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CORPO DOCENTE

Lorena Ocampos (coordenadora). Juíza de Direito Substituta no Tribunal de Justiça do Distrito


Federal e Territórios (TJDFT). Mestranda em Direito no Curso de mestrado acadêmico, área
de concentração em Direito Constitucional Penal pelo Instituto de Direito Público de Brasília
(IDP). Especialista em Direito pela União Pioneira de Integração Social (UPIS) em Convênio com
a Escola da Magistratura do DF (ESMA). Professora de Processo Penal e Sentença Criminal em
pós-graduação e cursos preparatórios para concurso público. Palestrante.

Eric Scapim. Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Foi Juiz de Direito
nos Tribunais de Justiça dos Estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo Especializado em
Direito Público e Privado pela Emerj Especializado em Psicologia Jurídica pela Universidade
Cândido Mendes - AVM Mestrando em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela UFRJ -
NEPPDH Professor da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ e da Escola de
Administração Judiciária - ESAJ - do TJRJ, além de cursos preparatórios para concurso. Coautor
do livro - TJRJ - Juiz Estadual - Coleção Preparando para concursos; Editora Juspodivm Professor
Formador de Magistrados pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados
- ENFAM.

Gustavo Fernandes Sales. É Juiz de Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e dos Territórios, tendo sido aprovado em 4o lugar e tendo obtido a nota mais alta do seu
concurso na prova de Sentença Penal (2a fase). Entre os anos de 2016 e 2017, foi aprovado
ao mesmo tempo para os cargos de Juiz Federal do Tribunal Regional Federal da 4a Região,
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás e Juiz de Direito do TJDFT, tendo
abandonado os concursos do MPSC (Promotor de Justiça) e TJRS (Juiz de Direito) em fases
avançadas, este último quando ocupava o 2o lugar geral no certame. Foi aprovado para o cargo
de técnico judiciário do TJDFT aos 19 anos, quando cursava o segundo ano da faculdade de
Direito. Entre outros concursos, foi, também, aprovado para analista judiciário do MPU, oficial
de justiça do TRF-1a Região e policial legislativo federal na Câmara dos Deputados. É bacharel
em Direito pelo UniCEUB e pós-graduado pela Fundação Escola Superior do Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios. Exerce atividade docente em diversos cursos preparatórios
para concursos, lecionando Direito Constitucional e Administrativo. É, ainda, professor do curso
de pós-graduação da Escola da Magistratura do Distrito Federal - ESMA-DF. É autor de obras
jurídicas.

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Mario Celegatto. Mario Celegatto é Juiz do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná; Mestre em
Direito pela Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP; Professor de Direito Processual
Civil, Direito do Consumidor e Direito Civil; Membro da ABDPro - Associação Brasileira de Direito
Processual; Diretor do Núcleo EAD da EMAP - Escola da Magistratura do Paraná; Professor
da EMAP - Escola da Magistratura do Paraná; Professor de Curso CEI; Professor em Diversos
Cursos de Pós-graduação; Formador de Magistrados Certificado pela ENFAM (Escola Nacional
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados); Especialista em Direito Processual; Bacharel
em Direito pela PUC-MG, Consultor Científico da Editora Appris; Palestrante; Autor de Obras
Jurídicas (instagram: mario_celegatto / e-mail: mario_celegatto@yahoo.com.br).

Renata Bolzan Jauris. Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Paraná. Professora da Escola da
Magistratura do Paraná. Foi Defensora Pública e Procuradora da Administração Federal Indireta.
Mestre em Direito pela Universidade Estadual de Londrina.

Renata Chamma. Formada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Pós Graduada em Direito Público e Privado pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de
Janeiro (EMERJ), Pós Graduanda em Direito Ambiental e Urbanístico pela PUC/MG. Aprovada
no Concurso para o Cargo de Juiz Leigo do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
Professor(a) Revisora de Direito Ambiental do Concurso Público para Ingresso na Carreira de
Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará (2016). Advogada e Consultora Jurídica. Palestrante.
Professora de Direito Ambiental na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ
(desde 2012), no Curso de Pós Graduação de Direito Ambiental e Agronegócios do Instituto Julio
Cesar Sanches - Palmas/TO (desde 2019), no Curso de Pós Graduação em Direito Público do
Curso Verbo Jurídico (2020), no Curso de Pós Graduação em Direito Imobiliário da Universidade
Cândido Mendes - UCAM (2012 - 2015), no Curso de Pós Graduação em Direito Ambiental e
Responsabilidade Civil da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (2014 - 2015), e
Professora de Direito Ambiental e Urbanístico em Cursos Jurídicos.

Milton Bandeira Neto. Procurador da Fazenda Nacional. Membro do Conselho Editorial da Revista
Fórum de Direito Tributário. Foi Diretor-Geral do Centro de Altos Estudos da Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional - PGFN (2014 a 2018). Foi representante da PGFN no Sistema de Escolas
de Governo da União - SEGU (2014 a 2018). Membro do Comitê Avaliador da Pós-graduação
da Escola da Advocacia-Geral da União - AGU. Foi editor da Revista da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional (2015 a 2018). Pós-graduado em Direito Público (2011). Pós-graduando em
Gestão Pública. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (2005). É Coach
certificado pela Internacional Associationof Coaching - IAC, atuando nas áreas de Personal,
Professional Coach e Coach para Concursos Públicos. Autor de diversas obras jurídicas das

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editoras Saraiva e JusPodivm - Direito Tributário, com participação em mais de 10 livros.

Antonio Evangelista de Souza Netto. Juiz de Direito de Entrância Final do Tribunal de Justiça
do Estado do Paraná. Pós-doutor em Direito pela Universidade de Salamanca - Espanha. Pós-
doutorando em Direito pela Universitá degli Studi di Messina - Itália. Pós-doutorando em Direito
pela Universidade de Coimbra - Portugal. Pós-doutorando em Direito Pela Università degli
Studi Mediterranea di Reggio Calabria - Itália. Doutor em Filosofia do Direito pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2014). Mestre em Direito Empresarial pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2008). Vice-Presidente da Comissão de Empresas
Familiares e Holding do Instituto Brasileiro de Direito de Família-IBDFAM. Membro da comissão
de mediação empresarial do Fórum Nacional de Juízes de Competência Empresarial - FONAJEM.
Vice-Diretor do Departamento de Cursos para o Público Externo e Ensino à Distância da Escola
da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná - EMAP. Coordenador do Núcleo de
EAD da Escola da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná - EMAP. Coordenador
do Centro Judiciário de Solução de Conflitos Empresariais - CEJUSC Recuperação Empresarial.
Professor Colaborador do PPGD - Mestrado e Doutorado da Unicuritiba. Professor do Programa
de Pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUC/PR. Professor do
Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Nove de Julho (Uninove-SP). Professor
da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM. Professor da
Escola da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo - EMES. Professor
da Escola da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná - EMAP. Professor em
cursos de pós-graduação. Parecerista da revista do curso de mestrado e doutorado em direito
da Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo - FADISP. Diretor Científico da Coleção Processo
e Constituição da Editora Prismas. Participates in Judicial Exchange at Harvard University - Law
School. Membro do Fórum Nacional de Juízes de Competência Empresarial - FONAJEM Membro
da Academia de Cultura de Curitiba/PR - ACCUR Membro da Soberana Ordem do Mérito de Saint
Yves de Tréguier - França. Membro do Instituto Brasileiro da Insolvência - IBAJUD. Membro do
Instituto Brasileiro de Direito da Empresa - IBDE Membro do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa - IBGC Membro do Fórum Nacional de Juízes Criminais - FONAJUC. Comendador da
Ordem do Mérito Cívico e Cultural - SBHM.

Bruno Gaspar de Oliveira Corrêa. Promotor de Justiça (MPRJ). Graduado pela Pontifícia
Universidade Católica (PUC-RIO). Pós-graduado em Criminologia pelo Instituto Superior do
Ministério Público (ISMP/MPRJ), professor de Direito Eleitoral da EMERJ, IBMEC e cursos
preparatórios.

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Danielle Burichel. Juíza de Direito (TJPE). Mestra em Direito pela Faculdade Damas da Instrução
Cristã, na linha de pesquisa história das ideias penais. Especialista em Direito Público pela
Universidade Potiguar. Especialista em Direitos Difusos e Coletivos pela Unama, com ênfase
em Direitos da Infância e Juventude. Professora em cursos de graduação, Pós-graduação e
preparatórios.

Rodrigo de Carvalho Assumpção. Juiz de Direito no TJMG. Mestrando em Direito pela


Universidade de Salamanca.

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SUMÁRIO

CORPO DOCENTE................................................................................................................................... 2
CRONOGRAMA...................................................................................................................................... 7
QUESTÕES OBJETIVAS SEM GABARITO COMENTADO.......................................................................... 8
DIREITO CIVIL................................................................................................................................... 8
DIREITO PROCESSUAL CIVIL........................................................................................................... 10
DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................ 11
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE................................................................................... 12
DIREITO PENAL............................................................................................................................... 13
DIREITO PROCESSUAL PENAL........................................................................................................ 15
DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................................................................ 17
DIREITO ELEITORAL........................................................................................................................ 19
DIREITO EMPRESARIAL.................................................................................................................. 21
DIREITO TRIBUTÁRIO..................................................................................................................... 23
DIREITO AMBIENTAL...................................................................................................................... 24
DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................................ 25
GABARITO............................................................................................................................................ 28
QUESTÕES OBJETIVAS COM GABARITO COMENTADO....................................................................... 29
DIREITO CIVIL................................................................................................................................. 29
DIREITO PROCESSUAL CIVIL........................................................................................................... 34
DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................ 38
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE................................................................................... 40
DIREITO PENAL............................................................................................................................... 44
DIREITO PROCESSUAL PENAL........................................................................................................ 49
DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................................................................ 54
DIREITO ELEITORAL........................................................................................................................ 64
DIREITO EMPRESARIAL.................................................................................................................. 68
DIREITO TRIBUTÁRIO..................................................................................................................... 73
DIREITO AMBIENTAL...................................................................................................................... 77
DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................................ 81

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CRONOGRAMA

Rodada Publicação

1ª Rodada 29/10/2021

2ª Rodada 05/11/2021

3ª Rodada 12/11/2021

4ª Rodada 19/11/2021

5ª Rodada 26/11/2021

6ª Rodada 03/12/2021

7ª Rodada 10/12/2021

8ª Rodada 17/12/2021

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QUESTÕES OBJETIVAS SEM GABARITO COMENTADO

🏳 DIREITO CIVIL

QUESTÃO 1. No tocante ao pagamento, forma direta e/ou ordinária do adimplemento das obrigações, é
CORRETO dizer que:

A) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do
que pagar e se sub-roga nos direitos do credor.

B) O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a
reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

C) O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, salvo se mais valiosa.

D) Não é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas em razão da insegurança


patrimonial causada ao devedor.

QUESTÃO 2. Com relação ao direito de vizinhança, é INCORRETO afirmar que:

A) O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a


reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.

B) As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o
plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.

C) O proprietário tem o direito de cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio,
urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os
dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se
proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.

D) Por constituir um serviço de utilidade pública, independe do recebimento de indenização a obrigação


do proprietário do prédio em tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros
condutos subterrâneos, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível
ou excessivamente onerosa.

QUESTÃO 3. Seis são os defeitos do negócio jurídico e que o torna anulável, a saber, o erro, o dolo, a
coação, o estado de perigo, a lesão e a fraude contra credores. A respeito de tais institutos, é CORRETO
afirmar que:

A) O dolo, por constituir vício que macula a lisura da vontade externada, sempre anulará o negócio

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jurídico, ainda que acidental.

B) A confirmação e a conversão do negócio jurídico inválido só podem ser realizadas se possível o


atendimento posterior dos requisitos ausentes por ocasião de sua celebração.

C) O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o
negócio jurídico se, por seu contexto e pelas circunstâncias que lhe são afetas, se puder identificar a
coisa ou a pessoa cogitada.

D) O negócio jurídico eivado de erro de direito é nulo, mas pode ser confirmado pelas partes, e
convalesce pelo decurso do tempo.

QUESTÃO 4. Ao cônjuge sobrevivente é garantido o direito real de habitação, entendido como o direito que
tem o cônjuge supérstite, independente do regime de bens de seu casamento, de permanecer residindo
na morada do casal após o falecimento de seu consorte. A respeito de tal tema e à luz da jurisprudência
do STJ, julgue os itens a seguir:

I) A inexistência de outros bens imóveis no patrimônio do cônjuge/companheiro sobrevivente é requisito


para o reconhecimento do direito real de habitação.

II) O direito real de habitação pode ser exercido tanto pelo cônjuge como pelo companheiro supérstite.

III) O direito real de habitação tem caráter gratuito, razão pela qual os herdeiros não podem exigir
remuneração do companheiro ou cônjuge sobrevivente pelo fato de estar usando o imóvel, ainda que
proprietário de outros bens imóveis.

IV) Por constituir direito personalíssimo e exercitável apenas e tão somente pelo companheiro ou
cônjuge sobrevivente, é lícita a cobrança de aluguel em face do filho ou filha que reside com o cônjuge ou
companheiro supérstite.

Estão CORRETAS as assertivas presentes nos itens:

A) II e III.

B) I e IV.

C) I e III.

D) II e IV.

QUESTÃO 5. José adquiriu um imóvel e assinou contrato que previa expressamente a exclusão da
responsabilidade do vendedor pela evicção. De acordo com a disciplina legal relativa ao tema, a cláusula
contratual é:

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A) Válida, mas, se José restar evicto, terá direito de receber o preço que pagou pelo imóvel, ainda que
soubesse do risco da evicção.

B) Válida, mas, se José restar evicto, terá direito de receber o preço que pagou pelo imóvel, se não
soube do risco da evicção ou se, dele informado, não o assumiu.

C) Válida, excluindo, em qualquer caso, o direito de José receber quaisquer valores em caso de evicção.

D) Válida, mas, se José restar evicto, terá direito de receber o preço que pagou pelo imóvel, excluídas
outras indenizações.

🏳 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

QUESTÃO 6. A Resolução nº 35, de 24 de abril de 2007, baixada pelo Conselho Nacional de Justiça, detalhou
os procedimentos a serem observados pelos tabeliães na lavratura de escrituras de inventário e partilha
a serem realizados extrajudicialmente. Dentre os requisitos, tratando-se de inventário e partilha a ser
realizado de forma extrajudicial, é necessário observar.

A) Admite-se a representação dos interessados por procurador, que deverão estar munidos de
procuração por instrumento público com poderes especiais.

B) É admissível inventário negativo por escritura pública.

C) A existência de dívidas do espólio, salvo as tributárias, impede a realização do inventário e da


partilha, por escritura pública.

D) A escritura pública não poderá ser retificada. Contudo, os erros materiais poderão ser corrigidos,
de ofício ou mediante requerimento de qualquer das partes, ou de seu procurador, por averbação à
margem do ato notarial.

QUESTÃO 7. A posse, segundo Clóvis Beviláqua, pode ser definida como o exercício, de fato, dos poderes
constitutivos do domínio, ou propriedade, ou de algum deles somente. Assim, nosso Código admite a
posse, com ou sem o animus rem sibi habendi. Assim, são considerados efeitos da posse, EXCETO.

A) O direito à tutela possessória.

B) A percepção dos frutos.

C) A indenização pelas benfeitorias, a responsabilidade pela perda e deterioração da coisa, lhe sendo
admitido o direito de retenção.

D) A usucapião.

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QUESTÃO 8. Segundo o art. 682 do Código de Processo Civil, “quem pretender, no todo ou em parte, a coisa
ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição
contra ambos”. Assim, o CPC, atento à natureza da oposição, deslocou-a do terreno das intervenções,
para reconhecer-lhe o caráter de ação autônoma, enquadrando-a entre os procedimentos especiais de
jurisdição contenciosa. Quanto à ação de oposição, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Com a oposição, pretende o opoente obter para si a coisa ou o direito disputado pelo autor e réu
da outra ação.

B) Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à


ação originária.

C) Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em


primeiro lugar.

D) Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, haverá julgamento do mérito e o


arquivamento da ação principal.

QUESTÃO 9. No que diz respeito à ação de inventário judicial e partilha, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Podem as partes arguir qualquer matéria em sua manifestação sobre as primeiras declarações.

B) Não havendo testamento ou interessado incapaz, sempre proceder-se-á ao inventário judicial.

C) O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao


acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao reembolso das despesas
necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.

D) O credor de dívida líquida e certa, ainda não vencida, pode requerer habilitação no inventário.

QUESTÃO 10. Nos termos da legislação processual civil, considera-se terceiro, para ajuizamento dos
embargos, quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, de cujo incidente não fez parte. Com base nessa legislação, assinale a alternativa correta.

A) Os embargos de terceiro podem ser ajuizados pelo adquirente de bens cuja constrição decorreu de
decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução, dentre outras hipóteses.

B) Os embargos poderão ser opostos até o trânsito em julgado nos autos em que ocorreu a constrição.

C) É cabível diante de atos administrativos.

D) Os embargos de terceiro não admitem prova oral.

🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR

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QUESTÃO 11. Eric adquiriu um determinado produto durável, após uma grande publicidade de um
fabricante conhecido nacionalmente, sendo que, em tal propaganda, fazia-se menção de que o prazo
de garantia seria de um ano. Após um ano e 10 dias da aquisição do referido bem por Eric, o produto
apresentou vício que o tornava inadequado para o uso a que se destina, não mais funcionando de forma
hígida. Feita a reclamação em relação ao vício, o fabricante alegou que não haveria responsabilidade
pelos fatos em questão, face à ausência de termo de garantia por escrito, e que, de qualquer forma, ainda
que se considerasse o que constou da publicidade, o decurso do prazo de um ano, por si só, já excluiria a
incidência da garantia. A esse respeito, assinale a alternativa correta:

A) Cabe ao consumidor, na forma do art. 373, I, do Estatuto Processual Civil, a prova da veracidade e
correção da informação ou comunicação publicitária quanto ao prazo de um ano.

B) Assiste razão ao fornecedor, já que a garantia não pode decorrer exclusivamente de mensagem
publicitária, não sendo obrigado a emitir termo escrito, e, uma vez transcorrido prazo superior a um
ano, estaria de qualquer forma expirada a garantia.

C) Não assiste razão ao fornecedor, já que a garantia pode decorrer exclusivamente de mensagem
publicitária e, apesar de transcorrido prazo superior a um ano, o prazo total de garantia é de um ano
e noventa dias, em virtude da incidência da garantia legal.

D) Não assiste razão ao fornecedor, já que a garantia pode decorrer exclusivamente de mensagem
publicitária e tem duração de cinco anos.

QUESTÃO 12. Em matéria de sanções administrativas, assinale a alternativa correta.

A) A pena de apreensão ou de inutilização de produto não poderá ser aplicada pela administração,
quando forem constatados vícios de quantidade do produto.

B) A pena de intervenção administrativa poderá ser aplicada diretamente pela autoridade administrativa
quando houver prática de ato grave e incompatível com as relações de consumo de acordo com a
regulamentação, independentemente de ter havido ou não reiteração por parte do fornecedor.

C) A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de


publicidade enganosa ou abusiva, conforme definido no código, sempre às expensas do infrator.

D) A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição
econômica do fornecedor poderá ser revertida em favor do consumidor lesado.

🏳 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

QUESTÃO 13. A respeito da proteção à criança e ao adolescente, assinale a alternativa incorreta:

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A) Para se colocar um infante em acolhimento institucional ou familiar, antes deve-se tentar a


manutenção em convivência com a família natural ou extensa.

B) A doutrina da proteção integral é a que enxerga a criança e o adolescente como sujeitos de direitos
e não como meros objetos de aplicação da norma.

C) A doutrina da situação irregular, consolidada no Estatuto da Criança e do Adolescente Brasileiro (Lei


8.069/90) enxerga a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e não como meros objetos de
aplicação da norma.

D) Não somente as crianças ou adolescentes em situação de risco merecem tutela do Estado, mas
todas elas.

QUESTÃO 14. Assinale a alternativa correta:

A) A escassez de recursos que impossibilite o adequado sustento da família não é causa legítima para
a colocação em família substituta.

B) A condenação criminal por crime cometido mediante o emprego de violência ou grave ameaça à
pessoa, ensejará a destituição do poder familiar.

C) O recurso de apelação interposto em face da sentença que destituir o poder familiar possui efeito
suspensivo.

D) O deferimento da guarda a terceiros tem o condão de impedir o direito de visitas pelos pais.

