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MANUAL DE PROCEDIMENTOS

SISTEMA DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO

SUBSISTEMA PROCEDIMENTO E CONTROLE DA OPERAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO

CÓDIGO TÍTULO FOLHA

I-332.0011 EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO DE DISTRIBUIÇÃO 01/18

1. FINALIDADE

Estabelecer procedimentos operacionais para operação dos seguintes equipamentos do sistema


elétrico de distribuição:

a) chave faca unipolar;

b) chave fusível;

c) chave tripolar a óleo;

d) chave faca basculante tripolar;

e) religadores;

f) seccionalizadores;

g) regulador de tensão;

h) capacitor;

i) transformador.

2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Aplica-se aos Centros Regionais de Distribuição.

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3. ASPECTOS LEGAIS

Não há.

4. CONCEITOS BÁSICOS

4.1. Baipasse

Derivação de contorno.

4.2. Bloqueio

Ato de impedir a ação de determinada proteção e/ou comando.

4.3. Chifre

Tipo de proteção elétrica destinada a afastar arcos voltáicos e uniformizar o potencial elétrico.

4.4. Corrente de Inrusch

Corrente transitória resultante de chaveamento elétrico.

4.5. Corrente de Terra

Corrente total que flui numa impedância de aterramento.

4.6. Falta Elétrica

Contato ou arco acidental entre partes sob potenciais diferentes, e/ou de uma ou mais dessas
partes para a terra, num sistema ou equipamento elétrico energizado.

4.7. Falta Transitória

Falta cuja causa remove-se por si mesma.

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4.8. Jusante

No sentido da carga.

4.9. Operação sob Carga

Quando antes ou após a operação tem-se corrente no equipamento.

5. PROCEDIMENTOS GERAIS

5.1. Quanto a Segurança

As recomendações emanadas na presente Instrução consideram a observação, quando da


operação dos equipamentos do Sistema Elétrico de Distribuição, dos seguintes procedimentos
de segurança de trabalho:

a) o eletricista deve ser habilitado e credenciado segundo a I-101.0011 - Credenciamento


para Execução de Atividades em Instalações Elétricas;

b) posicionar a viatura corretamente;

c) sinalizar e isolar a área de trabalho;

d) verificar as condições físicas do poste e estrutura;

e) utilizar os equipamentos de proteção individual e coletiva;

f) posicionar a escada e amarrá-la ao poste.

5.1.1. Supervisão do COD

Toda a intervenção no Sistema Elétrico de Distribuição para operação dos equipamentos,


objeto desta Instrução, deverá ser coordenada pelo Centro de Operações da Distribuição -
COD.

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5.2. Chave de Faca Unipolar

A chave de faca é um dispositivo de manobra de operação vertical, horizontal ou inclinada,


constituída por duas colunas isolantes fixas, sendo uma suporte do contato fixo e a outra suporte
da articulação do contato móvel (faca), provida de olhal para operação por vara de manobra,
trava de segurança e ganchos para operação com dispositivos de abertura sob carga.

5.2.1. Características Operativas

Deve-se operar a chave de faca com precisão, rapidez e firmeza, observando a correta
seqüência de abertura e fechamento, conforme o Manual do Eletricista: Operação de
Equipamentos Elétricos do Sistema de Distribuição.

5.2.2. Abertura de Chaves de Faca

As chaves desprovidas de gancho para encaixe do dispositivo de abertura sob carga


(Loadbuster, Cutarc), não podem ser abertas com carga.

A abertura dos contatos se dá para baixo, o que possibilita o arco alcançar as ferragens.

5.2.3. Fechamento de Chaves de Faca

A chave de faca pode ser fechada em qualquer situação de carga, com pequena possibilidade
de arco elétrico.

Haverá, entretanto, sempre o risco de que os contatos não se encaixem perfeitamente, e nesta
situação, o alimentador deverá ser desligado para retornar a chave na posição aberta, ou
quando possível, fazer uso do Loadbuster ou Cutarc.

5.3. Chave Fusível

A chave fusível é um dispositivo de proteção destinado à abertura automática, monofásica, com


o objetivo de proteger trechos de rede ou equipamentos contra eventuais sobrecorrentes.

As chaves consideradas nesta Instrução são do tipo de expulsão, em cartucho de fibra ou


fenolite, onde se aloja o elo fusível e se processa a extinção do arco.

