TCA E6 - Aula 1 Introdução, Condução Convecção e Radiação

Bacharelado em Engenharia Mecânica
Transferência de calor e massa – TCAE6
Introdução
Condução, convecção e radiação
Prof. Angelo Reami Filho
Profº Angelo Reami Filho

Objetivos
• Diferenciar as disciplinas de termodinâmica e transferência
de calor
• Conhecer os três modos de transferência de calor
• Entender as origens físicas de cada modo de transferência
de calor
• Saber equacionar a taxa de condução de calor
• Saber equacionar a taxa de convecção de calor
• Saber equacionar a taxa de radiação de calor
• Relacionar os conceitos de termodinâmica com os
conceitos de transferência de calor

Comparação entre termodinâmica e

transferência de calor
Termodinâmica
• Estuda as interações entre as vizinhanças de sistemas
• Mostra que a energia pode ser transferida sob a forma de calor e
trabalho
• Se preocupa com os estados de equilíbrio de cada sistema
Transferência de calor
• Estuda, nas interações entre os sistemas, de que forma a energia
térmica é transmitida
• Está interessada nos modos de transmissão dessa energia
• Também quantifica em que taxa essa transferência ocorre


Assim pode-se afirmar que são disciplinas complementares
em que os conhecimentos de uma auxiliam nas soluções da
outra.
Mas o que é transferência de calor?
Transferência de calor é a energia térmica em trânsito devido

a uma diferença de temperatura no espaço.
Profº Angelo Reami Filho Introdução à transferência de calor


A partir da afirmação pode-se concluir que:
• Sempre é necessário que se tenha alguma diferença de

temperatura para que ocorra a transferência de calor e,
portanto, os sistemas não estão em equilíbrio.
• Como a energia está em trânsito, o tempo é uma variável no

processo


E energia térmica, o que é?
A energia térmica está associada à translação, rotação,
vibração e aos estados eletrônicos dos átomos e moléculas
que constituem a matéria.
A energia térmica representa o efeito cumulativo das

atividades microscópicas e está relacionada com a
temperatura da matéria.


É importante não confundir os significados físicos de Energia Térmica,
Temperatura e Transferência de Calor
Quantidade Significado físico Símbolo Unidade
Energia térmica Energia associada ao comportamento microscópico da U ou u J ou J/kg
matéria
Temperatura Modo indireto de determinar a quantidade de energia T °C ou K
térmica armazenada na matéria
Transferência de calor Transporte de energia térmica devido a gradientes de
temperatura
Quantidade de energia térmica transferida num q J
• Calor
intervalo de tempo (Δt > 0)
• Taxa de Transferência Energia térmica transferida por unidade de tempo 𝑞ሶ W
de calor
• Fluxo de calor Energia térmica transferida por unidade de tempo e por q” W/m2
unidade de área
Modos de transferência de calor
A figura mostra os três modos de transferência de calor:

1 – Condução: onde existe um gradiente de temperatura em um meio
estacionário (sólido ou fluido).
Profº Angelo Reami Filho Modos de transferência de calor


2 – Convecção: quando há diferença de temperatura entre um fluido
em movimento e uma superfície.


3 – Radiação: qualquer superfície que não tenha temperatura nula
emite energia por meio de ondas eletromagnéticas. Assim duas
superfícies com temperaturas diferentes e que não tenham entre si um
meio interposto participante terão troca de calor por meio de radiação.

Equação de taxa de condução de calor
É importante definir as equações das taxas que indicam a

quantidade de energia térmica transferida por unidade de
tempo por meio do entendimento dos mecanismos físicos que
fundamentam os modos de transferência de calor.

Ao segurar a extremidade de uma

barra metálica que está exposta a
uma fonte de calor em sua outra
extremidade, é sentido um aumento
de temperatura. Isso ocorre devido
ao processo de condução de calor.


A condução deve ser vista como sendo a transferência de
energia das partículas mais energéticas para as menos
energéticas de uma substância devido às interações entre as
partículas.