🏳 DIREITO PENAL

QUESTÃO 15. Assinale a alternativa correta em tema de prescrição penal:

A) Caso o condenado venha a evadir do estabelecimento penal durante cumprimento de pena privativa
de liberdade, a prescrição será calculada pelo tempo total da pena.

B) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação
da pena resultante da conexão.

C) Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em
que o condenado está preso por outro motivo.

D) Em caso de reincidência, aumenta-se em um terço os prazos da prescrição da pretensão punitiva.

QUESTÃO 16. Tício resolve matar Caio, seu colega de trabalho, pois Caio descobrira que Tício estava furtando
dinheiro do caixa da empresa, e prometeu levar a informação ao empregador. Foi então que, aproveitando-

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se do momento em que Caio estava saindo da sede da empresa, e simulando estar manobrando o carro
na rua, Tício dolosamente causou seu atropelamento, com animus necandi. Caio foi levado ao hospital,
onde morreu 3 dias após os fatos, em decorrência de complicações em seu estado de saúde, ocasionado
especialmente por erro médico.

Quanto ao caso hipotético apresentado, assinale a alternativa correta:

A) Tício cometeu crime previsto no código de trânsito brasileiro, descabendo julgamento pelo tribunal
do júri.

B) Em decorrência do erro médico, houve rompimento do nexo de causalidade, não podendo o


resultado morte ser imputado a Tício.

C) Tício cometeu homicídio simples.

D) Tício cometeu homicídio doloso qualificado, cabendo o julgamento ao tribunal do júri.

QUESTÃO 17. Romeu se apaixona por sua vizinha Julieta. No entanto, seu sentimento não é correspondido.
Mesmo diante da discordância expressa/ inequívoca de Julieta quanto a qualquer aproximação por
parte de Romeu, este, inconformado com a rejeição, começa reiteradamente a fazer diversas ligações no
telefone celular de Julieta, envia-lhe mensagens amorosas, buquê de flores, presentes não solicitados,
recados na porta de sua residência, e, por fim, permanece todos os dias na porta de sua casa na espera de
sua passagem. Julieta, intimidada, procura a polícia para relatar os fatos.

Acerca da situação narrada, assinale a alternativa correta:

A) A conduta praticada por Romeu é atípica.

B) Eventual persecução penal depende da representação de Julieta.

C) A conduta praticada por Romeu configura crime material.

D) A conduta praticada por Romeu é inacumulável, em qualquer hipótese, com a aplicação da lei
Maria da Penha, sob pena de bis in idem.

QUESTÃO 18. Juninho, 30 anos, capaz, furta da carteira de sua avó de 70 anos a quantia de R$ 500,00 reais
em dinheiro na data do recebimento de sua aposentadoria. Assim o fez pois queria obter recursos para
levar a nova namorada à uma festa.

Considerando a situação narrada e as disposições gerais quanto ao crime de furto e as escusas


absolutórias, assinale a alternativa correta:

A) Juninho está acobertado por escusa absolutória prevista no Código Penal, sendo isento de pena.

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B) Eventual ação penal contra Juninho será condicionada à representação da vítima.

C) Ainda que Juninho promova voluntariamente a integral reparação do dano com devolução do
valor subtraído antes do recebimento da denúncia, não poderá ser beneficiado com a causa geral de
diminuição de pena do arrependimento posterior.

D) É descabida a aplicação das escusas absolutórias do Código Penal em crimes contra o patrimônio,
quando cometidos com emprego de grave ameaça ou violência à pessoa.

QUESTÃO 19. “A” e “B” em concurso de pessoas, de posse de uma motocicleta, subtraíram de “C” seus
pertences pessoais (carteira, relógio e celular), mediante grave ameaça exercida com arma de fogo.
Vale ressaltar que, no momento do crime, “A” dirigia a motocicleta, enquanto “B” foi o responsável
pelo manuseio da arma de fogo e da grava ameaça contra a vítima. Ademais, após o crime, os acusados
constaram que, em verdade, os bens furtados eram de pouca monta. Isto pois, na carteira havia apenas a
quantia de R$ 30,00 reais, o relógio não era de marca cara, e o celular estava estragado.

Considerando a situação narrada e o tratamento legal do crime de roubo, assinale a alternativa correta:

A) “A” e “B” praticaram roubo majorado pelo concurso de pessoas e pelo emprego de arma de fogo.

B) “A” praticou roubo simples, e “B”, roubo majorado.

C) Cabível, na hipótese, a aplicação do princípio da insignificância.

D) A gravidade do delito de roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e/ou emprego de arma
de fogo constitui motivação suficiente, por si só, para justificar a imposição de regime prisional mais
gravoso.

🏳 DIREITO PROCESSUAL PENAL

QUESTÃO 20. Assinale a alternativa que contenha entendimento sumulado incorreto:

A) O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.

B) A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher
é pública incondicionada.

C) Admite-se “habeas corpus” contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

D) Não cabe “habeas corpus” quando já extinta a pena privativa de liberdade.

QUESTÃO 21. Ainda de acordo com entendimento jurisprudencial majoritário (sumulado), é incorreto

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afirmar que:

A) Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que
possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não
contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.

B) No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará
se houver prova de prejuízo para o réu.

C) No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo
penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.

D) Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo do conhecimento a aplicação de


lei mais benigna.

QUESTÃO 22. Leivi estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas. Presentes os
requisitos constitucionais e legais, o juiz autorizou a interceptação telefônica para apurar o tráfico. Por
meio dos diálogos, descobriu-se que o acusado foi o autor de um homicídio.

Assinale a alternativa correta:

A) A prova obtida a respeito da prática do homicídio é lícita, ocorrendo o que a jurisprudência denomina
como “crime achado”.

B) A prova obtida a respeito da prática do homicídio é ilícita, devendo ser imediatamente desentranhada
do processo e destruída.

C) A prova obtida a respeito da prática do homicídio é ilícita, devendo ser desentranhada e destruída
dos autos somente após o trânsito em julgado da decisão que assim a reconheceu.

D) A prova obtida é ilícita, tanto no que se refere ao delito de tráfico de drogas, como também ao
crime de homicídio.

QUESTÃO 23. Assinale a alternativa que contenha entendimento jurisprudencial incorreto:

A) A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de autorização,


bastando sua comunicação prévia à autoridade judicial.

B) A suspeição de autoridade policial é motivo de nulidade do processo penal.

C) O indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial, não cabendo ao juiz ou membro do


Ministério Público requisitar sua realização à autoridade policial.

D) É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas

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suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo
destinatário do ato processual.

QUESTÃO 24. Assinale a alternativa incorreta:

A) Segundo decidido pelo STF, é inconstitucional a determinação da condução coercitiva para


interrogatório do acusado.

B) É legal a determinação judicial para que o Google forneça a identificação das pessoas que
pesquisaram determinado endereço no Waze ou no Google Maps, não havendo ofensa proteção à
privacidade e à intimidade.

C) Não é possível, no processo penal, a fixação de astreintes em desfavor de terceiros, não participantes
do processo, pela demora ou não cumprimento de ordem emanada do Juízo Criminal, por ausência de
previsão legal.

D) O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito


policial, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter
vinculante, previamente à decisão judicial.

🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 25. Assinale a alternativa correta:

A) No ordenamento jurídico brasileiro, somente recebem competência constitucional para realizar


controle concentrado e abstrato de constitucionalidade o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais de
Justiça estaduais e os Tribunais Regionais Federais.

B) A legitimidade para propor a ADI é exatamente a mesma para propositura da ADC e da ADO,
isto é, podem propor quaisquer dessas ações – com exceção apenas da ADPF, cujo rol é diverso: o
Presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de
Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do
Distrito Federal; o Procurador-Geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade
de classe de âmbito nacional.

C) O Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções ostenta legitimidade ativa para a
propositura de ADI.

D) Os legitimados ativos universais são aqueles que podem ajuizar ADI impugnando quaisquer leis
ou atos normativos, sem necessidade de demonstrar a relação objetiva de pertinência temática entre

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o objeto da ação e os interesses institucionais específicos daquele legitimado, a exemplo do partido


político com representação no Congresso Nacional.

QUESTÃO 26. Julgue os itens a seguir:

I – As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for
o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.

II – Preenchidos os requisitos constitucionais, impõe-se a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito,


que não depende da vontade aquiescente da maioria legislativa.

III – Doutrina e Supremo Tribunal Federal não admitem que atos normativos infraconstitucionais imponham
qualquer tipo de restrição à criação de CPIs.

IV – Nenhuma CPI poderá ultrapassar o termo final da legislatura em que constituída, embora possa sofrer
prorrogações na forma do regimento interno da Casa Congressual.

A) Todos os itens estão corretos.

B) Estão corretos os itens I, II e IV, somente.

C) Estão corretos os itens I, II e III, somente.

D) Estão corretos os itens III e IV, somente.

QUESTÃO 27. Assinale a alternativa INCORRETA:

A) A ação direta de inconstitucionalidade interventiva foi a primeira ação de controle concentrado


prevista em nosso ordenamento jurídico-constitucional, já na Constituição de 1934.

B) A ação direta de inconstitucionalidade interventiva constitui instrumento de controle concentrado-


concreto.

C) A legitimidade para a propositura da representação interventiva federal é exclusiva do Procurador-


Geral da República.

D) Podem ser objeto da representação interventiva as leis e os atos normativos, mas não os atos
administrativos e os atos concretos.

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QUESTÃO 28. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito dos métodos de interpretação constitucional:

A) Para os apoiadores do método hermenêutico clássico ou jurídico, se alguma particularidade existe


na Constituição, essa singularidade seria quando muito apenas um fator adicional, a ser considerado
na exegese do texto e na construção do sistema, mas nunca um motivo para que se afastem da
hermenêutica constitucional os métodos tradicionais de interpretação.

B) Pelo método hermenêutico-concretizador, idealizado por Friedrich Müller, aclara-se a distinção


entre o programa normativo e o domínio ou âmbito normativo, sendo o texto de um preceito jurídico
positivo apenas a “ponta do iceberg” normativo.

C) Para o método científico-espiritual, a interpretação da constituição não pode dissociar-se da ideia de


constituição como um sistema cultural e de valores de um povo. Além do texto, os valores subjacentes
à ordem constitucional também são fundamentais para a captação do sentido da constituição.

D) O método tópico-problemático adota as seguintes premissas: caráter prático da interpretação


constitucional; caráter aberto e indeterminado da lei constitucional; preferência pela discussão do
problema em virtude da abertura das normas constitucionais, que não permitem dedução subsuntiva
a partir delas mesmo.

QUESTÃO 29. Assinale a alternativa INCORRETA:

A) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social. A previdência social tem caráter contributivo, enquanto a saúde e a assistência social têm
caráter não contributivo.

B) Para o STF, ainda que comprovado estar a criança sob a guarda do estrangeiro e deste depender
economicamente, é possível a expulsão de estrangeiro cujo filho brasileiro foi reconhecido ou adotado
posteriormente ao fato ensejador do ato expulsório.

C) O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra


das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso
Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da
lavra, na forma da lei.

D) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União, e consideradas inalienáveis e
indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

🏳 DIREITO ELEITORAL

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QUESTÃO 30. Sobre o sistema proporcional, assinale a alternativa CORRETA:

A) É o sistema através do qual a circunscrição eleitoral de um Estado ou Município é repartida em


distritos, de forma que cada partido político pode apresentar um candidato por distrito.

B) É aquele no qual o candidato que receber a maioria dos votos válidos será considerado eleito.

C) É o sistema adotado nas eleições para Câmara dos Deputados e para o Senado Federal.

D) É o sistema através do qual as vagas são distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos
e preenchidas pelos candidatos mais votados da lista da legenda, que tenham obtido votos nominais
em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral.

QUESTÃO 31. Considere as afirmativas abaixo:

I - Constitui crime a contratação, direta ou indireta, de grupo de pessoas com a finalidade específica de
emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato,
partido ou coligação.

II - No crime de calúnia eleitoral, a prova da verdade do fato imputado é admitida ainda que, sendo o fato
imputado objeto de ação penal pública, o ofendido tenha sido condenado por sentença recorrível.

III - O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais possuem competência para julgar habeas corpus,
quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração.

IV - A transação penal e a suspensão condicional do processo não são admitidas no processo penal eleitoral.

Estão CORRETAS apenas as seguintes afirmativas:

A) I e II.

B) I e III.

C) III e IV.

D) II e III.

QUESTÃO 32. Assinale alternativa CORRETA.

São inelegíveis para qualquer cargo os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de oito anos, pelos
crimes:

A) de abuso de autoridade, mesmo nos casos em que não houver condenação à perda do cargo ou à

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inabilitação para o exercício de função pública.

B) eleitorais.

C) contra o meio ambiente e a saúde pública.

D) dolosos e culposos contra a vida.

QUESTÃO 33. Assinale a alternativa CORRETA:

A) Os magistrados e os membros do Ministério Público Eleitoral são investidos na função eleitoral pelo
prazo improrrogável de 4 (quatro) anos, por força do princípio da periodicidade da investidura das
funções eleitorais.

B) O princípio da autonomia partidária visa a garantir que os partidos políticos não sofram interferência
estatal em suas atividades.

C) De acordo com o princípio da anualidade, os partidos políticos estão obrigados a enviar, anualmente,
à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.

D) O partido político, pessoa jurídica de direito público, destina-se a assegurar, no interesse do


regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais
definidos na Constituição Federal.

QUESTÃO 34. Sobre a incorporação de partido político, assinale a alternativa CORRETA:

A) Não há eleição de novo órgão de direção nacional, mantendo-se o mandato e a composição do


órgão de direção nacional da agremiação partidária incorporadora.

B) Devem ser considerados apenas os votos obtidos pelo partido incorporador na última eleição geral
para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

C) O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e averbado no Tribunal
Superior Eleitoral.

D) Somente é cabível em relação a partidos políticos que tenham obtido registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo menos, cinco anos.

🏳 DIREITO EMPRESARIAL

QUESTÃO 35. A respeito da sociedade limitada, marque a alternativa CORRETA.

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A) Com as recentes alterações do Código Civil a sociedade limitada deverá ser constituída por uma ou
mais pessoas físicas.

B) Inexistindo regra específica no capítulo próprio, a sociedade limitada será disciplinada pelas regras
da empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli).

C) A sociedade limitada pode ser administrada por sócios ou não sócios.

D) Nas assembleias e reuniões a participação do sócio será presencial ou por meio de representante
especialmente constituído.

QUESTÃO 36. Considere as regras do Código Civil sobre o estabelecimento empresarial e indique a
alternativa CORRETA.

A) O contrato de trespasse produz efeitos no momento do arquivamento do instrumento contratual


na Junta Comercial.

B) No silêncio do contrato de trespasse o alienante não poderá concorrer com o adquirente por cinco
anos, contados do vencimento das obrigações devidamente escrituradas.

C) A cessão dos créditos relativos ao estabelecimento empresarial objeto do contrato de trespasse


produzirá efeitos aos devedores desde a data da notificação.

D) No contrato de trespasse, quem adquire o estabelecimento responde pelo pagamento dos


débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando alienante
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano.

QUESTÃO 37. Tendo em vista as regras do Código Civil sobre a sociedade em nome coletivo, marque a
alternativa CORRETA.

A) A sociedade em nome coletivo é regida supletivamente pelas normas das sociedades em comandita
simples.

B) Na sociedade em nome coletivo só podem figurar como sócios pessoas físicas ou sociedades
unipessoais.

C) A sociedade em nome coletivo será administrada exclusivamente por sócios.

D) A sociedade em nome coletivo será constituída por tempo indeterminado.

QUESTÃO 38. Indique a alternativa INCORRETA, levando em conta as disposições do Código Civil acerca da
sociedade em comandita simples.

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A) No silêncio do contrato, com a morte do sócio comanditário a sociedade em comandita simples


prosseguirá suas atividades com os respectivos sucessores.

B) Na sociedade em comandita simples a responsabilidade do sócio comanditário é limitada ao valor


de suas quotas.

C) O sócio comanditário não pode figurar como procurador da sociedade em comandita simples.

D) Se o capital social for diminuído por perdas supervenientes, até que ocorra a reintegração do capital
não pode o sócio comanditário receber lucros.

QUESTÃO 39. Com base nas regras do Código Civil sobre transformação, incorporação, fusão e cisão das
sociedades, indique a alternativa INCORRETA.

A) Na fusão as sociedades que se unem serão extintas.

B) A incorporação deverá ser aprovada por todas as sociedades envolvidas na operação.

C) A transformação independe de dissolução da sociedade.

D) A falência da sociedade transformada produzirá efeitos sobre todos os sócios da sociedade anterior.

🏳 DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 40. Com base nos dispositivos legais e jurisprudência acerca da prescrição intercorrente, marque
a resposta INCORRETA:

A) Não localizado o devedor ou bens penhoráveis o juiz suspenderá a execução fiscal por um ano,
prazo no qual não haverá transcurso de prazo prescricional.

B) O prazo de um ano de suspensão do prazo prescricional terá início automaticamente na data


da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens
penhoráveis.

C) O magistrado, ao reconhecer a prescrição intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial, sem


necessariamente delimitar os marcos legais específicos, podendo o fazer de forma global.

D) Na execução fiscal, logo após a primeira tentativa frustrada de citação do devedor ou de localização
de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução.

QUESTÃO 41. Acerca do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, assinale a resposta INCORRETA:

A) O IPI poderá ter por fato gerador o desembaraço aduaneiro, a saída do produto do estabelecimento

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industrial ou a arrematação em hasta pública.

B) A base de cálculo do IPI no desembaraço aduaneiro será o preço normal do produto acrescido do
Imposto de Importação, taxas e encargos cambiais.

C) As alíquotas do IPI podem ser alteradas por atos infralegais, não se sujeitando ao princípio da
legalidade.

D) Na entrada de produtos isentos, inexiste direito a crédito presumido de IPI, entretanto terá direito
ao creditamento os produtos sujeitos à alíquota zero.

🏳 DIREITO AMBIENTAL

QUESTÃO 42. Acerca da proteção ambiental, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Causa inequívoco dano ecológico quem desmata, ocupa, explora ou impede a regeneração de Área
de Preservação Permanente, fazendo emergir a obrigação propter rem de restaurar plenamente e de
indenizar o meio ambiente degradado e terceiros afetados, sob o regime de responsabilidade civil
objetiva.

B) O STF firmou entendimento de que é possível os Estados estabelecerem procedimentos simplificados


de licenciamento ambiental, para as atividades de pequeno potencial lesivo ao meio ambiente.

C) Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente
na bacia hidrográfica em que foram gerados.

D) É permitida a supressão de vegetação primária do Bioma Mata Atlântica, para fins de loteamento
ou edificação, nas regiões metropolitanas e áreas urbanas consideradas como tal em lei específica,
aplicando-se à supressão da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração as restrições
estabelecidas na Lei n° 11.428/06.

QUESTÃO 43. O meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental previsto


expressamente no texto constitucional. Em relação à tutela do meio ambiente, assinale a alternativa
CORRETA.

A) O art. 225, caput, CRFB/88 adotou a concepção ética ambiental biocêntrica.

B) O Direito Ambiental comporta a aplicação da Teoria do Fato Consumado.

C) O Superior Tribunal de Justiça defende a tese de que a responsabilidade do Poder Público pelo
depósito de resíduos sólidos ou rejeitos em área particular a céu aberto, sem o consentimento do
proprietário, é objetiva, solidária, porém, limitada.

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D) A prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,


nativos ou exóticos configura crime ambiental e, quando se tratar de cão ou gato, a pena para as
condutas descritas será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.

🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 44. Assinale a alternativa INCORRETA, com base na Lei n. 8.429/92, a partir das recentes
alterações legislativas:

A) O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos
e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato
fundamentado submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser
a respectiva lei orgânica, e, uma vez encerrado tal prazo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30
(trinta) dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil.

B) A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que


concorreram para a prática do ato de improbidade.

C) Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção
relativas a qualquer deles estendem-se aos demais.

D) O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da


parte interessada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de
imediato, caso, entre os marcos interruptivos previstos na lei, transcorra o prazo de cinco anos.

QUESTÃO 45. Julgue os itens a seguir:

I – O princípio da intranscendência subjetiva das sanções inibe a aplicação de severas sanções às


administrações por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos.

II – O controle por vinculação decorre da hierarquia que existe dentro da mesma Administração, sendo
tipicamente interno, como controle de um departamento administrativo sobre suas divisões e destas
sobre suas seções integrantes.