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5.3.1. Principais Componentes da Chave Fusível

5.3.1.1. Cartucho

Parte móvel e removível de uma chave fusível destinado a receber um elo fusível. O
cartucho é constituído basicamente de contato superior, inferior e tubo.

5.3.1.2. Elo Fusível

É a parte ativa da chave fusível. O elo compõe-se de:

a) elemento fusível - parte de um elo fusível que funde ou rompe determinando o início
da operação da chave fusível;

b) tubinho do elo fusível - peça cilíndrica de material isolante que envolve o elemento
fusível;

c) botão - é a parte superior do elo fusível, que serve de superfície de contato para dar
continuidade ao circuito. Neste botão está gravada a capacidade do elo;

d) rabicho;

e) arruela.

Os elos fusíveis são identificados pela sua corrente nominal e classificados pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, de acordo com a relação de rapidez em elos tipos
K, T e H, respectivamente, rápidos, lentos e de alto surto.

5.3.1.3. Base do Fusível

Parte fixa de uma chave fusível provida, com suporte de fixação de isolador e terminais para
conexão a um circuito exterior e destinada a fixar o cartucho com elo fusível.

5.3.1.4. Argola

Localizada na parte superior do cartucho e é destinada ao engate do cabeçote da vara de


manobra, ou presilha do dispositivo especial para abertura sob carga.

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5.3.1.5. Lingueta ou Olhal para Retirada do Elemento Móvel

Localizada na parte inferior do cartucho e é destinada ao engate do cabeçote da vara de


manobra para permitir a retirada ou colocação do cartucho.

5.3.1.6. Gancho

Localizado na parte superior da base fusível (elemento fixo) e é destinado ao engate da


Âncora do dispositivo especial para abertura sob carga.

5.3.2. Características Operativas da Chave Fusível

A operação da chave fusível deve ser executada com precisão, rapidez e firmeza, observando-
se a correta seqüência de abertura e fechamento conforme o Manual do Eletricista: Operação
de Equipamentos Elétricos do Sistema de Distribuição.

5.3.2.1. Abertura de Chave Fusível

As chaves fusíveis desprovidas de gancho para encaixe do dispositivo de abertura sob carga
podem ser abertas com carga desde que os seguintes valores de corrente sejam respeitados:

a) sistema de 13,8 kV até 5A ou 75 kVA;

b) sistema de 23,8 kV até 3A ou 75 kVA.

5.3.2.2. Fechamento de Chave Fusível

A chave fusível pode ser fechada em qualquer situação de carga, existindo no entanto, a
possibilidade de arco elétrico em função das suas características construtivas.

Haverá, entretanto, sempre o risco de que os contatos não se encaixem perfeitamente, e se a


corrente a interromper for superior aos valores estabelecidos no subitem 5.3.2.1., o
alimentador deverá ser desligado para retornar a chave na posição aberta ou, quando
possível, utilizar o Loadbuster ou Cutarc.

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5.4. Chave Tripolar a Óleo

A chave a óleo é um equipamento de seccionamento para a operação manual trifásica sob carga.
Seus contatos principais estão imersos em óleo o que lhe assegura uma eficaz interrupção do
arco elétrico durante as operações de abertura.

5.4.1. Principais Componentes da Chave Tripolar a Óleo

5.4.1.1. Tanque

Carcaça com óleo onde estão fixados os componentes da chave.

5.4.1.2. Contatos Principais

Conjunto de contatos fixos e móveis imersos em óleo para efetivar a continuidade do


circuito.

5.4.1.3. Indicador do Nível de Óleo

Permite verificar o nível de óleo no interior da chave.

5.4.1.4. Indicador de Estado

Indica o estado da chave através de bandeirolas instaladas externamente:

a) LIG (cor vermelha);

b) DESL (cor verde).

5.4.1.5. Mecanismo de Operação

Conjunto formado pela manivela, braço e alavanca, que permite a operação manual da
chave.

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5.4.1.6. Pino de Travamento

Peça que permite travar o mecanismo de operação nas posições aberta ou fechada. Possui
um orifício na extremidade para colocar cadeado para fins de segurança.

5.4.2. Características Operativas da Chave Tripolar a Óleo

Estas chaves podem ser operadas sob carga até os valores nominais de correntes para as quais
foram projetadas.

5.5. Chave Faca Basculante Tripolar

A chave de faca basculante tripolar é um equipamento cuja abertura realiza-se segundo um


plano vertical ou horizontal, pelo basculamento da coluna central que é suporte do contato
móvel e do elemento flexível de ligação. Este tipo de chave possui mecanismo de operação
manual que aciona, simultaneamente, as três facas.

