que faz parte
clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, blo- do pack Microsoft Office. Mas não é apenas um geren-
queia o endereço de e-mail da mensagem, útil para ciador de e-mails, o Outlook possui funcionalidades de
bloquear e-mails indesejados. Já o botão “Contas grupos de discussão com base em padrões avançados
externas” abre uma seção para configurar outras de internet, além de possuir calendário integral e geren-
contas de e-mails que enviarão as mensagens a ciamento de tarefas e de contatos. Além disso, possui
sua caixa postal. Para o correto funcionamento capacidades de colaboração em tempo de execução e
desta opção é preciso que a conta a ser acessada em tempo de criação robustos e integrados.
tenha serviço POP3 e SMTP.
11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lis- Configurando uma conta2
ta de página, que aumenta conforme a quantidade Em muitos casos, o Outlook pode configurar a sua
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de e-mails na seção. Para acessar selecione a pági- conta para você apenas com um endereço de email e
na desejada e clique no botão “OK”. Veja que todos uma senha. Ao iniciar o Outlook pela primeira vez, o As-
os comandos estão disponíveis também na parte sistente Automático de Conta é iniciado.
inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.
12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de Para configurar uma conta automaticamente
um correio eletrônico. Caixa de Entrada; Mensa-
gens Enviadas; Rascunho e Lixeira. Um detalhe im- Abra o Outlook e, quando o Assistente Automático
portante é o estilo do nome, quando está normal de Conta for aberto, escolha Avançar.
significa que todas as mensagens foram abertas,
2 Fonte: Ajuda do MSOutlook

32
Observação : Se o Assistente não abrir ou se você
quiser adicionar uma outra conta de email, na barra de Para configurar uma conta manualmente
ferramentas, escolha a guia Arquivo.
Escolha Configuração manual ou tipos de servidor
adicionais > Avançar.

Na página Contas de Email, escolha Avançar > Adi-


cionar Conta.
Selecione o tipo de conta desejado e escolha Avançar.
Preencha as seguintes informações:
Seu Nome, Endereço de Email, Tipo de Conta, Servi-
dor de Entrada de Emails, Servidor de Saída de Emails,
Nome de Usuário e Senha.
Escolha Testar Configurações da Conta para verificar
as informações inseridas.
Observação : Se o teste falhar, escolha Mais Configu-
rações. O administrador poderá solicitar que você faça
outras alterações, incluindo inserir portas específicas
para o servidor de entrada (POP3 ou IMAP) ou o servidor
de saída (SMTP).
Escolha Avançar > Concluir.

Excluir uma conta de email

Para excluir uma conta de email


No painel direito da guia Arquivo, selecione Configu-
Na página Configuração Automática de Conta, insira o rações de Conta > Configurações de Conta.
seu nome, endereço de email e senha e escolha Avançar.
Observação : Se você receber uma mensagem de erro
após escolher Avançar, verifique novamente seu endere-
ço de email e senha. Se ambos estiverem corretos, esco-
lha Configuração manual ou tipos de servidor adicionais..
Escolha Concluir.

A configuração automática não funcionou

Se a instalação não tiver sido concluída, o Outlook


pode solicitar que você tente novamente usando uma
conexão não criptografada com o servidor de email. Se
isso não funcionar, escolha Configuração manual ou ti-
pos de servidor adicionais.
Observações: Se estiver usando o Outlook 2016, você
não poderá usar o tipo de configuração manual para
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

as contas do Exchange. Contate o seu administrador se


houver falha na configuração automática de conta. Ele
informará a você o nome do Exchange Server para seu
email e o ajudará a configurar o Outlook.
Se você atualizar para o Outlook 2016 a partir de uma
versão anterior e receber mensagens de erro informando
que não é possível fazer logon ou iniciar o Outlook, é por-
que o serviço Descoberta Automática do Exchange não foi Na lista de contas de email, selecione a conta que de-
configurado ou não está funcionando corretamente. seja excluir e escolha Remover.

33
Dica : Se você não gostar a fonte ou o estilo do seu
email, você pode alterar sua aparência. Também é uma
boa ideia Verificar a ortografia em sua mensagem antes
de enviar.
Após terminar de redigir sua mensagem, clique em
Enviar.
Observação : Se você não consegue encontrar o bo-
tão Enviar, talvez você precise configurar uma conta de
email.

Pesquisar email

Da Caixa de Entrada, ou de qualquer outra pasta de


email, localize a caixa Pesquisar na parte superior de suas
mensagens.
Para encontrar uma palavra que você sabe que está
em uma mensagem ou uma mensagem de uma pessoa
em particular, digite a palavra ou o nome da pessoa na
Obs.: Microsoft Exchange Server é uma aplicação ser- caixa Pesquisar. Mensagens que contenham a palavra ou
vidora de e-mails de propriedade da Microsoft Corp e o nome que você especificou serão exibidas com o texto
que pode ser instalado somente em plataformas da fa- de pesquisa destacado nos resultados.
mília Windows Server.
Restrinja os resultados de pesquisa
Criar uma mensagem de email
Clique em Novo Email, ou pressione Ctrl + N. No grupo Escopo na faixa de opções, escolha onde
você deseja pesquisar: Todas as Caixas de Correio, Caixa
de Correio Atual, Pasta Atual, Subpasta ou Todos os Itens
do Outlook.
No grupo Refinar na faixa de opções, escolha se você
está procurando pela pessoa que enviou a mensagem ou
pelo assunto.
Você pode filtrar ainda mais os resultados da pesqui-
sa ao selecionar:
Com Anexos – para localizar somente emails com
anexos
Se várias contas de email configuradas no Microsoft Categorizado – para localizar emails que tenham sido
Outlook, o botão de aparece e a conta que enviará a atribuídos a uma categoria específica
mensagem é mostrada. Para alterar a conta, clique em Esta Semana – para pesquisar quando o email foi re-
de. cebido. Há vários períodos de tempo para escolher (Hoje,
Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem. Ontem, Mês Passado, etc.)
Insira os endereços de email dos destinatários ou os Enviado para – para localizar emails enviados a você,
nomes na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários destinatá- não enviados diretamente a você ou enviados por outro
rios com um ponto e vírgula. destinatário
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma Sinalizado – para localizar emails sinalizados por você
lista no Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou apenas
Cco e clique nos nomes desejados. Importante – para localizar somente emails rotulados
Não vejo a caixa Cco. Como posso ativá-lo? como importantes
Para exibir a caixa Cco para esta e todas as mensagens
futuras, clique em Opções e, no grupo Mostrar Campos,
clique em Cco.
Clique em Anexar arquivo para adicionar um anexo.
Ou clique em Anexar Item para anexar itens do Outlook,
como mensagens de email, tarefas, contatos ou itens de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

calendário.

34
AMBIENTE EM REDE: CONCEITOS, NAVEGADORES, NAVEGAÇÃO INTERNET E INTRANET,
CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS, REDES SOCIAIS, SIS-
TEMAS DE BUSCA E PESQUISA, PROTEÇÃO E SEGURANÇA, CONFIGURAÇÕES, ARMAZENA-
MENTO DE DADOS NA NUVEM (CLOUD STORAGE);

Redes de computadores

Redes de Computadores refere-se à interligação por meio de um sistema de comunicação baseado em transmis-
sões e protocolos de vários computadores com o objetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa ligação é
chamada de estações de trabalho (nós, pontos ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computadores espalhados pelo mundo que permite a comunicação en-
tre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utilizar
recursos como impressoras para imprimir documentos, reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, acessar às
redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc.
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o crescimento das redes de computadores também tem seu lado
negativo. A cada dia surgem problemas que prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, espionagem,
phishing - roubos de identidade, assuntos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados com mais
exaltação, entre outros problemas.
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessidade de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi-
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados.

1. Alguns tipos de Redes de Computadores

Antigamente, os computadores eram conectados em distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais. Mas,
com a evolução das redes de computadores, foi necessário aumentar a distância da troca de informações entre as
pessoas. As redes podem ser classificadas de acordo com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, etc.), a
extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a-ponto, etc.) e o meio
de transmissão (redes por cabo de fibra óptica, trançado, via rádio, etc.).
Veja alguns tipos de redes:
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, um
prédio ou um campus de universidade;
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network – MAN) – quando a distância dos equipamentos conectados à
uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área geográfica,
geralmente, um país, cerca de 100 km;
Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são redes espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas a
outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos ele-
trônicos próximos, sem a utilização de cabeamento. Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio para área
metropolitana e WWAN, rede sem fio para grandes distâncias.

2. Topologia de Redes

Astopologias das redes de computadores são as estruturas físicas dos cabos, computadores e componentes. Exis-
tem as topologias físicas, que são mapas que mostram a localização de cada componente da rede que serão tratadas
a seguir. e as lógicas, representada pelo modo que os dados trafegam na rede:
Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas estão interconectadas por pares através de um roteamento de dados;
Topologia de Estrela – modelo em que existe um ponto central (concentrador) para a conexão, geralmente um hub
ou switch;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em automação industrial e na década de 1980 pelas redes Token
Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são entreligados formando um anel e os dados são propagados de
computador a computador até a máquina de origem;
Topologia de Barramento – modelo utilizado nas primeiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se a com-
putadores conectados em formato linear, cujo cabeamento é feito sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
endereçados (unicast, broadcast e multicast).

35
3. Cabos máquina consegue enviar um determinado sinal até que
os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti-
Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32
física utilizada para conectar computadores em rede, es- portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os
tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans- Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis.
missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des- Bridges: É um repetidor inteligente que funciona
vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento. como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além
Os mais utilizados são: de relacionar diferentes arquiteturas.
Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,
velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
lojas de informática ou produzidos pelo usuário; apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância portas de entrada e melhor performance, podendo ser
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis, utilizado para redes maiores.
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA, Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
suporte não encontrado em computadores mais novos; e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
difícil instalação. São velozes e imunes a interferências OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
eletromagnéticas. conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
diferentes fabricantes), identificando e determinando um
#FicaDica IP para cada computador que se conecta com a rede.
Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da-
Após montar o cabeamento de rede é ne- dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os
cessário realizar um teste através dos testa- roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor cami-
dores de cabos, adquirido em lojas especia- nho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver con-
lizadas. Apesar de testar o funcionamento, gestionada; e os roteadores dinâmicos que encontram
ele não detecta se existem ligações incorre- caminhos mais rápidos e menos congestionados para o
tas. É preciso que um técnico veja se os fios tráfego.
dos cabos estão na posição certa. Modem: Dispositivo responsável por transformar a
onda analógica que será transmitida por meio da linha
telefônica, transformando-a em sinal digital original.
4. Sistema de Cabeamento Estruturado Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes
de computadores, como por exemplo, envio de arquivos
Para que essa conexão não prejudique o ambiente de ou e-mail. Os computadores que acessam determinado
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias servidor são conhecidos como clientes.
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen- Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunica-
to estruturado. ção entre os computadores da rede. Cada arquitetura de
Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- rede depende de um tipo de placa específica. As mais
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- anel).
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em
um único local, sem a necessidade de serem conectados Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e
diretamente no hub. Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado busca na Web.
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um O objetivo inicial da Internet era atender necessida-
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção des militares, facilitando a comunicação. A agência nor-
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO-
inseridos em um rack. JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é tar os computadores de departamentos de pesquisas e
pensada de forma a realizar a sua expansão. bases militares, para que, caso um desses pontos sofres-
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- se algum tipo de ataque, as informações e comunicação
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi- não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de outros pontos estratégicos.
serem transmissores de informações para outros pontos, O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
eles também diminuem o desempenho da rede, poden- nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
do haver colisões entre os dados à medida que são ane- fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
xas outras máquinas. Esse equipamento, normalmente, de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
encontra-se dentro do hub. informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra ga da informação, é importante mencionar que a maior

36
distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme- Faz a solicitação de um arquivo de
tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as http://
hiper mídia para a Internet.
barreiras de distância, passando a interligar e favorecer
a troca de informações de computadores de universi- Estipula que esse recurso está na
dades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede mundial de computadores
www
rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu (veremos mais sobre www em um
nome passa a ser, INTERNET. próximo tópico).
A evolução não parava, além de atingir fronteiras É o endereço de domínio. Um
continentais, os computadores pessoais evoluíam em endereço de domínio representará
forte escala alcançando forte potencial comercial, a Inter- novaconcursos
sua empresa ou seu espaço na
net deixou de conectar apenas computadores de univer- Internet.
sidades, passou a conectar empresas e, enfim, usuários
domésticos. Na década de 90, o Ministério das Comu- Indica que o servidor onde esse site
nicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil está
.com
trouxeram a Internet para os centros acadêmicos e co- hospedado é de finalidades
merciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta comerciais.
de todos os setores sociais até atingir a amplitude de sua .br Indica queo servidor está no Brasil.
difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do Encontramos, ainda, variações na URL de um site,
WWW que foi a possibilidade da criação da interface grá- que demonstram a finalidade e organização que o criou,
fica deixando a internet ainda mais interessante e vanta- como:
josa, pois até então, só era possível a existência de textos. .gov - Organização governamental
Para garantir a comunicação entre o remetente e o .edu - Organização educacional
destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido .org - Organização
como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que .ind - Organização Industrial
são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS- .net - Organização telecomunicações
SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de .mil - Organização militar
Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo .pro - Organização de profissões
de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível .eng – Organização de engenheiros
tanto a conexão entre os computadores, quanto ao en- E também, do país de origem:
tendimento da informação trocada entre eles. .it – Itália
A internet funciona o tempo todo enviando e rece- .pt – Portugal
bendo informações, por isso o periférico que permite a .ar – Argentina
conexão com a internet chama MODEM, porque que ele .cl – Chile
MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po- .gr – Grécia
dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos
1. Protocolos Web que se trata de um site hospedado em um servidor dos
Estados Unidos.
Já que estamos falando em protocolos, citaremos ou-
tros que são largamente usados na Internet: - HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Se-
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de melhante ao HTTP, porém permite que os dados
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para sejam transmitidos através de uma conexão cripto-
trocar informações na Internet. Quando digitamos um grafada e que se verifique a autenticidade do servi-
site, automaticamente é colocado à frente dele o http:// dor e do cliente através de certificados digitais.
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br - FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transfe-
Onde: rência de arquivo, é o protocolo utilizado para po-
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí- der subir os arquivos para um servidor de internet,
dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP,
texto, som, imagem, filmes e links. FileZilla e LeechFTP, ao criar um site, o profissio-
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão nal utiliza um desses programas FTP ou similares
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, e executa a transferência dos arquivos criados, o
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de manuseio é semelhante à utilização de gerencia-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

acessar um determinado site. dores de arquivo, como o Windows Explorer, por


Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: exemplo.
- POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto
dos Correios permite, como o seu nome o indica,
recuperar o seu correio num servidor distante (o
servidor POP). É necessário para as pessoas não
ligadas permanentemente à Internet, para pode-
rem consultar os mails recebidos offline. Existem
duas versões principais deste protocolo, o POP2 e

37
o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente
as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de #FicaDica
comandos textuais radicalmente diferentes, na tro-
ca de e-mails ele é o protocolo de entrada. O endereço de Home Pages tem o seguinte
- IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro- formato:
tocolo alternativo ao protocolo POP3, que ofere- http://www.endereço.com/página.html
ce muitas mais possibilidades, como, gerir vários Por exemplo, a página principal do meu pro-
acessos simultâneos e várias caixas de correio, jeto de mestrado:
além de poder criar mais critérios de triagem. http://www.youtube.com/canaldoovidio
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protoco-
lo padrão para envio de e-mails através da Internet.
Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele 4. Plug-ins
que verifica se o endereço de e-mail do destinatá-
rio está corretamente digitado, se é um endereço Os plug-ins são programas que expandem a capaci-
existente, se a caixa de mensagens do destinatário dade do Browser em recursos específicos - permitindo,
está cheia ou se recebeu sua mensagem, na troca por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja
de e-mails ele é o protocolo de saída. filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas
- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci-
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). dade impressionante. Maiores informações e endereços
Permite que a aplicação escreva um datagrama en- sobre plug-ins são encontradas na página:
capsulado num pacote IP e transportado ao des- http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
tino. É muito comum lermos que se trata de um Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
protocolo não confiável, isso porque ele não é im- Indices/
plementado com regras que garantam tratamento Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
temos uma relação de alguns deles:
de erros ou entrega.
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
etc.).
2. Provedor
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF,
O provedor é uma empresa prestadora de serviços
BMP, PCX, etc.).
que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
- Negócios e Utilitários.
necessário conectar-se com um computador que já este-
- Apresentações.
ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
deve permitir que seus usuários também tenham acesso INTRANET
a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
que é a conexão física que interliga o provedor de aces- de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as e departamentos, mesclando (com segurança) as suas
ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link informações particulares dentro da estrutura de comuni-
como o backbone possui uma velocidade de transmis- cações da empresa.
são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados. O grande sucesso da Internet, é particularmente da
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, evolução da informática nos últimos anos.
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces- Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
so e um endereço eletrônico na Internet. interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
3. Home Page multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati-
zaram o acesso à informação através de redes de com-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com- base de usuários, já familiarizados com conhecimentos
putadores rodando um Navegador (Browser), que per- básicos de informática e de navegação na Internet. Fi-
mite o acesso às informações em um ambiente gráfico nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de
e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga-
informações dentro das Home Pages. nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede”
e começar a acessar e colocar informação. O resultado
inevitável foi a impressionante explosão na informação
disponível na Internet, que segundo consta, está dobran-
do de tamanho a cada mês.

38
Assim, não demorou muito a surgir um novo concei- resume quase somente em clicar nos links que remetem
to, que tem interessado um número cada vez maior de às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in-
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse
interessadas em integrar informações e usuários: a intra- tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro-
net. Seu advento e disseminação promete operar uma fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com
revolução tão profunda para a vida organizacional quan- o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a
to o aparecimento das primeiras redes locais de compu- quantidade de informações nela armazenadas.
tadores, no final da década de 80.
4. A intranet é baseada em quatro conceitos:
1. O que é Intranet?
- Conectividade - A base de conexão dos computa-
O termo “intranet” começou a ser usado em meados dores ligados por meio de uma rede, e que podem
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se transferir qualquer tipo de informação digital entre si;
referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecno- - Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa-
logias projetadas para a comunicação por computador dores e sistemas operacionais podem ser conecta-
entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consis- dos de forma transparente;
te em uma rede privativa de computadores que se baseia - Navegação - É possível passar de um documento
nos padrões de comunicação de dados da Internet pú- a outro por meio de referências ou vínculos de
blica, baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas hipertexto, que facilitam o acesso não linear aos
HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo documentos;
muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
o custo de implantação relativamente baixo e a facilida- acesso ou manipulação na intranet só podem ocor-
de de uso propiciada pelos programas de navegação na rer graças à execução de programas aplicativos,
Web, os browsers. que podem estar no servidor, ou nos microcompu-
tadores que acessam a rede (também chamados
2. Objetivo de construir uma Intranet de clientes, daí surgiu à expressão que caracteriza
a arquitetura da intranet: cliente-servidor).
Organizações constroem uma intranet porque ela é - A vantagem da intranet é que esses programas
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien- são ativados através da WWW, permitindo grande
te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da flexibilidade. Determinadas linguagens, como Java,
distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de assumiram grande importância no desenvolvimen-
capital com conhecimentos das operações e produtos da to de softwares aplicativos que obedeçam aos três
empresa. conceitos anteriores.

3. Aplicações da Intranet 5. Mecanismos de Buscas

Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co- Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
municações corporativas em uma intranet dá para sim- exatamente o que você queria pode trazer algumas ho-
plificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
operacional) os diversos profissionais de uma empresa. lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
exemplo: acesso a resultados mais relevantes.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produ- Os mecanismos de buscas contam com operadores
tos, listas de preços, promoções, planejamento de para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
eventos; entanto, pode não interessar a você, caso não seja um
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilida- e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
des de membros das equipes, situações de proje- pois aplique os filtros para poder ver o quanto os resul-
tos; tados podem ser mais especializados em relação ao que
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- você procura.
temas de melhoria contínua (Sistema de Suges-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

tões), manuais de qualidade; 5.1. -palavra_chave


- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
tilas, políticas da companhia, organograma, opor- Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa-
tunidades de trabalho, programas de desenvolvi- lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
mento pessoal, benefícios. por computação, provavelmente encontrarei na relação
dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-
Para acessar as informações disponíveis na Web cor- ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação
porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei- -ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência
nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se serão omitidos.

39
5.2. +palavra_chave Com os três players de multimídia mais populares -
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos,
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga tanto offline como por streaming (neste caso, o down-
ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com- load e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV
putação, terei como retorno uma gama mista de resul- Terra).
tados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que Atualmente, devido à evolução da internet com os
ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais,
busca do tipo computação + ciência SP. há uma grande demanda por programas para trabalhar
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a
5.3. “frase_chave” isso, também há no mercado uma ampla gama de ferra-
mentas existentes que fazem algum tipo de tratamento
Retorna uma busca em que existam as ocorrências ou conversão de imagens.
dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exa- Porém, muitos destes programas não são o que se
tas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão
do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da pa- em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes.
lavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi Caso o que você precise seja apenas um programa para
empregada. visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar
5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re-
cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas de se utilizar dos editores, para você que não precisa de
tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata-
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nes-
mento especial para as suas mais variadas imagens.
se caso, como as duas palavras chaves são populares, os
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
dois resultados são apresentados em posição de desta-
faz dele um aplicativo completo para visualização de fo-
que.
tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen-
tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de
5.5. filetype:tipo
imagem do computador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de avançados para automatizar o processo de correção de
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi- imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o
letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra programa consegue identificar e corrigir todos os olhos
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos vermelhos da foto automaticamente sem precisar sele-
de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, cionar um por um. Além disso, é possível cortar, endirei-
DOC. tar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa
5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02 biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligen-
te de armazenamento capaz de filtrar imagens que con-
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * tenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados apenas as fotos que contém pessoas.
em que os termos inicial e final aparecem, independente Depois de tudo organizado em seu computador, você
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa- pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar-
cebook * msn e veja o resultado na prática. tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via
6. Áudio e Vídeo Web. O programa possui integração com o PicasaWeb, o
qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em
A popularização da banda larga e dos serviços de poucos segundos.
e-mail com grande capacidade de armazenamento está
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O pro- O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve
blema é que a profusão de formatos de arquivos pode e com uma interface gráfica simples porém otimizada e
tornar a experiência decepcionante. fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A maioria deles depende de um único programa para com este tipo de programa. Ele também dispõe de al-
rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces- guns recursos simples de editor. Com ele é possível fazer
sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player operações como copiar e deletar imagens até o efeito
de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de remoção de olhos vermelhos em fotos. O programa
de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de comple- oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e
mento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o alteração de cores em sua imagem por meio de apenas
caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, des- um clique.
de que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação Além disso sempre é possível a visualização de ima-
é automática. gens pelo próprio gerenciador do Windows.

40
7. Transferência de arquivos pela internet perda de tempo.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi-
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên- dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir
cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte- que um amigo seu consiga acessar o seu compu-
ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber tador como um servidor remoto de FTP, bastando
arquivos para, ou de computadores que se caracterizam que ele tenha acesso ao número IP, que lhe é atri-
como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito buído dinamicamente.
de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não
texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes- 9. Grupos de Discussão e Redes Sociais
sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico
e realizar transferência de um arquivo. A mensagem é São espaços de convivências virtuais em que grupos
sempre transferida como uma informação textual, en- de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en-
quanto a transferência de um arquivo pode ser caracteri- vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo,
zada como textual (ASCII) ou não-textual (binário). entre outras ações.
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi-
capaz de se comunicar com outro computador na Rede lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu:
que o esteja acessando através de um cliente FTP. Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni-
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities
dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas
é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir um para que elas próprias criassem suas páginas na internet.
username ou password (senha) no servidor de FTP, bas- Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas
tando apenas identificar-se como anonymous (anônimo). a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de No mesmo ano, também surge uma plataforma que
diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do permite a interação com antigos colegas da escola, o Clas-
sistema. Isto é muito importante, porque garante um smates.
nível de segurança adequado, evitando que estranhos Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma
tenham acesso a todas as informações da empresa. que, desta vez, tinha como foco a publicação de foto-
Quando se estabelece uma conexão de “FTP anônimo”, grafias.
o que acontece em geral é que a conexão é posicionada
no diretório raiz da árvore de diretórios. Dentre os mais Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
comuns estão: pub, etc, outgoing e incoming. O segundo deira rede social, o Friendster.
tipo de conexão envolve uma autenticação, e portanto, é No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede
indispensável que o usuário possua um username e uma social de caráter profissional do mundo.
password que sejam reconhecidas pelo sistema, quer di- E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
zer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao esta- Facebook, surgem o Orkut e o Flickr.
belecer uma conexão, o posicionamento é no diretório Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
criado para a conta do usuário – diretório home, e dali entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
escrever e ler arquivos nos quais ele possua. • Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas amizade ou namoro).
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema • Networking: partilha e busca de conhecimentos
operacional UNIX, que foi o grande percursor e respon- profissionais e procura emprego ou preenchimen-
sável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet. to de vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos.
8. Algumas dicas • Partilha e busca de informações sobre temas varia-
dos.
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o • Divulgação para compra e venda de produtos e
número de conexões simultâneas para evitar uma serviços.
sobrecarga na máquina. Uma outra limitação pos- • Jogos, entre outros.
sível é a faixa de horário de acesso, que muitas
vezes é considerada nobre em horário comercial, Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci-
e portanto, o FTP anônimo é temporariamente de- das, destacamos:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sativado. • Facebook: interação e expansão de contatos.


2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites • Youtube: partilha de vídeos.
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site • Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e
sendo acessado. chamadas de voz.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui- • Instagram: partilha de fotos e vídeos.
vo verifique se você está usando o modo correto, • Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
isto é, no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e são conhecidas como “tweets”.
no caso de arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
etc.), o modo é binário. Esta prevenção pode evitar • Skype: telechamada.