Para exemplificar, seja um gás com um gradiente de
temperatura e que não haja movimento macroscópico.
Ele ocupa um espaço entre duas superfícies que são mantidas a
temperaturas diferentes e associa-se a temperatura de um ponto
à energia das moléculas do gás na proximidade do ponto que se
relaciona:
1. Com o movimento de translação linear aleatório

2. Com movimento interno de rotação e vibração das
moléculas


As moléculas mais agitadas se chocam
com as vizinhas transferindo energia
Moléculas mais para moléculas menos energéticas.
energéticas (> T) Assim a transferência de energia por
condução deve ocorrer na direção da
diminuição da temperatura.
Moléculas
menos
energéticas (<T)


Mesmo sem colisões isso continuaria a ocorrer pois, conforme mostra
a figura, as moléculas atravessam constantemente o plano hipotético
x0 devido ao movimento aleatório.


As moléculas de cima > T e as de baixo < T, assim há uma transferência
líquida de energia na direção positiva de x e as colisões melhoram essa
transferência. Essa transferência líquida de energia é considerada
como uma difusão de energia.


Esse fenômeno ocorre também em sólidos e líquidos mas com uma
maior interação entre as moléculas devido à proximidade entre elas.
É possível quantificar a transferência de calor por meio de equações de

taxa que, normalmente, são usadas para calcular a quantidade de
energia sendo transferida por unidade de tempo.


Para o caso da condução, a equação da taxa é conhecida como Lei de
Fourier.
Observe a parede plana unidimensional mostrada na figura:
Nesta situação há uma distribuição
de temperatura dentro da parede
representada por T(x) e a equação da
taxa é representada por:
𝑑𝑇
𝑞𝑥" = −𝑘
𝑑𝑥


O fluxo térmico qx" (W⁄m2) é a taxa de transferência de calor na
direção de x por unidade de área perpendicular à direção da
transferência e é proporcional ao gradiente de temperatura, dT⁄dx,
nesta direção.
O parâmetro k é uma propriedade do transporte conhecida como

condutividade térmica (W⁄(m.K)) e é uma característica do material da
parede.
O sinal de menos aparece porque a transferência ocorre no sentido da

temperatura decrescente.


Quando as condições são de estado estacionário (fluxo térmico e
temperaturas T1 e T2 constantes) conforme está na figura com
distribuição de temperatura linear, o gradiente de temperatura pode
ser representado por:
𝑑𝑇 𝑇2 − 𝑇1
=
𝑑𝑥 𝐿
E o fluxo será, então:
𝑇2 − 𝑇1 𝑇1 − 𝑇2 ∆𝑇
𝑞𝑥" = −𝑘 =𝑘 =𝑘
𝐿 𝐿 𝐿

Esta equação fornece, portanto, um fluxo térmico por unidade de área.

A taxa de transferência de calor por condução, 𝑞ሶ 𝑥 (W), através de uma
parede plana com área A será o produto:
𝑞ሶ 𝑥 = 𝑞𝑥" . 𝐴

Exemplo
A parede de um forno industrial é construída em tijolo refratário com 0,15 m
de espessura, cuja condutividade térmica é de 1,7 W/(mK). Medidas
efetuadas ao longo da operação em regime estacionário revelam
temperaturas de 1400 e 1150 K nas paredes interna e externa,
respectivamente. Qual é a taxa de calor perdida através de uma parede que
mede 0,5 m por 1,2 m?
SOLUÇÃO
Dados:
1. Condições em regime estacionário
2. Espessura = 0,15 m
3. Área = 0,5 m x 1,2 m
4. Condutividade térmica = 1,7 W/(mK)
5. Temperatura Interna = 1400 K
6. Temperatura Externa = 1150 K
Pede-se: A taxa de perda de calor 𝑞ሶ 𝑥

Exemplo
Esboço:
Considerações:
1. Regime estacionário
2. Condução unidimensional
3. Condutividade térmica constante