Existem dois tipos diferentes de chaves:

a) chaves que não são próprias para abertura em carga (secas), que é equipada com "chifres"
para proteção dos contatos. Corrente nominal de 400A;

b) chaves que são próprias para abertura em carga, e que são equipadas com dispositivo
especial para abertura sob carga (um por fase) e corrente nominal de 630A.

5.5.1. Abertura da Chave Tripolar Seca

A abertura de seus contatos se dá para cima o que impossibilita o arco de alcançar a cruzeta. O
arco tende a seguir o caminho imposto pelos chifres da chave.

Por razões de segurança, não operar este tipo de chave sob carga.

5.5.2. Fechamento da Chave Tripolar

No fechamento de chaves tripolares, a possibilidade de formação de arco elétrico é pequena se


a operação for feita firme e rapidamente. Existe, entretanto, o risco dos contatos não
encaixarem, o que exigiria, no caso das chaves que não são próprias para abertura "sob carga",
o desligamento do alimentador em emergência.

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5.6. Religadores

O religador automático é um dispositivo de proteção capaz de interromper um circuito, em


determinadas condições de sobrecorrente e religá-lo automaticamente, até um número de
operações para o qual foi ajustado.

Quando a falta é de caráter permanente, o religador operará um número pré-ajustado de vezes


(até um máximo de 4), para em seguida permanecer em posição aberta, isolando o trecho
defeituoso do resto do sistema. Se a falta se extinguir antes do

religador completar a seqüência de operações pré-ajustada (falta temporária), o religador


permanecerá na posição fechada, restabelecendo o fornecimento de energia.

No momento em que o religador sente um defeito na linha, desliga inicialmente obedecendo a


sua característica rápida, geralmente entre 0,03 a 0,04 segundos. Essa interrupção rápida reduz
ao mínimo as possibilidades de causar dano ao sistema, evitando ao mesmo tempo a queima dos
fusíveis existentes entre o local do defeito e o religador. O religamento dar-se-á após
aproximadamente 2 segundos. Após as interrupções rápidas, o religador passa a operar
obedecendo a característica temporizada. Nesta permanece mais tempo ligado para tentar
eliminar defeitos mais persistentes. Sua combinação com as operações rápidas permite
coordenação com outros dispositivos de proteção do sistema.

Os religadores podem ser classificados em:

a) quanto ao número de fases - monofásicos ou trifásicos;

b) quanto ao controle das operações - hidráulicos ou eletrônicos;

c) quanto ao meio de extinção do arco - óleo, vácuo ou SF6.

5.6.1. Principais Componentes dos Religadores

5.6.1.1. Alavanca de Operação Manual

Permite abrir ou fechar, manualmente, os contatos quando o lado da fonte estiver


energizado, com vara de manobra. Esta alavanca é de cor amarela.

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5.6.1.2. Alavanca de Bloqueio do Religamento

Quando abaixada, impede o religamento após a primeira operação de abertura, travando o


religador na posição aberta.

Esse dispositivo também é conhecido como manípulo de linha viva.

5.6.1.3. Alavanca de Proteção de Terra

Para os religadores KF, quando estiver na posição inferior, indica que a proteção de terra
está bloqueada, já para os religadores do tipo RV, na posição inferior, indica que a proteção
de terra está em operação. Deve ser operada com vara de manobra.

5.6.1.4. Contador de Operações

Totaliza o número de operações de abertura do religador.

5.6.1.5. Indicador de Posição dos Contatos Principais

É constituído de duas bandeirolas acopladas ao mecanismo de operação do religador:


CLOSED (FECHADO) E OPENED (ABERTO).

5.6.1.6. Bobina Série

A proteção de fase dos religadores KF e RV é feita através de uma bobina série. Sua função
é sentir as correntes de fase acima de um determinado valor (duas vezes a corrente nominal)
e abrir, automaticamente, o religador. O ajuste de proteção de fase é efetuado através da
troca de bobinas série (uma por fase).

5.6.1.7. Sensor de Terra

A proteção de terra é feita através de um sensor composto por três transformadores de


corrente, que detectam correntes de desbalanceamento ocasionadas por defeitos na rede ou
desequilíbrio de carga.

O sensor eletrônico converte essa corrente em um impulso para o atuador de abertura


provocando o desligamento do religador, acima de um determinado valor de corrente
ajustado.