41
• LinkedIn: interação e expansão de contatos profis- Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir-
sionais. ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam
• Badoo: relacionamentos amorosos. ser impressos, o que torna o item errado, o comando
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. para impressão não verifica o formato do arquivo, tão
• Messenger: envio de mensagens instantâneas. somente o local onde está o arquivo a ser impresso.
• Flickr: partilha de imagens.
• Google+: partilha de conteúdos. 2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em
• Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme- uma intranet, for disponibilizado um portal de informa-
lhante ao Twitter. ções acessível por meio de um navegador, será possível
acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP
10. Vantagens e Desvantagens ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja
configurado o servidor do portal.
Existem várias vantagens em fazer parte de redes
sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
crescimento tão significativo ao longo dos anos.
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
lações e o contato com quem está distante, propiciando,
assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
As redes também facilitam a relação com quem está
mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
nem sempre há tempo para que as pessoas se encon-
trem fisicamente.
Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá-
pida e eficaz de comunicar algo para um grande número
de pessoas ao mesmo tempo.
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
um acontecimento, a preparação de uma manifestação
ou a mobilização de um grupo para um protesto.
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas Com base na figura acima, que ilustra as configurações
é a falta de privacidade. da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão
Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido 9, julgue os próximos itens.
cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
para algumas precauções. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol)


#FicaDica é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que
Por ser algo muito atual, tem caído muitas permite ao seu computador trocar informações com
questões de redes sociais nos concursos atu- um servidor que abriga um site. Isso significa que, uma
almente. vez conectados sob esse protocolo, as máquinas po-
dem receber e enviar qualquer conteúdo textual – os
códigos que resultam na página acessada pelo nave-
gador.
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou ou-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tras conexões propícias a phishing (fraude eletrônica)
e hackers, pessoas mal-intencionadas podem atraves-
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma sar o caminho e interceptar os dados transmitidos com
impressora estiver compartilhada em uma intranet por relativa facilidade. Portanto, uma conexão em HTTP é
meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar- insegura.
quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro-
de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar tocol Secure), que insere uma camada de proteção na
no navegador web a seguinte url: transmissão de dados entre seu computador e o ser-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

, em vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação


que deve estar acessível via rede e é criptografada, aumentando significativamente a se-
gurança dos dados. É como se cliente e servidor con-
deve ser do tipo PDF. versassem uma língua que só as duas entendessem,
dificultando a interceptação das informações.
Para saber se está navegando em um site com crip-
( ) CERTO ( ) ERRADO tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual
será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente,
um símbolo de cadeado que denota segurança. Além

42
disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome 6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
do site, já que a conexão segura também identifica pá- Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
ginas na Internet por meio de seu certificado. utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
mento de arquivos entre seus usuários
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o ser-
vidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar ( ) CERTO ( ) ERRADO
por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir
conexões de saída da estação do usuário com a porta 80 Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função
de destino no endereço do proxy. principal é enviar mensagens e não o compartilha-
mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi-
( ) CERTO ( ) ERRADO tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o
objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem
Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro- todas as redes citadas na questão permitem.
xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços 7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/ versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que
virtuais separados. Para que uma estação de usuário mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede são mostrados detalhes como a data da instalação e o
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que usuário que executou a operação.
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80. ( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver-
de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE sões do Firefox, contudo o histórico não contém o
solicite autenticação em toda conexão de Internet que usuário que executou a operação. Este recurso está
for realizada. disponível no menu Firefox – Opções – Avançado –
Atualizações – Histórico de atualizações.
( ) CERTO ( ) ERRADO
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica- Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos,
ção se o servidor assim estiver configurado, do con- o usuário pode registrar os sítios que considera mais im-
trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de- portantes e recomendá-los aos seus amigos.
finido para a rede Interna e não para acesso à Internet.
( ) CERTO ( ) ERRADO
5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que
um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos com- Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser-
putacionais, permanentemente conectados à Internet, viço online que o Internet Explorer usa para recomen-
que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o Ou- dar sítios de que o usuário possa gostar, com base nos
tlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o sítios visitados com frequência. Para acessá-lo, basta
usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter- clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos.
net message access protocol), em detrimento do POP3 Considere que um delegado de polícia federal, em
(post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o uma sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve
conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa- a janela ilustrada acima, que mostra uma página web
mente, fazer o download das mensagens para o compu- do sítio do DPF, cujo endereço eletrônico está indica-
tador em uso. do no campo . A partir dessas informações,
julgue os itens de 09 a 12.
( ) CERTO ( ) ERRADO
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O conte-
Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o údo da página acessada pelo delegado, por conter dados
padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a importantes à ação do DPF, é constantemente atualizado
função de baixar as mensagens do servidor de e-mail por seu webmaster. Após o acesso mencionado acima, o
para o computador que o programa foi configurado. delegado desejou verificar se houve alteração desse con-
Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men- teúdo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sagens são baixadas para o computador do usuário Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá
só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor condições de verificar se houve ou não a alteração men-
as mensagens originais; quando o acesso é feito por cionada, independentemente da configuração do IE6,
outro computador essas mensagens que estão no ser- mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja
vidor são baixadas para este outro computador, dei- em modo online.
xando sempre a original no servidor.
( ) CERTO ( ) ERRADO

43
Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma Noções básicas de ferramentas e aplicativos de na-
nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste vegação e correio eletrônico
modo o arquivo novamente, se houver alterações, es-
tas serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexi- Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
bido sem alterações. através da internet, interpretando arquivos e sites web
desenvolvidos com frequência em código HTML que
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar- contém informação e conteúdo em hipertexto de todas
mazenamento de informações em arquivos denomina- as partes do mundo.
dos cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
sistema de segurança instalado em um computador. Para são programas de computador especializados em vi-
reduzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na
para impedir que cookies sejam armazenados no com- web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet
putador. Caso o delegado deseje configurar tratamentos Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega-
referentes a cookies, ele encontrará recursos a partir do dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
uso do menu . cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação
utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
( ) CERTO ( ) ERRADO todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou-
tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos.
Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer sequentemente um dos melhores navegadores existen-
o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas, tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google
depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples
e, em Configurações, mover o controle deslizante até muito fácil de utilizar.
em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
da, clicar em OK.

11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o


acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
um provedor de Internet acessível por meio de uma co-
nexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o com- Figura 1: Símbolo do Google Chrome
putador do delegado, é correto concluir que as informa-
ções obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo
criptografado. #FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas relacio-
( ) CERTO ( ) ERRADO nadas a guia anônima que não deixa rastro
(senhas, auto completar, entre outros), e é
Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N
que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se
conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto-
colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente
de criptografia do tipo SSL. navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não
ter uma interface tão amigável, porém é um dos navega-
12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por dores mais rápidas e com maior segurança contra hac-
meio do botão , o delegado poderá obter, desde que kers.
disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo
nas páginas contidas no diretório histórico do IE6.
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox
( ) CERTO ( ) ERRADO
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Resposta: Certo. É possível através do botão descrito, desempenho, porém especialistas em segurança o consi-
o botão de histórico, que se encontre informações das dera o navegador com menos segurança.
páginas acessadas anteriormente, e também permite
que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas
contidas no diretório do IE6.

Figura 3: Símbolo do Opera

44
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
navegador considerado pelos especialistas e possui uma Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere
Apple existem versões para Windows. para o computador as mensagens armazenada sem sua
caixa postal no servidor.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en-
vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um
usuário descarregue suas mensagens de umservidor.
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP.
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori-
Figura 4: Símbolo do Safari zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave- escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é discussão.
um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo 1. Um pouco de história
do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo
clique em seu símbolo. A internet é uma rede de computadores que liga os
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores
e a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No
fim da década de 60, o Departamento de Defesa norte-a-
mericano resolveu criar um sistema interligado para tro-
car informações sobre pesquisas e armamentos que não
Figura 5: Símbolo do Internet Explorer pudesse chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim,
foi criado o projeto Arpanet pela Agência para Projeto
de Pesquisa Avançados do Departamento de Defesa dos
#FicaDica EUA.
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
Glossário interessante que abordam inter-
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80
net e correio eletrônico ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe-
de mensagens indesejadas. cutada a World Wide Web (www), sistema que contém
Browser: Programa utilizado para navegar milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons,
na Web, também chamado de navegador. etc) que também ficou conhecido como rede mundial.
Exemplo: Mozilla Firefox. Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
Cliente de e-mail: Software destinado a ge- projeto que pode ser considerado o princípio da World
renciar contas de correio eletrônico, possi- Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabora-
bilitando a composição, envio, recebimento, do uma nova proposta para o que ficaria conhecido como
leitura e arquivamento de mensagens. A se- WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir disso
guir, uma lista de gerenciadores de e-mail surgiu o “http” (em português significa protocolo de trans-
(em negrito os mais conhecidos e utilizados ferência de hipertexto). Vinton Cerf também é um persona-
atualmente): gem importante e inclusive é conhecido por muitos como
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook o pai da internet.
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Li-
nux) e Windows Mail. #FicaDica
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu
próprio endereço, chamado URL, ele facilita
Outros pontos importantes de conceitos que podem a navegação e possui características especí-
ser abordado no seu concurso são: ficas como a falta de acentuação gráfica e
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten- palavras maiúsculas. Uma url possui o http
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos (protocolo), www (World Wide Web), o nome
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

para o envio de outros tipo sde informações por e-mail, da empresa que representa o site, .com (ex:
como imagens, sons, filmes, entre outros. se for um site governamental o final será
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência .gov) e a sigla do país de origem daquele site
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores (no Brasil é usado o BR).
de Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder-
bird, Microsoft Outlook Express etc.

45
Correios Eletrônicos O calendário é uma ferramenta bastante interessante
do Outlook que permite que o usuário organize de for-
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
os agentes de usuários e os agentes de transferência de compromissos e reuniões de maneira organizada por dia,
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo de forma a ter um maior controle das atividades que de-
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de vem ser realizadas durante o seu dia a dia.
transferência realizam um processo de envio dos agentes Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
usuários e servidores de e-mail. que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
Os agentes de transferência usam três protoco- parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
los: SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o
Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP que pode ser uma ótima pedida para profissionais den-
é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os tro de uma mesma equipe, principalmente quando um
computadores. O POP é muito usado para verificar men- determinado membro entra de férias.
sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao Para conseguir utilizar essa função basta que você en-
servidor suas mensagens são levadas do servidor para o tre em Calendário na aba indicada como Página Inicial.
computador local. Pode ser usado por quem usa conexão Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário
discada. por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta
Já o IMAP também é um protocolo padrão que per- no seu Outlook.
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per- informações que vão ser compartilhadas com quem você
mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem deseja, de forma que o Outlook vai formular um calen-
acessa o e-mail de vários locais diferentes. dário de forma simples e detalhada de fácil visualização
para quem você deseja enviar uma mensagem.
#FicaDica Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra-
balha dentro de uma empresa tem uma assinatura pró-
Um e-mail hoje é um dos principais meios
pria para deixar os comunicados enviados por e-mail
de comunicação, por exemplo:
com uma aparência mais profissional.
canaldoovidio@gmail.com
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico
Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que
quer dizer na, o gmail é o servidor e o .com
este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão
é a tipagem.
dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô- seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua
nicas em um único computador, sem necessariamente preparação para concurso. Ao contrário do que muita gente
estarmos conectados à Internet no momento da criação pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assi-
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor- natura é bastante simples, de forma que perder pontos por
reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos, conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá- que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de
rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em
similares. Apresentaremos os recursos dos programas de seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar.
correio eletrônico através do Outlook Express que tam- Feito isso, você vai conseguir adicionar as suas assinaturas
bém estão presentes no Mozilla Thunderbird. de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia No Outlook Express podemos preparar uma mensa-
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos gem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na fi-
de teclado para a realização de diversas funções dentro gura acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a
do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote seguir:
alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta
apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada
mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso
em consideração inclua os atalhos de teclado na sua ro-
tina de estudos e vá preparado para o concurso com os
principais na cabeça.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para pro-


fissionais que compartilham uma mesma área é o compartilha-
mento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
Figura 6: Tela de Envio de E-mail

46
#FicaDica EXERCÍCIOS COMENTADOS
Para: deve ser digitado o endereço eletrô-
nico ou o contato registrado no Outlook do
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011)
destinatário da mensagem. Campo obriga-
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB
tório.
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que este-
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico
jam longe de seu computador pessoal. A partir de qual-
ou o contato registrado no Outlook do des-
quer outro computador no mundo, o usuário pode, via
tinatário que servirá para ter ciência desse
Internet, acessar a caixa de correio armazenada no próprio
e-mail.
computador cliente remoto e visualizar eventuais novas
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários fi-
mensagens.
cam ocultos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Assunto: campo onde será inserida uma breve des-
crição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o
sobre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional, servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (com-
mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento putador cliente remoto).
pode levar o destinatário a não dar a devida importância
à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la. 2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS-Ou-
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é tlook 2010, em sua configuração padrão, quando uma
equivalente à folha onde será digitada a mensagem. mensagem está sendo preparada, o usuário pode indicar
A mensagem, após digitada, pode passar pelas for- aos destinatários que a mensagem precisa de atenção
matações existentes na barra de formatação do Outlook: utilizando a marca de _________________. Esse recurso pode
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias ser encontrado no grupo Marcas, da guia Mensagem.
open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation Assinale a alternativa que apresenta a opção que preen-
(mesma criadora do Mozilla Firefox). che corretamente a lacuna do enunciado.
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que
não necessita de instalação no computador do usuário, já a) SPAM.
que funciona como uma página de internet, bastando o b) Alta Prioridade.
usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com c) Baixa Prioridade.
seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobili- d) Assinatura Personalizada.
dade já que não necessita estar na máquina em que um e) Arquivo Anexado.
cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail.
Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem
como sendo de alta prioridade quando se deseja que
#FicaDica as pessoas saibam que a mensagem precisa de aten-
Segmentos do Outlook Express ção urgente. Se a mensagem é apenas um informativo
Painel de Pastas: permite que o usuário sal- ou se está enviando um e-mail sobre um tema que
ve seus e-mails em pastas específicas e dá a não precisa ser priorizado, defina o indicador de baixa
possibilidade de criar novas pastas; prioridade.
Painel das Mensagens: onde se concentra a A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem
lista de mensagens de determinada pasta e um indicador específico na lista de mensagens ou nos
quando se clica em um dos e-mails o con- cabeçalhos.
teúdo é disponibilizado no painel de con- Na faixa de opções, é possível saber quando a priori-
teúdo. dade foi definida, pois o botão fica realçado.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá
aparecer o conteúdo das mensagens envia- 3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário
das. preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o
Painel de Contatos: nesse local se concen- Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e
tram as pessoas que foram cadastradas em enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois,
sua lista de endereço. percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes-
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

o mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário,


agora com o anexo. Assinale a alternativa correta.

a) A mensagem original, sem o anexo, foi automatica-


mente apagada no computador do destinatário e
substituída pela segunda mensagem, uma vez que
ambas têm o mesmo assunto e são do mesmo reme-
tente.

47
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a se- 5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o ar-
gunda mensagem não foi transmitida, permanecendo gumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo-
no computador do destinatário apenas a primeira men- gle, na ilustração apresentada a seguir.
sagem.
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primei-
ra, sem anexo, e a segunda, com o anexo.
e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
com o mesmo assunto e mesmo remetente.

Resposta: Letra D. Alternativa “A” está incorreta, pois Com base na figura e no que foi digitado, assinale a al-
todas mensagens enviadas são armazenadas de forma ternativa correta.
independente, novas mensagens com mesmo assun-
to ou ainda idênticas a anteriores não influenciam em a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras.
mensagens já enviadas. b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar
Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente como antônimo do que foi digitado.
possível enviar mensagens com mesmo assunto ou c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados
ainda idênticas, sem prejuízo algum de mensagens pesquisados.
anteriores. d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não re-
Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensa- lacionados ao argumento digitado.
gens serão enviadas, independentemente do destina- e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará
tário ler as anteriores. os seus sinônimos
Alternativa “D” está correta, pois o destinatário rece-
beu 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a Resposta: Letra A. O comando “entre aspas” duran-
segunda, com o anexo. te uma busca, efetua a busca pela ocorrência exata
Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar de tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma
mais de uma mensagem, com mesmo assunto e mes- forma, desta forma, para esta questão será retornado
mo destinatário. o resultado da ocorrência “garota de Ipanema”.
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resulta-
4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017) dos relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Ale-
João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com xander Bell” excluirá páginas que se referem a Alexan-
as seguintes características: der G. Bell.
De: Pedro
Para: João; Marta 6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a
Cc: Ricardo; Ana imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua
Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração configuração padrão. A página exibida no navegador foi
padrão, ele usou um recurso para responder a mensa- completamente carregada.
gem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários.
Isso significa que João usou a opção:

a) Responder.
b) Arquivar.
c) Marcar como não lida.
d) Responder a todos.
e) Marcar como lida

Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao


e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas
ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
“C” e “E” por não terem correspondência com a função
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

“Resposta”.
Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
como o João deseja responder apenas para Pedro ele
deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes-
se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também
receberiam a mensagem. Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida
será

a) imediatamente fechada.

48
b) enviada para impressão.
c) atualizada. HARDWARE: MICROCOMPUTADORES E
d) enviada por e-mail. PERIFÉRICOS: CONFIGURAÇÃO BÁSICA
e) aberta em uma nova aba. E COMPONENTES; IMPRESSORAS: CLAS-
SIFICAÇÃO E NOÇÕES GERAIS; DISPOSI-
Resposta: Letra C. TIVOS DE ARMAZENAMENTO EXTERNO:
a) Imediatamente fechada. CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E NOÇÕES
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias GERAIS.
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.
۰ Ctrl + P A Informática é um meio para diversos fins, com isso
c) Atualizada. acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A
۰ F5 sua utilização passou a ser um diferencial para pessoas e
d) Enviada por e-mail. empresas, visto que, o controle da informação passou a
۰ CTRL + Enter (MS Outlook) ser algo fundamental para se obter maior flexibilidade no
e) Aberta em uma nova aba. mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor
۰ Ctrl + T = abre uma nova aba integrar sua área de atuação com a informática, atingi-
۰ Ctrl + N = abre um novo comando rá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequente-
mente, o seu sucesso, por isso em quase todos editais de
concursos públicos temos Informática.
Computação na nuvem (cloud computing)

Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela


internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
#FicaDica
tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli- Informática pode ser considerada como
cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar significando “informação automática”, ou
diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que seja, a utilização de métodos e técnicas no
os dados não se encontram em um computador específi- tratamento automático da informação. Para
co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o tal, é preciso uma ferramenta adequada: O
Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta computador.
aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas A palavra informática originou-se da junção
como o One Drive. de duas outras palavras: informação e au-
Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é tomática. Esse princípio básico descreve o
possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra- propósito essencial da informática: trabalhar
balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer informações para atender as necessidades
lugar — é justamente por isso que o seu computador dos usuários de maneira rápida e eficiente,
estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati- ou seja, de forma automática e muitas vezes
vos a partir de qualquer computador que tenha acesso instantânea.
à internet.

1. O que é um computador?
#FicaDica O computador é uma máquina que processa dados,
orientado por um conjunto de instruções. Ele é destina-
Basta pensar que, a partir de uma conexão
do a produzir resultados completos, com um mínimo de
com a internet, você pode acessar um ser-
intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos
vidor capaz de executar o aplicativo deseja-
citar:
do, que pode ser desde um processador de
: grande velocidade no processamento e disponibi-
textos até mesmo um jogo ou um pesado
lização de informações;
editor de vídeos. Enquanto os servidores
: precisão no fornecimento das informações;
executam um programa ou acessam uma
: propicia a redução de custos em várias atividades
determinada informação, o seu computador
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
precisa apenas do monitor e dos periféricos
para que você interaja.
Como ele funciona?
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em informática, e mais especialmente em computa-


dores, a organização básica de um sistema será na forma
de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

49
Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais 2. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
para o entendimento de informática em concursos pú- mórias, processadores (CPU) e disco de armazena-
blicos. mento HDs, CDs e DVDs)
Hardware, são os componentes físicos do computa-
dor, ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação
periféricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saí- de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de re-
da ou apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Pro- set, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas
cessamento). de ventilação e painel traseiro com recortes para encaixe
Software, são os programas que permitem o funciona- de placas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede,
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica cada vez mais com saídas USBs e outras.
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Opera- No fundo do gabinete existe uma placa de metal
cionais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Progra- onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
mação. possível verificar se será possível ou não fixar determi-
O primeiro software necessário para o funcionamen- nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
to de um computador é o Sistema Operacional (Sistema proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
Operacional). Os diferentes programas que você utiliza parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
em um computador (como o Word, Excel, PowerPoint
etc) são os aplicativos. Já os utilitários são os programas
que auxiliam na manutenção do computador, o antivírus #FicaDica
é o principal exemplo, e para finalizar temos as Lingua-
gens de Programação que são programas que fazem ou- Placa-mãe, é a placa principal, formada por
tros programas, como o JAVA por exemplo. um conjunto de circuitos integrados (“chip
Importante mencionar que os softwares podem ser set“) que reconhece e gerencia o funciona-
livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes mento dos demais componentes do compu-
características: tador.
• O usuário pode executar o software, para qualquer
uso.
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do Se o processador pode ser considerado o “cérebro”
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard)
• É permitido redistribuir cópias. representa a espinha dorsal, interligando os demais peri-
• O usuário tem a liberdade de melhorar o progra- féricos ao processador.
ma e de tornar as modificações públicas de modo O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
que a comunidade inteira se beneficie da melhoria. cido como HD, serve como unidade de armazenamento
permanente, guardando dados e programas.
Entre os principais sistemas operacionais pode-se Ele armazena os dados em discos magnéticos que
destacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes ver- mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
sões, o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus
pelo finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas dados gravados ou acessados por um braço móvel com-
versões o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. posto por um conjunto de cabeças de leitura capazes de
É o principal software do computador, pois possibilita gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos dis-
que todos os demais programas operem. cos.
Dessa forma, os computadores digitais (que traba-
lham com valores discretos) são totalmente binários.
#FicaDica Toda informação introduzida em um computador é con-
vertida para a forma binária, através do emprego de um
Android é um Sistema Operacional desen-
código qualquer de armazenamento, como veremos
volvido pelo Google para funcionar em
mais adiante.
dispositivos móveis, como Smartphones e
A menor unidade de informação armazenável em
Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer
um computador é o algarismo binário ou dígito binário,
pessoa pode ter acesso ao seu código-fonte
conhecido como bit (contração das palavras inglesas bi-
e desenvolver aplicativos (apps) para funcio-
narydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores:
nar neste Sistema Operacional.
0 e 1.
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

aparelhos fabricados pela Apple, como o


bit pouco pode representar isoladamente; por essa ra-
iPhone e o iPad.
zão, as informações manipuladas por um computador
são codificadas em grupos ordenados de bits, de modo a
terem um significado útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma
informação útil e inteligível para o ser humano é o byte
(leia-se “baite”).

50
Como os principais códigos de representação de 3. Monitor de vídeo
caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os
conceitos de byte e caracter tornam-se semelhantes e as Normalmente um dispositivo que apresenta informa-
palavras, quase sinônimas. ções na tela de LCD, como um televisor atual.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados
acesso, armazenamento e recuperação de informações de touchscreen), nestes podemos escolher opções to-
são efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios cando em botões virtuais, apresentados na tela.
de computadores, menciona-se que ele possui “512
mega bytes de memória”; por exemplo, na realidade, em 4. Impressora
face desse costume, quase sempre o termo byte é omiti-
do por já subentender esse valor. Muito popular e conhecida por produzir informações
Para entender melhor essas unidades de memórias, impressas em papel.
veja a imagem abaixo: Atualmente existem equipamentos chamados im-
pressoras multifuncionais, que comportam impressora,
scanner e fotocopiadoras num só equipamento.
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá-
rios de computadores atualmente.

Ele não precisa recarregar energia para manter os da-


dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao con-
trário dos antigos disquetes. É utilizado através de uma
porta USB (Universal Serial Bus).
Cartões de memória, são baseados na tecnologia
flash, semelhante ao que ocorre com a memória RAM
do computador, existe uma grande variedade de formato
Figura 2: Unidade de medida de memórias desses cartões.
São muito utilizados principalmente em câmeras
Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura fotográficas e telefones celulares. Podem ser utilizados
3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você também em microcomputadores.
sobe basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos
abaixo: #FicaDica
Destacar essa tabela
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sis-
tema Básico de Entrada e Saída, trata-se de
um mecanismo responsável por algumas
Transformar 16422282522 atividades consideradas corriqueiras em um
Transformar 4 gigabytes kilobytes em terabytes: computador, mas que são de suma impor-
em kilobytes: 16422282522 / 1024 = tância para o correto funcionamento de uma
4 * 1024 = 4096 mega- 16037385,28 megabytes máquina.
bytes 16037385,28 / 1024 =
4096 * 1024 = 4194304 15661,51 gigabytes
kilobytes. 15661,51 / 1024 = 15,29 Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
terabytes. iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e
identificar todos os componentes de hardware conecta-
dos à máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é
USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta que a BIOS passa o controle para o sistema operacional e
de entrada mais usada atualmente. o boot acontece de verdade.
Além de ser usado para a conexão de todo o tipo Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM
de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de (Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
energia. Por isso permite que os conectores USB sejam são voláteis, mantendo os dados gravados após o desli-
usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros gamento do computador.
equipamentos. As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu
A fonte de energia do computador ou, em inglês, PSU conteúdo. Atualmente, existem variações que possibili-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(Power Supply Unit — Unidade de Alimentação de Ener- tam a regravação dos dados por meio de equipamentos
gia), é responsável por converter a voltagem da energia especiais. Essas memórias são utilizadas para o armaze-
elétrica, que chega pelas tomadas, em voltagens meno- namento do BIOS.
res, capazes de serem suportadas pelos componentes do O processador que é uma peça de computador que
computador. contém instruções para realizar tarefas lógicas e mate-
máticas. O processador é encaixado na placa mãe atra-
vés do socket, ele que processa todas as informações do
computador, sua velocidade é medida em Hertz e os fa-
bricantes mais famosos são Intel e AMD.

51
O processador do computador (ou CPU – Unidade Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Central de Processamento) é uma das partes principais lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
do hardware do computador e é responsável pelos cál- podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
culos, execução de tarefas e processamento de dados. placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
Contém conjuntos restritos de células de memória na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
chamados registradores que podem ser lidos e escritos dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens,
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de o resultado do processamento de vários outros dados.
memória. Os registradores são unidades de memória Você já deve ter visto placas de vídeo com especi-
que representam o meio mais caro e rápido de arma- ficações 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o
zenamento de dados. Por isso são usados em pequenas número, maior será a quantidade de dados que passarão
quantidades nos processadores. por segundo por essa placa, o que oferece imagens de
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos vídeo, por exemplo, com velocidade cada vez mais próxi-
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Com- ma da realidade. Além dessa velocidade, existem outros
plex Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: itens importantes de serem observados em uma placa de
... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, vídeo: aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de
enquanto que a maior parte das arquiteturas CISC per- cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão
mite que outras operações também façam referência à de encaixe na placa mãe que ela deverá usar (atualmente
memória. seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens
Possuem um clock interno de sincronização que de- um a um:
fine a velocidade com que o processamento ocorre. Essa Placas de som são hardwares específicos para traba-
velocidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008): lhar e projetar sons, seja em caixas de som, fones de ou-
Em um computador, a velocidade do clock se refere vido ou microfone. Essas placas podem ser onboard, ou
ao número de pulsos por segundo gerados por um osci- seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard,
lador (dispositivo eletrônico que gera sinais), que deter- conectadas em slots presentes na placa mãe. São dispo-
mina o tempo necessário para o processador executar sitivos de entrada e saída de dados, pois tanto permitem
uma instrução. Assim para avaliar a performance de um a inclusão de dados (com a entrada da voz pelo micro-
processador, medimos a quantidade de pulsos gerados fone, por exemplo) como a saída de som (por meio das
em 1 segundo e, para tanto, utilizamos uma unidade de caixas de som, por exemplo).
medida de frequência, o Hertz. Placas de rede são hardwares específicos para inte-
grar um computador a uma rede, de forma que ele possa
enviar e receber informações. Essas placas podem ser on-
board, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou
offboard, conectadas em slots presentes na placa mãe.

#FicaDica
Alguns dados importantes a serem observa-
dos em uma placa de rede são: a arquitetu-
ra de rede que atende os tipos de cabos de
rede suportados e a taxa de transmissão.

Figura 3: Esquema Processador


5. Periféricos de computadores
Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
com seus circuitos que recebem e transmitem dados Para entender o suficiente sobre periféricos para con-
para desempenhar tarefas como emissão de áudio, co- curso público é importante entender que os periféricos
nexão à Internet e a outros computadores e, como não são os componentes (hardwares) que estão sempre liga-
poderia faltar, possibilita a saída de imagens no monitor. dos ao centro dos computadores.
Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard- Os periféricos são classificados como:
ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner,
não estão implementados nesses chips, da própria mo- microfone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

therboard. Geralmente, esse fato implica na redução da Biométrico, Touchpad e outros.


velocidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
uma vez que é aceitável para a maioria dos usuários. formação do computador. Exemplos: Monitor, Impresso-
No entanto, quando se pretende ter maior potência ras, Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
de som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em
imagens e uma rede mais veloz, opta-se pelas placas off transmitir e receber informação ao computador. Exem-
board. Vamos conhecer mais sobre esse termo e sobre as plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray,
placas de vídeo, som e rede: modem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dis-
positivo de Som e outros.

52
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um clique
#FicaDica duplo em fará que seja
disponibilizada uma janela contendo funcionalidades
Periféricos sempre podem ser classificados para a formatação do dispositivo USB.
em três tipos: entrada, saída e entrada e saída.
( ) CERTO ( ) ERRADO

EXERCÍCIOS COMENTADOS Resposta: Errado. O Clique duplo para o caso da ilus-


tração fará abrir a janela de propriedades do disposi-
tivo.

A respeito de tipos de computadores e sua arquitetura


de processador, julgue os itens subsequentes

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Diferen-


temente de um processador de 32 bits, que não suporta
programas feitos para 64 bits, um processador de 64 bits
é capaz de executar programas de 32 bits e de 64 bits.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Se o programa for especialmente


projetado para a versão de 64 bits do Windows, ele
não funcionará na versão de 32 bits do Windows. (En-
tretanto, a maioria dos programas feitos para a versão
de 32 bits do Windows funciona com uma versão de
64 bits do Windows.)

5. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um pro-


cessador moderno de 32 bits pode ter mais de um núcleo
por processador.
Considerando a figura acima, que ilustra as propriedades
( ) CERTO ( ) ERRADO
de um dispositivo USB conectado a um computador com
sistema operacional Windows 7, julgue os itens a seguir
Resposta: Certo. O processador pode ter mais de um
núcleo (CORE), o que gera uma divisão de tarefas, eco-
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) As infor-
nomizando energia e gerando menos calor. EX. dual
mações na figura mostrada permitem inferir que o dis-
core (2 núcleos). Os tipos de processador podem ser
positivo USB em questão usa o sistema de arquivo NTFS, de 32 bits e 64 bits
porque o fabricante é Kingston.
6. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma
( ) CERTO ( ) ERRADO solução de armazenamento embasada em hard drive ex-
terno de estado sólido usando USB 2.0 for substituída
Resposta: Errado. Por padrão os pendrives (de baixa por uma solução embasada em cloud storage, ocorre-
capacidade) são formatados no sistema de arquivos rá melhoria na tolerância a falhas, na redundância e na
FAT, mas a marca do dispositivo ou mesmo a janela acessibilidade, além de conferir independência frente aos
ilustrada não apresenta informações para afirmar so- provedores de serviços contratados.
bre qual sistema de arquivos está sendo utilizado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Ao se cli-
car no ícone , será mostrado, no Resumo Resposta: Errado. Não há “maior independência
das Funções do Dispositivo, em que porta USB o disposi- frente aos provedores de serviço contratados”, pois o
tivo está conectado. acesso aos dados dependerá do provedor de serviços
de nuvem no qual seus dados ficarão armazenados,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRADO qualquer que seja a nuvem. Independência para mu-


dar de fornecedor, quando existente, não implica em
Resposta: Certo. Ao se clicar no ícone citado será de- dizer que o usuário fica independente do fornecedor
monstrada uma janela com informações/propriedades que esteja usando no momento.
do dispositivo em questão, uma das informações que Acerca de conceitos de hardware, julgue o item se-
aparecem na janela é a porta em que o dispositivo guinte.
USB foi/está conectado.

53
7. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Diferentemen-
te dos computadores pessoais ou PCs tradicionais, que
são operados por meio de teclado e mouse, os tablets, HORA DE PRATICAR!
computadores pessoais portáteis, dispõem de recurso
touchscreen. Outra diferença entre esses dois tipos de 1. (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE
computadores diz respeito ao fato de o tablet possuir ADMINISTRATIVO) Um computador é um equipamen-
firmwares, em vez de processadores, como o PC. to capaz de processar com rapidez e segurança grande
quantidade de informações.
( ) CERTO ( ) ERRADO Assim, além dos componentes de hardware, os compu-
Resposta: Errado. O uso dos processadores era algo tadores necessitam de um conjunto de softwares deno-
que até um tempo atrás ficava restrito a desktops, minado:
notebooks e, em uma maior escala, a servidores, mas
com a popularização de smartphones e tablets esse a) arquivo de dados.
cenário mudou. Grandes players como Samsung, Ap- b) blocos de disco.
ple e NVIDIA passaram a fabricar seus próprios mo- c) navegador de internet.
delos, conhecidos como SoCs (System on Chip), que d) processador de dados.
além da CPU incluem memória RAM, placa de vídeo e e) sistemaoperacional.
muitos outros componentes.
2. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO –
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se ADMINISTRATIVA) As características básicas da segu-
clicar na opção , será executado um programa que rança da informação — confidencialidade, integridade e
permitirá a realização de operações de criptografia no disponibilidade — não são atributos exclusivos dos siste-
arquivo para protegê-lo contra leitura indevida. mas computacionais.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. WinZip é um dos principais pro- 3. (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JURÍ-
gramas para compactar e descompactar arquivos de DICA) São ações para manter o computador protegido,
seu computador. Perfeito para organizar e economizar EXCETO:
espaço em seu disco rígido.
a) Evitar o uso de versões de sistemas operacionais ultra-
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) A co- passadas, como Windows 95 ou 98.
municação entre a CPU e o monitor de vídeo é feita, na b) Excluir spams recebidos e não comprar nada anuncia-
grande maioria dos casos, pela porta serial. do através desses spams.
c) Não utilizar firewall.
( ) CERTO ( ) ERRADO d) Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo sem-
pre utilizar um perfil mais restrito.
Resposta: Errado. As portas de vídeo mais comuns e) Não clicar em links não solicitados, pois links estranhos
são: VGA, DVI e HDMI. muitas vezes são vírus.

10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Alguns 4.(Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu-
tipos de mouse se comunicam com o computador por rança do Trabalho) A ferramenta Outlook :
meio de porta serial.
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos
( ) CERTO ( ) ERRADO os e-mails, calendários e contatos de um usuário.
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com o
Resposta: Certo. A interface serial ou porta serial, Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7.
também conhecida como RS-232 é uma porta de co- c) permite que todas as pessoas possam ver o calendá-
municação utilizada para conectar pendrives, mode- rio de um usuário, mas somente aquelas com e-mail
ms, mouses, algumas impressoras, scanners e outros Outlook.com podem agendar reuniões e responder a
equipamentos de hardware. Na interface serial, os bits convites.
são transferidos em fila, ou seja, um bit de dados de d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não
cada vez. funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em tele-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

fones com Android.


e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas do
pacote de webmail Office 356 da Microsoft.]

54
5. (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um 9. (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará
computador com o sistema operacional Windows insta- - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma
lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun- de prevenir perda de informações. Qual é o Backup que
tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail. só efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados
Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto pelo usuário ou sistema?
de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa tarefa a) Backup incremental
o software: b) Backup diferencial
c) Backup completo
a) 7-Zip. d) Backup Normal
b) WinZip. e) Backup diário
c) CuteFTP.
d) jZip. 10. (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa-
e) WinRAR. mento) Como é chamado o backup em que o sistema
não é interrompido para sua realização?
6. (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito)
Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu- a) Backup Incremental.
guês, é correto afirmar que, b) Cold backup.
c) Hot backup.
a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre d) Backup diferencial.
cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão e) Backup normal
Classificar na barra de ferramentas da janela e esco-
lher o modo de exibição desejado. 11. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo)
b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia
é apagado permanentemente e não pode ser poste- a um computador. Qual é o padrão de conexão que ele
riormente recuperado caso tenha sido excluído por deve usar?
engano.
c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar a) RJ11
com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a b) RGB
opção Enviar para a lixeira. c) HDMI
d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que d) PS2
estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado e) RJ45
entre todos os usuários que possuem acesso a essas
pastas. 12. (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad-
e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele-
rígido para uma mídia removível, como um pen drive, mentos placa de som, editor de texto, modem, editor de
ele será copiado. planilha e navegador de internet:

7. (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema ope- a) software, software, hardware, software e hardware.
racional Linux,o comando que NÃO está relacionado a b) hardware, software, software, software e hardware.
manipulação de arquivos é: c) hardware, software, hardware, hardware e software.
d) software, hardware, hardware, software e software.
a) kill e) hardware, software, hardware, software e software.
b) cat
c) rm 13. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo)
d) cp Um computador à venda em um sítio de comércio ele-
e) ftp trônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa
configuração indica que:
8. (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
- Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um a) a velocidade do processador é 3.2 GHz.
desenvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade b) a capacidade do disco rígido é 8 GB.
de backup em uma aplicação móvel para, de tempos c) a capacidade da memória RAM é 2 TB.
em tempos, armazenar dados automaticamente. A d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 por-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

classe da API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser tas USB.


utilizada é a:
14. (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
a) BkpAgent; Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada
b) BkpHelper; de um computador:
c) BackupManager;
d) BackupOutputData; a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
e) BackupDataStream. b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.

55
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.

15. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e Win-
dows, julgue os itens seguintes.2No sistema operacional Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à denominada
nuvem de computadores que fazem parte da Internet.

( ) CERTO ( ) ERRADO

16. (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA) Alguns programas do computador de Ana estão muito len-
tos e ela receia que haja um problema com o hardware ou com a memória principal. Muitos de seus programas falham
subitamente e o carregamento de arquivos grandes de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso, aparece,
com frequência, mensagens indicando conflitos em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7, resolveu
executar algumas funções de diagnóstico, que poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e sugerir as
soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida do hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:

a) Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de desempenho.


b) Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de conflitos do Windows.
c) Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de desempenho de hardware.
d) Mapeamento de Memória do Windows e Mapeamento de hardware do Windows.
e) Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnóstico de hardware do Windows.

17. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório de
advocacia e utiliza um computador com o Windows 7 Professional em português. Certo dia notou que o computador em
que trabalha parou de se comunicar com a internet e com outros computadores ligados na rede local. Após consultar um
técnico, por telefone, foi informada que sua placa de rede poderia estar com problemas e foi orientada a checar o funciona-
mento do adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou no Painel de Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no grupo
Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:

a) Central de redes e compartilhamento.


b) Verificar status do computador.
c) Redes e conectividade.
d) Gerenciador de dispositivos.
e) Exibir o status e as tarefas de rede.

18. (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA) No console do sistema operacional Linux, alguns comandos
permitem executar operações com arquivos e diretórios do disco.
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um diretório vazio são, respectivamente,
a) pwd, mv e rm.
b) md, ls e rm.
c) mkdir, cd e rmdir.
d) cdir, lsdir e erase.
e) md, cd e rd.

19. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema operacio-
nal (ambientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema operacional aberto,
o Linux, comparativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de armazenamento de
dados em nuvem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

20. (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acerca de organização e gerenciamento de informações, ar-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

quivos, pastas e programas, de segurança da informação e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens
subsequentes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma sequência de registros, que são mapeados em blocos
de discos. Embora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas do disco e pelo sis-
tema operacional, o tamanho do registro pode variar.

( ) CERTO ( ) ERRADO

56
21. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu trabalho o
editor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digitou
um documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir
apenas essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a op-
ção Imprimir Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou

a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.


b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.

22. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento
financeiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes
inadimplentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que
deveria comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pes-
quisou recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e
as datas em que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados
manualmente. Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática,
um conjunto de etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do
Microsoft Office 2010 que permitem atender às necessidades de João são os recursos

a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR
Office, é possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um
determinado estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para

a) recuo da primeira linha.


b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

24. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar,
por data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na
lista disponibilizada, clicar ordenar data.

( ) CERTO ( ) ERRADO
25. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se
o Microsoft Excel 2010 (em português).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve
ser digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é

57
a) =(B2+B2)*C2*D2. 28. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRADOR)
b) =B2+B2*C2/D2. Em um slide em branco de uma apresentação criada uti-
c) =B2*C2*D2. lizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 (em português),
d) =B2*(1+(C2*D2)). uma das maneiras de acessar alguns dos comandos mais
e) =D2*(1+(B2*C2)). importantes é clicando-se com o botão direito do mouse
sobre a área vazia do slide. Dentre as opções presentes
26. (MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSIS- nesse menu, estão as que permitem
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma
suíte para escritório gratuita e de código aberto. Um dos a) copiar o slide e salvar o slide.
aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de pla- b) salvar a apresentação e inserir um novo slide.
nilha eletrônica e assemelha-se ao Excel da Microsoft. O c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação já exis-
Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permi- tente.
tindo ao usuário a inserção de equações matemáticas e d) apresentar o slide em tela cheia e animar objetos pre-
auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os sentes no slide.
dados presentes na planilha. O Calc utiliza como padrão e) mudar o layout do slide e a formatação do plano de
o formato: fundo do slide.

a) XLS. 29. (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - JU-


b) ODF. DICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org Apresen-
c) XLSX. tação (Impress), NÃO se trata de um espaço reservado
d) PDF. que se possa configurar a partir da janela Elementos
e) DOC. mestres:

27. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA a) Número da página.


ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre b) Texto do título.
Segurança no Trabalho, Iracema comunicou aos funcio- c) Data/hora.
nários presentes que disponibilizaria os slides referentes d) Rodapé.
à palestra na intranet da empresa para que todos pudes- e) Cabeçalho.
sem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer
o upload do arquivo de slides criado no Microsoft Po- 30. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉC-
werPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do NICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Internet
sistema dizendo que o formato do arquivo era inválido Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visitados
e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato nos últimos dias e até semanas, exceto aqueles visitados
PDF e tentar realizar o procedimento novamente. Para em modo de navegação privada. Para abrir a opção que
realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema permite ter acesso a essa lista, com o navegador aberto,
clica-se na ferramenta cujo desenho é
a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a op-
ção Todos os programas, selecionou a opção Micro-
a) uma roda dentada, posicionada no canto superior di-
soft Office 2010 e abriu o software Microsoft Office
reito da janela.
Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na
b) uma casa, posicionada no canto superior direito da
guia Arquivo e na opção Converter. Na caixa de di-
janela.
álogo que se abriu, selecionou o arquivo de slides e
c) uma estrela, posicionada no canto superior direito da
clicou no botão Converter.
janela.
b) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint
d) um cadeado, posicionado no canto inferior direito da
2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou
na opção Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, janela.
clicou na caixa de combinação que permite definir o e) um globo, posicionado à esquerda da barra de ende-
tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. Em seguida, reços.
clicou no botão Converter.
c) abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os 31. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes de
direito do mouse sobre o nome do arquivo e selecio- computadores, julgue os itens subsequentes. Lista de
nou a opção Salvar como PDF. discussão é uma ferramenta de comunicação limitada a
d) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint uma intranet, ao passo que grupo de discussão é uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, clicou na ferramenta gerenciável pela Internet que permite a um
opção Salvar Como. Na caixa de diálogo que se abriu, grupo de pessoas a troca de mensagens via email entre
clicou na caixa de combinação que permite definir o todos os membros do grupo.
tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. Em seguida,
clicou no botão Salvar. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) baixou da internet um software especializado em fazer
a conversão de arquivos do tipo PPTX para PDF, pois
verificou que o PowerPoint 2010 não possui opção
para fazer tal conversão.

58
32. (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/CIÊN- 36. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
CIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifi-
internet o protocolo_________ permite a transferência de cação digital, julgue os itens que se seguem.O certificado
mensagens eletrônicas dos servidores de _________para digital revogado deve constar da lista de certificados re-
caixa postais nos computadores dos usuários. As lacunas vogados, publicada na página de Internet da autoridade
se completam adequadamente com as seguintes expres- certificadora que o emitiu.
sões:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) Ftp/ Ftp.
b) Pop3 / Correio Eletrônico. 37. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
c) Ping / Web. ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação,
d) navegador / Proxy. julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim
e) Gif / de arquivos denominado em virtude de diversas analogias poderem
ser feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos.
33. (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - AS-
SISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO AD- ( ) CERTO ( ) ERRADO
MINISTRATIVO) Em uma rede local, cujas estações de
trabalho usam o sistema operacional Windows XP e en- 38. (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL -
dereços IP fixos em suas configurações de conexão, um ADMINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de
novo host foi instalado e, embora esteja normalmente computadores, dentre eles um dos mais comuns são ví-
conectado à rede, não consegue acesso à internet distri- rus de macros, que:
buída nessa rede.
Considerando que todas as outras estações da rede es- a) são programas binários executáveis que são baixados
tão acessando a internet sem dificuldades, um dos moti- de sites infectados na Internet.
vos que pode estar ocasionando esse problema no novo b) podem infectar qualquer programa executável do
host é computador, permitindo que eles possam apagar ar-
quivos e outras ações nocivas.
a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o do- c) são programas interpretados embutidos em docu-
mínio registrado na internet. mentos do MS Office que podem infectar outros do-
b) a falta de registro da assinatura digital do host nas cumentos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
opções da internet. d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprieda- em sites com software pirata.
des do Protocolo TCP/IP desse host. e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software le-
d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do gal, em um computador com acesso apenas a sites da
próprio host. Internet com boa reputação.
e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
desse host está conectada. 39. (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I -
SISTEMAS) Sobre vírus, considere:
34. (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMI- I. Para que um computador seja infectado por um vírus
NISTRATIVO) Para conectar sua estação de trabalho a é preciso que um programa previamente infectado seja
uma rede local de computadores controlada por um ser- executado.
vidor de domínios, o usuário dessa rede deve informar II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos, in-
uma senha e um[a] fectando arquivos do disco e executando uma série de
atividades sem o conhecimento do usuário.
a) endereço de FTP válido para esse domínio. III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente. sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
c) porta válida para a intranet desse domínio. ação do usuário.
d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio. IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em outros
e) certificação de navegação segura registrada na intra- programas ou arquivos e não necessitam serem explici-
net. tamente executados para se propagarem.

Está correto o que se afirma em


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

35. (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA-


LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com a) II, apenas.
relação a redes de computadores, julgue os próximos b) I e II, apenas.
itens.5Uma rede local (LAN — local area network) é ca- c) II e III, apenas.
racterizada por abranger uma área geográfica, em teoria, d) I, II e III, apenas.
ilimitada. O alcance físico dessa rede permite que os da- e) I, II, III e IV.
dos trafeguem com taxas acima de 100 Mbps.

( ) CERTO ( ) ERRADO

59
40. (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - 29 B
INFORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:
30 C
a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não 31 Errado
necessitam ser explicitamente executados. 32 B
b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir as
ações realizadas como consequência da execução do 33 C
Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacio- 34 D
nadas ao comportamento de um vírus. 35 Errado
c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executado
36 Certo
para que ele se instale em um computador. Cavalos de
Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados 37 Certo
por e-mail. 38 C
d) Não instala programas no computador, pois seu único 39 B
objetivo não é obter o controle sobre o computador,
mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail. 40 E
e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não
infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si
mesmo automaticamente.

GABARITO

1 E
2 Certo
3 C
4 B
5 C
6 E
7 A
8 C
9 A
10 C
11 C
12 E
13 A
14 C
15 Certo
16 A
17 D
18 C
19 Errado
20 Certo
21 A
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

22 A
23 C
24 Errado
25 D
26 B
27 D
28 E

60
ÍNDICE

ATUALIDADES

Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, divulgados
na mídia local e/ou nacional, veiculados nos últimos seis meses anteriores à data da prova............................................. 01
do presidente. A Presidência também conta com dois ór-
QUESTÕES RELACIONADAS A gãos de consulta: o Conselho da República e o Conselho
FATOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS, de Defesa Nacional.
SOCIAIS E CULTURAIS, NACIONAIS Os ministérios são 16: Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento; Cidadania; Ciência, Tecnologia, Inovações e
E INTERNACIONAIS, DIVULGADOS
Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Regional; Eco-
NA MÍDIA LOCAL E/OU NACIONAL,
nomia; Educação; Infraestrutura; Justiça e Segurança Pú-
VEICULADOS NOS ÚLTIMOS SEIS MESES blica; Meio Ambiente; Minas e Energia; Mulher, Família e
ANTERIORES À DATA DA PROVA Direitos Humanos; Relações Exteriores; Saúde; Turismo; e
a Controladoria-Geral da União. De acordo com a nova
organização, também possuem o status de ministros de
Estado o chefe da Casa Civil da Presidência da Repúbli-
POLÍTICA
ca; o chefe da Secretaria de Governo da Presidência da
República; o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
Posse de Jair Messias Bolsonaro
República; o chefe do Gabinete de Segurança Institucio-
nal da Presidência da República; o advogado-geral da
Jair Messias Bolsonaro (PSL), 63, tomou posse como
o 38º presidente do Brasil às 15h15 desta terça-feira União; e o presidente do Banco Central.
(1º/01/19), em cerimônia no Congresso Nacional, para
o mandato entre 2019 e 2022. Emocionado, ele acom- Fonte:
panhou a execução do Hino Nacional antes de fazer o https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noti-
juramento constitucional e assinar o termo de posse. cias/2019/01/01/bolsonaro-moro-guedes-ministerio-
Em seguida, fez seu primeiro discurso no novo cargo. Às -governo-medida-provisoria-primeiro-ato.htm
16h35, teve início o cerimonial rumo ao Palácio do Pla-
nalto. Após descer a rampa do Congresso ao lado dos Flávio Bolsonaro: entenda as suspeitas e o que o
presidentes do Senado, Eunicio Oliveira (MDB-CE), e da senador eleito diz sobre elas
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro ouviu nova-
mente o Hino e passou as tropas em revista. Às 17h01, Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o se-
após subir a rampa do Planalto acompanhado da primei- nador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se tornou o cen-
ra-dama, Michelle, do vice, Hamilton Mourão e da mu- tro das atenções da família depois que veio à tona, em
lher dele, Paula, Bolsonaro recebeu a faixa presidencial dezembro de 2018, um relatório do Coaf (Conselho de
das mãos do agora ex-presidente Michel Temer (MDB). Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério
da Fazenda, sobre movimentação financeiras atípicas fei-
Fonte: tas por seu então assessor parlamentar, Fabricio Queiroz.
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/01/bol- Além disso, Flávio também é investigado por ter ocu-
sonaro-posse-presidente.htm pado um cargo comissionado na Câmara dos Deputados
enquanto fazia estágio e faculdade no Rio.
MP de Bolsonaro reorganiza ministério e dá supe- Já no dia 22 de janeiro, uma nova operação do MP
restrutura a Moro e Guedes contra 13 suspeitos de envolvimento com milícias trou-
xe novamente o nome o nome do primogênito de Jair
Nas primeiras horas de seu governo, o presidente Bolsonaro aos holofotes: Flávio Bolsonaro empregou em
Jair Bolsonaro (PSL) publicou três atos nesta terça-feira seu gabinete parentes do ex-capitão da PM Adriano Ma-
(01/01/19): uma medida provisória que determina a es- galhães da Nóbrega, acusado de comandar milícias no
trutura do novo governo e um decreto que estabelece o Rio de Janeiro.
novo valor do salário mínimo (R$ 998) e a nomeação de
21 dos 22 ministros do novo governo. A medida provi- Caso Queiroz
sória publicada em edição extraordinária do Diário Oficial
“estabelece a organização básica dos órgãos da Presi- O Conselho de Controle de Atividades Financeiras
dência da República e dos Ministérios”, oficializando fu- (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que atua
sões, extinções e transferências de órgãos e a criação da na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, pro-
superestrutura das pastas comandadas por Sergio Moro duziu um relatório de inteligência financeira que sinali-
(Justiça e Segurança Pública) e Paulo Guedes (Economia). za movimentações atípicas de diversas pessoas ligadas
De acordo com a medida, os seguintes órgãos inte- à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Entre
gram a Presidência da República: Casa Civil, secretaria de elas, Fabricio Queiroz, um policial militar aposentado que
Governo, secretaria-geral, o gabinete pessoal do presi- foi motorista e segurança de Flávio Bolsonaro e é amigo
dente, o gabinete de Segurança Institucional e a Autori- do presidente Jair Bolsonaro desde os anos 1980.
dade Nacional de Proteção de Dados Pessoais. Também A investigação do Ministério Público Federal, um des-
ATUALIDADES

integram a Presidência da República, mas como órgãos dobramento da Operação Lava Jato, buscava identificar
de assessoramento, o Conselho de Governo, o Conselho movimentações suspeitas que poderiam estar relaciona-
Nacional de Política Energética, o Conselho do Programa das a pagamento de propina a deputados em troca de
de Parcerias de Investimentos da Presidência da Repú- apoio ao governo de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro.
blica, o Advogado-Geral da União e a assessoria especial

1
Fonte: “Queremos reformar a União Europeia (UE) e o Par-
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/25/ lamento Europeu, sem destruí-los. Queremos trazer mu-
flavio-bolsonaro-entenda-quais-sao-as-suspeitas-e-o- danças radicais”, disse Meuthen.
-que-o-senador-eleito-diz-sobre-elas.htm Líderes dos direitistas Partido Popular Dinamarquês
e Finns, da Finlândia, também participaram do encon-
Presidência divulga balanço de ações do primeiro tro organizado por Salvini. A Rassemblement National
mês de governo (Agrupamento ou Comício Nacional, a antiga Frente Na-
cional), de Marine Le Pen, e o Partido da Liberdade da
O governo federal divulgou hoje (31/1/19) o balanço Áustria também devem se juntar à EAPN, embora não
de um mês de trabalho. Em uma nota, divulgada pela tenham participado da reunião desta segunda-feira.
assessoria da Presidência da República, foram destaca- “A ideia é deixar de ter uma Europa centralizada e co-
das 15 ações. Dentre elas, a proposta de reforma da Pre- mum para todos, mas devolver o poder aos parlamentos
vidência que, segundo integrantes do governo federal, nacionais para criar uma cooperação honesta entre Es-
tados iguais e abandonar a perigosa utopia dos Estados
está em fase final de elaboração e será apresentada no
unidos da Europa”, disse Marco Zanni, porta-voz de as-
Congresso em fevereiro.
suntos estrangeiros da Liga, à agência de notícias alemã
A reforma da Previdência será destaque também da
DPA.
mensagem do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso
Meuthen defendeu uma “proteção poderosa” das
Nacional, que será lida no próximo dia 4/2/19. Nela, o fronteiras externas da UE e a supressão da “migração ile-
presidente ressaltará a necessidade de mudar o sistema gal”.
atual. Na Itália, o discurso de Salvini contra a imigração ile-
A nota do Palácio do Planalto lembra que em janeiro gal e o lema de “primeiro os italianos” seduziu eleitores.
foi assinada a medida provisória para combater fraudes Agora, ele quer conquistar com a suas ideias também as
na Previdência. O texto altera regras de concessão de instituições europeias.
benefícios, como auxílio-reclusão, pensão por morte e “Fazemos parte de famílias políticas distintas, mas o
aposentadoria rural. Além disso, prevê a revisão de uma importante é que estamos promovendo alianças, esta-
série de benefícios e “processos com suspeitas de irregu- mos trabalhando para tornar realidade um novo sonho
laridades” concedidos pelo Instituto Nacional de Seguri- europeu, ainda que para alguns em Bruxelas isso seja um
dade Social (INSS). Segundo o governo federal, a MP vai pesadelo”, afirmou Salvini.
gerar uma economia de R$ 9,8 bilhões nos primeiros 12 Atualmente, há três grupos de extrema direita e eu-
meses de vigência. rocéticos no Parlamento Europeu: o Europa da Liberdade
e da Democracia Direta, da AfD; os Conservadores e Re-
Fonte: formadores Europeus, que incluem o Partido Lei e Justiça
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noti- (PiS), da Polônia; e o Europa das Nações e da Liberdade,
cia/2019-01/presidencia-divulga-balanco-de-acoes-do- da Liga e de Le Pen.
-primeiro-mes-de-governo (Fonte:https://www.dw.com/pt-br/populistas-
-anunciam-alian%C3%A7a-europeia-de-extrema-direi-
Populistas anunciam aliança europeia de extrema ta/a-48253448)
direita
STF proíbe privatização de estatais sem aval do
Os partidos populistas de direita Alternativa para a Congresso, mas permite venda de subsidiárias
Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anunciaram nesta se- O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quin-
ta-feira (6/6/19) que o governo federal não pode vender
gunda-feira (08/04/19) que pretendem formar um novo
estatais sem aval do Congresso Nacional e sem licitação
bloco no Parlamento Europeu junto com outras legendas
quando a transação implicar perda de controle acionário.
eurocéticas e de extrema direita.
Na terceira sessão de julgamento do tema, a maioria
O novo grupo deve se chamar Aliança Europeia de
dos magistrados da Suprema Corte permitiu vendas sem
Pessoas e Nações (EAPN), afirmou Jörg Meuthen, um dos autorização do parlamento somente para as empresas
líderes da AfD, em coletiva de imprensa ao lado do líder estatais subsidiárias. A decisão também vale para gover-
da Liga, o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro nos estaduais e prefeituras.
italiano, Matteo Salvini, em Milão. Uma empresa subsidiária é uma espécie de subdivi-
Meuthen, que também é o principal candidato da AfD são de uma companhia, encarregada de tarefas especí-
para as eleições europeias de maio deste ano, afirmou ficas no mesmo ramo de atividades da “empresa-mãe”.
que o encontro em Milão foi um “sinal de partida para A Petrobras, por exemplo, tem 36 subsidiárias, como a
algo novo”. Ele viajou à Itália a convite de Salvini, que Transpetro e a BR Distribuidora; a Eletrobras, 30; e o Ban-
também lançou sua campanha para o Parlamento Euro- co do Brasil, 16.
peu. O governo federal tem, segundo o Ministério da Eco-
ATUALIDADES

Meuthen enfatizou que, no futuro, os nacionalistas de nomia, 134 estatais, das quais 88 são subsidiárias.
direita não estariam mais fragmentados, mas unidos. O
desejo do grupo é promover a concessão de mais pode- Fonte:
res aos Estados-membros e reduzir a influência de Bru- https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/st-
xelas. f-julgamento-privatizacao-estatais.ghtml