Exemplo
Como a transferência de calor através da parede é por condução, o
fluxo térmico pode ser obtido pela lei de Fourier:
∆𝑇 1150 − 1400
𝑞𝑥" = −𝑘 = −1,7 = 2833,33 𝑊ൗ 2
𝐿 0,15 𝑚
Com o fluxo térmico conhecido (e constante ao longo da parede) é
possível calcular a taxa de perda de calor:
𝑞ሶ 𝑥 = 𝑞𝑥" . 𝐴 = 2833,33.0,5.1,2 = 1700 𝑊
Nota: Importante considerar o sentido do fluxo térmico (em direção à

menor temperatura) e também verificar a diferença entre fluxo
térmico e taxa de transferência de calor

Equação de taxa de convecção de calor
A convecção tem dois mecanismos:

• Devido ao movimento molecular aleatório
(difusão)
• Devido ao movimento global ou
macroscópico de um fluido que é associado
ao fato de que, em um instante qualquer, um
grande número de moléculas está se
movendo de forma coletiva ou agregada.
O movimento, na presença de um gradiente de
temperatura, auxilia na transferência de calor. A
transferência total de calor é a superposição
dos efeitos.

O efeito de interesse é o da transferência

de calor devido ao movimento global, ou
seja, quando ocorre o contato de um fluido
em movimento e uma superfície desde que
os dois estejam em diferentes
temperaturas.

Um fluido escoa sobre uma superfície aquecida.

Nota-se o desenvolvimento de uma região no fluido, chamada de camada
limite hidrodinâmica (à esquerda).
A velocidade varia de zero (no contato com a superfície: “y=0”) e um
valor finito uꝏ, relacionado ao escoamento do fluido

Devido a diferença de temperatura entre o fluido e a superfície existe

também uma região no fluido, chamada de camada limite térmica (à
direita).
A temperatura variará de Ts (em y=0) até Tꝏ, associada à região do
escoamento.
Ela pode ser maior,

menor ou igual se
comparada à camada
limite hidrodinâmica.
Se Ts > Tꝏ, a
transferência ocorre
da superfície para o
fluido
Próximo à superfície há predominância de transferência de calor devido

ao movimento molecular (velocidades baixas)
Nas regiões mais afastadas o movimento global aparece e o fluido
aquecido é conduzido para fora da camada

Ela pode ser classificada de acordo com a natureza do escoamento:

• Convecção forçada quando o escoamento é causado por meios
externos como um ventilador, uma bomba etc...


• Convecção livre ou natural quando o escoamento é induzido por forças
de empuxo originadas por diferenças de densidades causadas pela
diferença de temperatura no fluido.
O ar mais quente em contato com os

componentes aquecidos é reduzido em sua
densidade e fica mais leve que o ar adjacente e
as forças de empuxo induzem o movimento
vertical e esse ar quente é substituído pelo ar
frio ambiente.


• Convecção mista – ocorre simultaneamente a convecção forçada e
livre.
Para o caso exemplificado, se as velocidades da convecção forçada forem baixas o

suficiente, um escoamento secundário, semelhante ao escoamento forçado pode ser
induzido e será perpendicular a este e poderia ter um efeito significativo na transferência
de calor.
Também ocorreria convecção mista se fosse colocado um ventilador com fluxo na
mesma direção do fluxo do empuxo, podendo ser no mesmo sentido ou sentido oposto.

A transferência de calor por convecção está associada à energia

sensível, ou energia térmica, do fluido.
Há casos em que ocorre também a troca de calor latente que,
normalmente, está associada à alteração de fase entre os estados líquido
e vapor do fluido.

Na figura da esquerda a ebulição da água no fundo forma bolhas de

vapor que provocam o movimento da água.
Já na figura da direita há condensação de vapor d’água devido ao

escoamento de água fria no interior do tubo.

A equação para o fluxo calor por convecção é:
𝑞 " = ℎ. 𝑇𝑆 − 𝑇∞
Esta expressão é conhecida como Lei de resfriamento de Newton e o

parâmetro h é chamado de coeficiente de transferência de calor por
convecção.
h depende das condições na camada limite (geometria da superfície),
pela natureza do escoamento e por uma série de propriedades
termodinâmicas e de transporte do fluido.