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O ajuste desta proteção é efetuado através da troca de resistores, instalados no sensor.

5.6.1.8. Bobina de Fechamento

A bobina de fechamento é ligada entre as fases do lado fonte (source - marcado na tampa do
religador) e através de um êmbolo executa a operação de fechamento dos contatos do
religador quando houver tensão no lado fonte do equipamento.

5.6.2. Características Elétricas

A bobina série sensibiliza-se segundo curvas características de "tempo X corrente", fornecidas


pelos fabricantes:

a) A - rápida;

b) B ou C - retardadas.

O sensor de terra sensibiliza-se segundo curvas características de tempo X corrente (tempo


definido).

5.6.3. Características Mecânicas dos Religadores

5.6.3.1. Tempo de Religamento Automático

É o tempo gasto para o religador fechar os contatos, após a operação de abertura. Para os
tipos KF e RV é em torno de 1,5 segundos.

5.6.3.2. Tempo de Rearme

É o tempo que o mecanismo de contagem do número de operações gasta para retornar a sua
condição inicial. Para o KF é de 1,5 minutos por operação de abertura executada, á
temperatura de 25°C. No RV esse tempo é desprezável. Quando a seqüência de operações
no KF não é completa (falta transitória) e ocorrer uma segunda falta antes de decorrido o
tempo de rearme do religador, este efetuara um menor número de operações que a seqüência
pré-ajustada.

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5.6.4. Características Operativas dos Religadores

Deve-se observar, atentamente, o indicador de estado antes de se efetuar qualquer manobra


com as alavancas de operação e, principalmente, com as chaves de manobra que compõem a
estrutura do religador, a fim de assegurar o seu bom funcionamento e integridade.

5.6.4.1. Bloqueio do Religamento

Por razões de segurança, o religamento automático deve ser bloqueado quando o religador
for utilizado para localizar falha na linha ou quando for realizado algum trabalho em linha
viva no trecho protegido pelo mesmo.

5.6.4.2. Bloqueio do Disparo de Terra

O dispositivo de proteção do disparo para terra deve ser bloqueado quando na colocação em
operação do religador, ou poderá ser bloqueado no chaveamento monofásico (desde que
qualquer falha a jusante possa sensibilizar a proteção de retaguarda).

5.6.5. Operação como Dispositivo de Manobras

O religador pode ser usado para operações não automatizadas de abertura e fechamento de
circuitos sob carga, com o uso da vara de manobra.

5.6.6. Operação como Dispositivo de Proteção

O religador opera segundo uma seqüência de operações pré-ajustada. Esta seqüência é a


combinação de operações rápidas e retardadas que totalizam o número de operações
programadas para o bloqueio do religador. É possível programar para operações de fase,
número de operações rápidas e retardadas diferentes das programadas para a proteção de
terra. Porém, em qualquer seqüência, o número total de operações até o bloqueio deve ser
igual para a proteção de terra e de fase.

É importante ressaltar que, no caso de bloqueio do religamento automático, o religador


operará apenas uma vez sempre na primeira curva para a qual esteja ajustado. Isto implicará,
normalmente, em perda de coordenação com os equipamentos a jusante, quando da ocorrência
de defeitos.

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5.6.7. Inversão de Fluxo de Corrente

Havendo inversão do lado fonte, devido a execução de manobras provisórias, a bobina de


fechamento ficará no lado carga do equipamento.

Caso haja uma operação de abertura do religador, este permanecerá aberto pois a bobina será
incapaz de executar o fechamento (fica sem tensão), seja ele manual ou automático.

5.6.8. Colocação e Retirada de Operação de Religador

Os procedimentos para colocar ou retirar de operação o religador estão definidos no Manual


do Eletricista: Operação de Equipamentos Elétricos do Sistema de Distribuição.

5.7. Seccionalizadores

O seccionalizador é um equipamento de proteção para operar em conjunto com um religador ou


disjuntor com religamento automático, situado na sua retaguarda.

Durante uma falta na sua zona de proteção, ele contará, automaticamente, o número de
desligamentos do equipamento instalado no lado fonte e isolará a zona defeituosa do resto do
sistema, no momento em que o dispositivo de retaguarda estiver aberto.

Estando o equipamento da retaguarda programado para "N" operações (até o máximo de


quatro), o seccionalizador deverá ser programado para contar "N-1" operações, antes de abrir
definitivamente seus contatos. Assim, o trecho da rede com defeito permanente poderá ser
isolado sem que o religador ou disjuntor desligue todo o circuito.