III – No processo administrativo, não há coisa julgada material, mas apenas a denominada “coisa julgada
administrativa”, a significar que a decisão é imutável dentro daquele processo, mas pode ser reapreciada
pelo Poder Judiciário.

IV – O recurso hierárquico impróprio é aquele dirigido a autoridade de outro órgão que não integra a
mesma estrutura daquele que a proferiu, somente sendo cabível quando houver expressa previsão legal.

A) Estão corretos todos os itens.

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B) Estão corretos os itens I e II, somente.

C) Estão corretos os itens I e IV, somente.

D) Estão corretos os itens I, III e IV, somente.

QUESTÃO 46. De acordo com a Lei n. 14.133/21, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O processo licitatório tem por objetivos, entre outros, assegurar a seleção da proposta apta a gerar
o resultado de contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere
ao ciclo de vida do objeto e evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente
inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos.

B) Na aplicação da lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,


da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do
planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação
ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da
proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável.

C) O diálogo competitivo é modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras


em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante
critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às
suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos,
sendo modalidade restrita a contratações em que a Administração vise a contratar objeto que envolva
as condições de inovação tecnológica ou técnica, impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua
necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado, e impossibilidade de as
especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela Administração.

D) Na nova Lei de Licitações, incorpora-se aspecto importante do procedimento inaugurado pelo


pregão, que é a inversão das fases de habilitação e julgamento, não sendo possível realizar a habilitação
antes da apresentação dos lances e do julgamento.

QUESTÃO 47. Com base nas disposições da Lei n. 11.107/2005, assinale a alternativa correta.

A) Quando constituído com personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, o consórcio
público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

B) Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços


públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público.

C) Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser contratado pela administração
direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, exigida, em regra, a licitação, nos termos da

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Lei n. 8.666/93.

D) O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas
de direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de
contas e à admissão de pessoal, que será regido pelo estatuto dos servidores públicos local.

QUESTÃO 48. Com base na jurisprudência do entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a
alternativa correta.

A) O SENAC, apesar de ostentar natureza privada e não integrar a Administração Pública, deve se
submeter ao processo licitatório previsto pela Lei n. 8.666/93.

B) As organizações sociais, por integrarem o Terceiro Setor, não fazem parte do conceito constitucional
de Administração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao
dever de licitar.

C) A atribuição de título jurídico de legitimação da Organização Social através da qualificação exige


a observância do procedimento licitatório prévio, desde que constatada a existência de mais de um
interessado.

D) A remuneração dos empregados das Organizações Sociais deve ter base em lei.

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GABARITO

Q. 1 - GABARITO: B 29 Q. 24 - GABARITO: C 54 Q. 47 - GABARITO: B 90

Q. 2 - GABARITO: D 30 Q. 25 - GABARITO: D 57 Q. 48 - GABARITO: B 91

Q. 3 - GABARITO: C 31 Q. 26 - GABARITO: B 58

Q. 4 - GABARITO: A 32 Q. 27 - GABARITO: D 60

Q. 5 - GABARITO: B 33 Q. 28 - GABARITO: B 62

Q. 6 - GABARITO: A 34 Q. 29 - GABARITO: B 64

Q. 7 - GABARITO: C 35 Q. 30 - GABARITO: D 65

Q. 8 - GABARITO: D 36 Q. 31 - GABARITO: B 66

Q. 9 - GABARITO: A 37 Q. 32 - GABARITO: C 66

Q. 10 - GABARITO: D 38 Q. 33 - GABARITO: B 67

Q. 11 - GABARITO: C 39 Q. 34 - GABARITO: D 68

Q. 12 - GABARITO: C 40 Q. 35 - GABARITO: C 69

Q. 13 - GABARITO: C 42 Q. 36 - GABARITO: D 70

Q. 14 - GABARITO: A 44 Q. 37 - GABARITO: C 71

Q. 15 - GABARITO: C 45 Q. 38 - GABARITO: C 72

Q. 16 - GABARITO: D 46 Q. 39 - GABARITO: D 73

Q. 17 - GABARITO: B 47 Q. 40 - GABARITO: C 75

Q. 18 - GABARITO: D 48 Q. 41 - GABARITO: D 77

Q. 19 - GABARITO: A 49 Q. 42 - GABARITO: D 79

Q. 20 - GABARITO: C 50 Q. 43 - GABARITO: D 81

Q. 21 - GABARITO: D 50 Q. 44 - GABARITO: D 83

Q. 22 - GABARITO: A 51 Q. 45 - GABARITO: D 85

Q. 23 - GABARITO: B 52 Q. 46 - GABARITO: D 88

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QUESTÕES OBJETIVAS COM GABARITO COMENTADO

PROFESSORA RENATA BOLZAN JAURIS


E-mail: profcei.renatajauris@gmail.com

🏳 DIREITO CIVIL

QUESTÃO 1. No tocante ao pagamento, forma direta e/ou ordinária do adimplemento das obrigações, é
CORRETO dizer que:

A) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar e se sub-roga nos direitos do credor.

B) O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar
aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

C) O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, salvo se mais valiosa.

D) Não é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas em razão da insegurança


patrimonial causada ao devedor.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETO: De acordo com o art. 305 do CC/02, o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu
nome próprio, tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor.

B) CORRETO: Vide art. 306 do CC/02.

C) INCORRETO: Conforme prevê o art. 313 do CC/02, o credor não é obrigado a receber prestação diversa da
que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

D) INCORRETO: O art. 316 do CC/02 autoriza expressamente o aumento progressivo de prestações sucessivas
mediante convenção.

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 2. Com relação ao direito de vizinhança, é INCORRETO afirmar que:

A) O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação
deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.

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B) As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano
vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.

C) O proprietário tem o direito de cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano
ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a
aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente
entre os interessados as respectivas despesas.

D) Por constituir um serviço de utilidade pública, independe do recebimento de indenização a obrigação


do proprietário do prédio em tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros
condutos subterrâneos, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou
excessivamente onerosa.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETO: A literalidade do art. 1.280 do CC/02 estabelece que o proprietário ou o possuidor tem direito
a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que
lhe preste caução pelo dano iminente.

B) CORRETO: Conforme dispõe o art. 1.283 do CC/02, as raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a
estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.

C) CORRETO: De acordo com o art. 1.297 do CC/02, o proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar
de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à
demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados,
repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.

D) INCORRETO: O art. 1.286 do CC/02 dispõe que, mediante recebimento de indenização que atenda,
também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através
de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em
proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 3. Seis são os defeitos do negócio jurídico e que o torna anulável, a saber, o erro, o dolo, a
coação, o estado de perigo, a lesão e a fraude contra credores. A respeito de tais institutos, é CORRETO
afirmar que:

A) O dolo, por constituir vício que macula a lisura da vontade externada, sempre anulará o negócio jurídico,
ainda que acidental.

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B) A confirmação e a conversão do negócio jurídico inválido só podem ser realizadas se possível o


atendimento posterior dos requisitos ausentes por ocasião de sua celebração.

C) O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o
negócio jurídico se, por seu contexto e pelas circunstâncias que lhe são afetas, se puder identificar a coisa
ou a pessoa cogitada.

D) O negócio jurídico eivado de erro de direito é nulo, mas pode ser confirmado pelas partes, e convalesce
pelo decurso do tempo.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETO: Conforme dispõe o art. 146 do CC/02, “o dolo acidental só obriga à satisfação das perdas
e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo”. Assim,
somente o dolo essencial é que tem o condão de propiciar a nulidade do negócio jurídico, exegese do art.
145 do CC/02.

B) INCORRETO: O negócio jurídico anulável pode ser confirmado pelas partes, expressa ou tacitamente,
salvo o direito de terceiro. Isto significa dizer que, se as partes assim desejarem, pode ser simplesmente
confirmado o negócio jurídico originariamente inválido, sem que seja necessária a celebração de nova
avença para tal fim.

C) CORRETO: Vide art. 142 do CC/02.

D) INCORRETO: O erro é causa que gera a anulabilidade do negócio jurídico, e não a sua nulidade (art. 138
do CC/02).

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 4. Ao cônjuge sobrevivente é garantido o direito real de habitação, entendido como o direito que
tem o cônjuge supérstite, independente do regime de bens de seu casamento, de permanecer residindo
na morada do casal após o falecimento de seu consorte. A respeito de tal tema e à luz da jurisprudência
do STJ, julgue os itens a seguir:

I) A inexistência de outros bens imóveis no patrimônio do cônjuge/companheiro sobrevivente é requisito


para o reconhecimento do direito real de habitação.

II) O direito real de habitação pode ser exercido tanto pelo cônjuge como pelo companheiro supérstite.

III) O direito real de habitação tem caráter gratuito, razão pela qual os herdeiros não podem exigir
remuneração do companheiro ou cônjuge sobrevivente pelo fato de estar usando o imóvel, ainda que

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proprietário de outros bens imóveis.

IV) Por constituir direito personalíssimo e exercitável apenas e tão somente pelo companheiro ou
cônjuge sobrevivente, é lícita a cobrança de aluguel em face do filho ou filha que reside com o cônjuge ou
companheiro supérstite.

Estão CORRETAS as assertivas presentes nos itens:

A) II e III.

B) I e IV.

C) I e III.

D) II e IV.

💡 GABARITO COMENTADO

I) INCORRETO: De acordo com a Edição nº 133 dos Informativos em Teses do STJ: “A inexistência de outros
bens imóveis no patrimônio de cônjuge/companheiro sobrevivente não é requisito para o reconhecimento
do direito real de habitação”. Ainda de acordo com a corte superior: “O cônjuge sobrevivente tem direito real
de habitação sobre o imóvel em que residia o casal, desde que seja o único dessa natureza e que integre o
patrimônio comum ou particular do cônjuge falecido no momento da abertura da sucessão. A lei não impõe
como requisito para o reconhecimento do direito real de habitação a inexistência de outros bens, seja de que
natureza for, no patrimônio próprio do cônjuge sobrevivente”. (STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp. 1.554.976/RS.
Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 25/5/2020).

II) CORRETO: De acordo com a Edição nº 133 dos Informativos em Teses do STJ: “O direito real de habitação
pode ser exercido tanto pelo cônjuge como pelo companheiro supérstites”. A jurisprudência do STJ admite o
direito real de habitação do companheiro sobrevivente tanto no casamento como na união estável (STJ. 4ª
Turma. AgInt no REsp. 1.813.143/SP. Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira, julgado em 16/8/2021).

III) CORRETO: O direito real de habitação tem caráter gratuito, razão pela qual os herdeiros não podem exigir
remuneração do(a) companheiro(a) ou cônjuge sobrevivente pelo fato de estar usando o imóvel. (STJ. 3ª
Turma. REsp. 1.846.167/SP. Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/2/2021. Info. 685)

IV) INCORRETO: Os herdeiros não podem exigir remuneração da companheira sobrevivente, nem da filha
que com ela reside no imóvel. (STJ. 3ª Turma. REsp. 1.846.167/SP. Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
09/2/2021. Info. 685)

💡 GABARITO: A

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QUESTÃO 5. José adquiriu um imóvel e assinou contrato que previa expressamente a exclusão da
responsabilidade do vendedor pela evicção. De acordo com a disciplina legal relativa ao tema, a cláusula
contratual é:

A) Válida, mas, se José restar evicto, terá direito de receber o preço que pagou pelo imóvel, ainda que
soubesse do risco da evicção.

B) Válida, mas, se José restar evicto, terá direito de receber o preço que pagou pelo imóvel, se não soube
do risco da evicção ou se, dele informado, não o assumiu.

C) Válida, excluindo, em qualquer caso, o direito de José receber quaisquer valores em caso de evicção.

D) Válida, mas, se José restar evicto, terá direito de receber o preço que pagou pelo imóvel, excluídas
outras indenizações.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETO: Conforme prevê o art. 449 do CC/02, não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a
evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do
risco da evicção. Portanto, caso José tivesse conhecimento do risco da evicção, não teria direito de receber
o preço que pagou.

B) CORRETO: Os arts. 449 e 450 do CC/02 preveem que, não obstante a cláusula que exclui a garantia contra
a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do
risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Além disso, salvo estipulação em contrário, tem direito
o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou, à indenização dos frutos que
tiver sido obrigado a restituir, à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente
resultarem da evicção e às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

C) INCORRETO: Vide arts. 449 e 450 do CC/02, já explicados na assertiva “b”.

D) INCORRETO: Vide art. 450 do CC/02, já explicado na assertiva “b”.

💡 GABARITO: B

PROFESSOR MÁRIO CELEGATTO


E-mail: profcei.celegatto@gmail.com

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🏳 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

QUESTÃO 6. A Resolução nº 35, de 24 de abril de 2007, baixada pelo Conselho Nacional de Justiça, detalhou
os procedimentos a serem observados pelos tabeliães na lavratura de escrituras de inventário e partilha
a serem realizados extrajudicialmente. Dentre os requisitos, tratando-se de inventário e partilha a ser
realizado de forma extrajudicial, é necessário observar.

A) Admite-se a representação dos interessados por procurador, que deverão estar munidos de procuração
por instrumento público com poderes especiais.

B) É admissível inventário negativo por escritura pública.

C) A existência de dívidas do espólio, salvo as tributárias, impede a realização do inventário e da partilha,


por escritura pública.

D) A escritura pública não poderá ser retificada. Contudo, os erros materiais poderão ser corrigidos, de
ofício ou mediante requerimento de qualquer das partes, ou de seu procurador, por averbação à margem
do ato notarial.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Nos termos do art. 12 da referida resolução, admite-se a representação dos interessados por
procurador, que deverão estar munidos de procuração por instrumento público com poderes especiais.

B) INCORRETA: Em regra, o sucessor não precisa ser assistido por seu consorte na escritura (art. 17).

C) INCORRETA: A existência de dívidas do espólio (salvo as tributárias) não impede a realização do inventário
e da partilha, ou a adjudicação, por escritura pública (art. 27).

D) INCORRETA: Art. 13. A escritura pública pode ser retificada desde que haja o consentimento de todos os
interessados. Os erros materiais poderão ser corrigidos, de ofício ou mediante requerimento de qualquer
das partes, ou de seu procurador, por averbação à margem do ato notarial ou, não havendo espaço, por
escrituração própria lançada no livro das escrituras públicas e anotação remissiva.

💡 GABARITO: A

QUESTÃO 7. A posse, segundo Clóvis Beviláqua, pode ser definida como o exercício, de fato, dos poderes
constitutivos do domínio, ou propriedade, ou de algum deles somente. Assim, nosso Código admite a
posse, com ou sem o animus rem sibi habendi. Assim, são considerados efeitos da posse, EXCETO.

A) O direito à tutela possessória.

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B) A percepção dos frutos.

C) A indenização pelas benfeitorias, a responsabilidade pela perda e deterioração da coisa, lhe sendo
admitido o direito de retenção.

D) A usucapião.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Um dos efeitos da posse é o direito à tutela possessória (CC, arts. 1.210 a 1.213)

B) CORRETA: Ao possuidor de boa-fé, também é assegura o direito de percepção dos frutos (CC, arts. 1.214
a 1.216);

C) INCORRETA: Nos termos do Código Civil, é assegurado ao possuidor de boa-fé apenas a indenização das
benfeitorias necessárias e úteis, sendo que, com relação as benfeitorias voluptuárias, se não forem pagas
poderão ser levantadas, quando o puder sem detrimento da coisa. Ainda, o direito de retenção apenas
é permitido ao possuidor de boa-fé pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. (CC, art. 1.219). Já ao
possuidor de má-fé será ressarcida apenas as benfeitorias necessárias, sem o direito de retenção e nem por
levantar as benfeitorias voluptuárias (CC, art. 1.220). Quanto à responsabilidade pela perda e deterioração
o possuidor de boa-fé não responde, se não der causa (CC, art. 1.217) e o possuidor de má-fé responde pela
perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado,
estando ela na posse do reivindicante (CC, art. 1.218).

D) CORRETA: A usucapião também é um efeito decorrente da posse (CC, arts. 1.238 a 1.244).

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 8. Segundo o art. 682 do Código de Processo Civil, “quem pretender, no todo ou em parte, a coisa
ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição
contra ambos”. Assim, o CPC, atento à natureza da oposição, deslocou-a do terreno das intervenções,
para reconhecer-lhe o caráter de ação autônoma, enquadrando-a entre os procedimentos especiais de
jurisdição contenciosa. Quanto à ação de oposição, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Com a oposição, pretende o opoente obter para si a coisa ou o direito disputado pelo autor e réu da
outra ação.

B) Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação
originária.

C) Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro

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lugar.

D) Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, haverá julgamento do mérito e o arquivamento


da ação principal.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Nos termos do CPC “quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que
controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos”. Assim, a
oposição será uma ação autônoma, e nunca uma forma interventiva no processo alheio.

B) CORRETA: Admitida a oposição e efetivada a distribuição, será ela será apensada aos autos e tramitará
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença (CPC, art. 685, caput).

C) CORRETA: A ação originária e a oposição serão julgadas pela mesma sentença (art. 685), situação que
contribui para que as duas situações sejam harmônicas, evitando-se contradições. Sob o aspecto formal, a
sentença será uma, mas serão julgadas duas lides.

D) INCORRETA: O reconhecimento da procedência do pedido, por ambas as partes da ação principal, conduz
a julgamento antecipado da oposição, em favor do opoente (art. 487, III, “a”). Mas, se apenas uma das
partes reconhecer a procedência do pedido, a ação de oposição continuará seu curso normal contra o outro
litigante (art. 684).

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 9. No que diz respeito à ação de inventário judicial e partilha, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Podem as partes arguir qualquer matéria em sua manifestação sobre as primeiras declarações.

B) Não havendo testamento ou interessado incapaz, sempre proceder-se-á ao inventário judicial.

C) O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao acervo os


frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao reembolso das despesas necessárias e
úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.

D) O credor de dívida líquida e certa, ainda não vencida, pode requerer habilitação no inventário.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Nos termos do Art. 627 do CPC, as partes podem arguir erros, omissões e sonegação de bens;
reclamar contra a nomeação de inventariante e/ou contestar a qualidade de quem foi incluído no título de

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herdeiro.

B) CORRETA: Recentemente, o STJ emitiu uma decisão que traz mudanças a um dos procedimentos
mais exaustivos do direito sucessório, o processo de testamento com inventário judicial. Com a decisão,
há a possibilidade de conduzir um inventário extrajudicial com testamento, o que promete acelerar
consideravelmente este processo.

C) CORRETA: O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a trazer


ao acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao reembolso das despesas
necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa. (art. 614, CPC).

D) CORRETA: O Art. 644 do CPC dispõe que o credor de dívida líquida e certa, ainda não vencida, pode
requerer habilitação no inventário.

💡 GABARITO: A

QUESTÃO 10. Nos termos da legislação processual civil, considera-se terceiro, para ajuizamento dos
embargos, quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, de cujo incidente não fez parte. Com base nessa legislação, assinale a alternativa correta.

A) Os embargos de terceiro podem ser ajuizados pelo adquirente de bens cuja constrição decorreu de
decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução, dentre outras hipóteses.

B) Os embargos poderão ser opostos até o trânsito em julgado nos autos em que ocorreu a constrição.

C) É cabível diante de atos administrativos.

D) Os embargos de terceiro não admitem prova oral.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: De acordo com o Código de Processo Civil, consideram-se terceiros (art. 674, §2º),
autorizando-se o ajuizamento dos embargos respectivos, (i) o cônjuge ou companheiro, quando defende
a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvada a possibilidade de alienação de bem penhorado e
indivisível, (ii) o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação
realizada em fraude à execução, (iii) quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração
da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte e (iv) o credor com garantia real para obstar
expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais
dos atos expropriatórios respectivos.

B) INCORRETA: Permite-se o ajuizamento dos embargos de terceiro até o trânsito em julgado. Art. 675 do

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Código de Processo Civil: Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento
enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução,
até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre
antes da assinatura da respectiva carta.

C) INCORRETA: O embargo de terceiro é uma ação cuja finalidade é livrar o bem ou direito de posse
ou propriedade de terceiro da constrição judicial que lhe foi injustamente imposta em processo de que não faz
parte. Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto
não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5
(cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre
antes da assinatura da respectiva carta.

