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ASFALTO-BORRACHA: É REALMENTE VANTAJOSO?

RESUMO

Kaique Andreotti1
Karine Bassanesi2

A pergunta central deste artigo é: o asfalto-borracha é realmente vantajoso para as vias


brasileiras? O objetivo é averiguar os tipos de pavimentos e suas variações e verificar se o
asfalto borracha realmente é vantajoso para ser utilizado nas rodovias do país, e qual o tipo mais
adequado. A pesquisa foi desenvolvida de forma bibliográfica, e foi dividida em três partes
principais: na primeira são estudados os tipos de pavimento e como são produzidos e aplicados,
a segunda parte apresenta os principais tipos de pavimentos que são usados no Brasil e no
mundo, verificando quais trouxeram resultados positivos no aspecto durabilidade-econômica.
Na terceira parte são apresentados os asfaltos desenvolvidos recentemente, que são
tecnológicos, benéficos ao meio ambiente e que já estão sendo utilizados. Existem dois tipos de
pavimentos que são: o rígido e o flexível. No pavimento rígido, leva concreto resistente e barras
de aço. Já o pavimento flexível, é composto por ligantes asfálticos, atualmente é o pavimento
mais utilizado em vários países, incluindo o Brasil. Além desses principais tipos, no país, alguns
outros tipos estão ganhando espaço, um deles é o asfalto-borracha, que é produzido com
fragmentos de pneus descartados. A borracha presenta na composição fornecem flexibilidade e
durabilidade, sendo assim, seu desgaste é menor e o aparecimento de rachaduras é praticamente
inexistente, além de seu custo ser menor, em relação aos outros tipos conhecidos. Assim, pode
se concluir, que o asfalto-borracha seria o tipo com maior número de vantagens para o Brasil,
se tratando do quesito durabilidade-econômica. Por utilizar pneus usados em sua composição,
contribui para sua reciclagem, dando um fim útil, evitando o descarte inapropriado. Em
contrapartida são fornecidas aderência resistência ao pavimento produzido.
Palavras-chave: Pavimentação, Betume, Estradas.

1Kaique Fernando Ramos Andreotti; Graduando do 10º semestre do curso de Engenharia Civil Faculdade de
Ciências Sociais do Vale do São Lourenço

2 Karine Graziele Bassanesi; Graduanda do 10º semestre do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências
Sociais do Vale do São Lourenço
INTRODUÇÃO

Investigar qual tipo de pavimento é mais adequado e que apresenta mais vantagens para
os tipos de estradas e rodovias brasileiras. É de grande relevância, contudo é interessante
conhecer os tipos de pavimento, os materiais utilizados e as tecnologias existentes nessa área,
para saber quais são suas vantagens e desvantagens. A presente pesquisa é interessante tanto
para os usuários das vias terrestres brasileiras, a população em geral e para engenheiros e
trabalhadores da área de pavimentação. A pesquisa se desenvolveu em três partes. No primeiro
momento apresenta os tipos de pavimento existentes, sua composição, tecnologias usadas na
sua construção e dentre esses, qual é o mais usado em países do mundo todo. Na segunda parte
descreve-se o pavimento mais recorrente no mundo, sua formulação e o mais utilizado no
Brasil. No terceiro momento e por último, fala-se um pouco de estudos realizados para
desenvolver rodovias tecnológicas, que sejam benéficas para o meio ambiente. Com essa
estrutura a pesquisa atinge os objetivos e responde sua problemática, portanto adentra-se seguir
no desenvolvimento conhecendo os tipos de pavimento, suas tecnologias e composições.

METODOLOGIA

Na elaboração deste trabalho utilizamos a pesquisa bibliográfica, com base em livros e


artigos científicos sobre o tema apresentado. Selecionamos o material utilizado no estudo por
meio da leitura analítica, para aprender e compreender melhor a respeito do assunto abordado.

Através da internet encontramos os artigos e livros estudados para a elaboração do


trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A finalidade de uma rodovia é prover um meio seguro, confortável e econômico para o


transporte de pessoas e mercadorias.

Existem, basicamente, dois tipos de pavimentos no mundo: o rígido e o flexível. O


pavimento rígido é feito a partir do concreto de betume com utilização de barras de ferro. Já o
pavimento flexível é composto com materiais e ligantes asfálticos, podendo ser adaptado muito
facilmente com a utilização de diversos materiais, (ARAÚJO, 2016).

O asfalto é um produto obtido através da destilação do petróleo sendo uma de suas


frações mais pesadas com um ponto de ebulição de 600°C. Isso significa que ele é obtido bem
mais perto da base da torre de destilação. Ele também pode ser extraído direto da natureza,
antigamente era obtido dessa forma. Nessa época poderia ser chamado de betume e era utilizado
para evitar vazamentos de água e até mesmo na preparação de múmias. A palavra egípcia que
dava nome as múmias, poderia ser traduzida diretamente para betume, (JUNIOR, 2016).

