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P E S Q U I S A, E S T U D O & R E V I S Ã O.
CURITIBA
2011
1. INDUTÂNCIAS DE BOBINAS
(1)
(2)
-7
onde µo é a permeabilidade magnética do meio (4π.10 H/m no vácuo), dsi e dsj são os
segmentos infinitesimais de cada circuito e Rij é a distância entre os dois segmentos. Como
mostrado na figura 1.
Para dois circuitos em forma de anéis (círculos de raios a e b) coaxiais (no mesmo
eixo) e separados por uma distância D (figura 2), a indutância mútua entre eles, aplicando a
equação de Neumann (SILVESTER, 1968), é determinada por
(3)
onde k é um fator geométrico dado por (PICHORIM e ABATTI, 2004)
(4)
(5)
e
. (6)
Nenhuma expressão algébrica geral pode ser dada para estas integrais, entretanto
são de interesse suficiente para formar uma parte da coleção padronizada das funções
transcendentais tabuladas ou ainda expressas em série de potências (SILVESTER, 1968,
SPIEGEL, 1973).
(7)
Uma solução numérica aproximada pode ser obtida considerando-se cada espira
como um anel, computando-se a contribuição das auto-indutâncias de cada espira (Lti) e as
indutâncias mútuas entre todas as espiras (Mij), ou seja, a auto-indutância é
O valor de Lti é calculado pela equação 7 e Mij (somente para i ≠ j) é calculado por
(9)
onde o raio a deve ser dado em milímetros e o parâmetro F, fator de forma dependente da
relação diâmetro pelo comprimento do solenóide, é dado por uma tabela ou pela curva da
figura 4 (TERMAN, 1943, tab.12).
Uma fórmula empírica mais simples e aproximada, válida para baixas freqüências, é
Ls = n2.a2/(9.a+10.l) (11)
Para uma bobina espiral (panqueca) de raio interno a, raio externo A e n espiras, a
auto-indutância total (Ls) poderia ser também determinada pela equação de Neumann
(circuito espiral da figura 5 com comprimento total π.n.(a+A)), mas também não existe
uma solução analítica.
Uma solução numérica aproximada pode ser obtida considerando-se cada espira
como um anel, computando-se a contribuição das auto-indutâncias de cada espira (Lti) e as
indutâncias mútuas entre todas as espiras (Mij), assim como foi realizado para o solenóide.
Para tal, utiliza-se as mesmas equações 8 e 9, substituindo-se a distância Dij=0 (as espiras
estão no mesmo plano) e fazendo os raios dos anéis ai e bj variarem de a até A.
O raio do anel circular equivalente de cada espira da panqueca (ai ou bj) pode ser
determinado pela relação:
(12)
onde a e A são os raios interno e externo, respectivamente.
Pichorim, S. F. (DSc.) – Estudo de Bobinas para Sensores e Telemetria - 6
A solução pode ser implementada numericamente com o auxílio de qualquer
software de manipulação matemática (Excel®, MatLab®, Mathematica®, SigmaPlot®) ou
mesmo por um programa desenvolvido especialmente para este fim (C++ ou Visual
Basic®) (ROVERI, 2007).
Grover (1946) apresenta uma solução um pouco mais prática, onde a auto-
indutância (Ls), dada em nH, é calculada pela equação
Ls = n2.Acm.P.F (13)
onde Acm é o raio médio em centímetros, P é um valor tabelado que depende dos raios a e
A e o parâmetro F, também tabelado, faz a compensação do espaço entre as espiras
(GROVER, 1946, tabelas 24, 25 e 26).
Terman (1943) apresenta uma determinação gráfica para um parâmetro K (figura 6)
que depende dos raios da bobina, e onde a indutância (em µH) é calculada por
Ls = n2.Am.K (14)
(16)
2.1 GEOMETRIA
(17)
onde εo é a permissividade do vácuo e vale 8,854 pF/m. No entanto, neste estudo necessita-
se da capacitância entre condutores cilíndricos em paralelo (espiras de um enrolamento).
Na figura 7 são apresentadas as variáveis geométricas que são envolvidas da determinação
da capacitância entre duas espiras (Ctt) consecutivas. As espiras são de seção transversal
circular de raio do condutor r e espessura do isolante t (permissividade relativa εr)
separadas por uma distância p. O comprimento da espira (perímetro) é lt e Do e Dc são
diâmetros dos condutores, com e sem a camada isolante, respectivamente.
(18)
onde
(19)
(20)
(21)
Deve-se ressaltar que a equação (21) leva em conta a existência um espaço livre
entre as espiras, que vale p–2.r. Já as equações (18) e (20) supõem que as espiras estejam
encostadas e apenas separadas para camada isolante, que vale 2.t.
(24)
(25)
Deve-se ter em conta que Grandi et al (1999) trabalham com bobinas de uma ou
duas camadas e a integração de θ da figura 7 é feita de –π/2 a +π/2. Já no trabalho de
Massarini et al (1996) assume-se que a bobina é muticamada, ou seja, cada espira tem
outras seis espiras na sua vizinhança, assim a integração no cálculo do campo elétrico é
feita apenas para ângulos entre –π/3 a +π/3.