2
ECONOMIA Agora, o Ministério da Economia tem 3.612 cargos
comissionados distribuídos da seguinte forma: 1.569
Renault-Nissan-Mitsubishi: conheça a aliança cria- cargos de DAS e 2.043 Funções Comissionadas do Poder
da pelo brasileiro Carlos Ghosn Executivo (FCPE). Essas últimas só podem ser ocupadas
por servidores concursados.
A repercussão mundial da prisão do brasileiro Carlos Ao todo, sete Secretarias Especiais compõem o pri-
Ghosn está muito ligada ao fato de ele ser o homem de meiro escalão do ministério: Fazenda; Receita Federal;
frente não só da Nissan, onde é membro do conselho, Previdência e Trabalho; Comércio Exterior e Assuntos
mas de 3 grandes montadoras, comandando a chamada Internacionais; Desestatização e Desinvestimento; Pro-
Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. dutividade, Emprego e Competitividade; e Desburocra-
Juntas, elas venderam 10,6 milhões de carros no mun- tização, Gestão e Governo Digital, além da Procuradoria-
do em 2017, reivindicando o posto de número 1 sobre o -Geral da Fazenda Nacional.
grupo Volkswagen. Cada uma das Secretarias Especiais tem pelo menos
Ghosn foi preso sob suspeita de sonegação e fraude duas secretarias, como a Secretaria de Previdência e a
fiscal. O executivo não declarou mais de 5 bilhões de ie- Secretaria de Trabalho, que integram da Secretaria Espe-
nes (o equivalente a R$ 167,4 milhões) de seu pagamento cial de Previdência e Trabalho. Responsável por herdar as
como presidente na Nissan. As fraudes fiscais ocorreram atividades do antigo Ministério da Fazenda e parte das
entre 2010 e 2015. atividades dos antigos Ministérios do Planejamento e do
A Nissan não é dona da Renault, nem vice-versa. Po- Trabalho, a Secretaria Especial de Fazenda tornou-se a
rém, são mais do que parceiras: as duas montadoras têm divisão com mais órgãos, com quatro secretarias, cinco
parte das ações uma da outra, mas nunca houve uma subsecretarias e dois departamentos.
fusão. (...) Entre as atribuições do Ministério da Economia, estão
Na prática, elas dividem conhecimentos em engenha- a administração financeira e a contabilidade pública, a
ria, pesquisa e desenvolvimento, partes da produção e desburocratização, a gestão e o governo digital, a fiscali-
têm investimentos comuns. Isso resulta em menos gas- zação e o controle do comércio exterior, a previdência e
tos para ambas, uma bandeira de Ghosn, que chegou a as negociações econômicas e financeiras com governos,
ser apelidado de “cost-killer” (“cortador de custos”) na organismos multilaterais e agências governamentais.
Nissan.
Fonte:
Fonte http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
:https://g1.globo.com/carros/noticia/2018/11/21/re- cia/2019-01/ministerio-da-economia-reduziu-29-mil-
nault-nissan-mitsubishi-conheca-a-alianca-criada-pelo- -cargos-em-comissao
-brasileiro-carlos-ghosn.ghtml
Governo informa que neste ano não haverá horá-
Ministério da Economia reduziu 2,9 mil cargos em rio de verão
comissão
O porta-voz da Presidência da República, Otávio
A fusão de quatro antigos ministérios – Fazenda; Pla- Rêgo Barros, informou nesta sexta-feira (5/4/19) que não
nejamento; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e par- haverá horário de verão neste ano.
te da estrutura do Trabalho – gerou a redução de 2,9 mil Inicialmente, Rêgo Barros disse que o governo havia
cargos. O novo quadro dos cargos em comissão e das decidido acabar com o horário de verão. De acordo com
funções de confiança entrou em vigor hoje (30/01/19). o porta-voz, o Ministério de Minas e Energia fez uma
A economia em dinheiro não foi informada. Os fun- pesquisa segundo a qual 53% dos entrevistados pediram
cionários serão dispensados amanhã (31/01/19). De o fim do horário de verão.
acordo com a pasta, foi necessário um período de transi- Pouco depois de Otávio Rêgo Barros informar a de-
ção em janeiro para não demitir todos os comissionados cisão do governo, Bolsonaro publicou uma mensagem
de uma vez e afetar a continuidade do ministério. sobre o assunto em uma rede social:
Nos últimos 28 dias, o Ministério da Economia ado- “Após estudos técnicos que apontam para a elimina-
tou medidas para alocar os servidores dentro da nova ção dos benefícios por conta de fatores como iluminação
estrutura, publicar os atos de nomeação e definir a cor- mais eficiente, evolução das posses, aumento do consu-
respondência entre as funções dos órgãos extintos e do mo de energia e mudança de hábitos da população, de-
novo ministério. cidimos que não haverá Horário de Verão na temporada
A adequação dos espaços físicos está em andamento 2019/2020.”
e levará vários meses. Segundo o Ministério da Econo- De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o
mia, os servidores deverão permanecer no local onde Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010
desempenham suas funções. Pela nova estrutura, a pasta por adotar o horário de verão. Segundo os números já
funciona em cinco prédios da Esplanada dos Ministérios. divulgados, entre 2010 e 2014, o aproveitamento da luz
ATUALIDADES

Segundo o Ministério da Economia, a fusão permitiu do sol resultou em economia de R$ 835 milhões para os
a redução de 243 cargos de Direção e Assessoramento consumidores.
Superior (DAS), 389 funções comissionadas do Poder
Executivo (FCPE) e mais 2.355 funções gratificadas, tota-
lizando 2.987 cargos extintos.

3
negociados na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Os
acionistas da Avon terão opção de receber ADRs nego-
ciados na NYSE ou ações listadas na B3.
Em comunicado, a Natura informa que a transação
permanece “sujeita às condições finais habituais, incluin-
do a aprovação tanto pelos acionistas da Natura quanto
da Avon, assim como das autoridades antitruste do Brasil
e outras jurisdições”. A conclusão da operação é espera-
da para o início de 2020.

Fonte:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/
natura-anuncia-compra-da-avon.ghtml

Brasil fica isolado no Brics por posições sobre Ve-


nezuela e comércio

A situação na Venezuela e a reforma da Organização


Mundial do Comércio estão aprofundando o racha den-
tro dos Brics e ameaçam a reunião do grupo que se reali-
zará em Brasília, nos dias 13 e 14 de novembro.
O placar entre os Brics é de 4 a 1 no tema Venezuela:
Fonte:
China, Rússia, África do Sul e Índia têm posição oposta à
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/04/05/ do Brasil, que se alinhou aos EUA.
governo-anuncia-fim-do-horario-de-verao.ghtml Nenhum dos quatro países reconhece como legítimo
o governo do autodeclarado presidente interino Juan
Desemprego cresce em 14 das 27 unidades da fe- Guaidó, ao contrário do Brasil, e todos se opõem a qual-
deração no 1º trimestre, diz IBGE quer tipo de intervenção externa.

O desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da fe- Fonte:


deração no 1º trimestre, na comparação com o trimestre https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essen-
anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira cial/brasil-fica-isolado-no-brics-por-posicoes-sobre-ve-
(16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nezuela-e-comercio/
(IBGE). Nos demais estados, houve estabilidade.
A taxa de desemprego média no país nos 3 primeiros Guerra comercial entre EUA e China se agrava
meses do ano subiu para 12,7%, conforme já divulgado
anteriormente pelo órgão. Pequim, 24 Ago 2019 (AFP) - O presidente dos Es-
Segundo o IBGE, as maiores taxas de desemprego fo- tados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta sexta-feira às
ram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre novas tarifas anunciadas por Pequim contra produtos
(18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Gran- americanos elevando a taxação sobre bens chineses,
de do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). ampliando a guerra comercial que ameaça a economia
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em global. Trump criticou a “relação comercial injusta” e dis-
13,5% e 15,3%, respectivamente. se que “a China não deveria ter colocado novas tarifas
(Fonte:https://g1.globo.com/economia/noti- sobre 75 bilhões de dólares de produtos americanos” por
cia/2019/05/16/desemprego-cresce-em-14-das-27-uni- motivação política. O presidente decidiu elevar a tarifa de
dades-da-federacao-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml) 25% sobre 250 bilhões em produtos chineses para 30%,
a partir de 1º de outubro. E as tarifas sobre 300 bilhões
de dólares em produtos que devem entrar em vigor em
Natura anuncia compra da Avon
1º de setembro e que eram de 10%, agora serão fixadas
em 15%.
A fabricante de cosméticos Natura anunciou nesta
Acusando a China de “tirar proveito dos Estados Uni-
quarta-feira (22) a aquisição da Avon, em uma operação dos em comércio, roubo de propriedade intelectual e
de troca de ações. Segundo a companhia, a operação cria muito mais”, Trump disse que, “devemos equilibrar essa
o quarto maior grupo exclusivo de beleza do mundo. relação comercial muito... Injusta”.
A partir da transação, será criada uma nova holding O conflito acelerado preocupa as empresas america-
brasileira, Natura Holding. Os atuais acionistas da Natura nas, muitas das quais dependem da China para fornecer
ficarão com 76% da nova companhia, enquanto os atuais insumos, produtos e até para a fabricação.
ATUALIDADES

detentores da Avon terão os demais cerca de 24%.


No negócio, o valor da Avon é estimado em US$ 3,7 Fonte
bilhões, e o da nova companhia combinada em US$ 11 :https://economia.uol.com.br/noticias/
bilhões. Os papéis da Natura Holding serão listados na afp/2019/08/24/guerra-comercial-entre-eua-e-china-se-
B3, a bolsa brasileira, e terão certificados de ações (ADRs) -agrava.htm

4
Plano de Ação cios do País. A Sepec reconhece todos os desafios diag-
nosticados nesse ranking, mas traz uma visão de futuro
O secretário especial de Produtividade e Competitivi- e um plano de trabalho que vão transformar a produtivi-
dade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, reforça dade e a competitividade do Brasil.
que, desde que assumiu a Secretaria, trabalha para colo-
car em prática um plano de ataque aos problemas que Fonte:
impedem o crescimento econômico do Brasil. http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra-
“Nosso planejamento estratégico inclui metas ambi- sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco-
ciosas, baseadas em indicadores globais de desempenho nomico-mundial
ancorados no GCI e desdobradas em planos alinhados
com os desafios que temos a enfrentar”, afirma. A meta Número de empresas abertas no país cresce 30,8%
para 2022 é chegar ao 50º lugar, por meio de ações que em outubro
estão sendo desenvolvidas.
Para Da Costa, o Brasil ainda tem muito a melhorar. O número de empresas abertas em outubro deste
“Em relação aos Estados Unidos, nossa produtividade ano aumentou 30,8%, ante o mesmo período de 2018,
vem caindo desde 1980 e hoje representa aproximada- com o surgimento de 307.443 novos empreendimentos,
mente 25% da americana. O baixo progresso na produ- quase 10 mil por dia, segundo levantamento da Serasa
tividade brasileira levou à queda do país nos rankings Experian.
de competitividade global. Ainda estamos distantes dos O acumulado de janeiro a outubro foi de 2,6 milhões,
países da OCDE (Organização para Cooperação e Desen- 23,1% a mais do que a soma de janeiro a dezembro de
volvimento Econômico). Os estudos internacionais con- 2018, quando o volume foi de 2,5 milhões.
vergem sobre os principais gargalos da produtividade no Segundo os dados, as empresas do setor de serviços
Brasil, e estamos trabalhando para atacá-los um a um”, apresentaram variação de 26,6%, seguidas por indústrias
complementa. (18,2%) e comércio (13,1%). Até outubro, os microem-
preendedores individuais representavam 81,5% do total,
enquanto 7,2% eram sociedades limitadas e 5,4%, em-
Fonte:
presas individuais.
http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra-
“Os novos empreendedores se formalizam para ter
sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco-
mais opções de trabalho em um contexto de geração
nomico-mundial
de emprego formal ainda bastante lento. Adicionalmen-
te, alguns setores da economia, como a construção civil
Brasil sobe no ranking de competitividade do Fó-
residencial, estão se tornando mais dinâmicos e podem
rum Econômico Mundial
buscar profissionais que sejam formalizados para ter
mais facilidade na contratação”, disse o economista da
O Brasil subiu um degrau no ranking do Fórum Eco-
Serasa Experian Luiz Rabi..
nômico Mundial que avalia a competitividade de 141 Segundo Rabi, outro fator que pode ter impulsiona-
países. Avançamos da 72ª posição (2018) para a 71ª co- do é o aquecimento do mercado típico de fim do ano,
locação na lista de 2019. O Global Competitiveness Index quando as pessoas buscam alternativas para aumentar a
(GCI) foi divulgado, nesta quarta-feira (9/10/19), pelo Fó- renda familiar e acabam abrindo novos negócios.
rum Econômico Mundial. Singapura foi apontado como
o país mais competitivo do mundo, à frente dos Estados Fonte:
Unidos e de Hong Kong. Os últimos lugares ficaram com http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
República Democrática do Congo, Yemen e Chade. cia/2019-12/numero-de-empresas-abertas-no-pais-
Os melhores resultados do Brasil foram nos pilares -cresce-308-em-outubro
de infraestrutura, dinamismo de negócios e mercado de
trabalho. Em infraestrutura, o país passou para o 78º lu- Mercado vê ritmo ainda fraco de crescimento no
gar, avançando três pontos em relação a 2018; em dina- 3º trimestre, mas projeta PIB melhor em 2020
mismo de negócios, subimos da 108ª posição para a 67ª,
principalmente, por causa da redução do tempo para A economia brasileira manteve a trajetória de recu-
abrir um negócio. Outra melhora foi registrada no pilar peração no 3º trimestre, mas em ritmo ainda fraco, com
mercado de trabalho: estávamos em 114º lugar em 2018 o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sendo sus-
e passamos para a 105ª posição em 2019. tentado por um maior consumo das famílias, em meio a
Em capacidade de inovação, permanecemos na 40ª um cenário de juros mais baixos, inflação controlada e
posição, mesmo desempenho do ano passado. E em expansão do volume das operações de crédito.
qualificação, caímos do 94º para o 96º lugar. Já em mer- Levantamento do G1 aponta para uma expectativa
cado de produtos, passamos da 117ª para 124ª coloca- de alta entre 0,3% e 0,66% do Produto Interno Bruto
ATUALIDADES

ção. Segundo a Secretaria Especial de Produtividade e (PIB) no 3º trimestre, frente aos 3 meses anteriores. Das
Competitividade do Ministério da Economia (Sepec), os 14 consultorias e instituições financeiras consultadas, 9
números refletem principalmente dados até 2018, e são esperam uma alta entre 0,4% e 0,5%. Os dados oficiais
fruto das políticas praticadas por governos anteriores, serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
que produziram diversos entraves no ambiente de negó- Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3/12/19).

5
Para o resultado de 2019, 7 das 14 ainda estimam um Fundadora de site pornô que divulgava vídeos de
avanço abaixo 1%, e outras 7 preveem uma alta de 1% ou câmera escondida é presa na Coreia do Sul
1,1%. Portanto, provavelmente abaixo do desempenho
registrado nos 2 anos anteriores. Já para 2012, 12 delas Cofundadora de um dos maiores sites de pornografia
projetam um crescimento de, no mínimo, 2%. da Coreia do Sul, Soranet Song, de 46 anos, foi senten-
Por conta das possíveis revisões dos resultados an- ciada a quatro anos de prisão, em Seul, por incentivar a
teriores, ainda há dúvidas se o resultado do PIB do 3º ajudar na distribuição de material pornográfico.
trimestre será maior ou menor que o do 2º trimestre. Song tinha mais de um milhão de usuários em seu
Para o economista Thiago Xavier, da consultoria Ten- site e hospedava milhares de vídeos ilegais, muitos fil-
dências, a economia apresentou ritmo de crescimento mados com câmeras escondidas e compartilhados sem o
semelhante ao registrado no 2° trimestre. “A nossa análi- consentimento das mulheres retratadas.
se é calcada nas projeções para o período tanto na métri- Mulheres organizaram enormes protestos de rua na
ca interanual [0,9% no 3º trimestre ante 1% no 2º trimes- Coreia do Sul, pedindo para que o governo tomasse me-
tre] como margem dessazonalizada [0,3% no 3º trimestre didas mais sérias contra a pornografia ilegal.
ante 0,4% no 2º trimestre]”, afirma.
Segundo o economista da Austin Rating, Alex Agosti- Fonte:
ni, os dados preliminares do 3º trimestre indicam que as https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/09/fun-
bases de comparação já estão se recompondo. “Não dá dadora-de-site-porno-que-divulgava-videos-de-came-
para soltar rojões, mas é possível comemorar. Portanto, ra-escondida-e-presa-na-coreia-do-sul.htm
o crescimento daqui em diante, ainda que em nível baixo
para um país emergente, já é um sinal muito positivo”, Por que o Brasil decidiu isentar de visto turistas de
afirma. EUA, Japão, Austrália e Canadá
A avaliação geral é que, independentemente do per-
centual de crescimento no período de julho a setembro, O governo brasileiro anunciou nesta segunda-feira
a economia brasileira chega na reta final do ano com que cidadãos de EUA, Japão, Austrália e Canadá não pre-
perspectivas melhores que as que se tinha nos primei- cisarão mais de vistos para viajar ao Brasil como turistas.
ros meses do ano, quando parte do mercado chegou a A decisão - que rompe o princípio de reciprocidade
temer inclusive o risco de uma recessão técnica, caracte- adotado historicamente pela diplomacia brasileira - não
implica qualquer contrapartida dos países contemplados,
rizada por duas retrações trimestrais seguidas.
que continuarão a exigir vistos para turistas brasileiros.
O decreto que detalha a medida, publicado em uma
Fonte:
edição extraordinária do Diário Oficial da União, é assi-
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/
nado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros Er-
mercado-ve-ritmo-ainda-fraco-de-crescimento-no-3o-
nesto Araújo (Relações Exteriores), Sérgio Moro (Justiça e
-trimestre-mas-projeta-pib-melhor-em-2020.ghtml
Segurança Pública) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
A isenção se aplica a turistas que visitem o Brasil por
até 90 dias e pode ser prorrogada por outros 90, desde
SOCIEDADE que a estadia não ultrapasse 180 dias por ano a partir da
primeira entrada no país.
Ministra de Bolsonaro, Damares aparece vestindo
azul em loja e é questionada por vendedor Princípio de reciprocidade
Uma declaração da ministra Damares Alves - de que Em janeiro, a BBC News Brasil publicou que o Minis-
meninos devem vestir azul e meninas, a cor rosa - gerou tério das Relações Exteriores - historicamente contrário à
bastante repercussão e resultou em cenas de constran- liberação unilateral de vistos - havia revisto sua posição
gimento para a própria ministra da Família, Mulher e Di- sob o comando de Araújo.
reitos Humanos. Damares foi questionada por um ven-
dedor ao entrar vestida de azul em uma loja do Brasília Fonte:
Shopping. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47605005
A cena repercutiu e também foi compartilhada pela
deputada federal Erika Kokay. “Flagrante! Ministra Dama- Sarampo causou 142 mil mortes no mundo em
res usa azul e se revolta com vendedor que pergunta se 2018, diz OMS
ela é menino ou menina! #cornãotemgênero”, escreveu
a parlamentar. Depois de décadas de grandes progressos, a luta
contra o sarampo está estagnando e o número de mor-
Fonte: tes voltou a aumentar em 2018, de acordo com alerta da
ATUALIDADES

https://www.bol.uol.com.br/entretenimen- Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta


to/2019/01/04/ministra-de-bolsonaro-damares-apare- quinta-feira (5). No total, 142 mil pessoas morreram de
ce-vestindo-azul-em-loja-e-e-questionada-por-vende- sarampo no mundo em 2018. A cifra é quatro vezes me-
dor.htm nor do que em 2000, mas 15% maior do que em 2017. As
crianças representam a maior parte das mortes.

6
O sarampo é um vírus muito contagioso, que pode Mudança no topo
permanecer em uma área até duas horas depois de que
uma pessoa infectada tenha falecido. Ressurgiu com epi- Além da queda do Brasil, outras mudanças devem
demias nos cinco continentes desde 2018, sobretudo, em acontecer na parte de cima do ranking populacional. De
cidades ou vizinhanças com baixos níveis de vacinação. acordo com as estimativas da ONU, por volta de 2027 a
Em 2019, quase 12 mil pessoas tiveram sarampo no Índia deve superar a China no primeiro lugar, graças às
Brasil, principalmente jovens. Antes considerado um país medidas de controle de natalidade de Pequim.
livre do sarampo, o Brasil perdeu o certificado de elimi- Os países da África Subsaariana também aumentarão
nação da doença concedido pela Organização Pan-Ame- suas taxas de natalidade nos próximos anos e a popu-
ricana da Saúde (OPAS) em fevereiro deste ano, após re- lação na região, uma das mais pobres do mundo, deve
gistrar mais de 10 mil casos em 2018. O surto aconteceu dobrar até 2050.
principalmente nos estados de Amazonas e Roraima. Já no Brasil, a população passará a encolher a partir
de 2049, quando atingirá o ápice de 229.196.000 brasi-
Surtos pelo mundo leiros. A redução se dará de maneira gradual ao longo da
segunda metade do século e, em 2100, o Brasil deve ter
As pequenas ilhas da Samoa, no Pacífico Sul, atual- 180,6 milhões de habitantes — voltando ao patamar do
mente lutam contra uma epidemia de sarampo. Foram 62 início dos anos 2000.
mortes desde outubro, quase todas entre crianças meno- O país era o quinto mais populoso do mundo desde
res de quatro anos. As autoridades cortaram o acesso o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Em oitenta
ao arquipélago e lançaram uma campanha de vacinação anos, deve despencar para a 12ª posição, sendo ultra-
nesta quinta-feira (05/12/19). passado por Nigéria, Etiópia, República Democrática do
Cinco países concentraram quase metade dos casos Congo, Tanzânia, Egito e Angola.
em 2018: República Democrática do Congo (RDC), Libé- Hoje, a taxa de natalidade brasileira é de 1,73 nasci-
ria, Madagascar, Somália e Ucrânia, segundo um informe mentos por mulher, valor mais aproximado ao de países
publicado pelos Centros para o Controle e a Prevenção desenvolvidos, como o Japão, com média de 1,3 filhos.
de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A taxa paquistanesa, por exemplo, é de 3,48 nasci-
Nos países ricos, o sarampo mata pouco, ou nada. Na mentos, e a da Índia, apesar da megapopulação, conti-
RDC, porém, esse vírus matou o dobro do que o do pe- nua em 2,33 filhos por mulher.
rigoso vírus ebola, com mais de 5 mil mortes neste ano.
O vírus se propaga com facilidade. Israel importou Fonte:
uma centena de casos de outros países, como Filipinas e https://veja.abril.com.br/mundo/paquistao-ultra-
Ucrânia. De lá, alguns viajantes infectados transmitiram a passa-o-brasil-em-lista-de-paises-mais-populosos-do-
doença aos bairros judeus de Nova York e contribuíram -mundo
para a maior epidemia dos Estados Unidos desde 1992.
Guia Alimentar Brasileiro poderá ser adaptado
Fonte: para outros países
https://g1.globo.com/bemestar/sarampo/noti-
cia/2019/12/05/sarampo-causou-140-mil-mortes-no- Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de
-mundo-em-2018-diz-oms.ghtml 2 Anos, publicação feita pelo Ministério da Saúde com
o intuito de combater a obesidade infantil, poderá ser
Paquistão ultrapassa o Brasil em lista de países adaptado e usado por outros países que têm o portu-
mais populosos do mundo guês como língua oficial. A sugestão foi apresentada
hoje (13/12/19) pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique
Com uma população de 216 milhões de pessoas, o Mandetta, durante a V Reunião de Ministros da Saúde
Paquistão ultrapassou o Brasil e conquistou a posição de – encontro que reúne autoridades da Comunidade dos
quinto país mais populoso do mundo. Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, Portugal.
Segundo a Projeção de População Mundial da Orga- Lançado este ano, o guia apresenta recomendações e
nização das Nações Unidas (ONU), atualmente o Brasil informações sobre alimentação de crianças nos dois pri-
tem 211 milhões de pessoas. A perspectiva é de que em meiros anos de vida.
um ano o país ganhe “apenas” um milhão de pessoas, Além de promover saúde, crescimento e desenvolvi-
enquanto o Paquistão deve chegar a 220 milhões de ha- mento a esse público, o guia subsidia família e profissio-
bitantes, consolidando-se no top 5 do ranking. nais de saúde em ações de educação alimentar e nutri-
Nas primeiras posições estão China, Índia, Estados cional. Ao mesmo tempo, é um instrumento que ajuda
Unidos e Indonésia. Juntas, as cinco nações somam me- na orientação de políticas públicas que visam a apoiar,
tade de toda a população global, de 7,7 bilhões de pes- proteger e promover a saúde das crianças.
ATUALIDADES

soas. Ainda de acordo com o relatório, mais 2 bilhões No encontro da Comunidade dos Países de Língua
de indivíduos devem nascer nos próximos vinte anos, Portuguesa, Mandetta compartilhou a experiência brasi-
apesar da tendência à redução populacional em diversas leira e ofereceu ajuda aos demais países integrantes do
regiões. grupo, no sentido de elaborar e adaptar guias alimenta-
res às realidades locais de cada um deles.

7
A ideia é promover, já no primeiro trimestre de 2020, EDUCAÇÃO
oficinas técnicas para apresentar a metodologia adotada
pelo Brasil na elaboração do guia. Análise de dados pode ajudar a melhorar educa-
Instituída em julho de 1996, a CPLP reúne nove Esta- ção, dizem especialistas
dos membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e A coleta e a análise de dados se tornaram uma rea-
Príncipe e Timor-Leste. Juntos, esses países têm 230 mi- lidade não somente na economia, mas em diversas
lhões de habitantes distribuídos por quatro continentes. áreas. Para especialistas, também na educação, esse tipo
(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti- de prática pode contribuir para identificar problemas e
cia/2019-12/guia-alimentar-brasileiro-podera-ser-adap- orientar a ação de gestores, profissionais e governantes
tado-para-outros-paises) tanto na administração escolar quanto na elaboração de
políticas públicas.
Anvisa decide banir gordura trans até 2023 O tema foi discutido no evento Data Meeting Brazil,
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizado em Brasília hoje (26/11/19). A professora de ad-
aprovou hoje (17/12/19), por votação unânime, um novo ministração da Universidade de São Paulo (USP) Alessan-
conjunto de regras que visa banir o uso e o consumo de dra Montini destacou que, atualmente, há muitos dados
gorduras trans até 2023. disponíveis e o desafio é extrair deles valor para institui-
A nova norma será dividida em 3 etapas. A primeira ções e benefícios para a sociedade.
será a limitação da gordura na produção industrial de Na avaliação do gerente de políticas do movimento
óleos refinados. O índice de gordura trans nessa cate- Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, o trabalho orienta-
goria de produtos será de, no máximo, 2%. Essa etapa do por dados pode ajudar de diversas formas no setor.
tem um prazo de 18 meses de adaptação, e deverá ser A primeira é reconhecendo o que funciona. Entre 2007 e
totalmente aplicada até 1º de julho de 2021. 2017, por exemplo, os percentuais de alunos do 5o ano
A data também marca o início da segunda etapa, com aprendizagem satisfatória em língua portuguesa e
mais rigorosa, que limita a 2% a presença de gorduras
matemática mais que dobraram, saindo, respectivamen-
trans em todos os gêneros alimentícios. De acordo com
te, de 28% para 60,7% e de 23,7% para 48,9%.
nota publicada pela Anvisa, a medida deverá “ampliar a
proteção à saúde, alcançando todos os produtos desti-
Fonte:
nados à venda direta aos consumidores”.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
A restrição da segunda fase será aplicada até 1º de
cia/2019-11/analise-de-dados-pode-ajudar-melhorar-e-
janeiro de 2023 - período que marca o início da terceira
ducacao-dizem-especialistas
fase e o banimento total do ingrediente para fins de con-
sumo. A gordura trans ainda poderá ser usada para fins
industriais, mas não como ingrediente final em receitas Videoprova em Libras do Enem está disponível na
para o consumidor. internet

Ácidos graxos trans A videoprova em Libras do Exame Nacional do Ensino


Médio (Enem) deste ano está disponível na internet, na
Presente principalmente em produtos industrializa- página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-
dos, a gordura trans - ou ácido graxo trans, na nomen- cacionais Anísio Teixeira (Inep). Com o material, o partici-
clatura técnica - é usada para eliminar odores desagra- pante que já fez o Enem pode assistir à prova, comparar
dáveis e indesejáveis nos produtos finais. A gordura trans os resultados das respostas e conferir o gabarito. Para
está associada ao aumento do colesterol ruim (LDL) e de- quem ainda não fez a prova, o material servirá de suporte
gradação do colesterol bom (HDL). para os estudos.
Segundo informa a Anvisa, há provas concretas de O Inep passou a oferecer a videoprova em Libras em
que o consumo de gordura trans acima de 1% do va- 2017 como parte da política de inclusão do instituto. Em
lor energético total dos alimentos aumenta o risco de 2018, foi lançado o selo Enem em Libras, com todo o
doenças cardiovasculares. A agência informou ainda que, conteúdo disponível em Língua Brasileira de Sinais. No
em 2010, a média de consumo de gorduras trans pelos mesmo ano foi lançada a Plataforma Enem em Libras, na
brasileiros em alimentos industrializados girava em torno qual a videoprova pode ser acessada em plataforma si-
de 1,8% - valor considerado perigoso. Segundo a Orga- milar à adotada na aplicação da prova.
nização Mundial de Saúde (OMS), a gordura trans foi res- (Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/no-
ponsável por 11,5% das mortes por doenças coronárias ticia/2019-12/videoprova-em-libras-do-enem-esta-dis-
no Brasil naquele ano, o equivalente a 18.576 óbitos em ponivel-na-internet)
decorrência do consumo excessivo do óleo.
BNCC é “instrumento poderoso” para ensino de
Fonte: qualidade, diz educadora
ATUALIDADES

http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti-
cia/2019-12/anvisa-decide-banir-gordura-trans-a- A diretora do Instituto Reúna, Kátia Smole, disse hoje
te-2023 (11) que a implementação integral da Base Nacional Co-
mum Curricular (BNCC) vai permitir, pela primeira vez, a
criação de um sistema coerente de educação no país.