D) CORRETA: Os embargos de terceiros não admitem prova oral. Preceitua o art. 677 que na petição inicial,
o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo
documentos e rol de testemunhas. No mesmo sentido dispõe o art. 700. §1º: A prova escrita pode consistir
em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381.

💡 GABARITO: D

PROFESSOR ERIC SCAPIM


E-mail: profcei.eric.scapim@gmail.com

🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR

QUESTÃO 11. Eric adquiriu um determinado produto durável, após uma grande publicidade de um
fabricante conhecido nacionalmente, sendo que, em tal propaganda, fazia-se menção de que o prazo
de garantia seria de um ano. Após um ano e 10 dias da aquisição do referido bem por Eric, o produto
apresentou vício que o tornava inadequado para o uso a que se destina, não mais funcionando de forma
hígida. Feita a reclamação em relação ao vício, o fabricante alegou que não haveria responsabilidade
pelos fatos em questão, face à ausência de termo de garantia por escrito, e que, de qualquer forma, ainda
que se considerasse o que constou da publicidade, o decurso do prazo de um ano, por si só, já excluiria a
incidência da garantia. A esse respeito, assinale a alternativa correta:

A) Cabe ao consumidor, na forma do art. 373, I, do Estatuto Processual Civil, a prova da veracidade e
correção da informação ou comunicação publicitária quanto ao prazo de um ano.

B) Assiste razão ao fornecedor, já que a garantia não pode decorrer exclusivamente de mensagem

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publicitária, não sendo obrigado a emitir termo escrito, e, uma vez transcorrido prazo superior a um ano,
estaria de qualquer forma expirada a garantia.

C) Não assiste razão ao fornecedor, já que a garantia pode decorrer exclusivamente de mensagem
publicitária e, apesar de transcorrido prazo superior a um ano, o prazo total de garantia é de um ano e
noventa dias, em virtude da incidência da garantia legal.

D) Não assiste razão ao fornecedor, já que a garantia pode decorrer exclusivamente de mensagem
publicitária e tem duração de cinco anos.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. A alternativa se encontra em desacordo com o disposto no art. 38 do CDC que prevê a
inversão legal do ônus da prova em favor de quem patrocina a publicidade: “Art. 38. O ônus da prova da
veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.”

B) INCORRETA: a alternativa se encontra em desarmonia com o que prescreve o art. 50 do CDC, que prevê
expressamente a obrigatoriedade de o fornecedor emitir a garantia de forma escrita: “Art. 50. A garantia
contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.”

C) CORRETA. Não obstante a regra do art. 50 do CDC prever que o fornecedor deve entregar o termo de
garantia na forma escrita, caso não aja dessa forma ainda assim não haverá sua desvinculação da oferta, que
lhe obriga. Dessa forma, o fornecedor terá que garantir o produto por um ano e, posteriormente, incide a
garantia legal de 90 dias prevista no art. 26, II do CDC.

D) INCORRETA. A alternativa se encontra incorreta, haja vista que confunde o prazo decadencial previsto no
art. 26 do CDC para vícios de produto com o prazo prescricional para fato do produto.

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 12. Em matéria de sanções administrativas, assinale a alternativa correta.

A) A pena de apreensão ou de inutilização de produto não poderá ser aplicada pela administração, quando
forem constatados vícios de quantidade do produto.

B) A pena de intervenção administrativa poderá ser aplicada diretamente pela autoridade administrativa
quando houver prática de ato grave e incompatível com as relações de consumo de acordo com a
regulamentação, independentemente de ter havido ou não reiteração por parte do fornecedor.

C) A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade


enganosa ou abusiva, conforme definido no código, sempre às expensas do infrator.

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D) A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição
econômica do fornecedor poderá ser revertida em favor do consumidor lesado.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A pena de apreensão ou de inutilização de produtos pode ser aplicada pela administração
em diversos casos, inclusive em caso de vícios de quantidade do produto. É o que prevê o art. 58 do CDC.
Vejamos:

“As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos,


de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e
revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante
procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de
quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.”
B) INCORRETA: A pena de intervenção administrativa somente pode ser aplicada quando houve reiteração
na prática de infrações de maior gravidade conforme disposto no art. 59 do CDC.

C) CORRETA: É o que dispõe o art. 60 do CDC

D) INCORRETA: A multa será destinada a fundo previsto na Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/81, arts. 13 e
20) conforme dispõe o art. 57 do CDC e não ao próprio consumidor lesado.

💡 GABARITO: C

PROFESSORA DANIELLE BURICHEL


E-mail: profcei.danielleburichel@gmail.com

🏳 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

QUESTÃO 13. A respeito da proteção à criança e ao adolescente, assinale a alternativa incorreta:

A) Para se colocar um infante em acolhimento institucional ou familiar, antes deve-se tentar a manutenção
em convivência com a família natural ou extensa.

B) A doutrina da proteção integral é a que enxerga a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e
não como meros objetos de aplicação da norma.

C) A doutrina da situação irregular, consolidada no Estatuto da Criança e do Adolescente Brasileiro (Lei

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8.069/90) enxerga a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e não como meros objetos de
aplicação da norma.

D) Não somente as crianças ou adolescentes em situação de risco merecem tutela do Estado, mas todas
elas.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Como a questão pede que se marque a alternativa incorreta, o gabarito da questão não
poderia ser marcado na “A”, haja vista que o teor da referida assertiva está em conformidade com o teor dos
arts. 19 e 101, §1º do ECA e 227 da CF/88:

“CF/88, Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
“ECA, Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família
e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária,
em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.”
“ECA, Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer
deles e seus descendentes. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada
por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de
afinidade e afetividade.”
“ECA, Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e
excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo
esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.”
B) INCORRETA: Como a questão pede que se marque a alternativa incorreta, o gabarito da questão não
poderia ser marcado na “B”, haja vista que o teor da referida assertiva está em conformidade com o teor dos
arts. 1º e 3º, do ECA:

A doutrina da proteção integral é a que de fato enxerga a criança e o adolescente como sujeitos de direitos
e não como meros objetos de aplicação da norma.

“ECA, Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

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Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-
lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar
o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia
ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que
diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem”
C) CORRETA: Como a questão pede que se marque a alternativa incorreta, o gabarito é a alternativa “C”, haja
vista que encontramos a afirmação equivocada no sentido de que a doutrina da situação irregular foi aplicada
no Estatuto da Criança e do Adolescente Brasileiro (Lei 8.069/90). Como explicado acima, a doutrina da
proteção integral é a que rege o Estatuto da Criança e do Adolescente. O candidato à magistratura não deve
confundir a ultrapassada doutrina da situação irregular com a doutrina da proteção integral. Pela doutrina
da situação irregular, crianças e adolescentes não eram tidos como sujeitos de direitos, mas sim como meros
objetos de interesses de aplicação da lei pelo Estado, quando estivessem em situação de abandono ou pela
prática de atos ilícitos. A incidência das normas presentes nos Códigos de Menores somente ocorria quando
o “menor” se encontrava em situação irregular (menor infrator e abandonado). Fora isso, incidia o direito
civil, família etc. A preocupação era restrita à imposição de resposta aos atos irregulares e seu viés era
estritamente punitivo. A Constituição da República de 1988, trouxe a perspectiva da doutrina da proteção
integral para o nosso ordenamento jurídico e assim o fez no art. 227, ao enunciar que é dever da família, da
sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. O advento da nova ordem constitucional,
portanto, abandonou a então adotada doutrina da situação irregular.

D) INCORRETA: Como a questão pede que se marque a alternativa incorreta, o gabarito da questão não
poderia ser marcado na “D”, haja vista que o teor da referida assertiva está em conformidade com o teor do
art. 3º, parágrafo único do ECA.

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 14. Assinale a alternativa correta:

A) A escassez de recursos que impossibilite o adequado sustento da família não é causa legítima para a

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colocação em família substituta.

B) A condenação criminal por crime cometido mediante o emprego de violência ou grave ameaça à pessoa,
ensejará a destituição do poder familiar.

C) O recurso de apelação interposto em face da sentença que destituir o poder familiar possui efeito
suspensivo.

D) O deferimento da guarda a terceiros tem o condão de impedir o direito de visitas pelos pais.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Apesar de a promoção do sustento ser um dos deveres relativos ao poder familiar, art. 22 do
ECA, a mera escassez de recursos que impossibilite o adequado sustento da família, por si só, não é causa
legítima para a colocação em família substituta.

“ECA, Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,
cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.
ECA, Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para
a perda ou a suspensão do poder familiar. § 1 o Não existindo outro motivo que por si só
autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família
de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de
proteção, apoio e promoção.”
B) INCORRETA: Não é a condenação criminal por qualquer que seja o crime que ensejará a destituição do
poder familiar, mesmo que esse crime seja grave e cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa.
Para que seja determinada a destituição do poder familiar, a condenação criminal deve dizer respeito a uma
das hipóteses previstas no art. 23, §2º, do ECA e art. 1.638, parágrafo único do CC, ou seja, que o crime tenha
sido cometido em face de um filho ou descendente ou em face do outro titular do poder familiar. Ex: pai
comete feminicídio em face da mãe da criança.

“ECA, art. 23, § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do
poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão
contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro
descendente.”
C) INCORRETA: O recurso de apelação interposto em face da sentença que destituir o poder familiar não
possui efeito suspensivo, razão pela qual, a sentença terá aplicabilidade imediata, é o que dispõe o art. 199-
B, do ECA:

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“Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica
sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo”
D) INCORRETA: O deferimento da guarda a terceiros por si só não impede o direito de visitas pelos pais. É o
que estabelece o art. 33, §4º, do ECA:

“Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança
ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento
da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas
pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público.”
💡 GABARITO: A

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🏳 DIREITO PENAL

QUESTÃO 15. Assinale a alternativa correta em tema de prescrição penal:

A) Caso o condenado venha a evadir do estabelecimento penal durante cumprimento de pena privativa de
liberdade, a prescrição será calculada pelo tempo total da pena.

B) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação
da pena resultante da conexão.

C) Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que
o condenado está preso por outro motivo.

D) Em caso de reincidência, aumenta-se em um terço os prazos da prescrição da pretensão punitiva.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. Nos termos do artigo 113 do Código Penal, “no caso de evadir-se o condenado ou de revogar-
se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena”. Ou seja, haverá de se
abater o prazo de pena já cumprido.

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B) INCORRETA. Conforme preconiza o artigo 108 do CP, “a extinção da punibilidade de crime que é pressuposto,
elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a
extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da
conexão.

C) CORRETA. Literalidade do artigo 116, parágrafo único do CP.

D) INCORRETA. De acordo com a súmula 220 do STJ, “a reincidência não influi no prazo da prescrição da
pretensão punitiva”. Portanto, podemos concluir que o comando do artigo 110 do CP que prevê o aumento
de prazo de 1/3 em caso de reincidência se refere à prescrição da pretensão executória.

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 16. Tício resolve matar Caio, seu colega de trabalho, pois Caio descobrira que Tício estava furtando
dinheiro do caixa da empresa, e prometeu levar a informação ao empregador. Foi então que, aproveitando-
se do momento em que Caio estava saindo da sede da empresa, e simulando estar manobrando o carro
na rua, Tício dolosamente causou seu atropelamento, com animus necandi. Caio foi levado ao hospital,
onde morreu 3 dias após os fatos, em decorrência de complicações em seu estado de saúde, ocasionado
especialmente por erro médico.

Quanto ao caso hipotético apresentado, assinale a alternativa correta:

A) Tício cometeu crime previsto no código de trânsito brasileiro, descabendo julgamento pelo tribunal do
júri.

B) Em decorrência do erro médico, houve rompimento do nexo de causalidade, não podendo o resultado
morte ser imputado a Tício.

C) Tício cometeu homicídio simples.

D) Tício cometeu homicídio doloso qualificado, cabendo o julgamento ao tribunal do júri.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. No caso, não houve prática de crime do CTB, mas sim homicídio doloso qualificado, do CP. O
carro foi utilizado como “arma” do crime, devendo Tício ser julgado pelo tribunal do júri.

B) INCORRETA. Inobstante o erro médico que contribuiu para a morte de Caio, não houve rompimento
do nexo de causalidade. A probabilidade de erro médico se encontra dentro do desdobramento natural,
provável, previsível da manifestação de vontade do agente.

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C) INCORRETA. Tício cometeu o homicídio para tentar garantir a ocultação e impunidade do crime de furto,
fazendo incidir qualificadora prevista no artigo 121, §2º do CP.

D) CORRETA. Conforme artigo 121, §2º do CP, o homicídio é qualificado quando cometido para assegurar a
execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime, o que se aplica ao caso hipotético, onde
o agente cometeu o homicídio para tentar garantir a ocultação e impunidade do crime de furto. Ademais,
tratando-se de homicídio doloso, o julgamento do crime compete ao tribunal do júri.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 17. Romeu se apaixona por sua vizinha Julieta. No entanto, seu sentimento não é correspondido.
Mesmo diante da discordância expressa/ inequívoca de Julieta quanto a qualquer aproximação por
parte de Romeu, este, inconformado com a rejeição, começa reiteradamente a fazer diversas ligações no
telefone celular de Julieta, envia-lhe mensagens amorosas, buquê de flores, presentes não solicitados,
recados na porta de sua residência, e, por fim, permanece todos os dias na porta de sua casa na espera de
sua passagem. Julieta, intimidada, procura a polícia para relatar os fatos.

Acerca da situação narrada, assinale a alternativa correta:

A) A conduta praticada por Romeu é atípica.

B) Eventual persecução penal depende da representação de Julieta.

C) A conduta praticada por Romeu configura crime material.

D) A conduta praticada por Romeu é inacumulável, em qualquer hipótese, com a aplicação da lei Maria da
Penha, sob pena de bis in idem.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. A conduta de romeu configura o crime de perseguição (stalking), incluído pela lei 14.132/2021,
que acrescentou o art. 147-A ao Código Penal.

B) CORRETA. O crime de perseguição demanda representação da vítima para ação penal, conforme
previsão do artigo 147-A, §3º do código penal. Ademais, frise-se que, a configuração do crime demanda a
demonstração de reiteração/ habitualidade da conduta.

C) INCORRETA. O crime de perseguição (stalking) é formal, e independe, para sua consumação, de efetiva
influência na esfera psíquica da vítima.

D) INCORRETA. Não há qualquer incompatibilidade da mencionada figura típica com a aplicação das

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disposições da lei Maria da Penha, caso presentes os elementos caracterizadores da violência de gênero no
caso concreto.

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 18. Juninho, 30 anos, capaz, furta da carteira de sua avó de 70 anos a quantia de R$ 500,00 reais
em dinheiro na data do recebimento de sua aposentadoria. Assim o fez pois queria obter recursos para
levar a nova namorada à uma festa.

Considerando a situação narrada e as disposições gerais quanto ao crime de furto e as escusas absolutórias,
assinale a alternativa correta:

A) Juninho está acobertado por escusa absolutória prevista no Código Penal, sendo isento de pena.

B) Eventual ação penal contra Juninho será condicionada à representação da vítima.

C) Ainda que Juninho promova voluntariamente a integral reparação do dano com devolução do valor
subtraído antes do recebimento da denúncia, não poderá ser beneficiado com a causa geral de diminuição
de pena do arrependimento posterior.

D) É descabida a aplicação das escusas absolutórias do Código Penal em crimes contra o patrimônio,
quando cometidos com emprego de grave ameaça ou violência à pessoa.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA. As escusas absolutórias são circunstâncias de caráter pessoal, referente a laços familiares
ou afetivos entre os envolvidos, que por razões de política criminal, o legislador entendeu por bem afastar a
punibilidade. Conforme artigo 181 do CP “isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente,
seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural”. No entanto, conforme previsão do artigo 183,
não se aplica a mencionada isenção de pena se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos. Embora o crime cometido por Juninho seja de furto (sem violência ou grave ameaça à
pessoa), considerando a idade de 70 anos de sua avó, não poderá se aproveitar da mencionada escusa.

B) INCORRETA. Trata-se de ação penal pública incondicionada, por inexistência de determinação diversa,
seguindo a regra geral do CP.

C) INCORRETA. Como o crime cometido (furto) é desprovido violência ou grave ameaça, inexiste vedação
abstrata ao cabimento de arrependimento posterior. Conforme artigo 16 do CP “nos crimes cometidos sem
violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia

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ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços”.

D) CORRETA. A alternativa traz regra geral prevista no artigo 183 do código penal, que preconiza que, dentre
outras hipóteses, não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores (escusas absolutórias) se o crime é de
roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 19. “A” e “B” em concurso de pessoas, de posse de uma motocicleta, subtraíram de “C” seus
pertences pessoais (carteira, relógio e celular), mediante grave ameaça exercida com arma de fogo.
Vale ressaltar que, no momento do crime, “A” dirigia a motocicleta, enquanto “B” foi o responsável
pelo manuseio da arma de fogo e da grava ameaça contra a vítima. Ademais, após o crime, os acusados
constaram que, em verdade, os bens furtados eram de pouca monta. Isto pois, na carteira havia apenas a
quantia de R$ 30,00 reais, o relógio não era de marca cara, e o celular estava estragado.

Considerando a situação narrada e o tratamento legal do crime de roubo, assinale a alternativa correta:

A) “A” e “B” praticaram roubo majorado pelo concurso de pessoas e pelo emprego de arma de fogo.

B) “A” praticou roubo simples, e “B”, roubo majorado.

C) Cabível, na hipótese, a aplicação do princípio da insignificância.

D) A gravidade do delito de roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e/ou emprego de arma de
fogo constitui motivação suficiente, por si só, para justificar a imposição de regime prisional mais gravoso.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. O enunciado deixa claro que os agentes agiram em concurso de pessoas (unidade de desígnios).
Sendo assim, ainda que “B” seja o responsável direto pelo uso da arma e pela grave ameaça, tais circunstâncias
também devem ser imputadas a “A”, fazendo incidir as majorantes do artigo 157, §2º, inciso II, e §2-A inciso I.

B) INCORRETA. Vide comentário da alternativa A.

C) INCORRETA. Ainda que os bens roubados sejam de pouca monta, incabível, no caso, a aplicação do
princípio da insignificância, pois, tratando-se de delito complexo, em que há ofensa a bens jurídicos diversos
(o patrimônio e a integridade da pessoa), é inviável a afirmação do desinteresse estatal à sua repressão.

D) INCORRETA. Conforme entendimento dominante, a gravidade do delito de roubo circunstanciado pelo


concurso de pessoas e/ou emprego de arma de fogo não constitui motivação suficiente, por si só, para
justificar a imposição de regime prisional mais gravoso, na medida em que constituem circunstâncias comuns

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à espécie. Precedentes:AgRg no AREsp 684837/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 01/02/2016; HC 211787/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
SEXTA TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe 15/12/2015; AgRg no AREsp 628507/SP, Rel. Ministro GURGEL
DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 20/10/2015, DJe 06/11/2015.

💡 GABARITO: A

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🏳 DIREITO PROCESSUAL PENAL

QUESTÃO 20. Assinale a alternativa que contenha entendimento sumulado incorreto:

A) O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.

B) A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é
pública incondicionada.

C) Admite-se “habeas corpus” contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a

única cominada.

D) Não cabe “habeas corpus” quando já extinta a pena privativa de liberdade.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. Literalidade da súmula 415 do STJ.

B) CORRETA. Literalidade da súmula 542 do STJ. Se justifica, pois, em caso de violência doméstica contra
mulher, não se aplica os ditames da lei 9.099/95. E, é exatamente referida lei que condiciona a ação penal da
lesão corporal leve à representação do ofendido.

C) INCORRETA. De acordo com a súmula 693 do STF: não cabe “habeas corpus” contra decisão condenatória
a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única
cominada. Isto ocorre pois, em tese, o acusado não tem sua liberdade de locomoção ameaçada.

D) CORRETA. Literalidade da súmula 695 do STF. Se justifica pelo mesmo motivo da alternativa anterior (não

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há risco de violação da liberdade de locomoção do acusado). As exceções ficam apenas para os casos de
manifesta teratologia.

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 21. Ainda de acordo com entendimento jurisprudencial majoritário (sumulado), é incorreto
afirmar que:

A) Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que
possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não
contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.

B) No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu.

C) No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo
penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.

D) Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo do conhecimento a aplicação de lei


mais benigna.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. Literalidade da súmula 453 do STF.

B) CORRETA. Literalidade da súmula 523 do STF.

C) CORRETA. Literalidade da súmula 701 do STF.