Caso exista entre as espiras um espaço (gap) de ar muito maior que a espessura do
isolante (ou a permissividade relativa εr seja próxima de 1), Grandi et al (1997 e 1999) e
Jackson (1975) apresentam uma simplificação da equação (24), isto é
(26)
(27)
Para um indutor de camada simples com núcleo condutor (conforme a figura 9), a
capacitância interna (Cs) total é
, (28)
, (29)
, (30)
. (31)
Todas as equações de (28) a (31) são válidas para enrolamentos com mais de 10
espiras (MASSARINI & KAZIMIERCZUK, 1997).
Hope e Appel (2005) utilizaram um método analítico matricial para resolver
indutores de dupla camada com núcleo, chegando a valores de Cs entre 1,45 e 1,72 vezes a
capacitância Ctt, dependendo da distância de separação entre o enrolamento e o núcleo.
Deve-se entender que as leis de Kirchhoff são aproximações que valem somente na
representação do circuito concentrado (lumped, em inglês). Estas leis, que derivam das
equações gerais de Maxwell, são o resultado de considerações da propagação como
infinitamente rápida. Assim, esperam-se resultados razoáveis apenas quando as dimensões
físicas dos elementos do circuito sejam pequenas quando comparadas com o comprimento
da onda, então a velocidade da luz não é perceptível. Numericamente, pode-se aceitar a
validade do modelo concentrado para circuitos com um décimo do comprimento da onda (l
< λ/10). A fronteira entre a teoria de circuitos concentrados (onde vale Kirchhoff e podem-
se identificar os elementos R, L e C) e sistemas distribuídos (onde não se pode utilizar
Kirchhoff e R, L e C não podem ser localizados como um elemento) depende do tamanho
do circuito e da freqüência de operação. Se isso não for observado, o modelo concentrado
será inapropriado (OSU, 2011).
Assim, deve-se sempre lembrar que as representações com elementos concentrados
requerem que a corrente seja uniformemente distribuída ao longo do indutor (nenhuma
propagação de ondas ou ondas estacionárias podem ser representadas sobre elementos
concentrados). Para freqüências muito altas a distribuição da corrente no indutor não é
uniforme, e o modelo concentrado é falho, pois a integral de Neumann assume uma
corrente uniforme. Todas as equações de cálculo de indutância pressupõem que a
velocidade da onda é infinita, ou seja, não podem existir ondas estacionárias na bobina
(CORUM & CORUM, 2000 e 2001).
Ct = Cs . N (32)
Lt = Ls / N (33)
Inicialmente será feita uma suposição que exista apenas uma ressonância causada
por onda estacionária. Neste caso, será analisada a primeira ressonância (fo), ou seja, a
fundamental. Para tal, o solenóide é considerado uma guia de onda helicoidal onde não se
pode determinar fo pelos valores concentrados de indutância e capacitância do enrolamento
(Lc e Cs). Já que as fórmulas para os cálculos de Lc e Cs sempre supõem uma velocidade
de onda infinita (aproximação quase-estática), e na ressonância existirá uma onda
estacionária na bobina (CORUM & CORUM, 2001).
Além da velocidade de propagação da onda ao longo do condutor ( ),
existe uma velocidade axial da onda ao longo do eixo do solenóide, de comprimento de
onda λg (RÜDENBERG, 1941). O fator de propagação da onda na direção axial é
(34)
(35)
(36)
(37)
(38)
(39)
(40)
(41)
(42)
Diferentemente da primeira parte, será feita uma suposição que exista apenas uma
ressonância causada pela troca de energia entre campos elétricos e magnéticos, ou seja,
causada pela presença de uma indutância (Ls) e capacitância (Cs) total (concentradas) em
paralelo, conforme a figura 11. Neste caso, será analisada a primeira ressonância (fo), ou
seja, a fundamental, onde as reatâncias indutivas e capacitivas se igualam, ou seja
(43)
(44)
Como foi visto nos dois itens anteriores, existem duas ressonâncias que estão
presentes em um enrolamento, agora denominadas de foOE e foLC, freqüência de ressonância
por onda estacionária (OE) e freqüência de ressonância por indutância e capacitância (LC),
respectivamente. É necessário observar qual delas ocorre primeiro em um enrolamento, já
que elas têm comportamentos bem distintos na bobina.
Uma delas é inversamente proporcional ao número de espiras n (equação (42)) e a
outra é inversamente proporcional à raiz de n (equação (44)), ou seja, para indutores com
poucas espiras, predomina a ressonância LC e para indutores com muitas espiras,
predomina a ressonância OE. Isto pode ser visto no gráfico da figura 16. O ponto de
interseção das curvas, ou seja, a passagem de uma para outra forma de ressonância vai
depender de outros parâmetros do enrolamento.
Quando se aumenta o número de espiras tem-se a capacitância Cs muito baixa e, em
um solenóide camada simples, fo é muito alta. Em altas freqüências deve-se levar em conta
(45)
Figura 19 - Impedância das bobinas em função da freqüência (curva sólida para bobina de
Tesla e pontilhada para bobina normal). Para baixas freqüências (região L) as bobinas
possuem a mesma indutância. Para altas freqüências (região C) as bobinas possuem a
mesma capacitância parasita.
A) BOBINA CLÁSSICA
Figura 22 – Diagrama fasorial de uma impedância indutiva (1º quadrante), capacitiva (4º
quadrante) e as obtidas na bobina medida nos círculos da figura 21.
5. COMENTÁRIOS FINAIS