Pode-se notar que o fluxo de calor será positivo se for a partir da

superfície (TS > Tꝏ) e negativo se for para a superfície (TS < Tꝏ).
A tabela apresenta valores típicos do coeficiente de transferência de calor
por convecção:

Equação de taxa de radiação de calor
Qualquer matéria em qualquer estado (sólido, líquido ou gasoso) emite

energia quando está a uma temperatura não nula. Essa energia é a
radiação térmica. Ela é transportada por meio de ondas eletromagnéticas
(ou por fótons) e não necessita de meio físico para que ocorra.

A radiação que é emitida pela superfície tem sua origem na energia

térmica da matéria e a taxa de liberação da energia por unidade de área
é conhecida como poder emissivo (E) da superfície.
Há um limite para o poder emissivo que é determinado pela lei de Stefan-
Boltzmann:
𝐸𝑛 = 𝜎. 𝑇𝑆4

Na equação Ts é a temperatura absoluta da superfície (K) e σ é a

constante de Stefan-Boltzmann (5,67.10-8 W/(m2 K4 ))
Uma superfície como essa é conhecida como radiador ideal ou corpo
negro.
𝐸𝑛 = 𝜎. 𝑇𝑆4

Por isso qualquer superfície real terá um fluxo térmico emitido menor que
aquele emitido por um corpo negro à mesma temperatura. Pode-se,
portanto, definir a equação:
𝐸 = 𝜀𝜎𝑇𝑆4
• ε é uma propriedade radiante da superfície

conhecida por emissividade que possui
valores entre 0 e 1.
• Permite avaliar a eficiência de emissão de
energia
• Ela depende fortemente do material e do
acabamento da superfície.

A radiação pode também incidir sobre uma superfície a partir de uma

fonte (por exemplo o sol). Define-se por irradiação (G) a taxa na qual
todas as radiações incidem sobre uma unidade de área da superfície de
interesse conforme mostrado na figura.

Parte dessa energia pode ser absorvida pela superfície aumentando sua
energia térmica. A taxa de absorção da energia radiante pode ser
calculada por:
𝐺𝑎𝑏𝑠 = 𝛼𝐺
• α é outra propriedade radiante da

superfície conhecida por absorvidade que
possui valores entre 0 e 1.
• Permite avaliar a eficiência de absorção de
energia
• Depende da natureza da irradiação e da
superfície

Se a superfície é opaca, parte da irradiação é refletida. Se ela for

semitransparente poderá haver também porções de irradiação
transmitida.
𝐺𝑎𝑏𝑠 = 𝛼𝐺
• α é outra propriedade radiante da

superfície conhecida por absorvidade que
possui valores entre 0 e 1.
• Permite avaliar a eficiência de absorção de
energia
• Depende da natureza da irradiação e da
superfície

As radiações absorvida e emitida interferem na energia térmica da

matéria, mas as radiações refletida e transmitida não têm o mesmo
efeito.
Em muitos problemas de engenharia:
➢ Líquidos são considerados opacos

➢ Gases são transparentes
➢ Sólidos podem ser opacos (metais, por exemplo) ou
semitransparentes (alguns polímeros).

Um caso comum é o demonstrado na figura em que uma superfície

pequena a TS troca calor por radiação com outra superfície isotérmica
muito maior e que envolve completamente a primeira conforme mostrado
na figura.

Se a superfície a ser considerada possui ε=α, então o fluxo líquido de

calor por radiação saindo da superfície, expressa por unidade de área, é:
" 𝑞ሶ 4
𝑞𝑟𝑎𝑑 = = 𝜀𝐸𝑛 𝑇𝑆 − 𝛼𝐺 = 𝜀𝜎 𝑇𝑆4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧
𝐴

Muitas vezes é conveniente expressar a troca líquida de calor por

radiação por meio de uma equação na forma:
𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = ℎ𝑟 𝐴 𝑇𝑆 − 𝑇𝑣𝑖𝑧
Desta forma, obtém-se por meio das duas equações que o coeficiente de
transferência de calor por radiação hr é:
2
ℎ𝑟 = 𝜀𝜎 𝑇𝑆 + 𝑇𝑣𝑖𝑧 𝑇𝑆2 + 𝑇𝑣𝑖𝑧