D) INCORRETA. Conforme a súmula 611 do STF, “transitada em julgado a sentença condenatória, compete
ao Juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna”. A súmula possui aplicabilidade quando, após o
trânsito em julgado da sentença condenatória, sobrevém lei nova, mais benéfica ao sentenciado. Nesse caso,
o responsável pela aplicação da referida lei será o juízo da execução, e não o do conhecimento.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 22. Leivi estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas. Presentes os
requisitos constitucionais e legais, o juiz autorizou a interceptação telefônica para apurar o tráfico. Por
meio dos diálogos, descobriu-se que o acusado foi o autor de um homicídio.

Assinale a alternativa correta:

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A) A prova obtida a respeito da prática do homicídio é lícita, ocorrendo o que a jurisprudência denomina
como “crime achado”.

B) A prova obtida a respeito da prática do homicídio é ilícita, devendo ser imediatamente desentranhada
do processo e destruída.

C) A prova obtida a respeito da prática do homicídio é ilícita, devendo ser desentranhada e destruída dos
autos somente após o trânsito em julgado da decisão que assim a reconheceu.

D) A prova obtida é ilícita, tanto no que se refere ao delito de tráfico de drogas, como também ao crime
de homicídio.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. Em julgado envolvendo fato idêntico ao enunciado na questão, o STF decidiu que, a prova
produzida em relação ao crime de homicídio é licita, ocorrendo aquilo que o Min. Alexandre de Moraes
chamou de “crime achado”. Para o STF, a prova é considerada lícita, mesmo que o “crime achado” não tenha
relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo investigado, desde que tenham sido respeitados os
requisitos constitucionais e legais e desde que não tenha havido desvio de finalidade ou fraude.

B) INCORRETA. São dois os erros da assertiva. Primeiramente, conforme já pontuado, não houve nulidade da
prova obtida, já que a interceptação telefônica foi decretada de forma legal, tendo ocorrido o denominado
crime achado. Portanto, a prova será válida para ambos os delitos (tráfico e homicídio). Ademais, ainda que
o magistrado eventualmente decida pela ilicitude de determinada prova, o desentranhamento dos autos
e consequente destruição somente se procederá após o trânsito em julgado da decisão, sob pena de, em
caso posterior reforma da decisão (em recurso, por exemplo), resultar em prejuízo probatório irreversível.
Conforme artigo 157, § 3º do CPP “preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível,
esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente”.

C) INCORRETA. Vide comentário da alternativa B.

D) INCORRETA. Conforme visto acima, a prova é lícita, não havendo ilegalidade na sua utilização em quaisquer
dos crimes investigados.

💡 GABARITO: A

QUESTÃO 23. Assinale a alternativa que contenha entendimento jurisprudencial incorreto:

A) A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de autorização, bastando


sua comunicação prévia à autoridade judicial.

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B) A suspeição de autoridade policial é motivo de nulidade do processo penal.

C) O indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial, não cabendo ao juiz ou membro do


Ministério Público requisitar sua realização à autoridade policial.

D) É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas
suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo
destinatário do ato processual.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. De fato, a denominada “ação controlada” do art. 8º, § 1º da Lei nº 12.850/2013 exige apenas
comunicação prévia (e não autorização judicial). Diferentemente do que ocorre, por exemplo, com a
infiltração de agentes ou interceptação telefônica, em que é indispensável prévia autorização. STJ. 6ª Turma.
HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020 (Info 677).

B) INCORRETA. A suspeição de autoridade policial não é motivo de nulidade do processo, pois o inquérito
é mera peça informativa, de que se serve o Ministério Público para o início da ação penal. Conforme
jurisprudência firmada no STF, as nulidades processuais concernem tão somente aos defeitos de ordem
jurídica pelos quais afetados os atos praticados ao longo da ação penal condenatória. STF. 2ª Turma. RHC
131450/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2016 (Info 824).

C) CORRETA. Sendo o ato de indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade policial, não existe fundamento
jurídico que autorize o magistrado ou membro do MP requisitar ao Delegado de Polícia o indiciamento
de determinada pessoa. Ademais, frise-se que, a falta de indiciamento não interfere no oferecimento de
denúncia e persecução penal, que podem ocorrer normalmente, caso existentes indícios de materialidade e
autoria. STJ. 5ª Turma. RHC 47.984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014 (Info 552).STF. 2ª Turma.
HC 115015/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/8/2013 (Info 717.

D) CORRETA. Foi o que decidiu o STJ em recente julgado (2021). Convém pontuar que, no caso concreto
apreciado, o STJ decidiu anular a citação feita via WhatsApp, porque não houve nenhum comprovante
quanto à autenticidade da identidade do destinatário das mensagens, ressaltando, porém, a possibilidade
de o comparecimento do acusado suprir o vício, além possibilidade de se usar a referida tecnologia, desde
que, com a adoção de medidas suficientes para atestar a identidade do indivíduo destinatário da conversa.
STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688)

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 24. Assinale a alternativa incorreta:

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A) Segundo decidido pelo STF, é inconstitucional a determinação da condução coercitiva para interrogatório
do acusado.

B) É legal a determinação judicial para que o Google forneça a identificação das pessoas que pesquisaram
determinado endereço no Waze ou no Google Maps, não havendo ofensa proteção à privacidade e à
intimidade.

C) Não é possível, no processo penal, a fixação de astreintes em desfavor de terceiros, não participantes
do processo, pela demora ou não cumprimento de ordem emanada do Juízo Criminal, por ausência de
previsão legal.

D) O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial,
respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante,
previamente à decisão judicial.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA. Em análise ao artigo 260 do CPP que prevê a possibilidade de condução coercitiva para o
interrogatório do acusado, o STF declarou que a expressão “para o interrogatório”, não foi recepcionada
pela Constituição Federal. Em caso de determinação de condução coercitiva de investigados ou de réus para
interrogatório, tal conduta poderá resultar em responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade, na ilicitude das provas obtidas, e ainda, na responsabilidade civil do Estado.

B) CORRETA. A quebra do sigilo de dados armazenados não obriga a autoridade judiciária a indicar previamente
as pessoas que estão sendo investigadas, até porque o objetivo precípuo dessa medida a expressiva maioria
dos casos, é justamente de proporcionar a identificação do usuário do serviço ou do terminal utilizado.
Assim, a ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada por parâmetros de pesquisa em
determinada região e por período de tempo, não se mostra medida desproporcional, porquanto, tendo
como norte a apuração de gravíssimos crimes, não impõe risco desmedido à privacidade e à intimidade dos
usuários possivelmente atingidos por tal diligência. STJ. 3ª Seção. RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 26/08/2020 (Info 678). Obs: o caso objeto de julgamento pertence ao processo do notório
caso de Marielle Franco.

C) INCORRETA. É sim possível a fixação de astreintes em desfavor de terceiros não participantes do processo,
pela demora ou não cumprimento de ordem emanada do Juízo Criminal. O poder geral de cautela do processo
civil também pode ser aplicado, em regra, ao processo penal. Importante pontuar que essa multa não se
confunde com a multa por litigância de má-fé, a qual não é admitida no processo penal. STJ. 3ª Seção. REsp
1.568.445-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/06/2020 (Info
677).

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D) CORRETA. O STF decidiu pela constitucionalidade dos §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que
preveem essa possibilidade, ressaltando que inexiste ofensa a titularidade da ação penal pública conferida
ao Ministério Público pela Constituição. STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
20/6/2018 (Info 907).

💡 GABARITO: C

PROFESSOR GUSTAVO FERNANDES


E-mail: profcei.gustavofernandes@gmail.com

🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 25. Assinale a alternativa correta:

A) No ordenamento jurídico brasileiro, somente recebem competência constitucional para realizar


controle concentrado e abstrato de constitucionalidade o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais de Justiça
estaduais e os Tribunais Regionais Federais.

B) A legitimidade para propor a ADI é exatamente a mesma para propositura da ADC e da ADO, isto é,
podem propor quaisquer dessas ações – com exceção apenas da ADPF, cujo rol é diverso: o Presidente
da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembleia
Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito Federal; o
Procurador-Geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com
representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

C) O Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções ostenta legitimidade ativa para a
propositura de ADI.

D) Os legitimados ativos universais são aqueles que podem ajuizar ADI impugnando quaisquer leis ou atos
normativos, sem necessidade de demonstrar a relação objetiva de pertinência temática entre o objeto
da ação e os interesses institucionais específicos daquele legitimado, a exemplo do partido político com
representação no Congresso Nacional.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Nos termos do art. 102, I, “a”, primeira parte da CF/1988, compete ao Supremo Tribunal
Federal processar e julgar, originariamente, ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo

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federal ou estadual.

No âmbito estadual, cabe tão somente aos Tribunais de Justiça dos Estados (inclua-se o Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e Territórios) “a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação
para agir a um único órgão” (art. 125, § 2º, CF). O que a Constituição denomina “representação de
inconstitucionalidade” – nomenclatura utilizada nas Constituições de 1967 e 1969 – nada mais é do que a
própria ação direta de inconstitucionalidade estadual.

Portanto, juízes de 1ª instância; Tribunais Regionais Federais; Justiça Federal especializada (Trabalhista,
Eleitoral, Militar); Tribunais Superiores que não o STF: todos eles jamais realizarão controle concentrado e
abstrato de constitucionalidade, por meio de ADI, ADO, ADC ou ADPF.

Somente recebem competência constitucional para tanto: (i) o Supremo Tribunal Federal; e (ii) os Tribunais
de Justiça estaduais e o distrital.

B) INCORRETA: A legitimidade para propor a ADI é exatamente a mesma para propositura da ADC, da ADO
e da ADPF – informação valiosa para provas de concurso público.

Nos termos do art. 103 da CF, com a redação dada pela EC 45/04, e do art. 2º da Lei nº 9.868/1999, podem
propor a ação direta de inconstitucionalidade:

CF, Art. 103 (...)

I – o Presidente da República;

II – a Mesa do Senado Federal;

III – a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI – o Procurador-Geral da República;

VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;

IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Antes de 5 de outubro de 1988, a legitimidade era atribuída somente ao Procurador-Geral da República.


Agora, são nove incisos, que trazem várias dezenas de legitimados, considerando as 27 Mesas dos Órgãos
Legislativos estaduais, os 27 Governadores, o considerável número de partidos políticos com representação

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no Congresso Nacional e a imensidão de confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional.

Nenhum deles é propriamente “autor” da ação, ao menos no sentido convencional, já que o entendimento
histórico é de inexistência de partes formais. O próprio STF já decidiu que, diante da natureza objetiva
dos processos de controle abstrato de normas, “não [há] identificação de réus ou de partes contrárias. Os
eventuais requerentes atuam no interesse da preservação da segurança jurídica e não na defesa de um
interesse próprio” (ADI 2.982-ED, j. 2.8.06). Em seu voto, o min. Gilmar Mendes anotou que, nesses casos,
“tem-se um processo sem partes, no qual existe requerente, mas inexiste requerido. Os requerentes são
titulares da ação de inconstitucionalidade apenas para o efeito de provocar, ou não, o Supremo Tribunal”.

C) INCORRETA: Para fins de concursos públicos, o candidato deve se atentar para a ilegitimidade ativa do
Vice-Presidente da República ou dos Vice-Governadores, salvo se eles estiverem em efetivo exercício da
chefia do Executivo quando do ajuizamento da ação. Sobre o tema, a ministra Ellen Gracie negou seguimento
a ação direta, por ilegitimidade ativa ad causam, haja vista que o Vice-Governador, embora no exercício do
governo no Estado de Santa Catarina quando da assinatura da petição inicial, não mais se encontrava nessa
situação quando do ajuizamento da ação, que se deu quatro dias após o retorno do Governador ao País (ADI
2.896, j. 4.8.03).

Pelo mesmo motivo, se o Governador de Estado estiver afastado cautelarmente de suas funções — por
força do recebimento de denúncia por crime comum —, não terá legitimidade ativa para a propositura de
ADI, já que não estará desempenhando as funções de chefia do Executivo. Quem terá essa atribuição será o
Governador em exercício (ADI 6.728 AgR/DF, j. 30.4.21 – Informativo 1015).

D) CORRETA: De um lado, estão os legitimados ativos universais: aqueles que podem ajuizar ADI impugnando
quaisquer leis ou atos normativos, sem necessidade de demonstrar a relação objetiva de pertinência temática
entre o objeto da ação e os interesses institucionais específicos daquele legitimado. Estão nesse grupo o
Presidente da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, o Procurador-Geral
da República, o Conselho Federal da OAB e o partido político com representação no Congresso Nacional
(incisos I, II, III, VI, VII e VIII do art. 103 da CF).

De outro lado, estão os legitimados ativos especiais: as autoridades, órgãos e instituições que devem
demonstrar a pertinência temática entre o conteúdo do ato questionado e os seus objetivos e interesses.
Inicialmente exigida apenas quanto às entidades de classe de âmbito nacional (ADI 138-RJ; ADI 893-PR), a
pertinência temática passou a ser considerada requisito indispensável também no que atine às Confederações
sindicais (ADI 1.114-MC/DF, j. 31.8.94) – até mesmo porque “não deixa a confederação de ser uma entidade
nacional de classe” (ADI 1.096-MC/RS, j. 16.3.95) –, dos Governadores de Estado e do DF e das Mesas das
Assembleias Gerais locais (ADI 902-MC/SP, j. 3.3.94) (incisos IV, V e IX do art. 103 da CF).

Por isso, esta é a alternativa a ser assinalada.

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💡 GABARITO: D

QUESTÃO 26. Julgue os itens a seguir:

I – As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for
o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.

II – Preenchidos os requisitos constitucionais, impõe-se a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito,


que não depende da vontade aquiescente da maioria legislativa.

III – Doutrina e Supremo Tribunal Federal não admitem que atos normativos infraconstitucionais imponham
qualquer tipo de restrição à criação de CPIs.

IV – Nenhuma CPI poderá ultrapassar o termo final da legislatura em que constituída, embora possa sofrer
prorrogações na forma do regimento interno da Casa Congressual.

A) Todos os itens estão corretos.

B) Estão corretos os itens I, II e IV, somente.

C) Estão corretos os itens I, II e III, somente.

D) Estão corretos os itens III e IV, somente.

💡 GABARITO COMENTADO

I) CORRETA: As comissões parlamentares de inquérito têm origem inglesa, seguindo uma tradição que
remonta, para alguns, “ao século XIV, quando, durante os reinados de Eduardo II e Eduardo III (1327-1377),
permitiu-se ao parlamento a possibilidade de controle da gestão da coisa pública realizada pelo soberano”
(HC 150.180/DF, j. 21.9.18), e, para outros, ao século XVII, quando instituídas na Câmara dos Comuns
(FERRAZ, 2018, p. 1185).

No Brasil, referida espécie de comissão figurou nas Constituições de 1934 (art. 36), 1946 (art. 53), 1967
(art. 39), 1969 (art. 37). Atualmente, é prevista no texto constitucional como uma espécie de comissão
temporária e especial, da seguinte forma:

CF, Art. 58, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela

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Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de
um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal
dos infratores.

II) CORRETA: Do dispositivo constitucional (CF, art. 58, § 3º), nota-se que a instauração da CPI está
condicionada, unicamente, à satisfação de três requisitos, definidos de modo taxativo no texto da Carta
Política: (1) subscrição do requerimento de constituição da CPI por, no mínimo, 1/3 dos membros da Casa
legislativa (ou das duas, se mista a comissão), (2) indicação de fato determinado a ser objeto de apuração e
(3) temporariedade da comissão parlamentar de inquérito.

Em vista disso, o STF já decidiu que “preenchidos os requisitos constitucionais (CF, art. 58, § 3º), impõe-se a
criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, que não depende, por isso mesmo, da vontade aquiescente
da maioria legislativa”. Aliás, a instalação deve ocorrer ainda que já instaurados, em torno dos mesmos fatos,
inquéritos policiais ou processos judiciais (MS 24.831, j. 22.6.05).

III) INCORRETA: A única restrição não prevista no texto constitucional, mas nos Regimentos Internos das
Casas, admitida pela doutrina e pelo STF (ADI 1.635, j. 19.10.00) é a que limita a criação de várias CPIs
ao mesmo tempo, pois, do contrário, restariam inviabilizados os trabalhos legislativos. Com efeito, no
RICD, consta que “não será criada Comissão Parlamentar de Inquérito enquanto estiverem funcionando
pelo menos cinco na Câmara, salvo mediante projeto de resolução com o mesmo quórum de apresentação
previsto no caput deste artigo” (art. 35, § 4º). O RISF, por sua vez, embora não tenha limitação explícita,
dispõe que “o Senador só poderá integrar duas comissões parlamentares de inquérito, uma como titular,
outra como suplente” (art. 145. § 3º).

IV) CORRETA: Quanto ao prazo certo, dispõe a Lei 1.579/52 (Lei das CPIs) no art. 5º, § 2º, que “a incumbência
da Comissão Parlamentar de Inquérito termina com a sessão legislativa em que tiver sido outorgada, salvo
deliberação da respectiva Câmara, prorrogando-a dentro da Legislatura em curso”. O STF confirmou a
recepção deste dispositivo pela vigente Constituição, de forma que nenhuma CPI poderá ultrapassar o termo
final da legislatura em que constituída, embora possa sofrer prorrogações na forma do regimento interno da
Casa Congressual (HC 71.261, j. 11.5.94).

No RISF consta que o prazo será determinado no requerimento de criação (art. 145, § 1º), permitindo-se
prorrogações (art. 152). No RICD, consta o prazo de cento e vinte dias, prorrogável por até metade, mediante
deliberação do Plenário, para conclusão de seus trabalhos (art. 35, § 3º).

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 27. Assinale a alternativa INCORRETA:

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A) A ação direta de inconstitucionalidade interventiva foi a primeira ação de controle concentrado prevista
em nosso ordenamento jurídico-constitucional, já na Constituição de 1934.

B) A ação direta de inconstitucionalidade interventiva constitui instrumento de controle concentrado-


concreto.

C) A legitimidade para a propositura da representação interventiva federal é exclusiva do Procurador-


Geral da República.

D) Podem ser objeto da representação interventiva as leis e os atos normativos, mas não os atos
administrativos e os atos concretos.

💡 GABARITO COMENTADO

A e B) CORRETAS: A ação direta de inconstitucionalidade interventiva, também chamada de representação


interventiva, foi a primeira ação de controle concentrado prevista em nosso ordenamento jurídico-
constitucional, já na Constituição de 1934.

É um raro instrumento de controle concentrado-concreto (ao contrário da ADI genérica, que é mecanismo
de fiscalização concentrada-abstrata), eis que materializa pretensão atrelada a conflito intersubjetivo,
entre entes federativos (União x Estado-membro, DF ou Município localizado em Território Federal; Estado-
membro x Município localizado em seu território).

C) CORRETA: O art. 36, III da CF deixa claro que a legitimidade para a propositura da representação interventiva
federal é exclusiva do Procurador-Geral da República. É o que consta, também, do art. 2º da Lei 12.562/2011.

D) INCORRETA: Segundo o texto constitucional, a controvérsia capaz de ensejar a ação interventiva diz
respeito (art. 36, III): (a) à inobservância dos princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII); e (b) à recusa
à execução da lei federal (art. 34, VI, primeira parte).

Em regra, a violação aos princípios constitucionais sensíveis se dá pela edição de atos normativos que
comprometam, em abstrato, algum desses princípios (MENDES; BRANCO, 2019, p. 1417), ao passo que a
recusa à aplicação da lei federal normalmente ocorre em situações concretas e, aqui, tanto a ação quanto
a omissão do Poder Público estadual podem obstar a execução da lei federal. Entretanto, é possível que a
execução do direito federal seja obstada pela promulgação de ato normativo estadual, em inobservância à
competência legislativa da União (MENDES; BRANCO, 2019, p. 1417).

Também é possível que a inércia em adotar condições materiais para a concretização ou salvaguarda de
princípios constitucionais sensíveis possa dar azo à representação interventiva. Foi o que restou decidido na
IF 114, j. 13.3.91. Nesse caso, os ministros Celso de Mello e Moreira Alves votaram pelo não conhecimento
da ação, sob o fundamento de que só atos estatais de caráter normativo poderiam constituir objeto da

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representação. Porém, restaram vencidos.

A Lei 12.562/11 positivou esse entendimento, ao exigir, como um dos requisitos da petição inicial, “a indicação
do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão questionados” (art. 3º, II). Em suma:
podem ser objeto da representação interventiva os: (a) atos normativos; (b) atos administrativos; (c) atos
concretos; e (d) omissões.

