Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
ARTIGO ORIGINAL
SOUZA, Iago Nascimento Ribeiro Teixeira de. MATA, Mauro Sérgio Santos
da. GUEDES, Rudgero Oliveira. Análise da utilização do asfalto borracha na
pavimentação como uma solução técnica e sustentável. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 12, Vol. 04, pp. 05-19.
Dezembro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
RESUMO
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
1. INTRODUÇÃO
Em outras palavras, é por meio do meio ambiente que podemos encontrar tudo o que
é necessário para a nossa sobrevivência. E, por haver uma importância tão
significativa, a preocupação com a sua conservação é imprescindível, principalmente
em uma sociedade que adota o descarte lixo em locais incorretos, prejudicando assim
tanto a fauna como a flora em toda sua circunscrição.
Um dos materiais que vem sendo, não só produzido em grandes quantidades, mas
também eliminado incorretamente, são os pneus (MARGULIS, 1990). Segundo
Martins (2015), o Brasil possui cerca de 2,3 veículos por habitante, ocupando de certo
modo a sétima colocação mundial na fabricação de pneus de carros de passeio e a
quinta colocação na fabricação de pneus para caminhões, ônibus e camionetes. Como
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
o consumo deste material não é consciente, o seu rejeite no meio ambiente se torna
um hábito comum, gerando uma série de consequências negativas, sendo as
principais: poluição do solo e contaminação de áreas; eliminação de gases tóxicos; e
disseminação de diversas doenças, entre elas a dengue, malária e febre amarela.
Assim, surge o asfalto-borracha, que nada mais é do que a reutilização de pneus sem
serventia na construção de concreto asfáltico. Tchobanoglous et al. (1993) declara
que, “Apesar de ser um processo mais caro em relação ao convencional, o asfalto
borracha apresenta como característica o aumento da durabilidade e flexibilidade do
produto final, contribuindo assim com a redução dos custos de manutenções
periódicas”.
Neste contexto, esta pesquisa tem como questionamento: a inserção deste tipo de
artifício é capaz de ocasionar redução dos índices de poluição do meio ambiente?
O objetivo desta pesquisa é realizar uma análise comparativa acerca das estradas
pavimentadas com asfalto tradicional em relação ao de borracha, apresentando assim
os pontos positivos, bem como os negativos visualizados até então.
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sabe-se que os pneus são artefatos primordiais, capazes de garantir a segurança dos
usuários, todavia, quando não são mais úteis, os mesmos são, conforme Cury et al.
(2015), eliminados, ou mesmo, em alguns poucos casos, reutilizados. Quando
abandonados ou armazenados em locais irregulares, como riachos, lagos, rios ou
valas de drenagem, podemos constatar que a ocorrência de uma inundação é
altamente viável, ocasionando assim alagamentos nas zonas urbanas e,
consequentemente, a disseminação de diversas patologias.
A Resolução CONAMA 416/09 informa, no art. 15, que a destinação final de pneus no
meio ambiente é claramente proibida, principalmente em corpos d'água, terrenos
baldios e aterros sanitários. Em outras palavras, trata-se de resíduos difíceis de
manusear, por isso a sociedade deve pensar em um modo de eliminá-los
corretamente (ALVES et al., 2015).
Souza (2020) corrobora que, a queima de pneus também retrata uma ameaça ao solo
e as águas subterrâneas, pois os produtos químicos, tóxicos e metais pesados soltos
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
durante a combustão podem durar anos no meio ambiente. Em decorrência deste ato,
animais podem adoecer, bem como os humanos, devido a ingestão ou mesmo
inalação destes produtos.
Além de causar transtornos físicos e ambientais, Cury et al. (2015) declara que a
presença destes materiais em locais inadequados gera gastos desnecessários a
Administração Pública, que precisa investir em equipamentos capazes de retirar estes
entulhos das vias públicas, além de precisar suster os serviços de saúde para lidar
com o tratamento de patologias advindas destas ações. Ou seja, os malefícios são
extremamente dolosos a sociedade em geral, portanto, precisa-se intervir o quanto
antes, evitando assim o agravamento desta problemática em larga escala.
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
O Pavimento semirrígido, segundo Neves (2004), possui uma espessura que gira em
torno de 20 a 50 cm, sendo formado pela camada superior de massa asfáltica (Figura
03). Este tipo de estrutura é altamente resistente ao desgaste, devido a presença de
materiais granulares. Silva e Carneiro (2014) informam que este modelo tem sido
aplicado nos corredores de ônibus mais modernos e que seus custos de manutenção
e implantação são inferiores aos de pavimentos rígidos.