8
Na avaliação da educadora, o ensino de qualidade Violência contra professores e alunos cresce na
homogênea compreenderia um alinhamento entre currí- rede pública paulista
culo, material didático, formações inicial e continuada de
professores e avaliação, independentemente da esfera Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Locomotiva
de gestão da escola, ou seja, se é de âmbito municipal, e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Es-
estadual ou federal. tado de São Paulo (Apeoesp) revela que 54% dos pro-
“Nós não vamos ter revolução 4.0, 5.0 se os alunos fessores já sofreram algum tipo de violência nas escolas.
não aprenderem o que é certo, na idade certa”, afirmou Em 2017, o percentual era 51% e, em 2014, 44%. Entre
Kátia, que participou hoje do 1º Encontro da Organiza- os estudantes, 37% declararam ter sofrido violência (em
ção dos Estados Ibero-Americanos (OEI) de Políticas Pú- 2014 eram 38%, e 2017, 39%).
blicas de Educação e Cultura, realizado em São Paulo. Em 2019, 81% dos estudantes e 90% dos professores
Na opinião da diretora, de nada adianta investir em souberam de casos de violência em suas escolas esta-
ações de aceleração de aprendizagem se ainda houver duais no último ano. Ocorrências mais frequentes de vio-
distorções na assimilação de conteúdos. lência nas escolas estaduais envolveram bullying, agres-
“A base [BNCC] tem, para mim, um valor importan- são verbal, agressão física e vandalismo.
te porque diz claramente, corajosamente, ainda que nós Entre os estudantes, há mais casos de bullying, cita-
possamos ter muitas sugestões de melhoria: há uma dos por 62% deles e, entre os professores, as ocorrências
progressão de aprendizagem. É necessário que eu passe mais frequentes são de agressão verbal, citada por 83%
pela escola e aprenda na escola o que é certo, na idade dos docentes. “O bullying é o ponto de partida para di-
certa, não por sorte, não porque eu peguei um professor versas violências”, disse a presidente do sindicato.
bom, não porque deu certo de eu estar em uma esco- Outro ponto da pesquisa mostra que 95% da popu-
la privilegiada, mas porque é direito. É direito. Eu posso lação de SP, 98% dos estudantes e 99% dos professores
saber mais do que está aí [previsto na BNCC], mas eu afirmam que o governo estadual deveria dar mais condi-
não posso saber menos”, disse Katia, que foi secretária ções de segurança às escolas.
de Educação Básica do Ministério da Educação, durante
Opinião semelhante tem a população do país: 93%
o governo Michel Temer.
dos brasileiros acreditam que o governo estadual deveria
“Por sorte, eu tive professores que fizeram a diferen-
dar mais condições de segurança as escolas, revelou o
ça. Eu não queria que dependesse da sorte”, destacou.
estudo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada
A percepção da violência pelos professores aumen-
pelo Brasil em 2017 para o ensino infantil e fundamental
tou nos últimos anos: 71% dos estudantes e 71% dos
e, em 2018, para o ensino médio, define o mínimo que
professores perceberam o aumento este ano. Em 2017,
os estudantes devem aprender a cada etapa de ensino. A
BNCC prevê ainda que, em todo o período escolar, além a percepção era de 72% para os estudantes e 61% para
de capacidades acadêmicas, sejam desenvolvidas habili- os professores. Em 2014, a taxa era menor: 70% e 57%
dades socioemocionais. A partir da Base, as redes públi- respectivamente.
cas de ensino e as escolas privadas devem elaborar os Entre a população, a grande maioria (77%) soube de
currículos que serão implementados nas salas de aula. Os algum caso recente de violência em escolas públicas. No
novos currículos estão em fase de elaboração. estado de São Paulo, essa percepção atinge 79% da po-
pulação. “A violência passa a fazer parte do território da
Obstáculos da carreira docente aprendizagem, é essa a realidade das escolas”, lamentou
Meirelles.
O secretário de Educação do estado de São Paulo,
Rossieli Soares, destacou a importância da valorização Crise e cortes na educação
dos professores da rede pública de ensino.
Um dos problemas, segundo ele, é a forma como a Para a população, saúde e educação são áreas que
progressão salarial da categoria está estruturada, além deveriam ser poupadas de cortes mesmo em períodos
da remuneração inicial baixa. Para o educador, porém, a de crise. Para 45% dos entrevistados, a saúde vem em
questão transcende tal aspecto, passando também pela primeiro lugar e não deveria sofrer cortes. Em seguida,
condição de trabalho a que são submetidos, que estaria figuram educação, criminalidade, violência e geração de
fazendo com que percam “o brilho no olhar” quanto à empregos.
profissão.
Um levantamento sistematizado pelo Interdisciplina- Fonte:
ridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
base nos dados do Programa Internacional de Avaliação cia/2019-12/violencia-contra-professores-e-alunos-
de Alunos (Pisa) de 2015, revelou que apenas 3,3% dos -cresce-na-rede-publica-paulista
estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professo-
res. Se a opção for pela docência na educação básica, o Cursos à distância superam presenciais em nota
percentual cai para 2,4%. máxima
ATUALIDADES

O percentual de cursos de ensino a distância (EaD)


Fonte: com nota máxima superou o de presenciais em avaliação
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti- do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
cia/2019-12/bncc-e-instrumento-poderoso-para-ensi- nais Anísio Teixeira (Inep), que mede a qualidade do en-
no-de-qualidade-diz-educadora sino superior.

9
Os dados são do indicador ao Conceito Preliminar de BNCC
Curso (CPC), referentes a 2018, e foram divulgados hoje A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um
(12/12/19) pelo Inep, vinculado ao Ministério da Educa- documento de caráter normativo que define o conjun-
ção (MEC). to orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais
Ao todo, 2,7% dos cursos EaD obtiveram conceito que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
5, enquanto apenas 1,6% dos presenciais alcançaram etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a
o mesmo patamar. O CPC classifica os cursos em uma que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem
escala de 1 a 5. O conceito 3 reúne a maior parte dos e desenvolvimento, em conformidade com o que precei-
cursos. Aqueles que tiveram um desempenho menor que tua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento
a maioria recebe conceitos 1 ou 2. Já os que tiveram de- normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar,
sempenho superior à maioria, recebem 4 ou 5. tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes
Ainda considerando as modalidades de ensino, mais e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996),
cursos distância (94,5%) obtiveram conceito superior a e está orientado pelos princípios éticos, políticos e esté-
3: 94,5%. Entre os cursos presenciais, 86,7% obtiveram ticos que visam à formação humana integral e à cons-
conceitos entre 3 e 5. Na relação de cursos com pior de- trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva,
sempenho, o CPC 2018 apurou uma maior participação como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacio-
da modalidade presencial. Enquanto 0,4% de cursos pre- nais da Educação Básica (DCN).
senciais conseguiram conceito 1, o percentual do EaD foi Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essen-
de 0%. Já os cursos com nota 2 representam 5,5% na ciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar
aos estudantes o desenvolvimento de dez competências
modalidade EaD e 9,5% entre os presenciais.
gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os
direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Fonte:
Na BNCC, competência é definida como a mobiliza-
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
ção de conhecimentos (conceitos e procedimentos), ha-
cia/2019-12/cursos-distancia-superam-presenciais-em- bilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitu-
-nota-maxima des e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
Mais quatro universidades portuguesas vão usar do trabalho.
Enem para selecionar alunos
Fonte:
Quatro novas instituições de ensino superior de Por- http://basenacionalcomum.mec.gov.br
tugal assinaram acordo para usar as notas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de se- TECNOLOGIA
lecionar estudantes para seus cursos de graduação. As
Universidades de Coimbra e do Algarve, que foram as DNA de fósseis do Brasil desafia teorias de ‘desco-
primeiras a firmar parceria para usar o exame, também berta’ da América
renovaram os convênios com o Instituto Nacional de Es-
tudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Todos os indígenas que vivem ou já viveram nas Amé-
Ministério da Educação (MEC). ricas descendem de uma única população que chegou ao
Ao todo são 41 instituições portuguesas que usam o Novo Mundo vinda do leste asiático, através do estreito
Enem. Entre as quatro novas, três têm sede em Lisboa – de Bering, há cerca de 20 mil anos. A conclusão, de um
Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), a Universidade trabalho de uma equipe internacional de 72 arqueólogos
Autônoma de Lisboa (UAL) e o Instituto Politécnico da e geneticistas - entre os quais 17 brasileiros -, refuta as
Lusofonia (Ipluso). A quarta nova instituição conveniada teorias mais discutidas ou aceitas até hoje sobre o po-
é a Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha voamento do continente posteriormente “descoberto”
Portuguesa, em Oliveira de Azeméis. por Cristóvão Colombo.
O programa de convênio com as instituições portu- Assinado por pesquisadores das universidades de São
guesas completou cinco anos em maio de 2019. As duas Paulo (USP) e Harvard, dos Estados Unidos, e do Instituto
Max Planck, da Alemanha, o artigo científico foi publica-
primeiras instituições a assinar o acordo, em 2014, a Uni-
do nesta quinta-feira na prestigiosa revista científica Cell.
versidade de Coimbra e a Universidade do Algarve, reno-
Para chegar às conclusões, os autores se basearam
varam o convênio.
na análise do DNA fóssil de 49 esqueletos provenientes
Ao celebrar o acordo, a instituição passa a ter acesso
de 15 sítios arqueológicos, dos quais dois na Argentina
facilitado, junto ao Inep, aos resultados dos estudantes (11 esqueletos com idades entre 8,9 mil e 6,6 mil anos),
que buscam vaga em seus cursos. Cada instituição define um em Belize (três, de 9,4 mil a 7,3 mil anos), quatro no
as regras e os pesos para uso das notas. Brasil (15, de 10,1 mil a 1 mil anos), três no Chile (cinco,
de 11,1 mil a 540 anos) e sete no Peru (15, de 10,1 mil a
ATUALIDADES

Fonte: 730 anos).


https://exame.abril.com.br/mundo/mais-quatro-uni- Dos esqueletos brasileiros, sete, com cerca de 9,6 mil
versidades-portuguesas-vao-usar-enem-para-selecio- anos, foram escavados no sítio arqueológicos Lapa do
nar-alunos/ Santo, na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais; cinco,
com idade em torno de 2 mil anos, no sambaqui Jabu-

10
ticabeira 2, em Santa Catarina; e dois, de 6,7 mil anos, e Engineering Fair) 2019, realizada no dia 17 de maio, nos
um, com 5,8 mil anos, nos sambaquis fluviais Laranjal e Estados Unidos. A jovem, que é de Osório, no Rio Grande
Moraes, respectivamente, localizados no Vale do Ribeira do Sul, também poderá batizar um asteroide com seu
no estado de São Paulo. nome por conta do resultado.
Em seu projeto, Juliana utiliza casca da macadâmia
Fonte: para alimentar microorganismos responsáveis por pro-
https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/dna-de- duzir membranas que podem ser utilizadas em várias si-
-fosseis-do-brasil-desafia-teorias-de-descoberta-da- tuações, como para fabricar embalagens biodegradáveis.
-america,d35d470f5700c8d641e78af6bba8c4b7cjdn- Ela também está investigando como aplicar essa pesqui-
b19b.html sa na área de saúde, utilizando a membrana como cura-
tivos após a realização de cirurgias.
Foto de um buraco negro é revelada pela primeira O projeto foi apresentado na Feira Brasileira de Ciên-
vez na história cias e Engenharia (FEBRACE), organizada pela Universida-
de de São Paulo (USP), em março de 2019, quando foi se-
A primeira imagem de um buraco negro foi revelada lecionado para a Intel ISEF. Nos Estados Unidos, a jovem
nesta quarta-feira, 10/04/19, pela Fundação Nacional de teve a oportunidade de conhecer o trabalho científicos
Ciências (National Science Foundation, em inglês). A sur- de 1,8 mil jovens pesquisadores de 80 países.
preendente foto é resultado do trabalho de uma rede de Realizada desde 1950, a Intel ISELF é considerada a
telescópios, o projeto Event Horizon Telescope. maior feira de ciências do mundo para os estudantes que
A imagem disponibilizada mostra um buraco negro ainda estão no Ensino Médio. Além do prêmio de US$ 3
no centro da enorme galáxia Messier 87, localizada no mil, Estradioto terá a honra de batizar um asteroide com
aglomerado vizinho de Virgem, a 5 milhões de anos-luz o seu sobrenome.
da Terra. A região escura da foto é, na realidade, a som- Juliana pretende ingressar na graduação na área de
bra do buraco negro. O buraco negro fotografado é 6,5 Biologia — e, um dia, trazer um Prêmio Nobel para o
bilhões de vezes mais massivo que o Sol. Brasil. Além disso, ela afirma que deseja ajudar na divul-
gação científica e trabalhar com outros jovens. “Um dos
Até então, os astrônomos não tinham conseguido
maiores ensinamentos que aprendi é espalhar essa lição
captar precisamente a imagem de um buraco negro.
de fazer a ciência”.
Eram conhecidas apenas ilustrações, concepções artísti-
cas e simulações. Mas por que levou-se tanto tempo? A
Fonte:
razão principal é que eles são fenômenos invisíveis —
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noti-
com a força da gravidade exercendo uma pressão que
cia/2019/05/brasileira-ganha-1-lugar-na-feira-de-cien-
nada escapa ao seu redor: incluindo a radiação eletro-
cias-da-intel-maior-do-mundo.html
magnética.
“Se você quiser tirar uma foto de algo que se recusa Cientista brasileira cria “caneta” que detecta cân-
a ser fotografado, como um buraco negro, você precisa cer durante cirurgia
construir um tipo especial de telescópio. Então, conec-
tamos radiotelescópios ao redor do globo, os sincroni- Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma
zamos com relógios atômicos e todos eles olham para o espécie de caneta capaz de detectar células tumorais em
mesmo buraco negro ao mesmo tempo”, explicou She- poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin é formada em
perd Doeleman, diretor assistente para observação na Química pela Universidade Estadual de Campinas (Uni-
Black Hole Initiative. camp) e, apesar da pouca idade, já é chefe de um labo-
A importância do anúncio foi explicada na conferên- ratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin,
cia internacional, acompanhada ao vivo por diversos paí- nos Estados Unidos.
ses. Segundo um dos porta-vozes, a imagem do buraco Foi lá que, há quatro anos, ela iniciou os estudos de
negro é resultado do trabalho em equipe de centenas de um dispositivo capaz de extrair moléculas de tecido hu-
cientistas e pesquisadores ao redor do mundo — envol- mano e apontar, no material analisado, a presença de
veram-se no projeto oito telescópios e profissionais de células cancerosas. A tecnologia está em estudo, mas já
20 países —, além de ter sido fruto do sonho de Albert teve resultados promissores ao ser usada na análise de
Einstein, há 100 anos. 800 amostras de tecido humano.
A pesquisadora, que já mora há dez anos nos EUA,
Fonte: para onde se mudou para fazer doutorado, está no Brasil
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/no- nesta semana para apresentar os achados de sua pes-
ticia/2019/04/foto-de-um-buraco-negro-e-revelada-pe- quisa no congresso Next Frontiers to Cure Cancer, pro-
la-primeira-vez-na-historia.html movido anualmente pelo A.C. Camargo Cancer Center na
cidade de São Paulo.
Brasileira ganha 1º lugar na feira de ciências da Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comu-
Intel, a maior do mundo nidade científica ao ser uma das personalidades selecio-
ATUALIDADES

nadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fun-


Com apenas 18 anos, Juliana Estradioto já conta com dação MacArthur, conhecida como “bolsa dos gênios” e
um currículo acadêmico de dar orgulho. Agora, ela ga- destinada a profissionais com atuação destacada e criati-
nhou o primeiro lugar na categoria Ciência dos Materiais va em sua área. O prêmio, no valor de U$ 625 mil (cerca
na premiação da Intel ISELF (International Science and de R$ 2,5 milhões), é de uso livre pelo bolsista.

11
A caneta desenvolvida por ela e sua equipe de pes- “Nós nos acostumamos a receber cartas que eram
quisadores usa uma técnica de análise química para dar para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan-
essa mesma resposta que um patologista daria. “A cane- do para motoristas de entrega.”
ta tem um reservatório preenchido com água. Quando Dez anos trabalhando na indústria da música, que en-
a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dis- volviam também a tentativa de fazer com que as bandas
solvem em água e são transportadas para um espectrô- se encontrassem em entradas específicas dos locais de
metro de massa, equipamento que caracteriza a amostra apresentação, também alimentaram sua frustração.
como cancerosa ou não”, explica a cientista. “Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e
Essa caracterização da amostra em maligna ou não latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick.
pode ser feita porque a tecnologia usa, além dos equi- “Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo
pamentos de análise química, técnicas de inteligência ar- muito mais amigável? Eu estava falando com um mate-
tificial para que a máquina “responda” se as células são mático e descobrimos que havia combinações suficientes
tumorais.
de três palavras para cada local do mundo.”
Para isso, foram usadas, na criação do modelo, cen-
Na verdade, 40 mil palavras foram suficientes.
tenas de amostras de tecidos cancerosos que, por meio
A empresa começou em 2013 e agora emprega mais
de suas características, “ensinam” a máquina a identificar
de cem pessoas em sua base em Royal Oak, oeste de
tecido tumoral.
Londres.
Fonte:
https://exame.abril.com.br/ciencia/cientista-brasilei- Serviços de emergência e guias de viagem
ra-cria-caneta-que-detecta-cancer-durante-cirurgia
A Mongólia adotou as palavras-chave para seu ser-
What3words: como um aplicativo usa três pala- viço postal, e o guia de viagens Lonely Planet sobre o
vras para salvar vidas país fornece endereços de três palavras para pontos tu-
rísticos.
A polícia britânica pediu a todos que façam o down- A Mercedes Benz também incluiu o sistema em seus
load do aplicativo what3words para celular porque, se- carros, e o what3words está sendo usado agora em 35
gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa idiomas. O Airbnb também usa as três palavras para lo-
disponível também no Brasil. Mas como ele funciona? calizar imóveis oferecidos na plataforma.
“Chutado. Convergido. Futebol” Segundo Lee Wilkes, gerente do Cornwall Fire and
Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo Rescue Service, um dos 35 serviços de emergência ingle-
aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando ses e galeses que assinaram o sistema, o aplicativo “eli-
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi- mina toda a ambiguidade sobre onde precisamos estar”.
da na Inglaterra. O grupo havia planejado uma trilha cir- O sistema pode ajudar também a combater incêndios
cular de 8 km na Hamsterley Forest, de quase 20 km², em grandes extensões rurais, por exemplo, disse Wilkes.
no condado de Durham, na noite de domingo, mas os “Em vez de dizer ‘encontrem-se no portão e depois
amigos se perderam depois de três horas. sejam orientados de lá’, podemos ser absolutamente es-
“Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de pecíficos sobre onde a nossa equipe precisa chegar”, dis-
onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível. se Wilkes. “Eu simplesmente não consigo ver uma des-
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir vantagem (no sistema).”
para não chorar.” Caso as pessoas perdidas não tenham o aplicativo
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com
instalado, os serviços de emergência poderão enviar uma
sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência.
mensagem de texto contendo um link da web para seus
“Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis-
telefones.
se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual
Essa alternativa exigiria um sinal de celular. No Bra-
nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley.
Quando o CEP ou o GPS não dão conta sil, a operadora com maior cobertura 3G do país, a Vivo,
O aplicativo what3words, essencialmente, aponta atende a 4.471 dos 4.635 municípios do país, seguida por
para um local muito específico. Tim (3.195), Claro (3.966) e Oi (1.644), segundo dados da
Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri- consultoria Teleco.
lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com Mas o what3words não precisa dessa conexão de da-
um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea- dos para determinar a localização de três palavras.
toriamente. “Digamos que um membro de um grupo se feriu em
A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por uma montanha e não pode se locomover. Eles não têm
exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode sinal de celular para pedir ajuda, mas podem anotar as
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le- três palavras e avisar as equipes de resgate assim que
var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”. conseguirem sinal e determinar exatamente onde está a
ATUALIDADES

O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres- pessoa ferida”, disse Sheldrick.


pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick, Foi o caso da polícia do Condado inglês de South
que cresceu na zona rural de Hertfordshire. Yorkshire, que usou as três palavras para encontrar um
“Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”, homem de 65 anos que ficou preso depois de cair em um
disse ele. aterro em Sheffield.

12
O Serviço de Bombeiros e Resgate de outro condado, Produção de energia eólica no Brasil se equipara
North Yorkshire, encontrou uma mulher que havia batido a de Itaipu
o carro, mas não sabia onde estava.
E a polícia do Condado inglês de Humberside con- A produção de energia eólica no Brasil atingiu a mar-
seguiu resolver rapidamente um crime em curso envol- ca de 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Os
vendo reféns depois que uma vítima conseguiu dizer aos dados referentes à medição de setembro foram divulga-
policiais exatamente onde ela estava detida. dos nesta segunda-feira, 5, pela Associação Brasileira de
“Essa foi uma situação crítica e ser capaz de usar um Energia Eólica (Abeeólica) e mostram que o total da pro-
endereço de três palavras significava que os policiais po- dução dessa matriz energética é equivalente a mesma
deriam chegar lá muito mais rápido, resgatar o refém e capacidade instalada de Itaipu, a maior usina hidrelétrica
prender um homem”, disse Sheldrick. do Brasil.
No total, são 14,34 GW de capacidade instalada em
Fonte: 568 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em
https://www.bbc.com/portuguese/geral-49353306 12 estados. Os estados da Região Nordeste agregam a
maior parte da produção. O Rio Grande do Norte apare-
ENERGIA ce em primeiro lugar com 146 parques e 3.949,3 mega-
watts (MW) de potência. Em seguida vem a Bahia, com
Brasil ocupa oitavo lugar no ranking mundial de 133 parques e potência de 3.525 MW; o Ceará vem em
produção de energia eólica terceiro lugar, com 2.049,9 MW de potência e 80 parques
instalados.
e vento em popa. Este é o ritmo do crescimento da “A fonte eólica tem mostrado um crescimento con-
energia eólica no Brasil. Os investimentos no setor co- sistente, passando de menos de 1 GW em 2011 para os
meçaram por volta de 2005 e, menos de 10 anos após 14 GW de agora, completamente conectados à rede de
o primeiro leilão da energia dos ventos no país (realiza- transmissão. Em média, a energia gerada por estas eóli-
do em 2009), o Brasil atingiu na semana passada a po-
cas equivale atualmente ao consumo residencial médio
tência instalada 13 gigawatts (GW), quase a mesma da
de cerca de 26 milhões de habitações [80 milhões de
Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Segundo dia da série do
pessoas]”, informou a associação.
Estado de Minas sobre energias limpas mostra como o
De acordo com a Abeeólica, a energia produzida com
Brasil passou a ocupar o oitavo lugar no ranking mundial
ventos está chegando a atender quase 14% do Sistema
da produção de energia, divulgado pelo Global World
Interligado Nacional (SIN). No caso específico do Nor-
Energy Council (GWEC), superando países desenvolvidos
deste, os recordes de atendimentos a carga ultrapassam
como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos cinco
70% da energia produzida na região.
anos, pois, até 2012, estava em 15º.
Com mais 500 parques eólicos em operação, o país “O dado mais recente de recorde da região é do dia
tem uma produtividade bem acima da média mundial, se- 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da
gundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeo- demanda foi atendida pela energia eólica, com geração
lica). O crescimento sustentável e os sucessivos recordes média diária de 7.839,65 MWmed [megawatts médios] e
de geração levaram esse tipo de energia a abastecer 11% fator de capacidade de 76,58%. Nesta data, houve uma
do país, em setembro de 2017. Sua importância é maior máxima às 8h, com 82,34% de atendimento da demanda
no Nordeste, onde, em alguns meses do ano, ela garan- e 85,98% de fator de capacidade. Vale mencionar tam-
te 60% do abastecimento. Lá estão os três estados que bém que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador
lideram o ranking da produção eólica nacional: Rio Gran- de energia durante todo dia, uma realidade totalmente
de do Norte (3,7GW); Bahia (2,5GW) e Ceará (1,9GW). O oposta ao histórico do submercado que é por natureza
quarto colocado é o Rio Grande do Sul, com 1,8GW. importador de energia”, disse a Abeeólica.
Os avanços do país no setor se devem diretamente (Fonte: https://www.fiern.org.br/producao-de-ener-
à boa qualidade dos ventos do Nordeste e do Rio Gran- gia-eolica-no-brasil-se-equipara-de-itaipu/)
de do Sul, segundo a presidente da Abeeólica. “O Bra-
sil conseguiu trazer novas tecnologias desenvolvidas lá Governo seguirá com privatização da Eletrobras e
fora para serem aplicadas aqui. Ao trazer a tecnologia da reformas em energia, diz ministro
energia eólica, percebemos que o Brasil tem uma grande
particularidade: o país tem os melhores ventos do mun- O novo ministro de Minas e Energia, almirante Bento
do para gerar energia. Os aerogeradores no Brasil –prin- Albuquerque, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro
cipalmente no Nordeste e no Sul do país – têm uma pro- levará adiante propostas de desestatização da Eletro-
dutividade que costuma ser o dobro da produtividade do brase de reformas no setor de energia apresentadas no
restante do mundo”, explica Elbia. governo de Michel Temer, ao falar durante cerimônia de
transmissão do cargo em Brasília.
Fonte: O projeto de Temer para a Eletrobras previa a priva-
ATUALIDADES

https://www.em.com.br/app/noticia/econo- tização da companhia por meio de uma oferta bilionária


mia/2018/02/26/internas_economia,940112/brasil-ocu- de novas ações que diluiria a participação do governo na
pa-8-lugar-no-ranking-mundial-de-producao-de-ener- elétrica a uma posição minoritária.
gia-eolica.shtml As ações ordinárias da estatal dispararam após a fala
de Albuquerque, e subiam quase de 16% às 13h26.