Por isso, incorreta a alternativa “D”.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 28. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito dos métodos de interpretação constitucional:

A) Para os apoiadores do método hermenêutico clássico ou jurídico, se alguma particularidade existe


na Constituição, essa singularidade seria quando muito apenas um fator adicional, a ser considerado na
exegese do texto e na construção do sistema, mas nunca um motivo para que se afastem da hermenêutica
constitucional os métodos tradicionais de interpretação.

B) Pelo método hermenêutico-concretizador, idealizado por Friedrich Müller, aclara-se a distinção entre
o programa normativo e o domínio ou âmbito normativo, sendo o texto de um preceito jurídico positivo
apenas a “ponta do iceberg” normativo.

C) Para o método científico-espiritual, a interpretação da constituição não pode dissociar-se da ideia de


constituição como um sistema cultural e de valores de um povo. Além do texto, os valores subjacentes à
ordem constitucional também são fundamentais para a captação do sentido da constituição.

D) O método tópico-problemático adota as seguintes premissas: caráter prático da interpretação


constitucional; caráter aberto e indeterminado da lei constitucional; preferência pela discussão do
problema em virtude da abertura das normas constitucionais, que não permitem dedução subsuntiva a
partir delas mesmo.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Pelo método hermenêutico clássico ou jurídico, as questões constitucionais são resolvidas da
mesma forma e a partir do uso dos mesmos elementos (gramatical, teleológico etc.) que as controvérsias
legais, ou seja, interpreta-se a constituição assim como são interpretadas as leis em geral. É a tese da
identidade (concepção da constituição como lei), defendida por ERNST FORSTHOFF.

Os apoiadores dessa visão rejeitam a autonomia da interpretação constitucional e afirmam que, “se alguma
particularidade existe na Constituição, o que eles admitem em linha de princípio, essa singularidade

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seria quando muito apenas um fator adicional, a ser considerado na exegese do texto e na construção do
sistema, mas nunca um motivo para que se afastem da hermenêutica constitucional os métodos clássicos de
interpretação” (COELHO, 2017).

Ainda hoje é empregado para a resolução dos casos fáceis.

B) INCORRETA: O método hermenêutico-concretizador foi idealizado por KONRAD HESSE, destaca a atividade
criadora do intérprete, que, na tarefa de obtenção do sentido do texto constitucional, parte de sua pré-
compreensão e sua percepção dos fenômenos sociais, políticos e jurídicos (elementos subjetivos), observa
a realidade objetiva existente (elemento objetivo) e, ao final, produz a norma jurídica aplicável ao caso
concreto.

HESSE entende que a constituição não pode ser apreendida apenas pela observância do texto normativo,
mas do condicionamento recíproco entre texto e realidade. É dessa relação entre texto e contexto, com a
mediação criadora do intérprete, que se produz a norma, “transformando a interpretação em ‘movimento
de ir e vir’ (círculo hermenêutico)” (CANOTILHO, 2003, p. 1212).

A questão traz, ao revés, o método normativo-estruturante (que se trata de um desenvolvimento do


método hermenêutico-concretizador), feito por FRIEDRICH MÜLLER, que revela a distinção entre o programa
normativo (possibilidades de sentido do texto – elementos do texto) e o domínio (ou âmbito) normativo
(parcela da realidade social em que se coloca o problema a ser solucionado – elementos da realidade fática).

O texto de um preceito jurídico positivo é apenas a “ponta do iceberg” normativo, correspondendo apenas ao
programa normativo, que, sozinho, não é suficiente para a adequada concretização da norma (CANOTILHO,
2003, p. 1213).

C) CORRETA: RUDOLF SMEND leciona que a interpretação da constituição não pode dissociar-se da ideia
de constituição como um sistema cultural e de valores de um povo. Além do texto, os valores subjacentes à
ordem constitucional também são fundamentais para a captação do sentido da constituição (CANOTILHO,
2003, p. 1198).

Essa base de valoração (ordem de valores) subjacente ao texto constitucional compõe o “espírito reinante”
na comunidade (seus valores, a realidade existencial do Estado), o que facilita a compreensão do nome do
método.

Para este método – denominado científico-espiritual –, além dos elementos valorativos, também importam
os elementos integrativos, ou seja, a interpretação da constituição deve levar em conta que esta é um
elemento do processo de integração da comunidade (CANOTILHO, 2003, p. 1213).

D) CORRETA: Em 1953, THEODOR VIEHWEG lança a 1ª edição de seu Topik und Jurisprudenz, que promove
uma reviravolta no caminho que o intérprete tradicionalmente percorre: ao invés de partir da norma para a

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solução do problema, parte-se do problema para a norma.

Conforme explica GONET BRANCO (MENDES; BRANCO, 2019, p. 90), “o foco, para o método, é o problema,
servindo as normas constitucionais de catálogo de múltiplos e variados princípios, onde se busca argumento
para o desate adequado de uma questão prática”. No mesmo sentido, BONAVIDES (2018, p. 506) leciona
que “com a tópica, a norma e o sistema perdem o primado. Tornam-se meros pontos de vista ou simples
topoi, cedendo lugar à hegemonia do problema, eixo fundamental da operação interpretativa”. Afasta-se a
aplicação da lógica formal, que é substituída pela lógica do razoável.

CANOTILHO (2003, p. 1211) afirma que o método tópico-problemático adota as seguintes premissas: (1)
Caráter prático da interpretação constitucional. (2) Caráter aberto e indeterminado da lei constitucional.
(3) Preferência pela discussão do problema em virtude da abertura das normas constitucionais, que não
permitem dedução subsuntiva a partir delas mesmo.

Os intérpretes se servem de vários tópoi ou pontos de vista, sujeitos à prova, a fim de descobrir, dentro das
várias possibilidades, o sentido do texto mais conveniente para a solução do problema.

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 29. Assinale a alternativa INCORRETA:

A) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
A previdência social tem caráter contributivo, enquanto a saúde e a assistência social têm caráter não
contributivo.

B) Para o STF, ainda que comprovado estar a criança sob a guarda do estrangeiro e deste depender
economicamente, é possível a expulsão de estrangeiro cujo filho brasileiro foi reconhecido ou adotado
posteriormente ao fato ensejador do ato expulsório.

C) O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das
riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional,
ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma
da lei.

D) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União, e consideradas inalienáveis e
indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

💡 GABARITO COMENTADO

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A) CORRETA: Segundo dispõe o art. 194, a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.

Seguridade social, portanto, é gênero, do qual se extraem as espécies: (a) saúde; (b) previdência social; e (c)
assistência social.

A grande diferença entre as espécies é que a previdência social tem caráter contributivo, enquanto a saúde
e a assistência social têm caráter não contributivo, de forma que seus benefícios e serviços podem ser
usufruídos por todos que deles necessitem, independentemente de qualquer tipo de contraprestação por
parte dos seus usuários (RE 636.941, j. 13.2.14).

B) INCORRETA: A Constituição Federal reserva cinco artigos para tratar especificamente da família (art. 226),
da criança e do adolescente (arts. 227 e 228) e do idoso (arts. 229 e 230).

No art. 226, dispõe que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

A proteção da família é tão intensa que o STF entende não ser possível a expulsão de estrangeiro cujo
filho brasileiro foi reconhecido ou adotado posteriormente ao fato ensejador do ato expulsório, uma vez
comprovado estar a criança sob a guarda do estrangeiro e deste depender economicamente. Reputa-se,
no ponto, não recepcionado o § 1º do art. 75 da Lei 6.815/1980 (RE 608.898, j. 25.6.20 – Informativo 983).

Por isso, errada a alternativa “B”.

C e D) CORRETAS: Chama-se indigenato a fonte primária da posse das terras originariamente pertencentes
aos índios (BULOS, 2019, p. 1674). Conforme aduz SILVA (2017, p. 873), “a questão central da terra se
transformara no ponto central dos direitos constitucionais dos índios, pois, para eles, ela tem um valor de
sobrevivência física e cultural”.

São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas
para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a
seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições
(art. 231, § 1º). Conforme anota SILVA (2017, p. 875), o “tradicionalmente” não diz respeito à ocupação
imemorial (circunstância temporal), mas ao modo tradicional de os índios ocuparem e utilizarem as terras
(usos, costumes e tradições).

As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (CF, art. 20, XI), e consideradas
inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis (art. 231, § 4º). São terras da União
vinculadas à concretização e preservação dos direitos indígenas sobre elas, reconhecidos constitucionalmente
como direitos originários (art. 231, caput). Por isso, o § 2º do art. 231 dispõe que as terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas

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do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. E disso também deriva a vedação à remoção dos grupos
indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia
que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco (§ 5º).

É justamente por força desse dispositivo que o STF entendeu que a intimação de indígena para prestar
depoimento na condição de testemunha, fora do seu habitat, constrange a sua liberdade de locomoção, na
medida em que é vedada pela Constituição da República a remoção dos grupos indígenas de suas terras,
salvo exceções nela previstas (HC 80.240, j. 20.6.01).

Como forma de proteção aos índios, o § 3º do art. 231 estabelece que o aproveitamento dos recursos
hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas
só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas,
ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

💡 GABARITO: B

PROFESSOR BRUNO GASPAR DE OLIVEIRA CORRÊA


E-mail: profcei.brunogaspar@gmail.com

🏳 DIREITO ELEITORAL

QUESTÃO 30. Sobre o sistema proporcional, assinale a alternativa CORRETA:

A) É o sistema através do qual a circunscrição eleitoral de um Estado ou Município é repartida em distritos,


de forma que cada partido político pode apresentar um candidato por distrito.

B) É aquele no qual o candidato que receber a maioria dos votos válidos será considerado eleito.

C) É o sistema adotado nas eleições para Câmara dos Deputados e para o Senado Federal.

D) É o sistema através do qual as vagas são distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos
e preenchidas pelos candidatos mais votados da lista da legenda, que tenham obtido votos nominais em
número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Trata-se da descrição do sistema distrital, que não foi adotado pela legislação pátria.

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B) INCORRETA: Pelo sistema majoritário o candidato que receber a maioria dos votos válidos será considerado
eleito.

C) INCORRETA: Os Deputados Federais são eleitos pelo sistema proporcional, mas os Senadores são eleitos
pelo sistema majoritário (arts. 45 e 46 da Constituição Federal).

D) CORRETA: O preenchimento das vagas é feito segundo o cálculo dos quocientes eleitoral e partidário
e conforme a distribuição das sobras, respeitando-se a votação nominal mínima exigida pelo art. 108 do
Código Eleitoral.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 31. Considere as afirmativas abaixo:

I - Constitui crime a contratação, direta ou indireta, de grupo de pessoas com a finalidade específica de
emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato,
partido ou coligação.

II - No crime de calúnia eleitoral, a prova da verdade do fato imputado é admitida ainda que, sendo o fato
imputado objeto de ação penal pública, o ofendido tenha sido condenado por sentença recorrível.

III - O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais possuem competência para julgar habeas corpus,
quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração.

IV - A transação penal e a suspensão condicional do processo não são admitidas no processo penal eleitoral.

Estão CORRETAS apenas as seguintes afirmativas:

A) I e II.

B) I e III.

C) III e IV.

D) II e III.

💡 GABARITO COMENTADO

I - CORRETA: Art. 57-H, § 1º da Lei nº 9.504/97.

II - INCORRETA: No crime de calúnia eleitoral, a prova da verdade do fato exclui o crime, mas não é admitida
se, do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível (art. 324,

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§ 2º, III do Código Eleitoral).

III - CORRETA: Arts. 22, I, “e” e 29, I, “e” do Código Eleitoral.

IV - INCORRETA: A transação penal e a suspensão condicional do processo são admitidas no processo penal
eleitoral.

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 32. Assinale alternativa CORRETA.

São inelegíveis para qualquer cargo os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de oito anos, pelos
crimes:

A) de abuso de autoridade, mesmo nos casos em que não houver condenação à perda do cargo ou à
inabilitação para o exercício de função pública.

B) eleitorais.

C) contra o meio ambiente e a saúde pública.

D) dolosos e culposos contra a vida.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Acarreta inelegibilidade a condenação por crime de abuso de autoridade, apenas nos casos
em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública (art. 1º, I,
“e”, nº 5, da LC nº 64/90).

B) INCORRETA: Os crimes eleitorais que ocasionam a inelegibilidade são apenas aqueles que a lei comine
pena privativa de liberdade (art. 1º, I, “e”, nº 4, da LC nº 64/90).

C) CORRETA: Art. 1º, I, “e”, nº 3, da LC nº 64/90.

D) INCORRETA: A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I do art. 1º não se aplica aos crimes culposos
(art. 1º, I, “e”, nº 9 e § 4º da LC nº 64/90).

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 33. Assinale a alternativa CORRETA:

A) Os magistrados e os membros do Ministério Público Eleitoral são investidos na função eleitoral pelo

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prazo improrrogável de 4 (quatro) anos, por força do princípio da periodicidade da investidura das funções
eleitorais.

B) O princípio da autonomia partidária visa a garantir que os partidos políticos não sofram interferência
estatal em suas atividades.

C) De acordo com o princípio da anualidade, os partidos políticos estão obrigados a enviar, anualmente, à
Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.

D) O partido político, pessoa jurídica de direito público, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos
na Constituição Federal.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por
dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos (art. 14 do CE). Da mesma forma, a designação de
promotores eleitorais será feita pelo prazo ininterrupto de dois anos, admitindo-se a recondução apenas
quando houver um membro na circunscrição da zona eleitoral (art. 1º, IV da Res. CNMP nº 30/2008).

B) CORRETA: Art. 17, § 1º da Constituição Federal – “É assegurada aos partidos políticos autonomia para
definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.”

C) INCORRETA: Pelo princípio da anualidade, também chamado princípio da anterioridade, a lei que alterar
o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
um ano da data de sua vigência (art. 16 da CF/88).

D) INCORRETA: O partido político é pessoa jurídica de direito privado (art. 1º da Lei nº 9.096/95).

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 34. Sobre a incorporação de partido político, assinale a alternativa CORRETA:

A) Não há eleição de novo órgão de direção nacional, mantendo-se o mandato e a composição do órgão
de direção nacional da agremiação partidária incorporadora.

B) Devem ser considerados apenas os votos obtidos pelo partido incorporador na última eleição geral para

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a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito
ao rádio e à televisão.

C) O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e averbado no Tribunal
Superior Eleitoral.

D) Somente é cabível em relação a partidos políticos que tenham obtido registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo menos, cinco anos.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião


conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional (art. 29, § 3º da
Lei nº 9.096/97).

B) INCORRETA: Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos
fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da
distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão (art. 29, § 7º da Lei
nº 9.096/97).

C) INCORRETA: O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e averbado,
respectivamente, no Ofício Civil e no Tribunal Superior Eleitoral (art. 29, § 8º da Lei nº 9.096/97).

D) CORRETA: Art. 29, § 9º da Lei nº 9.096/97.

💡 GABARITO: D

PROFESSOR ANTONIO EVANGELISTA DE SOUZA NETTO


E-mail: profcei.antonionettoaesn@gmail.com

🏳 DIREITO EMPRESARIAL

QUESTÃO 35. A respeito da sociedade limitada, marque a alternativa CORRETA.

A) Com as recentes alterações do Código Civil a sociedade limitada deverá ser constituída por uma ou mais
pessoas físicas.

B) Inexistindo regra específica no capítulo próprio, a sociedade limitada será disciplinada pelas regras da
empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli).

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C) A sociedade limitada pode ser administrada por sócios ou não sócios.

D) Nas assembleias e reuniões a participação do sócio será presencial ou por meio de representante
especialmente constituído.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Com as alterações promovidas pela Lei n° 13.874/2019, o Código Civil passou a dispor, no art.
1.052, §1º, que a sociedade limitada pode ser constituída por uma ou mais pessoas, física(s) ou jurídica(s).
Observe o teor integral do mencionado dispositivo. “Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade
de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização
do capital social. § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. § 2º Se for
unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre
o contrato social.”

B) INCORRETA: Na falta de norma específica no Código Civil, a sociedade limitada será regida pelas normas
da sociedade simples. A despeito disto, se houver disposição expressa neste sentido, a sociedade limitada
poderá ser supletivamente disciplinada pelas regras da Lei n° 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações).
Nesse sentido, confira o art. 1.053, parágrafo único, do Código Civil.

C) CORRETA: A administração da sociedade limitada poderá ser exercida por administradores não sócios.
Nesse caso, a designação deverá observar os parâmetros definidos, entre outros, no art. 1.061 do Código
Civil. Observe. “Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da
unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo,
após a integralização.”

D) INCORRETA: Como mencionado no art. 1.080-A, do Código Civil, incluído pela Lei nº 14.030/2020, a
participação e votação do sócio poderá ser remota, inclusive no âmbito de reunião em plataforma eletrônica.
Confira. “Art. 1.080-A. O sócio poderá participar e votar a distância em reunião ou em assembleia, nos
termos do regulamento do órgão competente do Poder Executivo federal. Parágrafo único. A reunião ou a
assembleia poderá ser realizada de forma digital, respeitados os direitos legalmente previstos de participação
e de manifestação dos sócios e os demais requisitos regulamentares.”

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 36. Considere as regras do Código Civil sobre o estabelecimento empresarial e indique a
alternativa CORRETA.

A) O contrato de trespasse produz efeitos no momento do arquivamento do instrumento contratual na

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Junta Comercial.

B) No silêncio do contrato de trespasse o alienante não poderá concorrer com o adquirente por cinco anos,
contados do vencimento das obrigações devidamente escrituradas.

C) A cessão dos créditos relativos ao estabelecimento empresarial objeto do contrato de trespasse


produzirá efeitos aos devedores desde a data da notificação.

D) No contrato de trespasse, quem adquire o estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos
anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando alienante solidariamente
obrigado pelo prazo de um ano.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: O contrato que tenha por objeto alienação do estabelecimento empresarial (contrato de
trespasse) produzirá efeitos após a averbação à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade
empresária, na Junta Comercial, e da publicação do ato na imprensa oficial. Nesse sentido, observe o disposto
no art. 1.144 do Código Civil.

B) INCORRETA: Se não houver expressa autorização nesse sentido, o alienante do estabelecimento não pode
fazer concorrência ao adquirente nos cinco anos que se seguirem à transferência do estabelecimento. Confira.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência
ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou
usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.

C) INCORRETA: No contrato de trespasse, a cessão dos créditos relativos ao estabelecimento empresarial


transferido produzirá efeitos em face dos devedores desde a publicação da transferência. Não obstante, o
devedor de boa-fé será exonerado se pegar ao cedente. Confira o Art. 1.149 do Código Civil.

D) CORRETA: A afirmativa se alinha ao disposto no art. 1.146 do Código Civil. Nesse sentido, confira. Art.
1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência,
desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo
prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do
vencimento.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 37. Tendo em vista as regras do Código Civil sobre a sociedade em nome coletivo, marque a
alternativa CORRETA.

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A) A sociedade em nome coletivo é regida supletivamente pelas normas das sociedades em comandita
simples.

B) Na sociedade em nome coletivo só podem figurar como sócios pessoas físicas ou sociedades unipessoais.

C) A sociedade em nome coletivo será administrada exclusivamente por sócios.

D) A sociedade em nome coletivo será constituída por tempo indeterminado.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Na falta de regras específicas, a sociedade em nome coletivo se rege pelas normas aplicáveis
às sociedades simples, conforme o disposto no art. 1.040 do Código Civil.

B) INCORRETA: Como mencionado no art. 1.039 do Código Civil, apenas pessoas físicas podem tomar parte
na sociedade em nome coletivo. Todos sócios, além disso, respondem de forma solidária e ilimitadamente
pelas obrigações da sociedade. Confira o referido dispositivo, inclusive com atenção ao disposto no parágrafo
único, acerca da limitação de responsabilidade entre sócios. Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem
tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais. Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios,
no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.

C) CORRETA: Pela leitura do Art. 1.042, do Código Civil, nota-se que a administração da sociedade em nome
coletivo cabe exclusivamente a sócios. O citado dispositivo acrescenta que o uso da firma, nos limites do
contrato, é privativo dos que tenham os necessários poderes.

D) INCORRETA: Pelo que se depreende da leitura do art. 1.043, parágrafo único, inciso I, do Código Civil,
a sociedade em nome coletivo pode ser constituída por tempo determinado (por prazo). Nesses casos é
possível que a sociedade seja tacitamente prorrogada. Observe. Art. 1.043. O credor particular de sócio
não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. Parágrafo único.
Poderá fazê-lo quando: I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; II - tendo ocorrido prorrogação
contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da
publicação do ato dilatório.