5.7.1. Tipos de Seccionalizadores

a) quanto ao número de fases: monofásicos ou trifásicos;

b) quanto ao sistema de controle: hidráulicos ou eletrônicos.

Trataremos apenas dos seccionalizadores trifásicos dos tipos GN3 e GN3E.

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5.7.2. Componentes Principais

5.7.2.1. Alavanca de Operação Manual

Localizada na parte externa superior do equipamento, permite abrir e fechar, normalmente,


os contatos do seccionalizador, com uso de vara de manobra. Na posição inferior, o
seccionalizador estará aberto e bloqueado.

5.7.2.2. Bobina Série

É um componente do seccionalizador do tipo GN3, cuja função é sentir a corrente de fase


acima de um valor especificado, e acionar a contagem do número de desligamentos do
equipamento de retaguarda.

5.7.2.3. Resistores de Fase e de Terra

São componentes do seccionalizador GN3E, cuja função é sensibilizar o equipamento para


correntes de fase e de desbalanceamento, acima de valores especificados, dando início à
contagem do número de desligamentos do equipamento de retaguarda.

5.7.3. Características Elétricas

5.7.3.1. Corrente de Atuação da Proteção de Fase

No caso de equipamentos com bobina série (GN3), é o valor mínimo da corrente de fase
para a qual a bobina se sensibiliza, sendo igual a 1,6 vezes o seu valor nominal.

No caso de equipamentos, com resistor de fase (GN3E), é o valor mínimo da corrente de


fase para a qual o seccionalizador se sensibiliza, passando a contar as operações do
equipamento de retaguarda. É normalmente ajustada para um valor correspondente a 80% da
corrente mínima de atuação do equipamento de retaguarda.

5.7.3.2. Corrente Mínima de Atuação da Proteção de Terra

É o valor mínimo da corrente de desbalanceamento, para o qual o seccionalizador tipo


GN3E inicia a contagem dos desligamentos.

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5.7.4. Características Operativas

5.7.4.1. Operação como Dispositivo de Manobra

Os seccionalizadores podem ser usados para interromper corrente de carga, até os valores
máximos estabelecidos pelo fabricante: 440A para GN3 e GN3E.

É importante ressaltar que estes equipamentos não podem interromper correntes de falta mas
podem fechar correntes de curto-circuito até 900A (GN3E), conforme o fabricante. Porém,
os fabricantes não estabelecem o número de fechamentos, seguidos ou não, que o
seccionalizador pode suportar (não tem contador de operações).

5.7.4.2. Operação como Dispositivo de Proteção

A principal característica deste equipamento é a abertura após a contagem do número de


operações pré-ajustado (sempre uma a menos que o equipamento de retaguarda). Esta
abertura se dá sempre sem tensão, durante o tempo em que o religador ou disjuntor do lado
fonte está aberto. Caso o religamento automático do dispositivo de retaguarda esteja
bloqueado, em caso de ocorrência de defeitos, não haverá operação coordenada do
seccionalizador e, a menos que este esteja ajustado para apenas uma operação, somente o
religador ou o disjuntor irá desligar.

5.7.4.3. Colocação e Retirada de Operação

Para colocar ou retirar o seccionalizador de operação deverá ser seguido os procedimentos


estabelecidos no Manual do Eletricista: Operação de Equipamentos Elétricos do Sistema de
Distribuição.

5.8. Regulador de Tensão

O regulador de tensão é um equipamento utilizado para correção das variações de tensão em


áreas de regulação deficiente, visando manter uma tensão de suprimento ao cliente dentro dos
limites permissíveis definidos na Portaria 047 do DNAEE.

5.8.1. Características Operativas

5.8.1.1. Atuação como Regulador Automático de Tensão ou como Auto-Transformador

A principal característica operativa dos reguladores de tensão é a sua capacidade de

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compensação de tensão entre o seu ponto de instalação e o ponto de regulação.

O regulador poderá também ser usado como um auto-transformador comum, elevador ou


abaixador de tensão.

5.8.1.2. Manobras

O critério básico para fechamento ou abertura da chave de baipasse, durante a retirada ou


colocação em serviço de um regulador, é de que o mesmo se encontre na posição neutra
(lâmpada indicadora acesa e ponteiro em zero). Com isso evita-se curto-circuitar o
enrolamento série.