Há uma grande variedade de asfaltos de pavimento flexível e cada um é obtido a partir


da mistura de diversos materiais derivados do petróleo. Os diferentes tipos de asfalto e as
composições de seus componentes, são escolhidos de acordo com as necessidades do solo que
será asfaltado. Por exemplo, uma rodovia que suporta o transporte de caminhões de grande
porte, tem a necessidade de um asfalto mais resistente do que das vias de carros de passeio.
Uma maneira de generalizar a produção do asfalto é que, o betume é misturado à areia, pó de
pedra e gravilha a 200°C. É essa mistura que vemos sendo derramada nas vias e assentadas por
compressores quando estão recebendo o pavimento. A sua distribuição é regulamentada pela
ABEDA – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto, (JUNIOR, 2016).

A construção e manutenção dos pavimentos depende da utilização de materiais, mão de


obra e equipamentos de excelente qualidade para que tenham uma maior durabilidade. Dos dois
tipos de pavimentos tradicionais, o mais utilizado em países do mundo todo é o flexível. No
Brasil, mais de 95% das rodovias são de material asfáltico. Isso se dá por ser um pavimento que
permite a utilização de diversos materiais agregados e por ser cerca de 30% mais barato do que
o pavimento rígido em relação a materiais e mão de obra. Já em referência à manutenção, o
pavimento rígido gera menos despesas, pois necessita de pouca manutenção e com menos
frequência, ao contrário do pavimento flexível, (ARAÚJO,2016).

O asfalto frio é uma variação do pavimento flexível que já é muito difundido nos
Estados Unidos e em vários países da Europa. Também vem sendo usado no Brasil, pois é um
pavimento prático e eficiente no reparo de buracos e imperfeições. Esse tipo de revestimento
oferece uma infinidade de vantagens que sem dúvida alguma só tem a agregar na construção de
uma rodovia ou na reforma do pavimento de uma rua por exemplo, (JUNIOR, 2016).

Em alguns países, como a Alemanha, são usadas técnicas e equipamentos modernos na


construção do asfalto, como o Alimentador de Asfalto e o Sistema de Nivelamento Eletrônico
por Sensor Ultrassônico, (GEWEHR, 2013).

O Alimentador de Asfalto é um equipamento bastante importante para uma


pavimentação de qualidade em obras rodoviárias de maior porte, como uma duplicação de
rodovia. O alimentador recebe o concreto asfáltico descarregado pelo caminhão e o transfere
para a vibro acabadora de asfalto. As principais funções do alimentador é manter uma constante
alimentação do asfalto e evitar choques do caminhão com a vibro acabadora, estes que acabam
danificando equipamento e provocando erros de execução na pavimentação. Um silo de maior
capacidade pode receber toda a descarga de um caminhão. Já a vibro acabadora não possui
espaço físico para tal, assim o caminhão acaba basculhando aos poucos o material para a
máquina, (GEWEHR, 2013).

O Sistema de Nivelamento por Sensor Ultrassônico é um sistema bastante simples no


painel do sistema de nivelamento, é selecionado o caimento ou a porcentagem de inclinação
que a mesa compactadora deve seguir durante a pavimentação. O sensor ultrassônico apresenta
como vantagem em relação aos sistemas de nivelamento mecânico por esqui, assim não sofre
atrito, portanto, aumenta a vida útil do asfalto, (GEWEHR, 2013).

Existem alguns tipos de superfícies terrestres diferentes das comuns e elas precisam de
um tipo de asfalto mais adequado. Vias terrestres por onde passam geralmente veículos pesados
necessitam de um revestimento mais forte. Neste tipo de construção geralmente são utilizados
o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo), ADP (Asfalto Diluído de Petróleo) e a Emulsão
Asfáltica. Nas cidades, como não circulam muitos veículos pesados, as ruas são pavimentadas
com um tipo mais comum de asfalto, por não demandar uma resistência maior, (JUNIOR,
2016).

No Brasil as rodovias, em geral, apresentam muitos defeitos e imperfeições. Isso se dá


em razão da pouca qualidade dos materiais e da construção do asfalto. Para ter uma longa vida
útil é necessário um subleito bem feito. O subleito é a "fundação" do asfalto. Se não for bem
feito, facilita a entrada de água das chuvas, o que resulta na formação de buracos, (BERNUCCI;
CERATTI; MOTTA; SOARES, 2008).

Outro problema recorrente é a deformação do pavimento. A deformação surge pelo


excesso de peso que as rodovias são submetidas diariamente, e pelo aquecimento excessivo em
dias de sol. Nos EUA, o principal problema dos asfaltos é o frio. As baixas temperaturas causam
rachaduras na pista. O país vem buscando a solução desse problema, mas ainda não há um
resultado preciso, (GONÇALVES, 1999).

Além dos pavimentos tradicionais, outras formas asfálticas vêm ganhando força
atualmente, é o caso do asfalto borracha. Em sua composição existe pedaços de pneus velhos
reciclados, contribuindo assim para o meio ambiente. A formulas estruturais da borracha faz
com que o pavimento fique flexível e não desgasta tão facilmente, durando mais tempo que o
tradicional. Sendo assim seu custo é mais baixo pois o material utilizado é obtido através da
reciclagem, (JUNIOR, 2015).