A transferência de calor por radiação é calculada de forma similar à

transferência de calor por convecção onde depende de uma diferença de
temperatura ou invés de uma diferença de temperatura elevada à quarta
potência.
Vale salientar, entretanto que hr depende fortemente da temperatura

enquanto que o coeficiente de transferência de calor por convecção h
depende de forma fraca.
Se a superfície da figura anterior trocar calor simultaneamente por

convecção e radiação a taxa de transferência de calor saído da superfície
é dada por:
4
𝑞ሶ = 𝑞ሶ 𝑐𝑜𝑛𝑣 + 𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = ℎ𝐴 𝑇𝑆 − 𝑇∞ + 𝜀𝐴𝜎 𝑇𝑆4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧

Exemplo
Uma tubulação de vapor d’água sem isolamento térmico atravessa uma sala na qual o ar e as
paredes se encontram a 25°C. O diâmetro externo do tubo é de 70 mm, a temperatura de sua
superfície é de 200°C e esta superfície tem emissividade igual a 0,8. Quais são o poder emissivo da
superfície e a sua irradiação? Sendo o coeficiente associado à transferência de calor por convecção
natual da superfície para o ar de 15 W/m2K, qual é a taxa de calor perdida pela superfície por
unidade de comprimento do tubo?
SOLUÇÃO
Dados:
1. Tubo sem isolamento térmico
2. Diâmetro do tubo = 70 mm
3. Emissividade = 0,8
4. Ts (tubo) = 200 °C
5. Tꝏ (ar e sala) = 25°C
6. Coeficiente de convecção natural (h) = 15 W/m2K
Pede-se:
1. Poder emissivo (E) da superfície e irradiação (G)
2. A taxa de perda de calor por unidade de comprimento 𝑞/𝐿
ሶ

Exemplo
Esboço:
Considerações:
a) Regime estacionário
b) Troca de calor por irradiação de uma superfície pequena envolvida por
ambiente muito maior
c) Emissividade e absorvidade da superfície são iguais

Exemplo
1. .
A emissividade pode ser calculada por:
𝐸 = 𝜀𝜎𝑇𝑆4 = 0,8. 5,67. 10−8 200 + 273 4 = 2270,5 𝑊/𝑚2
A irradiação é:
4
G = 𝜎𝑇𝑣𝑖𝑧 = 5,67. 10−8 25 + 273 4
= 447,1 𝑊/𝑚2

Exemplo
2. .
A taxa de calor perdida pela tubulação se dá por convecção (contato
com o fluxo de ar) e por irradiação (com as paredes do ambiente):
4
𝑞ሶ = 𝑞ሶ 𝑐𝑜𝑛𝑣 + 𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = ℎ𝐴 𝑇𝑆 − 𝑇∞ + 𝜀𝐴𝜎 𝑇𝑆4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧
A área de troca é:
A = π𝐷𝐿 = 𝜋. 0,07. 𝐿
É possível utilizar a temperatura em °C
Assim: porque é uma diferença à potência “1”
𝑞ሶ = 15 π0,07𝐿 200 − 25 + 0,8 π0,07𝐿 5,67. 10−8 200 + 273 4

− 25 + 273 4
𝑞ሶ = 998,6 𝐿 𝑊
Já aqui deve-se usar a temperatura
absoluta (K)
Exemplo
2. .
Como o que se quer é a perda por unidade de comprimento, basta
dividir por L:
𝑞ሶ 998,6 𝐿
𝑞′ = = = 998,6 𝑊/𝑚
𝐿 𝐿
NOTA:
a) A taxa líquida de transferência de calor por radiação será:
𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = 𝐴 𝐸 − 𝛼𝐺 = 𝜋0,07 2270,5 − 0,8.447,1 = 420,7 𝑊/𝑚
b) Quando a temperatura TS for mais próximo de Tviz e o coeficiente de

convecção for um valor maior referente à convecção forçada,
normalmente é possível desprezar os efeitos da radiação.