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 38. Indique a alternativa INCORRETA, levando em conta as disposições do Código Civil acerca da
sociedade em comandita simples.

A) No silêncio do contrato, com a morte do sócio comanditário a sociedade em comandita simples

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prosseguirá suas atividades com os respectivos sucessores.

B) Na sociedade em comandita simples a responsabilidade do sócio comanditário é limitada ao valor de


suas quotas.

C) O sócio comanditário não pode figurar como procurador da sociedade em comandita simples.

D) Se o capital social for diminuído por perdas supervenientes, até que ocorra a reintegração do capital
não pode o sócio comanditário receber lucros.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Pelo disposto no art. 1.050 do Código Civil, na sociedade em comandita simples, morrendo o
sócio comanditário, exceto se houver disposição contratual em outro sentido, a sociedade prosseguirá com
os sucessores.

B) CORRETA: A sociedade em comandita simples será composta por sócios comanditários, com
responsabilidade limitada ao valor de suas quotas, e por sócios comanditados, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais. Confira. Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam
parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente
pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. Parágrafo único. O
contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.

C) INCORRETA: Na sociedade em comandita simples o sócio comanditário, ordinariamente, não pode praticar
qualquer ato de gestão, sob pena de ficar sujeito às mesmas responsabilidades de sócio comanditado. Isto não
impede que o sócio comanditário seja constituído procurador da sociedade, desde que se trate de negócio
determinado. Confira. Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e
de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na
firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. Parágrafo único. Pode o
comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais.

D) CORRETA: Quando houver diminuição do capital social das sociedades simples em virtude de perdas
supervenientes, antes da reintegração do capital desfalcado o sócio comanditário não poderá receber
eventuais lucros. Nesse sentido, confira o disposto no parágrafo único do art. 1.049 do Código Civil. Art.
1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o
balanço. Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário
receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele.

💡 GABARITO: C

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QUESTÃO 39. Com base nas regras do Código Civil sobre transformação, incorporação, fusão e cisão das
sociedades, indique a alternativa INCORRETA.

A) Na fusão as sociedades que se unem serão extintas.

B) A incorporação deverá ser aprovada por todas as sociedades envolvidas na operação.

C) A transformação independe de dissolução da sociedade.

D) A falência da sociedade transformada produzirá efeitos sobre todos os sócios da sociedade anterior.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Pelo disposto no art. 1.119 do Código Civil, a fusão dá ensejo à extinção das sociedades que se
unem para formar sociedade nova. A nova sociedade resultante da fusão será sucessora de todos os direitos
e obrigações.

B) CORRETA: Na operação de incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que será
sucessora dos direitos e obrigações. Todas as sociedades envolvidas deverão aprovar a operação, conforme
as regras estabelecidas para cada tipo societário. Confira, nesse, o disposto no art. 1.116 do Código Civil.

C) CORRETA: Conforme o disposto no art. 1.113 do Código Civil, a transformação independe de dissolução ou
liquidação da sociedade. A operação será orientada pelas normas que aplicáveis à hipótese de constituição
do tipo societário que será convertido.

D) INCORRETA: Segundo o disposto no caput do art. 1.115 do Código Civil, a transformação não modificará
nem prejudicará os direitos dos credores. O parágrafo único do referido artigo, por outro lado, acrescenta
que “a falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo
anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação, e somente
a estes beneficiará.”

💡 GABARITO: D

PROFESSOR MILTON BANDEIRA NETO


E-mail: profcei.miltonbandeira@gmail.com

🏳 DIREITO TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 40. Com base nos dispositivos legais e jurisprudência acerca da prescrição intercorrente, marque

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a resposta INCORRETA:

A) Não localizado o devedor ou bens penhoráveis o juiz suspenderá a execução fiscal por um ano, prazo no
qual não haverá transcurso de prazo prescricional.

B) O prazo de um ano de suspensão do prazo prescricional terá início automaticamente na data da ciência
da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis.

C) O magistrado, ao reconhecer a prescrição intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial, sem


necessariamente delimitar os marcos legais específicos, podendo o fazer de forma global.

D) Na execução fiscal, logo após a primeira tentativa frustrada de citação do devedor ou de localização de
bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A prescrição intercorrente é aquela que surge no curso do processo judicial, em Direito
Tributário, no curso da execução fiscal. O art. 40 da Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/80) versa sobre a
prescrição intercorrente, prevendo, ainda, um caso de suspensão da prescrição: “o Juiz suspenderá o curso
da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a
penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição”. Nos termos do dispositivo (art. 40 da LEF),
enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, o juiz
suspenderá o curso da execução. Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o
devedor ou encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos (art. 40, § 1º). Se
da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional (cinco anos), o juiz, depois de
ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato
(art. 40, § 4º). Dessa forma, antes de decretar a prescrição intercorrente do crédito tributário, o juiz deverá
ouvir a Fazenda Pública. Tal providência possibilita ao ente público arguir alguma hipótese de interrupção ou
suspensão do prazo prescricional.

B) CORRETA: No REsp 1.340.553, submetido à sistemática dos repetitivos, o STJ fixou as seguintes teses: 1)
O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40, §§
1º e 2º da lei 6.830/80 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito
da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo,
sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da
execução; 1.1) Sem prejuízo do disposto no item 1, nos casos de execução fiscal para cobrança de dívida
ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido antes da vigência
da LC 118/05), depois da citação válida, ainda que editalícia, logo após a primeira tentativa infrutífera
de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução. 1.2) Sem prejuízo do disposto

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no item 1, em se tratando de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de natureza tributária (cujo
despacho ordenador da citação tenha sido proferido na vigência da LC 118/05) e de qualquer dívida ativa
de natureza não tributária, logo após a primeira tentativa frustrada de citação do devedor ou de localização
de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução. 2) Havendo ou não petição da Fazenda Pública
e havendo ou não pronuciamento judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se
automaticamente o prazo prescricional aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) durante
o qual o processo deveria estar arquivado sem baixa na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da
lei 6.830/80 - LEF, findo o qual o Juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer
a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato; 3) A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação
(ainda que por edital) são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal
o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre
outros bens. Os requerimentos feitos pelo exequente, dentro da soma do prazo máximo de 1 (um) ano de
suspensão mais o prazo de prescrição aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) deverão
ser processados, ainda que para além da soma desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital) os
devedores e penhorados os bens, a qualquer tempo - mesmo depois de escoados os referidos prazos -,
considera-se interrompida a prescrição intercorrente, retroativamente, na data do protocolo da petição que
requereu a providência frutífera. 4) A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art.
245 do CPC/73, correspondente ao art. 278 do CPC/15), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação
dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que sofreu (exceto a falta da
intimação que constitui o termo inicial - 1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar
a ocorrência de qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição. 5) O magistrado, ao reconhecer a
prescrição intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial por meio da delimitação dos marcos legais que
foram aplicados na contagem do respectivo prazo, inclusive quanto ao período em que a execução ficou
suspensa.

C) INCORRETA: Vide comentário anterior, item 5.

D) CORRETA: Vide comentário a letra B, item 1.2.

💡 GABARITO: C

QUESTÃO 41. Acerca do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, assinale a resposta INCORRETA:

A) O IPI poderá ter por fato gerador o desembaraço aduaneiro, a saída do produto do estabelecimento
industrial ou a arrematação em hasta pública.

B) A base de cálculo do IPI no desembaraço aduaneiro será o preço normal do produto acrescido do
Imposto de Importação, taxas e encargos cambiais.

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C) As alíquotas do IPI podem ser alteradas por atos infralegais, não se sujeitando ao princípio da legalidade.

D) Na entrada de produtos isentos, inexiste direito a crédito presumido de IPI, entretanto terá direito ao
creditamento os produtos sujeitos à alíquota zero.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: O Imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados por muito tempo foi
considerado extrafiscal, ou seja, utilizado para fins de controle da economia, mas em razão do seu volume
na arrecadação federal, sua face fiscal tem sido considerada relevante pela doutrina. Fato gerador: o
desembaraço aduaneiro, quando o produto for de procedência estrangeira; a saída do produto dos
estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51 (qualquer estabelecimento de importador,
industrial, comerciante ou arrematante); ou a arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a
leilão (art. 46 do CTN). Para efeitos do IPI, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido
a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo (art. 46,
parágrafo único, do CTN).

B) CORRETA: Base de cálculo do IPI vem prevista no art. 47 do CTN: I - no desembaraço aduaneiro: o
preço normal acrescido do Imposto de Importação, taxas e encargos cambiais; II - na saída do produto
industrializado do estabelecimento industrial ou equiparado: o valor da operação; III – na arrematação: o
preço da arrematação.

C) CORRETA: Contribuinte é o importador ou quem a lei a ele equiparar; o industrial ou quem a lei a ele
equiparar; o comerciante de produtos sujeitos ao imposto; o arrematante (art. 51 do CTN). Lançamento: por
homologação. Princípios: em razão da sua função extrafiscal, é exceção ao princípio da legalidade – podendo
suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo (decreto), não se aplicando também o princípio da
anterioridade (art. 150, § 1º, da CF), entretanto se sujeita ao princípio da noventena.

D) INCORRETA: Seletividade: o IPI será seletivo em função da essencialidade do produto, isto é, suas alíquotas
devem ser menores para os produtos essenciais e maiores para os produtos supérfluos (art. 153, § 3º, II,
da CF). Decorrente do princípio da capacidade contributiva, que prevê a variação de alíquotas conforme
a natureza e finalidade dos bens, produtos e mercadorias, a seletividade implica gradação do gravame
tributário de acordo com a essencialidade dos produtos, sendo esse princípio promotor da igualdade entre
os contribuintes (CANAZARO, 2015, p. 154). Não cumulativo: o IPI será não-cumulativo, compensando-se o
que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores (art. 153, § 3º, II, da CF). A não
cumulatividade é técnica que tem por objetivo limitar a incidência tributária nas cadeias de produção e
circulação mais extensas, fazendo com que a cada etapa da cadeia, o imposto somente incida sobre o valor
adicionado nessa etapa (ALEXANDRE). Súmula Vinculante n. 58 do STF: Inexiste direito a crédito presumido

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de IPI relativamente à entrada de insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não
contraria o princípio da não cumulatividade. Exportações: o IPI não incidirá sobre produtos industrializados
destinados ao exterior (art. 153, § 3º, II, da CF).

💡 GABARITO: D

PROFESSORA RENATA CHAMMA


E-mail: profcei.renatachamma@gmail.com

🏳 DIREITO AMBIENTAL

QUESTÃO 42. Acerca da proteção ambiental, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Causa inequívoco dano ecológico quem desmata, ocupa, explora ou impede a regeneração de Área de
Preservação Permanente, fazendo emergir a obrigação propter rem de restaurar plenamente e de indenizar
o meio ambiente degradado e terceiros afetados, sob o regime de responsabilidade civil objetiva.

B) O STF firmou entendimento de que é possível os Estados estabelecerem procedimentos simplificados


de licenciamento ambiental, para as atividades de pequeno potencial lesivo ao meio ambiente.

C) Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente
na bacia hidrográfica em que foram gerados.

D) É permitida a supressão de vegetação primária do Bioma Mata Atlântica, para fins de loteamento ou
edificação, nas regiões metropolitanas e áreas urbanas consideradas como tal em lei específica, aplicando-
se à supressão da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração as restrições estabelecidas
na Lei n° 11.428/06.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Nos termos da Jurisprudência em Teses n° 119, item “2”, que trata da Responsabilidade por
Dano Ambiental, “causa inequívoco dano ecológico quem desmata, ocupa, explora ou impede a regeneração
de Área de Preservação Permanente - APP, fazendo emergir a obrigação propter rem de restaurar plenamente
e de indenizar o meio ambiente degradado e terceiros afetados, sob o regime de responsabilidade civil
objetiva”.

De fato, o art. 7°, caput, Lei n° 12.651/12 impõe ao proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título,
seja ele pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, o dever de manter a vegetação de Área de

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Preservação Permanente (APP). Nesse sentido, tendo ocorrido supressão de vegetação situada nessas áreas,
o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da
vegetação, reservados os usos autorizados previstos no Código Florestal – Lei n° 12.651/12. É o que dispõe o
art. 7°, §1°, do referido diploma.

Essa obrigação ambiental, vale dizer, possui a natureza de obrigação propter rem, nos termos do verbete
sumular n° 623, editado pelo Superior Tribunal de Justiça. Sendo assim, será ela transmitida ao sucessor em
casos de transferência de posse ou domínio do imóvel rural em que se constata o passivo ambiental.

Ademais, respeitando o disposto no art. 14, §1°, Lei n° 6.938/81, tem-se que essa responsabilidade, de
natureza cível, será objetiva, e fundada na teoria do risco integral, sendo necessário a comprovação dos
elementos conduta e resultado. A demonstração do elemento nexo de causalidade, por sua vez, apesar de
ser a regra, nesses casos de transferência de imóvel com passivo ambiental, acaba sendo dispensada, por se
tratar de exceção à regra geral.

B) CORRETA: O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n°5.475, sustentou a tese de que “(...) A
legislação federal, retirando sua força de validade diretamente da Constituição Federal, permitiu que os
Estados-membros estabelecessem procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de
pequeno potencial de impacto ambiental (...)”.

Nesse sentido, lei estadual que estabelece procedimento simplificado para os empreendimentos causadores
de baixo impacto ambiental está perfeitamente adequada às regras de repartição de competências
constitucionalmente estabelecidas, pois, em primeiro lugar, verifica-se que a Resolução Conama 237/97,
que regulamenta o procedimento administrativo de licenciamento ambiental ordinário, trifásico, estabelece
em seu art. 12, §1°, que é possível a adoção de procedimentos simplificados de licenciamento ambiental nos
casos de atividades ou empreendimentos causadores de baixo impacto ambiental.

Em segundo lugar, tal previsão, que decorre do poder regulamentar atribuído ao Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA, pelo art. 8°, I, Lei n° 6.938/81, consiste em verdadeira norma geral editada pela União
em consonância a sua competência legislativa concorrente estabelecida no art. 24, VI e § 1°, da CRFB/88.

Logo, como a norma estadual não inovou o ordenamento jurídico vigente esvaziando o conteúdo previsto
na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, tampouco usurpou da competência da União em
fixar normas gerais, apenas suplementando norma existente, não há que se falar em inconstitucionalidade.

C) CORRETA: A Lei n° 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e implementou
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), estabeleceu, em seu art. art. 22, que
os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na
bacia hidrográfica em que foram gerados.

Isso se justifica pelo fato de que as bacias hidrográficas, à luz do que dispõe o art. 1°, V, Lei n° 9433/97,

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são consideradas como unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e
atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Destaca-se, que a água possui uma múltipla finalidade, pois serve para diversos fins, como navegação,
consumo, insumo de processo produtivo e industrial, irrigação, etc. Nesse contexto, inúmeros também são
os fatores que precisam ser considerados quando da fixação do valor a ser cobrado pelo uso de tal recurso
de natureza esgotável.

Por fim, nota-se um apoio doutrinário e jurisprudencial no sentido de que a cobrança pelo uso de recursos
hídricos, como instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos, tem a importância de buscar a
racionalização do uso da água, estando, portanto, relacionado ao Princípio do Usuário Pagador.

D) INCORRETA: Nos termos do art. 30, caput, da Lei n° 11.428/06, é vedada a supressão de vegetação
primária do Bioma Mata Atlântica, para fins de loteamento ou edificação, nas regiões metropolitanas e
áreas urbanas consideradas como tal em lei específica, aplicando-se à supressão da vegetação secundária
em estágio avançado de regeneração seguintes restrições: (1) nos perímetros urbanos aprovados até a data
de início de vigência da Lei n° 11.428/06, a supressão de vegetação secundária em estágio avançado de
regeneração dependerá de prévia autorização do órgão estadual competente e somente será admitida, para
fins de loteamento ou edificação, no caso de empreendimentos que garantam a preservação de vegetação
nativa em estágio avançado de regeneração em no mínimo 50% (cinqüenta por cento) da área total coberta
por esta vegetação, ressalvado o disposto nos arts. 11, 12 e 17 da referida Lei e atendido o disposto no Plano
Diretor do Município e demais normas urbanísticas e ambientais aplicáveis; (2) nos perímetros urbanos
aprovados após a data de início de vigência da Lei n° 11.428/06, é vedada a supressão de vegetação secundária
em estágio avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica para fins de loteamento ou edificação.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 43. O meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental previsto


expressamente no texto constitucional. Em relação à tutela do meio ambiente, assinale a alternativa
CORRETA.

A) O art. 225, caput, CRFB/88 adotou a concepção ética ambiental biocêntrica.

B) O Direito Ambiental comporta a aplicação da Teoria do Fato Consumado.

C) O Superior Tribunal de Justiça defende a tese de que a responsabilidade do Poder Público pelo depósito
de resíduos sólidos ou rejeitos em área particular a céu aberto, sem o consentimento do proprietário, é
objetiva, solidária, porém, limitada.

D) A prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,

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nativos ou exóticos configura crime ambiental e, quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas
descritas será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: Diferentemente do que aponta a assertiva, o art. 225, caput, CRFB/88 adotou a concepção
ética ambiental antropocêntrica clássica, de modo que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é tido
como um direito fundamental para fins de satisfazer às necessidades humanas, além de garantir a sadia
qualidade de vida da população. Em outras palavras, a concepção antropocêntrica clássica, também chamada
de antropocentrismo, estabelece uma relação de antagonismo entre o ser humano e o meio ambiente,
estando aquele no centro do universo, e este instrumentalizado para satisfação das necessidades do homem.

Ocorre, porém, que essa não foi a única concepção adotada pelo legislador constituinte, porque é possível
extrair do conteúdo do art. 225, §1°, VII, CRFB/88, uma vertente biocêntrica, que garante um valor intrínseco
aos demais seres vivos do planeta, e não apenas ao homem.

Explico. A referida concepção ética ambiental determina que todos os seres vivos merecem o devido respeito,
pois eles ostentam um verdadeiro valor intrínseco. É, por isso, inclusive, que surgiram movimentos em prol
da proteção dos animais, enquanto merecedores de tutela e proteção.

É nesse sentido, portanto, que o art. 225, §1°, VII, CRFB/88 estabelece que incumbe ao Poder Público
proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldades.

B) INCORRETA: A súmula 613, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dispõe que não se admite a aplicação da
Teoria do Fato Consumado em tema de Direito Ambiental, porque a situação danosa ao meio ambiente não
se consolida no tempo. Dito de outra forma, admitir essa teoria seria possibilitar a perpetuação do direito
de poluir, não aceito em nosso ordenamento jurídico, e que vai de encontro à higidez constitucionalmente
imposta pelo art. 225, caput, CRFB/88.

É por isso, inclusive, que se sustenta que o direito ambiental brasileiro não abraça a ideia do pagador poluidor,
no sentido de ser possível pagar para poder poluir. Ou seja, a pessoa física ou jurídica, assim retratadas como
exploradoras de atividades econômicas potencialmente poluidoras, pagariam determinada quantia para
poder tirar proveito dos recursos naturais existentes e causarem degradação ao meio ambiente, hipótese
essa não admitida pelo ordenamento vigente.

C) INCORRETA: Nos termos do art. 1°, §1°, Lei n° 12.305/10 estão sujeitas à observância de suas normas
as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela
geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento

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de resíduos sólidos.

Nesse contexto, entendeu o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp n° 1732060 / TO, de
relatoria do Ministro Herman Benjamin, que “(...) Conforme a jurisprudência pacífica do STJ, a hipótese dos
autos é de responsabilidade civil objetiva, solidária e ilimitada. Entre as formas proibidas de destinação
ou disposição final de resíduos sólidos inclui-se o “lançamento in natura a céu aberto” (art. 47, II, da
Lei 12.305/2010). Assim, “lixão” viola a legislação em vigor, situação agravada quando o Poder Público
utiliza-se de imóvel privado, sem consentimento do proprietário. Depositar resíduos sólidos ou líquidos
em área de outrem, sem licença ou autorização administrativa, caracteriza poluição e causa dano moral,
independentemente de atingir benfeitorias ou interferir em atividades existentes no local (...)”.