No Brasil, foi-se estudada uma possibilidade de melhorar os revestimentos asfálticos


com a adição de borracha ao ligante. Em 1960 Charles McDonald, através de pesquisas
determinou que pneus triturados proporcionariam maior flexibilidade no asfalto, então com
muitos estudos, McDonald chegou ao asfalto-borracha, (ODA; HERRMANN; EDEL, 2005).

No brasil tinha se um problema muito grande com a poluição dos pneus no meio
ambiente. Também não existia um lugar específico para esse material ser depositado, então,
acabavam descartando em aterros lagos e rios, prejudicando, assim, a natureza. Hoje ele e visto
como uma forma de renda para pessoas que recolhem e repassam para as indústrias, que o
trituram, transformado em pó. A química que contém nesses pneus é avançadíssima, com
estimativa que dure cerca de 600 anos na natureza. Assim, misturando o pó do pneu no asfalto,
faz com que aumente muito sua durabilidade e resistência, (MAZZONETTO, 2011).

Em suas vantagens, é flexível, mais do que o convencional, tem sua durabilidade mais
longa por conter a resistência da borracha do pneu, nas curvas ela não deixa acumular a agua
evitando, assim, a aquaplanagem. Pode-se dizer que uma pista com asfalto-borracha
proporciona maior conforto, economia e segurança aos usuários, além do desempenho e da
durabilidade serem superiores aos de uma pista construída com asfalto convencional, (ODA;
HERRMANN; EDEL, 2005).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as pesquisas, conclui-se que é realmente vantajoso para as vias terrestres
brasileiras no aspecto econômico-durabilidade utilizar o pavimento de borracha, pois o custo
benefício dele é bem melhor que dentre os citados anteriormente.

Esse pavimento tem compostos ligantes que fazem com ele dure cerca de 25 anos
enquanto o pavimento tradicional que é o flexível dura cerca de 8 anos. O custo do pavimento
borracha é inferior, em relação ao pavimento flexível tradicional, devido aos seus compostos
ligantes serem reciclados, e as fissuras causadas pelo sobrepeso e tempestades climáticas, são
quase nulas devido aos ligantes de borracha que impedem a entrada de água no seu subleito e
aguentam toda a carga excessiva sobre ele.
O asfalto de borracha é um pavimento muito seguro, pois a borracha cria uma aderência
muito grande com os pneus do carro tornando, assim, a derrapagem ou capotamento quase
impossível.

Sendo assim o pavimento de borracha é apropriado para as vias terrestres brasileiras,


pois ele não ocasiona muitos buracos e sua vida útil é muito maior, tornando-se o vencedor no
aspecto durabilidade-econômica e respondendo satisfatoriamente ao problema proposto pelas
pesquisas.

REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Marcelo Almeida; CRUZ, Zoraide Vieira; PINHEIRO, Heunbner Pereira;
SANTOS, Martha Jussara Paixão; et al Análise Comparativa de Métodos de Pavimentação –
Pavimento Rígido (concreto) x Flexível (asfalto). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo
Do Conhecimento, ANO 1. VOL. 10, Pp. 187-196. Novembro de 2016 – ISSN.2448-0959.
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/metodos-de-
pavimentacao . Acesso em: 09 de outubro, 2021.
BERNUCCI, Liedi Beriani; BERTOLLO, Sandra A. Margarido; FERNANDES, José Leomar
Júnio; MOURA, Edson. Avaliação Laboratorial de Mistura Asfáltica Densa Modificada com
Adição de Borracha. Revista TRANSPORTES. V. 10, N. 1, 2002. Disponível em:
https://revistatransportes.org.br/anpet/article/view/163/145 . Acesso em: 12 de outubro, 2021.
EDEL, Guilherme; NASCIMENTO, Luiz Alberto Herrmann; ODA, Sandra. Aplicação de
asfalto-borracha na Bahia. 3°Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás- PETROBRÁS.
Salvador: 2005. Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=8&cad=rja&uact=
8&ved=0ahUKEwjUuKXOnf3WAhVNmJAKHfzfDl0QFghpMAc&url=http%3A%2F%2Fw
ww.portalabpg.org.br%2FPDPetro%2F3%2Ftrabalhos%2FIBP0672_05.pdf&usg=AOvVaw0
x7-HLLzwD_FK3f9g84_E0 . Acesso em: 09 de outubro, 2021.
GEWEHR, Juliano (2013). Comparativo: obras na Alemanha e no Brasil. Asfalto de Qualidade.
Disponível em: http://asfaltodequalidade.blogspot.com.br/2013/06/1-comparativo-obras-na-
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GONÇALVES, F. J. P (1999) O desempenho dos pavimentos flexíveis. Seminário II de
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GIULIO, Gabriela. Vantagens ambientais e econômicas no uso de borracha em asfalto.
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RIBEIRO, Thiago Pinheiro. Estudo Descritivo das Principais Patologias em Pavimento
Flexível. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 04. Ano 02, Vol.
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