Exemplo
2. .
Se for conveniente calcular o coeficiente de transferência de calor por
radiação, isto pode ser feito por meio da equação:
2
ℎ𝑟 = 𝜀𝜎 𝑇𝑆 + 𝑇𝑣𝑖𝑧 𝑇𝑆2 + 𝑇𝑣𝑖𝑧 = 0,8.5,67. 10−8 473 + 298 4732 + 2982
ℎ𝑟 = 10,93 W/𝑚2 𝐾

Relações com a termodinâmica

A termodinâmica permite determinar a quantidade de energia térmica
necessária para que um sistema passe de um estado de equilíbrio para
outro.
Portanto não há gradiente de temperatura no estudo da

termodinâmica e, assim, não é possível verificar os mecanismos que
viabilizam a transferência de calor e tampouco os métodos para cálculo
de suas taxas.
De qualquer forma, muitas vezes a primeira lei da termodinâmica

auxiliar na solução de problemas de transferência de calor.


Lembrando que a primeira lei da termodinâmica é uma lei de
conservação de energia, se for aplicada a um sistema fechado, ou seja
uma região de massa constante, a energia do sistema somente será
alterada se cruzar as fronteiras do sistema e pode ser:
• transferência de calor através da fronteira

• trabalho realizado pelo ou no sistema
𝑡𝑜𝑡 = 𝑄 − 𝑊
∆𝐸𝑎𝑐𝑢
𝑡𝑜𝑡
Onde ∆𝐸𝑎𝑐𝑢 é a variação de energia total acumulada no sistema, Q é o
calor líquido trocado e W é o trabalho líquido


Também pode ser aplicado a um volume de controle ou sistema
aberto, que é uma região do espaço delimitada por uma superfície de
controle onde a massa do sistema pode fluir. A massa que entra ou sai
do sistema carrega energia e portanto, pode alterar a energia do
sistema e adiciona uma terceira forma da energia a cruzar a fronteira.
∆𝐸𝑎𝑐𝑢 = 𝐸𝑒𝑛𝑡 − 𝐸𝑠𝑎𝑖
Assim a variação de energia poderá ser, além de troca de calor e

realização de trabalho, por meio do fluxo de massa.


A energia considerada é a energia total, ou seja, a soma das energias
mecânica (cinética e potencial) e interna.
A energia interna pode ser:

• Energia térmica
• Outras formas como energias química e nuclear.
Como a energia pode ser transformada de um tipo para outro, pode-se

dizer que há geração de energia dentro do volume de controle (por
exemplo reação química exotérmica) e a equação será:
∆𝐸𝑎𝑐𝑢 = 𝐸𝑒𝑛𝑡 − 𝐸𝑠𝑎𝑖 + 𝐸𝑔


Em qualquer instante a conservação de energia é verdadeira, então
pode-se usar taxas de energia:
𝑑𝐸𝑎𝑐𝑢
ሶ
𝐸𝑎𝑐𝑢 = = 𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 + 𝐸ሶ𝑔
𝑑𝑡
As energias podem ser divididas em:
• Cinética – relação com a velocidade
Energia • Potencial – relação com uma coordenada vertical
mecânica
• Parcela sensível – relação com movimentos atômicos

Energia • Parcela latente – relação com as forças intermoleculares
Interna • Parcela química – relação com as ligações atômicas
• Parcela nuclear – relação com às forças de ligação no núcleo


Na transferência de calor estuda-se as parcelas sensível e latente da
energia interna que, juntas, são chamadas de energia térmica.
Pode-se escrever a energia acumulada como sendo:
𝐸𝑎𝑐𝑢 = 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃 + 𝑈𝑡
Onde Ut = Usen + Ulat. Em muitos problemas a parte relevante da

energia será a sensível e, portanto:
𝐸𝑎𝑐𝑢 = 𝐸𝑠𝑒𝑛


Sempre que há informação de geração de energia, na verdade se fala
de conversão de energia química, elétrica, eletromagnética ou nuclear
em energia térmica e são incorporadas ao termo Eg da equação.
Os termos Eent e Esai são fenômenos de superfície, ou seja, estão

associados exclusivamente aos processos que ocorrem na superfície de
controle e podem ser: transferência de calor e interações de trabalho.
Se houver massa atravessando a fronteira, os termos de Eent e Esai
incluem também energias térmica e mecânica carregadas pela massa.