13
“Sempre levando em consideração o interesse pú- nou ao país. Ele foi capturado no sábado (12/01/19) por
blico, se dará prosseguimento ao processo em curso de agentes bolivianos em parceria com italianos após fugir
capitalização da Eletrobras”, afirmou o ministro em seu do Brasil, onde era buscado pela PF (Polícia Federal).
discurso, sem detalhar. Considerado terrorista pelas autoridades brasileiras e
Ele também disse que pretende avançar com uma re- italianas, Battisti foi condenado pelo assassinato de qua-
forma da regulamentação do setor elétrico que chegou tro pessoas na década de 1970, quando integrava o gru-
a ser apoiada por Temer e continuar com mudanças nas po Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das
regras para exploração de campos de petróleo, incluindo Brigadas Vermelhas.Em 1991, a sentença foi confirmada
na região do pré-sal. pela Corte Suprema italiana (Cassazione).
“Modernizaremos o modelo do setor elétrico, preser- Após fugir da Itália na década de 1980, Battisti se es-
vando a segurança energética e priorizando a racionali- condeu em Paris e logo depois foi para o México. Depois
dade econômica”, apontou Albuquerque. de 10 anos em território mexicano, ele voltou a fugir para
“No setor de óleo e gás, aprimoraremos a Lei da Parti- a França onde viveu por 15 anos sob proteção do Eliseu,
lha da Produção, de modo a proporcionar maior compe- mas teve que deixar o país com a mudança de governo.
titividade no ambiente de exploração e produção, maior Em 2004 fugiu para o Brasil e viveu foragido até ser pre-
pluralidade de investidores, menor custo de transação so em Copacabana, em 2007. Foi solto em 2011, após o
para a União e, consequentemente, mais investimentos e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negar a extra-
retornos econômicos e sociais”, acrescentou. dição e conceder-lhe o status de refugiado político. Em
2017 voltou a ser preso, desta vez na Bolívia, mas três
Fonte: dias depois estava livre novamente. Após o ex-presiden-
https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noti- te Michel Temer autorizar a extradição no final do ano
cia/2019/01/governo-seguira-com-privatizacao-da-ele- passado, voltou a ficar foragido em dezembro do ano
trobras-e-reformas-em-energia-diz-ministro.html passado até ser preso neste sábado, em Santa Cruz de
la Sierra.
Sirius: primeira volta de elétrons no acelerador
Fonte:
principal demonstra funcionalidade de laboratório
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/14/bat-
tisti-italia-37-anos-fuga.htm
Principal projeto de pesquisa científica do governo
federal, o Sirius, em Campinas (SP), registrou um impor-
Trump firma acordo que acaba com ‘shutdown’
tante avanço nesta sexta-feira (22/11/19). Pesquisadores
concluíram com sucesso a 1ª volta de elétrons no tercei-
O presidente Donald Trump firmou nesta sexta-feira
ro e principal acelerador, demonstrando a funcionalidade (25/01/19) um acordo com a oposição democrata para
do equipamento. reabrir temporariamente o governo federal, paralisado
Diretor do projeto, Antônio José Roque da Silva clas- há um recorde de cinco semanas devido à disputa so-
sificou o teste como um “grande marco” e projetou que bre o financiamento do muro na fronteira entre Estados
as primeiras linhas de luz da estrutura possam realizar Unidos e México. Trump assinou a lei que prevê o finan-
experimentos no segundo semestre de 2020 - o atraso ciamento de parte das agências federais até 15 de fe-
no orçamento, no entanto, impede a conclusão das 13 vereiro, informou o Executivo. “Alcançamos um acordo
linhas de pesquisa previstas para o ano que vem. para encerrar o ‘shutdown’ e reabrir o governo federal
O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª ge- (...) por três semanas, até 15 de fevereiro”, havia declara-
ração, que atua como uma espécie de “raio X superpo- do o presidente. O projeto foi aprovado por unanimida-
tente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de no Senado.
de átomos e moléculas. Atualmente, há apenas um la- Legisladores e a Casa Branca estavam sob intensa
boratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no pressão para resolver o impasse, enquanto centenas de
mundo: o MAX-IV, na Suécia. milhares de trabalhadores federais entravam em um se-
No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equi- gundo mês sem pagamentos, e o impasse político come-
pamentos de 2ª geração, em funcionamento há 30 anos. çou a atrapalhar alguns dos aeroportos mais movimen-
(Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/ tados do país.
noticia/2019/11/22/sirius-primeira-volta-de-eletrons-
-no-acelerador-principal-demonstra-funcionalidade-de- Fonte:
-laboratorio.ghtml) www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/26/trump-fir-
ma-acordo-que-acaba-com-hutdown.htm
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Incêndio consome catedral de Notre-Dame de Pa-
Battisti chega à Itália após 37 anos de fuga ris
O terrorista italiano Cesare Battisti, 64, desembarcou
por volta das 11h30, do horário local, (8h30 no horário Na noite desta segunda-feira (15/04/19), os bombei-
ATUALIDADES

de Brasília) desta segunda-feira (14/01/19) no aeroporto ros já haviam controlado quase todo o fogo na catedral
de Ciampino, em Roma, após ser entregue na tarde de mais conhecida e visitada de todo o planeta. Mas os
ontem às autoridades italianas no aeroporto de Viru Viru, danos na Notre-Dame, em Paris, são incalculáveis. Um
em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Battisti deixou a desastre de proporções gigantescas para o patrimônio
Itália após fugir da prisão, em 1981, e nunca mais retor- cultural e arquitetônico da humanidade.

14
Os parisienses e turistas testemunharam atônitos a Modi enfrentou críticas no início da campanha por ter
queda do ponto mais alto da catedral, conhecido como falhado em criar mais empregos e pelos baixos preços
flecha. O incêndio começou uma hora antes, perto das agrícolas, e tanto analistas quanto políticos disseram que
19h no horário local – 14h no Brasil. a disputa eleitoral estava ficando acirrada, com o prin-
Fiéis que participavam de uma missa abandonaram cipal partido de oposição, Congresso Nacional Indiano,
a catedral. Rapidamente, as chamas no prédio de mais ganhando território.
de 850 anos podiam ser vistas de quase toda a capital O primeiro-ministro fez campanha entre sua base na-
francesa. As imagens se espalharam pelas redes sociais. cionalista hindu e transformou a disputa em uma briga
A polícia disse que a estrutura principal foi salva. As por segurança nacional após uma escalada nas tensões
estátuas de bronze foram removidas na semana passada
com o Paquistão. Ele atacou seu principal adversário por
para as obras.
ser “frouxo” com relação ao arqui-inimigo do país.
O Ministério Público já abriu uma investigação para
apurar as causas do incêndio. O presidente francês can- O partido de Modi deve conquistar entre 339 e 365
celou um pronunciamento que faria na TV e foi até o cadeiras da câmara baixa do Parlamento, composta por
local conversar com bombeiros. 545 membros, seguido por 77 a 108 cadeiras para a alian-
ça de oposição liderada pelo Congresso Nacional India-
Fonte: no, mostrou a pesquisa boca de urna India Today Axis.
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti- Na Índia, uma força política precisa somar o apoio de
cia/2019/04/15/incendio-consome-catedral-de-notre- uma maioria simples, ou seja, pelo menos 272 parlamen-
-dame-de-paris.ghtml tares, para poder formar governo.
Pesquisas boca de urna, no entanto, têm um histórico
Maduro rompe com EUA, pede lealdade a milita- controverso em um país com 900 milhões de eleitores
res e diz que não sai do poder --dos quais cerca de dois terços votaram na eleição de
sete etapas. As pesquisas frequentemente erraram o nú-
O aumento da pobreza e a repressão do governo de mero de cadeiras, mas o resultado, em geral, tem sido
Nicolás Maduro propiciou uma onda de manifestações acertado, disseram analistas.
na Venezuela pedindo a queda do ditador. O país agora Com as pesquisas indicando uma vitória da aliança
vive a instalação de um governo paralelo, liderado pelo
de Modi, os mercados acionários indianos devem subir
deputado de oposição, Juan Guaidó.
com força na segunda-feira, enquanto também se espera
Maduro afirma que não deixará a presidência da Ve-
nezuela e culpa os Estados Unidos por “uma tentativa de que a rupia indiana se fortaleça contra o dólar, de acordo
golpe”. Maduro rompeu relações com os EUA e está se com analistas do mercado financeiro.
apoiando na força dos militares do país. Uma vitória clara significaria que Modi poderá realizar
as reformas que investidores esperam o que tornará a
Guaidó desmente maduro Índia um lugar mais fácil para negócios, disseram eco-
nomistas.
Após o anúncio de Maduro, Juan Guaidó publicou (Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/
um documento em suas redes sociais dirigido a todas noticia/2019-05/india-encerra-eleicao-que-deve-reele-
embaixadas presentes na Venezuela afirmando que as ger-narendra-modi)
relações diplomáticas com todos os países do mundo
estão mantidas. “Peço que vocês desconheçam qualquer Brexit
ordem ou disposição que contradiga o firme propósito
do poder legislativo da Venezuela”, afirmou. Relatos da Brexit é o processo de saída do Reino Unido da União
imprensa afirmam que há uma ordem de prisão contra Europeia iniciado em 2017 e com previsão para terminar
Guaidó, que já foi preso brevemente há cerca de duas em 2020.
semanas. Em 24 de novembro de 2018, após dois anos de ne-
gociação, a União Europeia aceitou os termos de retirada
Fonte:
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/23/ma- apresentado pela então primeira-ministra Theresa May.
duro-rompe-com-os-eua-e-diz-que-nao-deixara-presi- No entanto, sem conseguir que seu projeto fosse
dencia-da-venezuela.html aprovado no Parlamento, May demitiu-se e foi substituí-
da pelo deputado Boris Johnson.
Índia encerra eleição que deve reeleger Narendra O Brexit está previsto para 31 de janeiro de 2020.
Modi
Aprovação do acordo do Brexit
Indianos foram às urnas neste domingo (19/05) para
a sétima e última fase das eleições gerais no país. Pesqui- Após intensas negociações com os 27 países inte-
sas de boca de urna indicam vitória do Partido do Povo grantes da União Europeia, o Reino Unido conseguiu um
Indiano (BJP), legenda nacionalista hindu do primeiro- acordo para a saída desse bloco econômico, em 16 de
-ministro Narendra Modi. outubro de 2019.
ATUALIDADES

O pleito, o maior do mundo com um eleitorado de Desta vez, estão garantidas a livre circulação de pes-
902 milhões de pessoas, teve início em 11 de abril. A con- soas e mercadorias entre a fronteira da República da Ir-
tagem de votos das sete fases das eleições está prevista landa e da Irlanda do Norte. No entanto, o novo acordo
para a próxima quinta-feira, 23 de maio, e os resultados prevê o fim do status especial para o Reino Unido e o
só devem ser conhecidos na quinta ou na sexta-feira. torna um rival.

15
O projeto foi aprovado no Parlamento britânico no Economia
mesmo mês. Porém, os parlamentares não concederam
debater o texto em apenas dois dias e obrigaram ao pri- Em relação à situação econômica e social, a alta co-
meiro-ministro pedir um adiamento de três meses. missária da ONU afirmou que a crise continua afetando
Como consequência, Johnson teve que pedir novo os direitos dos venezuelanos. De acordo com a Comis-
adiamento à União Europeia. Desta vez, a data para um são Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal),
possível Brexit será 31 de janeiro de 2020. em 2019, a economia do país sofrerá uma contração de
25,5%, atingindo uma perda acumulada do Produto In-
Referendo sobre o Brexit terno Bruto (PIB) de 62,2% desde 2013.
“Embora nos últimos meses tenha havido melhora
O Brexit tem origem no governo do primeiro-ministro no suprimento de alimentos, apenas a minoria da po-
conservador David Cameron. pulação com acesso a divisas estrangeiras pode cobrir
Para disputar a reeleição, Cameron se aliou ao partido regularmente os altos preços dos alimentos devido à hi-
nacionalista, Partido da Independência do Reino Unido perinflação e à dolarização de fato da economia”, relata
(UKIP, na sigla em inglês). Bachellet, acrescentando que o salário mínimo no país
Em troca do seu apoio, este partido exigiu a convoca- cobre apenas 3,5% da cesta básica.
ção de um referendo onde os eleitores pudessem esco- Na apresentação, feita hoje em Bruxelas, Bachelet dis-
lher entre seguir ou sair da União Europeia. se que sua equipe visitou a cidade de Maracaibo, onde
O UKIP argumentava que a União Europeia retirava a verificou longas filas para comprar combustível, em meio
soberania do Reino Unido em assuntos econômicos e de a prolongados e repetidos cortes de eletricidade, que
imigração. Por isso, pedia que fosse feito uma consulta à também afetam o abastecimento de água. “Os direitos
população sobre a permanência neste bloco econômico. à saúde e educação também foram afetados, principal-
(Fonte: https://www.todamateria.com.br/brexit/) mente devido à falta de pessoal, infraestrutura precária
e falta de insumos”.
ONU alerta para incorporação de milícia às Forças Segundo Bachelet, durante o mês de novembro, a
Armadas venezuelanas Cáritas informou que, nas paróquias mais pobres de 19
estados do país, 11,9% das crianças apresentam sinais de
A alta comissária da Organização das Nações Uni-
desnutrição aguda – um aumento de 56% em relação a
das para os Direitos Humanos (ONU), Michelle Bachelet,
2018 – e que 32,6% têm atrasos de crescimento. A Cári-
apresentou hoje (18/12/19) um novo relatório sobre a
tas também relatou que 48,5% das gestantes atendidas
situação na Venezuela. Entre os temas abordados estão a
apresentam deficiências nutricionais.
liberação de presos políticos, a falha no acesso à saúde e
educação, os altos índices de violência e a preocupação
Violência
com uma possível incorporação das milícias às Forças Ar-
madas nacionais.
A alta comissária da ONU, em sua apresentação hoje, Diante da ausência de dados oficiais atualizados e pú-
em Bruxelas, demonstrou preocupação com apelos de blicos, o Observatório Venezuelano da Violência estimou
altas autoridades venezuelanas para que continuem a ar- uma taxa de 60,3 homicídios violentos por 100 mil ha-
mar as milícias, bem como a apresentação, no Congres- bitantes de janeiro a novembro de 2019. Embora tenha
so, de um projeto de lei que fortalece e incorpora esses havido uma redução em relação a 2018, o número segue
grupos às Forças Armadas Nacionais da Bolívia. sendo um dos mais altos da região.
Bachelet afirmou ainda que membros de sua equi- “Reitero minha preocupação com os níveis de violên-
pe fizeram visitas a nove centros de detenção e entre- cia que nos últimos meses também impactaram os líde-
vistaram, de maneira confidencial, mais de 70 pessoas res políticos locais, como ilustrado pelos assassinatos do
privadas de liberdade. Foram detectados 118 casos (109 ex-vereador da oposição Edmundo “Pipo” Rada Angulo
homens e nove mulheres) que requerem uma resposta e do ex-governador oficialista Johnny Yáñez Rangel. De
urgente por motivos de saúde, atrasos em processos ju- agosto até hoje, meu escritório documentou alegações
diciais e demora na liberação de pessoas que já cumpri- de supostas execuções extrajudiciais por membros das
ram suas penas. Forças de Ações Especiais (Faes), principalmente contra
“Destaco a liberação em setembro e outubro de 28 jovens, no contexto de operações de segurança em fa-
pessoas (24 homens e quatro mulheres) privadas de li- velas.”
berdade por motivos políticos e exorto as autoridades a Bachelet afirmou ainda que vê com preocupação al-
liberar incondicionalmente todas as pessoas detidas por tos índices de violência e a presença de grupos armados
motivos políticos, incluso militares. Reitero meu pedido irregulares envolvidos em exploração ilegal de recursos
para que se continue dando cumprimento às orientações naturais.
do grupo de trabalho sobre detenções arbitrárias”, afir-
mou Bachelet. Migrações
ATUALIDADES

Bachelet relatou atos de assédio, ameaças e deten-


ções pelos serviços de inteligência e forças de segurança, A Plataforma de Coordenação das Nações Unidas
além de outros casos de restrição das liberdades públicas para Refugiados e Migrantes da Venezuela estima que
que “limitam o espaço cívico-democrático”, como a de- 4,7 milhões de venezuelanos deixaram o país e projeta
tenção de jornalistas. que esse número chegará a 6,5 ​​milhões no final de 2020.

16
“Estou preocupada com o aumento da migração ir- A comunidade internacional deve “impedir que a
regular devido, por um lado, às maiores exigências de península volte à tensão e ao confronto”, argumentou
entrada em alguns países de trânsito e destino, mas tam- o porta-voz chinês, em entrevista coletiva, em que justifi-
bém pelas dificuldades que o povo venezuelano enfrenta cou o pedido apresentado à ONU.
na obtenção de sua documentação de viagem. Recente- Entre outras medidas, o documento sugere a suspen-
mente, as autoridades venezuelanas aumentaram o custo são da proibição de importação de carvão, de ferro, de
da emissão de passaportes em 70%, um custo equivalen- minério de ferro e de têxteis da Coreia do Norte.
te a 54 salários mínimos. O uso de rotas mais perigosas e China e Rússia pedem ainda o fim de uma medida
a exposição ao tráfico de pessoas aumentaram”, afirmou. que exige que os países recusem trabalhadores norte-
-coreanos que procurem emigrar.
Ano eleitoral O documento pede também a Pyongyang que inicie
um processo de desnuclearização. O pedido tem sido re-
cusado por Kim Jong-un, alegando que as armas nuclea-
Michelle Bachelet demonstrou preocupação com o
res são a única forma de garantir a segurança nacional
processo eleitoral de 2020. “É crucial garantir as liberda- contra ataques externos.
des públicas que são fundamentais para criar as condi-
ções necessárias para eleições livres, imparciais, credíveis, Fonte:
transparentes e pacíficas. A esse respeito, estou preocu- http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti-
pada com a retirada da imunidade de cinco deputados cia/2019-12/china-e-russia-pedem-onu-reducao-de-
da oposição, aumentando o total para 30 deputados -sancoes-contra-coreia-do-norte)
privados de imunidade, bem como com atos de assédio
contra representantes da oposição, incluindo o presiden- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
te da Assembleia Nacional”, afirmou a alta comissária da
ONU. Mais da metade da população mundial não tem
acesso à água potável, diz ONU
Fonte:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti- Considerado um direito humano pela Organização
cia/2019-12/onu-alerta-para-incorporacao-de-milicia- das Nações Unidas (ONU), o acesso à água potável e
-forcas-armadas-venezuelanas ao saneamento básico está longe de ser uma realidade
para mais da metade da população mundial. Segundo o
Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos
China e Rússia pedem à ONU redução de sanções
Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Genebra, fal-
contra Coreia do Norte
ta água limpa e segura para 2,1 bilhões de pessoas, en-
quanto 4,5 bilhões carecem de serviços sanitários. Com o
A China pediu hoje (17/12/19) ao Conselho de Se- alerta de que a expectativa é de que a situação se agrave,
gurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que devido às mudanças climáticas, o documento, intitulado
apoie uma proposta sino-russa de reduzir as sanções Não deixar ninguém para trás, destaca a necessidade de
contra a Coreia do Norte, desde que o país aceite um políticas públicas comprometidas a mudar essa situação.
plano de desnuclearização. “Os números falam por eles mesmos. Como o rela-
Nas últimas semanas, o governo norte-coreano tem tório mostra, se a degradação do ambiente natural e a
pedido aos Estados Unidos (EUA) que suspenda as san- pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais
ções impostas e fez um ultimato, ameaçando com um continuarem nas taxas atuais, 45% do Produto Interno
“presente de Natal” se Washington não fizer concessões Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão
em sua posição. em risco em 2050”, disse, em comunicado de imprensa,
O presidente norte-americano, Donald Trump, res- Gilbert F. Houngbo, presidente da ONU Água e do Fun-
pondeu ao ultimato da Coreia do Norte, afirmando que do Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). “Os
ficaria “decepcionado se alguma coisa estivesse sendo pobres e as populações marginalizadas serão afetados
preparada”, referindo-se à possibilidade de qualquer re- desproporcionalmente, exacerbando mais as desigualda-
des já crescentes. O relatório de 2019 fornece evidências
taliação militar por parte de Pyongyang.
da necessidade de adaptar abordagens, tanto nas políti-
A proposta apresentada por Pequim e Moscou à ONU
cas quanto na prática, e de adereçar às causas da exclu-
busca uma solução para o impasse, sugerindo que os são e da desigualdade.”
EUA ajustem as suas sanções contra a Coreia do Norte Na semana em que se comemora o Dia da Água, cele-
“de acordo com os passos dados por esse país em dire- brado na sexta-feira, o trabalho da ONU detalha as múlti-
ção à desnuclearização”. plas faces da disparidade ao acesso aos recursos hídricos.
A proposta chega em um momento de tensão entre Por exemplo, em países mais pobres, as mulheres estão
Washington e Pyongyang, com as negociações travadas em desvantagem dentro do grupo dos mais desfavore-
desde o fracasso da cúpula entre Donald Trump e o pre- cidos — nesses locais, geralmente cabe a elas andar qui-
sidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em fevereiro lômetros para coletar água. O relatório mostra que, em
ATUALIDADES

passado. uma escala global, metade das pessoas que toma água
“A península coreana atravessa um período impor- de fontes não seguras vive na África. Na região subsaa-
tante e sensível. A urgência de um acordo político au- riana do continente, somente 24% da população têm
mentou ainda mais”, disse o porta-voz do Ministério dos água potável e apenas 28% contam com saneamento
Negócios Estrangeiros da China. não compartilhado com outras pessoas.

17
Dentro das cidades, a desigualdade também está ma dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para
presente. “Na África subsaariana, a maioria da popula- limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos ní-
ção tem acesso nas cidades, mas, na periferia urbana, veis pré-industriais.
não acessam nem água nem saneamento”, exemplifica Para que comece a vigorar, necessita da ratificação de
Massimo Lombardo, oficial de Meio Ambiente da Orga- pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emis-
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e sões de GEE. O secretário-geral da ONU, numa cerimônia
a Cultura (Unesco) no Brasil. Ele esclarece que o relató- em Nova York, no dia 22 de abril de 2016, abriu o período
rio não traz informações destacadas por países, mas diz para assinatura oficial do acordo, pelos países signatá-
que alguns dos problemas descritos, como desigualda-
rios. Este período se encerrou em 21 de abril de 2017.
des regionais, territoriais e socioeconômicas associadas
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os gover-
ao acesso à água de qualidade, também são realidade
nos se envolveram na construção de seus próprios com-
brasileira.
promissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribui-
Fonte: ções Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ inglês). Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua
ciencia-e- saude/2019/03/19/interna_ciencia_saude, contribuição de redução de emissões dos gases de efeito
743808/mais-da-metade-da-populacao-mundial-nao- estufa, seguindo o que cada governo considera viável a
-tem-acesso-a-agua-potavel.shtml partir do cenário social e econômico local.
Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o Brasil
Queimadas e desmatamento na Amazônia aumen- concluiu, em 12 de setembro de 2016, o processo de ra-
tam após saída do Exército tificação do Acordo de Paris. No dia 21 de setembro, o
instrumento foi entregue às Nações Unidas. Com isso,
Na Amazônia, as queimadas e o desmatamento vol- as metas brasileiras deixaram de ser pretendidas e tor-
taram a crescer em novembro, com o fim da atuação das naram-se compromissos oficiais. Agora, portanto, a sigla
Forças Armadas na região. perdeu a letra “i” (do inglês, intended) e passou a ser
A operação de garantia da lei e da ordem, a GLO, na chamada apenas de NDC.
região amazônica durou dois meses. Terminou no fim de A NDC do Brasil comprometeu-se a reduzir as emis-
outubro. Dez mil soldados combateram quase dois mil sões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos ní-
focos de queimadas na floresta
veis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa
Em agosto, o Inpe registrou quase 31 mil focos de
subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito
queimada. Em setembro e outubro, com a GLO, os nú-
meros caíram para 19.900 e depois para 7.800. Agora em estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para
novembro, depois da saída dos militares, os focos au- isso, o país se comprometeu a aumentar a participação
mentaram de novo: 10.200. de bioenergia sustentável na sua matriz energética para
O mesmo movimento foi registrado com o desmata- aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar
mento. Aumento em agosto, 223%a mais que em agosto 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar
de 2018. E com a entrada da GLO o ritmo de crescimento uma participação estimada de 45% de energias renová-
do desmatamento diminui em setembro e em outubro, veis na composição da matriz energética em 2030. Con-
mas voltou a aumentar em novembro 40% em relação ao fira os fundamentos para NDC brasileira.
mesmo mês de 2018. A NDC do Brasil corresponde a uma redução estima-
O ministro do Meio Ambiente disse que, para comba- da em 66% em termos de emissões de gases efeito de
ter o desmatamento, o governo vai investir no desenvol- estufa por unidade do PIB (intensidade de emissões) em
vimento sustentável. 2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões
em 2030, ambas em relação a 2005. O Brasil, portanto,
Fonte: reduzirá emissões de gases de efeito estufa no contexto
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti- de um aumento contínuo da população e do PIB, bem
cia/2019/11/29/numero-de-queimadas-na-amazonia- como da renda per capita, o que confere ambição a essas
-aumenta-apos-saida-do-exercito.ghtml
metas.
No que diz respeito ao financiamento climático, o
Acordo de Paris
Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos
Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em me-
em Paris, foi adotado um novo acordo com o objetivo didas de combate à mudança do clima e adaptação, em
central de fortalecer a resposta global à ameaça da mu- países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito
dança do clima e de reforçar a capacidade dos países do apoio financeiro é a possibilidade de financiamento
para lidar com os impactos decorrentes dessas mudan- entre países em desenvolvimento, chamada “cooperação
ças. Sul-Sul”, o que amplia a base de financiadores dos pro-
ATUALIDADES

O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte jetos.


da UNFCCC para reduzir emissões de gases de efeito es- Esse mecanismo exige que os países atualizem con-
tufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. tinuamente seus compromissos, permitindo que am-
O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento pliem suas ambições e aumentem as metas de redução
da temperatura média global em bem menos de 2°C aci- de emissões, evitando qualquer retrocesso. Para tanto, a

18
partir do início da vigência do acordo, acontecerão ciclos com o outro, o que condiciona e modela nosso compor-
de revisão desses objetivos de redução de gases de efei- tamento. Existem, pelo menos, duas pessoas que partici-
to estufa a cada cinco anos. pam dessa interação: o agressor e a vítima.
De fato, é inconcebível uma conduta violenta sem a
Fonte: presença do outro. Não há violência sem vítima. Ela en-
https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-na- contra sua origem imediata e se explica com referência
coes-unidas/acordo-de-paris à palavra e aos atos de outrem. Mas, também não existe
violência sem um contexto. Um comportamento social
SEGURANÇA não é um ato de indivíduos isolados, porém de pessoas
que têm os mesmos valores, expectativas, papéis e re-
Jovem é assassinado ao defender mãe durante as- gras que definem as relações entre si.
salto a mercado no Rio Sobre a violência contemporânea, vale destacar o
acentuado processo de banalização da vida humana pro-
O estudante de psicologia Matheus dos Santos Lessa, vocado pela nossa intensa exposição a cenas televisivas
22, morreu na noite do dia 15 ao tentar defender a mãe violentas. O intenso contato com este tipo de programa-
ção de TV, associado ao irreversível processo de urba-
durante um assalto ao mercado da família, no bairro de
nização e desenvolvimento tecnológico que nos afasta
Guaratiba, na zona oeste do Rio.
cada vez mais dos relacionamentos sociais direitos, tem
Segundo a PM, dois homens chegaram ao local em
provocado nas pessoas, em geral, reações de total indife-
uma moto e anunciaram o assalto à mãe de Matheus,
rença em relação às ações violentas alheias.
Carla Rodrigues Santos, que estava no caixa do merca-
Hoje em dia, somos capazes de viver dez, quinze ou
do. Ao ver a abordagem, o jovem reagiu, colocou-se na
vinte anos no mesmo edifício de apartamentos e, ainda
frente da mãe e acabou baleado no pescoço e no braço.
assim, não sabermos o nome do nosso vizinho de porta.
Tudo o que sabemos sobre o mundo e as pessoas nos
Fonte: chega através da TV, da Rede mundial de computado-
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/16/jo- res ou do telefone. Este processo social que nos torna
vem-morre-ao-defender-mae-durante-assalto-a-merca- próximos do ponto de vista físico e distantes do ponto
do-no-rio.htm de vista dos relacionamentos sociais, faz com que não
esbocemos mais nenhuma reação emocional quando
Mídia, violência e segurança pública: Novos as- nos deparamos com a violência praticada contra pessoas
pectos da violência e da criminalidade no Brasil que não conhecemos. Somente nos chocamos com a
violência sofrida por seres humanos que compartilham
Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças do nosso, cada vez mais restrito, rol de relacionamentos
no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens, pessoais.
que não fazem parte do mundo da pobreza e da dis- Destacando o mesmo problema na sociedade dos
criminação racial, têm tido participação constante nas Estados Unidos da América, recentemente um famoso
ações de violência. No Brasil, são cada vez mais frequen- cineasta, produziu dois filmes de curta duração que fo-
tes as informações que nos chegam sobre atos de violên- ram exibidos em diversas vias públicas dos centros ur-
cia envolvendo jovens da alta classe média que agridem, banos do seu país. O primeiro vídeo mostrava a técnica
por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais de retirar pele de coelhos desenvolvida por uma artesã
do sexo, negros, nordestinos e indígenas, entre outros do interior de um dos estados tradicionais dos EUA. A
seguimentos que integram um extenso leque de mino- retirada da pele ocorria sem os coelhos serem abatidos
rias sociais. preliminarmente e, a população que assistia a cena, em
Há muitos questionamentos sobre os elementos que total perplexidade, dava as costas à tela que exibia o ima-
motivam os jovens que receberam carinho dos pais, edu- ginável ritual de dor ao qual estavam sendo submetidos
cação escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de os animais, recusava-se a continuar vendo as imagens. O
consumo, a praticar ações de violência. segundo mostrava um homem negro sendo baleado – à
Para tentar responder este questionamento, uma coi- queima roupa – por um policial após roubar uma cartei-
sa é certa, não podemos deixar de levar em considera- ra. As pessoas que assistiam um ser humano perdendo
ção os novos elementos que passaram a atuar no nosso a vida de forma brutal não esboçavam nenhuma reação
processo de socialização dos anos 80 do século passado emotiva. Alguns justificavam sua frieza afirmando que o
para cá. Há pelo menos três décadas, crianças e jovens coelho não havia roubado ninguém.
do Brasil estão em contato diário com uma série de infor- Sobre este enfoque, torna-se interessante investigar
mações que incentivam e banalizam a violência. os atos de violência associados a pessoas ou grupos so-
De modo geral, a violência, traduz-se na época atual ciais que não habitam o espaço social violento, mas que
por um evento cujas implicações e desdobramentos atin- estão frequentemente expostos aos seus efeitos através
gem, sem distinção, todos os segmentos sociais. dos instrumentos de mídia.
ATUALIDADES

