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A grande vantagem das estacas cravadas (pré-fabricadas) com relação as moldadas no

terreno (escavadas), está na boa qualidade do concreto, e no fato de que agentes


agressivos eventualmente encontrados no solo não terão nenhuma ação na pega e cura do
concreto. Outra vantagem é a segurança que oferecem na passagem através de camadas
muito moles.

Além disso, as estacas pré-fabricadas ou cravadas por percussão, são cravadas até
obtenção de negas e repiques adequados à carga necessária.

Uma vez que o bate-estacas está na obra é bastante facilitada a execução de ensaios de
carregamento dinâmico, os quais oferecem a capacidade de carga e confirmam a nega e
repique a serem usados permitindo uma obra que atende às necessidades de suas
solicitações.

Fabricantes tradicionais podem garantir elevada resistência na flexão composta, na tração


decorrente da cravação, na flexão transitória (daí, projeto mais econômico para uma dada
carga axial e um dado momento fletor).

Isso permite maior capacidade na manipulação e cravação e menor fissuração (daí maior
durabilidade)

Além disso têm capacidade de suportar forças de tração elevadas (como ancoragens, para
suportar subpressão ou em delfins portuários, proteção de pilares de ponte etc.).

Conforme publicado por Velloso e Lopes, as estacas de concreto cravadas com controles
rigorosos de fabricação podem chegar a tensão de trabalho de 14 Mpa, desde que não
ultrapasse a compressão admissível. (Normalmente chega-se a tensão máxima de trabalho
igual a 10 MPa.

Para utilização dessas tensões devem ser efetuados ensaios de carregamento dinâmico, ou
prova de carga estática.

As estacas possuem anéis metálicos solidarizados quando da concretagem juntamente aos


topos de cada peça.

Os anéis além de proporcionarem a cravação das estacas com comprimentos ilimitados,


ainda garantem o bom desempenho delas durante a cravação, em vista da absorção das
tensões decorrentes dos impactos dos martelos que os cravam.

Capacidade das Estacas


A resistência das estacas às cargas resultantes do calculo estrutural é determinada por
meio de resistência lateral e resistência de ponta (R total = R ponta + R lateral), sendo
basicamente, os mesmos cálculos com uso de SPT, para estacas moldadas in loco
(Escavadas).

Existem diversos métodos para o cálculo da carga admissível da estaca. Os mais precisos
e usuais são: Aoki-Velloso e Décourt-Quaresma.

Neste trabalho apresentamos os dois dos métodos mais utilizados.


Método de Decourt Quaresma

Esse método, tomando por base os resultados de ensaios SPT estima a resistência lateral
e a resistência de ponta de determinada estaca.

Cálculo da resistência decorrente do atrito lateral Rʵ

RL = p ₓ L ₓ q₁ , onde

P= perímetro da estaca em metros

L = comprimento do fuste da estaca em metros

q₁ = adesão média ao longo do fuste da estaca media em tf / m²

q₁ = N/3 +1 onde N é o número de golpes médios ao longo do fuste, desprezando – se


os SPT’S da ponta e o anterior.

Para valores de sondagem a percussão (N) menores ou igual a três, adotar N=3 e para
valores N ≥ 50 adotar N = 50

Rp = Ap ₓ Np ₓ k

Ap = área de ponta da estaca em m²

Np = média aritmética entre os SPT’S da ponta, anterior e posterior

K = fator característico do solo em tf / m² conforme tabela abaixo:

Capacidade de Carga Admissível

Rad = RL/1,3 + Rp/4

Vale salientar que para estacas moldadas “in loco” devem ser usados coeficientes de
minoração para RL e Rp
Método AOKI e Velloso

Este método estima a resistência lateral e a resistência de ponta tomando por base o
resultado do ensaio CPT (deep souding)

Para utilizar índices SPT

qc = k ₓ SPT

k = coeficiente que depende do solo conforme tabela 1 em kN/m²

A resistência lateral é então calculada:

RL₁ = Resistencia lateral da camada

Alfa = razão de atrito que depende do tipo de solo

K = coeficiente que depende do tipo do solo conforme tabela 1 em kN/m²

NL = índice de resistência à penetração média da camada (SPT excluindo o da ponta)

P = perímetro da estaca em metros

Delta L = espessura da camada em estudo (metros)

F₂ = fator de correção para resistência lateral conforme tabela 2

Observa-se que deve ser feito o cálculo da resistência lateral para cada tipo de solo.

A resistência de ponta é calculada:

Onde

K = coeficiente que depende do tipo de solo conforme tabela 1

Np = índice de resistência à penetração (SPT) da ponta da estaca

Ap = área de ponta da estaca

F₁ = fator da correção para resistência de ponta conforme tabela 2

Carga Admissível = (RL + Rp) /2


Exemplo de utilização

Considere a sondagem:
1 – Cálculo da capacidade de carga pelo método de Decourt e Quaresma
2 - Cálculo da capacidade de carga pelo método Aoki e Velloso

Neste método como a resistência lateral depende do tipo do solo temos que calcular a
mesma para cada tipo, assim:

• solo de areia siltosa – camada 1


• solo silte arenoso- camada 2

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