Considerando um escoamento com vazão mássica, tem-se a expressão
para a taxa de energia térmica e mecânica:
1 2
𝑚ሶ 𝑢𝑡 + 𝑣 + 𝑔𝑧 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑢𝑡 é 𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
2


Assim, a equação da variação da energia será:
1 2 1 2
𝑚ሶ 𝑢𝑡 + 𝑝V + 𝑣 + 𝑔𝑧 − 𝑚ሶ 𝑢𝑡 + 𝑝V + 𝑣 + 𝑔𝑧 + 𝑞ሶ − 𝑊ሶ = 0
2 𝑒𝑛𝑡
2 𝑠𝑎𝑖
Nesta expressão está considerado o trabalho de escoamento dado por

pV e o regime é estacionário, ou seja, 𝑑𝐸𝑎𝑐𝑢ൗ𝑑𝑡 = 0


É possível ainda substituir a energia térmica somada ao trabalho de
escoamento pela entalpia por unidade de massa, 𝑖 = 𝑢𝑡 + 𝑝𝑉
Na maior parte dos problemas é possível desprezar a variação de
energia térmica latente. Se o fluido for um gás ideal com calores
específicos constantes a diferença de entalpias pode ser representada
por:
𝑖𝑒𝑛𝑡 − 𝑖𝑠𝑎𝑖 = 𝑐𝑝 𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑠𝑎𝑖
Em que cp é o calor específico a pressão constante e Tent e Tsai são as

temperaturas de entrada e saída, respectivamente.


Se o fluido for um líquido incompressível, seus calores específicos a
pressão e volume constante são iguais (cp = cv = c) então a variação de
energia sensível por unidade de massa se reduz a:
𝑢𝑡𝑒𝑛𝑡 − 𝑢𝑡𝑠𝑎𝑖 = 𝑐 𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑠𝑎𝑖
Ainda pode-se afirmar que, para um líquido a diferença nos termos de

trabalho de escoamento é desprezível a menos que a queda de
pressão seja extremamente grande, ou seja:
𝑝𝑉𝑒𝑛𝑡 − 𝑝𝑉𝑠𝑎𝑖 ≅ 0


Com as considerações já feitas, há pelo menos quatro casos nos quais
considerações adicionais podem ser feitas para reduzir a equação à equação
simplificada da energia térmica para sistemas com escoamento em regime
estacionário:
𝑞ሶ = 𝑚𝑐
ሶ 𝑝 𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑠𝑎𝑖
Esta equação indica que, para as simplificações apresentadas, a taxa de

transferência de calor é igual à taxa líquida de saída de entalpia (energia térmica
mais trabalho de escoamento) para um gás ideal ou de saída de energia térmica
para um líquido incompressível.


Vale lembrar que a vazão mássica é dada por:
𝑚ሶ = 𝜌𝑣𝐴𝑠𝑡
Onde ρ é a massa específica do fluido e Ast é a área da seção transversal do canal

por onde o fluido escoa. Já a vazão volumétrica pode ser calculada como:
ሶ 𝑣𝐴𝑠𝑡 = 𝑚ሶ ൗ𝜌
∀=

Exemplo
Uma barra longa feita de material condutor, com diâmetro D e resistência
elétrica por unidade de comprimento R’e, encontra-se inicialmente em
equilíbrio térmico com o ar ambiente e sua vizinhança. Esse equilíbrio é
perturbado quando uma corrente elétrica I é passada através do bastão.
Desenvolva uma equação que possa ser usada para calcular a variação na
temperatura da barra em função do tempo durante a passagem da corrente.
SOLUÇÃO
Dados:
1. Temperatura da barra (T)
2. Diâmetro da barra (D)
3. Resistência elétrica por unidade de comprimento (R’e)
Pede-se:
1. Equação que representa a variação de T em função do tempo - T(t)
Exemplo
Esboço:
Considerações:
a) Em qualquer tempo t a temperatura é uniforme
b) Propriedades constantes (ρ, c, ε=α)
c) Troca de calor por radiação do tipo pequena superfície envolvida