Conforme relata Moser (1991), a violência é, concei- Inúmeras pesquisas no campo da psicologia têm
tualmente, um comportamento social, já que pressupõe mostrado, de maneira repetida, que há correlação positi-
uma relação que envolve pelo menos duas pessoas, va em a assistência a filmes violentos e o comportamento
como a maioria das condutas humanas. É uma intera- agressivo dos pacientes. Na realidade, a carga de violên-
ção, na medida em que se origina e se efetiva na relação cia a que as crianças estão expostas na televisão está po-

19
sitivamente correlacionada com certos comportamentos ‘Coletes amarelos’ protestam na França mesmo
agressivos como discutir, entrar em conflitos com os pais, após medidas anunciadas por Emmanuel Macron
ou, mesmo, cometer atos delituosos. (MOSER, 1991).
Não resta dúvida que o resultado de tanta exposição Vários milhares de “coletes amarelos” mobilizaram-se
aos cenários de violência influencia diretamente o nosso pela 24ª vez neste sábado (27/04/19) em diversas cida-
comportamento social. A escalada da violência no Brasil des da França, apesar do recente anúncio do presidente
se banaliza cada vez mais porque ela está ganhando con-
Emmanuel Macron de medidas em resposta à crise social
tornos culturais. Geertz (1989), por exemplo, afirma que
a tentativa de compreender tanto a organização da ati- no país.
vidade social como a natureza de suas relações, nos im- O Ministério do Interior registrou 23.600 manifestan-
põe a difícil tarefa científica de interpretar a cultura. Para tes em todo o país, 2.600 dos quais em Paris, onde duas
interpretar a cultura é preciso voltar-se para o “universo marchas, também convocadas pela Confederação Geral
das idéias”: conjunto de experiências, crenças e senti- do Trabalho, começaram pouco depois das 11h. Um de
mentos que dão ordem e significado ao comportamento seus alvos foram os canais de televisão, tachados de “mí-
social dos seres humanos. dia mentirosa” por sua cobertura dos protestos.
Não é nenhuma novidade que os heróis de nossos Cerca de 2 mil “coletes amarelos” desfilaram em Es-
filhos são personagens de desenhos animados que se trasburgo, cidade-sede do Parlamento Europeu, cujas
relacionam de forma violenta e intolerante com seus ad-
eleições estão marcadas para dentro de um mês. A mani-
versários. Qualquer pai que passa uma manhã acompa-
nhando a programação infantil de TV que seu filho assis- festação, inicialmente calma, cresceu em tensão quando
te semanalmente veria porque que mesmo nunca tendo as forças de segurança impediram a massa de seguir em
comprado uma arma de brinquedo para o garoto, ainda direção às instituições europeias e responderam com gás
sim, ele vive transformando seus brinquedos de encaixe lacrimogêneo ao lançamento de pedras e garrafas.
em poderosas metralhadoras e emitindo sons de rajadas Em resposta à série de manifestações, numa confe-
de balas pelos corredores da casa. rência de imprensa na quinta-feira o presidente francês
Os modernos jogos de videogame, com suas cenas apresentara um conjunto de medidas visando aumentar
que tentam imitar uma suposta realidade, são tão vio- o poder aquisitivo das classes média e baixa, com corte
lentos que o governo brasileiro estuda a possibilidade de impostos, redução dos gastos públicos e reforma da
de proibir alguns deles: acredita-se que eles incitam a
previdência social.
violência e o crime.
Se no passado a violência estava presente no ambien- Macron anunciou ainda uma indexação das pequenas
te sócio-cultural das populações marginalizadas pela po- correções da inflação, redução no imposto sobre o ren-
breza e, por isso, não era passível de escolha; hoje, os dimento para 15 milhões de famílias até 2020, e garantiu
jogos virtuais tornaram a violência, inclusive, opcional: que até 2022 não haverá fechamento de escolas ou hos-
compra-se um DVD com jogos violentos, e a violência pitais sem acordo das autoridades locais.
– virtual – vai até você. Você pode levar a violência para Há mais de cinco meses os “coletes amarelos” saem à
casa e oferecê-la para seus filhos, parentes e amigos. rua todos os sábados sob o pretexto de pedir mais justiça
Na verdade, a violência ganhou sentido mercadológi- social e fiscal, em passeatas em parte entremeadas de
co. Os produtores de jogos e programas de TV violentos violência, com prédios incendiados, vitrines, estilhaçadas
argumentam que, nos dias de hoje, as pessoas já apren- e lojas saqueadas.
deram a distinguir a fantasia do real. Contudo, o que não
se pode esquecer é que as pessoas são produtos do seu
meio: seja ele real ou virtual. Fonte:
De todo modo, percebe-se que muito mais que um https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/27/
efeito do velho comércio de drogas alimentado pelo coletes-amarelos-protestam-na-franca-mesmo-apos-
consumo das classes médias urbanas, a violência hoje -medidas-anunciadas-por-emmanuel-macron.ghtml
também gera lucros como instrumento de diversão. Ela
pode ser percebida nas rinhas clandestinas de cães ou
de seres humanos que lutam para gerar diversão a um ECOLOGIA
público sedento para poder acompanhar a banalização
da vida: banalização da vida que produz lucro.
Isso é um problema para o Brasil, principalmente Rio São Francisco está contaminado com rejeitos
quando os efeitos deste novo tipo de violência se somam da barragem de Brumadinho
aos da violência tradicional, ligada ao ambiente social da
pobreza. De acordo com dados fornecidos por Cerqueira Quase três meses após a tragédia do rompimento da
(2005), nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), que
Horizonte, o custo da violência e da criminalidade, entre matou 210 pessoas e deixou outras 96 ainda considera-
os anos de 1995 e 1999, somou mais de 70 bilhões de
das desaparecidas, um relatório da Fundação SOS Mata
reais. As estimativas para os anos posteriores acresciam a
este total cerca de 5% ao ano. Atlântica revela que os danos ambientais provocados por
mais um crime da empresa são ainda piores do que os
ATUALIDADES

Fonte: divulgados até o momento.


https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-74/mi- Segundo a entidade, o rio São Francisco está conta-
dia-violencia-e-seguranca-publica-novos-aspectos-da- minado com rejeitos de minério. Entre os dias 8 e 14 de
-violencia-e-da-criminalidade-no-brasil março, a equipe da SOS Mata Atlântica revisitou a região

20
até o Alto São Francisco para monitorar sua água. A notificação exigiu também a licença para operação
Dos 12 pontos analisados, nove estavam com con- do terminal da Guaíba, que não foi apresentada. Nova
dição ruim e três regular, o que torna o trecho a partir notificação foi feita no dia 21 de janeiro, também com
do Reservatório de Retiro Baixo, entre os municípios de a mesma resposta de que as licenças não seriam neces-
Felixlândia e Pompéu até o Reservatório de Três Marias, sárias. Segundo a prefeitura, a operação no finger não
no Alto São Francisco, com água imprópria para uso da precisa de licença, mas ela é necessária para o armaze-
população. namento temporário do minério no local, atividade com
A análise apontou que, em alguns trechos, as con- grande capacidade poluidora.
centrações de ferro, manganês, cromo e cobre, assim O prefeito Alan Costa afirmou que o Executivo mu-
como o nível de turbidez da água, estavam acima do re- nicipal pesquisou a legislação ambiental para embasar a
comendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente interdição. “Fizemos um grande estudo, baseado na le-
(Conama). gislação ambiental e com fundamentação jurídica para
A turbidez é avaliada pela quantidade de partícula não errarmos. Temos toda a capacidade de avaliar as ati-
sólida em suspensão, o que impede a passagem da luz vidades de disposição de minério, que são de competên-
e a fotossíntese, causando a morte da vida aquática (em cia da prefeitura”.
relatório divulgado pelo Portal do Meio Ambiente de Mi- A Secretaria de Meio Ambiente destaca também a ne-
nas Gerais, datado do dia 20/02, a Vale teria informado cessidade de outorga para a captação de água e a licença
que já teriam sido encontrados mais de 1.500 peixes na- de operação das atividades de gestão do terminal aqua-
tivos mortos no Paraopeba). viário e informa que é possível que as praias ao redor da
Ilha da Guaíba estejam poluídas por resíduos de minério
Fonte: de ferro.
http://conexaoplaneta.com.br/blog/rio-sao-francis- O prefeito informou que a Vale tem grande importân-
co-esta-contaminado-com-rejeitos-da-barragem-de- cia para o município, em geração de emprego e arreca-
-brumadinho dação, e que a intenção não é paralisar as atividades, que
poderão ser retomadas após a apresentação das licenças
Sobe o número de mortos por tsunami na Indoné- ou assinatura de um Termo de Compromisso Ambiental.
sia; vulcão ainda está em erupção A Vale tem 20 dias para recorrer da multa.
Localizado na parte leste da Baía da Ilha Grande, o
O balanço de vítimas do tsunami que atingiu a Indo- terminal foi construído em 1973 e recebe cerca de 40 mi-
nésia no último sábado subiu para 373 mortos e mais lhões toneladas de minério de ferro por ano, que chegam
de 1.400 feridos, anunciou a Agência Nacional de Gestão de trem e são levados de navio ao Porto de Sepetiba,
de Desastres nesta segunda-feira (24/12/18). Outras 128 para exportação. A Vale foi procurada pela reportagem
pessoas seguem desaparecidas. O tsunami foi provocado para se posicionar, mas ainda não deu retorno.
pela erupção do vulcão Anak Krakatoa, que segundo a
agência ainda está em erupção e pode provocar novos Fonte:
tsunamis. http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noti-
cia/2019-01/mangaratiba-interdita-terminal-da-vale-e-
Fonte: -aplica-multa-de-r-20-milhoes
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/12/24/
sobe-o-numero-de-mortos-por-tsunami-na-indonesia- Crianças e jovens lideram greve global pelo clima
-vulcao-ainda-esta-em-erupcao.ghtml Mais 1 milhão de crianças e jovens foram às ruas em
120 países para pressionar líderes políticos e empresa-
Mangaratiba interdita terminal da Vale e aplica riais a agirem para evitar que as mudanças climáticas afe-
multa de R$ 20 milhões tem gravemente o futuro deles. A greve global de estu-
dantes pelo clima mobilizou também pais e professores
A prefeitura de Mangaratiba interditou o terminal da nesta sexta-feira (15/03/19). No Rio de Janeiro, a greve
mineradora Vale localizado na Ilha de Guaíba e multou foi na frente da Assembleia Legislativa (Alerj).
a empresa em R$ 20 milhões. A interdição ocorreu após O movimento de greve escolar é liderado pela jovem
uma vistoria feita na manhã de hoje (31/01/19) pela Se- sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que em uma sexta-
cretaria Municipal de Meio Ambiente do município. -feira de agosto do ano passado começou a protestar so-
A ação contou com engenheiros ambientais, enge- zinha em frente ao parlamento sueco, em Estocolmo. Na-
nheiros químicos, técnicos do trabalho, biólogos, Polícia quele dia, ela faltou à aula e levou seu cartaz explicativo
Militar, Guarda Municipal, além do prefeito, Alan Costa. “em greve escolar pelo clima”, deflagrando o movimento
Foram inspecionados cerca de 15 itens e encontradas di- chamado de Fridays for Future [Sextas pelo Futuro], que
versas irregularidades. culminou nesta sexta-feira em greves em mais de 120
Segundo a prefeitura, a Secretaria de Meio Ambiente países. O número de quantas pessoas participaram ainda
solicitou da empresa as licenças ambientais no dia 18 de está sendo apurado.
ATUALIDADES

dezembro de 2018, mas a Vale teria respondido que “as A greve escolar no Rio foi articulada pela Priscilla
atividades de terminal marítimo no finger pier, que rece- Gouvas, Milena Batista, Nayara Almeida e pelo Carlos
be navios e o transporte de passageiros (funcionários), Victor Dourado e contou com o apoio da ONG de jo-
estavam corretas, já que não há necessidade de licencia- vens Engajamundo. Cerca de 40 estudantes do ensino
mento”. médio e superior participaram do evento. Priscilla, de 22

21
anos, explicou que resolveu organizar a greve depois de O que representa Trump cumprir promessa e tirar
ler uma matéria com críticas por não ter mobilização da EUA do Acordo de Paris
juventude no Brasil. A estudante, que terminou ensino
médio no tradicional Colégio Pedro II em 2018 e se pre- A exatamente um ano de enfrentar a disputa eleito-
para para o vestibular, abriu um evento no Facebook e ral que poderá reconduzi-lo à Casa Branca ou retirá-lo
começou daí a organizar a greve. da presidência, o presidente americano Donald Trump
cumpriu uma promessa de campanha e notificou a Or-
De acordo com a Embaixada da Suécia, até a véspera
ganização das Nações Unidas (ONU) sobre a retirada dos
da greve global, estavam programadas 19 greves no Bra- Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris. O envio da
sil. Já para os mobilizadores do Rio, estavam confirmadas carta de saída, divulgada pelo secretário do departamen-
18 greves no país: Juazeiro do Norte (CE), Belo Horizonte, to de Estado Mike Pompeo, via Twitter, foi confirmado
Florianópolis, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Santa Maria à BBC News Brasil pela ONU. “Recebemos o pedido de
(RS), Imbé (RS), São Paulo, Brasília, Confresa (MT), Fran- retirada dos Estados Unidos do Acordo do Clima hoje e
cisco Beltrão (PR), Alta Floresta (MT), Natal, Pato Branco vamos iniciar as medidas para efetivar esse pedido uni-
(PR), Aracaju, Jundiaí e Mogi das Cruzes. lateral. Mas a retirada efetivamente só acontecerá daqui
um ano”, afirmou o porta-voz da ONU Farah Haq.
Fonte:
https://www.oeco.org.br/reportagens/criancas-e-jo- Promessa nos EUA, promessa no Brasil
vens-lideram-greve-global-pelo-clima
Alinhado ideologicamente a Trump, o presidente bra-
sileiro Jair Bolsonaro também chegou a fazer promessas
Balanços oficiais de desmatamento da Amazônia de retirar o Brasil do Acordo de Paris ainda durante sua
confirmam dados de sistema de alerta; entenda campanha eleitoral, em 2018. “O que está em jogo é a
soberania nacional, porque são 136 milhões de hectares
A série com dados oficiais de desmatamento da Ama- que perdemos ingerência sobre eles”, afirmou, em refe-
zônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto rência à dimensão da área que deveria ser protegida de
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que os desmatamento pelo governo federal. “Eu saio do Acordo
alertas preliminares de áreas com sinais de devastação de Paris se isso continuar sendo objeto. Se nossa parte
na floresta vêm sendo confirmados ano a ano, e com for para entregar 136 milhões de hectares da Amazônia,
estou fora sim.”
margem.
Além da retirada do acordo de Paris, Bolsonaro havia
A divulgação destes alertas gerou críticas do presi- prometido acabar com o Ministério do Meio Ambiente e
dente Jair Bolsonaro, que afirmou que os números preju- rever as medidas de proteção ambiental do Código Flo-
dicam a imagem do país. O episódio levou à exoneração restal. O presidente também resolveu que o Brasil já não
do então diretor do instituto, Ricardo Galvão. Tanto a mais seria anfitrião de um acordo global do clima, mar-
taxa oficial quanto os alertas diários preliminares são do cado para acontecer no país no final de 2019. O encontro
Inpe, que é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. foi transferido para o Chile que, diante das intensas ma-
De agosto de 2018 a julho deste ano, os alertas indi- nifestações de rua que enfrenta, redirecionou o evento
caram que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate. O para Madri, na Espanha.
balanço do período que se encerrou em julho de 2019 Os posicionamentos políticos de Bolsonaro caíram
mal na opinião pública internacional. A possibilidade de
ainda não foi divulgado.
que produtos agrícolas brasileiros sofressem boicote in-
Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018 ternacional levou o governo a rever seu posicionamento
os alertas sinalizaram desmate em 4,5 mil km ² e a taxa antes mesmo que as queimadas na Amazônia ganhas-
oficial ficou em 7,5 mil km² – 64,8% maior. sem manchetes em jornais do mundo todo. Em junho
Os alertas diários são emitidos pelo Sistema de Detec- desse ano, no encontro dos líderes dos países do G-20,
ção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e servem em Osaka, Japão, o presidente sinalizou à comunidade
para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro internacional a intenção de manter o compromisso esta-
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis belecido no acordo do clima.
(Ibama). Historicamente, Brasil e Estados Unidos ocupam po-
Já os dados oficiais são do Programa de Monitora- sição muito distintas no debate internacional sobre meio
mento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Pro- ambiente. Enquanto o primeiro assumiu protagonismo
no tema ainda na década de 1990, o segundo reluta em
des), que tem índice de confiança próximo a 95%.
se posicionar de modo efetivo em relação ao assunto.
Especialistas dizem que a falta de fiscalização e puni- Um exemplo disso é o fato de os americanos não terem
ção está levando ao crescimento do desmatamento na ratificado o acordo anterior ao de Paris, o Protocolo de
região amazônica. Kyoto. Assim, politicamente, tomar uma medida como
essa teria um impacto negativo muito maior no públi-
Fonte: co brasileiro do que potencialmente terá no eleitorado
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/18/ americano no geral.
ATUALIDADES

balancos-oficiais-de-desmatamento-da-amazonia-con-
firmam-dados-de-sistema-de-alerta-entenda.ghtml Fonte:
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bb-
c/2019/11/04/o-que-representa-trump-cumprir-pro-
messa-e-tirar-eua-do-acordo-de-paris.htm

22
Manchas de óleo no litoral atingem mais de 500 As principais características das florestas tropicais são:
locais no Nordeste e Sudeste a presença de árvores altas, o clima quente e a elevada
precipitação. A temperatura média atinge 20 ºC e chove
Chegou a 527 o número de locais afetados pelas cerca de 1.200 milímetros anuais.
manchas de óleo que desde o final de agosto poluem a Apesar de suportar uma enorme variedade de plan-
costa brasileira. O dado é do último balanço do Instituto tas, os solos das florestas tropicais são pobres. A sua
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re- produtividade é garantida pela grande disponibilidade
nováveis (Ibama), divulgado na manhã desta quarta-feira de água e temperatura elevada. Além disso, os nutrientes
(13/11/19) com dados compilados até terça (12/11/19). necessários encontram-se em sua maior parte na bio-
Ao todo, 68% dos municípios do litoral nordestino fo- massa das próprias árvores vivas do que no solo.
ram contaminados desde o início do desastre ambiental. O processo de decomposição da matéria orgânica é
Das 111 cidades afetadas, 107 estão no Nordeste e 4 no extremamente rápido nas florestas tropicais, garantindo
Espírito Santo, primeiro estado do Sudeste atingido pe- a ciclagem dos nutrientes, que é uma condição funda-
mental para manter o funcionamento desse complexo
las manchas. Segundo o IBGE, existem 156 municípios no
ecossistema.
litoral nordestino.
As florestas tropicais úmidas são encontradas na Áfri-
Ainda de acordo com o Ibama, 97 animais já morre-
ca, Ásia e na América Central e do Sul. Ocorrem princi-
ram por conta da contaminação e pelo menos 134 foram
palmente em quatro regiões, que são chamadas de do-
encontrados com manchas de óleo. Desses, apenas 37 mínios biogeográficos, a saber:
foram localizados vivos. As tartarugas marinhas são as Afrotropical: localizado no continente africano, em
mais atingidas: 90 tartarugas, de diferentes espécies, fo- Madagascar e em ilhas dispersas;
ram contaminadas. Austrália: localizado na Austrália, Nova Guiné e nas
Ilhas do Pacífico;
Investigação federal Indomalásio: localizado na Índia, Sri Lanka, continente
asiático e Sudeste da Ásia;
Segundo órgãos federais, a substância é a mesma em Neotropical: localizado na América do Sul, América
todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a Central e nas ilhas do Caribe.
vida de animais marinhos e causado impactos nas cida- As maiores regiões de florestais tropicais concen-
des litorâneas. tram-se na América do Sul com a Amazônia e nas regiões
Uma investigação da Polícia Federal aponta que o africanas e do sudeste da Ásia.
navio grego Bouboulina é o principal suspeito pelo va- A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Ama-
zamento. A embarcação carregou 1 milhão de barris de zônica. Esse bioma abriga enorme diversidade de formas
petróleo Merey 16 cru no Porto José, na Venezuela, no de vida e a maior disponibilidade de água doce do mun-
dia 15 de julho e zarpou em direção à Malásia, passando do.
pelo litoral da Paraíba no dia 28 de julho. Cerca de um
mês depois as primeiras manchas foram registradas em Fonte:
praias do estado. https://www.todamateria.com.br/floresta-tropical
A empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afir-
ma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com
o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira
junto com responsáveis por outras quatro embarcações EXERCÍCIO COMENTADO
de bandeira grega.
Dentre os cinco navios gregos notificados pela Mari-
01. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Combate a
nha do Brasil na investigação sobre o vazamento de óleo,
Endemias - VUNESP - 2019) Nesta terça-feira (22.jan.),
dois não transportaram petróleo da Venezuela no perío-
o presidente Jair Bolsonaro, em encontro com executi-
do de julho até setembro. A Petrobras disse, no último
vos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça,
dia 25, que o material encontrado nas praias nordestinas afirmou que “nossa missão agora é avançar na compa-
é petróleo bruto originário de três diferentes campos da tibilização entre a preservação do meio ambiente e da
Venezuela. biodiversidade com o necessário desenvolvimento eco-
nômico, lembrando que são interdependentes e indisso-
Fonte: ciáveis”.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/08/ (Último Segundo – IG - https://bit.ly/2GhajfX. Acesso em
lista-de-praias-atingidas-pelas-manchas-de-oleo-no- 27.01.2019. Adaptado)
-nordeste.ghtml
Além da afirmação, o presidente esclareceu que o Brasil
Floresta Tropical
ATUALIDADES

a) deverá criar novas reservas ambientais no Nordeste.


As florestas tropicais ou pluviais ou úmidas são bio- b) permanecerá no Acordo de Paris sobre o clima.
mas com maior produtividade e variedade de espécies c) impedirá o avanço da agricultura na mata atlântica.
do planeta, com alto índice pluviométrico. Estão localiza- d) protegerá as terras indígenas de desmatamentos.
das entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. e) incentivará a criação de centros de pesquisa climáticas.

