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29/01/2014

Fundações Profundas
Capacidade de Carga de
Fundações Profundas

Professor: Magnos Baroni


Magnos.baroni@gmail.com

A figura ilustra definições dadas no quadro anterior, em relação ao


modo de trabalhar das estacas:

a) A capacidade resistente da estaca se


compõe de duas parcelas: atrito lateral e
de ponta;
b) A estaca é carregada na ponta,
trabalhando pois como pilar;
c) Ela resiste pelo atrito lateral: é a
estaca flutuante;
d) A estaca atravessa um terreno que se
adensa sob seu peso próprio, ou sob a
ação de uma camada de aterro
sobrejacente, produzindo o fenômeno do
atrito negativo, isto é, o solo em vez de
se opor ao afundamento da estaca,
contrariamente, vai pesar sobre ela
favorecendo assim a sua penetração no
solo.
Quanto a posição, as estacas
podem ser verticais e inclinadas
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MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS

Em 1975, surgiu o primeiro método estático semi-


empírico brasileiro para estimativa de transferência de
carga de estacas, de Aoki e Velloso (1975); Essa
sistemática passou a ser adotada nos projetos de estacas
no país, e logo foi incrementada com o desenvolvimento
de outros métodos também baseados praticamente no
mesmo esquema de transferência de carga indicado, ver
Figura e gráficos.
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• Nos primeiros metros a maior


capacidade de carga da estaca
se da pela resistência de ponta,
conforme a profundidade
Z (m) aumenta, a capacidade de
suporte devido ao atrito lateral
também aumenta.
• Em estacas muito compridas, a
resistência por atrito lateral pode
ser bem maior que a resistência
de ponta.
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Essencialmente, esses métodos estáticos semi-


empíricos brasileiros admitem que a carga de ruptura ou
capacidade de carga (QU) de uma estaca isolada é igual
à soma de duas parcelas: a parcela de carga resistida
pelo solo da ponta da estaca, denominada carga de
ponta ou de base (QP), e a parcela de carga resistida por
atrito lateral ao longo do fuste da estaca, denominada
carga de fuste ou atrito lateral (QL).

Atenção para a nomenclatura encontrada na literatura:


PU = QU = Capacidade de carga última
PB = QP = Capacidade de carga da base/ponta
PL = QL = Capacidade de carga do fuste

ou
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Tabela 2
Tabela 1

Tabela 2
Tabela 1

Recomendação: Usar valor de NSPT máximo de 50.


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Complemento da tabela 1 para outros tipos de estacas

Tabela 1
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No método semi-empírico de Décourt-Quaresma,


originalmente estabelecido para estacas de deslocamento,
os valores de qP e qLsão obtidos, em função dos valores de
N medidos no ensaio de SPT das sondagens à percussão.
Neste método, a tensão-limite média de atrito lateral
(qL) é obtida mediante a expressão:

Não se adotando no cálculo de NL (valor médio de N ao longo


do fuste), valores de N inferiores a 3, nem superiores a 50
(para estacas de deslocamento), e não se considerando os
valores de N que venham a ser utilizados na avaliação da
resistência de ponta unitária (Décourt, 1982).

Por sua vez, a resistência de ponta unitária qp é


estimada através da seguinte correlação:

em que K é função do tipo de solo (Tabela 3) e


Np, é igual a média dos três valores de Nspt medidos na
ponta da estaca e imediatamente acima e abaixo.
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Tabela 3 – Parâmetro K, método de Décort e Quaresma

Em 1996, Décourt introduziu, na fórmula de capacidade de


carga (QU), os coeficientes de ponderação α e β (Tabela 4) para a
reação unitária de ponta (qp) e a reação unitária de atrito lateral
(ql), respectivamente, de modo a permitir estender o método de
cálculo original (desenvolvido para estacas de deslocamento) a
outros tipos de estacas.

Resist. Ponta Resist. Atrito lateral

Em kN/m2

Usar K em KPa

onde:
- α e β = coeficientes de ponderação;
- Ap = área da seção transversal na zona da ponta da estaca;
- U = perímetro da seção transversal do fuste;
- L = comprimento da estaca (em geral utilizar 1.00m);
- K = função do tipo de solo;
- Np = média dos três valores de N medidos na ponta da estaca e
imediatamente acima e abaixo;
- Nl = valor de Nspt na profundidade considerada.
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Tabela 4 – Parâmetro α e β

Nota: Segundo os autores, com exceção das duas


primeiras colunas de α e a primeira coluna de β, os valores
são apenas orientativos devido ao reduzido número de
dados disponíveis.

ESTACAS PRÉ-MOLDADAS UTILIZA FÓRMULA SEM α e β


POIS, O MÉTODO FOI DESENVOLVIDO PARA ESSE TIPO DE
ESTACA.

Os autores propõem a utilização de


coeficientes de segurança parciais, aplicando para a
parcela de resistência de ponta (FS)p=4 e para a de
atrito lateral (FS)l=1,3.

Assim, a carga admissível da estaca fica


sendo:

Qadm = Ql,ult / 1.3 + Qp,ult / 4


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4,00m

Exemplo:
Calcular com base no
perfil ao lado e nos
métodos de Aoki e
Veloso e Decort e
Quaresma, a
capacidade de carga
de uma estaca
escavada rotativa de
φ=40cm na prof. de
18m.
A cota de implantação
da edificação é
-2,00m.

MÉTODO BRASILEIROS ESPECÍFICOS PARA


ESTACAS TIPO RAIZ

Apresentam-se, a seguir, método aferido com


inúmeras provas de carga em solos brasileiros e
amplamente utilizado em projetos.
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MÉTODO BRASFOND (1991)

No método proposto pela BRASFOND, os


valores de qp e ql são obtidos mediante as seguintes
expressões:

em que: Np é a média dos N do ensaio SPT


medidos na cota de apoio da estaca e imediatamente
acima e abaixo, Nl o valor médio dos NSPT ao longo da
estaca, devendo os valores de N>40 serem tomados
como iguais a 40, tanto no caso da resistência de ponta
como na de fuste, e os valores de α são iguais aos
indicados na Tabela.

Tabela 5 – Parâmetro α método Brasfond – estacas Raiz


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Ver livros:

• Fundações Profundas, Dirceu Alencar Velloso e


Francisco Resende Lopes, Editora Oficina de textos;
• Fundações, Teoria e Prática, ABMS/ABFE,
editora PINI;
• NBR/6122/2010: Projeto e Execução de
Fundações.

Visitar sites:

• www.insitu.com.br
• www.brasfond.com.br
• www.fundesp.com.br
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CONTROLE DAS ESTACAS CRAVADAS

O controle de campo da capacidade de carga das


estacas cravadas por percussão pode ser feito por u ou mais
dos seguintes procedimentos: nega e gráficos de cravação, e
provas de carga dinâmicas e estáticas.
A utilização da nega e gráfico de cravação é uma
tradição mantida até hoje, apesar do avanço de outros
métodos mais confiáveis, que apresentam menor dispersão.
Apesar das críticas às fórmulas dinâmicas baseadas na nega,
elas têm aplicação no controle da uniformidade do
estaqueamento, quando na cravação se usam negas
aproximadamente iguais para as estacas com carga e
comprimento de mesma ordem de grandeza.

EM GERAL NEGA É UMA SÉRIE DE 10 GOLPES COM


ALTURA DE QUEDA DE 1,00 m DO PILÃO
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