Exemplo
A primeira lei da termodinâmica pode ser aplicada frequentemente
para determinar uma temperatura desconhecida. Há, neste caso,
transferência de calor por convecção e radiação, geração de energia
devido ao aquecimento elétrico resistivo e uma variação no acúmulo
de energia térmica. O volume de controle especificado tem
comprimento L e a primeira lei será aplicada para um instante de
tempo:
𝐸ሶ𝑔 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢
A energia gerada é dada por:
𝐸ሶ𝑔 = 𝐼 2 𝑅𝑒′ 𝐿

Exemplo
Como o calor gerado é uniforme dentro do volume pode ser expresso
em termos de taxa de geração de calor volumétrica 𝑞(W/mሶ 3) e a taxa
para todo o volume é 𝐸ሶ𝑔 = 𝑞𝑉,

ሶ onde 𝑞ሶ = 𝐼 2 𝑅𝑒′ / 𝜋𝐷2 /4 .
A saída de energia se dá por convecção e radiação líquida:
𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = ℎ 𝜋𝐷𝐿 𝑇 − 𝑇∞ + 𝜀𝜎 𝜋𝐷𝐿 𝑇 4 − 𝑇∞4
E a variação no acúmulo de energia é devida à variação de

temperatura:
𝑑𝑈𝑡 𝑑
𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢 = = 𝜌𝑉𝑐𝑇
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Exemplo
O termo 𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢 , está associado à taxa de variação da energia interna
térmica da barra onde ρ e c são a massa específica e o calor específico,
respectivamente, do material da barra e V é o volume ( 𝜋𝐷2 /4 L).
Substituindo-se as expressões:
𝜋𝐷2 𝑑𝑇
𝐼 2 𝑅𝑒′ 𝐿 − ℎ 𝜋𝐷𝐿 𝑇 − 𝑇∞ − 𝜀𝜎 𝜋𝐷𝐿 𝑇 4 − 𝑇∞4 = 𝜌𝑐 𝐿
4 𝑑𝑡
E, finalmente:
𝑑𝑇 𝐼 2 𝑅𝑒′ − ℎ 𝜋𝐷 𝑇 − 𝑇∞ − 𝜀𝜎 𝜋𝐷 𝑇 4 − 𝑇∞4
=
𝑑𝑡 𝜋𝐷2
𝜌𝑐
4
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Transferência de calor e massa – TCAE6

Prof. Angelo Reami Filho

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Comparação entre termodinâmica e

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Mas o que é transferência de calor?

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Profº Angelo Reami Filho Introdução à transferência de calor

Comparação entre termodinâmica e

• Sempre é necessário que se tenha alguma diferença de

• Como a energia está em trânsito, o tempo é uma variável no

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Comparação entre termodinâmica e

A energia térmica representa o efeito cumulativo das

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Comparação entre termodinâmica e

Modos de transferência de calor

A figura mostra os três modos de transferência de calor:

Profº Angelo Reami Filho Modos de transferência de calor

Modos de transferência de calor

A figura mostra os três modos de transferência de calor:

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Modos de transferência de calor

A figura mostra os três modos de transferência de calor:

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Equação de taxa de condução de calor

É importante definir as equações das taxas que indicam a

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Equação de taxa de condução de calor

Ao segurar a extremidade de uma

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Equação de taxa de condução de calor

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Equação de taxa de condução de calor

1. Com o movimento de translação linear aleatório

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Equação de taxa de condução de calor

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Equação de taxa de condução de calor

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Equação de taxa de condução de calor

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Equação de taxa de condução de calor

É possível quantificar a transferência de calor por meio de equações de

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Equação de taxa de condução de calor

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Equação de taxa de condução de calor

O parâmetro k é uma propriedade do transporte conhecida como

O sinal de menos aparece porque a transferência ocorre no sentido da

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Equação de taxa de condução de calor

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Equação de taxa de condução de calor

Esta equação fornece, portanto, um fluxo térmico por unidade de área.

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𝑞ሶ 𝑥 = 𝑞𝑥" . 𝐴 = 2833,33.0,5.1,2 = 1700 𝑊

Nota: Importante considerar o sentido do fluxo térmico (em direção à

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