D) CORRETA: A Lei n° 9.605/98, que é conhecida como lei de crimes ambientais, se apresenta como uma
lei de natureza híbrida, comportando um grupo de normas materiais penais e outro de normas processuais
penais.

Nesse contexto, o referido diploma estabeleceu, a partir do art. 29, os crimes contra a fauna, dentre os quais
está aquele previsto no art. 32, que estabelece que é crime ambiental praticar ato de abuso, maus-tratos,
ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, sendo a pena aplicável
uma pena de detenção, de três meses a um ano, e multa.

Destaca-se, contudo, que no ano de 2020, o legislador incluiu o §1°-A, ao art. 32, Lei n° 9.605/98, estabelecendo
que “Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.  Em outras palavras, a Lei Sansão (como
restou conhecida a Lei n° 14.064/20), trouxe expressamente um aumento de pena para os crimes de maus-
tratos, em casos de cães ou gatos. Portanto, o cuidado que se deve ter quanto a esse aumento de pena, é que
ele não abrange todos os animais domésticos, mas apenas cão e gato e, por ser uma norma flagrantemente
mais grave, não deve retroagir para alcançar fatos pretéritos à sua vigência.

💡 GABARITO: D

PROFESSOR GUSTAVO FERNANDES


E-mail: profcei.gustavofernandes@gmail.com

🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 44. Assinale a alternativa INCORRETA, com base na Lei n. 8.429/92, a partir das recentes
alterações legislativas:

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A) O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e
sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado
submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei
orgânica, e, uma vez encerrado tal prazo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não
for caso de arquivamento do inquérito civil.

B) A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram


para a prática do ato de improbidade.

C) Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção
relativas a qualquer deles estendem-se aos demais.

D) O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte
interessada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato,
caso, entre os marcos interruptivos previstos na lei, transcorra o prazo de cinco anos.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: Os detalhamentos sobre o inquérito civil estão previstos em alguns parágrafos do art. 23 e
merecem análise atenta do estudante na preparação para provas de primeira fase.

Pelo § 1º do art. 23, a instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos
referidos nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias
corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo
de suspensão.

Consoante o § 2º, o inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365
(trezentos e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato
fundamentado submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a
respectiva lei orgânica.

Por fim, o § 3º dispõe que, encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no
prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil.

A questão está correta por reproduzir os novos dispositivos legais.

B) CORRETA: A Lei n. 14.230/2021 incluiu o § 6º no art. 23, segundo o qual “a suspensão e a interrupção
da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato de
improbidade.”

C) CORRETA: Mais uma inovação da Lei n. 14.230/2021, o § 7º dispõe que “nos atos de improbidade conexos

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que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer deles estendem-se
aos demais.”

D) INCORRETA: A grande novidade da Lei n. 14.230/21 em relação à prescrição diz respeito à expressa
previsão da prescrição intercorrente.

Lembremos que, antes, o STJ dizia não ser possível a incidência de prescrição intercorrente em ação de
improbidade, mas tal entendimento fica superado pela alteração legislativa.

Pelo § 8º do art. 23, “o juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a
requerimento da parte interessada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e
decretá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto
no § 5º deste artigo.” O prazo referido corresponde a quatro anos, e, por isso, o erro da assertiva.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 45. Julgue os itens a seguir:

I – O princípio da intranscendência subjetiva das sanções inibe a aplicação de severas sanções às


administrações por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos.

II – O controle por vinculação decorre da hierarquia que existe dentro da mesma Administração, sendo
tipicamente interno, como controle de um departamento administrativo sobre suas divisões e destas
sobre suas seções integrantes.

III – No processo administrativo, não há coisa julgada material, mas apenas a denominada “coisa julgada
administrativa”, a significar que a decisão é imutável dentro daquele processo, mas pode ser reapreciada
pelo Poder Judiciário.

IV – O recurso hierárquico impróprio é aquele dirigido a autoridade de outro órgão que não integra a
mesma estrutura daquele que a proferiu, somente sendo cabível quando houver expressa previsão legal.

A) Estão corretos todos os itens.

B) Estão corretos os itens I e II, somente.

C) Estão corretos os itens I e IV, somente.

D) Estão corretos os itens I, III e IV, somente.

💡 GABARITO COMENTADO

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I) CORRETA: De acordo com José dos Santos Carvalho Filho (2019, p. 1005), o controle da Administração
Pública é “o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de
fiscalização e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder”.

A Administração Pública está sujeita a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, sem contar
o exercício do controle sobre si mesma (independentemente do Poder, abrangendo não apenas os órgãos
do Executivo), com o objetivo de velar pela observância dos princípios que norteiam a sua atuação. O tema
é tratado esparsamente pela Constituição Federal e por algumas leis infraconstitucionais, a exemplo do
Decreto-lei 200/1967, que inclui o controle como um dos cinco princípios fundamentais da Administração
Federal.

Fala-se em controle político, conformado pelo sistema de freios e contrapesos (veto a projetos de lei,
controle de constitucionalidade de atos estatais, nomeação de integrantes de órgãos jurisdicionais de
cúpula), estudado de maneira aprofundada no Direito Constitucional, e em controle administrativo, que se
direciona às instituições que exercem a função administrativa e é concretizado pela verificação da legalidade
e da conveniência e oportunidades de condutas e atos administrativos, o que é objeto de estudo do Direito
Administrativo (CARVALHO FILHO, 2019, p. 1004). Essa distinção, contudo, não é rigorosa e, por vezes, os
dois tipos de controle podem se misturar.

Sobre o controle da Administração Pública, é importante anotar que a tentativa de transferência de


responsabilidade de um governante a outro, que o sucede, vem sendo combatida pelo STF. Nesse sentido,
pelo princípio da intranscendência subjetiva das sanções, inibe-se a punição severa de administradores
públicos por atos praticados pelos antecessores:

“(...) 1. Por expressa determinação constitucional, na medida em que a atuação da Administração Pública
é pautada pelo princípio da legalidade (CF, artigo 37, caput), inexiste, em princípio, qualquer ilegalidade na
atuação da União em proceder à inscrição do órgão ou ente nos cadastros de restrição. 2. In casu, diante de
hipótese excepcional, autoriza-se a exclusão judicial da inscrição nos cadastros de inadimplência, no afã de
neutralizar a ocorrência de risco que possa comprometer, de modo grave e/ou irreversível, a continuidade
da execução de políticas públicas ou a prestação de serviços essenciais à coletividade. 3. A anotação de ente
federado em tais cadastros exige a prévia e efetiva observância do devido processo legal, em suas dimensões
material e processual. 4. O princípio da intranscendência subjetiva das sanções inibe a aplicação de severas
sanções às administrações por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos. (...)” (ACO 3.044-
AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, j. em 25.10.2019).

II) INCORRETA: Em relação ao âmbito, o controle pode ser por vinculação ou por subordinação.

O controle por subordinação decorre da hierarquia que existe dentro da mesma Administração, sendo
tipicamente interno, como controle de um departamento administrativo sobre suas divisões e destas sobre
suas seções integrantes.

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Já o controle por vinculação é atribuído a uma pessoa diversa daquela que está sendo fiscalizada, tendo
caráter externo. É o mais comum na relação entre a Administração Direta e a Indireta, a exemplo da vinculação
que o Banco do Brasil possui em relação ao Ministério da Fazenda (CARVALHO FILHO, 2019, p. 1010-1).

A questão está incorreta por associar o controle por vinculação à definição do controle por subordinação.

III) CORRETA: No âmbito jurisdicional, as decisões proferidas pelo magistrado tornam-se definitivas, após
o esgotamento dos recursos e de seus prazos, resolvendo-se o mérito da causa e colocando um fim ao
conflito (ao menos no plano jurisdicional, desconsiderando-se a lide sociológica). A isso se dá o nome de
coisa julgada material (CPC, art. 502).

No processo administrativo, há apenas a coisa julgada formal, apelidada, neste âmbito, de “coisa julgada
administrativa”: a decisão é imutável dentro daquele processo, mas pode ser reapreciada pelo Poder
Judiciário. Por isso, fala-se que a coisa julgada administrativa significa apenas que a decisão se tornou
irretratável pela própria Administração (DI PIETRO, 2019, p. 932).

Anote-se que a expressão é criticada porque a coisa julgada propriamente dita é típica da função jurisdicional
do Estado, não exercitável pela Administração Pública. HELY LOPES MEIRELLES (2016, p. 815) chega a dizer
que a coisa julgada administrativa se trata apenas de uma preclusão de efeitos internos.

IV) CORRETA: O recurso hierárquico impróprio é aquele dirigido a autoridade de outro órgão que não
integra a mesma estrutura daquele que a proferiu. Assim, só será cabível se houver expressa previsão
legal. Hipótese comum é a de recurso contra ato praticado por dirigente de autarquia, interposto perante
o Ministério ao qual se acha vinculada ou o Chefe do Poder Executivo, dependendo de previsão legal (DI
PIETRO, 2019, p. 930-1). De toda forma, não se admite a interposição de recurso a um Poder contra ato de
outro, em razão da independência entre eles e da separação das funções (CARVALHO FILHO, 2019, p. 1021).

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 46. De acordo com a Lei n. 14.133/21, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O processo licitatório tem por objetivos, entre outros, assegurar a seleção da proposta apta a gerar o
resultado de contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo
de vida do objeto e evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e
superfaturamento na execução dos contratos.

B) Na aplicação da lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,


da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do
planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação
ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da

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proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável.

C) O diálogo competitivo é modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em


que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios
objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades,
devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos, sendo modalidade
restrita a contratações em que a Administração vise a contratar objeto que envolva as condições de
inovação tecnológica ou técnica, impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita
sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado, e impossibilidade de as especificações técnicas
serem definidas com precisão suficiente pela Administração.

D) Na nova Lei de Licitações, incorpora-se aspecto importante do procedimento inaugurado pelo pregão,
que é a inversão das fases de habilitação e julgamento, não sendo possível realizar a habilitação antes da
apresentação dos lances e do julgamento.

💡 GABARITO COMENTADO

A) CORRETA: A Lei n. 8.666/93, de maneira objetiva, traz como finalidades da realização do procedimento
licitatório as três seguintes: a) Observância da isonomia (que não deixa de ser um princípio); b) Seleção da
proposta mais vantajosa; e c) Promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

Segundo a doutrina, não há hierarquia entre essas finalidades, que devem ser compatibilizadas na medida
do possível em todos os procedimentos licitatórios (CARVALHO, 2019, p. 448)

A Lei n. 14.133/21 não fala mais em finalidades, mas traz um rol de objetivos do processo licitatório no art.
11, quais sejam: I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso
para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto; II – assegurar tratamento
isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição; III – evitar contratações com sobrepreço ou
com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos; IV – incentivar a
inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.

Por isso, correta a assertiva.

B) CORRETA: A Lei 14.133/21 traz um rol muito mais amplo de princípios do que a Lei n. 8.666/93. Pelo art.
5º, na aplicação da lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamento,
da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento
objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade,
da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei

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4.657/1942 (LINDB).

Embora este último trecho não tenha sido citado na alternativa, ela está plenamente correta.

C) CORRETA: A Lei n. 14.133/21 finda com a divisão clássica das modalidades conforme o valor estimado da
contratação, extinguindo as modalidades tomada de preços e convite. Traz, ainda, uma nova modalidade: o
diálogo competitivo, tradicionalmente utilizado no Direito europeu (sua origem advém da Diretiva 2004/18/
CE do Parlamento Europeu e do Conselho).

Com efeito, nos termos do art. 28, são modalidades de licitação: I – pregão; II – concorrência; III – concurso;
IV – leilão; V – diálogo competitivo.

A definição do diálogo competitivo é encontrada no art. 6º, XLII, da nova lei: cuida-se de “modalidade de
licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos
com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma
ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta
final após o encerramento dos diálogos.”

A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Administração (art. 32): I – vise a
contratar objeto que envolva as seguintes condições: a) inovação tecnológica ou técnica; b) impossibilidade
de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela Administração;
II – verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que possam satisfazer suas
necessidades, com destaque para os seguintes aspectos: a) a solução técnica mais adequada; b) os requisitos
técnicos aptos a concretizar a solução já definida; c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato.

Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as seguintes disposições (art. 32, § 1º): I – a
Administração apresentará, por ocasião da divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades
e as exigências já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias úteis para manifestação
de interesse de participação na licitação; II – os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes deverão
ser previstos em edital, e serão admitidos todos os interessados que preencherem os requisitos objetivos
estabelecidos; III – a divulgação de informações de modo discriminatório que possa implicar vantagem para
algum licitante será vedada; IV – a Administração não poderá revelar a outros licitantes as soluções propostas
ou as informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o seu consentimento; V – a fase de diálogo
poderá ser mantida até que a Administração, em decisão fundamentada, identifique a solução ou as soluções
que atendam às suas necessidades; VI – as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão registradas em
ata e gravadas mediante utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo; VII – o edital poderá prever
a realização de fases sucessivas, caso em que cada fase poderá restringir as soluções ou as propostas a
serem discutidas; VIII – a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos autos do
processo licitatório os registros e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação

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de edital contendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades e os critérios objetivos a
serem utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis,
para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas,
que deverão conter os elementos necessários para a realização do projeto; IX – a Administração poderá
solicitar esclarecimentos ou ajustes às propostas apresentadas, desde que não impliquem discriminação
nem distorçam a concorrência entre as propostas; X – a Administração definirá a proposta vencedora de
acordo com critérios divulgados no início da fase competitiva, assegurada a contratação mais vantajosa
como resultado; XI – o diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação composta de pelo
menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da
Administração, admitida a contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão.

Por fim, os profissionais contratados para os fins do inciso XI do § 1º deste artigo assinarão termo de
confidencialidade e abster-se-ão de atividades que possam configurar conflito de interesses (§ 2º).

D) INCORRETA: Na nova Lei de Licitações, o processo licitatório terá, em regra, as seguintes fases em sequência
(art. 17): I – preparatória; II – de divulgação do edital de licitação; III – de apresentação de propostas e lances,
quando for o caso; IV – de julgamento; V – de habilitação; VI – recursal; VII – de homologação.

Antes, com base na Lei 8.666/93, o procedimento mais importante – o da concorrência – era dividido
doutrinariamente em uma etapa interna (atual fase preparatória) e uma etapa externa, dividida em
cinco fases: publicação do edital, habilitação, julgamento e classificação das propostas, homologação e
adjudicação. Há, agora, uma fase recursal específica. A apresentação de propostas e lances é, formalmente,
etapa autônoma, enquanto a adjudicação perde tal status. A principal modificação, contudo, é a retratada
na questão.

A nova lei incorpora aspecto importante do procedimento inaugurado pelo pregão – e previsto no RDC
e no Estatuto das Empresas Estatais –, que é a inversão das fases de habilitação e julgamento (embora
seja possível realizar a habilitação antes da apresentação dos lances e do julgamento, desde que haja
justificativa, com explicitação dos bene­fícios decorrentes) (art. 17, § 1º). Há muito comprovou-se que a
realização do julgamento antes da habilitação traz maior celeridade ao procedimento.

O erro está em dizer que não se permite a habilitação antes da apresentação dos lances e do julgamento.

💡 GABARITO: D

QUESTÃO 47. Com base nas disposições da Lei n. 11.107/2005, assinale a alternativa correta.

A) Quando constituído com personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, o consórcio
público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

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B) Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços


públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público.

C) Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser contratado pela administração
direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, exigida, em regra, a licitação, nos termos da Lei
n. 8.666/93.

D) O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas de
direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas
e à admissão de pessoal, que será regido pelo estatuto dos servidores públicos local.

💡 GABARITO COMENTADO

A) INCORRETA: A Lei 11.107/05 – que dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum (art.
1º) – disciplinou o consórcio como “associação pública ou pessoa jurídica de direito privado” (art. 1º, § 1o).
Portanto, no momento em que os entes federativos se unem, e após a observância de diversas fases do
procedimento legal, nasce (ou é constituída) uma nova pessoa jurídica: o consórcio público.

Quando constituído com personalidade jurídica de direito público, o consórcio integra a administração
indireta de todos os entes da Federação consorciados (art. 6º, § 1o). Neste caso, receberá a denominação
autarquia associativa e terá todas as prerrogativas e privilégios próprios das pessoas jurídicas de direito
público.

É de se estranhar o fato de a lei indicar expressamente que os consórcios públicos de direito público se
inserem na Administração Pública Indireta de todos os entes da Federação consorciados, mas silenciar a
respeito dos consórcios públicos de direito privado. O tema não é explorado em provas. Cabe anotar, de toda
forma, a opinião de ALEXANDRE e DEUS (2018, p. 94), para quem “os consórcios públicos de direito privado,
à semelhança dos de direito público, também integram a administração indireta dos entes consorciados,
sendo, contudo, equiparados às empresas públicas”.

Como a questão exige a literalidade da Lei n. 11.107/05, está equivocada.

B) CORRETA: A Lei 11.107/05 confere aos consórcios públicos alguns poderes. Um deles está previsto no §
3o do art. 2º, segundo o qual os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização
de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá
indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá
atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.

C) INCORRETA: O art. 2º da Lei 11.107/05 dispõe que os objetivos dos consórcios públicos serão determinados

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pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais. Por sua vez, o § 1º
estabelece que, para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá, dentre outras situações,
ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a
licitação (inciso III).

D) INCORRETA: O consórcio público, se tiver personalidade de direito privado, rege-se pelo direito civil,
parcialmente derrogado por normas publicistas, como ocorre com as fundações governamentais instituídas
com personalidade de direito privado. Por exemplo, consórcios com personalidade jurídica de direito privado
estão sujeitos às normas sobre licitação, prestação de contas e admissão de pessoal (DI PIETRO, 2019, p.
602).

Aliás, essa era a redação originária do art. 6º, § 2º, da Lei 11.107/05, que sofreu recente alteração em
2019 para esclarecer que tanto os consórcios que tenham personalidade jurídica de direito público quanto
privado observarão, quanto ao regime de pessoal, as normas da CLT. Confira-se:

Art. 6º, § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as
normas de direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação
de contas e à admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (Redação dada pela Lei nº 13.822, de 2019)

💡 GABARITO: B

QUESTÃO 48. Com base na jurisprudência do entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a
alternativa correta.

A) O SENAC, apesar de ostentar natureza privada e não integrar a Administração Pública, deve se submeter
ao processo licitatório previsto pela Lei n. 8.666/93.

B) As organizações sociais, por integrarem o Terceiro Setor, não fazem parte do conceito constitucional de
Administração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao dever
de licitar.

C) A atribuição de título jurídico de legitimação da Organização Social através da qualificação exige a


observância do procedimento licitatório prévio, desde que constatada a existência de mais de um
interessado.

D) A remuneração dos empregados das Organizações Sociais deve ter base em lei.

💡 GABARITO COMENTADO

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A) INCORRETA: De acordo com o entendimento do STF, as entidades que compõem o “sistema S”, como
o SENAC, por ostentarem natureza privada e não integrarem a Administração Pública, não se submetem
ao processo licitatório previsto pela Lei 8.666/93. Basta a edição de regulamento próprio que preveja
procedimento simplificado que observe os princípios gerais previstos no art. 37, caput, CF (MS 33.442-AgR,
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, j. em 15/02/2019).

B) CORRETA: Na ADI 1.923/DF, j. em 16.04.2015, entre diversas outras questões, o STF definiu que “as
organizações sociais, por integrarem o Terceiro Setor, não fazem parte do conceito constitucional de
Administração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao dever de
licitar, o que consistiria em quebra da lógica de flexibilidade do setor privado, finalidade por detrás de todo
o marco regulatório instituído pela Lei”.

C) INCORRETA: Na ADI 1.923/DF, j. em 16.04.2015, entre diversas outras questões, o STF definiu que “a
atribuição de título jurídico de legitimação da entidade através da qualificação configura hipótese de
credenciamento, no qual não incide a licitação pela própria natureza jurídica do ato, que não é contrato, e
pela inexistência de qualquer competição, já que todos os interessados podem alcançar o mesmo objetivo,
de modo includente, e não excludente”.

D) INCORRETA: Na ADI 1.923/DF, j. em 16.04.2015, entre diversas outras questões, o STF definiu que “os
empregados das Organizações Sociais não são servidores públicos, mas sim empregados privados, por isso
que sua remuneração não deve ter base em lei (CF, art. 37, X), mas nos contratos de trabalho firmados
consensualmente”.

💡 GABARITO: B

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