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Segundo Bertollo et al. (2000), a história do pneu é bem interessante, pois aconteceu
de forma acidental, por Charles Goodtyer, em 1841. Este indivíduo não só entendeu,
mas também registrou o processo de vulcanização da borracha. Como consequência,
Charles, juntamente com Paul Litchfield, que é projetista de pneu, fizeram com que a
marca Goodtyer chegasse à liderança em 1917, se tornando o maior fabricante de
pneu no mundo. De antemão, o pneu de borracha substituiu as rodas de madeira e
de ferro usadas em carroças e carruagens que, além de serem mais confortáveis, são
mais resistentes.
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
O autor supracitado informa ainda em suas análises que esta metodologia foi adotada
no Brasil em 2001, na rodovia BR-116, estado do Rio Grande do Sul, trecho Guaíba
Camaquã, sendo a pioneira no assunto, mas sabe-se que, devido à falta de
investimentos, esta proposta ainda não se tornou uma realidade no território nacional.
Bertollo et al. (2000) declara que os custos deste processo ainda são elevados em
relação ao asfalto convencional, mas quando existe uma análise mais sucinta em
relação a qualidade, durabilidade e custo, verifica-se que o asfalto borracha é uma
alternativa muito mais viável, principalmente no que tange a reciclagem dos pneus
descartados nas vias públicas, sendo esta uma solução mais interessante quanto a
proteção do meio ambiente.
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
3. METODOLOGIA
Procurando facilitar a interpretação e análise por parte do leitor, este trabalho foi
dividido em capítulos, sendo o capítulo 1 destinado à introdução, o 2 a fundamentação
teórica, 3 a metodologia, 4 as análises e discussões, 5 conclusões e, por fim as
referências. É válido ressaltar que o capítulo 2 foi constituído por seções secundárias,
onde foi descrita de forma sucinta a respeito do pneu e o meio ambiente, os tipos de
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com Bertollo et al. (2000), uma rodovia não é planejada para manter-se por
60 anos, pois o asfalto tem uma vida útil definida, que gira em torno de 15 anos.
Todavia, quando a borracha é aplicada adequadamente na composição do pavimento,
o asfalto pode resistir por 30 a 40 anos ou mais, sem maiores problemas.
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Sampaio (2005) afirma que, embora o asfalto borracha seja um meio sustentável, se
comparado ao asfalto tradicional, à pavimentação por meio deste componente
apresenta as seguintes vantagens: maior viscosidade e rigidez às mudanças
climáticas; vida útil superior; elasticidade mais elevada; emprego de linhas com
espaçamento maiores (dispensando o agregado médio); significativa aderência entre
os agregados; reforço na impermeabilização; e um maior ajuntamento entre asfalto e
pneu, reduzindo assim os riscos de acidentes em larga escala.
Embora o asfalto borracha seja um meio renovável, ele também possui algumas
desvantagens. Um dos problemas verificados é a poluição atmosférica, já que os
componentes do asfalto borracha requerem uma temperatura mais elevada para a sua
confecção, o que majora a liberação de componentes poluidores, se comparado com
o asfalto convencional, que requer uma temperatura mais amena (SPECHT, 2004).
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Outro fator a ser citado são as despesas. De uma forma mais específica, o asfalto
borracha custa em média 20% a mais em comparação ao comum. Di Giulio (2004)
citou em suas análises que o custo médio do asfalto borracha é de 118 mil reais,
enquanto o do asfalto tradicional gira em torno de 89 mil reais. (DI GIULIO, 2004).
De acordo com Bertollo e Fernandes (2002), existem ainda alguns obstáculos a serem
avaliados quanto a construção de pavimentos com asfalto borracha, sendo eles:
necessidade de ferramentas específicas, tipo da granulometria dos agregados
pétreos, falta de sistematização de critérios de dosagem, importe da borracha moída
e a utilização de uma metodologia padronizada. Esses problemas se encontram
presentes tanto no método seco quanto no úmido.
5. CONCLUSÃO
Quanto aos objetivos elencados, todos foram alcançados, tendo como principal
dificuldade, o número reduzido de publicações a respeito, principalmente no que tange
a presença de livros. Em relação a pergunta central da pesquisa, isto é, se a inserção
deste tipo de artifício é capaz de ocasionar realmente uma redução dos índices de
poluição do meio ambiente, chegou-se à conclusão de que sim, todavia, a poluição
atmosférica ainda é uma realidade, devido a queima do material.
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Diante disso, conclui-se que, mesmo havendo estudos a respeito, o país ainda precisa
investir na implementação de normas ambientais mais eficazes, maiormente sobre
esta temática, de forma que a borracha advinda dos pneus seja empregada em larga
escala, eliminando assim os índices de poluição, tão evidentes nos dias atuais. Como
benefício, teremos estradas mais confortáveis e duradouras, e, principalmente, a
redução de gastos públicos com a manutenção destas vias
REFERÊNCIAS
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 103019
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/asfalto-borracha