23
Resposta: B. Inicialmente com o objetivo e sair do em inglês). A surpreendente foto é resultado do tra-
acordo de Paris em uma política ambiental similar à balho de uma rede de telescópios, o projeto Event
do governo Donald Trump, Bolsonaro mudou seu po- Horizon Telescope.
sicionamento devido acordos econômicos entre Brasil
/ América do Sul e Europa que exigiu a permanência
04. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC -
do Brasil no acordo.
2019) A estudante gaúcha Juliana Estradioto, de 18 anos,
batizará um asteroide com seu nome. A oportunidade é
02. (TJ-SP - Contador Judiciário - VUNESP - 2019) Mi-
dada para os vencedores que ficam em primeiro e se-
lhares de pessoas foram às ruas para manifestarem- -se
gundo lugar de cada categoria da maior feira de ciências
contra o aumento de combustíveis. São chamados de
do mundo. A jovem conquistou a premiação máxima na
“coletes amarelos”.
categoria de Ciências Materiais.
As forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo e
(Disponível em: https://jovempan.uol.com.br. Adaptado)
usaram um canhão de água para conter o avanço dos
manifestantes que tentavam ultrapassar o perímetro de
A pesquisa da brasileira é sobre
segurança determinado pela polícia. Os manifestantes
gritam palavras de ordem e carregam cartazes pedindo a
a) a utilização da folha da mandioca.
renúncia do presidente.
b) o aproveitamento da casca da macadâmia.
Para as autoridades, facções de extrema-direita podem
c) o reaproveitamento de canudos plásticos.
ter se infiltrado entre os manifestantes para radicalizar o
d) a reciclagem de peças de computadores.
movimento.
e) o uso de materiais orgânicos em tecidos.
Os protestos mantêm os bloqueios de centros logísticos
e estradas iniciados há uma semana, mas com menos in-
Resposta: B. Em seu projeto, Juliana utiliza casca da
tensidade que no sábado passado, quando eram estima-
macadâmia para alimentar microorganismos respon-
dos quase 300 mil manifestantes.
sáveis por produzir membranas que podem ser utili-
(http://agenciabrasil.ebc.com.br, 24.11.2018.
zadas em várias situações, como para fabricar emba-
Adaptado)
lagens biodegradáveis. Ela também está investigando
A notícia refere-se a acontecimento como aplicar essa pesquisa na área de saúde, utilizan-
do a membrana como curativos após a realização de
a) na Hungria. cirurgias.
b) no Peru.
c) na Índia. 05. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da
d) na França. Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019)
e) no México. Uma cientista brasileira de 33 anos, formada em Química
pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de-
Resposta: D. A onda de protestos do movimento cha- senvolveu um equipamento que poderá revolucionar o
mado de “coletes amarelos” ocorreu na França. tratamento de uma moléstia que, não raro, necessita de
intervenção cirúrgica. Apesar da pouca idade, a cientista
é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade
03. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
do Texas, em Austin (EUA).
- 2019) A notícia abaixo relata uma recente imagem cap-
(Disponível em: https://bit.ly/2WaaiPh. Acesso em
tada por telescópio e recebida como um grande avanço
31.05.2019)
para os estudos astronômicos:
Até então, os astrônomos não tinham conseguido captar O equipamento criado pela brasileira assemelha-se a
precisamente a imagem. Eram conhecidas apenas ilustra- uma caneta capaz de
ções, concepções artísticas e simulações. A razão princi-
pal é que eles são fenômenos invisíveis − com a força da a) detectar células tumorais.
gravidade exercendo uma pressão que nada escapa ao b) extrair tumores do cérebro de forma pouca invasiva.
seu redor: incluindo a radiação eletromagnética. c) executar filmagens em órgãos com células canceríge-
(Disponível em: https://revistagalileu.globo.com. Adap- nas.
tado) d) injetar medicamentos direta e somente nas células
malignas.
A imagem captada é e) possibilitar a aplicação quimioterápica na residência
do doente.
a) da Órbita de Plutão.
b) da Via Láctea. Resposta: A. Uma cientista brasileira de 33 anos de-
c) da Galáxia de Andrômeda. senvolveu uma espécie de caneta capaz de detectar
d) da Camada de Ozônio. células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavi-
ATUALIDADES

e) do Buraco Negro. nato Eberlin é formada em Química pela Universidade


Estadual de Campinas (Unicamp) e, apesar da pouca
Resposta: E. A primeira imagem de um buraco ne- idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da
gro foi revelada nesta quarta-feira, 10, pela Fundação Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.
Nacional de Ciências (National Science Foundation,

24
06. (Câmara de Orlândia - SP – Contador - VUNESP d) A privacidade geralmente é pensada no contexto das
- 2019) Pesquisadores da Universidade de São Paulo e ações ou pensamentos privados de uma pessoa ou em
Harvard divulgaram nesta quinta-feira (8 de novembro) relação à interação dela com outras, mas a questão
uma importante descoberta arqueológica. Com ajuda é muito mais complexa envolvendo a inviolabilidade
da extração de DNA de fósseis enterrados por mais de da intimidade e a autodeterminação informativa, por
dez mil anos, eles puderam avaliar o código genético dos exemplo.
fósseis. e) A privacidade não está morta uma vez que sempre
(G1, 8 nov. 18. Disponível em:<https://goo.gl/ vamos querer maneiras de manter certas coisas priva-
vpdksa>. Adaptado) das, mas ficará mais difícil. As sociedades precisarão
A descoberta arqueológica mencionada na notícia con- reconsiderar o que a privacidade significa de diversas
tradiz maneiras.

a) a explicação consagrada para a sedentarização huma- Resposta: C. Esta Lei dispõe sobre o tratamento de
na, relacionada à agricultura. dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pes-
b) a teoria de que os primeiros habitantes da América soa natural ou por pessoa jurídica de direito público
tiveram diferentes origens. ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
c) a tese que explicava a religiosidade ameríndia, funda- fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre
da na crença em uma só divindade. desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
d) as ideias de “igualdade nativa” e “comunidades hori-
zontais” oriundas da antropologia. 08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
e) a oposição entre povos “primitivos” e “avançados”, vis- - 2019) A taxa cresceu em 14 das 27 unidades da Fede-
tos respectivamente como selvagens e civilizados. ração no primeiro trimestre deste ano (2019), na compa-
ração com o último trimestre do ano passado, segundo o
Resposta: B. Todos os indígenas que vivem ou já Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas
viveram nas Américas descendem de uma única po- outras 13 unidades, a taxa manteve-se estável. No final
pulação que chegou ao Novo Mundo vinda do leste de abril, o IBGE informou a taxa no Brasil no primeiro se-
asiático, através do estreito de Bering, há cerca de 20 mestre: 12,7%. (Disponível em: https://www.cartacapital.
mil anos. A conclusão, de um trabalho de uma equipe com.br. Adaptado)
internacional de 72 arqueólogos e geneticistas - entre
os quais 17 brasileiros -, refuta as teorias mais discuti- De acordo com os seus conhecimentos sobre o panora-
das ou aceitas até hoje sobre o povoamento do con- ma da economia nacional contemporânea, a taxa men-
tinente posteriormente “descoberto” por Cristóvão cionada na notícia é a de
Colombo.
a) juros.
b) inflação.
07. (IF-PR - Professor – Sociologia - FAU - 2019) “Temo
c) desemprego.
o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa huma-
d) subutilização da mão de obra.
nidade. O mundo só terá uma geração de idiotas”. (Al-
e) aposentadoria por invalidez.
bert Einstein). Considerando que a internet e os apare-
lhos móveis mudaram para sempre nosso modo de viver
e imprimiram um novo ritmo de vida, produzindo novas Resposta: C. O desemprego cresceu em 14 das 27
realidades e moldando definitivamente o futuro da natu- unidades da federação no 1º trimestre, na compara-
reza humana, colocando-nos uma grande indagação no ção com o trimestre anterior, segundo dados divul-
tempo presente, a saber: “A tecnologia moldará o futuro gados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro
da política, da sociedade e dos direitos humanos?”, ava- de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados,
lie os enunciados abaixo mencionados e marque a única houve estabilidade. A taxa de desemprego média no
questão considerada INCORRETA: país nos 3 primeiros meses do ano subiu para 12,7%,
conforme já divulgado anteriormente pelo órgão.
a) Compreendemos como um dos maiores problemas da
tecnologia em relação aos direitos humanos o fim da 09. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária
privacidade, uma vez que precisaremos de sistemas - FCC - 2019) Os analistas do mercado financeiro ana-
robustos de proteção dos dados como leis, criptogra- lisaram pela 20a semana consecutiva a previsão de cres-
fia, cibersegurança e supervisão. cimento da economia em 2019, segundo dados divulga-
b) Sobre a questão da privacidade e sua relação com a dos pelo Banco Central (BC) em julho/2019.
tecnologia, as pessoas precisarão ter um debate públi-
co e aberto sobre o que é privacidade além dos limites Na previsão dos analistas, haverá
estreitos de segurança nacional e o que esperam que
seus governos protejam e as empresas respeitem. a) aumento dos impostos para obter recursos e incenti-
ATUALIDADES

c) Infelizmente o Brasil ainda não se atentou para a peri- var a produção.


culosidade da tecnologia de ponta e suas implicações b) redução da inflação anual que deverá atingir de 10 a
sobre os direitos humanos, não dispondo ainda de Le- 12%.
gislação sobre a proteção de dados pessoais. c) estabilização da taxa de juros entre 8 e 9%.

25
d) equiparação entre o dólar e o euro no mercado cam- 12. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidrome-
bial. cânica - Torneiro Mecânico - FCC - 2019) Um recente
e) fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). relatório publicado pela Organização das Nações Unidas
(ONU), denominado “Perspectivas do Meio Ambiente
Resposta: E. A projeção do mercado financeiro para Mundial”, apresenta um quadro sombrio sobre as con-
o PIB de 2019 é de 0,87%, segundo o Boletim Focus sequências para a sociedade da degradação da qualida-
do Banco Central. O governo prevê um crescimento de ambiental planetária. Com relação à água, o relatório
ligeiramente menor, de 0,85%. mostra que uma em cada três pessoas no mundo, cerca
de 2,3 bilhões de habitantes, não têm acesso ao sanea-
10. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC mento.
- 2019) O vice-primeiro-ministro italiano conduziu uma (Disponível em: https://www.ecodebate.com.br.Acesso
reunião de seus aliados europeus na frente da catedral em 26.mai.2019)
gótica de Milão no sábado 18/05/2019. Ele prometeu
mudar a história depois das eleições para o Parlamen- Sobre os recursos hídricos do Brasil e do mundo são fei-
to Europeu e fazer da aliança populista um dos maiores tas as seguintes proposições:
agrupamentos no Parlamento Europeu.
(Disponível em: https://www.cartacapital.com.br. Adap- I. As questões ambientais que envolvem os recursos hí-
tado) dricos devem ser tratadas de forma integrada, ou seja,
escassez ou abundância de água devem ser relaciona-
De acordo com a notícia e de seus conhecimentos so- das ao clima, à vegetação e às ações humanas.
bre a política internacional, os aliados europeus do vice- II. A gestão de recursos hídricos, elemento fundamental
-primeiro-ministro italiano representam uma orientação para a sobrevivência da humanidade, deve estar em-
política de basada em políticas de sustentabilidade.
III. Os problemas de segurança hídrica devem fazer par-
a) centro-direita. te das políticas públicas e, portanto, independem de
b) extrema-esquerda. ações da sociedade civil.
c) centro-esquerda.
d) extrema-direita.
Está correto o que consta APENAS de
e) centro.
a) II e III.
Resposta: D. Os partidos populistas de direita Alter- b) I e III.
nativa para a Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anun- c) II.
ciaram nesta segunda-feira (08/04/19) que pretendem d) I e II.
formar um novo bloco no Parlamento Europeu junto e) III.
com outras legendas eurocéticas e de extrema direita.
Resposta: D. A alternativa se torna incorreta, pois o
11. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Comba- problema de segurança hídrica DEPENDE das ações da
te a Endemias - VUNESP - 2019) O balanço de vítimas sociedade civil.
do tsunami que atingiu o país no último sábado [22.dez]
subiu para cerca de 400 mortos e mais de 1400 feridos,
anunciou a Agência Nacional de Gestão de Desastres 13. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da
nesta segunda-feira (24.dez). Outras 128 pessoas seguem Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019)
desaparecidas. O tsunami foi provocado pela erupção de Segundo o Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvi-
um vulcão que, segundo a agência, ainda está em erup- mento dos Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Ge-
ção e pode provocar novos tsunamis. nebra (19.03.2019), que trata do acesso da população à
(G1. https://glo.bo/2SkoF5K. Acesso em 29.01.2019. água potável e saneamento básico,
Adaptado) (Disponível em: https://bit.ly/2WaPp6q.Acesso em
02/06/2019)
É correto apontar como sendo o país atingido pelo tsu-
nami a que se refere a notícia: a) três bilhões de pessoas, aproximadamente, não têm
acesso a serviços sanitários.
a) as Filipinas. b) há sensível melhora dos índices de saneamento básico
b) a Índia. em países africanos.
c) a Malásia. c) somente cerca de 50% dos países da União Europeia
d) a Tailândia. oferecem água potável a toda população.
e) a Indonésia. d) cerca de 80% das águas residuais dos países ricos são
ATUALIDADES

tratadas antes de serem lançadas nos rios.


Resposta: E. O Referido país é a Indonésia.
e) falta água limpa e segura para mais de dois bilhões de
pessoas.

26
Resposta: E. Segundo o Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2019, lançado
hoje em Genebra, falta água limpa e segura para 2,1 bilhões de pessoas, enquanto 4,5 bilhões carecem de serviços
sanitários. Com o alerta de que a expectativa é de que a situação se agrave, devido às mudanças climáticas, o do-
cumento, intitulado Não deixar ninguém para trás, destaca a necessidade de políticas públicas comprometidas a
mudar essa situação.

14. (Prefeitura de Várzea - PB - Auxiliar de Serviços Gerais - EDUCA - 2019) As Florestas Pluviais Tropicais são
encontradas nas regiões de clima quente e úmido. Essas florestas possuem o bioma mais complexo e rico em biodiver-
sidade da Terra, cobrem apenas 6% da superfície do planeta, mas possuem mais de 60% de todas as espécies animais
e vegetais. Essas formações se estendem por áreas nas Américas Central e do Sul, na África, na Ásia e na Oceania, em
torno da linha do equador.

A maior e mais importante Floresta Pluvial Tropical é a

a) Floresta de Taiga, no Hemisfério Norte.


b) Floresta do Congo, na África Central.
c) Floresta Amazônica, na América Latina.
d) Selva Valdiviana, no Chile.
e) Florestas Nubladas, no Equador.

Resposta: C. A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Amazônica. Esse bioma abriga enorme diversidade de
formas de vida e a maior disponibilidade de água doce do mundo.

15. (Prefeitura de Resende - RJ - Agente Comunitário de Saúde - CONSULPAM - 2019) Yasodora Córdova, pes-
quisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News, de Harvard, destaca alguns fatores sociais para a difusão
de desinformação no Brasil, que são:
Fonte: Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil45978191. Acessado em 01 mar de 2019. (Adaptado)

a) A nova safra de militantes de direita, mais massificados e organizados em rede.


b) O despreparo dos órgãos públicos, a conivência da imprensa oficial e a crise econômica.
c) A falta de veículos de imprensa locais, a falta de bibliotecas e o acesso limitado à internet.
d) O sentimento de antipetismo, a rejeição aos candidatos e o baixo nível intelectual do eleitor.

Resposta: C. Yasodora Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News, de Harvard, elenca
outros fatores sociais para a difusão de desinformação no Brasil: a falta de veículos de imprensa locais, a falta de
bibliotecas e o acesso limitado à internet no Brasil.

16. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente Social - MS CONCURSOS - 2019) Leia, a seguir, o trecho da notícia pu-
blicada pelo G1 em 11 de agosto de 2019 e responda à próxima questão.
Brasil fecha Pan com recorde de medalhas e vice-liderança no quadro que não vinha há 56 anos

Mesmo com menos atletas que nas últimas três edições, delegação conquista o maior número de medalhas na história,
quebra o recorde de ouros, e termina atrás apenas dos Estados Unidos
ATUALIDADES

27
Barba, cabelo e bigode. A delegação brasileira conquis- c) Os prédios das Universidades Federais.
tou, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, en- d) Os templos religiosos.
cerrados neste domingo, os três maiores objetivos que
poderiam ser atingidos: quebrou o recorde de medalhas Resposta: D. A redação original, proposta pelo sena-
de ouro, levando 55, três a mais que no Pan de 2007, no dor Weverton Rocha (PDT-MA), previa punição para
Rio de Janeiro, foi ao pódio como jamais havia feito, 171, aquele que “praticar, induzir ou incitar a discriminção
14 vezes a mais do que a marca anterior, e encerrou o ou preconceito de ‘raça, cor, etnia, religião, proce-
evento em segundo no quadro geral, atrás apenas dos dência nacional, identidade de gênero e/ou orienta-
Estados Unidos, repetindo o ocorrido em 1963, no Pan ção sexual”, dentre outras ações – tais como impedir
de São Paulo. Portanto, o Brasil fechou com 55 ouros, 45 o acesso a locais públicos e o desempenho da ativi-
pratas e 71 bronzes. dade profissional em razão do preconceito. O relator
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) não tinha colocado acrescentou ao texto um trecho que prevê punição a
uma meta em número de medalhas ou de pódios, nem quem “impedir ou restringir a manifestação razoável
posição no quadro. Para a entidade que comanda o es-
de afetividade de qualquer pessoa em local público
porte no país, o importante era a conquista de vagas
ou privado aberto ao público, ressalvados os templos
olímpicas e a melhora do desempenho da maioria dos
religiosos”.
esportes com relação a Toronto 2015. O país garantiu,
pelo Pan, um lugar na Olimpíada no handebol, hipismo,
tiro com arco, tênis de mesa, tênis, pentatlo e vela, mas 18. (Prefeitura de Acaraú - CE - Procurador Adminis-
acabou sucumbindo no handebol masculino e no tiro es- trativo - CETREDE - 2019) Gestos e atitudes como um
portivo. olhar, um sorriso, uma postura corporal e um aperto de
Outro recorde interessante atingido pelo Brasil foi o de mão constituem formas
número de modalidades que foi ao pódio. O Brasil con-
quistou medalha em 41, mais que os 40 do Rio 2007. Nos a) de interação virtual.
títulos, foram 22 modalidades com ouros, repetindo as b) de não interação.
22 de 2007. Com menos de 500 atletas, delegação foi a c) verbais de interação.
menor desde 2003, o Brasil se destacou muito mais em d) não verbais de interação.
esportes individuais do que nos coletivos. [...] e) não usuais de interação.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/jogos-pan-ame-
ricanos/noticia/brasil-fecha-pan-de-lima-com-recorde-
Resposta: D. A linguagem verbal é aquela expressa
-de-medalhas-e-vice-lideranca-que-nao-vinha-ha-56-
por meio de palavras escritas ou falada, ou seja, a lin-
-anos.ghtml, acesso em 11/08/2019.
guagem verbalizada, já a linguagem não- verbal, utili-
As próximas Olímpiadas acontecerão no ano de: za dos signos visuais para ser efetivada, por exemplo,
as imagens nas placas e as cores na sinalização de
a) 2020. trânsito.
b) 2021.
c) 2022. 19. (PGE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2, 3
d) 2023. e 4 - CESPE - 2019) Acerca de temas da atualidade que
envolvem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
Resposta: A. As Olimpíadas acontecem de 4 em 4 As práticas sociais na atualidade são totalmente dire-
anos, a última foi realizada em 2016, já a próxima será cionadas pela comunicação nas redes sociais, que pro-
em 2020 serão realizadas em Tóquio, no Japão, de 24 porcionam amplo debate e favorecem o consenso sobre
de julho a 9 de agosto de 2020. temas relevantes à maioria da população.

17. (SCGás – Advogado - IESES - 2019) A Comissão de ( ) CERTO ( ) ERRADO


Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado apro-
vou no dia 22 de maio projeto de criminalização da ho- Resposta: Errado. As práticas sociais na atualidade
mofobia no Brasil. O texto (PL 672/2019) iguala as penas [NÃO] são totalmente direcionadas pela comunica-
para crimes motivados por preconceitos de gênero ou ção nas redes sociais, que [NÃO] proporcionam amplo
orientação sexual àquelas previstas para quem comete debate e [NÃO] favorecem o consenso sobre temas
crimes de discriminação racial. A redação original previa relevantes à maioria da população.
punição para aquele que “praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, 20. (Prefeitura de Arujá - SP - Escriturário - Oficial
procedência nacional, identidade de gênero e/ou orien- Administrativo - VUNESP - 2019) Um importante e in-
tação sexual. O relator acrescentou ao texto um trecho fluente líder religiosa em atividade no país morreu nesta
que prevê punição a quem impedir ou restringir a mani-
quinta-feira (27 de dezembro) em Santo Antônio de Je-
ATUALIDADES

festação razoável de afetividade de qualquer pessoa em


sus (108 km de Salvador), aos 93 anos. Ela dedicou 80
local público ou privado aberto ao público, ressalvados:
anos da vida à religião.
(Folha de S.Paulo, 27 dez.18. Disponível em: <ht-
a) Os prédios públicos federais.
b) Os ambientes públicos de grande circulação. tps://goo.gl/6A1BRP>. Adaptado)

28
A notícia trata do falecimento de uma importante lide-
rança religiosa ligada
HORA DE PRATICAR!
a) ao espiritismo.
b) ao islamismo. 01. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Ad-
c) ao judaísmo. ministração - MS CONCURSOS - 2019) Para responder
d) ao candomblé. à questão, leia o trecho, a seguir, da notícia publicada
e) ao catolicismo. pela BBC News Brasil, em 15 de agosto de 2019.

Resposta: D. Mãe Stella é referência no combate ao What3words: como um aplicativo usa três pala-
racismo e à intolerância religiosa, sendo a primeira a vras para salvar vidas
receber o título de “imortal” pela Academia de Letras
da Bahia (ALB), com nove livros publicados. A ialorixá, A polícia britânica pediu a todos que façam o down-
inclusive, já recebeu o título de Doutora Honoris Cau- load do aplicativo what3words para celular porque, se-
sa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa
disponível também no Brasil. Mas como ele funciona?
“Chutado. Convergido. Futebol”
Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo
aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi-
da na Inglaterra.
O grupo havia planejado uma trilha circular de 8 km
na Hamsterley Forest, de quase 20 km², no condado de
Durham, na noite de domingo, mas os amigos se perde-
ram depois de três horas.
“Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de
onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível.
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir
para não chorar.”
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com
sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência.
“Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis-
se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual
nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley.
Um minuto depois do download, a polícia conseguiu
descobrir onde o grupo estava. Eles foram resgatados
pouco tempo depois.
Quando o CEP ou o GPS não dão conta
O aplicativo what3words, essencialmente, aponta
para um local muito específico.
Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri-
lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com
um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea-
toriamente.
A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por
exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le-
var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”.
O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres-
pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick,
que cresceu na zona rural de Hertfordshire.
“Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”,
disse ele.
“Nós nos acostumamos a receber cartas que eram
para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan-
do para motoristas de entrega.”
Dez anos trabalhando na indústria da música, que en-
ATUALIDADES

volviam também a tentativa de fazer com que as bandas


se encontrassem em entradas específicas dos locais de
apresentação, também alimentaram sua frustração.
“Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e
latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick.

29
“Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo muito mais amigável? Eu estava falando com um matemático e
descobrimos que havia combinações suficientes de três palavras para cada local do mundo.”
[...]

Assinale a alternativa correta.

a) O what3words não precisa de conexão de dados (sinal de celular) para determinar a localização de três palavras.
b) O objetivo futuro de Chris Sheldrick é que seja abolido o modelo de endereçamento com CEP, como conhecemos.
c) O aplicativo conseguiu mapear o mundo todo, porém não há registros de que seja funcional em países como a
Mongólia e Senegal.
d) A polícia de alguns condados ingleses repudiou a nova forma de tratar as emergências, já que consideram ineficaz
a inovação trazida pelo what3words para socorro de vítimas.

02. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Administração - MS CONCURSOS - 2019) Ainda relacionado ao


texto acima. Na íntegra da notícia, são citados nomes de empresas/marcas que já estão usando o what3words. São elas:

a) Motorola e Jaguar.
b) Mercedes-Benz e Airbnb.
c) Apple e Nike.
d) Fiat e Walmart.

03. (Prefeitura de Porto Velho - RO - Especialista em Educação - Supervisão Educacional - IBADE - 2019) A Nova
Face da Criminalidade

Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens, que não
fazem parte do mundo da pobreza e da discriminação racial, têm tido participação constante nas ações de violência.
No Brasil, são cada vez mais frequentes as informações que nos chegam sobre atos de violência envolvendo jovens da
alta classe média que agridem, por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais do sexo, negros, nordestinos
e indígenas, entre outros seguimentos que integram um extenso leque de minorias sociais.
Há muitos questionamentos sobre os elementos que motivam os jovens que receberam carinho dos pais, educação
escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de consumo, a praticar ações de violência.
Para tentar responder este questionamento, uma coisa é certa, não podemos deixar de levar em consideração os
novos elementos que passaram a atuar no nosso processo de socialização dos anos 80 do século passado para cá.
Há pelo menos três décadas, crianças e jovens do Brasil estão em contato diário com uma série de informações que
incentivam e banalizam a violência.
Adaptação http://ambitojuridico.com.br/site/index.php?artigo_id=7319&n_ link=revista_artigos_le
Acerca do texto acima, podem ser feitas as seguintes afirmações:

I. A violência, traduz-se na época atual por um evento cujas implicações e desdobramentos atingem, sem distinção,
ATUALIDADES

todos os segmentos sociais.


II. A violência tem mostrado que ultrapassou os limites da pobreza, sendo praticada, também, por jovens de diferentes
classes sociais.
III. Informações que incentivam e banalizam a violência podem estar por trás do aumento e da prática indiscriminada.

30
IV. A prática da violência gerada pelo ódio à “diferenças” III As revoluções tecnológicas demandam capacidade de
tem sido mais presente no cotidiano dos jovens da inovação para estimular a competitividade, aspecto
alta classe média. que tem sido explorado por políticas públicas brasilei-
V. A violência no Brasil ocorre somente dentro das comu- ras que elevaram a posição do Brasil no ranking inter-
nidades mais pobres. nacional de competitividade.
IV Devido aos impactos resultantes da tecnologia no
Dos itens acima descritos, estão corretos: mercado de trabalho, a maioria das escolas brasileiras
da rede privada e pública já tem em seus currículos
a) I, II e III, somente. disciplinas relacionadas a programação e robótica.
b) II, III, IV e V, somente.
Estão certos apenas os itens
c) I, III, IV e V, somente.
d) I, II, III e IV, somente.
a) I e II.
e) I, II, III, IV e V. b) I e IV.
c) III e IV.
04. (Prefeitura de Itapevi - SP - Médico – Psiquiatria - d) I, II e III.
VUNESP - 2019) “Este é o melhor acordo possível.” e) II, III e IV.

A premiê britânica, Theresa May, tem repetido há sema- 06. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidro-
nas essa frase na tentativa de convencer o Parlamento mecânica – Mecânico - FCC - 2019) É forte o ritmo do
de seu país a aprovar o acordo que ela negociou com a crescimento desta fonte de energia no Brasil. Os investi-
União Europeia, estabelecendo os termos do Brexit - o mentos no setor começaram por volta de 2005 e, menos
processo de saída do Reino Unido do bloco. de 10 anos após o primeiro leilão deste tipo de energia
Mas, na segunda-feira [17.dez], a premiê adiou indefini- no país (realizado em 2009), o Brasil atingiu no início de
damente a votação do acordo no Parlamento, reconhe- 2018 a potência instalada de 13 gigawatts (GW), quase a
cendo que ele seria rejeitado pela maioria dos parlamen- mesma da Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Atualmente, o
tares britânicos Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial da pro-
G1. https://glo.bo/2FTOmUF. Acesso em 24.jan.2019. dução deste tipo de energia, superando países desenvol-
vidos como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos
Adaptado
cinco anos, pois, até 2012, estava em 15° lugar.
(Disponível:https://www.em.com.br. Acesso em
Tem sido considerado como o ponto mais delicado do 26.mai.2019)
acordo para viabilizar o Brexit
O texto descreve o avanço da energia
a) o retorno imediato dos cidadãos europeus que vivem
no Reino Unido para os seus países de origem, fato a) solar.
que provocaria forte déficit de mão de obra no Reino b) eólica.
Unido. c) de biogás.
b) a rápida desvalorização da libra nos mercados euro- d) de biocombustível
peu e mundial, fato que provocaria forte abalo econô- e) de biomassa.
mico-financeiro para todo o Reino Unido.
c) o fechamento da fronteira entre a Irlanda do Norte 07. (SEE-MG - Especialista em Educação Básica - FU-
(parte do Reino Unido) e a Irlanda, fato que retomaria MARC - 2018) A Base Nacional Comum Curricular é um
antigas tensões entre norte-irlandeses e irlandeses. documento de caráter que define um conjunto de apren-
d) a perda do prestígio político do Reino Unido frente dizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
à Europa, o que inviabilizaria a permanência do país volver ao longo das etapas de um período da educação.
na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O debate sobre a Base Nacional vem sendo ampliada em
2018 e é referente ao seguinte período da escolarização:
e) a obrigação do governo britânico em continuar rece-
bendo grupos de refugiados do Oriente Médio e Áfri-
ca mesmo após a saída do bloco econômico europeu. a) Mestrados em todas as universidades.
b) Especializações em universidades públicas.
05. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Re- c) Doutorado em universidades públicas.
gistros – Remoção - CESPE - 2019) Acerca de aspectos d) Cursos pré-vestibulares.
relacionados ao impacto da tecnologia no mercado de e) Educação básica.
trabalho, julgue os itens que se seguem.
08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
I Os impactos da tecnologia no mundo do trabalho não - 2019) Em março de 2019, mais de 1 milhão de crian-
são necessariamente imediatos, mas, a longo prazo, ças e jovens foram às ruas em 120 países para pressionar
líderes políticos e empresariais a agirem para evitar que
ATUALIDADES

podem implicar no desaparecimento de determinadas


profissões. os problemas afetem gravemente o futuro deles. A greve
II Projeções sobre o futuro do mercado de trabalho dão global de estudantes mobilizou também pais e professo-
destaque às profissões de índole criativa no mercado res no Brasil.
de trabalho dominado pela tecnologia. (Disponível em: http://www.bit.ly. Adaptado)

31
Os protestos tiveram como alvo os problemas relacio-
nados
GABARITO
a) às mudanças climáticas.
b) à violência no trânsito. 1 A
c) à poluição dos aquíferos.
d) ao desmatamento de regiões temperadas 2 B
e) aos resíduos sólidos sem destinação adequada. 3 D
4 C
09. (Prefeitura de Sorocaba - SP - Conselheiro Tute-
lar - VUNESP - 2019) O presidente americano Donald 5 A
Trump prometeu, na sexta-feira, 10 de maio de 2019, 6 A
mais que dobrar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em
7 E
mercadorias e introduzir novas taxas “em breve”. Segun-
do ele, o governo local está tentando recuar nos termos 8 A
do acordo que teria sido costurado entre os negociado- 9 C
res dos dois países.
10 D
BBC.https://www.bbc.com/portuguese/internacio-
nal-48228954. 13.05.2019. Adaptado

O excerto faz alusão

a) à guerra comercial contra o México devido ao aumen-


to de suas exportações.
b) às sanções comerciais impostas ao Irã devido ao seu
programa nuclear.
c) à guerra comercial em curso com a China devido ao
protecionismo norte-americano.
d) às sanções econômicas impostas à Coreia do Norte
devido ao seu programa balístico.

10. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária -


FCC - 2019) A série com dados oficiais de desmatamento
da Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Ins-
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que
os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação
na floresta vêm sendo confirmados ano a ano. (Adaptado
de: https://glo.bo/2Z5KAAY)
A respeito do desmatamento da Amazônia considere as
seguintes afirmações. I. Vários estudos já mostram que
uma das causas do aumento do desmatamento é a re-
dução da fiscalização. II. Em vários locais da região ob-
servam-se queimadas ilegais para abertura de pastagens
para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para a
cultura de soja). III. Embora expressivas, as áreas amazô-
nicas desmatadas têm menor extensão do que as áreas
em desmatamento no cerrado e na caatinga. Está correto
o que consta APENAS em

a) II e III.
b) I e III.
c) II.
d) I e II.
e) III.
ATUALIDADES

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