5.8.1.3. Operação com Fluxo Inverso de Potência

O regulador de tensão, a menos que se faça adaptações ou ajustes prévios no equipamento,


não pode ser operado com fluxo inverso de potência.

5.8.1.4. Colocação e Retirada de Operação

Para se colocar ou retirar de operação o regulador de tensão, deverá ser cumprido os


procedimentos estabelecidos no Manual do Eletricista: Operações de Equipamentos
Elétricos do Sistema de Distribuição.

5.9. Capacitor

Equipamento elétrico, ou componente que introduz capacitância em um circuito elétrico. A


função básica de um banco de capacitores é suprir o sistema elétrico de potência reativa - kVAr.

5.9.1. Características Operativas

Quando um banco de capacitores é ligado ou desligado da rede, surge uma tensão transitória
no circuito, que é somada a tensão nominal do mesmo. A tensão na chave poderá alcançar um
valor igual a duas vezes da tensão nominal do circuito, meio ciclo após a abertura. Se a chave
suportar essa tensão, a tensão do capacitor será drenada até desaparecer através das
resistências de descargas montadas internamente. Caso contrário, um arco poderá saltar entre
seus contatos reenergizando o capacitor. Essa reenergização do capacitor poderá causar
sobretensões transitórias elevadas no circuito.

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5.9.1.1. Manobras na Rede com Bancos Instalados

Os bancos de capacitores poderão ocasionar problemas Û rede ou a eles próprios, se não


forem observadas as seguintes condições:

a) distância mínima entre bancos - quando dois bancos instalados num mesmo circuito, a
prática tem demostrado que deve-se manter uma distância mínima um do outro, para
evitar a queima dos fusíveis de um dos bancos, por ocasião do aparecimento da
corrente de "inrusch", devido a energização do outro banco. Uma distância de
referência seria de 400m;

b) correntes harmônicas - apesar dos capacitores não serem fontes de harmônicas, quando
ligados em estrela aterrada, oferecem, através da terra, um caminho de pequena
impedância Û terra para essas correntes, podendo causar interferência em sistemas de
comunicação e proteção;

c) bancos com fases abertas - quando uma ou duas chaves fusíveis de proteção do banco
são abertas, devido a defeitos das unidades que o compõem, as chaves restantes
deverão ser operadas, a fim de se isolar o banco da rede, evitando-se possíveis
conseqüências, como: desbalanceamento de tensão e corrente da rede, tensões
elevadas que poderão danificar as umidades capacitoras adjacentes, que não foram
atingidas pelo defeito.

5.9.1.2. Colocação e Retirada de Operação do Banco

Para colocar ou retirar de operação o banco fixo de capacitores deverão ser seguidos os
procedimentos constantes do Manual do Eletricista: Operação de Equipamentos Elétricos do
Sistema de Distribuição.

OBS.: Por questão de segurança pessoal e da rede, os bancos não devem ser fechados com a
rede energizada.

5.9.1.3. Requisito de Segurança

Recomenda-se que seja aguardado tempo superior a 5 minutos para a descarga, e só após
terem sido os terminais do capacitor ligados entre si e Û terra, pode-se tocar partes vivas do
mesmo.

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5.10. Transformadores de Distribuição

O transformador é um equipamento elétrico que, por indução eletromagnética, transforma


tensão e/ou corrente alternada entre dois ou mais enrolamentos com a mesma freqüência e
geralmente com valores diferentes de tensão e/ou corrente. Os transformadores, quanto ao
número de fase, podem ser classificados em monofásicos, bifásicos e trifásicos.

Os transformadores monofásicos possuem, do lado de alta tensão, uma bucha primária e podem
possuir, também uma bucha menor ou simplesmente um conector para aterramento, e do lado
da baixa tensão, três buchas sendo duas secundárias e uma para aterramento (neutro).

Os transformadores bifásicos possuem, do lado da alta tensão, duas buchas primárias, e do lado
da baixa tensão, três buchas, sendo duas secundárias e uma para o aterramento (neutro).

Os transformadores trifásicos possuem três buchas primárias e quatro buchas secundárias, sendo
uma para o aterramento (neutro).

5.10.1. Características Operativas

Por razões de segurança, não se deve desconectar o terra do transformador energizado.


Cuidado maior deverá ter-se com o transformador monofásico, pois problemas de aterramento
poderá provocar tensões elevadas no casco desse tipo de transformador.

6. DISPOSIÇÕES FINAIS

Não há.

7. ANEXOS

Não há.

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